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FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
CARLOS AUGUSTO SPÍNOLA DA ROSA
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ORIENTADOS A RESULTADOS BUSINESS
INTELLIGENCE NAS EMPRESAS PÚBLICAS
Cuiabá-MT
2010
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ORIENTADOS A RESULTADOS BUSINESS
INTELLIGENCE NAS EMPRESAS PÚBLICAS
Por:
CARLOS AUGUSTO SPÍNOLA DA ROSA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Intensivo de Pós-graduação em Administração Judiciária
Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização
Cuiabá-MT
Janeiro / 2010
Página de Aprovação
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGASCurso Intensivo de Pós-graduação em Administração Judiciária
O Trabalho de Conclusão de CursoSISTEMAS DE INFORMAÇÕES ORIENTADOS A RESULTADOS BUSINESS INTELLIGENCE NAS EMPRESAS PÚBLICAS
elaborado por (Carlos Augusto Spínola da Rosa)
e aprovado pela Coordenação Acadêmica do Curso Intensivo de Pós-graduação em Administração Judiciária, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização.
Data:
__________________________ Dr. Armando Cunha Coordenador Acadêmico
______________________________ Ana Paula Cortat Zambrotti Gomes Professora Orientadora
Termo de Compromisso
O aluno Carlos Augusto Spínola da Rosa, abaixo-assinado, do Curso Intensivo de Pós-graduação em Administração Judiciária, realizado nas dependências da Escola do
Servidor do Poder Judiciário de Mato Grosso, ministrada pelo PFGV Business Institute, no período de abril de 2008 a setembro de 2009, declara que o conteúdo do trabalho de
conclusão de curso intitulado: SISTEMAS DE INFORMAÇÕES ORIENTADOS A RESULTADOS BUSINESS INTELLIGENCE NAS EMPRESAS PÚBLICAS, é
autêntico, original, e de sua autoria exclusiva.
Cuiabá, 02 de fevereiro de 2010.
___________________________________Carlos Augusto Spínola da Rosa
RESUMO
Este documento tem como objetivo evidenciar a necessidade de se implantar um sistema de informações, em conformidade com a informatização de instituições públicas, com padrões adotados pela esfera federal, modelo denominado e-ping e e-gov, e de acordo com suas necessidades de desenvolvimento, de forma a contribuir com banco de melhores práticas e idéias das instituições. Apresentamos a possibilidade de ampliar novos horizontes com ferramentas de alta disponibilidade de informações. Adotaremos uma visão com responsabilidade na administração publica, para tanto se focaliza, na lógica, no estudo exploratório, referencias bibliográficas e de pesquisas, através da internet, alguns dos conceitos e sistemas que podem auxiliar uma organização judiciária a ser mais eficiente e ágil na gestão de suas informações. Fez-se uma analise crítica determinante, enfatizando a necessidade de planejamento estratégico para lidar com esses fatores. Conceituamos o papel dos sistemas de informação na gestão publica. Demonstraremos a relação entre tecnologia e organizações a partir do contexto de como a tecnologia da informação interagem com a estrutura das organizações. Como a tecnologia e informática alteram substancialmente os mais diversos ramos da sociedade: relações sociais, econômicas e pessoais, fazendo com que fiquemos cada vez mais dependentes da tecnologia, reveladora do progresso, rapidez, cientificidade e praticidade. Por essa razão e, com o objetivo de conferir maior adequação do Poder Judiciário na esfera digital, subsidiaremos a concepção de novas idéias e quebra de paradigmas, para implantação de sistemas de informação, de gerenciamento e de apoio a decisão, bem como demais procedimentos possibilitados pela Tecnologia da Informação. Os dados armazenados serão transformados (data mining) em elementos de informações, utilizando-se de ferramentas altamente produtivas tais como a business intelligence. Deve-se neste estudo, desagregar a sutil diferença entre sistemas de informática de Sistemas de Informação. Trazer mudanças dentro das organizações é fazer a diferença, pois “não importa aonde já chegou, mas onde está indo”.
Palavras-chave: judiciário, data warehouse, business intelligence, e-ping.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: 09
Figura 2: 16
Figura 3: 23
Figura 4: 32
Figura 5: 33
Figura 6: 33
Figura 7: 34
Figura 8: 35
7
LISTA DE ABREVIATURAS
BI Business IntelligenceCNJ Conselho Nacional de JustiçaDM Data MartDW Data WarehouseHOLAP Hybrid Online Analytical ProcessingMOLAP Multidimensional Online Analytical ProcessingOLAP On-Line Analytical ProcessingPDTI Plano Diretor de Tecnologia da InformaçãoSAD Sistema de Apoio a DecisãoSI/TI Sistema de Informação da Tecnologia da InformaçãoSIG Sistema de Informações GerenciaisTI Tecnologia da InformaçãoTIC Tecnologia da Informação e Comunicação
SUMÁRIO
1 DEFININDO O PROBLEMA 08
1.1 Contextualização 08
1.2 Objetivo 10
1.3 Relevância do Estudo 12
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 13
2.1O Sistema de Informação de Tecnologia da Informação na Administração Judiciária
13
2.2 Judiciário de Mato Grosso em números (TJMT) 15
2.3 Sistemas Organizacionais 18
2.4 Os Sistemas e Tecnologias de Informação (SI/TI) 18
3 CONCEITO DE UM SISTEMA EM BUSINESS INTELLIGENCE 22
3.1 Arquitetura de um Sistema de Business Intelligence 22
3.2 A Utilização do Business Intelligence 25
3.3 As Vantagens da Utilização de Business Intelligence 27
3.4 As Desvantagens na Utilização do Business Intelligence 27
3.5 Sistemas de Apoio à Decisão 38
3.6 Tecnologia da Informação - TI 38
3.7 Estudo de Caso – Cases de Sucesso 39
3.7.1 Tribunal de Justiça de São Paulo – TJSP 40
3.7.2 Supremo Tribunal Federal – STF 41
4 CONCLUSÕES 44
Referências Bibliográficas 47
1 DEFININDO O PROBLEMA
1.1 Contextualização
Neste capitulo estaremos efetuando a apresentação do tema da pesquisa, sua aplicação,
premissas, relevância e delimitações de estudo. Falaremos de ciência e, em um contexto
simplificado, definiremos ciência como: uma especialização, um aprimoramento, um
desenvolvimento intenso de determinado potencial que servirá para outros aprenderem algo
novo da área de conhecimento e que vai beneficiar alguém. A especialização, seja ela de
pessoas e organização, é um estagio de maturação que ocorre mundialmente em grandes
corporações publicas e privadas.
Este estudo refere-se à instituição judiciária de gestão pública. Pelas considerações,
propomos a implantação de um sistema Business Intelligence (BI), o qual contemplara com
uma base de gestão e dados efetivamente disponíveis em sistemas internos já existentes.
Partindo do conhecimento desses dados, refinando-os com ferramentas especificas (data
mining, OLAP, MOLAP, HOLAP) obteremos na cadeia final do processo, informação
gerencial.
O cunho prático do módulo mencionado é a maneira correta de sistematizar, em nível
de BI dados até então utilizados por outros módulos do sistema, como controle de fluxo de
processos ou mesmo de controle voltado ao dia a dia organizacional. Deve-se obter
claramente informações gerenciais precisas e objetivas, facilitando a tomada de decisão na
gestão pública, otimizando recursos1, tais como:
Tempo (celeridade);
Disponibilidade (acessibilidade);
Efetividade (modernidade) e
Redução de impressão (responsabilidade social e ambiental).
Neste âmbito, adotando praticas adotadas em órgãos públicos onde a
interoperabilidade permite racionalizar investimentos em TIC, por meio do compartilhamento,
reuso e intercâmbio de recursos tecnológicos, este projeto foi especificamente dedicada à
implementação de técnicas voltadas ao conceito de BI, sendo a aplicabilidade de metodologia
e sistemas de TI como grande objetivo deste estudo. Na figura 1, ilustramos a visão do
governo e o relacionamento entre esferas governamentais.
1 Metas CNJ: http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7705:obj-estrategicos-cnj&catid=239:departamento-de-gestao-estrategica
8
Figura 1
O Governo Federal2 está implantado padrões de interoperabilidade nas esferas que
mantém simbiose, de modo a criar uma cultura de troca de informações vitais para a
racionalização de recursos, montando uma infra-estrutura integra, moderna e eficiente. Tal
como as administrações modernas, este padrão estão sendo adotados por países que tem como
cliente principal a sociedade civil. Estados Unidos, Canadá e Inglaterra investem fortemente
em desenvolvimento de políticas, processos e na padronização de TIC de modo garantir a
interoperabilidade e serviços de melhor qualidade. Não há como andar na contramão, é
necessário somar esforços e esmerar na qualidade da prestação de serviços e racionalizar a
utilização de recursos públicos, pagos pelos cidadãos pelas altas cargas de impostos.
2 Fonte: http://www.governoeletronico.gov.br/. Acesso em 15 de Dez. 2009.
9
1.2 Objetivo
1.2.1 Objetivo final
O tema escolhido está focado na instituição pública, em especial ao Tribunal de Justiça
de Mato Grosso, podendo ser implantado em outras instituições ou organizações. A
aplicabilidade é extensível a empresas, órgãos, autarquias e instituições públicas ou privadas,
por se tratar de conjunto de técnicas e sistemas amplamente funcionais e interoperáveis,
largamente utilizado por grandes empresas, instituições e organizações internacionais.
1.2.2 Objetivos intermediários
Por uma linha de raciocínio, pode-se demonstrar que o conhecimento valorizado nas
organizações é aquele que pode ser utilizado de forma a se obter resultados. Gestão de
conhecimento com gestão de pessoas. É o conhecimento que pode ser aplicado
sistemicamente e que conduza a organização a um nível superior de competitividade. A
gestão de competência identifica as competências essenciais, as habilidades e conhecimentos
para desenvolver e aperfeiçoar as capacidades dos funcionários internos da organização.
Desta forma, Davenport e Prusak (1998, p.6) acreditam que o conhecimento:
[...] é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.
A aplicação deste estudo na organização visa a equalização de tecnologia nos moldes
de outros Tribunais. Gestão com transparência é palavra de ordem da sociedade. A aplicação
de metodologia inteligente traduz para a instituição em aumentar a confiabilidade das
informações.
