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Monitorização da Evolução de Fundos Estuarinos e Ecologia do Projeto “Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço Dunar da Praia da Franquia” na Fase de Pós- obra (Ano 2 – 2º semestre) Monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos Dezembro de 2019 Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º Semestre) ORIGINAL

Monitorização da Evolução de Fundos Estuarinos e Ecologia€¦ · Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 –

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Monitorização da Evolução de Fundos Estuarinos e Ecologia

do Projeto “Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira

para Reforço Dunar da Praia da Franquia” na Fase de Pós-

obra (Ano 2 – 2º semestre)

Monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos

Dezembro de 2019

Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º Semestre)

ORIGINAL

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Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º semestre) (dezembro de 2019) 2

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ÍNDICE GERAL

1 . I n t r o d u ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 . 1 . I d e n t i f i c a ç ã o e o b j e t i v o s d a m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 . 2 . Â m b i t o d o R e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1 . 3 . E n q u a d r a m e n t o L e g a l . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 4 . A p r e s e n t a ç ã o d a e s t r u t u r a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 . 5 . A u t o r i a t é c n i c a d o r e l a t ó r i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 . A n t e c e d e n t e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 . 1 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m o s p r o c e s s o s d e A I A e P ó s - A I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2 . 2 . A n t e c e d e n t e s r e l a c i o n a d o s c o m a m o n i t o r i z a ç ã o d a e v o l u ç ã o d o s f u n d o s e s t u a r i n o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 . D e s c r i ç ã o d o p l a n o d e m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1

3 . 1 . M o n i t o r i z a ç ã o d a E v o l u ç ã o d o s F u n d o s E s t u a r i n o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1

3 . 1 . 1 . P a r â m e t r o s A v a l i a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1

3 . 1 . 2 . L o c a i s e F r e q u ê n c i a d e A m o s t r a g e m . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2

3 . 1 . 3 . T é c n i c a s e m é t o d o s d e r e c o l h a d e d a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 3

3 . 1 . 4 . M é t o d o s d e T r a t a m e n t o d e d a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 4

3 . 2 . R e l a ç ã o d o s d a d o s c o m c a r a c t e r í s t i c a s d o p r o j e t o o u d o a m b i e n t e e x ó g e n o a o p r o j e t o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 7

3 . 3 . C r i t é r i o s d e a v a l i a ç ã o d e d a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 7

4 . R e s u l t a d o s e d i s c u s s ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8

4 . 1 . E v o l u ç ã o d o s F u n d o s E s t u a r i n o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 8

4 . 2 . A v a l i a ç ã o d a e f i c á c i a d a s m e d i d a s a d o t a d a s p a r a p r e v e n i r o u r e d u z i r i m p a c t e s . . 4 2

4 . 3 . C o m p a r a ç ã o c o m o s i m p a c t e s p r e v i s t o s n o E I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2

5 . C o n c l u s õ e s e r e c o m e n d a ç õ e s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3

5 . 1 . S í n t e s e d a a v a l i a ç ã o d o s i m p a c t e s m o n i t o r i z a d o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3

5 . 2 . P r o p o s t a o u a l t e r a ç ã o d e m e d i d a s d e m i t i g a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 5

5 . 3 . A n á l i s e d a a d e q u a b i l i d a d e d o p l a n o d e m o n i t o r i z a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 6

6 . R e f e r ê n c i a s b i b l i o g r á f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 7

7 . A n e x o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 8

7 . 1 . A n e x o I – D e s e n h o s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 8

7 . 2 . A n e x o I I – P e r c e n t a g e m d e s e d i m e n t o s n a F a s e d e O b r a , P ó s - O b r a ( A n o 1 ) e P ó s -O b r a ( A n o 2 - 1 º e 2 º s e m e s t r e ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 9

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1. INTR ODUÇÃO

1.1. Identificação e objetivos da monitorização

O “Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia” tem como objetivos a mitigação da erosão na praia da Franquia e a melhoria das condições de navegabilidade no canal principal do estuário, na sua porção terminal.

O Estudo Prévio do referido projeto foi objeto de um procedimento de AIA, através do “Estudo de Impacte Ambiental do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia”, do qual resultou, em novembro de 2015, uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada.

A Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução resultante do processo de Avaliação de Impacte Ambiental, emitida em agosto de 2016, apresenta um conjunto de Planos de Monitorização a aplicar na área de intervenção, referentes às Componentes de Ecologia, Evolução dos Fundos Estuarinos e Património Cultural. No que diz respeito à Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos, a que diz respeito o presente relatório de monitorização, o faseamento previa a realização de campanhas na Fase Pré-obra; Fase de Obra (imediatamente após a conclusão dos trabalhos de dragagem) e Fase Pós-Obra (anualmente durante os dois anos seguintes à execução das dragagens, novamente passado dois anos, após o qual deve ocorrer, pelo menos, de cinco em cinco anos), sendo o presente documento respeitante ao 2º Relatório da Fase de Pós-Obra (2º semestre do 2º ano após o término da obra, coincidente com o final do verão) referente à Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos.

O Plano de Monitorização da componente de Evolução dos Fundos Estuarinos engloba a realização de levantamentos topo-hidrográficos, perfis de praia das praias intervencionadas e adjacentes e a recolha e análise granulométrica de sedimentos de praia. Engloba ainda observações periódicas da eficácia do sistema de retenção sedimentar (anualmente, durante os cinco anos seguintes à sua instalação).

O presente relatório engloba todas estas componentes, após ter sido emitido um relatório relativo ao 1º semestre do 2º ano, que apenas abrangeu a análise dos perfis de praia das praias intervencionadas e adjacentes e a recolha e análise granulométrica de sedimentos de praia.

1.2. Âmbito do Relatório

O presente relatório apresenta resultados das campanhas de monitorização da componente de evolução dos fundos estuarinos, nomeadamente dos levantamentos topo-hidrográficos, recolha de amostras de sedimentos para análise granulométrica e avaliação dos perfis de praia, correspondentes ao 2º ano da Fase de Pós-Obra. Compreende ainda os resultados relativos à observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar instalado.

O “Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia” localiza-se no distrito de Beja, concelho de Odemira e freguesias de Vila Nova de Milfontes e Longueira/Almograve, na foz do rio Mira (troço terminal do estuário).

A área intervencionada (Figura 1; Figura 26, Anexo I), inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), corresponde a uma extensão de costa que se caracteriza, entre outros, pelo seu valor geológico e pela elevada biodiversidade presente. A sua importância para a conservação da natureza levou à sua classificação como Zona de Proteção Especial (PTZPE0015), pelo Decreto-Lei n.º 384-B/99, de 23 de setembro. O estuário do rio Mira insere-se também na Zona Especial de Conservação (ZEC)

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da Costa Sudoeste, criada no âmbito da Diretiva Habitats (Diretiva 79/409/CEE), inserindo-se na Rede Natura 2000.

No âmbito da campanha da Fase de Pós-Obra (2º ano) foram realizados levantamentos topo-hidrográficos, recolha de amostras de sedimento para análise granulométrica, realização de perfis de praia e observação da eficácia do sistemas de retenção sedimentar, tal como previsto na respetiva DCAPE. Os trabalhos de monitorização (levantamentos topo-hidrográficos) decorreram nos dias 21, 22 e 23 de outubro de 2019.

Figura 1 – Áreas classificadas para a conservação na natureza nas quais a área do projeto de encontra inserido: área de

intervenção.

1.3. Enquadramento Legal

De acordo com o n.º 5 do artigo 12º do Decreto-Lei n.º 69/2000 de 3 de maio, o EIA relativo ao projeto em causa apresenta um programa de monitorização para os descritores considerados mais sensíveis. Essa imposição legal foi formalizada na DCAPE emitida a 16 de agosto de 2016.

De acordo com o previsto no n.º 2 do artigo 29º do Decreto-Lei anteriormente referido, o presente relatório deverá ser submetido à autoridade de AIA (Avaliação de Impacte Ambiental) nos prazos fixados na DCAPE.

1.4. Apresentação da estrutura do relatório

O presente relatório de monitorização seguiu a estrutura definida na Portaria n.º 395/2015 de 4 de novembro. O seu conteúdo foi adaptado ao âmbito dos trabalhos efetuados, tal como previsto nesta mesma Portaria, sendo organizado em sete capítulos:

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• Capítulo 1: Introdução – descrição dos objetivos, âmbito e enquadramento legal do projeto e enquadramento legal do relatório de monitorização;

• Capítulo 2: Antecedentes – referências a documentos antecedentes (AIA e pós-AIA);

• Capítulo 3: Descrição dos programas de monitorização – descrição das metodologias de campo, análise de dados e critérios de avaliação;

• Capítulo 4: Resultados e Discussão – apresentação e discussão dos resultados obtidos;

• Capítulo 5: Conclusões e recomendações – síntese da avaliação de impactes monitorizados e análise do plano e/ou das medidas de mitigação em curso;

• Capítulo 6: Referências bibliográficas;

• Capítulo 7: Anexos

O respetivo esquema de apresentação pode ser consultado no Índice, na página 2.

1.5. Autoria técnica do relatório

A equipa técnica responsável pelo presente relatório de monitorização e pelo trabalho de campo é apresentada no Quadro 1.

Quadro 1 – Equipa técnica.

Nome Formação Funções

António Caldeira Hidrografia e Topografia Responsável Técnico pelos

Levantamentos Topo-hidrográficos

João Paulo Medeiros Mestre em Pescas e Aquacultura

Doutorando em Ciências Marinhas Análise Granulométrica

Luís Rosa Licenciado em Biologia

Pós-graduado em Biologia da Conservação

Elaboração de Relatório

Gestão de Projeto

Paulo Cardoso

Licenciado em Biologia Ambiental

Pós-graduado em Gestão de bases de dados espaciais e SIG

Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental

Elaboração do MDT

Análise dos Perfis de Praia

Sandra Rodrigues

Licenciada em Biologia Ambiental – Especialização Marinha

Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental

Doutoranda em Estatística Operacional Aplicada – Especialização em Bioestatística

Observação do Sistema de Retenção Sedimentar

Joana Santos Licenciada em Biologia Ambiental – Variante Terrestres

Mestre em Ecologia e Gestão Ambiental Coordenação

João Paula

Licenciado em Biologia

Pós-Graduado em Sistemas de Informação Geográfica – Recursos Agroflorestais e Ambientais

Coordenação

Helena Coelho Licenciada em Biologia, Mestre em Ciências das Zonas Costeiras

Doutorada em Biologia Coordenação

Miguel Mascarenhas Licenciado em Biologia Vegetal Aplicada

Mestrado em Evaluación de Impacto Ambiental Coordenação

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Relatório entregue a 13 de dezembro de 2019.

