Monitoramento de parasitos e coliformes como parâmetros de

ldquoMonitoramento de parasitos e coliformes como paracircmetros de avaliaccedilatildeo

sanitaacuteria de areia e aacutegua de praias da Baiacutea de Guanabarardquo

por

Ludimila Santos Amaral

Dissertaccedilatildeo apresentada com vistas agrave obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em

Ciecircncias na aacuterea de Sauacutede Puacuteblica

Orientadora Profordf Drordf Adriana Sotero Martins

Rio de Janeiro junho de 2012

Esta dissertaccedilatildeo intitulada



apresentada por


foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros

Prof Dr Jairo Pinheiro da Silva

Prof Dr Antonio Nascimento Duarte

Profordf Drordf Adriana Sotero Martins ndash Orientadora

Dissertaccedilatildeo defendida e aprovada em 29 de junho de 2012

Catalogaccedilatildeo na fonte

Instituto de Comunicaccedilatildeo e Informaccedilatildeo Cientiacutefica e Tecnoloacutegica

Biblioteca de Sauacutede Puacuteblica

A485m Amaral Ludimila Santos

Monitoramento de parasitos e coliformes como paracircmetros

de avaliaccedilatildeo sanitaacuteria de areia e aacutegua de praias da Baiacutea de

Guanabara Ludimila Santos Amaral -- 2012

98 f il color tab graf mapas

Orientadora Adriana Sotero Martins

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica

Sergio Arouca Rio de Janeiro 2012

1 Praias 2 Monitoramento da Aacutegua 3 Vigilacircncia Sanitaacuteria

4 Areia 5 Microbiologia da Aacutegua 6 Helmintos - parasitologia

7 Coliformes I Tiacutetulo

CDD ndash 22ed ndash 36372098153

AGRADECIMENTOS

A Deus por me proporcionar sauacutede e sabedoria nesta longa caminhada de

aprendizado e vitoacuterias Por se fazer presente nos momentos de derrota e fraqueza por

nos confiar agrave vida e por ser o uacutenico a conhecer todo o nosso ser ajudando-nos a superar

maacutegoas e desencantos fazendo de noacutes pessoas mais fortes e verdadeiras

Aos meus pais Aluizio e Adenete pelos ensinamentos carinho compreensatildeo

por se fazer presente nos momentos mais difiacuteceis incentivando a sempre prosseguir me

fortalecendo ensinando que os caminhos devem ser percorridos sem medo e os

obstaacuteculos vencidos A vocecircs o meu amor eterno

Aos meus irmatildeos Leonardo e Luciana pelo incentivo carinho e pelos

momentos de alegria

Ao Dr Antocircnio Nascimento Duarte pela ajuda confianccedila e incentivo

fornecendo todas as condiccedilotildees necessaacuterias para a realizaccedilatildeo dos experimentos

Toda a equipe do Laboratoacuterio de Parasitologia Ambiental do DCB Fiocruz pela

ajuda prestada na realizaccedilatildeo dos experimentos

Ao Viniacutecius Tunholi pela ajuda incentivo dedicaccedilatildeo e por seu

companheirismo Muitos dos seus conselhos e dicas jamais seratildeo esquecidos e com

certeza fortaleceram minha formaccedilatildeo Pelos momentos de alegrias por se fazer presente

nos momentos difiacuteceis Muito obrigada

A minha orientadora Profordf Drordf Adriana Sotero Martins pelos ensinamentos

concedidos e fundamentais para a conclusatildeo deste estudo Pela dedicaccedilatildeo e orientaccedilatildeo

RESUMO

Doenccedilas de veiculaccedilatildeo ambiental pela aacutegua e solo constituem um grande

problema de sauacutede puacuteblica principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento onde as

condiccedilotildees de saneamento satildeo precaacuterias Este trabalho teve por objetivo o monitoramento

de microorganismos para avaliaccedilatildeo da qualidade sanitaacuteria de areia e aacutegua de praias da

Baiacutea de Guanabara RJ Foram realizadas avaliaccedilotildees da qualidade sanitaacuteria de areia e de

aacutegua de quatro praias da Baiacutea de Guanabara duas na Ilha de Governador e duas na Ilha

de Paquetaacute sendo feitas duas campanhas de coleta de amostras frescas nas quatro estaccedilotildees

do ano no periacuteodo de 2010 a 2011 A metodologia utilizada nas anaacutelises colimeacutetricas

permitiu distinguir E coli dos demais Coliformes Totais sendo utilizada a teacutecnica de

membrana filtrante e os resultados expressos em UFCg e UFCmL Nas anaacutelises

parasitoloacutegicas foram utilizadas teacutecnicas parasitoloacutegicas tradicionais sendo Meacutetodo de

Baermann-Moraes e Meacutetodo de Lutz Sendo realizadas somente na matriz areia seca e

em ambas foram feitas adaptaccedilotildees para esse tipo de matriz visando eficiecircncia praticidade

e baixo custo Foram feitas tambeacutem anaacutelises do tipo imunoensaios sendo utilizados ldquoKitsrdquo

comerciais para a realizaccedilatildeo de Ensaio Imunoenzimaacutetico (ELISA) A praia da Bica foi a

que apresentou maiores niacuteveis de E coli em aacutegua acima dos limites determinados na

Resoluccedilatildeo 27400 CONAMA Enquanto para a matriz areia seca foi na praia Joseacute

Bonifaacutecio que foram encontrados em meacutedia niacuteveis colimeacutetricos elevados (1948750

UFCg) e tambeacutem onde foram observados com maior frequecircncia ovos e larvas de

helmintos Portanto quanto mais elevados os niacuteveis colimetricos maior eacute o risco para a

presenccedila de parasitos devido a presenccedila de contato por esgoto sanitaacuterio

Palavras Chaves Praias Monitoramento da qualidade sanitaacuteria Areia Aacutegua de

balneabilidade Helmintos e Protozoaacuterios

ABSTRACT

Diseases spread by the water and soil are a serious public health problem

especially in developing countries where sanitation conditions are often precarious The

aim of this work was to monitor the presence of microorganisms to assess the sanitary

quality of the sand and water at beaches within Rio de Janeirorsquos Guanabara Bay The

sanitary quality of the sand and water were evaluated at four beaches within the bay two

on Governador Isle and on Paquetaacute Isle through two campaigns to collect fresh samples

during the four seasons of the year in 2010 and 2011 The method employed (membrane

filter technique) in the colimetric analyses enabled distinguishing E coli from the other

organisms making up the total coliforms with the results expressed as UFCg and

UFCmL for the water and sand samples respectively Traditional techniques were used

in the parasitological analyses the Baermann-Moraes method and Lutz method only

carried out on the dry sand samples in both cases with adaptations for this test material

to improve efficiency and practicality and lower the cost Assays were also performed

with commercial ELISA kits Bica Beach had the highest levels of E coli in the water

samples above the limits allowed by Resolution 27400 from Brazilrsquos National

Environmental Council (CONAMA) The highest levels of E coli in the sand samples

were found at Joseacute Bonifaacutecio Beach (1948750 UFCg) along with the greatest frequency

of helminth eggs and larvae Therefore the higher the colimetric levels the greater will

be the risk of the presence of parasites due to the contact with sewage

Key words Beaches Sanitary quality monitoring Sand Beach water Helminths

Protozoa

SUMAacuteRIO

1-INTRODUCcedilAtildeO14

2-REVISAtildeO DA LITERATURA15

21- Baiacutea de Guanabara15

211- Caracteriacutesticas de suas aacuteguas e entorno15

212- Poluiccedilatildeo e Programa de Despoluiccedilatildeo da Baiacutea de Guanabara RJ16

22- Sauacutede Ambiental das Aacutereas de Recreaccedilatildeo18

221- Contaminaccedilatildeo de areia e aacutegua19

222- Legislaccedilotildees Brasileiras sobre a qualidade da areia22

2221- No municiacutepio do Rio de Janeiro23

2222- No Estado de Satildeo Paulo25

2223- Padrotildees Internacionais25

223- Legislaccedilotildees Brasileiras sobre a qualidade da aacutegua25

23- Poliacutetica de saneamento28

231- Classificaccedilatildeo de algumas doenccedilas no contexto ambiental30

24- Parasitos como indicadores de contaminaccedilatildeo ambiental proposta na

literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34

2511- Morfologia e Ciclo de vida35

252- Trichuris sp36


253- Ancilostomiacutedeos37


254- Toxocara sp41


26- Protozoaacuterios43

261- Giardia sp43

2611- Morfologia43

262- Cryptosporidium sp45

2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46

27- Bioindicadores Fecais em Materiais Ambientais (Aacutegua e Areia)47

271- Coliformes totais47

272- Escherichia coli48

3-OBJETIVOS49

31- Objetivo Geral49

32- Objetivos Especiacuteficos49

4-METODOLOGIA 50

41- Metodologia de Campo50

411- Plano de Amostragem50

412- Generalidades sobre a aacuterea de estudo50

4121- Ilha de Paquetaacute53

41211- Praia Joseacute Bonifaacutecio54

41212- Ilha de Tamoios54

4122- Ilha de Governador54

41221- Praia da Bica55

41222- Ponta do Tubicacanga55

413- Coleta das amostras nos periacuteodos de monitoramento55

414- Registro coleta e preservaccedilatildeo das amostras57

4141- Registros57

4142- Meacutetodo de coleta das amostras58

415- Meacutetodo de coleta em campo59

4151- Para amostras de Coliformes59

41511-Aacutegua59

41512- Areia59

4152- Para amostras Parasitoloacutegicas60

42- Metodologia Analiacutetica61

421- Laboratoacuterios utilizados para asa anaacutelises61

422- Processamentos Laboratoriais das amostras microbioloacutegicas61

4221- Diluiccedilatildeo seriada das amostras62

4222- Anaacutelise Bacterioloacutegica64

423- Processamento para anaacutelises parasitoloacutegicas65

4231- Avaliaccedilatildeo de recuperaccedilatildeo de parasitos em areia seca contaminaccedilatildeo

experimental65

4232- Teacutecnica de Lutz Adapatada66

4233- Teacutecnica de Baermann-Moraes Adaptada67

4234- Ensaio Imunoenzimaacutetico (ELISA)67

424- Comparaccedilotildees Estatiacutesticas69

5-RESULTADOS E DISCUSSAtildeO70

51- Monitoramento da Qualidade da Aacutegua das Praias70

511- Anaacutelise dos Paracircmetros Colimeacutetricos em Aacutegua 3ordm Periacuteodo - 2010 a 201170

52- Monitoramento da Qualidade da Areia das Praias71

521- Anaacutelise dos niacuteveis de Coliformes Totais e de E coli nas areias das praias 3ordm

Periacuteodo - 2010 a 201171


53 - Niacuteveis Parasitoloacutegicos em Areia75

531- Anaacutelise de Amostras Frescas para Parasitologia 3ordm Periacuteodo de Estudo75

54 ndash Atlas de Imagens Obtidas de Amostras Positivas do 3ordm Periacuteodo80

55- Avaliaccedilatildeo por Imunofluorescecircncia ELISA81

56- Avaliaccedilatildeo da Recuperaccedilatildeo de Parasitos em Areia Seca Contaminaccedilatildeo

experimental da areia83

6- PERSPECTIVAS FUTURAS DO TRABALHO85

7- CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS86

ANEXO87

8- REFEREcircNCIAS88

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Ovos feacuterteis de Ascaris lumbricoides36

Figura 2 Ovos feacuterteis de Tricuris vulpis37

Figura 3 Migraccedilatildeo de Ancilostomiacutedeos no estrato epitelial da pele humana38

Figura 4 Ovo de ancilostomiacutedeo em fase de embrionamento39

Figura 5 Larva de terceiro estaacutegio de Ancylostoma braziliense39

Figura 6 Vias de desenvolvimento do Ancylostoma sp no catildeo e no

homem40

Figura 7 Microscopia de luz demonstrando aspectos morfoloacutegicos utilizados na

identificaccedilatildeo de ovos de Toxocara canis42

Figura 8 Ciclo bioloacutegico de Toxocara canis42

Figura 9 Trofozoiacutetos de Giardia sp44

Figura 10 Cisto de Giardia sp 44

Figura 11 Oocisto de Cryptosporidium sp 46

Figura 12 Trofozoiacuteto (A) e cisto (B) de Entamoeba histolytica47

Figura 13 Imagem atraveacutes de sateacutelite do trecho da Baiacutea de Guanabara Rio de Janeiro

(RJ) Brasil Enfoque na aacuterea do estudo51

Figura 14 Imagem por meio de sateacutelite da Ilha do Governador (RJBrasil) com enfoque

para a Praia da Bica e da Ponta do Tubiacanga52

Figura 15 Imagem por meio de sateacutelite da Praia dos Tamoios (Nordeste) e Joseacute

Bonifaacutecio (Noroeste) na Ilha de Paquetaacute (Rio de JaneiroRJ-Brasil) com enfoque na

localizaccedilatildeo dos pontos de coleta52

Figura 16 Imagem por meio de sateacutelite da Praia da Bica (Ilha do Governador Rio de

JaneiroRJ-Brasil) com enfoque na localizaccedilatildeo dos pontos de coleta53

Figura 17 Imagem por meio de sateacutelite da Praia da Ponta do Tubiacanga (Ilha do

Governador Rio de Janeiro RJ-Brasil) com enfoque na localizaccedilatildeo dos pontos de

coleta53

Figura 18 Frasco de vidro esteacuteril utilizado no armazenamento da

amostra59

Figura 19 Coleta de areia para anaacutelise colimeacutetrica60

Figura 20 Areia seca coletada com o auxiacutelio de uma concha60

Figura 21 Coleta de areia seca para anaacutelise parasitoloacutegica acondicionado em saco

plaacutestico61

Figura 22 Esquema das diluiccedilotildees iniciais e em seacuterie das diferentes matrizes

ambientais63

Figura 23 Etapa inicial de preparo da amostra de areia seca para Teacutecnica de Lutz

Adaptada 66

Figura 24 Etapa de filtraccedilatildeo da amostra de areia seca na Teacutecnica de Lutz

Adaptada67

Figura 25 Comparaccedilatildeo das anaacutelises dos niacuteveis de coliformes totais (CT) e de E coli

(EC) presentes em aacutegua (UFCmL) 71

Figura 26 Comparaccedilatildeo das anaacutelises dos niacuteveis de coliformes totais (CT) presentes nas

matrizes areia (UFCg x 102)73


(EC) presentes em areia uacutemida (UFCg x 102) 74

Figura 28 Comparaccedilatildeo da frequecircncia absoluta de ovos de Ascaris sp Ancylostoma sp e

Larvas encontradas nas amostras de areia seca no periacuteodo de 2010 a 2011 pelas as teacutecnicas

de Lutz - Adaptada (L) e Baermann-Moraes - Adaptada (BM) 75

Figura 29 Frequecircncia absoluta das amostras de areia seca positivas para as estruturas

parasitaacuterias (helmintosprotozoaacuterios) relacionadas pelas estaccedilotildees do ano coletados nas

quatro praias estudadas no periacuteodo de 2008 a 201178

Figura 31 Frequecircncia relativa do nuacutemero de ovos recuperados pela teacutecnica de Lutz apoacutes

a contaminaccedilatildeo das amostras de areia seca 83

Figura 30 Microscopia de luz realizada em matrizes ambientais (areias) contaminadas

por ovos e larvas de diferentes geohelmintos 87

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classificaccedilatildeo para Coliformes totais e E coli segundo modificaccedilatildeo a partir da

Resoluccedilatildeo Nordm 4682010 da SMAC dados expressos em UFCg (Fonte CONAMA

2008)25


Resoluccedilatildeo Nordm 2742000 do CONAMA (Fonte CONAMA 2008)27

Tabela 3 ldquoKitsrdquo comerciais utilizados para a realizaccedilatildeo dos testes de Elisa68

Tabela 4 Correlaccedilatildeo linear de Pearson entre os dados meacutedios dos niacuteveis de coliformes

totais (CT) e de E coli (EC)75

Tabela 5 Grau de sensibilidade das teacutecnicas de Lutz- Adapatada e Baermann- Moraes

Adapatada na recuperaccedilatildeo de estruturas parasitaacuterias proveniente da matriz areia seca

durante o periacuteodo de 2010 a 201177

Tabela 6 Variaccedilatildeo meacutedia da umidade relativa do ar e temperatura do ambiente durante

o periacuteodo das coletas (2010-2011) nas estaccedilotildees do ano79

Tabela 7 Frequecircncia absoluta e relativa dos protozoaacuterios Giardia sp Cryptosporidium

sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua31

Quadro 2 Periacuteodos das Coletas de Amostras nas Praias da Bica (BI) Tubiacanga (TU)

Joseacute Bonifaacutecio (JB) e Tamoios (TA)56

Quadro 3 Nuacutemero de amostras de areia seca por periacuteodo que foram analisadas nos

estudos parasitoloacutegicos nas Praias da Bica (BI) Tubiacanga (TU) Joseacute Bonifaacutecio (JB) e

Tamoios (TA)58

SIGLAS E ABREVEATURAS

ABAE ndash Associaccedilatildeo Bandeira Azul da Europa

BI- Praia da Bica

BID- Banco Interamericano de Desenvolvimento

CEDAE - Companhia Estadual de Aacutegua e Esgoto

CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente

CT- Coliformes Totais

DBO - Bioquiacutemica de Oxigecircnio

EC - Escherichia coli

ELISA- ensaio imunoenzimaacutetico

EPA - Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

JB ndash Praia de Joseacute Bonifaacutecio

JICA -Agecircncia de Cooperaccedilatildeo Internacional do Japatildeo

OD - Oxigecircnio Dissolvido

OMS- Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede

PDBG- Programa de Despoluiccedilatildeo da Baiacutea de Guanabara

PLANASA- Plano Nacional de Saneamento

PSAM- Plano de Saneamento Ambiental dos Municiacutepios no Entorno da Baiacutea de

Guanabara

SMAC - Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro

TA ndash Praia de Tamoios

TU- Praia de Tubiacanga

14

1- INTRODUCcedilAtildeO

O presente estudo teve como interesse central o monitoramento de parasitos e

coliformes para avaliaccedilatildeo da qualidade sanitaacuteria de areia e aacutegua de praias da Baiacutea de

Guanabara RJ

Este trabalho esteve inserido no Macro-Projeto intitulado ldquoImpacto da Poluiccedilatildeo

na Qualidade Sanitaacuteria de Aacutegua e Areia de Praias de dois Ecossistemas Brasileiros Baiacutea

de Guanabara e Bacia do Amazonasrdquo financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa

(CNPq) processo No 5774322008-7 e relacionado com agrave linha de pesquisa de

Monitoramento da Sauacutede Ambiental desenvolvida no Departamento de Saneamento e

Sauacutede Ambiental (DSSA) sob a coordenaccedilatildeo da Profordf Drordf Adriana Sotero Martins

desde o ano de 2008 que previa quatro periacuteodos de coleta distribuiacutedas nos meses dos

anos (2008-2009 2009-2010 2010-2011 e 2011-2012) visando o monitoramento das

condiccedilotildees sanitaacuterias de praias da Baiacutea de Guanabara Tem por objetivo propor o

monitoramento de microorganismos para avaliaccedilatildeo da qualidade sanitaacuteria de areia e

aacutegua de praias da Baiacutea de Guanabara e da Cidade de Manaus e teve material coletado

de areia para futuras anaacutelises parasitoloacutegicas E os resultados obtidos nesse estudo

poderatildeo ser utilizados para propiciar informaccedilotildees essenciais agrave padronizaccedilatildeo de teacutecnicas

e gerar indicadores que forneccedilam subsiacutedio para o Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) e tambeacutem para as agecircncias ambientais estaduais e municipais brasileiras

em relaccedilatildeo agrave sauacutede ambiental dos ecossistemas praianos e das aacutereas utilizadas para

recreaccedilatildeo

Sendo assim essa dissertaccedilatildeo de mestrado estaraacute contribuindo com estudos do

monitoramento colimeacutetrico de aacutegua e areia dos ambientes praianos aleacutem de ser um

estudo preliminar para as anaacutelises parasitoloacutegicas dessas matrizes ambientais podendo

comparar os dados aqui encontrados com os dados obtidos dos padrotildees colimeacutetricos

anteriormente propostos atraveacutes da verificaccedilatildeo ou natildeo de correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os

dados

15

2- REVISAtildeO DA LITERATURA

21ndash Baiacutea de Guanabara

211- Caracteriacutesticas de suas Aacuteguas e do Entorno

No Brasil de uma forma geral a qualidade da aacutegua representa possivelmente o

principal problema ambiental Dentro do conceito mais amplo de gestatildeo da qualidade de

aacutegua o saneamento representa o setor que mais claramente estaacute vinculado agrave agenda

ambiental sendo certamente o principal em termos de impactos sociais e ambientais

(LIMA 2006)

A Baiacutea de Guanabara localiza-se no Estado do Rio de Janeiro entre as longitudes

43o00rsquo00rdquo e 43o20rsquo00rdquo W e latitudes 22o40rsquo00rdquo e 23o05rsquo00rdquo S Esta constitui um

estuaacuterio com uma aacuterea total de 346 km2 incluindo 59 km2 de ilhas A bacia hidrograacutefica

tributaacuteria abrange uma aacuterea aproximada de 4000 km2 (FEEMA 1998)

Nesta regiatildeo habitam cerca de 10 milhotildees de habitantes o equivalente a 80 da

populaccedilatildeo do Estado Estima-se que mais de dois terccedilos dessa populaccedilatildeo habitem

regiotildees adjacentes agrave Baiacutea de Guanabara (IBGE 2002)

A maior concentraccedilatildeo urbano-industrial estaacute localizada na regiatildeo do entorno da

Baiacutea principalmente no municiacutepio do Rio de Janeiro em seguida no municiacutepio de

