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BÁRBARA CLARA BAPTISTA BITENCOURT Monitoramento e Controle de Estufas Hidropônicas Professor Orientador: Dr. Galdenoro Botura Jr. SOROCABA - SP 2013

Monitoramento e Controle de Estufas Hidropônicas · conscientização da população para a importância nutricional das hortaliças cultivadas por meio da hidroponia, pois este

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BÁRBARA CLARA BAPTISTA BITENCOURT

Monitoramento e Controle de Estufas

Hidropônicas

Professor Orientador: Dr. Galdenoro Botura Jr.

SOROCABA - SP

2013

BÁRBARA CLARA BAPTISTA BITENCOURT

MONITORAMENTO E CONTROLE DE ESTUFAS

HIDROPÔNICAS

Trabalho de Graduação apresentado à

Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho” para obtenção do grau de

Engenheira de Controle e Automação

Orientador: Prof.Dr.Galdenoro Botura Jr.

SOROCABA – SP

2013

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, irmãos e familiares por todo investimento, amor e por

acreditarem nos meus objetivos. Ao Leandro pela paciência e apoio

durante toda a graduação.

AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, por me dar saúde e sempre me guiar no caminho do bem.

Aos meus pais, Jairo e Jucinéia, por toda dedicação em me proporcionar a melhor

educação, estrutura e me apoiar em todas as minhas decisões, buscando sempre a minha

felicidade.

Aos meus irmãos Rodrigo, Cassius e Francisco por estarem sempre ao meu lado e pelos

bons conselhos sempre que precisei.

Aos meus sobrinhos Felipe, Rafael e Leonardo que me incentivaram, mesmo que

inconscientemente, a ser sempre melhor e ser exemplo em suas vidas.

Ao Leandro, por todo amor, dedicação e paciência em todo o período de minha

graduação.

À Vanessa, pela amizade e amor visível em suas atitudes.

Aos restantes dos familiares e amigos não citados, mas que se fazem presentes em

minha vida.

Ao Professor Galdenoro Botura Junior, por todo apoio acadêmico e dedicação de seu

tempo ao orientar-me.

Ao Sérgio Pereira e ao Professor Hildo Guillardi Júnior pela atenção dedicada e ajuda

nas questões técnicas do projeto.

À Sra.Monica Dafferner, pelas informações fornecidas.

RESUMO

Este projeto tem como objetivo desenvolver um protótipo de um sistema de

monitoramento e controle de importantes variáveis envolvidas no o cultivo por

hidroponia, como iluminação, temperatura, umidade, vazão da água e seus nutrientes e

controle da entrada de agentes externos ao sistema visando melhores condições de

cultivo e proporcionando a produção de hortaliças fora de seu período normal de

crescimento de maneira adequada e com o menor custo possível. Tais parâmetros são

controlados via o acionamento de mecanismos de iluminação artificial, ventilação

forçada, além de técnicas de irrigação e aspersão de água. Um sistema supervisório e de

aquisição de dados foi desenvolvido utilizando o Software LabView, que adquire em

tempo real o estado das variáveis através de sensores inseridos na estufa os quais

enviam seus sinais elétricos para a placa de aquisição de dados. Através de uma

interface homem-máquina é possível ter acesso à análise e ao acionamento automático

dos mecanismos correspondentes a cada variável, sem a necessidade de uma pessoa

monitorá-las e ter de exercer o controle manualmente e periodicamente. O

processamento das informações recebidas da placa ocorre através dos modelos

desenvolvidos especialmente para isto, por meio de um programa de instrumentação

virtual. A manipulação das variáveis de entrada e determinação das variáveis de saída se

dão através de Inteligência Artificial com o uso da Lógica Fuzzy para que permaneçam

sempre próximas dos valores ideais. Apesar de o sistema visar o controle automático,

caso se faça necessário, ele pode ser controlado manualmente pelo usuário. O sistema

possibilitará que o usuário tenha um controle mais eficaz de toda a estufa de maneira

simples e objetiva.

PALAVRAS-CHAVE: Estufa. Controle. Sensor. Atuador.

ASTRACT

This project intends to develop a monitoring and control system prototype of important

variables in an ideal hydroponic culture, as lighting, temperature, humidity, water flow

and its nutrients and to control the entry of external agents in the system, looking for

better conditions in the culture and providing a culture of vegetables out of its regular

growth period with the lowest cost as possible. These parameters are controlled by the

activation of arrangements of artificial lighting, forced ventilation, besides watering

techniques and water spray. A system for supervision and data acquisition was

developed using the Software LabView, which acquires in real time the status of the

variables by using sensors inserted into the greenhouse which send their electrical sign

to the data acquisition board. Through a Human-Machine interface is possible to access

the analysis and the automatic activation of mechanisms corresponding to each variable,

without the necessity of a person monitoring the variables manually and regularly. The

information processing received from the board occurs by models, developed specially

for this, using a program of Virtual Instrumentation. The variables manipulation of the

input and the determination of output variables are made by Artificial Intelligence with

Fuzzy Logical to maintain the ideal values. In spite of the system purpose to an

automatic control, if necessary, it can be controlled manually by the user. The system

provides for the user a more effective control of all the internal greenhouse system in a

simpler and objective way.

KEY-WORDS: Greenhouse. Control.Sensor.Actuator.

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 1

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 3

2.1 PROPOSTA ...................................................................................................................... 4

2.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 4

2.3 ESPECIFICAÇÃO ............................................................................................................ 5

2.3.1 Sensor de Temperatura LM35 ................................................................................... 7

2.3.2 Sensor de Umidade HS -1100/1101 ............................................................................ 8

2.3.3 Fotoresistor LDR ......................................................................................................... 9

2.3.4 Placa de Aquisição NI USB-6009 ............................................................................. 10

2.3.5 Ventoinha ................................................................................................................... 11

2.3.6 Sistema Controlador de Vazão ................................................................................. 11

3 CONCEITOS UTILIZADOS NO PROJETO ................................................................ 14

3.1 ESTUFA HIDROPONICA ............................................................................................. 14

3.2 LÓGICA DIFUSA OU LÓGICA FUZZY ...................................................................... 15

3.3 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS ..................................................................... 22

4 PROJETO DO CONTROLADOR .................................................................................. 24

4.1 METODOLOGIA ........................................................................................................... 24

4.2 DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE GRÁFICA HOMEM-MÁQUINA ............ 26

4.3 ELABORAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO FUZZY ......................................................... 27

4.4 CIRCUITO DRIVER PWM ............................................................................................ 28

4.5 CONTROLE DE LUMINOSIDADE .............................................................................. 29

4.6 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE ....................................................... 31

4.7 CONTROLE DE NÍVEL DE VAZÃO DA SOLUÇÃO ................................................ 35

4.8 ESPECIFICAÇÃO DAS PORTAS DA PLACA USB-6009 .......................................... 39

4.9 BLOCO DE AQUISIÇÃO DAQ ASSISTANT EXPRESS VI ....................................... 41

5 DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO .................................................... 42

5.1 CONTROLE DE LUMINOSIDADE .............................................................................. 47

5.2 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE ....................................................... 50

5.3 CONTROLE DE VAZÃO DA BOMDA D’ÁGUA ....................................................... 52

5.4 CIRCUITO PWM ........................................................................................................... 57

5.5 INTERFERÊNCIAS NO DRIVER DE POTÊNCIA ...................................................... 59

5.6 LIMITAÇÕES DA PLACA USB-6009 .......................................................................... 59

5.7 PROPOSTAS DE TRABALHOS ........................................................................................ 60

1

1 APRESENTAÇÃO

O cultivo em áreas cobertas e fechadas vem sendo cada vez mais aplicado em

relação às plantações em áreas abertas. Isso se dá devido ao fato de que, em áreas não

protegidas, as plantações estão sujeitas às constantes mudanças climáticas que podem

prejudicar em grande escala os produtos cultivados tornando maior o tempo de cultivo.

Com isso, o objetivo de se utilizar estufas em cultivos é controlar uma série de

fatores ambientais que contribuem para o bom cultivo nestas estufas, além de tentar

organizar da melhor maneira possível uma determinada plantação num menor espaço

com relação às culturas abertas. Pode-se também ter maior controle sobre as pragas e

doenças caso o cultivo e seu controle sejam feitos adequadamente, além de se ter uma

visível economia de energia gasta em todo o sistema.

Este projeto tem como objetivo desenvolver um protótipo de sistema de

monitoramento e controle das variáveis envolvidas no cultivo por hidroponia através de

Inteligência Artificial com Lógica Fuzzy. As variáveis escolhidas a serem controladas

são: temperatura interna na estufa, umidade do ar, iluminação e nível de água dos canais

de cultivo. Adicionalmente, aplica-se apenas virtualmente a simulação de detecção de

presença de seres externos ao sistema e o controle de abertura e fechamento de portas

através da inserção de senha.

Desenvolve-se, também, a interface gráfica do usuário com o sistema de

monitoramento bem como a aplicação da Lógica Fuzzy utilizando o Software LabView.

Os sinais aquisitados na estufa serão enviados à placa de aquisição de dados USB-6009

da National Instruments e processados no programa LabView para a realização do

controle.

Após a análise e processamento dos dados, os sinais de controle são enviados

novamente à placa USB-6009, a qual disponibiliza estes sinais analógicos/digitais, aos

atuadores do sistema, efetuando assim o controle efetivo das principais variáveis no

cultivo por hidroponia. Neste caso, os atuadores são ventoinha para simular os

ventiladores, abertura e fechamento de válvulas de controle de vazão e lâmpadas.

Todo o projeto se baseou no cultivo de hortaliças simples, as quais não requerem

ambientes especiais e seu cultivo já pode ser encontrado em cidades da região de

Sorocaba, como alface, espinafre, rucula, etc.

2

Após o desenvolvimento do projeto, obteve-se um controlador inteligente para

estufas hidropônicas, o qual controla automaticamente e de maneira objetiva todo o

ambiente através da Lógica Fuzzy, propiciando condições adequadas para o cultivo por

hidroponia. Este controlador, proporciona uma considerável redução nos gastos

excessivos em energia elétrica, perda e gasto exagerado de água e nutrientes além da

redução da necessidade de mão-de-obra presente o dia todo no ambiente.

3

2 INTRODUÇÃO

A exigência do mercado consumidor por produtos de maior qualidade,

durabilidade, melhor aspecto e baixo custo teve como conseqüência a exigência de

aplicações de novas tecnologias por seus produtores e melhorias do cultivo através de

estufas.

A automação em cultivos de hortaliças é um grande avanço e está cada vez mais

difusa em cultivos de grande e médio porte. Os produtores atuais buscam a automação e

seus avanços a fim de obter produtos de alta qualidade, com baixo custo e maior lucro,

reduzindo assim seus gastos e perdas. A redução de custo a longo prazo e a necessidade

reduzida de mão de obra também é um grande atrativo desta nova tecnologia.

Uma das tecnologias utilizadas é o cultivo através da hidroponia.

Segundo Costa, s.d., a hidroponia, que é um meio de cultivo protegido e

fechado,vem sendo cada vez mais utilizada como meio de cultivo de hortaliças, para

que as mesmas recebam por meio de solução aquosa todos os nutrientes indispensáveis

ao seu crescimento.

Conforme entrevista feita com a especialista Mônica Dafferner, proprietária de

estufas hidropônicas na cidade de Araçoiaba da Serra – SP, o cultivo por hidroponia

vem sendo cada vez mais difundido pelo mundo, porém no Brasil ainda há uma certa

relutância por parte dos consumidores, devido ao fato de os produtos cultivados por

hidroponia serem de custo maior do que os cultivados em terra. Com isso, é necessária a

conscientização da população para a importância nutricional das hortaliças cultivadas

por meio da hidroponia, pois este tipo de cultivo é livre de agrotóxico e de pragas

existentes em cultivos tradicionais.

4

2.1 PROPOSTA

A proposta deste projeto é desenvolver um sistema de monitoramento e controle

das variáveis que atuam diretamente no cultivo de hortaliças em estufas hidropônicas.

