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Mario José de Lira AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS RELACIONADOS À EXPOSIÇÃO À SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA EM UMA PEDREIRA DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Recife 2010 Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco Departamento de Pós-Graduação

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Mario José de Lira

AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS RELACIONADOS À EXPOSIÇÃO À SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA EM UMA PEDREI RA

DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Recife 2010

Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco Departamento de Pós-Graduação

Mario José de Lira

AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS RELACIONADOS À EXPOSIÇÃO À SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA EM UMA PEDREI RA

DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Monografia apresentada ao Curso de Pós Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, para obtenção do título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Profª Dra. Emilia R. Kohlman Rabbani

Recife 2010

Universidade de Pernambuco Escola Politécnica de Pernambuco Departamento de Pós-Graduação

Mario José de Lira

AVALIAÇÃO E CONTROLE DOS RISCOS RELACIONADOS À EXPOSIÇÃO À SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA EM UMA PEDREI RA

DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

BANCA EXAMINADORA: Orientador: _________________________________________ Profª Dra. Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani Universidade de Pernambuco Examinadores:

__________________________________________ Profª. MSc. Eliane Maria Gorga Lago Universidade de Pernambuco __________________________________________

Profª. Msc. Ana Rosa Bezerra Martins Universidade de Pernambuco

Recife, PE

2010

Dedicatória

Ao Criador, por todas as oportunidades. Aos meus queridos pais, pelos ensinamentos ainda presentes.

À minha esposa, pelo amor e estímulo constante. Aos filhos, igualmente.

Agradecimentos

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança da Escola

Politécnica da Universidade de Pernambuco, pela dedicação, orientação e estímulo.

Agradecimentos especiais:

Ao Professor Dr. Béda Barkokébas Junior, um grande apoiador.

À Professora Dra. Emília Rahnemay Kohlman Rabbani, pela valiosa orientação.

Às Professoras MSc. Ana Rosa Bezerra Martins e MSc. Eliane Maria Gorga Lago, pelas

valiosas orientações na utilização dos equipamentos de medição.

Aos estagiários Fabiana Nóbrega e Waldo Alencar, de fundamental contribuição nos

treinamentos de campo e na formatação deste trabalho.

À Professora Jandira Dantas, pelo estímulo dado na exploração do tema.

À Professora Joseline Maria Campos T. Carneiro Leão, por sua força, carinho, dedicação e por

tornar possível este trabalho.

Aos funcionários da POLI.

Aos queridos colegas, da Turma Paulo Clebert.

À empresa, na qual realizei este trabalho, pela abertura e suporte.

E, finalmente, meus agradecimentos e homenagem mais que especial, aos trabalhadores que tão

gentilmente cederam espaço em suas duras jornadas, permitindo e colaborando na coleta das

amostras.

O que eu ouço, eu esqueço;

O que eu vejo, eu recordo;

O que eu faço, eu entendo.

Confúcio

RESUMO

Na atividade de produção de agregados para a construção civil, em todas as etapas do processo, são geradas quantidades elevadas de poeiras minerais micro particuladas, contendo quantidades apreciáveis de sílica livre cristalizada, nas suas variadas formas que, ao se manterem em suspensão no ambiente de trabalho, expõem o trabalhador ao risco de desenvolver a silicose ocupacional, com redução da sua capacidade para o trabalho e de seu tempo de vida. Assim, iniciado a partir de estudos acerca da sílica livre cristalizada, das suas propriedades e conseqüências da exposição do organismo humano a este agente de risco químico, este estudo de caso foi realizado com o objetivo de avaliar qualitativa e quantitativamente a exposição dos trabalhadores à poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada em uma pedreira de médio porte da Região Metropolitana do Recife, no Estado de Pernambuco. O estudo foi desenvolvido a partir de visitas à pedreira para avaliação do processo e realização de entrevistas com o corpo gerencial da empresa. A escolha dos postos de trabalho nos quais foram realizadas as amostragens quantitativas ocorreu mediante análise preliminar de riscos de cada atividade, sendo escolhidas aquelas mais críticas sob o ponto de vista do potencial de geração de poeiras. Sob metodologias reconhecidas de amostragem, as amostras coletadas foram analisadas quantitativamente para poeiras respiráveis e para sílica livre cristalizada, fornecendo os dados necessários para o cálculo do Limite de Tolerância, conforme legislado no Brasil, permitindo a sua avaliação também mediante exigências internacionalmente aceitas. Em complemento, foram elaborados protocolos de avaliação gerencial com a intenção de avaliar, primeiramente, a adequação da empresa em relação à Norma Regulamentadora – NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração, bem como a elaboração de um indicador econômico de segurança da empresa; um segundo protocolo foi criado com base nas recomendações e exigências da Fundacentro para implantação de um Programa de Proteção Respiratória e, por último, um protocolo de avaliação com respeito às diretrizes da Organização Internacional do Trabalho para implantação de um sistema de gestão em saúde e segurança do trabalho. A partir dos resultados laboratoriais obtidos, os quais mostraram a exposição acima dos limites de exposição aceitos nacional e internacionalmente para todas as funções avaliadas, sendo caracterizada a insalubridade das atividades desenvolvidas na pedreira, foram sugeridas medidas técnicas e administrativas, com o objetivo de reduzir e controlar a exposição a níveis aceitáveis e que permitam maior proteção aos trabalhadores. No âmbito da legislação brasileira, a realização de um estudo teórico a respeito da fórmula de cálculo dos limites de tolerância, evidenciou o nível de inadequação da legislação brasileira em comparação aos parâmetros de controle mais severos e aceitos internacionalmente. Finalmente, e fundamentadas nas avaliações e resultados encontrados, foram feitas recomendações quanto à adoção de medidas técnicas e administrativas, objetivando o controle da exposição ao risco, com ênfase na exigência de um sistema de gestão em saúde e segurança do trabalho, integrado aos demais sistemas de gestão da empresa. Palavras chave: Segurança na mineração. Saúde ocupacional. Risco químico. Poeira mineral. Pedreira. Sílica livre cristalizada.

ABSTRACT

During the production of aggregates at quarry sites, elevated quantities of micro-particulate mineral dust are produced in all stages of the process containing appreciable amounts of free crystalline silica in a variety of forms which, if maintained suspended in the air in the work environment, expose the workers to the risk of developing occupational silicosis, which causes reduced ability to work and even shortening of lifespan. Based on studies of free crystalline silica, its properties, and the consequences of exposure on the human body, a case study was conducted in order to qualitatively and quantitatively evaluate the exposure of workers to mineral dust containing free crystalline silica at a medium-sized quarry in the Recife metropolitan area, in the State of Pernambuco. Various visits to the quarry were conducted to evaluate the process and qualitatively identify the hazards, as well as to collect samples for quantitative analysis and conduct surveys with the company’s managerial staff. The jobs from which samples were taken for analysis were chosen based on a preliminary analysis of hazards, selecting the most critical activities based on the potential for dust generation. Using recognized sampling methodologies, the samples collected were quantitatively analyzed for breathable dust and free crystalline silica, providing the data necessary to calculate the Tolerance Limit in conformity with Brazilian legislation, as well as permitting evaluation using international requirements. Management evaluation surveys were developed with the intention of, first, measuring the compliance of the company with Regulating Standard 22 (NR 22) – Occupational Safety and Health in Mining – and calculating an economic indicator for safety, second, implementing a Respiratory Protection Program following the requirements of Fundacentro, and finally, considering the industry-specific guidelines from the International Labor Organization for the implementation of an occupational safety and health management system. Laboratory results demonstrated exposure levels above acceptable national and international limits for all jobs evaluated, characterizing the activities performed at the quarry as insalubrious. This study also showed the inadequacy of the formula for calculating tolerance limits in Brazilian legislation when compared with the more strict internationally accepted control parameters. Finally, based on the evaluations and results obtained, recommendations were made regarding the adoption of technical and administrative measures that aim to control risk exposure, with emphasis on the requirements of an occupational safety and health management system, integrated with other management systems at the company. Keywords: Mining safety. Occupational Health. Chemical hazard. Mineral dust. Quarry. Free crystalline silica.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Pneumoconioses, poeiras causadoras e processos anatomopatológicos

subjacentes 25

Quadro 2 – Respostas clínicas conforme local de deposição das partículas no trato

respiratório 28

Quadro 3 – Acidentes do trabalho no Brasil, de 2006 a 2008 34

Quadro 4 – Acidentes do trabalho no Brasil, na atividade

com CNAE 0810 34

Quadro 5 – Acidentes do trabalho na Região Nordeste, com CNAE 0810 35

Quadro 6 – Acidentes do trabalho registrados em Pernambuco,

com CNAE 0810 35

Quadro 7 – Acidentes do trabalho em função da exposição ocupacional a

fatores de risco 36

Quadro 8 – Convenções da Organização Internacional do

Trabalho – OIT 38

Quadro 9 – Diâmetros aerodinâmicos de partículas 48

Quadro 10 – NR 22, Quadro I – Número de trabalhadores a serem amostrados em

função do número de trabalhadores do grupo homogêneo em exposição 71

Quadro 11 – Anexo I da Norma Regulamentadora – NR 28 80

Quadro 12 – TLV-TWA: valores guia e corrigidos 110

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Cristais de sílica 23

Figura 2 – Estrutura do α-quartzo, cristobalita e tridmita 24

Figura 3 – Local de deposição das partículas no sistema respiratório 27

Figura 4 – Principais elementos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do

Trabalho - SGSST 56

Figura 5 – Benefícios da implantação de um SGSST 58

Figura 6 – Detalhe da bancada em desmonte na mina estudada 62

Figura 7 – Perfuratriz pneumática (Rock) 62

Figura 8 – Detalhe da perfuração dos rachões com martelete pneumático 63

Figura 9 – Caminhão caçamba em carregamento 63

Figura 10 – Vista geral do britador primário 64

Figura 11 – Entrada dos rachões no britador primário 64

Figura 12 – Vista geral do setor de britagens secundária e terciária 65

Figura 13 – Bomba de amostragem de poeira 73

Figura 14 – Calibrador digital 73

Figura 15 – Cassete porta filtros 74

Figura 16 – Cassete porta filtros montado e ciclone separador 74

Figura 17 – Operador de perfuratriz pneumática (Rock) 83

Figura 18 – Ajudante de Rock 85

Figura 19 – Marteleteiro em atividade 87

Figura 20 – Operador de escavadeira hidráulica 88

Figura 21 – Motorista de caminhão 89

Figura 22 – Operador do britador primário 91

Figura 23 – Vista aérea da pedreira com indicação da direção predominante dos ventos 92

Figura 24 – Setor industrial e britador primário sem umidificação 92

Figura 25 – Marroeiro 94

Figura 26 – Encarregado da pedreira 95

Figura 27 – Servente 96

Figura 28 – Motorista de pá carregadeira 97

Figura 29 – Cabine de operação de britagem 99

Figura 30 – Desobstrução do britador primário 101

Figura 31 – Setor de britagem secundária e terciária operando sem umidificação 101

Figura 32 – Setor de britagem secundária e terciária em operação com umidificação 102

Figura 33 – Carreta de perfuração com dispositivos de coleta de poeira acoplados 118

Figura 34 – Acessório para coleta de poeira 119

Figura 35 – Bocal com controle regulável de coleta de pó 119

Figura 36 – Acessório de coleta de poeira acoplado ao martelete 120

Figura 37 – Dispositivo de umidificação sobre transportador de esteira 120

Figura 38 – Carreta alimentada a óleo diesel dotada de acessórios 121

Figura 39 – Carreta cabinada para perfuração de rochas a céu aberto 122

Figura 40 – Carretas cabinadas em operação em uma mina a céu aberto 122

Figura 41 - Respirador PFF-2 para Poeiras, névoas e fumos 124

Figura 42 – Uso incorreto da máscara de proteção respiratória 125

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados das amostragens e resultados analíticos por função / amostra 106

Tabela 2 – Cálculo do Limite de Tolerância e do fator de risco, de acordo com a

NR 15 e corrigidos para 53 horas 108

Tabela 3 – Fatores de risco comparados aos Limites de Exposição Ocupacional do

ACGIH, corrigidos para a jornada real de trabalho 111

Tabela 4 – Defasagem no cálculo do Limite de Tolerância 115

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACGIH – American Conference of Governmental Industrial Hygienists

AEAT – Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho

AMB- Anuário Mineral Brasileiro

APR- Avaliação Preliminar de Riscos

BSI – British Standard Institution

CA – Certificado de aprovação

CAT - Comunicação de acidente de trabalho

CEN – Comité Europeén de Normalisation

CID - Código Internacional de Doenças

CIPAMIN -Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho na Mineração

CNAE-Código Nacional de Atividade Econômica

DNPM-Departamento Nacional de produção Mineral

FPA – Fator de Proteção Atribuído

FUNDACENTRO - Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Saúde do Trabalho

EPI – Equipamento de proteção individual

EPR – Equipamento de proteção respiratória

FR- Fator de Redução

IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ILO - International Labour Organization.

IARC- Internacional Agency for Research on Cancer

ISO - International Organization for Standardization

LEO – Limite de exposição ocupacional

LT – Limite de tolerância

LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho

M1 a M12 - amostragens realizadas

MPS - Ministério da Previdência Social

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NA – Não Aplicável

NR - Norma Regulamentadora

NBR - Norma Regulamentadora Brasileira

NHO – Norma de Higiene Ocupacional

NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health

OIT - Organização Internacional do Trabalho

OMS - Organização Mundial da Saúde

OSHA - Occupation Safety and Health Administration

PCMSO – Programa de Condições Médica e Saúde Ocupacional

PDCA- Plan-Do-Check-Act

PES – Programa Internacional para Eliminação da Silicose

PFF- Peça Semi Facial Filtrante

PGR- Programa de Gerenciamento de Riscos

PNES – Programa Nacional de Eliminação da Silicose

PNOS – Partículas (insolúveis ou de baixa solubilidade) não Especificadas de Outra Maneira

POP- Procedimento Operacional Padrão

PPR – Programa de Proteção Respiratória

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PR- Poeira Respirável

PVC- Cloreto de Polivinila

RAIS- Relatório Anual de Informações Sociais

RAL- Relatório Anual de lavras

SESMT- Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho

SGSST – Sistema de Gestão em Segurança e Saúde do Trabalho

SLC – Sílica livre cristalizada

TLV-TWA – Threshold Limit Value – Time Weighted Average

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 17

1.1 Justificativa 17

1.2 Objetivo geral 18

1.3 Objetivos específicos 19

2 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO 21

2.1 Conceitos básicos 21

2.1.1 Agentes químicos 22

2.1.2 Sílica livre cristalizada 23

2.1.3 Doenças relacionadas à exposição à sílica livre cristalizada 24

2.1.4 O tratamento da exposição e da silicose no mundo 30

2.2 Aspectos históricos 32

2.2.1 Bases legais sobre a segurança do trabalho 37

2.2.2 Convenções da Organização Internacional do Trabalho 37

2.2.3 Evolução da Legislação Brasileira 39

2.2.4 Limites de tolerâncias aceitos pela Legislação Brasileira e a American

Conference of Governmental Industrial Hygienists - ACGIH. 46

2.2.4.1 De acordo com a Legislação Brasileira: Norma Regulamentadora – NR 15 46

2.2.4.2 De acordo com a American Conference of Industrial Hygienists – ACGIH 49

2.2.5 Bases para o cálculo do Limite de Tolerância às poeiras minerais 50

2.3 O gerenciamento do risco 53

2.4 A percepção acerca dos riscos 58

3 MINERAÇÃO A CÉU ABERTO - PEDREIRAS 60

3.1 A Indústria de agregados para a construção civil no Brasil e em Pernambuco 60

3.2 O processo de lavra e beneficiamento 61

3.3 Riscos Ambientais na atividade de mineração a céu aberto e processamento

da pedra britada 65

3.4 Máquinas e equipamentos como fonte de riscos 67

4 METODOLOGIA 69

4.1 Definição dos pontos de amostragem quantitativa para teores de sílica livre 70

4.2 Métodos de amostragem 72

4.3 Materiais, equipamentos e instrumentos utilizados na amostragem do agente

químico 72

4.4 Métodos de análises laboratoriais 75

4.4.1 Análise gravimétrica para poeira respirável 75

4.4.2 Análise espectrométrica da concentração de sílica livre cristalizada 76

4.5 Métodos para diagnóstico gerencial da adequação às normas 76

4.5.1 Lista de verificação de conformidades de acordo com os itens da

Norma Regulamentadora – NR 22 77

4.5.2 Lista de verificação de conformidades de acordo com o

Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro 78

4.5.3 Lista de verificação de conformidades de acordo com as diretrizes

da Organização Internacional do Trabalho – OIT, para a implantação de sistemas

de gestão em saúde e segurança no trabalho – SGSST 78

4.5.4 Cálculo do indicador econômico de segurança ou passivo de segurança da empresa 79

5 RESULTADOS 81

5.1 Avaliação qualitativa das tarefas e dos postos de trabalho 81

5.2 Avaliação da adequação das máquinas e equipamentos 100

5.3 Avaliação da adequação das medidas administrativas e gerenciais às normas

vigentes 102

5.3.1 De acordo com a Norma Regulamentadora NR 22 do MTE 102

5.3.2 De acordo com o Programa de Proteção Respiratória da FUNDACENTRO 103

5.3.3 De acordo com as Diretrizes da OIT para Sistemas de Gestão em Saúde e

Segurança do Trabalho 104

5.4 Resultados analíticos quantitativos do risco poeiras minerais 105

5.4.1 Dados analíticos 105

5.4.2 Avaliação quantitativa do risco 106

5.4.3 Avaliação quantitativa do risco em relação aos limites de exposição ocupacional

do ACGIH 109

5.5 Análise teórica da defasagem no cálculo do Limite de Tolerância da NR 15 111

6 CONTROLE DO RISCO 117

6.1 Medidas técnicas para redução da exposição às poeiras minerais 117

6.2 Medidas administrativas para redução da exposição às poeiras minerais 125

7 CONCLUSÃO 127

8 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS 130

9 REFERÊNCIAS 132

Apêndice A – Avaliação do SGSST de acordo com a NR 22 138

Apêndice B – Avaliação do SGSST de acordo com a FUNDACENTRO 148

Apêndice C – Avaliação do SGSST de acordo com diretrizes da OIT 150

Apêndice D – Formulário de entrevista com empregador 156

Anexo A – Certificado de calibração 814 – 2009 159

Anexo B – Certificado de calibração 817 – 2009 161

Anexo C– Método NIOSH 0600 163

Anexo D– Método NIOSH 7602 169

Anexo E – Relatório de análises 174

Anexo F – Transcrição da Tabela 3- Recomendações de EPR para sílica cristalizada

do Programa de Proteção Respiratória, Recomendações, Seleção e uso

de Respiradores, da Fundacentro 176

17

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, é lamentável que ainda sejam muitas as doenças consideradas como problemas de

saúde pública. Entre elas, e no âmbito das doenças profissionais, destaca-se a silicose, um tipo

de pneumoconiose decorrente da exposição dos trabalhadores à sílica livre cristalizada, nas

diversas atividades que, por sua característica, apresentam condições de geração de poeiras

minerais contendo frações respiráveis daquele agente químico. O destaque dado a este fator

de risco ocupacional não elimina o reconhecimento de outros riscos como os de acidentes e da

exposição ao ruído. Justifica-se, porém, por sua letalidade silenciosa e por ser foco de

indevida atenção por parte de governos e das sociedades civil e industrial.

1.1 Justificativa

Dentre as muitas áreas industriais que fornecem insumos para a construção civil, destacam-se,

pelo potencial de geração de materiais micro-particulados, as atividades de mineração a céu

aberto para a fabricação de agregados para a construção civil, a própria indústria da

construção, a lavra e beneficiamento de pedras ornamentais, as indústrias de argamassas e as

operações de limpeza superficial de equipamentos metálicos envolvendo o jateamento com

areia sob alta pressão. Esta última, felizmente, já contando com proibição estabelecida pela

Portaria SIT-MTE nº 99, de 19/10/2004 determinando sanções severas aplicadas pelo poder

público, sob a responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego, para as empresas que

não adotarem métodos e materiais de jateamento livres deste mineral (BRASIL, 2004). No

segmento das marmorarias, empresas voltadas ao corte e polimento de pedras ornamentais,

podemos igualmente observar avanços através de medidas governamentais determinando a

adoção de técnicas a úmido em todas as operações, com o objetivo de eliminar o risco da

exposição às poeiras geradas nas máquinas de corte e polimento, fixadas pela Portaria SIT -

MTE nº 43, de 11/03/2008 (BRASIL, 2008).

No entanto, apesar da eficácia comprovada destas medidas, ainda é possível registrar

atividades, como a mineração a céu aberto para a produção de agregados para a construção

civil, onde são referidas dificuldades com o uso de água nas operações de perfuração da rocha

para a aplicação dos materiais explosivos. Nesta operação, ao contrário do que é observado

nos outros segmentos, onde é uma ferramenta de controle da poeira, a água é vista como um

18

material que prejudica a operação de perfuração da rocha formando uma lama que atua como

um retardador da remoção dos resíduos, causando ineficiência da operação e a freqüente

quebra de equipamentos, contrariando os preceitos estabelecidos pela Norma

Regulamentadora – NR 22, particularmente em seu item 22.17, o qual estabelece as

exigências de proteção contra a poeira mineral ou seu controle (BRASIL, 2010). Da mesma

forma, outras operações subseqüentes, como a do marteleteiro, responsável pela perfuração de

blocos de pedra com equipamento denominado martelete; a operação de cominuição da rocha,

denominada britagem, onde ocorrem reduções de granulometria das pedras de acordo com as

várias destinações, e as operações de transporte, são vistas erroneamente como operações que

não podem, facilmente e sem grande custo, ser objeto de medidas maiores, e coletivas, no

sentido da eliminação ou diminuição da exposição ao agente agressor, objeto de nosso estudo.

Assim, apesar do reconhecimento do risco por parte das empresas, e do estágio de

desenvolvimento dos equipamentos disponíveis, ainda persistem o uso de técnicas e

equipamentos que submetem o homem ao trabalho em condições insalubres devido à presença

constante e inevitável, por inadequação do processo ou de equipamentos, de poeiras contendo

o agente químico causador da silicose. Por outro lado, persiste a falta do conhecimento

adequado do trabalhador sobre a doença profissional e as graves conseqüências sobre sua

saúde e estimativa de vida. Neste aspecto, é flagrante e questionável a questão

comportamental e o julgamento de que os EPI são peças que podem ser deixadas de lado, sem

maiores complicações ou prejuízos à saúde.

Em adendo, o desenvolvimento da construção civil determina maiores demandas de

agregados, segmento que não oferece uma contrapartida equivalente no que se refere ao

gerenciamento adequado dos riscos, na medida em que os recursos advindos deste

desenvolvimento não são proporcionalmente direcionados para o desenvolvimento da

segurança coletiva das atividades do trabalho.

1.2 Objetivo geral

Desta forma justificado, este trabalho tem como objetivo principal identificar qualitativa e

quantitativamente a exposição dos trabalhadores de uma pedreira às poeiras minerais em

frações respiráveis, contendo sílica livre cristalizada em concentrações que possam causar

danos ao sistema respiratório, a silicose ocupacional.

19

1.3 Objetivos específicos

Em complementação ao escopo deste trabalho foram estabelecidos alguns objetivos

específicos destinados a subsidiar avaliações gerenciais da empresa quanto à sua adequação

aos princípios legais que norteiam o exercício do trabalho com saúde e segurança. Estes

objetivos foram assim divididos:

• Desenvolver mecanismos de avaliação da adequação da empresa com base nas

exigências da legislação nacional, particularmente em relação à Norma

Regulamentadora – NR22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração, do

Ministério do Trabalho e Emprego, no que concerne aos itens específicos para a

mineração a céu aberto;

• Com base nesta mesma norma, elaborar um indicador econômico de segurança da

empresa, ou passivo de segurança, criando um ponto de verificação inicial como

referencia para o monitoramento do alcance de medidas a serem implementadas para

conformação aos diplomas legais;

• Elaborar um protocolo de verificação como forma de diagnosticar a aplicação das

diretrizes contidas no Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro;

• Elaborar protocolo de avaliação da empresa quanto à sua adequação para implantação

de um sistema de gestão em saúde e segurança do trabalho, de acordo com as

diretrizes da Organização Internacional do Trabalho;

• Com base nas legislações nacional e internacional, acerca dos limites de exposição

ocupacional aos particulados minerais contendo sílica livre cristalizada, elaborar um

estudo teórico para demonstrar o nível de inadequação da legislação brasileira,

fazendo referência quanto ao Anexo 12 da Norma Regulamentadora – NR 15,

contribuindo para a sua modernização e com o avanço do Programa Nacional para

Erradicação da Silicose.

• Finalmente, a partir dos sistemas existentes de monitoramento e de controle dos riscos

e das condições ambientais de trabalho, sugerir a adoção de medidas administrativas e

técnicas, com vistas à eliminação, isolamento ou redução da exposição ao risco

20

mediante implantação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho -

SGSST, integrado aos demais sistemas de gerenciamento de qualidade e meio

ambiente.

21

2 SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Nas empresas, e nas relações que elas mantêm com o meio ambiente, ocorrem fenômenos de

natureza física, biológicos, psicológicos, culturais e sociais, constituindo eventos inter-

relacionados e interdependentes, os quais, por suas características multifacetadas, podem

determinar a ocorrência de acidentes, sugerindo que não existem causas únicas, na ocorrência

de danos, mas interações complexas entre os vários fenômenos presentes. Portanto, na

elaboração do diagnóstico de segurança de uma empresa foca-se no estudo sistêmico dos

fenômenos que tenham potencial para causar danos e perdas pessoais, patrimoniais e

ambientais, os quais resultam da ação de dois conjuntos de forças opostas, uma representando

o conjunto de fatores que podem produzir o dano, os fatores de risco, e outra, relativas às

ações que buscam conduzir à segurança (CARDELLA, 2008).

CUNHA JUNIOR apud BLEY (2007), afirma que não se pode confundir o instinto de

sobrevivência da raça humana com o processo educativo de segurança e prevenção, quando o

primeiro faz parte da nossa natureza humana, e o segundo é adquirido a partir de um processo

educativo e racional com base em experiências sociais que nos conduzem à percepção dos

riscos, entendidos como algo negativo e que nos expõem às situações perigosas, capazes de

gerar danos. Assim sendo, relaciona o homem na presença do perigo para definir que há risco,

independente da existência de equipamentos de proteção, normas ou procedimentos, os quais,

sendo adequados, no máximo irão mitigar os riscos. Os sistemas, portanto, trabalham dentro

de limites de estabilidade que tendem a falhar com o tempo e dependem da percepção, pelo

elemento humano, dos indicadores que precedem eventos de falhas. Tal processo de

percepção do risco varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com o padrão de

funcionamento cognitivo e de seus repertórios de experiências passadas, em função de fatores

psicossociais como tempo de serviço, clima de trabalho, equilíbrio emocional e ainda de

fatores fisiológicos, como sono, alimentação, sintomas físicos etc.

2.1 Conceitos básicos

Na avaliação dos agentes de riscos ambientais do trabalho, uma área de interesse específico da

higiene ocupacional, são amplamente conhecidos os riscos de natureza física, química,

biológicos, de acidentes e os riscos ergonômicos, além dos efeitos nefastos à saúde

22

relacionados à fadiga, ao estresse e ao envelhecimento precoce em virtude do excesso de

horas extras. É fato comum que algumas atividades industriais apresentem um conjunto de

riscos associados como resultado da sua atividade, como é o caso em estudo neste trabalho,

onde a geração de poeiras minerais é conseqüência inevitável do processo. Assim, apesar das

muitas possibilidades de estudos diversos, será mantido o foco na proposta de avaliação da

exposição ao risco químico poeiras minerais que contém sílica livre cristalizada em sua

composição.

2.1.1 Agentes químicos

No campo da higiene ocupacional, são considerados agentes químicos os gases, os vapores e

os aerodispersóides (SALIBA, 2008).

Gases são definidos como substâncias que se apresentam no estado gasoso quando sob

condições normais de temperatura e pressão (25°C e 760 mmHg) e que podem ser expandidos

ou contraídos em razão de mudanças dos parâmetros de pressão ou temperatura, tomam o

formato do recipiente que os contem e podem ser liquefeitos sob condições extremas de

pressão e temperatura. Na maioria dos casos são inodoros e extremamente perigosos por

ocuparem rapidamente os ambientes, na ocorrência de vazamentos, causando sérios danos à

saúde ou asfixia e morte.