Citação recomendada:

Bioinsight. 2019. Elaboração de “Programa de Monitorização para as Componentes de Evolução dos Fundos Estuarinos e Ecologia, para o Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço Dunar” – Relatório da Fase de Pós-Obra (Ano 2 – 2º semestre) (Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos). Relatório elaborado para a Polis Litoral Sudoeste. Bioinsight, Lda. Odivelas, dezembro de 2019.

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2. ANTECEDENTES

2.1. Antecedentes relacionados com os processos de AIA e Pós-AIA

As ações deste Projeto foram objeto de um processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), iniciado em 27 de fevereiro de 2015, após a receção de todos os elementos necessários à boa instrução do mesmo. Em novembro do mesmo ano foi emitida a respetiva Declaração de Impacte Ambiental (DIA). O Projeto de Execução e respetivo Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) foram enviados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), tendo sido emitida em agosto de 2016, a Decisão sobre a Conformidade Ambiental dos Projetos de Execução (DCAPE).

No âmbito do plano de monitorização definido na DCAPE, foi realizado o relatório de monitorização da Fase de Pré-obra, tendo sido enviado à APA a 18 de abril de 2017.

Com o início da obra foi necessário fazer alterações ao projeto, que foi comunicada à APA em 11 de julho de 2017. As alterações ao projeto consistem na revisão da zona de dragagem e ligeira redução da cota de dragagem, de modo a minimizar o volume de trabalhos a mais decorrentes da diferença existente entre o levantamento topo-hidrográfico que serviu de base à elaboração do projeto e a situação atual.

Também no âmbito do plano de monitorização definido na DCAPE, foi realizado o relatório de monitorização da Fase de Obra (enviado à APA a 15 de janeiro de 2018) (Bioinsight, 2017b), o relatório de monitorização da Fase de Pós-Obra (enviado à APA a 7 de maio de 2019) (Bioinsight, 2019a), e o relatório do 1º semestre do 2º ano da Fase de Pós-Obra (enviado à APA a 4 de setembro de 2019) (Bioinsight, 2019b).

2.2. Antecedentes relacionados com a monitorização da evolução dos fundos estuarinos

O presente relatório apresenta os dados obtidos nas campanhas de monitorização das componentes de evolução dos fundos estuarinos, correspondentes ao segundo semestre do 2º ano da Fase de Pós-Obra, tendo a campanha sido realizada nos dias 21, 22 e 23 de outubro de 2019.

Na primeira campanha de monitorização, correspondente à Fase de Pré-obra, foram realizados levantamentos topo-hidrográficos (campanha realizada nos dias 2 e 6 de fevereiro de 2017), tendo por base linhas de perfis. Considerou-se para o espaçamento entre perfis uma distância de 100m como adequada para a monitorização de eventuais alterações que ali ocorram. Este espaçamento levou à realização de 4 perfis na campanha da Fase de Pré-obra. O domínio do estudo estendeu-se entre as cotas +8ZH (sendo o limite definido pela “crista” do cordão dunar) e o 0,4ZH.

Posteriormente os dados foram processados, e foi criado um ficheiro em formato texto (xyz) e cad (dwg) com a localização de cada um dos 4 perfis e dos 555 pontos cotados localizados sobre esses perfis. Toda a informação recolhida permitiu produzir um MDT (Modelo Digital do Terreno) utilizando um algoritmo de interpolação denominado krigging (Figura 2) (Bioinsight, 2017a).

Com o início da obra foi necessário fazer alterações ao projeto. As alterações ao projeto consistiram na revisão da zona de dragagem e ligeira redução da cota de dragagem, de modo a minimizar o volume de trabalhos a mais decorrentes da diferença existente entre o levantamento topo-hidrográfico que serviu de base à elaboração do projeto e a situação então verificada.

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Na segunda campanha de monitorização, correspondente à Fase de Obra (imediatamente após a intervenção), foram também realizados levantamentos topo-hidrográficos (campanha realizada nos dias 19 e 20 de setembro de 2017), tendo por base linhas de perfis. Foram realizados 11 perfis na campanha da Fase de Obra. O domínio do estudo estendeu-se entre as cotas +9,29ZH e o -18,83H.

Tal como na fase de Pré-Obra, os dados foram processados, e foi criado um ficheiro em formato texto (xyz) e cad (dwg) com a localização de cada um dos 11 perfis e dos 969039 pontos cotados localizados sobre esses perfis. A informação recolhida permitiu produzir o MDT (Modelo Digital do Terreno) para a Fase de Obra, utilizando o algoritmo de interpolação denominado krigging (Figura 3) (Bioinsight, 2017b).

Na terceira campanha de monitorização, correspondente à fase de Pós-Obra (Ano 1), foram também realizados levantamentos topo-hidrográficos (campanha realizada nos dias 3 e 4 de fevereiro de 2019) tendo por base linhas de perfis. Foram realizados 11 perfis na campanha da Fase de Obra. O domínio do estudo estendeu-se entre as cotas +8,28ZH e -13,31ZH na Fase de Pós-Obra. A metodologia ade análise foi a mesma das campanhas anteriores, tendo sido criado um ficheiro em formato texto (xyz) e cad (dwg) com a localização de cada um dos 11 perfis e dos 1063331 pontos cotados localizados sobre esses perfis. A informação recolhida permitiu produzir o MDT (Modelo Digital do Terreno) para a Fase de Pós-Obra, utilizando-se também o algoritmo de interpolação denominado krigging (Figura 4) (Bioinsight, 2019).

Na quarta campanha de monitorização, correspondente ao 1º semestre do Ano 2 da fase de Pós-Obra, foram realizados levantamentos topográficos dos 11 perfis (campanha realizada no dia 20 de maio de 2019). Foram comparados os perfis verticais na área de estudo entre as diferentes fases de obra: Fase de Pré-Obra, Fase de Obra (imediatamente após o término) e Fase de Pós-Obra (Ano 1 e 1º Semestre do Ano 2).

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Figura 2 – Modelo Digital do Terreno (MDT) obtido na Fase de Pré-obra, com as respetivas áreas de intervenção definidas inicialmente.

Figura 3 – Modelo Digital do Terreno (MDT) obtido na Fase de Obra, com as áreas de intervenção finais.

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Figura 4 – Modelo Digital do Terreno (MDT) obtido na Fase de Obra, com as áreas de intervenção finais.

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3. DESCRIÇÃO DO PLANO DE MONITOR IZAÇÃO

3.1. Monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos 3.1.1. Parâmetros Avaliados

Levantamento topo-hidrográfico

Foram realizados levantamentos topo-hidrográficos a partir dos quais foram elaborados perfis transversais, com os quais foi executado um Modelo Digital de Terreno (MDT) da praia das Furnas (frente oceânica).

A análise da monitorização da componente de Evolução dos Fundos Estuarinos teve em consideração os seguintes dados:

• Levantamento topo-hidrográfico da praia das Furnas (frente oceânica), na Fase de Pré-Obra;

• Levantamento topo-hidrográfico global das áreas imersas intervencionadas e da envolvente e ainda das áreas de destino final de dragados (praia da Franquia e praia das Furnas), na Fase de Obra e Pós-Obra (ano 1 e ano 2);

• Realização de perfis de praia, para avaliar a evolução da geometria das praias intervencionadas, sendo executados 4 perfis na praia da Franquia, 4 perfis na praia das Furnas (face oceânica) e 3 perfis na praia das Furnas (face estuarina), na Fase de Obra e de Pós-Obra (Ano 1 e 1º e 2º Semestre do Ano 2) (Figura 5);

• Recolha de sedimentos para análise granulométrica, na Fase de Obra e Pós-Obra (Ano 1 e 1º e 2º Semestre do Ano 2), para determinação das percentagens de sedimentos que se enquadram na fração fina (siltes+argilas) e na fração grosseira (areia+seixo) (Figura 5).

Considerou-se para o espaçamento entre perfis uma distância de 100m como adequada para a monitorização de eventuais alterações que ali ocorram, tendo os mesmos sido executados à escala de 1:100.

O domínio do estudo estendeu-se entre as cotas +8ZH (sendo o limite definido pela “crista” do cordão dunar) e o 0,4ZH, na Fase de Pré-Obra, entre as cotas +9,29ZH e o -18,83ZH, na Fase de Obra, entre as cotas +8,28ZH e -13,31ZH no Ano 1 da Fase de Pós-Obra, e entre as cotas +25,88ZH e -18,39ZH no Ano 2 da Fase de Pós-Obra.

Observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar

Foi também realizada a observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar, e realizados ortofotomapa e levantamento topográfico com recurso a drone, a partir do qual foi criado um Modelo Digital de Terreno (MDT) do sistema dunar protegido pelo sistema de retenção.

A análise da eficácia do sistema de retenção sedimentar teve em consideração os seguintes dados:

• Observação no local e registo fotográfico do estado de conservação do sistema de retenção instalado, no primeiro ano e segundo ano após a instalação;

• Levantamento topográfico (e perfil) do sistema dunar protegido pelo sistema de retenção dunar, no primeiro e segundo ano após a instalação;

• Ortofotomapa, para análise da cobertura da vegetação, no primeiro e segundo ano após a instalação.

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Figura 5 – Localização dos perfis e respetivos locais de recolha de sedimentos para análise granulométrica.

3.1.2. Locais e Frequência de Amostragem

Levantamento topo-hidrográfico

Foi realizada uma campanha de amostragem, correspondente à monitorização do Ano 2 da Fase de Pós-Obra, tendo sido realizado o levantamento topo-hidrográfico em todas as áreas imersas intervencionadas e da envolvente e ainda das áreas de destino final de dragados, numa extensão de cerca de 3100 metros, de acordo com o indicado na respetiva DCAPE.