Este controle deverá ocorrer através da aquisição em tempo real do estado das

variáveis controladas do sistema pelo uso de sensores, de suas análises e processamento

de seus valores através da Lógica Fuzzy contida no Software LabView, o qual também

conterá a interface gráfica do usuário com o sistema. Por fim, os sinais de controle

deverão ser enviados aos atuadores do sistema em questão, buscando de forma eficaz e

relativamente simples controlar e manter as melhores condições possíveis de cultivo em

ambiente interno de uma estufa hidropônica.

2.2 JUSTIFICATIVA

Segundo Fritzen (2007) a hidroponia é importante para diminuir a utilização do

solo para o cultivo de hortaliças e conseqüentemente a degradação do mesmo, pois ela

somente utiliza uma solução aquosa com os nutrientes necessários para as hortaliças.

Com isso não há a necessidade de utilização de agrotóxicos, pois a presença de pragas é

praticamente nula. Assim, a hidroponia vem crescendo por todo o mundo.

Conforme explica Mônica Darfferner, o cultivo por hidroponia ainda é pouco

conhecido pelos brasileiros. As pessoas ainda preferem pagar mais barato por produtos

com agrotóxicos e contaminados a pagar um preço maior por produtos saudáveis, livres

de agrotóxicos e que tem duração maior antes do consumo. Os investimentos neste tipo

de cultivo ainda são mais caros, porém o custo benefício é consideravelmente maior.

Esta especialista ressalta que o cultivo por hidroponia é mais simples e mais limpo

do que o cultivo em terra, fornecendo produtos mais saudáveis e duradouros. As estufas

hidropônicas, assim como as estufas tradicionais, devem ser diariamente monitoradas

para que a temperatura interna não seja alta o suficiente para danificar as plantas ou

baixa o suficiente para impedir a sua germinação. A concentração de nutrientes na

solução aquosa também deve ser monitorada para que a planta não receba mais sais do

que o necessário ou não receba nutrientes suficientes para seu desenvolvimento. Do

mesmo modo, o volume da solução aquosa nos canais e a velocidade em que esta

5

solução é fornecida aos canais deve ser controlada para que não danifique as raízes das

hortaliças cultivadas.

Segundo Pinto,et.al., o investimento no emprego de novas tecnologias como

automação e controle de variáveis deste sistema para aumentar a qualidade dos produtos

bem como o gasto com mão de obra, se torna cada vez mais necessário devido ao

aumento do nível de exigência vindo dos consumidores de hortaliças.

Por outro lado, a ciência também vem ao longo dos anos se voltando para a

criação de máquinas capazes de “pensar” como um humano, tomando decisões e

atuando de maneira cada vez mais próximas ao homem. Isto é a chamada Inteligência

Artificial, a qual reúne muitos ramos da ciência e exige que a máquina desenvolvida

tenha conhecimento em diversas áreas para que se aproxime o melhor possível da

perfeição. Porém para a aplicação da Inteligência Artificial, também é necessária uma

programação destas máquinas, e uma delas é a Lógica Fuzzy ou Lógica Difusa.

A necessidade de novas tecnologias aplicadas ao cultivo de hidroponia fazendo

com que as tomadas de decisão de controle sejam próximas ao conhecimento humano e

o constante crescimento e aplicação de Lógica Fuzzy em programação de sistemas de

monitoramento e controle por Inteligência Artificial, foram cruciais para a escolha do

desenvolvimento deste projeto.

2.3 ESPECIFICAÇÃO

O sistema de controle que será desenvolvido é composto basicamente por

sensores, placa de aquisição de dados, computador e atuadores, conforme mostra o

diagrama de blocos da Figura 1.

Figura 1 – Diagrama de blocos do sistema

6

Como pode ser observado pelo fluxo indicado, os sensores, localizados no sistema

físico da estufa, enviam os sinais elétricos que representam o estado das variáveis

medidas à placa de aquisição de dados. Esta por sua vez, converte estes sinais elétricos

em sinais digitais e os envia para o computador, o qual, através do software LabView

processa estes sinais e,através da Lógica Fuzzy, envia os sinais de controle novamente à

placa de aquisição para convertê-los em sinais elétricos que serão disponibilizados ao

sistema.

As variáveis a serem controladas no sistema de cultivo por hidroponia apontadas

neste projeto são:

1. Temperatura

2. Umidade

3. Iluminação

4. Volume nos canais d’água

Adicionalmente, desenvolve-se, via interface gráfica, a simulação da detecção de

presença de agentes externos ao sistema, onde através da solicitação de entrada de uma

chave de segurança indica a abertura da porta presente na estufa. Caso contrário um

alarme é acionado, indicado por uma luz vermelha na interface gráfica.

Toda programação elaborada para o controle de um sistema em Lógica Fuzzy se

baseia em seu estado ótimo e não em um set-point, ou seja, em um estado considerado

ideal dentro de um range de valores, não em um único valor determinado previamente

ou inicializado pelo usuário.

Os controles de temperatura e umidade estão diretamente relacionados, pois a

umidade relativa do ar pode ser alterada com o aumento de temperatura do ambiente.

Os valores de umidade relativa do ar no interior do ambiente protegido são

muito variáveis, e estão intimamente relacionados à temperatura, numa mesma relação

inversa entre ambos. Durante o dia com o aumento da temperatura a umidade relativa

diminui no interior do ambiente, já durante a noite a umidade relativa aumenta,

chegando até 100%. [Shuck et al, s.d.]

“[...]temperaturas muito acima ou abaixo das faixas limites causam danos à

planta, bem como uma diminuição na absorção dos nutrientes e,

conseqüentemente, uma menor produção, com produtos de baixa qualidade,

que serão vendidos, provavelmente, a preços mais baixos.” [Costa, s.d.]

7

A faixa de temperatura em que o sistema é capaz de controlar está entre 0 e 50°C,

valores diferentes a estes poderão gerar comportamento não previsto para o sistema.A

umidade do ar medida estará entre 0 e 100%, valores comumente utilizados em sistemas

de controle meteorológicos.

Em ambientes como estufas é muito difícil controlar o sistema para que ele se

mantenha em um determinado valor de temperatura e umidade; ela sempre irá oscilar

durante o tempo. Escolhe-se, neste caso, o estado ótimo da temperatura com valores

entre 20° e 30°C e da umidade entre 40 e 60%, considerados aceitáveis para um bom

cultivo por hidroponia.

A iluminação medida dentro da estufa é fornecida também em porcentagem, ou

seja, possui uma variação de 0 a 100% sempre buscando seu valor máximo.

Já a altura do nível de água, que representa a solução aquosa utilizada nos cultivos

hidropônicos, presente no pequeno reservatório atinge seu valor máximo a 6,50cm. O

controle foi totalmente programado para manter este nível em seu estado ótimo entre

40% a 60% do nível total, ou seja, entre 2,6cm a 3,9cm

Para a medição das variáveis de iluminação, temperatura, umidade e nível nos

canais, utilizar-se, no desenvolvimento do projeto, os sensores descritos a seguir.

2.3.1 Sensor de Temperatura LM35

Fabricado pela National Semiconductor, o sensor LM35(Figura 2) é um sensor de

temperatura que, ao receber uma tensão de entrada de 4 a 20V, fornece uma tensão de

saída relativa à temperatura do ambiente em que se encontra. Com isso, sua saída

apresenta um sinal de 10mV para cada Grau Celsius de temperatura. Além disso o

sensor tem um custo bem reduzido, podendo ser encontrado no mercado com o valor de

R$2,30. Ele é de fácil utilização pois não se faz necessário o uso de trimming,

calibração ou ajustes tornando a leitura de temperatura relativamente fácil. (Fonte:

WEBTRONICO, 2013).

Figura 2 – Sensor LM35. Fonte: WEBTRONICO

8

O LM35 possui uma precisão de 0,5°C (a 25 °C), faixa de operação de -55°C até

150 ° C além de ser apropriado para aplicações remotas. Dentre as várias aplicações do

LM35 pode-se destacar em Auto-claves, Estufas e Esterilizadores; Equipamentos

Médicos e Hospitalares; Maquinas Industriais; proteção térmica de estabilizadores;

dentre outros. (Fonte: ADD THERM)

2.3.2 Sensor de Umidade HS -1100/1101

Os Sensores de Umidade relativa HS1100 e HS1101 são fabricados pela Humirel.

A diferença entre estes dois sensores está na abertura que ambos possuem. Enquanto

que o HS1100 possui abertura em seu topo, o HS1101 possui abertura em sua lateral,

como pode ser visto na Figura 3 a seguir.

Figura 3 – Sensores de umidade HS1100 e HS1100. Fonte: SABER ELETRONICA

Sua tensão de alimentação máxima é de 10 V. São de simples manuseio, estáveis

e não necessitam de calibração para seu funcionamento. Pode-se encontrá-los em alta

escala na automação de escritório, aparelhos domésticos e sistemas de controle de

processo industrial. Seu funcionamento é simples e é dado por variações na tensão de

seus terminais de acordo com a variação da umidade relativa, que se dá entre 1% a 99%.

(Fonte: HUMIREL)

A Figura 4, mostra a variação de sua capacitância (pF) com relação à Umidade

Relativa medida(%). Outras especificações técnicas podem ser encontradas em seu

datasheet disponível no site da HUMIREL.

9

Figura 4 – Curva de resposta do HS1100/HS1101 com a umidade. Fonte: HUMIREL

Já a Tabela 1 traz a variação da tensão no sensor em função da Umidade relativa

medida.

Tabela 1 – Variação da tensão no HS1100 conforme variação na umidade

Umidade

relativa (%) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Tensão (V) - 1.41 1.65 1.89 2.12 2.36 2.60 2.83 3.07 3.31 3.55

2.3.3 Fotoresistor LDR

O controle da iluminação escolhido para o sistema é feito através de um sensor

Fotoresistor denominado LDR, indicado na Figura 5 abaixo. Ele possui vida útil elevada

e um ótimo tempo de resposta. Seu custo é de aproximadamente R$3,50 ,

Figura 5 – Fotoresistor LDR. Fonte:TONI ELETRONICA 1

10

O LDR é um sensor resistivo pois se comporta como um resistor conforme há

variação de luz incidente nele. É composto pelo semicondutor Sulfeto de Cádmio que se

encontra em sua superfície como um traçado onduloso. (Fonte: WITKOVSKI)

Witcovaki menciona que esse material tem a propriedade de diminuir sua

resistência à passagem da corrente elétrica conforme a intensidade de radiação

eletromagnética do espectro visível que incide sobre ele .

Ainda segundo o autor, o LDR é comumente aplicado na iluminação pública e em

câmeras que medem o nível de luz no ambiente.

2.3.4 Placa de Aquisição NI USB-6009

Para a aquisição dos sinais adquiridos do sistema através dos sensores e envio

destes dados ao computador e, conseqüentemente, ao LabView, bem como o caminho

inverso, ou seja, o envio dos sinais vindos do software aos atuadores, utiliza-se a placa

de aquisição de dados NI USB-6009, fabricada pela National Instruments.

Trata-se de um dispositivo com conectividade Plug-and-play, de pequena

dimensão e baixo custo, simples suficiente para aquisições rápidas de dados, mas

versáteis o suficiente para aplicações em medições mais complexas. Utilizada em

aquisição de dados para aplicações desde registro de dados, medições portáteis ou

experimentos na área acadêmica. Com isso, ela pode ser utilizada tanto por estudantes

ou em aplicações mais sofisticadas. A medição é feita através de tensões do sistema.

(Fonte: NATIONAL INSTRUMENTS)

Ela possui 8 entradas analógicas (14-bit, 48 kS/s), 2 saídas analógicas (12-bit, 150

S/s), 12 I/O digitais e um contador de 32-bits.A tensão máxima em suas entradas

analógicas é de 10V com precisão entre 37.5mV a 138mV. Já a tensão máxima em suas

duas saídas analógicas é de 5V. (Fonte: NATIONAL INSTRUMENTS)

Escolheu-se esta placa por ela ser compatível com o software LabView além de

outros programas como LabWindows/CVI e Measurement Studio for Visual

Studio.NET.

