CHINA - BARRAGEM DE TIANSHENGQIAO IMONITORAMENTO COM ELETRONIVEIS DA FACE DE CONCRETO

Manoel de S. Freitas Jr.; Leonardo Borgatti e Jorge M. Araya

South Hydropower Construction Association Ltd.Consbrcio Construtor de Tianshengqiao I

Rui T. Mori

Engenheiro Consultor

RESUMO

Na Barragem de Tianshenggiao 1, os deslocamenfos da face de concreto estao sendo monitoradosatraves da utilizagao de eletroniveis, numa aplicagao pioneira destes dispositivos na instrumentagao debarragens de enrocamento com face de concreto na China. Sao fornecidos dados gerais sobre a obra, asequdncia construtiva da barragem e a instrumentagao instalada. Apresentam-se os deslocamentos daface, medidos pelos eletroniveis durante a construgao e o enchimento parcial do reservatOrio, e osmbdulos de compressibilidade do macigo, relativos ao perlodo de construgao e de enchimento.Comenta-se, ainda, o descolamento ocorrido entre a laje e o macigo e a diferenga nos deslocamentosda laje na regiao das ombreiras.

1. INTRODUCAO

A Usina Hidreletrica de Tianshengqiao I, compotencia instalada de 1.200 MW, atualmente emfase final de construgao e com inlcio de geragaoprevisto para dezembro de 1998, situa-se no rioNanpan, na divisa entre as provincias deGuizhou e Guangxi, no sudeste da China. NaFigura 1 , apresentam-se a localizagao do projetoe o arranjo geral das obras. A South HydropowerConstruction Association Ltd (SHCA), consbrcioformado pela empresa chinesa Jiangnan WaterResources & Hydropower ConstructionCorporation e a empresa brasileira MendesJunior Engenharia S.A., assinou, em novembrode 1994, o contrato com o cliente e proprietario,South China Electric Power Joint VentureCorporation, para construgao da barragem comface de concreto, vertedouro e instalagOesmetalicas. 0 Instituto de Investigagao e ProjetosHidreletricos de Kunming da provincia deYunnan, China, realizou as investigagbesgeolbgicas, os estudos de viabilidade, o projetosb6sico, elaborado com a assessoria do BrasilianConsulting Engineers Group, integrado porrenomadas empresas brasileiras de engenhariade projetos, e foi responsavel, ainda, pelo projetoexecutivo.

As principais estruturas que compOem o em-preendimento sao:

- Circuito hidraulico de desvio: Tomada D'agua,com 45 m de altura ; 2 Tuneis de Desvio,revestidos com concreto, com segao transver-sal em forma de ferradura, de 13.5 m dediametro e 1015 m de comprimento medio;Ensecadeiras de Montante e Jusante, com 18m e 15 m de altura maxima , respectivamente,.ambas galg9veis , do tipo terra-enrocamento,protegidas com lajes de concreto e gabiaes;Tunel Intermediario, de 11 m de diametro e1.236 m comprimento, dotado de umacomporta radial instalada em camara decontrole subterranea e um pogo de comportasde emergencia. Apbs o fechamento dos tuneisde desvio, o Tunel Intermediario estfi resti-tuindo a vazao necessaria para o funcio-namento da UHE de Tianshengqiao II, situadaa jusante , e, durante a operagao da usina, serausado como descarregador de fundo.

- Circuito hidraulico de geragao: Tomada D'aguade Adugao, com 78 m de altura ; 4 Tuneis deAdugao de diametro variavel entre 9.6 e 7.8 m,e comprimento variavel entre 455 e 515 m;Casa de Maquinas, com 4 unidades geradorasFrancis de 300 MW cada.

XXIII Seminhrio National de Grandes Barragens 105

Barragem de Enrocamento com Face deConcreto, com 178 m de altura maxima, 1.168m de comprimento na crista e 17.700.000 m3de enrocamento compactado, sendo asegunda mais alta barragem e a de majorvolume construlda ou em construcao destetipo no mundo. A laje da face, construida em 3etapas, com 180.000 m2 e a de major area nomundo.

Vertedouro com comprimento total de 1.745 me capacidade de descarga de 21.750 m3/s,composto por; Canal de Aproximagao de 1.215m de comprimento e 120 de largura maxima;Estrutura de Controle de Vazao, com 5comportas radiais de 13 x 20 m; Calha e Saltode Esqui, com 530 m de comprimento elargura variavel de 81 m a montante a 69.8 ma jusante . A escavagao em rocha dovertedouro, da ordem de 18.000.000 m3, emsua major parte em rochas calcarias(limestone) e argilito (mudstone) em menorproporgao, e a principal fonte de materiais paraa construgao da barragem.