Niteroacutei Para atender agrave grande demanda de uma Regiatildeo Metropolitana (expansatildeo

urbano-industrial) eacute preciso estar atento por exemplo agraves possiacuteveis fontes de recursos

minerais bem como agraves atividades extrativas que inevitavelmente causam impactos

negativos ao ambiente Essa atividade na aacuterea de entorno da Baiacutea de Guanabara estaacute

presente nos ambientes fluviais nas planiacutecies em dunas praias em materiais terrosos e

rochas propriamente ditas Contribuem portanto para a destruiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e

diminuiccedilatildeo da fauna destruiccedilatildeo de nascentes turbidez das aacuteguas assoreamento dos

rios destruiccedilatildeo de dunas e siacutetios arqueoloacutegicos quebra do perfil de equiliacutebrio de costa

destruiccedilatildeo dos solos processo erosivo e por conseguinte descaracterizaccedilatildeo paisagiacutestica

e degradaccedilatildeo ambiental (Egler et al 2003)

A Baiacutea de Guanabara apresenta problemas seacuterios de poluiccedilatildeo e de eutrofizaccedilatildeo

Elevadas cargas de bacteacuterias mateacuteria orgacircnica e nutrientes vecircm contribuindo para

agravar o processo de degradaccedilatildeo ambiental do ecossistema da baiacutea especialmente nas

aacutereas oeste e noroeste que se encontra em estado criacutetico Os problemas satildeo devidos

16

principalmente agraves altas concentraccedilotildees de bacteacuterias do tipo Coliformes Demanda

Bioquiacutemica de Oxigecircnio (DBO) Foacutesforo Nitrogecircnio e Clorofila (caracterizando a

biomassa de algas) como tambeacutem baixos niacuteveis de Oxigecircnio Dissolvido (OD)

A regiatildeo localizada no canal entre as Ilhas do Governador e do Fundatildeo e o

continente apresenta a pior qualidade de aacutegua com OD abaixo de 1 mgL DBO de ateacute

50 mgL e elevados niacuteveis de nutrientes de nitrogecircnio e foacutesforo bem como de

coliformes fecais devido aos lanccedilamentos significativos de efluentes brutos ou

parcialmente tratados provenientes das aacutereas industriais e residenciais de baixa

renda nas aacutereas ao norte do Municiacutepio do Rio de Janeiro A influecircncia do

movimento de mareacute eacute limitada nessa aacuterea uma vez que a deposiccedilatildeo de sedimento

reduziu as seccedilotildees transversais do canal A qualidade de aacutegua eacute similar agrave dos esgotos

sanitaacuterios parcialmente tratados dessa forma problemas de odor satildeo tambeacutem

significativos Essa regiatildeo recebe uma carga poluidora consideraacutevel proveniente das

induacutestrias e das aacutereas residenciais (LIMA 2006)

212- Poluiccedilatildeo e Programa de Despoluiccedilatildeo da Baiacutea de GuanabaraRJ

A Baiacutea de Guanabara atingiu os atuais niacuteveis de poluiccedilatildeo a partir de um processo

contiacutenuo de degradaccedilatildeo se tornando mais intenso principalmente nas deacutecadas de 1950-

1960 devido ao elevado crescimento urbano especialmente na Regiatildeo Sudeste do Paiacutes

(LIMA 2006)

Dentre as causas de degradaccedilatildeo ambiental da Baiacutea de Guanabara as principais

satildeo o desmatamento a destruiccedilatildeo de manguezais aterros ineficiecircncia na coleta urbana

e destino final do lixo poluiccedilatildeo industrial e acidentes ambientais (PEREIRA 2003)

A deficiecircncia do sistema de saneamento baacutesico agravada pela falta de

tratamento dos esgotos sanitaacuterios representa a principal fonte de poluiccedilatildeo da Baiacutea As

redes coletoras natildeo satildeo suficientes e a predominacircncia em aacutereas mais pobres do esgoto a

ceacuteu aberto favorece a chegada de esgoto in natura agrave Baiacutea de Guanabara como receptor

natural de todos os rios canais e galerias da cidade do Rio de Janeiro (PEREIRA

2003)

Adicionalmente a deficiecircncia de coleta e a falta de locais adequados para

receber o lixo domeacutestico e os rejeitos de induacutestrias hospitais e laboratoacuterios constituem

um problema de ampla repercussatildeo para a sauacutede puacuteblica Os dejetos humanos aliados

aos rejeitos e ao lixo orgacircnico e inorgacircnico satildeo focos de diversas doenccedilas infecciosas e

17

parasitaacuterias bacterianas e virais podendo ainda representar risco de contaminaccedilatildeo

humana por materiais toacutexicos e radioativos O seu acuacutemulo sem tratamento promove

aleacutem disso a contaminaccedilatildeo do solo e consequentemente a poluiccedilatildeo de aacuteguas

superficiais e subterracircneas causando tambeacutem a obstruccedilatildeo dos sistemas de drenagem e

provocando inundaccedilotildees com enormes riscos para a sauacutede humana e tambeacutem animal

(PEREIRA 2003)

Os despejos industriais se constituem em fonte de poluiccedilatildeo consideraacutevel das aacuteguas

da baiacutea representando cerca de 20 da poluiccedilatildeo orgacircnica biodegradaacutevel sendo ainda

responsaacutevel pela quase totalidade da poluiccedilatildeo quiacutemica por substacircncias toacutexicas e metais

pesados nocivos agrave sauacutede humana que acabam por se acumular nos sedimentos (LIMA

2006)

Em resumo pode-se afirmar que seacuterios problemas de sauacutede puacuteblica caracterizam a

regiatildeo da bacia hidrograacutefica da Baiacutea de Guanabara devido agrave gestatildeo inadequada dos

esgotos sanitaacuterios e dos resiacuteduos soacutelidos urbanos (FEEMA 1998)

O Programa de Despoluiccedilatildeo da Baiacutea de Guanabara (PDBG) tem por objetivo eacute

diminuir a poluiccedilatildeo da Baiacutea mas natildeo somente se limita a limpar diretamente o corpo

d`aacutegua adicionalmente buscar solucionar o conjunto de problemas ambientais da bacia

que determinam seu estado atual de degradaccedilatildeo O PDBG foi proposto durante a ECO

92 sendo inicialmente executado em 1995 prorrogado oficialmente por 7 vezes e ateacute

hoje continua inacabado Resultados oficiais indicam que apenas 30 do esgoto que cai

na Baiacutea de Guanabara satildeo tratados (seis dos 20 mil litros produzidos por segundo)

Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente o atual programa consumiu cerca de

US$ 117 milhatildeo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) da Agecircncia de

Cooperaccedilatildeo Internacional do Japatildeo (JICA) e do governo do Estado De acordo com o

relatoacuterio as principais falhas relacionadas ao insucesso do programa incluem

especialmente a falta de articulaccedilatildeo com os municiacutepios situados em torno da Baiacutea e falta

de regulaccedilatildeo da Companhia Estadual de Aacutegua e Esgoto (CEDAE) Atualmente o

governo do Estado assinou um novo contrato com o BID para um novo programa

voltado na recuperaccedilatildeo da Baiacutea intitulado como Plano de Saneamento Ambiental dos

Municiacutepios no Entorno da Baiacutea de Guanabara (PSAM) visando a recuperaccedilatildeo de

manguezais construccedilatildeo ampliaccedilatildeo e melhoria da rede de esgoto no Centro e na zona

Norte da cidade do Rio de Janeiro e Municiacutepios vizinhos da Baixada Fluminense e Satildeo

Gonccedilalo e restabelecimento da mata ciliar a fim de minimizar as consequecircncias geradas

pela degradaccedilatildeo ambiental ao longo dos anos (MALTA 2005)

18

22- Sauacutede Ambiental das Aacutereas de Recreaccedilatildeo

De acordo com Borja et al (2000) alguns estudos visam compreender melhor a

associaccedilatildeo existente entre sauacutede e a qualidade do meio ambiente bem como a incentivar

estrateacutegias de poliacuteticas integradas para esses setores Isso tem sido uma preocupaccedilatildeo de

entidades em todo mundo inclusive da Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS)

O saneamento baacutesico eacute um importante indicador da qualidade ambiental e por

conseguinte da qualidade de vida e da sauacutede das populaccedilotildees de aacutereas urbanas

especialmente no Brasil onde segundo dados do IBGE (2008) cerca de 40 milhotildees de

pessoas natildeo tecircm acesso agrave aacutegua tratada e 100 milhotildees natildeo tecircm acesso agrave rede de esgoto

Segundo Ludwing et al (1999) admitem parecer simples esta confrontaccedilatildeo

por ser quase lugar comum afirmar que saneamento ambiental deficiente estaacute

diretamente relacionado com altos iacutendices de parasitoses intestinais No entanto

Ferreira et al (2000) destacam que satildeo poucos os trabalhos no Brasil relacionados

sobre a prevalecircncia de enteroparasitoses veiculados com o solo sendo a maioria

realizados em amostras de bases populacionais como usuaacuterios de serviccedilos de sauacutede

alunos de escolas puacuteblicas e comunidades urbanas carentes

Cabe ressaltar que a presenccedila de enteroparasito no solo na aacutegua ou em

alimentos aleacutem de sua importacircncia especiacutefica eacute um importante indicador bioloacutegico de

contaminaccedilatildeo fecal servindo de alerta para a transmissatildeo de outros agentes como os

enteroviacuterus o viacuterus da hepatite A Aleacutem disso os ovos dos helmintos parasitos por

serem maiores mais resistentes e mais faacuteceis de serem evidenciados no ambiente

fornecem indicaccedilatildeo segura da contaminaccedilatildeo fecal atual ou recente podendo constituir-

se em coadjuvante necessaacuterio a um adequado monitoramento sanitaacuterio do meio (SILVA

et al 1991)

Os efeitos ambientais na sauacutede se transformam cada vez mais em uma

preocupaccedilatildeo da sauacutede puacuteblica que nos leva a uma reflexatildeo e necessidade de

informaccedilotildees melhoradas que deem suporte a uma nova forma de pensar e abordar os

problemas (RIGOTTO 2003)

Os microorganismos patogecircnicos encontrados na areia podem ser provenientes

de vaacuterias fontes tais como lixo animais domeacutesticos pombos descarga de esgoto

sanitaacuterio (liacutenguas negras) dentre outros Podendo representar assim fatores de risco para

a sauacutede humana causando doenccedilas como hepatite distuacuterbios gastrintestinais

desidrataccedilatildeo micoses e doenccedilas parasitaacuterias (BOUKAI 2005)

19

Outros fatores tambeacutem podem ser mencionados como contribuintes para a

sobrevivecircncia e dispersatildeo de microorganismos patogecircnicos na areia satildeo eles os efeitos

das mareacutes mudanccedila de estaccedilatildeo do ano e o nuacutemero de banhistas (BOUKAI 2005)

221- Contaminaccedilatildeo de Areia e Aacutegua

As parasitoses intestinais estatildeo amplamente distribuiacutedas no mundo constituindo

um grande problema de sauacutede puacuteblica principalmente nos paiacuteses em desenvolvimento

(OMS 2009)

A maioria das infecccedilotildees causadas por geo-helmintos ocorre na Aacutefrica subsaariana

nas Ameacutericas China e leste da Aacutesia Estimativas recentes da OMS (2009) sugerem que

Ascaris lumbricoides infecta mais de um bilhatildeo de pessoas enquanto Trichuris

trichiura 795 milhotildees e Ancylostoma duodenale e Necator americanus 740 milhotildees

(MELLO 2010)

Segundo a OMS (2009) dentre as doenccedilas negligenciadas de maior interesse no

panorama brasileiro as seguintes doenccedilas parasitoloacutegicas possuem importacircncia

epidemioloacutegica ascariacutease ancilostomiacutease amebiacutease e giardiacutease

A gravidade dessas doenccedilas estaacute relacionada agrave dose infectante e ao nuacutemero de

organismos adquiridos ao longo do tempo sendo as exposiccedilotildees frequentes responsaacuteveis

em muitos casos pelo aumento da carga parasitaacuteria (COcircRTES 2010)

A contaminaccedilatildeo ambiental por formas infectantes de protozoaacuterios e helmintos

depende de vaacuterios fatores que incluem concentraccedilatildeo e localizaccedilatildeo de hospedeiros

infectados nuacutemero de formas infectantes excretadas haacutebitos dos hospedeiros

diferenccedilas eacutetnicas e socioeconocircmicas distribuiccedilatildeo geograacutefica condiccedilotildees e niacuteveis de

saneamento qualidade da aacutegua suprimento e fontes alimentares clima

Alguns estudos realizados no Brasil e no mundo com o intuito de diagnosticar a

contaminaccedilatildeo do solo por helmintos com potencial zoonoacutetico Dentre os vaacuterios

helmintos encontrados destacam-se o Ascaris lumbricoides Ancylostoma braziliense

Toxocara canis e Trichuris spp por serem os mais frequentes encontrados tanto

diretamente nas fezes dos hospedeiros como tambeacutem em areias ou terras examinadas

(MORO et al 2008 SILVA et al 2009 KEISER E UTZINGER 2008)

Animais de companhia contribuem para o desenvolvimento fiacutesico social e

emocional de crianccedilas e para o bem-estar de seus donos Entretanto catildees e gatos

possuem muitos parasitos especiacuteficos cujas larvas infectantes soacute completam seu ciclo

20

nesses hospedeiros (MATESCO et al 2006) Como catildees e gatos atuam como

hospedeiros definitivos de algumas parasitoses intestinais Parte delas assume grande

importacircncia em sauacutede puacuteblica pois humanos podem acidentalmente se infectar

resultando em inuacutemeros agravos a sua sauacutede

A concentraccedilatildeo de animais domeacutesticos em aacutereas urbanas associada a um

nuacutemero cada vez maior da populaccedilatildeo abandonada desses animais tem um papel

epidemioloacutegico importante na contaminaccedilatildeo em aacutereas de lazer como praias praccedilas e

parques puacuteblicos aumentando consideravelmente o risco de infecccedilatildeo ao homem e na

disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees por variados gecircneros de parasitos (ZUNINO 2000)

Nematoacuteides cestoacuteides e microorganismos eucariontes satildeo correntemente

associados a risco sanitaacuterio a animais e sob determinadas condiccedilotildees podem ser

transmitidos ao homem e tambeacutem comprometer a sauacutede destes (ZUNINO 2000)

O ciclo de transmissatildeo dos enteroparasitos se desenvolve na aacutegua solo e

alimentos contaminados por fezes contendo formas infectantes de protozoaacuterios

nematelmintos e platelmintos As formas de resistecircncia conservam sua capacidade

infectante por longos periacuteodos de tempo contribuindo para a ocorrecircncia de um

significativo nuacutemero de transmissotildees (CARVALHO et al 2002)

Cryptosporidium spp Giardia lamblia Entamoeba hystolitica satildeo protozoaacuterios

que causam frequentemente doenccedilas gastrointestinais consideradas como grave

problema para a sauacutede puacuteblica Tais organismos podem estar presentes em aacuteguas

superficiais tambeacutem em aacutegua potaacutevel e tratada na forma de oocistos (Cryptosporidium

spp) e cistos (Giardia lamblia e Entamoeba hystolitica) indicando contaminaccedilatildeo fecal

(MONS 2009) Satildeo transmitidos por via orofecal sendo considerados importantes

agentes de doenccedilas diarreacuteicas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica em humanos e animais em todo o

mundo (REYNOLDS et al 2008)

A contaminaccedilatildeo de ambientes utilizados para a recreaccedilatildeo da populaccedilatildeo constitui

grave problema de sauacutede puacuteblica devido agrave possibilidade de transmissatildeo de parasitoses

como ascariacutease teniacutease ancilostomiacutease e em especial doenccedilas como a larva migrans

visceral e a larva migrans cutacircnea que devido agrave peculiaridade do ciclo bioloacutegico de

seus agentes etioloacutegicos e agregadas agrave proximidade existente entre seres humanos e

animais de estimaccedilatildeo se tornam agentes de doenccedilas relativamente importantes sob a

oacutetica epidemioloacutegica Essas parasitoses podem ainda afetar o equiliacutebrio nutricional das

crianccedilas e gerar complicaccedilotildees como obstruccedilatildeo intestinal prolapso retal distuacuterbios

neuroloacutegicos e depauperamento fiacutesico e mental (ARAUacuteJO 2008)

21

A exposiccedilatildeo das matrizes ambientais como aacutegua e areia contaminados por

bioindicadores fecais estaacute associada agrave ocorrecircncia de doenccedilas em humanos como por

exemplo as doenccedilas intestinais Sendo a gastroenterite a doenccedila mais comum que

associada agrave aacutegua poluiacuteda por esgoto pode apresentar um ou mais dos seguintes

sintomas enjocirco vocircmitos dores de estocircmago diarreacuteia cefaleacuteia e febre podendo ocorrer

outras manifestaccedilotildees como infecccedilotildees dos olhos ouvidos nariz e garganta (BONILLA

et al 2007)

A contaminaccedilatildeo do solo por mateacuteria fecal humana e animal eacute fator de

transmissatildeo das geohelmintoses Souza et al (2007) verificaram a presenccedila de ovos

eou larvas de geohelmintos em amostras de terra provenientes de praccedilas puacuteblicas da

zona sul da cidade do Rio de Janeiro onde evidenciaram ovos de Ascaris sp e

Toxocara sp na maioria das praccedilas estudadas demonstrando grande contaminaccedilatildeo do

solo com mateacuteria fecal e indicando um elevado risco de infecccedilatildeo por geohelmintos para

a populaccedilatildeo humana

O diagnoacutestico de certeza de um processo infeccioso eacute dado pela demonstraccedilatildeo

da presenccedila do parasito ou de seus produtos no organismo do hospedeiro Entretanto

nem sempre eacute possiacutevel ou faacutecil de comprovar a existecircncia do parasitismo (REY 2001)

Segundo Rey (2001) os meacutetodos imunoloacutegicos diretos e indiretos tecircm sido

muito empregados para detectar antiacutegenos anticorpos ou imunocomplexos

relacionados com a existecircncia da infecccedilatildeo parasitaacuteria Esses meacutetodos se caracterizam

pela simplicidade e rapidez de execuccedilatildeo possibilidade de automaccedilatildeo e baixo custo

operacional Podem ser aplicados em pacientes para o diagnoacutestico diferencial entre as

doenccedilas com quadros cliacutenicos semelhantes que possam estar sendo causa do processo

patoloacutegico bem como nos inqueacuteritos epidemioloacutegicos

A pesquisa de anticorpos em uma populaccedilatildeo ou em amostras representativas

tem sido utilizada com frequecircncia para determinar a prevalecircncia de uma parasitose No

entanto os testes imunoloacutegicos devem ser devidamente interpretados para evitar falhas

e falsos resultados que podem decorrer da variaccedilatildeo antigecircnica do patoacutegeno ou da

resposta imune do hospedeiro (REY 2001)

Com o intuito de superar vieses metodoloacutegicos como baixa sensibilidade

especificidade e reprodutibilidade diversas novas teacutecnicas vem sendo propostas entre

elas o ensaio imunoenzimaacutetico ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) Essa

abordagem combina a especificidade de um anticorpo com a sensibilidade de um ensaio

enzimaacutetico Recentemente em funccedilatildeo da rapidez e precisatildeo elevadas o ELISA tem sido

22

amplamente utilizado com seus resultados balizando tomadas de decisatildeo importantes

para poliacuteticas de sauacutede puacuteblica e ambiental

As principais fontes deste tipo de poluente marinho satildeo os canais de mareacute que

fazem a conexatildeo de lagunas e da drenagem adjacente ao mar e as liacutenguas negras (que

satildeo causadas pelas galerias de aacuteguas pluviais que desembocam nas areias das praias) A

formaccedilatildeo das liacutenguas negras ocorre principalmente quando haacute contribuiccedilatildeo de esgoto

clandestino ou apoacutes fortes chuvas quando o lixo fezes de animais e todo tipo de

resiacuteduos dos logradouros puacuteblicos satildeo carreados pelas aacuteguas da chuva inicial de

lavagem para as galerias de aacuteguas pluviais (BOUKAI 2000) Outra fonte significativa

deste poluente marinho satildeo os emissaacuterios submarinos que desaacuteguam grande parte do

esgoto urbano da cidade em aacutereas mais afastadas da costa e que em determinadas

condiccedilotildees ambientais (meteoroloacutegicas e oceanograacuteficas) essas aacuteguas chegam ao litoral

comprometendo a qualidade ambiental das praias

Outros fatores que satildeo indicados como sendo os responsaacuteveis pela perda de

qualidade da balneabilidade das praias dentre eles Concentraccedilatildeo urbana na zona

costeira baixos iacutendices de educaccedilatildeo sanitaacuteria e ambiental baixa eficiecircncia no controle

das fontes poluidoras ligaccedilotildees clandestinas de esgotos baixa cobertura de rede de

esgoto e pouco envolvimento da sociedade na soluccedilatildeo dos problemas ambientais

costeiros (AURELIANO 2000)

A presenccedila do patoacutegeno Escherichia coli eacute fortemente associada agrave gastroenterite

em pessoas que utilizam a aacutegua para nadar os organismos das espeacutecies Staphylococcus

aureus e Pseudomonas aeruginosa foram tambeacutem associados como responsaacuteveis por

doenccedilas em banhistas principalmente os que apresentam baixa imunidade (SATO et al

2005)

222- Legislaccedilotildees Brasileiras sobre a Qualidade da Areia

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) recomendou aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo da qualidade parasitoloacutegica e microbioloacutegica da areia para

futuras padronizaccedilotildees por meio da Resoluccedilatildeo Nordm 27400 no oitavo artigo que

classifica as aacuteguas em doces salobras e salinas destinadas agrave balneabilidade Por aquela

ocasiatildeo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (SMAC)

editou a resoluccedilatildeo nordm 08100 contudo esta tinha caraacuteter provisoacuterio de dois anos e tratava

apenas das condiccedilotildees bacterioloacutegicas natildeo realizando anaacutelise para fungos e parasitos e