A preocupação das corporações surgiu pela demanda da sociedade, na obtenção de
resultados mais satisfatórios, redução de custos, competitividade entre os Tribunais,
monitoramento por organismos externos (TCE, TCU, AGU, MPE, MPU, ONGs), auditorias
internas e mudança de cultura dos membros efetivos da administração. Não obstante, os
Tribunais não evoluíram na mesma linha. Não havia uma política clara definida para efetuar
uma unificação em processos e sistemas. A atuação do CNJ foi determinante para esta
mudança de cultura. Positivamente as ações desenvolvidas por este Conselho comprovam a
evolução do Judiciário Nacional. Esta evolução tecnológica, comprovada pela efetividade
apresentada pelos números é modesta e singular.
10
Provoca-se neste estudo a repensar em riscos que a instituição atravessa todos os dias,
nas suas diversas atividades:
1. Danos a sua reputação: por falhas operacionais, relatórios incompletos, dados
não consolidados, inconsistências de informações.
2. Interrupção dos negócios: por falha técnica, catástrofe, roubo de informações,
falta de redundância, equipamentos obsoletos, mão de obra ineficaz.
3. Descontinuidade: inconsistências de planejamento a longo prazo,
descontinuidade de projetos, ausência de grupos multidisciplinares
responsáveis pela continuidade de projetos de gestões anteriores.
4. Alinhamento: ausência de alinhamento estratégico, tecnológico e humano
dentro da organização, para fortalecer as atividades essenciais a sobrevivência
dos negócios.
5. Ameaça nos negócios: ausência de planos alternativos para gerenciar possível
interrupção das atividades.
6. Recursos defasados: necessidade de criar ações que visem a evolução
tecnológica, intelectual e estrutural da organização. A obsolescência de
máquinas e defasagem intelectual do ativo humano da organização.
7. Política de Aprendizagem: a falta de capacitação de servidores para o exercício
de suas funções.
8. Política de Produtividade: criar mecanismo e sistemas que possam mensurar as
atividades dos indivíduos dentro da organização. A instituição pública carece
pela ausência desses métodos de avaliações.
9. Métricas para identificar e gerenciar o que se gasta e o que se ganha com a TI
10. Pesquisar e identificar quais modelos ou melhores práticas mais adaptados a
instituição.
A aplicação de BI fornece a instituição, através de implantação de mecanismos de
controle e produtividade, metodologia para promover troca de informações de governança
corporativa.
A governança de TI possui mecanismos eficientes para administração de gestão de
riscos. Modelos reduzem risco operacional, fornecendo meios para fiscalização e mensuração
de resultados. A informática dentro das organizações vai alem da fronteira do CPD. Envolve
pessoas e processos. Existem responsabilidades e providências que, se não forem executadas,
11
provocam demandas pela falta de conformidade. Esta gestão de demandas tende a minimizar
ou eliminar quando, no ambiente computacional, podemos priorizar e antecipar a tomada de
decisão com ferramentas, como guias e biblioteca de boas práticas (ITIL3 e COBIT4).
1.3 Relevância do Estudo
Este trabalho busca oferecer contribuições efetivas ao processo de racionalização dos
sistemas de TI. O material gerado devera fornecer instrumento de gestão válido, criticado e
passível de fornecer uma visão lúcida e confiável sobre o assunto.
3 ITIL - Information Technology Infrastructure Library é um conjunto de boas práticas a serem aplicadas na infra-estrutura, operação e manutenção de serviços de tecnologia da informação. A ITIL endereça estruturas de processos para a gestão de uma organização de TI apresentando um conjunto abrangente de processos e procedimentos gerenciais, organizados em disciplinas, com os quais uma organização pode fazer sua gestão tática e operacional em vista de alcançar o alinhamento estratégico com os negócios.4 COBIT- Control Objectives for Information and related Technology – dirigido para gestão de tecnologia, possui uma série de recursos que podem servir como um modelo de referência para gestão da TI, incluindo um sumário executivo, um framework, controle de objetivos, mapas de auditoria, ferramentas para a sua implementação e principalmente, um guia com técnicas de gerenciamento.
12
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Serão apresentados, a seguir, elementos conceituais interligados à administração e a
sistemas de informações de tecnologia da informação – SI//TI. A aplicação do SI/TI no
contexto da gestão administrativa e organizacional do TJMT. O capítulo inclui conceitos
extraídos de bibliografia especializada e prática.
2.1 O Sistema de Informação de Tecnologia da Informação na Administração Judiciária
Uma revolução. Este é um termo forte, mas é justamente o que representa a impulsão
que a Tecnologia da Informação efetuou na face do Judiciário, nos últimos anos. Em duas
décadas foram realizados expressivos investimentos, quebrando paradigmas e implementado
diversas inovações.
Nessa esteira, a democratização do acesso aos serviços de informações contribui para
o fortalecimento da cidadania e a ampliação do papel político do Judiciário. Esse processo
impele uma cobrança cada vez maior sobre o Judiciário por parte da sociedade, obrigando-o a
ter maior agilidade frente às exigências. A próxima década será um tempo marcado de
evoluções no sistema judiciário brasileiro, ocasionado pela interação entre sistemas e pessoas
que atuam como gestores competentes utilizando de ferramentas e sistemas inteligentes.
Pode-se dizer que, expertises efetuarão precípuas melhorias neste meio que interage a
sociedade e governo, de um lado o cidadão de outro o governo (judiciário, executivo ou
legislativo) municipal, estadual e federal.
Dentro de uma visão que a administração da justiça é determinante no acesso à justiça,
Santos constatou que é necessária “a capacitação das partes em função das posições
estruturais que ocupam” (Santos, 1996, p. 179) e que “a democratização da organização
judiciária deve ocorrer em paralelo com a racionalização da divisão do trabalho e com uma
nova gestão dos recursos de tempo e de capacidade técnica” (Santos, 1996, p. 180).
Desta forma, a utilização de forma mais intensa da TIC e da gestão do conhecimento,
através de um sistema de BI, agregando técnicas de extração e regras de processamento,
resultará num melhor equacionamento do tempo. O poder judiciário é um dos poderes que
constituí o governo e, portanto faz parte dos esforços do governo eletrônico, e um ambiente
rico em dados informacionais, onde pode ser aplicada uma solução de BI.
As aplicações de teorias de administração e modelos de sistemas de gestão, utilizados
em empresas da iniciativa privada, estão sendo aplicadas na iniciativa pública. O setor privado
classificou os resultados destas teorias nas organizações em quatro itens: todas trabalham com
público-alvo, margens de lucro, produtividade e padrões de qualidade muito parecidos.
13
Fazendo a analogia para a instituição publica, podemos afirmar que também
possuímos:
a) Público-alvo: a sociedade em geral;
b) Pensamos em lucro, mas propriamente o lucro social: resultado do
investimento do cidadão pago em forma de tributo com retorno pelo serviço
prestado pela organização pública;
c) Produtividade: o servidor público pela sua contribuição laboral para a melhoria
da prestação jurisdicional;
d) Padrão de qualidade: estamos sujeitos a controle externo quando necessário e,
intervenção se justificável. Os Tribunais, por meio do CNJ, adotaram metas e
indicadores de desempenho para mensurar o resultado das ações internas
voltadas a qualidade e produtividade destes serviços prestados a sociedade.
Este equilíbrio esperado pela sociedade na padronização de serviços esta diretamente
relacionada ao nível de aperfeiçoamento (diga-se evolução) da sociedade. O Tribunal de
Justiça/MT esta sendo mensurado continuamente nesta fase do Judiciário, o CNJ adotou
mecanismo onde toda Justiça Brasileira (Tribunal de Justiça, Justiça Eleitoral, do Trabalho,
Militar, Federal) possuem indicadores de produtividade.
Este mecanismo eficiente do CNJ possibilitou que a sociedade pudesse “enxergar” os
Tribunais mais acentuadamente, podendo efetuar criticas, comparações ou cobranças
embasadas em números. Não se concebia esta auditoria nos Tribunais, pode-se afirmar que
governo e sociedade estão vivendo um momento impar. Nunca neste País houve tanta
exposição do Judiciário. Esta sendo uma nova página, uma singularidade sem precedentes. E
esta sendo positivo, para ambas.
Definiremos o conceito5 de Sistema da Informação na Administração Judiciária,
segundo publicação no site do CNJ em:
Conjunto organizado de políticas, procedimentos, pessoas, equipamentos e programas computacionais que produzem, processam, armazenam e provêem acesso à informação proveniente de fontes internas e externas para apoiar o desempenho das atividades do Judiciário brasileiro.
Especificamente em relação ao Poder Judiciário, Luiz Antônio Severo da Costa, em
“A reforma do Judiciário e outros estudos”, Rio de Janeiro, Borsoi, 1975, afirma que “para a
modernização, a adequação do Judiciário aos dias de hoje, é sempre oportuna a observação de
5 CNJ: http://www.cnj.jus.br/images/moreq_jus/moreq-jus%20revisado.pdf
14
Roscoe Pound: “Nossa administração da Justiça não está decadente. Está, apenas, atrasada no
tempo” (p. 9).
Em outra oportunidade, Luna (2000), observa que:
Não se pode mais focar o serviço judicial como era há algumas décadas em que a sociedade movia-se mais lentamente. Hoje, as telecomunicações e a sociedade de informação integram-se a uma era virtual. Atualmente, não se é mais cidadão de uma província ou de um burgo. Pagamos tarifas "globais" e nos comunicamos com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, desembolsando, ou melhor, debitando em uma conta corrente, desde alguns centavos ou dólares, para custear um serviço interativo que nos é prestado. Vivemos, também, a era do tele-trabalho e dos serviços personalizados. Do lado dos excluídos ou dos que ainda não ingressaram nesse nicho sofisticado da sociedade de serviços, a visão é que se mantém distanciada do sentido das transformações do tempo e do espaço. Dois fatores importantes a se considerar - as relações no tempo e no espaço - foram objeto de investigação da Filosofia Clássica e são hoje perquiridos pela Sociologia e pela Ciência.
Não há mais como dizer que tecnologia e sociedade vivem em dimensões paralelas. A
unicidade é evidente e permanente. Não distinguimos mais esta separação, pois a cada
momento, está presente no dia a dia das pessoas, organizações e empresas. Embutido nos
celulares, no avião, na internet, nos celulares, nos equipamentos da sala de cirurgia, na injeção
eletrônica do carro, na tecnologia Bluetooth dos equipamentos eletrônicos, no marca passo do
paciente, etc. O que esta implícita já é explicito: alta tecnologia bombardeada diariamente em
nossas vidas.
É necessário que as organizações detenham o saber de seus funcionários a fim de
inovar. Nas comunidades de prática, o conhecimento humano evolui, as pessoas trabalham em
conjunto, utilizando a criatividade e recursos para resolver problemas, inventando formas para
solucionar os desafios. Também proporciona o compartilhamento das informações, idéias e
experiências. Para tanto Terra (2000, p. 70) observa que:
A Gestão do Conhecimento está desta maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado.
