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Prof. José Amaral MAT M4 - 1 23-10-2007 2. Equações Diferenciais de 1ª Ordem. 2.1. Forma Geral, Normal e Diferencial Uma equação diferencial ordinária de 1 a ordem é da forma geral 0 ) , , ( = y y x F . Nos casos em que a equação se puder explicitar em ordem a ypode ser escrita na forma normal ) , ( y x f y = ou ainda na forma diferencial 0 ) , ( ) , ( = + dy y x N dx y x M . Exemplos 1. A EDO de 1 a ordem x e y x y x = + 2 pode ser escrita na forma geral: 0 2 = + x e y x y x ; na forma normal x y x e y y x e y x e y x y x x x x 2 2 2 = = = + ; e na forma diferencial 0 ) ( ) ( 2 2 2 2 = + = = = dy x dx e y x dx y x e dy x x y x e dx dy x y x e y x x x x TÓPICOS EDO de 1ª ordem: forma geral, normal, e diferencial. EDO de variáveis separadas. EDO de variáveis separáveis. EDO homogénea EDO exacta. EDO’s redutíveis a exactas. EDO linear. EDO’s redutíveis a lineares. Módulo 4 • Note bem, a leitura destes apontamentos não dispensa de modo algum a leitura atenta da bibliografia principal da cadeira • Chama-se à atenção para a importância do trabalho pessoal a realizar pelo aluno resolvendo os problemas apresentados na bibliografia, sem consulta prévia das soluções propostas, análise comparativa entre as suas resposta e a respostas propostas, e posterior exposição junto do docente de todas as dúvidas associadas.

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2. Equações Diferenciais de 1ª Ordem.

2.1. Forma Geral, Normal e Diferencial

Uma equação diferencial ordinária de 1a ordem é da forma geral 0),,( =′yyxF . Nos casos em que a

equação se puder explicitar em ordem a y′ pode ser escrita na forma normal ),( yxfy =′ ou ainda

na forma diferencial 0),(),( =+ dyyxNdxyxM .

Exemplos

1. A EDO de 1a ordem x

eyxyx =′+2 pode ser escrita na forma geral:

02

=−′+x

eyxyx

; na forma normal

x

yxey

yxeyx

eyxyx

x

x

x

2

2

2

−=′

−=′

=′+

; e na forma diferencial

0)(

)(

2

2

2

2

=+−

−=

−=

−=′

dyxdxeyx

dxyxedyx

x

yxe

dx

dy

x

yxey

x

x

x

x

T Ó P I C O S

EDO de 1ª ordem: forma geral, normal, e diferencial.

EDO de variáveis separadas.

EDO de variáveis separáveis.

EDO homogénea

EDO exacta. EDO’s redutíveis a exactas.

EDO linear. EDO’s redutíveis a lineares.

Módulo 4• Note bem, a leitura destes apontamentos não dispensa de modo algum a leitura atenta da bibliografia principal da cadeira • Chama-se à atenção para a importância do trabalho pessoal a realizar pelo aluno resolvendo os problemas apresentados na bibliografia, sem consulta prévia das soluções propostas, análise comparativa entre as suas resposta e a respostas propostas, e posterior exposição junto do docente de todas as dúvidas associadas.

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2.2. EDO de variáveis separadas

Uma EDO diz-se de variáveis separadas se for da forma

0)()( =+ dyyNdxxM

A solução geral resulta imediatamente por integração directa

CdyyNdxxM =+ ∫∫ )()(

Exemplos

1. Dada a EDO de 1a ordem de variáveis separadas

0

1

22

=

+

+ dyy

ydxx

a solução é imediata:

