MONITORAMENTO HIDROLÓGICO

2014

Boletim No. 15 – 30/04/2014

Boletim de acompanhamento - 2014

1. Figura 01: Mapa de estações estratégicas

2. Comportamento das Estações monitoradas

De acordo com a figura 02 e as tabelas I e II, em termos estatísticos, verificamos:

Bacia do Javari – estações monitoradas em período de vazante.

Bacia do Purus – os rios Acre (Rio Branco – AC) e Purus (Boca do Acre – AM) seguem em processo de vazante e com níveis dentro da média para o período.

Bacia do Negro – No Porto de Manaus, o Rio Negro segue na zona de atenção com nível 09 cm acima do registrado na mesma data do ano de 2013.

Bacia do Solimões – estações monitoradas em período de enchente, em Manacapuru o Rio Solimões está 14 cm abaixo do registrado na mesma data do ano de 2013.

Bacia do Amazonas – em Parintins, o nível do Rio Amazonas atingiu a cota de emergência (8,82 m). Destaca-se que os altos níveis registrados nesta estação são em reflexo a cheia histórica do Madeira.

Bacia do Madeira – estações monitoradas em período de vazante com níveis ainda elevados.

Salientamos que os níveis d’água apresentados na coluna “informação mais recentes” da tabela podem eventualmente ser alterados em função de verificações “in loco” realizadas pelos Técnicos em Hidrologia que operam

trimestralmente a rede hidrometeorológica, ocasião em que são executados os trabalhos de manutenção das estações, bem como o nivelamento das réguas.

Figura 02: Mapa da situação dos níveis atuais

Tabela I: Quadro das Cotas nas Estações de Monitoramento Hidrológico – Enchente

ESTAÇÃO RIO

Enchente Máxima Comparação com mesmo

período da maior enchente (cm) Informação mais

recente

Data da Máxima

Cota (cm)

atingida

Relação com a cota atual (cm)

Data Cota (cm)

Relação com a cota atual (cm)

Data Cota atual (cm)

Palmeiras do Javari Javari 17/03/1993 1692 -576 30/04/1993 1523 -407 30/04/2014 1116

Eirunepé Montante Juruá 04/04/1986 1731 - n/disp - - n/disp -

Gavião Juruá 06/05/1986 1488 - n/disp - - n/disp -

Vila Bittencourt Japurá 29/06/1989 1526 - n/disp - - n/disp -

Rio Branco Acre 14/03/1997 1766 -792 30/04/1997 1077 -103 30/04/2014 974

Boca do Acre Purus 23/02/1971 2183 -499 30/04/1971 1646 38 30/04/2014 1684

São Gabriel da Cachoeira Negro 20/07/2002 1217 -425 23/04/2002 865 -73 23/04/2014 792

Tapuruquara (S.I.R. Negro)

Negro 02/06/1976 890 -300 30/04/1976 709 -119 30/04/2014 590

Barcelos Negro 13/06/1976 1032 -407 30/04/1976 794 -169 30/04/2014 625

Moura Negro 06/07/1989 1544 -349 23/04/1989 1215 -20 23/04/2014 1195

Boa Vista Branco 08/06/2011 1028 -890 23/04/2011 302 -164 23/04/2014 138

Caracaraí Branco 09/06/2011 1114 -898 30/04/2011 332 -116 30/04/2014 216

Tabatinga Solimões 28/05/1999 1382 -134 30/04/1999 1303 -55 30/04/2014 1248

Itapeuá Solimões 03/06/2012 1765 -186 30/04/2012 1684 -105 30/04/2014 1579

Manacapuru Solimões 01/06/2012 2068 -186 30/04/2012 - - 30/04/2014 1882

Careiro Pr. do Careiro

30/05/2012 1743 -167 30/04/2012 1683 -107 30/04/2014 1576

Manaus Negro 29/05/2012 2997 -202 30/04/2012 2920 -125 30/04/2014 2795

Parintins Amazonas 17/06/2009 938 -56 30/04/2009 898 -16 30/04/2014 882

Humaitá Madeira 17/04/1993 2458 31 22/04/1993 2456 33 22/04/2014 2489

Tabela II: Quadro das Cotas nas Estações de Monitoramento Hidrológico – Vazante

ESTAÇÃO RIO

Vazante Máxima Comparação com mesmo

período da maior vazante (cm) Informação mais

recente

Data da Mínima

Cota (cm)

atingida

Relação com a cota atual (cm)

Data Cota (cm)

Relação com a cota atual (cm)

Data Cota atual (cm)

Palmeiras do Javari Javari 31/08/1991 365 751 30/04/1991 1463 -347 30/04/2014 1116

