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UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GESTÃO TRIBUTÁRIA MONITORAMENTO ELETRÔNICO DE CONTRIBUINTES NA FISCALIZAÇÃO DO ICMS *CARLOS ROBERTO DE CARVALHO *JOSIAS MENEZES NETO *LUIZ OTÁVIO MACHADO *RENATO DOS SANTOS DE ALMEIDA PROF. ORIENTADOR: PAULO VICTOR FLEMING** PALAVRAS-CHAVE: Monitoramento eletrônico, combate à sonegação, tratamento matemático das variáveis, compras, vendas e estoques, ICMS, criatividade e tecnologia, comprovação científica da sonegação do ICMS. RESUMO: Este trabalho é a síntese de um esforço científico visando o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão que melhore significativamente a eficiência da nossa organização no combate à sonegação do ICMS, plenamente compatível com os sistemas corporativos e, portanto, com baixo custo de implantação. *Alunos do Curso de Pós-Graduação em Gestão Tributária da UNIFACS. ** Doutor em Tecnologia Industrial pela University of Bradford - UK, Mestre em Engenharia Nuclear pelo Programa de Engenharia Nuclear - COPPE/UFRJ, Bacharel em Fisica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Salvador UNIFACS .

Monitoramento Eletronico na Fiscalização ICMS · ** D o ut r em Tecno lg ia I nd s ral pUv y f B f d - K, M e E h Ncea o Programa de Engenharia Nuclear - COPPE/UFRJ, Bacharel em

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UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DE GESTÃO TRIBUTÁRIA

MONITORAMENTO ELETRÔNICO DE CONTRIBUINTES NA FISCALIZAÇÃO DO ICMS

*CARLOS ROBERTO DE CARVALHO *JOSIAS MENEZES NETO *LUIZ OTÁVIO MACHADO *RENATO DOS SANTOS DE ALMEIDA

PROF. ORIENTADOR: PAULO VICTOR FLEMING**

PALAVRAS-CHAVE: Monitoramento eletrônico, combate à sonegação, tratamento matemático das variáveis, compras, vendas e estoques, ICMS, criatividade e tecnologia, comprovação científica da sonegação do ICMS. RESUMO: Este trabalho é a síntese de um esforço científico visando o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão que melhore significativamente a eficiência da nossa organização no combate à sonegação do ICMS, plenamente compatível com os sistemas corporativos e, portanto, com baixo custo de implantação. *Alunos do Curso de Pós-Graduação em Gestão Tributária da UNIFACS. ** Doutor em Tecnologia Industrial pela University of Bradford - UK, Mestre em Engenharia Nuclear pelo Programa de Engenharia Nuclear - COPPE/UFRJ, Bacharel em Fisica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Coordenador do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Salvador UNIFACS .

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1. INTRODUÇÃO

As profundas e constantes mudanças vivenciadas pelo mundo atual, que se constituem causa e efeito do irreversível processo de globalização em curso, obriga-nos a proceder a revisão, atualização e criação de novos métodos, processos e modelos gerenciais, capazes de elevar a organização ao padrão de excelência.

Neste contexto, é que desenvolve-se o programa de Monitoramento Eletrônico de Contribuintes na fiscalização do ICMS, ferramenta indispensável para o combate a sonegação praticadas nos diversos segmentos econômicos que compõem a base de contribuintes do Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Serviços de transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS.

A essência deste trabalho está pautada na comunhão de criatividade e tecnologia, possibilitando aos entes tributantes disporem de uma ferramenta de trabalho capaz de diagnosticar irregularidades e conseqüentemente melhorar o desempenho da arrecadação do ICMS nos diversos segmentos econômicos, com baixo custo de implantação. Os objetivos deste trabalho são: 1) o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão organizacional pautada na análise

permanente dos negócios realizados pelos contribuintes do ICMS, que ofereça informações técnicas para tomada de decisão, oriundas da correlação e tratamento matemático das diversas variáveis que compõem as operações mercantis dos contribuintes do ICMS, possibilitando a SEFAZ adotar estratégias e ações para a melhoria da performance da arrecadação do imposto;

2) dotar a Administração das Inspetorias com modelo de análise rápida da situação contributiva da empresa, subsidiando na negociação e cobrança do imposto, planejamento e seleção das empresas fiscalizáveis e determinação científica do roteiro a ser aplicado pelo auditor fiscal na elaboração de seu trabalho de auditoria, evitando, assim, ao método de tentativa e erro na busca do roteiro adequado para determinação do ilícito fiscal.

2. METODOLOGIA UTILIZADA Para o desenvolvimento deste estudo, será utilizado o MÉTODO DEDUTIVO, em que se efetuarão diversas análises , fixando algumas variáveis, com o objetivo de descobrir o comportamento dos pontos, e por conseqüência verificar a disposição final das curvas a serem formadas. DADOS SUBMETIDOS A ESTUDO: ESTOQUE INICIAL - EI ESTOQUE FINAL - EF COMPRAS - C VENDAS - V MARGEM DE VALOR AGREGADO - MVA A análise inicial foi efetuada para uma MVA fixa de 40%.

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DADOS FIXOS: EI = 100 C = 150 MVA = 40 % 3. TRATAMENTO MATEMÁTICO DAS VARIÁVEIS

ENVOLVIDAS

A filosofia desse tratamento consiste em combinar as variáveis COMPRAS e VENDAS, com as variáveis ESTOQUE INICIAL e ESTOQUE FINAL, todas elas presentes nas DMAs – Declarações de Apuração Mensal consolidadas constantes nos arquivos da SEFAZ.