2.2 Judiciário de Mato Grosso em números
Para entender um pouco dos números da realidade do Judiciário Estadual (TJMT),
traremos a tona uma realidade do Judiciário Nacional. Pesquisa realizada pelo Conselho
Nacional de Justiça revela que existiam 67,7 milhões de processos em tramitação na Justiça
Brasileira, desse total, 54,8 milhões estão concentrados no Judiciário Estadual, sendo que
existe uma taxa de congestionamento de 74%. O indicador mostra que a cada 100 processos
em tramitação (novos ou antigos), 74 não foram julgados no ano da pesquisa. (Fonte: CNJ.
15
Portal do CNJ, link “Justiça em Números”)
TJMT apresenta nesta pesquisa, uma taxa de 80,4% de congestionamento nos
processos de 1º. Grau.
Este parêntese foi efetuado a titulo de observação. Neste trabalho o foco esta na gestão
de informações administrativas não em processos judiciais. Também não há nada que impede
a aplicação de BI na área judiciária. A metodologia seria a mesma. A implantação poderia ter
suas particularidades, mas nada que comprometesse o processo. Neste ponto a ressalva tem
caráter explicativo. A exemplo de outros Tribunais, a aplicação de BI em processos já
apresentou resultado. Finalmente estamos tirando a lente da miopia.
Outra pesquisa do CNJ defende a necessidade de haver um planejamento estratégico
nacional sobre TI no Poder Judiciário.
Dados da pesquisa "Justiça em Números", do Conselho Nacional de Justiça, entre
2004 e 2008, revelam que o Poder Judiciário gastou pelo menos 2,5 bilhões de reais com
ações de tecnologia da informação. Apesar do montante, Rubens Curado, secretário-geral do
CNJ, defende a necessidade de haver um planejamento estratégico nacional sobre tecnologia
da informação no Judiciário.
Figura 2
16
O Judiciário de Mato Grosso, no ano de 2008, figura2, gastou 3,5% de Gastos com
Informática em relação à Despesa Total da Justiça. (Justiça em Números – Relatório do
Departamento de Pesquisa Judiciária – CNJ)
O Brasil destina 23 bilhões de dólares para TI em 2008. Este foi o montante projetado
do estudo “Brazil IT Spending by State 2008”, realizado pela IDC6.
CNJ esta desenvolvendo um sistema de processo eletrônico para alcançar a primeira e
segunda instancia do país e, estará disponibilizando para o judiciário nacional, a partir de abril
deste ano. Notamos que não há como ser uma ilha nesta passagem histórica. Os Tribunais hão
de integrar em tecnologia, é o momento de benchmarking, interagir, trocar experiências. O
Conselho poderá destinar recursos7 ou oferecer apoio técnico aos tribunais com maior
carência, visando o nivelamento tecnológico. Os tribunais, de modo geral, concentram sua
produção tecnológica visando o atendimento a demandas internas e, na maioria das vezes
esses produtos não possuem interoperabilidade perante as outras instituições. Esta ausência de
padronização esta sendo pulverizada e a adoção de modelos nacionais, nos moldes: de
organização de intercâmbio de informações, interconexão, segurança, meios de acessos, áreas
de integração.
Existe uma preocupação com esses dados. Devemos dar um tratamento no
armazenamento deste conteúdo. Neste caminho, o escopo8 é:
Os recursos de informação do governo constituem valiosos ativos econômicos. Ao garantir que a informação governamental possa ser rapidamente localizada e intercambiada entre o setor público e a sociedade, mantidas as obrigações de privacidade e segurança, o governo auxilia no aproveitamento máximo deste ativo, impulsionando e estimulando a economia do país
A visão é garantir uma uniformidade entre instituições, ganhado com isso inclusive
agilidade de aprendizagem. Esta agilidade se concretiza pelo fato do usuário não ter que
aprender um novo sistema quando o mesmo for movimentado por outras organizações
publicas judiciárias nacionais, independente da esfera.
O que se espera com essas mudanças é a melhoria de serviços públicos, redução de
custos, uniformidade técnica (equipamentos e de pessoas), alta disponibilidade, aderência a
novas tecnologias, padronização de serviços.
6 IDC - IDC (International Data Corporation), empresa líder em inteligência de mercado, consultoria e conferências nos segmentos de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, utiliza sua extensa base de conhecimento sobre o mercado, provedores e consumidores para auxiliar seus clientes no endereçamento de questões estratégicas relativas à oferta e ao uso de soluções tecnológicas. Possui mais de mil analistas, em 110 países, e há mais de 44 anos provê informação global, regional e local sobre tecnologias, oportunidades e tendências. Disponível em http://www.idclatin.com/about_idc.asp?ctr=bra. Acesso em 12 Jan. 2010.7 CNJ: Resolução 90, artigo 19.8 http://www.governoeletronico.gov.br/anexos/minuta-e-ping-versao-2010. Acesso em 10 jan. 2010.
17
2.3 Sistemas Organizacionais
Para Santos e Filho (1994), do ponto de vista ergonômico a arte da condução dos
sistemas organizacionais se traduz na gestão de um conjunto de componentes em prol de
objetivos pré-estabelecidos: homens, tecnologias, organizações e meio-ambiente do trabalho,
dinamicamente relacionados em uma rede de comunicações, formando uma atividade para
atingir um objetivo.
Abreu e Rezende (2001) apontam que as empresas possuem objetivos formalmente
declarados, de curto, médio e longo prazos. A atividade de condução empresarial requer
domínio dos seguintes princípios de planejamento:
• Gerar lucro e perenidade;
• Satisfazer as necessidades dos clientes;
• Promover seu próprio desenvolvimento;
• Lograr equilíbrio financeiro.
No caso das organizações governamentais, tipologia em que se enquadra TJMT,
objeto deste estudo, os conceitos de lucro e desempenho financeiro podem ser substituídos
pelo conceito de “lucro social”. O lucro social nada mais é que a justificativa e retorno dos
investimentos que cada cidadão realiza, cada vez que paga seus impostos. Ainda pode-se
dizer, em outras palavras, que o “lucro social” sintetiza a padronização de metas de Eficiência
Operacional e Fiscalização e Correição – Metas CNJ referente a processos internos.
2.4 Os Sistemas e Tecnologias de Informação (SI/TI)
Abordaremos o SI/TI, como métodos para automatizar processos básicos nas
empresas.
De acordo com Meirelles (1994) a TI é “o conjunto de recursos não-humanos
dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação de informação, e à maneira pela
qual esses recursos são organizados em um sistema capaz de desempenhar um conjunto de
tarefas”. A TI também inclui tecnologias de conexão (redes), comunicação de dados, voz e
imagens não diretamente ligados a sistemas de informação. Neste texto será adotado o termo
TI como abrangendo TI e SI, sendo representativo para os dois conceitos, também porque é o
termo mais conhecido e consagrado.
Na opinião de WEILLS; ROSS (2006, p.18) os responsáveis pela tecnologia da
informação gerenciam ativos responsáveis pelo fluxo de informação. Estes são difíceis de
mensurar e exigem investimentos constantes. Nem sempre se consegue justificar e demonstrar
o quanto estes ativos representam para a empresa.
18
Segundo Campos (2004), sua visão sobre a adoção de tecnologia versus organização:
Nesse contexto, entre os recursos tecnológicos, a Tecnologia da Informação (TI) – complexo tecnológico que envolve computadores, software, redes de comunicação eletrônica públicas e privadas, rede digital de serviços de telecomunicações, protocolos de transmissão de dados e outros serviços.
McGee e Prusak (1994) apontam que os primeiros autores que trataram dos SI/TI, e da
organização, imaginaram que a tecnologia da informação teria o potencial e o poder para levar
informação imediata dos setores mais remotos da empresa até as salas dos executivos, onde
sua importância poderia ser imediatamente compreendida e medidas apropriadas adotadas
prontamente.
Para McGee e Prusak (1994), existe um motivo humano para a preocupação
envolvendo a eficiência da informação, pois os computadores podem ser capazes de lidar com
a sobrecarga de informação, mas ela continua a depender de como as pessoas administram a
informação. Apontamos que o papel dos executivos na organização é tomar decisões sobre as
atividades diárias que levem ao sucesso num futuro incerto. Essa é uma tarefa que está
intimamente ligada à informação.
Nesse contexto, entre os recursos tecnológicos, a Tecnologia da Informação que: “é
definido como o complexo tecnológico que envolve computadores, software, redes de
comunicação eletrônica pública e privada, rede digital de serviços de telecomunicações,
protocolos de transmissão de dados e outros serviços” (Marcovitch, 1996), tem sido
considerado como um fator importante para potencializar o desenvolvimento dos processos
produtivos e da gestão das organizações, como destaca Albertin (2002, p.11):
As organizações têm procurado um uso cada vez mais intenso e amplo de Tecnologia de Informação (TI), não apenas bits, bytes e demais jargões, mas uma poderosa ferramenta empresarial, que altere as bases da competitividade e estratégias empresariais. As organizações passaram a realizar seus planejamentos e criar suas estratégias voltadas para o futuro, tendo como uma de suas principais bases a TI, devido a seus impactos sociais e empresariais.
Para Campos & Teixeira (2004, p.1), a TI cumpre papel significativo, ao ser utilizado
como recurso para subsidiar a administração geral das empresas, quando:
a) fornece elementos para a definição de estratégias empresariais;
b) apóia gestores no acompanhamento dos negócios;
c) promove maior rapidez na comunicação interna e com fornecedores e clientes;
d) agiliza tarefas burocráticas;
e) facilita a execução de atividades administrativas;
f) ajuda na gestão da produção.
19
A judicialização dos Tribunais tem sido influenciada pontualmente pela informática,
se discute dois caminhos: o que fazer e como fazer. Este caminho tem sido apontado com
mais propriedade em instituições que possuem sistemas eficientes e eficazes. Não era
concebível, há dez anos, falar do controle do judiciário por outra instituição e, o CNJ, provou
ser altamente qualificado e tecnicamente correto. O talento técnico e humano dessa instituição
tem mostrado como a tecnologia é altamente produtiva. O CNJ mostrou o “que fazer” para o
judiciário brasileiro e, esta fornecendo meios tecnológicos e institucionais para “como fazer”.