23

natildeo estabelecia indicadores e os respectivos limites para estes microrganismos os quais

tambeacutem satildeo importantes patoacutegenos de areia A lei Municipal do Rio de Janeiro Nordm 3210

de 5 de abril de 2001 classifica a areia como improacutepria quando a mesma apresenta

larvas e ovos de parasitos em quantidade e qualidade que possam provocar risco agrave sauacutede

humana Segundo SARQUIS (2003) poucas satildeo as referecircncias sobre a microbiota

especiacutefica da orla litoracircnea brasileira e da sua areia de praias Apesar do oacutergatildeo

ambiental municipal do Rio de janeiro ter sido de vanguarda na ediccedilatildeo de

normatizaccedilotildees de avaliaccedilatildeo e monitoramento da qualidade sanitaacuteria das areias das praias

do RJ mesmo com a ediccedilatildeo da nova resoluccedilatildeo Nordm 46810 da SMAC apoacutes trabalho

realizado por uma empresa terceirizada (COHIDRO CONSULTORIA ESTUDOS

PROJETOS) que acompanhou por 4 anos apenas a qualidade sanitaacuteria bacterioloacutegica

das areias de 23 praias do RJ (10 de 35 pontos de coletas satildeo nas praias e ilhas

pertencentes a Baiacutea de Guanabara) (Tabela 1) em moldes metodoloacutegicos semelhantes

aos feitos na antiga resoluccedilatildeo Natildeo sendo realizada a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias

quanto agrave presenccedila de fungos parasitos e viacuterus como era esperado Portanto a resoluccedilatildeo

ainda estaacute incompleta do ponto de vista microbioloacutegico e haacute ainda uma seacuterie de

ressalvas para serem feitas pela comunidade cientiacutefica que apesar do espaccedilo temporal

entre a antiga resoluccedilatildeo e a nova metodologicamente natildeo foram incorporadas aos

avanccedilos cientiacuteficos nesta aacuterea Ressalta-se a importacircncia de padrotildees nacionais que

deveriam ser editados pelo oacutergatildeo superior brasileiro o CONAMA como ocorre nos

paises desenvolvidos que normatizariam os padrotildees sanitaacuterios de avaliaccedilatildeo da

qualidade sanitaacuteria desses espaccedilos de uso pela populaccedilatildeo

2221 ndash No Municiacutepio do Rio de Janeiro

A Lei Orgacircnica Municipal do Rio de Janeiro No 32102001 criou a

obrigatoriedade da divulgaccedilatildeo da qualidade da areia das praias e em seu artigo 9

garante a participaccedilatildeo da coletividade na formula de poliacuteticas publicas e nos planos e

programas E no artigo 464 estabelece que a populaccedilatildeo deve ser informada pelo poder

executivo com sinalizaccedilatildeo de advertecircncia sobre a existecircncia de perigo para a sauacutede nos

locais de despejos de esgoto sanitaacuterio industrial ou patoacutegenos Contudo devido a

inuacutemeras ligaccedilotildees clandestinas nem sempre isso ocorre e por este motivo o

24

monitoramento dos ecossistemas constituem elementos de grande importacircncia para

cumprir este direito do cidadatildeo carioca

Descriccedilatildeo da lei orgacircnica do Municiacutepio do Rio de Janeiro - Capiacutetulo II ndash Dos

Direitos Fundamentais no Art 9ordm ldquoO Municiacutepio asseguraraacute e estimularaacute em oacutergatildeos

colegiados nos termos da lei a participaccedilatildeo da coletividade na formulaccedilatildeo e execuccedilatildeo

de poliacuteticas puacuteblicas e na elaboraccedilatildeo de planos programas e projetos municipaisrdquo E

no Capiacutetulo VI - Do Meio Ambiente na secccedilatildeo II Do Controle e da Preservaccedilatildeo do

Meio Ambiente no Art 464 ndash ldquoO Poder Executivo eacute obrigado a manter a sinalizaccedilatildeo

de advertecircncia nos locais de despejo de esgotos sanitaacuterios industriais ou patoloacutegicos

com o fim de esclarecer a populaccedilatildeo sobre a sua existecircncia e os perigos agrave sauacutederdquo

De acordo com a Lei 235895 eacute proibido agrave presenccedila de cachorros nas

areias das praias mas por falta de fiscalizaccedilatildeo e de educaccedilatildeo ambiental natildeo existe

consciecircncia do risco que essa atitude pode trazer agrave sauacutede de seus frequumlentadores E

tambeacutem verifica-se que na maioria das vezes os animais que mais oferecem risco nesses

ambientes natildeo satildeo os que possuem uma casa e um dono que cuida deles e os manteacutem

saudaacuteveis e sim os animais de rua que satildeo responsabilidade do estado e que satildeo os

mais observados nas praias e praccedilas E pouca fiscalizaccedilatildeo de controle de zoonoses eacute

observada em relaccedilatildeo aos animais sobre a responsabilidade do estado sendo geralmente

frequentes na observaccedilatildeo de campo em areias das praias ratos pombos urubus catildees e

gatos

A avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias de areia para os padrotildees colimeacutetricos eacute

realizada pela SMAC atraveacutes da Resoluccedilatildeo Nordm 4682010

A Resoluccedilatildeo Nordm 4682010 estabelece limites maacuteximos para classificaccedilatildeo das

areias para recreaccedilotildees de contato primaacuterio natildeo recomendando o contato com areias nas

quais tenham sido determinadas concentraccedilotildees superiores a 3800 UFC E coli por 100 g

A escolha desse valor foi baseada nos resultados das anaacutelises realizadas na areia de uma

praia considerada limpa e sem influecircncia de urbanizaccedilatildeo

A tabela 1 apresenta os padrotildees estabelecidos nesta Resoluccedilatildeo expressos em

UFCg de areia

25

Tabela 1 Classificaccedilatildeo para Coliformes totais e Escherichia coli segundo modificaccedilatildeo

a partir da Resoluccedilatildeo Nordm 4682010 da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da

Cidade do Rio de Janeiro dados expressos em UFCg

Classificaccedilatildeo Coliformes totais E coli

Oacutetima 0 a 4614 0 a 018

Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754

Natildeo recomendada gt 13844 gt 1754

Fonte Resoluccedilatildeo Resoluccedilatildeo Nordm 4682010 modificada baseada nos dados do trabalho de

Gronewold e Wolpert (2008)

2222 ndash No Estado de Satildeo Paulo

Existem dificuldades de associaccedilatildeo entre a ocorrecircncia dos patoacutegenos em seus

limites permitidos com a obtenccedilatildeo de dados precisos sobre o aparecimento da doenccedila

na populaccedilatildeo poucos satildeo os estudos a cerca do potencial risco agrave sauacutede associado com

exposiccedilatildeo agrave areia de praia (REGO 2010)

A partir da ausecircncia de uma legislaccedilatildeo nacional para areia com relaccedilatildeo agrave parte

parasitoloacutegica e microbioloacutegica Foi criado em Satildeo Paulo o Projeto de lei Nordm 14366 de

15 de marccedilo de 2011 onde inclui no monitoramento das praias a anaacutelise perioacutedica da

qualidade da areia das praias do litoral dos rios e represas do Estado de Satildeo Paulo

2223- Padrotildees Internacionais

O estudo realizado por Mendes et al (1993) em Portugal propocircs valor de

100000 UFC de coliformes fecais em 100 g de areia e 10000 UFC em 100g de

Enterococos Em 2008 uma organizaccedilatildeo natildeo governamental europeacuteia a Associaccedilatildeo

Bandeira Azul da Europa (ABAE 2008) propocircs Valores Maacuteximos Admissiacuteveis para E

coli e Enterococos de 2000 UFC em 100g de areia seca

223- Legislaccedilotildees Brasileiras sobre Qualidade da Aacutegua

A qualidade ambiental das praias tem adquirido uma relevacircncia crescente

Apesar de nos uacuteltimos anos a legislaccedilatildeo ter evoluiacutedo no sentido do ordenamento da

26

zona costeira e do tratamento de aacuteguas residuais o uacutenico indicador da qualidade

relacionado com a sauacutede publica que pode permitir uma escolha orientada eacute a qualidade

da aacutegua para fins de balneabilidade (PINTO 2010)

A utilizaccedilatildeo do termo balneabilidade refere-se ao uso das aacuteguas para recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio (nataccedilatildeo mergulho esqui-aquaacutetico etc) sendo este entendido como

um contato direto e prolongado com a aacutegua onde a possibilidade de ingerir quantidades

apreciaacuteveis de aacutegua eacute elevada Estas aacuteguas devem ser sistematicamente monitoradas

por anaacutelises fiacutesico-quiacutemicas eou microbioloacutegicas com a intenccedilatildeo de avaliar sua

qualidade proteger a sauacutede e assegurar o bem-estar humano (CETESB 2004)

O paracircmetro indicador baacutesico para a classificaccedilatildeo das praias quanto agrave sua

balneabilidade em termos sanitaacuterios eacute a densidade de coliformes fecais onde diversos

satildeo os fatores que condicionam a presenccedila de esgotos nas praias tais como sistemas de

coleta e disposiccedilatildeo de despejos gerados nas proximidades afluecircncia turiacutestica durante

periacuteodos de temporada fisiografia da praia ocorrecircncia de chuvas entre outros

(CETESB 2004)

Estudos desenvolvidos por Boehm et al (2002) dizem que a qualidade

microbiana da aacutegua muda rapidamente seus resultados demonstraram que esta eacute afetada

por uma seacuterie de fatores complexos tanto locais quanto externos e que recomendaccedilotildees

baseadas em organismos que requerem no miacutenimo 24 horas de desenvolvimento satildeo

suficientemente demoradas para se realizar uma intervenccedilatildeo no local

Em virtude de algumas caracteriacutesticas do ambiente marinho tais como

salinidade sedimentos condiccedilotildees de mareacute dentre outras dificultam o isolamento de

bacteacuterias patogecircnicas Isso justifica porque algumas pesquisas sobre a contaminaccedilatildeo

microbiana litoracircnea se limitam geralmente agrave determinaccedilatildeo das concentraccedilotildees de

bacteacuterias indicadoras da poluiccedilatildeo fecal Sendo o grupo dos coliformes o mais utilizado

nessas pesquisas (RIBEIRO 2002)

O monitoramento das medidas qualitativas das aacuteguas compreende um dos mais

importantes instrumentos de gestatildeo ambiental sendo recomendado na Poliacutetica Nacional

do Meio Ambiente na Portaria Nacional de Recursos Hiacutedricos e no Plano Nacional de

Gerenciamento Costeiro Essa ferramenta fornece informaccedilotildees agrave populaccedilatildeo agrave

comunidade cientiacutefica e aos oacutergatildeos competentes que permitem uma percepccedilatildeo

integrada da realidade ambiental (INEA 2011 BRASIL 2000)

No Brasil haacute instrumentos especiacuteficos para a avaliaccedilatildeo da evoluccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas tanto nos principais rios como em reservatoacuterios lagoas costeiras

27

baiacuteas e praias Em relaccedilatildeo aos niacuteveis estabelecidos para balneabilidade estaacute em vigor a

Resoluccedilatildeo CONAMA Nordm 274 de 29 de novembro de 2000 (Tabela 2) Por meio dessa

resoluccedilatildeo as aacuteguas satildeo classificadas como proacutepria ou improacuteprias a partir do resultado

de anaacutelises microbioloacutegicas ou da detecccedilatildeo da presenccedila de esgotos oacuteleos graxas mareacute

vermelha floraccedilatildeo de algas toacutexicas incidecircncia de doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica ou

outras que contra-indiquem o contato primaacuterio (BRASIL 2000)

Esta mesma resoluccedilatildeo cita os paracircmetros indicadores de qualidade da aacutegua de

balneabilidade Nela foram apresentados como indicadores bioloacutegicos os coliformes

totais E coli e Enterococos sendo classificados de acordo com sua contagem as aacuteguas

como excelentes muito boas satisfatoacuterias e improacuteprias Nela tambeacutem eacute realizada a

recomendaccedilatildeo aos oacutergatildeos ambientais para futuras padronizaccedilotildees de avaliaccedilatildeo das

condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia (BRASIL 2000)

Eacute de extrema relevacircncia mencionar que os padrotildees de balneabilidade

estabelecidos pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental (EPA) nos Estados Unidos da

Ameacuterica (EUA) soacute recomendam a detecccedilatildeo de E coli para aacutegua doce APHA em 2005

Por outro lado no Brasil a Resoluccedilatildeo CONAMA nordm 27400 recomenda o paracircmetro E

coli para avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica de aacuteguas doces e salinas e o paracircmetro

Enterococos que nos EUA eacute usado para avaliar a qualidade sanitaacuteria de ambas as

aacuteguas no Brasil a adoccedilatildeo desse paracircmetro se refere apenas a aacuteguas marinhas


a partir da Resoluccedilatildeo Nordm 2742000 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Fonte Dados expressos em UFCmL Tabela modificada segundo dados apresentados

no trabalho de Gronewold e Wolpert (2008)

28

23- Poliacutetica de Saneamento

Nos uacuteltimos anos tem-se observado que a finalidade dos projetos de saneamento

tem saiacutedo de sua concepccedilatildeo sanitaacuteria claacutessica recaindo em uma abordagem ambiental

que visa natildeo soacute a promover a sauacutede do homem mas tambeacutem a conservaccedilatildeo do meio

fiacutesico e bioacutetipo (SOARES et al 2002)

O saneamento como promoccedilatildeo de sauacutede abrange a implantaccedilatildeo de uma estrutura

fiacutesica composta de sistemas de aacutegua esgoto resiacuteduos soacutelidos e drenagem o que

caracteriza uma intervenccedilatildeo no meio fiacutesico Mas tambeacutem inclui um conjunto de accedilotildees

de educaccedilatildeo para os usuaacuterios desses sistemas um conjunto de poliacuteticas que estabeleccedilam

direitos e deveres dos usuaacuterios e dos prestadores assim como articulaccedilotildees setoriais

uma estrutura institucional capaz de gerenciar o setor de forma integrada aos outros

setores ligados agrave sauacutede e ao ambiente (SOUZA et al 2007) No Brasil ateacute 2007 natildeo

tiacutenhamos uma lei de saneamento em niacutevel federal que indicasse as responsabilidades no

setor para os serviccedilos de aacutegua esgoto lixo e drenagem e sobre a participaccedilatildeo de

investimentos privados no setor E apoacutes 20 anos sem regulaccedilatildeo especiacutefica em 05 de

janeiro de 2007 foi editada a Lei 11445 pelo presidente Luiz Inaacutecio da Silva sendo

regulamentada somente em 2010 pelo decreto 7217 de 21 de junho de 2010 Portanto na

nossa histoacuteria o saneamento ambiental ainda esta sendo construiacutedo pois chegamos a ter um

presidente em 1995 Fernando Henrique Cardoso que vetou integralmente uma lei similar a

essa

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC 2007) a Lei traz

vantagens para o setor uma vez que contribui para a melhora do planejamento do setor

ao obrigar que o titular do serviccedilo (seja ele o Estado ou o Municiacutepio) elabore planos de

saneamento com metas para sua universalizaccedilatildeo exige que a concessatildeo de serviccedilos seja

feita soacute por contrato A lei contribui para colocar fim a situaccedilotildees em que o serviccedilo eacute

prestado de forma precaacuteria gerando os conhecidos conflitos entre empresas de

saneamento e Municiacutepios torna mais acessiacuteveis as informaccedilotildees sobre tarifas e reajustes

prevecirc a adoccedilatildeo de mecanismos de controle social como por exemplo audiecircncias e

consultas puacuteblicas para a aprovaccedilatildeo dos contratos de licitaccedilatildeo e dos planos de

saneamento criaccedilatildeo de oacutergatildeos consultivos dos quais poderiam participar usuaacuterios e

grupos de defesa dos consumidores O destaque negativo fica por conta da falta de

garantia de acesso contiacutenuo aos serviccedilos de saneamento que existia na primeira redaccedilatildeo

do Projeto de Lei o qual estabelecia a obrigatoriedade de manutenccedilatildeo de um

29

suprimento miacutenimo de aacutegua para pessoas de baixa renda e estabelecimentos de sauacutede

educacionais e de internaccedilatildeo coletiva mesmo em casos de inadimplecircncia O texto

aprovado no entanto permite a interpretaccedilatildeo de possibilidade de corte no

abastecimento de aacutegua por exemplo desde que haja aviso preacutevio estabelece as

diretrizes nacionais para o saneamento baacutesico e para a poliacutetica federal de saneamento

baacutesico

O conceito claacutessico de saneamento baacutesico refere-se agrave implantaccedilatildeo de barreiras

sanitaacuterias para evitar o contato entre o agente causal e o hospedeiro como definido no

Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) Esse plano embora tenha relevacircncia natildeo

conseguiu garantir a soluccedilatildeo para grandes problemas de saneamento devido agrave

dissociaccedilatildeo entre os diferentes componentes como por exemplo da coleta e do

tratamento de esgoto A evoluccedilatildeo desse conceito estaacute no saneamento ambiental

entendido como uma estrateacutegia que visa agrave melhoria da qualidade de vida e do perfil de

sauacutede da populaccedilatildeo e das condiccedilotildees ambientais da bacia hidrograacutefica inserida Esse

novo conceito integra a gestatildeo ambiental (de recursos hiacutedricos e de saneamento) como

integrantes de uma mesma poliacutetica (ANDREOLI 2009) Sendo o saneamento ambiental

considerado como preacute-requisito para a urbanizaccedilatildeo pois o cotidiano da populaccedilatildeo eacute

diretamente influenciado pelas condiccedilotildees da oferta dos serviccedilos de saneamento pelo

conforto representado pela disponibilidade de aacutegua nas residecircncias pela coleta e pelo

tratamento do esgoto lixo do manejo das aacuteguas fluviais pela seguranccedila contra cheias

etc

Problemas decorrentes da falta de infraestrutura sanitaacuteria principalmente nas

grandes cidades agravam problemas como processos erosivos aumento do escoamento

superficial e inundaccedilotildees que se tornam mais evidentes nas margens dos rios

ocasionando diversos problemas agraves pessoas residentes nessas aacutereas As poliacuteticas

adotadas pelos governos no acircmbito nacional e regional atraveacutes das leis natildeo datildeo conta

da complexidade das causas e fatores que geram esses problemas socioambientais e

acabam refletindo diretamente na poluiccedilatildeo dos recursos hiacutedricos onde a degradaccedilatildeo eacute

mais visiacutevel

As carecircncias de infraestrutura sanitaacuterias no Brasil resultam em fontes de

poluiccedilatildeo concentrada que ocasionam agrave deterioraccedilatildeo da aacutegua e do solo A interface entre

saneamento e recursos hiacutedricos eacute estreita pois os mananciais de fonte de aacutegua potaacutevel

tornam-se vulneraacuteveis agrave contaminaccedilatildeo assim como a sauacutede da populaccedilatildeo Como

esses ambientes degradados podem ser usados como aacuterea de recreaccedilatildeo o risco para a

30

sauacutede humana eacute aumentado A busca de soluccedilotildees sustentadas em inovaccedilotildees que

envolvam a transversalidade do setor de saneamento baacutesico voltada para as demandas

de melhoria de aacuteguas de qualidade de coleta e de tratamento de esgotos domeacutesticos de

soluccedilotildees para disposiccedilatildeo de esgotos e de manejo de resiacuteduos soacutelidos implementaccedilatildeo de

sistemas de reuso de aacutegua minimizaccedilatildeo do lanccedilamento de resiacuteduos no meio ambiente

rivalizados de forma adequada agrave sauacutede puacuteblica e agrave proteccedilatildeo do ambiente

Visando accedilotildees de controle estruturadas da qualidade sanitaacuteria da aacutegua e do solo

utilizadas pela populaccedilatildeo em aacutereas de recreaccedilatildeo como praias praccedilas e campos devem-

se fornecer informaccedilotildees seguras sobre os riscos do uso desses ambientes seja para

balneabilidade ou recreaccedilatildeo Eacute imprescindiacutevel ter investimentos para atender essas

accedilotildees e ampliar o conhecimento cientiacutefico em todos os aspectos relacionados direta ou

indiretamente com o setor Satildeo exemplos dessas accedilotildees definir criteacuterios e indicadores

especiacuteficos sobre a qualidade sanitaacuteria dos ecossistemas definir padrotildees de comparaccedilatildeo

metodologias seguras e possiacuteveis de darem respostas raacutepidas aos sistemas de controle

dar cumprimento agraves normas de monitoramento de fiscalizaccedilatildeo dos oacutergatildeos oficiais

competentes visando a reduccedilatildeo de tais problemas (texto encaminhado para publicaccedilatildeo

no Livro de Saneamento Sotero-Martins et al 2012 in press)

231- Classificaccedilatildeo de algumas doenccedilas no contexto ambiental

Segundo Heller (1997) os paiacuteses em desenvolvimento entre os quais o Brasil

entraram no terceiro milecircnio ressuscitando patologias do iniacutecio do seacuteculo XX A

ausecircncia de serviccedilos de saneamento tem resultado em precaacuterias condiccedilotildees de sauacutede de

uma parte significativa da populaccedilatildeo brasileira com a incidecircncia de doenccedilas

destacando-se as de veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como diarreacuteias hepatite coacutelera parasitoses

intestinais febre tifoacuteide entre outras (Quadro1)

As doenccedilas de veiculaccedilatildeo hiacutedrica satildeo causadas principalmente por

microorganismos patogecircnicos de origem enteacuterica animal ou humana transmitidas

basicamente pela rota fecal-oral ou seja satildeo excretados nas fezes de indiviacuteduos

infectados e ingeridos na forma de aacutegua ou alimento contaminado por aacutegua poluiacuteda com

fezes (AMARAL et al 2003)

31

CATEGORIA INFECCcedilAtildeO

Feco-oral (transmissatildeo

hiacutedrica ou relacionada com

a higiene)

Disenteria amebiana

Enterite campylobacteriana

Coacutelera

Diarreacuteia por Escherichia coli

Giardiacutease

Diarreacuteia por rotaviacuterus

Salmonelose

Disenteria bacilar

Febres enteacutericas

Febre tifoacuteide

Febre paratifoacuteide

Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease

Baseada na aacutegua - Por

ingestatildeo

Difilobotriacutease e outras infecccedilotildees

por helmintos

Transmissatildeo atraveacutes de

inseto vetor-Procriam na

aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose

Quadro 1 Classificaccedilatildeo ambiental das infecccedilotildees relacionadas com a aacutegua Fonte

Adaptada de CAIRNCROSS e FEACHEM (1990)

24- Parasitos como indicadores de contaminaccedilatildeo ambiental propostos na

literatura

Nos uacuteltimos anos trabalhos desenvolvidos tecircm documentado a contaminaccedilatildeo de

areia por ovos de diferentes helmintos com potencial zoonoacutetico (DUNSMORE

THOMPSON 1984)