Para tornar realizável tal combinação, houve a necessidade de lançar mão dos recursos da Contabilidade Geral que tratam de OPERAÇÕES COM MERCADORIAS a exemplo de CUSTO DE MERCADORIAS VENDIDAS – CMV e MARGEM DE VALOR AGREGADO – MVA, as quais estão diretamente relacionadas com as variáveis em estudo (vendas, compras, estoque inicial e estoque final).Para utilização dessas variáveis nesse trabalho, foram utilizados os valores fiscais com o ICMS incluso.

A partir dessa proposta de combinação, passamos a tentar descobrir alguma fórmula matemática que relacione as variáveis VENDAS X COMPRAS, MVA E ESTOQUES.

Para tanto, concluímos que o ideal seria trabalhar com números relativos, ou seja, variações percentuais. Com isso, obtivemos uma redução na quantidade de variáveis a serem estudadas, de quatro para duas variáveis.

VARIAÇÃO DE VENDAS X COMPRAS: (V-C)/C x 100 (%) Tal variação nada mais é do que o conhecido VALOR ADICIONADO só que apresentado

de forma percentual. Com esse tratamento, consegue-se a redução de duas variáveis (Vendas/Compras) para uma

variável, que é a variação percentual (V-C)/C %.

VARIAÇÃO DE ESTOQUES: (EF-EI)/EI x 100 (%) (3.2)

Com esse tratamento, consegue-se a redução de mais duas variáveis (Estoque Inicial/Estoque Final) para uma variável, que é a variação percentual (EF-EI)/EI %). - MARGEM DE VALOR AGREGADO (MVA) (o valor já é percentual por natureza) 4. ESTUDO DE HIPÓTESES 1a HIPÓTESE: DIMINUIÇÃO NOS ESTOQUES, EF = 50, OU VARIAÇÃO DE –50 %. Quando o valor das Compras é inferior ao Custo das Mercadorias Vendidas EI = 100 C = 150 EF = 50

(3.1)

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CMV= EI + C – EF = 200 (4.1) MVA (Margem de Valor Agregado)= 0,40 MVA = LB / CMV 0,40 = LB / 200 Lucro Bruto = 80 LB = V – CMV V = LB + CMV = 280 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS: (V-C)/Cx100 = (280-150)/150x100 = 86,67 % (EF-EI)/EIx100 = (50 –100)/100x100 = - 50,00 % (4.3) Tabela 4.1 - PONTOS DETERMINADOS: MVA = 40 % (V-C)/Cx100 = 86,67 % (EF-EI)/EIx100= -50% Conclusão: Esta situação pode decorrer de: 1) dificuldades financeiras para reposição dos estoques; 2) administração de estoques mais eficaz em função da rapidez na reposição ou 3) aquisição de mercadorias desprovidas de documentação fiscal. 2a HIPÓTESE: NÃO VARIAÇÃO NOS ESTOQUES, EF = EI, OU VARIAÇÃO DE 0,00 %. O valor das compras se equipara ao Custo das Mercadorias Vendidas EI = 100 C = 150 EF = 100 CMV= EI + C – EF = 150 MVA (Margem de Valor Agregado)= 0,40 MVA = LB / CMV 0,40 = LB / 150 Lucro Bruto = 60 LB = V – CMV V = LB + CMV =210 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS: (V-C)/Cx100 = (210-150)/150x100 = 40,00 % (EF-EI)/EIx100 = (100 –100)/100x100 = 0,00 % Tabela 4.2 - PONTOS DETERMINADOS: MVA = 40 % (V-C)/Cx100 = 40 % (EF-EI)/EIx100= 0,00 %

(4.4)

(4.2)

(4.5)

(4.6)

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CONCLUSÃO : Quando a variação nos estoques é ZERO, a variação de vendas e compras torna-se igual à MVA – Margem de Valor Agregado. Revela continuidade na política de administração de estoques, mantendo-o no mesmo nível do exercício anterior. 3a HIPÓTESE: AUMENTO NOS ESTOQUES, EF = 150, OU SEJA, VARIAÇÃO DE + 50,00 %. EI = 100 C = 150 EF = 150 CMV= EI + C – EF = 100 MVA (Margem de Valor Agregado) = 0,40 MVA = LB / CMV 0,40,40 = LB / 100 Lucro Bruto = 40 LB = V – CMV (Lucro Bruto = Vendas – Custo das Mercadorias Vendidas) V=LB+CMV=140 DETERMINAÇÃO DOS PONTOS (V-C)/Cx100 = (140-150)/150x100 = - 6,67 % (EF-EI)/EIx100 = (150 – 100)/100x100 = 50,00 % Tabela 4.3 - PONTOS DETERMINADOS: MVA = 40 % (V-C)/Cx100 = - 6,67 % (EF-EI)/EIx100= 50,00 % Conclusão: Esta situação pode configurar três situações; 1) empresa em fase de expansão no final do exercício analisado; 2) queda de venda no período; 3) estoque fictício resultante de vendas sem emissão de notas fiscais. Com a obtenção desses três pontos, plotaremos os mesmos num gráfico cartesiano com o objetivo de verificar a disposição da curva formada com esses três pontos:

(4.7)

(4.8)

(4.9)

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Gráfico. 4.1

CONCLUSÃO: Com a análise da disposição dos pontos no gráfico acima, concluí-se que a

curva representativa da relação: (V-C)/Cx100, (EF-EI)/EIx100 e MVA é uma reta.