Eirunepé Montante Juruá 10/09/1995 143 - n/disp - - n/disp -

Gavião Juruá 09/10/2005 -97 - n/disp - - n/disp -

Vila Bittencourt Japurá 04/02/1985 314 - n/disp - - n/disp -

Rio Branco Acre 11/04/2011 150 824 30/04/2011 764 210 30/04/2014 974

Boca do Acre Purus 07/10/1998 349 1335 30/04/1998 876 808 30/04/2014 1684

São Gabriel da Cachoeira Negro 07/02/1992 330 462 23/04/1992 725 67 23/04/2014 792

Tapuruquara (S.I.R. Negro)

Negro 13/03/1980 28 562 30/04/1980 428 162 30/04/2014 590

Barcelos Negro 18/03/1980 58 567 30/04/1980 345 280 30/04/2014 625

Moura Negro 12/12/2009 235 960 23/04/2009 1308 -113 23/04/2014 1195

Boa Vista Branco 08/03/2003 10 128 23/04/2003 66 72 23/04/2014 138

Caracaraí Branco 24/03/1998 -10 226 30/04/1998 193 23 30/04/2014 216

Tabatinga Solimões 11/10/2010 -86 1334 30/04/2010 1126 122 30/04/2014 1248

Itapeuá Solimões 10/04/2010 131 -131 30/04/2010 1450 -1450 30/04/2014

Manacapuru Solimões 04/11/1997 495 1387 30/04/1997 1845 37 30/04/2014 1882

Careiro Pr. do Careiro

07/04/2010 125 1451 30/04/2010 1430 146 30/04/2014 1576

Manaus Negro 24/10/2010 1363 1432 30/04/2010 2650 145 30/04/2014 2795

Parintins Amazonas 29/10/2010 -188 1070 30/04/2010 750 132 30/04/2014 882

Humaitá Madeira 01/10/1969 833 1656 22/04/1969 1921 568 22/04/2014 2489

3. Dados climatológicos (SIPAM)

Anomalia e Acumulado de Precipitação

Figura 03 (a, b) – Precipitação acumulada para o mês de abril na Amazônia Legal.

Fonte: http://www.cpc.ncep.noaa.gov (dados processados na DivMet –MN)

Durante o mês de abril, a climatologia de precipitação da Região

Amazônica mostra a presença da Zona de Convergência Intertropical sobre o

Amapá, centro e norte do Amazonas, norte dos estados do Pará e Maranhão,

onde são encontrados os valores máximos de chuva (valores acima de 300

mm/mês). Os valores mínimos de chuva, segundo a climatologia, são

encontrados no norte de Roraima e no sul dos estados do Mato Grosso e

Tocantins, onde já se observa a redução das chuvas (figuras à direita).

A Figura 03 acima (à direita) mostra a precipitação acumulada para o mês

de abril de 2014, indicando a concentração da precipitação sobre o Alto Solimões

e seus afluentes (rios Japurá, Juruá e Jutaí) Médios Rio Madeira e Rio Negro e no

extremo oeste do Amazonas, que abrange a região da Cabeça do Cachorro até a

divisa com o Acre com acumulados de 250 a 300 mm, já no estado do Pará sobre

a foz dos rios Xingu, Amazonas e Paru, acumulados entre 350 e 450 mm, com os

valores mais elevados sobre a Ilha do Marajó.

Foi observado também, volumes de precipitação inferiores a 50 mm no

sudeste do Amazonas.

Figura 04 - Anomalia semanal de TSM (°C) abril de 2014.

Fonte: Dados do NWS/CPC processados pelo SIPAM.

A Figura 04 apresenta o padrão oceânico semanal observado em abril de

2014. As áreas monitoradas na região do Pacífico Equatorial mostram que as

anomalias positivas de TSM estão se intensificando, principalmente nas áreas de

Niño 1+2 e 3.

Na bacia do Atlântico Norte houve mudanças com áreas variando entre os

padrões de neutralidade e águas anômalas frias. Na bacia do Atlântico Sul os

padrões são de neutralidade.

Fonte: http://wxmaps.org/pix/clim.html

Figura 05 - Prognóstico climático para o período 30 de abril a 08 de maio de 2014.

Segundo a figura 05 gerada pelo COLA (Center for Ocean-Land-

Atmosphere Studies) o prognóstico de precipitação, para o período 30 de abril a

08 de maio, indica a possível atuação do sistema de grande escala “Zona de

Convergência Intertropical” (ZCIT) sobre a Amazônia, podendo gerar acumulados

de precipitação sobre o centro-oeste e setor norte do Amazonas, extremo norte e

no litoral do Pará. Sobre o Peru e a Colômbia podem ocorrer registros

significativos de precipitação contribuindo para elevação do nível dos Rios Negro

e Solimões em Território Nacional. No sul dos estados do Mato Groso e

Tocantins, o prognóstico indica a presença de uma extensa massa de ar seca

sem ocorrência de precipitação.