Para utilizá-la foi necessária a instalação do driver NI-DAQmx para que haja a

compatibilidade e a interface entre o computador e o sistema monitorado.

11

No caso de medições mais precisas, amostragem em tempos mais curtos ou

aplicações muito mais avançadas, aconselha-se utilizar as placas de alta performance NI

USB-6210 e USB-6211. (Fonte: NATIONAL INSTRUMENTS).

O site da National Instruments possui todo o tipo de suporte para problemas

utilizando as placas de aquisição, bem como a minimização das falhas na leitura e

geração de sinais.

A placa de aquisição de dados, segundo consta no site da National Instruments

tem um custo de aproximadamente $385,00 incluindo os acessórios necessários para sua

instalação.

2.3.5 Ventoinha

O atuador utilizado para o controle de temperatura foi a ventoinha, devido às suas

dimensões pequenas e por ser acionada a partir de um sinal baixo em CC.

Ela tem sua velocidade de rotação controlada por um sinal de tensão CC entre 0-

12V e 0,14A.

Segundo Prado, 2011, “este dispositivo possui as características de um motor CC

e tem a função de insuflar o ar frio no ambiente interno, a fim de se manter a

temperatura num valor de referencia.”

O controle da velocidade de rotação da ventoinha se dá através do sinal de saída

enviado pelo sistema de controle, através da placa de aquisição, à porta de saída

analógica da placa de aquisição.

Para a ventoinha funcionar com 100% de seu ciclo, tem-se sua tensão máxima

aplicada no mesmo. Do mesmo modo, para a ventoinha desligada, tem-se nula a tensão

aplicada em seus terminais.

2.3.6 Sistema Controlador de Vazão

A hidroponia se diferencia dos cultivos tradicionais devido à imersão das

hortaliças em canais d’água contendo solução aquosa nutritiva necessária para seu

crescimento. Com isto, faz-se necessário o controle de nível da solução contida nestes

canais através do controle da vazão das soluções nas entradas dos canais.

12

Portanto, para o desenvolvimento do protótipo de controle de vazão, utilizou-se

um Sistema Controlador de Vazão já existente no Laboratório de Controle da UNESP –

Sorocaba, conforme a Figura 6 a seguir.

Figura 6 – Circuito Controlador de Vazão.

Como pode-se observar, este circuito é composto por uma bomba de vazão a qual

é acionada com uma tensão de alimentação CC que varia de 0 a 12V. A vazão e sua

velocidade são controlados pela potência aplicada à bomba, portanto pela tensão

aplicada à ela.

Ao lado da bomba, encontram-se dois reservatórios sobrepostos, onde o inferior

representa o reservatório que possui a solução aquosa a ser enviada ao sistema e o

superior representa os canais de água que receberão esta solução. Entre os dois

reservatórios há um orifício de passagem, para que a solução retorne ao reservatório

inferior. No caso da estufa hidropônica, a solução retorna ao reservatório através de seu

escoamento pelos canais, devido à pequena inclinação dos mesmos.

O nível máximo de água existente no reservatório inferior é de 4,50cm, porém

este nível não é atingido no reservatório superior devido à passagem de água existente

entre os dois reservatório que faz com que a água escoe com uma vazão considerada

contínua e permita somente um nível máximo de aproximadamente 4,00cm,

independente do valor da vazão da bomba d’água.

13

O controle automático deste sistema é desenvolvido para se manter um nível de

solução do reservatório superior entre 1,60cm e 2,40cm, ou seja, entre 40% e 60% do

nível máximo que pode ser atingido (4,00cm). O controle através da programação Fuzzy

desenvolvido pode ser modificado para que seja alterado o valor ideal do nível já que

não existe set point neste modelo de programação, conforme será visto nos próximos

capítulos.

Como já informado anteriormente, a tensão aplicada na bomba varia entre 0 a

12V, porém uma tensão maior que 5V implica em uma vazão muito alta, prejudicando

as medições e envio de sinais contendo estas informações para o processamento do

controle. Uma vazão da solução aquosa muito alta durante o cultivo por hidroponia

pode causar danos às raízes das hortaliças caso ela seja elevada. Portanto, o valor

máximo de 5V aplicado à bomba é o valor limite estipulado para uma vazão da solução

que não cause estes danos.

Inserido ao sistema, mais precisamente no reservatório superior, encontra-se um

sensor de nível que deve ser alimentado com uma tensão CC de 24V. O mesmo pode

enviar um sinal de controle também entre 0 a 24V, conforme o nível de água contido no

reservatório.

Como o reservatório não é preenchido totalmente devido ao orifício que provoca

seu esvaziamento, mesmo que lentamente, a tensão de saída do sensor não ultrapassa o

valor aproximado de 9,8V.

14

3 CONCEITOS UTILIZADOS NO PROJETO

3.1 ESTUFA HIDROPONICA

Segundo Fritzen,2007,oriunda dos radicais gregos hydro(água) e

ponos(trabalho),a hidroponia é uma técnica de cultivo protegido em que, ao invés do

cultivo dos vegetais em terra, o mesmo ocorre em canais de água, por onde passa uma

solução aquosa contendo os nutrientes necessários para o cultivo destes vegetais.

Figura 7 – Estufa Hidropônica. Fonte: CURSO DE HIDROPONIA

“Esta técnica proporciona um bom desenvolvimento das plantas, bom

estado fitossanitário, além das altas produtividades quando comparado ao

sistema tradicional de cultivo no solo.” (COSTA s.d.)

Silva et.al(1992)cita as diversas vantagens em se utilizar ambientes fechados para

o cultivo de hortaliças, como em estufas. Dentre elas: maior proteção contra fenômenos

climáticos, proteção do solo contra lixiviação, redução dos custos com fertilizantes e

defensivos e o controle de pragas e doenças.

Para Fritzen, 2007, dentre as vantagens do cultivo em estufas hidropônicas,

destacam-se a menor necessidade de mão de obra, menor utilização de agrotóxicos e,

conseqüentemente, produtos mais limpos e de melhor qualidade, alta produtividade e a

não degradação do solo.

Furlani et al(2009)., afirmam que “a hidroponia está se desenvolvendo

rapidamente como meio de produção vegetal, principalmente de hortaliças sob cultivo

protegido.”Os autores também relatam que devido ao desconhecimento nutricional e

15

manejo da solução nutritiva deste tipo de cultivo, no Brasil a hidroponia ainda não é

bem desenvolvida, porém o brasileiro já está mais interessado em aplicá-la.

Como pode-se observar na Figura 8, o ciclo de cultivo por hidroponia é simples.

A solução nutritiva fica armazenada em um reservatório localizado abaixo do solo e este

pode estar na área interna ou externa à estufa. A solução armazenada no reservatório é

bombeada para os canais de cultivo, os quais possuem uma pequena inclinação para que

a solução escoe até o seu final e, assim, seja encaminhada novamente ao reservatório,

passando antes por um filtro para retirar as impurezas adquiridas ao longo do processo.

Figura 8 – Modelo básico de uma estufa Hidropônica. Fonte: CURSO DE HIDROPONA

3.2 LÓGICA DIFUSA OU LÓGICA FUZZY

A Lógica Difusa ou Fuzzy foi desenvolvida por Lotfi A. Zadeh, da Univerisdade

da Califórnia, em 1965.

Segundo Botura, 1999, ela se difere da Lógica Clássica por expressar leis

operacionais através de termos lingüísticos ao invés de equações matemáticas. Ela foi

desenvolvida para ser utilizada em sistemas cuja modelagem matemática se torna difícil

e imprecisa devido a sua não linearidade, à influência de ruídos do ambiente e

problemas nos sensores e atuadores ao longo do tempo, bem como outros inúmeros

fatores.

Variáveis com estados do tipo sim-não, verdadeiro-falso, nível alto-nível baixo,

não dão ao programador a abertura para que haja uma terceira possibilidade de estado.

16

Já a Lógica Fuzzy trabalha com informações vagas e as traduz por expressões como

quente, frio, úmido, seco, muito, pouco, etc.

Os termos lingüísticos utilizados são indicados através de regras do tipo:

“Se/Então”.Estas regras inicialmente passam uma impressão de imprecisão, por não

possuírem valores exatos em seus dados, porém isso não é o que ocorre realmente.

“A lógica difusa, ao contrário da lógica tradicional, utiliza

conhecimentos recebidos a partir de especialistas, profundos conhecedores

dos sistemas a serem controlados, para descreverem o funcionamento desses

sistemas e orientarem o controle a ser implementado. Porém, o conhecimento

a ser recebido dos especialistas também pode não ser transmitido de modo

suficientemente claro. Assim, uma descrição lingüistica imprecisa da maneira

de se controlar o sistema pode ser usualmente articulada pelo especialista

com relativa tranqüilidade.”[Botura, 1999]

Na Lógica Clássica, a tomada de decisão ocorre quando a variável a ser

controlada atinge um valor discreto, o chamado set-point. Como as variáveis na Lógica

de Programação Fuzzy são consideradas “incertas”, elas tem seus valores indicados pelo

chamado Grau de Pertinência, porém ela é mais realista que a Lógica Tradicional.

Este tipo de programação é utilizado em sua grande parte na Automação

Industrial, porém também é encontrado em controles embarcados, controle de processos

e análise de dados.

Toma-se como exemplo o controle de temperatura. Na Lógica Tradicional

determina-se um valor de temperatura a partir do qual considera-se o ambiente como

quente, por exemplo 20°. A partir desta temperatura aciona-se um ventilador com uma

velocidade determinada, como 250 rpm. Esta relação de entrada e atuador, pode ser

representada pelo Gráfico 1 abaixo:

17

Gráfico 1 – Controle de variável em Lógica Clássica

No caso da Lógica Fuzzy, a variável temperatura pode ser representada pelos

termos Frio, Morno e Quente.A velocidade do ventilador também pode ser representada

por Lento, Normal e Rápido.

Na teoria clássica , um elemento pode ou não pertencer a um conjunto, é quente

ou é frio. Porém na Lógica Fuzzy este mesmo elemento pode ser mais membro de um

conjunto do que outros, por exemplo, 30% frio ou 95% quente. Para medir este fator,

utiliza-se o Grau de Pertinência, que pode variar de zero a um, onde zero significa

totalmente excluso do conjunto e um representa completa pertinência.

O Grau de Pertinência de uma variável é representada por sua Função de

Pertinência através de uma relação gráfica, como pode ser visto nos gráficos a seguir

utilizados no exemplo escolhido. Numa programação Fuzzy completa, as variáveis de

entrada e saída numéricas possuem suas correspondências Lingüísticas através das

Funções de Grau de Pertinência.

Gráfico 2 – Função de Pertinência da variável TEMPERATURA

18

Gráfico 3 – Função de Pertinência da variável VELOCIDADE

O grau de pertinência de um elemento pode ser concebido como uma medida de

possibilidade (e não probabilidade) na qual um elemento possa ser membro de um

conjunto.

Após determinadas as funções de pertinência, determinam-se as regras para o

controle, como: SE temperatura é Quente ENTÃO velocidade é Rápida.

A elaboração da Programação Fuzzy para o controle de um sistema para por três

etapas: Fuzzificação, Inferência e Desfuzzificação. Assim todas as variáveis numéricas

lidas no sistema são Fuzzificadas, ou seja, são convertidas em seus conjuntos Fuzzy. Na

etapa da inferência são aplicadas as chamadas Regras de Inferência na variável de

entrada fuzzificada e se conclui qual o comando de saída a utilizar, representado

também por um conjunto difuso. Após a determinação desta saída, a mesma é

desfuzificada e transformada em uma variável de saída numérica a atuar no sistema.

3.2.1 Fuzzificação

As variáveis enviadas à programação Fuzzy são transformadas em Variáveis

Lingüísticas através da Fuzzificação.

