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Módulo 9 Produção Orientada ao Mercado Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida Para os Facilitadores das Jffls

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Módulo 9Produção Orientada

ao MercadoProjecto Celeiro da Vida

Manual de Facilitação de PráticasAgrárias e de Habilidades para a Vida

Para os Facilitadores das Jffls

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Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida

Módulo 9:

Produção Orientada ao Mercado

Índice

Introdução: Produção Orientada ao Mercado 1

Tópicos especiais Página

Tópico M9-1: Implicações de Gerir um Pequeno Negócio

Tópico M9-2: Selecção de Recursos Parte 1: Os nossos recursos Parte 2: Selecção de negócios: possíveis formas de usar os nossos recursos Parte 3: Analisando várias ideias de negócios

Tópico M9-3: Promoção de Vendas

Tópico M9-4: Controlo de Qualidade

Tópico M9-5: Gestão de um Negócio Parte 1: Cálculo de custos e lucros Parte 2: Registos

Tópico M9-6: Poupança e Crédito

2

3-16 3-5 6-9

10-16

17-21

22-26

27-35 27-29 30-35

36-38

Resumo e Avaliação deste módulo 39

Lista de Referências para este módulo 40

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Introdução: Produção Orientada ao Mercado

O problema de falta de oportunidades de emprego para jovens, sobretudo nos países

em vias de desenvolvimento, afecta sobretudo as zonas rurais, incluindo os jovens

graduados nas JFFLS. O auto-emprego consiste, assim, na alternativa que os jovens

poderão encontrar para satisfazer as suas necessidades e melhorar as suas condições

de vida.

O presente módulo, o último do curso JFFLS, tem o objectivo de dar uma ideia básica

sobre como iniciar e gerir um pequeno negócio. Ajuda igualmente os jovens a

reflectirem sobre os recursos locais existentes e a selecção de negócios que se

adequem ao ambiente local e que possam igualmente acrescentar valor a esses

produtos.

Para além do que uma família produz e consome, através da auto-produção, esta

precisa igualmente de algum dinheiro para satisfazer outras necessidades, como, por

exemplo, para comprar alimentos que não produz, roupas, material escolar, sementes

e outros insumos agrícolas, despesas de saúde, entre outras. Através do

desenvolvimento de um pequeno negócio, a família diversifica as fontes de

rendimento e ganha meios financeiros adicionais, permitindo, assim, melhorar as

condições de vida e aumentar o acesso a uma dieta diversificada e saudável durante

todo o ano. Para além disso, os rendimentos adicionais gerados pelo negócio poderão

evitar que os jovens precisem de abandonar a escola à procura de emprego. Um

pequeno negócio gerido pela família ou por um aluno da JFFLS, permite gerir o

tempo de uma forma mais flexível do que um emprego fixo e assim mantém os jovens

na escola. Os jovens capazes de gerar um rendimento para a família são mais

valorizados e respeitados e ganham mais auto-estima. Dado que a gestão de um

pequeno negócio exige menos mão-de-obra intensiva do que a agricultura, poderá ser

uma alternativa para famílias com carência de força de trabalho, por exemplo, em

agregados onde há pessoas doentes, idosos ou/e jovens muito novos.

Através deste módulo pretende-se dar aos facilitadores das JFFLS orientações e

instrumentos para que estes facilitem a compreensão dos jovens das JFFLS sobre

como seleccionar um futuro negócio, como implementá-lo, como geri-lo e,

finalmente, como o negócio poderá afectar as suas vidas (positiva e negativamente). O

módulo mostra como estruturar as sessões e dá sugestões de exercícios e temas para

debate. Oferece igualmente exemplos de actividades culturais, tais como teatro, dança

e jogos, desenvolvidos e testados durante a formação de facilitadores (TOT) em

gestão de pequenos negócios na metodologia CEFE, e nos treinamentos realizados em

4 JFFLS da Província de Manica. As actividades culturais mostraram ser um elemento

valioso para motivar a participação activa de todos os jovens, gerar o debate, dar

exemplos e consciencializar os participantes em diversos temas.

DURAÇÃO DO MÓDULO: 10 sessões para um total de 18 h e 30 min.

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Tópico M9-1: Implicações de Gerir um Pequeno Negócio

Nota de Introdução:

Ao realizar um pequeno negócio, os jovens das JFFLS poderão garantir a

sua sobrevivência e Segurança Alimentar, ganhar mais capacidades,

contribuir para o rendimento familiar e assim ganharem mais respeito e

consideração por parte do agregado familiar e obterem mais

independência. No entanto, um negócio também poderá envolver riscos e

perigos, tais como, usurpação/perda do investimento e exposição a vários perigos (bebida,

tabaco, prostituição...).

OBJECTIVO: Conhecer as vantagens e desvantagens de gerir um negócio, e o

que é um recurso e que recursos têm na comunidade.

DURAÇÃO: 48 min.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante, marcadores.

PASSOS: 1. (3+5 min) Plenário: introdução e vitalizador

Explique que se iniciou um novo módulo e o que este trata, de forma

resumida.

Peça aos jovens para pensarem numa ideia de negócio.

Em seguida, forme uma roda, onde cada um dos jovens (e dos

facilitadores) deverá, ao som do batuque, ir ao centro e representar em

mímica, o tipo de negócio em que pensou. Os restantes deverão tentar

adivinhar que actividade foi representada.

2. (10 min) Plenário: chuva de ideias Peça aos jovens para apresentarem as suas experiências em relação a

negócios. Encoraje os jovens (rapazes e raparigas) a contar as suas

experiências ou as experiências de amigos(as).

Ajude a discussão, colocando as seguintes perguntas:

1. O negócio ajudou a família? E o jovem, em especial? Como?

2. O que foi mais fácil e mais difícil no negócio?

3. Alguma vez se sentiram em situação de perigo? Ou conhecem outras

histórias de jovens que correram algum perigo enquanto faziam o seu

negócio.

3. (15 min) Trabalho em grupo: vantagens e desvantagens de os jovens

fazerem um negócio Explique que, conforme as histórias apresentadas anteriormente, há aspectos

bons e menos bons que o jovem pode enfrentar quando faz um pequeno

negócio e que os grupos deverão pensar sobre as possíveis coisas boas e más

que podem acontecer. Em vez de escrever, os jovens poderão desenhar (no

caso de a maioria não saber escrever/ler). Nota: Registe algumas histórias

relatadas, as quais poderão ser usadas para representar em teatro.

4. (15 min) Plenário: apresentações dos grupos e resumo do facilitador.

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Tópico M9-2: Selecção de Negócios (Parte 1, pág. 1)

Parte 1: Os Nossos Recursos

OBJECTIVO: Conhecer os recursos existentes e disponíveis localmente e que

poderão ser aproveitados para realizar um negócio.

DURAÇÃO: 2 h 20 min.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante, marcadores; amostras de recursos

recolhidos; Batuque ou latas/panelas velhas em substituição.

PASSOS: 1. (3 min) Plenário: chuva de ideias como introdução

Pergunte que tipo de recursos existe na comunidade.

Explique que já haviam falado sobre recursos naturais no Tópico M8-3,

mas que existem vários tipos de recursos: não só água, solo, árvores,

plantas, animais, mas também outros feitos pelo homem, tais como

estradas, mercados, armazéns, escolas, poços, furos de água, matadouros,

chapa 100, bicicletas, etc. (veja na Ficha de Apoio para este tópico, na

pág. 5).

2. (40 min) Plenário ou em grupos pequenos: caminhada pela comunidade

Faça um passeio por diversas zonas da

comunidade, para observar diferentes

recursos comunitários (zona de

machambas, baixas, zona de pasto,

zona de floresta, recursos hídricos, tipo

de animais domésticos, mercado,

armazéns, etc.) – se necessário guiado

pelos líderes comunitários ou outros

que conheçam bem a comunidade.

Divida os jovens em 2 a 4 grupos (com

representação igual de rapazes e

raparigas), em que cada grupo visita uma área diferente (caso a área da

comunidade seja muito grande). Depois, os grupos partilham a

informação recolhida durante a caminhada.

Peça aos jovens para recolherem pequenas amostras de recursos (uma

pedra, folhas de árvores, etc.), para apresentarem mais tarde a todo o

grupo.

Durante a caminhada, coloque diversas questões:

1. Quais são os recursos naturais existentes em cada zona? Quem os

utiliza e para que finalidade?

2. Quais são os recursos naturais abundantes e escassos? Porquê?

3. Quais são as principais actividades desenvolvidas em cada zona (tipo

de culturas praticadas, onde são comercializadas, actividades

comerciais ou pequena indústria)?

4. Que infra-estruturas existem (estradas, mercados, armazéns,

electricidade, transporte, tanques de água ou canais para irrigação,

poços ou furos)?

5. Que serviços existem (rede de extensão, bancos, micro-crédito, lojas

de sementes/insumos ou outros, etc.)?

