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Módulo 3 3º Módulo (Mediunidade) 7ª O que é Mediunidade? Todos são médiuns? Tipos de mediunidade. 8ª Incorporação. Consciente ou inconsciente? Desenvolvimento Mediúnico: Medos e traumas do desenvolvimento. Quebrando tabus e preconceitos. A Importância da Educação Mediúnica

Módulo 3

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terceira parte do curso de teologia de umbanda sagrada

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Mdulo 3

3 Mdulo (Mediunidade)7 O que Mediunidade? Todos so mdiuns? Tipos de mediunidade. 8 Incorporao. Consciente ou inconsciente? Desenvolvimento Medinico: Medos e traumas do desenvolvimento. Quebrando tabus e preconceitos. A Importncia da Educao Medinica

MediunidadeConceito e Tipos de MediunidadesMediunidade - Conceito : Lamartine Palhano Jr. em seu "Dicionrio de Filosofia Esprita", conceitua mediunidade como sendo uma faculdade inerente ao homem que permite a ele a percepo, em um grau qualquer, da influncia dos Espritos. No constitui privilgio exclusivo de uma ou outra pessoa, pois, sendo uma possibilidade orgnica, depende de um organismo mais ou menos sensitivo.Mediunismo :Alexander Aksakof, em 1.890, empregou o termo mediunismo para designar o uso das faculdades medinicas. A prtica do mediunismo no significa que haja prtica de Espiritismo propriamente dito, visto que a mediunidade no propriedade do Espiritismo.Mdium : (Do latim: mdium = meio; intermedirio; medianeiro). Pessoa que pode servir de intermedirio entre os Espritos e os homens; aquele que em um grau qualquer sente a influncia dos Espritos de modo ostensivo. Como j foi mencionado, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influncia dos Espritos, , por esse fato, mdium. Essa faculdade inerente ao homem; no constitui, portanto, privilgio exclusivo, donde se segue que poucos so os que no possuem um rudimento dessa faculdade. Pode-se, pois, dizer que todos so, mais ou menos, mdiuns. Todavia, usualmente, assim s se qualificam aqueles em que a faculdade medinica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que ento depende de uma organizao mais ou menos sensitiva.Os Tipos de MediunidadeA mediunidade um compromisso que o esprito assume ao reencarnar, de exercer um trabalho constante em favor da idia da imortalidade da alma, o exerccio da caridade ao prximo, e incluindo o dever de melhorar a sua prpria graduao espiritual. Este intercmbio exerce-se de diversas maneiras, pois h vrios tipos de mediunidade e de mdiuns. Tratando-se de mdiuns, existem os mdiuns naturais e mdiuns de prova.MDIUNS NATURAIS: so espritos que j atingiram um alto grau moral, e ao encarnarem ligam-se naturalmente ao Astral Superior, pela sensibilidade adquirida atravs do prprio aprimoramento espiritual. So espritos abenoados com o dom da intuio pura, como por exemplo, Antlio, Rama, Chrisna, Buda, Jesus, etc.