Utilizando ainda o exemplo de controle de temperatura, na etapa da Fuzzificação a

variável de entrada Temperatura tem seu valor numérico medido e determinado seus

Graus de Pertinência, que varia de 0 a 1 para cada Função de Pertinência, nesse caso

Frio, Morno ou Quente. Dependendo do valor da temperatura, ela pode ter duas

19

Funções de Pertinência. Pode-se verificar no Gráfico 4 que a temperatura de 18° tem

Grau de Pertinência de 0,14 Frio e de 0,4 Morno.

Gráfico 4 – Função de Pertinência da variável TEMPERATURA

3.2.2 Inferência

Inferência é o processo pelo qual se chega a uma proposição, firmada na base de

uma ou outras mais proposições aceitas como ponto de partida do processo.

Após a fuzzificação das entradas, utiliza-se um banco de dados que contém todas

as Regras de Inferência pré-definidas, chamada Base de Regras de Inferência, que

relacionará a Função de Pertinência da Entrada com a da Saída, ou seja, essas regras

determinarão qual ação será tomada na saída do controlador com relação ao valor da

entrada observada. A definição destas regras pode partir através da experiência de

profissionais da área do sistema a ser controlado que definirá quais são os estados

ótimos para o sistema, ou então após a utilização de redes neurais como aprendizagem

ao que ocorre em todo o sistema. As regras a serem utilizadas no exemplo são:

SE temperatura é Fria ENTÃO velocidade é Lenta.

SE temperatura é Morna ENTÃO velocidade é Normal.

SE temperatura é Quente ENTÃO velocidade é Rápida.

Deve-se elaborar todas as regras possíveis que utilizem as entradas e saídas do

sistema.

20

No caso de duas ou mais variáveis de entrada e/ou saída um uma única regra de

inferência elas devem ser relacionadas através de um método de conexão como AND,

OR, etc.

No caso do valor de 18°C mencionado anteriormente, utiliza-se as duas primeiras

regras pois ela tem duas Funções de Pertinência: Morna e Fria. Assim esta temperatura

ativará duas Funções de Pertinência de Saída: Lenta e Normal.

3.2.3 Desfuzzificação

Após serem aplicadas as regras de Inferência às entradas e determinadas as

Funções de Pertinência da Saída, deve-se converter estes valores em um valor numérico

para esta saída.

Primeiramente, considerando as Funções de Pertinência encontradas: 0,14 para

Frio e 0,4 para Morno, relaciona-se estes mesmos valores às funções de pertinência

determinadas para a saída do controlador, ou seja, para a Velocidade do Ventilador,

sendo elas: 0,14 para Lento e 0,40 para Médio, conforme indica o Gráfico 5 abaixo:

Gráfico 5 – Função de Pertinência da variável VELOCIDADE

Nota-se que graficamente pode-se encontrar diversos valores para o Velocidade

em suas funções Lento e Médio, porém deve-se utilizar somente um único valor. É a

chamada Desfuzzificação e ela possui diversos métodos para ser efetuada.

A seguir encontram-se alguns Métodos de Desfuzzificação quem podem ser

utilizados.

21

Método dos Máximos

Para se encontrar o valor numérico da saída, utiliza-se o máximo valor de

pertinência relativa é utilizado. Neste caso, como pode-se observar no Gráfico 05, o

maior valor de pertinência é de 0,4 correspondente ao Morno e os valores de velocidade

encontrados para este Grau de Pertinência são 230rpm e 285rpm. O inconveniente deste

método é que ele pode encontrar múltiplas saídas.

Método do Centro de Área

É o método mais utilizado, porém é o mais complexo computacionalmente, tendo

sua execução mais lenta que todos os outros métodos.

Ele forma uma figura geométrica com todos os pontos encontrados e calcula o

valor do centróide desta figura. O valor calculado é o valor numérico enviado à saída do

sistema. Esse método elimina a possibilidade da geração de saídas múltiplas. O Gráfico

6 indica a figura geométrica obtida pelo exemplo.

Gráfico 6 – Desfuzzificação pelo Método Centro de Área

Método do menor dos Máximos

Ele é muito similar ao Método dos Máximos, porém utiliza somente o menor

valor obtido, caso haja múltiplas variáveis obtidas no maior valor de pertinência. No

exemplo utilizado, como se obtém os valores de 230rpm e 285rpm considera-se o valor

de saída como sendo 230rpm.

22

Método do Maior dos Máximos

É o inverso do menor dos máximos, ou seja, ele considera o maior valor obtido

pelo maior Grau de Pertinência considerado. No exemplo, o valor de saída considerado

é de 285rpm.

Método da Média dos Máximos

Calcula a média de todos os valores obtidos através do maior Grau de Pertinência

considerado. Para o exemplo, o valor calculado para a saída é de 257,5 rpm.

Todos estes métodos possuem características importantes para sua escolha em

aplicações de controle. São elas: Continuidade, Não-ambiguidade, Plausibilidade.

Complexidade computacional e de Hardware e Cálculo do peso.

A Continuidade indica que uma pequena variação na entrada do controlador deve

resultar em uma pequena variação na saída. Já um método de desfuzzificação é não-

ambíguo se possui um algoritmo bem definido.

Com isso, escolheu-se a Lógica Fuzzy como o método de manipulação e controle

de variáveis existente no sistema, gerando sinais aos atuadores, pois dentro destas

estufas não se tem um valor numérico determinado como ideal para variáveis como

temperatura, umidade e vazão, mas têm-se um range de dados que são considerados

ideiais ou normais ao cultivo. Assim, determinam-se escalas de valores em que a

temperatura é quente, normal ou fria, onde a umidade relativa do ar é seca, normal ou

úmida, etc.

3.3 SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS

O sistema de aquisição de dados tem como função receber informações do sistema

físico de controle e manipulá-las para que posteriormente sejam enviadas ao software

que possui o programa desenvolvido para o controle. O caminho inverso desta função

também ocorre. Ou seja, após o envio dos dados pelo software e processamento dos

mesmos, um sinal de controle é enviado ao sistema físico para que os dispositivos

destinados ao controle possam atuar de maneira adequada.

23

A Figura 09 a seguir, demonstra como funciona todo o sistema básico de

aquisição de dados inserido num sistema de controle.

Figura 9 – Sistema de aquisição de dados. Fonte: BOTURA JR.

Como se pode observar, o sistema é constituído por sensores que enviam

informações do estado de algumas variáveis do sistema através de sinais elétricos à uma

placa de aquisição de dados. Antes de chegarem a esta placa de aquisição, os sinais

passam por uma interface de condicionamento de sinais para que os dados sejam

enviados corretamente à placa.

A placa de aquisição por sua vez, converte estes sinais elétricos em sinais

digitais para que os mesmos sejam enviados ao sistema de processamento ou PC.

O PC, através de softwares desenvolvidos para a manipulação de dados, manipula e

processa os dados recebidos e através de uma Lógica de Programação utilizada, retorna

ao sistema um sinal de controle através da placa de aquisição que, mais uma vez, faz a

conversão digital/analógica destes dados e os envia de volta ao sistema físico de

controle. Estes sinais por fim, chegam até os atuadores.

24

4 PROJETO DO CONTROLADOR

4.1 METODOLOGIA

Inicialmente, fez-se um levantamento bibliográfico de todos os assuntos

abordados, pesquisa em artigos correlacionados ao tema desenvolvido, conversas com

especialistas no cultivo de estufas hidropônicas bem como colegas e professores que

trouxessem qualquer informação construtiva e adicional ao desenvolvimento do projeto.

A pesquisa por outros Trabalhos de Graduação que envolvessem o tema abordado

foi uma grande motivação em diferenciá-los do atual através da inclusão da Lógica

Fuzzy, ainda não abordada e aplicada em estudos de controle de cultivos por

hidroponia.

Os autores DoPrado e Kaschny, voltaram seu trabalho à aplicação de um sistema

de controle de estufa utilizando microcontroladores.

“É interessante que as tarefas de controle sejam administradas continuamente

por um sistema informatizado que seja capaz de centralizar as informações,

processá-las adequadamente e acionar os dispositivos necessários para

manter o cultivo em condições ótimas que maximizem sua produtividade.”

(DoPrado e Kaschny, s.d.)

Todos os projetos e textos encontrados se baseiam no controle de uma estufa

utilizando um microcontrolador e o controle PID do sistema, o que é substituído neste

projeto pelo controle Fuzzy.

Neste projeto, este controle é baseado em Inteligência Artificial, utilizando Lógica

Fuzzy. A informatização, citada pelos autores Do Prado e Kaschny, se dá através do

envio dos dados obtidos com os sensores a uma placa de aquisição de dados e desta

enviados ao computador, onde ocorre a centralização das informações pelo software

LabView .

Após a pesquisa teórica, desenvolveu-se a interface gráfica entre o usuário e o

sistema, utilizando o software LabView, no qual também foi desenvolvido todo o

sistema de controle das variáveis a serem controladas através da programação Fuzzy.

Sendo feita a verificação e validação do sistema e da lógica desenvolvidos através

da simulação em Software, construiu-se o sistema físico do controle através dos

sensores, componentes eletrônicos e dos atuadores do sistema.

25

A ligação do sistema físico ao software de controle foi feita através da Placa de

Aquisição NI USB-6009. Esta placa foi escolhida devido à sua simplicidade e

compatibilidade com o software, sendo de maior facilidade a solução dos problemas

encontrados ao decorrer do desenvolvimento.

Para se determinar os tipos de sensores a serem utilizados em cada medição deve-

se levar em consideração diversos fatores dos mesmos, como o tipo de detecção a ser

feita, o local em que será instalado e as condições do ambiente, a tensão de alimentação

disponível, precisão, tempo de resposta, custo e vida útil.

Os materiais utilizados no sistema foram:

SENSORES:

Sensor Fotoresistor LDR

Sensor de temperatura LM35 – Fabricante: National Semiconductor

ATUADORES:

Ventoinha (12V)

LED (utilizado como atuador para iluminação)

Sistema de controle de vazão de Bomba d’água composto por bomba

d’água, reservatório d’água e sensor de nível – Pertencente ao Laboratório

de Controle da UNESP

COMPONENTES ELETRÔNICOS:

CI LM 555: Oscilador – Fabricante: National Semiconductor

CI LM 393: Comparador de tensão – Fabricante: National Semiconductor

CI 4N28: Optoacoplador – Fabricante: Motorola

Capacitor 220nF

Transistor Tipo NPN: TIP102

Transistor Tipo PNP: BC558

Diodos: 1N4148

Resistores de diversos valores

OUTROS:

Placa de aquisição NI USB-6009 – Fabricante: National Instruments

Fonte de tensão contínua

26

Multímetro

Osciloscópio

Protoboard

Os primeiros estudos do sistema completo foram feitos analisando o controle de

cada variável separadamente e posteriormente buscou-se fazer o controle simultâneo de

cada uma.

4.2 DESENVOLVIMENTO DA INTERFACE GRÁFICA HOMEM-

MÁQUINA

Após pesquisas relacionadas ao sistema e às variáveis de controle, desenvolveu-se

em software LabView toda Interface Gráfica Homem-Máquina, simplificada neste

projeto pela sigla IGHM, bem como a programação em diagrama de blocos, utilizada

neste Software.

A interface gráfica tem a finalidade de representar de maneira clara e simples

todos os comandos de controle, bem como o estado de todos os atuadores existentes no

sistema.

Para a inicialização do sistema de controle, a IGHM possui um botão ON/OFF a

ser acionado. Nesta interface também encontram-se os indicadores dos três controles

básicos: Temperatura/Umidade, Iluminação Artificial e Vazão da Bomba d’água. Para

cada um, têm-se a opção de escolher o modo de controle: Manual ou Automático.

O controle manual de cada variável, se dá diretamente pela tela de interface, onde

o usuário movimenta o botão até o valor em que se pretende ligar os atuadores.

Para o controle automático, os valores apresentados pelos sensores são indicados

na interface, bem como o estado de cada atuador, indicando a maneira em que eles estão

funcionando.Ao lado destes indicadores de controle, pode-se observar em tempo real e

graficamente o estado das variáveis temperatura, luminosidade e nível dos canais de

cultivo.

Logo abaixo do botão ON/OFF encontram-se os indicadores do sistema de

detecção de presença e conseqüente abertura e fechamento de portas. Este sistema é

somente representado na IGHM e não é implementado no sistema físico.