6. Principais constrangimentos à utilização dos recursos existentes.

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (pág. 2) 3. (15 min) Plenário: “Dança com Recursos”

Peça aos jovens para colocarem as amostras de recursos no centro do local de aulas e fazerem uma roda à volta dos mesmos.

Ao som do batuque, cada jovem deverá dançar com um recurso e mencionar um negócio que se pode fazer com esse recurso.

4. (50 min) Trabalho em grupos: fazer um “Mapa de Recursos” Divida os jovens em grupos (os mesmos que os da caminhada). Explique que depois de observarem os vários recursos na comunidade,

cada grupo irá fazer um desenho de um mapa da comunidade, com os diversos recursos.

Explique que o objectivo não é de ter um mapa perfeito, que não se trata de um concurso de desenho, mas sim a representação dos recursos e de como eles se distribuem na comunidade.

Esclareça que depois de representarem os recursos, deverão desenhar um círculo à volta dos recursos mais abundantes.

(Mostre o exemplo na 1ª Ficha de Apoio, na pág. 5)

5. (15 min) Plenário: apresentação dos mapas Cada grupo deverá apresentar o mapa realizado e explicar que recursos

são mais abundantes e escassos e como estão a ser usados. Aponte todos os recursos mencionados e coloque um asterisco à frente

dos mais abundantes, à medida que os mapas vão sendo apresentados. Peça a um ou dois voluntários para juntarem a informação de todos os

mapas e produzirem um único mapa de recursos da comunidade. 6. (5 min) Canção: fazer uma canção sobre recursos nas comunidades.

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1ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-2 (Parte 1)

Diferentes Tipos de Recursos

Recursos Naturais: solo, água, floresta (madeira, plantas medicinais, frutos silvestres,

mel, etc.) pasto, peixe, outros.

Recursos Económicos: culturas, mercado, estradas, transporte, rede de energia, furos de

água, bancos, empresas fomentadoras, etc.

Recursos Sociais: clínica, escola, igreja, diversos tipos de serviços, comités

comunitários, creches, etc.

Recursos Culturais: locais sagrados, pinturas rupestres, etc.

Exemplo de um Mapa de Recursos da Comunidade

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (Parte 2, pág. 1)

Parte 2: Selecção de Negócios: Possíveis Formas de Usar os Nossos

Recursos

Na selecção de um negócio dever-se-á, em primeiro lugar, procurar usar os recursos

existentes e disponíveis na comunidade, sobretudo os que são abundantes, de forma a tornar

o negócio viável e acrescentar valor ao que já existe localmente. Desta forma, o negócio

também terá menos riscos para pessoas que nunca fizeram um negócio, e que tenham pouca

experiência e pouco capital para iniciar uma actividade. Ao usar os recursos locais, evitam-

se altos custos de transporte, riscos para os jovens de se deslocarem para outros locais e os

custos iniciais do negócio reduzem (sobretudo se a matéria-prima está disponível na

comunidade).

Esta sessão dá atenção especial à importância e benefícios de usar os recursos locais e a

como estes poderão ser usados para gerar rendimentos.

OBJECTIVO: Conhecer os recursos mais disponíveis na comunidade, como

estes podem ser usados e os benefícios de começar um negócio

usando estes recursos.

DURAÇÃO: 1h 10 min.

MATERIAIS: Mapa de Recursos da Comunidade e Lista de Recursos (que

vêm na Parte 1).

Papel gigante, marcadores.

PASSOS: 1. (15 min) Vitalizador e plenário: discussão sobre o mapa de recursos

Comece com um Vitalizador do Guião de Actividades Culturais.

Peça aos jovens que se haviam voluntariado para desenharem um mapa

único de recursos da comunidade para apresentarem o desenho.

Siga com uma discussão, com base nos seguintes pontos:

1. Quais são os recursos naturais abundantes e escassos? Porquê?

2. Como são usados?

3. Quais são as principais actividades desenvolvidas (tipo de culturas

praticadas, onde são comercializadas, actividades comerciais ou

pequena indústria)?

4. Que infra-estruturas existem

(estradas, mercados,

armazéns, electricidade,

transporte, tanques de água

ou canais para irrigação,

poços ou furos)?

5. Que serviços existem (rede

de extensão, bancos, micro-

crédito, lojas de sementes/

insumos ou outros, etc.)?

6. Principais constrangimentos à utilização dos recursos existentes.

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (Parte 2, pág. 2)

2. (30 min) Trabalho de grupo: “Diagrama de Uso dos Recursos Locais” (ou

de “Subprodutos”) Depois de analisar os recursos mais abundantes, divida os jovens aos

pares, usando um jogo (veja o Guião de Actividades Culturais, págs. 14-

17).

Peça a cada par para escolher

um dos recursos (planta ou

animal) abundantes na

comunidade (para ajudar, pode

ler novamente a lista dos

recursos mais abundantes).

Peça para todos os pares

dizerem qual o recurso que

escolheram (evite muitas

repetições – mas não faz mal

se o mesmo recurso for feito

por dois pares).

Explique que cada par vai

pensar em todas formas

possíveis dos usos daquele

recurso, dando um exemplo e

ilustrando no quadro (veja o exemplo na figura à direita).

Nota: evite usar o exemplo de um dos recursos escolhidos pelos grupos,

de forma a não esgotar as ideias destes.

3. (25 min) Peça de teatro sobre o uso dos recursos locais

(Veja o exemplo de uma peça de teatro na 2ª Ficha de Apoio para o Tópico

M9-2, na pág. 8)

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2ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-2 (Parte 2):

Peça de Teatro: Selecção de Recursos

1. Cena

João – Amigo, agora não é tempo de parar.

Luca – Com tanto dinheiro que temos já podemos fazer o negócio fora da nossa

aldeia.

(Entram duas senhoras que os aconselham a fazerem um negócio, usando os recursos

locais e eles recusam-se).

Maria – O que vocês disseram não é a melhor solução!

Luca – Porque não?

Teresa – É melhor nós comprarmos o que temos localmente para fazer negócio e só

depois poderemos pensar em outros negócios fora!

João – Minhas grandes amigas, isso não nos interessa. Isso é convosco.

Maria – Espero que um dia não se arrependam. (Maria e Teresa saem).

Luca – Não nos dê azar pá!

João – Elas pensam tudo ao contrário! E o que vamos comprar e aonde?

Luca – Vamos a Tete, compramos feijão e vendemo-lo na Beira.

João – Muito bem. (Luca e João saem).

2. Cena

Maria e Teresa (entram com mercadoria, saindo dum farmeiro local)

Maria – Como vê o nosso negócio?

Teresa – Deus é grande. Em pouco tempo tudo já melhorou para mim!

Maria – Isto tudo porque nós iniciamos a fazer o negócio com produtos aqui

existentes.

Teresa – Maria, o produto já acabou. Vamos comprar mais. (Maria e Teresa saem).

Luca e João (entram)

Luca – João, desde que estamos a fazer negócio, nada se desenvolve!

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João – Eu estou muito desesperado e nem dinheiro tenho! Gastámos tanto dinheiro em

transporte e não conseguimos lucro nenhum!! Para além disso, esta semana o nosso

fornecedor falhou!!

Luca – (cansado) Sabe, vamos pedir empréstimo aos nossos colegas.

Teresa (entra).

Teresa – Nessa também não caímos, porque nós dissemos, não se precipitem, e vocês

julgaram-se potentes, não é?

João – Por favor, o nosso negócio não teve sucesso. Ajuda-nos!

Maria – Nós dissemos, para começarem com o que temos aqui, não quiseram, então?!

Teresa – Devemos considerar os nossos recursos em primeiro lugar!

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (Parte 3, pág. 1)

Parte 3: Analisando Várias Ideias de Negócios Nas primeiras três sessões, os jovens conheceram os recursos locais existentes, a forma como estão a ser usados e como poderão gerar rendimentos, bem como a vantagem de usar recursos locais para iniciar um negócio. Nesta sessão, eles começarão a pensar em possíveis ideias de negócios e aprenderão a fazer uma análise comparativa de diversos factores que determinam a escolha de um negócio (análise comparativa de capacidades pessoais, procura, etc.) usando um instrumento denominado micro-filtro. Através deste instrumento os jovens reflectirão sobre a sua experiência, a sua disponibilidade de tempo e de recursos, custos envolvidos e grau de procura do produto que pretendem produzir e vender. OBJECTIVO: Conhecer os principais factores a considerar antes de

seleccionar um negócio. Perceber que é necessário ser inovador e estar atento às oportunidades de mercado na selecção dos negócios.

DURAÇÃO: 2 h 50 min. MATERIAIS: Folhas de papel gigante com a matriz do micro-filtro

desenhada, marcadores, batuques (ou latas e panelas velhas e paus, em substituição).

PASSOS:

1. (3 min) Plenário: introdução Faça uma pequena introdução ao tópico (a importância de fazer uma

análise para seleccionar o melhor negócio) e faça a ligação com a dança (escolhendo o melhor passo).