MDIUNS DE PROVA: so os que recebem a faculdade medinica como emprstimo, proporcionando-lhes a oportunidade de resgate de suas dividas crmicas. Atravs de processos ainda desconhecidos por ns, os tcnicos do astral hipersensibilizam o perisprito daqueles que ainda precisam encarnar com a obrigao de trabalhar mediunicamente, acelerando determinados centros energticos vitais do seu perisprito, despertando-lhe provisoriamente a sensibilidade psquica para maior percepo dos fenmenos medinicos enquanto encarnados. Entre mdiuns de prova, temos mdiuns conscientes, semi inconsciente e inconscientes.Fases da Comunicao Medinica.O conjunto fenomnico envolve algumas fases, dentre muitos fatos acessrios que influenciam no resultado final: a Consumao da Comunicao.So elas:Atrao, Aproximao e EnvolvimentoATRAO - quando o desejo coloca o comunicante e o mdium em condies harmnicas. Quando isto ocorre, o comunicante atrado,no importando onde se encontre, para a linha de fora ( frequncia) correspondente, existente no campo de possibilidades Mento-Magnticas do Mdium.Como se d a ATRAO?Nos Universos existe uma poderosa fora o PENSAMENTO. Ele a fora maravilhosa responsvel por tudo quanto existe. Tal o ser pensante, tal a obra. Entretanto, para que o pensamento como fora geratriz de algum cometimento possa ser acionado, necessrio o uso da alavanca do DESEJO, que representado pela AO. O pensamento sem o desejo da Ao, se transforma apenas em sonho. Dito isto, completemos: a atrao se d, quando o pensamento acionado pelo desejo da comunicao de ambos os participantes do fenmeno, mdium e esprito.APROXIMAO - com a presena do comunicante nas proximidades do campo de possibilidades do mdium, onde suas primeiras emoes j se fazem sentir, de maneira pouco perceptvel, mas reais.ENVOLVIMENTO - quando completa-se o fenmeno. As linhas energticas harmnicas do comunicante e do campo de possibilidades do mdium se encontram, proporcionando a evidncia do fenmeno de forma indiscutvel, assumindo o comunicante o comando relativo das aes variando de influncia mental ao domnio total do fsico e quase total da mente, guardando o mdium, entretanto, o domnio das ltimas decises. Para melhor entendimento classificaremos a Mediunidade Em graus de conhecimento, a saber:Mediunidade Positiva.O mdium controla seus sentidos, a mente, a conscincia, dominando tudo atravs da razo e do sentimento. Atravs dela, reconhece seus Guias Espirituais, e Mentores de Alto Nvel, seu Mestre de Luz, o verdadeiro instrutor da sua alma, O mdium, um canal consciente, no se prestando a manipulaes.Mediunidade Negativa.Determinados tipos de Mediunidade so originrios de problemas nos Centros de fora (Chacras) que esto espalhados pelo corpo e funcionam como filtros, que protegem a entrada dessas energias. Algumas clulas sensitivas do crebro, ou grupo de clulas, os neurotransmissores recebem e transmitem as energias que percorrem por nossa rede nervosa. So ultrassensveis, captando energias que vo muito alm daquelas que a cincia lhes atribui. Quando h uma sobrecarga de energias negativas, tanto astral emocional, quanto mental, podem surgir inverses dentro dos neurnios, neste caso, h uma predisposio natural ao desordenamento dessa mediunidade podendo apresentar-se como falsa mediunidade ou mediunidade negativa, visto que capta mais foras negativas do que positivas. Normalmente inconsciente. Sua frequncia vibratria muito baixa e o mdium, est sujeito a perder o controle para Entidades Espirituais de nvel inferior, fazendo-se passar por Espritos de Luz, enganando e influenciando o consciente individual e coletivo. O mdium, no est em condies de distinguir a verdade da mentira, o que vem de fora ou o que vem da alma. Como no h discernimento, julga esses atos provenientes de um ser superior.Mediunidade Consciente:Alguns mdiuns ao assumirem suas faculdades espirituais, ou sua mediunidade, elevam sua sensibilidade e podem, temporariamente, passar por processos inconscientes devido ao seu desenvolvimento ou preparo espiritual. Gradualmente essa mediunidade vai se estabilizando at tornar-se positiva, ativa e consciente. Quando um mdium trabalha, com seus verdadeiros Guias Espirituais, percebe a sua evoluo. Tem um controle melhor da parte emocional, psquica e mental, assim como o aumento da sua sensitividade. Os mdiuns CONSCIENTE so aqueles que, apesar da incorporao, guardam total percepo de tudo que se passa ao seu redor, de tudo que sua entidade est fazendo. O esprito e o perisprito afastam-se da matria, dando a oportunidade da entidade comunicante ligar-se a ela, mas permanecem ao seu lado. Da terem conscincia de tudo o que est se passando. Ter mediunidade consciente traz ao mdium muita responsabilidade, pois o mdium precisa conhecer bastante a doutrina, para no atrapalhar manifestao e servio da entidade com seu mental. Os mdiuns SEMI CONSCIENTE so os que tm momentos de lucidez, de lembranas, e momentos que sua mente se apaga, eles no se lembram de nada que aconteceu.Mediunidade Inconsciente:O pensamento dominado por foras externas. As mensagens e os ensinamentos que vem de seres que servem a Divina Luz, no deixam margem s dvidas, eles sempre sero direcionados pelo amor, sabedoria, fraternidade, paz, justia, e buscam ajudar a todos a caminhar para a Luz, e a se tornar verdadeiramente livres. Os mdiuns INCONSCIENTE so os portadores de mediunidade de maior resgate, e por isto tem que dar mais de si. Ento as entidades atuam com maior intensidade.MistificaoMistificadores existem em toda a parte, dentro da cincia, da religio, da poltica, da economia e no espiritismo tambm. Temos tido muitos exemplos, pois no pelo fato de estarem desencarnados que lhes conferimos credibilidade e confiabilidade ou grau evolutivo, sem comprovao. Do outro lado da vida, muitos, pouco evoludos, continuam a mistificar e enganar pessoas de boa vontade, que s querem servir e ajudar aos seus semelhantes. A mediunidade pode se tornar um grande problema se no for tratada adequadamente e com conscincia, se no houver um embasamento seguro com mtodos corretos para o mdium saber o que se passa realmente em sua mente e como se proteger dos Campos de Fora Negativos. Os estudiosos, desenvolvedores do conhecimento sobre esta matria, j classificaram mais de cem (100) tipos de mediunidade. Dentro deste universo, vamos exemplificar as mais conhecidas.H vrias maneiras de o mdium efetuar o intercmbio com o Astral. H ento a mediunidade INTUITIVA, INCORPORAO, VIDNCIA, AUDIO, PSICOGRAFIA, DESDOBRAMENTO,TRANSPORTE, EFEITOS FSICOS, PSICOMETRIA E CURA.Mediunidade Intuitiva:Considerada a mais comum. Existe em um grande nmero de pessoas.mdiuns, desenvolvidos ou no. Determinados impulsos vibratrios em sua conscincia coordenam e compreendem as mensagens recebidas, para transmiti-las a terceiros. Mdiuns intuitivos so aqueles que captam os pensamentos dos espritos.[intuio] Como os outros mdiuns, os intuitivos tambm servem aos espritos para suas comunicaes. Prestam-se muito para a direo das sesses espritas e para a doutrinao dos espritos sofredores, porque instantaneamente sabem quais os pontos a tocar para o esclarecimento deles. Entretanto, dado a facilidade com que chegam a perceber os pensamentos dos espritos, as pessoas dotadas da mediunidade intuitiva precisam ser calmas e muito ponderadas. Calmas, para no agirem precipitadamente, ao sabor de qualquer idia que lhes aflore ao crebro. Ponderadas, para analisarem muito bem as intuies que recebem. Ela a mediunidade atravs da qual o mdium ouve, sente ou recebe o pensamento dos desencarnados, mas o faz de modo consciente. O esprito desencarnado age diretamente no crebro perispiritual do mdium intuitivo, que depois transmite as idias do seu comunicante ao mundo material, servindo-se de seu vocabulrio prprio. O mdium ento um receptor teleptico das entidades.Mediunidade de Incorporao:Quando uma entidade espiritual elevada aproxima-se voluntria ou involuntariamente para manifestar a sua ao de irradiao de sua Luz Divina, ao mdium, voluntariamente. Compulsria Quando a entidade espiritual vem cumprir sua misso, independentemente do chamado do mdium. Na mediunidade de incorporao inconsciente e semi inconsciente, o perspirito do mdium afastam-se da matria, deixando-a sob o comando total do desencarnado comunicante. J o consciente, o esprito do mdium posta-se ao lado da sua matria, para dar o comando da mesma ao esprito comunicante. No porque seu esprito est ao lado ele conserva a conscincia de tudo que se passa que ele no est incorporado. Embora o esprito do mdium abandone temporariamente a matria, fica a ele ligado pelo cordo fludico. No inicio de desenvolvimento de incorporao, a entidade no toma a matria mais sim irradia seus fluidos a ela, aumentando gradativamente a sua atuao, at que a matria do mdium acostuma-se com seus fluidos, dando-se ento a incorporao total.Mediunidade Voluntria:Quando a Entidade vem cumprir sua misso atendendo ao chamado do Mdium. Mediunidade de Cura Pelas Mos (Magnetismo):Quando, por uma sensibilidade psquica, ocorre uma evaso ou retrao fludica pelas mos ou ponta dos dedos. como um magnetismo possibilitando os mais variados tipos de cura pela imposio das mos sobre um determinado corpo, para equilibrar suas energias, vitaliz-las ou para cura de partes materiais ou espirituais, doentias. Na mediunidade de cura, o mdium um esprito com pesados dbitos a resgatar, e por isso tem que dar muito de si, de sua matria, para beneficio do prximo. Este desgaste relativo, e no significa que encurta a vida do mdium. Pode tambm proceder as curas pela simples imposio das mos, que atravs de passes, incorporando ou no. Neste caso, o mdium no ser necessariamente inconsciente.Mediunidade de Comunicao:So os diversos graus de irradiao entre o Plano Astral Superior e o plano material. O mdium se comunica telepaticamente recebendo, transmitindo e repassando mensagens. Clarividncia: a viso medinica, quando se v o mundo astral.Vidncia: viso medinica com imagens que se formam mentalmente e que tem algum contexto com a realidade ou o mundo astral. A vidncia o tipo de mediunidade que permite ver as entidades, as irradiaes. Nela se permite ao mdium ver o mundo astral, atravs dos olhos perispirituais. por isso que dizem que os cegos podem ver os espritos, pois no dependem da viso material dos olhos para faz-lo. O mdium, sem auxilio dos cinco sentidos ou do raciocnio, percebe coisas e fatos que se desenrolam em torno de si, no mundo astral. O mdium pode nascer vidente, e ento a sua vidncia ser chamada de astralina direta, ou ento, atravs do desenvolvimento medinico e aprimoramento espiritual, torna-se um mdium de vidncia mental indireta. Tanto uma como a outra, dependem da maior ou menor sensibilidade psquica da criatura, mas sua segurana, exatido e proveito, subordinam-se a graduao espiritual do ser. O mdium pode ver as entidades de quatro maneiras diferentes:Vidncia 1. Projeo , o mdium v apenas um facho de luz, uma colorao que depende da vibrao atuante. No v forma humana, nem identifica a entidade.Vidncia 2. Parcial , o mdium percebe uma forma humana ao lado de quem est trabalhando espiritualmente, mas ainda no d uma perfeita identificao. V somente o contorno, a forma.Vidncia 3. Acavalamento , o mdium v a entidade por cima dos ombros de outro mdium. J percebe se masculina ou feminina, se caboclo ou preto-velho ou outro falangeiro qualquer, se os cabelos so longos ou curtos, etc. Muitos mdiuns que tiveram esse tipo de vidncia afirmam, por esconhecimento, que as entidades vistas possuam mais de dois metros de altura, no percebendo que a entidade, vista acima dos ombros de outro mdium, produziu uma falsa impresso de altura.Vidncia 4. Encamisamento , o mdium v a entidade toda, perfeita. Isso acontece na incorporao integral, quando a entidade toma conta do corpo de um outro mdium.Mediunidade de Audincia:Clariaudincia: audio medinica, dom de ouvir a voz dos espritos.H duas espcies de mdiuns audientes:1. Os que ouvem a voz dos espritos, como se estivessem ouvindo a voz de uma pessoa.2. Os que ouvem a voz dos espritos dentro de si mesmos.No primeiro caso, os espritos impressionam os nervos auditivos do mdium.Isto se deve ao aumento da escala auditiva, normalmente o ouvido humano percebe vibraes de 16 a 20.000 ciclos por segundo. No mdium audiente, esta percepo vai de 80 a 180.000 ciclos por segundo. No segundo, o perisprito do mdium recebe o pensamento dos espritos e o mdium o sente como se fosse uma voz interior. Um mdium audiente pode ouvir a voz dos espritos, das duas maneiras ou apenas de uma. Conversa com os espritos e transmite o que eles querem dizer aos encarnados.Mediunidade de Transporte: a capacidade de visitar espiritualmente outros lugares, enquanto o corpo fsico permanece repousando tranquilamente; o esprito se desliga do corpo e vai para o espao. Esse transporte pode ser voluntrio ou involuntrio.

No transporte voluntrio, o mdium se predispe a realiz-lo. Ele se concentra e se projeta espiritualmente a outros lugares, tomando conhecimento do que v e do que ouve. O transporte involuntrio ocorre durante o sono. Todos ns nos desligamos do corpo fsico durante o sono e entramos em contato com pessoas e lugares dos quais no nos recordamos ao acordar. s vezes, recebemos nesses transportes solues para os nossos problemas que, mais tarde, nos parecero idias prprias. A respeito, diz um ditado popular: "Para a soluo de um grande problema, nada melhor que uma boa noite de sono".Desdobramento:Desdobramento um transporte em que o esprito do mdium fica visvel outra pessoa. O corpo fsico fica repousando, o esprito do mdium se transporta a outro ambiente e, nesse ambiente, torna-se visvel. Sonamblico : Mdiuns de Desdobramento: so capazes de se afastarem de seu corpo fsico e desenvolverem atividades espirituais. Neste caso, o perisprito do mdium se afasta do corpo fsico, podendo efetuar viagens. O desdobramento pode ser involuntrio (quando se efetua espontaneamente sem a vontade do mdium), voluntrio (quando o mdium prepara-se, concentra-se para efetu-lo segundo sua vontade) e provocado (quando h interferncia de uma pessoa, ou de uma corrente de pessoas para efetu-lo, por exemplo, a hipnose). Durante o desdobramento, o mdium guarda lembrana varivel, mais ou menos acentuada desta viagem astral, pois ele se conserva consciente o tempo todo.Mediunidade Psicogrfica:Tipo de mediunidade muito comum, podendo ser Intuitiva, Semimecnica ou Mecnica. a capacidade de receber comunicaes pela escrita. O esprito coloca-se atrs ou do lado do mdium, e atravs da ligao de seus fios fludicos ao perisprito do mdium, ele adquire o comando dos movimentos dos braos, antebraos, mos e dedos dos mdiuns, que passa ento a obedecer o comando do esprito comunicante, na transmisso de mensagens e pinturas. Psicografia Intuitiva, o mdium recebe as mensagens na mente e as passa para o papel. pura intuio. Psicografia Semimecnica, o mdium, medida que vai escrevendo, vai tambm tomando conhecimento do que escreve. O esprito atua, simultaneamente, na mente e na mo do mdium. Psicografia Mecnica, o esprito atua somente na mo do mdium, que escreve sem tomar conhecimento da mensagem recebida. Quando, ao invs de escrever, o esprito utiliza a mo do mdium para pintar, esse tipo de mediunidade chamado de psicopictografia. No Brasil, entre os diversos mdiuns que se destacam nessa rea em particular, citam-se os nomes de Luiz Antonio Gasparetto, Jos Medrado, Marilusa Moreira Vasconcelos e Florencio Anton, entre outros.