2. DESCRIcAO DA BARRAGEM E DAINSTRUMENTACAO

Na Figura 2, apresenta-se a secao transversal

tipica da barragem. A face de concreto, com

volume geometrico de 91.000 m3, area de

180.000 m2 e espessura variavel entre 0.90 m, noleito do rio (El. 617.3), e 0.30 m, no topo (El.787.3), a composta por 69 lajes de 16 m delargura, com comprimento maximo de 292,5 m.

Em dezembro de 1994, o rio foi desviado. Emmaio de 1995, as ensecadeiras de montante ejusante foram concluldas e, durante a estacao dechuvas desse mesmo ano (junho a outubro), asensecadeiras foram galgadas 12 vezes. Emfevereiro de 1996, foi iniciada a construgao dosenrocamentos da barragem e, ate junho dessemesmo ano, foi conclufdo o trecho galgavel dabarragem, o qual incorporava um canal de segaotrapezoidal de 120 m de largura e 300 m decomprimento. 0 fundo do canal situava-se 9 m e5,2 m abaixo da crista das ensecadeiras demontante e jusante, respectivamente. Na entradae na salda do canal, os taludes e o fundo foramprotegidos com gabibes recobertos com barrasde ago de 25 mm de diametro, espacadas a cada2 x 2 m. 0 restante dos taludes do canal foiprotegido com pedras de mao de diametro entre20 e 30 cm, recobertas com telas met6licas, cornmalha de 10 x 10 cm de abertura, ancoradas porbarras de ago de 8 m de comprimento, embutidasno enrocamento. 0 fundo do canal foi protegidocorn uma camada de 1 m de espessura de

enrocamento de ate 50 cm de diametro. Naestacao chuvosa de 1996 , ocorreu o galgamentocom lamina d 'agua de 2 m sobre a ensecadeirade montante e vazao de 2.000 m3/s, semqualquer dano para a barragem, enquantoprosseguia a construgao dos enrocamentos emambas margens . Ate margo de 1997, o macigo foialteado por montante ate a El. 682, permitindo aconcretagem da la etapa da laje abaixo da El.680. A seguir , a barragem foi alteadarapidamente por montante ate a El . 725, parasuportar , sem galgamento , a cheia de 300 anosde periodo de retorno na estagao chuvosa de1997. Entre setembro de 1997 e margo de 1998,o macigo foi alteado por montante ate a El. 748,para permitir a concretagem da 2a etapa da laje.Entre setembro e dezembro de 1997, foramlangados , na barragem , 4.000 . 000 m3, com umpico mensal de 1.170.000 m3 , recorde mundialneste tipo de barragem . A 2a etapa da laje, entreas EIS. 680 e 746, foi concluida em maio de 1998.As comportas dos t6neis de desvio foramfechadas em meados de dezembro de 1997,ocorrendo o enchimento parcial do lago ate a El.666. Em paralelo com o alteamento ate a El. 748,o macico foi alteado por jusante, de modo aatingir a El. 768 em junho de 1998, para preparara barragem para a cheia de 500 anos de perlodode retorno na estagao de chuvas de 1998.Atualmente , meados de novembro de 1998, estaem construgao a ultima etapa da barragem ate aEl. 787. 3, para permitir a concretagem da 3a eultima etapa da laje, prevista para ser executadaentre janeiro e abril de 1999. 0 acabamento dacrista ate a El. 791 e a construgao do parapeitoserao concluldos no 2° semestre de 1999.

A instrumentacao do macigo de enrocamento seconcentra , basicamente , em tres seg6estransversais : a Segao B, na margem direita, aSecao A, no leito do rio , e a Segao C , na margemesquerda , conforme se indica na Figura 3. Emcada nivel instrumentado , foram instaladascelulas hidrostaticas de recaique , tipo caixasueca , medidores de deslocamento horizontal defio invar e celulas de pressao total. Nessasmesmas seg6es , foram instalados os eletroniveisna face de concreto: na 1' etapa da laje, foraminstaladas 12 unidades na Segao A , em maio de1997, e mais 15 unidades, na 2' etapa , em maiode 1998 . Nessa epoca , foram instalados tambemos eletroniveis nas sec6es de ombreira, 7unidades na Secao B e 9 unidades na Segao C,totalizando 43 unidades . No topo da laje da 2'etapa , foi colocada uma linha de marcos paracontrole topogr6fico , conforme se mostra naFigura 4 . Completam a instrumentarao dabarragem 12 medidores tri-ortogonais na juntaperimetral , 17 piezOmetros de fundagao e 11 decontato macico / fundarao, 1 medidor de vazao e