2. (27 min) Execução do Jogo

Peça aos jovens para se dividirem em grupos de 3 ou 4 pessoas; nos batuques deverão ficar pelo menos duas pessoas.

Explique que os jovens deverão colocar-se em fila, em cada grupo, separados uns dos outros (como abaixo ilustrado).

A A A B B B C C C D D D

Comece a tocar os batuques, e o jovem à frente da fila (A) deverá fazer um passo de dança, que todos os outros (B, C e D) imitem; os jovens deverão mover-se, mas sempre em fila.

(27

Quando os batuques pararem, A passa para o fim da fila e B começa a fazer outro passo, que todos os que estão atrás deverão imitar (C, D e A) e assim por diante, até que todos tenham feito um passo de dança.

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B B B

C C C

D D D

A A A

Em seguida, cada grupo escolherá quem do grupo fez o melhor passo de

dança.

Os que forem seleccionados em cada grupo (1 por grupo) dançarão em

seguida, para que seja seleccionado o vencedor.

Nesta fase, todos os outros jovens votam (através da intensidade das

palmas para cada concorrente ou levantando os braços).

3. (1 hora) Trabalho em grupos: pensando em ideias de negócios

Faça uma introdução ao objectivo do jogo (estimular as ideias de

negócios, ainda sem entrar numa análise da sua viabilidade) e explique

como este se irá processar;

Divida os jovens em grupos de 5/6 (cada grupo deverá ter rapazes e

raparigas e pelo menos uma pessoa que saiba escrever);

Explique que cada grupo deverá pensar em ideias de negócios e que

aquele que conseguir mais ideias ganhará o jogo; porém, uma das regras é

que cada grupo deverá referir pelo menos 2 ideias que saíram do

exercício anterior, “Diagrama de subprodutos”;

Dê o sinal de início e durante 3 min os grupos deverão apontar o

máximo de ideias possíveis.

Quando terminarem os 3 minutos, ajude a contar o número de ideias e a

encontrar o vencedor.

O vencedor deverá apresentar as suas ideias de negócio. Os outros grupos

complementam com ideias não sugeridas por este grupo.

Termine o exercício explicando que é importante ter muitas ideias de

negócio, mas que mais importante ainda é pensar em boas ideias e que, no

exercício a seguir, algumas das consideradas melhores ideias serão

analisadas e comparadas, para seleccionar as que são viáveis.

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (Parte 3, pág. 2)

4. (1 hora) Trabalho em grupos: analisando ideias de negócios - Matriz

“Micro-filtro” Faça uma pequena introdução ao exercício (que é uma reflexão teórica

sobre as ideias que poderão ser viáveis na comunidade em que vivem).

Peça aos mesmos grupos que realizaram o exercício anterior para

escolherem 5 ideias de negócios (de acordo com as preferências pessoais

e o conhecimento do que tem procura na comunidade).

Explique que cada grupo deverá escolher pelo menos um negócio que

ainda não esteja a ser feito na comunidade (algo inovador, mas que use os

recursos locais).

Introduza a matriz de micro-filtro (veja o exemplo na 3ª Ficha de Apoio –

pág. 14) e explique como usá-la:

o Colocar na primeira coluna a lista de negócios escolhidos.

o Para cada negócio, devem responder às 6 perguntas que vêm nas

colunas seguintes, com sim ou não; o facilitador deve certificar-se de

que todas as perguntas foram bem entendidas.

o Contar o número de vezes que cada um respondeu “sim” e colocar o

total na última coluna (ex.: 4, se respondeu sim 4 vezes).

o O negócio que tiver uma maior pontuação (ou seja, maior número de

respostas “sim”) é aquele que tem mais probabilidades de ser viável.

É possível que mais do que uma ou que todas as ideias sejam válidas.

Os mesmos grupos preenchem a matriz (dê 30 min ou o tempo suficiente

para que reflictam bem sobre as respostas). O facilitador deverá

acompanhar o trabalho de grupos e esclarecer possíveis dúvidas.

Cada grupo apresenta o resultado obtido. Se houver outros grupos com o

mesmo tipo de negócio, pergunte se tiveram outro resultado e porquê.

Depois de apresentados todos os trabalhos, o facilitador deverá fazer um

apanhado das melhores ideias e permitir a discussão dos resultados em

plenário.

Matriz de “Micro-filtro”:

Questões

Ideias

Temos

alguma

experiência/

conheciment

o neste tipo

de negócio?

Temos

tempo

suficiente

para fazer

este

negócio?

A matéria-

prima/

insumos de

que

precisamos

estão

disponíveis

localmente?

Podemos ter

o dinheiro

suficiente

para

começar o

negócio?

Este produto

ou serviço é

necessário/

importante

para os

membros da

comunidade e

outros

possíveis

clientes?

Podemos

garantir a

nossa

segurança

ao fazer

este

negócio?

Número

Total de

“sim”

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Tópico M9-2: Selecção de Recursos (Parte 3, pág. 3)

5. (20 min) Plenário: peça de teatro sobre segurança no desenvolvimento

de um negócio

Na 3ª Ficha de Apoio para este tópico, na pág. 15, é apresentado um

exemplo de uma peça de teatro mostrando diferentes contextos que

representam exemplos de riscos no desenvolvimento de um negócio por

jovens e que poderão levá-los a situações de alcoolismo, má conduta e

prostituição.

No fim da peça, estimule o debate em torno dos seguintes pontos:

1. Conhecem histórias semelhantes? O que aconteceu?

2. O que deveremos fazer para evitar ou reduzir esses riscos?

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3ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-2 (Parte 3, pág. 1)

Exemplo de uma Matriz Preenchida Questões Ideias

Temos alguma experiência/ conhecimento neste tipo de negócio?

Temos tempo suficiente para fazer este negócio?

A matéria-prima/ insumos de que precisamos estão disponíveis localmente?

Podemos ter o dinheiro suficiente para começar o negócio?

Este produto ou serviço é necessário/ importante para os membros da comunidade e outros possíveis clientes?

Podemos garantir a nossa segurança ao fazer este negócio?

Número Total de “sim”

Produção e venda de galinhas

Sim Sim Sim Sim Sim Sim 6

Produção e venda de bananas na estrada, à noite

Sim Não Sim Sim Não Não 3

Produção e venda de feijões

Sim Não Sim Sim Sim Sim 5

Compra e venda de roupa das calamidades

Não Sim Não Não Sim Não 2

Produção e venda de bolos na escola

Sim Sim Sim Sim Sim Sim 6

Nota: Neste exemplo, chegou-se à conclusão de que as ideias mais viáveis de negócio são: Criação e venda de galinhas e produção e venda de bolos na escola.

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3ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-2 (Parte 3, pág. 2)

Exemplo de uma Peça de Teatro: “Segurança”

1. Cena

(na estrada)

Filipa – Hoje tenho de vender os meus bolos até à última hora. Bolo! Bolo! (gritando)

Marco – Eh moça! Traz aqui a bacia de bolos. (Marco é um camionista)

Filipa – Está aqui titio.

Marco – Quanto é toda essa bacia? (comendo)

Filipa – 60 Meticais.

Marco – Então, estás com quem aqui? (pegando ela)

Filipa – Sozinha. (recusando)

Marco – E você, quanto custa?

(Filipa grita, fugindo e sai de cena.

O Marco também sai de cena)

2. Cena

(em casa, mãe vendedora de bebida)

Mãe – Filho, está aqui este garrafão de nipa. Vais, vender na banca.

Filho – Então! É de quantos meticais?

Mãe – O que se passa consigo, você não sabe? São 150 Mtn.

Filho – Está bem, mamã, já vou. (sai juntamente com a mãe)

3. Cena

Filho – Aquela nipa que queriam está aqui, venham comprar!

Comprador – Está bem, esta nipa é de quando?

Filho – Esta é mesmo quente!

Comprador – Dá lá de 5 Mtn. Então, não provas um pouco!?

Filho – Pouco só – um! Está batendo a caixa.

Comprador – É! Vais acender o meu cigarro?

Filho – (já embriagado, não se controla e sai aos tombos).

4. Cena

(em casa)

Mãe – Este filho nunca chega. O que se passa!?

Filho – (vem cantando embriagado)

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Mãe – Então, meu filho, estás grosso? Como assim? O dinheiro, então!!??

Filho – (embriagado) Aquele amigo e outros ficaram a dever-me, tenho 20 Mtn.

Mãe – Que história é essa! Estás grosso mesmo, você! Não sabe que este dinheiro é

para comermos?

Filho – Aconteceu, Mamã, a culpa não é minha.

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Tópico M9-3: Promoção de Vendas/Competição (pág.1) Nota de Introdução:

Quando analisamos se um negócio tem “mercado”, estamos a olhar para a oferta (o que é

vendido no mercado) e para a procura (o que os clientes ou compradores potenciais

precisam e procuram). A oferta pode ser maior do que a procura (mais vendedores do que

compradores de um certo produto ou serviço) e neste caso os vendedores terão de seguir

boas estratégias de promoção de vendas de forma a atrair os clientes, ou procurar outras

oportunidades de negócio. Quando a procura é maior que a oferta (o número de vendedores

não consegue cobrir as necessidades de todos os compradores), os vendedores terão mais

facilidade em vender o seu produto. Um(a) negociante de sucesso deve sempre ter em conta o

mercado e seguir estratégias eficazes de promoção de vendas, para que o comprador veja ser

uma vantagem comprar a um certo vendedor e não a um outro.