(4.10)

A partir dessa conclusão, partimos para a determinação da equação genérica da reta que relaciona (V-C)/Cx100, (EF-EI)/EIx100 E MVA: (4.11). CONVENCIONA-SE: Y = (V-C)/Cx100 para representar o eixo das ordenadas; (4.12) X = (EF-EI)/EIx100 para representar o eixo das abcissas. (4.13) A EQUAÇÃO DA RETA ASSUME A SEGUINTE FORMA: Y = a . X + b (4.14) a = coeficiente angular b = constante Para se determinar uma reta, necessita-se de dois pontos: DETERMINAÇÃO DO PRIMEIRO PONTO: VALORES FIXOS: EI, C e MVA PONTO ESCOLHIDO: Não variação nos estoques, ou seja, EF = EI. X = (EF-EI)/EIx100 = (EI-EI)/EIx100 = 0,00 (4.15) X = 0,00 Y = a . X + b Y = a . 0,00 + b Y = b

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Analisando a segunda hipótese estudada anteriormente, quando a variação nos estoques é ZERO, a variação (V-C)/Cx100 torna-se igual à MVA, daí conclui-se: Y = (V-C)/Cx100 = MVA = b (4.16) b = MVA Y = MVA PONTO DETERMINADO: P1 ( 0,00; MVA) DETERMINAÇÃO DO SEGUNDO PONTO: VALORES FIXOS: EI, C e MVA PONTO ESCOLHIDO: Situação atípica em que o contribuinte efetua Compras durante o exercício, e não efetua Vendas, indo todas as Compras para o Estoque Final, V=0. EI C V=0 EF = EI + C (4.17) MVA Y = (V-C)/Cx100 = (0,00 – C)/Cx100 = -C/Cx100 = - 100 (4.18) Y = -100 X = (EF-EI)/EIx100 = (EI+C-EI)/EIx100 = C/EIx100 = 100C/EI (4.19) X = 100.C/EI PONTO DETERMINADO: P2 ( 100C/EI, -100) (4.20) DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE ANGULAR DA RETA: P1 ( 0,00; MVA) P2 (100C/EI; -100) a = (Y2-Y1)/(X2-X1) a = ( -100 – MVA)/(100C/EI – 0,00) a = - EI . (MVA+ 100)/100C (4.21) EQUAÇÃO DA RETA: Y = a . X + b Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVA (4.22) INTERPRETAÇÃO DO GRÁFICO FORMADO PELAS VARIÁVEIS (V-C)/C % E (EF-EI)/EI %.

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Para facilitar a interpretação do gráfico, dividi-se o mesmo em cinco (05) áreas, áreas essas explicadas abaixo: Gráfico 4.2

ÁREA 1 - Pontos da curva à esquerda do eixo das ordenadas (vertical).

Gráfico 4.3

Nestes pontos da curva a variação de estoques é negativa, ou seja, o Estoque Final é menor do que o Estoque Inicial. Isso implica em dizer que durante o exercício, para um mesmo nível de vendas mantido, houve um decréscimo no nível de compras, com mercadorias existentes no estoque inicial sendo vendidas.

Se essa situação persistir por um longo tempo, chegará a um momento em que não existirá estoque de mercadorias para ser vendido e a empresa encerrará suas atividades. Nestes pontos a variação (V-C)/C é superior à MVA

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Gráfico da curva de Vendas e da curva de Compras ao longo do tempo para uma variação negativa de estoque. Gráfico 4.4

ÁREA 2 - Ponto da curva que intercepta o eixo das ordenadas (vertical). Gráfico 4.5

Neste ponto, a variação de estoques é ZERO, ou seja, o Estoque Final é igual ao Estoque Inicial, sendo a variação (V-C)/C igual à MVA. Em outras palavras, a melhor “performance” fiscal de funcionamento de uma empresa é em torno desse ponto. Gráfico da curva de Vendas e da curva de Compras ao longo do tempo para uma variação de estoque igual a zero. Obs.: A curva de vendas está bem afastada da curva de compras. Gráfico 4.6

V E N D A S X C O M P R A S

J F M A M J J A S O N D

T E M P O

VA

LOR

C O M P R A S

V E ND A S

AREA 2 .

(EF-EI)/EI=0 V=C

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

reta

VENDAS X COMPRAS

J F M A M J J A S O N D

TEMPO

VA

LOR

COMPRAS

VENDAS

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ÁREA 3 – Pontos da curva entre o eixo das ordenadas (vertical) e o ponto de interseção da curva com o eixo das abcissas (horizontal). Gráfico 4.7

Nestes pontos são positivas tanto a variação de estoques (EF-EI)/EI como a variação de

Vendas X Compras (V-C)/C, porém, à medida que nos deslocamos na curva, no sentido descendente, do eixo das ordenadas (vertical) em direção ao eixo das abcissas (horizontal), a variação de Vendas X Compras (V-C)/C vai diminuindo, ou seja, o VALOR ADICIONADO percentual vai diminuindo, e conseqüentemente a SONEGAÇÃO vai aumentando. Em outras palavras, quanto maior for a variação (V-C)/C, maior será a arrecadação e menor será a sonegação, e quanto menor for a variação (V-C)/C, menor será a arrecadação e maior será a sonegação. Gráfico da curva de Vendas e da curva de Compras ao longo do tempo. Obs.: À medida que nos deslocamos na curva do gráfico anterior no sentido descendente, a curva de vendas vai se aproximando da curva de compras. Gráfico 4.8

ÁREA 4 - Ponto da curva que intercepta o eixo das abcissas (horizontal).

AREA 3 .