Mediunidade de Efeitos Fsicos: uma caracterstica que permite ao Mdium liberar energias ectoplasmticas para exercer uma ao sobre a matria (movimento) e promover sua consequente manifestao (apagar ou acender luzes), podendo se caracterizar de forma consciente ou inconsciente, chamada de Telecinesia. Esses mdiuns so particularmente aptos a produzir fenmenos materiais, como os movimentos de corpos inertes ou rudos, materializao de Espritos, etc. Foram muito comuns no passado e tinham a finalidade de chamar a ateno para os fenmenos espritas, mas hoje, so cada vez menos frequentes. Nesta mediunidade , o mdium doador potencial de ectoplasma, como j foi dito, que manipulados pelas entidades resultam em materializaes, rudos, levitaes, etc. Este ectoplasma tambm utilizado nas operaes espirituais. Apenas com a presena do doador de ectoplasma, muitas vezes sem nem ele saber que mdium, processam-se os fenmenos ou os benefcios nas operaes. Materializao de pessoas ou objetos acontece com mdiuns que tem o dom de doar muito ectoplasma o mesmo vai recobrindo o corpo perispiritual at que se veja nitidamente sua presena no mundo fsico material (ficou muito conhecida atravs do mdium Peixotinho, de Maca RJ, que as realizou na dcada de 50; Chico Xavier tambm realizou algumas sesses com seu grupo e outras junto com o prprio Peixotinho.). Existe ainda a materializao por transporte de objetos, um pouco diferente de plasmar, quando o mdium tem o dom de desmaterializar algo em algum local fsico e materializar em outro local. Muito conhecida atravs do mdium Adelarzil (faz materializaes no algodo).Xenoglossia: o ato de falar em outras lnguas. Essa forma de mediunidade um tanto mal usada por pessoas que tentam enganar seus consulentes ou fiis, pois dentro de religies que se utilizam deste dom, a regra sempre que quando se envia alguma mensagem, e se dita em lnguas diferenciadas, tem que se dar a traduo por obrigao.Psicofonia:Psicofonia (do grego psyk, alma e phon, som, voz), de acordo com a Doutrina Esprita, o fenmeno medinico no qual um esprito se comunica atravs da voz de um mdium. A Doutrina Esprita identifica duas classe principais de psicofonia: [Psicofonia] - a consciente - quando o mdium afirma ter percebido mentalmente ou escutado uma fala proveniente de um esprito que desejava se comunicar, tendo-a reproduzido com o seu aparelho fonador; e - a inconsciente ou sonamblica - quando o mdium afirma no saber o que disse, fazendo entender, neste caso, que o esprito comunicante ter-se-ia utilizado diretamente de seu aparelho fonador, por estar ele, mdium, inconsciente. Como se verifica em toda classificao esprita, esta deve ser entendida como didtica, sabendo-se haver uma diversidade de nuances entre uma e outra classe.Psicometria: Atravs dela, certos mdiuns pelo contato de algum objeto, relatam minuciosamente no s a origem e a historia desse objeto, como tambm de seus possuidores. O psicometra desarticula, de maneira acelerada e automtica, a viso e audio perispiritual, acompanhando o mapa de aes que lhe traado no espao e tempo pelas entidades, obtendo assim, as informaes e impresses que procura.Absoro:A mediunidade de absoro aquela em que o mdium puxa ou pega para si alguns males de outras pessoas ou ambientes carregados com sentimentos ruins, como inveja, maledicncia, rancor, dio, etc. Podendo-se tambm ser obsessores, espritos sem luz, no qual esses males podem trazer complicaes para um mdium sem desenvolvimento medinico e espiritual.Mediunidade a faculdade que dota o homem de sensibilidade permitindo a percepo e interao com o mundo espiritual. Mediunidade coisa sria. Uns a tomam como beno, outros como maldio. No importa. Deus nos d a oportunidade de evoluo. Mediunidade dharma em ao, resgatando carmas antigos e fazendo novas flores desabrocharem na atmosfera fsica e espiritual do mundo. Mediunidade escutar com o corao, tudo aquilo que no dito; por vezes falar, sem palavras; amar. Mediunidade oportunidade de evoluir acima de tudo, trabalho de assistncia e auto conhecimento ntimo e espiritual. Mediunidade no brincadeira. um exerccio que deve ser levado a srio, independente de local, idade ou situao financeira. Mdiuns so seres humanos como outros, mas desempenhando seus trabalhos com mais responsabilidade, amor e f em Deus, nos Guias e Orixs.Mediunidade, ou canalizao, designa a alegada comunicao entre humanos (encarnados) e espritos(desencarnados); ou a manifestao espiritual via corpo fsico que no lhe pertence. Apesar de disseminada pela maioria das sociedades ao longo da histria humana, foi a partir do sculo XIX que a mediunidade comeou a ser um objeto de intensa investigao cientfica. Embora no provada atravs da cincia stricto sensu, a mediunidade corroborada por diversas doutrinas e correntes espiritualistas, sendo parte das razes greco-romanas e judaico-crists da sociedade ocidental, bem como dos orientais hindusmo e budismo tibetano. Assim, em perspectiva espiritualista um esprito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do mdium ativo, e, por esse meio, pode se comunicar por vrias formas, como oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visvel ao mdium (vidncia). Fenmenos de ordem fsica incluem levitaes (poltergeist), batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), voz eletrnica (electronic voice phenomena), etc. Tambm h a mediunidade de psicometria, que muito usada como ajuda para a polcia, consiste em um mdium ler impresses e recordaes pelo contato com objetos comuns; e a mediunidade de cura, como acontece atravs do mdium Joo de Deus. Outras formas de comunicao com os espritos podem ser encontradas em O Livro dos Mdiuns, de Allan Kardec. Ressalta-se que embora recorrente em vertentes espiritualistas e grupos sociais, e bem evidente na Doutrina Esprita, a mediunidade no encontra-se estabelecida luz da cincia stricto sensu, visto a prpria existncias de espritos no encontrar-se cientificamente estabelecida perante os rigores do contemporneomtodo cientfico.Estudos cientficos A pesquisa sobre a mediunidade e sua relao mente-crebro trouxe importantes contribuies cientficas, sendo que muitos cientistas e intelectuais renomados empenharam-se em realizar tais estudos, entre eles: Allan Kardec,Alexander Moreira-Almeida, Alfred Russel Wallace, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Carl Jung, Cesare Lombroso,Charles Richet, Gabriel Delanne, Frederic Myers, Hans Eysenck, Henri Bergson, Ian Stevenson, J. J. Thomson, J. B. Rhine, James H. Hyslop, Johann K. F. Zllner, Lord Rayleigh, Marie Curie, Oliver Lodge, Pierre Curie, Pierre Janet,Thodore Flournoy, William Crookes, William James e William McDougall. Entre a segunda metade do sculo XIX e a primeira metade do sculo XX diversos mdiuns foram levados por cientistas renomados a realizarem testes que tornaram supostamente plausvel a existncia de espritos, por exemplo a mdium estadunidense Leonora Piper e a mdium britnica Gladys Osborne Leonard, que foram testadas por dcadas. Os resultados obtidos com cada uma dessas duas mdiuns foram bastante impressionantes para os cientistas que as testaram em profundidade, levando-os s considerarem paranormais autnticas. Piper foi to famosa que chegou a ser citada na Enciclopdia Britnica de 1911 em dois verbetes, e ainda admitida em discurso de William James publicado pela revista Science como possuidora de poderes paranormais. O neurocientista Nbor Orlando Facure diz que a mediunidade um fenmeno fisiolgico, universal comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras. Nos estudos que realiza, busca compreender a relao entre os ncleos de base dos automatismos psico-motores e aqueles que geram o fenmeno da mediunidade. Em entrevista dada revista Universo Esprita (N35, Ano 3), Facure aponta que os neurnios em espelho podem ser os responsveis pela sintonia que permite sentirmos no lugar do outro. No entanto, Facure tambm diz que isso so apenas conjecturas e que atualmente no existe comprovao cientfica de que o fenmeno se d dessa forma. Em pesquisa realizada por Frederico Leo e Francisco Lotufo, mdicos psiquiatras da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clnicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficincias mental e mltiplas" ao submet-los a um tratamento espiritual realizado atravs de reunies medinicas. Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicao do modelo de prtica das comunicaes medinicas como terapias complementares". Outra importante pesquisa foi realizada pelo psiquiatra e parapsiclogo Alexander Moreira-Almeida, que no dia 22 de fevereiro de 2005 defendeu a tese Fenomenologia das Experincias Medinicas, perfil e psicopatologia de mdiuns espritas, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da FMUSP, da Faculdade de Medicina da USP. A tese pretendeu traar um perfil de sade mental de 115 mdiuns espritas (escolhidos aleatoriamente), na qual foram testados e entrevistados com apurados instrumentos da Psiquiatria. Na concluso do trabalho, Almeida diz que "os mdiuns estudados evidenciaram alto nvel socioeducacional, baixa prevalncia de transtornos psiquitricos menores e razovel adequao social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivncia diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o incio de suas manifestaes medinicas na infncia, e estas, atualmente, se caracterizam por vivncias de influncia ou alucinatrias, que no necessariamente implicam num diagnstico de esquizofrenia". Desta forma, constatou-se que os mdiuns estudados apresentaram boa sade mental, apesar dos sintomas de vises ou interferncias de pensamentos alheios, que no so sintomas de loucura, mas outro tipo de vivncia, chamada pelos espritas de Mediunidade. O psiquiatra da Universidade da Virginia Ian Stevenson, junto a outros cientistas, publicou pesquisa cientfica descrevendo um notrio caso que classificaram como "possesso", relatando que quando no transe, a paciente fornecia no apenas evidncia de conhecimento, mas tambm complexo conjunto de comportamento e habilidades caractersticos de Shiva, uma mulher desconhecida da paciente e seus parentes que viveu a uma centena de quilmetros de distncia e havia morrido recentemente. Atravs da "possesso", foram apresentadas vinte e trs pessoas conhecidas de Shiva, alm de uma variedade de comportamentos compatveis com a personalidade da falecida, tais como modo de vestir, esnobismo de casta, senso de humor e maior fluncia literria. O programa de pesquisa VERITAS, que realizado no Laboratrio de Pesquisas Avanadas da Conscincia e Sade - pertencente ao Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona - foi criado principalmente para analisar a hiptese da sobrevivncia da conscincia aps a morte do corpo humano Tal programa dirigido pelo Dr. Gary Schwartz (prof. de psicologia, neurologia, psiquiatria e cirurgia) e j resultou na publicao de vrios artigos cientficos e livros que segundo Schwartz e seus colegas de pesquisa, fornecem evidncias de que a comunicao entre seres humanos e espritos realmente existe. Em uma pesquisa cientfica feita em 2008 nos EUA por cientistas da Universidade de So Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Gois, da Universidade da Pensilvnia e da Universidade Thomas Jefferson, usando recursos da Neurocincia moderna foram medidas as atividades cerebrais de dez mdiuns brasileiros saudveis, enquanto psicografavam. Os cientistas constataram que durante os transes psicogrficos, as reas menos ativadas no crebro dos mdiuns foram as que so as mais ativadas enquanto qualquer pessoa escreve em estado normal de viglia (ou seja, as reas relacionadas ao raciocnio, ao planejamento e criatividade), sendo que os textos psicografados resultaram mais complexos que os produzidos em estado normal de viglia. Como a pesquisa registra, nos textos psicografados os mdiuns produziram mensagens espelhadas - escritas de trs para a frente -, redigiram em lnguas que no dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os prprios cientistas diziam desconhecer, entre outras coisas. Para tais cientistas, os resultados da pesquisa so compatveis com a hiptese que os mdiuns defendem - a de que autoria dos textos psicografados no seria deles, mas sim dos espritos comunicantes. Em artigo publicado na revista cientfica Neuroendocrinology Letters em 2013, cientistas compararam conhecimento mdico recente com doze obras psicografadas pelo mdium Chico Xavier atribudas ao esprito Andr Luiz e identificaram nelas diversas informaes corretas altamente complexas sobre a fisiologia da glndula pineal e que s puderam ser