Os vapores, por sua vez, são substâncias que, nas condições normais, apresentam-se nos

estados líquido ou sólido e as suas concentrações ambientais dependem de suas pressões de

vapor,a uma certa temperatura, as quais determinam a saturação, acima da qual podem

retornar aos estados iniciais. Na Higiene Ocupacional, gases e vapores são estudados e

avaliados sem distinção haja vista que os limites de concentrações ocupacionais encontram-se

abaixo dos valores de saturação do ar ambiente.

Aerodispersóides são as substâncias, líquidas ou sólidas, que se mantêm em suspensão no ar,

em razão de suas dimensões e densidades. Os particulados líquidos são denominados névoas e

neblinas, conforme a sua origem, a partir da desagregação mecânica de líquidos ou pela

condensação de vapores, respectivamente. Os fumos são oriundos de operações com metais,

os quais são volatilizados em processos de solda, como exemplo, os quais se condensam em

23

particulados sólidos, inclusive por reação química, em dimensões que permitem a sua

permanência em suspensão no ar. As fibras são particulados sólidos, de origem animal,

vegetal ou mineral, oriundos da ruptura mecânica de materiais sólidos e são diferenciados das

poeiras em virtude de sua forma alongada. Finalmente, poeiras são materiais particulados

oriundos da desagregação mecânica de um material sólido, de origem mineral ou vegetal, pelo

seu simples manuseio ou por ações de trituração, moagem, polimento, peneiramento,

explosões etc.

As poeiras minerais, contendo teores de quartzo em sua composição, constituem o foco deste

estudo.

2.1.2 Sílica livre cristalizada

Muitas são as atividades industriais em que são manipulados ou processados materiais que

contém em sua composição substâncias de origem mineral com algum percentual de óxido de

silício, de formula mínima SiO2, conforme exemplo da Figura 1, também conhecido

genericamente como quartzo. Na verdade uma mistura de quartzo, cristobalita, tridmita e

sílica amorfa (na forma não cristalizada), as primeiras com grande potencial fibrogênico

(SALIBA, 2007).

Este potencial fibrogênico, causador da silicose ocupacional, depende diretamente da

concentração da sílica livre cristalizada, portanto da sua presença na poeira inalada, do

formato e da dimensão dos cristais de quartzo nas frações respiráveis que adentram ao trato

respiratório e da duração da exposição.

Figura 1 – Cristais de sílica

24

Conforme publicação da International Agency of Research on Cancer - IARC, o quartzo é a

forma mais abundante e termodinamicamente mais estável da sílica cristalina, nas condições

ambientais. A sílica, como α-quartzo, é um polimorfo abundante e originado sob pressões e

baixas temperaturas, características da crosta terrestre e as tridmitas e cristobalitas são

originárias de regiões de mais altas temperaturas, portanto menos abundantes na crosta.

Polimorfo é um termo usado para designar substâncias que se apresentam sob diferentes

arranjos estruturais, porém com mesma fórmula química, daí decorrente a denominação sílica

para as suas várias formas cristalinas.

Na Figura 2, estão representadas as estruturas cristalinas do α-quartzo, da cristobalita e da

tridimita.

Figura 2: Cristais de sílica: a) estrutura do α-quartzo e b) cristobalita e tridmita

Sob temperaturas ordinárias, a sílica é quimicamente resistente a muitos dos reagentes

comuns e pode suportar uma ampla variedade de transformações sob condições severas de

temperaturas. Poeiras contendo sílica livre cristalina, geradas recentemente, como em

operações com jateamento de areia, perfuração de rochas, escavação de túneis e moagem,

possuem maior toxicidade para as células do pulmão quando comparadas com poeiras mais

velhas. O aumento da toxicidade e do potencial carcinogênico pode ser devido à geração e

presença de radicais livres na estrutura dos cristais de sílica. Radicais hidroxila (OH-1),

possivelmente liberados nas desagregações recentes, são altamente reativos na presença de

íons ferro bivalentes ( Fe+2), abundantes em nosso organismo (IARC, 1997).

25

2.1.3 Doenças relacionadas à exposição à sílica livre cristalizada

As doenças ocupacionais que afetam o trato respiratório são diretamente decorrentes da

exposição e inalação de materiais micro particulados presentes nos ambientes laborais e são

genericamente denominadas pneumoconioses podendo ou não ser causadoras de processos

fibrogênicos (BRASIL, 2006a). Algumas destas pneumoconioses são apresentadas conforme

o quadro a seguir:

Quadro 1 - Pneumoconioses, poeiras causadoras e processos anatomopatológicos subjacentes Pneumoconiose Agente(s) Etiológico(s) Processo

Anatomopatologico Silicose Sílica livre Fibrose nodular Asbestose Todas as fibras do asbesto e

amianto Fibrose difusa

Pneumoconiose do trabalhador do carvão(PTC)

Poeiras contendo carvão mineral e vegetal

Deposição macular sem fibrose ou com diferenciados graus de fibrose

Silicatose Silicatos variados Fibrose difusa ou mista Talcose Talco mineral(silicato) Fibrose nodular e/ou difusa Pneumoconiose por poeira mista

Poeiras variadas contendo menos que 7,5% de sílica livre

Fibrose nodular estrelada e/ou fibrose difusa

Estanose Óxido de estanho Deposição macular sem fibrose

Baritose Sulfato de Bário(barita) Deposição macular sem fibrose

Antimoniose Óxidos de antimônio ou Sb metálico

Deposição macular sem fibrose

Pneumoconiose por rocha fosfática

Poeira de rocha fosfática Deposição macular sem fibrose

Pneumoconiose por abrasivos

Carbeto de Silício(SiC) Óxido de Alumínio(Al2O3)

Fibrose nodular e/ou difusa

Beriliose Berílio Granulomatose tipo sarcóide. Fibrose durante evolução crônica

Pneumopatia por metais duros

Poeiras de metais duros(ligas de W, Ti, Ta contendo Co)

Pneumonia intersticial de células gigantes. Fibrose durante evolução

Pneumonites por hipersensibilidade ( alveolite alérgica extrínseca)

Poeiras orgânicas contendo fungos, proteínas de penas, pelos e fezes de animais

Pneumonia intersticial por hipersensibilidade (infiltração linfocitária, eusinofílica e neutrofílica na fase aguda e fibrose difusa na fase crônica)

Fonte: BRASIL (2006a) Em princípio, para que ocorra pneumoconiose é necessário que o material particulado seja

inalado e que atinja as vias respiratórias inferiores em quantidade capaz de superar os

26

mecanismos naturais de depuração representados pelo transporte mucociliar, pelo transporte

linfático ou clearance e pela fagocitose, realizada pelos macrófagos alveolares. O transporte

mucociliar, responsável por cerca de 80% da remoção de materiais particulados ocorre ao

nível dos brônquios e traqueia e remove os particulados através de movimentos ascendentes

de muco proporcionado pelas estruturas ciliares. O transporte linfático ocorre através da

corrente sanguínea quando os particulados são solúveis e são fagocitados pelos macrófagos.

A silicose, a mais antiga das doenças ocupacionais de que se tem notícia, é uma

pneumoconiose fibrogênica, decorrente da inalação de poeiras minerais contendo sílica livre

cristalizada. De acordo com o tipo e duração da exposição, o trabalhador pode desenvolver

um dos tipos de silicose, como:

• Silicose crônica – associada à exposição, por 10 anos ou mais, a baixas concentrações

de sílica; é a forma mais comum de silicose ocupacional e pode demandar muitos anos

até que sintomas ou sinais da doença sejam detectados. Santos (2005) refere a

existência de estudos epidemiológicos que atestam a progressão da doença mesmo

após cessada a exposição.

• Silicose acelerada – esta forma da doença pode ocorrer devido à exposição a médias e

altas concentrações de sílica livre cristalizada, podendo manifestar-se após 5 a 10 anos

de exposição e contato com rochas contendo altos teores deste mineral.

• Silicose aguda – esta forma da doença é a mais grave, em virtude da exposição a altas

concentrações de partículas recém criadas, de alta reatividade química, como ocorre

em operações de jateamento de areia, e pode manifestar seus primeiros sintomas desde

algumas semanas de exposição até 4 ou 5 anos de atividade.

Como as demais pneumoconioses conhecidas, depende de alguns importantes fatores para

sua instalação:

• Do estado físico do agente inalado – a deposição das partículas no trato respiratório é

resultante, basicamente, de três processos físicos que são a sedimentação, a

impactação por inércia e a difusão (MERCK, 1995):

27

• A sedimentação relaciona-se com a geometria e a densidade da partícula, significando

que partículas de baixas densidades e/ou pequenas dimensões tendem a permanecer

maior tempo em suspensão no ar.

• A impactação por inércia decorre da energia cinética das partículas e, se

suficientemente alta, do seu choque contra as paredes e bifurcações das vias aéreas. A

colisão com as paredes brônquicas causam o seu aprisionamento no muco ali

existente, posteriormente eliminado pela movimentação ciliar.

• A difusão relaciona-se às partículas menores, cuja energia cinética determina

movimentos ao acaso nos dutos respiratórios, fazendo com que parte das partículas

alcance os brônquios e alvéolos pulmonares, neles se fixando.

De forma geral, as partículas maiores, com até 100 µm de diâmetro médio, que

compõem a fração inalável da poeira, conforme ilustrado na figura abaixo, são retidas

nas vias aéreas superiores e são responsáveis apenas por reações alergênicas a este

nível. Partículas com dimensões médias menores que 25 µm, que compõem a fração

torácica, são retidas ao nível da traquéia e dos brônquios e, finalmente, as partículas

com dimensões inferiores a 10 µm, que compõem a fração respirável, atingem as

regiões além dos brônquios, chegando aos bronquíolos e alvéolos pulmonares sendo

que aquelas com dimensões da ordem e menores que 5 µm são as mais propensas a se

depositarem nas áreas de troca gasosa dos pulmões.

Øpartícula < 100 µm

Øpartícula < 25 µm

Øpartícula < 10 µm

Figura 3 – Local de deposição das partículas no sistema respiratório humano Fonte: Phalen (1985) in Martins (2009)

28

• Das propriedades químicas do agente inalado – o quartzo é um agente potencialmente

fibrogênico e insolúvel em virtude de suas propriedades químicas já discutidas no item

2.1.2 deste trabalho. Materiais orgânicos ou solúveis são mais facilmente eliminados

através da corrente sanguínea ou pela ação dos macrófagos do que os materiais

inorgânicos, os quais podem ser fibrogênicos.

• Da suscetibilidade individual – os mecanismos de eliminação dos agentes agressores,

capturados na traqueia e brônquios, bem como a capacidade de eliminação através da

ação dos macrófagos são dependentes de cada organismo em particular e das suas

respostas imunológicas contra agentes patogênicos oportunistas como a tuberculose

associada à silicose. Em outras palavras, indivíduos diferentes apresentam respostas

diversas, quando expostos aos agentes agressores.

• Do local de deposição das partículas – o depósito de materiais nos diferentes níveis do

trato respiratório induz a diferentes respostas que vão das mais simples reações

alérgicas até a lesões pulmonares maiores, como o câncer pulmonar, como pode ser

avaliado no Quadro 2, a seguir:

Quadro 2 – Respostas clínicas conforme local de deposição de partículas no trato respiratório.

Local de deposição Resposta clínica Nariz Traquéia e brônquios Parênquima pulmonar

Rinite, febre do feno, perfuração septal, câncer nasal Bronco constricção Bronquite Respostas inespecíficas a poeiras inertes Câncer pulmonar (poeiras e gases radioativos) Alveolite alérgica extrínseca (poeiras orgânicas) Pneumoconioses (poeiras minerais) Lesão pulmonar aguda, bronquiolites, edema pulmonar

Fonte: Merck (1995)

• Da quantidade do agente: segundo a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA (2003)

apud Rodrigues (2004), o risco de ocorrência da silicose clássica existe quando o teor

de sílica livre na fração de poeira respirável é maior que 7,5%. Quando, nas frações

respiráveis das poeiras minerais, houver teores abaixo desse valor, as lesões

decorrentes da exposição prolongada apresentam características de pneumoconioses

adquiridas pelas poeiras mistas.

29

Segundo BREVIGLIERO et al (2006), ainda não estão muito bem esclarecidos os

mecanismos da ação fibrogênica da sílica livre cristalizada, sendo correntes três teorias, a

saber:

• Teoria mecânica: a ação fibrogênica seria causada pela irritação dos alvéolos

pulmonares pela ação das bordas cortantes e pontiagudas dos cristais de sílica;

• Teoria da solubilidade química: o contato da sílica livre cristalizada com as células de

defesa do organismo favoreceria reações que dão origem ao ácido silícico,

desencadeando a fibrose dos tecidos;

• Teoria imunológica: a sílica teria um efeito tóxico sobre os macrófagos, células de

defesa, que ao se autodestruírem no processo de fagocitose, liberam substâncias que

conduzem à formação das lesões.

No meio médico científico, no entanto, parece predominar a teoria imunológica como a que

melhor explica a ocorrência da fibrose dos tecidos pulmonares mais sensíveis. As partículas

de sílica livre cristalizada, ao atingirem os alvéolos são envolvidas pelos macrófagos que, na

tentativa de destruir o invasor, liberam enzimas citotóxicas que causam a fibrose do

parênquima pulmonar, uma espécie de cicatrização. Neste processo, não havendo sucesso, o

macrófago definha e libera a partícula de sílica que será atacada por um novo macrófago,

repetindo-se o processo, que vem a gerar o nódulo silicótico. Os nódulos assim formados se

distribuem por todo o pulmão causando distorções acentuadas da arquitetura pulmonar,

quando as funções de ventilação e de troca gasosa são afetadas, gerando, na sua fase mais

avançada, sintomas semelhantes ao do enfisema pulmonar como a falta de ar. A distinção

entre elas está na diminuição dos volumes pulmonares, havendo comprometimento funcional

grave nos estágios mais tardios da doença, com o incremento dos nódulos e da insuficiência

respiratória. Paralelamente, com o avanço da fibrose, surgem complicações vasculares

determinando a hipertensão pulmonar e a decorrente hipertrofia ventricular direita,

denominada cor pulmonale, que consiste na alteração e dilatação da estrutura das paredes do

ventrículo direito causada pelo aumento da pressão pulmonar, diminuindo a capacidade

cardíaca de bombeamento do sangue venoso para os pulmões, trazendo conseqüências graves

às trocas gasosas. A cor pulmonale eventualmente leva à morte (MERCK, 1995). Em adendo,

a International Agency for Research on Cancer - IARC relata evidências de que a silica livre

cristalizada é um agente potencial e reconhecidamente cancerígeno para seres humanos

(IARC, 1997). Pessoas expostas à sílica ainda podem desenvolver tuberculose, ou a sílico-

30

tuberculose, dificilmente diferenciada da silicose apenas por exames radiográficos,

recomendando-se neste caso exames específicos para identificação da tuberculose.

O diagnóstico é feito a partir da visualização de alterações radiográficas, onde são observadas

estruturas opacas múltiplas, pequenas e arredondadas e complementados por exames de

avaliação da capacidade respiratória do indivíduo.

A profilaxia consiste no controle eficaz da exposição a poeiras minerais contendo sílica livre e

na realização de exames radiográficos periódicos (MERCK, 1995).

Não se conhece um tratamento eficaz de cura, existindo apenas tratamentos que tratam da

redução dos eventuais sintomas, os quais são administrados por toda a vida. No Brasil,

especificamente na Universidade Federal do Rio de Janeiro no Instituto de Biofísica Carlos

Chagas Filho, está em andamento uma pesquisa médica que pretende inovar o tratamento de

silicóticos com o uso de células tronco aplicadas diretamente nos pulmões, atuando e

reduzindo a atividade dos macrófagos e freando o avanço da doença (UFRJ, 2009).

2.1.4 O tratamento da exposição e da silicose no mundo

No ano de 1995 a Organização Internacional do Trabalho - OIT e a Organização Mundial de

Saúde - OMS lançaram o Global Program to Eliminate Silicosis – Programa Global para a

Eliminação da Silicose com base em estatísticas que mostravam que milhões de trabalhadores

de todos os continentes estariam potencialmente expostos às poeiras minerais, por ao menos

30% da sua jornada de trabalho. Estes números davam conta, por exemplo, que mais que 1,7

milhões de norte americanos estariam expostos à sílica enquanto que o governo da Colômbia

reconhecia um contingente de 1,8 milhões de trabalhadores sob risco de desenvolverem a

silicose; no mesmo período, o Brasil relatava cerca de 2,0 milhões de trabalhadores nas

mesmas condições e, na Índia Central, milhares de trabalhadores atingiam apenas 35 anos de

vida, tendo trabalhado em média 12 anos expostos ao agente agressor (GOELZER;

HANDAR, 2000).

O Programa compreendia metas que os países participantes deveriam alcançar, a princípio:

1. Estabelecer um Plano Nacional de Eliminação da Silicose

31

2. Estabelecer planos de prevenção primária por meio do controle das fontes de

exposição

3. Estabelecer planos de prevenção secundária baseados na vigilância, detecção e

cuidados com a saúde

4. Estabelecer que os planos de ação envolveriam os ministérios do trabalho, saúde e

previdência contando ainda com parcerias privadas

5. Desenvolver um perfil nacional a respeito da Silicose

Naquele mesmo ano, Brasil, Chile, China, Índia, Tailândia, Vietnã e África do Sul já haviam

dado início aos seus respectivos planos de erradicação da doença.

Para o alcance destas metas, várias entidades internacionais trabalham em conjunto para

estabelecer parâmetros de controle e limites de tolerância aos diversos agentes agressivos

encontrados nos ambientes de trabalho, contribuindo para a criação de normas para

regulamentação das atividades de modo a empreender a prevenção contra acidentes e doenças

relacionadas ao trabalho. Neste contexto, são editadas as Convenções da OIT a respeito de

Segurança e Higiene do Trabalho, as quais são sugeridas e aprovadas pelos países membros,

como forma de subsidiar sua própria legislação interna sobre o assunto.

Dentro do tema abordado, destaca-se o National Institute for Occupational Safety and

Health - NIOSH, com a publicação de manuais e guias para o combate e prevenção da

silicose, tais como:

• 1974 - Occupational Exposure to Crystalline Silica, contendo estudos sobre os efeitos

biológicos da exposição à sílica, recomendações médicas e sugestões de métodos de

avaliação da exposição.

• 1977 - manual contendo estratégias e métodos para amostragem e avaliação da

exposição a agentes contaminantes ambientais, “Occupational exposure sampling

strategy manual”.

• 1978 - publicação do Occupational Health Guideline for Crystalle Silica, que

descrevia detalhadamente as características químicas da sílica, a sua ocorrência, os

limites de tolerância admitidos à época, métodos de medição e sugeria medidas de

higiene ocupacional e de engenharia para o controle da exposição.

32

• 2002 – publicação do NIOSH HAZARD REVIEW: “Health Effects of Occupational

Exposure to Respirable Crystalline Silica”.

• 2007 - publicação do “NIOSH Manual of analytical methods (NMAM®)” contendo as

referências dos métodos de análises para diversas substâncias, entre as quais as

específicas para sílica livre e poeiras respiráveis:

-Método NIOSH 0500/1994 – poeira total por gravimetria;

-Método NIOSH 0600/1998 – poeira respirável por gravimetria;

-Método NIOSH 7500/2003 – sílica livre cristalina por Difração de Raio X;

-Método NIOSH 7602/2003 – sílica livre cristalina por Espectrofotometria de

Infravermelho;

2.2 Aspectos históricos

“Tampouco se devem desprezar os distúrbios mórbidos que atacam os operários de

pedreiras, estatuários, britadores e os artesãos desse gênero”. Desta forma se referia

Bernardino Ramazzini, no ano de 1700, em seu livro De Morbis Artificum Diatriba, à doença

que acometia trabalhadores que exerciam suas atividades em ambientes “onde se fazia notar

uma poeira muito fina, cortante e penetrante, que lhes causava tosse, afecções asmáticas e

tísica”, os quais vinham a morrer em pleno vigor de suas vidas. “E tendo seus corpos

dissecados, encontrava-se em seus pulmões, uma quantidade amontoada de areia”.

Compondo uma breve retrospectiva, não podemos deixar de registrar citações anteriores,

como há mais de 2500 anos se preocupava Hipócrates, relativamente ao mal dos mineiros,

nem tampouco aos estudos do médico George Bauer, também conhecido pelo nome Georgius

Agrícola, no ano de 1526, acerca das condições de trabalho destes trabalhadores, publicados

em sua obra “De Re Metallica”.

Neste sentido é válido enfatizar o registro de que, até aquela época, invocava-se o poder

místico como causa daqueles males (PARREIRA, 1945 apud SANTOS, 2000). Ao contrário,

a partir de Ramazzini e outros estudiosos das doenças relacionadas ao trabalho, já se

estabeleciam suas causas a entidades físicas e químicas, presentes nos ambientes de trabalho e

com ele relacionadas.

33

Historicamente, sob este aspecto, registra-se a obra do médico inglês Charles Turner

Thackrah (1795-1833), entitulada The Effects of Arts, Trades and Professions and of civic

states and habits of living on Health and Longevity with suggestions for removal of many of

the agents which produce disease and shorten the duration of life; esta obra, publicada em

1831, relacionava as deploráveis condições de vida e de trabalho, predominantes na cidade de

Leeds (Inglaterra), com as taxas de ocorrências de doenças e de mortalidade mais elevadas do

que nas regiões circunvizinhas (RIBEIRO NETO, 2008). Curiosamente, Charles Turner,

considerado o pai da medicina ocupacional no Reino Unido, viria a falecer, vítima da

tuberculose, apenas dois anos mais tarde, aos 38 anos. Na França, Louis René Villermé,

médico pioneiro nos estudos da epidemiologia social analisou a morbidade de trabalhadores

da mesma atividade que atuavam em locais diferentes e entre trabalhadores da mesma

empresa, com atividades diferentes.

Não obstante a quantidade de estudos que se seguiram até nossos dias, a doença adquirida

pelos trabalhadores das minas e pedreiras, denominada “silicose” por Visconti, no ano de

1870, ainda prevalece atualmente como uma das mais importantes das pneumoconioses

(SANTOS, 2000). Este status deve-se à sua condição de doença incurável que evolui lenta e

dolorosamente para o óbito do trabalhador, mesmo após o seu afastamento do trabalho no

ambiente insalubre. Ao evoluir, lenta e silenciosamente, com diagnósticos muitas vezes

tardios, submetem o trabalhador e seus familiares ao sofrimento imposto por uma doença

incapacitante, causada pela inalação de poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada.

Os danos à saúde respiratória ocorrem pela inalação de poeiras, em frações respiráveis

menores do que 10 microns (SALIBA, 2007), as quais chegam livremente aos alvéolos

pulmonares causando-lhes a redução total da sua mobilidade em virtude da fibrose que se

instala a partir de seguidos processos inflamatórios e cicatrizantes. Em adendo, é

frequentemente associada à outras infecções como a tuberculose, a sílico tuberculose,

acompanhada de complicações cardíacas e até mesmo a sua concomitância com tumores

malignos devido à carcinogenicidade da sílica livre, conforme relatado em estudos publicados

pela International Agency for Research on Cancer - IARC, da Organização Mundial da Saúde

(SANTOS, 2000; IARC, 1997).

Apesar da gravidade desta doença, da qual existe um sem número de estudos relacionando-a

com o tempo de exposição à sílica, com a sua concentração ambiental, com a susceptibilidade

34

do trabalhador e com a existência de afecções pulmonares pregressas, lamentavelmente ainda

não conhecemos totalmente a sua prevalência em nosso país. Esta ausência formal faz-se

notar em particular nas regiões Norte e Nordeste brasileiros, onde, muito provavelmente pela

falta de diagnósticos corretos, pela falta de vigilância e pela falta de notificações por parte das

empresas, inexistem dados oficiais específicos que revelem a relevância desta pnemoconiose.

Registros oficiais, disponíveis para consulta pública, nos informam a ocorrência de muitos

casos de doenças profissionais que afetam o sistema respiratório sem, no entanto, especificar

quais sejam e, pior, reconhecendo que a sua maioria não foi motivo de comunicação

formalmente realizada através de uma Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT,

conforme pesquisa feita no Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT, 2008

(MPS/AEAT, 2008).

A partir de dados compilados daquele anuário verifica-se no Quadro 3 que, do total de

acidentes registrados para todas as atividades, 21,4% dos acidentes não foram comunicados

através das CAT, evoluindo para aproximadamente 27% em 2008.

Quadro 3 – Acidentes do trabalho no Brasil de 2006 a 2008.

Fonte: MPS/AEAT (2008)

Especificamente, para a atividade de extração de rochas minerais (CNAE 2.0 – 0810), o

Ministério da Previdência Social - MPS divulgou números, registrados no Quadro 4, a seguir,

que correspondem a 17,3% de acidentes do trabalho sem registro em 2007 e 24,6% em 2008,

confirmando o aumento das não notificações.

Quadro 4 – Acidentes do trabalho no Brasil, na atividade com CNAE 0810.

Fonte: MPS/AEAT (2008)

Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), no Brasil – 2006/2008

Quantidade Acidentes do

Trabalho

Acidentes com CAT

registrada

Acidentes Típicos

Acidentes de Trajeto

Doenças do Trabalho

Sem registro da CAT

2006 512.232 512.232 407.426 74.636 30.170 -

2007 659.523 518.415 417.036 79.005 22.374 141.108

2008 747.663 545.268 438.536 88.156 18.576 202.395

Acidentes do trabalho por atividade econômica: CNAE: 0810 - Brasil – 2006/2008

Quantidade Acidentes do

Trabalho

Acidentes com CAT

registrada

Acidentes Típicos

Acidentes de Trajeto

Doenças do Trabalho

Sem registro da CAT

2006 1.248 1.248 1.077 96 75 -

2007 1.644 1.359 1.209 94 56 285

2008 1.692 1.275 1.132 105 38 417

35

Para a Região Nordeste, os números estão registrados conforme o Quadro 5, revelando

também um crescimento das não notificações, de 23% em 2007 evoluindo para 40% em 2008.

Quadro 5 – Acidentes do trabalho na Região Nordeste - CNAE 0810.

Fonte: MPS/AEAT (2008)

Os dados relativos ao Estado de Pernambuco, no Quadro 6, no mesmo período revelam que as

não notificações representam 33% dos acidentes registrados em 2007 e preocupantes 68% do

total de acidentes registrados no ano de 2008.

Quadro 6 – Acidentes registrados em Pernambuco - CNAE 0810.

Fonte: MPS/AEAT (2008)

Na classificação dos acidentes, segundo os códigos mais freqüentes da Classificação

Internacional de Doenças – CID 10, denominação mais conhecida para a Classificação

Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, anualmente revisada

pela Organização Mundial da Saúde – OMS (MPS, AEAT, 2008), não há registro específico

da ocorrência de doenças ocupacionais do trato respiratório havendo apenas registros no

código Z 57: Exposição ocupacional a fatores de risco, contendo 10 subclasses de doenças

relacionadas ao ruído, vibrações, radiação, substancias tóxicas, temperaturas extremas e entre

as quais o código Z 57.2: Exposição ocupacional à poeira (pó), não havendo referência direta

a códigos indicativos de pneumoconioses, pelos códigos J 62.8: Pneumoconiose devida a

outras poeiras que contenham sílica ou J 65: Pneumoconiose associada com tuberculose. No

Quadro 7, a seguir, estão registrados as ocorrências conforme o CID 10, no código Z57,

mostrando a sua evolução entre os anos de 2006 a 2008.

Acidentes do trabalho por atividade econômica 0810 - Região Nordeste

Quantidade Acidentes do

Trabalho

Acidentes com CAT

registrada

Acidentes Típicos

Acidentes de Trajeto

Doenças do Trabalho

Sem registro da CAT

2006 97 97 75 14 8 -

2007 119 91 71 7 13 28

2008 122 73 65 7 1 49

Acidentes do trabalho por atividade econômica CNAE: 0810 - Pernambuco

Quantidade Acidentes do

Trabalho

Acidentes com CAT

registrada

Acidentes Típicos

Acidentes de Trajeto

Doenças do Trabalho

Sem registro da CAT

2006 6 6 11 1 2 -

2007 21 14 4 2 - 7

2008 19 6 - - - 13

36

Quadro 7 – Acidentes em função da exposição ocupacional a fatores de risco.