27

Caso seja detectada a presença humana no sistema, através de um sensor de

presença representado por um push botton virtual, o sistema solicita uma senha de

permissão de acesso à estufa.

Caso o usuário digite a senha correta,a IGHM indicará a condição de “porta

aberta” através de um sinal luminoso (LED). Caso contrário, a interface indicará através

de um outro LED a condição de “alarme disparado”que, neste caso,também é indicado

na mesma interface através de um sinal luminoso.

4.3 ELABORAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO FUZZY

Para o desenvolvimento da Lógica Fuzzy completa aplicada ao sistema de

controle, o LabView dispões de uma ferramenta denominada Control Design and

Simulation, elaborada para simplificar toda a construção da lógica e pela qual pode-se

fazer todos os testes necessários da programação Fuzzy antes de aplicá-lo ao sistema.

Nesta ferramenta, determinou-se primeiramente as funções de pertinência das

variáveis de entrada e saída do sistema, especificando seus nomes, seus Ranges e a

forma geométrica de cada função.

Posteriormente, determinou-se o módulo de Inferência da

programação,determinando-se as regras em que as variáveis de entrada e saída são

relacionadas.Nesta etapa escolhem-se, no caso de duas ou mais variáveis de entrada

e/ou de saída, os métodos de conexões entre estas variáveis (AND Mínimo, OR

Maximum, etc.) e o método de Desfuzzificação adequado para o controle. O método

escolhido foi o Centro de Área, que apesar de seu tempo de ciclo ser maior do que os

outros métodos, ele fornece um resultado mais preciso e não há a possibilidade de se

obter duas ou mais variáveis de saída simultâneas.

Com esta ferramenta também é possível utilizar o sistema de teste,para que seja

validada ou corrigida a programação desenvolvida.

A utilização do controle Fuzzy no diagrama de blocos se dá a partir da ligação

entre vários pequenos blocos que são utilizados para gerar a função de entrada da

Lógica Fuzzy, receber os dados de entrada e determinar o valor das variáveis de saída.

28

Como ainda não havia sido desenvolvido o sistema físico de controle, todo o

controle automático foi testado utilizando entradas digitadas pelo próprio usuário, a fim

de se validar toda a programação via diagrama de blocos.

Após vários testes, verificou-se que a interface gráfica bem como toda a

programação em diagrama/ de blocos, incluindo a Lógica Fuzzy, estavam com seus

funcionamentos corretos, sem apresentar erros.

Efetuada a validação do sistema desenvolvido em software, pode-se substituir os

blocos de entrada de dados via usuário e saída de dados, com blocos de leitura e envio

de dados através da placa de aquisição de dados NI USB-6009.

4.4 CIRCUITO DRIVER PWM

A corrente enviada pela placa USB-6009 é relativamente baixa, e seu valor

máximo de saída é de 5V. Porém alguns dos atuadores funcionam em potências

maiores, como a ventoinha e a bomba do circuito de vazão, que serão mencionados a

seguir.

Para interfacear a saída da placa com a entrada dos atuadores aplica-se o circuito

Driver PWM, desenvolvido pelo Professor Hildo Guillardi Júnior (2012), conforme

pode ser observado no Anexo I.

O mesmo é constituído por dois estágios, um isolado do outro através de um

optoacoplador (CI 4N28). O primeiro estágio possui a tensão de entrada da placa de

aquisição USB-6009 a qual é enviada a um comparador de tensão, o LM393, onde seu

valor é comparado com a onda Dente de Serra gerada pelo circuito composto pelo

Oscilador LM555. A saída do comparador de tensão gera uma onda PWM, a qual tem a

sua largura modulada através do valor da tensão de entrada.

O LM555 é um circuito integrado composto de um Flip-

FlopdotipoRS,doiscomparadoressimpleseumtransistorde descarga. Ele é muito versátil e

pode trabalhar nos modos: monoestáveleastável. Neste caso utiliza-se o LM555 em sua

forma astável para que tenha a função de um oscilador

O segundo estágio é separado do primeiro através de um optoacoplador 4N28, que

tem por função isolar duas partes de um circuito para, por exemplo, assegurar que uma

descarga elétrica enviada ao circuito não danifique todos os seus componentes, apenas

29

parte deles. Este estágio possui uma tensão de alimentação de carga, a qual será a fonte

efetiva de alimentação da bomba (carga).

O que ocorre no circuito em geral é que a tensão de alimentação de carga varia

conforme varia a tensão de referência do primeiro estágio (tensão de saída da placa de

aquisição). Ou seja, caso o sinal de entrada do primeiro estágio seja 20% de seu valor

total, o sinal fornecido pela tensão de alimentação de carga do segundo estágio também

será de 20% de seu valor total, porém com uma potência maior.

No caso do controle de temperatura, a tensão de alimentação da carga será de

10V. Por exemplo,no caso de a tensão da carga ser de 2V a tensão de alimentação será

de 4V.

Para o controle de vazão, a tensão de alimentação de carga será igual à tensão de

entrada fornecida pela placa, possuindo somente uma corrente maior e

consequentemente uma potência maior necessária para o acionamento da bomba.

4.5 CONTROLE DE LUMINOSIDADE

A aplicação de sistemas de monitoramento e controle de iluminação alia-se à

necessidade cada vez mais discutida e necessária de economia e uso inteligente de

energia. Com estes sistemas tem-se uma redução considerável nos custos finais de

consumo de energia, compensando o custo inicial de seu desenvolvimento. Eles são

aplicáveis tanto em ambientes internos como externos.

Em ambientes internos, há a necessidade de se controlar tanto a intensidade

luminosa que incide sobre as plantas quanto à intensidade de luz irradiada pelas

lâmpadas. Segundo Mônica Daffener, nas estufas a intensidade luminosa incidente nas

plantas deve ser controlada pois caso ela seja de alto valor pode causar o aquecimento

indesejado às plantas e danificá-las. Por outro lado, em períodos em que a intensidade

de luz é baixa, deve-se compensar através de lâmpadas para que as plantas recebam a

intensidade de luz necessária para suas reações químicas e desenvolvimento.

Fisicamente, para o controle de luminosidade do ambiente neste projeto utilizou-

se o fotosensor LDR para a medição de intensidade de luz cuja resistência em seus

terminais é inversamente proporcional à intensidade de luz incidente nela.

30

Como a placa USB-6009 somente aceita entradas em forma de tensão, foi

necessário implementar um circuito simples de divisor de tensão utilizando o LDR em

série com uma resistência. Aplica-se uma tensão de entrada neste circuito e utiliza-se a

tensão aplicada ao LDR como referência do sistema. A Figura 10 abaixo mostra um

circuito divisor de tensão.

Figura 10 – Circuito divisor de tensão. Fonte: ELECTRONICA

A equação deste circuito divisor de tensão é dada por:

(1)

Utilizando uma tensão de entrada VIN de 10V e o LDR como R2, tomou-se o

cuidado de escolher um valor de resistência em série (R1) que, ao aplicar esta tensão ao

circuito, fosse o suficiente para manter a tensão no LDR com valores aceitáveis para

leitura da placa (entre 0-10V), bem como o valor de corrente que não pode exceder o

valor máximo aceitável na placa para que ela não seja danificada.

Para esta escolha adequada utilizou-se um potenciômetro e encontrou-se o valor

de 10KΩ como o apropriado ao circuito. Com ele, aplicando-se a tensão de 10V na

entrada do circuito, obteve-se uma variação na tensão VOUT do LDR entre 0 a 9V,

utilizando 90% da variação máxima da entrada da placa de aquisição.

No desenvolvimento da Lógica Fuzzy do controle, utilizou-se a variável

denominada “Luminosidade” como entrada, utilizando os seguintes conjuntos Fuzzy:

Total, Claro, Normal, Escuro e Ausente.

Para a variável de comando “Taxa_ilum”, utilizou-se os seguintes conjuntos

Fuzzy: Zero, Baixa, Média, Alta e Total.

31

As funções de pertinência utilizadas para entrada e saída do sistema de controle de

luminosidade seguem na Figura 11.

Figura 11 – Funções de pertinência de entrada e saída de luminosidade

Abaixo seguem as regras de inferência utilizadas na programação Fuzzy para o

controle de Iluminação

1. IF ‘Luminosidade’ IS ‘Ausente’ THEN ‘taxa_ilum’ IS ‘Total’

2. IF ‘Luminosidade’ IS ‘Total’ THEN ‘taxa_ilum’ IS ‘Zero’

3. IF ‘Luminosidade’ IS ‘Normal’ THEN ‘taxa_ilum’ IS ‘Médio’

4. IF ‘Luminosidade’ IS ‘Claro’ THEN ‘taxa_ilum’ IS ‘Baixo’

5. IF ‘Luminosidade’ IS ‘Escuro’ THEN ‘taxa_ilum’ IS ‘Alto’

4.6 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE

Schuckat al, afirmam que a densidade de fluxo de radiação solar incidente dentro

das estufas influenciam no valor da temperatura interna destes ambientes e

conseqüentemente no cultivo adequado das hortaliças.

32

Segundo o site Rural News, é necessário controlar a temperatura para que ela não

atinja valores baixos que possam atrapalhar a germinação das hortaliças ou ocasionar

um crescimento irregular e lento, ou para que elas não atinjam valores elevados o

suficiente que as façam transpirarem acima do normal , prejudicando seu crescimento.

Ainda segundo o site,a umidade relativa do ar também é um fator vital ao cultivo

de plantas e hortaliças. Quando ela é baixa pode desidratar as plantas e neste caso torna-

se necessária a irrigação artificial para compensar esta deficiência. Porém, quando ela se

encontra em valores elevados pode também causar prejuízos pois torna as plantações

mais propensas às doenças.

Oliveira et al.,1992, comenta que “[...]altas temperaturas associado a altos valores

de umidade podem levar a formação de verrugas sobre as folhas, necrosando o tecido”

A umidade interna de uma estufa varia muito, dependendo diretamente da

temperatura. Ou seja, quando a temperatura está alta, a umidade do ar diminui, devido à

evaporação das gotículas de água presentes no ar. Já em baixas temperaturas, mais

comumente no período noturno e no inverno, a umidade do ar é alta.

Todos estes fatos consolidam a necessidade de se fazer um controle mútuo de

temperatura e umidade dentro das estufas, a fim de se manter seus valores ideais para o

cultivo das hortaliças sem que haja grandes perdas e danos às plantas.

O sistema físico do controle de temperatura utilizado neste trabalho utiliza um

sensor simples de temperatura, o LM35 e uma ventoinha como atuador.

Como a saída analógica da placa USB-6009 tem seu valor máximo de 5V com

corrente de 5mA e a ventoinha tem seu range de atuação entre 0V-12V com corrente de

0,14A, é necessária um circuito de interface entre os dois componentes para evitar

danos à placa ou à ventoinha, devido à diferença de corrente necessária para o

funcionamento do atuador. O circuito utilizado foi o circuito Driver PWM, descrito

posteriormente.

Para o controle de umidade pretendia-se utilizar o sensor de úmida HS1100 e um

sistema FOG como atuador, o qual fornece uma névoa a partir de um sistema de

nebulização. Porém houve uma certa dificuldade em encontrar este sensor no mercado

local e a implementação deste sistema FOG, por mais simples que seja, é de custo

elevado devido à bomba necessária no sistema de nebulização que deve fornecer uma

pressão relativamente alta em baixa tensão de entrada e que seja de tamanho reduzido

33

devido às limitações de espaço para realização do projeto. Tudo isto tornou o controle

físico de umidade inviável para o projeto.

Assim o controle da entrada de dados de umidade e a saída para o atuador foi

efetuada somente via software através da IGHM, para fim de validação do sistema como

um todo. A entrada do controle de umidade é regulada diretamente pelo usuário, tanto

com o controle manual quanto com o automático. O atuador está representado por uma

barra em slide com seu valor numérico ao lado.