Assim a monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos é composta por:

• Uma campanha de amostragem realizada antes das dragagens (fase de Pré-Obra), de forma a estabelecer a situação de referência inicial;

• Uma campanha de amostragem realizada imediatamente após a conclusão das operações de dragagem (Fase de Obra), de forma a estabelecer uma nova situação de referência;

• Uma campanha de amostragem realizada um ano após a conclusão das operações de dragagem (fase de Pós-Obra), de forma a avaliar a evolução do sistema após a intervenção realizada.

• Uma campanha de amostragem realizada dois anos após a conclusão das operações de dragagem (fase de Pós-Obra), de forma a avaliar a evolução do sistema após a intervenção realizada.

Observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar

No que diz respeito à observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar, foi realizada uma campanha de amostragem, no segundo ano após a instalação do sistema de retenção, tendo sido feita a

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observação, levantamento topográfico e ortofotomapas do sistema dunar protegido pelo sistema de retenção sedimentar.

Assim a observação da eficácia do sistema de retenção é composta, até à data, por:

• Uma campanha de amostragem realizada no primeiro ano após a instalação do sistema de retenção sedimentar, de forma a avaliar a sua eficácia e estado de conservação, e a estabelecer a situação de referência inicial do perfil do sistema dunar protegido.

• Uma campanha de amostragem realizada no segundo ano após a instalação do sistema de retenção sedimentar, de forma a avaliar a sua eficácia e evolução do seu estado de conservação.

3.1.3. Técnicas e métodos de recolha de dados

Levantamento topo-hidrográfico

O levantamento topográfico e a georreferenciação de todos os elementos foram efetuados com base nas seguintes especificações técnicas, mencionadas no Plano de Monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos:

• Datum 73 – Hayford Gauss Militares;

• Referencial Altimétrico: ZH (Zero hidrográfico), situado 2.0 metros abaixo do NM (Datum Cascais (1938).

• Foram utilizados para apoio ao levantamento topo-hidrográfico, os tacos 10A HD 11/05 e 10 B HD 11/05, situados a SW e a NW da Ponte de Vila Nova de Milfontes respetivamente, com as seguintes coordenadas:

Quadro 2 – Coordenadas dos tacos situados na Ponte de Vila Nova de Milfontes (sistema de coordenadas Hayford Gauss, Datum 73)

Designação M P Nível mts (ZH)

10A HD 11/05 -56 080.139 -215 508.622 27.167

10B HD 11/05 -56 228.236 -215 156.688 27.153

LHT 01 -57 806.242 -216 049.274 17.267

Desta forma, o apoio topográfico foi efetuado com base na calibração (RENEP), efetuada no ponto LHT 01, sendo que através da calibração utilizada com base nos tacos de Nivelamento acima mencionados foi utilizada a RENEP de modo a se obterem as precisões pretendidas.

Os levantamentos topo-hidrográficos foram executados à escala 1:2000, de acordo com o indicado na DCAPE, tendo estes sido realizados com o auxílio de equipamentos GPS RTK, (em regime de tempo real), onde foram levantados todos os pormenores próprios inerentes à escala do levantamento topográfico.

À semelhança do verificado em campanhas anteriores, as principais dificuldades que se verificaram durante a realização dos perfis transversais foram as seguintes:

• Ondulação elevada para o máximo da maré baixa;

• Correntes que foram sentidas aquando da realização dos levantamentos topo-hidrográficos.

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A conjugação destes dois fatores com o facto de o substrato ser do tipo irregular, levou à impossibilidade de percorrer em segurança a totalidade da área a caracterizar, de barco. Esta limitação manifestou-se, na presente campanha, na extremidade norte da praia da Franquia. Na zona da praia da Franquia onde não foi possível obter dados a partir dos levantamentos topo-hidrográficos, fez-se levantamentos topográficos a partir de terra, nos perfis definidos na metodologia.

Para a análise granulométrica, foram recolhidas amostras de sedimento. Foram recolhidas 33 amostras, 3 por cada perfil. Para o efeito foi utilizado um Tubo de Amostragem de Sedimentos Móveis em PVC, com um diâmetro de 11 cm e profundidade de 30 cm. O processo de amostragem de sedimento consiste na perfuração do sedimento, até atingir os 30 cm de profundidade. Posteriormente, para promover o alargamento da perfuração, foram realizados movimentos circulares. Para retirar o tubo de amostragem com a amostra devidamente acondicionada, o mesmo foi inclinado, sendo que a extremidade inferior do tubo foi sustentada pelo técnico. Este processo, garante que a amostra é recolhida sem qualquer perda, ainda que o tipo de sedimento promova a existência de vácuo no interior do tubo. Todo este processo foi realizado de um modo expedito, e o mais rápido possível, de modo a evitar a fuga de qualquer organismo pela parte posterior do tubo de amostragem. As amostras recolhidas foram acondicionadas e devidamente etiquetadas, sendo imediatamente transportadas para laboratório especializado.

Observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar

A observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar foi efetuada com base nas diretrizes mencionadas no Plano de Monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos, procedendo-se à análise das condições de cobertura vegetal e do robustecimento das áreas intervencionadas, compreendendo registo fotográfico das condições fisiográficas.

De forma complementar ao previsto no plano de monitorização, fez-se um ortofotomapa com recurso a drone, de forma a melhor caracterizar a cobertura vegetal do sistema dunar, e fez-se o levantamento topográfico com recurso ao mesmo aparelho, e a partir do qual se criou um MDT, de forma a analisar o perfil fisiográfico do sistema dunar.

O levantamento com drone foi realizado a partir de uma altitude de cerca de 20 metros, com uma definição de 72dpi. O mapa topográfico foi feito a uma escala de 10cms entre isolinhas.

3.1.4. Métodos de Tratamento de dados

Levantamento topo-hidrográfico

A execução do levantamento topográfico dos perfis consiste na recolha de todos os elementos topográficos que definem o terreno, de modo a que seja possível representar os perfis ao longo da área de estudo.

Em gabinete foi preparado todo o trabalho de campo, tendo sido previamente definidas as linhas dos perfis em cima da cartografia fornecida e com um espaçamento de 100 em 100 metros (Figura 5). Essa informação foi carregada nos respetivos equipamentos de modo a que em campo essas linhas servissem de orientação para o levantamento dos pontos em campo. Tendo como base as linhas criadas e preparadas em gabinete foram levantados todos os perfis. Assim, em todos os perfis, foram analisados os locais e foi verificado se existiam restrições ou dificuldades para a realização dos mesmos.

Para a realização dos perfis foram utilizados os equipamentos mencionados anteriormente. Posteriormente os dados foram processados, e foi criado um ficheiro em formato texto (xyz) e cad (dwg)

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com a localização de cada um dos 11 perfis e dos 1057246 pontos cotados localizados sobre esses perfis e restante área de estudo.

Quanto ao conteúdo e estrutura do ficheiro cad (dwg), no que respeita a níveis, cores, espessuras, tipos de traço, simbologia e estilos de letra de layers, foram definidos com base nos requisitos apresentados no caderno de encargos.

Depois de concluído todo o trabalho de campo relativo ao levantamento batimétrico foi realizado o trabalho de gabinete que consiste em desenhar o perfil obtido pelas equipas de campo.

Este trabalho de gabinete, no que respeita à produção do MDT com recurso a software Manifold GIS, consistiu em importar a informação produzida por intermédio do trabalho de campo e definir qual a dimensão da célula mais adequada a adotar na conversão da informação espacial (e altimétrica) para um formato raster, obtendo assim o MDT.

Para o procedimento que conduziu à criação do MDT, foram tidos em conta todos os 1057246 pontos cotados, cuja distribuição se encontra disponível na Figura 6.

Figura 6 – Localização dos perfis e respetivos pontos cotados.

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Foi necessário ter em consideração o espaçamento de 100m entre perfis e a localização dos pontos cotados sobre estes. Quanto à localização dos pontos cotados (Figura 6), é possível verificar que estes apresentam uma distância menor (aproximadamente 1 m) entre eles.

Tendo por base estes valores de espaçamento entre perfis (100m) e entre pontos cotados (aproximadamente 1 m) localizados na área com maior detalhe, produziu-se um MDT utilizando um algoritmo de interpolação denominado krigging.

Para se efetuar a comparação entre os MDT’s da Fase de Pré-Obra, Obra e Pós-Obra (Ano 1 e 2) foram criadas superfícies com base nos pontos, sendo construídas com o algoritmo Multilevel B-Spline (Lee et al., 1997).

Para cada período aplicou-se o algoritmo com as definições padrão e uma resolução de 5m. Para a superfície das diferenças, utilizou-se álgebra de mapas, subtraindo-se a superfície Pós-Obra (Ano 2) da Pós-Obra (Ano 1), da Pré-Obra, e Obra.

A construção dos perfis batimétricos foi realizada em R (R Core Team 2017) com recurso ao package raster Hijmans (2016), tendo-se extraído os valores de cada pixel das superfícies Pré, Obra e Pós-Obra aos transectos estabelecidos.

Também em R (R Core Team 2017), foi estimado o volume areia ganho ou perdido nas áreas intervencionadas (entre a fase de Obra e Pós-obra), através da contabilização do número de pixéis em cada uma das áreas e estimativa do volume com base no tamanho do pixel (0,25m2) e na diferença batimétrica entre fases.

No que diz respeito à análise granulométrica, após as amostras chegarem ao laboratório, secaram-se amostras de sedimento, numa estufa a 60 ºC, que posteriormente foram lavadas num crivo de 63 µm para determinação da fração fina (argilas+siltes). As restantes partículas (fração grosseira – areia, cascalho e seixos) foram novamente secas numa estufa a 60 ºC e passadas através de uma coluna de cinco crivos (2000 µm, 1000 µm, 500 µm, 250 µm e 63 µm). As frações de sedimento retidas em cada crivo foram pesadas individualmente, tendo a componente vasosa sido determinada por diferença relativamente ao peso inicial.

Observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar

Foi feita uma caracterização qualitativa do estado de conservação do sistema de retenção (constituído por paliçadas), e do sistema dunar protegido pelo mesmo, bem como da cobertura de vegetação.

Relativamente à execução do ortofotomapa e do mapa topográfico da área, este foi realizado com recurso à montagem do conjunto de fotografias tiradas com o drone, que foram tiradas seguindo um plano de voo em grelha sobre a área de estudo o que permite a construção da topografia e do MDT, com recurso a software específico.

Em ambiente SIG foi, posteriormente, analisada a fisiografia do perfil da duna, através de um eixo que atravessa a duna em toda a extensão do sistema de retenção (cerca de 55m), estendendo-se mais 10 metros a partir de cada extremidade (Figura 7).

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Figura 7 – Localização do sistema de retenção sedimentar e perfil dunar analisado.

3.2. Relação dos dados com características do projeto ou do ambiente exógeno ao projeto

O presente programa de monitorização segue um desenho experimental que permite acompanhar a evolução dos fundos estuarinos na área a intervencionar, antes, durante e depois da realização do projeto. De referir que o desenho experimental adotado está de acordo com o disposto na DCAPE, salvaguardando-se que serão cumpridos todos os objetivos propostos no referido documento.

3.3. Critérios de avaliação de dados

Não aplicável no âmbito da monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Evolução dos Fundos Estuarinos

Levantamento topo-hidrográfico

A partir do levantamento topo-hidrográfico com elevada densidade de pontos cotados (1057247) e elevada precisão tridimensional, foi produzido o MDT correspondente à Fase de Pós-obra (Ano 2) (Figura 9). Foi possível efetuar a comparação com o obtido na Fase de Pré-Obra, Obra e Pós-obra (Ano1) (Figura 10), de forma a avaliar a evolução da morfologia nas zonas emersas e envolvente, da área de estudo.

De uma forma geral, o levantamento topo-hidrográfico indica que, na área de estudo:

▪ o trabalho de campo abrangeu uma área com a cota entre e entre as cotas +25,88ZH e o -18,39ZH (valores aproximados), máxima e mínima, respetivamente;

▪ as cotas de terreno mais elevadas surgem na face oceânica da praia das Furnas, assim como na praia da Franquia, correspondendo às áreas de realimentação, assinaladas no projeto;

▪ as cotas de terreno mais baixas surgem junto à ponte de Vila Nova de Mil Fontes;

▪ grande parte do canal central possui uma cota a variar entre -3,1ZH e -1ZH.

Na Figura 11, Figura 12 e Figura 13 é possível observar a diferença entre o MDT obtido para os dados da Fase de Pré-Obra, Obra e Pós-obra (Ano 1), e os dados obtidos na Fase de Pós-obra (Ano 2).

Entre o ano 1 da fase de Pós-obra e o ano 2 (Figura 13) verificou-se a mesma tendência que se havia verificado entre a fase de Obra (imediatamente após o término) e o ano 1 da fase de Pós-obra, com um aumento da batimetria nas zonas dragadas e diminuição da batimetria na área de deposição de areias da praia da Franquia, sobretudo na sua extremidade sudeste, adjacente à área dragada (Figura 12), correspondente à zona de espalho e início da praia submersa. Houve, contudo, um abrandamento significativo no assoreamento nas áreas de dragagem, comparativamente ao verificado na fase anterior. Na extremidade oeste da face oceânica da praia das Furnas (onde se depositou excedente da areia dragada) verificou-se também a diminuição da batimetria (Figura 12), numa magnitude superior ao verificado entre a fase de Obra e Pós-obra (ano 1).

Entre a fase de Obra e Pós-Obra (ano 2) verificou-se, portanto, um aumento considerável da batimetria nas zonas dragadas e uma diminuição significativa da batimetria na área de deposição de areias da praia da Franquia, na zona de espalho e início da praia submersa. A batimetria na zona de espraio, média praia e alta praia, não sofreu alterações de grande magnitude.

Nas zonas fora das áreas de intervenção, entre as fases de Obra e Pós-obra (ano 2), não se verificaram alterações de magnitude significativa.

Apesar da evolução verificada, na fase de Pós-obra (ano 2) ainda se verifica uma batimetria inferior nas áreas dragadas, relativamente à fase de pré-dragagem (Figura 11), e uma maior batimetria na praia das Furnas. Contudo, na secção mais baixa da baixa-praia da praia da Franquia, voltou-se às condições iniciais, antes da realimentação com areia.

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É de referir que a batimetria nas imediações da ponte de Vila Nova de Mil Fontes tem mantido valores constantes ao longo das várias fases, apenas com variações muito ligeiras.

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Figura 8 – Modelo Digital do Terreno (MDT) da Fase de Pós-Obra (Ano 2).

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Figura 9 – Modelo Digital do Terreno (MDT) da Fase de Pós-Obra (Ano 1).

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Figura 10 – Modelo Digital do Terreno (MDT) da Fase de Obra.

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Figura 11 – Subtração do MDT da Fase de Pré-Obra ao MDT da Fase de Pós-Obra – Ano 2 (diferenças em metros).

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Figura 12 – Subtração do MDT da Fase de Obra (imediatamente após a intervenção) ao MDT da Fase de Pós-Obra – Ano 2 (diferenças em metros).

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Figura 13 – Subtração do MDT da Fase de Pós-Obra – Ano 1 ao MDT da Fase de Pós-Obra – Ano 2 (diferenças em metros).

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Perfis de praia

Nos perfis realizados na face oceânica da praia das Furnas (P01, P02, P03 e P04) tinha-se verificado, de forma geral, alterações muito ligeiras entre a fase de Obra e ano 1 do Pós-obra. Na amostragem do 1º semestre do ano 2 de pós dragagem, coincidente com o final do inverno, verificou-se a ocorrência de uma remoção mais intensa da areia, relativamente às fases anteriores, nos perfis P01 e P02, tendo, em ambos os perfis, ocorrido um acentuado decréscimo da batimetria na zona mais declivosa, ocorrendo um recuo da zona de espraio, e um acentuar do declive. Na presente fase, correspondente ao 2º semestre do mesmo ano, no final do verão, parece ter havido alguma recuperação do perfil P01, para condições semelhantes à fase de Obra. No perfil P02, houve novo avanço da zona de espraio. Nesta área, a tendência será a de ocorrer uma aproximação às condições iniciais, num curto espaço de tempo, pelo que se deve considerar um reforço de areia.

No perfil P03 a batimetria tem-se mantido semelhante entre fases, tendo ocorrido um decréscimo progressivo no início da baixa-praia (zona de espraio) (150 a 175m do perfil P03). No perfil P04 tinha-se verificado aumento geral de batimetria ao longo de todo o perfil, entre a fase de Obra e Pós-obra (ano 1), que se manteve para o 1º e 2º semestres do ano 2 da fase de Pós-obra.

Tanto o perfil P03 como o perfil P04 apresentam um relevo escadeado, que poderá decorrer do efeito da maré, com deposição e lavagem de areias em diferentes marés. Já os perfis P01 e P02 estão localizados numa bacia, onde poderá ocorrer algum transporte de areias do perfil P02 pelo efeito da maré, enquanto no perfil P04, situado mais a norte, por estar mais próximo do estreitamento do estuário, é espetável que ocorra depósito de areias trazidas pela corrente do rio (Figura 7). A tendência no perfil P01 parece ser a de alguma reposição das condições, no período de verão, e no perfil P04 parece ser de manutenção das condições. Já nos perfis P02 e P03, parece ocorrer uma lavagem de areias na zona de espraio, como fica evidenciado também pela subtração dos MDTs das várias fases, da Fase de Pós-Obra – Ano 2.

Nos perfis realizados na face estuarina da praia das Furnas (P05, P06 e P07) tinha-se verificado, entre a fase de Obra e de Pós-obra (ano 1), uma perda de areia no perfil P05 (na baixa praia) e P06 (na média praia), e um aumento de batimetria no perfil P07. No 1º semestre do ano 2, no perfil P05, manteve-se a batimetria verificada na fase anterior, com exceção de um pequeno aumento de batimetria na média/alta praia. Na presente fase, houve uma redução na batimetria na média-praia, enquanto o restante perfil mantém condições semelhantes ao verificado no 1º ano do Pós-obra. Parece, portanto, ter havido alguma estabilização neste local, depois da redução verificada após a fase de Obra. No perfil P06 tem ocorrido uma progressiva diminuição da batimetria, ao longo das várias fases, em todo o perfil. No perfil P07, que tinha demonstrado uma tendência de aumento da batimetria, houve uma redução entre o 1º e 2º semestre do ano 2 do Pós-obra, tendo o perfil estabilizado com a mesma batimetria verificada no Pós-obra (ano 1).

Os perfis P05 e P06 estão localizados num estreitamento do canal, sendo que o perfil P07 se localiza mais a montante, numa zona de menor corrente, o que pode explicar os resultados. O perfil P05, após uma ligeira inversão da tendência verificada na fase anterior, ao nível da média/alta praia, voltou a perder neste período.

Nos perfis realizados na praia da Franquia (P08, P09, P10 e P11), com exceção do perfil P08, onde a batimetria se tem mantido entre fases (por se encontrar na zona nordeste da bacia, estando mais resguardado da corrente), tem-se verificado uma progressiva perda de areia na baixa praia (zona de espalho), ao longo de todas as fases, tal como fica evidenciado nos MDTs das diferentes fases. No perfil P09, essa diminuição foi especialmente acentuada na presente fase. É de referir que o perfil P08 se localiza numa área mais resguardada da força da corrente, na zona nordeste da bacia, enquanto a base dos outros

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perfis coincide com o centro do canal, onde poderá ocorrer um transporte de areia devido à maior força da corrente.

De notar que, na secção área de alimentação para os qual não se conseguiu obter dados a partir dos levantamentos topo-hidrográficos, na presente fase, se verifica uma batimetria semelhantes dos perfis ao longo de todas as fases, o que evidencia que a perda de areia está sobretudo a ocorrer ao nível da praia submersa, sujeita à corrente do canal. Contudo, a tendência poderá ser de a perda de areia se estender aos níveis mais elevados da praia.