Fonte: MPS/AEAT (2008)

Apesar da grande quantidade de informações relevantes no que se refere aos acidentes e

doenças do trabalho, percebe-se, portanto, a falta de informações específicas ao agente de

risco poeiras minerais.

De encontro aos dados estatísticos divulgados existem relatos na bibliografia que citam

estudos realizados a partir de uma matriz de exposição ocupacional (MEO), montada com

dados oficiais extraídos do Relatório Anual de Informações Sociais- RAIS, do Ministério do

Trabalho e Emprego. Nestes estudos constam que, em um universo de aproximadamente 36,9

milhões de trabalhadores, 6,52% estavam provavelmente expostos à sílica e 5,2%,

definitivamente expostos, número obtido da análise e a partir do cruzamento de informações

de 25 setores econômicos e 347 categorias ocupacionais ligadas à industria da construção

civil, extração mineral, agricultura, serviços e comercio.

A prevalência era, então, muito superior aos números encontrados na Comunidade Européia,

da ordem de 0,5% a 3,9%, denotando a precariedade da segurança e da higiene do trabalho,

no Brasil, contribuindo para o agravamento das condições de exposição ao risco (RIBEIRO,

2003).

Sobre a prevalência da silicose no Brasil, já se registravam, no documento de referência para

o lançamento do Programa Nacional de Erradicação da Silicose, no ano de 2000, estimativas

de que existiam entre 25 e 30 mil casos confirmados desta pneumoconiose, correspondendo a

3,0% dos trabalhadores das pedreiras, 3,9% dos trabalhadores expostos na industria cerâmica,

4,5% nas fundições, 23,6% nas atividades de jateamento com areia, entre outras atividades

como a mineração de ouro, lapidação (GOELZER; HANDAR, 2000).

Acidentes do trabalho no código CID 10: Z57- exposição ocupacional a fatores de risco / Brasil

Quantidade Acidentes do

Trabalho

Acidentes com CAT

registrada

Acidentes Típicos

Acidentes de Trajeto

Doenças do Trabalho

Sem registro da CAT

2006 2.336 2.336 2.267 6 63 -

2007 2.235 2.235 2.183 7 45 -

2008 2.282 2.282 2.198 4 80 -

37

2.2.1 Bases legais sobre a segurança do trabalho

A partir dos primeiros estudos publicados na Inglaterra em meados do Século IXX, e das

pressões sociais, surgiam naquele país as primeiras leis de segurança no trabalho e de saúde

pública regulamentando os problemas de saúde e de doenças profissionais, a Lei de Proteção

aos Trabalhadores, que forneceu as bases para criação do Factory Act, em 1833, que limitava

o número de horas de trabalho para mulheres e crianças na indústria têxtil, mais tarde

estendido a todas as outras atividades.

Na França, em 1862, surgia a Regulamentação da Higiene e Segurança no Trabalho e, na

Alemanha, em 1865, era aprovada a lei de Indenização obrigatória aos trabalhadores, pela

primeira vez responsabilizando os empregadores pelas despesas decorrentes dos acidentes.

Em 1883, na França, era fundada a Associação das Indústrias contra os Acidentes do Trabalho

e na Inglaterra, no ano de 1897, firmava-se o Comitê Britânico de Prevenção, logo após o

incêndio de Cripplegate.

No início do século XX, era promulgada nos Estados Unidos da América a primeira lei de

indenização a beneficiar os trabalhadores, porém ainda limitada ao âmbito dos trabalhadores

federais.

No ano de 1919 assinava-se o Tratado de Versailles e criava-se a Organização Internacional

do Trabalho - OIT, em substituição à Associação Internacional de Proteção Legal ao

Trabalhador, criada em 1900 (RIBEIRO NETO, 2008).

2.2.2 Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT

No âmbito da evolução das legislações internacionais do trabalho, cumpre salientar a

importância da Organização Internacional do Trabalho - OIT, como um organismo que agrupa

centenas de países, com o objetivo de estudar as relações de trabalho nos vários continentes e,

em caráter normativo, apoiar a criação de tratados internacionais que são legalmente

ratificados por leis promulgadas pelos países signatários destes acordos internacionais.

38

Não é um caminho curto. Os Países membros, após adoção de uma determinada convenção

devem submetê-la ao Congresso Nacional para aprovação; o passo seguinte será o da

ratificação, pelo Presidente da República, junto à OIT. Por último, medidas legais são

adotadas de modo a assegurar a aplicação da convenção, determinando prazos e serviços de

fiscalização que zelem pelo seu cumprimento. A abrangência de cada convenção é relatada

em seu texto e, a sua adoção parcial ou total, é previamente discutida através de consultas às

entidades representativas dos empregados e dos empregadores, devendo ser comunicado à

OIT, quaisquer alterações que daí resultarem. No Brasil, foram ratificadas as Convenções

abaixo transcritas, conforme listagem resumida publicada pelo Ministério do Trabalho e

Emprego-MTE, no ano de 2002, constante do quadro a seguir:

Quadro 8 – Convenções da Organização Internacional do Trabalho.

CONVENÇÃO

OIT

TÍTULO ANO

184 Segurança e Saúde na Agricultura 2001 182 Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para a sua

Eliminação 1999

176 Segurança e Saúde na Mineração 1995 174 Prevenção de Acidentes Industriais Maiores 1993 170 Segurança na Utilização de Produtos Químicos 1990 167 Segurança e Saúde na Construção 1988 162 Asbesto 1986 161 Serviços de Saúde no Trabalho 1985 155 Segurança e Saúde dos Trabalhadores 1981 152 Segurança e Higiene no Trabalho Portuário 1979 148 Meio Ambiente de Trabalho(Contaminação do Ar, Ruídos e

Vibrações) 1977

139 Câncer Profissional 1974 136 Benzeno 1971 127 Peso Máximo 1967 124 Exame Médico dos menores na Mineração Subterrânea 1965 120 Higiene no Comercio e Escritórios 1964 115 Proteção Contra Radiações 1960 113 Exame Médico de Pescadores 1959 103 Proteção à Maternidade(Revisada) 1952 81 Inspeção do Trabalho 1947 45 Trabalho Subterrâneo de Mulheres 1935 42 Indenização de Trabalhadores por Doenças

Ocupacionais(Revisada) 1934

16 Exame Médico de Menores no Trabalho Marítimo 1921 12 Indenização por Acidente do Trabalho na Agricultura 1921

Fonte: Brasil (2010)

39

2.2.3 Evolução da Legislação Brasileira

Até princípios do século XX, a evolução da indústria brasileira caminhava a passos muito

lentos, predominando processos artesanais e a ausência de uma legislação específica de

proteção aos trabalhadores. A primeira lei, promulgada em 1919, a respeito dos Acidentes de

Trabalho, pautava-se nos conceitos do risco profissional e não se referia especificamente à

silicose. Promulgada através do Decreto Legislativo n° 3.724, de 15 de janeiro de 1919 esta

primeira lei já trazia conceitos sobre o acidente do trabalho, o acidente típico e as doenças

profissionais e beneficiava o operário, que seria indenizado pelo patrão, de acordo com a

gravidade do acidente. Cabia à vítima, aos familiares ou mesmo ao empregador, a

comunicação às autoridades policiais que enviariam o processo para a justiça comum, na qual

um juiz tinha um prazo de doze dias para proceder ao julgamento, de forma sumária. No

entanto, esta lei não possuía uma abrangência ampla e não previa indenizações de doenças do

trabalho, decorrentes das condições em que o mesmo era realizado. Neste período, e até início

da década de 1930, as relações de trabalho eram fiscalizadas pelo Ministério da Agricultura, e

apesar da nova legislação, não havia a atenção necessária por parte do governo (SANTOS,

2000).

Em 1930 era criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, com o objetivo de

facilitar ao governo a interferência sistemática nas relações conflitantes entre o capital e o

trabalho e, quatro anos após, era promulgada a segunda legislação, através do Decreto-Lei n°

24.637. Esta segunda lei foi promulgada para atender às demandas da aceleração do

desenvolvimento industrial e ao crescimento dos centros urbanos daí decorrente. Esta lei

ampliou o conceito do acidente de trabalho incluindo “qualquer doença produzida pelo

exercício do trabalho ou em conseqüência dele”. Em 1944, alterava-se a Lei do Acidente de

Trabalho, pelo Decreto-Lei n° 7.036, de 10 de novembro de 1944; através deste decreto,

estabelecia-se, pela primeira vez, uma relação de causa e efeito e incluía os acidentes

ocorridos fora do local de trabalho e aqueles ocorridos nos intervalos para refeições, como

acidentes do trabalho.

A partir desta legislação dava-se às autoridades do Ministério do Trabalho a responsabilidade

pela sua aplicação e fiscalização, amparados pela promulgação, um ano antes, do Decreto Lei

40

Nº 5.452, de 1 de maio de 1943, que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,

cujo Capítulo V refere-se à Segurança e Medicina do Trabalho.

Porém, apenas a partir da década de 1960, o Brasil veria mudanças substanciais em termos de

legislação de Saúde e Segurança do Trabalho.

Este período pode ser dividido, para efeito de estudos, em cinco fases: na primeira delas, de

1966 a 1970, o Brasil aparecia como campeão mundial em acidentes do trabalho nas

estatísticas mundiais. Concorria para isto o fato de que os empresários da época não

consideravam as questões de segurança do trabalho como prioridade e, ideologicamente,

consideravam o risco como sendo inerente ao trabalho. Nesta fase o governo criou o Instituto

Nacional da Previdência Social - INPS, agrupando todos os institutos de previdência

existentes, torna responsabilidade do Estado o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) e

modifica a estrutura da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes que fora criada em 1944

(RIBEIRO NETO, 2008).

A segunda fase, de 1971 a 1977, contemplou consideráveis mudanças que culminariam no

início formal da Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil; foi criado o Serviço Especializado

em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e desenvolveu-se o conceito da combinação

Ato Inseguro e Condições Inseguras para a investigação dos acidentes de trabalho que

reconhecia que o trabalhador, ao contrario da condição insalubre, não tem ou representa risco,

determinando então que o empregador assumisse e pagasse esse risco. Ainda neste período

deve-se destacar o Decreto n°79.037, de 24 de dezembro de 1976, que estabeleceu, em seu

Anexo I, as atividades profissionais vinculadas aos agentes patogênicos ligados às doenças

profissionais e refere, em seu Art.2°:

O Acidente de trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a

perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Parágrafo único: Equiparam-se ao acidente do trabalho, para os efeitos deste

regulamento:

I - a doença profissional ou do trabalho, assim entendida a inerente ou peculiar

a determinado ramo de atividade e constante da relação que constitui o Anexo I;

41

II - o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única,

haja contribuído diretamente para a morte, ou a perda ou redução da capacidade

para o trabalho;

III - a doença proveniente de contaminação acidental de pessoal de área médica,

no exercício de sua atividade.

Em 22 de dezembro de 1977, a Lei n° 6.514 regulamentou o Capítulo V, da Consolidação das

Leis do Trabalho, em cujo Art. 200, o Ministério do Trabalho editou a Portaria MTb n° 3.214,

de 8 de junho de 1978, instituindo as primeiras vinte e oito normas regulamentadoras de

segurança e saúde no trabalho urbano, mais tarde acrescidas de mais cinco outras normas

envolvendo atividades portuárias, aquaviárias, agrícolas, de saúde e em espaços confinados.

Na terceira fase, de 1979 a 1986, iniciou-se o reconhecimento e a conscientização a cerca dos

aspectos científicos da saúde do trabalhador, principalmente presentes na Norma

Regulamentadora – NR 15, a respeito das atividades insalubres. Neste período era forte a

reivindicação dos Sindicatos dos Metalúrgicos e dos Químicos a respeito das

responsabilidades, civil e penal, pelos acidentes de trabalho.

Na quarta fase, considerada de 1987 a 1990, os empregadores demonstram maior interesse e

seriedade no trato da questão Saúde e Segurança do Trabalho principalmente após a

promulgação da Constituição Federal de 1988, em cujo artigo 7º, inciso XXVIII, refere-se ao

“Seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que

está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa”. Neste mesmo período, algumas Normas

Regulamentadoras - NR são alteradas com o objetivo de ampliar a participação dos

trabalhadores. Numa ultima fase, iniciada em 1990 e que perdura até nossos dias, são notadas

mudanças sensíveis, principalmente nas Normas que instituíam o Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais - PPRA, na NR 9 e do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional - PCMSO, na NR 7, notadamente enfatizando a necessidade da sintonia entre os

dois programas no sentido de preservar a saúde e a integridade física do trabalhador por meio

da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do controle da ocorrência de riscos reais

no ambiente de trabalho e com o objetivo de promover e preservar a saúde do trabalhador.

42

Para o segmento em estudo, da mineração a céu aberto e operações de britagem, relacionam-

se as principais normas a serem observadas diretamente e descritas resumidamente a seguir de

acordo com a sua redação legal para seus principais objetivos (GONÇALVES, 2008;

GRUENZNER, 2003):

NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho - SESMT: nesta NR estão contemplados os profissionais que devem compor o

serviço técnico de saúde e segurança da empresa cuja atividade principal consiste da

elaboração e implementação de programas de caráter preventivo de acidentes e de doenças

ocupacionais.

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA: tem como objetivo a

prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, com a participação de

representantes dos trabalhadores e dos empregadores, de modo a tornar compatível

permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do

trabalhador. Especificamente para o segmento da mineração este comitê é denominado de

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mineração – CIPAMIN.

NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual: esta norma considera como

equipamento de proteção individual - EPI, todo dispositivo ou produto de uso individual do

trabalhador destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no

trabalho; estabelece a obrigatoriedade do fornecimento, sob responsabilidade do empregador,

de forma gratuita de acordo com o risco da atividade e sempre que medidas coletivas não

fornecerem a proteção suficiente.

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO: esta

norma estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os

empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de

Controle Medico de Saúde Ocupacional, com o objetivo da promoção e preservação da saúde

do conjunto dos trabalhadores.

NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA: nesta norma

entende-se o objetivo da obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos

os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados do programa de

43

Prevenção de Riscos Ambientais visando a preservação da saúde e da integridade dos

trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da

ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho,

tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

NR 15 - Atividades e Operações Insalubres: esta norma regulamentadora trata do

reconhecimento de condições ambientais que tornam o ambiente de trabalho insalubre e,

portanto, prejudicial à saúde do trabalhador. Estabelece os Limites de Tolerância a que os

trabalhadores podem permanecer expostos, durante seu período de trabalho, sem que sofram

as conseqüências das atividades em ambientes assim qualificados como insalubres.

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto: nesta norma regulamentadora estão definidos

alguns aspectos relativos à obrigação da existência de abrigos capazes de proteger os

trabalhadores contra intempéries como a insolação excessiva, calor, frio, umidade e ventos

inconvenientes, dotados de condições sanitárias condizentes à saúde dos trabalhadores e

define o que são as pedreiras e suas exigências de segurança.

NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: esta Norma

Regulamentadora tem por objetivo disciplinar os preceitos a serem observados na organização

e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento

da atividade mineira com a busca permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.

Destacam-se nesta NR 22, a implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR, o

qual, de acordo com o item 22.3.7.1.3 desta Norma, substitui o já aludido PPRA e a

implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Mineração -

CIPAMIN, os quais se aplicam às seguintes atividades:

a) minerações subterrâneas;

b) minerações a céu aberto;

c) garimpos, no que couber;

d) beneficiamentos minerais e

e) pesquisa mineral.

Reestruturada pela Portaria MTE n° 2.037, de 15 de dezembro de 1999, e parcialmente

alterada pela Portaria MTE n° 70, de 12 de março de 2004, esta NR 22 determina que cabe à

44

empresa ou permissionário de lavra garimpeira elaborar e implantar, além do Programa de

Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO, o Programa de Gerenciamento de Riscos -

PGR, considerando os:

a) riscos físicos, químicos e biológicos;

b) atmosferas explosivas;

c) deficiências de oxigênio

d) ventilação;

e) proteção respiratória, de acordo com a Instrução Normativa n°1, de 11/04/1994, da

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho;

f) investigação e análise de acidentes de trabalho;

g) ergonomia e organização do trabalho;

h) riscos decorrentes do trabalho em altura, em profundidade e em espaços confinados;

i) riscos decorrentes da utilização de energia elétrica, máquinas, equipamentos, veículos e

trabalhos manuais;

j) equipamentos de proteção individual de uso obrigatório, observando-se, no mínimo, o

constante na Norma Regulamentadora NR 06;

l) estabilidade dos maciços;

m) planos de emergência;

n) outros resultantes de modificações e introduções de novas tecnologias.

As etapas básicas para o desenvolvimento do PGR são igualmente contempladas na NR 22 e

incluem:

a) a antecipação e a identificação dos fatores de risco, levando-se em conta, inclusive, as

informações do Mapa de Risco elaborado pela CIPAMIN, quando houver;

b) a avaliação dos fatores de risco e da exposição dos trabalhadores;

c) o estabelecimento de prioridades, metas e cronograma;

d) o acompanhamento das medidas de controle implementadas;

e) a monitoração constante dos riscos;

f) o registro e manutenção dos dados por, no mínimo, vinte anos;

g) a avaliação periódica do programa.

Além das exigências citadas acima, a NR 22 estabelece ainda que as alterações e

complementações realizadas no PGR, em virtude de seu desenvolvimento, deverão ser

45

apresentadas e discutidas na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração –

CIPAMIN, onde ocorrerá o acompanhamento das medidas de controle adotadas.

Importante anotar que o PGR deve considerar os níveis de ação, acima dos quais devem ser

desenvolvidas ações preventivas, objetivando-se que os limites de exposição ocupacional aos

agentes agressivos não sejam atingidos ou mesmo ultrapassados; os níveis de ação, de acordo

com a NR 09, constituem-se de 50% dos valores adotados como os Limites de Tolerância

previstos na NR 15 ou pelos Limites de Exposição Ocupacional adotados pela American

Conference of Governmental Industrial Higyenists - ACGIH quando não existirem limites

estabelecidos pela legislação brasileira ou ainda os valores estabelecidos em negociações

coletivas, desde que considerados mais rigorosos que os limites oficialmente aceitos

(GRUENZNER, 2003).

Ainda, sob o aspecto da exposição e proteção contra a poeira mineral, a empresa está obrigada

a realizar o monitoramento periódico da exposição dos grupos homogêneos de trabalhadores,

atendendo ao disposto no Quadro I, da NR 22, no que se refere às amostras necessárias para

quantificação do risco a que estão expostos os trabalhadores de forma similar.

Quando os limites de exposição são ultrapassados devem ser tomadas medidas técnicas e

administrativas que reduzam, eliminem ou neutralizem seus efeitos sobre a saúde dos

trabalhadores. Neste sentido a Norma Regulamentadora ainda estabelece que deve existir

disponibilidade de água em condições de uso e suficiente para o controle da geração de

poeiras nos postos de trabalho onde rochas ou minérios estão sendo perfurados, cortados,

detonados, carregados, descarregados e transportados e, enfaticamente, determina que as

operações de perfuração e corte devem ser realizadas por processos umidificados. Na

indisponibilidade de água ou impedimentos técnicos que impeçam ou limitem a umidificação

devem, então, ser adotadas medidas técnicas de controle e de captação das poeiras nas fontes

em que são geradas. Medidas relativas às superfícies de trabalho, instalações e pisos dos

locais de transito de pessoas e equipamentos incluem a limpeza e umidificação constantes de

modo a impedir a dispersão das poeiras no meio ambiente de trabalho.

Levando-se em conta medidas de clausura e isolamento de locais de trabalho, como as salas

de controle, laboratórios, entre outros, estes devem contar com sistemas adequados que

considerem a manutenção das condições de conforto relativas à temperatura ambiente,

46

umidade, ruído e velocidade do ar, conforme previsto pela NR 17-Ergonomia

(GONÇALVES, 2008).

A corroborar com a legislação nacional, e impulsionada pelo Programa Internacional para

Erradicação da Silicose, lançado em 1995, pela Organização Internacional do Trabalho – OIT

e Organização Mundial de Saúde – OMS, com o propósito de erradicar a silicose até o ano de

2030, a FUNDACENTRO, em conjunto com a Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná

e a Fundação Oswaldo Cruz e com o apoio daquelas organizações, do governo e outras

entidades realizaram o Seminário Internacional sobre Exposição à Sílica – Prevenção e

Controle, que debateu sobre as questões relativas à situação da doença no Brasil, as medidas

de prevenção e controle e ações para a sua efetiva aplicação, tomando como base o fato de

que a silicose é uma doença evitável. À época deste seminário o Brasil contava com mais de

6,5 milhões de trabalhadores potencialmente expostos, incluídos mais de 2 milhões de

trabalhadores nas industrias de transformação de minerais, 0,5 milhão na mineração e

garimpo e cerca de 4 milhões na industria da construção civil. A prevalência da silicose no

setor da mineração a céu aberto era de 3%, naquele período, conforme divulgado pelo

Documento de Referência publicado a partir das discussões ocorridas neste evento

(GOELZER; HANDAR, 2000).

A partir deste seminário surgiria a proposta para a criação do Programa Nacional de

Eliminação da Silicose objetivando integrar ações governamentais nas áreas da saúde,

trabalho e previdência, no sentido de contribuir com a OIT e OMS para a eliminação desta

doença no mundo. Este programa, o PNES, segue sendo coordenado pela FUNDACENTRO.

2.2.4 Limites de tolerâncias aceitos pela Legislação Brasileira e ACGIH - American

Conference of Governmental Industrial Higyenists

2.2.4.1 De acordo com a Legislação Brasileira: Norma Regulamentadora – NR 15

Conforme a Norma Regulamentadora NR 15 - Atividades e Operações Insalubres (BRASIL

2010), que define as atividades, operações e agentes insalubres, Limites de Tolerância são

reconhecidos como a concentração ou intensidade, máxima ou mínima, relacionada com a

natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador,

durante a sua vida laboral.

47

Portanto, a exposição do trabalhador a condições ambientais que estejam, ou que se

mantenham fora dos limites de tolerância, o condicionam ao trabalho insalubre, não saudável

e que causa doenças (GONÇALVES, 2008).

Esta Norma Regulamentadora, com redação dada pela Portaria MTB n° 3.214, de 08 de junho

de 1978, e atualizada pela Portaria MTE n° 43, de 11 de março de 2008, estabelece, em seus

13 anexos, as atividades e os agentes nocivos que, em exposição continuada, determinam o

enquadramento legal quanto ao trabalho insalubre desde que se apresentem acima dos limites

de tolerância:

Anexo 1: Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente;

Anexo 2: Limites de Tolerância para Ruídos de Impacto;

Anexo 3: Limites de Tolerância para Exposição ao Calor

Anexo 4: Níveis mínimos de Iluminamento, em Lux, por tipo de atividade;

Anexo 6: Trabalho sob condições Hiperbáricas;

Anexo 7: Radiações Não-Ionizantes;

Anexo 8: Vibrações;

Anexo 9: Frio;

Anexo 10: Umidade;

Anexo 11: Agentes Químicos Cuja Insalubridade é caracterizada por Limite de Tolerância e

Inspeção no Local de Trabalho;

Anexo 12: Limites de Tolerância para Poeiras Minerais;

Anexo 13: Agentes Químicos;

Anexo 14: Agentes Biológicos;

No âmbito do Anexo 12 - Limites de Tolerância para Poeiras Minerais estão contemplados

o Asbesto, o Manganês e seus compostos e a Sílica Livre Cristalizada, objeto deste trabalho.

Referindo-se às poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada, a Legislação Brasileira

considera três diferentes limites de tolerância que, não sendo fixos, são calculados em função

da concentração de quartzo presente na amostra do mineral, entendido como sílica livre

cristalizada, quais sejam:

48

1. Limite de Tolerância, expresso em milhões de partículas por decímetro cúbico (mppdc) :

( 1 )

A percentagem de quartzo é determinada a partir de amostras coletadas em suspensão aérea,

tomadas com impactador (impinger) no nível da zona respiratória do trabalhador e contadas

pela técnica de campo claro (microscopia de contraste em campo iluminado).

2. Limite de Tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m3:

( 2 )

Para aplicação destes limites, a NR 15 considera que as concentrações percentuais de quartzo

devem ser determinadas a partir da porção que passar por um seletor com as seguintes

capacidades de retenção, conforme quadro transcrito a seguir, cujas dimensões de partículas

retidas correspondem às frações respiráveis, isto é, partículas com diâmetro médio inferior a

10 micrometros.

Quadro 9 – Diâmetros aerodinâmicos de partículas - Compilado da NR 15 (Quadro I). Diâmetro Aerodinâmico(µm)

(esfera de densidade unitária)

% de passagem pelo seletor

Menor ou igual a

2

2,5

3,5

5,0

10,0

90

75

50

25

0(zero)

Fonte: Gonçalves (2008)

3. Para o cálculo do Limite de Tolerância para poeira total, que compreende o somatório das

poeiras respiráveis e não respiráveis, expresso também em mg/m3, tem-se a fórmula:

49

( 3 )

Os Limites de Tolerância assim calculados são válidos para jornadas de trabalho de até 48

horas por semana e foram baseados nas recomendações da ACGIH de 1977, corrigidas para

esta jornada, com base nos Limites de Exposição Ocupacional vigentes à época e dados pelos

TLV-TWA – Threshold Limit Value – Time Weighted Average , sendo o TLV para quartzo

de 0,1mg/m3 e de 5,0 mg/m3 para a concentração de poeira respirável (GRUENZNER, 2003).

2.2.4.2 De acordo com a American Conference of Governmental Industrial Higyenists -

ACGIH

O índice TLV-TWA significa o Valor Limite de Exposição, calculado na Média Ponderada

pelo Tempo e constitui-se em um referencial internacional que define a concentração média,

medida para jornada de trabalho de 40 horas semanais, na qual a maioria dos trabalhadores

pode permanecer sob exposição ao agente de risco, sem que sejam observados efeitos

adversos à saúde. De acordo com a ACGIH, os limites de exposição foram estabelecidos com

base na relação de efeitos à saúde e em função do tempo de exposição aos agentes agressivos

em experimentos industriais, experiências com humanos e animais, ou pela combinação entre

os três métodos. Para efeitos técnicos, a ACGIH sugere que os limites de exposição não sejam

aplicados de forma absoluta a todos os trabalhadores em virtude da suscetibilidade individual,

que faz com que cada indivíduo reaja de forma diferente de outros. Assim, os TLV são

valores que determinam uma relação entre o nível de exposição e os efeitos produzidos, sendo

o nível de exposição atribuído como aceitável para a maioria dos indivíduos.

No sentido da adoção de limites que garantam a proteção do trabalhador estes índices são

revisados anualmente pela ACGIH e são atualizados com base nos conhecimentos técnico-

científicos disponíveis.

Seguindo este preceito, no ano de 2003, a ACGIH alterou o TLV-TWA, sugerido para sílica

livre cristalizada, para 0,05mg/m3 , valor que já era recomendado pelo National Institute for

Occupational Safety and Health - NIOSH desde o ano de 1974 para jornadas de 10 horas

50

diárias e 40 horas semanais, que viria substituir o TLV de 0,1mg/m3 adotado em 1986,

também sugerido pela ACGIH no ano de 1983 (GRUENZNER, 2003).

No ano de 2006 a ACGIH passou a recomendar o atual valor de TLV-TWA para sílica livre

cristalizada de 0,025mg/m3 e um limite de exposição ocupacional de 3,0 mg/m3 para poeira

respirável, os quais ainda hoje permanecem válidos (ACGIH, 2008). Estas alterações têm por

base estudos que forneceram uma associação bem estabelecida entre as poeiras minerais

contendo este agente e a silicose ocupacional, considerando-se também a suspeita de seu

potencial para causar câncer do pulmão conforme estudos publicados em 1997 pela

International Agency for Research on Cancer - IARC (MARTINS, 2009).

2.2.5 Bases para o cálculo do Limite de Tolerância às poeiras minerais

A fórmula de cálculo usada no Brasil considera o Limite de Tolerância da poeira respirável

atrelado à concentração de sílica livre cristalizada e, portanto, está de acordo com a

recomendação da ACGIH que refere os efeitos aditivos sobre o sistema orgânico quando duas

ou mais substâncias estiverem presentes no ambiente ou, em outras palavras, que devem ser

considerados os seus efeitos combinados, o que pode ser quantificado através da soma de

frações correspondentes (ACGIH, 2008):

( 4 )

Este somatório das frações individuais, ou doses, de cada agente, se ultrapassado o valor

unitário, indica a extrapolação do Limite de Tolerância da exposição à mistura dos agentes

agressivos.