(EF-EI)/EI=0 V=C

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

reta

V E N D AS X C O M P R AS

J F M A M J J A S O N DTE M P O

VA

LOR

C OMPRA S

V END A S

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Gráfico 4.9

Neste ponto, a variação (V-C)/C é ZERO, ou seja, as VENDAS se igualam às COMPRAS. Em outras palavras, esse ponto corresponde ao marco divisor do início da insuficiência de caixa a ser apresentada pela empresa. Gráfico da curva de Vendas e da curva de Compras ao longo do tempo. Obs.: A curva de vendas sobrepõe a curva de compras. Gráfico 4.10

ÁREA 5 - Pontos da curva abaixo do eixo das abcissas (horizontal). Gráfico 4.11

. AREA 5

(EF-EI)/EI=0 V=C

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

reta

V E N D A S X C O M P R A S

J F M A M J J A S O N DT E M P O

VA

LOR C O M P R A S

V E N D A S

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Nestes pontos da curva, a variação (V-C)/C é negativa, ou seja, as VENDAS são inferiores às COMPRAS. Isso implica em sérios problemas de fluxo de caixa na empresa, com prováveis práticas de omissão de receita através de vendas de mercadorias sem Notas Fiscais ou vendas de mercadorias sub faturadas. Em outras palavras, essa é a região da sonegação fiscal. Gráfico da curva de Vendas e da curva de Compras ao longo do tempo para variação (V-C)/C negativa. Obs.: A curva de vendas fica abaixo da curva de compras. Gráfico 4.12

5. MONITORAMENTO ELETRÔNICO

Tal monitoramento consiste em, a partir dos valores contidos nas DMAs consolidadas das empresas, avaliar o desempenho fiscal das mesmas e classificá-las segundo a ordem de prioridade para a FISCALIZAÇÃO.

Para auxiliar na definição da prioridade para a fiscalização, surge a necessidade da criação de um fator de desempenho que corresponderá a relação [(V-C)/C]/[MVA seg.] %, que também poderá ser chamado de Índice de Rigidez. fator de desempenho = [(V-C)/C]/[MVA seg.] % (5.1)

Quanto mais próxima estiver a variação de vendas e compras da MVA do segmento (ponto ótimo), menor será a prioridade para a fiscalização. Com base na interpretação do gráfico (V-C)/C e (EF-EI)/EI explanada no tópico anterior, e para melhor avaliar a empresa, surge a necessidade de comparar: - a MVA calculada com a MVA padrão do segmento; e - a variação (V-C)/C com a MVA padrão do segmento.

Desta comparação, surgem cinco (05) situações de desempenho, sendo quatro situações típicas e uma situação atípica.

Chama-se de típica a situação que é representada pelo modelo matemático proposto, ou seja, os pontos determinados formam a reta. E é chamada de atípica a situação que não é representada pelo modelo matemático proposto, ou seja, os pontos determinados não formam a reta.

V E N D A S X C O M P R A S

J F M A M J J A S O N DT E M PO

VA

LOR

C OMP RA S

V E ND A S

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1a SITUAÇÃO (típica) – Tanto a Margem de Valor Agregado calculada quanto a variação de Vendas/Compras superem a Margem de Valor Agregado do segmento econômico. MVA calc. > MVA seg. (V-C)/C > MVA seg. Gráfico 5.1

Interpretação: Empresa funcionando dentro das expectativas fiscais. Prioridade para a Fiscalização: 3 (mínima), verde. Obs.: As prioridades para a fiscalização foram convencionadas em 1 (máxima), 2 (média) e 3 (mínima). 2a SITUAÇÃO (típica) – A margem de valor agregado calculada está abaixo da MVA do segmento e a variação de (vendas – compras)/Vendas supera a MVA do segmento. MVA calc. < MVA seg. (V-C)/C > MVA seg. (5.2)

MVA X ESTOQUES X VENDAS E COMPRAS

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

(v-c)/c

reta

MVA seg.

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Gráfico 5.2

Interpretação: Situação correspondente à ÁREA 1 da interpretação do gráfico, em que há a ocorrência da queima de estoques da empresa, ou seja, o estoque final torna-se inferior ao estoque inicial. Nessa situação os índices de arrecadação atingem os melhores níveis, sendo uma situação excelente em termos de arrecadação para o Estado, porém, péssima para o contribuinte, pois mostra que o contribuinte está passando por dificuldades. Prioridade para a Fiscalização: 3 (mínima). 3a SITUAÇÃO (típica) – A margem de valor agregado calculada supera a MVA do segmento e variação (Vendas – Compras)/Compras abaixo da MVA do segmento econômico. MVA calc. > MVA seg. (V-C)/C < MVA seg. (EF-EI)/EI % elevada (5.3)

MVA X ESTOQUES X VENDAS E COMPRAS

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

(v-c)/c

reta

MVA seg.