Esta Lição pretende tornar clara a noção de mercado, a importância de conhecer o mercado

(oferta e procura) antes de decidir sobre o desenvolvimento de um negócio, e de seguir boas

estratégias de promoção de vendas para atrair os clientes.

OBJECTIVO: Compreender como analisar a procura e oferta no mercado e

como este influencia o sucesso de um negócio; conhecer a

importância de seguir boas estratégias de promoção de vendas.

DURAÇÃO: 1 h 30 min.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante, marcadores e batuque.

PASSOS: 1. (20 min) Plenário: introdução e vitalizador “Dança da Promoção”

Explique que irão discutir a importância de fazer a boa promoção de

vendas.

Coloque vários artigos que encontrar na escola ou artigos pessoais dos

jovens (roupa, pratos, copos, chapéus, sapatos, pastas, cadernos,

canetas, relógio, etc.) no centro de uma roda formada pelos jovens.

Uma de cada vez irá ao centro, ao som do batuque, pegar num artigo e

fazer uma boa promoção deste (depois de os batuques pararem).

Encoraje os jovens a serem expressivos e a usarem todos os meios de

atrair clientes (fazendo descontos, cantando, dançando, etc.).

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Tópico M9-3: Promoção de Vendas/Competição (pág. 2)

1. (20 min) Teatro “Vendedoras de Maheu”

Use o teatro para estimular o debate sobre a forma como um bom

vendedor deve tratar os clientes.

Veja a peça na 1ª Ficha de Apoio para este tópico, na pág. 20 - em que

se apresentam dois tipos de atitudes, por parte de duas vendedoras.

Nota: Dependendo das preferências e das situações que são mais

comuns na zona, os jovens poderão decidir apresentar na peça outras

situações.

2. (45 min) Plenário: exercício “Mini-mercado”. Análise de estratégias de

promoção de vendas

Neste exercício, os jovens vão imaginar um dia no mercado, com

vendedores e potenciais clientes. O resto do grupo fica a observar.

(5 min) Comece por fazer uma pequena introdução ao exercício.

Peça a 5 voluntários (3 meninos e 2 meninas, ou vice versa) para

fazerem de vendedores e a 3 para representarem os clientes – por

exemplo, um professor e duas donas de casa da comunidade (2 meninas

e 1 menino).

Explique que os 5 vendedores do mercado terão como objectivo

conseguir vender o mais possível e mais do que os outros vendedores.

Para que isso aconteça, eles terão de pensar:

o Nos produtos que vão vender (tendo em conta as necessidades dos

clientes, ou seja, seguindo o exemplo acima referido, do professor e

das donas de casa);

o Como vão apresentar a banca;

o Como é que os próprios vendedores se vão apresentar;

o Estratégias para chamar os clientes, incluindo preço, qualidade, tipo

de empacotamento, etc.

Quanto aos potenciais clientes, explique que estes vão comprar onde

acharem que há mais vantagens.

(10 min) Preparação dos vendedores. Faça vários vitalizadores/jogos

para os restantes jovens (veja o Guião de Actividades Culturais com

várias sugestões) enquanto os actores do mini-mercado se preparam.

(5 min) Execução do exercício

(5 min) Pergunte primeiro aos compradores:

o Como se sentiram durante o exercício, a quem preferiram comprar

produtos e porquê. Faça uma lista dos aspectos mencionados.

(5 min) Apresente aos vendedores as seguintes questões e aponte as

estratégias de promoção que tiveram sucesso:

o Como se sentiram e se conseguiram vender como esperavam e

porquê.

o Que estratégias seguiram para terem sucesso.

o Que outras estratégias pensam seguir da próxima vez.

(5 min) Peça aos observadores para comentarem o que viram, como se

comportaram os vendedores, como reagiram os compradores e o que

poderia ter sido melhor, em termos de estratégias para atrair os clientes.

Acrescente as sugestões apresentadas à lista.

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(2 min) No fim, faça um resumo de todas as sugestões para promoção de

vendas e pergunte se há outras ideias. (Veja as listas na 2ª Ficha de Apoio

para este tópico, na pág. 21).

3. (5 min) Plenário: canção sobre as características de um bom vendedor.

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1ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-3

Cena: Há duas vendedoras. Uma vendedora (Anita) que se preocupa em atender bem todos

os clientes, e outra (Zena) que atende muito mal os clientes que têm pouco dinheiro e

só se preocupa em contentar os que são de uma classe social mais alta.

Anita – Bom dia, amiga, ontem conseguiste vender todo o maheu?

Zena – Foi muito difícil! Primeiro, porque os clientes queriam sempre provar, para

saber se está bom ou não.

Anita – Qual era a sua reacção?

Zena – O que eu poderia fazer? Somente dizer, não nesta banca, isso não serve!

Anita – Não respeitas os clientes!

Zena – Qual cliente!? Isso não me importa!

Anita – Deixemo-nos disso! Vamos ao assunto principal.

Zena – Anita, diga-me lá, como é possível atender até um louco? Oh!

Anita – Oh, quê!? Não gosto disso!

Comprador (descalço e roto) – Olá, Dona Zena. Quanto está cada copo de maheu?

Zena – Este copo são 50 centavos e aquele 1,00 Mtn.

Comprador – Está muito caro, vou-me já embora!

Zena – Vai lá, o seu dinheiro para mim não serve!

Anita – Venha, meu Senhor, terás um atendimento eficaz e feliz!

Comprador – É desta maneira que o povo quer, posso provar?

Anita – Por favor, pegue neste copo e prove.

Comprador – Ok! Dá lá 2 copos.

Anita – É somente 1,50 Mtn.

Zena (dizendo à Belinha) – Esta Anita não deve estar bem. Qualquer pessoa ela

atende, como assim?

Belinha – Olha, Zena, deixa lá aquela gaja é uma louca!

Bêbado – Minha senhora, estou com fome, quero maheu porque faz-me bem.

Belinha – Hei, meu senhor, afaste-se de mim!

Zena – Em primeiro lugar estás sujo, cheirando mal. Afaste-se de mim, vá onde está

a dona Anita, ela pode atendê-lo.

Anita – Claro que sim, venha ver o melhor atendimento, bons preços, boa qualidade,

maheu que não dá dor de barriga, nem diarreia.

Exemplo de uma

Peça de Teatro:

“Vendedoras de

Maheu”

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2ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-3

Os Principais Elementos de Promoção de Vendas

Um bom plano de comercialização é fundamental para o sucesso de um negócio. Este deverá

ter em conta as pessoas que serão os potenciais clientes (mercado-alvo) e a forma de chegar

até eles. Esse plano deverá conter o que deve ser feito em termos de promoção de vendas,

como e quando. O plano de promoção de vendas também descreve como é que se pensa

atrair os potenciais clientes e que estratégias se irão seguir para que tenha vantagens em

relação aos outros vendedores (concorrência).

Produto: Que produto ou serviço vai ser vendido?

Clientes potenciais:

Quem serão as pessoas que vão comprar o produto ou serviço? Do que precisam elas

ou gostam de comprar? Quem vai fazer a promoção de vendas?

Preço: Quanto custa produzir um produto?

Por que preço os outros vendedores estão a vender o mesmo produto?

A que preço irei vender para ter lucro e ao mesmo tempo poder competir com os

outros vendedores?

Local: Onde vai ser vendido o produto?

Promoção: Como é que as pessoas vão saber sobre o produto que estou a vender?

Plano: Como é que o produto vai alcançar os potenciais clientes?

Algumas Estratégias de Promoção de vendas

Seja simpático e comunicativo para os clientes.

Apresente produtos de boa qualidade.

Tenha sempre os produtos disponíveis.

Torne o local da venda limpo, atractivo, com uma boa apresentação de produtos.

Ofereça algumas vantagens em relação aos outros vendedores (oferecendo

plásticos, na compra de algo, dando bacela, etc.).

Diga ao maior número de pessoas o que vende (publicidade).

Características de um Bom Negociante:

É importante, num negócio, planear bem o tempo, a mão-de-obra e o material

necessários para produzir um certo produto, nas quantidades e qualidade exigidas

pelo cliente;

Uma boa divisão de tarefas (de acordo com as qualificações e habilidades de cada

trabalhador) e o cuidado na selecção da matéria-prima são essenciais;

Um bom negociante nunca deverá tentar enganar o cliente;

Se queremos ter um negócio de sucesso e sustentável, temos de agradar os nossos

clientes e apresentar vantagens em relação aos outros vendedores;

Para termos um produto de qualidade, temos de fazer uma boa supervisão e

controlo de qualidade do produto antes de entregá-lo ao cliente;

Devemos concentrar-nos no negócio e saber superar todas as dificuldades.