Partindo deste princípio, Hearl (1966) apud Gruenzner (2003), justificou o modelo

matemático para o cálculo do Limite de Tolerância para poeiras respiráveis contendo sílica

livre.

Na sua justificativa teórica, considerou Cq como sendo a concentração correspondente ao

quartzo, com TLV de 0,1 mg/m3 de ar respirado e como Cp a concentração de poeira

51

respirável com TLV de 5,0 mg/m3, ambos os valores reconhecidos pela ACGIH como de

entidades diferentes e com efeitos diferentes sobre o organismo humano. Aplicando-os na

fórmula para efeitos aditivos:

( 5 )

onde:

Cq – concentração de quartzo

Cp – concentração de poeira respirável

TLVq – TLV-TWA para quartzo

TLVp – TLV-TWA para poeira respirável

e, substituindo

Como o quartzo está contido na poeira mineral, Cp é equivalente a 100% da amostra e Cq

equivale ao % de quartzo nela contido, tem-se:

Cp 100%

Cq % de quartzo ( 6 )

Que resulta em:

( 7 )

Multiplicando-se a equação ( 5 ) por 10 / Cp , e introduzindo o valor de Cq / Cp da equação

(7) e operando-se as possíveis simplificações, chegamos à equação

( 8 )

52

que é a fórmula ( 4 ), para misturas, rearranjada e representando o Limite de Tolerância que

agrupa o TLV de 0,1 mg/m3 para a sílica e o TLV , existente à época, de 5,0 mg/m3, para

poeira respirável (HEARL, 1966).

No Brasil, com a publicação da Portaria nº 3.214, de 1978, pelo Ministério do Trabalho e

Emprego, o governo adotou os limites preconizados pelo ACGIH ajustando-os para a jornada

de trabalho vigente à época, de 48 horas semanais, o que foi feito, segundo Arcuri e Cardoso

(1991) apud Gruenzner (2003), através da adoção do modelo desenvolvido pelos

pesquisadores Brief e Scala (1975) e demonstrado pela fórmula do Fator de Redução:

( 9 )

sendo : FR = Fator de Redução

h = nova jornada de trabalho em horas (48h)

40 = jornada de trabalho de 40 horas semanais

168 horas = 7 dias da semana multiplicado por 24 horas

128 horas = 168 – 40 (parcela correspondente ao tempo em horas de não-exposição)

Aplicando-se o valor vigente à época para a jornada de trabalho brasileira, de 48 horas

semanais, obtêm-se o valor aproximado de FR= 0,8, com o qual, multiplicando a equação (8),

resulta em:

( 10 )

a qual compõe a fórmula brasileira para o cálculo do limite de tolerância a poeiras minerais

contendo sílica livre cristalizada, atualmente ainda aceita pela NR 15.

53

2.3 O gerenciamento do risco

O contexto do gerenciamento dos riscos passa pela concepção moderna da normalização a

qual, na verdade, começou no final do século XVIII, quando se criou o sistema métrico de

medidas e o nascimento do conceito, na indústria, da produção em série. A percepção dos

benefícios daí decorrentes, não apenas em uma única fábrica, mas em diferentes fábricas,

motivou o desenvolvimento dos primeiros organismos de normalização. Mais tarde, em

fevereiro de 1947, criava-se a International Organization for Standardization - ISO, a qual

hoje compreende organismos de normatização de 157 países, entre os quais o Brasil, através

da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, cujas atividades foram iniciadas em

1940, tendo participado da fundação da ISO, em 1947. Inicialmente voltadas a produtos,

materiais e técnicas de engenharia a normalização alcançou a administração e os sistemas de

gestão assumindo os conceitos de Taylor quanto à importância dos procedimentos como

forma de melhorar os índices de produtividade (RIBEIRO NETO, 2008).

Com respeito aos sistemas de gerenciamento de segurança do trabalho, foram desenvolvidos

nas décadas de 1980 e 1990 alguns modelos normativos restritos a alguns países ou setores de

atividades sugerindo diretrizes que deveriam ser implantadas para o alcance das metas de

segurança de uma determinada organização. O mais difundido no Brasil foi, à época, o BS

8800:1996, do British Standards Institution, denominado Guide to Occupational Health and

Safety Management Systems (Guia para Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no

Trabalho).

No entanto estes conjuntos de normas e diretrizes não tinham como foco a certificação das

empresas que o aplicassem, tal como nas séries de sistemas de qualidade ISO 9000 ou ISO

14.000, para o gerenciamento ambiental. Pela falta de normas que facilitassem a certificação

integrada, como um preceito atual, foi criada em 1999 a Occupational Health and Safety

Assessment Series (Série de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho), a OHSAS 18001.

O processo de gerenciamento dos riscos, como parte de um sistema de gestão de segurança e

saúde no trabalho, é, a princípio, o meio pelo qual os governos e as empresas possuem para

definir o nível da aceitabilidade do risco de que uma situação perigosa possa desencadear

efeitos adversos à saúde de trabalhadores e da comunidade eventualmente exposta de acordo

54

com as possíveis medidas de controle e com os custos e benefícios esperados a partir das

estratégias utilizadas para redução do risco. Assim, para o gerenciamento da segurança, dentro

de uma sistemática global, é de suma importância que se conheçam os perigos contidos em

uma determinada atividade ou procedimento e que se possam avaliar os riscos da exposição

ao perigo, em suas possíveis gradações.

No gerenciamento global, a operação segura de uma instalação requer a implementação de um

processo integrado de estruturas, responsabilidades e procedimentos, denominados de sistema

de gestão, que atua em consonância com os recursos e soluções tecnológicas disponíveis

(GRUENZNER, 2003).

A implantação de um Sistema de Gestão de Riscos implica no reconhecimento de que, em

uma organização ou sociedade, o acidente é um fenômeno multifacetado, resultante da

interação entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais, que pode ser

evitado, dentro de limites do conhecimento e da disponibilidade de tecnologias acessíveis, e

que pode decorrer do grande envolvimento pessoal para a realização de determinadas missões

que nos levam a negligenciar a segurança. Neste sentido entende-se, então, a necessidade da

criação de um grupo de colaboradores ou organizações com o objetivo principal e único de

promover a segurança (CARDELLA, 2008). Depende, portanto, da existência de uma política

que estabeleça as regras comportamentais de uma organização, com prioridade sobre a

preservação da integridade das pessoas em todas as suas atividades, e deve ser exercida em

todas as fases do ciclo de vida das instalações e dos seus produtos.

Como base, o processo de gestão inicia-se pela análise dos riscos das atividades, que consiste

da identificação dos perigos existentes, inerentes ou inseridos na atividade, e a conseqüente

avaliação da exposição, a partir da qual se estabelece uma comparação com os riscos

toleráveis pela organização ou legislação, fornecendo dados que permitam o monitoramento e

a intervenção no sistema, constituindo assim o controle dos riscos, pela sua redução,

eliminação ou transferência através da cobertura dos seguros acidentes. Em outras palavras, o

gerenciamento dos riscos envolve a prática da higiene ocupacional que consiste da ciência

dedicada a reconhecer, avaliar e controlar os fatores ou tensões ambientais que surgem no

trabalho, ou que dele se originam, que possam causar prejuízos à saúde ou ao bem estar,

trazendo desconfortos significativos aos trabalhadores e à comunidade (BREVIGLIERO,

2006).

55

O reconhecimento dos riscos é a etapa primordial, pois do contrário, a ignorância a cerca de

algum agente tóxico ou perigoso significará que não será avaliado e tampouco controlado.

Esta etapa consiste do estudo do processo, realizado em visitas preliminares, de entrevistas

com trabalhadores e dirigentes, como forma de subsidiar as análises preliminares que

alimentam a etapa seguinte da avaliação, onde serão definidas as estratégias e metodologias

de amostragem, análise e interpretação dos resultados encontrados. Por fim, a fase de controle

do risco, a partir das avaliações anteriores, permitirá o estabelecimento de medidas de

controle sobre os agentes, seu percurso e sobre o trabalhador e que devem ser

preferencialmente a partir de medidas de engenharia que protejam o ambiente de trabalho,

como forma coletiva de proteção. A estimativa do risco de uma determinada atividade ou

processo deve ser avaliada de modo a subsidiar a tomada de decisão quanto às medidas

necessárias para a sua redução a níveis aceitáveis. Em outras palavras, quantificar o risco

representa trabalhar no sentido de reduzir a probabilidade de que um evento perigoso se

manifeste, causando danos à saúde ou materiais (GRUENZNER, 2003).

Neste contexto, a avaliação do risco pode ser expressa de forma simplificada através da

relação entre a quantidade de exposição e os limites de exposição aceitáveis, estabelecidos

legalmente, ou seja,

( 11)

que representa, em outras palavras, o nível de aceitabilidade da exposição pontualmente

encontrada em relação aos limites de tolerância. Quaisquer valores abaixo da unidade

representam e são indicativos de percentuais aceitáveis de exposição.

A estimativa do risco em determinadas situações é um objetivo técnico que subsidia, por

exemplo, a mensuração e definição de medidas de controle. No sentido prático, a implantação

de um Sistema de Gerenciamento de Saúde e Segurança do Trabalho pode iniciar-se por uma

etapa de diagnostico, envolvendo prioritariamente a identificação das práticas e

procedimentos existentes na empresa e a conformidade destes procedimentos em relação à

Legislação Nacional (Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego -

MTE) e recomendações da Organização Internacional do Trabalho - OIT, contidas no

Guidelines on Occupational Safety and Health Management Systems - ILO-OSH 2001.

56

Após a etapa do diagnóstico procede-se à identificação das áreas prioritárias para atuação

imediata, a partir dos indicadores dos itens investigados e não conformes, de acordo com um

projeto desenvolvido para gerenciamento dos riscos na indústria da construção civil, que

considera o desenvolvimento de ferramentas de acompanhamento e controle através de

documentos previstos pelo Sistema de Gerenciamento de Qualidade ISO 9000, como os

formulários de Procedimento Operacional Padrão - POP e dos Procedimentos de Execução de

Serviços, os quais deverão ser contemplados com a inclusão da análise de riscos das

operações (BARKOKEBAS JÚNIOR, 2003).

De acordo com a ILO-OSH 2001 (FUNDACENTRO, 2005), a implantação de um Sistema de

Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho - SGSST, deve obedecer esquematicamente à

seguinte ordem:

Política Organização Planejamento/Implementação Avaliação Ações para melhoria Figura 4 - Principais elementos do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho. Adaptado de FUNDACENTRO (2005)

Ainda no âmbito da referência a requisitos de Saúde e Segurança do Trabalho, destaca-se a

Norma Occupational Health and Safety Assessment Series-OHSAS 18001-2007, criada em

sintonia com as séries ISO 9000 e ISO 14001:2004, por diversas entidades internacionais de

certificação, como a British Standards Institution, a Asociación Española de Normalización e

Certificación , o Buerau Veritas Quality International, entre outros e com base nas diretrizes

da OIT. Oficialmente, não se tem ainda, no Brasil, uma tradução formal desta norma de modo

a incluí-la nas Normas Brasileiras, no entanto, tem sido usada como referência para

implantação de sistemas de gestão integrados, de qualidade, segurança, ambiente e de

responsabilidade social.

De forma integrada, entende-se, então, que a implantação de um Sistema de Gestão em Saúde

e Segurança do Trabalho - SGSST faz parte da gestão global da empresa, à qual cabe:

Melhoria Contínua

57

• Incluir a gestão de SST entre as prioridades da empresa

• Identificar os requisitos legais aplicáveis às atividades, produtos ou serviços

• Comprometer-se com práticas de SST

• Avaliar e monitorar o desempenho de SST, através do uso de indicadores

• Promover a harmonização e integração do SGSST com os demais sistemas de

gestão existentes na empresa

• Promover a participação de todos

• Prover ênfase à pró-atividade

A empresa deve manter foco na (o):

• Prevenção em vez da correção

• Planejamento de todas as atividades

• Estabelecimento e fixação de critérios de segurança

• Coordenação e integração dos sistemas e subsistemas

• Monitoramento contínuo, e finalmente no

• Melhoramento contínuo

Estes fundamentos devem estar pautados na metodologia conhecida como PDCA (Plan-Do-

Check-Act), na qual Planejar consiste no estabelecimento dos objetivos e processos

necessários para o alcance das metas de acordo com a política de SST da empresa; Fazer,

significa a própria implementação destes processos; Verificar, consiste no monitoramento e

medição do alcance das medidas em relação às metas e objetivos e preceitos legais, inclusive

a sua divulgação e Agir, compreende a execução de ações de melhoramento contínuo

(RIBEIRO NETO, 2008).

A partir da adoção destas medidas espera-se obviamente a redução dos acidentes, além de

muitos outros benefícios decorrentes da aplicação desta metodologia, cujos valores podem ser

quantificados e demonstrados conforme a Figura 5, a seguir:

58

Figura 5 – Benefícios da implantação de um SGSST. Fonte: Ribeiro Neto (2008).

2.4 A percepção acerca dos riscos

Para a implementação de um Sistema de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho é

importante também considerar a participação do homem, enquanto agente facilitador e ator

principal neste processo, o que envolve variantes complexas e dependentes de fatores sociais

e econômicos e que determinam as nuances do comportamento social.

Segundo Bley (2007), o comportamento das pessoas é objeto de preocupação do homem há

muito tempo e é um fenômeno de alta complexidade que deve ser tratado à luz da ciência,

requerendo mais do que o senso comum possa oferecer.

No âmbito da segurança do trabalho o estudo da influência do comportamento humano sobre

os acidentes de trabalho deve considerar as relações existentes entre um organismo e o seu

ambiente de trabalho. Neste sentido Dela Coleta (1991) apud Bley (2007), afirma que o

acidente de trabalho pode ser visto como expressão da qualidade da relação do indivíduo com

o meio social que o cerca, com os companheiros de trabalho e com a organização. Sob esta

ótica, profissionais do campo da segurança do trabalho tem utilizado o termo segurança

comportamental associado ao conjunto de estratégias que utilizam para atuar sobre o

comportamento dos trabalhadores, dos grupos e das organizações, com o objetivo de torná-los

Sistema de Gestão de Saúde e

Segurança do

Meio Ambiente: diminuição das perdas

Para a empresa: - imagem sem acidentes; - controle dos riscos; - melhoria na produtividade; - otimização dos recursos; - menor risco de sanções públicas;

Para os empregados: - conscientização sobre os riscos; - melhor condição de trabalho; - maior segurança; - comprometimento com o

Para a comunidade: - atendimento à legislação pertinente; - redução de acidentes; - maior segurança;

Para os clientes: - credibilidade em função da sua atuação responsável; - confiabilidade do produto;

59

capazes de atuar em suas funções no sentido da prevenção dos acidentes de trabalho (BLEY,

2007).

Para uma atuação voltada à prevenção dos acidentes de trabalho é primordial que ambos,

trabalhador e organização, reconheçam claramente os riscos associados à sua atividade, ou

seja, o trabalho na presença do perigo significa a existência do risco não importando a

presença de medidas coletivas ou individuais, do uso de equipamentos de proteção, de normas

ou procedimentos, os quais, se adequados, poderão no máximo mitigar os riscos. A

eliminação do risco, portanto, significa a extinção da relação entre o homem e o perigo. Esta

relação, mesmo que bem gerenciada, implica na existência do risco, por mínimo que seja,

donde se conclui que não há atividades humanas sem risco.

A percepção deste risco é um processo psicológico, segundo Buchanan (1991) apud Cunha

Júnior (2007); Bley (2007), no qual as pessoas organizam suas impressões sensoriais de

acordo com suas experiências passadas, sua idade, a sua formação, a sua posição hierárquica,

entre outros fatores responsáveis pela composição da percepção humana. Dentre estes fatores

estão os psicossociais, como tempo de serviço, clima de trabalho, autoconfiança, equilíbrio

emocional, os fatores cognitivos, que relacionam o conhecimento da tarefa, o conhecimento

operacional e técnico, a orientação da liderança e análise dos riscos e finalmente os fatores

fisiológicos que envolvem o sono, a alimentação, os sintomas físicos, a ingestão de remédios

etc. Quaisquer alterações nesses fatores tendem a alterar a percepção humana e devemos

considerar a possibilidade de que alterações simultâneas de vários fatores podem ampliar as

influências negativas sobre a sua capacidade de percepção dos riscos e podem conduzir a

falhas. Assim, a percepção do risco refere-se à capacidade humana para identificar perigos e

reconhecer os riscos de exposição a estes perigos, dando-lhes um significado no trabalho, no

lar ou no trânsito e depende de vários fatores que variam de indivíduo a indivíduo, em função

de seu padrão de funcionamento e do seu repertório de experiências adquiridas (CUNHA

JUNIOR apud BLEY, 2007).

60

3 MINERAÇÃO A CÉU ABERTO - PEDREIRAS

A mineração de agregados para construção civil ocorre, em geral, em regiões próximas às

áreas urbanizadas e tem como função o fornecimento desta matéria prima para a execução e

manutenção das atividades de construção e é diretamente relacionada com o crescimento dos

centros urbanos. Portanto, constitui-se em uma atividade de vital importância sócio

econômica no desenvolvimento de qualquer país (RODRIGUES, 2004).

3.1 A Indústria de agregados para a construção civil no Brasil e em Pernambuco

A indústria brasileira de agregados para a construção civil vem crescendo ano a ano,

impulsionada pelo crescimento da economia nacional e concentra a produção baseada no

processamento de rochas obtidas principalmente por empresas de mineração a céu aberto.

Este segmento industrial concentra-se nas regiões metropolitanas das grandes cidades

brasileiras, portanto, próximas aos centros consumidores refletindo negativamente na

qualidade ambiental de seu entorno, decorrente da falta de planejamento e de zoneamento

urbano e industrial corretos. Em adição, como estão instaladas próximas aos grandes centros

urbanos, mesmo que em áreas afastadas, acabam por receber numerosa vizinhança que se

instala em busca de empregos ou para instalação de pequenos estabelecimentos comerciais,

ficando então expostos aos poluentes micro-particulados gerados nas pedreiras

(RODRIGUES, 2004).

No Brasil, o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, órgão do Ministério das

Minas e Energia, é responsável pela política mineral brasileira. Possui caráter normativo sobre

o setor, com atribuições de planejamento, orientação, coordenação e execução das atividades

relacionadas à economia e ao desenvolvimento do setor mineral, bem como da divulgação dos

índices de produção nacional e regionais.

Os dados estatísticos que descrevem o nível de atividade neste setor estão disponíveis no

Anuário Mineral Brasileiro – AMB - 2001 a 2006, a mais recente publicação do

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, órgão do Ministério das Minas e

Energia, cujas bases de apuração dos dados estatísticos foram construídas a partir de

informações dos Relatórios Anuais de Lavra- RAL, os quais foram apresentados pelas

61

empresas do segmento de mineração e catalogados e editados pela Diretoria de

Desenvolvimento e Economia Mineral - DIDEM, e do Sumário Mineral-2008 (BRASIL,

2008).

Dos dados assim obtidos, consta naquele anuário que o Brasil produziu, no ano de 2005, cerca

de 94.893.347m3 de rochas britadas e cascalho, o que corresponde a aproximadamente 151

milhões de toneladas, obtidas a partir da exploração e lavra de 570 minas a céu aberto e por

513 empresas de mineração, consideradas apenas aquelas com produção bruta acima de

10.000 toneladas/ano. Para o ano de 2006, foram produzidas 199 milhões de toneladas e,

finalmente, em 2007, 217 milhões de toneladas sendo estes dados obtidos do Sumário

Mineral-2008, o qual considera os volumes de produção de agregados para a construção civil,

não reportando a valores regionais.

A partir das informações do Anuário Mineral Brasileiro - 2006, em sua segunda parte, em

que relata os dados regionais, o Estado de Pernambuco, registrou a produção de 2.137.374 m³

de rochas britadas e cascalho, significando aproximadamente 3,4 milhões de toneladas ou

2,25% da produção nacional, divididos entre 12 usinas de beneficiamento. Na classificação

considerada pelo AMB - 2006, 4 destas empresas foram consideradas de porte médio, pela

produção entre 100.000 ton/ano e 1.000.000 ton/ano, e 8 delas de porte pequeno, pela

produção acima de 10.000 ton/ano até 100.000 ton/ano e empregaram no período 271

trabalhadores diretos e 24 terceirizados.

3.2 O processo de lavra e beneficiamento

Em virtude das características geológicas das jazidas minerais atualmente exploradas no

Brasil as pedreiras são, predominantemente, empresas que realizam a lavra mineral a céu

aberto e pelo método do desmonte de bancadas pelo uso de materiais explosivos. As fotos

aqui utilizadas para ilustrar as etapas do processo são imagens obtidas na pedreira em estudo e

realizadas pelo autor. Na imagem mostrada na Figura 6, vê-se um detalhe de uma bancada de

rocha, em desmonte, com as marcas das perfurações onde foram inclusos os explosivos.

62

A distribuição dos furos obedece a um plano de fogo que determina a quantidade, a

profundidade e o espaçamento entre eles, nos quais serão introduzidos explosivos para o

desmonte da bancada de rochas (GRUENZNER, 2003).

Figura 6 - Detalhe da bancada em desmonte na mina estudada

A operação inicia-se pela perfuração primária da rocha através de equipamentos pneumáticos,

montados sobre esteiras, denominados Rock. Ver na Figura 7, a seguir, uma imagem deste

tipo de equipamento.

Figura 7 – Perfuratriz pneumática (Rock)

63

A partir do processo de desmonte são produzidas pedras com dimensões variadas e, aquelas

maiores, denominadas rachões (matacos), vistos na Figura 8, que não possuem dimensões

adequadas para a primeira operação de britagem, são perfuradas através do uso de marteletes

operados manualmente, numa operação denominada de perfuração secundária. A perfuração

destes blocos maiores objetiva a uma segunda detonação, denominada fogacho, para a

adequação das dimensões dos rachões ao passo seguinte, no britador primário.

Figura 8 - Detalhe da perfuração dos rachões com martelete pneumático

Após esta primeira etapa de cominuição das rochas, as mesmas são carregadas em caminhões

(Figura 9) por meio de uma escavadeira hidráulica, e conduzidas para alimentação do britador

primário.

Figura 9 - Caminhão caçamba em carregamento

64

Na britagem primária, um britador de mandíbulas faz a primeira redução dimensional das

pedras de modo que possam ser recebidas e processadas nos britadores, secundário e terciário,

onde irão adquirir as várias granulometrias adequadas ao mercado da construção civil. Nesta

etapa, as pedras britadas são estocadas a céu aberto, aguardando o carregamento em granel

para expedição.

A etapa da britagem primária constitui-se no coração da indústria de agregados, que dela

depende integralmente, pois constantemente pode sofrer interrupções no ritmo de produção

em razão da obstrução do britador com pedras cujas dimensões estão fora do padrão.

Figura 10 - Vista geral do britador primário

Figura 11 - Entrada de rachões no britador primário

65

A desobstrução do britador primário constitui-se em mais uma operação envolvendo riscos de

acidentes. É uma operação que pode ser feita mecanicamente, preferencialmente, ou de forma

manual, inadequada devido aos riscos de acidentes envolvidos na operação, na qual os

operadores manipulam hastes e placas metálicas usadas como apoio na desobstrução. Em

pedreiras dotadas de equipamentos mais modernos são usadas pinças hidráulicas na realização

desta operação de desobstrução.

Figura 12 - Vista geral do setor de britagem secundaria e terciária

Assim, sob o aspecto da exposição ocupacional, encontram-se nas pedreiras e nas minerações

uma quantidade de exposição a várias modalidades de riscos ambientais e de acidentes, que

contemplam praticamente todas as classificações de riscos ambientais do trabalho, os quais

aqui serão apenas mencionados, com exceção daquele que compõe a temática deste trabalho.

3.3 Riscos Ambientais na atividade de mineração a céu aberto e processamento da pedra

britada.

Na avaliação dos riscos ambientais do trabalho torna-se importante levar em conta as

prováveis distorções da percepção que o trabalhador faz com relação à tarefa que realiza e aos

níveis de exposição a agentes agressivos a que está submetido. Para reforçar este

entendimento faz-se necessário também tomar como referência o que os diplomas legais

brasileiros definem a cerca dos acidentes de trabalho, como no Art 19° da Lei 8.213/91, que

compõe a Legislação Previdenciária brasileira (BRASIL, 2004):

66

Acidente do Trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço

da empresa, ou ainda, pelo serviço de trabalho de segurados especiais,

provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda

ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.

Sob o ponto de vista prevencionista, a NBR 14.280/01 define o Acidente do Trabalho como

qualquer ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício

do trabalho, de que resulte ou possa resultar em lesão pessoal (ABNT, 2001). Nesta definição,

mesmo os acidentes que não resultem em lesões ao trabalhador são considerados para fins da

prática prevencionista (SALIBA, 2008).

Ainda sob o amparo da legislação, doenças profissionais, adquiridas em razão das

especificidades da profissão, e as doenças do trabalho, adquiridas em razão das condições em

que o mesmo é realizado, são equiparáveis ao acidente de trabalho e igualmente relacionadas

ao ambiente laboral.

Neste aspecto, na busca de uma condição de trabalho salubre, onde não se materializem a

doença ocupacional ou o acidente, convém atentar também para o ambiente laboral,

reconhecendo quais são os agentes agressivos e prejudiciais ali presentes, avaliando os riscos

à saúde e adotando medidas de controle destes riscos. Em outras palavras, deve-se focar na

busca das causas básicas, na exposição do trabalhador em ambiente contaminado, no sentido

de evitarmos o comprometimento da sua saúde e capacidade laboral (BREVIGLIERO, 2006).

Na atividade de mineração a céu aberto, atrelada ao beneficiamento das rochas, já são

reconhecidas, de forma legal, as várias formas de exposição aos perigos existentes nesta

atividade, através da NR 22, especificamente voltada ao setor de mineração. Entre as

numerosas fontes potenciais de riscos de acidentes, vibrações, riscos ergonômicos, radiação,

destacam-se o ruído e a exposição às poeiras geradas no processo, que contém concentrações

importantes de sílica livre cristalizada, como os agentes de riscos mais importantes e

significativos e que podem conduzir a um processo danoso à saúde dos trabalhadores, quando

expostos continuadamente.

Portanto, preventiva e especificamente ao risco de exposição às poeiras contendo sílica livre

cristalizada, temática principal deste trabalho, e para reduzir os riscos de contaminação

67

ambiental, devem ser tomadas medidas de engenharia no sentido do isolamento máximo do

risco. Tais medidas podem sugerir o uso de dispositivos de coleta de poeiras ou o seu controle

através da utilização de água na umidificação dos processos, ou, na sua impossibilidade ou

ineficácia, ou de acordo com os níveis de exposição quantitativamente determinados, o uso

concomitante de equipamentos respiradores apropriados, em conformidade com os requisitos

constantes do Programa de Proteção Respiratória, a ser implantado de acordo com a Instrução

Normativa nº1 de 11 de abril de 1994 do MTE (GRUENZNER, 2003).

Como medidas de controle médico ocupacional, devem ser observadas as exigências do

Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO, definido na Norma

Regulamentadora NR 07, articulado ao Programa de Gerenciamento dos Riscos - PGR,

definido pela Norma Regulamentadora NR 22, em substituição ao Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais, definido pela Norma regulamentadora NR 09. O PCMSO tem caráter

preventivo e será responsável pelo rastreamento e diagnóstico antecipado aos danos à saúde

em virtude de exposições ocupacionais. Particularmente em relação ao agente químico

inserido nas poeiras minerais, este programa deve contemplar a realização de exames clínicos,

anualmente, e de exames específicos ao risco, como as radiografias torácicas e exames que

avaliam a capacidade respiratória em casos de imagens positivas indicando nódulos

pulmonares. Lamentavelmente, a vigilância epidemiológica, apesar de constituir-se de

ferramentas para a identificação precoce da silicose ocupacional, não pode ser considerada

como um recurso que favoreça a prevenção pois, uma vez identificados os primeiros sinais,

através de exame radiológico, considera-se instalada a doença ocupacional, até o presente sem

tratamentos eficazes.

3.4 Máquinas e equipamentos como fontes de riscos

No que se refere às máquinas e equipamentos para extração da rocha na mineração e de

processo, nas operações de britagem, a legislação brasileira, através da Norma

Regulamentadora NR 22 (GONÇALVES, 2008), em seu item 22.17, define que os processos

devem contar com disponibilidade de água em boas condições de uso, com o propósito do

controle da geração de poeiras nos postos de trabalho onde rocha ou minérios estejam sendo

perfurados, cortados, detonados, carregados, descarregados ou transportados ou ainda que os

equipamentos geradores de poeiras possuam dispositivos para a sua redução ou eliminação e

que ainda devam ser mantidos em boas condições de uso.