confirmadas cientificamente cerca de 60 anos aps a publicao das obras. Os cientistas ressaltaram que o fato de que o mdium possua baixa escolaridade e no era envolvido no campo da sade levanta questes profundas sobre as obras serem ou no fruto de influncia espiritual. Apesar de todos os estudos citados, a posio cientfica strictu senso atualmente estabelecida a de que no h - em acordo com os rigores do Mtodo Cientfico - fatos estabelecidos que suportem de forma inequvoca a existncia de espritos - e por tal da mediunidade esprita. Os termos cincia e cientficos que figuram junto aos estudos dos espritos so por tal empregados em sentido lato - onde pressupe-se que as fronteiras que separam os conhecimentos cientfico e no cientfico no so precisamente delineadas - e no em senso estrito - que vigora atualmente no meio acadmico-cientfico e que define-se por meio de fronteira muito bem estabelecida. PolmicasAlm das que envolvem a cincia stricto sensu, h polmicas em torno da mediunidade baseadas nos argumentos apresentados por outras religies crists, dizendo-se que a Bblia condena a prtica da necromancia (que difere da mediunidade) em Deuteronmio 18: Entre ti no se achar quem faa passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; / 11. Nem encantador, nem quem consulte a um esprito adivinhador, nem mgico, nem quem consulte os mortos; / 12. Pois todo aquele que faz tal coisa abominao ao SENHOR; e por estas abominaes o SENHOR teu Deus os lana fora de diante de ti. / (...) / 14. Porque estas naes, que hs de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porm a ti o SENHOR teu Deus no permitiu tal coisa. Esse argumento encontra contradio no prprio fato de que j foram psicografados muitos textos com ensinamentos de acordo com os de Jesus. Para a Doutrina Esprita, a Bblia no condena a prtica medinica, pois esta seria um fenmeno natural e O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, captulo XXVI (Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes), itens 7 a 10 (Mediunidade Gratuita) diz: ...Explorar algum a mediunidade , conseguintemente, dispor de uma coisa da qual no realmente dono. Afirmar o contrrio enganar a quem paga. H mais: no de si prprio que o explorador dispe; do concurso dos Espritos, das almas dos mortos, que ele pe a preo de moeda. Essa idia causa instintiva repugnncia. Foi esse trfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorncia, pela credulidade e pela superstio que motivou a proibio de Moiss. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado srio da questo, pelo descrdito a que lanou essa explorao, elevou a mediunidade categoria de misso. (Veja-se: O Livro dos Mdiuns, 2 Parte, cap. XXVIII. O Cu e o Inferno, 1 Parte, cap. XI.) Segundo O Evangelho segundo o Espiritismo, a Bblia apresenta diversas provas de mediunidade e de reencarnao, tais como a conversa de Jesus com Moiss e Elias, quando estes ltimos j h muitos sculos no pertenciam ao mundo dos encarnados: Passados oito dias, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a Joo, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que falavam com ele dois personagens; eram Moiss e Elias, que apareceram envoltos em glria, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalm. Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham deixado vencer-se pelo sono; ao despertarem, viram a glria de Jesus e os dois personagens em sua companhia. Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: "Mestre, bom estarmos aqui. Podemos levantar trs tendas: uma para ti, outra para Moiss e outra para Elias!..." Ele no sabia o que dizia. Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem, e encobriu-os com a sua sombra; e os discpulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. Ento da nuvem saiu uma voz: "Este o meu Filho amado: ouvi-o!" E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho. Os discpulos calaram-se e a ningum disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto. Assim, conclui-se, que a Bblia no condena a prtica medinica quando esta utilizada para fins nobres, como o crescimento moral dos homens.TODOS NS SOMOS MDIUNS?Nos ltimos tempos, diz o Senhor, espalharei do meu esprito por sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizaro; vossos jovens tero vises e vossos velhos tero sonhos. - Nesses dias, espalharei do meu esprito sobre os meus servidores e servidoras e eles profetizaro. (Atos, cap. II, vv. 17 a 18. - Joel, cap. II, vv. 28 e 29.) Inicialmente, necessrio que apresentemos a definio do que seja um mdium, pois, sem isso, no h como responder questo proposta no ttulo. Assim sendo, vejamos, primeiramente, como o Esprito Erasto definiu esse termo: o ser, indivduo que serve de intermedirio aos Espritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens, espritos encarnados. Por conseguinte, sem mdium no h comunicaes tangveis, mentais, escritas, fsicas, de qualquer espcie que seja. (KARDEC, 2006a, p. 212). Kardec, por sua vez, nos explica dessa forma: MDIUM (do lat. Mdium, meio, intermedirio): pessoas acessveis influncia dos Espritos, e mais ou menos dotadas da faculdade de receber e transmitir suas comunicaes. Para os Espritos, o mdium um intermedirio; um agente ou um instrumento mais ou menos cmodo, segundo a natureza ou o grau da faculdade medinica. Esta faculdade depende de uma disposio orgnica especial, suscetvel de desenvolvimento. Distinguem-se diversas variedades de mdiuns, segundo sua aptido particular para tal ou tal modo de transmisso, ou tal gnero de comunicao. (KARDEC, 1986, p. 196-197). Resumindo-a, numa outra oportunidade, o mestre de Lion disse-nos que: Os mdiuns so as pessoas aptas a receberem a influncia dos Espritos e transmitirem os seus pensamentos. (KARDEC, 2006c, p. 62). Em que pese a origem dessas duas definies, entendemos que lhes falta abrangncia, porquanto no deveria o seu conceito se restringir relao entre os homens e os Espritos desencarnados. Por que estamos dizendo isso? Pelo simples fato de que h vrios relatos de experincias com evocao de Espritos de pessoas vivas, ocorridas nas sesses da Sociedade Esprita de Paris, conforme se l na Revista Esprita. Julgamos que esses casos estariam fora da definio clssica, pois o termo Esprito est se referindo aos j desencarnados. Por outro lado, aceitando-se o que narra Andr Luiz, dando notcias de reunies medinicas no plano espiritual, nesse caso teramos a existncia dos Esprtos-mdiuns, que servem de intermedirios a outros de esferas mais elevadas, s quais se encontram vinculados, conforme podemos apreender nas suas obras, situaes tambm no contempladas na definio original. Alm disso, poderamos destacar que a condio dele ser ou servir de intermedirio complica um pouco a definio, haja vista, que um mdium pode receber uma comunicao para ele mesmo, e a no teramos, a rigor, essa funo, a no ser que aceitemos que, nesse caso, ele, o mdium, esteja sendo intermedirio para si mesmo, digamos assim, hiptese que aceitamos sem problema algum. Ademais, uma pessoa que recebendo a influncia de Espritos, e no conseguindo perceber este fato, no seria, segundo essas definies, propriamente um mdium? Ento, seria o qu? Segundo nosso modo de ver, a conjuntura nos recomenda ampliar o atual conceito visando dar-lhe uma abrangncia maior, de forma que possa abrigar todos os casos. Assim, poderamos dizer que mdium seria o Esprito, encarnado ou no, que consegue captar ou sentir o pensamento de um outro, pouco importando a condio desse outro estar num corpo ou fora dele. O nico aspecto condicionante seria de no estarem, o emissor e o captador, no mesmo plano dimensional, no qual o processo de comunicao habitual seja a transmisso de pensamento. certo que estamos avanando um pouco na definio, indo alm do que consta nas obras da codificao, o que poder causar espcie em algumas pessoas; mas justificamos, lembrando o que Kardec disse numa certa ocasio: O Livro dos Espritos no um tratado completo do Espiritismo; no faz seno colocar-lhe as bases e os pontos fundamentais, que devem se desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observao. (KARDEC, 1993b, p. 223). Sabemos que o Codificador afirmou que a verdadeira mediunidade supe a interveno direta de um Esprito (KARDEC, 2006a, p. 142) o que viria a contradizer, em parte, o que estamos propondo; entretanto, se ampliarmos, nessa frase, o significado de Esprito para consider-lo em qualquer situao, ou seja, encarnado ou desencarnado, ela se ajustaria plenamente ao conceito sugerido em nossa hiptese. Especificamente, a quem poderamos qualificar como mdium? Para elucidar isso, leiamos: [...] Quem est apto para receber ou transmitir as comunicaes dos Espritos , por isso mesmo, mdium, qualquer que seja o modo empregado ou o grau de desenvolvimento da faculdade, desde a simples influncia oculta at a produo dos mais inslitos fenmenos. Todavia, em seu uso ordinrio, essa palavra tem uma acepo mais restrita, e se diz, geralmente, de pessoas dotadas de um poder medinico muito grande, seja para produzir efeitos fsicos, seja para transmitir o pensamento dos Espritos pela escrita ou pela palavra. (KARDEC, 1993a, p. 29). (grifo nosso). Temos aqui ento duas situaes, com as quais iremos entender o seu significado: uma no sentido amplo e outra no sentido restrito. No sentido amplo, todos somos mdiuns e no sentido restrito, somente aqueles nos quais essa faculdade evidente, a ponto de produzir os fenmenos de efeitos fsicos ou de transmitir o pensamento dos Espritos. Isso fica mais claro quando, por dois momentos, Kardec volta novamente a esse assunto: Toda pessoa que sente a influncia dos Espritos, em qualquer grau de intensidade, mdium. Essa faculdade inerente ao homem. Por isso mesmo no constitui privilgio e so raras as pessoas que no a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos so mais ou menos mdiuns.Usualmente, porm, essa qualificao se aplica somente aos que possuem uma faculdade medinica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organizao mais ou menos sensitiva. Deve-se notar, ainda, que essa faculdade no se revela em todos da mesma maneira. [...] (KARDEC, 2006a, p. 139) (grifo nosso). Toda pessoa que sente, num grau qualquer, a influncia dos Espritos , por isso mesmo, mdium. Essa faculdade inerente ao homem, e, por conseguinte, no , de nenhum modo, um privilgio exclusivo: tambm h poucos nos quais no se lhe encontra algum rudimento. Pode-se, pois, dizer que todo o mundo, com pequena diferena, mdium; todavia, no uso, essa qualificao no se aplica seno naqueles nos quais a faculdade medinica se manifesta por efeitos ostensivos de uma certa intensidade. (KARDEC, 2006c, p. 62) (grifo nosso).Primeiramente, cumpre-nos informar que a primeira citao consta de O Livro dos Mdiuns, publicado em janeiro de 1861, que veio em substituio ao livro Instruo Prtica sobre as manifestaes dos Espritos, cuja publicao aconteceu no 1 semestre de 1858, obra na qual a encontramos nos seguintes termos: Toda pessoa que sofre de alguma maneira a influncia dos Espritos , por isso mesmo, mdium. Esta faculdade inerente ao homem e, por conseguinte, no um privilgio exclusivo. Por essa razo raros so os indivduos nos quais no se encontram ainda que simples rudimentos de mediunidade. Pode-se, pois, dizer que todas ou quase todas as pessoas so mdiuns. Todavia, no uso corrente, esta qualificao no se aplica seno queles nas quais a faculdade medinica nitidamente caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que depende, ento, de uma organizao mais ou menos sensitiva. preciso notar, alm disto, que esta faculdade no se revela em todas as pessoas da mesma maneira. (KARDEC, 1986, p. 251) (grifo nosso). Nosso objetivo em colocar isso, foi para ressaltar que Kardec, em sua nova fala, ao invs de dizer todas ou quase todas as pessoas so mdiuns, passou a afirmar que todos so mais ou menos mdiuns, demonstrando agora que a variao se prende apenas a seu grau, caso no estejamos enganados em nossa maneira de perceber. Nesse mesmo ano de 1858, talvez um pouco antes dessa publicao, que acabamos de citar, ele afirmara: Essa faculdade, como, alis, j o dissemos, no um privilgio exclusivo; ela existe em estado latente, e em diversos graus, numa multido de indivduos, no esperando seno uma ocasio para se desenvolver; o princpio est em ns pelo prprio efeito da nossa organizao; est na Natureza; todos ns temo-lo em germe, e no est longe o dia em que veremos os mdiuns surgirem de todos os pontos, no nosso meio, em nossas famlias, no pobre como no rico, a fim de que a verdade seja conhecida por todos, porque, segundo