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Gráfico 5.3

Interpretação: Situação que indica sonegação fiscal quando o fator de desempenho for baixo. Essa sonegação surge principalmente pela venda de mercadorias sem a emissão de Notas Fiscais, porém, com o uso do artifício de manter as mercadorias vendidas sem Notas no estoque final, o que faz a variação (EF-EI)/EI % ser elevada. A manutenção das mercadorias vendidas sem Notas Fiscais no estoque final tem o intuito de prejudicar a auditoria de estoque fechado. As ações fiscais sugeridas são as auditoria de caixa ou passivo e, subsidiariamente, estoque aberto. Prioridade para a fiscalização: Nesse caso, a prioridade para a fiscalização dependerá da proximidade, ou não, em que a variação (V-C)/C estiver da MVA seg., e para isso iremos lançar mão do fator de desempenho o qual corresponde a [(V-C)/C]/[MVA seg.]%. fator de desempenho < 50% a prioridade é 1 (alta). fator de desempenho > 50% e < 80% a prioridade é 2 (média). fator de desempenho > 80% a prioridade é 3 (baixa). Obs.: O fator de desempenho é inversamente proporcional à variação de estoques, ou seja, fator de desempenho baixo corresponde a variações de estoques elevadas, e fator de desempenho elevado corresponde a variações de estoques baixas. 4a SITUAÇÃO (típica) - Tanto a margem de valor agregado calculada quanto à variação de (Vendas – Compras)/Compras são inferiores a MVA do segmento econômico. MVA calc. < MVA seg. (V-C)/C < MVA seg. (5.4)

MVA X ESTOQUES X VENDAS E COMPRAS

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

(v-c)/c

reta

MVA seg.

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Gráfico 5.4

Interpretação: Situação que indica sonegação fiscal quando o fator de desempenho for baixo. Se a variação (EF-EI)/EI % for baixa, o indício de sonegação poderá ser por subfaturamento ou vendas de mercadorias sem a emissão de Notas Fiscais. Se a variação (EF-EI)/EI % for elevada, o indício de sonegação poderá ser pela venda de mercadorias sem a emissão de Notas Fiscais, porém, com o uso do artifício de manter as mercadorias vendidas sem Notas no estoque final, o que faz a variação (EF-EI)/EI % tornar-se elevada. A manutenção das mercadorias vendidas sem Notas Fiscais no estoque final tem o intuito de prejudicar a auditoria de estoque fechado. As ações fiscais sugeridas são: - Se a variação (EF-EI)/EI % for elevada, realizar caixa ou passivo e, subsidiariamente,

estoque aberto; - se a variação (EF-EI)/EI % for baixa, no caso de subfaturamento realizar caixa ou passivo, e

no caso de vendas sem a emissão de Notas Fiscais realizar caixa, passivo ou estoque fechado. Prioridade para a fiscalização: Nesse caso, a prioridade para a fiscalização também dependerá da proximidade, ou não, em que a variação (V-C)/C estiver da MVA seg., da mesma forma explanada na situação anterior. fator de desempenho < 50% a prioridade é 1 (alta). fator de desempenho > 50% e < 80% a prioridade é 2 (média). fator de desempenho > 80% a prioridade é 3 (baixa) 5a SITUAÇÃO (atípica) – Não representada pelo modelo matemático proposto. CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS < ZERO, ou LUCRO BRUTO < ZERO Interpretação: CMV negativo significa omissão de entrada, e, Lucro Bruto negativo significa forte indício de sonegação. O modelo proposto nesse trabalho não representa essa situação, pois os pontos formados estão totalmente fora da curva (reta).

MVA X ESTOQUES X VENDAS E COMPRAS

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

(v-c)/c

reta

MVA seg.

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Prioridade para a Fiscalização: 1 ( a máxima). Por convenção, relacionamos a prioridade de fiscalização da empresa com uma cor, com o objetivo de facilitar a visualização: PRIORIDADE COR 1 (alta) VERMELHA 2 (média) AMARELA 3 (baixa) VERDE Daí, elaborada a planilha de monitoramento eletrônico, que, a partir dos dados contidos na DMA consolidada de uma empresa, mostra-nos o desempenho da mesma e a prioridade para sujeição a fiscalização. Obs.: Cada empresa deverá ser analisada de acordo com as suas peculiaridades.

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6. FLUXOGRAMA DA APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS DE

ENTRADA, PROCESSAMENTO E SAÍDA DOS DADOS

Obter os dados ao lado na DMA c ons olidada do ex erc íc io , ou na DME, no c as o de empres a do SIMBA HIA .

CÁ LCULOS EFETUA DOS: CMV =EI+C-EF LB = V -CMV MV A c alc . = LB/CMV x 100 (V -C)/C % (EF-EI) /EI % FD = ((V -C)/C)/MV A otima %

M VA calc > M VA s eg E(V-C)/C > M VA s eg

M VA calc < M VA s eg E(V-C)/C > M VA s eg

M VA calc > M VA s eg E(V-C)/C < M VA s eg

M VA calc < M VA s eg E(V-C)/C < M VA s eg

S ITUA ÇÃ O 2

S ITUA ÇÃ O 1

S ITUA ÇÃ O 3

S ITUA ÇÃ O 4

INÍCIO

QUA LIFICA R A EMPRESA : RA Z Ã O SOCIA L INSC ESTA DUA L EXERCÍCIO

ENTRA R COM OS DA DOS: V ENDA S COMPRA S ESTOQUE INICIA L ESTOQUE FINA L

ENTRA R COM OS DA DOS: MV A s eg Fator de Des empenho Superior-FDS Fator de Des empenho In f er ior-FDI

CM V < Z E R O OU L B < Z E R O

S ITUA ÇÃ O A TÍP ICA

1

S IM

NÃ O

S IM

O bs . : M V A s eg = M V A ótim a

NÃ O

NÃ O

NÃ O

NÃ O

S IM

S IM

S IM

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6. FLUXOGRAMA DA APLICAÇÃO DOS PARÂMETROS DE ENTRADA, PROCESSAMENTO E SAÍDA DOS DADOS - CONTINUAÇÃO

Fluxograma 6.1 – Fluxograma de entrada, processamento e saída de dados do programa de monitoramento eletrônico de contribuintes do ICMS.