68

Sob o aspecto operacional, haja vista que as máquinas e equipamentos usados na mineração,

muitas vezes de grande porte e potência, constituem-se em importantes fontes de risco se não

forem operadas dentro das recomendações de segurança ou se não contarem com medidas

coletivas de proteção (SALIBA, 2008), a empresa mineradora deve igualmente dedicar

especial atenção, à luz desta Norma Regulamentadora e também da NR 12 – Máquinas e

equipamentos (GONÇALVES, 2008), determinando a obrigatoriedade da proteção das suas

partes móveis e que disponham de dispositivos de alarme, sonoros e visuais, para sinalizar

paradas acidentais, desativação ou ativação.

As exigências de proteção, constantes das normas, estendem-se ainda para os dispositivos de

fixação das hastes de perfuração, das mangueiras de ar comprimido, das esteiras de transporte,

das máquinas de acionamento elétrico ou hidráulico e aos dispositivos de fixação e

estabilização de máquinas que possam ter o equilíbrio instável durante a sua operação. Em

virtude da existência de máquinas e veículos de transporte sobre rodas, a legislação estabelece

também a sinalização das vias de acesso, suas dimensões e características de sinalização

sonora e visual, para o andamento correto do trânsito nas instalações das áreas de mineração.

69

4 METODOLOGIA

O presente trabalho foi realizado através de um estudo de caso desenvolvido em uma pedreira

de porte médio, da região metropolitana do Recife, envolvendo as atividades de mineração a

céu aberto e o processamento da rocha. Esta metodologia, conforme Lazzarini (1995) apud

Gruenzner (2003), é perfeitamente aplicável quando se deseja obter generalizações analíticas

sem tratamento estatístico mas que possam servir como referência ao estudo teórico, pois os

resultados reais encontrados podem ser indicativos úteis ao estudo de outras empresas que

mantenham atividade com processos e materiais semelhantes.

No seu todo, o estudo envolveu a observação do processo industrial e dos riscos inerentes às

atividades e processos, a análise qualitativa dos postos de trabalho e das características das

atividades desempenhadas pelos trabalhadores e a escolha dos pontos de coleta de amostras

para a realização de análises quantitativas dos níveis de exposição à sílica livre cristalizada;

concomitantemente o corpo gerencial da empresa foi entrevistado e feita uma análise

documental do PCMSO, do PGR e das fichas funcionais dos trabalhadores representantes dos

postos escolhidos, com o objetivo de avaliar as medidas gerenciais e sua adequação às

Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE e ao Programa de

Proteção Respiratória da Fundacentro, bem como da consonância com as diretrizes da

Organização Internacional do Trabalho para a implementação e manutenção de um Sistema

de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho – SGSST.

Estas avaliações permitiram ainda o estudo quantitativo do passivo de segurança da empresa,

um indicador econômico, a partir das não conformidades encontradas e passíveis de autuações

conforme a Norma Regulamentadora – NR 22, relativos aos itens aplicáveis à atividade.

Finalmente, a partir da abordagem teórica a respeito do tema, os resultados reais encontrados

foram tratados à luz da Norma Regulamentadora - NR 15 e dos limites de exposição

ocupacional sugeridos pela ACGIH.

Para a realização destas etapas do estudo, foram feitas visitas preliminares, em meados de

abril de 2009, para submissão do projeto à empresa para aprovação e deliberação de um

cronograma de visitas subseqüentes, efetivadas entre os meses de agosto e setembro, após

70

encerrada a estação de chuvas da região, quando foi realizado o conhecimento do processo, as

entrevistas com os gerentes industrial e de qualidade da empresa, a observação dos postos de

trabalho e a documentação fotográfica. A coleta das amostras e envio para o laboratório de

análises aconteceu no período entre 11 e 20 de novembro deste mesmo ano.

4.1 Definição dos postos de amostragem quantitativa para teores de sílica livre

Para a escolha dos postos de amostragem, objetivando a quantificação da poeira mineral

inalada por cada trabalhador, foi realizada uma avaliação qualitativa das tarefas e dos níveis

de exposição aos riscos ambientais do trabalho mediante a utilização da metodologia da

Análise Preliminar de Riscos (APR), pela observação e análise dos postos de trabalho e das

atividades ali desenvolvidas, bem como das informações obtidas dos próprios trabalhadores

sobre os riscos potenciais existentes em cada tarefa ou função e as medidas adotadas para

controle dos riscos CARDELLA (2008).

De forma geral todas as atividades desenvolvidas na empresa estudada são realizadas em dois

turnos de trabalho, um diurno e outro noturno, sendo que toda as avaliações foram realizadas

no turno que perdura das segundas-feiras, das 7:00 h às 17:00 h, com intervalo de 1 hora para

almoço e aos sábados das 7:00 h às 16:00 h, totalizando uma jornada 53 horas de trabalho por

semana, inclusas 5 horas extras. Não foram anotados formalmente intervalos para repouso a

cada três horas, para nenhuma das funções avaliadas.

A escolha de pontos de amostragem ou coleta da poeira mineral baseia-se na Norma de

Higiene Ocupacional - NHO 08: Coleta de material particulado sólido suspenso no ar de

ambientes de trabalho (FUNDACENTRO, 2007b), considerando as informações referentes

aos trabalhadores e aos locais de trabalho. Neste aspecto, determina-se o número total de

trabalhadores provavelmente expostos continuadamente aos materiais particulados, e, pela

observação, as condições variáveis de geração de poeiras de acordo com as atividades

desenvolvidas nas várias funções. A partir desta análise são determinados os postos de

trabalho para os quais se presume a existência de um maior risco de exposição, ou seja,

aquelas funções consideradas mais críticas quanto à exposição ao risco e à sua intensidade, e

considerando-se ainda o número de trabalhadores com atividades e exposição idênticas, o

71

Grupo Homogêneo de Exposição - GHE ou Grupo de Exposição Similar - GES, conforme

definido na NHO 08.

De acordo com a NR 22, o número de amostragens de poeira em cada grupo homogêneo deve

ser, no mínimo, igual à quantidade estabelecida em seu Quadro I, conforme transcrito a

seguir, no Quadro 10:

Quadro 10 – NR-22 – Quadro I- Número de trabalhadores a serem amostrados em função do número de trabalhadores do grupo homogêneo em exposição.

N ( número de trabalhadores do Grupo Homogêneo de Exposição )

n* ( número de trabalhadores a serem amostrados ) *se N é menor ou igual a 7, n=N

8 7

9 8

10 9

11-12 10

13-14 11

15-17 12

18-20 13

21-24 14

25-29 15

30-37 16

38-49 17

50 18

Acima de 50 22

Fonte: Brasil (2010)

No entanto, para a definição da quantidade de amostras a serem realizadas, para a avaliação

dos percentuais de poeira respirável e de sílica livre cristalizada, é válida a definição constante

da Norma de Higiene Ocupacional – NHO 08, da Fundacentro, a respeito dos Grupos de

Exposição Similar – GES, que é suficientemente esclarecedora sobre a representatividade de

uma amostra tomada a partir de um trabalhador pertencente a um grupo homogêneo de

exposição, que anula qualquer interpretação sobre os números constantes do referido quadro

da NR 22, sobre a quantidade de amostras a ser coletada e analisada, o que, inclusive, tornaria

as avaliações quantitativas proibitivas em razão do alto custo para um elevado número de

análises nele exigidas.

72

4.2 Métodos de amostragem

A metodologia de amostragem utilizada baseou-se igualmente na Norma de Higiene

Ocupacional – NHO 08, da FUNDACENTRO, a qual determina, entre outros métodos, a

amostragem única de período completo para a coleta durante toda a jornada de trabalho. Na

prática, porém, foi apenas possível coletar amostras de período parcial, abrangendo a maior

parte do tempo das jornadas, sempre com tempos acima de 70% das mesmas.

O tipo de coleta escolhido foi a coleta individual, com a fixação do dispositivo de coleta na

zona respiratória de cada trabalhador, ou seja, a uma distância aproximada de 150mm das

suas narinas, conforme a referida norma determina.

Os trabalhadores com os quais foram realizadas as amostragens assim descritas foram aqueles

cujas atividades foram consideradas as mais críticas devido à sua proximidade da fonte

geradora de poeiras, ao tempo de exposição, à sua mobilidade e hábitos operacionais e da

observação do uso de medidas preventivas ou de equipamentos de proteção.

4.3 Materiais, equipamentos e instrumentos utilizados na amostragem do agente

químico

Na realização de amostragens de materiais particulados, como a poeira mineral, foram usados

os seguintes instrumentos:

a. Bomba gravimétrica de poeira – é o equipamento responsável pela aspiração do ar

ambiente, que será direcionado ao sistema filtrante adequado ao aerodispersóide que

se deseja avaliar. São bombas movidas a baterias recarregáveis com capacidade de

bombeamento entre 1 e 3 litros/minuto. Bombas mais modernas contam com

tecnologia de controle do fluxo, mantendo-o constante frente às possíveis alterações

de carga da bateria, pressão atmosférica, altitude, temperatura e com o aumento da

perda de carga devido ao acúmulo da amostra retida no filtro. Para a elaboração deste

trabalho foram usadas duas bombas Gilian, similares à bomba mostrada na Figura 13,

modelo GilAir 5, com certificados de calibração nº 814/2009, para a bomba série

2007.070.2006 e 817/2009 para a bomba de série 2005.100.2009, reproduzidos nos

Anexos A e B, respectivamente, e foram gentilmente cedidas pelo Laboratório de

Saúde e Higiene do Trabalho da Escola Politécnica da Universidade de

73

Pernambuco - LSHT, calibradas conforme instruções da NHO 07 – Calibração de

bombas de amostragem individual pelo método da bolha de sabão (FUNDACENTRO,

2002), com vazão regulada para 1,7 litros/minuto.

Figura 13 - bomba de amostragem de poeira Fonte: CIASHOP/INSTRUTHERM (2009)

b. Calibrador digital – para a calibração da vazão dos diferentes cassetes de filtração e

bombas foi usado um calibrador digital marca Gilian, modelo Calibrator 2, nº de série

051.2041-5, calibrado em abril/09 sob certificado 818/2009, atendendo à vazão

requerida de 1,7 litros/min, conforme norma referenciada. Ver Figura 14.

Figura 14 – calibrador digital. Fonte: Gruenzner (2003)

c. Filtros – para a coleta de poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada são usados

filtros de PVC, com diâmetro de 37mm e 5µm de porosidade, apropriado para a

retenção de partículas que podem alcançar o tecido pulmonar. Os filtros são montados

74

dentro de porta filtros, denominados cassetes, construídos em poliestireno transparente

e são exemplificados na Figura 15, a seguir:

Figura 15 - Cassete porta filtros. Fonte: Gruenzner (2003)

Os cassetes de PVC foram recebidos do laboratório certificado, lacrados e

previamente pesados, e foram utilizados individualmente para a calibração da sua

vazão quando acoplado à bomba de amostragem. Após a calibragem, foram

novamente lacrados até a coleta das amostras, quando cada cassete foi acoplado à

mesma bomba em que foi calibrada a sua vazão.

d. Ciclone – é o componente do sistema de coleta responsável pela separação e retenção

das partículas com diâmetros maiores que 10 µm, impedindo que alcancem o filtro de

PVC, incluso no cassete, conforme figura abaixo

Figura 16 – Cassete porta filtro montado e ciclone separador.

Fonte: Gruenzner (2003)

75

4.4 Métodos de análises laboratoriais

Para a quantificação dos percentuais de sílica livre cristalizada, contidos na poeira mineral,

bem como para a quantificação deste agente, são várias as técnicas empregadas, que vão da

análise gravimétrica das amostras coletadas, onde se deseja conhecer a massa de poeira

correspondente a um determinado volume de ar coletado no ambiente contaminado, até a

análise por métodos de difratometria de raio X, de espectrometria de infravermelho

(SANTOS, 2001).

Os métodos usados nas análises que compõem os resultados apresentados ao final deste

trabalho são o método de análise gravimétrica, para a poeira mineral, e o método por

espectrometria de infravermelho, na quantificação do percentual de quartzo. Ambos os

métodos foram aplicados pelo laboratório Environ, indicado pelo Laboratório de Segurança e

Higiene do Trabalho da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco.

4.4.1 Análise gravimétrica para poeira respirável

As amostras coletadas foram analisadas gravimetricamente, para a determinação da

concentração de poeira respirável, mediante pesagem do filtro, antes e depois da amostragem.

O método analítico usado foi o NIOSH 0600 - Análise gravimétrica para partículas

respiráveis, reproduzido no Anexo 1, conforme determinado na Norma de Higiene

Ocupacional – NHO 03, sobre análise gravimétrica de aerodispersóides sólidos coletados

sobre filtros e membrana (FUNDACENTRO, 2001; NIOSH, 2003a).

O cálculo da concentração de poeira respirável é função do volume de ar amostrado, de

acordo com a expressão

(12)

onde: V - Volume total de ar amostrado em m3

Qm- Vazão média da bomba durante amostragem do ar em litros/minuto T - Tempo total da coleta em minutos Para o cálculo da concentração da poeira respirável

76

(13)

onde:

C - Concentração de poeira respirável em mg/m3

m - Massa da amostra em mg

V – Volume de ar amostrado em m3

4.4.2 Análise espectrométrica da concentração de sílica livre cristalizada

Para a quantificação do percentual de sílica contido nas amostras coletadas as mesmas foram

analisadas de acordo com o método NIOSH 7602 - Espectrometria de Absorção de Radiação

Infravermelho, reproduzido no Anexo 2 (NIOSH, 2003b).

4.5 Métodos para o diagnóstico gerencial da adequação às normas

Para avaliar o nível de adequação e de comprometimento da empresa com as medidas de

segurança sugeridas nas normas foram elaborados e aplicados formulários de entrevistas aos

gerentes de operação, manutenção e de segurança do trabalho da empresa, no formato de

check list, ou lista de verificação, como sugerido por Barkokébas Júnior (2004), e

amplamente utilizado como ferramenta de avaliação por vários pesquisadores nas diversas

áreas de segurança e higiene ocupacional, como nos trabalhos de Kohlman Rabbani (2008),

Lago (2006), Martins (2009), Souza (2008), Vasconcelos (2009) e Véras (2004 e 2006).

Como ferramenta de diagnóstico inicial, para qualquer atividade, uma lista de verificação

pode ser composta por perguntas elaboradas a partir das normas existentes objetivando-se a

obtenção de respostas conformes (CO), não conformes (NC) ou não aplicáveis (NA). Este tipo

de ferramenta é de grande utilidade no diagnóstico do nível de conformidade de uma empresa,

no momento em que é elaborado, e nas etapas subseqüentes de monitoramento a respeito do

alcance de medidas corretivas implantadas a partir da sua própria evolução.

No âmbito da saúde e segurança do trabalho igualmente constitui-se em ferramenta de

relevante importância na implantação e no monitoramento de um Sistema de Gestão em

77

Saúde e Segurança do Trabalho - SGSST (LAGO, 2006) e pode ser usada ainda como base

para a elaboração de um indicador econômico de segurança (BARKOKÉBAS JÚNIOR,

2006), cuja abordagem será realizada ao final deste capítulo.

4.5.1 Lista de verificação de acordo com itens da Norma Regulamentadora – NR 22

A elaboração deste check list envolveu os itens da Norma Regulamentadora - NR 22 e

particularmente aqueles relativos à mineração a céu aberto. Esta lista de verificação envolve

perguntas relacionadas a cada item considerado, determinando respostas de acordo com a

conformidade (CO) das medidas gerenciais, quando efetivamente implementadas e registradas

formalmente, e de acordo com a não-conformidade (NC), quando da inexistência de quaisquer

medidas adotadas para a sua adequação, permitindo-se inferir, do seu conjunto, qual o nível

de conformidade com as normas e diretrizes mencionadas.

Para anotação das conformidades (CO) com a norma, foram consideradas como critério,

apenas para este efeito, as situações com atendimento pleno aos requisitos constantes dos

itens de verificação.

Em paralelo, foram considerados como itens não-conformes (NC) aqueles não contemplados

pela empresa com nenhuma medida de adequação ou ainda os itens apenas parcialmente

atendidos, principalmente se relacionados à existência de situações de grave e iminente risco à

integridade do trabalhador.

Um campo para comentários completa o formulário, o qual tem o objetivo de subsidiar ou

orientar quanto a ajustes que devam ser realizados na etapa inicial de avaliação, bem como

auxiliar no estabelecimento de ações destinadas à adequação da empresa e ao monitoramento

do alcance destas medidas. Infere-se, portanto, que constitui-se em uma ferramenta de uso

constante para o aprimoramento das medidas de controle adotadas a partir da sua própria

evolução.

A realização das entrevistas ocorreu durante as etapas de avaliação do processo de produção

da pedreira, pela aplicação dos questionários ao gerente de manutenção e produção e ao

engenheiro de segurança da empresa, a respeito dos itens de verificação mencionados e o

78

preenchimento completo da lista de verificação foi possível também pela avaliação

documental da empresa, pela análise dos PCMSO e PGR e das fichas funcionais dos

funcionários envolvidos.

A lista de verificação completa, incluindo as respostas dadas pelos entrevistados, encontra-se

reproduzida no Apêndice A – Avaliação do SGSST de acordo com a NR 22.

4.5.2 Lista de verificação de acordo com o Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro

A lista de verificação destinada a avaliar o nível de conformidade da empresa com o

Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro- PPR foi elaborada tomando-se por base a

lista de requisitos para implantação de um programa de proteção respiratória estabelecida pela

Instrução Normativa do Ministério do Trabalho e Emprego – IN n° 1, de 11/04/1994, que

obriga aos empregadores a instalação e acompanhamento de um PPR (BRASIL, 1994 ).

Estas regras técnicas estão contidas no Programa de Proteção Respiratória, Recomendações,

Seleção e Uso de Respiradores – PPR, da Fundacentro (FUNDACENTRO, 2002).

A lista de verificação assim obtida, inclusive respostas, está reproduzida no Apêndice B –

Avaliação do SGSST de acordo com a Fundacentro.

4.5.3 Lista de verificação de acordo com as diretrizes da Organização Internacional do

Trabalho – OIT, para sistemas de gestão em saúde e segurança no trabalho

Para a elaboração da lista de verificação, reproduzida no Apêndice C – Avaliação do SGSST

de acordo com as diretrizes da OIT, foram observadas as principais exigências contidas na

publicação daquela organização internacional traduzida e editada no Brasil pela Fundacentro,

sob título Diretrizes sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho

(FUNDACENTRO, 2005), levando-se em consideração que o sistema de gestão de segurança,

além da necessidade de integração aos demais sistemas de gestão, de qualidade e ambiente,

por exemplo, deve contemplar os principais elementos de gestão da empresa quanto à política,

79

organização, planejamento e implementação, de avaliação ou monitoramento e de ações

voltadas para a melhoria contínua.

Sob este aspecto, foram considerados itens de avaliação relacionados à política da empresa,

com relação à saúde e à segurança no trabalho, pela participação direta dos trabalhadores no

processo de implementação de medidas de controle dos riscos e do seu monitoramento,

estabelecendo as responsabilidades das partes envolvidas, a sua capacitação e o registro

documental constante de todas as etapas. Em adendo, considerou-se também a importância da

comunicação, do planejamento e desenvolvimento das ações voltadas para a auditoria

constante de forma a monitorar o alcance das medidas propostas.

4.5.4 Cálculo do indicador econômico de segurança ou passivo de segurança da empresa

Em complemento, o check list, feito a partir dos itens relacionados à Norma Regulamentadora

NR 22, foi igualmente utilizado para o cálculo do passivo de segurança, constituindo um

indicador econômico de segurança atual da empresa. O cálculo deste indicador consiste na

soma dos valores relativos às possíveis autuações do Ministério do Trabalho e Emprego –

MTE, para os itens de não conformidades (KOHLMAN RABBANI, 2008; LAGO, 2008).

Para o cálculo do passivo de segurança, que é também um indicador útil para aferir o nível de

adequação da empresa com respeito às Normas Regulamentadoras, foi usada como base a

tabela de infrações de acordo com a Norma Regulamentadora – NR 28: Fiscalização e

penalidades (BRASIL, 2010), cujos valores das penalidades passíveis de serem aplicadas pelo

Ministério do Trabalho, são obtidos a partir do cruzamento das informações relativas ao

número de funcionários expostos ao risco de doença ocupacional ou acidentes e da sua

gravidade, crescente como sendo de saúde ou de segurança do trabalho (BARKOKÉBAS

JÚNIOR, 2006).

A NR 28 considera, para aplicação das multas, os valores em UFIR, que devem ser

convertidos pela multiplicação por R$ 1,0641, valor congelado da UFIR desde o ano 2000.

Assim, para cada uma das possíveis infrações relativas à saúde do trabalho, e considerando o

número de funcionários da empresa expostos aos riscos, têm-se valores mínimos que podem

80

variar de acordo com o Quadro 11, transcrito do Anexo I, da Norma Regulamentadora – NR

28 (BRASIL, 2010). Nesta tabela, transcrita da NR 28 consta a gradação das multas em BTN

– Bônus do Tesouro nacional, vigente à época da sua edição, hoje substituída pela UFIR –

Unidade Fiscal de Referência.

Quadro 11 - Anexo I da Norma Regulamentadora – NR 28.

Fonte: Brasil (2010).

Como exemplo real, se uma empresa possui um contingente de 40 trabalhadores, a multa a ser

aplicada pela inobservância do item 22.3.4.a, da NR 22, cujo texto dispõe sobre a paralisação

de atividades que exponham os trabalhadores a situações de grave e iminente risco, com

classificação I4, poderá variar de um mínimo de 3.335 UFIR a 3.876 UFIR, equivalentes a

R$3.548,77 a R$4.124,45, podendo ser duplicados em caso de reincidência.

81

5 RESULTADOS

A realização deste estudo de caso teve início em meados abril de 2009, quando foi feito o

primeiro contato com a empresa para uma exposição dos motivos, a partir do qual foram

efetuadas duas visitas, ainda no mesmo período, para o reconhecimento das áreas da

mineração e da pedreira.

As visitas para estudo das atividades exercidas pelos trabalhadores, avaliação de documentos

e entrevistas aconteceram entre os meses de agosto e setembro e a coleta de amostras ocorreu

entre os dias 11 e 20 de novembro do mesmo ano.

A empresa, à época contando com 39 funcionários, está situada em um município da região

metropolitana de Recife – Pernambuco e é considerada uma das maiores da região; mantêm

sua atividade fabril para atender às necessidades do grupo empresarial de que faz parte no

segmento da construção civil, abastecendo suas obras e uma usina de produção de

revestimentos asfálticos, uma empresa também coligada, e também para o fornecimento de

pedras britadas para o mercado regional. Como tantas outras empresas deste segmento,

quando iniciou suas atividades situava-se em uma região rural, porém hoje possui em seu

contorno dezenas de habitações, em um movimento de transformação urbana provavelmente

decorrente da sua influência econômica na região.

5.1 Avaliação qualitativa das tarefas e dos postos de trabalho

Para efeito de avaliação dos riscos de exposição à sílica livre cristalizada, nas frações

respiráveis das poeiras minerais geradas nas várias etapas do processo, foram realizadas

avaliações qualitativas das operações de perfuração primária, perfuração secundária, britagem

primária e o transporte e movimentação das rochas e britas; as operações de britagens

secundária e terciária, por serem operadas à distância não eliminam a análise, haja vista que

ocorre grande contaminação ambiental e conseqüente exposição de trabalhadores de outros

setores, e o seu agravo em virtude da distribuição das poeiras em todo o ambiente da pedreira

levadas pelos ventos locais.

82

Adotando estes critérios foram definidas as coletas de amostras de poeira respirável, cobrindo

todas as funções, com exceção dos operadores das pás carregadeiras e pás mecânicas que

trabalham em máquinas dotadas de sistemas de ar condicionado e sistemas de filtração do ar

exterior para as quais é aceito, qualitativamente, que estes dispositivos mantenham as cabines

praticamente sem a presença de poeira, havendo estudos que demonstram a eficiência destes

equipamentos para o isolamento do risco (GRUENZNER, 2003). Assim, priorizando as

funções com maior exposição, foram escolhidos os postos conforme marcadores descritos a

seguir, para cada uma delas:

M1. Marroeiroa

M2. Operador de britagem primária

M3. Encarregado da pedreira

M4. Motorista 1 (caminhão sem dispositivo de climatização)

M5. Operador de Rock

M6. Ajudante de Rock

M7. Marteleteiro 1

M8. Marteleteiro 2

M9. Marroeirob

M10. Motorista 2 (caminhão climatizado)

M11. Servente

M12. Operador de britagem terciária

As amostras M1 e M9, correspondem ao mesmo posto de trabalho, em momentos distintos.

Em andamento, convém frisar que, sob o aspecto da higiene e segurança do trabalho, a

empresa adota medidas de controle dos riscos, anunciadas em seu Programa de Gestão de

Riscos – PGR, em atendimento à Norma Regulamentadora – NR 22, priorizando, no entanto,

as medidas de caráter individual, que envolvem o fornecimento de roupas adequadas ao

trabalho, protetores auriculares, óculos, luvas, calçados e respiradores.

Nos tópicos apresentados nas próximas páginas seguem, resumidamente, as descrições das

tarefas desempenhadas no setor de mineração e na pedreira, acompanhadas de uma breve

descrição dos riscos associados a que estão expostos os trabalhadores diretamente envolvidos

com as atividades de extração mineral e beneficiamento:

83

1- Operador de Rock: realiza tarefas de perfuração da rocha, a seco, através da operação

de um pequeno trator de esteira metálica, movido a tração pneumática e que possui

acoplado um dispositivo de perfuração (Rock); as tarefas envolvem a movimentação

do trator de esteira em terreno acidentado e a fixação e operação do mesmo para o

acionamento da perfuração, também a seu comando, conforme definido pelo plano de

fogo; detalhes na Figura 17.

Características da atividade: trabalho em pé, com movimentos laterais e verticais, a

céu aberto e constante exposição ao agente de risco poeira mineral, entre outros,

revelados na APR;

Figura 17 – Operador de perfuratriz pneumática (Rock)

84

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade sob alta geração de poeira de pequeníssima granulometria, com

exposição constante ao risco; como medida de controle, o operador é orientado a

permanecer na direção contrária aos ventos, no entanto, a remoção de poeiras do corpo

usando ar comprimido, atividade proibida, confirma que existe a exposição e que a

medida de controle não é eficiente.

Físicos: ruído contínuo, radiação solar, umidade, calor;

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos;

Acidentes: esmagamento de membros inferior e superior, projeção de objetos, quedas

por diferença de nível ou em função de terreno irregular, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

Referem verbalmente medidas administrativas que orientam o operador a permanecer

na direção contrária a dos ventos, com o objetivo de diminuir a exposição à poeira

gerada na perfuração; não existem dispositivos de coleta da poeira e tampouco

umidificação do processo de perfuração.

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, botas de PVC cano longo e com solados antiderrapantes,

roupas em algodão com mangas longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído

tipo concha;

2- Ajudante de Rock: realiza tarefas como ajudante na perfuração da rocha, a seco, na

qual realiza trabalhos de orientação, nivelamento e afiação das brocas, instalação das

brocas e de seus extensores na perfuratriz, bem como a sua remoção do equipamento

motriz; realiza ainda a desobstrução dos pontos de perfuração. Ver Figura 18.

Características da atividade: trabalho em pé, com alto esforço físico em virtude da

realização de movimentos laterais e verticais de levantamento de pesos, a céu aberto e

constante exposição ao agente de risco poeira mineral, entre outros;

85

Figuras 18 - Ajudante de Rock em atividade

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade realizada sob alta geração de poeira de finíssima granulometria

com exposição constante; a orientação dada pela empresa para permanecer na direção

contrária aos ventos mostra-se ineficiente haja vista a quantidade de poeira depositada

sobre as vestes e partes expostas do corpo.

Físicos: ruído contínuo, radiação solar, umidade, calor;

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos e

Acidentes: esmagamento de membros inferior e superior, projeção de objetos, quedas

por diferença de nível e terreno irregular, animais peçonhentos;

86

Equipamentos de proteção coletiva:

Referem medidas administrativas que orientam o ajudante a permanecer na direção

contrária a dos ventos, com o objetivo de diminuir a exposição à poeira gerada durante

a perfuração; não existem dispositivos de coleta da poeira e tampouco umidificação do

processo de perfuração.