o que nos est anunciado, uma nova era, uma nova fase que comea para a Humanidade. A evidncia e a vulgarizao dos fenmenos espritas daro um novo curso s idias morais, como o vapor deu um novo curso indstria. (KARDEC, 2001a, p. 60-61). (grifo nosso). Aqui, nos parece, que se tem, no mnimo, a todos ns como mdiuns em potencial, relacionando a mediunidade como sendo uma caracterstica prpria da Natureza humana. Percebemos que Kardec foi claro ao dizer que uma faculdade inerente ao homem, sem qualquer tipo de privilgio, concluindo, conforme consta em Obras Pstumas e O Livro dos Mdiuns, pela ordem, que todo o mundo, com pequena diferena, mdium ou que todos so mais ou menos mdiuns, porquanto, segundo ele nos diz, todos ns recebemos influncia dos espritos, o que veremos um pouquinho mais frente, quando citarmos O Livro dos Espritos. bem provvel que, em virtude disso, possamos ver a aplicao do que ele havia dito na Introduo de O Livro dos Mdiuns: Embora cada qual j traga em si mesmo os germes das qualidades necessrias, essas qualidades se apresentam em graus diversos, e o seu desenvolvimento depende de causas estranhas vontade humana (KARDEC, 2006a, p. 10) e o que consta logo acima. Essa viso abrangente tambm o que poderemos encontrar em Channing, que, numa mensagem discorrendo sobre os mdiuns, disse: Todos os homens so mdiuns. Todos tm um Esprito que os dirige para o bem,quando eles sabem escut-lo. Quer alguns se comuniquem diretamente com ele, graas a uma mediunidade especial, quer outros s o escutem pela voz interna do corao e da mente. Isso pouco importa, pois sempre o mesmo Esprito familiar que os acompanha. Chamai-o Esprito, razo, inteligncia, ser sempre uma voz que responde vossa alma, dizendo-vos boas palavras. Acontece, porm, que nem sempre as compreendeis. [...] Ouvi pois essa voz interior, esse bom gnio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardio que vos estende a mo do alto do cu. Repito, a voz ntima que fala ao corao a dos bons Espritos bons. E desse ponto de vista que todos os homens so mdiuns. (KARDEC, 2006a, p. 331-332) (grifo nosso). Esse Esprito considera a todos ns como sendo mdiuns; dando, aos que o so de forma ostensiva, a condio de possurem uma mediunidade especial, o que significa apenas t-la em um grau maior. Quanto s expresses tambm h poucos nos quais no se lhe encontra algum rudimento e raras so as pessoas que no a possuem pelo menos em estado rudimentar, citadas um pouco atrs, no entendemos que, por isso, existam pessoas que no a tenha, mas uma maneira de dizer que, mesmo que seja com alguns rudimentos, ningum a deixa de ter, pois a afirmativa posterior de que todos os homens so mdiuns parece-nos ser mais forte e, cremos, seja a inteno final de sua afirmao, a qual poderemos corroborar com outra fala do codificador, quando diz sobre os mdiuns inspirados: Todos os que recebem, no seu estado normal ou de xtase, comunicaes mentais estranhas s suas idias, sem serem, como estas, preconcebidas, podem ser considerados mdiuns inspirados. Trata-se de uma variedade intuitiva, com a diferena de que a interveno de uma potncia oculta bem menos sensvel, sendo mais difcil de distinguir no inspirado o pensamento prprio do que foi sugerido. O que caracteriza este ltimo sobretudo a espontaneidade. (KARDEC, 2006a, p. 154) (grifo nosso). interessante lermos a nota de rodap colocada pelo tradutor Herculano Pires sobre o que se fala nesse pargrafo: Nunca prestamos a devida ateno aos nossos processos mentais. Kardec nos oferece neste livro, como repete no perodo acima, uma regra de ouro nesse sentido. A psicologia materialista vai hoje se aproximando desse princpio,graas s pesquisas no campo da telepatia. Embora ainda no considere o pensamento dos Espritos, j admite que recebemos constantemente pensamentos alheios. A observao permite-nos dividir perfeitamente o pensamento que produzimos aos poucos em nossa mente dos que nos so sugeridos. Como proposto no incio, no poderamos ampliar o conceito da mediunidade, tomando tambm essa assertiva de Herculano? Aps esse nosso destaque, continuemos a transcrio: Recebemos a inspirao dos Espritos que nos influenciam para o bem ou para o mal. Mas ela principalmente a ajuda dos que desejam o nosso bem, e cujos conselhos rejeitamos com muita freqncia. Aplica-se a todas as circunstncias da vida, nas resolues que devemos tomar. Nesse sentido pode-se dizer que todos so mdiuns, pois no h quem no tenha os seus Espritos protetores e familiares, que tudo fazem para transmitir bons pensamentos aos seus protegidos. Se todos estivessem compenetrados dessa verdade, com mais freqncia se recorreria inspirao do anjo guardio, nos momentos em que no se sabe o que dizer ou fazer. Que se invoque o Esprito protetor com fervor e confiana, nos casos de necessidade, e mais assiduamente se admirar das idias que surgiro como por encanto, seja para auxiliar numa deciso ou em alguma coisa a fazer. Se nenhuma idia surgir imediatamente, que se deve esperar. [...] (KARDEC, 2006a, p. 155). J havamos comentado alhures que, pelo fato de termos, cada um de ns, um anjo da guarda, que sempre nos acompanha, todos ns deveramos ser considerados mdiuns, pela condio de podermos receber seus conselhos, no diferente do que aqui colocado ou, o que mais provvel ter acontecido, dizemos porque veio nossa mente o que lramos em algum lugar. Acreditamos que seja o mesmo que est dito no livro Nos domnios da mediunidade, quando ulus orienta aos dois aprendizes - Andr Luiz e Hilrio -, nestes termos: A mediunidade um dom inerente a todos os seres humanos, como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as foras superiores ou inferiores com as quais sintoniza (XAVIER, 1987, p. 51) (grifo nosso). Na Revista Esprita de 1865, encontramos uma mensagem intitulada Estudo sobre a mediunidade, assinada por Georges, na qual esse Esprito diz: A mediunidade uma faculdade inerente natureza do homem; no nenhuma exceo nem um favor, ela faz parte do grande conjunto humano, e, como tal, est sujeita s variaes fsicas e s desigualdades morais; sofre o dualismo temvel do instinto e da inteligncia; possui seus gnios, sua multido e seus monstros. (KARDEC, 2000b, p. 115). Confirma a mediunidade como uma faculdade que faz parte da natureza do homem, sem que haja exceo de qualquer natureza. Kardec analisa um artigo extrado do jornal la Discussion, assinado por A. Briquel, do qual transcrevemos: Os mdiuns so dotados de uma faculdade natural que os torna prprios para servirem de intermedirios aos Espritos e produzirem com eles os fenmenosque passam por milagres ou por prestidigitao aos olhos de quem lhes ignora a explicao. Mas a faculdade medianmica no o privilgio exclusivo de certos indivduos; ela inerente espcie humana, embora cada um a possua em graus diferentes, ou sob diferentes formas. (KARDEC, 1993b, p. 34) (grifo nosso). Pelas consideraes elogiosas que o codificador faz desse artigo, dizendo serem perfeitos os pontos nele abordados, conclumos que ele endossou tudo quanto foi dito, motivo pelo qual trouxemos esse trecho do artigo. Ressaltamos a questo de ser inerente espcie humana; portanto, todos ns a temos, variando apenas quanto aos graus e formas de sua manifestao, como j foi dito vrias vezes. Outro artigo interessante o intitulado Mediunidade Mental, no qual Kardec comenta o que lhe escreveu um dos seus correspondentes de Milianah (Arglia), dessa forma: Esta mediunidade, qual damos o nome de mediunidade mental, certamente no feita para convencer os incrdulos, porque ela nada tem de ostensiva, nem desses efeitos que ferem os sentidos; ela toda para a satisfao ntima daquele que a possui; mas preciso reconhecer tambm que ela se presta muito iluso, e que o caso de se desconfiar das aparncias. Quanto existncia da faculdade, dela no se poderia duvidar; pensamos mesmo que deve ser a mais freqente; porque o nome de pessoas que sentem, no estado de viglia, a influncia dos Espritos e recebem a inspirao de um pensamento que sentem no ser o seu, considervel; a impresso agradvel ou penosa que se sente s vezes vista de algum que se v pela primeira vez; o pressentimento que se tem da aproximao de uma pessoa; a penetrao e a transmisso do pensamento, so tambm efeitos que se prendem mesma causa e constitui uma espcie de mediunidade, que se pode dizer universal, porque todos dela possuem pelo menos os rudimentos; mas para sentir-lhe os efeitos marcantes, preciso uma aptido especial, ou melhor um grau de sensibilidade que mais ou menos desenvolvido segundo os indivduos. A esse ttulo, como dissemos h muito tempo, todo o mundo mdium, e Deus no deserdou ningum da preciosa vantagem de receber salutares eflvios do mundo espiritual, que se traduzem de mil maneiras diferentes; mas as variedades que existem no organismo humano no permitem a todo mundo obter efeitos idnticos e ostensivos. (KARDEC, 1993b, p. 86-87). O que est se comentando aqui sobre uma pessoa que captava os pensamentos do seu guia espiritual, quando em estado de emancipao. Descreve, inclusive, que, nessa situao, recebia, at mesmo, visitas de outros Espritos simpticos, encarnados e desencarnados, com os quais entabulava comunicao mental. a isso que Kardec denomina de mediunidade mental, assegurando que todos dela possuem pelo menos os rudimentos e, na seqncia, reafirma que: como dissemos h muito tempo, todo o mundo mdium. Em O que o Espiritismo, numa de suas respostas ao cptico, Kardec disse: Alm disso, os mdiuns so muito numerosos e rarssimo, quando no o sejamos, no se encontrar algum em qualquer dos membros de nossa famlia, ou nas pessoas que nos cercam. O sexo, a idade e o temperamento so indiferentes: eles aparecem entre os homens e mulheres, entre crianas, velhos, doentes e pessoas sadias. (KARDEC, 2007, p. 107). Vemos, nesse ponto, que Kardec est tratando o fato ser mdium no sentido restrito, dizendo que, na hiptese de no sermos mdiuns, rarssimo no encontrarmos um nossa volta, o que nos faz acreditar que ele, de forma direta, reafirma a questo de todos sermos mdiuns, variando apenas a intensidade que a mediunidade aflora em cada um de ns, seres humanos. o que tambm conclumos do texto a seguir: Nossa alma que no , em definitivo, seno um Esprito encarnado, no menos Esprito; se est momentaneamente revestida de um envoltrio material, suas relaes com o mundo incorpreo, embora menos fceis que no estado de liberdade, no so interrompidas por isso de maneira absoluta; o pensamento lao que nos une ao Esprito, e por esse pensamento atramos aqueles que simpatizam com as nossas idias e nossas tendncias. (KARDEC,1993a, p. 30). Ressalte-se que, pelo fato de estarmos encarnados, no h empecilho para que tenhamos relaes com os Espritos, decorrente, segundo acreditamos, exatamente da circunstncia de todos sermos mdiuns. Ou estamos indo alm do sentido que se pode tirar desse texto? Dos comentrios de Kardec sobre os possessos de Morzine, transcrevemos: [...] Pela natureza fludica e expanso do perisprito, o Esprito alcana o indivduo sobre o qual quer agir, o cerca, o envolve, o penetra e o magnetiza. O homem, vivendo no meio do mundo invisvel, est incessantemente submetido a essas influncias, como s da atmosfera que respira, e essa influncia se traduz por efeitos morais e fisiolgicos, dos quais no se d conta, e que atribui, freqentemente, a causas inteiramente contrrias. Esta influncia difere naturalmente, segundo as qualidades boas ou ms do Esprito, assim como explicamos no nosso precedente artigo. Este bom e benevolente, a influncia, ou querendo-se, a impresso, agradvel, salutar: como as carcias de uma terna me que enlaa seu filho nos braos; se for mau e malevolente, ela dura, penosa, ansiosa e, s vezes, malfazeja: ela no abraa, oprime. Vivemos nesse oceano fludico, incessantemente expostos s correntes contrrias, que atramos, que repelimos, ou s quais nos entregamos, conforme as nossas qualidades pessoais, mas no meio das quais os homens conservam sempre seu livre arbtrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o seu caminho. Isto, como se v, completamente independente da faculdade medianmica tal como concebida vulgarmente. A ao do mundo invisvel, estando na ordem das coisas naturais, se exerce sobre o homem, abstrao feita de todo conhecimento esprita; a ela se est submetido como se o est influncia da eletricidade atmosfrica, sem saber a fsica, como estar doente, sem saber a medicina. [...]Todo indivduo que sofre, de um modo qualquer, a influncia dos Espritos , por isso mesmo, mdium; mas pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chega a constatar a existncia do mundo invisvel, e pela diversidade das manifestaes obtidas ou provocadas, que se pde esclarecer sobre a qualidade dos seres que a compem, e sobre o papel que eles desempenham na Natureza; o mdium fez pelo mundo invisvel o que o microscpio fez pelo mundo dos infinitamente pequenos. (KARDEC, 2000a, p. 2-9). Na verdade, por estarmos em meio a um mar de Espritos ou oceano fludico, ningum lhes escapa da influncia, seja a dos bons ou a dos maus, motivo pelo qual Kardec concluiu: isto, como se v, completamente independente da faculdade medianmica tal como concebida vulgarmente; ou seja, a questo do mdium no sentido restrito reafirma, ao que nos parece, o fato de todos sermos mdiuns no sentido amplo. Em Mecanismos da Mediunidade, Andr Luiz nos remete a uma informao, segundo a qual fica fcil entender a possibilidade de todos ns sermos influenciados uns pelos outros, quer estejamos encarnados ou no. Leiamos: Reconhecemos que toda criatura dispe de oscilaes mentais prprias, pelas quais entra em combinao espontnea com a onda de outras criaturas desencarnadas ou encarnadas que se lhe afinem com as inclinaes de desejos, atitudes e obras, no quimismo inelutvel do pensamento. (XAVIER, 1986, p. 88). Isso, se no estamos sendo pretensioso demais, concilia-se com a definio ampla que propomos, mais no incio deste estudo. Vejamos agora as questes de O Livro dos Espritos, do captulo IX Interveno dos Espritos no mundo corporal, nas quais iremos encontrar algumas coisas que vm apoiar a nossa concluso: 459. Os Espritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos? Muito mais do que imaginais, pois freqentemente so eles que vos dirigem. 