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Figura 14 – Perfis verticais na área de estudo na Fase de Pré-Obra, Fase de Obra (imediatamente após o término), Fase de Pós-Obra (Ano 1) e Fase de Pós-Obra (1º e 2º semestre do Ano 2, coincidente com o final do inverno e do verão, respetivamente), na praia das Furnas (face oceânica).

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Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º semestre) (dezembro de 2019) 29

Mod.039.09

Figura 15 – Perfis verticais na área de estudo na Fase de Pré-Obra, Fase de Obra (imediatamente após o término), Fase de Pós-Obra (Ano 1) e Fase de Pós-Obra (1º e 2º semestre do Ano 2, coincidente com o final do inverno e do verão, respetivamente), na praia das Furnas (face estuarina).

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Mod.039.09

Figura 16 – Perfis verticais na área de estudo na Fase de Pré-Obra, Fase de Obra (imediatamente após o término), Fase de Pós-Obra (Ano 1) e Fase de Pós-Obra (1º e 2º semestre do Ano 2, coincidente com o final do inverno e do verão, respetivamente), na praia da Franquia.

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Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º semestre) (dezembro de 2019) 31

Mod.039.09

Volumetria

Foi feita uma análise da volumetria ganha ou perdida, em cada uma das áreas intervencionadas, entre a fase Obra e o 1º e 2º Ano da fase de Pós-Obra (Quadro 3). É de referir que os valores apresentados no anterior relatório de monitorização foram ligeiramente subestimados, tendo-se aperfeiçoado o modelo de análise no presente ano de monitorização.

Os resultados evidenciam aquilo que é indicado pelos MDTs das várias fases: entre a fase de Obra (imediatamente após o término) e o 2º ano de Pós-obra depositou-se 121,9% do volume total dragado, nos locais de dragagem, tendo sigo ultrapassada a situação inicial em volume. Verifica-se também que, entre a fase de Obra e o 2º ano de Pós-obra, se perdeu 44,9% do volume de areia depositado na praia da Franquia (no global de ambas as áreas intervencionadas: área de enchimento de areia à cota -1,0m e área de realimentação da praia da Franquia (Quadro 3; Figura 17).

Os resultados indicam, portanto, um assoreamento muito acelerado nas áreas dragadas, sobretudo entre a fase de Obra e 1º ano do Pós-obra, em que foi restabelecida a situação inicial. Do 1º para o 2º ano do Pós-Obra houve um natural abrandamento do assoreamento, sendo provável que ocorra uma estabilização em torno dos valores verificadas na situação inicial.

No que diz respeito à realimentação da praia da Franquia e à área de enchimento adjacente, verifica-se uma perda de volumetria também acentuada, embora numa magnitude inferior ao que se verifica, em termos de assoreamento, nas áreas dragadas (Figura 17). É de referir que na secção noroeste da área intervencionada não foi possível obter dados na presente fase, sendo, contudo, de realçar que os perfis indicam que naquela secção a batimetria se tem mantido em valores próximos (Figura 6Figura 16. No 1º ano da fase de Pós-obra, aquela secção teve uma perda de cerca de 4000m2, dum total de 26.705 m2 perdido nas duas áreas alimentadas ou enchidas. Se considerarmos que a perda entre o 1º e 2º ano foi da mesma magnitude naquela área, os valores percentuais de volume total perdido nas duas áreas alimentadas/enchidas, aproximar-se-á dos 50%. A velocidade de perda de areia parece ser linear, ainda que entre o 1º e 2º ano da fase de Pós-obra parece ter ocorrido um ligeiro abrandamento. Se se mantiver a mesma dinâmica, espera-se que o volume de areia depositado na praia da Franquia seja perdido no final dos próximos 2 anos. É de referir que essa perda está, nesta fase, a ocorrer sobretudo ao nível da baixa-praia.

O sistema estuarino do Mira apresenta uma grande hidrodinâmica, e pode-se afirmar, nesta fase, uma tendência para o restabelecimento de novo equilíbrio em volta dos valores verificados na situação inicial, ainda que não se possa determinar com toda a certeza em que escala temporal ocorrerá a perda de areia das áreas alimentadas/enchidas.

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Mod.039.09

Quadro 3 – Volume dragado e depositado (informação retirada do RECAPE) na fase de Obra, e volume ganho e perdido entre a fase de Obra e Pós-obra (ano 1), e Obra e Pós-obra (ano 2) nas áreas intervencionadas

Designação Volume

dragado/ depositado (m2)

Ano 1 Ano 2

Volume ganho (m2)

Volume perdido

(m2)

Percentagem de volume

ganho/ perdido (%)

Volume ganho (m2)

Volume perdido

(m2)

Percentagem de volume

ganho/ perdido (%)

Área de dragagem de areia à cota -1,0m

53000

106400

40322 -

108,5%

59786 -

121,9% Área de dragagem de

sedimento à cota -1,5m 53400

75139 - 69907 -

Área de enchimento de areia à cota -1,0m

88700

- 3685

- 30,1%

- 4683

- 44,9% Área de realimentação

da praia da Franquia - 23020 - 35146*

Figura 17 – Evolução da volumetria nas áreas dragadas, e nas áreas com enchimento e realimentação com areia

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Mod.039.09

Análise Granulométrica

No que diz respeito à análise granulométrica de sedimentos, foi recolhido um total de 33 amostras, 3 por

cada um dos 11 perfis assinalados (Figura 18). No Quadro 4 é possível observar os resultados da campanha

do 2º semestre do ano 2 de Pós-obra, nomeadamente a percentagem de sedimentos que se enquadram

na fração grosseira (> 63 micra), que correspondem aos seixos, gravilhas e areias, e a percentagem de

sedimentos que se enquadram na fração fina (< 63 micra), que correspondem às siltes e argilas.

Os resultados da análise granulométrica evidenciaram que quase todas as amostras de sedimento

apresentaram uma predominância de areia total superior a 98,0%, sendo a componente predominante a

areia média (500 µm < areia média ≤ 250 µm). As amostras P1C, P2C e P4C apresentaram uma composição

granulométrica mais grosseira, com uma percentagem total de cascalho e areia grossa superior a 50,0%.

Por outro lado, as amostras P5A, P5B, P5C, P6A, P6B, P7A e P7B apresentaram uma composição

granulométrica mais fina, totalizando as percentagens de areias média e fina mais de 95,0% (Quadro 4).

Na generalidade dos pontos, tem-se observado uma progressiva diminuição da proporção de areias grossas, entre a fase de Obra e a atual, verificando-se um aumento da proporção, sobretudo, das areias médias e finas. Esta diminuição é mais evidente nos perfis P01, P02, P05, P06, P07, P08 e P11. A diminuição da proporção de areias grossas é mais marcada nos perfis P02 e P08. O P02 situa-se na face oceânica da praia das Furnas, estando mais sujeito aos efeitos das marés e a uma maior variação em termos de composição da areia. Quanto ao P08, o perfil situa-se na bacia da praia da Franquia, em zona próxima ao forte de São Clemente, numa área mais protegida da força da corrente do rio Mira, e onde poderá ter ocorrido alguma deposição de areias médias trazidas pela corrente.

Os resultados obtidos evidenciam, contudo, a ocorrência de material maioritariamente arenoso em todos os perfis de praia, com uma granulometria a variar entre os 2 e 0,063 mm, o que está de acordo com o verificado na Fase de EIA, onde também se verificou que as amostras recolhidas eram compostas maioritariamente por sedimentos com granulometria a variar entre os 2 e 0,063 mm, pelo que não se infere que tenha ocorrido impacte na dinâmica de sedimentos presentes na área de estudo. Os resultados evidenciam também que continua a existir compatibilidade granulométrica dos sedimentos para reforça das dunas e das praias.

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Mod.039.09

Quadro 4 – Percentagem de sedimentos que se enquadram na fração grosseira (seixos, gravilhas e areias) e na fração fina (siltes e argilas) nos locais de recolha de amostras de sedimento, em cada um dos perfis.

Estação

Fração grosseira (%) Fração fina (%)

Gravilhas e seixos (> 2 mm)

Areias grosseiras (< 2 mm > 500

micra)

Areias médias (<500 > 250 micra)

Areias finas (<250 > 63 micra)

Siltes e argilas (< 63 micra)

P01.1 0,02 10,80 87,26 1,42 0,51

P01.2 0,01 10,98 87,70 0,88 0,43

P01.3 13,12 56,98 29,34 0,26 0,30

P02.1 0,00 18,65 80,28 1,00 0,08

P02.2 0,00 9,77 88,43 1,30 0,50

P02.3 5,62 47,60 46,10 0,33 0,35

P03.1 0,12 28,69 69,31 1,42 0,46

P03.2 0,00 8,52 89,34 1,49 0,65

P03.3 3,79 44,96 50,85 0,27 0,13

P04.1 0,15 8,83 88,61 2,25 0,16

P04.2 0,01 7,24 90,98 1,00 0,77

P04.3 11,66 70,27 17,52 0,20 0,34

P05.1 0,00 4,40 92,58 3,01 0,01

P05.2 0,00 0,74 90,33 8,76 0,17

P05.3 0,00 0,98 94,20 4,19 0,63

P06.1 0,01 0,38 87,93 10,85 0,83

P06.2 0,00 0,56 86,10 11,69 1,66

P06.3 0,41 24,90 72,71 1,50 0,49

P07.1 0,02 3,62 92,25 3,79 0,32

P07.2 0,00 0,33 92,47 7,07 0,13

P07.3 0,03 17,79 81,40 0,05 0,73

P08.1 0,46 20,83 76,09 2,49 0,14

P08.2 0,89 18,47 73,52 6,67 0,45

P08.3 1,00 18,51 76,40 3,23 0,85

P09.1 0,30 50,42 46,71 1,44 1,13

P09.2 0,14 11,50 84,14 3,93 0,29

P09.3 0,13 10,20 84,89 3,94 0,84

P10.1 0,02 6,07 89,19 4,10 0,63

P10.2 0,32 17,35 79,37 2,50 0,47

P10.3 0,79 20,94 76,27 1,06 0,95

P11.1 0,04 13,30 83,98 2,39 0,29

P11.2 0,06 16,48 81,49 1,51 0,46

P11.3 0,53 23,78 73,26 1,13 1,30

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Mod.039.09

Figura 18 – Percentagem média de sedimentos que se enquadram na fração grosseira (seixos, gravilhas e areias) e na fração fina (siltes e argilas) em cada um dos perfis, na fase de Obra, ano 1 do Pós-obra, e 1º e 2º semestre do ano 2 do Pós-obra.