Cyx

Cyx

Cdyy

ydxx

=++

=++

=

+

+ ∫∫

)1ln(2

1

1ln2

1

12

22

22

2

2.3. EDO de variáveis separáveis

Uma EDO diz-se de variáveis separáveis se for da forma

0)()()()(2121

=+ dyyNxNdxyMxM

A solução geral resulta imediatamente por integração directa

CdyyM

yNdx

xN

xM=+ ∫∫ )(

)(

)(

)(

2

2

1

1

Exemplos

2. Dada a EDO de 1a ordem

0)()( 22=+++ dyyyxdxxxy

temos

Cyx

Cyx

Cyx

Cyx

Cyx

Cdyy

ydx

x

x

dyy

ydx

x

x

dyxydxyx

=++

=++

=+++

=+++

=+++

=

+

+

+

=

+

+

+

=+++

∫∫

)1)(1(

)ln())1)(1ln((

)1ln()1ln(

1ln1ln

1ln2

11ln

2

1

)1()1(

0)1()1(

0)1()1(

22

22

2

22

2

22

1

22

122

22

22

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3. Dada a EDO de 1a ordem

32 )1( yxy +=′

temos

Cxy

Cx

y

Cdxxdyy

dxxdyy

yxdx

dy

=++

=−+−

=−

+

=

+

+=

∫∫

32

1

32

1

2

3

2

3

32

2)1(3

3)1(

2

1

)1(

1

)1(

1

)1(

2.4. Funções homogéneas (Revisões).

Uma função ),( yxf diz-se homogénea de grau n nas variáveis x e y se, para todo R∈λ , for

),(),( yxfyxfn

λ=λλ .

Exemplos

4. Dada yxxyxf34),( −= , temos:

),(

)(

)()(),(

4

344

34

yxf

yxx

yxxyxf

λ=

−λ=

λλ−λ=λλ

, logo ),( yxf é uma função homogénea do 4˚ grau.

5. Dada x

yeyxf x

y

sec),( += , temos:

),(

sec

sec),(

yxf

x

ye

x

yeyxf

x

y

x

y

=

+=

λ

λ+=λλ λ

λ

, logo ),( yxf é uma função homogénea de grau 0.

6. Dada xx

yxyyxf

+

+=

2

24),( , temos:

xx

yxy

xx

yyxyxf

+

λ

λ=

λ+λ

λ+λλ=λλ

2

22

2

2

4

)(

)(4),(

, logo ),( yxf não é uma função homogénea.

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2.5. EDO homogénea.

Uma EDO de 1a ordem ),( yxfy =′ diz-se uma equação homogénea se a função ),( yxf for

homogénea de grau 0. O mesmo é dizer: uma EDO de 1a ordem na forma diferencial 0),(),( =+ dyyxNdxyxM diz-se homogénea se ),( yxM e ),( yxN forem funções homogéneas do

mesmo grau de homogeneidade.

Para determinar a solução geral de uma EDO homogénea procedemos à mudança de variável xuy = , e, portanto, udxxdudy += , que transforma a equação original numa EDO de variáveis

separáveis em x e u .

Exemplos

7. Dada a EDO de 1a ordem xy

yxy

22+

=′ temos

Cxx

y

Cxu

Cdxx

udu

dxx

udu

dxx

udu

dxxudux

dxuxdxxdxuxudux

ux

xux

dx

udxxdu

xy

yx

dx

dy

=−

=−

=−

=−

=

=

+=+

+=

+

+=

∫∫

ln2

1

ln2

1

1

01

1

)(

2

2

23

222223

2

22

22

8. Dada a EDO de 1a ordem x

y

x

yy sen+=′ temos

Cdxx

duu

dxx

duu

uuudx

dux

x

xu

x

xu

dx

udxxdu

x

y

x

y

dx

dy

=−

=

+=+

+=

+

+=

∫ ∫1

)sen(

1

1

)sen(

1

)sen(

sen

sen

Calculando os integrais e procedendo à substituição xyu = chegamos finalmente à

solução geral

Cxx

y=

2tan

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2.6. Derivação parcial de 1ª ordem (Revisões).

Seja uma função de duas variáveis ),( yxf e um ponto ),( ba do seu domínio. Fazendo by = em

),( yxf definimos uma função de uma variável ),( bxf . Se ),( bxf for diferenciável em ax = define-se

a derivada parcial de ),( yxf em ordem a x no ponto ),( ba como

h

bafbhaf

x

f

hba

),(),(lim

0),(

−+=

De modo similar se define a derivada parcial de ),( yxf em ordem a y no ponto ),( ba

h

bafhbaf

y

f

hba

),(),(lim

0),(

−+=

Ou seja, nos pontos em que ),( bxf for diferenciável, podemos calcular xf ∂∂ derivando ),( yxf

como se x fosse a variável e y constante usando as regras de derivação conhecidas em R , e de modo

análogo para yf ∂∂ derivando ),( yxf como se y fosse a variável e x constante.