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Tópico M9-4: Controlo de Qualidade/Características de um Bom

Negociante (pág. 1)

Nota de Introdução:

Nas duas últimas sessões os jovens reflectiram sobre o mercado e estratégias de promoção de

vendas. Uma das estratégias apresentadas consistiu

na apresentação de produtos de boa qualidade.

Durante esta lição, os jovens realizarão um

exercício que os ajudará a pensarem como planear a

produção de um determinado produto, para que este

tenha as qualidades e características exigidas pelo

cliente. Aqui os jovens vão ter de pensar na matéria-

prima, no tempo de realização e nas características

exactas da peça a produzir (bonecos de barro).

Outro exercício leva a reflectir sobre as qualidades

que um negociante deve ter, sobretudo quanto

enfrenta certos desafios durante o desenvolvimento

do negócio (pressão familiar para retirar dinheiro,

etc.).

OBJECTIVO: Conhecer a importância de oferecer uma boa qualidade de

serviços e produtos e de respeitar os compromissos assumidos

com os nossos clientes.

DURAÇÃO: 2 h.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante, marcadores, barro, um modelo de

boneco de barro feito pelos jovens, 30 caixas de fósforos e pano

para vendar os olhos.

PASSOS: 1. Preparação antes da aula (na aula anterior)

Peça a três voluntários para fazerem uma peça de barro, em casa. Dos

três modelos escolher-se-á um que não seja muito complicado, mas que

exija concentração para o fazer).

Divida os jovens em quatro grupos e peça a cada grupo para preparar

uma boa quantidade de barro para trazer na aula seguinte.

2. (1h) Plenário: jogo “Fábrica de Bonecos de Barro” Introduza o exercício, explicando que os três grupos constituem

pequenas empresas que assinam um contrato de fornecimento de

bonecos de barro para um certo cliente. Nesse contrato, são feitas várias

exigências pelo cliente quanto ao número, características e qualidade dos

bonecos, e quanto ao tempo para entrega dos mesmos. O cliente apenas

irá comprar aqueles que seguirem esses requisitos.

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Tópico M9-4: Controlo de Qualidade/Características de um Bom

Negociante (pág. 2)

Explique claramente as regras do jogo:

1. Cada grupo representa uma pequena empresa (cada grupo deverá dar

um nome à empresa).

2. O(s) facilitador(es) representa(m) o cliente.

3. As pequenas empresas fazem um contrato com o cliente para

fornecerem bonecos de barro.

4. Cada empresa faz um contrato com o cliente, dizendo quantos

bonecos poderá produzir em 5 min (à frente do nome de cada

empresa, coloque o número de bonecos propostos por cada empresa).

Explique que por cada unidade (boneco) aceite, receberão pontos

positivos, mas que por unidades rejeitadas ou não produzidas,

conforme o acordado, receberão pontos negativos (correspondentes a

uma multa/penalidade, por não cumprir o contrato) como se

apresenta no quadro abaixo:

1ª Ronda:

Nome da

empresa

No

prometido

No

entregue

No

entregue

e aceite

No

rejeitado

e não

entregue

Pontu

ação

final

Nhamabonecos 10 8 +7 -3 4

Fazer um quadro igual para a 2ª Ronda.

5. O Cliente só aceitará comprar os bonecos que:

Sejam iguais ao do modelo apresentado;

Apresentem qualidade (sem rachas, defeitos, etc.);

Sejam entregues no tempo previsto (5 min).

Depois de se certificar de que todos perceberam bem as regras e de se

estabelecerem os contratos, dê um tempo para os grupos se organizarem

(mas só poderão começar depois de um sinal, todos ao mesmo tempo).

Trabalho em grupos

o Dê o toque de partida e controle o tempo (5 min) para iniciar a 1ª

ronda.

o Quando terminar o tempo, todos param e entregam, uma empresa de

cada vez, os bonecos que conseguiram produzir.

o O cliente selecciona, de acordo com os critérios acima indicados, os

bonecos e aponta quantos foram aceites.

o Explique que o cliente vai querer mais bonecos e que as empresas

vão ter de produzir mais. Peça para que façam novos contratos e

estabeleçam novas metas (dê um tempo aos grupos para reflectirem).

o Inicie a segunda ronda (5 min) e siga os mesmos passos da primeira.

Discussão em plenário Aponte, em papel gigante, as principais contribuições:

1. Na primeira ronda, conseguiram atingir os resultados previstos no

contrato? Porquê?

2. Na segunda ronda, tiveram os mesmos resultados? O que mudou? As

novas estratégias tiveram sucesso? Porquê?

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3. O que aprenderam através deste jogo?

Conclusão: Acrescente algumas observações que fez durante o exercício

e faça um resumo das principais conclusões.

3. (40 min) Plenário: jogo “Construção da Torre”

Introduza o exercício explicando que, neste jogo, falamos dos riscos que

um negociante assume e de que forma deve reagir perante os mesmos;

Também, que faremos uma análise dos desafios que poderemos enfrentar

no desenvolvimento de um negócio (tais como pressão da família e de

amigos para entregar dinheiro do negócio, empréstimos, etc.).

Peça a dois voluntários (uma menina e um menino) para fazerem o papel

de 2 negociantes.

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Tópico M9-4: Controlo de Qualidade/Características de um Bom

Negociante (pág. 3)

Explique que os dois negociantes realizarão uma actividade que consiste

na construção de uma torre com as caixas de fósforos, nas seguintes

condições:

i. Usar somente uma caixa como base da torre;

ii. Usar a mão menos hábil e manter os olhos tapados;

iii. O mínimo de caixas a ser empilhadas é de 12 e somente acima desse

número, o negociante começa a ter lucro;

iv. Cada negociante diz, antes de começar, quantas caixas conseguirá

empilhar;

v. 3 min para construir a torre;

vi. Se a torre cair, recomeçar até ao sinal do fim do tempo;

vii. No fim, verifica-se o número de caixas.

(Antes do exercício: explique ao grupo na ausência dos dois

negociantes, já que estes terão de ser surpreendidos durante o

exercício): o Explique que na primeira vez os dois negociantes farão o exercício

ao mesmo tempo, em silêncio, e que ninguém poderá falar nada.

o Explique que na segunda ronda, farão o mesmo exercício, mas um de

cada vez, em que terão a oportunidade de estabelecer novas metas

(prever quantas caixas irão fazer) com base na experiência anterior.

Combine com os outros jovens (sem que os dois jovens que fazem o jogo

ouçam) que na segunda ronda, estes terão a interferência de 3 personagens,

que exercem influências negativas e positivas (uns interessados no sucesso do

negócio, mas outros apenas com interesses pessoais a atrapalhar o negócio).

Peça ao grupo para seleccionar as personagens, com base em exemplos da vida

real de pessoas que geralmente ajudam ou atrapalham um negócio. Para além

das personagens, peça sugestões sobre como estas se deverão comportar.

o Solicite voluntários para desempenharem o papel das três

personagens e prepare a sua intervenção.

(3 min) 1ª Ronda: o Peça aos dois jovens que fazem de negociantes para dizerem quantas

caixas irão conseguir empilhar. Aponte os números apresentados,

tape-lhes os olhos com uma capulana e dê sinal para começarem a

primeira ronda. Ao fim de 3 minutos peça-lhes para pararem,

destaparem os olhos e aponte o número de caixas empilhadas.

(3 min) 2ª Ronda: o Faça a segunda ronda (para cada um dos negociantes separadamente)

e peça a cada um dos negociantes para estabelecer novas metas.

o Dê sinal para que as personagens, uma a uma, comecem a surgir.

No fim registe o resultado.

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Tópico M9-4: Controlo de Qualidade/Características de um Bom Negociante (pág. 4)

(10 min) Discussão:

1. Pergunte aos negociantes: o Como se sentiram na primeira ronda? Que problemas

enfrentaram? Alcançaram as metas? Porquê? o Como se sentiram na segunda ronda? Era mais fácil ou difícil do

que na primeira? Conseguiram alcançar as metas? Porquê?

2. Pergunte aos observadores: o O que acharam do comportamento dos negociantes? o Que conselhos lhes poderiam dar?

3. Pergunte a todo o grupo: o Surgem situações destas na vida real? o Quem costuma interferir nos negócios? o Como deveremos agir nesses casos? o Como poderemos fazer para evitar que o negócio vá abaixo

devido a estas interferências?

(3 Min) Conclusão: faça um resumo das principais conclusões.

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Tópico M9-5: Gestão de um Negócio (Parte 1, pág. 1)

Parte 1: Cálculo de Custos e Lucros

Nas sessões que se seguem, os jovens aprenderão algumas habilidades

básicas de gestão: cálculo de custos, lucros e registos básicos de

caixa. Visto que os jovens poderão ter alguns problemas em

compreender esta secção mais teórica, é muito importante usar

exercícios muito práticos. De qualquer forma, é importante que os

jovens entendam a importância destes exercícios, e que a capacidade

de calcular custos e margens de lucro, registar vendas, inventários,

débitos e créditos constituiu um dos pilares principais para o sucesso

de um negócio.