1

LB < Z ER O OU CMV < Z ER O

F D < F DI

F D > F DI E F D < F DS

PRIORIDADE 1VERMELHO

PRIORIDADE 2AMARELO

PRIORIDADE 3VERDE

TÉRMINO

SIM

SIM

SIM

NÃO

FD > FDS

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7. MODELO PROPOSTO Após análise dos resultados históricos obtidos pelas INFAZ, Alagoinhas, Feira de Santana, Paulo Afonso, Valença e outras, concluímos que seria imprescindível o desenvolvimento de uma nova ferramenta de gestão, cujas técnicas e ações utilizam o potencial tecnológico da SEFAZ e se fundam nas seguintes premissas: - a análise permanente das operações realizadas pelos contribuintes do ICMS, propondo ações, técnicas e estratégias no âmbito das Inspetorias Fazendárias para correção das distorções diagnosticadas, através de dados constantes das Declarações de Apuração Mensal – DMA, disponíveis no Sistema de Informações do Contribuinte – INC, da Secretaria da Fazenda; - a melhoria da eficiência tributária nos segmentos econômicos através de elementos alavancadores de receita e comparação com a MVA de cada segmento econômico; - a comprovação cientifica da sonegação do ICMS, através de formulas matemáticas que relaciona diversas variáveis a exemplo das Compras, Vendas, Estoques e MVA, realizadas pelos contribuintes do ICMS; - a valorização dos funcionários da SEFAZ, tornando-os um instrumento de interação entre a organização e o contribuinte, onde o sistema operacional será uma ferramenta a serviço do profissional; - o resgate do compromisso do preposto fiscal com os objetivos da SEFAZ, tornando-o responsável pelo acompanhamento analítico dos contribuintes. Para finalizar, considera-se que, ao contrário da situação atual, onde o planejamento da fiscalização não envolve parâmetros matemáticos para identificação dos possíveis indícios de sonegação e o monitoramento se concentra mais em confirmar a regularidade dos recolhimentos do ICMS, o modelo apresentado prima pela análise científica dos dados fornecidos pelos contribuintes através das DMAs – Demonstrativos de Movimentação Econômica, disponíveis nos sistemas corporativos da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. Além de não importar em novas despesas, uma vez que o monitoramento já se constitui uma prática no dia-a-dia dos Auditores Fiscais do Estado o modelo de Monitoramento Eletrônico se traduz numa expressiva redução de custos, ao evitar a realização de roteiros de auditorias fiscais em estabelecimentos que não apresentam indícios de sonegação fiscal e só resultam em pura homologação dos lançamentos tributários efetuados pelo contribuinte ao longo de cada exercício fiscal.

8. ESTUDO DE CASOS

Entre os casos estudados, através dos dados constantes da DMA – Demonstrativo de Movimentação Econômica de cada empresa em análise, selecionamos 04(quatro) estabelecimentos, desenvolvidos neste trabalho, onde foi possível detectar as situações previstas nas hipóteses elencadas no presente estudo. No primeiro caso, explicitado na Figura 8.1 ocorre a situação 04, a MVA – margem de valor agregado calculada está tecnicamente igual a MVA do segmento econômico, neste caso está sendo trabalhado um contribuinte do ramo de supermercados, com um fator de desempenho de 98,36%, bem próximo do índice de rigidez ideal de 100%, portanto prioridade para fiscalização é 3, mínima, cor verde, cuja avaliação indica que o contribuinte trabalha na normalidade e arrecada o esperado pelo Estado. Quanto as ações sugeridas fica prejudicado, tendo em vista que, a princípio, não está havendo sonegação do ICMS, no entanto, deve-se auditar peculiaridades legais para evitar possíveis evasões fiscais camufladas de elisões.

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Este tipo de empresa é a ideal para a Secretaria da Fazenda, recolhe seus tributos na normalidade da lei, administra bem o seu fluxo de mercadorias, como se pode verificar os estoques, inicial e final, são parecidos em volume de recursos aplicados, revelando um giro muito bom, além do valor agregado ou lucro bruto está nas expectativas do segmento econômico. No segundo caso, explicitado na figura 8.2 ocorre a situação 4, devido a MVA margem de valor agregado não ficar muito distante da MVA do segmento econômico, porém o fator de desempenho de –8,32% (índice de rigidez) revela uma situação desfavorável para a Secretaria da Fazenda, isto é, fortes indícios de sonegação fiscal, por isso a prioridade de fiscalização ser 1 vermelha. Avalia-se, portanto, que o contribuinte está vendendo sem emissão de notas ou cupons fiscais, com as mercadorias permanecendo no estoque, apenas de forma escritural – estoque final maior que estoque inicial e as vendas menores que as compras. A sugestão de ação fiscal sugerida é auditoria de caixa/passivo fictício por tratar-se de supermercado. Este tipo de empresa não se enquadra em boa parceira para a Secretaria da Fazenda pelo elevado nível de sonegação fiscal, deve ser fiscalizada e monitora constantemente.

No terceiro caso, explicitado na figura 8.3, ocorre a situação 1: a empresa apresenta Margem de Valor Agregado maior que a MVA do segmento (materiais de construção) e Variação de (Vendas – Compras) / Compras inferior à MVA - Margem de Valor Agregado do segmento econômico. Verifica-se um equilíbrio no nível de aquisições, vendas e administração de estoques (elevados em 10,75 %). O fator de desempenho apresenta um índice de rigidez de 94,26 %, muito próximo do ideal.