460. Alm dos pensamentos que nos so prprios, haver outros que nos sejam sugeridos? Vossa alma um Esprito que pensa. No ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem ao mesmo tempo sobre o mesmo assunto e, frequentemente, bastante contraditrios. Pois bem! Neles h sempre um pouco de vs e um pouco de ns, e isso que vos deixa na incerteza, porque tendes em vs duas idias que se combatem. 461. Como distinguir os pensamentos que nos so prprios dos que nos so sugeridos? Quando um pensamento vos sugerido, como uma voz que vos fala. Geralmente, os pensamentos prprios so os que ocorrem em primeiro lugar. Alis, no vos de grande interesse estabelecer essa distino, e muitas vezes til no sab-la: o homem age mais livremente. Se decidir pelo bem, ele o far com maior boa vontade; se tomar o mau caminho, maior ser a sua responsabilidade. 489. H Espritos que se liguem particularmente a um indivduo para proteg-lo? Sim, o irmo espiritual. o que chamais o bom Esprito ou o bom gnio. 490. Que se deve entender por anjo de guarda? O Esprito protetor, pertencente a uma ordem elevada. 491. Qual a misso do Esprito protetor? A de um pai com relao aos filhos: conduzir seu protegido pelo bom caminho, ajud-lo com seus conselhos, consol-lo nas aflies e sustentar sua coragem nas provas da vida. 492. O Esprito protetor est ligado ao indivduo desde o seu nascimento? Desde o nascimento at a morte. Muitas vezes ele o segue aps a morte, na vida espiritual, e mesmo atravs de muitas existncias corporais, j que tais existncias no passam de fases bem curtas da vida do Esprito. (KARDEC, 2006b, p. 291-329 - passim). Todas as abordagens aqui relacionadas, no tocante influenciao dos Espritos, se referem a todos ns, sem qualquer tipo de exceo; e se todo aquele que sofre algum tipo de influncia dos Espritos um mdium, ento a alternativa, que se nos apresenta, concluir que todos ns somos mdiuns, pois no existe quem no sofra as suas conseqncias. Podemos corroborar essa afirmativa com um trecho que consta da instruo dos Espritos na questo 495, assinada conjuntamente pelos Espritos So Lus e Santo Agostinho. Leiamo-la: [...] Cada anjo de guarda tem o seu protegido, pelo qual vela, como o pai vela pelo filho. Alegra-se, quando o v no bom caminho; sofre, quando seus conselhos so ignorados. No temais fatigar-nos com as vossas perguntas. Ao contrrio, procurai sempre estar em relao conosco, pois assim sereis mais fortes e mais felizes.So essas comunicaes de cada um com o seu Esprito familiar que fazem sejam mdiuns todos os homens, mdiuns ignorados hoje, mas que se manifestaro mais tarde e se espalharo qual oceano sem limites, para rechaar a incredulidade e a ignorncia. [...] (KARDEC, 2006b, p. 305-306). DESENVOLVIMENTO MEDINICO UMBANDISTAExistem varias formas de se desenvolver a mediunidade, ou seja: de coloca-la em ao!Uma delas a desenvolvida pelo Espiritismo.Outra, mais antiga, a desenvolvida pelo Candombl aqui no Brasil, a mais de 200 anos e que veio da Me frica.Uma terceira forma a desenvolvida pela Umbanda, aqui no Brasil.Em alguns centros o desenvolvimento consiste em colocar quem medium de incorporao dentro da corrente de trabalhos espirituais, aonde ele vai aprendendo lentamente sobre todo o ritual e de vez em quando o guia chefe "puxa o guia dele".Em outros o desenvolvimento feito em um dia parte, s com a participao dos mediuns j desenvolvidos e os que esto se desenvolvendo, com os mais "velhos" auxiliando os mais "novos" a darem seus primeiros "passos".Eu adoto a forma que aprendi e que consiste em reunir em dia especifico, e parte do trabalho de atendimento ao pblico, as pessoas com mediunidade de incorporao.Abrimos os trabalhos com esta funo: Desenvolver a mediunidade de incorporao nas pessoas que a possuem a faculdade de incorporar espiritos.Neste dia no se realiza atendimento a pessoas visitantes e desde o comeo ao fim tudo que feito tem o propsito de desenvolver a mediunidade.Se houver quem toque os atabaques e cante conduzindo as manifestaes, timo!Se no houver, os mediuns mais velhos cantam e batem palmas para auxiliar na incorporao dos que vieram para se desenvolver.Por vrios anos, logo depois que abri o meu prprio centro, em 1983, como no tnhamos uma Curimba, eu gravei em fitas K-7 pontos de Umbanda, em uma s com pontos de Ogum, em outra s com pontos de Oxum, etc.E, aps a abertura da Gira, um auxiliar colocava uma delas e os Guias conduziam o trabalho auxiliando os novos mediuns a incorporarem os deles, sempre em acordo com os pontos do Orix que estavam sendo tocados.Se eram pontos de Oxossi, os mediuns em desenvolvimento eram auxiliados a incorporarem seus caboclos de Oxossi, isto para os que tinham acabado de entrar na corrente medinica, porque os que j haviam sido auxiliados durante algumas giras j dispensavam o auxilio e incorporavam sozinhos, s observados pelos Guias responsveis pelo desenvolvimento deles.Quando estavam incorporando bem os seus guias elas passavam a auxiliar nos trabalhos de atendimento pblico at seus guias pedirem para comear a atender consulentes porque seus mediuns estavam prontos, ou quando o guia chefe determinava que o medium, j preparado por ele comeasse. E isto assim at hoje em meu centro!Com o passar do tempo a corrente cresceu e muitos mediuns, alguns com timas vozes comearam a conduzir a parte musical do desenvolvimento, quando cantavam e batiam palmas criando toda uma vibrao propiciadora da incorporao.Naquela poca eu no usava os atabaques porque o centro era no meio de um bairro residencial e s vim a utiliza-los quando abri o colgio de Umbanda no bairro do Belm, em um local comercial.H alguns anos atrs divulguei muito a idia de os centros de Umbanda ter um dia s para o desenvolvimento e que chamassem todas as pessoas que vo ao trabalho espiritual e que ouvem os Guias lhes recomendarem que desenvolvam suas mediunidades de incorporao, porque divido elas estarem em desequilbrio que sofrem com o assdio de espiritos sem luz.No que muitos centros j no fizessem isto, pois faziam e muito bem.O objetivo era estimular todos terem um dia voltado s para o desenvolvimento medinico, tal como feito no Espiritismo.Muitos que no faziam separao de giras acharam tima a sugesto e comearam a ter um dia dedicado s para os novos mediuns.Outros no gostaram da sugesto e comearam a espalhar que eu queria mudar a Umbanda.Dividido entre os elogios e as criticas, pois minha inteno era no sentido de ajudar a Umbanda crescer incorporando mais e mais pessoas com a mediunidade de incorporao, parei de falar em desenvolvimento medinico nos moldes de uma "escola".Mas vrias pessoas que criaram suas escolas de desenvolvimento medinico umbandista, uns com cursos s tericos e outros com o desenvolvimento envolvendo tanto a teoria quanto a pratica da incorporao, mas com todos ajudando o crescimento da Umbanda, porque desmistificam o ato de incorporar espiritos, colocando para todos os que possuem esta faculdade medinica que possvel desenvolve-la sem traumas ou medos.Parei de estimular publicamente a criao de "Escolas de desenvolvimento medinico umbandista" em respeito aos que so contrrios a elas.Mas, e isto minha opinio, acredito que seja uma boa sugesto para que os centros de Umbanda possam acolher tantas pessoas com esta faculdade medinica, que, se no for bem cuidada, s as prejudicar.Ou no isto que todos os nossos Guias Espirituais recomendam s pessoas possuidoras dela, ao lhe dizerem que s melhoraro se desenvolverem a mediunidade?Eu acredito que todos os centros deva ter um dia dedicado s para o desenvolvimento de mediuns.E no creio que esteja cometendo nenhuma afronta aos Orixs ou Umbanda ao crer nisso e realizar o desenvolvimento nos moldes de uma escola.Se escrevo isto e torno pblica atravs deste jornal a minha opinio, porque li em outro jornal umbandista que quem estimula ou oferece desenvolvimento medinico umbandista, assim como divulga que a mediunidade de incorporao a base humana da Umbanda sero punidos por nosso Pai Ogum, por que criam situaes vergonhosas para a nossa religio.Estimular o desenvolvimento medinico umbandista e ensinar que a base humana da Umbanda formada por mediuns de incorporao no um ato vergonhoso para a Umbanda e, com toda certeza os Oguns dos que j tiveram a oportunidade de se desenvolverem concordam plenamente conosco, os que acreditamos que s desenvolvendo novos mediuns a umbanda crescer cada vez mais.Ensinar que a base humana da Umbanda formada por pessoas possuidoras da mediunidade de incorporao, que, incorporados pelos seus guias, cumprem com o que determinou o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, no s no esta errado, como uma verdade que deve ser ensinada aos seguidores dela.Situao vergonhosa para a Umbanda vermos algum usar de um meio de divulgao para atacar o trabalho alheio de uma forma to abjeta, porque sabe que fui eu quem sugeriu a criao de Escolas de desenvolvimento umbandista, que fui eu que escrevi e ensino que a base humana da religio de Umbanda formada pelo seu Corpo de Mediuns, assim como ensino que o verdadeiro Templo de Umbanda o medium umbandista bem desenvolvido, porque atravs dele que a religio flui e se realiza na vida das pessoas atendidas pelos seus guias espirituais.O espao fsico de cada centro de Umbanda o local de reunio dos mediuns, cada um deles o verdadeiro templo atravs do qual seus orixs e seus guias se manifestam e fazem a Umbanda se realizar como religio medinica.O que ensino, pratico e divulgo atravs dos meios ao meu alcance esta amparado pela fora espiritual que me guia e me orienta no s no vergonhoso para a Umbanda, como tem ajudado muitas pessoas possuidoras de mediunidade a se desenvolverem, procurando nos centros que conhecem a ajuda necessria para tanto.E, se fosse verdade o que escreveram no tal jornal de umbanda, Ogum j teria me punido, porque ensino isto desde muito antes de a pessoa que escreveu esse absurdo ter se formado comigo no tempo em que pertenceu corrente medinica do meu centro, de onde saiu muito bem preparada mediunicamente para abrir o dela, que foi cruzado pelo senhor Ogum Beira Mar, que me ampara e me sustenta neste meu trabalho em prol do crescimento da Umbanda.S no cito aqui o nome do tal jornal de umbanda ou da pessoa que escreveu esse absurdo, porque ela no citou o meu nome e nem o do Jornal Nacional de Umbanda, em cujas pginas sempre saem artigos, no s meus, estimulando o desenvolvimento medinico umbandista.Mas, como a pessoa, seguindo o nosso exemplo, tambm esta enviando seu jornal de umbanda pela internet aos seus leitores, e sem nos dar o credito por mais esta inovao dentro da Umbanda, recorro ao Jornal Nacional da Umbanda para responder-lhe.L, no outro lado, veremos quem ir responder aos ps de Oxossi, de Ogum e de Oxal pelos seus atos e pelo que ensina... e pelo que escreve s para denegrir o trabalho alheio!Pai Rubens SaraceniDvidas sobre o Desenvolvimento Medinico:

A mediunidade uma porta aberta a outras esferas da existncia humana.Como acontece o desenvolvimento medinico?

No existe frmula especfica e cada terreiro possui seus prprios procedimentos. No geral, os mdiuns iniciantes primeiro devem conhecer e se afinar com o terreiro, at comear a participar das sesses de desenvolvimento. A partir da, os guias daquele mdium vo se aproximando gradativamente o que provoca uma srie de sensaes no corpo e na mente do mdium. As primeiras manifestaes consumam ser irregulares, com espasmos e outras reaes que chegam at a ser violentas. Com o passar do tempo, a ligao medinica se fortalece sua manifestao se torna cada vez mais natural e fluda, at o ponto de ele estar preparado para o trabalho na Umbanda. Durante este processo o mdium apara inmeras arestas tanto em sua mediunidade, quanto em sua moral e seu ntimo.

Por que ocorrem reaes violentas no processo de incorporao?

H inmeras causas. A mais comum delas a falta de preparo apropriado do mdium. No incio do desenvolvimento, comum a entidade desprender energia demais para alcanar o corpo astral do mdium, que por sua vez ainda no est preparado para isso. Assim o mdium tem a sensao incmoda, de muita energia estagnada no corpo. Quando esta energia, por fim, encontra caminho para fluir, isso ocorre subitamente, tudo de uma vez. Por isso ocorrem os espasmos e reaes violentas. Durante esta fase, importante que os companheiros de terreiro estejam atentos para evitar que o mdium se machuque. A falta de entendimento e excesso de vaidade, contudo, geram mitos do tipo: Nossa, meu caboclo to forte que me quebrou todo