Guimaratildees et al (2005) em inqueacuterito epidemioloacutegico observaram contaminaccedilatildeo

por ovos de Toxocara sp e ovos e larvas de Ancylostoma sp em amostras de solos

coletadas de praccedilas puacuteblicas e de aacutereas de recreaccedilatildeo infantil em Lavras Estado de

Minas Gerais por meio da teacutecnica de centriacutefugo-flutuaccedilatildeo e do meacutetodo de Baermann

(Baermann - Moraes) Como principais resultados uma ocorrecircncia de 699 das

amostras foram consideradas positivas para ambos os helmintos

Silva et al (2009) realizaram um monitoramento parasitoloacutegico nas areias da praia

de Porto de Galinhas PE Os resultados indicaram elevada contaminaccedilatildeo das amostras

coletadas conferindo positividade em 38 destacando o envolvimento de ovos de

32

Ancylostoma sp Toxocara canis Trichuris sp e Ascaris sp como principais agentes

contaminantes Resultados similares foram verificados por Blazius et al (2006) onde

observaram contaminaccedilatildeo da areia do Balneaacuterio de Laguna Santa Catarina por ovos de

Ancylostoma spp e Toxocara spp a partir de amostras fecais de catildees e gatos Neste

estudo os autores destacam a importacircncia de desenvolver e implantar medidas efetivas

voltadas principalmente na conscientizaccedilatildeo de proprietaacuterios em limitar o acesso desses

animais em lugares considerados de risco e da necessidade de realizar periodicamente

exames parasitoloacutegicos proporcionando um melhor estado sanitaacuterio nos animais e da

coleta das fezes nestes lugares

Matesco et al (2006) avaliaram a contaminaccedilatildeo sazonal por diferentes ovos de

helmintos na praia de Ipanema em Porto Alegre Rio Grande do Sul Brasil Das 60

amostras de areia coletadas na praia de Ipanema (oito amostras) apresentaram-se

positivas para ovos de helmintos com maior prevalecircncia para Ascaris

Santareacutem et al (1998) tambeacutem estudaram a variaccedilatildeo sazonal como agentes

determinantes na prevalecircncia de ovos de helmintos em parques e praccedilas puacuteblicas de

Botucatu Satildeo Paulo verificando maior recuperaccedilatildeo de ovos de Toxocara spp nos

meses da primavera e do veratildeo

Embora haja nos uacuteltimos anos um aumento de estudos voltados para

contaminaccedilatildeo de areia por parasitos este tema ainda eacute pouco explorado na

caracterizaccedilatildeo do monitoramento parasitoloacutegico das areias de praias do Rio de Janeiro

E em virtude disso os resultados deste estudo poderatildeo contribuir na padronizaccedilatildeo de

meacutetodos para diagnoacutesticos parasitoloacutegicos das areias

25- Helmintos

Integra a Classe Nematoda organismos que apresentam corpo ciliacutendrico filiforme

ou fusiforme com extremidades frequentemente atenuadas simetria bilateral e sexos

separados com acentuado dimorfismo sexual Presenccedila de um sistema digestivo

completo com comprimento do corpo variando de poucos miliacutemetros a mais de metro

(Travassos 1937) Apresentam ainda uma cutiacutecula altamente resistente e impermeaacutevel

o qual representa uma excelente adaptaccedilatildeo contra a dessecaccedilatildeo e as variaccedilotildees

ambientais favorecendo a sua dispersatildeo e a colonizaccedilatildeo de vaacuterios tipos de ambientes

(WILLIS 1976)

33

Na extremidade anterior encontra-se a boca o qual varia em tamanho e formato

podendo ainda ser simples ou guarnecida de laacutebios interlaacutebios coroa radiada e papilas

bucais

Nas fecircmeas a abertura vaginal ocorre frequentemente na regiatildeo mediana do corpo

podendo apresentar pregas circulares (vulva) apresentando sua extremidade posterior

cocircnica e alongada Nos machos podem existir expansotildees cuticulares de natureza

muscular sendo tecnicamente denominado de bolsa caudal ou copuladora que passam a

ser sustentadas por raios (dorsais e laterais) Presenccedila de espiacuteculos bem como

gubernaacuteculo podem tambeacutem representar aspectos morfoloacutegicos relevantes no

diagnoacutestico das espeacutecies (KLOSS et al 1959)

Geo-helmintos satildeo aqueles cujo ciclo evolutivo em parte ocorre

predominantemente no solo (que por sua vez podem ser fonte de infecccedilatildeo contendo

larvas infectantes ou ovos) prescindindo de outro hospedeiro aleacutem do homem (MELLO

2010)

De uma maneira geral os ovos dos geo-helmintos necessitam de um ambiente

propiacutecio boa oxigenaccedilatildeo alta umidade e temperatura entre 20degC e 30degC Essas

condiccedilotildees satildeo indispensaacuteveis para que se processe a embriogecircnese a formaccedilatildeo da larva

e em alguns casos a eclosatildeo da larva no meio ambiente (MELLO 2010)

O solo uacutemido e sombreado torna-se favoraacutevel agrave prevalecircncia e ao desenvolvimento

embrionaacuterio de ovos que em condiccedilotildees favoraacuteveis permanecem infectantes no solo

por vaacuterios meses (OMS 2006)

Matildeos e unhas sujas de terra alimentos contaminados por matildeos que tocaram o

solo aacutegua ou alimentos contaminados com poeira ou com as proacuteprias fezes e ainda

penetraccedilatildeo de larvas infectantes atraveacutes da pele satildeo as principais formas de transmissatildeo

da populaccedilatildeo por esses parasitos (GOMES et al 2002) A dispersatildeo de ovos tambeacutem

pode ser feita pelas chuvas pelos ventos ou por insetos coproacutefilos (THYSSEN et al

2004)

Os helmintos transmitidos pelo solo produzem um grande nuacutemero de sintomas

que incluem manifestaccedilotildees intestinais (diarreacuteia dor abdominal) fraqueza e mal estar

geral que podem afetar o trabalho a capacidade de aprendizagem e o crescimento Os

Ancilostomiacutedeos causam perda sanguiacutenea intestinal crocircnica que resultam em anemia

Assim as doenccedilas transmitidas atraveacutes do solo satildeo consideradas como um dos mais

seacuterios problemas de sauacutede puacuteblica em virtude dos efeitos que causam na populaccedilatildeo alta

prevalecircncia e distribuiccedilatildeo praticamente mundial (MELLO 2010)

34

Os ovos dos parasitos atingem o solo atraveacutes de dejetos humanos ou animais

infectados Assim apoacutes a maturaccedilatildeo podem atingir o hospedeiro por meio da ingestatildeo

dos ovos ou atraveacutes da penetraccedilatildeo por via cutacircnea Dentre as espeacutecies que infectam o

homem destacam-se os geohelmintos Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura

Ancylostoma duodenale Necator americanus e Strongyloides stercoralis (ANARUMA

2002)

251- Ascaris sp (Linnaeus 1758)

Ascaris lumbricoides eacute um parasito intestinal caracteriacutestico da espeacutecie humana e

de alguns outros primatas

Dentre os parasitos intestinais A lumbricoides eacute o de maior prevalecircncia na

populaccedilatildeo mundial infectando bilhotildees de pessoas em todo mundo (OrsquoLORCAIN e

HOLLAND 2000)

Na maioria das vezes a ascariacutease eacute assintomaacutetica natildeo trazendo maiores

complicaccedilotildees A accedilatildeo patogecircnica pode ser desenvolvida durante a migraccedilatildeo das larvas

podendo ocorrer hemorragias pneumonia difusa ou lobar e crises de asma (REY 2008)

Casos mais graves estatildeo relacionados a localizaccedilotildees ectoacutepicas das larvas

podendo atingir o sistema nervoso Jaacute no intestino os sintomas mais comuns satildeo dores

abdominais naacuteuseas perda de apetite emagrecimento irritabilidade quadros de

obstruccedilatildeo intestinal podem ocorrer quando altas cargas parasitaacuterias estatildeo presentes

(OrsquoLORCAIN e HOLLAND 2000) Poreacutem esses casos mais graves satildeo muito raros e

acometem na maioria das vezes crianccedilas que se apresentam mal nutridas e com outros

problemas associados (REY 2008)

Estima-se que A lumbricoides infecte 14 da populaccedilatildeo mundial (CROMPTON

1999) Em suiacutenos encontra-se a espeacutecie Ascaris suum muito semelhante

morfologicamente e molecularmente a A lumbricoides Ainda hoje se discute se estas

espeacutecies satildeo realmente diferentes (ANDERSON 2001) Regiotildees endecircmicas que usam

como fertilizantes fezes de suiacutenos tais como a China tecircm apontado interesse em

entender principalmente a epidemiologia molecular da infecccedilatildeo pois infecccedilotildees cruzadas

entre as espeacutecies de Ascaris sp humanos e suiacutenos tecircm sido registradas o que pode

representar um problema para os programas de controle da ascariacutease (OrsquoLORCAIN e

HOLLAND 2000) Uma vez que a resistecircncia a anti-helmiacutenticos nas espeacutecies animais

vem aumentando progressivamente haacute a preocupaccedilatildeo da aquisiccedilatildeo de isolados

35

resistentes agrave medicaccedilatildeo pela populaccedilatildeo humana e consequentemente o potencial do

surgimento de uma zoonose nestas regiotildees (COLES et al 2006)

E natildeo obstante os conhecidos fatores comuns agrave maioria das outras helmintiacuteases

os quais em sua maioria seriam evitaacuteveis com medidas preventivas de baixo custo

continuam a sobrecarregar os sistemas de sauacutede acarretando gastos maiores pois por

muitas vezes os pacientes jaacute se encontram em um estaacutegio agravado da doenccedila Aleacutem de

sintomas natildeo tatildeo evidentes fisicamente mas que afetam por exemplo o rendimento

escolar de crianccedilas e nos adultos o desempenho no trabalho (OrsquoLORCAIN e

HOLLAND 2000)

2511- Morfologia e Ciclo de Vida

Integram estes taacutexons nematoides de grande porte com asas cervicais ausentes

interlaacutebios presentes ou natildeo apresentando um esocircfago do tipo claviforme Machos sem

projeccedilotildees digitiformes e as asas caudais quando presentes satildeo pequenas

Biologicamente tais parasitos caracterizam-se por apresentar um ciclo de vida

homoxeno envolvendo a participaccedilatildeo de um uacutenico hospedeiro Satildeo parasitos intestinais

onde ovos formados apoacutes a coacutepula satildeo eliminados juntamente as fezes do hospedeiro

(Figura 1) No ambiente dependendo de fatores extriacutensicos favoraacuteveis estaacutegios L1

presentes no interior dos ovos iniciam processo de desenvolvimento ateacute alcanccedilarem o

estaacutegio L3 O hospedeiro se infecta ao ingerir acidentalmente ovos contendo o estaacutegio

L3 Esta eacute em geral a fase mais criacutetica da sobrevivecircncia da espeacutecie devido agrave sua

exposiccedilatildeo a inuacutemeros fatores de risco agrave alta mortalidade e agrave expectativa de vida quase

sempre muito curta do estaacutegio larvaacuterio infectante (REY 2003)

Nesse contexto areias de praias e amostras de solo podem conter uma grande

variedade de ovos de helmintos provenientes das fezes de humanas e animais

representando risco constante de infecccedilatildeo Assim a correta identificaccedilatildeo dos ovos de

helmintos eacute fundamental para melhor entender o cenaacuterio epidemioloacutegico local bem

como atuar no desenvolvimento de medidas de prevenccedilatildeo e controle

O principal criteacuterio utilizado na identificaccedilatildeo de ovos de helmintos se baseia

principalmente nas suas caracteriacutesticas morfoloacutegicas e de tamanho Para tal torna-se

indispensaacutevel proceder agrave mediccedilatildeo exata dos ovos utilizando-se um microscoacutepio

calibrado de forma a se conseguir a correta identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo dos ovos de

helmintos presentes na amostra

36

No caso do gecircnero Ascaris os ovos feacuterteis frequentemente apresentam um

tamanho que varia entre 55 a 75 μm x 35 a 50 μm apresentando como principais

caracteriacutesticas morfoloacutegicas forma esfeacuterica ou oval cor castanho-amarelada possui

membrana mamilonada casca espessa

Figura 1 Ovos feacuterteis de Ascaris lumbricoacuteides (Fonte Ayres e Maya 1996)

252 Trichuris sp (Roederer 1761)

Trichuris sp eacute um nematoacuteide intestinal da famiacutelia Trichocephalidae e infecta

principalmente a espeacutecie humana e outros grandes primatas (REY 2008)

A maioria dos pacientes eacute assintomaacutetica Os casos mais graves estatildeo

principalmente ligados agrave carga parasitaacuteria que iraacute depender de condiccedilotildees como a

imunidade do indiviacuteduo questotildees de ordem nutricional dentre outras Em infecccedilotildees

consideradas intensas uma fecircmea pode eliminar ateacute 20000 ovos Geralmente a

populaccedilatildeo parasitaacuteria dentro do hospedeiro natildeo passa de dez indiviacuteduos mas haacute

registros de ateacute 1000 vermes Mesmos em casos sintomaacuteticos geralmente o quadro natildeo

passa de dores abdominais e diarreacuteias Poreacutem haacute registros de casos de prolapso retal e

por este parasito viver aderido ao intestino condiccedilotildees de anemia podem ser

potencializadas (STEPHENSON et al 2000)


Os parasitos pertencentes a esse grupo caracterizam-se por apresentar um corpo

longo com a porccedilatildeo posterior mais espessa do que a anterior Apresentam esocircfago longo

com a porccedilatildeo anterior curta de natureza muscular e sua porccedilatildeo posterior longa e

37

glandular Parasita a porccedilatildeo distal do intestino principalmente o ceco envolvendo a

participaccedilatildeo de um uacutenico hospedeiro caracterizando um ciclo homoxeno

Os vermes adultos medem de 3 a 5 cm de comprimento os machos satildeo um

pouco menores que as fecircmeas e a parte posterior do macho eacute enrolada em espiral A

parte anterior eacute mais delgada e longa que a caudal aparentando um chicote Na parte

anterior estaacute a boca que eacute provida de um estilete e esocircfago e na posterior intestino e

oacutergatildeos reprodutores O tamanho dos ovos varia entre 50 e 55microm de comprimento por 22

a 23microm de largura O ovo tem um aspecto bem caracteriacutestico com formato de um barril

composto por trecircs cascas visiacuteveis a microscopia oacuteptica a externa mais espessa e de cor

castanha por estar impregnada de material fecal e duas cascas internas mais claras e de

aspecto hialino (REY 2008)

Trichuris vulpis infecta catildees raposas e coiotes e apresentam uma distribuiccedilatildeo

mundial Apoacutes a coacutepula ovos natildeo embrionados satildeo ovipostos no luacutemen intestinal e em

sequumlecircncia eliminados junto ao conteuacutedo fecal contaminando o ambiente

Morfologicamente os ovos apresentam um formato tiacutepico de barril biopeacuterculado com

uma coloraccedilatildeo acastanhado e uma dupla membrana (Figura 2)

Figura 2 Ovos feacuterteis de Tricuris vulpis (Fonte Ayres e Maya 1996)

253- Ancilostomiacutedeos

A Larva Migrans Cutacircnea (LMC) tambeacutem conhecida popularmente como ldquobicho

geograacuteficordquo ou ldquobicho das praiasrdquo eacute uma dermatite parasitaacuteria causada pela penetraccedilatildeo e

migraccedilatildeo de Ancilostomiacutedeos no estrato epitelial da pele humana (Figura 3) Em funccedilatildeo

dos humanos serem hospedeiros acidentais as formas larvais natildeo conseguem finalizar o

38

seu ciclo podendo permanecer migrando na epiderme por vaacuterias semanas (PERUCA

2009)

Figura 3 Migraccedilatildeo de Ancilostomiacutedeos no estrato epitelial da pele humana Fonte

httpwwwabcdasaudecombr

No Brasil esta sindrome eacute causada principalmente pelo agente etioloacutegico

Ancylostoma braziliense parasito normal do intestino de catildees e gatos Mas outros

helmintos jaacute foram encontrados produzindo esse quadro como eacute o caso do Ancylostoma

caninum (REY 2008)


Esses parasitos apresentam uma caacutepsula bucal com uma boca guarnecida de 1 a 4

pares de dentes em sua porccedilatildeo ventral O macho apresenta espiacuteculos iguais e longos

com o gubernaacuteculo presente A caacutepsula bucal eacute profunda e infundibular

A espeacutecie A braziliense apresenta uma boca com 2 pares de dentes e um par de

dentes triangulares localizados no fundo da caacutepsula infundibular Satildeo parasitos de

intestino delgado de catildees e gatos que uma vez infectados eliminam junto agraves fezes ovos

natildeo embrionados No ambiente dependendo de condiccedilotildees ambientais favoraacuteveis ocorre

a embriogecircnese originando o estaacutegio L1 Apoacutes sua formaccedilatildeo o estaacutegio L1 eclode do ovo

e no solo se desenvolve ateacute alcanccedilar o estaacutegio L3 que configura a forma infectante ao

hospedeiro definitivo (REY 2008)

39

Os ovos de ancilostomiacutedeos (Figura 4) satildeo muito parecidos ovoides ou eliacutepticos

de casca fina e transparente O tamanho meacutedio do ovo mede cerca de 60 microm Entre a

casca e a ceacutelula-ovo haacute sempre um espaccedilo claro que diminui agrave medida que avanccedila a

segmentaccedilatildeo (REY 2008)

As larvas infectantes mostram-se alongadas e ciliacutendricas cujo comprimento pode

variar entre 500-600 microm Apresentam uma cauda pontiaguda e uma bainha estriado

(Figura 5) Atua como o principal agente etioloacutegico da larva migrans cutacircnea no qual o

homem eacute considerado hospedeiro acidental e se infecta a partir do contato direto

estabelecido entre sua pele com a larva (ACHA e SZYFRES 1986)

Figura 4 Ovo de ancilostomiacutedeo em fase de embrionamento (Fonte Rey 2008)

Figura 5 Larva de terceiro estaacutegio de Ancylostoma braziliense (Fonte

httpwwwdpdcdcgov)

40

Figura 6 Vias de desenvolvimento do Ancylostoma sp no catildeo e no homem No catildeo (em

preto - ciclo completo) e no homem (em azul - ciclo incompleto) Fonte Adaptada de

Mello 2010

Apresentam um ciclo monoacutexeno tendo nas larvas de terceiro estaacutegio (L3) as

formas infectantes para o hospedeiro (catildeo e gato) que penetram ativamente pela pele

migrando posteriormente pelo tecido subcutacircneo (NEVES 2000)

Segundo Mello (2010) os animais apresentam o parasito na forma adulta que por

sua vez eliminam uma grande quantidade de ovos atraveacutes das fezes No meio exterior

completam o seu ciclo bioloacutegico Se as larvas atingirem os humanos natildeo completaratildeo o

seu ciclo evolutivo permanecendo erraticamente migrando sob a pele (Figura 6)

A penetraccedilatildeo ativa das larvas infectantes atraveacutes da pele pode passar despercebida

ou nas pessoas sensibilizadas acompanhar-se de prurido eritema ou paacutepulas

Estas larvas por sua vez perfuram o estrato epitelial vagando entre a epiderme e

derme formando tuacuteneis que desenham um percurso irregular podendo avanccedilar 2 a 5 cm

por dia O tuacutenel corresponde agrave destruiccedilatildeo da camada de Malpighi tendo o derma por

assoalho e envolvido por inflamaccedilatildeo com eosinoacutefilos e mononucleares (REY 2008)

Podem ser localizadas em qualquer parte da superfiacutecie do corpo mas

principalmente nas regiotildees onde a pele entra em contato com o solo como peacutes pernas

coxas naacutedegas e matildeos (REY 2008)

41

254- Toxocara sp

Toxocara canis (Werner 1782) e Toxocara cati (Zeder 1800) satildeo nematoacuteides da

famiacutelia Ascaridae que parasitam respectivamente catildees e gatos Esses animais satildeo

considerados os hospedeiros definitivos

A Larva migrans visceral eacute uma zoonose que acomete o homem atraveacutes da

ingestatildeo acidental de ovos presentes em ambiente contaminado Essas larvas eclodiratildeo

no intestino e migraratildeo pela via linfaacutetica ou circulaccedilatildeo portal para diversos oacutergatildeos

principalmente fiacutegado e pulmotildees ocasionalmente coraccedilatildeo e sistema nervoso central

originando a siacutendrome Larva migrans visceral ou afetando o globo ocular e gerando a

siacutendrome Larva migrans ocular (SANTAREacuteM et al 1998)

O homem contamina-se com LMV e LMC ingerindo ovos encontrados em

alimentos aacutegua areia por esse motivo deve-se adotada medidas educacionais

sanitaacuterias desativaccedilatildeo e isolamento dos locais para reduzir acesso de animais em locais

puacuteblicos recreativos (SANTAREacuteM et al 2004)


Os parasitos desta famiacutelia apresentam asas cervicais presentes ou ausentes

interlaacutebios ausentes ventriacuteculo presente O macho tem uma cauda com projeccedilatildeo

tecnicamente denominada de apecircndice digitiforme sendo um aspecto morfoloacutegico

caracteriacutestico do gecircnero

A espeacutecie T canis integram um grupo de nematoacuteide de meacutedio porte com o macho

medindo aproximadamente 10 cm e a fecircmea maior e mais robusta medindo em torno de

18 cm Asas cervicais presentes e pequenas com sua porccedilatildeo posterior delgada A cauda

do macho tem um fino apecircndice terminal e papilas seacutesseis Satildeo parasitos de intestino

delgado de catildees que uma vez infectados eliminam junto agraves fezes ovos embrionados

contendo o estaacutegio L1 representando a principal forma de infecccedilatildeo para humanos

(FRASSY et al 2010)

Morfologicamente tais ovos apresentam um formato esfeacuterico casca espessa e

uma coloraccedilatildeo que varia entre marrom a castanha podendo permanecer infectantes no

ambiente por anos Medem 80 a 85 microm por 75 microm (Figura 7)