Nos exercícios que serão realizados é importante ter grupos

equilibrados, em que todos tenham pelo menos algum(ns) jovem(ns) que saibam escrever e

fazer contas de somar e subtrair.

OBJECTIVO: Saber calcular custos e margens de lucro, o que considerar no

cálculo de custos e como fazer registos básicos.

DURAÇÃO: 3 h e 25 min.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante e marcadores.

PASSOS: 1. (10 min) Plenário: introdução e vitalizador

Introduza o tópico e siga os passos para o jogo “1, 2, 3 de Bradford” do

Guião de Actividades Culturais (pág. 9).

1. (1 h15min) Exercício de cálculo de custos e preços de bolinhos

(5 min) Introdução: explique que os jovens exercitarão o cálculo de

custos e margem de lucro, com base na representação teatral das etapas

de produção de bolinhos (representada pelos facilitadores). Esclareça

que, durante a peça, todos deverão prestar muita atenção e anotar todos

os custos de produção. Na peça, coloque preços reais da zona.

(20 min) Execução do teatro (veja o exemplo na 1ª Ficha de Apoio

para este tópico, na pág. 29).

(20 min) Em grupos: os grupos deverão fazer uma lista de todos os

custos identificados e somá-los.

(15 min) Em plenário: os grupos apresentam as listas. Verifique se

todos os custos foram incluídos. Se faltar algum (geralmente a mão de

obra não é considerada, nem o transporte) acrescente e esclareça.

Faça com os jovens o cálculo total dos custos.

Explique que é preciso, em seguida, fazer o cálculo da margem de

lucro e pergunte se alguém sabe fazê-lo e se pode explicá-lo a todo o

grupo. NB: (Margem de Lucro = Total de Receitas – Total de Custos).

Clarifique como é que serão calculadas as receitas e a margem de

lucro.

(5 min) Em grupos: façam os cálculos para, em seguida, apresentarem

os resultados.

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Tópico M9-5: Gestão de um Negócio (Parte 1, pág. 2)

(10 min) Em plenário: apresentações e discussão

o Esclareça as possíveis dúvidas e ajude a obter o resultado certo.

o Pergunte se algo se poderia fazer para tentar obter mais lucro.

2. (2 horas) Plenário: visita a um negócio local. Exercício de cálculo de

custos e margem de lucro.

(alguns dias antes) Preparação pelo facilitador: prepare previamente

uma visita a um produtor (poderá ser à horta/machamba ou aviário da

escola ou de outro produtor local, como, por exemplo, o familiar de um

dos jovens ou alguém que se preste a dar informações sobre o negócio).

Certifique-se que a pessoa a visitar conhece os custos do negócio. Escolha

um local de fácil acesso. Se possível, escolha um dos negócios

seleccionados através do micro-filtro.

Divida os jovens em grupos (poderão ser os mesmos do exercício

anterior).

Explique o tipo de negócio que irão visitar e em que consistirá o trabalho.

Peça aos grupos para prepararem perguntas a colocar ao produtor/

responsável da produção, com vista a calcularem os custos e lucros da

actividade.

Visita ao local de produção: onde os jovens colocam as perguntas e

registam as respostas.

De volta à JFFLS, em grupos:

o Peça aos grupos para fazerem o cálculo, da mesma forma que

fizeram no exercício anterior.

o Apresentações em plenário: peça os resultados a todos os grupos

(margem de lucro). Se algum dos grupos tiver um resultado muito

diferente, peça-lhes para apresentarem o trabalho. Peça aos outros

grupos, que obtiveram o resultado certo, para descreverem como

fizeram os cálculos.

(15 min) Discussão: para concluir, pergunte:

1. Qual dos dois negócios (bolinhos e o actual) é mais vantajoso e

porquê.

2. O que se deverá fazer com a margem de lucro? Aqui dever-se-á

aconselhar para que, depois de se retirar uma margem para compensar

a mão de obra do dono do negócio, se faça alguma poupança para

reinvestimento no negócio e, assim, expandi-lo; para situações

imprevistas (ex.: aumento dos custos de matéria-prima, roubo,

incêndio); e para repor alguns instrumentos, quando se estraguem os

actuais.

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1ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-5 (Parte 1)

Exemplo de uma Peça de Teatro: “Produção de Bolos”

1. Cena:

Mãe – Tomás, hoje irá chover?

Tomás – Acho que não, Mamã. Porque pergunta se vai chover ou não?

Mãe – Porque temos que ir à vila comprar trigo.

Tomás – Oh! Eu já me tinha esquecido da viagem.

Mãe – Então, prepara-te o mais rápido possível, senão iremos perder o transporte. Vou

separar 20,00 Mtn para pagar o transporte!

Tomás – Mamã, porque não vamos a pé? E depois voltamos com chapa 100.

Mãe – Eu sei o que estou a fazer. Vamos embora!

2. Cena:

Mãe – Já chegámos. E é melhor irmos a essa loja aí em frente.

Tomás – Mamã, essa loja tem trigo muito caro. Era melhor irmos aos armazéns.

Mãe – Não, fica muito longe da paragem.

Vendedor – É melhor aqui, Mamã.

Mãe – Quanto custa o trigo? Quero 1 kg de trigo, 500 ml de óleo, 0,5 kg de açúcar, 4 colheres

de fermento.

Vendedor – Cada quilo de trigo é 14,00 Mtn, fermento 4.00 Mtn, óleo 15,00 Mtn por litro e

o açúcar é 10,00 Mtn.

Mãe – Está bom, dá lá. Quanto custa tudo isso? Já vamos.

Vendedor – Essa senhora está muito atrapalhada. (Saem todos).

3. Cena:

Tomás – Mana, hoje é um dia com muito movimento no mercado.

Mana – Esses bolos já deviam estar prontos há muito tempo. Quem se atrasou com a lenha,

não foi você?

Tomás – A lenha já está acesa.

Mana – Obrigada. Então, vem enrolar os bolos.

Tomás – Esses bolos que estás a enrolar são um pouco pequenos!

Mana – Isto é negócio, cada um joga à sua maneira e assim consigo fazer mais (indicando o

número de bolos produzidos)! Já estão prontos! Vamos ao mercado e vamos vender os bolos a

1,00 Mtn cada!

(Saem, simultaneamente entra a mãe).

Exemplo da Representação dos Cálculos:

Custos

Receitas

Trigo ..........................14,00 500 ml óleo.................15,00 Açúcar.........................10,00 Fermento..................... 4,00 Chapa..........................20,00 Taxa de mercado............2,00 Total: 65,00

90 bolinhos x 1,00 Mtn

Total: 90,00

NB: 90,00 (Total de Receitas) – 65,00 (Total de Custos) = 25,00 (LUCRO)

Nota: Se a maior parte dos jovens não souber escrever, aconselhe-os a usarem

desenhos em vez de descreverem os produtos por escrito.

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Tópico M9-5: Gestão de um Negócio (Parte 2, pág. 1)

Parte 2: Registos

Muitas pessoas não registam quanto dinheiro entra e quanto

sai do seu negócio. Isto acontece porque não o sabem fazer

e/ou não têm consciência da importância dos registos para o

sucesso da sua empresa. Guardam tudo de memória e não têm

o conhecimento exacto de quanto estão a ganhar, nem têm

formas de provar possíveis dívidas ou créditos. Não registam

o que têm em armazém, nem o que compraram. Esta falta de

registos e de contabilidade básica leva muitas vezes a

situações de desconfiança e abre oportunidades para desvios

de bens e de fundos, sobretudo se trabalham em grupo ou se o

dono do negócio não tem tempo para zelar permanentemente pelo negócio.

OBJECTIVO: Conhecer a importância de manter registos de caixa, de

mercadoria e de dívidas regularmente e dar orientações de

como faze-lo de forma simples e eficaz.

DURAÇÃO: 2 h e 20 min.

MATERIAIS: Folhas de papel gigante, marcadores, rifas (pequenos papéis

enrolados) folhas a representar dinheiro, alguns produtos.

PASSOS: 1. (10 min) Plenário: introdução e vitalizador

Introduza o tópico de registos e escolha um vitalizador (veja o Guião de

Actividades Culturais).

2. (30 min) Plenário: drama “Confusão na barraca do Sr. Muataburro” A peça de teatro demonstra a importância de fazer registos do movimento

de caixa e de mercadoria. A cena passa-se numa banca fixa, onde o Dono,

Sr. Muataburro vende diferentes produtos. Às vezes, dá também

empréstimos a pessoas conhecidas, sem registar, e estas não devolvem o

dinheiro. Um dia, há um roubo e Muataburro perde todo o dinheiro. Ele

não registou nada, então é difícil provar à polícia o que perdeu.

Use a peça da 2ª Ficha de Apoio para este tópico, nas páginas 33-34.