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas

longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído tipo concha;

3- Marteleteiro : realiza tarefas de perfuração de rochas provenientes do desmonte das

bancadas e que ainda mantenham dimensões que impedem o processamento no

britador primário; utiliza manualmente equipamento pneumático, denominado

martelete, o qual gera consideráveis quantidades de poeira de fina granulometria, além

do alto nível de vibrações e ruído proveniente do compressor e do próprio martelete

em contato com a rocha. Ver Figura 19.

Características da atividade: trabalho em pé, com esforço físico acentuado por

movimentos laterais e verticais de levantamento de pesos, a céu aberto e constante

exposição ao agente de risco poeira mineral e ao peso e às vibrações do martelete.

87

Figura 19 – Marteleteiro em atividade

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade com alta geração de poeira de finíssima granulometria com

exposição constante em virtude da proximidade do operador do ponto de geração da

poeira.

Físicos: ruído, radiação solar, umidade, calor, vibração;

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos;

Acidentes: projeção de objetos, quedas por diferença de nível ou em virtude das

irregularidades do terreno, projeção de objetos, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

Referem medidas administrativas que orientam o marteleteiro a permanecer na direção

contrária a dos ventos, com o objetivo de diminuir a exposição à poeira gerada durante

a perfuração, no entanto trata-se de uma medida de pouco ou nenhum alcance haja

88

vista que o profissional adota posicionamento de acordo com o tamanho e

configuração geométrica da rocha.

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, botas cano longo em PVC e antiderrapantes, roupas em

algodão com mangas longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído tipo concha;

4- Operador de escavadeira hidráulica- realiza operações de carregamento dos

caminhões, com os rachões provenientes do desmonte das bancadas.

Características da atividade: trabalho sentado, com movimentos laterais de braços e

pernas em cabine de máquina pesada, fechada e climatizada, para carregamento dos

rachões nos caminhões para o transporte até o britador primário.

Figura 20 - Operador de escavadeira hidráulica

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade em ambiente fechado e climatizado, sob condições de geração de

poeira de finíssima granulometria e com possibilidade de exposição ocasional.

89

Físicos: ruído, radiação solar, vibração;

Biológicos: fungos.

Ergonômicos: jornada, postura, sedentarismo, esforço sobre as articulações, esforços

repetitivos;

Acidentes: choques, projeção de objetos, quedas por diferença de nível;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cabine com condicionador de ar

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, sapatos antiderrapantes, roupas em

algodão com mangas longas, abafador de ruído tipo concha;

5- Motorista de caminhão de movimentação interna: realiza tarefas de transporte da

rocha da mina até o britador primário;

Características da atividade: trabalho sentado, com movimentos laterais de braços e

pernas em cabine de caminhão, fechada e climatizada por ventilação forçada.

Figura 21 - Motorista de caminhão

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade em ambiente sob alta geração de poeira de finíssima

granulometria com possibilidade de exposição intermitente à poeira.

Físicos: ruído, radiação solar, calor, vibração;

90

Biológicos: fungos.

Ergonômicos: jornada, postura, sedentarismo, esforço sobre as articulações, esforços

repetitivos, stress;

Acidentes: choques, projeção de objetos, quedas por diferença de nível;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cabine climatizada

Equipamentos de proteção individual:

Óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de pato)

com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas longas,

abafador de ruído tipo plug;

6- Operador do britador primário – este profissional realiza tarefas de operação do

britador primário incluindo o monitoramento das rochas, provenientes da mina, que

irão sofrer a primeira redução na fase industrial; a atividade compreende também o

suporte ao marroeiro na desobstrução da esteira vibratória e do britador de mandíbulas

quando pedras de dimensões não apropriadas são levadas ao equipamento, causando a

sua paralisação.

Nesta função, e nas demais que se seguem, é importante registrar que existe exposição

adicional às poeiras geradas em outros locais e em altas quantidades pela falta de

umidificação constante, as quais são transportadas pelos ventos, predominantemente

orientados nas direções sudeste e leste, na maior parte do ano.

Características da atividade: trabalho em pé, com movimentos laterais e verticais de

levantamento de pesos, a céu aberto e constante exposição ao agente de risco poeira

mineral gerado no próprio processo e, principalmente, pela poeira gerada mais

intensamente nos demais sistemas de britagem e carregamento.

91

Figura 22 - Operador do britador primário

Na Figura 23, vê-se a imagem aérea da pedreira, tomada de satélite, onde o círculo indica a

localização do britador primário e a seta indica a direção predominante dos ventos. Em

virtude da constância destes ventos e da ausência de umidificação em volume suficiente e

permanente dos materiais particulados gerados nos equipamentos de britagem e transporte, as

poeiras de baixas granulometrias, geradas em grande quantidade, são carreadas para todo o

ambiente e, principalmente, sobre o local em que se situa o britador primário, determinando

um excedente de exposição para o operador do britador primário e seu auxiliar, o marroeiro,

conforme se pode verificar nas imagens mostradas na Figura 24.

92

Figura 23- Vista aérea da pedreira, em 27/01/2007, com indicação da direção predominante

dos ventos. Fonte: Google Earth (2009).

Figura 24 – Setor industrial e britador primário, sem umidificação

93

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade com alta geração de poeira de finíssima granulometria com

exposição constante em virtude da proximidade do operador do ponto de geração da

poeira, inclusive provenientes de outros equipamentos, em função da posição

geográfica e direção dos ventos.

Físicos: ruído, radiação solar, umidade, calor, vibração, choque elétrico;

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos e

Acidentes: esmagamento de membros inferior e superior, projeção de objetos, quedas

por diferença de nível, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cobertura em lona sobre o posto de trabalho protege contra os raios solares diretos e

contra as chuvas.

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas

longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído tipo concha;

7- Marroeiro – realiza tarefas no britador primário mediante o monitoramento das

rochas, provenientes da mina, que irão sofrer a primeira redução na fase industrial; a

atividade compreende também a desobstrução da esteira vibratória e do britador de

mandíbulas quando pedras de dimensões não apropriadas são levadas ao equipamento,

causando a sua paralisação. A sua desobstrução constitui-se em mais uma operação

envolvendo riscos de acidentes e é feita manualmente com o uso de hastes metálicas

que são usadas para promover o deslocamento da pedra através da entrada do britador;

em algumas situações são usadas placas de aço ligadas a cabos que são usadas de

modo a ocuparem espaços vazios entre a rocha e a esteira vibratória, promovendo o

seu contato e apoio mútuos o que causa a movimentação da rocha. Nesta operação o

marroeiro não conta com cinto de segurança como forma de evitar a sua queda

acidental.

94

Características da atividade: trabalho em pé, com movimentos laterais e verticais de

levantamento de pesos, a céu aberto e constante exposição ao agente de risco poeira

mineral gerado no próprio processo e, principalmente, pela poeira gerada nos demais

sistemas de britagem e carregamento, as quais são levadas pelos ventos leste e sudeste,

predominantes em nossa região.

Figura 25 – Marroeiro

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade com alta geração de poeira de finíssima granulometria com

exposição constante em virtude da proximidade do operador do ponto de geração da

poeira, inclusive provenientes de outros equipamentos, em função da posição

geográfica e direção dos ventos.

Físicos: ruído, radiação solar, umidade, calor, vibração;

95

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos e

Acidentes: esmagamento de membros inferior e superior, projeção de objetos, quedas

por diferença de nível, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cobertura em lona sobre o posto de trabalho

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas

longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído tipo concha;

8- Encarregado: realiza tarefas de supervisão em todas as fases de operação da pedreira

sendo responsável pela manutenção dos equipamentos em funcionamento e pelo

andamento dos processos de britagem e transportes das pedras britadas.

Adicionalmente, pode exercer as atividades de operador e marroeiro nos intervalos

para refeições ou quando da falta de um destes profissionais.

Características da atividade: trabalho em pé, com movimentos e esforços laterais e

verticais de levantamento de pesos, a céu aberto e constante exposição ao agente de

risco poeira mineral.

Figura 26 - Encarregado da pedreira

96

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade com alta geração de poeira de finíssima granulometria com

exposição constante em virtude da proximidade do operador do ponto de geração da

poeira.

Físicos: ruído, radiação solar, umidade, calor, vibração, choque elétrico;

Ergonômicos: jornada excessiva, postura, levantamento de pesos;

Acidentes: projeção de objetos, quedas por diferença de nível, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

A empresa refere a aspersão de água na saída do britadores e transportadores de

esteira, inexistente no momento da avaliação;

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1 (bico

de pato) com válvula lateral, botas em couro com biqueira, roupas em algodão com

mangas longas, luvas de raspa de couro e abafador de ruído tipo plug;

9- Servente: este profissional realiza tarefas de limpeza e desobstrução de equipamentos

nas operações de britagem terciária;

Características da atividade: trabalho em pé, com movimentos laterais e de levantar

pesos, a céu aberto e constante exposição à poeira mineral;

Figura 27 - Serventegur2

97

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: considerável exposição em ambiente aberto em função da alta geração de

poeiras na britagem secundária e da quantidade de poeira levada pelos ventos

constantes na direção do britador primário.

Físicos: ruído, radiação solar, calor, umidade e choque elétrico;

Ergonômicos: jornada, postura, levantamento de pesos e

Acidentes: projeção de objetos, quedas por diferença de nível, animais peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

A empresa refere a aspersão de água na saída do britadores e transportadores de

esteira, inexistente no momento da avaliação;

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas

longas; abafadores de ruído tipo concha ou plugue e luvas de raspa.

10- Motorista de pá carregadeira: este profissional tem sob sua responsabilidade o

carregamento dos caminhões com os diversos tipos de pedras produzidas.

Características da atividade: trabalho sentado, com movimentos laterais de braços e

pernas em cabine de máquina carregadeira, fechada e climatizada.

Figura 28 - Motorista de pá carregadeira

98

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade em ambiente sob alta geração de poeira de finíssima

granulometria com possibilidade de exposição intermitente.

Físicos: ruído, radiação solar, vibração;

Biológicos: fungos.

Ergonômicos: jornada, postura, sendentarismo, esforço sobre as articulações, esforços

repetitivos;

Acidentes: choques, projeção de objetos, quedas por diferença de nível, animais

peçonhentos;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cabine com ar condicionado e com filtros contra a poeira

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, sapatos antiderrapantes, roupas em algodão com mangas

longas, abafador de ruído tipo concha;

11- Operador de britagem primária, secundária e terciária: este profissional monitora

o funcionamento dos britadores e transportadores através da operação de um quadro

de comando ou mesa de operação.

Características da atividade: trabalho sentado ou em pé, com movimentos laterais

leves de braços e pernas, em cabine fechada e climatizada dotada de portas e ante

câmara de passagem, na operação do britador secundário, e apenas uma porta na

unidade de comando do britador terciário.

99

Figura 29 – Cabine de operação da britagem

Avaliação Preliminar dos Riscos:

Químicos: atividade em ambiente fechado e climatizado com possibilidade de

exposição ocasional e de curta duração à poeira intensa que atinge a cabine de

comando.

Físicos: ruído, choque elétrico;

Biológicos: fungos.

Ergonômicos: jornada de trabalho, postura, sedentarismo, esforço leve sobre as

articulações;

Acidentes: projeção de objetos, quedas por diferença de nível;

Equipamentos de proteção coletiva:

Cabine climatizada e com câmara de isolamento ambiental para o acesso;

Equipamentos de proteção individual:

Capacete, óculos de proteção com lente escura, máscara respiratória tipo PFF1(bico de

pato) com válvula lateral, botas em couro com biqueira, roupas em algodão com

mangas longas, abafador de ruído tipo concha;

100

5.2 Avaliação da adequação das máquinas e equipamentos

No levantamento das máquinas e equipamentos utilizados na mineração e na pedreira apenas

foi possível anotar algumas medidas técnicas que permitem afirmar a disponibilização de

sistemas coletivos de prevenção e de proteção do trabalhador, como a adoção de sistemas de

ar refrigerado instalados nas duas escavadeiras hidráulicas e nas duas pás mecânicas,

concorrendo para a redução ou eliminação da exposição dos operadores às poeiras geradas em

todo o processo.

As máquinas destinadas à perfuração da rocha, talvez por serem modelos antigos, não são

dotadas de quaisquer dispositivos destinados à eliminação ou controle da poeira gerada por

seu funcionamento, seja por umidificação ou captação da poeira, de forma que todo o resíduo

gerado é disposto diretamente no meio ambiente contribuindo para que as partículas menores

sejam dispersas no ar.

Na etapa de transporte dos rachões, da mina ao britador primário, quatro caminhões tipo

caçamba movimentam o minério. Nestes veículos pesados foram instalados equipamentos,

denominados turbo-clima, os quais apresentam alguma capacidade para atenuação da

temperatura interna do veículo, reduzindo em alguns poucos graus a temperatura do ar, em

torno de 4ºC a 5ºC, através da ventilação forçada do ar exterior para o interior da cabine do

caminhão, o qual passa previamente por um radiador com ventilação forçada e dotado

também de um sistema de filtração do ar. No entanto foi possível observar que estes

dispositivos não se mostram perfeitamente eficientes na atenuação do calor ou para eliminar a

poeira, do mesmo modo como se observa nas máquinas dotadas de sistemas de ar refrigerado

e filtrado. Tais deficiências decorrem provavelmente em virtude do filtro instalado e também

pelo mau uso, quando os motoristas abrem as janelas de suas cabines em virtude do calor.

No britador primário é comum a parada do equipamento em virtude da obstrução com pedras

de dimensões maiores do que a entrada da mandíbula. Nestas paradas, o operador e o

marroeiro têm a incumbência de desobstruir o equipamento, o que é feito com o uso de hastes

ou placas de aço que são interpostas nos espaços entre as rochas e as paredes do equipamento

para que possam transmitir as vibrações do transportador e assim movimentar estas pedras;

nestes casos é freqüente também o uso de marretas para romper estas pedras com o intuito de

101

diminuir suas dimensões. Esta atividade é feita sem uso de quaisquer dispositivos que

protejam o trabalhador quanto ao risco de queda, um risco decorrente da tarefa, haja vista que

existe diferença de nível entre o posto de trabalho e a entrada do britador.

Figura 30 – Desobstrução do britador primário

Na seção industrial, onde as rochas são processadas em diferentes britadores, o transporte da

rocha britada é feito através de esteiras transportadoras, sobre as quais é recomendável

aspergir água em quantidade suficiente para evitar a liberação da poeira no ambiente,

operação infelizmente pouco notada durante as visitas realizadas para conhecimento do

processo e de coleta de amostras de poeira, porém extremamente eficiente no seu controle,

como é possível observar nas fotos a seguir:

Figura 31 - Setor de britagem secundária e terciária operando sem umidificação.

102

Figura 32 - Vista do setor de britagem secundária e terciária

em operação com umidificação.

5.3 Avaliação da adequação das medidas administrativas e gerenciais às normas vigentes

Sob o ponto de vista da adequação da empresa, com relação à legislação e normas nacionais e

internacionais em vigor, a respeito do risco da exposição a poeiras minerais contendo sílica

livre cristalizada, devemos referenciar basicamente os itens de cumprimento obrigatório

constantes da Norma Regulamentadora – NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na

Mineração, como forma de enquadrar a atividade de acordo com as regras legais de modo a

conferir uma mínima proteção ao trabalhador, haja vista que a atividade é considerada

insalubre, nos termos da NR 15, com existência de sílica livre cristalizada em teores acima do

nível de ação, conforme a NR 9. Como forma de oferecer maior proteção, a legislação ou

normas internacionais igualmente poderão ser utilizadas desde que as medidas assim

implementadas ofereçam proteção adicional.

5.3.1 De acordo com a Norma Regulamentadora NR 22 do MTE

A coleta de informações relativas ao nível de adequação da empresa à NR 22 foi realizada

mediante aplicação de um formulário de quesitos na forma de um check list , contemplando os

principais itens desta Norma Regulamentadora, particularmente àqueles relativos à atividade

de mineração a céu aberto.

103

As respostas ao formulário foram dadas pelo Engenheiro de Segurança e pelo Engenheiro de

Manutenção (Gerente de Manutenção) e resultaram no Apêndice A, no qual, de um total de

155 itens de verificação, foram contabilizadas 89 respostas correspondentes a itens conformes

(CO), 59 respostas a itens não conformes (NC), e 7 itens como não aplicáveis, resultado que

demonstra a necessidade da implantação, registro e acompanhamento de um sistema mínimo,

baseado neste check list, para o gerenciamento adequado em Saúde e Segurança do Trabalho,

obtendo-se o conseqüente enquadramento legal da empresa às normas brasileiras para o setor.

Entre os itens Não Conformes - NC, anotados a partir das respostas obtidas nas entrevistas e

confirmados pela observação do processo industrial, constatou-se a não observância daqueles

que determinam o uso de processos a úmido na perfuração da rocha ou da presença de

dispositivos de coleta dos resíduos que previnam a sua liberação no meio ambiente; de forma

similar observou-se o uso da aspersão de água em quantidade insuficiente e de forma não

contínua nos processos de britagem ou transporte, contribuindo para a ocorrência de grandes

quantidades de poeira em suspensão nos ambiente da mineração e da indústria de agregados.

Neste estudo, o indicador econômico de segurança, calculado com base nas informações de

não conformidades obtidas do Apêndice A e tomando como referência os valores mínimos

das infrações, e o quantitativo de 26 trabalhadores envolvidos nas atividades de mineração e

industrialização, totalizou um passivo de R$ 137 mil, o que revela a necessidade de severos

investimentos para a adequação da empresa, com relação à citada norma.

É importante registrar o fato de que este indicador monetário deve ser usado como um

indicador temporal, com ênfase na sua contribuição para a melhoria contínua, daí a

necessidade da existência de um ponto de referência, um ponto de partida de um programa de

controle dos riscos do trabalho.

5.3.2 De acordo com o Programa de Proteção Respiratória da Fundacentro

A empresa, apesar de fornecer máscaras respiratórias, entre outros equipamentos de proteção

individual, conforme especificações constantes de seu Programa de gerenciamento de Riscos

– PGR, alcançou um escore de 5 itens em conformidade (CO) com o programa de proteção

respiratória da Fundacentro, obtidos de um total mínimo de 17 itens de verificação, revelando

104

11 não conformidades (NC), relativos àquele programa, um índice seguramente bastante

elevado.

No preenchimento deste check list, reproduzido no Apêndice B, a partir dos mesmos

entrevistados, revelou-se a inexistência de registros documentais ou procedimentos formais

relativos à escolha dos respiradores, treinamentos e informação sobre ações para o controle do

risco. A responsabilidade pela liberação dos equipamentos de proteção respiratória é feita pelo

almoxarifado mediante solicitação da gerência de manutenção, para distribuição periódica

semanal.

Os registros de avaliações quantitativas de poeiras minerais, que contêm significativas

quantidades de sílica livre cristalizada, estão anotados no PGR da empresa, através do Laudo

Técnico das Condições Ambientais de Trabalho – LTCAT, porém não são acompanhados de

documentações relativas aos procedimentos, métodos e equipamentos de avaliação ou dos

laudos emitidos por laboratórios certificados, o que torna frágil o registro existente dos

resultados encontrados para poeiras respiráveis, inclusive com o agravante da repetição dos

valores percentuais de poeira respirável para todas as atividades, fato impossível de acontecer,

como testemunham os resultados reais obtidos das análises de amostras de campo, divulgados

nesta monografia, e ainda que fossem resultados de avaliações qualitativas, em virtude da

diversidade das tarefas desempenhadas nas mais variadas atividades e ambientes nas quais são

realizadas sempre com geração de quantidades expressivas de particulados minerais.

5.3.3 De acordo com as Diretrizes da OIT para Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do

Trabalho-SGSST

Os dados constantes do check list reproduzido no Apêndice C, relativos à avaliação de

conformidades com as diretrizes publicadas pela OIT, como um guia para a implementação de

um Sistema de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho - SGSST, igualmente não

revelaram um desejável nível de adequação da empresa, evidenciando a necessidade de

investimentos no sentido de prepará-la para a gestão eficiente em segurança do trabalho.

Nesta avaliação foram anotados 10 respostas a itens conformes (CO) com a lista de

verificação e 54 respostas não conformes (NC), de um total de 64 itens avaliados, revelando a

necessidade de registros, treinamentos, comunicação e, principalmente, o envolvimento da

105

empresa e empregados com algum sistema formal que reconheça os riscos das atividades e

que dê prioridade às ações de prevenção e segurança, de forma integrada aos sistemas de

qualidade disponíveis e em andamento.

5.4 Resultados analíticos quantitativos do risco poeiras minerais

Para uma melhor visualização dos resultados obtidos para teores de sílica livre e de poeira

respirável, os dados foram inscritos em tabelas de modo a oferecer maior facilidade na análise

dos mesmos.

5.4.1 Dados analíticos

Os resultados quantitativos para poeira respirável e de sílica livre cristalizada, mensurados em

mg/m3, estão relacionados na Tabela 1, para as correspondentes atividades avaliadas,

juntamente com os dados referentes aos tempos de coleta, volumes de ar amostrados e a data

em que ocorreram, compondo uma transcrição do relatório, reproduzido no Anexo 3, recebido

do laboratório que procedeu às análises.

As amostras M1 e M2, as primeiras coletadas, não são perfeitamente representativas da

exposição em razão do tempo da coleta, inferior a 70% da jornada de trabalho, e não retratam

a média da exposição diária se as avaliarmos rigorosamente dentro das normas de

amostragens de poeira mineral e em função do padrão de coleta escolhido. O curto tempo de

coleta deveu-se à interrupção do processo em virtude da quebra do britador primário,

interrompendo a amostragem de jornada completa, como preconiza a norma, justificando,

portanto, a coleta da amostra M9, para o mesmo trabalhador. Além do fato relatado, a

condição ambiental na data e no período das coletas era particularmente crítica, com elevada

geração de poeira, muito além do observado em outros momentos em virtude da total ausência

de umidificação, em quaisquer das etapas do processo nas 48 horas que precederam o início

das amostragens, inclusive. No entanto, foram mantidas nesta avaliação tendo-se em

consideração que compõem, de fato, a média das exposições, haja vista que os fatos que as

produziram ocorrem com freqüência maior que o desejado pela própria empresa, em razão das

características peculiares ao processo, que demandam muitas paradas para manutenção e troca

de equipamentos, danificados pela rudeza da atividade e pela intermitência na aplicação de

água aos pontos de geração de poeiras.

106

Os valores calculados para os Limites de Tolerâncias destas amostras, M1 e M2, bem como a

comparação com a concentração de poeira e os índices da Avaliação do Risco, confirmam a

alta exposição pontual.

Tabela 1 – Dados das amostragens e resultados analíticos por função/amostra

Amostra

Data de coleta

Função Tempo de amostragem

(min)

Volume de ar

amostrado (m3)

Poeira respirável (mg/m3)

Sílica Livre Cristalizada

(mg/m3)

20090638 11/11/2009 M1 marroeiroa

197 0,337 6,611 1,589

20090685 11/11/2009 M2 operador primario

220 0,380 2,531 0,692

20090707 12/11/2009 M3 encarregado

482 0,836 0,797 0,192

20090701 12/11/2009 M4 motorista 1

430 0,737 0,795 0,180

20090593 13/11/2009 M5 operador rock

441 0,755 2,065 0,513

20090688 13/11/2009 M6 ajudante rock

445 0,774 1,297 0,385

20090695 16/11/2009 M7 marteleteiro 1

469 0,802 1,270 0,359

20090705 16/11/2009 M8 marteleteiro 2

464 0,800 1,036 0,216

20090692 18/11/2009 M9 marroeirob

508 0,877 0,965 0,287

20090689 18/11/2009 M10 motorista 2

512 0,882 0,415 0,071

20090645 20/11/2009 M11 operador terciario

431 0,733 0,204 0,038

20090706 20/11/2009 M12 servente

388 0,665 1,112 0,330

5.4.2 Avaliação quantitativa do risco

Na Tabela 2, estão dispostos, na primeira coluna de dados, os valores para poeira respirável -

PR, obtidos a partir das amostras analisadas; na segunda coluna de dados, os valores

calculados para os Limites de Tolerância de acordo com a Norma Regulamentadora - NR 15,

válidas para 48 horas semanais de exposição; na terceira coluna de dados os valores

correspondentes ao cálculo do limite de tolerância corrigido - LTC para 53 horas de trabalho,

correspondentes à jornada real dos trabalhadores; nas duas últimas colunas, estão listados os

107

valores do fator de risco, calculado pela razão entre os níveis existentes de poeira respirável e

os limites de tolerância calculados, respectivamente, pela NR 15, o LT, e corrigido, o LTC.

Os valores calculados para os Limites de Tolerância corrigidos – LTC, para a jornada real de

trabalho, correspondente a 53 horas semanais, foram obtidos de acordo com a fórmula:

Em outras palavras a correção assim realizada significa que o LT real corresponde a 67,8% do

limite calculado para 40 horas semanais (ACGIH) e 84% em relação ao LT legal (NR 15),

atualmente em vigor.

A razão entre os níveis de poeira respirável e os limites de tolerância, aqui denominada fator

de risco, chama a atenção para a intensidade do risco existente revelando o quanto é maior em

relação aos limites de tolerância calculados e nos confirma o diagnóstico da insalubridade do

ambiente da empresa, da mineração à pedreira. Mais ainda, revelam claramente a eficiência

de medidas simples e legisladas, como a adoção de locais e máquinas dotadas de dispositivos

de controle do ar ambiente, mediante climatização e filtragem do mesmo. Por último, nos dá

subsídios para a escolha do equipamento de proteção individual a ser fornecido regularmente

aos trabalhadores para uma adequada proteção, tanto em situações pontuais e provisórias,

enquanto se tratam da adoção de medidas coletivas de controle da poeira, como

permanentemente, mesmo que as medidas de controle obtenham o êxito de controlar a

emissão de poeira mineral abaixo dos limites de tolerância.

Neste aspecto, das amostras coletadas, apenas a amostra M11, resultou em valor de exposição

abaixo do Limite de Tolerância, calculado e corrigido para a jornada de 53 horas semanais,

conforme dados constantes da Tabela 2, a seguir. No entanto, confirmando o comentário do

parágrafo anterior, a concentração encontrada excede o Nível de Ação preconizado pela NR 9,

haja vista que é maior que 50% do Limite de Tolerância calculado para esta amostra, fato que

obriga ao empregador o estabelecimento e a manutenção de medidas coletivas e individuais

de controle do risco, mesmo que existam medidas de controle implantadas neste posto de

trabalho.

108

Os resultados obtidos a partir da análise das amostras M4 e M10, correspondentes à função de

motorista de caminhão, revelam que o climatizador utilizado nos caminhões reduz o nível de

exposição, porém de forma insuficiente para oferecer adequada proteção, evidenciando a

necessidade do uso constante do EPR para estas funções.

As amostras M1 e M2, ao apresentarem fatores de risco maior que 10, sugerem a adoção de

máscaras respiradoras com maior capacidade de retenção de partículas, como as máscaras

PFF2, haja vista que as máscaras PFF1, fornecidas a todos os trabalhadores sem distinção de

local ou função, atendem aos requisitos apenas e até o limite de 10 vezes a intensidade do

risco mensurado, conforme preconizado no Manual de Proteção Respiratória da Fundacentro

(FUNDACENTRO, 2007a).