42


identificaccedilatildeo de ovos de Toxocara canis (Fonte Taira el al 2003)

O T canis caracteriza-se por apresentar um ciclo bioloacutegico direto (Figura 8)

envolvendo a participaccedilatildeo de um uacutenico hospedeiro Os hospedeiros definitivos uma vez

infectados passam a eliminar ovos jaacute embrionados no ambiente contaminando-o A

forma infectante eacute representada por ovos contendo larvas de segundo estaacutedio (L2) que

ao serem eventualmente ingeridos desencadeiam a doenccedila (REY 2008)

Figura 8 Ciclo bioloacutegico de Toxocara canis A Verme adulto que habita o tubo

digestivo do catildeo B Ovo C Larva infectante que deixa o ovo no tubo digestivo do

hospedeiro D As pessoas adquirem a larva ficarem em contato com o solo

contaminado e ingerir os ovos E Extremidade anterior de T canis Fonte Adaptado de

Rey 2008

43

26- Protozoaacuterios

261- Giardia sp

A Giardia sp apresenta duas formas evolutivas trofozoiacuteto e cisto O trofozoiacuteto eacute

a forma vegetativa que habita o intestino delgado do hospedeiro e causa a doenccedila

giardiacutease O cisto eacute a forma resistente ao ambiente externo e eacute transmissiacutevel aos

hospedeiros susceptiacuteveis (THOMPSON 2000)

A prevalecircncia de Giardia sp geralmente eacute mais alta em humanos jovens em

animais jovens em animais desgarrados e em animais que vivem em abrigos puacuteblicos

Os valores de prevalecircncia variam tambeacutem de acordo com a localidade e tipo de

hospedeiro (BURET et al 2002)

Apesar de Giardia sp ter uma seacuterie de hospedeiros as consequumlecircncias adversas

da infecccedilatildeo por ela causada e seu papel patogecircnico satildeo bem conhecidos em humanos

Seu ciclo de vida simples com uma forma ciacutestica resistente ao meio ambiente favorece a

transmissatildeo direta de um indiviacuteduo infectado para outro ou indireta por meio da

contaminaccedilatildeo do ambiente ou do alimento (THOMPSON 2004)

Cabe ressaltar que a aacutegua eacute um veiacuteculo importante de transmissatildeo deste parasito

para as pessoas Como a giardiacutease eacute a doenccedila de veiculaccedilatildeo hiacutedrica mais frequumlentemente

diagnosticada Giardia sp tem importacircncia em sauacutede puacuteblica e eacute de interesse das

empresas de captaccedilatildeo e fornecimento de aacutegua nos paiacuteses desenvolvidos e em

desenvolvimento (THOMPSON 2004)

Apesar do conhecimento da transmissatildeo de Giardia por via hiacutedrica a

importacircncia em sauacutede puacuteblica dos hospedeiros natildeo humanos infectados como fonte de

contaminaccedilatildeo de aacutegua ainda eacute uma questatildeo natildeo resolvida assim como o papel da

transmissatildeo zoonoacutetica na epidemiologia das infecccedilotildees por Giardia em humanos

(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia

As caracteriacutesticas morfoloacutegicas dos cistos e da forma livre trofozoiacutetos do

gecircnero Giardia satildeo bem definidas e tecircm sido aceitas por vaacuterios autores O nome

geneacuterico Giardia foi adotado e o nome giardiacutease eacute atribuiacutedo agrave doenccedila causada por este

tipo de parasito (MELONI et al 1993)

44

Os trofozoiacutetos satildeo piriformes medindo 10 a 20 microm de comprimento por 5 a 15

microm de largura Os trofozoiacutetos possuem estruturas celulares duplas na fase vegetativa

(dois nuacutecleos dois axonemas e oito flagelos) com simetria bilateral (Figura 9)

Os cistos (Figura 10) satildeo ovais ou elipsoides medindo cerca de 8 a 19 microm de

comprimento e 7 a 10 microm de largura Os cistos quando corados podem mostrar uma

delicada membrana destacada do citoplasma No seu interior encontram-se dois ou

quatro nuacutecleos um nuacutemero variaacutevel de fibrilas (axonemas de flagelos) e os corpos

escuros em forma de meia-lua e situados no polo oposto aos nuacutecleos

Figura 9 Trofozoiacutetos de Giardia sp Fonte httpwwwcdcgov

Figura 10 Cisto de Giardia sp Fonte httpwwwcdcgov

45

262- Cryptosporidium sp

Protozoaacuterios do gecircnero Cryptosporidium satildeo cocciacutedios reconhecidos como

parasitos de mamiacuteferos aves reacutepteis peixes e anfiacutebios (FAYER et al 2008)

O parasito apresenta diferentes formas estruturais Nas fezes e no meio ambiente

encontra-se o oocisto que eacute uma estrutura reprodutiva infecciosa e de resistecircncia Nos

tecidos encontram-se as formas endoacutegenas os esporozoiacutetos em nuacutemero de quatro

dentro dos oocistos que satildeo liberados do encistamento logo apoacutes a interaccedilatildeo com aacutecidos

estomacais e sais biliares do hospedeiro O ciclo de vida deste protozoaacuterio eacute complexo e

possui uma fase assexuada e outra de multiplicaccedilatildeo sexuada (NEVES 2005)

Assim como muitos dos patoacutegenos enteacutericos o Cryptosporidium sp eacute um

parasito transmitido pela rota oral-fecal atraveacutes do contato direto com as fezes de

humanos ou animais infectados ou pela ingestatildeo de alimentos e aacutegua contaminados

com os oocistos e ainda via inalaccedilatildeo (CACCIO et al 2005)

A duraccedilatildeo e patogenia da criptosporidiose em humanos dependem do estado

imune dos indiviacuteduos variando de diarreacuteia autolimitante grave em indiviacuteduos

imunocompetentes a diarreacuteia crocircnica e prolongada em pacientes imunocomprometidos

que pode resultar em oacutebito (ABRAHAMSEN et al 2004)

Temperaturas extremas afetam a infecciosidade dos oocistos Como a parede dos

oocistos eacute duplamente constituiacuteda de numerosas proteiacutenas e rica em ligaccedilotildees bissulfeto

daiacute sua elevada resistecircncia ambiental a desnaturaccedilatildeo das mesmas em altas temperaturas

pode romper a integridade da parede e expor os esporozoiacutetos a condiccedilotildees prejudiciais agrave

sua sobrevivecircncia (CAREY et al 2004)

2621- Morfologia

Os oocistos apresentam uma estrutura geralmente esfeacuterica de 3 a 6 microm de

diacircmetro com membrana externa fina e citoplasma finamente granulado Amanha negra

proeminente central ou lateral representa os corpos residuais Os quatro esporozoiacutetos

livres aparecem como pequenas manchas dispostas na periferia em forma de ldquoCrdquo O

Nuacutecleo eacute visto no centro do organismo (Figura 11)

46

Figura 11 Oocisto de Cryptosporidium sp Fonte wwwcdcgov

263- Entamoeba sp

Entamoeba histolytica eacute o parasita protozoaacuterio responsaacutevel pela amebiacutease Os

sintomas da amebiacutease aguda incluem diarreacuteia e colite A doenccedila pode ser patogecircnica ou

natildeo em humanos O desenvolvimento da doenccedila dependeraacute da cepa infectante e de

peculiaridades relacionadas ao hospedeiro Sua transmissatildeo se faz por via oral tendo

como principais veiacuteculos a aacutegua e alimentos contaminados com cistos tetranucleados

que em condiccedilotildees de umidade mantecircm-se viaacuteveis por duas a quatro semanas sendo por

isto considerada a forma de resistecircncia ambiental (SCHUSTER et al 2004)

Os hospedeiros assintomaacuteticos por natildeo apresentar sintomas da doenccedila natildeo

buscam tratamento permanecendo na condiccedilatildeo de eliminadores de cistos por longo

periacuteodo contaminando o meio ambiente (SCHUSTER et al 2004)

2631- Morfologia

O ciclo bioloacutegico desse parasito apresenta dois estaacutegios baacutesicos e bem definidos

trofozoiacutetos e cistos

Os trofozoiacutetos ou forma vegetativa possuem formas e tamanhos variados

medindo entre 10 e 60 microm (Figura 12 A) Apresenta forma ameboacuteide nuacutecleo com

cariossoma central e cromatina perifeacuterica distribuiacuteda regularmente na membrana nuclear

(CORDEIRO et al 2007)

A forma ciacutestica eacute uma estrutura esfeacuterica que apresenta 10 a 20 microm de diacircmetro

(Figura 12 B) Sua parede eacute riacutegida e resistente em virtude da presenccedila de quitina e

glicoproteiacutenas Possui de um a quatro nuacutecleos com as mesmas caracteriacutesticas dos

nuacutecleos dos trofozoiacutetos No citoplasma dos cistos observa-se a presenccedila de vacuacuteolos de

47

glicogecircnio e de corpos cromatoacuteides em forma de bastonetes com ponta arredondada


Figura 12 Trofozoiacuteto (A) e cisto (B) de Entamoeba histolytica corados por iodo

Fonte Rey 2000

27 ndash Bioindicadores Fecais em Matrizes Ambientais (Aacutegua e Areia)

271- Coliformes Totais

Os coliformes totais satildeo bacteacuterias do grupo coliforme pertencentes agrave famiacutelia

Enterobacteriaceae tendo como os principais gecircneros Escherichia Salmonella

Shigella Citrobacter Klebsiella Enterobacter Proteus e Serratia embora vaacuterios

outros gecircneros pertenccedilam ao grupo (VIANA 2011)

Destes gecircneros apenas a Escherichia tem como habitat primaacuterio o trato

intestinal do homem e dos animais Os demais gecircneros como Enterobacter Citrobacter

e Klebsiella aleacutem de serem encontrado nas fezes tambeacutem estatildeo presentes em outros

ambientes como vegetais e solo onde permanecem por bastante tempo ao de bacteacuterias

patogecircnicas de origem intestinal como Salmonella e Shigella (FRANCO 2003)

O grupo dos coliformes totais inclui espeacutecies de origem natildeo exclusivamente

fecal podendo ocorrer naturalmente no solo na aacutegua e em plantas (OMS 1995)

Segundo Rego (2010) outras bacteacuterias patoacutegenas e natildeo patoacutegenas como

Campylobacter jejuni Clostridium Perfringens Pseudomonas aeruginosa Shigella sp

Staphilococcus sp Vibrio sp tambeacutem foram referenciadas em estudos de qualidade

sanitaacuteria de areia

48

272- Escherichia coli

A espeacutecie bacteriana E coli pertence agrave famiacutelia Enterobacteriaceae e constitui um

importante patoacutegeno para os seres humanos e animais (TRABULSI et al 2005)

Apresentam-se como bastonetes Gram negativos facultativamente anaeroacutebios moacuteveis

ou imoacuteveis natildeo-esporulados capazes de fermentar a glicose com produccedilatildeo de aacutecido

e gaacutes (SCHROEDER et al 2002)

Segundo Pinto (2010) esta espeacutecie microbioloacutegica eacute um indicador fecal

utilizado pela OMS mencionado no ldquoGuideline for drinking- water qualityrdquo (2004) e

muitos paiacuteses incluiacuteram em suas normas como um indicador primaacuterio de contaminaccedilatildeo

fecal Sendo que no Brasil a E coli tambeacutem eacute utilizada na avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees

sanitaacuterias de aacutegua para balneabilidade de aacuteguas utilizada para fins recracionais atraveacutes

da Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA De acordo com essa mesmo autora a E coli faz

parte da microbiota normal dos intestinos de animais homeotermos sendo que a maioria

pertence a sorogrupos associados agrave infecccedilatildeo urinaacuteria meningite e bacteremia

Alguns autores como Trabulsi (1991) e Kaper et al (2004) citam a E coli como

um importante agente patogecircnico causador da diarreia predominando sobretudo a

diarreia infantil que tem um maior comprometimento nos seis primeiros meses de vida

Diversas teacutecnicas baseadas em substratos enzimaacuteticos fluorogecircnicos e

cromogecircnicos tecircm sido desenvolvidas e envolvem a capacidade de detectar a presenccedila

de enzimas especiacuteficas com o emprego de substratos apropriados A incorporaccedilatildeo

de tais substratos permite a detecccedilatildeo enumeraccedilatildeo e identificaccedilatildeo de forma direta em

placa de isolamento ou em caldo evitando o uso de subculturas e testes

bioquiacutemicos para estabelecer a identificaccedilatildeo de certos microrganismos (MANAFI

2000)

Como E coli e coliformes satildeo os mais importantes indicadores da poluiccedilatildeo de

aacuteguas algumas teacutecnicas satildeo capazes de detectar rapidamente estes microrganismos

atraveacutes da adiccedilatildeo de substratos enzimaacuteticos para a detecccedilatildeo de β- D-galactosidase que

indica a presenccedila de coliformes totais e de β-D-glucororonidase que indica a presenccedila

de E coli (SILVA et al 2000)

49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral

Realizar estudo de monitoramento das condiccedilotildees sanitaacuterias de praias de aacutegua e

areia da Baiacutea de Guanabara tendo como base os padrotildees sanitaacuterios estabelecidos para

coliformes por meio de anaacutelises colimeacutetricas e parasitoloacutegicas

32- Objetivos Especiacuteficos

Isolar e monitorar a quantidade de coliformes totais e fecais presentes na areia e

aacutegua das praias estudadas de modo ter dados colorimeacutetricos para comparaccedilatildeo

com os dados parasitoloacutegicos

Definir metodologia que possa ser usada nas anaacutelises parasitoloacutegicas para aacutereas

de recreaccedilatildeo para a matriz areia

Isolar e monitorar qualitativamente os parasitos presentes na areia das praias

estudadas

Aplicar e comparar diferentes meacutetodos qualitativos para identificaccedilatildeo de

parasitos causadores de doenccedila

Tratar estatisticamente os dados obtidos e realizar anaacutelises de correlaccedilatildeo de

dados obtidos nas diferentes matrizes ambientais

50

4- METODOLOGIA

A metodologia desta dissertaccedilatildeo foi divida em duas etapas Metodologia de

Campo e Metodologia Analiacutetica

41- Metodologia de Campo

411- Plano de Amostragem

O plano de amostragem do terceiro periacuteodo de monitoramento do Macro-Projeto

financiado pelo CNPq No 5774322008-7 foi feito de 2010 ndash 2011 sendo a execuccedilatildeo

distribuiacuteda nos 12 meses ao longo do ano de experimento com anaacutelises dos niacuteveis de E

coli e de coliformes totais nas matrizes areia seca areia uacutemida e aacutegua nas quatro praias

selecionadas sendo duas na Ilha do Governador Praia da Bica e Praia da Ponta do

Tubiacanga e outras duas na Ilha de Paquetaacute Praia Joseacute Bonifaacutecio e Praia dos Tamoios

E com anaacutelises parasitoloacutegicas realizadas na matriz areia seca que foi feita aleacutem do

periacuteodo terceiro periacuteodo de doze meses de 2010 ndash 2011 sendo processadas amostras

previamente coletada no primeiro periacuteodo de coleta (de 2008-2009) e no segundo

periacuteodo de coleta (de 2009-2010) proporcionalmente coletadas nas mesmas estaccedilotildees do

ano que as realizadas no terceiro periacuteodo (de 2010 a 2011)

Sendo os periacuteodos de coleta neste trabalho tratado como primeiro (2008-2009)

segundo (2009-2010) e terceiro (2010-2011) periacuteodos As coletas do terceiro periacuteodo

(2010 ndash 2011) foram realizadas nas quatro estaccedilotildees do ano sendo feitas em cada uma

das praias quatro coletas por estaccedilatildeo totalizando oito campanhas por praias e

perfazendo um total de 129 amostras de material de areia seca para as anaacutelises

parasitoloacutegicas (Quadro 2) e 80 amostras de areia uacutemida 80 de areia seca e 64 de aacutegua

para anaacutelises colimeacutetricas

412- Generalidades sobre a Aacuterea de Estudo

Este estudo foi realizado em quatro praias da Baiacutea de Guanabara duas na Ilha do

Governador (IG) e duas na Ilha de Paquetaacute (IP) situadas no Estado do Rio de Janeiro

As regiotildees estudadas estatildeo apresentadas na Figura 13

51

Na Ilha do Governador (Figura 14) foram definidas as praias da Bica (Figura

16) e praia da Ponta do Tubiacanga (Figura 17) e na Ilha de Paquetaacute (Figura 15) foram

definidas as praias Joseacute Bonifaacutecio e dos Tamoios

As aacutereas de estudo foram escolhidas baseadas no trabalho de Egler et al (2003)

de modo que fossem praias que pudessem representar o ecossistema costeiro da Baiacutea de

Guanabara por esta possuir um espelho dacuteaacutegua bastante diversificado sendo

consideradas as variaacuteveis como circulaccedilatildeo das aacuteguas batimetria situaccedilatildeo do entorno

quantidade do material em suspensatildeo e frequecircncia de moradores nas praias

Com disposiccedilatildeo preacute-definida em trabalhos anteriores desenvolvidos pelo grupo e

descritas em Rego (2010) e Viana (2011) a seleccedilatildeo dos pontos de coletas das diferentes

matrizes de areia seca areia uacutemida e aacutegua de modo a serem tomadas coletas sempre

nos mesmos pontos Os criteacuterios de inclusatildeo das praias utilizados foram (1) praias onde

o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) realizava monitoramento da qualidade da

aacutegua conforme previsto em lei (2) praias que tivessem frequecircncia principalmente de

moradores da regiatildeo (3) pelo menos uma praia fosse representativa da regiatildeo mais

poluiacuteda da Baiacutea de Guanabara (porccedilatildeo voltada para o fundo da Baiacutea) que entretanto

ainda fossem frequentadas por uma parcela significativa da populaccedilatildeo residente na aacuterea

(4) praias que satildeo utilizadas de diversas maneiras pela populaccedilatildeo como recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio pesca artesanal lazer corrida esportiva dentre outros


(RJ) Brasil Enfoque na aacuterea do estudo (Programa Surfer imagens Ikonos)

52

Figura 14 Imagem por meio de sateacutelite da Ilha do Governador (RJBrasil) com

enfoque para a Praia da Bica e da Ponta do Tubiacanga (Programa Surfer Imagens

Ikonos)



localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

53


JaneiroRJ-Brasil) com enfoque na localizaccedilatildeo dos pontos de coleta



coleta

4121- Ilha de Paquetaacute

Localizada no interior Nordeste da Baiacutea da Guanabara eacute a principal ilha do

Arquipeacutelago de Paquetaacute possui aproximadamente 171 Km2 e populaccedilatildeo estimada de

7000 habitantes fixos que em sua grande maioria trabalha e estuda no centro do

municiacutepio do Rio de Janeiro Agrave populaccedilatildeo fixa somam-se turistas e veranistas que

54

possuem casas na ilha aumentando assim a sua populaccedilatildeo em feriados e finais de

semana chegando a 17000 pessoas Devido aos seus atrativos histoacutericos e naturais a

Ilha de Paquetaacute eacute sempre procurada para momentos de lazer da populaccedilatildeo (SMAC

2002)

41211- Praia Joseacute Bonifaacutecio

Possui a maior infraestrutura turiacutestica da Ilha de Paquetaacute estando localizada do

lado oeste Possui tambeacutem pontos turiacutesticos e histoacutericos distribuiacutedos ao longo de seus

500 metros de extensatildeo (localizaccedilatildeo por aparelho de GPS 43deg 6rsquo 37953rdquoW - 22deg 45rsquo

43498rdquoS) (SMAC 2002)

41212- Praia de Tamoios

Estaacute localizada no lado leste da Ilha de Paquetaacute (localizaccedilatildeo por aparelho de

GPS 43deg 6rsquo 30166rdquoW - 22deg 45rsquo 18899rdquoS) Tanto essa praia quanto a Joseacute Bonifaacutecio

tem uma situaccedilatildeo menos complexa de sua problemaacutetica ambiental pois estaacute proacutexima a

Aacuterea de Proteccedilatildeo Ambiental (APA) de Guapimirim rica em manguezais e de difiacutecil

acesso (VIANA 2011)

4122- Ilha do Governador

Encontra-se na parte ocidental da Baiacutea da Guanabara e possui um territoacuterio de

aproximadamente 33 Kmsup2 sendo a maior ilha pertencente agrave Baiacutea Equidistante do litoral

aproximadamente 25 Km estaacute ligada a ele por meio de pontes via Ilha do Fundatildeo Eacute

um bairro predominantemente residencial apesar da existecircncia de induacutestrias e setor de

serviccedilos Satildeo inuacutemeras suas praias Algumas recebem esgoto tanto residencial quanto

industrial atraveacutes das galerias de aacuteguas pluviais e lixo trazido pelas mareacutes (SMAC

2002)

55

41221- Praia da Bica

Localiza-se no Bairro do Jardim Guanabara ao sul da Ilha do Governador

(localizaccedilatildeo por aparelho de GPS 43deg 11rsquo 53575rdquoW - 22deg 49rsquo 9136rdquoS) com

aproximadamente 3 km de extensatildeo esta praia eacute conhecida pelo Esporte Clube Jardim

Guanabara Nesta praia pode-se observar principalmente em dias de fortes chuvas a

existecircncia de liacutenguas negras Eacute uma praia muito procurada para exerciacutecios de caminhada

da populaccedilatildeo (SMAC 2002)

41222- Ponta do Tubiacanga

Localizada ao norte da Ilha do Governador (localizaccedilatildeo por aparelho de GPS

43deg13rsquo52824rdquoW - 22deg 47rsquo 4748rdquoS) tendo dificuldade a circulaccedilatildeo das aacuteguas na sua

proximidade devido a estrangulamento causado pela Ilha do Governador e por ficar

longe do canal central de entrada da Baiacutea A orla norte da Ilha do Governador eacute uma das

que mais sofrem com os efeitos da poluiccedilatildeo hiacutedrica produzida no continente da Baiacutea de

Guanabara pois estaacute voltada para zona industrial de Duque de Caxias (VIANA 2011)