3. (30 min) Introdução aos registos

Explique que os jovens irão observar o movimento diário de um negociante

através de uma pequena peça.

Nesta peça, existe um negociante, um fornecedor de mercadoria, no

armazém, e um cliente. No início do dia o negociante conta o dinheiro em

caixa e diz em voz alta quanto dinheiro tem (ex: 200,00 Mtn).

Depois o negociante vai fazer compras de alguns produtos no armazém e

vai dizendo em voz alta o que vai comprando (ex.: 1 litro de óleo, 30,00

Mtn; um pacote de leite NIDO, 95,00 Mtn; 2 pacotes de açúcar, 40,00

Mtn).

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Tópico M9-5: Gestão de um Negócio (Parte 2, pág. 2)

O negociante volta para a banca e aparece um cliente que lhe compra um

pacote de leite NIDO.

À medida que se vai desenrolando a peça, um jovem, com a ajuda de todo o

grupo, vai registando os movimentos na folha gigante, como a seguir se

indica:

☼ Data

Entradas

Saídas

07.07.06

Saldo inicial 200,00

1 NIDO 95,00

1 l de óleo 30,00

1 NIDO 95,00

2 pac.açúcar 40,00

Saldo = 130,00 Total:________295,00 - Total_________165,00

4. (1h) Trabalho em grupo: “Jogo das Rifas”

Preparação antes da sessão: Prepare pequenos papéis enrolados (rifas),

com a descrição de movimentos de caixa (abaixo descritos) e coloque-as

em copos (1 jogo de rifas para cada grupo).

Dia 10.08.06 Vendeu 10

refrescos por

70,00 Mtn

Dia 10.08.06 Levou 1 litro de

óleo, de 30,00

Mtn para

consumo em

casa

Dia 10.08.06 Vendeu 10

ovos, no valor

de 35,00 Mtn

Dia 10.08.06 Pagou a taxa do

Município no

valor de 20,00

Mtn

Dia 10.08.06 Vendeu 10

refeições, no

valor de 500,00

Mtn

Dia 10.08.06 Entregou 300,00

Mtn à Tia para

ir ao curandeiro

Dia 10.08.06 Teve um roubo

na banca e

levaram todo o

dinheiro (200,00

Mtn)

Dia 10.08.06 Vendeu 3 sacos

de arroz no

valor de 400,00

Mtn

Dia 10.08.06 Houve um

incêndio na

banca e teve um

prejuízo de

500,00 Mtn

Dia 10.08.06 Vendeu 5

pacotes de

açúcar no valor

de 100,00 Mtn

Explique que, neste exercício, vão praticar o preenchimento de uma

folha de caixa. Sensibilize os jovens para o facto de em qualquer negócio

poderem existir situações imprevistas e que é importante estar preparado

para isso através de poupanças, caso contrário, o negócio poderá ir à

falência.

Explique como se vai processar o jogo: cada grupo terá de tirar do copo

5 rifas (de um total de 10) à sorte. Ao abrir cada uma das rifas, o grupo

terá de registar na folha de caixa a entrada ou saída de dinheiro. Todos os

grupos representarão uma pequena empresa, que começa o dia de

negócio com 100,00 Mtn em caixa.

Divida os grupos (tendo em conta que em cada grupo, algum(s)

jovem(ns) deverão saber escrever e fazer contas de somar e subtrair.

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Tópico M9-5: Gestão de um Negócio (Parte 2, pág. 3)

Acompanhe os grupos e esclareça possíveis dúvidas.

Pergunte aos grupos que saldo tiveram e porquê (provavelmente, alguns

grupos tiveram saldo positivo e outros saldo negativo).

Peça a um dos grupos para apresentar a sua folha de caixa e esclareça

possíveis dúvidas.

5. (10 min) Conclusões: conclua a lição, perguntando:

Pensam ser importante fazer registos de entradas, saídas, dívidas,

mercadoria? Porquê?

O que poderá acontecer se não fizermos registos?

Conhecem algum caso real (ou experiências pessoais) em que o negócio

foi abaixo por não se fazer registos?

(Para apoio, veja informação sobre Registos, na caixa em baixo ).

Informação sobre Registos

Em que consistem os Registos?

Consistem na descrição de todas as transacções financeiras de um negócio, ou seja, no

registo de todo o dinheiro e mercadoria que entra e sai. Os registos são importantes

porque, não sendo possível memorizar todas estas transacções, é natural que as

pessoas se esqueçam. É mais fácil lembrar o que aconteceu há pouco tempo e se

existem poucas transacções, mas à medida que o negócio se desenvolve e cresce, mais

movimentos serão feitos e será difícil lembrarmo-nos de tudo.

Vantagens de manter registos

Saberá quanto dinheiro recebeu, quanto gastou e como;

Permite analisar se está a ter lucro ou não;

Permite provar que alguém lhe deve dinheiro (se registar uma dívida, peça ao

devedor para assinar);

Evita o uso indevido de dinheiro por parte de empregados ou de outras pessoas

envolvidas no negócio;

Permite descobrir rapidamente se alguém está a desviar dinheiro ou mercadoria;

Permite verificar se o que está registado em termos de vendas, corresponde à

mercadoria que saiu.

Várias formas de fazer registos

Existem diversas formas de fazer registos de movimentos de caixa ou inventários de

mercadorias. Para além da escrita, desenhos, símbolos, nós numa corda, paus, a

representarem números, datas ou coisas, são algumas das formas usadas por pessoas

nas zonas rurais. O mesmo símbolo deverá ser usado sempre para a mesma coisa. Por

exemplo, pode-se representar uma data através de pontos (dia 10 = 10 pontos). Para

representar um item (ex.: 10 laranjas) pode-se fazer o desenho de laranja e colocar 10

pedras em frente (ou pontos). À medida que se vai vendendo as laranjas, vai-se

riscando os pontos e retirando as pedras. À medida que se compram mais laranjas, vai-

se acrescentando pontos ou pedras.

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2ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-5 (Parte 2, pág. 1)

Peça de Teatro: Confusão na Barraca do Sr. Muataburro

1. Cena

(entra) Empregada - Nesta barraca tudo está desarrumado - óleo, sabão, sal, os cadernos em

cima dos ratos - o que será desta maneira?!

Muataburro - Elisa, estão aqui novos produtos, arrume juntamente com os outros produtos.

Elisa – Está bem, patrão. Não é preciso separar?

Muataburro – Não, junta tudo, é desta maneira que o rendimento pode sair muito bem.

Elisa – Obrigada, patrão.

(entra) Primo do Muataburro – Quanto custa uma Coca-Cola?

Muataburro – Uma coca está apenas 12,00 Mtn, mas há desconto de 5,00 Mtn.

Primo – OK, mas olha, eu apenas tenho 1,00 Mtn. Oiça lá, o resto trago amanhã.

Muataburro – OK, mas não quero problema. (Entrega ao primo, sai).

(entra) Filha – Papá, na escola precisam de um novo material escolar.

Muataburro – OK. Que tipo de material necessitas?

Filha – 4 cadernos, 2 réguas, uma caixa de lápis de cores. São 75,00 Mtn.

Muataburro – OK. Isso não é nada. Elisa, tira da caixa 100,00 Mtn.

Filha – Obrigada, Pai, já vou-me embora. (Sai).

(entra) Cunhado – Bom dia, Cunhado Muataburro.

Muataburro – Bom dia, diga, meu cunhado.

Cunhado – É que, estou passando muito mal sem o salário, estou totalmente invadido pela

fome.

Muataburro – OK, então, de que precisa?

Cunhado – 5 kg de farinha. Logo que receber venho pagar.

Muataburro - OK. Elisa, entrega lá. Mas não quero problemas! (cunhado sai).

(entra) Amigo – Como é que está de saúde, meu amigo?

Muataburro – Tudo bem.

Amigo – Peço um favor, que me dispense um sabonete. Venho pagar-lhe logo que receber o

meu dinheiro.

Muataburro – OK, meu amigo. Gostaria que não me criasse problemas. (Muataburro sai com

seu

amigo).

Amigo – Nada disso, meu grande amigo.

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2. Cena

(Muataburro entra muito zangado com a empregada, alegando que ela está desviar as coisas

na barraca. Na segunda cena entram de novo as personagens, pedindo de novo empréstimo,

sem terem pago o primeiro empréstimo; Muataburro exige o seu dinheiro; as personagens

alegam que já pagaram).

Primo – Preciso de uma ajuda para caril e sabão, pago logo.

Muataburro – Em 1º lugar, paga-me a 1ª dívida.

Primo – Já paguei na semana passada, se não quer, já vou!

Muataburro – Está bom, vai embora. (sai).

Amigo – Como é que vai o negócio?

Muataburro – Vai mal.

Amigo – Amigo, pode emprestar-me OMO e petróleo?

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2ª Ficha de Apoio para o Tópico M9-5 (Parte 2, pág. 2 )

Muataburro – Meu dinheiro das coisas que levaste!

Amigo – Como? O quê?! Eu já paguei, e até me falta troco!