A Lógica Fuzzy para este sistema foi programada de modo que o controle de

temperatura e umidade atuem de maneira conjunta, ou seja, que a temperatura e

umidade estejam correlacionadas.

As funções de pertinência para as entradas e saídas de Temperatura e Umidade

podem ser encontradas nas figuras 12 e 13 a seguir:

Figura 12 – Funções de pertinência de entrada e saída de Temperatura

34

Figura 13 – Funções de pertinência de entrada e saída de Umidade

Para a variável de entrada “Temperatura” do controle Fuzzy, utilizou-se os

seguintes conjuntos: Frio, Normal e Quente; para a variável “Umidade” tem-se os

conjuntos: Úmido, Normal e Seco

Para a variável de comando “Ventilação”, utilizou-se os seguintes conjuntos

Fuzzy: Baixa, Média e Alta; para a “Irrigação” tem-se: Zero, Baixa, Moderada e Alta.

Como nesta etapa do controle a Temperatura e a Umidade serão controladas em

conjunto por estarem correlacionadas, as regras de inferência desenvolvidas combinam

os estados destas duas variáveis resultando em dois comandos de saída para as duas

variáveis de controle, como seguem abaixo:

1. IF ‘Temperatura’ IS ‘Frio’ AND ‘Umidade’ IS ‘Seco’ THEN ‘Irrigação’

IS ‘Moderada’ ALSO ‘Ventilação’ IS ‘Baixa’

2. IF ‘Temperatura’ IS ‘Frio’ AND ‘Umidade’ IS ‘Normal’ THEN

‘Irrigação’ IS ‘Baixa’ ALSO ‘Ventilação’ IS ‘Baixa’

3. IF ‘Temperatura’ IS ‘Frio’ AND ‘Umidade’ IS ‘Úmido’ THEN ‘Irrigação’

IS ‘Zero’ ALSO ‘Ventilação’ IS ‘Baixa’

35

4. IF ‘Temperatura’ IS ‘Normal’ AND ‘Umidade’ IS ‘Seco’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Moderada’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Baixa’

5. IF ‘Temperatura’ IS ‘Normal’ AND ‘Umidade’ IS ‘Normal’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Baixa’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Médio’

6. IF ‘Temperatura’ IS ‘Normal’ AND ‘Umidade’ IS ‘Úmido’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Zero’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Media’

7. IF ‘Temperatura’ IS ‘Quente’ AND ‘Umidade’ IS ‘Seco’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Intensa’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Alta’

8. IF ‘Temperatura’ IS ‘Quente’ AND ‘Umidade’ IS ‘Normal’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Intensa’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Alta

9. IF ‘Temperatura’ IS ‘Quente’ AND ‘Umidade’ IS ‘Úmido’ THEN

‘Irrigação’IS ‘Moderada’ AND ‘Ventilação’ IS ‘Alta

As variáveis foram relacionadas através do AND Minimum.

4.7 CONTROLE DE NÍVEL DE VAZÃO DA SOLUÇÃO

As hortaliças a serem cultivadas na hidroponia são depositadas nos chamados

canais de cultivo, por onde passa a solução nutritiva necessária para seu cultivo.Estes

canais tem inclinação baixa mas considerável para que haja um único fluxo da solução

dos canais para o reservatório.

Conforme explica Monica Dafferner, a germinação e crescimento das hortaliças é

dividido em etapas e para cada uma existe um perfil de canal a ser utilizado.

A solução nutritiva fica armazenada no tanque externo à estufa e é enviada para

os canais através de uma bomba que tem sua vazão controlada conforme o nível dos

canais. Esse bombeamento da solução deve possuir alguns parâmetros cuidadosamente

controlados, como por exemplo, a velocidade com que a solução é enviada que não

pode ser alta pois assim pode danificar as plantas. A quantidade de solução enviada

também deve ser controlada, pois caso a vazão seja baixa a solução não será distribuída

uniformemente por todo o canal, nutrindo assim somente as primeiras hortaliças e

deixando as últimas com déficit de nutrientes e acabam não crescendo da maneira

correta.

36

Neste módulo, controla-se o nível de solução aquosa presente nestes canais de

cultivo através da vazão da bomba utilizada no protótipo.

Para cada perfil de canal e etapa da germinação das hortaliças, existe um diâmetro

adequado do furo do canal, onde ficam depositadas as hortaliças, bem como tem-se um

valor adequado para o nível e velocidade do fluxo de água nestes canais.Por exemplo, o

primeiro estágio após a semente germinar, é de pequeno porte, conhecido por berçário.

Assim que as plantas crescem, torna-se necessário trocá-las de canais. Com isso a vazão

nos canais de cada estágio, varia entre aproximadamente 0,7l/h nos berçários até 1,6 l/h

nos canais maiores.

Para o presente projeto, considerou-se as hortaliças em um estado avançado de

crescimento, com isso a velocidade e a vazão podem ser de valores maiores.

A composição física do controle de nível é feita através do Sistema de controle de

vazão de Bomba d’água pertencente ao Laboratório de Controle da UNESP o qual é

composto pelo sensor de nível de água, dois reservatórios d’água representando o

reservatório de solução aquosa e o canal de cultivo e uma bomba d’água.

Do mesmo modo que no controle de Iluminação, devido à limitação da entrada

analógica da placa de aquisição USB-6009 em somente receber uma tensão máxima de

10V e o range de tensão do sensor de nível ser entre 0 e 24V, antes de enviar o sinal

elétrico do sensor ao Labview para manipulação dos dados é necessário reduzi-lo para o

range apropriado. A maneira mais simples utilizada foi utilizando também um divisor

de tensão.

Ao se fazer uma análise isolada do sensor de nível presente neste sistema e

levando-se em consideração a quantidade de água existente no reservatório utilizado,

verificou-se que a máxima tensão apresentada no sensor foi de 14V. Com isso

considerou-se no circuito divisor de tensão uma tensão de entrada (VIN) de 15V que

consiste na tensão enviada pelo sensor e 10V para a tensão de saída deste circuito,

representada por VOUT na Equação 01apresentada anteriormente.Fazendo-se as

substituições necessárias nesta equação encontra-se a seguinte relação entre as

resistências R1 e R2:

(2)

37

(3)

(4)

A partir deste resultado, utilizou-se para R1 uma resistência de 10KΩ e para R2

uma resitência de 20KΩ. Como observação, estes valores podem ser alterados porém

devem respitar a relação matemática apresentada na Equação 4 acima.

Substituindo os valores de resistência determinados acima obtêm-se a Equação 6

abaixo:

(5)

(6)

Assim, para um valor máximo de 14V na saída do sensor (entrada do divisor de

tensão), tem-se aproximadamente 9,34V na entrada analógica da placa.

Logicamente que, no caso de a tensão de saída do sensor exceder o valor de 14V,

os valores das resistências devem ser recalculados.

Apesar de a placa USB-6009 enviar um sinal de 5V suficiente para o acionamento

da bomba, a corrente enviada ao mesmo é muito baixa, aproximadamente 5mA, e,

conseqüentemente, a potência enviada para acionar a bomba não é suficiente para que

ela funcione. Para que haja um aumento de potência, ou seja, um aumento na corrente

enviada ao sistema mantendo a mesma tensão de entrada, utilizou-se também o Circuito

Driver PWM.

O desenvolvimento da Lógica Fuzzy foi efetuado conforme as funções de

pertinência indicadas na Figura 14.

38

Figura 14 – Função de pertinência de entrada e saída de vazão

As regras de inferência a Lógica desenvolvida seguem listadas abaixo.

IF ‘Volume’ IS ‘Baixo’ THEN ‘Vazão’ IS ‘Alta’

IF ‘Volume’ IS ‘Médio’ THEN ‘Vazão’ IS ‘Normal’

IF ‘Volume’ IS ‘Cheio’ THEN ‘Vazão’ IS ‘Fraca’

39

4.8 ESPECIFICAÇÃO DAS PORTAS DA PLACA USB-6009

A Figura 15 abaixo mostra a pinagem da placa USB-669.

Figura 15 – Pinagem NI USB-6009. Fonte: NATIONAL INSTRUMENT

Para o projeto se faz necessária a utilização das seguintes entradas e saídas

analógicas:

Entradas Analógicas:

Iluminação: Tensão no LDR

Temperatura: Tensão no LM 35

Volume nos canais: Tensão no sensor de nível

Saídas Analógicas:

Ventilação: tensão na ventoinha

Iluminação: tensão no LED

Vazão na bomba d’água: tensão na entrada na bomba.

Com isso, foi necessária a utilização de duas placas NI USB-6009 pois cada

placa possui somente duas saídas analógicas e o sistema possui três.

40

A leitura de dados se dá simplesmente pela ligação entra as portas de entrada

analógicas às saídas de tensão dos componentes utilizados para a leitura do sistema

físico.

Porém para a manipulação correta dos dados analógicos de entrada no sistema

interno do computador, a placa deve converter este sinal analógico em um sinal digital e

para isso a placa possui um conversor analógico/digital interno. Do mesmo modo, após

a computação dos dados de entrada e envio de comandos pelo LabView às portas de

saídas analógicas, que por sua vez as enviam para os atuadores, se faz necessária a

conversão destes sinais que são enviados em sua forma digital pelo LabView em sinais

analógicos. Isto torna mais uma vez necessária a presença do conversor

analógico/digital. A placa USB-6009 possui esse conversor interno a ele.

Baseando-se na pinagem da NI USB-6009 conforme Figura 16anteriormente

apresentada e nas necessidades de todo os sistema, determinou-se a ligação das entradas

e saídas e registraram-se as correspondências com as placas de aquisição conforme

Tabela 02a seguir.

Como utilizaram-se duas placas de aquisição, elas foram designadas como Dev.01

e Dev.02, designação padrão das placas.

Tabela 02– Lista de ligação das entradas e saídas da placa USB 6009

Variável Placa Porta

Taxa de Iluminação: Tensão no

LDR USB 6009 – Dev. 02 AI0

Temperatura: Tensão no LM35 USB 6009 – Dev. 02 AI1

Nível nos canais: Tensão no

sensor de nível USB 6009 – Dev. 01 AI0

Ventilação: Tensão na ventoinha USB 6009 – Dev. 02 AO1

Iluminação: Tensão no LED USB 6009 – Dev. 02 AO0

Acionamento da Bomba USB 6009 – Dev 01 AO0

41

4.9 BLOCO DE AQUISIÇÃO DAQ ASSISTANT EXPRESS VI

Todos os componentes utilizados para medição e aquisição de dados da National

Instruments possuem o driver NI-DAQmx contendo as funções e os VIs necessários

para as chamadas utilizando estas as funções destes dispositivos.

Para cada variável de entrada e saída é necessário determinar, através do bloco

DAQ Assistant, suas características, como a forma de entrada/saída (tensão, corrente,

etc.) , seu range, bem como qual a pinagem utilizada para cada variável.

Uma task representa a medição ou geração de sinal que se quer executar.

O bloco DAQ Assistant Express VI, indicado na Figura 16 cria, edita e executa

uma ou mais tasks utilizando o DAQmx. Um único VI pode receber ou enviar várias

tasks de múltiplos canais, porém estes devem ser de único tipo: entrada ou saída.

Figura 16 – Bloco DAQ Assistant

Para a aquisição de dados, este VI envia ao diagrama de blocos o sinal de

entrada lido pela placa de aquisição, convertido primeiramente, se necessário, em sinal

digital. Para enviar dados à saída da placa, este VI recebe os dados executados no

diagrama de blocos, para que a placa possa enviá-los ao sistema físico em sua forma

digital ou analógica. Em resumo o DAQ Assistant Express é a interface entre a placa de

aquisição USB-6009 e o diagrama de blocos do sistema de controle do LabView.

Neste VI define-se o tipo de sinal a ser lido ou enviado (tensão, corrente, etc...), a

porta a ser utilizada como entrada ou saída de dados, seu range de leitura, o número de

amostras e o período de amostragem.

Para que seja feita a leitura de múltiplos canais de entrada ou o envio de dados a

múltiplos canais de saída, deve-se utilizar um vetor possuindo todos estes diferentes

sinais, já que o bloco possui somente uma entrada ou uma saída de dados.