106 Tema 2 - Seguranca de Barragens . Ausculhcfo , Desempenho a Reparacao

uma ampla rede de marcos topogrfificos nostaludes e na crista. A instrumentagao da face deconcreto inclui termOmetros, deformimetros paraconcreto (strain meters), tensOmetros paraarmadura (steel bar stress meters) e medidoresde junta (joint meters). Dos 8 medidores dedeslocamento horizontal jA colocados, somente 3estao instalados nas cabinas definitivas e osrestantes estao parcialmente instalados nascabinas provisdrias, sem fornecer leituras ainda.Na 3a etapa da laje, serao instalados 21eletroniveis, distribuidos nas referidas secoes,completando o total de 64 eletronlveis previstos.

Originalmente, o projeto previa instalar, na facede concreto, um inclin6metro em cada segaoinstrumentada. A instalagOo desse instrumento,no entanto, foi considerada inviavel na seg5o doleito do rio, devido a sua grande extens5o e Omagnitude das deformag6es esperadas. Osespecialistas da Construtora Mendes Junior reco-mendaram, entao, substitul-los por eletroniveis,aproveitando a experiOncia bern sucedida da suautilizagao pela CHESF na Barragem de XingO.Assim, o monitoramento de obras civis comeletronlveis foi introduzido de forma pioneira, naChina, na Barragem de Tianshengqiao I. Aempreiteira, South Hydropower ConstructionAssociation Ltd., contratou com a PontificiaUniversidade CatOlica do Rio de Janeiro ofornecimento dos eletroniveis, juntamente com oscabos e leitoras tempor9rias e definitivas, e osoftware necessi rio para tratamento das leiturase cOlculo dos deslocamentos. A instaladoo doseletroniveis e a implantagao do software foramfeitas sob a orientacao e supervisao tOcnica doProf. Pedricto Rocha Filho.

O principio de funcionamento do eletronivel, otratamento das leituras e os detalhes da suainstaladoo foram descritos por Cavalcanti et al(1994), referente a sua aplicagao em Xingo. Amesma descrigao O v6lida para os eletoniveisusados em Tianshengqiao I, salvo a seguintesdiferenga: os cabos dos eletroniveis em cadasegao sao conduzidos ate o topo da laje atravesde uma pequena ranhura da ordem de 10 x 10cm formada na laje , a qual O preenchidaposteriormente com argamassa. Como medidade protegao, cada eletronivel e suas pecas defixag§o ficaram embutidos num bloco de concretode 20 x 20 x 20 cm.

Para o ajuste da curva de rotagao doseletroniveis, foi usado um polinOmio de quintograu e a constante de integracao da deformadada laje foi obtida, considerando deflexao zero aonivel do plinto. 0 c6lculo das deformag es utilizafatores de calibragao individuais para cadaeletronivel, determinados em laboratOrio na PUC- Rio. 0 tratamento dos dados, que foi feito,

inicialmente, com a utilizaggo do softwareGrapher, passou a utilizar o aplicativo MicrosoftExcel.

3. APRESENTAcAO DOS RESULTADOSE CORRELACOES

3.1 Deslocamentos da Laje Medidos pesosEletroniveis

Na Figura 5 , apresenta-se a evolugao dosdeslocamentos da laje na segao do leito do no.Os deslocamentos da laje, em maio de 1998,resultam da deformagao predominante do macigo

para montante, devido ao carregamento impostopela construg0o do aterro, sem influOnciasignificativa do enchimento parcial do lago apOs ofechamento dos tuneis de desvio, em dezembrode 1997. 0 deslocamento mOximo de - 8,3 cm,na diregao de montante, foi medido no eletronivelA10, na El. 665. No entanto, com o inici daestagao de chuvas, em junho de 1998, e a subidado nivel do reservatbrio, o carregamentohidrostOtico tornou-se preponderante e a face deconcreto se deslocou progressivamente parajusante. Em meados de outubro de 1998, quandoo nivel d'Ogua do reservatbrio atingiu,aproximadamente, 75% da sua altura total, odeslocamento maximo da face de concreto erade 22,8 cm, na direcao de jusante, medido noeletronivel A13, na El. 681.5. No entanto,considerando o movimento inicial para montante,os deslocamentos totals, medidos nos eletro-niveis A10 e A13, foram de 26,1 e 24,5 cm,respectivamente.