No período de 08 a 16 de maio, o prognóstico de precipitação sugere a

possibilidade da manutenção da Zona de Convergência Intertropical atuando

sobre o litoral paraense e no norte do Amazonas. No setor sudoeste do Mato

Grosso e sul do Tocantins, permanece a atuação da massa de ar seco inibindo a

precipitação.

4. Cotagramas

Rio Negro em Manaus – 14990000

Curvas envoltórias das cotas diárias observadas em Manaus – 14990000

Gráfico 01: Cotagrama do Rio Negro em Manaus. Cota em 30/04/2014: 27,95 m

Obs.: As cotas indicadas no gráfico acima são valores associados a uma

referência de nível local e arbitrária, válida para a régua linimétrica da estação.

Nº de ordem

Ano Cota máxima (cm)

Mês

1 2012 2997 Maio

2 2009 2977 Julho

3 1953 2969 Junho

4 1976 2961 Junho

5 1989 2942 Julho

Tabela IV: Maiores Cheias no Porto de Manaus

Cheia máxima: 29 de maio de 2012 Cota: 29,97 m

Para referência ao nível do mar, devem ser subtraídos 7,00 m às cotas lidas na

régua.

As curvas envoltórias representam os valores máximos, mínimos e de 10%

e 90% de permanência para os valores de cotas já ocorridos em cada dia do ano.

Os valores associados à permanência de 10% ou 90% são os valores acima dos

quais as cotas observadas estiveram em 10% ou 90% do tempo do histórico de

dados. A zona de atenção para o período de cheia corresponde à faixa entre 10%

de permanência e o valor máximo já ocorrido. Para o período de vazante, a zona

de atenção corresponde à faixa entre 90% de permanência no histórico e o valor

mínimo já ocorrido.

Características das cheias e vazantes em Manaus – 14990000

Gráfico 02: Distribuição histórica (%) de cotas máximas e mínimas (atualizado até 2013).

Na série histórica das cotas em Manaus, 74,77% tiveram o valor máximo

anual no mês de junho, 18,92% em julho e 6,31% em maio e 42,86% tiveram o

valor mínimo anual no mês de outubro, 34,82% em novembro, 10,71% em janeiro,

9,82% em dezembro e 0,89% nos meses de fevereiro e setembro.

Gráfico 03: Cotagrama com as cheias e vazantes observadas em Manaus no período 1903 - 2013.

Gráfico 04: Cotagrama das maiores cheias observadas em Manaus no período 1903-2013 comparadas com o ano 2014.

4.1. Bacia do Rio Javari

Cota em 30/04/2014: 11,16 m

Atualização não disponível

4.2. Bacia do Rio Juruá 4.3. Bacia do Rio Japurá

Atualização não disponível

(obs: dados corrigidosde acordo com banco de dados da ANA)

Atualização não disponível

4.4. Bacia do Rio Purus 4.5. Bacia do Rio Negro

Cota em 30/04/2014: 9,74 m

Cota em 23/04/2014: 7,92 m

Cota em 30/04/2014: 16,84 m

Cota em 30/04/2014: 5,90 m

4.5. Bacia do Rio Negro (cont.)

Cota em 30/04/2014: 6,25 m

Cota em 23/04/2014: 1,38 m

Cota em 23/04/2014: 11,95 m

Cota em 30/04/2014: 2,16 m

4.5. Bacia do Rio Negro (cont.)

Cota em 30/04/2014: 27,95 m

Cota em 30/04/2014: 15,79 m

4.6. Bacia do Rio Solimões

Cota em 30/04/2014: 12,48 m

Cota em 30/04/2014: 18,82 m

4.7. Bacia do Rio Amazonas 4.8. Bacia do Rio Madeira

Cota em 30/04/2014: 8,82 m

Cota em 22/04/2014: 24,89 m

Cota em 30/04/2014: 15,76 m

Os dados hidrológicos utilizados neste boletim são provenientes da rede hidrometeorológica de responsabilidade da Agência Nacional de Águas, operada pelo Serviço Geológico do Brasil e os dados de climatologia foram fornecidos pelo SIPAM.

Manaus, 30 de abril de 2014.

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Marco Antônio de Oliveira

Superintendente Regional da CPRM/Manaus

CPRM – Serviço Geológico do Brasil