As aplicações de recursos em investimentos de TI são altamente necessárias, a
exemplo, podemos citar, caso não haja investimentos no judiciário, um retração no
atendimento no ano de 2010 será uma realidade, conforme Ciarlini (2009):
Em uma crise, a capacidade de investimento do Estado acaba sendo atingida e isso repercute na capacidade do próprio Poder Judiciário em realizar alguns investimentos em áreas importantes, a diminuição do fluxo de capital, as restrições de crédito e as demissões devem gerar um aumento de demanda em todo o Judiciário. Afirma ser necessário aprimorar a eficiência dos Tribunais, isso implica na melhoria dos nossos processos de trabalho.
Destaco da frase de Ciarlini, o texto:
“Afirma ser necessário aprimorar a eficiência dos Tribunais, isso implica na melhoria dos nossos processos de trabalho.”
A essas expressivas e constantes mudanças, sobretudo neste contexto do judiciário, a
massa de dados existentes nos Tribunais é exponencialmente grande, acumulada da excessiva
papelada e burocratização típica da organização publica. A preocupação em administrar toda
essa informação é a tarefa dos gestores das instituições, a panacéia ainda não tem fórmula
exata, o que administrações bem sucedidas estão fazendo é utilizar-se de sistemas de
informações aliado a tecnologia avançada e pessoas capacitadas para a melhoria da qualidade
dos serviços.
A primeira versão ISO/IEC DIS 293829, baseado no modelo australiano, publicação
em 2007, tornando-se assim o primeiro standard internacional para a governança de TI. O
principal objetivo será a orientação na tomada de decisões, propondo seis princípios para três
atividades chave – direcionamento, avaliação e monitorização. Os princípios são os seguintes:
i.Responsabilidade: os indivíduos e grupos da organização entendem e aceitam suas
obrigações em respeito tanto ao fornecimento quanto demandas de TI.
ii.Estratégia: o plano de negócios leva em conta as capacidades atuais e futuras de TI.
9http://isotc.iso.org/livelink/livelink/fetch/2000/2122/327993/755080/1054033/2787945/JTC001-N-8780.pdf?nodeid=6801792&vernum=0. Acessado em 10 jan. 2010.
20
iii.Aquisição: As compras de TI são feitas por razões válidas, baseadas em análise
apropriadas e atuais, com tomada de decisão clara e transparente.
iv.Desempenho: TI serve aos propósitos de suporte a organização, provendo níveis de
serviços para o alcance das necessidades de negócios atuais futuras.
v.Conformidade: TI esta em aderência a todas as regulamentações mandatórias.
Políticas e práticas são claramente definidas, implementadas e reforçadas.
vi.Comportamento das Pessoas: Políticas de TI, práticas e decisões demonstram
respeito ao contexto geral, as necessidades e aos processos.
As regras de negócio quando não foram claramente divulgada e exaustivamente
discutidas, levam organizações a confrontos internos, nem sempre explícitos, mas altamente
prejudiciais ao rito normal das atividades diárias. Essa guerra forma pequenas, mas
verdadeiras, trincheiras dentro dos diversos setores organizacionais.
A falta de alinhamento dos objetivos da organização deve, sempre, estar claro a todos
os níveis. Campanhas de esclarecimentos e de divulgação para mostrar o norte dos objetivos
estratégicos deverão estar no “chão da fábrica”.
21
3 CONCEITO DE UM SISTEMA EM BUSINESS INTELLIGENCE
De acordo com Barbieri (2001 apud Abellon, 2007), o conceito de Business
Intelligence é "abrangente e envolve todos os recursos necessários para o processamento e a
disponibilização da informação ao usuário". Turban (2005) conceitua BI como uma "categoria
ampla de aplicações e técnicas para coletar, armazenar, analisar e oferecer acesso aos dados e
ajudar os usuários da empresa a fazerem melhores negócios e tomarem melhores decisões
estratégicas" (Turban, Rainer e Potter (2005, p. 86).
Quando uma organização usa dados de seus sistemas transacionais para tomar
decisões estratégicas, denomina-se Business Intelligence. Para Abellon (2007), BI é uma
"tecnologia capaz de possibilitar às empresas organizarem grandes quantidades de seus dados,
de forma ágil, cruzando as informações para permitir uma tomada de decisões mais acertada e
fácil nos negócios".
O gigante em sistemas operacionais, a Microsoft10 define como Business Intelligence:
O BI (Business Intelligence) cumpre uma promessa simples: melhorar o desempenho dos negócios aprimorando a tomada de decisões em toda a organização. Quando você tem certeza de que sua visão dos dados corporativos é sólida, bem fundamentada e completa, pode esperar que suas decisões o ajudem a criar vantagens competitivas e alcançar os objetivos corporativos. Mas para que o BI atinja seu potencial, ele deve ter a flexibilidade e a funcionalidade necessárias para se estender do indivíduo à equipe e à organização. O BI também deve responder às diferentes necessidades de seus funcionários e levar em conta todas as informações - estruturadas ou não, que você usa para tomar decisões.
3.1 Arquitetura de um Sistema de Business Intelligence
A arquitetura de BI caracteriza pela mudança de padrões, os números são difíceis de
entender: em poucos anos, a terminologia comum para os volumes de dados tem crescido de
megabytes para gigabytes para terabytes (trilhão de bytes).
No entanto, enquanto as organizações têm mais dados, mas estes nunca estão a
disposição, eles raramente impõem uma ordem suficiente, perdendo seu valor agregado de
informação, tornando simplesmente um números entre outros, uma tabela salva no
computador, um quadro qualquer.
A mudança não esta somente na modelagem, mas na extração, interconexão, nos
relacionamentos, na interação com outras bases (SIG).
Na figura 3 revelamos a arquitetura de um sistema em BI em camadas, de forma
piramidal, comparado aos níveis organizacionais.
10 Fonte: http://www.microsoft.com/brasil/servidores/bi/about/how-does-bi-work.aspx. acessado em 12 nov. 2009.
22
Figura 3
Considera-se uma funcionalidade da arquitetura de business intelligence tal como:
Extrair / importar dados das fontes
Tratar qualidade dos dados
Organizá-los num repositório (DW - armazém de dados)
Estruturá-los para acesso (DM – subconjunto do DW)
Visualizar / trabalhar os dados, e
Prover e manter metadados11
A tabela abaixo sintetiza a relação entre banco de dados operacionais e DW.
Características Bancos de dados Operacionais Data WarehouseObjetivo Operações diárias do negócio Analisar o negócioUso Operacional Informativo Tipo de processamento OLTP OLAPUnidade de trabalho Inclusão, alteração, exclusão Carga e consultaNúmero de usuários Milhares CentenasTipo de usuário Operadores Comunidade gerencialInteração do usuário Somente pré-definida Pré-definida e ad-hoc Volume Megabytes – gigabytes Gigabytes – terabytesHistórico 60 a 90 dias 5 a 10 anosGranularidade Detalhados Detalhados e resumidosRedundância Não ocorre OcorreEstrutura Estática VariávelManutenção desejada Mínima Constante
11 Metadados - Informação estruturada sobre recursos de informação, dicionário de dados ou Metainformação, são dados sobre outros dados
23
Acesso a registros Dezenas MilharesAtualização Contínua (tempo real) Periódica (em batch)Integridade Transação A cada atualizaçãoNúmero de índices Poucos/simples Muitos/complexosIntenção dos índices Localizar um registro Aperfeiçoar consultas
A análise da tabela sugere detalhar alguns itens:
i. Tipo de usuário: Comunidade Gerencial – a manipulação de extração de
informações esta ligado ao nível estratégico da organização.
ii. Acesso a registros: Milhares – o acesso multidimensional do sistema permite
a multiplicidade relacional altíssima, sendo esta finalidade concebida a sistemas de BI.
iii. Numero de índices: muitos/complexos – o objetivo é obter máximo nas
pesquisas, materializando a superioridade das informações.
O armazenamento de metadados em sistemas inteligentes é definido como cubo. Este
mecanismo denominado OLAP12 permitir uma análise multidimensional em bases de dados
volumosas para realizar uma análise específica dos dados. Segundo wikipedia13, “As
aplicações OLAP são usadas pelos gestores em qualquer nível da organização para lhes
permitir análises comparativas que facilitem a sua tomada de decisões diária.” Pode ser
definido também, segundo Almeida (1999), “são dados que descrevem completamente os
dados (bases) que representam, permitindo ao usuário decidir sobre a utilização desses dados
da melhor forma possível”.
Primak (2008) descreve as características das ferramentas OLAP:
a. Visão conceitual multidimensional;
b. Transparência
c. Acessibilidade
d. Informação de performance consistente
e. Arquitetura cliente-servidor
f. Dimensionalidade genérica
g. Manipulação de matrizes dinamicamente
h. Suporte e multiusuários
i. Operações ilimitadas em operações cruzadas
j. Manipulação de dados intuitivamente
k. Consultas flexíveis
12 OLAP - é a capacidade para manipular e analisar um grande volume de dados sob múltiplas perspectivas.13 http://pt.wikipedia.org/wiki/OLAP
24
l. Níveis de dimensões e agregações ilimitadas
A ferramenta OLAP é considerada uma categoria de software que permite a analistas,
gerentes e executivos obterem respostas dentro dos dados, através de uma rápida, consistente
e interativa forma de acesso a uma ampla variedade de possíveis visões, enfatiza Primak
(2009, p. 58)
Day (1998) define a vantagem de metadados em uma, tradução simplificada,
“ampliação das práticas de catalogação bibliográfica tradicional em um ambiente eletrônico”.
A mineração de dados permite informar as pessoas sobre a existência de um conjunto
de dados ligados às suas necessidades específicas.
A forma didática de cubo pode ser definida como um modelo, construído em torno de
um objetos de fatos central, e em cada face do cubo, temos a resposta a uma hierarquia de
dados. Na figura 4 podemos “visualizar” como a estrutura fica virtualmente arranjada dentro
do sistema. A esta composição de dados e metadados, transforma-o numa poderosa
ferramenta de extração de informações gerenciais.
3.2 A Utilização do Business Intelligence
A informação gerenciada no ambiente empresarial é algo fundamental, tomam-se
decisões corretas, administram as operações da organização e fornece metadados estratégicos
que impulsionarão a evolução. A Tecnologia da Informação tem feito sua parte, oferecendo
aos gestores14, ferramentas e recursos cada vez mais adequados à solução de seus problemas,
tornando possível a entrega da informação necessária no momento desejado. Aos
profissionais de TI (tecnologia da informação), cabe gerenciar os dados coletados, estruturá-
los e elaborar os cubos para modelo de relatórios (reports), de forma que possam prover
informações úteis aos responsáveis pelo plano estratégico da empresa.
Segundo Davenport & Prusak, 1999 apud Larangeira, Oliveira & Coutinho, 2007, p.