42

5 DISCUSSÃO DE RESULTADOS E CONCLUSÃO

A Figura 17 abaixo traz a Interface Gráfica Homem-Máquina (IGHM)

desenvolvida para o projeto através do LabView. Ela é clara e objetiva para o

entendimento do usuário.

Figura 17 – Interface Gráfica Homem – Máquina do sistema de controle

Observa-se à esquerda o botão ON/OFF e o LED indicador de que o sistema está

funcionando corretamente. Abaixo deste LED encontram-se os indicadores de Porta

Aberta e Detecção de presença humana. Como a detecção de presença humana

indesejada no sistema é somente virtual o acionamento dos sensores e atuadores se dão

através de botões. Ao se acionar o sensor de presença, uma senha é solicitada ao usuário

conforme indica a Figura 18 a seguir.

Figura 18 – Solicitação de senha para entrada na estufa

43

No caso de senha incorreta o alarme é acionado e esta ação é indicada pelo LED

vermelho piscante na IGHM.

Todo o diagrama de blocos desenvolvido, bem como a programação em Lógica

Fuzzy foi baseada nos dados calculados previamente e nos sinais de saída desejados

para o sistema.

Neste projeto, como o diagrama de blocos é extenso devido às várias situações

possíveis do sistema bem como sua versatilidade e inúmeras funções existentes, dividiu-

se sua apresentação através das imagens a seguir.

Figura 19 - Diagrama de blocos de detecção de presença humana e ON/ OFF do sistema

44

Figura 20 - Diagrama de blocos para controle de iluminação

Figura 21 – Diagrama de blocos para controle de Temperatura/Umidade

45

Figura 22 – Diagrama de blocos para controle de Nível do Canal

Antes de se conectar a placa ao programa desenvolvido, todo o controle do

sistema foi testado via software, ou seja, no lugar das entradas analógicas da placa que

recebiam os valores de leitura dos sensores utilizou-se valores inseridos diretamente

pelo usuário a fim de se validar todo o controle Fuzzy elaborado.

Esta validação foi efetuada em duas etapas. A primeira, durante o

desenvolvimento da linguagem Fuzzy pela ferramenta Fuzzy System Design, onde

encontra-se uma tela de teste para que as variáveis de entrada e saída tenham seus

valores observados graficamente. Nela pode-se inserir os valores das variáveis de

entrada e observar os valores calculados para as variáveis de saída, bem como observar

a regra invocada pelo valor da variável de entrada.

As telas de testes para os três controles seguem exibidas abaixo.

46

Figura 23 - Tela de teste do controle de Luminosidade

Figura 24 - Tela de teste do controle de Temperatura e Umidade

47

Figura 25 - Tela de teste do controle de Vazão

Durante todo o desenvolvimento do sistema físico do controle, muitos ajustes

foram realizados. Grande parte destes ajustes ocorreu em função de interferências de

ruídos e defeitos no protoboard utilizado.

5.1 CONTROLE DE LUMINOSIDADE

O comportamento esperado da iluminação irradiada pelo LED é de que ela seja

linearmente inversa à intensidade luminosa do ambiente. Ou seja, quanto menor a

luminosidade no ambiente, maior a intensidade de luz enviada pelo LED.

O controle manual da luminosidade foi simples, onde foi elaborada uma equação

que relaciona o valor em % do dimmer de luminosidade (entrada manual) com o valor

da tensão de saída aplicada ao LED. Como o valor no dimmer varia de 0% a 100% e o

valor da tensão no LED somente varia de 0 a 5V, a equação utilizada foi a Equação 7

abaixo:

48

( )

(7)

Alguns valores obtidos através dos testes manuais seguem na Tabela 03 abaixo:

Tabela 03 – Lista de ligação das entradas e saídas da placa USB 6009

Dimmer (%) Tensão no LED (V)

25,00 1,247

46,50 2,330

60,00 3,000

100,00 5,000

Com isso é fácil observar que a tensão no LED e conseqüentemente sua

intensidade luminosa aumentou linearmente com a variação direta aplicada no Dimmer

(%).

Para o controle automático da luminosidade foram necessários alguns ajustes

com relação à tensão de saída enviada ao LED.

Utilizando a resistência de 10KΩ calculada anteriormente, a tensão aplicada à

entrada analógica da placa, correspondente à tensão no LDR, obteve-se uma variação de

tensão de entrada entre 0 a 8,70V, suficiente para o correto controle via Lógica Fuzzy.

Porém o funcionamento do LED somente foi perceptível a partir de uma tensão no

LDR de aproximadamente 2,5V. Com isso, primeiramente foi necessária uma pequena

modificação no diagrama de blocos para que com tensões no LDR inferiores a 2,5V, a

tensão aplicada ao LED será sempre igual a zero. Também foram necessários alguns

ajustes na programação Fuzzy para que o sinal enviado à placa e, conseqüentemente, ao

LED fosse suficiente para iniciar sua emissão de luminosidade.

Os testes executados levaram em consideração as seguintes variáveis:

Tensão no LDR (V) e conseqüentemente a tensão enviada à entrada analógica da

placa

Intensidade Luminosa no ambiente em %, cujo valor é obtido pela conversão do

valor da tensão do LDR através da Equação 8 a seguir:

49

( ) (8)

Tensão de saída, ou seja, tensão aplicada ao LED.

Intensidade Luminosa do LED dada em %, determinada através da Equação 9 a

partir da tensão aplicada ao LED

( ) (9)

Após estes testes e ajustes, seu funcionamento ocorreu normalmente e alguns

dos resultados obtidos podem ser encontrados na Tabela 04 abaixo.

Tabela 04 – Resultados de testes de Iluminação

Intensidade

Luminosa Tensão no LDR

Tensão de saída

(resistor + LED) % no LED

93,81% 3,12 1 0%

64,38% 4,65 2,8 11,93%

30,97% 6,39 4,16 66,51%

18,09% 7,06 4,28 71,23%

0,00% 9,36 5 100%

O Gráfico 7 a seguir relaciona a Intensidade Luminosa no Ambiente com a

Intensidade Luminosa apresentada pelo LED.

50

Gráfico 7 – Luminosidade no Ambiente x Luminosidade do LED

Conforme indica o gráfico, o funcionamento linear do LED com relação à

luminosidade do ambiente não foi obtida no controle automático utilizando a

programação Fuzzy, porém verifica-se que ele se aproxima do ideal, onde a iluminação

irradiada pelo LED aumenta conforme a luminosidade do ambiente diminui. Nenhum

pico de tensão indesejado foi observado durante todos os testes.

5.2 CONTROLE DE TEMPERATURA E UMIDADE

No controle de temperatura, inicialmente testou-se o controle da Ventoinha

ligando-a diretamente à saída da placa. Porém esta ação pode acarretar danos à placa, já

que a mesma fornece uma corrente muito baixa (5mA) com relação à corrente requerida

pela ventoinha (0,15A). Adicionalmente, observa-se que a ventoinha precisa de um

pulso de tensão para iniciar seu funcionamento. Com isso, considerando somente a

variação da saída da placa de 0-5V, estes valores não foram suficientes para que fosse

notado uma diferença em sua velocidade de rotação.

Com estes fatos observados, tornou-se necessário o uso do Driver PWM,

utilizando uma tensão de alimentação de carga de 10V. Utilizando este circuito, a tensão

enviada pelo LabView à Placa de aquisição teve seu valor dobrado e sua corrente

compatível à requisitada pelo atuador. Por exemplo, quando a placa envia uma tensão

de saída de 3V ao circuito de ventilação, a tensão efetiva aplicada à ventoinha é de 6V.

0%

11,93%

66,51% 71,20%

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%

Lum

ino

sid

ade

no

LED

Luminosidade do Ambiente

51

O controle manual da temperatura e da umidade, ou seja, o acionamento manual

da ventoinha e virtualmente do sistema de irrigação, ocorreu conforme previsto sendo

seus acionamentos correspondentes aos valores de entrada. Ao aumentar a intensidade

de ventilação, a qual pode ser variada de 0 a 100%, a tensão aplicada à ventoinha

aumenta proporcionalmente no range de 0 a 10V após passar pelo circuito de PWM.

Para o controle automático da temperatura, primeiramente observou-se o

comportamento do sensor de temperatura LM35 perante o ambiente. Observou-se que o

valor medido para a temperatura no local, em comparação com um termômetro

instalado no mesmo ambiente, teve diferenças decimais. Ou seja, a uma temperatura

medida pelo LM35 de 32,40° a mesma era medida pelo termômetro no valor de 32,12°.

Esta variação decimal não tem influência impactante sobre o controle e acionamento

dos atuadores.

Os testes efetuados, ocorreram inserindo valores de umidade diretamente pela

Interface Gráfica, já que fisicamente este controle não foi possível de ser implementado.

Os resultados obtidos para o atuador de irrigação também são observados somente via

interface gráfica. Como a temperatura ambiente não varia em frações de segundos ou

em poucos minutos, foram feitas três medições de temperatura, uma em cada dia

diferente mantendo a umidade relativa do ar no mesmo valor de 50%. Os valores

obtidos seguem na Tabela 5 a seguir.

Tabela 5 – Resultados do Controle de Temperatura

Temperatura

efetiva

Tensão no LM35

(V)

Temperatura

Medida Pelo

LM35

Tensão de

saída (V)

% de funcionamento

do ventilador

1° Dia 32,40° 0,3212 32,12° 2,50 50,00%

2° Dia 29,7° 0,3039 30,39° 2,37 47,31%

3° Dia 30,50° 0,3123 31,23° 2,43 48,61%

52

O gráfico 8 a seguir relaciona a intensidade de rotação da ventoinha, ou seja, da

ventilação no ambiente conforme varia a temperatura no local

Gráfico 8 – Temperatura no Ambiente x Ventilação

5.3 CONTROLE DE VAZÃO DA BOMDA D’ÁGUA

Primeiramente, para poder aplicar o sinal potência necessário à bomba d’água

também tornou-se necessária a utilização do circuito de PWM. Isso porque ela é

acionada por tensões baixas porém por potências maiores do que a fornecida pela placa

USB-6009. A placa fornece correntes baixas que não são suficientes para o devido

acionamento, podendo ocasionar dados à própria placa. Assim, também utilizou-se um

circuito Driver PWM como interface entre a placa e a bomba.

Pode-se observar que a bomba emite um sinal de start com uma tensão de

aproximadamente 0,45V e tem seu princípio de funcionamento com uma tensão

aproximada de 2,0V.Este fato não teve influência na Lógica Fuzzy utilizada pois a sua

saída é dada em porcentagem, ou seja, o valor de saída é o percentual (0% a 100%) de

funcionamento da bomba.

Como o volume de água presente no circuito de controle de nível é baixo,

considera-se que a tensão máxima aplicada à bomba será de 5V. Valores maiores a este,

aplicam uma vazão muito alta à bomba, dificultando a medição instantânea do nível de

50,00%

47,31%

48,61%

45,00%

47,00%

49,00%

51,00%

53,00%

55,00%

30 30,5 31 31,5 32 32,5 33

Fun

cio

nam

en

to d

o V

en

tila

do

r

Temperatura

53

água no reservatório superior, transportando a água entre os dois reservatório muito

rapidamente.

Com estas informações, tanto para a saída do controle manual tanto para a do

controle automático, ajustou-se o valor de tensão aplicado à saída da placa USB – 6009

a qual envia este valor de tensão ao circuito físico de funcionamento da bomba. Ou seja,

como a bomba é acionada somente com 2V, relacionou-se o valor enviado pela saída do

software para acionamento da bomba (0 a 100%) e a saída efetiva enviada ao terminal

da placa USB através da Equação 10 abaixo

( ) ( ) (10)

No caso do controle manual, a vazão da bomba d’água é regulada diretamente

pela Interface Gráfica através do botão giratório o qual possui um range de 0 a 100% da

vazão total.