Esse tipo de empresa se enquadra como parceira ideal para a Secretaria da Fazenda, devendo ser monitorada para acompanhamento e manutenção dos índices ora apresentados. Em termos de fiscalização: prioridade 3 (cor verde).

No quarto caso, explicitado na figura 8.4, ocorre a situação 3: A MVA calculada é maior que a MVA - Margem de Valor Agregado do segmento econômico (supermercados) e a Variação (Vendas – Compras) / Compras menor que a MVA do segmento. Constata-se uma excessiva variação de estoques - 197,44 %, o que pode caracterizar indício de vendas com emissão parcial de documentos fiscais.

Diante da provável omissão de saídas, essa empresa deixa de recolher o imposto sobre o volume de suas vendas, gerando prejuízos ao Fisco Estadual. Além do monitoramento constante, deve ser fiscalizada, com prioridade 2 (cor amarela), com especial atenção para auditoria de caixa, do passivo e da antecipação tributária.

No quinto caso, explicitado na figura 8.5, ocorre situação 2: a MVA – Margem de Valor Agregado calculada é menor que a MVA do segmento econômico e a variação (Vendas – Compras)/compras é maior que a MVA do segmento. Constata-se uma situação de queima de estoques por parte do contribuinte com vantagem para a Secretaria da Fazenda, pois seu recolhimento está muito bom. O Fator de Desempenho está acima do máximo, indicando uma prioridade 3 verde que não inspira nenhuma ação fiscal, a não ser acompanhar se existe omissão de recolhimentos.

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Figura 8.1 – Resultado do Estudo de caso 01 – Monitoramento eletrônico do ICMS

EMPRESA: ESTUDO DE CASO 01 INSC. EST.: 0

EXERCÍCIO: 2001

EI 1.175.764 CMV 16.455.846 EF 1.156.816 LB 3.214.367 C 16.436.898 MVA calc. % 19,53 V 19.670.213

(V-C)/C % 19,67 (EF-EI)/EI % -1,61

MVA seg % 20,00

MVA calc 19,53 MVA seg 20,00(V-C)/C % 19,67 MVA seg 20,00

SITUAÇÃO : 04 MVA calc. < MVA seg. e (V-C)/C < MVA seg.

FATOR DE DESEMPENHO : 98,36 ( Índice de Rigidez)VERDE

PRIORIDADE/COR : 3 VERDE VERDE

AVALIAÇÃO : Indício de sonegação - se (EF-EI)/EI for baixa ->subfaturamento ou vendas sem NFs; - se (EF-EI)/EI for alta -> falta de emissão de NFs, com as merc. permanecendo nos estoques

AÇÃO SUGERIDA :

Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVAX=(EF-EI)/EI Y=(V-C)/C

X Y-1,61 19,67-1,07 19,63-0,54 19,580,00 19,530,54 19,491,07 19,441,61 19,40

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIASECRETARIA DA FAZENDA

MVA X E S T OQUE S X VE NDAS E COMP R AS

-30,00

-20,00

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

-114,22 0,00 114,22 228,45 342,67 456,89

(EF -EI)/EI=0 V=C

(E F -E I)/E I %

(v-c)/c

r eta

MVA seg.

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Figura 8.2 – Resultado do estudo de caso 02 – Monitoramento eletrônico de contribuinte do ICMS

EMPRESA: ESTUDO DE CASO 02 INSC. EST.: 0

EXERCÍCIO: 2001

EI 6.041.217 CMV 6.357.176 EF 7.160.883 LB 995.285 C 7.476.842 MVA calc. % 15,66 V 7.352.461

(V-C)/C % -1,66 (EF-EI)/EI % 18,53

MVA seg % 20,00

MVA calc 15,66 MVA seg 20,00(V-C)/C % -1,66 MVA seg 20,00

SITUAÇÃO : 04 MVA calc. < MVA seg. e (V-C)/C < MVA seg.

FATOR DE DESEMPENHO : -8,32 ( Índice de Rigidez) VERMELHA

PRIORIDADE/COR : 1 VERMELHA VERMELHA

AVALIAÇÃO : Indício de sonegação - se (EF-EI)/EI for baixa ->subfaturamento ou vendas sem NFs;

- se (EF-EI)/EI for alta -> falta de emissão de NFs, com as merc.

permanecendo nos estoques

AÇÃO SUGERIDA : se (EF-EI)/EI for baixa -> audit. de caixa/passivo no caso de subfaturamento;

se (EF-EI)/EI for baixa -> audit. de caixa/passivo/est. fechado no caso de vendas sem NFs;

se (EF-EI)/EI for alta -> audit. de caixa/passivo ou estoque aberto.

Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVAX=(EF-EI)/EI Y=(V-C)/C

X Y18,53 -1,6612,36 4,116,18 9,880,00 15,66-6,18 21,43-12,36 27,20-18,53 32,98

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIASECRETARIA DA FAZENDA

MVA X E S T OQUE S X VE NDAS E COMP R AS

-20,00-15,00

-10,00-5,000,005,00

10,0015,0020,00

25,0030,00

-8,38 0,00 8,38 16,75 25,13 33,51

(EF-EI)/EI=0 V=C

(E F -E I)/E I %

(v-c)/c

r eta

MVA seg.

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Figura 8.3 – Resultado do estudo de caso 03 – Monitoramento eletrônico de contribuintes do ICMS

EMPRESA: ESTUDO DE CASO Nº 03 INSC. EST.: 806133

EXERCÍCIO: 1998

EI 686.029 CMV 2.432.973 EF 759.783 LB 546.329 C 2.506.727 MVA calc. % 22,46 V 2.979.302

(V-C)/C % 18,85 (EF-EI)/EI % 10,75

MVA seg % 20,00

MVA calc 22,46 MVA seg 20,00(V-C)/C % 18,85 MVA seg 20,00

SITUAÇÃO : 03 MVA calc. > MVA seg. e (V-C)/C < MVA seg.