Quanto tempo deve durar um desenvolvimento medinico?

O bom desenvolvimento no medido em tempo, mas sim em qualidade. O processo deve durar o quanto for necessrio para que o mdium esteja seguro e capaz de desempenhar suas funes.

Um mdium que no concluiu seu desenvolvimento pode atender pessoas?

Poder no pode, mas acontece. Este um ponto polmico na maioria dos casos. No raro mdiuns em processos iniciais de desenvolvimento serem escalados para atender consulentes. Assim como tambm no raro estes consulentes sarem das consultas confusos e com altos graus de perturbao. Os riscos so grandes para o mdium, para o consulente e para todos ao seu redor. Mas quando isso ocorre, todos tm sempre alguma desculpa que justifique sua postura e mascare seus erros. A nossa casa tem uma norma interna: nenhum mdium pode trabalhar incorporado no terreiro antes de concluir seu desenvolvimento medinico.

possvel que o mdium no esteja incorporado com esprito algum, embora se manifeste como se tivesse?

Sim. Isso pode ocorrer por engano do mdium (o animismo) ou pela ao de mdiuns fraudadores (a mistificao). Tal fato , infelizmente, mais comum do que se imagina. No caso do animismo, so permitidos em alguns terreiros quando h questes psquicas ou crmicas muito arraigadas envolvendo o mdium. uma atitude de caridade, pois mesmo sua maneira, estes mdiuns esto recebendo auxlio da espiritualidade superior naquele instante. No caso da mistificao, jamais deveriam ser permitidos. Mas nem sempre os dirigentes do terreiro tem olhos a perceber isso. Nenhum mdium jamais deve prestar atendimento ao pblico em qualquer uma destas situaes.

O que cangar o mdium?

como as entidades denominam o processo de desenvolvimento. Cangar significa preparar o mdium para o trabalho.

O que pembar o mdium?

um tema delicado e controverso. Em linhas gerais, quando um chefe de terreiro usa de feitios e mirongas para subjugar seus mdiuns. Na maioria dos casos usado como instrumento de ameaa ou vingana. Tal prtica vedada na Casa do Pai Benedito.

Qual a diferena na incorporao de orixs?

Orixs no incorporam, pois sua energia intensa demais para que o corpo astral de um mdium possa suporta esta ligao. Contudo estes orixs possuem seus encarregados, espritos tambm superiores, porm de luz mais tnue. Ainda assim sua luz intensa demais para permitir uma incorporao completa. So estes que se manifestam em giras de orix nos terreiros de Umbanda. Eles apenas se aproximam do mdium para toma-lo como veculo na irradiao de sua energia pelo plano fsico terrestre. Por isso, durante estas incorporaes, o mdium no fala, se move de maneira restrita e, comumente, ritmada, como se estivesse aplicando passes energticos.

possvel o mdium incorporar o esprito errado?

Se for despreparado, sim. comum o mdium ansioso se afobar durante o processo de desenvolvimento, no af de manifestar diversos espritos. Com isso, abandona sua condio de passividade e passa a conduzir a incorporao, ao invs de permitir que o esprito faa isso. Em um tipo de reao anmica, ele acredita estar incorporado com uma entidade quando, na verdade, que est presente outra, que pouco pode fazer alm de assistir tudo de forma lastimosa. Durante o desenvolvimento, dedique um tempo para afinar sua percepo sobre as entidades que o cercam. Procure conhec-las e nunca se coloque frente delas. Voc deve se oferecer como instrumento da espiritualidade e no a espiritualidade se prontificar ao seu servio.

Como se explica o fato de, por exemplo, Maria Padilha estar incorporada em vrios lugares e vrios mdiuns diferentes ao mesmo tempo? possvel se incorporar em vrios mdiuns simultaneamente?

possvel sim, como descrito na literatura de Kardec, que espritos de alta envergadura se manifestem em vrios mdiuns ao mesmo tempo, mas no este o caso no terreiros de Umbanda. Maria Padilha, 7 flechas, Pena Branca entre outros so nomes das falanges de trabalho. Todos os espritos pertencentes quele grupo se manifestam com o mesmo nome quando esto em terra. Mas tratam-se de espritos, de individualidades diferentes. Assim, no a Padilha que est em vrios lugares ao mesmo tempo. So vrios espritos da mesma falange, em vrios lugares, utilizando o mesmo nome.

Por que as entidades se manifestam de forma semelhante?

Para um mdium vidente, fcil identificar qual esprito est incorporado. Basta ver. Mas para a maioria das pessoas, no simples assim. Por isso, cada falange de trabalhadores possui comportamentos, movimentos e sons que nos auxiliem a identificar sua presena. Caboclos costumam bater no peito, pretos velhos curvam-se frequentemente e exus do boa noite a todos, mesmo quando dia. Estas so algumas destas caractersticas. Por trs de cada uma delas, h ainda outros conceitos particulares, que variam muito de acordo com a falange espiritual e o terreiro onde ela trabalha.

possvel que um uma entidade imite a outra quando incorporada?

A imitao possvel e at muito comum, mas no por parte da entidade. Cada esprito tem sua prpria individualidade. O ideal seria que todo mdium oferecesse condies ideais para que eles se manifestassem segundo sua prpria natureza. Porm, devido principalmente ansiedade dos mdiuns iniciantes ou m preparao dos mdiuns experientes, eles mesmos buscam referncias em outros espritos para se sentir mais confiantes e passam a imit-los. Esta questo, contudo, envolve muitos detalhes e deve ser tratada somente pelos dirigentes e entidades comandantes de cada casa. Mdiuns que se julgam capazes de decidir qual manifestao autntica ou no podem tornar-se alvos fceis da espiritualidade sombria e desencadear conflitos srios no terreiro.

Como devo saber o nome das entidades que vo trabalhar comigo?

Elas devem se apresentar. Evite ficar imaginando como isso seria, pois a ansiedade pode prejudicar seu progresso.

Por que pedido que as entidades risquem ou cantem seus pontos?

Estes so instrumentos de confirmao da presena da entidade junto a seu mdium. Estes pontos so chaves da identidade dos espritos e suas fala