413- Coletas das Amostras nos Periacuteodos de Monitoramento

Para as anaacutelises bacterioloacutegicas foram realizadas coletas de amostras distribuiacutedas

no periacuteodo de doze meses (2ordm semestre de 2010 e 1ordm semestre de 2011) sendo feitas

duas campanhas por cada estaccedilatildeo do ano totalizando oito campanhas de amostragem no

total E para as anaacutelises parasitoloacutegicas aleacutem do terceiro periacuteodo de coleta (2010 ndash

2011) foram utilizadas amostras de areia seca coletadas pelo grupo de pesquisa

coordenado pela Dra Adriana Sotero Martins no Projeto de Pesquisa financiado pelo

CNPq No 5774322008-7 em que este projeto estaacute inserido sendo o primeiro periacuteodo

de 2008 ndash 2009 e o segundo periacuteodo de 2009 ndash 2010

As coletas do terceiro periacuteodo foram efetuadas em duas praias por campanha de

coleta Praia da Bica e do Tubiacanga na Ilha do Governador no mesmo dia e as praias

de Joseacute Bonifaacutecio e dos Tamoios na Ilha de Paquetaacute no dia seguinte Neste periacuteodo

foram realizadas 160 coletas de amostras de areia para anaacutelise colimeacutetrica sendo 80

amostras de areia seca e 80 amostras de areia uacutemida e 64 amostras de aacutegua das praias

totalizando 224 amostras coletadas no terceiro periacuteodo de estudo

56

No caso das coletas parasitoloacutegicas realizadas somando os trecircs periacuteodos de

estudo participou um total de 129 amostras de areia seca Sendo 58 amostras do

primeiro periacuteodo (2008-2009) 20 amostras do segundo periacuteodo (2009-2010) este teve

menor nuacutemero de amostras em funccedilatildeo de terem sido perdidas durante trocas de material

para outras geladeiras e 51 amostras correspondentes ao terceiro periacuteodo (2010-2011)

No Quadro 2 estatildeo os dias das coletas de cada campanha realizadas durante

todos os trecircs periacuteodos


Joseacute Bonifaacutecio (JB) e Tamoios (TA)

Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de

Paquetaacute Campanha Estaccedilatildeo

do Ano BI TU JB TA

Primeiro Periacuteodo de Coleta (2008-2009)

1X 010708 240608 1ordf

Inverno 2X 150708 220708 2ordf

3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf

Primavera 6X 141008 211008 2ordf

7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf

Veratildeo 10X 100209 170209 2ordf

11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf

SEGUNDO PERIacuteODO DE COLETA (2009-2010)

1X 170809 180809 1ordf Inverno

2X 240809 250809 2ordf

3X 131009 141009 1ordf Primavera

57

4X 141209 151209 2ordf

5X 010210 030210 1ordf Veratildeo

6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf

TERCEIRO PERIacuteODO DE COLETA (2010-2011)


2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf

414- Registro Coleta e Preservaccedilatildeo das Amostras

4141- Registros

Os dados primaacuterios referentes ao terceiro periacuteodo de coleta (2010-2011) foram

armazenados em ficha de coleta usada em campo que contempla os seguintes dados

presenccedila de banhistas animais estaccedilatildeo do ano dia horaacuterio de inicio e teacutermino da

coleta leitura de dados colimeacutetricos feitos em laboratoacuterio pH coordenadas do GPS

espaccedilo de observaccedilotildees registro dos fatores ambientais como dados de umidade relativa

do ar e da temperatura que foram transcritos do site (http wwwclimatempocombr)

com data e hora de acesso

Todas as fichas constam de um uacutenico caderno de registro de dados primaacuterios de

campo e de laboratoacuterio e planilha de registro e caacutelculos dos dados foram feitas no

Programa Excell

Com relaccedilatildeo aos dados das amostras coletadas previamente foram obtidos os

registros originais dos trabalhos anteriores de modo que todas as amostras conservadas

em geladeira foram agrupadas nas datas que foram processadas (Quadro 3)

58



Tamoios (TA)

4142 - Meacutetodo de Coleta das Amostras

Todas as amostras foram coletadas utilizando teacutecnicas asseacutepticas boas praacuteticas de

laboratoacuterio e de biosseguranccedila para evitar a contaminaccedilatildeo bioloacutegica e exoacutegena das

amostras e prevenir a contaminaccedilatildeo da equipe envolvida na coleta segundo os

procedimentos descritos por Grasshoff et al (1999)

Todo material utilizado foi previamente descontaminado em autoclave

(121ordmC1atm) durante 15 minutos ou por exposiccedilatildeo contiacutenua agrave radiaccedilatildeo UV em capela

de fluxo laminar durante 40 minutos

Praia

Periacuteodo

Estaccedilatildeo do Ano

Total Inverno Primavera Veratildeo Outono

Campanha 1ordf 2ordf 1ordf 2ordf 1ordf 2ordf 1ordf 2ordf

BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59

415- Meacutetodo da coleta em campo

4151- Para amostras de coliformes

41511- Aacutegua

Para a coleta foram utilizados frascos plaacutesticos esteacutereis com capacidade de 50

mL As amostras de aacutegua foram coletadas a 15 cm abaixo da superfiacutecie da aacutegua a uma

distacircncia meacutedia de meio metro do local da quebra drsquoaacutegua sendo transferida assim que

coletadas para frascos esteacutereis com tampa previamente identificados e pesados para o

armazenamento das amostras (Figura 18) Sendo em seguida acondicionado em caixa

de isopor e conservadas com gelo para o transporte INEA (2011)

Figura 18 Frasco de vidro esteacuteril utilizado no armazenamento da amostra

41512- Areia

As amostras de areia (seca e uacutemida) foram coletadas em pontos

georeferenciados por aparelho de GPS Apoacutes cavar cerca de 10-15 cm de profundidade

(Figura 19) a areia era transferida para um copo plaacutestico esteacuteril com capacidade de 50

mL Em seguida o copo foi tampado com papel alumiacutenio esteacuteril e acondicionado em

caixa de isopor com gelo mantendo sob refrigeraccedilatildeo ateacute a chegar ao laboratoacuterio A

massa em meacutedia de areia seca foi de 62 g (desvio padratildeo igual a 377) e a meacutedia da

massa de areia uacutemida foi de 78 g (desvio padratildeo igual a 626)

60

Figura 19 Coleta de areia para anaacutelise colimeacutetrica

4152- Para amostras parasitoloacutegicas

Amostras de areia seca foram coletadas nos mesmo pontos que foram feitas

coletas para as anaacutelises colimeacutetricas A areia seca foi retirada da parte superficial da

areia coletada com o auxiacutelio de uma concha (com capacidade aproximadamente de

90g) a massa final correspondente a 270 g de areia seca (Figura 20) Toda a areia

coletada do ponto escolhido foi acondicionada em um mesmo saco plaacutestico

determinando uma amostra de ponto georeferenciado por GPS coincidente ao ponto de

areia seca coletado para as anaacutelises colimeacutetricas

Figura 20 Areia seca coletada com o auxiacutelio de uma concha

61

Esses sacos plaacutesticos limpos novos e transparentes foram devidamente

identificados (Figura 21) sendo armazenado em caixa isopor com gelo para que

permanecessem resfriados cerca de 4degC ateacute chegarem ao laboratoacuterio


plaacutestico

42 ndash Metodologia Analiacutetica

421- Laboratoacuterios utilizados para as anaacutelises

As anaacutelises parasitoloacutegicas foram realizadas no Laboratoacuterio de Parasitologia

Ambiental do Departamento de Ciecircncias Bioloacutegicas (DCB) da Escola Nacional de

Sauacutede Puacuteblica (ENSPFIOCRUZ) e as anaacutelises microbioloacutegicas foram realizadas no

Laboratoacuterio de Microbiologia do Departamento de Saneamento e Sauacutede Ambiental

(DSSA ENSP)

422 - Processamentos laboratoriais das amostras microbioloacutegicas

Neste trabalho chamamos de Coliformes Totais (CT) as outras espeacutecies

relacionadas a este grupo com exceccedilatildeo da E coli (EC) pois no grupo dos CT a espeacutecie

EC esta incluiacuteda contudo damos destaque aqui agrave ocorrecircncia de outras espeacutecies do

62

grupo pois a metodologia utilizada permite essa distinccedilatildeo de modo que quando

chamamos CT estamos nos referindo a colocircnias crescidas em cor vermelha

As amostras de areia e aacutegua para anaacutelise bacterioloacutegica foram processadas em ateacute

24 horas apoacutes a coleta As amostras de areias secas e uacutemidas foram retiradas do frasco

plaacutestico com auxiacutelio de uma espaacutetula esteacuteril e em condiccedilotildees de assepsia foram

transferidas para frascos de Erlenmeyer de capacidade para 500 mL previamente

esterilizados e pesados Apoacutes a transferecircncia os frascos foram pesados para

determinaccedilatildeo da massa em gramas de amostras e submetidos agraves diluiccedilotildees sequenciais

As amostras de aacutegua natildeo passaram por diluiccedilatildeo inicial

4221- Diluiccedilatildeo Seriada das Amostras

A preparaccedilatildeo das diluiccedilotildees seriadas da amostra foi utilizada nos ensaios

quantitativos para reduzir o nuacutemero de microorganismos por unidade de volume

permitindo a contagem de colocircnias em meio de cultura para a obtenccedilatildeo de um resultado

mais preciso Essa seacuterie de diluiccedilotildees foi sequencial ou seja a partir da primeira diluiccedilatildeo

foi feita a segunda diluiccedilatildeo em seacuterie (Figura 22)

A determinaccedilatildeo da diluiccedilatildeo necessaacuteria para se ter uma leitura confiaacutevel dos

valores para coliformes totais (CT) e de E coli (EC) foi baseada em trabalho piloto

efetuado pelo grupo em 2008 em que foi avaliaccedilatildeo da necessidade de maior diluiccedilatildeo

nas amostras de areia seca do que nas amostras de areia uacutemida e aacutegua

A primeira diluiccedilatildeo das amostras de areia foi feita em frasco Erlenmayer de 500

mL previamente pesado sendo feita a diluiccedilatildeo da areia em 200 mL de aacutegua fosfatada

(125 mLL de Soluccedilatildeo estoque A (fosfato monopotaacutessico 34gL) e 50 mLL de soluccedilatildeo

estoque B (cloreto de magneacutesio pa 81 gL) pH final 75 plusmn025 esterilizado a 121degC)

manteve-se o material em soluccedilatildeo por 30 minutos com agitaccedilatildeo manual de 10 minutos

de intervalo A partir dessa foi feita agraves diluiccedilotildees em seacuterie para areia sendo

Na primeira diluiccedilatildeo em seacuterie para amostras de areia uacutemida foi tomada uma

aliacutequota de 10 mL da diluiccedilatildeo inicial e transferida para frasco contendo 90 mL de aacutegua

fosfatada e na segunda diluiccedilatildeo em seacuterie foi transferido 10 mL da diluiccedilatildeo anterior para

outro frasco contendo 90 mL de aacutegua fosfatada agitando vigorosamente o frasco Sendo

filtrados 10 mL de cada diluiccedilatildeo o experimento foi feito em duplicata

Na primeira diluiccedilatildeo em seacuterie para amostras de areia seca foi tomada uma


63




Na primeira diluiccedilatildeo em seacuterie para as amostras de aacutegua foi feita diretamente da

amostra de campo sendo tomada uma aliacutequota de 10 mL e transferida para frasco

contendo 90 mL de aacutegua fosfatada e na segunda diluiccedilatildeo em seacuterie foi transferido 10 mL

da diluiccedilatildeo anterior para outro frasco contendo 90 mL de aacutegua fosfatada agitando

vigorosamente o frasco Sendo filtrados 10 mL de cada diluiccedilatildeo o experimento foi feito

em duplicata

As membranas provenientes das filtragens foram transferidas com auxiacutelio de uma

pinccedila esteacuteril para a superfiacutecie de placas contendo meio de cultura cromogecircnico

Chromocultreg Coliform Agar (Merck 2000) tendo o cuidado para evitar

aprisionamento de bolhas entre a membrana e o meio de cultura


ambientais

As amostras tanto de aacutegua quanto de areia foram submetidas agrave anaacutelise por

teacutecnica colimeacutetrica conforme a seguir

64

4222- Anaacutelise Bacterioloacutegica

Conforme descrito no Manual da Merck em 2000 foi realizado o meacutetodo da

membrana filtrante para anaacutelise e isolamento dos microrganismos de coliformes totais

(CT) e E coli (EC) descrito por EATON et al (2005)

No procedimento de filtraccedilatildeo em membranas foi utilizado membrana da

Milliporereg de eacutester de celulose esteacuteril branca ou quadriculada com porosidade de 045

microm e diacircmetro de 47 mm

Foram filtrados 10 mL das amostras diluiacutedas de aacutegua e areia com auxiacutelio do

aparato de suporte esteacuteril Atraveacutes de uma bomba de vaacutecuo procedeu-se agrave filtraccedilatildeo

Apoacutes a passagem da amostra desliga-se a bomba de vaacutecuo para a membrana natildeo

ressecasse excessivamente

Com o auxiacutelio de uma pinccedila flambada e resfriada transfere a membrana para a

placa de Petri com o meio de cultura Chromocultreg Coliform Agar sendo importante

que toda a superfiacutecie fique completamente aderida ao meio para que haja contato dos

microorganismos com os nutrientes do meio evitando a formaccedilatildeo de bolhas de ar

(SILVA 2010) Posteriormente as placas satildeo invertidas e incubadas agrave temperatura de

37ordm C durante 24 h

Apoacutes o periacuteodo de incubaccedilatildeo as colocircnias satildeo contadas com o auxiacutelio da lupa do

contador de colocircnias para facilitar a visualizaccedilatildeo (SILVA 2010)

Na leitura das placas foram considerados que o meio de cultura Chromocultreg

Coliform Agar combina subtratos especiacuteficos que faz a diferenciaccedilatildeo das colocircnias pela

coloraccedilatildeo As colocircnias de coliformes totais apresentava uma coloraccedilatildeo avermelhada e

para as colocircnias de E coli apresentam coloraccedilatildeo azulvioleta

Para o isolamento das bacteacuterias crescidas como colocircnias isoladas apoacutes a

utilizaccedilatildeo do meacutetodo da membrana filtrante foi transferida com auxiacutelio de palito esteacuteril

uma colocircnia para caldo EC (meio da Merck) contendo microtubo de Duran invertido E

apoacutes crescimento agrave 37 ordmC por 24 h Consideravam-se como positivos para coliformes

fecais os tubos de caldo EC que revelavam produccedilatildeo de gaacutes apoacutes a incubaccedilatildeo Sendo

assim uma aliacutequota de 09 mL da cultura foi transferida para um microtubo de 15 ou 2

mL e mantida a -20 ordmC em glicerol 40 para posterior preservaccedilatildeo em coleccedilatildeo de

cultura

65

423- Processamento para Anaacutelises Parasitoloacutegicas

A teacutecnica analiacutetica utilizada para a pesquisa de ovos cistos e larvas nas amostras

de areia seca foi de Lutz (1919) devido a sua simplicidade e baixo custo Para a

pesquisa de larvas de nematoacuteide optou-se pela a teacutecnica de Baermann-Moraes (1917)

Ambas as teacutecnicas utilizadas foram adaptadas para melhor aproveitamento da

matriz areia

4231- Avaliaccedilatildeo de Recuperaccedilatildeo de Parasitos em Areia Seca Contaminaccedilatildeo

Experimental

Alguns autores tecircm preconizado diferentes teacutecnicas para a pesquisa de ovos de

helmintos no solo sendo raras as referecircncias relativas a anaacutelises de areia de praias e de

aacutereas de recreaccedilatildeo sem material siltoso ou argiloso Em vista disso torna-se de extrema

importacircncia o desenvolvimento e a padronizaccedilatildeo de metodologias adequadas aos

exames de rotina de matrizes ambientais como areias de praias capazes de satisfazer

criteacuterios de especificidade e sensibilidade (SILVA et al 1991)

Assim preliminarmente foi realizado um piloto onde procedeu a contaminaccedilatildeo

experimental de amostras de areia seca com fezes humanas positivas para Ascaris sp

Trichuris sp e Ancylostoma sp a fim de avaliar a sensibilidade da Teacutecnica de Lutz para

a detecccedilatildeo de ovos desses parasitos neste tipo de matriz ambiental

Foi realizada previamente a contagem dos parasitas em fezes humanas

contaminadas pela Teacutecnica de Kato-Katz (KATZ 1972) O resultado dessas anaacutelises

permitiu estimar a intensidade da contaminaccedilatildeo das fezes que foram utilizadas na

contaminaccedilatildeo experimental de areia de praia

Foi feita a identificaccedilatildeo e calculado o nuacutemero de ovos presentes de Ascaris sp

(As) Trichuris sp (Tr) e Ancylostoma sp (An) nas fezes

Em seguida foi realizada a contaminaccedilatildeo de 4 amostras de areia sendo utilizado

1 g de fezes para 100 g de areia E para a evidenciaccedilatildeo de ovos de helmintos

recuperados na areia foi realizada a teacutecnica de Lutz adaptada que seria a principal

teacutecnica parasitoloacutegica usada neste trabalho

66

4232- Teacutecnica de Lutz Adaptada (Sedimentaccedilatildeo espontacircnea) tambeacutem conhecida

como meacutetodo de Hoffman Pons e Janer

Para a detecccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos organismos presentes em areia seca foram

utilizados aproximadamente 100 gramas de areia (Figura 23A) As amostras foram

homogeneizadas e em seguida transferidas para um recipiente de vidro com 100 mL de

detergente neutro comercial a 05 (Figura 23B) Posteriormente agitou-se

vigorosamente a soluccedilatildeo por 5 minutos deixando em repouso para a total decantaccedilatildeo do

substrato O sobrenadante foi filtrado em gazes dobradas em quatro para um caacutelice de

sedimentaccedilatildeo tendo seu volume completado ateacute 250 mL com aacutegua destilada (Figura 24

A) Esta suspensatildeo permaneceu em repouso por 2 horas sedimentando (Figura 24 B)

Em seguida foi decantado o liacutequido sobrenadante ateacute um volume proacuteximo do

sedimento Este foi transferido para um tubo de polipropileno de fundo cocircnico (tipo

Falcon) de 15 mL para uma nova sedimentaccedilatildeo Apoacutes 10 minutos 50 microL do material foi

pipetado em lacircmina acrescentada uma gota do Reagente de Lugol cobrindo-se com

lamiacutenula Sendo confeccionadas cinco lacircminas para cada amostra Examinou-se o

preparo ao microscoacutepio em aumentos de 100X e 400X As medidas foram tomadas

com o auxiacutelio de ocular micromeacutetrica


Adaptada Em A mostra 100 g da areia seca sendo transferidos para um recipiente Em

B amostra transferida para um recipiente de vidro com 100 mL de soluccedilatildeo de detergente

neutro comercial a 005

67

Figura 24 Etapa de filtraccedilatildeo da amostra de areia seca na Teacutecnica de Lutz Adaptada

Em A suspensatildeo eacute filtrado em gazes dobradas para um caacutelice de sedimentaccedilatildeo Em B o

filtrado fica em repouso por 2 h

4233- Teacutecnica de Baermann-Moraes Adaptada

Inicialmente a amostra de areia foi homogeneizada e em seguida 100 gramas de

areia seca foram colocados em gazes dobradas sobre peneira de polipropileno no

interior de um caacutelice de sedimentaccedilatildeo A este sistema acrescentou-se cerca de 180 mL

de aacutegua destilada aquecida a 45degC de maneira a cobrir a amostra O material ficou em

repouso por 2 horas Apoacutes este tempo o sobrenadante foi desprezado recuperando cerca

de 2 mL depositados no fundo do caacutelice O liacutequido foi transferido para tubo cocircnico tipo

falcon de 15 mL para nova sedimentaccedilatildeo Posteriormente 50 microL do sedimento foram

pipetados para lacircmina acrescentada uma gota do Reagente de lugol cobrindo-se com

lamiacutenula Sendo confeccionadas cinco lacircminas para cada amostra Examinou-se ao

microscoacutepio utilizando aumentos de 100 e 400x

4234- Ensaio Imunoenzimaacutetico (ELISA)

Foram utilizadas amostras congeladas das precipitaccedilotildees realizadas para submeter

as amostras de areia seca para as teacutecnicas de Lutz que foram preservadas em

microtubos de capacidade para 15 mL para a realizaccedilatildeo do ensaio imunoenzimaacutetico

68

MARCA DO KIT

COMERCIAL PARASITO FUNDAMENTO DA TEacuteCNICA

IVD Research reg

Giardia sp Detecccedilatildeo qualitativa de antiacutegenos de

cistos de Giardia sp

Entamoeba sp Detecccedilatildeo qualitativa de antiacutegenos de

cistos de Entamoeba sp

Cryptosporidium sp Detecccedilatildeo qualitativa do antiacutegeno oocisto

de Cryptosporidium sp

(ELISA) com o intuito de ampliar a capacidade de detecccedilatildeo dos cistos de G lamblia e

E histolyticadispar e oocistos de Cryptosporidium sp atraveacutes de Kits comerciais

Os ldquokitsrdquo adquiridos comercialmente estatildeo apresentados na tabela 3

Tabela 3 ldquoKitsrdquo comerciais utilizados para a realizaccedilatildeo dos testes de ELISA

Essas amostras natildeo apresentavam conservantes como formalina ou SAF

(Soluccedilatildeo de acetato de soacutedio - aacutecido aceacutetico - formaldeiacutedo) para que natildeo causasse

alteraccedilotildees nos resultados das amostras

A teacutecnica foi realizada como preconizado pelo fabricante Exceto pelo fato de

natildeo haver uma diluiccedilatildeo preacutevia das amostras pois os kits foram desenvolvidos para

fazes

As placas de ELISA foram lidas incluindo os controles positivos e negativos

em leitor de placa ELISA com o comprimento de onda de acordo com as normas

teacutecnicas do fabricante (450650 nm) Sendo considerada a interpretaccedilatildeo dos resultados

visuais apenas para efeito de confirmaccedilatildeo da leitura esperada

O ponto de corte foi estabelecido de acordo com as instruccedilotildees do fabricante para

fezes O valor do ponto de corte estabelecido para Giardia sp e Cryptosporidium sp foi

leitura de absorbacircncia acima de 008 Para Entamoeba sp leitura de absorbacircncia acima

de 015

69

424- Comparaccedilotildees Estatiacutesticas

Os dados da contagem das colocircnias presumiacuteveis de serem coliformes totais (CT)

e E coli (EC) foram comparados com os padrotildees definidos na resoluccedilatildeo editada para as

praias do Rio de Janeiro de avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias de areia Resoluccedilatildeo Nordm