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Observação da eficácia do sistema de retenção sedimentar

A partir do registo fotográfico com drone foi produzido um ortofotomapa (Figura 19) da área envolvente do sistema de retenção sedimentar instalado, correspondente ao segundo ano após a sua instalação. O sistema encontra-se instalado na margem norte do estuário do Mira, entre a praia da Franquia e a avenida Marginal, sendo composto por um paliçada (Figura 21 - A), numa extensão de 55 metros, adjacentes à duna que ali ocorre. A paliçada apresentava, de um modo geral, um estado de degradação já considerável no primeiro ano após a instalação, tendo essa degradação aumentado do primeiro para o segundo ano (Figura 21 – B, Figura 21 – C, D, E), em que as canas que a constituem estão bastante esparsas, não impedindo o atravessamento da área por banhistas. Na extremidade da paliçada verifica-se um pisoteio bastante intenso, que parece impedir a acumulação de areia e fixação de vegetação (Figura 21 – D, Figura 22). Na Figura 22 foi cartografada a área pisoteada, após verificação no campo, que se estende entre quase toda a paliçada e a duna, com especial intensidade nas extremidades. Assinalaram-se 2 locais onde a vegetação se tornou mais esparsa, relativamente à amostragem anterior, com presença de pisoteio. À semelhança do verificado no primeiro ano após a instalação, há ainda a presença de um local de acumulação de matéria vegetal morta na extremidade norte da paliçada, que poderá dificultar o crescimento de nova vegetação.

Na face da duna próxima da avenida Marginal verifica-se que a vegetação apresenta um bom estado geral, com uma cobertura na ordem dos 80%. A vegetação é bastante mais esparsa, ou até ausente, nos locais onde parece ocorrer o atravessamento por banhistas.

Cerca de 40,8% da área entre o sistema de retenção e o limite da duna (avenida) apresenta vegetação em bom estado; cerca de 41,8% da área apresenta sinais de pisoteio e ausência de vegetação; e 11,1% daquela área apresenta vegetação esparsa. 6,3% da área tem ainda acumulação de matéria vegetal morta. Entre o 1º e 2º ano da fase de Pós-obra houve, portante, uma ligeira redução da área com vegetação em bom estado, e aumento da área sem vegetação, devido à intensificação do pisoteio em duas das áreas identificadas.

Com as imagens recolhidas com recurso a drone, foi possível construir um MDT e um mapa topográfico, bem como o perfil da duna (Figura 23, Figura 24, Figura 25). Esses outputs validam aquilo que foi observado e a análise qualitativa que foi feita. Na Figura 24 é possível verificar 4 zonas principais de pisoteio, que se refletem na fisiografia da duna nesses locais, verificando-se alguma erosão. Há ainda uma quinta zona, identificada no presente ano de amostragem, onde parece haver um pisoteio crescente.

A comparação entre o perfil da duna no primeiro e segundo ano após a instalação (Figura 25) parece indicar um decréscimo entre anos, em geral, na ordem dos 10 cm. Esta situação poderá estar relacionada com os meses distintos em que ocorreu a amostragem, sendo a presente relativa ao final do verão, pouco tempo depois da utilização mais intensa daquela praia. Poderá ainda haver algum erro associado à obtenção do MDT. Contudo, nas áreas identificadas com as setas, houve um decréscimo relativo superior ao verificado nas restantes zonas da duna, o que indica uma utilização intensa daqueles locais.

Estes resultados indicam que a área se mantém intensamente utilizada, e que a extensão dos efeitos da medida foram reduzidos.

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Figura 19 – Ortofotomapa da área de instalação do sistema de retenção sedimentar (2º ano após a instalação)

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Figura 20 – Caracterização fotográfica do sistema de retenção sedimentar e envolvente – comparação entre o 1º e 2º ano após a instalação. A – Fotografia em altura do sistema de retenção sedimentar e sistema dunar; B – Local de passagem de

banhistas com bastante pisoteio e local de acumulação de matéria vegetal morta.

A (Pós-obra 1)

B (Pós-obra 1)

A (Pós-obra 2)

B (Pós-obra 2)

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Figura 21 – Caracterização fotográfica do sistema de retenção sedimentar e envolvente – comparação entre o 1º e 2º ano após a instalação. C e D – Estado de conservação da paliçada; E – Cobertura da vegetação na zona central da duna.

C (Pós-obra 1) C (Pós-obra 2)

D (Pós-obra 1) D (Pós-obra 2)

E (Pós-obra 1) E (Pós-obra 2)

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Figura 22 – Caracterização da área de implementação do sistema de retenção sedimentar, no 2º ano após a instalação. Setas: principais locais de atravessamento de banhistas e degradação da duna.

Figura 23 – Modelo Digital do Terreno (MDT) da área de implementação do sistema de retenção sedimentar, no 2º ano após a instalação. Setas: principais locais de atravessamento de banhistas e degradação da duna.

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Figura 24 – Mapa topográfico da área de implementação do sistema de retenção dunar (isolinhas – variação de 10cms), no segundo ano após a instalação. Setas – principais locais de atravessamento de banhistas e degradação da duna.

Figura 25 – Perfil da duna. A vermelho – 1º ano após instalação; a azul – 2º ano após instalação; a verde – zona da duna coincidente com o sistema de retenção sedimentar; setas – principais locais de atravessamento de banhistas e degradação

da duna.

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4.2. Avaliação da eficácia das medidas adotadas para prevenir ou reduzir impactes

O presente relatório corresponde à Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos na fase após a execução da intervenção, onde se compara os resultados obtidos na Fase de Pré-Obra, Obra e 1º ano de Pós-Obra com os dados obtidos na fase a que diz respeito o presente relatório – 2º ano da Fase de Pós-Obra.

No final da presente fase, verifica-se que ocorreu um impacte nulo nas áreas onde foi efetuada dragagem, e verifica-se ainda um impacte positivo nas áreas onde se procedeu à alimentação ou enchimento com areia, nomeadamente na praia da Franquia, decorrentes das ações de dragagem sobre os fundos estuarinos no estuário do rio Mira. Este impacte positivo ocorreu, contudo, numa extensão muito menor do que o previsto, e prevê-se que aquele impacte positivo se torne nulo numa escala temporal curta. Dada a natureza do impacte, não foram implementadas medidas para prevenção ou redução do mesmo.

No que diz respeito ao sistema de retenção sedimentar, realizou-se a segunda campanha de observação da eficácia do sistema de retenção, correspondente ao segundo ano após a sua instalação. Verifica-se que a eficácia da implementação da medida foi reduzida, mantendo-se a presença de pisoteio na zona dunar protegida pelo sistema de retenção, e uma degradação crescente da paliçada que o constitui.

4.3. Comparação com os impactes previstos no EIA

Na Fase de EIA foi identificado que os impactes resultantes das ações de dragagens seriam positivos, uma vez que as mesmas iriam contrariar o progressivo assoreamento a que se assiste há vários anos no troço terminal do estuário do rio Mira, sendo previso que as alterações provocadas pelas ações de dragagem iriam beneficiar as condições geológicas e fisiográficas do estuário, assim como diminuir os impactes resultantes da erosão que se verifica neste tipo de sistema. Os resultados do presente relatório indicam que a magnitude do impacte positivo foi bastante menor do que o previsto, uma vez que, nesta fase, já se verifica o restabelecimento da situação inicial nas áreas que foram dragadas, e uma erosão significativa na praia da Franquia, que se prevê poder atingir a situação inicial dentro de 2 a 3 anos, a manter-se a atual tendência.

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Mod.039.09

5. CONCLUS ÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Síntese da avaliação dos impactes monitorizados

Os resultados apresentados no presente relatório estabelecem uma comparação entre as várias Fases de monitorização – Fase de Pré-Obra, Fase de Obra e Fase de Pós-Obra (1º e 2º ano), da Evolução dos Fundos Estuarinos presentes no estuário do rio Mira, de forma a verificar a ocorrência de impactes previstos em Fase de EIA.

Para esta comparação, entre a fase de Pós-Obra (ano 2) e as fases de Pré-Obra, Obra a Pós-Obra (ano 1), avaliou-se as diferenças entre os respetivos MDTs e perfis de praia, de modo a verificar a evolução da morfologia da zona costeira (Praia das Furnas) e porção terminal do estuário do rio Mira, dentro da área de estudo. Foi ainda feita uma análise do diferencial do volume nas áreas intervencionadas, entre a fase de Obra e anos seguintes.

No Relatório de Síntese da Fase de EIA (NEMUS, 2015a) foi referido que os impactes resultantes das ações de dragagens seriam positivos, uma vez que as mesmas iriam contrariar o progressivo assoreamento a que se assiste há vários anos no troço terminal do estuário do rio Mira. Adicionalmente, foi referido que o destino final dos dragados, que seriam depositados na praia da Franquia, corresponderia à ocorrência de um impacte positivo sobre as condições fisiográficas deste local.

Após a análise dos resultados obtidos foi possível verificar que a área dragada já voltou à situação inicial, e que houve uma diminuição considerável da batimetria na área de deposição de areias na praia da Franquia, sobretudo na sua extremidade sudeste, adjacente à área dragada, entre a fase de Obra e Pós-Obra. Na extremidade oeste da face oceânica da praia das Furnas (onde se depositou o excedente da areia dragada) verificou-se também uma significativa diminuição da batimetria na zona mais declivosa, levando a um recuar da zona de espraio.

A estimativa do diferencial de volumes indica que se depositou cerca de 121,9% do volume total de areia dragada nos locais dragados, e 44,9% do volume de areia depositado na praia da Franquia foi perdido, entre a fase Obra e 2º ano do Pós-obra. Ainda se verifica uma maior batimetria nos locais onde ocorreu depósito de areias, relativamente à fase de pré-dragagem, contudo os resultados indicam que num curto espaço de tempo (2/3 anos) o volume depositado será perdido na totalidade, caso se mantenha a atual tendência, e que o objetivo de melhoria das condições de navegabilidade na área de estudo está já posto em causa.