Muataburro – De quanto? Nada disso! Sai lá pá! (Amigo sai e o Muataburro também).

Elisa – Esse patrão não está bem da cabeça, eu também vou ao quarto de banho. (sai e deixa a

porta aberta).

(entra) Ladrão – Estes pensam o quê mesmo? Vão se ver comigo... (rouba e sai).

(O ladrão roubou todo o dinheiro das vendas).

3. Cena

(entra) Elisa - O que aconteceu aqui? Terá sido um ladrão?

(entra) Muataburro – Elisa! O que se passa aqui?

Elisa – Ladrão, patrão!

Muataburro – O meu dinheiro também?

Elisa – Sim.

Muataburro – Agora vou à policia! (todos saem para a policia).

(Na policia Muataburro mete a sua queixa contra o ladrão e os devedores e manda chamar a

empregada e os devedores. A polícia pede o caderno de registos. Ele não tem, os devedores

também exigem o caderno de registo. A polícia conclui que ele não tem provas).

(Muataburro sai dali chorando, desesperado no seu negócio).

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Tópico M9-6: Poupança e Crédito

Nota de Introdução:

Todas as pessoas precisam de dinheiro para diversas situações. No entanto, algumas pessoas

têm pouco dinheiro e gastam-no todo com as necessidades básicas. Torna-se assim muito

difícil colocar alguma quantia de parte e fazer poupanças. A poupança ajuda a fazer planos

de futuro e a ter algum dinheiro para iniciar/desenvolver um negócio. Permite igualmente

superar algumas situações imprevisíveis, tais como doenças, roubos, etc., como se viu

acontecer no exercício das rifas.

Durante esta lição, o facilitador ajudará a criar nos jovens a consciência da importância de

poupar e de que é possível fazê-lo, mesmo com pouco dinheiro. Os jovens debaterão como

poderão começar a fazer poupanças individualmente ou em grupos e os diversos esquemas

que são usados localmente. O facilitador poderá igualmente transmitir outras experiências

praticadas noutros lugares.

PASSOS: 1. (10 min) Plenário: a história da Joana, uma discussão sobre os benefícios

da poupança

O facilitador deverá ler a seguinte história, de forma pausada e clara

(traduza em língua local):

“A Joana teve a ideia de ganhar dinheiro a vender bolinhos. Ela sabe que se

não guardar uma parte dos lucros num local seguro, vai gastar todo o

dinheiro facilmente. Então ela decide separar uma parte do dinheiro como

poupança e guardá-lo num local seguro. Ela consegue obter 80,00 Mtn da

venda de bolos por dia. Desse dinheiro tem de tirar 50,00 Mtn para comprar

ingredientes, pagar transporte e carvão. Retira ainda 20,00 Mtn para as

despesas domésticas (como pagamento da sua mão-de-obra). Os 10,00 Mtn

que sobram, guarda como poupança.”

1. (15 min) Plenário: chuva de ideias sobre as seguintes perguntas:

1. Porque é que a Joana quis poupar algum dinheiro? (Porque é que é

importante poupar dinheiro)?

2. Como é que a Joana poderá poupar dinheiro?

3. Onde a Joana poderá guardar o dinheiro de forma segura?

2. (15 min) Trabalho em grupos: Divida os jovens em grupos e peça a cada

grupo para imaginar um fim para a história da Joana, dizendo o que a Joana

OBJECTIVO: Sensibilizar os

jovens sobre a

importância de

poupar e debater

possíveis formas

de o fazer,

individual e

colectivamente.

DURAÇÃO: 1 h e 20 min

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fez com o dinheiro guardado ao fim de um mês, e peça aos grupos para

contarem o fim da história, como a imaginaram.

3. (10 min) Plenário: conclusões: Pergunte aos jovens que experiências existem

localmente de poupança e crédito e se pensam que é possível fazerem parte de

um desses esquemas.

5. (30 min) Teatro sobre poupança e crédito (veja a peça na Ficha de Apoio na

próxima página).

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Ficha de Apoio para o Tópico M9-6

Exemplo de Peça de Teatro: Poupança e Crédito

1. Cena (a cena decorre nas bancas de um mercado)

António – Bom dia, senhora.

Mónica – Bom dia, como é que está?

António – Tudo bem. O negócio está andando?

Mónica – Está indo, então, o que vai, patrão?

António – Nada. Prima, nós temos um assunto muito interessante para uma mudança

no seu negócio.

Mónica – Está bom. Qual é o assunto?

António – Muito bom. Gostaria que prestasse muita atenção!

Ferna – Em primeiro lugar somos duma associação (Fungulane Maço), em que os

negociantes estão organizados em pequenos grupos de 10 a 15, no máximo 30.

António – Neste grupo, durante um período de tempo, que vocês irão combinar, irão

poupar o vosso dinheiro e também dar empréstimo a certas pessoas.

Miguel – Por favor, para mim este jogo não dá certo.

Outros – Porque não, amigo?

Miguel – Porque tenho um ditado que diz: “A vida prepara-se individualmente”. (Ele

sai).

Suri – Bem, nós sabemos que “mais vale a pena ter um pássaro na mão do que cem a

voar”.

Ferna – Meus senhores, quem tem ouvido para ouvir, ouviu! (Ele sai).

Suri – Amigas, vamos abrir os olhos, é o nosso dinheiro que irá servir para nós

mesmos.

Outros – Muito bem, vamos implementar.

(Arrumam as bancas e saem).

2. Cena

Miguel (entra muito grosso dizendo que os outros são brutos, não pensam,

orgulhando-se que têm muito. Adormece com o cigarro na mão e pega fogo à casa).

Miguel – (Levanta-se assustado, gritando e pedindo socorro e não recupera nada; sai

chorando).

Amigos – Ouviram aquele barulho durante a noite?

Bento – É o Miguel, sofreu um incêndio durante a noite.

Miguel – (Entra muito triste, dizendo) Amigos, é muito triste o que aconteceu

comigo. O arrependimento vem depois! Peço empréstimo de um dinheiro na vossa

associação.

Bento – É impossível, Miguel, não poupaste o dinheiro connosco.

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Resumo deste Módulo e do Currículo JFFLS

(30-45 min) Plenário: exercício “Rede”

Peça ao grupo para se sentar (ou ficar em pé) em círculo, e dê a cada um 1 pau.

Solicite a cada um dos jovens que escolha um possível negócio que poderia fazer

na comunidade em que vive e para explicar porque o escolheu!

Explique que depois de cada um apresentar as suas ideias de negócio, deverá

desenhar uma linha no chão, do seu lugar para o lugar de outro jovem.

Repita este procedimento até que todos tenham falado.

Conclua a sessão, agradecendo a participação de todos no programa. Realce que

todos contribuíram com algo importante no processo de aprendizagem e de

desenvolvimento de uma pequena “família”. Lembre-lhes que todos fazemos parte

de uma comunidade, onde o que fazemos afecta a todos e que devemos apoiar-nos

uns aos outros e fazer o melhor que pudermos para alcançar um futuro melhor.

Encoraje o grupo para continuar a transmitir o que aprenderam ao longo do

programa aos familiares, vizinhos e amigos.

Debata com o grupo possíveis oportunidades de, através de um esforço colectivo,

aplicarem os conhecimentos adquiridos e desenvolverem uma actividade

produtiva e de geração de rendimentos. Ajude-os a desenvolver as ideias de

projectos e a mobilizar alguns apoios da comunidade, escola, autoridades locais e,

eventualmente, organizações ou associações que operem na zona. Seja realista e

procure usar os recursos disponíveis, começando com pequenos projectos que não

envolvam apoio financeiro externo nem conhecimentos técnicos muito

complexos.

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Lista de Referências

Este módulo foi escrito por Annette Jaitner, Consultora de Segurança Alimentar (FAO

Manica/ Sofala) com a assessoria e tradução de Leonor Quinto, Consultora de Género e do

Treinamento CEFE, JFFLS Chimoio.

As peças de teatro e as actividades culturais foram desenvolvidas por Jairosse Lastone Reis,

Consultor de Actividades Culturais, Manica e Sofala.

Revisão do módulo de Mundie Salm, Consultora da JFFLS.

Ilustrações: por Hélder Moisés João Macamero.

Os textos foram baseados e adaptados de diferentes fontes:

Manual para Facilitadores JFFLS (draft, Módulo 10, 2006) FAO, Roma).

Manual CEFE, GPE/ GTZ.

Experiência do treinamento realizada em 4 JFFLS, nas províncias de Manica e Sofala,

Moçambique (2005-06).

1ª Ficha de Apoio para M9-2 (Parte 1): Mapa de recursos desenhado por um grupo de

jovens, da JFFLS de Metuchira Pita, distrito de Nhamatanda, província de Sofala,

Moçambique (Outubro, 2006).

Figura no Tópico M9-2 (Parte 2): Figura com diagrama de Subprodutos, por um grupo

de jovens da JFFLS de Matica, distrito de Sussundenga, Manica, Moçambique (Outubro,

2006).

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