4682010 da SMAC

Os dados da contagem das colocircnias presumiacuteveis de serem CT e EC obtidos neste

trabalho foram inseridos em planilhas Excel sendo considerada a massa em grama (g)

de areia e o volume em mililitro (mL) reais que participaram das diluiccedilotildees E as

respectivas diluiccedilotildees foram consideradas nos caacutelculos matemaacuteticos que foram feitos

Para avaliaccedilatildeo da correlaccedilatildeo de Pearson (BARBETA 2008) os dados das

condiccedilotildees colimeacutetricas da regiatildeo onde os microrganismos foram isolados e os niacuteveis de

resistecircncia que estes apresentavam foram atribuiacutedos valores de 10 8 5 e 1 quando os

niacuteveis colimeacutetricos estavam na faixa de ldquoExcelenterdquo segundo padrotildees estabelecidos pela

Resoluccedilatildeo SMAC 4682010 foi atribuiacutedo valor 10 quando os niacuteveis colimeacutetricos

estavam na faixa de ldquoBomrdquo foi atribuiacutedo valor 8 quando estavam na faixa de

ldquoRegularrdquo foi atribuiacutedo valor 5 e quando os niacuteveis estavam na faixa de ldquo Natildeo

recomendadardquo foi atribuiacutedo valor 1 Para as condiccedilotildees parasitoloacutegicas foram atribuiacutedos

valores de 5 1 e 0 quando obtivesse resultados positivos simultacircneos em pelo menos 2

testes parasitoloacutegicos (Lutz Adaptada eou Baermann-Moraes Adaptada eou ELISA)

foi atribuiacutedo valor 5 quando obtivesse resultado positivo somente em 1 teste

parasitoloacutegico foi atribuiacutedo valor 1 quando natildeo obtivesse nenhum resultado positivo em

teste parasitoloacutegico foi atribuiacutedo valor 0

Os resultados de colimetria realizados no terceiro periacuteodo de coletas (2010-

2011) foram comparados com os valores dos pontos correspondentes aos resultados

parasitoloacutegicos tambeacutem do terceiro periacuteodo Na parte de colimetria usou-se para

comparar os resultados meacutedios obtidos em cada campanha de coleta

70

5- RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51- Monitoramento da Qualidade da Aacutegua das Praias


Durante o terceiro periacuteodo de monitoramento (2010 a 2011) foram realizadas

nas quatro praias estudadas um total de 8 campanhas sendo coletadas um total de 64

amostras de aacutegua para anaacutelises colimeacutetricas Na comparaccedilatildeo dos niacuteveis de EC e de CT

os resultados para os niacuteveis de coliformes totais foram sempre superiores aos niacuteveis de

E coli (Figura 25)

Na avaliaccedilatildeo dos resultados dos niacuteveis de EC nas quatro praias monitoradas

observamos que 25 (832) das vezes estiveram com niacuteveis de EC considerados

ldquosatisfatoacuteriosrdquo pelos niacuteveis padronizados na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 Dentro

dessas campanhas com niacuteveis ldquosatisfatoacuteriasrdquo 375 (38) foram na praia da Bica na

Ilha do Governador fato que pode ser relacionado ao funcionamento da Estaccedilatildeo da

Alegria na Ilha do Fundatildeo

Por outro lado em 53 (1732) das campanhas estiveram com niacuteveis de EC

acima de 10 vezes aos valores padronizados como aceitaacuteveis para satisfatoacuterios pelo

CONAMA

Neste periacuteodo de estudo os maiores niacuteveis de EC encontrados foram nas praias

da Ilha de Paquetaacute durante a segunda campanha da primavera Contudo para coliformes

totais os piores niacuteveis foram observados na praia da Bica na Ilha do Governador na

primeira campanha da primavera quando tambeacutem os niacuteveis de E coli estavam bastante

elevados Os niacuteveis de E coli estiveram proacuteximos dos niacuteveis considerados pela

Resoluccedilatildeo CONAMA 27400 como satisfatoacuterios nas seguintes campanhas nas praias

Bica na 1XO 2XP e 1XI Joseacute Bonifaacutecio 1XO e 1XP Tamoios 2XV e 2XI e

Tubiacanga somente na campanha 1XV

71


(EC) presentes em aacutegua (UFCmL) As barras representam os valores meacutedios dos dados

encontrados nas duas campanhas nos periacuteodos de inverno (1XI e 2XI) primavera (1XP

e 2XP) outono (1XO e 2XO) veratildeo (1XV e 2XV) nas praias da Ilha do Governador

Praia da Bica (A) e Praia do Tubiacanga (B) e nas praias da Ilha de Paquetaacute Praia Joseacute

Bonifaacutecio (C) e Praia dos Tamoios (D) CT e EC valor limite

CONAMA 27400 correspondente a 922 UFCmL de E coli

52- Monitoramento da Qualidade da Areia das Praias

521- Anaacutelise dos niacuteveis de Coliformes Totais e de Escherichia coli nas areias das

praias 3ordm Periacuteodo - 2010 a 2011

Os niacuteveis de Coliformes Totais encontrados nas praias da Ilha do Governador e

da Ilha de Paquetaacute estiveram acima dos valores definidos como aceitaacuteveis pela

Resoluccedilatildeo n 4682010 da SMAC (Tabela 1) em todas as campanhas realizadas e em

72

todas as praias monitoradas portanto tornam-se improacuteprias para serem utilizadas como

aacutereas de recreaccedilatildeo (Figura 26)

O mesmo ocorre em relaccedilatildeo aos niacuteveis de E coli em areia com exceccedilatildeo da

segunda campanha da primavera na praia da Bica e da primeira campanha de outono na

praia Joseacute Bonifaacutecio como foram somente duas campanhas que obtiveram resultados

favoraacuteveis podemos afirmar que de modo geral esses ambientes oferecem risco a sauacutede

da populaccedilatildeo e devem ser informados quando ao risco exposto ao frequumlentarem esses

ambientes (Figura 27)

A razatildeo meacutedia estabelecida entre os niacuteveis de CT encontrados em areia seca e

areia uacutemida entre as praia da Bica e da praia de Joseacute Bonifaacutecio foi de aproximadamente

30 vezes (16742445593125 e 19487501319875 respectivamente em UFCg)

obtendo os maiores valores de contaminaccedilatildeo A menor relaccedilatildeo registrada foi na praia

de Tamoios com uma razatildeo de 8 vezes (1613056208825 em UFCg) seguida da praia

de Tubiacanga com 7 de razatildeo (1210875 179775 em UFCg ) (Figura 29)

Diferentemente para o paracircmetro E coli a razatildeo meacutedia encontrada entre areia

seca e areia uacutemida na praia Joseacute Bonifaacutecio foi de 40 vezes ( 176737544625 em

UFCg) sendo esta a que obteve maior contaminaccedilatildeo Nesse paracircmetro a praia que

apresentou os menor iacutendice foi a praia de Tubiacanga com uma razatildeo de 1 vez

(29225196125 em UFCg) Valores proacuteximos foram observados para a praia da Bica e

Tamoios onde a relaccedilatildeo foi de 7 e 8 vezes (3022188 431875 e 158787518900 em

UFC g) respectivamente (Figura 27)

Tais resultados estatildeo de acordo com os encontrados nos estudos de Rego (2010)

e de Viana (2011) nestas mesmas praias em que encontraram maiores concentraccedilotildees de

CT por grama de areia seca na praia da Bica na Ilha do Governador Esses mesmos

autores observaram a diferenccedila existente nos niacuteveis de EC entre areia seca e areia

uacutemida sendo mais elevados em areia seca do que areias uacutemidas Esses resultados

podem ser justificados pela presenccedila de liacutenguas negras que desaacuteguam na areia seca que

apesar de serem destinadas a aacuteguas fluviais devem ter ligaccedilotildees de esgoto clandestinas

ligadas por isso alto niacuteveis colimeacutetricos na praia da Bica e na praia de Joseacute Bonifaacutecio

que entre as praias estudadas foram a que apresentaram niacuteveis elevados de colimetria

73


matrizes areia (UFCg x 102) As barras representam os valores meacutedios dos dados




Bonifaacutecio (C) e Praia dos Tamoios (D) areia seca (AS) e areia uacutemida (AU)

valor limite SMAC 4682010 correspondente a 2454 UFCg de E coli natildeo

foi possiacutevel visualizar nestes graacuteficos

74

Figura 27 Comparaccedilatildeo das anaacutelises dos niacuteveis de E coli (EC) presentes em areia

(UFCg x 102) As barras representam os valores meacutedios dos dados encontrados nas

duas campanhas nos periacuteodos de inverno (1XI e 2XI) primavera (1XP e 2XP) outono

(1XO e 2XO) veratildeo (1XV e 2XV) nas praias da Ilha do Governador Praia da Bica (A)

e Praia do Tubiacanga (B) e nas praias da Ilha de Paquetaacute Praia Joseacute Bonifaacutecio (C) e

Praia dos Tamoios (D) areia seca (AS) e areia uacutemida (AU) valor limite

SMAC 4682010 correspondente a 2454 UFCg de E coli natildeo foi possiacutevel visualizar

nestes graacuteficos

522- Anaacutelises Estatiacutesticas

Correlaccedilatildeo linear de Pearson entre os dados meacutedios dos niacuteveis de coliformes

totais (CT) e de E coli (EC) encontrados em areia seca das praias estudadas com os

dados positivos de parasitos encontrados na areia seca das mesmas amostras analisadas

75

Tabela 4 Correlaccedilatildeo linear de Pearson entre os dados meacutedios dos niacuteveis de

coliformes totais (CT) e de E coli (EC)

Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015

Embora a correlaccedilatildeo entre a presenccedila de parasitos na areia seca com altos niacuteveis

de coliformes totais tenha ficado em torno de 35 e para altos niacuteveis de E coli tenha

ficado em torno de 15 esta foi positiva para ambos Portanto pode-se afirmar que haacute

correlaccedilatildeo entre altos niacuteveis de coliformes em areia seca com a presenccedila de parasitas

53 - Niacuteveis Parasitoloacutegicos em Areia

531- Anaacutelise de Amostras Frescas para Parasitologia 3ordm Periacuteodo de Estudo

Figura 28 Comparaccedilatildeo da frequecircncia absoluta de ovos de Ascaris sp Ancylostoma sp

e Larvas encontradas nas amostras de areia seca no periacuteodo de 2010 a 2011 pelas as

teacutecnicas de Lutz - Adaptada (L) e Baermann-Moraes - Adaptada (BM) Painel A -

nuacutemero de amostras de areia seca com ovos Painel B - nuacutemero de amostras de areia

seca com larvas As - Ascaris sp An ndash Ancylostoma sp Fi ndash Filarioacuteide Ra ndash

Rabditoacuteide positivas negativas

76

Das 51 amostras de areia seca analisadas por ambas as teacutecnicas tradicionais

(Lutz - Adaptada e Baermann-Moraes ndash Adaptada) foi encontrado maior frequecircncia

absoluta de casos positivos para ovos de Ascaris sp dos quais 7 (137) amostras

foram positivas pela teacutecnica de Lutz e 3 (58) pela teacutecnica de Baermann-Moraes Para

o diagnoacutestico de Ancylostoma sp as duas teacutecnicas apresentaram resultados similares

indicando positividade de apenas 1 amostra

Em relaccedilatildeo agrave presenccedila de amostras positivas com larvas a teacutecnica de Baermann-

Moraes mostrou maior sensibilidade sendo possiacutevel identificar a presenccedila de larvas em

61 das amostras analisadas (3151) dos quais 22 amostras foram positivas para larvas

filarioacuteides e 9 amostras positivas para larvas rabditoacuteides Paralelamente a teacutecnica de

Lutz indicou uma menor sensibilidade na identificaccedilatildeo de amostras positivas uma vez

que das 51 amostras analisadas 18 foram consideradas positivas dentre elas 14 de

filarioacuteides e 4 de rabditoacuteides

Areia de praia pode constituir um importante problema de sauacutede puacuteblica por

estarem contaminadas por ovos e larvas de geohelmintos configurando dessa forma um

excelente meio de veiculaccedilatildeo de vaacuterias espeacutecies de parasitos Assim a presenccedila de

larvas filarioacuteides e rabditoacuteides nas amostras estudadas revela condiccedilotildees ambientais

favoraacuteveis para embriogecircnese desenvolvimento e sobrevivecircncia de parasitos indicando

contaminaccedilotildees constantes das areias das praias por animais parasitados e um potencial

risco de infecccedilatildeo em seus frequentadores

Em todas as quatro praias estudadas apresentaram contaminaccedilatildeo por parasitos

em menor ou maior intensidade sendo um indicativo de que nenhuma delas estaacute livre

de contaminaccedilatildeo por um ou mais helmintos de importacircncia zoonoacutetica

Eacute de extrema relevacircncia ressaltar que a diferenccedila encontrada na frequecircncia de

recuperaccedilatildeo de parasitos em amostras de solo pode ser influenciada pela teacutecnica

empregada na sua recuperaccedilatildeo e pelo nuacutemero de leituras das lacircminas (NUNES 1991)

Assim a partir dos resultados obtidos sugerimos que a teacutecnica de Lutz- adaptada seja

utilizada para recuperaccedilatildeo de ovos em matrizes de areia e a teacutecnica de Baermann-

Moraes- adapatada para a recuperaccedilatildeo de larvas Nossos resultados corroboram com os

dados existentes na literatura que aconselha a teacutecnica de Lutz como a que oferece

resultados significativos para a pesquisa de ovos de helmintos de uma forma geral

estando incluindo entre eles os ancylostomideos e os ascariacutedeos (SILVA et al 1991)

77

A maior sensibilidade da teacutecnica de Baermman-Moraes adaptada na recuperaccedilatildeo

de larvas ocorre em funccedilatildeo do hidrotropismo e no termotropismo das larvas e na

tendecircncia destas a sedimentar quando se encontram na aacutegua (REY 2008)

Alguns autores como Carvalho (2005) citam que a teacutecnica de Baermann-Moraes

embora seja mais sensiacutevel na recuperaccedilatildeo de larvas tambeacutem pode ser capaz de detectar

outras formas parasitaacuterias aleacutem das larvais Nosso estudo corrobora com tais achados

pois tal teacutecnica foi capaz de fazer a recuperaccedilatildeo de ovos

A adaptaccedilatildeo proposta neste trabalho tem como fim principal facilitar e incentivar

a reintroduccedilatildeo da teacutecnica de Baermann-Moraes nos trabalhos rotineiros laboratoriais

pois quando associados a outros meacutetodos poderaacute enriquecer e aumentar o diagnoacutestico de

larvas de nematoacutedeos de interesse meacutedico e veterinaacuterio




PARASITOS LUTZ-ADAPTADA BAERMANN-MORAES

ADAPTADA

Ascaris sp + +

Ancylostomiacutedeos + +

Toxocara sp + -

Acantoceacutefalo + -

Strongylata + -

Como mostrado na tabela 5 agrave teacutecnica de Lutz Adaptada mostrou-se mais

sensiacutevel em relaccedilatildeo agrave teacutecnica de Baermann-Moraes Adaptada por recuperar uma maior

diversidade de helmintos Condiccedilatildeo similar tecircm sido observado por Blazius et al (2006)

estudando a contaminaccedilatildeo de areia do Balneaacuterio de Laguna Santa Catariana onde

observaram que aleacutem de apresentar maior sensibilidade a teacutecnica de Lutz demonstrou

maior eficaacutecia na recuperaccedilatildeo de ovos e larvas de Toxocara sp ovos de Trichuris sp

devendo por esta razatildeo ser preconizada em metodologias voltadas para o

monitoramento parasitoloacutegico em areias de praia

As teacutecnicas parasitoloacutegicas tradicionais adaptadas empregadas no presente

estudo natildeo foram capazes de detectar nas amostras de areia seca oocisto e cistos de

protozoaacuterios que pode ocorrer pelo fato das teacutecnicas utilizadas neste estudo na

78

investigaccedilatildeo parasitaacuteria da areia serem mais propiacutecias para a visualizaccedilatildeo de ovos e

larvas de helmintos Adicionalmente estudo realizado por Barbosa (2011) que

utilizando as teacutecnicas de Ritchie modificado e a teacutecnica de Sheather modificado em

amostras de solo conseguiu identificar oocistos de cocciacutedeo e cisto de amebiacutedeo Assim

apesar dos estudos tratarem de matrizes ambientais diferentes tais resultados sugerem a

realizaccedilatildeo de estudos adicionais voltados na comparaccedilatildeo de diferentes meacutetodos a fim de

selecionar teacutecnicas mais sensiacuteveis capazes de identificar cistos e oocistos de

protozoaacuterios em areia de praias contaminadas jaacute que as teacutecnicas empregadas por noacutes

podem natildeo ser sensiacuteveis para a recuperaccedilatildeo de tais estruturas parasitaacuterias em modelos

considerando areia como matriz ambiental

Alguns autores como Nunes et al (2000) e Oge (2000) evidenciaram maior

ocorrecircncia de parasitos em amostras fecais do que nas de solo Em amostras fecais se

obteacutem a concentraccedilatildeo de um grande nuacutemero de estruturas parasitaacuterias entretanto no

meio ambiente essas estruturas se encontram mais dispersas no solo aleacutem de sofrerem

accedilotildees mecacircnicas como por exemplo de chuvas ventos ou vetores o que acaba

acarretando a destruiccedilatildeo de estruturas parasitaacuterias (MATESCO et al 2006)




Com intuito de realizar o monitoramento parasitoloacutegico na regiatildeo estudada foi

determinada a frequecircncia absoluta das amostras de areia seca positivas para helmintos

79

eou protozoaacuterios Sendo 39 amostras foram positivas no inverno 29 na primavera 33

no veratildeo e 38 no outono (Figura 29)

A maior frequecircncia de amostras positivas foi observada no inverno e o outono

seguido do veratildeo enquanto que a primavera apresentou o menor nuacutemero de amostras

positivas Nossos resultados estatildeo de acordo com os encontrados por Salinas et al

(2001) onde verificaram uma tendecircncia de variaccedilatildeo sazonal na presenccedila de ovos de

helmintos no solo de praccedilas da cidade de Santiago no Chile sendo observado uma maior

frequecircncia de positividade tambeacutem no inverno e no outono Tais resultados

provavelmente decorrem de condiccedilotildees climaacuteticas como a pluviosidade e a

movimentaccedilatildeo eoacutelica que segundo Arauacutejo et al (2008) seriam fatores determinantes

para o desenvolvimento e dispersatildeo de ovos de helmintos No trabalho de Rocha (2007)

onde foi realizado um estudo comparativo com a pluviosidade mostra nitidamente o

aumento de ovos e larvas de helmintos nos meses posteriores a grandes picos

pluviomeacutetricos indicando uma relaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo ambiental com a estaccedilatildeo das

chuvas e elevadas umidades No presente estudo pelo fato da matriz ambiental utilizada

provir de aacutereas que naturalmente apresentam umidade relativa elevada em todo ano

essa pequena variaccedilatildeo observada na frequecircncia de amostras positivas entre as estaccedilotildees

provavelmente decorrem de outros paracircmetros ambientais destacando especialmente

temperatura e movimentaccedilatildeo eoacutelica


o periacuteodo das coletas (2010-2011) nas estaccedilotildees do ano

Estaccedilotildees

Umidade relativa do ar

()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP

Inverno 70 plusmn 383

22 plusmn 216

Primavera 7625 plusmn 865

2875 plusmn 320

Veratildeo 7525 plusmn 550

27 plusmn 141

Outono 8150 plusmn 580 27 plusmn 294

X = meacutedia DP = desvio padratildeo

80

Durante o periacuteodo das coletas a maior temperatura meacutedia foi registrada na

primavera (2875plusmn 320) e a menor no inverno (22 plusmn 216) apresentando uma variaccedilatildeo

de 675 Com relaccedilatildeo agrave umidade relativa do ar os maiores valores foram alcanccedilados no

outono (8150 plusmn 580) e primavera (7625 plusmn 865)

Geohelmintos satildeo parasitos que apresentam obrigatoriamente parte do seu ciclo

de vida no ambiente Neste contexto condiccedilotildees climaacuteticas como temperatura e umidade

passam a influenciar diretamente no desenvolvimento ontogecircnico desses parasitos

(REY 2008)

O presente estudo indica um potencial risco de infecccedilatildeo para humanos uma vez

que ovos a larvas feacuterteis foram encontrados em todas as amostras consideradas positivas

no terceiro periacuteodo do estudo Segundo Rocha (2007) a temperatura adequada para a

embriogecircnese dos ovos bem como o desenvolvimento das larvas seria em torno de

22degC O mesmo fato foi mencionado por Mello (2010) o qual revela que a temperatura

ideal seria entre 20degC a 30degC onde forneceria um ambiente propiacutecio para tais parasitos

A temperatura meacutedia obtida em cada estaccedilatildeo do ano no presente estudo estaacute

dentro da variaccedilatildeo de temperatura oacutetima para o desenvolvimento de estruturas

parasitaacuterias de acordo com os autores acima

54 ndash Atlas de Imagens Obtidas de Amostras Positivas do 3ordm Periacuteodo de Estudo

Das 255 lacircminas analisadas e com os registros de medidas dos ovos e larvas foi

possiacutevel ateacute o presente constituir um Atlas de Imagens (dados natildeo apresentados

completamente) sendo montado para ilustrar a figura 30 (em anexo) com 8 imagens das

formas parasitaacuterias encontradas sendo feita a identificaccedilatildeo dos parasitas encontrados a

niacutevel de grupo e ordem Contudo como perspectiva futura deste trabalho apontamos

que este banco de imagens serviraacute para o aprofundamento do trabalho de identificaccedilatildeo

O fato de natildeo terem vistos cistos pode ser atribuiacutedo a condiccedilotildees de salinidade observada

nesta matriz ambiental por conta do ambiente praiano

Em anexo banco de imagens de parte do Atlas (Figura 30)