Na Figura 6 , apresentam-se os deslocamentosda laje nas secbes de ombreira, em meados deoutubro de 1998, onde jA se percebe claramentea influ2ncia do enchimento do lago. Nota-se, noentanto, que os deslocamentos na margemesquerda sao sensivelmente maiores que namargem direita, em especial, perto do topo dalaje, alem de tambem evoluirem com velocidademaior no periodo. Os deslocamentos saomaiores na margem esquerda , porque aespessura do macico compresslvel a maior nestamargem, conforme pode ser visto na Figura 6.Este comportamento foi tambem observado nascOlulas de recaique instaladas no interior domacico em vOrias cotas. A deformagao especificaO, aproximadamente, igual nas dugs ombreiras,confirmada pelas densidades "in-situ", deter-minadas rotineiramente para controle dacompactagao. NOo ha diferengas senslveis nasdensidades medidas nas duas margens. Avelocidade de evolugao dos deslocamentosverticais ou normais a face deve-se a defasagernda construgao em ambas as ombreiras.

XXIII Semin3rlo Naclonal de GrandesBarragens 107

Conforme se mostra na Figura 7, os eletroniveis,na margem direita, foram instalados quando 0macigo estava na El. 762, ocorrendo depois s6urn pequeno alteamento ate a El. 768. Osdeslocamentos medidos nesta margem devernser atribuidos praticamente apenas ao enchim-ento do reservat6rio. Na margern esquerda,entretanto, os eletroniveis foram instalados logoap6s o macigo atingir a El. 748 e a seguir abarragern foi alteada rapidamente ate a El. 768,enquanto se processava o enchimento doreservat6rio. Desta forma, os eletroniveis damargern esquerda apresentaram deslocamentosinfluenciados pelo enchimento do lago e pelasubida concomitante do macho, da El. 748 a El.768.

3.2 Modulos de Compressibilidade doMacigo

Os m6dulos de compressibilidade do macigo, nafase de construgao e durante o enchimento doreservat6rio, foram determinados com base nosdeslocamentos medidos pelas c6lulas de recal-que e eletroniveis, respectivamente, instaladosna Segao A, no leito do rio. 0 valor madio domodulo de construgao, Erc, foi de 75 MPa,estimado com base nos recalques medidos atemaio de 1998 , nas c6lulas de recalque instaladasno macigo, dentro do tergo de montante dabarragem , abaixo da El . 692. 0 valor m6dio domodulo de enchimento, Erf, foi de 195 MPa,estimado com base nos deslocamentos medidospelos eletroniveis instalados no terco central dalaje ja construlda , no perlodo de maio a outubrode 1998. Os m6dulos de enchimento econstrugao estao na relagao Erf / Erc = 2 . 6. Estevalor 6 compativel com o , usualmente , observadoem outras grandes barragens e situa -se dentrodo intervalo de variagao da relarao Erf / Erc de1,5 a 3,3 conforme reportado por Mori e Pinto(1988).

Conforme a referencia acima , Erf e Erc saombdulos do enrocamento que servem comoIndices medios para avaliagao da suacompressibilidade . Na realidade , o enrocamentosubmetido aos esforgos de subida do aterro eenchimento do reservat6rio sofre variagao detens6es principals , que induzem carregamentoou descarregamento das mesmas , diferencial-mente, no corpo do macigo. 0 enrocamentoapresenta somente dois m6dulos de compres-sibilidade : de carregamento e de descarrega-mento , para os diversos niveis de tensao normalou confinamento a que esta submetido . Durantea construgao, o enrocamento certamente est9 emcarregamento , mas, durante o enchimento, a

parte mais confinada pode estar ainda emdescarregamento , enquanto a parte mais super-ficial j6 pode estar em recarregamento. Como omodulo de descarregamento 6 5 a 6 vezes maiordo que o modulo de carregamento e o macigotem parte em descarregamento e parte emrecarregamento , a relacao dos Indices simpli-ficados Erf I Erc 6 da ordem de 2 a 3 , na maioriados enrocamentos observados.