Não se verificaram alterações de magnitude relevante na área de estudo em zonas fora das áreas de intervenção, entre as fases de Obra e Pós-obra, sendo as áreas mais críticas aquelas onde ocorre o estreitamento do caudal.

No que diz respeito à análise por perfil, nos perfis realizados na faze oceânica da praia das Furnas (P01, P02, P03 e P04) verificou-se, de forma geral, alterações muito ligeiras entre a fase de Obra e 1º ano do Pós-obra, com uma remoção mais intensa de areia nos perfis P01 e P02, durante o 1º semestre do 2º ano do Pós-obra. Na presente fase, coincidente com o final do verão, parece ter havido alguma recuperação do perfil P01, para condições semelhantes à fase de Obra. No perfil P02, houve novo avanço da zona de espraio, e a tendência será a de ocorrer uma aproximação às condições iniciais, num curto espaço de tempo. No perfil P03 a batimetria tem-se mantido semelhante entre fases, tendo ocorrido um decréscimo

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progressivo no início da baixa-praia (zona de espraio), e no perfil P04, verificou-se um aumento geral de batimetria ao longo de todo o perfil entre a fase de Obra e Pós-obra (ano 1), que se manteve para o 1º e 2º semestres do ano 2 da fase de Pós-obra.

Nos perfis realizados na face estuarina da praia das Furnas (P05, P06 e P07) tinha-se verificado, entre a fase de Obra e de Pós-obra (ano 1), uma perda de areia no perfil P05 (na baixa praia) e P06 (na alta praia), e um aumento de batimetria no perfil P07. Durante o 1º semestre do 2º ano do Pós-obra, houve um ligeiro aumento da batimetria no perfil P05, na média/alta praia, e um ligeiro decréscimo na batimetria do perfil P06, enquanto no perfil P07 se manteve a tendência de aumento da batimetria do perfil. Na presente fase, houve uma redução na batimetria do perfil P05, na média-praia, enquanto o restante perfil mantém condições semelhantes ao verificado no 1º ano do Pós-obra. Parece, portanto, ter havido alguma estabilização neste local, depois da redução verificada após a fase de Obra. No perfil P06 manteve-se a progressiva diminuição da batimetria, em todo o perfil. No perfil P07, que tinha demonstrado uma tendência de aumento da batimetria, houve uma redução entre o 1º e 2º semestre do ano 2 do Pós-obra, tendo o perfil estabilizado com a mesma batimetria verificada no Pós-obra (ano 1).

Nos perfis realizados na praia da Franquia (P08, P09, P10 e P11) tinha-se verificado entre a fase de Obra e fase de Pós-obra (ano 1), uma perda de areia na baixa praia, com exceção do perfil P08, onde a batimetria se manteve entre a Obra e Pós-obra. Essa tendência parece ter sido atenuada durante o 1º semestre do 2º ano do Pós-obra. No 2º semestre do 2º ano do Pós-obra, voltou a acentuar-se a perda de areia na baixa-praia. O perfil P08 localiza-se numa área mais resguardada da força da corrente, na zona norte da bacia, enquanto a base dos outros perfis coincide com o centro do canal, onde a corrente mais forte deverá fazer o transporte de areia.

Os resultados das amostragens em 3 momentos no tempo (Obra e Pós-obra (Ano 1 e Ano 2) permitiram aferir que nas áreas dragadas já se voltou à situação inicial, e nas áreas de enchimento poderá atingir-se a situação inicial dentro de 2 a 3 anos, caso a dinâmica verificada no sistema se mantenha. Verificou-se uma grande velocidade de assoreamento, nas áreas dragadas, que se deverá ao facto de o sistema estuarino do Mira ser bastante hidrodinâmico.

Tendo em consideração os padrões de sedimentação verificados nesta área deve ser equacionada a realização de dragagens de manutenção das intervenções executadas, tal como definido no EIA (Nemus, 2015a, 2015b e 2015c) e RECAPE (Nemus, 2016a, 2016b) deste projeto como medida de manutenção em fase de exploração, para conservação das condições de navegabilidade atingidas com o projeto, um dos objetivos do projeto, e a manutenção da batimetria na praia da Franquia.

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Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º semestre) (dezembro de 2019) 45

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Em Fase de EIA foi previsto que as alterações provocadas pelas ações de dragagem iriam beneficiar as condições geológicas e fisiográficas do estuário, assim como diminuir os impactes resultantes da erosão que se verifica neste tipo de sistema. Nesta fase considera-se que as alterações verificadas decorrentes das ações de dragagem resultam ainda na ocorrência de impactes moderadamente positivos decorrentes das ações de realimentação da praia da Franquia, com uma diminuição dos impactes resultantes da erosão que se verifica neste tipo de sistema; e que os impactes revelam-se nulos, nesta fase, relativamente à beneficiação das condições geológicas e fisiográficas do estuário, decorrente das ações de dragagem.

No EIA (Nemus, 2015a, 2015b e 2015c) tinha sido feita a previsão da necessidade de dragagens de manutenção periódicas, uma vez que se está perante um sistema dinâmico, em permanente evolução, com a previsível deposição gradual de sedimentos nas zonas intervencionadas. Contudo, o Estudo Prévio estimou que ocorresse à escala da década, verificando-se agora essa necessidade a uma escala temporal muito inferior.

No que diz respeito à análise de sedimentos, refere-se que os resultados obtidos evidenciam a ocorrência de material maioritariamente arenoso, com uma granulometria a variar entre os 2 e 0,063 mm. Os resultados obtidos, estão de acordo com o verificado na Fase de EIA, onde também se verificou que as amostras recolhidas eram compostas maioritariamente por sedimentos com granulometria a varia entre os 2 e 0,063 mm. Desta forma, assinala-se que os impactes resultantes das ações de dragagem não tiveram impacte sobre a dinâmica de sedimentos presentes na área de estudo, evidenciando-se que continua a existir compatibilidade granulométrica dos sedimentos para reforça das dunas e das praias.

Relativamente ao sistema de retenção sedimentar, assinala-se que a paliçada que a constitui apresenta, de um modo geral, um estado de degradação elevado, em que as canas que o constituem estão já esparsas, não impedindo o atravessamento da área por banhistas. Na extremidade da paliçada verifica-se um pisoteio bastante intenso, que impede a acumulação de areia e fixação de vegetação. Verifica-se também a acumulação de matéria vegetal morta na extremidade norte da paliçada, que poderá dificultar o crescimento de nova vegetação. Na face da duna próxima da avenida Marginal verifica-se que a vegetação apresenta um bom estado geral, com uma cobertura na ordem dos 80%. A vegetação é bastante mais esparsa, ou até ausente, nos 5 locais identificados como principais pontos de atravessamento por banhistas.

A fisiografia da duna mantém o mesmo perfil, tendo na presente fase ocorrido uma diminuição da sua altura entre os 0 e 10cms, nalguns locais, algo que poderá ser uma variação natural do sistema dunar. É de realçar que se verifica, através da observação do pisoteio e da fisiografia da duna, que a área se mantém intensamente utilizada, sobretudo nalguns locais, tendo a eficácia da medida sido reduzida.

5.2. Proposta ou alteração de medidas de mitigação

De acordo com os resultados apresentados, verificou-se a ocorrência de impactes moderadamente positivos decorrentes das ações de realimentação da praia da Franquia, com uma diminuição dos impactes resultantes da erosão que se verifica neste tipo de sistema. Os impactes revelam-se, nesta fase, nulos relativamente à beneficiação das condições geológicas e fisiográficas do estuário, decorrente das ações de dragagem.

Os impactes positivos ocorreram, portanto, numa extensão bastante menor do que a esperada, pelo que deve ser, desde já, equacionada a realização de dragagens de manutenção das intervenções executadas,

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de acordo com o que foi previsto em fase de EIA como medida de manutenção em fase de exploração, para conservação das condições de navegabilidade atingidas com o projeto, um dos objetivos do projeto, e a manutenção da batimetria na praia da Franquia.

Relativamente à análise da eficácia do sistema de retenção sedimentar instalado, os resultados indicam que o sistema dunar protegido pela paliçada instalada continua a sofrer pisoteio, sendo aquela área utilizada como zona de atravessamento de banhistas, pelo que não se prevê que possa ocorrer o restabelecimento natural da vegetação. A paliçada instalada apresenta já um elevado estado de degradação. Assim, deve ser considerado um reforço da medida, quer seja pelo reforço da paliçada existente, quer seja pela implementação de medidas complementares que impeçam o atravessamento da área. Deve também ser considerado a implementação de ações de manutenção pontuais.

5.3. Análise da adequabilidade do plano de monitorização

Considera-se que o plano de monitorização da Evolução dos Fundos Estuarinos é adequado aos objetivos delineados.

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6. REFERÊNCIAS B IBL IOGR ÁFICAS

Bioinsight. 2017a. Elaboração de “Programa de Monitorização para as Componentes de Evolução dos Fundos

Estuarinos e Ecologia, para o Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço

Dunar” – Relatório da Fase de Pré-obra (Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos). Relatório

elaborado para a Polis Litoral Sudoeste. Bioinsight, Lda. Odivelas, março de 2017.

Bioinsight. 2017b. Elaboração de “Programa de Monitorização para as Componentes de Evolução dos Fundos

Estuarinos e Ecologia, para o Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço

Dunar” – Relatório da Fase de Obra (Componente de Ecologia). Relatório elaborado para a Polis Litoral

Sudoeste. Bioinsight, Lda. Odivelas, outubro de 2017.

Bioinsight. 2019a. Elaboração de “Programa de Monitorização para as Componentes de Evolução dos Fundos Estuarinos e Ecologia, para o Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço Dunar” – Relatório da Fase de Pós-Obra (Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos). Relatório elaborado para a Polis Litoral Sudoeste. Bioinsight, Lda. Odivelas, fevereiro de 2019.