81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS

LUTZ ADAP BAERMANN ADAP ELISA

FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31

Cryptosporidium sp 0 0 0 0 107 829

Entamoeba sp 0 0 0 0 0 0

55- Avaliaccedilatildeo por Imunofluorescecircncia ELISA


sp e Entamoeba sp Comparaccedilotildees dos resultados obtidos por teacutecnicas de Lutz

Adapatada Baermann-Moraes Adaptada e ELISA Realizados em 129 amostras de

areia seca

FA Frequecircncia Absoluta Frequecircncia relativa

Das 129 amostras de areia seca obtidas nas quatro praias estudadas foi possiacutevel

detectar pela teacutecnica ELISA positividade para Giardia sp em 31 (4129) e na

detecccedilatildeo de Cryptosporidium sp em 829 ( 107129) enquanto que para as teacutecnicas

tradicionais de microoscopia (Lutz Adaptada e Baermann-Moraes Adapatada) natildeo

houve a visualizaccedilatildeo de cistos Giardia sp ou oocisto de Cryptosporidium sp O ELISA

natildeo mostrou nenhuma positividade para Entamoeba sp sendo que o mesmo ocorreu

com as teacutecnicas tradicionais onde natildeo foram detectados cistos de amebiacutedeo

tetranucleado

Natildeo foi calculado o iacutendice de sensibilidade e especificidade de detecccedilatildeo das

estruturas de Giardia sp Cryptosporidium sp e Entamoeba sp visto que soacute foram

identificados no ensaio imunoenzimaacutetico

82

Nossos resultados indicam que os Kits utilizados para o ensaio de ELISA foram

mais sensiacuteveis para presenccedila de Giardia sp e Cryptosporidium sp em relaccedilatildeo as

teacutecnicas tradicionais utilizadas (Lutz Modificado e Baermann-Moraes Modificado)

Resultados similares contudo para matriz diferente da ambiental sendo fezes foi

observado por Berne et al (2006) quando comparando meacutetodos coproloacutegicos

tradicionais e ensaio de ELISA que observaram uma maior positividade para Giardia

lamblia na amostra estudada pelo meacutetodo imunoenzimaacutetico do que pelas tradicionais

Em adiccedilatildeo Johnston et al (2003) revelaram ainda que uma das vantagens da utilizaccedilatildeo

de imunodiagnoacutestico eacute a possibilidade de testar um grande nuacutemero de amostras

simultaneamente de leitura objetiva e de forma raacutepida Entretanto a ocorrecircncia de

resultados falso-positivos e falso-negativos tem sido observada Poreacutem no caso de

amostras ambientais eacute preciso frisar que como esta teacutecnica estaacute relacionada com a

detecccedilatildeo de epiacutetopos (pedaccedilos da proteiacutena alvo) mesmo na ausecircncia da forma viaacutevel

mas jaacute degradada da ceacutelula seraacute detectada por esta teacutecnica

Nos nossos estudos natildeo foi considerado no resultado final a interpretaccedilatildeo dos

resultados visuais da coloraccedilatildeo obtida nos resultados das placas de ELISA Soacute foram

considerados os resultados de Densidade Oacuteptica (DO) em que todos os poccedilos foram

lidos a 450650 nm Contudo o registro da coloraccedilatildeo foi feito para efeitos de

confirmaccedilatildeo do esperado

O ponto de corte foi estabelecido de acordo com as instruccedilotildees do fabricante O

valor do ponto de corte foi estabelecido para Giardia sp e Cryptosporidium sp foi

leitura de absorbacircncia acima de 008 DO Para Entamoeba sp leitura de absorbacircncia

acima de 015 DO

83


experimental da areia

Figura 31 Frequecircncia relativa do nuacutemero de ovos recuperados pela teacutecnica de Lutz

apoacutes a contaminaccedilatildeo das amostras de areia seca As - Ascaris sp Tr-

Trichuris sp An ndash Ancylostoma sp

Com o propoacutesito de investigar o grau de eficaacutecia da teacutecnica de Lutz na

recuperaccedilatildeo de ovos de geohelmintos (Ascaris sp Trichuris sp e Ancilostoma sp)

realizamos neste protocolo a contaminaccedilatildeo experimental de amostras de areias com

fezes positivas para os respectivos helmintos como paracircmetro de comparaccedilatildeo com

estudos observacionais que indicam a utilizaccedilatildeo dessa teacutecnica na recuperaccedilatildeo de

diferentes espeacutecies de parasitos

Foram obtidos como resultados de ovos de helmintos nas fezes utilizadas

105276 Asg 119 Trg na amostra 1 3837 Trg na amostra 2 230216 Asg

na amostra 3 e 16307 Ang na amostra 4 E quanto agrave sensibilidade das anaacutelises

parasitoloacutegicas em areia contaminada para ovos de As foi obtido resultados em torno

de 563 para Tr foi de 104 e de An foi de 073

Atualmente sabemos que parasitoses intestinais satildeo frequentes em nosso meio

sendo utilizadas como indicadores de condiccedilotildees sanitaacuterias inadequadas e maus haacutebitos

de higiene (SOUZA et al 1979) especialmente em crianccedilas que por falta de orientaccedilatildeo

84

dos pais ou por natildeo apresentarem haacutebitos de higiene e sauacutede consolidados configuram-

se como a fraccedilatildeo mais susceptiacutevel a aquisiccedilatildeo de doenccedilas (SALUM et al 1989)

Dessa maneira a presenccedila estruturas parasitaacuterias como ovos de helmintos

configuram-se como importantes biomarcadores de contaminaccedilatildeo ambiental podendo

constituir-se em coadjuvante necessaacuterio a um adequado monitoramento sanitaacuterio do

meio (SILVA et al 1991) bem como no emprego de medidas sanitaacuterias voltadas para

sua erradicaccedilatildeo

Os resultados obtidos pela teacutecnica de Lutz comprovam a boa sensibilidade (com

recuperaccedilatildeo em meacutedia de 246 (plusmn 274) para o diagnoacutestico de ovos de helmintos em

areias contaminadas mesmo em amostas cuja a carga parasitaacuteria era baixa sugerindo

sua utilizaccedilatildeo em estudos de monitoramento epidemioloacutegicos de geohelmintos e

contaminaccedilatildeo ambiental

85

6- PERSPECTIVAS FUTURAS DO TRABALHO

O banco de imagens construiacutedo neste estudo serviraacute para o aprofundamento do

trabalho de identificaccedilatildeo que poderaacute chegar a identificar os parasitos

observados ateacute espeacutecie

Estudo de recuperaccedilatildeo de parasitos em areia seca poderaacute ser melhorado a partir

do que foi observado e testado neste trabalho contribuindo para estimativa dos

padrotildees de parasitos por grama de areia

Estudos por biologia molecular poderatildeo ser feitos a partir das amostras de

precipitados que foram guardadas desde 2008

Estudos epidemioloacutegicos poderatildeo ser realizados com associaccedilatildeo da correlaccedilatildeo

dos niacuteveis sanitaacuterios encontrados nas praias com a incidecircncia de doenccedilas

encontradas na populaccedilatildeo que faz uso dessas praias

86

7- CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Os niacuteveis de Colimetria encontrados nas praias da Ilha do Governador e da Ilha

de Paquetaacute estiveram acima dos valores definidos como aceitaacuteveis pela

Resoluccedilatildeo n 4682010 da SMAC em todas as campanhas realizadas e em todas

as praias monitoradas portanto tornam-se improacuteprias para serem utilizadas

como aacutereas de recreaccedilatildeo

Comparando-se as meacutedias dos resultados dos niacuteveis colimeacutetricos encontrados

nas praias estudadas em areia seca a praia Joseacute Bonifaacutecio em Paquetaacute foi a que

teve os piores iacutendices no 3ordm Periacuteodo de estudo

Os resultados encontrados para parasitos em areia seca utilizando a teacutecnica de

Lutz adaptada assim como utilizando a teacutecnica de Baermann-Moraes Adapatada

corroboram com os dados da literatura e a teacutecnica de Lutz adaptada eacute apropriada

para esse tipo de matriz ambiental

Os niacuteveis colimeacutetricos expressos na legislaccedilatildeo carioca para areia satildeo muito

permissiacuteveis uma vez que na maioria das campanhas foram observados valores

colimeacutetricos que ultrapassam os estabelecidos como satisfatoacuterios e quando isso

natildeo ocorria agraves condiccedilotildees observadas visualmente pelo coletor eram de peacutessimas

As condiccedilotildees sanitaacuterias relacionadas com parasitos presentes em praias precisam

ser investigadas e monitoradas para informar a populaccedilatildeo sobre os riscos

encontrados nesses ambientes e para que o oacutergatildeo puacuteblico possa oferecer

condiccedilotildees de melhoria desses ambientes

87

ANEXO

Figura 30 Microscopia de luz realizada em matrizes ambientais (areias) naturalmente

contaminadas por ovos e larvas de diferentes geohelmintos A ndash Ovo de Acantoceacutefala

(30 x 24 microm) B ndash Larva Filarioiacutede (220 x 14 microm) C ndash Larva Rabditoacuteide (100 x 12

microm) D ndash Ovo de Ascaridata (60 x 36 microm) E ndash Ovo de Strongylata (56 x 34 microm) F ndash

Ovo de Ascaridata (70 x 50 microm)

88

8- REFEREcircNCIAS

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como zoonozes Revisatildeo de Literatura Veterinaacuteria e Zootecnia v16 p601-616

2009

95

PINTO K C Avaliaccedilatildeo Sanitaacuteria das aacuteguas e areias de praias da Baixada Santista Satildeo

Paulo Dissertaccedilatildeo de Mestrado Universidade de Satildeo Paulo Departamento de Sauacutede

Ambiental 2010

QUILEgraveS F BALANDIER JY CAPIZZI-BANAS S In situ characterisation of a

microorganism surface by Raman microspectroscopy the shell of Ascaris eggs

Analytical and Bioanalytical Chemistry v386 p249-255 2006

REGO JCV Qualidade sanitaacuteria de aacutegua e areia de praias da Baiacutea de Guanabara

Dissertaccedilatildeo de Mestrado Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Sergio Arouca Fundaccedilatildeo

Oswaldo Cruz 2010

REY L Parasitologia 4 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2008 p883

REY L Parasitos e doenccedilas parasitaacuterias do homem nas Ameacutericas e na Aacutefrica In REY

L Parasitologia 3 ed Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2001 p856

REYNOLD KA MENA KD GERBA CP Risk of waterborne illness via drinking

water in the United states Reviews of Environmental Contamination and Toxicology

v192 p117-158 2008

RIBEIRO EN SANTOS AB GONCcedilALVES RF CASSINI STA Recreational

water and sand sanitary indicators of Camburi beach Vitoacuteria ES Brazil In Congresso

Interamericano de Ingenieria Sanitaria y Ambiental Anais eletrocircnicos 2002

RIGOTTO RM Sauacutede Ambiental amp Sauacutede dos Trabalhadores uma aproximaccedilatildeo

promissora entre o Verde e o Vermelho Revista brasileira de epidemiologia v6 p

388-404 2003

ROCHA S Anaacutelise ambiental do perfil parasitaacuterio encontrado no solo arenoso das

praias do Municiacutepio de Santos SP Dissertaccedilatildeo de Mestrado em Sauacutede Coletiva Setor

de Ambiente e Sauacutede Universidade Catoacutelica de Santos 2007

96

SALUM NA CREMONESI E ORIA H Parasitoses intestinais diagnoacutestico de

sauacutede do escolar Revista Paulista de Pediatria v7 p100-106 1989

SANTAREacuteM UA SARTOR IF BERGAMO FMM Contaminaccedilatildeo por ovos de

Toxocara spp de parques e praccedilas puacuteblicas de Botucatu Satildeo Paulo Brasil Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v31 p529-532 1998

SANTAREacuteM VA GIUFFRIDA R ZANIN GA Larva migrans cutacircnea

ocorrecircncia de casos humanos e identificaccedilatildeo de larvas de Ancylostoma spp em parque

publico do municiacutepio de Taciba Satildeo Paulo Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical v37 p179-181 2004

SCHROEDER CM MENG J ZHAO S DEBROY C TORCOLINI J

ZHAO C McDERMOTT PF WAGNER DD WALKER RD WHITE

DG Antimicrobial resistance of Escherichia coli O26 O103 O111 O128 and O145

from animals and humans Emerging Infectious Diseases v8 p1409-1414 2002

SCHUSTER FL VIVESVARA GS Amoebae and ciliated protozoa as causal agents

of waterborne zoonotic disease Veternary Parasitolology v126 p91-120 2004

SILVA J P MARZOCHI MCA SANTOS ECL Avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo

experimental de areias de praias por enteroparasitas Pesquisa de ovos de Helmintos

Caderno de Sauacutede Puacuteblica v7 p90-99 1991

SILVA N JUNQUEIRA V C A SILVEIRA N F A TANIWAKI M H

SANTOS R F S GOMES R A R Manual de meacutetodos de anaacutelise microbioloacutegica

de alimentos 4 ed Satildeo Paulo LivrariaVarela 2010 632p

SILVA P F CAVALCANTI I M D IRMAtildeO J I ROCHA F J Common beach

sand contamination due to enteroparasites on the southern coast of Pernambuco state

Brazil Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo v51 p217-218

2009

97

SOARES ASR BERNARDES RS NETTO OMC Relaccedilotildees entre saneamento

sauacutede puacuteblica e meio ambiente elementos para formulaccedilatildeo de um modelo de

planejamento em saneamento Caderno de Sauacutede Puacuteblica v18 p1713-1724 2002

SOUZA WJS MAZZUCCO AM COUTINHO SG Prevalecircncia de parasitismo

por Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura em 436 escolares do Rio de Janeiro

Jornal de Pediatria v46 p227-233 1979

STEPHENSON LS HOLLAND C V COOPER E S The public health

significance of Trichuris trichiura Parasitology v121 p73-95 2000

THOMPSON ACR Giardiasis as a re-emerging infectious disease and its zoonotic

potential International Journal for Parasitology v30 p1259-1267 2000

THOMPSON RCA The zoonotic significance and molecular epidemiology of

Giardia and giardiasis Veterinary Parasitology v126 p15-35 2004

THYSSEN PJ MORETTI TC UETA MT RIBEIRO OB O papel de insetos

(Blattodea Diptera e Hymenoptera) como possiacuteveis vetores mecacircnicos de helmintos em

ambiente domiciliar e peridomiciliar Caderno de Sauacutede Publica v20 p1096-1102

2004

TRABULSI LR ORDONtildeEZ JG MARTINEZ MB Enterobacteriaceae In

TRABULSI LR ALTERTHUM F Microbiologia 4 ed Satildeo Paulo Atheneu 2005

p 269-276

VIANA MO Bioprospecccedilatildeo de bacteacuterias com potencial biotecnoloacutegico para

biorremediaccedilatildeo e monitoramento de praias impactadas da Baiacutea de GuanabaraRJ Rio de

Janeiro 2011 Dissertaccedilatildeo de Mestrado Escola Nacional de Sauacutede Puacuteblica Sergio

Arouca Fundaccedilatildeo Oswaldo Cruz 2011

98

ZUNINO MG DE FRANCESCO MV KURUC JA SCHWEIGMANN N

WISNIVESKY-COLLI M CRISTINA JO Contaminacioacuten por helmintos en

espacios puacuteblicos de la provincia de Chubut Argentina Boletiacuten chileno de

parasitologiacutea v55 p78-83 2000

_____ Monitoramento da Qualidade das Areias das Praias do Municiacutepio do Rio de

Janeiro (SMAC) Relatoacuterio 12 Rio de Janeiro Setembro 2002

Esta dissertaccedilatildeo intitulada



apresentada por


foi avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros

Prof Dr Jairo Pinheiro da Silva

Prof Dr Antonio Nascimento Duarte

Profordf Drordf Adriana Sotero Martins ndash Orientadora

Dissertaccedilatildeo defendida e aprovada em 29 de junho de 2012
















AGRADECIMENTOS










momentos de alegria











RESUMO
























ABSTRACT





















Protozoa

SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98






















AGRADECIMENTOS










momentos de alegria











RESUMO
























ABSTRACT





















Protozoa

SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







AGRADECIMENTOS










momentos de alegria











RESUMO
























ABSTRACT





















Protozoa

SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







RESUMO
























ABSTRACT





















Protozoa

SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







ABSTRACT





















Protozoa

SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







SUMAacuteRIO
















literatura31

25- Helmintos32

251- Ascaris sp34


252- Trichuris sp36




254- Toxocara sp41



261- Giardia sp43

2611- Morfologia43


2621- Morfologia45

263- Entamoeba sp46

2631- Morfologia46




3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98










3-OBJETIVOS49



4-METODOLOGIA 50












4141- Registros57




41511-Aacutegua59

41512- Areia59









experimental65




















ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98

























ANEXO87


LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







LISTA DE FIGURAS







homem40



















coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98














coleta53


amostra59




plaacutestico61


ambientais63


Adaptada 66


Adaptada67

















LISTA DE TABELAS



2008)25












sp e Entamoeba sp81

LISTA DE QUADROS






Tamoios (TA)58



BI- Praia da Bica
















Guanabara




14




Guanabara RJ

















recreaccedilatildeo






dados

15








(LIMA 2006)
























16



















(LIMA 2006)









2003)





17






(PEREIRA 2003)





2006)
























18
























et al 1991)










19







(OMS 2009)





(MELLO 2010)





















20



































21







et al 2007)




























22
























2005)









23































24




















gatos









UFCg de areia

25






Boa 4615 a 9229 019 a 185

Regular 9230 a 13844 186 a 1754






















26















(CETESB 2004)




















27
























28




















essa














29






baacutesico















etc








mais visiacutevel






30






























31




a higiene)

Disenteria amebiana


Coacutelera


Giardiacutease


Salmonelose

Disenteria bacilar


Febre tifoacuteide


Poliomielite

Hepatite A

Leptospirose

Ascaridiacutease

Tricuriacutease


ingestatildeo


por helmintos



aacutegua

Filariose

Malaacuteria

Febre amarela

Dengue

Leishmaniose




literatura



THOMPSON 1984)










32























25- Helmintos








(WILLIS 1976)

33



bucais











2010)













2004)








34






2002)






HOLLAND 2000)





















35









HOLLAND 2000)
























36






















37























38


2009)






caninum (REY 2008)












39












httpwwwdpdcdcgov)

40



Mello 2010

















41

254- Toxocara sp

























(FRASSY et al 2010)




42












Rey 2008

43


261- Giardia sp























(THOMPSON 2004)

2611- Morfologia





44











45























2621- Morfologia






46


263- Entamoeba sp











2631- Morfologia











47




Fonte Rey 2000


















48
























2000)






49

3- OBJETIVOS

31- Objetivo Geral











estudadas





50

4- METODOLOGIA



























51






















52



Ikonos)




53





coleta






54




2002)











acesso (VIANA 2011)








2002)

55






























56










Sequecircncia

Ilha do

Governador

Ilha de


do Ano BI TU JB TA


1X 010708 240608 1ordf


3X 050808 120808 3ordf

4X 260808 020908 4ordf

5X 230908 300908 1ordf


7X 041108 111108 3ordf

8X 021208 091208 4ordf

9X 050109 030209 1ordf


11X 020309 040309 3ordf

12X 170309 100309 4ordf

13X 070409 310309 1ordf

Outono 14X 050509 280409 2ordf

15X 260509 190509 3ordf

16X 160609 080609 4ordf



2X 240809 250809 2ordf


57

4X 141209 151209 2ordf


6X 150310 170310 2ordf

7X 120410 130410 1ordf Outono

8X 100510 120510 2ordf



2X 210910 200910 2ordf


4X 131210 141210 2ordf


6X 140311 150311 2ordf

7X 090511 100511 1ordf Outono

8X 230511 240511 2ordf


4141- Registros










Programa Excell




58



Tamoios (TA)









Praia

Periacuteodo




BI

Primeiro

(2008-

2009)

58

amostras

2 1 3 0 4 2 4 2 18

TU 2 1 1 0 2 1 2 2 11

JB 2 1 1 1 4 2 2 2 15

TA 1 1 1 1 4 2 2 2 14

BI

Segundo

(2009-

2010)

20

amostras

2 0 0 1 0 0 1 1 5

TU 2 0 1 0 0 0 1 1 5

JB 2 0 1 1 0 0 1 0 5

TA 2 0 0 2 0 0 1 0 5

BI

Terceiro

(2010-

2011)

51

amostras

2 2 2 2 2 2 2 2 16

TU 1 1 1 1 1 1 1 1 8

JB 2 1 1 1 1 2 2 2 12

TA 2 2 1 2 2 2 2 2 15

Total Geral 22 10 13 12 20 14 21 17 129

59



41511- Aacutegua








41512- Areia








60











61





plaacutestico







(DSSA ENSP)





62

































63









em duplicata






ambientais



64































cultura

65






matriz areia


Experimental





















66






















67



















68

MARCA DO KIT


IVD Research reg
















fazes








de 015

69





4682010 da SMAC






















70








E coli (Figura 25)









CONAMA









71














72































73









74













75



Matriz

Coliformes Totais

X

Positivo para

parasitos

E coli

X

Positivo para

parasitos

Areia Seca

035

015













76

































77
















ADAPTADA

Ascaris sp + +


Toxocara sp + -


Strongylata + -












78






















79






















Estaccedilotildees


()

Temperatura do

Ambiente (degC)

X plusmn DP

X plusmn DP


22 plusmn 216


2875 plusmn 320


27 plusmn 141



80








(REY 2008)




















81

PROTOZOAacuteRIOS

MEacuteTODOS


FA FA FA

Giardia sp 0 0 0 0 4 31







areia seca









tetranucleado




82























acima de 015 DO

83




















84













85













86






















87

ANEXO






88

8- REFEREcircNCIAS




v304 p441- 445 2004















Tropical v32 p581-583 1999



2008



Lisboa 2008

89







55-58 2006

















90








2005





38 p 818-862 2004











91












2007















92



2008









2002














93










547-555 1999














2010



94








v43 p211-217 2009









2006




2003



2009

95



Ambiental 2010






Oswaldo Cruz 2010






v192 p117-158 2008






388-404 2003




96

























2009

97
















2004



p 269-276





98







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Monitoramento de parasitos e coliformes como parâmetros de