FATOR DE DESEMPENHO : 94,26 ( Índice de Rigidez)VERDE

PRIORIDADE/COR : 3 VERDE VERDE

AVALIAÇÃO : Indício de sonegação - se (EF-EI)/EI for alta ->falta de emissão de NF, com as mercadorias permanecendo nos estoques; - se (EF-EI)/EI for baixa -> não há forte indício de sonegação.

AÇÃO SUGERIDA :

Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVAX=(EF-EI)/EI Y=(V-C)/C

X Y10,75 18,857,17 20,053,58 21,250,00 22,46-3,58 23,66-7,17 24,86-10,75 26,06

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIASECRETARIA DA FAZENDA

MVA X ESTOQUES X VENDAS E COMPRAS

-30,00

-20,00

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

-33,50 0,00 33,50 67,00 100,51 134,01

(EF-EI)/EI=0 V=C

(EF-EI)/EI %

(V-C

)/C %

(v-c)/c

r eta

MVA seg.

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Figura 8.4 – Resultado do estudo de caso 04 – Monitoramento eletrônico de contribuintes do ICMS

EMPRESA: ESTUDO DE CASO Nº 04 INSC. EST.: 47315604

EXERCÍCIO: 1998

EI 120.284 CMV 3.134.426 EF 359.392 LB 606.472 C 3.373.534 MVA calc. % 19,35 V 3.740.898

(V-C)/C % 10,89 (EF-EI)/EI % 198,79

MVA seg % 20,00

MVA calc 19,35 MVA seg 20,00(V-C)/C % 10,89 MVA seg 20,00

SITUAÇÃO : 04 MVA calc. < MVA seg. e (V-C)/C < MVA seg.

FATOR DE DESEMPENHO : 54,45 ( Índice de Rigidez) AMARELA

PRIORIDADE/COR : 2 AMARELA AMARELA

AVALIAÇÃO : Indício de sonegação - se (EF-EI)/EI for baixa ->subfaturamento ou vendas sem NFs; - se (EF-EI)/EI for alta -> falta de emissão de NFs, com as merc. permanecendo nos estoques

AÇÃO SUGERIDA : se (EF-EI)/EI for baixa -> audit. de caixa/passivo no caso de subfaturamento;se (EF-EI)/EI for baixa -> audit. de caixa/passivo/est. fechado no caso de vendas sem NFs; se (EF-EI)/EI for alta -> audit. de caixa/passivo ou estoque aberto.

Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVAX=(EF-EI)/EI Y=(V-C)/C

X Y198,79 10,89132,52 13,7166,26 16,530,00 19,35

-66,26 22,17-132,52 24,99-198,79 27,81

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIASECRETARIA DA FAZENDA

MVA X E S T OQUE S X VE NDAS E COMP R AS

-30,00

-20,00

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

-227,34 0,00 227,34 454,69 682,03 909,37

(EF-EI)/EI=0 V=C

(E F -E I)/E I %

(v-c)/c

reta

MVA seg.

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Figura 8.5 – Resultado do estudo de caso 05 – Monitoramento eletrônico de contribuintes do ICMS

EMPRESA: ESTUDO DE CASO 05 INSC. EST.: 28.204.860 NO

EXERCÍCIO: 1997

EI 55.000 CMV 94.000 EF 46.000 LB 41.000 C 85.000 MVA calc. % 43,62 V 135.000

(V-C)/C % 58,82 (EF-EI)/EI % -16,36

MVA seg % 50,00

MVA calc 43,62 MVA seg 50,00(V-C)/C % 58,82 MVA seg 50,00

SITUAÇÃO : 02 MVA calc. < MVA seg. e (V-C)/C > MVA seg.

FATOR DE DESEMPENHO : 117,65 ( Índice de Rigidez)VERDE

PRIORIDADE/COR : 3 VERDE VERDE

AVALIAÇÃO : OK - ocorrência de queima de estoque por parte do contribuinte

AÇÃO SUGERIDA :

Y = - EI . (MVA+ 100)/100C . X + MVAX=(EF-EI)/EI Y=(V-C)/C

X Y-16,36 58,82-10,91 53,75-5,45 48,690,00 43,625,45 38,5510,91 33,4816,36 28,41

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIASECRETARIA DA FAZENDA

MONITORAMENTO ELETRÔNICO

M VA X E S T OQUE S X VE N D A S E COM P R A S

-60,00

-40,00

-20,00

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

-23,47 0,00(EF -E I)/E I=0

23,47 46,94V=C

70,40 93,87

(E F -E I)/E I %

(v-c)/c

r eta

MVA seg.

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BIBLIOGRAFIA: - Referências Bibliográficas: SANTOS, Luiz Cesar Oliveira. Tratamento Matemático das Variáveis

Vendas/Compras X Estoque Inicial/Estoque Final para Aplicação na Avaliação de Empresas. Alagoinhas-BA, Infaz Alagoinhas, 1999.

- ARRUDA., José Jobson e TENGARRINHA, José Manuel. Historiografia Luso-Brasileira Contemporânea. Bauru/SP, EDUSC, 1999. P.11-15. LE GOFF, Jacques. “História”, in Enciclopédia Einaudi. LOPES, Eliane Marta Teixeira. Perspectivas históricas da educação. São Paulo, Ática, 1986.