18) "dado bruto já analisado e contextualizado, aos quais quando se adicionam ação e
aplicação, tornam-se conhecimento, formado por instintos, idéias, regras e procedimentos que
guiam as ações e decisões" (Larangeira, Oliveira & Coutinho, 2007, p. 19).
O business intelligence, na visão do Centro de Tecnologia da Microsoft
(www.technet.microsoft.com), conhecido como gerenciamento do desempenho dos negócios,
é um conjunto de tecnologias usadas para melhorar o entendimento dos processos
corporativos e respectivos dados. O uso adequado do business intelligence ajuda a organizar
14 Gestores – genericamente indica, com abrangência, qualquer pessoa dentro da organização ou instituição que direta ou indiretamente, tem função de gerar dados/informações nos níveis operacional, tático ou estratégico.
25
os dados para que sejam úteis, práticos e capazes de transformar seus processos corporativos
subjacentes. Essas metas15 são alcançadas usando os seguintes processos:
Coletar dados A primeira etapa no desenvolvimento do business intelligence é
criar e armazenar dados que representem com precisão o que está acontecendo em sua
organização. Os bancos de dados são úteis somente quando os dados que eles estão
controlando são representativos dos processos e das condições corporativos. Pode ser difícil
determinar o que está ausente nas fontes de dados, por isso dados adicionais podem ser
coletados para melhorar os processos corporativos.
Transformar os dados em informações úteis Os dados em geral são
representados como conjuntos de campos que têm valores correspondentes. Os dados em si
são neutros e em essência inúteis. Ao usar ferramentas e processos corporativos para tornar os
dados úteis, você cria informações. Um dos segredos para criar informações é criar um modo
de exibição dos dados que contenha um subconjunto de dados úteis para um ou mais grupos
de usuários em sua organização.
Usar as informações para melhorar o conhecimento O conhecimento é criado
quando você fornece informações práticas para as pessoas que podem usá-las. Ter uma lista
de dados possivelmente interessantes para um grupo de pessoas específico é melhor do que ter
dados brutos, mas na prática isso não é de grande utilidade. Se você personalizar as
informações, direcionar as audiências e os grupos e oferecer uma maneira de as pessoas
analisarem os dados e interagirem com eles, criará informações práticas que servirão de base
para o conhecimento em sua organização.
Transformar o conhecimento em ação À medida que você desenvolve uma base
de conhecimento em sua organização, os trabalhadores do conhecimento atuam com mais
eficiência na busca das principais metas dos negócios, e os gerentes podem identificar
oportunidades de melhoria e tomar decisões com base nesse conhecimento para melhorar os
processos corporativos. O business intelligence proporciona um conjunto eficaz de soluções
que correspondem a cada uma dessas etapas em um processo integrado que permite melhorar
continuamente os processos corporativos.
3.3 As Vantagens da Utilização de Business Intelligence
O planejamento estratégico das instituições exige mais dinamismo do que os sistemas
de gestão normalmente conseguem prover. Existe então a necessidade da quebra de
15 Sobre Business Intelligence: http://technet.microsoft.com/pt-br/library/cc263217.aspx#section1. Acesso em 15 Dez. 2009.
26
paradigmas, saindo das atuais visões bidimensionais para um novo conceito que vem
revolucionando a gestão das organizações já há alguns anos: as visões multidimensionais
(cubos). A “visão” que estes sistemas imprimem nas organizações é o modelo de auto-
suficiência de informações. Estamos falando da era em que gestores administram informações
sem interferências de níveis inferiores da escala piramidal. As manipulações gerenciais visam
trabalhar com os dados, efetuando relações múltiplas sem a necessidade de sair de frente do
próprio computador.
Empresas de consultoria especializada contribuem na implementação de BI na
eliminação de trabalho redundante. Outro ponto importante da consultoria é inexoravelmente
a explicitação dos processos em farta documentação. As organizações não estão acostumadas
a gerar documentação de seus fluxos, processos e produtos.
O nível mais atrativo na concepção de um sistema de Business Intelligence em uma
organização é a fase de construir modelos úteis de Data Mining, esta técnica varre os dados da
organização em busca de tendências, de modo racional, de tal forma que as buscas de dados,
até então primitivas, são substituídas por técnicas de varreduras inteligentes. Este processo
consiste em níveis básicos, definidos em três etapas: exploração, construção de um modelo e
validação.
Segundo Primack (2008), a tradução tupiniquim de BI significa Inteligência nos
Negócios, e se for aplicado de forma correta torna-se uma “mina de ouro." (p: 10). Não
importa o porte da empresa, mas a necessidade do mercado. Ao redor do mundo existem
vários exemplos de implantação de projetos de BI. No Brasil, soluções de Business
Intelligence estão em instituições financeiras, empresas de telecomunicação, seguradoras e em
toda a instituição que perceba a tendência da economia globalizada, em que a informação
precisa chegar de forma rápida, precisa e abundante. (P: 12)
Um exemplo do que se pode conseguir com BI, Primak (2008) elaborou uma pesquisa,
pergunta direta, a 50 clientes de empresas, e seus resultados foram estes:
1. Esta satisfeito com as políticas de tratamento individual?
Antes BI (%) Após BI (%)
Ótimo 38 78
Bom 4 20
Razoável 10 2
Péssimo 12 2
27
2. Nossos produtos e serviços estão sendo bem aceitos pelo mercado consumidor?
Antes BI (%) Após BI (%)
Ótimo 49 84
Bom 35 12
Razoável 8 4
Péssimo 8 0
3. O tempo de resposta para questionamentos de clientes esta dentro do previsto?
Antes BI (%) Após BI (%)
Ótimo 13 69
Bom 65 25
Razoável 16 6
Péssimo 6 0
Nota-se, através dos números, que houve grande satisfação por parte das empresas que
optaram pela implantação de ferramentas Business Intelligence. Principalmente no se refere
ao atendimento aos clientes e aos futuros clientes “prospects16”.
Primak (2008) literalmente afirma que a informação é a base para a construção do
conhecimento. Portanto informação não é conhecimento, mas sim componente deste. (P: 23)
Estudos de Davenport (1998) mostra indiscutível a relevância da disponibilidade das
informações apropriadas para o administrador no processo decisório, principalmente no
momento da tomada da decisão. Sem ela, o administrador (gestor) decidira às cegas. Dentre as
abordagens da informação tratadas por Davenport a do capital intelectual/ conhecimento é a
que mais se relaciona com o indivíduo e os fluxos informacionais dentro da organização. Essa
abordagem destaca o conhecimento acumulado pelas pessoas que é um importante ativo que
pode ser capitalizado, De acordo com Davenport esse comportamento interfere na criação da
cultura informacional da organização. Informações estas, vitais e extremamente valiosas. As
organizações estão aprendendo que um dos seus maiores ativos é sua base de dados.
A preocupação de Davenport (1998) com o modo como as pessoas usam e dão
destinação à informação, faz deste trabalho um excelente referencial para a compreensão dos
efeitos das interferências organizacionais nos fluxos de informacionais.
16 Prospects: Possibilidade, chance, esperança. Neste sentido esta voltado aos clientes potenciais, novas possibilidades.
28
Conforme Davenport; Eccles e Prusak (1992, p.64) “[...] o gerenciamento da política
da informação requer uma mudança na cultura organizacional e novas tecnologias”. O
gerenciamento da informação precisa que todos os gerentes apóiem e participem além de ver
a informação como elemento importante para seus sucessos, estando dispostos a gastarem
tempo e energia negociando para encontrar suas necessidades de informação. Cumpre lembrar
que, por denotar poder e ser um elemento essencial em todos os processos organizacionais, a
informação nunca é neutra, e nem todas as pessoas têm interesse que ‘tudo’ circule nos
diferentes setores. Essas são algumas questões que o profissional terá que enfrentar ao
implantar e/ou gerenciar um sistema de informação para negócios, questões essas que fazem
parte do contexto político e econômico da sociedade atual
Evidentemente um gestor poderá utilizar experiências passadas para tomar
determinada decisão, o que configura a utilização de informação: a experiência passada,
relembrada pelo individuo. Este modelo é o mais antigo da humanidade. A experiência dos
antepassados, transmitido a gerações futuras, como acontece ainda nas culturas primitivas das
sociedades indígenas. Manuscritos de escribas e hieróglifos das pirâmides. Nas paredes de
sítios arqueológicos milenares. Tudo isso em confronto com uma avalanche de tecnologia,
onde supercomputadores com capacidade de realizar 160 trilhões (exato, não é erro digitação,
são 160 trilhões) de operações de ponto flutuante por segundo (Galileu17) e custam mais de 10
milhões de dólares. Este equipamento conta com 3,3 mil processadores e 13 mil servidores
(computador de grande porte) que operam em conjunto, o chamado cluster18.
Garantir a continuidade das organizações privadas é uma atividade delegada e pessoas
com capacidade holística e competente, capazes de ultrapassar barreiras de controle
puramente tecnológico e englobar riscos a fatores de negócio.
A esta visão holística, o gestor compreende a organização não como partes isoladas,
mas um único conjunto que apresenta interatividade entre os setores. A habilidade esta em
unir esses fatores e extrair resultados. O resultado gerencial depende da habilidade de
aprender, no trato humano, a diferença entre mandar ou delegar, ser chefe ou ser líder.
Estamos falando de relações interpessoais. As organizações modernas não descartam obter
resultados como parte do relacionamento entre os diversos níveis gerenciais.
17 Galileu - http://www.adrenaline.com.br/tecnologia/noticias/3605/petrobras-compra-supercomputador-galileu-de-160-tflops.html18 Cluster: pode ser definido como um conjunto de dois ou mais computadores. É formado por um conjunto de computadores, que utiliza um tipo especial de sistema operacional classificado como sistema distribuído.
29
Como parte integrante de sistemas gerenciais, a arquitetura de BI fornece meios
técnicos e estratégicos por meio dos objetivos primários de um sistema de inteligente:
- Acesso imediato a toda informação relevante
- Acesso a informações de diferentes fontes em uma única ferramenta de análise
- Alta qualidade de informação.
- Em linha com todos os processos de negócios da organização.