Exemplos

9. Sendo 32),( yxyxf = temos as derivas parciais

32xy

x

f=

e

223 yx

y

f=

Note-se que

dx

dy

y

f

x

f

dx

dyyxxy

dx

dyyxy

dx

dxx

dx

df

∂+

∂=

+=

+=

223

223

32

32

e ainda, multiplicando ambos os membros por dx ,

dyy

fdx

x

fdf

∂+

∂=

esta relação, embora deduzida a partir deste exemplo particular, é generalizável a qualquer função ),( yxf e designa-se por diferencial da função.

10. O diferencial da função )ln(),( 22yxyxf = é

dyy

xdxyxdf

2

2 2)ln(2 +=

, dado que )ln(2 2yxx

f=

∂ e

2

2 2

y

yx

y

f=

∂.

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2.7. EDO exacta.

Uma EDO de 1a ordem 0),(),( =+ dyyxNdxyxM diz-se uma equação diferencial exacta se

x

N

y

M

∂=

Para determinar a solução geral, 0),,( =Cyxf , de uma EDO exacta resolvemos, em ordem a f , o

sistema de equações

=∂

+= ∫),(

)(),(

yxNy

f

yhdxyxMf

Exemplos

11. A EDO de 1a ordem 0)3()2( 223=+++ dyxyxdxxyy é uma equação

diferencial exacta, dado que

x

Nxy

y

M

∂=+=

∂23 2

Logo, a solução geral é determinável resolvendo o sistema de equações

+==∂

++=+= ∫∫22

3

3),(

)()2()(),(

xyxyxNy

f

yhdxxyyyhdxyxMf

Assim

)(

)()2(

23

3

yhyxxy

yhdxxyyf

++=

++= ∫

pelo que

dy

ydhxxy

y

f )(3 22

++=∂

Por outro lado

2222

22

3)(

3

3

xyxdy

ydhxxy

xyxy

f

+=++

+=∂

implica que

Cyhdy

ydh=⇒= )(0

)(

pelo que

Cyxxyf ++=23

logo, a solução geral procurada é

023

=++ Cyxxy

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2.8. EDO’s redutíveis a exactas.

Uma EDO de 1a ordem 0),(),( =+ dyyxNdxyxM diz-se uma equação redutível a diferencial

exacta, se existir uma função ),( yxµ tal que

0)),(),()(,( =+µ dyyxNdxyxMyx

seja uma equação diferencial exacta. A função ),( yxµ diz-se um factor integrante.

Não existe uma regra geral para determinar o factor integrante. Para determinados tipos de equações existem factores integrantes conhecidos, que constam de tabelas. Vamos ver dois exemplos:

1. Se )(1

xgx

N

y

M

N=

∂−

∂ o factor integrante é ∫=µ dxxg

eyx)(

),(

2. Se )(1

yhx

N

y

M

M=

∂−

∂ o factor integrante é ∫=µ − dyyh

eyx)(

),(

Para determinar a solução geral, dado que a equação foi reduzida a uma EDO diferencial exacta, recorre-se ao método visto no ponto anterior