3.3. Descolamento da Laje e sua Medit aopor Eletroniveis e Marcos Topogr6ficos

Ao se iniciar a preparacao do talude para aconcretagern da 2a etapa da face de concreto,observou-se um descolamento entre o topo dalaje da 1a etapa e o macigo, afetando,praticamente, todas as lajes . 0 mesmo fen6menoj6 havia ocorrido na Barragern de Xing6 e eraesperado tamb6m em Tianshengqiao I. 0descolamento atingiu uma profundidade maximade 7 m, a partir do topo da laje, e uma aberturamaxima de 15 cm, medidos no topo da laje.Tanto a profundidade, como a abertura dodescolamento, foram maiores no centro dabarragern e diminuiram, gradativamente, emdiregao as ombreiras. Para monitorar a evolugaodeste descolamento , no topo da laje da 2a etapa,foram instalados 6 pares de marcos topograficos,conforme se mostra na Figura 4. Em cadasecao, foi colocado um marco na laje e outro notalude do aterro . Em cada marco, foram medidos,topograficamente , os recalques e os desloca-mentos no sentido montante - jusante e ombreira

rio.

Os deslocamentos normais ao piano da laje,calculados a partir destes valores , e os desloca-mentos medidos pelos eletroniveis adjacentessao apresentados nos detalhes da Figura 4. Demodo geral , observa-se uma boa concordanciaentre ambas as medidas , em termos de sentido emagnitude dos deslocamentos . Os pares demarcos topograficos indicam deslocamentosdiferenciais entre a laje e o macigo de ate 3 cm.

O descolamento resuita basicamente dadiferenga de rigidez entre laje de concreto e omacico, de modo que , face as deformag6es dabarragem , a laje se comporta como uma placa,levando ao descolamento entre ambos . Acredita-se que o descolamento , ainda que nao medidoou mencionado , ocorre em todas as barragensde grande altura , nas quais a laje 6 construldaem etapas . 0 tratamento apropriado a ser dado 6o preenchimento da abertura com calda decimento, conforme realizado em Xing6 eTianshengqiao I.

108 Tema 2 - Seguranca do Barragens . Auseultatao , Desempenho a Reparacao

4. CONCLUSOES

Os 43 eletroniveis j5 instalados , de um totalprevisto de 64 aparelhos , parte dos quais je emfuncionamento ha urn ano e meio , tern registradode forma satisfatbria e eficiente os deslo-camentos da face de concreto durante aconstrugao e o enchimento do reservatbrio.

Corn base na experiencia disponivel , considera-se que a satisfatbrio e aceit5vel o deslocamentomfiximo da face de 26,1 cm, medido quando onivel d 'agua do reservatbrio atingiu , aproxima-damente , 75% da sua altura total em outubro de1998. Este deslocamento corresponde ecompressibilidade estimada para o enrocamentodesta barragem.

Os valores medios dos m6dulos de compres-sibilidade do macico na fase de construcao eenchimento , estimados corn base nosdeslocamentos medidos nas celulas de recaiquee nos eletroniveis , respectivamente , foram Erc =75 MPa e Erf = 195 MPa . Os mbdulos deenchimento e construcao estao na relacao Erf /Erc = 2.6. Este valor a compativel corn osobservados em outras barragens deenrocamento corn face de concreto.

O descolamento entre a laje e o macho pode seratribuldo 6 diferenga de rigidez entre ambos econsiderado como um fenbmeno inerente 6construgao da laje de barragens altas em etapas.O preenchimento da abertura corn calda decimento mostrou ser uma soluc9o simples esatisfatbria.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao propriet6do da Obra,South China Electric Power Joint VentureCorporation, e ao consbrcio construtor, SouthHydropower Construction Association Ltd., pelaautorizacao para divulgagao dos dadosapresentados . Agradecem , em especial , ao Eng.Marcelo Gonsalves Costa, Gerente de Projeto eDiretor da Mendes Junior para a Asia, pelo apoioe colaborag5o recebidos. Tambtm estendemseus agradecimentos a equipe tecnica daMendes Junior Engenharia S.A. atuando naChina, cuja competencia e dedicagao terncontribuldo para o sucesso do empreendimento etornaram possivel a elaboraco deste trabalho.

6.REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CAVALCANTI, Alberto Jorge C. T., SOUZA, Ricardo J.Barbosa , FILHO, Pedricto Rocha, et al. Utiliza ode Eletroniveis na Monitorac8o da Barragem deXingb, Anais do XXI Seminario Nacional deGrandes Barragens , Rio de Janeiro, Volume I,1994.

CONCRETE Face Rockfill Dam - Briefing Report OnInstrumentation . South Hydropower ConstructionAssociation Ltd. Tianshengqiao , Relat6riosMensais emitidos entre dezembro de 1997 eoutubro de 1998.