- Analise multidimensional de dados, podendo mesclar diversos dados para obtenção
de resultados das queries19
O uso do Business Intelligence é importante tanto para o conhecimento da organização
quanto para a tomada de decisão. "Seu uso adequado é, nos dias de hoje, fator de
competitividade para qualquer empresa, de qualquer porte, em qualquer setor do mercado"
(Pereira & Borges, 2006:43). Nextg (2007) apresenta uma lista dos benefícios que as soluções
de BI oferecem às organizações:
Alinhar projetos de tecnologia com as metas estabelecidas pela instituição na
busca pelo máximo retorno do investimento na área de TI;
Ampliar a compreensão das tendências dos negócios, ao propiciar mais
consistência no momento de decisão de estratégias e ações;
Fazer análise de impacto sobre rumos financeiros e organizacionais, com o
objetivo de criar mudanças nas iniciativas gerenciais;
Facilitar a identificação de riscos e gerar segurança para migração de
estratégias, criando maior efetividade nas implementações dos projetos;
Elaborar um planejamento corporativo mais amplo, ao substituir soluções de
menor alcance por resultados integrados pela informação consistente;
Gerar, facilitar o acesso e distribuir informação de modo mais abrangente, para
obter envolvimento de todos os níveis da organização e todos aqueles que possam,
ao usá-la, agregar mais valor;
Ligar e consolidar dados de diferentes sistemas de modo a oferecer uma visão
comum do desempenho da organização;
Automatizar tarefas, eliminando os erros ao colocar as pessoas no fim dos
processos;
19 Query – queries: expressão que indica consulta. Segundo dicionário Aurélio é um procedimento para obtenção de informação armazenada em banco de dados (q. v.), que consiste numa seleção dos registros que atendem a determinados critérios definidos pelo usuário.
30
Oferecer dados estratégicos para análise com um mínimo de atraso em relação
a uma transação ou evento dentro da organização.
Para Brandão (2007), os principais benefícios da implantação de BI são: a economia
do tempo dos tomadores de decisões nas empresas, a descentralização da informação, e a
unificação das informações em bases de dados, que facilitam a análise de forma global.
Apresentamos os seguintes benefícios:
● antecipação das mudanças no cenário global que interferem na organização;
● antecipação de ações pela redução de tempo de feedback;
● descoberta de novos potenciais internos;
● a organização aprende com os sucessos ou falhas das outras;
● melhor conhecimento das suas possíveis aquisições;
● conhecimento de novas tecnologias, produtos ou processos que causem impacto no
negócio da organização;
●conhecimentos na área da política, legislação ou quaisquer mudanças em
regulamentos que possam afetar o negócio da organização;
● auxílio na implementação de novas ferramentas gerenciais.
Assim, o principal benefício do business intelligence para as empresas é a gestão do
conhecimento, que lhes possibilita conhecer sua posição no mercado e avaliar as estratégias
para manter-se nele de forma competitiva.
A facilidade de obtenção de resultados via SIG aliado à utilização do BI destaca-se:
Necessidades do usuário com sistemas transacionais; − Fácil acesso a dados e
informações de modo fornecer feedback a business área (área de armazenamento
de dados e metadados;
Controle de segurança efetivo - o controle de aos níveis de acesso a informações,
delimitando áreas estruturadas de dados, informações e reports gerenciais,
utilizando o mesmo controle de segurança utilizado no restante do sistema;
Possibilidade de aliar cálculos/fórmulas - uma vantagem, pois tratam da
possibilidade de o próprio usuário alterar os resultados, segundo cálculos ou
mesmo fórmulas originais, com dados externos ao ambiente do sistema,
confrontando-o com as informações resultantes do módulo BI na tomada de
decisão da instituição.
Neste momento efetuaremos uma análise baseada em mera suposição, de uma
elaboração de um relatório de BI. , em um dado momento da instituição.
31
Supõe-se que há necessidade de levantar informações de consumo de determinados
materiais/insumos enviados as diversas localidades do Estado. Estão todos na sala de reunião,
não tendo nenhum material ate aquele momento para fornecer aos membros. O assunto foi
abordado pelo gestor financeiro à área patrimonial, em sala de reunião. Pela experiência
prática, sabe-se que haverá necessidade de interromper a reunião ou postergá-la até a
elaboração do referido relatório.
A seguir, na figura 4, demonstraremos como o BI, com sua estruturação de dados e
metadados, em cubos, poderá ter essas informações extraídas a partir de reports do sistema,
fornecendo as informações de forma rápida e evidente.
A manipulação dos dados dos cubos poderá ser efetuada por gestores da instituição,
com acesso ao sistema de informação gerencial (sig), definindo os parâmetros as quais
querem extrair (data mining), gerando os relatórios (reports), em tempo real, com padrões de
relatórios já pré-definidos, sem a necessidade de preocupar com elementos de irrelevantes de
formatação de página (letra, layout da pagina, brasão/logo, data, entre outros).
Figura 4
Em uma rápida observação, podemos avaliar que foram consumidas 15.000 capas de
processos, na instância do ROO, sendo que o total para todas as instâncias somam 33.500
capas, no mês de janeiro, de um determinado ano. Um segundo relacionamento refere-se ao
consumo de papel. Pela análise da figura, constata o consumo de 1000 resmas de papel para a
comarca de Cuiabá. Com base nessas informações, pode-se efetuar a integração de outros
mecanismos para “fatiar” ou decompor a utilização desse montante de papel, em informações
mais detalhada:
i.A utilização de BI para decompor qual foi o setor que mais solicitou papel na instância,
figura 5.
32
Figura 5
ii.Em seguida, figura 6, identificado o setor, utilizando as informações da base agregada a
outros SIG, podemos verificar qual foi a estação de trabalho (workstation), o usuário
(user) que efetuou a impressão, qual impressora (printer) utilizada, o tipo de arquivo
(.doc, .pdf, .xls, .rtf, etc) , o tamanho do arquivo, o dia/hora da impressão. Nota-se que
estas informações são desprezadas pela maioria das organizações, em contrapartida se
gasta milhares de reais na compra de papel, insumos e equipamentos.
Figura 6
iii.Esses números são perfeitamente auditáveis. Fornecendo insumos reais para projeções
futuras de redimensionamento do parque computacional, figura 7.
33
Figura 7
iv. Finalmente, chegar com a extração dessas informações é estabelecer a
correlação entre produto adquirido pela instituição e sua real utilização.
Os resultados obtidos poder implicar em: uma auditoria para verificação da destinação
final de papel, verificação entre páginas impressas x performance de equipamentos, na
verificação de páginas impressas (toner x papel), na adequação tecnológica do setor, uma
previsibilidade de consumo futuro, na identificação de irregularidade de material sob dois
aspectos: antes do consumo (o material não chegou a ser utilizado) e após a impressão
(utilizado para fins diferente da prestação jurisdicional).
Após esta exemplificação, quantas vezes o gestor já se perguntou, porque não tenho
essas informações na minha mão? Simplesmente porque não tem os sistemas necessários para
suprir com informações vitais e gerenciais, de sua própria estação de trabalho.
Nota-se que as variáveis sugeridas são meramente ilustrativas. A real necessidade de
efetuar matrizes de negócios depende das necessidades da organização em um determinado
momento. As matrizes de negócio demonstradas sugerem a gama20 de oportunidades que
poderia obter simplesmente com adições de variáveis na busca (query).
A regra de negócio é feita pelo gestor. O que devemos demonstrar é a facilidade de
obter tais informações após construir a base dos DM com milhares de dados decantados (data
mining). Soma-se a centralização de bases consistentes à SIG, poderemos afirmar, com as
palavras de Peter Druker (1995):
A raiz de praticamente todas as crises empresariais não está no fato de que as coisas são malfeitas. E sequer de que a coisa errada esteja sendo feita. Na maioria dos casos a coisa certa é feita - mas de modo infrutífero. Qual a razão do aparente paradoxo? (...) .
20 Gama – neste contexto: Série ou sucessão de idéias, sensações, teorias, etc.
34
Falo das noções que determinam o comportamento da organização, ditam as decisões sobre o que ou não fazer e definem o que ela considera significante em termos de resultados. São noções sobre o mercado. Noções sobre a identificação de clientes e concorrentes, sobre seus valores e comportamento. São noções sobre a tecnologia e sua dinâmica, sobre pontos fortes e fracos da empresa. São noções sobre aquilo que a empresa faz para ganhar dinheiro. São o que chamo de teoria do negócio (...)."
Experiências no remetem a duas frases, que acompanham muitos gestores de TI pela
vida: “nada é extremamente fácil” e “nada é extremamente difícil”. O único consenso é dizer
o quanto se esta preparada para enfrentar o desconhecido.
Toda manipulação neste momento não depende de levantamento de dados, pois os
mesmos já estão disponibilizados no armazém de dados (DW), em DM, (cubos) definidos,
conforme figura 8.
Figura 8
A diferenciação entre Data Warehouse e Data Mart é que a primeira é a base global
dos dados, a base central; Data Mart é uma porção dos dados específicos por áreas
determinantes, tais como financeiro, patrimonial, processual, etc.
Neste contexto e com a necessidade de agilização de implantação dos projetos de DW,
o Data Mart passou a ser uma opção de arquitetura interessante.
Podemos pela analise da figura 8, a visão estruturada de BI, concebemos uma rápida
interpretação dos dados dispersos na organização.
Existem duas maneiras distintas de criação de data marts: a top-down e botton-up:
TOP-DOWN: é quando a empresa cria um DW e depois parte para a segmentação,
ou seja, divide o DW em áreas menores gerando assim pequenos bancos
orientados por assuntos departamentalizados.
BOTTON-UP: é quando a situação é inversa. A empresa por desconhecer a
tecnologia, prefere primeiro criar um banco de dados para somente uma área. Com
35
isso os custos são bem inferiores de um projeto de DW completo. A partir da
visualização dos primeiros resultados parte par a outra área e assim
sucessivamente até resultar em um Data Warehouse completo.
Para qualquer uma das opções, a decisão depende de decompor duas variáveis
saudáveis: análise e foco.
Pela observação de Atre e Moss (2003), mostra sua astucia da visão de mercado:
Nos competitivos dias atuais e no aumento da incerteza mundial, a qualidade e a conveniência da organização de uma aplicação de “Business Intelligence” (BI) pode significar não só a diferença lucro e perda, mas também a diferença entre sobrevivência e falência. (Atre; Moss, 2003).
Traduzindo para o silogismo podemos indagar se a organização vai navegar por mares
calmos ou enfrentar furacões ou fazer nada. A escolha pode ser doce, amargo ou insosso. A
escolha depende da capacitação e feeling do gestor. A modelagem adotada é um conceito
intrínseco de cada organização. Utiliza-se de estudo das áreas humana e tecnológica para
elaborar uma avaliação positiva dos modelos de mercado.