Tabela 2 – Cálculo dos Limites de Tolerância e do fator de risco, de acordo com a NR 15 e corrigidos para jornada de 53 horas

Amostra Função Poeira respirável (mg/m3)

Limite de Tolerância (mg/m3) NR 15

48 horas

Limite de Tolerância (mg/m3)

Corrigido para 53 horas

Fator de Risco NR 15

Fator de Risco

Corrigido

PR LT LTC PR/LT PR/LTC 20090638 M1

marroeiroa 6,611 0,307 0,260 21,53 25,42

20090685 M2 operador primario

2,531 0,273 0,231 9,27 10,95

20090707 M3 encarregado

0,797 0,307 0,260 2,60 3,06

20090701 M4 motorista 1

0,795 0,325 0,275 2,44 2,89

20090593 M5 operador rock

2,065 0,298 0,253 6,93 8,16

20090688 M6 ajudante rock

1,297 0,252 0,214 5,14 5,14

20090695 M7 marteleteiro 1

1,270 0,264 0,224 4,81 5,67

20090705 M8 marteleteiro 2

1,036 0,350 0,297 2,96 3,49

20090692 M9 marroeirob

0,965 0,252 0,214 3,83 4,51

20090689 M10 motorista 2

0,415 0,419 0,355 0,99 1,17

20090645 M11 operador terciario

0,204 0,388 0,329 0,53 0,62

20090706 M12 servente

1,112 0,253 0,214 4,40 5,20

109

Novamente, a partir da comparação evidenciada na Tabela 2, para a amostra M11,

confirmam-se as medidas adotadas, como da climatização e filtração do ar ambiente, como

eficientes no controle do risco, porém com a ressalva de que o trabalhador desta atividade

deve exercê-la usando o EPR a ele destinado. Para as demais situações, reforça a avaliação de

que é necessária a adoção de medidas de controle na geração das poeiras e que a legislação

brasileira necessita de ajustes importantes, e urgentes, para alinhar-se com parâmetros mais

severos de proteção e na prevenção de doenças respiratórias ocupacionais como a silicose.

5.4.3 Avaliação quantitativa do risco em relação aos limites de exposição ocupacional do

ACGIH

Em comparação aos limites legais brasileiros, os Limites de Exposição Ocupacional – LEO

medidos pelos TLV-TWA do ACGIH, atualmente fixados em 0,025 mg/m3 para sílica livre

cristalizada, e em 3,0 mg/m3 para poeiras respiráveis classificadas como PNOS, nos

conduzem aos dados constantes da Tabela 3, na qual são listados os fatores de risco, da

mesma forma representando o quanto os valores reais encontrados encontram-se acima do que

se reconhece internacionalmente como limites de exposição ocupacional à poeiras minerais e

sílica livre cristalizada, conjuntamente.

Nesta tabela, o uso do PNOS para poeira respirável constitui-se unicamente em um parâmetro

de comparação a partir da sugestão da ACGIH para limites de exposição a poeiras cujo teor é

conhecido mas que não possuam um limite de exposição aplicável (TLV) em função do

conhecimento de poucos dados acerca de seus prováveis constituintes e de sua interação com

os fluidos aquosos do pulmão. A ACGIH, para efeito da adoção de parâmetros de controle e

referência, ainda que sugestão, considera que estas partículas, por serem insolúveis ou

fracamente solúveis, mesmo que sejam avaliadas como biologicamente inertes, podem causar

efeitos adversos a partir da sua inalação e recomenda, portanto, que as concentrações

ambientais sejam mantidas abaixo de 3,0 mg/m3 ( ACGIH, 2008 ), o que permite, portanto,

considerar este índice como um limite de exposição ocupacional.

Quando o parâmetro observado é o do TLV-TWA para sílica livre cristalizada, que é o agente

comprovadamente mais agressivo, verifica-se, na mesma tabela, que todas as amostras

110

coletadas apresentaram teores de sílica muito acima dos limites de exposição ocupacional

aceitáveis, sendo este o parâmetro de maior exigência para sílica livre.

É importante igualmente considerar as correções da exposição conforme a formula de

Brief&Scala para a jornada real de 53 horas semanais apresentado no Quadro 12, incluindo

as correções sobre os valores de poeiras respiráveis com base no que o ACGIH considera

como Partículas não Especificadas de outra Maneira(PNOS), para as partículas de poeira

insolúveis ou de baixa solubilidade, consideradas também como causadoras de efeitos

adversos, as quais contem a sílica em sua composição e, como vimos, são consideradas no

cálculo dos Limites de Tolerância.

Quadro 12 - TLV-TWA: valores guia e corrigidos.

TLV-TWA / VALOR

GUIA (40h)

TLV-TWA / VALOR

CORRIGIDO(53h)

Sílica = 0,025 mg/m3 0,017mg/m3

PNOS= 3,0 mg/m3 2,03 mg/m3

Fonte: ACGIH (2008).

O método de cálculo das relações SLC/LEO e do PR/LEO é similar ao caçulo do Fator de

Risco anteriormente mencionado e consiste da relação entre os valores encontrados para sílica

livre cristalizada e os valores do TLV-TWA corrigidos para 53 horas, para sílica livre

cristalizada e poeiras respiráveis, respectivamente.

Nesta avaliação, conforme Tabela 3, a seguir, se reforça ainda mais a conclusão acerca da

qualidade insalubre das atividades realizadas na pedreira em estudo, pois não revela nenhuma

condição abaixo do Limite de Exposição Ocupacional à sílica, embora apresentem-se

amostras gravimetricamente mensuradas com concentrações ambientais de poeiras respiráveis

abaixo do que sugere a ACGIH.

Ressalte-se nesta série de dados tão somente o objetivo de comparar as concentrações

encontradas nas amostras analisadas com parâmetros internacionais mais severos que a

111

legislação brasileira determina; para efeitos legais se deve seguir oficialmente o que está

escrito na legislação sobre o assunto, isto é, a Norma Regulamentadora NR 15 do MTE.

Tabela 3 – Fatores de risco comparados aos Limites de Exposição Ocupacional do ACGIH, corrigidos para a jornada real de trabalho

Amostra Função

LEO >

Poeira respirável (mg/m3)

2,03 mg/m3

Sílica Livre Cristalizada

(mg/m3)

0,017mg/m3

Fator de Risco PR/LEO ACGIH

corrigido para 53 horas

Fator de Risco SLC/LEO ACGIH

corrigido para 53 horas

PR SLC PR/LEO SLC/LEO 20090638 M1

marroeiroa 6,611 1,589 3,25 93,75

20090685 M2 operador primario

2,531 0,692 1,24 40,83

20090707 M3 encarregado

0,797 0,192 0,39 11,33

20090701 M4 motorista 1

0,795 0,180 0,39 10,62

20090593 M5 operador rock

2,065 0,513 1,02 30,27

20090688 M6 ajudante rock

1,297 0,385 0,64 22,71

20090695 M7 marteleteiro 1

1,270 0,359 0,62 21,18

20090705 M8 marteleteiro 2

1,036 0,216 0,51 12,74

20090692 M9 marroeirob

0,965 0,287 0,47 16,93

20090689 M10 motorista 2

0,415 0,071 0,20 4,19

20090645 M11 operador terciario

0,204 0,038 0,10 2,24

20090706 M12 servente

1,112 0,330 0,55

19,47

5.5 Análise teórica da defasagem no cálculo do Limite de Tolerância da NR 15

De acordo com os dados estudados a partir da Tabela 3 evidencia-se que as referências para

Limites de Exposição Ocupacional – LEO, fixadas pela ACGIH, posicionam a norma

brasileira NR 15 em estágio bastante aquém das exigências internacionais, mais recentemente

112

revisadas que aquelas estabelecidas na legislação brasileira, e mais abrangentes, no que se

refere à proteção do trabalhador exposto à sílica livre cristalizada.

Sob o aspecto da legislação Brasileira, nota-se, portanto, uma defasagem importante, pois que,

atualmente, devemos considerar uma jornada de trabalho limitada em 44 horas semanais e 8

horas por dia, além do desalinhamento em relação às recomendações da ACGIH, atualmente

sugerindo um TLV para o quartzo quatro vezes inferior ao que continuamos considerando

como referência, haja vista que ainda permanecemos com a mesma fórmula de cálculo do LT,

sugerida pela NR 15, desde o ano da sua edição, em 1978, que considera a jornada de 48

horas de trabalho semanais e 8 horas por dia. Reforçando ainda mais a constatação de que

existe uma defasagem importante, a ACGIH desvinculou o limite de exposição ocupacional às

poeiras minerais do conceito de TLV, que representa a concentração média ponderada no

tempo para um determinado agente agressor cuja composição é amplamente conhecida, bem

como seus efeitos sobre o organismo humano. A ACGIH, em 1986, passou a relacionar as

poeiras minerais encontradas nestes ambientes como PNOS – Partículas não relacionadas de

outra maneira, as quais possuem constituintes conhecidos, porém com concentrações

variáveis e não necessariamente constituídas por sílica livre cristalizada e tampouco seus

efeitos sobre o organismo humano são perfeitamente conhecidos. A partir desta decisão,

portanto, sugeria uma concentração máxima permissível para particulados como as poeiras

minerais.

Apesar desta constatação, importante se faz a realização de um breve ensaio, comparando as

condições atualmente ainda aceitas com duas situações hipotéticas e passíveis de análise,

aplicadas na equação 5, para efeitos aditivos, a saber:

1. Na primeira situação hipotética, admita-se a redução do TLV de quartzo, de 0,1 para

0,025 mg/m3 e a manutenção do TLV para poeira respirável de 5,0 mg/m3, válido à

época em que a equação para cálculo do limite de exposição foi justificada e estudada

(Hearl, 1966); estes parâmetros, quando aplicados à fórmula para efeitos aditivos,

resultam em:

113

e considerando-se o mesmo tratamento matemático utilizado por HEARL (1966),

deduz-se a fórmula para o Limite de Tolerância a poeira respirável, atualizada para o

TLV atual para a sílica cristalizada, da ACGIH.

(14)

Corrigida para a jornada de 44 horas semanais, atualmente em vigor no Brasil, tem-se

(15)

2. Em uma segunda análise, igualmente hipotética, consideram-se o TLV atual para sílica

como 0,025 mg/m3 e o atual PNOS para poeira respirável, sugerido pela ACGIH

como um limite de exposição ocupacional e, portanto, pelo conceito limítrofe nele

inserido, considerado neste estudo comparativo como um limite de tolerância de 3,0

mg/m3, aplicáveis igualmente à fórmula de efeitos aditivos. Tem-se, portanto:

e considerando-se o mesmo tratamento matemático anterior, deduz-se a fórmula para o

Limite de Tolerância a poeira respirável, atualizada para o TLV atual, para sílica livre

cristalizada, da ACGIH e considerando hipoteticamente, para efeito único de

comparação, o PNOS para poeira respirável:

(16)

Ajustando-a para uma jornada de trabalho 44 horas de trabalho semanais, usando o

modelo de Brief&Scala (GRUENZNER, 2003):

( 17)

114

Deste ensaio teórico, deduz-se que a equação 17, aqui denominada LT2, que agrupa os

parâmetros mais exigentes relativos aos limites máximos de exposição da ACGIH, nos indica

o maior grau de defasagem existente entre a legislação brasileira atual e as recomendações

dos organismos regulamentadores internacionais, no que se refere aos limites aceitáveis de

exposição ao agente químico poeira mineral, quando avaliado em comparação com a fórmula

atualmente válida, representada pela equação n° 10 e denominada por LT. A equação definida

por LT2 quando igualmente comparada com a equação de n° 15, denominada por LT1,

igualmente se confirma como mais severa, neste estudo comparativo.

Esta defasagem pode ser avaliada em números na Tabela 4, a seguir, onde:

• a relação F/Fa representa a razão entre os valores do LT legal e atualmente ainda

aceito, conforme a equação 10 e do LT ajustado, fórmula 16, para os atuais TLVs da

ACGIH, mostra quantas vezes o LT atual é maior que o LT ajustado de acordo com

os novos parâmetros vigentes. Esta relação é representada pela equação 11,

apresentada no item 2.3, deste trabalho. Da tabela vê-se que o Limite de Tolerância

legal é, no mínimo, 50% maior do que os valores obtidos com parâmetros atualizados

do ACGIH.

• ACGIH fórmula 40h representa o cálculo conforme parâmetros do ACGIH, válidos

em 1977, considerados os TLVs para concentração de sílica e para concentração de

poeiras respiráveis associados pela equação 8;

• ACGIH atualizada pela equação 16, representa a fórmula que considera a associação

das concentrações de sílica livre e de poeira respirável com parâmetros atuais;

• Fórmula 48h(F) é a equação 10 para o cálculo do Limite de Tolerância de acordo

com a Norma Regulamentadora – NR 15

• Fórmula ajustada 44h(Fa) representa o resultado para os Limites de Tolerância

conforme a fórmula proposta e desenvolvida sob os parâmetros atuais do ACGIH,

conforme equação 17;

A última coluna desta tabela representa o nível de inadequação dos números atualmente

aceitos e indica o excesso de exposição do trabalhador brasileiro exposto a poeiras

minerais, pela aceitação dos parâmetros preconizados pela NR 15, norma que necessita

115

de urgente revisão inclusive pela inclusão de novos parâmetros e novas substâncias

consideradas nas legislações internacionais.

Tabela 4- Defasagem no cálculo do Limite de Tolerância

Equação 8 16 10 17

% quartzo

ACGIH fórmula 40h

ACGIH atualizada

Fórmula

48 h

Fórmula ajustada

44h F/Fa 0,000 5,00 3,00 4,00 2,64 1,52

0,025 4,94 2,91 3,95 2,56 1,54

0,050 4,88 2,83 3,90 2,49 1,57

0,100 4,76 2,68 3,81 2,36 1,62

0,200 4,55 2,42 3,64 2,13 1,71

0,500 4,00 1,88 3,20 1,65 1,94

0,600 3,85 1,74 3,08 1,53 2,00

0,700 3,70 1,63 2,96 1,43 2,07

0,833 3,53 1,50 2,82 1,32 2,14

Observe-se que, na inexistência de sílica, os resultados se resumem, a partir das equações 8 e

16, aos valores preconizados pela ACGIH para poeira respirável, em suas recomendações do

ano de 1977 e atualmente ainda validados pela NR 15, isto é LT= 5 mg/m3 e 3 mg/m3,

respectivamente, para o Limite de Tolerância assim calculado.

Da fórmula proposta pela equação 17, com valores calculados na penúltima coluna, resultam

Limites de Tolerância razoavelmente inferiores aos atualmente aceitos pela NR 15, expressos

pelos valores obtidos a partir da equação 10, portanto mais adequados à proteção da saúde dos

trabalhadores que exercem suas funções em ambientes contaminados com poeiras minerais.

Em uma situação hipotética, para efeitos de simulação, anote-se que, para o TLV-TWA =

0,025 mg/m3, ou seja, o LEO para sílica atualmente válido corresponde a 0,833% de quartzo,

conforme valores da última linha da Tabela 4, para uma amostra aleatória que tenha sido

coletada contendo 3,0 mg/m3 de poeira respirável. Nesta situação, o valor dado para o limite

de tolerância atualmente aceito, apresenta um valor de F/Fa igual a 2,14, significando, em

outras palavras, um Limite de Tolerância 114% maior do que o Limite de Tolerância

almejado e em paralelo com os parâmetros internacionais atualizados, se desta forma ainda

fossem calculados.

116

Nesta análise, apesar de revelar a defasagem e inadequação dos parâmetros ainda aceitos, faz-

se necessário afirmar também que a fórmula para o cálculo do Limite de Tolerância, aceita

pela NR 15 e conforme equação 10, não mais se configura como a melhor ferramenta, haja

vista que considera a coexistência de agentes agressivos de efeitos similares, combinados

conforme fórmula para efeitos aditivos, quais sejam os TLV para sílica e poeira respirável ao

passo que a ACGIH desvinculou o conceito de TLV para poeira respirável desde o ano de

1986, classificando estes particulados a partir daí como partículas não classificadas de outra

maneira – PNOS, abolindo, na prática, o uso de uma fórmula para cálculo do Limite de

Tolerância. Em outras palavras, não mais se recomenda o uso da referida equação na sua

forma atual, mesmo que atualizada, pois são considerados na sua composição limites de

exposição dotados de diferentes conceitos, conforme já comentado, não mais coexistindo o

conceito de TLV-TWA para poeiras respiráveis o que, na prática invalida o seu uso.

Ressalte-se, finalmente, que este breve estudo teórico pretende apenas chamar a atenção da

comunidade acadêmica e daqueles que se dedicam à segurança e saúde de nossos

trabalhadores para a necessidade urgente do aprofundamento dos estudos sobre este tema e

para a validação de novos limites de referência que contribuam com a atualização da nossa

legislação, modernizando-a, de modo a propiciar uma proteção mais adequada aos

trabalhadores, através da adoção de parâmetros mais severos e alinhados com aqueles

adotados pela comunidade internacional, a respeito do assunto, quais sejam o TLV-TWA para

sílica livre cristalizada e o sugerido limite de exposição às PNOS para poeiras minerais

respiráveis, corrigidos para a jornada de trabalho em vigência em nosso país, ou a adoção de

parâmetros mais severos que estes.

117

6 CONTROLE DO RISCO

No âmbito da higiene ocupacional e considerando os resultados encontrados, os quais

confirmam a condição insalubre da atividade estudada e que a maioria dos trabalhadores

observados encontra-se definitivamente exposta à sílica livre cristalizada e envolvidos em

atividades consideradas pesadas, e ainda, que a geração de poeiras é um problema de ordem

ambiental, é patente que medidas técnicas e administrativas devam ser adotadas para o

controle da exposição aos riscos ambientais de trabalho nas minas a céu aberto.

Para a adoção de medidas, coletivas ou individuais, é farta a existência de orientação em

manuais e livros de diversos autores, os quais orientam a adoção de processos a úmido, a

ventilação ou exaustão, no que se refere às medidas de controle da exposição às poeiras

geradas durante os processos de mineração e beneficiamento. No entanto, para a sua adoção,

com a abrangência sobre todos os riscos decorrentes da atividade, exige-se compromisso e

comprometimento com a saúde e a segurança dos trabalhadores, a um nível que se traduz na

citação “As relações entre proprietário ou operador da mina e a força de trabalho devem

basear-se na consulta regular, no consenso e na justiça”, referida no Manual de Segurança e

Saúde em Minas de Superfície de Pequeno Porte (OIT, 2003). Em outras palavras, as medidas

de controle dos riscos ambientais, como medidas preventivas às doenças e acidentes do

trabalho, não podem situar-se no campo da informalidade, devendo revestir-se formal e

respeitosamente, para que alcancem os seus objetivos.

6.1 Medidas técnicas para redução da exposição às poeiras minerais

Preventivamente, e com base nestes princípios, para o controle da geração de poeiras minerais

e a sua liberação no ambiente devem ser adotadas prioritariamente medidas técnicas de

proteção, concomitantemente às de caráter administrativo, e que possuam objetivos

predominantemente coletivos, quais sejam:

• Pelo uso de técnicas de perfuração a úmido, onde possível:

O uso de água de boa qualidade na umidificação dos processos de perfuração,

transporte e movimentação é fundamental para que não haja exposição a

contaminantes adicionais ao processo. Os dispositivos usados para aspersão de água

118

sobre os transportadores devem ser projetados para disponibilizar o líquido em

quantidade suficiente para a inibição da emanação de poeiras e de modo adequado

para que não gere lama aderente aos equipamentos e sem gerar despedícios. Aspergir

água nas vias de acesso onde trafegam veículos sobre pneus é igualmente

fundamental, como medida de proteção coletiva aos trabalhadores e ao ambiente.

• Com o uso de equipamentos dotados de sistemas de coleta da poeira (Equipamento de

Proteção Coletiva – EPC):

Na empresa estudada, as carretas de perfuração, conforme foi possível visualizar a

partir da Figura 17 à página 82, não são dotadas de quaisquer dispositivos de controle

da poeira gerada na atividade, seja por umidificação ou coleta e enclausuramento. Em

uma breve pesquisa no mercado brasileiro de equipamentos e acessórios para

perfuração em minas a céu aberto foi possível encontrar acessórios que podem ser

instalados mesmo em equipamentos mais antigos, como os que são mostrados nas

Figuras 33 a 36, dependendo apenas de pequenos ajustes. Estão disponíveis também

equipamentos mais sofisticados que funcionam operados por apenas um trabalhador.

Nestes equipamentos o operador trabalha enclausurado e protegido em cabines

climatizadas, cujos exemplos estão reproduzidos nas Figuras 39 e 40, que se seguem

ao final deste tópico, e se constituem em opções de investimentos também para a

melhora ambiental, sob o aspecto da geração de poeiras, além do principal objetivo de

evitar a exposição do trabalhador.

Figura 33 – Carreta de perfuração com dispositivo de coleta de poeira, acoplado. Fonte: WOLF (2010)

119

A opção pela instalação de acessórios, como os das Figuras 34 e 36, é uma alternativa

que certamente apresenta um menor custo do que a aquisição de uma carreta completa,

provavelmente inviável para uma pequena empresa de mineração, mas que permite, de

acordo com informações obtidas do site do fabricante, uma redução entre 80 e 90% da

emanação de poeira no ar ambiente o que, a confirmar-se, constitui-se em um grande

avanço para a melhoria da qualidade do ar. Nestes dispositivos a poeira gerada nas

operações de perfuração é sugada e armazenada em recipiente apropriado, dotado de

sistemas de filtração, para posterior descarte no ambiente de forma correta.

Figura 34 – Acessório para coleta de poeira.

Figura 35 – Bocal com controle regulável de coleta de pó.

Fonte: WOLF (2010)

Para as operações de perfuração secundária, dispõe-se igualmente de acessórios que

oferecem efeito similar quanto ao controle do risco, como mostrado na Figura 36, na

120

qual um dispositivo de coleta de poeira é acoplado ao equipamento de perfuração

pneumática (martelete), como acessório de proteção coletiva, haja vista a grande

geração de poeira que se dispersa no ambiente, também nesta atividade.

Figura 36 – Acessório de coleta de poeira acoplado ao martelete.

Fonte: AIRSERVICE (2010)

• Pelo uso da pulverização constante com água, nos pontos de extração que assim o

permitirem, nos dispositivos de transporte como as esteiras ou nas operações de

britagem; no exemplo da Figura 37, a aplicação de água na esteira de transporte é

capaz de reduzir significativamente a dispersão de poeiras a partir destes pontos.

Figura 37 – Dispositivo de umidificação sobre transportador de esteira.

Alternativamente, na indisponibilidade de água em abundância, sugere-se a aplicação

de supressores químicos de poeira dissolvidos na água para aspersão, os quais

121

possuem a propriedade de formação de um filme polimérico que contribui para a

estabilização dos particulados mais finos, por aglutinação, evitando a sua dispersão no

ambiente (VERTI ECOTECNOLOGIAS, 2009).

• Através da renovação e uso de máquinas dotadas de dispositivos de isolamento do

risco:

Na Figura 38, vê-se a reprodução de uma carreta de perfuração a diesel, dotada de

acessórios de segurança, como a plataforma lateral para movimentação do

equipamento, dispositivos automáticos de lubrificação e troca de hastes e coletores de

poeira.

Figura 38 – Carreta alimentada a óleo diesel dotada de acessórios.

Fonte: WOLF (2010).

Considerando-se a capacidade da empresa de mineração quanto à viabilidade de

investimentos maiores, existem equipamentos, como o da Figura 39, dotados de cabine

de operação com climatização, isolamento acústico e dispositivos redutores das

vibrações, de onde um único operador realiza todas as operações de perfuração,

lubrificação e troca de hastes, permitindo seu deslocamento e trabalho com conforto e

segurança; este tipo de equipamento ainda conta com dispositivos de coleta e

deposição dos resíduos particulados de modo que a sua disponibilização no meio

ambiente seja realizada com a segurança de que a poeira não permaneça dispersa no

ar.

122

Figura 39 – Carreta cabinada para perfuração de rochas a céu aberto.

Figura 40 – Carretas cabinadas em operação em uma mina a céu aberto.

Fonte: WOLF (2010)

• Através do fornecimento de Equipamentos de Proteção Respiratória – EPR, adequados

ao risco

O fornecimento de Equipamentos de Proteção Respiratória, longe de ser uma medida

isolada, de obrigação do empregador, deve ser considerado como imprescindível na

atividade, ou seja, um programa de fornecimento destes dispositivos deve ser

considerado como complementar na adoção de medidas coletivas, não devendo ser

considerado isoladamente nem tampouco dispensável caso se consiga reduzir ao

mínimo as emanações de poeiras pela adoção de quaisquer medidas de ordem coletiva.

123

Deve-se reconhecer a impossibilidade total de eliminação do risco de exposição às

poeiras minerais, um risco inerente à atividade, e assim procedendo considerar a

proteção coletiva e a individual como interdependentes.

Em razão dos fatores de risco encontrados, as máscaras semifaciais PFF1 fornecidas

aos trabalhadores sob risco atendem as normas atuais com base na legislação

brasileira, que preconiza esta classe de máscara para proteção até 10 vezes o Limite de

Tolerância. No entanto, face ao que se aceita como tolerável, nacional e

internacionalmente, foram detectadas nas avaliações quantitativas de poeira e sílica,

níveis de exposição que excedem em mais de 10 (dez) vezes os Limites de Tolerância

da NR – 15, para as duas primeiras amostragens, M1 e M2, as mais críticas,

quantitativamente. Para estes postos de trabalho sugere-se uma investigação maior que

revele o real nível de exposição o qual, a confirmar-se o nível encontrado nesta

pesquisa, deverá ser protegido por máscaras purificadoras com adutor motorizado de

ar e filtros dotados de maior eficiência.

Aliado a este fato, não se conhece a distribuição das dimensões das partículas de

poeiras geradas nas etapas do processo, de forma que é possível admitir uma provável

geração de grandes concentrações de partículas com dimensões inferiores a 2 microns

o que sugere a escolha de um Equipamento de Proteção Respiratória – EPR de maior

eficiência e proteção, da classe P3, conforme indicado na Tabela 3 do Programa de

Proteção Respiratória da Fundacentro, reproduzido no Anexo D.

As máscaras respiratórias PFF3, da Classe P3, possuem eficiência de filtração de 97%,

contra 80% da PFF1 e 94% da PFF2 (ABNT – NBR 13.698, 1996 apud 3M, 2010).

São dispositivos de proteção descartáveis, de uso individual, cujas recomendações de

manutenção referem-se aos cuidados pela forma em que devem ser guardados,

protegidos da poeira, e com a ressalva de que não devem ser limpos para reuso,

principalmente pelo emprego de ar comprimido, sob pena do rompimento das fibras

filtrantes.

Portanto, para fins de proteção respiratória mais eficiente em minerações a céu aberto

e pedreiras, indicam-se as máscaras PFF2 e PFF3, em substituição às do tipo PFF1.

124

Em reforço e tomando-se como referência o que sugere o CDC – NIOSH Pocket

Guide to Chemical Hazards, para exposições ocupacionais à sílica livre cristalizada de

até 0,5mg/m3, expresso como poeira respirável, indica-se o uso de máscaras tipo N95,

com APF (Assigned protection factor) igual a 10 (NIOSH, 2005). Esta máscara é

equivalente à máscara PFF2, cujo modelo encontra-se reproduzido na Figura 41, e

mais uma vez confirma-se a inadequação das máscaras do tipo PFF1, pela inexistência

de indicação similar naquele guia norte-americano. O indicador APF representa o

nível de proteção respiratória que se espera que o respirador ofereça ao trabalhador e

é, conceitualmente, similar ao Fator de Proteção Atribuído – FPA, conforme Programa

de Proteção Respiratória da Fundacentro.

Figura 41 - Respirador PFF-2 para Poeiras, névoas e fumos.

Fonte: 3M (2010)

Esta sugestão segue, portanto, o que se definiu no programa Nacional de Erradicação

da Silicose, no Manual de Referência para Marmorarias – Recomendações de

Segurança e Saúde no Trabalho da Fundacentro, que inclui a PFF2 como adequada à

proteção do trabalhador exposto a poeiras finamente divididas (FUNDACENTRO,

2008).

Em adendo, além do fornecimento do EPR como ação que deve fazer parte de um

Programa de Proteção Respiratória, exige-se a realização de treinamentos admissionais

e periódicos, a cada 12 meses no mínimo, objetivando a informação acerca do risco,

da escolha, do uso, da manutenção e da guarda dos respiradores, prevendo inclusive

ensaios de vedação que permitam a escolha do EPI adequado ao tamanho da face do

trabalhador e que propicie conforto e proteção.

125

6.2 Medidas administrativas para redução da exposição às poeiras minerais

A adoção de medidas gerenciais é tão ou mais importante do que as medidas de ordem

técnica, que delas se originam. Pertence ao eixo das decisões políticas da empresa e reflete

diretamente sobre seus resultados e no comportamento de seus colaboradores e, assim sendo,

deve resultar da evolução de um processo de mudanças coordenadas e alinhadas com o

pensamento da prevenção, como base da sua sustentação. É com este foco que sugere-se a

adoção de práticas voltadas para:

• A orientação e treinamento constantes, envolvendo o reconhecimento e a

conscientização acerca do risco e sobre as vantagens do uso de medidas de caráter

coletivo de proteção, não deixando de considerar a eficiência de medidas individuais

obrigatórias, como o uso correto de adequados equipamentos de proteção, em

particular os de proteção respiratória.