MORI, R . T., e Pinto N. L. de S . Analysis of theDeformations in Concrete Face Rockfill Dams toImprove Face Movement Prediction , Anais doXVI International Congress on Large Dams, SanFrancisco , Q.61, R.2, 1988.

XXlll Saminjrlo Naclonal de OrandesBarragens 109

-,- T- -- - Owsw i ^ I p 11 l i", ^ ^n I

110 Tema 2 - Seguranga de Barragens . Auscultasao, Desempenho a Reparagao

ZONA DESCRIQAO ZONA DESCRIQAO

IA ^_ IIIBFN;.^ 4ME F A AR;r 4,, A o 1.P[

M-x --- M,_-A^EM 2r, EM . -Lints

IB ENFr, ,_ A4E\' ♦= _ - ha , _ IIICENROCAMENTO DE ARGWTU . • MAX - eOcmf SCfSSVRA DE LAY ADA 9Ocm

ILA MATEPIAL SEMI-IM-- rRMEAVT, CALL APE_ A 'A;MA III ENROL ANENT DE CALL AREU a Max

m x = 90mm :SPESSUPA DE ,: AMADA . ADcm E SPESSURA DE CANADA :..

IIIAr%F. ,M, e

IIB

Figura 2 . Barragem de Tianshengqiao I - Segao tipica

XXlll Seminhrio National de Grandes Barragens 111

ror '7 aE q

',. AYG

A t,Vdav6 'C 0",3

112 Tema 2 - Seguransa do Barragens . Auscultatfo, Desempenho a Reparac8o

0

0

v m m m ^ 8 N011^3SC • ♦ • ♦ • •

B 01^3SE .0 Q m - ------_ mo N

XXIII Seminirlo Naclonal do Grandes Barragens 113

Snv nv(Iw39v88v9 vo 5-xi]

n ♦ v V r

0 0 0 E m'a^ 1 9O ,n

V 0 aNW 0

mp O

^

0 00N

NN++

00tp(0

-E wwx

co °0 E o \N a "^-

0 co

0 U) <

o o EE0 U c 0z0

o._y X +• O

0Y y0 G)V) (n 02 W W

v

00

uEa0

UrnN)

01 Q)E0

+ 0+00 v

000M O C • j 4

00 EQ) -0 ) w

E ad0c

0y 0

Eo as Eco4)c

O 0 EE >c C'03 cc 0

0 N UE 00.7.. O._

w 0 f!1 Xw o v 0

N o m W W

v

0

U Un

CocoO O

OV

0C0

I I u7 n

cp (D 0cD 0

0) o c 0

')00)) EE wW E0

NN Eo 00 O

Cl1) O N <

E 0 Qc0 E

0o c d v 00 0to E E > d

o0

0p

E ooO

7 0

.

' x .. U0in

V) om WLJz

114 Tema 2 - Seguranya de Barragens . AuscultacSo, Desempenho 9 Reparatlo

/

ATERRO MARGE DIREITA EST 0*43P

EL ,4p RiG^T PANN EMPANhMENT+I +4

41

J

ATEui?_^ MARGEM ESOUERDA EST. 0+918 'AGUA DO RESERVAT6RIoHANIt EMBANrMENT OIR WATER LEVEL

NA EL B7^- ESTFFC-+438/EL 7448

A'_ j jELECTROLEVEL 07-

_. -44A

_

T EIETRONIVEL C9

ELECTROLEVEL C9'TA 18 ..EL 144A

MES OUT NOV DEZ JAN FEV MAR A8R MAI JUN JUL AGO SET OUT MES

MONTH OCT NOV DEC JAN FEB MAR APR MAY JUN JUL AUG SEP OCT MONTH

ANOYEAR 1997 1998

ANOYEAR

Figura 6. Eletroniveis nas secoes B e C - Deslocamentos em 18/10/98

SEQAO B - EST. 0+438SECTION B - STA. 0+438

Deslocamento mbximo: +4.9cmMaximum Displacement: +4.9cm

Escala deDeslocamento

0.20 Displacement

0.30 m Scale

Eletronivel C9 / EL. 744.8 SEC,AO c - EST. 0+918Electrolevel 87 / EL. 744.8 SECTION C - STA. 0+918

Deslocamento m6ximo : + 16.5cmMaximum Displacement : + 16.5cm

Eletron vel C9 / EL. 744.8Electrolevel C9 / EL. 744.8

Figura 7. Eletroniveis nas seg6es B e C - Evolugao do aterro e dos deslocamentos

XXIII SeminBrio National de Grandes Barragens 115