Uma analise, decompõe a relação entre inteligência empresarial e business
intelligence:
Expressão Definição Ênfase Área conhecimento
InteligênciaEmpresarial
Área de estudo interdisciplinar (BARBOSA, 2002, p. 2), ligada à gestão organizacional, cujo objeto de estudo é entender (descritivo) e apoiar (normativo) o responsável por tomar decisões no ambiente organizacional. A inteligência empresarial tem uma estreita ligação com a gestão do conhecimento, principalmente em relação à busca de informações e à elaboração de sentido (sense making) em relação ao ambiente externo e à tomada de decisão (decision making). O foco da inteligência empresarial são os sistemas de informação organizacionais. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998, p. 63; 83; 107) (CHOO, 1998, p. 5)
Humana e organizacional
Ciência daInformação
Business intelligence
Área de estudo interdisciplinar, ligada à tecnologia da informação, que tem como objeto de estudo a elaboração (normativo) de sistemas de informação computacionais responsáveis por organizar grandes volumes de dados (data warehouse), facilitar a
Tecnológica Computação
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descoberta de relações entre tais dados (data mining; knowledge discovery in databases – KDD) (HAN; KAMBER, 2001, p. 5) e oferecer interfaces que facilitem ao usuário o entendimento das relações entre os dados (descritivo), a fim, por exemplo, de prover melhores informações para a tomada de decisão (ELMASRI; NAVATHE, 2000). O business intelligence tem uma forte ligação com a vertente tecnológica da gestão do conhecimento. Além disso, ao prover informações para tomada de decisão, o business intelligence pode ajudar tanto nos processos descritivos, quanto nos normativos da inteligência empresarial.
Fonte: < http://www.fernando.parreiras.nom.br/publicacoes/ie_bi.pdf>. Acesso em 18 jan. 2010.
3.4 As Desvantagens na Utilização do Business Intelligence
Como desvantagens a utilização do BI encontradas no estudo pode-se destacar:
Exponencial aumento da complexidade da estrutura de dados;
Necessidade de especialização da equipe;
Consultas complexas podem congestionam a rede de dados e o próprio banco de
dados;
Resistência interna dos colaboradores, pela democratização da informação. As
pessoas ainda se sentem “proprietárias” das informações. A concepção de
distribuir “seus” dados pela empresa gera insegurança. Simplesmente é uma reação
natural causada pela mudança do status quo.
Complexidade de customização. Efetuar o “ajuste fino” em sistemas depende da
habilidade dos gestores técnicos e da área envolvida.
A relação de investimento, financeiro e humano, em todo projeto é altamente
questionado em empresas e instituições. Em momentos de transformações não há garantias
dos resultados, não há visão de onde se quer chegar, neste momento analisando os cases, um
ponto de vista positivo permite falar com mais propriedade, que a decisão com base em
informações gerenciais de BI responde indagações estratégicas das organizações com maiores
possibilidades de acertos. Exigirá multidisciplinaridade e conhecimentos que nem sempre os
atuais funcionários possuem.
A principal mudança, já mencionada, da democratização de dados/informações,
imprime um movimento de resistência em toda organização. Este processo de harmonização
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de informações é fundamental para a elaboração dos fluxos e processos. O produto desta
interação gera os produtos de cada setor.
3.5 Sistemas de Apoio à Decisão
Um sistema de apoio à decisão (SAD) dá suporte à tomada de decisão relacionada com
processos empresariais de valor agregado. O SAD vai além das informações gerenciais
tradicionais que produzem apenas relatórios. Ele fornece assistência imediata na solução de
problemas complexos e que não podem ser auxiliados pelos SIG tradicionais. Os SAD
sugerem alternativas, dando real assistência às decisões finais. Tais sistemas possuem como
principais características a capacidade de manipular grandes volumes de dados; obter e
processar dados de diversas fontes; proporcionar flexibilidade na apresentação das
informações; executar análises estatísticas complexas; oferecer orientações textuais e gráficas;
otimizar a heurística no processamento; e oferecer recursos de análise e simulação para que as
metas empresariais sejam atingidas.
Estes sistemas (SAD) têm como objetivo atender a demanda específica onde a
aplicação direta de BI não esta contemplada. Poderemos adicionar nestas informações que
SAD e SIG complementam BI, mas não o inverso. O papel desses mecanismos é fornecer
insumos para a base de BI e com outros dados fornecer as informações gerenciais.
A decisão por inferência deixa de ser a alternativa adotada, entre neste cenário a
política de tomada de decisão por métodos totalmente analíticos e informações gerenciais.
3.6 Tecnologia da Informação - TI
Tecnologia da Informação é descrito por Cruz (1998) como sendo todo e qualquer
dispositivo (hardware, software, redes de comunicações, bancos de dados, etc...) que tenha
capacidade de tratar dados e/ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer
esteja aplicado a um produto ou a um processo. O autor aponta ainda que a TI não era assim
chamada quando do início da sua utilização nas organizações, estando associada a outros
termos: computadores, informática, sistemas de tratamento de informações, máquinas de
processar dados e telemática. Depois de passar por todas essas denominações, adquiriu o
significado atual.
Para Laurindo (2002), o termo TI se firma a partir da década de 80, substituindo as
expressões “informática” e “processamento de dados”, anteriormente de uso comum e
disseminado. O conceito abrange termos que se referem a computadores, telecomunicações e
ferramentas de acesso a recursos de informação e multimídia.
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A TI, de acordo com Graeml (2000), por si não vale de nada para o negócio e a
organização. Na visão do autor, o mais importante é como a informação é gerada e é capaz de
proporcionar melhor atendimento às necessidades institucionais.
Neste contexto organizacional a TI, pode ser entendida como um conjunto de
ferramentas cujo propósito é fornecer um recurso poderoso para a racionalização e otimização
dos processos de negócios e para a construção, composição e sustentação de vantagens
competitivas para a organização. Ela reduz custos e imprime rapidez à tomada de decisão,
aumentando a produtividade. No presente estudo é considerado que a TI de per si não
proporciona mudanças organizacionais significativas, tão somente oferece um canal para a
articulação dos processos de gestão administrativa.
3.7 Estudo de Caso – Case de Sucesso
Neste ponto do trabalho, citaremos algumas empresas que utilizam o BI e após
descreveremos dois cases de sucesso. Faremos uma breve apresentação, em números do TJSP
e o sucesso do STF. As informações do TJSP são de domínio publico e os detalhes foram
obtidos através de coleta no Congresso de Inovação e Informática na Gestão Pública para o
Judiciário (Brasília Nov. 2009 – CONIP 2009).
Outra contribuição para este estudo foi dada pelo ministro Edson Vidigal (STJ) que,
descreve a estreita relação entre TI e Judiciário, transcrevo abaixo fragmento da entrevista de
sua Excelência:
Como as tecnologias da informação e comunicação e os avanços do país nessa área contribuem para acabar com a morosidade no judiciário?
Ministro - As Tecnologias da Informação e Comunicação se interpenetram nos computadores e nas telecomunicações, não havendo distinção hoje entre uma mesa de edição de TV digital e um computador. Cenas geradas em uma corte judicial e disseminadas on-line e em tempo real, desde a geração e disseminação de acórdãos até a disseminação da notícia, ou documento, em texto ou em meio audiovisual para diferentes públicos e com diferentes finalidades, podem ser usadas profissionalmente por um advogado ou uma ONG. Ou simplesmente obtidos como notícia. Hoje nos preocupamos com os dois fatores: gerar e incentivar o desenvolvimento de tecnologias nativas, criando riqueza e emprego, e planejar plurianualmente, aumentando a presença geográfica da Justiça e apoiando-nos em tecnologias que serão consolidadas para conquistar a almejada agilidade e transparência do Judiciário.
Empresas de renome nacional e internacional estão utilizando esta ferramenta,
destacando-se:
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, TJ-SP, BANCO CENTRAL DO BRASIL,
SERPRO, BANCO SANTANDER, CEPEL, FUNDACAO CESGRANRIO, CNPq, CSN,
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EMBRAER, EMPRAPA, EMBRATEL, MERCEDEZ BENZ, SHELL, SIEMENS, UFBA,
URRJ, UNICAMPO, REDECARD, ABC INCO, GVT, DANONE, HDI, OTIS, BUSCAPE,
APPLE, CVC, VESPER, SBT, FOX NEWS, GRENDENE, UNIVERSIDADE
MACKENZIE, NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL, WALL MART, entre outros.
Segundo a revista Info21 Exame, um entrevista com as sessenta empresas lideres de BI,
98% (noventa e oito por cento) utilizam algum aplicativo desse tipo. Acreditando na expansão
desse mercado a empresa Edge Group, afirma no ano de 2001, que:
Vencer as barreiras culturais quanto à gestão mais participativa e ao uso da tecnologia para fundamentar as decisões deve ser um fator crítico de sucesso das empresas nos negócios em rede. O mercado de aplicativos e serviços de BI no Brasil indica crescimento para essa ferramenta.” e “Inteligência artificial e data warehouse em real time devem ser as novas tendências.
Segundo a Empresa ATS 22Solutions, facilitadora de business intelligence, afirma:
Empresas bem sucedidas analisam seu histórico, ficam de olho no presente, e se mantém preparadas para os possíveis desafios e oportunidades do futuro. Infelizmente, muitas empresas gastam a maior parte do seu tempo coletando informação, montando planilhas e distribuindo relatórios ao invés de efetuar as análises necessárias para melhorar a tomada de decisão. Business Intelligence (BI) engloba as tecnologias, processos, e melhores práticas que coloquem na ponta dos dedos os indicadores chave de desempenho e torna a gerência proativa do seu negócio uma realidade.
Não há como questionar as atitudes tecnológicas dessas empresas. Grandes
corporações e empresas estratégicas de mercado demonstram, com adoção de BI, que não há
formula mágica. A tecnologia depende de alguns parâmetros para chegar ao sucesso:
tecnologia planejada, gestão qualificada, decisões baseadas em dados válidos e velocidade de
resposta fazem a diferença entre sucesso e fracasso.
3.7.1 Tribunal de Justiça de São Paulo – TJSP
O Tribunal de Justiça de São Paulo – TJSP efetivou a implantação de BI e demonstra
os números de suas experiências. Efetivamos a comparação com o TJMT para demonstrar a
relação entre os Tribunais envolvidos, sendo os números:
PARAMETROS TJ SP (s*) TJ MT (t*) s / tNr. Processos 18.200.000 1.001.616 18x
Nr. Magistrados 2.400 247 9x Total Servidores 45.000 4888 9x
21 Site: http://info.abril.com.br/aberto/infonews/112001/07112001-3.shl. Disponibilizado em 07 nov. 2001. Acesso em 22 de dez. 2009.22 Site: http://atsolutions.com.br/solucoes/businessintelligence.htm. Acesso em 18 dez. 2009.
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Processos x Magistrados 7580 4055 1.8xFonte: CONIP 23.