µ=∂∂

+µ= ∫),(),(

)(),(),(

yxNyxy

f

yhdxyxMyxf

Exemplos

12. A EDO de 1a ordem 0)( 22=+++ dyxydxxyx não é uma equação diferencial

exacta

yx

Ny

y

M=

∂≠=

∂2

No entanto

x

yyxyx

N

y

M

N

1

)2(11

=

−=

∂−

é função apenas de x , x

xg1

)( = , pelo que a função

xeeeyxx

dxx

dxxg ==∫=∫=µ )ln(1

)(),(

é um factor integrante. Na verdade

( )0)(

0)(

0)),(),()(,(

2223

22

=+++

=+++

=+µ

dyyxdxxxyx

dyxydxxyxx

dyyxNdxyxMyx

é uma EDO diferencial exacta

x

Nxy

y

M

µ∂==

µ∂ )(2

)(

Podemos agora determinar a solução geral a partir do sistema de equações

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µ=∂∂

+µ= ∫),(),(

)(),(),(

yxNyxy

f

yhdxyxMyxf

Assim

)(324

)()(3

224

223 yhx

yxx

yhdxxxyxf +++=+++= ∫

pelo que

dy

ydhyx

dy

ydhxy

y

f )()(

22 2

2

+=+=∂

Por outro lado

yxdy

ydhyx

yxyxNyxy

f

22

2

)(

),(),(

=+

=µ=∂

implica que

Cyhdy

ydh=⇒= )(0

)(

pelo que

Cx

yxx

f +++=

324

32

24

logo, a solução geral procurada é

0324

32

24

=+++ Cx

yxx

13. A EDO de 1a ordem 0)3()22( 224234=−−+++ dyxyxeyxdxyxyexy

yy não é

uma equação diferencial exacta

322162824243−−=

∂≠+++=

∂xyexy

x

Nxyexyexy

y

M yyy

No entanto

yxyexy

xyexy

yyxyexy

xyexy

xyexyxyexyexyyxyexyx

N

y

M

N

y

y

y

y

yyy

y

4

122

1224

22

488

))322(1628(22

11

23

23

34

23

24243

34

=++

++=

++

++=

−−−+++++

=

∂−

é função apenas de y , y

yh4

)( = , pelo que a função

4)ln(4

4)( 1

),(y

eeeyxy

dyydyyh ==∫=∫=µ −

é um factor integrante, pelo que a EDO é redutível a diferencial exacta e facilmente integrável.

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2.9. EDO linear.

Uma EDO de 1a ordem diz-se linear se for do 1o grau na função incógnita e na sua 1a derivada, podendo representar-se por

)()( xQyxPy =+′

Se 0)( =xQ a equação diz-se linear homogénea e se 0)( ≠xQ diz-se linear completa. A solução

geral é da forma )()( xvxuy = , com

∫ +=

∫=−

Cdxxv

xQxu

exvdxxP

)(

)()(

)()(

Exemplos

14. A EDO de 1a ordem 3)1(1

2xy

xy +=

+−′ é uma equação linear com

3)1()(

1

2)(

xxQ

xxP

+=

+

−=

A solução geral é da forma )()( xvxuy = , com

2

)1ln(1ln21

2)(

)1(

)(2

+=

==∫=∫= +++

x

eeeexvxx

dxx

dxxP

e

Cx

CdxxCdxx

xCdx

xv

xQxu

++=

++=+

+

+

=+= ∫∫∫2

2

3

)1(2

1

)1()1(

)1(

)(

)()(

, ou seja

22 )1()1(2

1+

++= xCxy

15. A EDO de 1a ordem x

eyy−

=+′ é uma equação linear com

x

exQ

xP

=

=

)(

1)(

A solução geral é da forma )()( xvxuy = , com

xdxdxxPeeexv−

−−

=∫=∫=)(

)(

CxCdxCdxe

eCdx

xv

xQxu

x

x

+=+=+=+= ∫∫∫ −

)(

)()(

, ou seja

x

eCxy−

+= )(

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2.10. EDO’s redutíveis a lineares.

A maioria das equações diferenciais não lineares não tem soluções conhecidas. Vamos ver dois tipos de ED não lineares cuja solução geral é obtida por conversão em ED lineares

2.10.1. Equação de Bernoulli.

Uma EDO de 1a ordem diz-se uma equação de Bernoulli se for da forma

α

=+′ yxQyxPy )()(

, com { }1,0\R∈α (para 0=α ou 1=α a equação é linear).

A solução geral é determinada reduzindo a equação de Bernoulli a uma equação linear através dos seguintes passos

1. Dividir ambos os membros da ED por α

y .

2. Fazer a substituição de variável zy =α−1 (de onde

α−

′=′

α−

1

zyy ).