No controle automático, observou-se que o sensor de nível apontava uma tensão

de 0,2V quando não havia solução no reservatório. Uma das possíveis causas é a

presença de gotas d’água existentes no sensor, ocorrendo uma “falsa” detecção de nível

de água no compartimento. Devido a este fato, foi feita uma pequena alteração na

programação Fuzzy e no diagrama de blocos para que este valor seja compensado.

Como já mencionado anteriormente, o estado ótimo considerado para o nível de

solução aquosa no reservatório superior do sistema de controle foi de 40% a 60% do

nível total de água, ou seja, entre 1,6cm a 2,4cm.

Testes foram realizados a partir de um determinado estado inicial de vazão e os

mesmos seguem descritos abaixo. Todas as medições efetuadas foram enumeradas e os

valores obtidos inseridos em tabelas.

54

Teste 01: O nível inicial de água no reservatório superior está em zero. As

medições instantâneas foram enumeradas e os resultados obtidos seguem na Tabela 6

abaixo.

Tabela 6 – Nível inicial de água em 0cm

Medição Nível (cm)

Tensão no sensor

(V)

Tensão de saída na

bomba (V)

Vazão da Bomba

(100%)

1 0 0,2 5,0 100%

2 0,5 0,8 5,0 100%

3 1,0 1,0 5,0 100%

4 1,5 3,8 5,0 100%

5 1,8 4,6 4,4 88%

6 2,0 6,2 3,5 70%

7 2,2 7,2 2,8 56%

8 2,2 7,2 2,8 56%

9 2,2 7,2 2,8 56%

10 2,2 7,2 2,8 56%

O gráfico 9 traz a variação do nível de água no reservatório e da vazão bomba

d’água.

Gráfico 9 – Nível de água no reservatório e vazão da Bomba (%) com Nível inicial = 0cm

0

0,5

1

1,5

1,8

2

2,2 2,2 2,2 2,2

100% 100% 100% 100% 88%

70% 56% 56% 56% 56%

0

0,5

1

1,5

2

2,5

0 2 4 6 8 10

Nível (cm) Vazão da Bomba (100%)

55

Teste 02: O nível inicial de água no reservatório superior está em seu valor

máximo: 4cm. As medições instantâneas foram enumeradas e os resultados obtidos

seguem na Tabela 7 abaixo.

Tabela 7 – Nível Inicial de água em 4cm

Passo Nível (cm) Tensão no sensor

(V)

Tensão de saída na

bomba (V)

Vazão da

Bomba

1 4 9,8 2 40,0%

2 3,5 9,4 2 40,0%

3 3 9,2 3,2 64,0%

4 2,8 8,9 2,7 54,0%

5 2,5 8,4 2,25 45,0%

6 2,5 8,4 2,25 45,0%

7 2,5 8,4 2,25 45,0%

8 2,5 8,4 2,25 45,0%

9 2,5 8,4 2,25 45,0%

10 2,5 8,4 2,25 45,0%

Do mesmo modo, o gráfico 10 abaixo traz a variação do nível de água no

reservatório superior e a variação da vazão da bomba d’água em % ao longo das

medições.

Gráfico 10 – Nível de água no reservatório e vazão da Bomba (%) com Nível inicial = 4,0cm

4

3,5

3 2,8

2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

40,0% 40,0% 64,0% 54,0% 45,0% 45,0% 45,0% 45,0% 45,0% 45,0%

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 2 4 6 8 10

Nível (cm) Vazão da Bomba

56

Teste 03: Em um ultimo teste, mediu-se a variação da vazão da bomba d’água

com um volume inicial de água no reservatório de 3,0 cm. Os resultados obtidos

seguem na tabela 8 abaixo.

Tabela 8 – Nível Inicial de água em 4cm

Passo Nível (cm) Tensão no

sensor (V)

Tensão de saída

na bomba (V)

Vazão da

Bomba

1 3 9,2 2,3 46,0%

2 2,8 8,9 2,21 44,2%

3 2,8 8,9 2,21 44,2%

4 2,8 8,9 2,21 44,2%

5 2,8 8,9 2,21 44,2%

6 2,8 8,9 2,21 44,2%

7 2,8 8,9 2,21 44,2%

8 2,8 8,9 2,21 44,2%

9 2,8 8,9 2,21 44,2%

O gráfico 11 abaixo também traz a variação da bomba d’água e do nível de água

no reservatório a cada medição.

Gráfico 11 – Nível de água no reservatório e vazão da Bomba (%) com Nível inicial = 3,0cm

3 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8 2,8

46,0% 44,2% 44,2% 44,2% 44,2% 44,2% 44,2% 44,2% 44,2%

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Nível (cm) Vazão da Bomba

57

Dentre os três testes efetuados pode-se observar que o nível alcançado mais

próximo do ideal foi o teste em que foi iniciado com o reservatório vazio. Uma

explicação é que como a vazão de água do reservatório superior para o reservatório

inferior é constante e a vazão da bomba tem seu valor varia do através do sinal enviado

pela placa USB-6009, em certos momentos a vazão da bomba d’água é superior ao da

vazão constante para o escoamento deste mesmo líquido. Com isso, caso o reservatório

superior já tenha certa quantidade de água e a bomba d’água continua a fazer o

transporte do líquido com certa vazão aproximada ou superior à vazão constante de

escoamento, o nível ideal de 2,0cm não é atingido. Quanto maior o nível de água no

reservatório e enquanto a bomba estiver acionada, mais lenta e dificilmente o nível ideal

será atingido.

Pode-se observar que, tanto para o controle manual quanto para o controle

automático, há um atraso de aproximadamente 1,0 (um) segundo entre o tempo de envio

do sinal de saída da placa USB-6009 até o acionamento da bomba através deste sinal.

5.4 CIRCUITO PWM

O circuito driver de Potência implementado em ambos os casos (temperatura e

vazão d’água) pode ser observado na Figura 26 abaixo. Foram utilizadas duas placas

idênticas à da imagem.

Figura 26 – Implementação do Circuito Driver PWM

58

Como já explicado anteriormente, o circuito oscilador formado pelo LM555 deve

gerar uma onda de tensão quadrada e o comparador de tensão constituído pelo AmpOp

LM393 deve gerar uma onda de tensão triangular. Durante o teste de funcionamento do

circuito PWM registraram-se estas formas de onda através de um osciloscópio digital e

elas podem ser encontradas a seguir:

Figura 27 – Onda quadrada gerada pelo Oscilador LM555

Figura 28 – Onda Triangular Gerada no Comparador de Tensão

59

5.5 INTERFERÊNCIAS NO DRIVER DE POTÊNCIA

Para a implementação do circuito Driver de Potência para o acionamento da

bomba de vazão, encontrou-se dificuldades na obtenção dos resultados satisfatórios ao

seu funcionamento.

O primeiro a ser observado é a influência da capacitância própria do protoboard

utilizado na implementação, o qual produzia ruídos perceptíveis ao sistema.

A fonte de alimentação CC também possuía ruídos consideráveis, que ao serem

analisados através do osciloscópio observou-se uma onda senoidal, ruído este oriundo

da própria rede de alimentação de energia.

5.6 LIMITAÇÕES DA PLACA USB-6009

O controle desenvolvido deve ler múltiplas entradas analógicas simultaneamente.

O intuito inicial do controle era de que o usuário escolhesse entre as opções de

manual e automático para cada variável de controle. Ou seja, há um botão de controle

para escolher separadamente o controle manual ou automático para controle de

temperatura, controle de iluminação, etc. Com isso, cada variável é ligada a um DAQ

Assistant VI isoladamente, os quais cada um leria uma entrada diferente. Este controle

isolado seria iniciado a partir de um Case Structure, onde, caso o botão Automático

estivesse acionado, acionaria o True do Case Structure onde internamente haveria o

bloco DAQ para a leitura dos dados.

Ao se analisar cada entrada separadamente, o sistema funcionou normalmente e

enviou as saídas apropriadas aos atuadores, tanto manual quanto automaticamente.

Porém ao escolher dois ou mais controles simultaneamente, ou seja, ao se ler duas ou

mais variáveis analógicas do sistema em DAQ Assistant diferentes, o software conflitou

todas as entradas, sem poder dar prioridade às tasks e não funcionou corretamente,

apresentando uma mensagem de erro: erro5010.

Após uma pesquisa no próprio site da National Instruments pode-se encontrar a

possível causa para o ocorrido. Como já mencionado anteriormente, os sinais analógicos

de entrada devem ser convertidos em sinais digitais para sua correta leitura pelo

LabView, através de um conversor analógico/digital. Do mesmo modo, os sinais de

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saída analógicos, são enviados em forma digital pelo LabView e convertidos em digitais

pelo conversor existente na placa.

Porém a placa NI USB-6009 possui somente um conversor analógico-digital

interno e com isso somente pode-se fazer a conversão interna das variáveis uma de cada

vez. Ou seja, caso o sistema tente ler mais variáveis ao mesmo tempo, a leitura deverá

ser feita uma por uma e não simultaneamente. Caso contrário, as mesmas entram em

conflito ao serem convertidas em sinais digitais e o sistema apresenta o erro citado

anteriormente.

Para esta correta leitura a opção mais simples foi compilar todos os dados de

entrada em um único vetor e enviá-lo a somente um bloco de entradas DAQ Assistant

Express VI.

Para a saída de dados, este mesmo problema não ocorre. Portanto, utilizou-se um

DAQ Assistant para cada variável de saída, para que a visualização de todo o diagrama

de blocos do sistema seja simples e de maior entendimento do usuário.

Com isso, a primeira opção foi inserir somente um botão de automático, o qual

acionava o controle simultâneo de todas as variáveis do sistema automaticamente.

Quando o botão não estava acionado, o acionamento manual também era simultâneo

para todo o sistema.

Mas a configuração para acionamento automático separadamente para cada

variável também foi possível, porém com o bloco DAQ Assistant externo do Case

Structure.

5.7 PROPOSTAS DE TRABALHOS

Como propostas para trabalhos futuros, pode-se desenvolver o controle das

variáveis mais complexas do sistema, como a concentração de nutrientes na solução

aquosa utilizada no cultivo por hidroponia.

A especialista Mônica Daffener explica que cada hortaliça a ser cultivada tem

uma necessidade de sais específica. Por exemplo, o espinafre é rico em ferro portanto

também necessita de uma boa concentração de ferro na solução nutritiva para que ele

cresça corretamente.Após a solução passar pelo canal de cultivo, ela é filtrada e enviada

novamente ao tanque, onde é analisada a concentração dos nutrientes na mesma. Como

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as hortaliças absorvem a água com os nutrientes, é necessária a reposição dos mesmos,

o que ocorre antes de a solução entrar novamente no tanque de armazenamento.

Segundo observa Costa, s.d. as plantas comumente absorvem mais água do que

nutrientes. Com isso, a solução passa a ter maior concentração salina e, ao longo dia,

esta concentração aumente com a reposição da solução que é feita. Uma grave

conseqüência é a absorção de quantidades excessivas de sais por parte das plantas, o que

pode acarretar em diversos problemas como o não crescimento das mesmas, pois ao

contrário da falta de nutrientes, essa alta concentração salina provoca a osmose das

plantas fazendo com que elas percam muita água.

A partir destas informações, pode-se desenvolver um sistema de controle

periódico desta reposição de sais na solução, atingindo assim níveis satisfatórios de

concentração salina para o cultivo.

Mônica Daffener também menciona que caso este controle não ocorra, há

contaminação imediata de todas as hortaliças de um mesmo canal, perdendo-se todas as

hortaliças cultivadas.

Como uma outra sugestão, pode-se desenvolver a interface computador/sistema

através de uma rede wireless, a qual não necessita de fios ligados do sistema ao

computador de controle, sendo possível ao usuário acessar a interface gráfica do sistema

de qualquer outro lugar.

Como este trabalho visou o controle de variáveis através de Lógica Fuzzy, não se

implementou o controle através das saídas digitais como acender ou apagar LEDs de

sinalização,abertura e fechamento de portas. Com isso, propõe-se também a

implementação destes controles, que são relativamente simples e que podem ser

aplicados num projeto mais completo de controle.

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Filho - UNESP

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ANEXO I – CIRCUITO DRIVER PWM