*: (s) e (t) as letras foram atribuídas aleatoriamente.
Riscos:
i. Orçamento reduzido (percentual pequeno destinado a TI considerando-se o
orçamento)
ii. Período curto das gestões administrativas (risco de descontinuidade dos
projetos
iii. Resistências (mudar exige correr o risco do desequilíbrio momentâneo)
iv. Tamanho do Tribunal de Justiça (dificuldade para atualização, implementação
de sistemas e capacitação de pessoal)
Efeitos e Resultados:
i. Aceleração na tomada de decisões
ii. Diminuição do tempo de acesso e análise das informações
iii. Redução do grupo pessoas para análise dos dados (papel x dados estruturados)
iv. Diminuição da área necessária para instalação física dos grupos de análise
v. Reflexos na cultura da instituição aproximando os dados automatizados de
forma simplificada da alta administração
vi. Necessidade de continuidade do processo evolutivo e integração com outras
instituições
Os números se apresentam per si. Esta relação revela a grandeza explicita e implícita.
3.7.2 Supremo Tribunal Federal – STF
O Supremo Tribunal Federal, utilizou de BI para desenvolver o seu portal,
denominado Portal de Informações Gerenciais do Supremo Tribunal Federal, com o
objetivo(w) de “prover uma solução que permitisse ao usuário se municiar de informações de
movimentação de processos judiciais, de produtividade e indicadores de prestação
jurisdicional, caracterizadas por unicidade conceitual, ambiente independente e de alta
performance e possibilidade de montagem de diversos cenários informacionais”. O STF é um
Tribunal de recursos, desta forma recebe cerca de 95% dos processos judiciais de outros
23 CONIP 2009 (Brasília – Nov.2009) http://www.conip.com.br/twiki/pub/Judiciario2009/ProgramaTemario/RoselyPadilha.pdf. Acesso em 10 jan. 2010.
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Tribunais. O objetivo principal do desenvolvimento da iniciativa foi combater à morosidade
no trâmite processual (grifos meu), disponibilizando informações em tempo real e facilitando
o acesso dos interessados aos autos processuais. Produtos ofertados:
e-STF- meio eletrônico de tramitação de processos judiciais, comunicação de atos
e transmissão de peças processuais.
e-Pet - Peticionamento Eletrônico que disponibiliza o acesso do advogado aos
serviços de peticionamento com direito a interagir com o protocolo do STF de
maneira automática
e-Gabinete - controle de processos eletrônicos, petições e protocolo no âmbito
interno do STF.
Dificuldades na implantação:
i.A mudança cultural junto aos usuários do STF diante do novo sistema.
ii.Manuseio dos processos em papel, mudança de cultura junto aos usuários do STF para
que o manuseio dos processos se desse apenas por meio do sistema.
iii.Adequar os sistemas de linguagens obsoletas (arquitetura muito antiga) com a
implantação do e-STF.
iv.Para o êxito da iniciativa proposta a outros órgãos, utilizaram a mesma solução usada
pelo STF, neste caso o STF disponibiliza a solução cliente (smartclient) para facilitar a
transmissão dos processos.
v. Implantação de certificação digital que não era de uso do STF.
vi.Durante o processo de implantação do WebService foi reconhecida, de forma
preliminar, uma dificuldade de estabelecimento desta comunicação do STF com os
tribunais de origem, haja vista os ambientes tecnológicos heterogêneos estabelecidos.
vii.Além desta dificuldade, a segurança na transmissão e a garantia de integridades dos
documentos remetidos eram pressupostos para a escolha da arquitetura de software a
ser utilizada.
Resultados:
i. Rapidez na distribuição, processamento e julgamento de qualquer tipo de processo
ou recurso.
ii. O nível de satisfação é alto perante os clientes (Órgãos do Poder Judiciário e
Administração Pública).
iii. Houve 80% de economia no tempo entre a protocolização do processo e a
distribuição ao ministro.
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iv. Em relação ao envio das intimações e remessa de autos para manifestações houve
economia com a remessa e serviços de secretaria para deslocamento dos autos,
economia no trabalho dos oficiais de justiça, economia com combustível, papel e no
tempo para cumprimento do mandado (prazo legal).
v. Também haverá da mesma forma, economia não somente no Supremo Tribunal
Federal quanto nos outros órgãos que utilizam a solução.
vi. Economia. - Benefícios ao meio-ambiente.
vii. O sistema e-Gab (gabinetes) com segurança e qualidade otimizou o controle dos
processos, facilitando o fluxo de trabalho interno do STF.
viii. Com a implantação do Portal de informações gerenciais, é possível se levantar
estatísticas relevantes sobre Deslocamentos Processuais (deslocamentos físicos),
sobre a Distribuição (provê informações mais detalhadas sobre a situação do
ministro diante do procedimento de Distribuição Processual).
Os que observamos com os resultados, sem sombra de duvida, que com a aplicação de
BI houve significativo aumento de produtividade e melhor gerenciamento de dados. As
aplicações forneceram agilidade e segurança. O resultado esperado atende a normatização de
metas estratégicas adotado por todo o judiciário nacional.
(w) Fonte: STF - Supremo Tribunal Federal (maio/2007)
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CONCLUSÕES
Vamos efetuar algumas considerações essenciais para a legitimidade este trabalho.
Não basta que haja uma estratégia de Tecnologia de Informação, o norte da TI e organização
devem ter o mesmo alinhamento. A organização deve manter a estratégia de negócio da
organização disponível a todos os colaboradores, em todos os níveis da escala hierárquica.
Não tem efeito ter um mega computador somente para processar textos e planilhas, neste caso
usam um “canhão para matar um mosquito”, diga-se de passagem, não adianta ter um
equipamento que freqüentemente “trava” o sistema, ocasionando em perda de tempo e
inatividade funcional e impossibilitando de obter os resultados com excelência. A Tecnologia
de Informação tem como objetivo, da escala operacional ao estratégico, proporcionar
melhoria da qualidade dos serviços, de modo a aumentar a produtividade da instituição.
Por conseguinte, feito as analises neste trabalho, conclui-se que os Sistemas de
Informação são indispensáveis e fundamentais à evolução e desenvolvimento das
organizações.
Esse estudo propicia uma construtiva discussão sobre a aplicabilidade do Business
Intelligence nas organizações públicas e nas suas respectivas políticas de atuação.
Tendo como principal objetivo suprir as exigências pontuais na tomada de decisão, o
estudo contribuirá essencialmente com os fluxos e processos administrativos internos voltados
à esfera pública da organização. Sua aplicação fortalecera relações internas, um divisor de
água importante na instituição, nesse processo imperativo de resultados seguros e
materializado em um difuso período de tempo.
As modernizações constantes, as facilidades de mutação no formato do resultado da
informação, bem como as efetivas e claras prerrogativas citadas neste estudo resultam em
uma confortável vantagem dedicada aos níveis tático e estratégico da organização na gestão
pública.
A conciliação do objeto deste estudo com os módulos remanescentes do sistema de
informação estabelecido constituíram um produto que representa classicamente as
oportunidades de uso estratégico de conhecimento pertencente a sistemas transacionais. Sem
esquecer informações que foram utilizados e que pertenciam a outros sistemas
multidimensionais ou mesmo a fontes externas a organização.
O aporte resgata a real possibilidade da aplicação desse instrumento de BI (e de seus
recursos tecnológicos) nos serviços públicos e permite que as organizações sejam
patrocinadas pelos produtos gerados,
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O apoio para as organizações públicas pode ser observado no adequado emprego dos
recursos tecnológicos do BI nas atuações e na gestão dessas organizações. Os recursos do BI e
os respectivos documentos podem contribuir nas organizações públicas. A principal barreira
desse esboço está relacionada com a visão segmentada e única do modelo, que nem sempre
reflete a realidade aprofundada da organização pública estudada. Distintas pesquisas e outros
estudos podem sofisticar e aprimorar este estudo principalmente os direcionados a melhorar
as propostas aqui mencionadas, seja nos procedimentos científicos, nos recursos tecnológicos,
nos modelos, na coleção da amostra e como resposta para nova tese ou com a abrangência de
outras organizações.
A mudança de cultura das organizações depende de ações diretas dos stakeholders e
sua atuação nas áreas. A alteração de padrões que deseja imprimir e seus reflexos depende do
comportamento destas. Estes grupos têm a árdua tarefa de introduzir, nos diversos setores, a
“semente” cultural da organização e que os conflitos internos sejam equilibrados de forma a
contribuir positivamente com o planejamento e os desafios estratégicos.
Como recomendação, partindo das orientações contidas nas Resoluções do Conselho
Nacional de Justiça, observando a normatização para padronização da infra-estrutura e
serviços de TI no Judiciário, adotar políticas para atender:
As atividades estratégicas dos Tribunais de Justiças;
A infra-estrutura de TIC;
A elaboração do PDTI;
Desenvolvimento de grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo pelo menos
quatro áreas fundamentais: Planejamento, Informática, Direção Geral e Controle Interno. Este
grupo multidisciplinar ira elaborar um planejamento estratégico voltado a orientar as ações e
investimentos em TIC. A contratação de consultoria e solicitação de recursos poderá ser
requisitada ao CNJ, com base nas informações contidas nas Resoluções, para o nivelamento
tecnológico.
Outro ponto importante a observar neste estudo, esta contida no nivelamento
tecnológico que estão sendo adotados por outros Tribunais, tal como:
1. Implantação de GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos;
2. Nivelamento de sistemas. Padronização para atender e-ping, e-gov24;
3. Adoção de software livre;
24 e-gov: são recomendações de boas práticas agrupadas em formato de cartilhas com o objetivo de aprimorar a comunicação e o fornecimento de informações e serviços prestados por meios eletrônicos pelos órgãos do Governo Federal
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4. Implantação de Business Intelligence, obviamente;
5. Re-estruturação de STI e dos recursos humanos na área TI;
6. Política de acompanhamento de produtividade de servidores de carreira –
Meritocracia;
7. Necessidade de continuidade do processo evolutivo e integração com outras
instituições (benchmarking).
Uma palavra sobre o que este estudo não é. Este projeto não esgota sobre todas as
configurações possíveis, nem contém regras específicas de configuração que definirão um
sistema para implantação. Tentamos fornecer conhecimento amplo e fundamentações gerais,
que tenha utilidade para planejar uma implantação, ajustar a configuração e evitar insídia. As
informações e as recomendações fornecidas aqui denotam ser consideradas indicativas, e não
absoluta.
Finalizamos este estudo, a titulo de primor, com certeza de ter contribuído a instituição
pela forma e pelo conteúdo.
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