Bioinsight. 2019b. Elaboração de “Programa de Monitorização para as Componentes de Evolução dos Fundos Estuarinos e Ecologia, para o Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço Dunar” – Relatório da Fase de Pós-Obra (Ano 2 – 1º semestre) (Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos). Relatório elaborado para a Polis Litoral Sudoeste. Bioinsight, Lda. Odivelas, junho de 2019.

Lee, S., Wolberg, G., Shin, S.Y. 1997. Scattered Data Interpolation with Multilevel B-Splines. IEEE Transactions On Visualisation And Computer Graphics, Vol.3, No.3.

NEMUS 2015a. Estudo de Impacte Ambiental do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia. Volume I. Relatório Síntese. Fevereiro 2015. Sociedade Polis Litoral Sudoeste – Sociedade para a Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, S.A.

NEMUS 2015b. Aditamento ao Estudo de Impacte Ambiental do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia. Junho 2015. Sociedade Polis Litoral Sudoeste – Sociedade para a Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, S.A.

NEMUS 2015c. Elementos complementares ao Estudo de Impacte Ambiental do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia. Agosto 2015. Sociedade Polis Litoral Sudoeste – Sociedade para a Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, S.A.

NEMUS 2016a. RECAPE do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia. Volume I. Resumo Não Técnico. Maio 2016. Sociedade Polis Litoral Sudoeste – Sociedade para a Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, S.A.

NEMUS 2016b. RECAPE do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia. Volume II. Relatório. Maio 2016. Sociedade Polis Litoral Sudoeste – Sociedade para a Requalificação e Valorização do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, S.A.

Robert J. Hijmans 2016. raster: Geographic Data Analysis and Modeling. R. package version 2.5-8. (https://CRAN.R-project.org/package=raster).

R Core Team(2017. R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria (https://www.R-project.org/).

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7. ANEXOS

7.1. Anexo I – Desenhos

Figura 26 – Área de dragagem, área de deposição de excedentes, área de enchimento e área de realimentação da praia da Franquia do Projeto de Transposição de Sedimentos da Foz do Rio Mira para Reforço do Cordão Dunar na Praia da Franquia.

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7.2. Anexo II – Percentagem de sedimentos na Fase de Obra, Pós-Obra (Ano 1) e Pós-Obra (Ano 2 - 1º e 2º semestre)

Percentagem de sedimentos que se enquadram na fração grosseira (seixos, gravilhas e areias) e na fração fina (siltes e argilas) nos locais de recolha de amostras de sedimento, em cada um dos perfis, nas 4 fases analisadas

Estação

Fração grosseira (%) Fração fina (%)

Gravilhas e seixos (> 2 mm) Areias grosseiras (< 2 mm > 500

micra) Areias médias (<500 > 250 micra) Areias finas (<250 > 63 micra) Siltes e argilas (< 63 micra)

Obra PO

(Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS)

P01.1 0,01 0,20 0,06 0,02 19,78 24,73 10,16 10,80 78,85 73,86 86,97 87,26 1,35 1,02 2,71 1,42 0,01 0,20 0,10 0,51

P01.2 0,10 0,15 0,02 0,01 41,18 43,44 21,52 10,98 58,44 55,89 77,90 87,70 0,27 0,37 0,36 0,88 0,01 0,15 0,20 0,43

P01.3 5,04 0,20 0,25 13,12 55,81 38,75 25,49 56,98 38,91 59,92 71,84 29,34 0,24 0,20 1,19 0,26 0,01 0,93 1,23 0,30

P02.1 0,39 0,00 0,00 0,00 64,51 18,53 29,20 18,65 34,74 80,41 70,13 80,28 0,34 0,90 0,59 1,00 0,01 0,16 0,08 0,08

P02.2 0,03 0,15 0,44 0,00 64,79 34,34 33,13 9,77 35,03 64,51 65,40 88,43 0,14 0,80 0,66 1,30 0,02 0,20 0,37 0,50

P02.3 0,40 0,20 0,17 5,62 92,84 40,13 29,67 47,60 6,62 58,07 68,49 46,10 0,14 0,26 0,72 0,33 0,01 1,34 0,95 0,35

P03.1 0,34 0,03 0,05 0,12 48,21 32,34 28,77 28,69 49,67 66,17 69,90 69,31 1,67 1,33 1,11 1,42 0,12 0,13 0,17 0,46

P03.2 0,09 0,03 0,10 0,00 38,04 31,46 15,51 8,52 61,55 67,91 82,91 89,34 0,32 0,46 1,20 1,49 0,01 0,14 0,29 0,65

P03.3 1,61 0,18 0,07 3,79 27,10 28,49 17,54 44,96 70,97 69,81 80,42 50,85 0,31 0,52 1,06 0,27 0,01 1,01 0,91 0,13

P04.1 0,05 0,00 0,00 0,15 14,13 6,80 14,19 8,83 83,30 90,53 84,16 88,61 2,46 2,66 1,60 2,25 0,05 0,01 0,06 0,16

P04.2 0,01 0,00 0,10 0,01 8,53 14,31 25,11 7,24 90,93 81,47 73,79 90,98 0,52 1,16 0,77 1,00 0,01 3,06 0,23 0,77

P04.3 2,07 0,16 11,10 11,66 58,82 41,90 40,62 70,27 38,78 56,60 47,33 17,52 0,33 0,39 0,26 0,20 0,00 0,95 0,68 0,34

P05.1 0,05 0,04 0,00 0,00 0,27 11,96 10,56 4,40 89,76 85,12 86,48 92,58 9,92 2,29 2,84 3,01 0,01 0,58 0,12 0,01

P05.2 0,01 0,00 0,00 0,00 17,33 2,10 7,34 0,74 79,93 87,14 90,51 90,33 2,73 10,56 1,95 8,76 0,01 0,21 0,19 0,17

P05.3 0,63 0,01 0,50 0,00 25,14 11,38 21,20 0,98 73,62 85,84 73,31 94,20 0,60 1,70 3,71 4,19 0,01 1,07 1,28 0,63

P06.1 0,02 0,01 0,01 0,01 43,81 6,90 4,27 0,38 54,06 88,41 91,63 87,93 2,10 4,46 3,99 10,85 0,01 0,22 0,11 0,83

P06.2 1,24 0,00 0,10 0,00 52,20 4,53 16,66 0,56 45,77 89,44 79,00 86,10 0,78 5,75 3,68 11,69 0,01 0,28 0,56 1,66

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Monitorização da Componente de Evolução dos Fundos Estuarinos Relatório da Fase de Pós-obra (ano 2 – 2º semestre) (dezembro de 2019) 50

Mod.039.09

Estação

Fração grosseira (%) Fração fina (%)

Gravilhas e seixos (> 2 mm) Areias grosseiras (< 2 mm > 500

micra) Areias médias (<500 > 250 micra) Areias finas (<250 > 63 micra) Siltes e argilas (< 63 micra)

Obra PO

(Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS) Obra

PO (Ano 1)

PO (Ano 2

1ºS)

PO (Ano 2

2ºS)

P06.3 0,70 0,10 1,09 0,41 17,56 19,23 8,48 24,90 79,69 76,43 82,13 72,71 2,01 3,01 7,19 1,50 0,04 1,23 1,12 0,49

P07.1 0,21 0,02 0,05 0,02 79,62 6,25 4,26 3,62 19,54 84,47 91,16 92,25 0,63 9,06 4,22 3,79 0,00 0,20 0,31 0,32

P07.2 0,00 0,04 0,03 0,00 12,53 4,15 4,83 0,33 86,40 93,05 93,17 92,47 1,07 2,62 1,70 7,07 0,00 0,14 0,28 0,13

P07.3 1,41 0,04 0,10 0,03 20,85 12,78 13,92 17,79 76,88 85,77 84,51 81,40 0,84 0,29 0,24 0,05 0,01 1,12 1,23 0,73

P08.1 0,99 2,19 0,66 0,46 68,05 28,18 22,77 20,83 29,68 66,88 63,61 76,09 1,16 2,52 2,94 2,49 0,12 0,24 10,01 0,14

P08.2 1,93 0,93 0,09 0,89 62,13 26,55 4,35 18,47 35,20 66,78 81,82 73,52 0,72 5,28 13,29 6,67 0,02 0,46 0,45 0,45

P08.3 0,78 0,82 0,59 1,00 66,77 44,36 24,84 18,51 32,34 49,82 71,45 76,40 0,10 2,71 2,33 3,23 0,00 2,29 0,80 0,85

P09.1 0,84 0,20 0,23 0,30 23,52 23,36 18,83 50,42 72,50 73,71 77,67 46,71 3,01 2,41 3,07 1,44 0,13 0,33 0,20 1,13

P09.2 0,08 0,97 0,22 0,14 23,35 29,58 19,02 11,50 73,83 66,94 77,83 84,14 2,63 2,08 2,84 3,93 0,11 0,43 0,09 0,29

P09.3 2,51 0,07 0,05 0,13 19,94 35,21 8,31 10,20 76,59 63,66 85,35 84,89 0,94 0,58 5,16 3,94 0,01 0,49 1,13 0,84

P10.1 0,32 0,02 0,21 0,02 22,61 22,73 12,55 6,07 74,33 74,80 84,41 89,19 2,64 2,30 2,47 4,10 0,11 0,16 0,36 0,63

P10.2 0,76 0,24 1,41 0,32 20,18 21,32 23,74 17,35 75,62 75,23 71,55 79,37 3,32 2,86 3,00 2,50 0,12 0,35 0,30 0,47

P10.3 0,18 0,28 1,27 0,79 33,35 33,20 24,63 20,94 64,12 64,72 70,88 76,27 2,32 1,43 2,45 1,06 0,03 0,37 0,77 0,95

P11.1 0,13 0,11 0,15 0,04 16,67 22,33 15,44 13,30 81,17 75,40 81,23 83,98 2,03 1,72 2,94 2,39 0,01 0,44 0,24 0,29

P11.2 0,30 0,03 0,25 0,06 78,96 25,59 21,58 16,48 20,47 72,78 76,03 81,49 0,26 1,45 1,93 1,51 0,01 0,15 0,21 0,46

P11.3 2,10 0,04 0,03 0,53 44,79 22,46 18,48 23,78 51,02 73,79 74,31 73,26 2,08 2,61 5,68 1,13 0,01 1,10 1,50 1,30