3. Resolver a ED linear em z .

4. Fazer a substituição de variável α−

=1

yz

Exemplos

16. A EDO de 1a ordem 33yxxyy =+′ é uma equação de Bernoulli com xyxP =)( ,

3)( xxQ = e 3yy =

α . Dividindo ambos os membros por 3y resulta

323xxyyy =+′

−−

Fazendo a substituição de variável aconselhada

zyy ==−α− 21

2311

3 zzzyyyy

′−=

′=

α−

′=′=′

−α− ).

, resulta a ED: 3322

2xxzzxxz

z

−=−′⇔=+′

que é uma equação linear em z , )()( xQzxPz =+′ , com xxP 2)( −= e 32)( xxQ −= , logo, a solução é do tipo )()( xvxuz = com

22)()( xxdxdxxP

eeexv =∫=∫=−

Ceex

CdxxeexCdxexx

CdxexCdxe

xCdx

xv

xQxu

xx

xxx

x

x

++=

+−=+−=

+−=+−

=+=

−−

−−−

∫∫

∫∫∫

22

222

2

2

2

22

33

2)2(

22

)(

)()(

, pelo que 2222

1( 22 xxxx

CexCeexez ++=++=−−

Fazendo agora a substituição de variável 21 −α−

== yyz , temos finalmente

2

122 xCexy ++=

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2.10.2. Equação de Riccati.

Uma EDO de 1a ordem diz-se uma equação de Riccati se for da forma

2)()()( yxRyxQxPy ++=′

A solução geral pode ser determinada se for conhecida uma solução particular, ky , sendo dada por

∫ µ+

µ−=

dxxxRC

xyy k

)()(

)(

com

∫=µ + dxxRyxQ kex

))(2)(()(

Exemplos

17. A EDO de 1a ordem xxyxyyx 2)12( 22+=++−′ é uma equação de Riccati

2112)2( y

xy

xxy +

+−+=′

com

2)( += xxP ,

+−=x

xQ1

2)( e x

xR1

)( =

Conhecida a solução particular xyk = , temos

x

e

e

e

ee

ex

xdx

x

dxx

dxx

dxx

xx

dxxRyxQ k

1

11

)(

ln1

1

21

21

21

2

))(2)((

=

=∫

=∫=

∫=∫=

∫=µ

+−−

+

+−

+

, pelo que

+

−=

µ+

µ−=

dxxx

C

xx

dxxxRC

xyy k

11

1

)()(

)(

De onde, atendendo às propriedades de x , e dado que C é uma constante arbitrária

resulta finalmente a solução geral

1

1

+

+=

xCxy

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Figura M3.1

2.11. Aplicações.

2.11.1. Trajectórias ortogonais.

Dada uma família de curvas, chamam-se trajectórias ortogonais às curvas que intersectam a família dada segundo um ângulo de 90˚.

Para determinar a equação das trajectórias ortogonais à família 0),,( =CyxF

1. Determina-se a ED associada à família de curvas

2. Substitui-se na ED y′ por y′− 1 , determinando assim a ED associada à família das trajectórias

ortogonais, e procura-se a solução geral desta ED.

Exemplos

18. Dada a família de linhas

2Cyex =

Podemos, por derivação

yCyx

Cyx

exCy

′=

=

=

21

)ln( 2

2

, e eliminação da constante, determinar a ED que lhe está associada

yxxyyyy

x

xyCyx

Cyx′=⇒′=⇒

′=

=)ln(2

)ln(2

1

21

)ln(

2

2

Substituindo y′ por y′− 1 determinamos a ED associada à família das trajectórias

ortogonais

0)ln(2

1)ln(2

=+′

′−=

xxyy

yxxy

, cuja solução geral

Cxxy

Cx

xxy

Cx

xxy

Cdxxxydy

xxyy

+−±=

++−=

=−+

=+

=+′

∫∫

))ln(21(

2)ln(

2

2)ln(

2

)ln(2

0)ln(2

2

22

2

22

2

nos dá a família das trajectórias ortogonais à família

de curvas 2

Cyex = . A figura M3.1 ilustra o exemplo

mostrando algumas das curvas da família (a azul) e as respectivas trajectórias ortogonais (a vermelho).