Justificando esta preocupação, a imagem da Figura 41, tomada no momento em que se

fazia a amostragem de poeira com um dos trabalhadores, demonstra o uso incorreto da

máscara de proteção por parte do usuário, que inverte a sua posição, não utilizando a

haste metálica de ajuste da máscara sobre o nariz, fazendo com que não haja a correta

vedação e permitindo uma grande área livre de aspiração do ar, abaixo do queixo, bem

como nas laterais do nariz.

Figura 42 – Uso incorreto da máscara de proteção respiratória.

Cabe aqui, em função da gravidade do risco encontrado no ambiente industrial da pedreira e

da mineração, reforçar a necessidade da implantação de um programa eficiente de proteção

126

respiratória, pautado e obedecendo a Instrução Normativa nº 1, de abril de 1994, do Ministério

do Trabalho e Emprego, que estabelece um Regulamento Técnico para a escolha, uso e

manutenção de Equipamentos de Proteção respiratória – EPR, cujas etapas de elaboração estão

contempladas no Programa de Proteção Respiratória, Seleção e Uso de Respiradores da

Fundacentro (FUNDACENTRO, 2002), basicamente no que se refere ao treinamento e

conscientização do trabalhador quanto ao uso obrigatório dos protetores e da sua correta

utilização.

Estas medidas devem estar incluídas e registradas para acompanhamento no PGR, inclusive

estabelecendo e fixando as orientações quanto às regras preconizadas para a escolha correta

destes dispositivos de proteção, em função do grau encontrado de exposição ao risco e

conforme os fatores de proteção fixados na referida publicação e reproduzidos no Anexo D,

deste trabalho.

• A restrição da jornada em exposição: adequar a jornada para os limites que a

legislação determina para o máximo permissível de exposição ocupacional, inclusive

com a possibilidade de revezamento das atividades e eliminação de horas extras; neste

aspecto, é importante ter em conta a exposição ao risco aqui estudado, associado aos

demais riscos de cada atividade, principalmente com relação à exposição às radiações

e intempéries que a atividade a céu aberto ocasiona.

• O monitoramento e reconhecimento dos riscos ambientais do trabalho e riscos ao meio

ambiente: envolver empregador e empregados em ações que objetivem a ação

integrada de segurança e meio ambiente no sentido de que exista o controle sobre

fatores de risco que, inclusive, ultrapassem os limites físicos da empresa, atingindo

suas vizinhanças.

• Investimentos na implementação de um Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do

Trabalho – SGSST, integrado aos demais sistemas de gestão de qualidade e meio

ambiente, considerando ainda a implantação da CIPAMIN, em atenção às exigências

das Normas Regulamentadoras NR 22 e NR 5, para auxiliar na implantação efetiva de

um Programa de Gerenciamento dos Riscos.

127

7 CONCLUSÃO

Considerando que tenham sido evidenciados os graves efeitos sobre a saúde humana

decorrentes da exposição prolongada a níveis elevados de sílica livre cristalizada que resultam

no desenvolvimento da silicose ocupacional e doenças associadas como a silico-tuberculose e

o câncer, espera-se que este estudo, realizado qualitativa e quantitativamente em uma pedreira

da Região Metropolitana do Recife, possa despertar a atenção para os muitos e imensos

desafios que se interpõem entre as características peculiares da atividade de mineração a céu

aberto e da fabricação de agregados e o bem estar dos trabalhadores nela envolvidos e da

comunidade, haja vista a incontestável confirmação da insalubridade das atividades nela

desenvolvidas.

Muitos destes desafios, dispostos constantemente ao alcance de nossas mãos, podem ser

facilmente transpostos pela organização empresarial, pois dependem quase que apenas da

conscientização dos envolvidos na condução do processo industrial, não requerendo grandes

investimentos ou mudanças para a sua realização, mas apenas do exercício do poder de

decisão no estabelecimento de uma política assim orientada, que tenha metas e objetivos

claramente definidos. Como exemplo de uma, entre as várias medidas importantes e

necessárias, a adequação da jornada de trabalho se faz justificar pela redução da carga de

trabalho, pesado como mostrado, e principalmente por significar uma real redução da

exposição aos muitos fatores de riscos a que se expõem os trabalhadores das pedreiras. Ainda

sob o aspecto da jornada de trabalho, urge que se estabeleçam rotinas compreendendo as

paradas para repouso, em atendimento ao que determina a legislação.

Outros desafios, de maior monta, igualmente relacionados ao reconhecimento da empresa

sobre os riscos e suas consequências, dependem de maiores investimentos, seja em máquinas

e equipamentos, seja em pessoas, pelo seu treinamento constante e em sua integração no

processo industrial, com exigências no âmbito educacional. Em outras palavras, a organização

deve avaliar e proceder à implantação de procedimentos formais que permitam e estimulem a

participação e a transformação dos trabalhadores em agentes da mudança comportamental,

pelo seu envolvimento na construção dos princípios da empresa relativos à segurança de

todos. Para tal, deve estabelecer vínculos visíveis e claros entre trabalhadores e a

administração, com este propósito, de modo que se identifiquem como parte importante no

ambiente laboral, protegendo-o e desfrutando dos resultados do trabalho mais limpo e seguro.

128

Para o sucesso desta empreitada sugere-se neste trabalho a implantação de um Sistema de

Gestão em Segurança e Saúde no Trabalho – SGSST, integrado aos demais sistemas de

gerenciamento da empresa, como qualidade e ambiente.

Sob o ponto de vista da adequação e desenvolvimento tecnológico da atividade desenvolvida

nas pedreiras, a confirmação da exposição a níveis elevados de poeiras minerais contendo

concentrações perigosas de sílica livre cristalizada deve ser referência para a busca de

tecnologias que permitam a exploração industrial sob melhores condições neste segmento

industrial, haja vista a inevitável e constante geração de poeiras. Neste sentido, não apenas

novos equipamentos de perfuração dotados de dispositivos de controle da geração de poeiras

devem estar em foco. Sugerem-se estudos para o desenvolvimento, por exemplo, de

equipamentos de aspersão de água que aliem eficiência na contenção da poeira e economia,

haja vista as crescentes dificuldades na sua obtenção em quantidade e qualidade adequadas.

A partir da constatação da gravidade do risco deduz-se também que, lamentavelmente, a

adoção imprescindível de medidas administrativas associadas às medidas técnicas que

envolvam a coleta da poeira ou o seu seqüestro, mediante umidificação de algumas etapas do

processo, não são suficientes para inibir totalmente a geração destes aerodispersóides e,

portanto, não irão mudar a característica insalubre da atividade.

À frente desta realidade, deve-se inferir que não se pode deixar de empreender estes esforços

os quais, certamente, contribuirão para a redução da exposição dos trabalhadores, fato

possível, e na preservação de seus sistemas respiratórios, particularmente pelo

desenvolvimento de um programa consistente de proteção respiratória nos moldes da

legislação atual para a orientação na escolha dos melhores equipamentos de proteção

respiratória.

Neste esforço, fabricantes de equipamentos, universidades e empresas de mineração devem

aliar-se na busca por mais eficiência na proteção e prevenção contra o risco de exposição às

poeiras minerais, mesmo que os custos iniciais deste desenvolvimento tecnológico pareça-lhes

alto. Ao contrário, certamente serão infinitamente baixos frente aos ganhos ambientais e na

qualidade e preservação da vida daqueles que colaboram, com seu trabalho e dedicação, na

manutenção da atividade de extração e beneficiamento mineral.

129

Na esfera legal, é urgente que se promovam mudanças na legislação brasileira, que a

modernizem e tornem mais rápida e eficaz, assumindo parâmetros modernos e mais severos

para o controle dos riscos, em uso internacionalmente. Assumindo que os limites de tolerância

constituem-se em referências para as quais se admite que, para exposições abaixo deles, a

maioria dos trabalhadores esteja protegida, não significa a garantia de proteção a todos,

afirmativa pautada no conceito das suscetibilidades individuais e diferentes reações ao mesmo

agente agressor; em outras palavras, significa afirmar a possibilidade de que pessoas expostas

a níveis legalmente aceitáveis de sílica livre cristalizada podem, eventualmente, desenvolver a

doença e suas complicações. Espera-se, portanto, que se configure como mais um alerta aos

estudiosos e legisladores acerca da atual defasagem quanto aos Limites de Tolerância

atualmente válidos, e que possa contribuir para a revisão dos diplomas legais de modo a

fortalecer e reforçar o alcance do Programa Nacional para a Erradicação da Silicose – PNES.

Espera-se, portanto, que governos e empresas do setor reconheçam a relevância do problema

na mesma medida em que se reconhece a importância econômica desta atividade industrial no

desenvolvimento do país.

Finalmente, face à constatação da necessidade da empresa na validação de um Programa de

Gerenciamento de Riscos, como uma ferramenta essencial de controle das ameaças inerentes

à atividade, espera-se que seja igualmente uma referência para que empresas do segmento

possam efetivamente fazer com que o PGR adquira características de um programa dedicado à

evolução constante e não apenas um registro pontual e documental e que seja focado no

controle de todos os riscos identificados e presentes nesta atividade industrial.

Fazer com que o PGR seja parte essencial de um sistema maior de gerenciamento global,

onde saúde e segurança constituam-se na base de sustentação de um programa de

responsabilidade social, ambiental e de qualidade total, envolvendo a todos na busca pela

eficiência em seus objetivos, é o grande objetivo que se sugere que seja perseguido.

130

8 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Em virtude das características peculiares a esta atividade, abre-se, neste segmento industrial,

um vasto campo de estudos para avaliação de uma série de fatores de riscos ambientais e seus

efeitos isolados ou dos efeitos resultantes da sua associação, que podem ser avaliados além

dos riscos decorrentes da exposição à poeira mineral, objeto deste estudo.

Em complemento à avaliação dos níveis de exposição às poeiras minerais, sugere-se uma

análise das poeiras geradas nas diversas atividades com o objetivo de delinear a distribuição

das dimensões dos aerodispersóides gerados nas diferentes operações, como subsídio para

uma correta escolha dos EPR.

Dispositivos de controle da geração de poeiras, na origem, e equipamentos mais eficientes e

econômicos para aspersão de água são também oportunidades de pesquisa que se apresentam,

incluindo-se a avaliação de substâncias químicas supressoras de poeiras.

Sabe-se que os gases e vapores decorrentes da detonação dos explosivos no desmonte das

bancadas igualmente se configuram como um risco ocupacional. O fato da atividade se

desenvolver a céu aberto pode conduzir à aceitação de uma avaliação qualitativa de baixa

exposição, devido também à sua intermitência, no entanto a exposição existe e não se deve

esquecer os perigos da própria atividade, de lidar com materiais explosivos, como justificativa

para estudos.

Em paralelo, praticamente todas as operações expõem os trabalhadores a níveis elevados de

ruído, o que torna igualmente o ambiente insalubre, e rico em oportunidades de estudos sobre

a influência das pressões sonoras sobre a saúde auditiva e sobre o rendimento do trabalhador,

sob o aspecto do stress emocional e, consequentemente, sobre a produtividade da empresa.

Considere-se também o estudo desta exposição associada aos demais riscos e seus efeitos

sinérgicos.

Acidentes por projeção de objetos e riscos pelo trabalho em alturas, igualmente são

perceptíveis nas atividades diárias usuais e de manutenção dos equipamentos e constituem-se

igualmente em um campo de observação e estudos.

131

No campo da ergonomia, as vibrações dos equipamentos portáteis de perfuração são

diretamente transmitidas aos trabalhadores, certamente expostos a lesões e distúrbios

principalmente nas articulações dos braços, dedos e mãos. Isto para mencionar os efeitos

diretos e isolados. Cabe, porém, avaliar igualmente os efeitos associados da vibração dos

equipamentos usados na atividade com a adição da vibração resultante das pressões sonoras

por eles emitidas e, inclusive, a influência destes efeitos associados sobre a capacidade do

sistema respiratório em expulsar os contaminantes particulados inalados, através dos

mecanismos naturais de que somos dotados e já mencionados.

Ainda, em se tratando de atividade a céu aberto, e considerando-se as peculiaridades

climáticas da região Nordeste, como intensidade e direção dos ventos, umidade e altas

temperaturas durante a maior parte do ano, torna-se importante também a avaliação das

atividades laborais sob o ponto de vista do conforto e da sobrecarga térmica fisiológica

despendida nas tarefas envolvidas na mineração e britagem. Sabe-se que, pelo esforço físico

acentuado, ocorrem alterações das freqüências cardíaca e respiratória. Mediante tais

alterações, aumentam significativamente as demandas volumétricas de ar respirado, em razão

da maior necessidade de oxigênio, o que pode contribuir para o agravamento da exposição, na

medida em que maiores quantidades de ar contaminado atingem os pulmões.

Finalmente, também em função da situação geográfica, com grande incidência de radiação

solar durante a maior parte do ano, surge igualmente a importância de uma avaliação desta

exposição, haja vista que a atividade ocorre a céu aberto, sem a existência de abrigos e

paradas regulares para repouso desta exposição, cabendo aqui uma reflexão sobre a

necessidade em se reduzir as jornadas de trabalho sob exposição constante à radiação solar.

132

9 REFERÊNCIAS

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138

APENDICE A

Avaliação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho:

Itens de acordo com: CO NC NA Observações/Recome

ndações

Norma Regulamentadora NR 22:

22.3 Das responsabilidades da empresa :

22.3.3 A empresa está sob a supervisão técnica de profissional habilitado?

X

22.3.4.a

A empresa interrompe quaisquer atividades que representem situações de grave e iminente risco para os trabalhadores?

X

22.3.4.b

A empresa garante a paralisação das tarefas sob situação de grave e iminente risco, apontado pelo trabalhador?

X

22.3.4.c

A empresa fornece às empresas contratadas, informações relativas aos riscos potenciais nas áreas em que realizarão suas atividades?

X Sem registros

22.3.5 A empresa coordena a implementação de medidas de segurança para as empresas contratadas para atuar a seu serviço?

X

22.3.6 A Empresa possui um PCMSO-Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, de acordo com a Norma Regulamentadora – NR7?

X

A Empresa possui um PGR-Programa de Gerenciamento de Riscos, instalado e em funcionamento?

X Existe PGR como

documento

22.3.7 a

O PGR da empresa relaciona os riscos químicos, físicos e biológicos?

X

b O PGR contempla os aspectos relacionados a atmosferas explosivas?

X

c O PGR considera os riscos relacionados às atmosferas deficientes em oxigênio?

X

d O PGR contempla aspectos relacionados a sistemas de ventilação?

X

e O PGR inclui ações voltadas à proteção respiratória, de acordo com a Instrução Normativa n. 1, de 11.04.94, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho?

X

f O PGR inclui instruções e orientações voltadas para a investigação e análise dos acidentes de trabalho?

X

g O PGR inclui aspectos referentes a ergonomia e organização do trabalho?

X

h O PGR contempla medidas de proteção e prevenção contra os riscos de trabalhos em altura, em profundidade e espaços confinados?

X

i O PGR inclui medidas preventivas contra os riscos decorrentes da utilização de energia elétrica, máquinas, equipamentos, veículos e trabalhos manuais?

X

j O PGR contempla a indicação e uso de equipamentos de proteção individual de uso obrigatório observando no mínimo os preceitos contidos na Norma Regulamentadora – NR6?

X

139

l O PGR da empresa inclui medidas de prevenção de acidentes relacionadas à estabilidade dos maciços?

X

M O PGR da empresa inclui ações para planos de emergência?

X

N O PGR inclui medidas relacionadas à proteção contra riscos introduzidos por modificações ou pelo uso de novas tecnologias?

X

22.3.7.1 a

O PGR da empresa inclui claramente etapas para antecipação e identificação dos fatores de riscos considerando ass informações do Mapa de Riscos?

X

B O PGR possui uma etapa de avaliação dos fatores de risco e da exposição dos trabalhadores?

X

C O PGR inclui o estabelecimento de prioridades, metas e um cronograma?

X

D O PGR prevê o acompanhamento das medidas de controle implementadas?

X

E O PGR inclui o monitoramento da exposição aos fatores de risco?

X

F O PGR faz o registro dos dados e os mantêm por vinte anos?

X

G O PGR é objeto de avaliações periódicas por parte da empresa?

X Sem registros

22.3.7.1.1

O PGR tem suas alterações e complementações apresentadas e discutidas na CIPAMIN, para acompanhamento das medidas de controle?

X Idem anterior; não

há CIPAMIN

A empresa adota medidas de controle com base no nível de ação estabelecido pela NR 9?

X Sem registros

22.3.7.1.2

A empresa desenvolve ações preventivas com o objetivo de minimizar a probabilidade de ultrapassar os limites de tolerância previstos na NR 15- Atividades e Operações Insalubres, para agentes químicos e Físicos, adotando os níveis de ação, conforme definidos na NR9- PPRA- Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais?

X medidas informais ;

pagamento de

percentuais de

insalubridade em

função de ruído;

percentuais de 10 a

40%

22.6 Da organização dos locais de trabalho:

22.6.1a Os locais de trabalho foram concebidos de forma a eliminar ou reduzir ao máximo os riscos a que os trabalhadores se expõem no exercício de suas atividades?

X Sinalização

deficiente; sem

mapa de riscos

22.6.1b Os postos de trabalho são projetados e instalados segundo princípios ergonômicos?

X

22.6.2 As áreas operacionais da mineração estão identificadas, com o nome da empresa e possuem acessos e estradas sinalizadas?

X

22.6.3b Nas atividades de carregamento de explosivos, detonação e retirada de fogos falhados a empresa determina que sejam realizadas por equipes de, no mínimo, dois trabalhadores?

X

22.6.3.1

A empresa estabeleceu norma interna de segurança e controle de atividades onde se poderá trabalhar desacompanhado?

X Sem registro

140

22.7 Da circulação e transporte de pessoas e materiais:

22.7.1 A empresa possui um plano de transito com regras estabelecidas para a circulação de equipamentos e veículos?

X Sinalização

deficiente

22.7.2 Os equipamentos de transportes de pessoas e materiais dispõem de dispositivos de bloqueio que impeçam o seu acionamento por pessoas não autorizadas?

X

22.7.3 O equipamentos de transporte sobre pneus, de pessoas e materiais, possuem faróis, luz e sinal sonoro de ré, acoplado ao cambio de marchas e buzina e sinais de indicação de mudança do sentido de deslocamentos e espelhos retrovisores?

X

22.7.4 A velocidade e a capacidade máxima destes veículos estão afixadas em placas e em locais visíveis?

X

22.7.6 a

As áreas de circulação, inclusive sobre as bancadas, possuem sinalização de segurança de modo a prevenir acidentes, com a demarcação de seus limites?

X Sinalização

deficiente

22.7.6 b

A largura mínima das vias de transito, de mão única, correspondem ao dobro da largura do maior veículo em circulação e em caso de mão dupla, ao triplo desta largura?

X

22.7.6 c

Nas vias de circulação onde existe risco de queda dos veículos existem leiras de proteção, com altura equivalente à metade do diâmetro do maior pneu que por ela trafegue?

X

22.7.6.1

Quando há impossibilidade de observar a exigência do item 22.7.6 b , a empresa adota procedimentos e sinalização adicionais para garantir a segurança do transito?

X

22.7.7 Os veículos de pequeno porte trafegam portando bandeira de sinalização e com as luzes acesas, inclusive durante o dia, para facilitar a sua visualização?

X Apenas luzes acesas

22.7.7.1

Existe sinalização luminosa para condições adversas de iluminação e à noite?

X

22.7.8 As vias de circulação de veículos são regularmente umidificadas de forma a minimizar a geração de poeiras?

X Não regular

22.7.12 O transporte conjunto de pessoas e materiais é realizado apenas quando os materiais, ferramentas,equipamentos, matérias-primas etc estão acondicionados em compartimentos adequados de forma a oferecer segurança aos trabalhadores?

X

22.7.13 O transporte de pessoas em máquinas ou equipamentos somente é realizado quando estes forem projetados para tal fim e por profissionais habilitados?

X

22.8 Dos transportadores contínuos:

22.8.3 Ao longo dos trajetos dos transportadores contínuos existem dispositivos de desligamento, nos locais onde possa haver acesso rotineiro dos trabalhadores?

X

141

22.8.3.1 a

Os transportadores contínuos possuem dispositivos de desligamento automático quando forem alcançados os limites de segurança quanto à ruptura das correias?

X

22.8.3.1 b

Os transportadores contínuos possuem dispositivos de desligamento automático quando houver risco de escorregamento anormal das correias em relação aos tambores?

X

22.8.3.1 c

Os transportadores são desligados automaticamente quando ocorre desalinhamento anormal das correias?

X

22.8.3.1 d

Os transportadores contínuos possuem dispositivos de desligamento automático em caso de sobrecarga?

X

22.8.5 Nos locais de transito, existem dispositivos de proteção instalados sob as esteiras transportadoras destinados a evitar a queda de materiais?

X

22.8.6 O acionamento dos transportadores contínuos é precedido, no mínimo por vinte segundos, por sinalização sonora?

X

22.8.7 Os transportadores cuja altura seja maior que 2 metros, possuem passarelas para manutenção dotadas de guarda corpo e rodapé de proteção?

X

22.8.7.1

Os transportadores que não possuem passarelas de inspeção possuem outros sistemas seguros que permitam a inspeção e manutenção?

X

22.8.8 Todos os pontos de transmissão de força ou desvios são protegidos por grades de segurança ou outros dispositivos que impeçam o contato acidental?

X

22.9 Das superfícies de trabalho

22.9.2 A empresa proíbe o uso de máquinas e equipamentos como plataforma de trabalho que não tenham sido para este fim projetados?

X

22.9.3 As passarelas suspensas e seus acessos possuem guarda corpo e rodapé com 20 cm de altura e tem sua estabilidade e condições de uso garantidas?

X

22.9.3.1

Os pisos das passarelas são antiderrapantes, resistentes e mantidos em condições adequadas de segurança?

X

22.9.4 As passarelas possuem largura mínima de 0,60 metros, quando destinadas ao acesso eventual, ou de 0,80 metros para aquelas de uso constante?

X

22.9.5 As passarelas com inclinação superior a 15º(quinze graus) e altura superior a 2,0 metros possuem rodapés com 20 centimetros de altura e guarda-corpo com tela, a 40 cm de alatura do rodapé ou outro dispositivo que impeça a queda de pessoas?

X

22.9.6 O trabalho sobre pilhas de minério desmontado é feito sob condições de segurança de acordo com normas específicas elaboradas e aplicadas pela empresa de mineração?

X

142

22.9.8 O trabalho em superfícies inclinadas e acima de 2,0 metros de altura é realizado somente com o uso obrigatório de cinto de segurança, corretamente afixado?

X

22.10 Das escadas:

22.10.2 a

Para os acessos aos locais de trabalho, com inclinação maior que 20°, a empresa adotou escadas fixas e corretamente afixadas?

X

22.10.2 b

Estas escadas possuem lances e degraus uniformes?

X

22.10.2 c

Possuem espelhos entre os degraus com altura entre 18 e 20 centímetros?

X

22.10.2 d

Possuem distancia entre planos ou lances inferiores a 3,6 metros?

X

22.10.2 e

São providas de guarda corpo resistente com altura entre 0,9 metros e 1,0 metro?

X

22.11 Das máquinas, equipamentos e instalações:

22.11.1 Todas as máquinas, equipamentos, instalações auxiliares e elétricas são projetadas, montadas, operadas e mantidas em conformidade com as normas tecnicas vigentes e as instruções dos fabricantes e as melhorias desenvolvidas por profissional habilitado?

X

22.11.2 a

As máquinas e equipamentos possuem dispositivos de acionamento e parada instalados de modo que sejam acionados pelo trabalhador na sua posição de trabalho?

X

22.11.2 b

As máquinas e equipamentos possuem dispositivos de acionamento e parada localizados fora da zona perigosa das máquinas de modo a não acarretar riscos adicionais?

X

22.11.2 c

As maquinas e equipamentos possuem dispositi-vos de emergência que possam ser acionados por outra pessoa que não seja o operador da máquina ou equipamento?

X

22.11.2 d

As máquinas e equipamentos possuem dispositivos de acionamento ou parada que não possam ser acionados involuntariamente pelo operador ou qualquer outra forma acidental?

X

22.11.3 A empresa possui maquinas e equipamentos de acionamento automáticos que possam ser facilmente desativados?

X

22.11.4 As máquinas e equipamentos de acionamento automático possuem sistemas sonoros de advertência para o reinicio de operação?

X

22.11.5 As maquinas e veículos de grande porte possuem indicadores sonoros de mudança do sentido de deslocamento?

X

22.11.6 As máquinas que operam em áreas onde existe a possibilidade de projeção ou queda de materiais sólidos possuem proteção adequada para os trabalhadores?

X

22.11.6.1

As máquinas e equipamentos possuem proteção para o trabalhador, contra exposição ao Sol e chuva?

X

22.11.8 Nas operações de inicio de furos com marteletes pneumáticos existem dispositivos adequados para fixação das hastes, sem o uso das mãos?

X

143

22.11.9 As máquinas e equipamentos que ofereçam riscos de tombamento, de ruptura de suas partes ou de projeção de materiais, peças ou partes destas, possuem dispositivos de proteção ao operador?

X

22.11.10

A empresa mantem todas as partes móveis das máquinas e equipamentos com sistemas de proteção aos trabalhadores?

X

22.11.12

A manutenção e o abastecimento de máquinas e veículos é feito por pessoa treinada, quanto às técnicas e uso de dispositivos de segurança?

X

22.11.15 a

As mangueiras e conexões de alimentação de equipamentos pneumáticos possuem sistemas eficientes de fixação e ficam afastadas das vias de circulação?

X

22.11.15 b

As mangueiras e conexões de alimentação de equipamentos pneumáticos possuem sistemas de contenção e proteção contra acidentes?

X

22.11.19 a

A operação de máquinas e equipamentos pesados é feita apenas com sinalização e isolamento da sua área de atuação, com acesso permitido apenas pelo operador?

X Sem sinalização

22.11.19.1 a

As máquinas e equipamentos pesados possuem indicações claras da sua capacidade máxima e em lugar visível?

X

22.11.19.1 b

As máquinas e equipamentos pesados possuem cadeiras confortáveis e fixas de forma que seja reduzida a transmissão de vibração?

X

22.14 Da estabilidade dos maciços:

22.14.1 Existem registros topográficos das áreas de mineração para estudos de estabilidade das bancadas, que considerem as suas condições geotécnicas e geomecanicas, realizados por profissional habilitado?

X

22.14.2 c

A empresa adota procedimentos técnicos, de forma a controlar a estabilidade dos maciços, através de critérios de engenharia, incluindo ações para monitorar e controlar as bancadas e taludes das minas a céu aberto?

X

22.14.2 d

Usa os mesmos procedimentos para verificar o impacto sobre a estabilidade de áreas anteriormente lavradas?

X

22.14.2 e

Usa estes procedimentos e ações para verificar a presença de fatores condicionantes de instabilidade dos maciços, em especial, água, gases, rochas alteradas, falhas e fraturas?

X

22.14.4 Existem procedimentos escritos que determinem a paralisação das atividades quando as condições geotécnicas indicarem a instabilidade dos maciços?

X

22.14.5 A deposição de material próximo à crista da bancada do estacionamento das máquinas obedece a uma distancia mínima de segurança , definida em função da estabilidade e da altura da bancada?

X

144

22.17 Da proteção contra poeira mineral

22.17.1 A empresa realiza monitoramento periódico da exposição dos trabalhadores à poeira mineral com o objetivo de avaliar as medidas de controle adotadas?

X Valor único no PGR

Sem relatório de

análises ou métodos

22.17.2 Quando ultrapassados os limites de tolerância à exposição a poeiras minerais, a empresa adota medidas técnicas e administrativas que reduzam, eliminem ou neutralizem seus efeitos sobre a saúde dos trabalhadores e considera os níveis de ação desta norma?

X

22.17.3 Existe água disponível, e em condições de uso, para ser usada com o propósito de controlar a geração de poeira nos postos de trabalho, onde rocha ou minério estiver sendo perfurado, cortado, detonado, carregado, descarregado ou transportado?

X

22.17.3.1

As operações de perfuração da rocha são realizadas por processos umidificados?

X

22.17.3.2

Na impossibilidade da umidificação são adotados dispositivos de coleta da poeira gerada na perfuração de modo a impedir a sua dispersão no ambiente?

X

22.17.4 Os equipamentos geradores de poeira, com exposição dos trabalhadores, utilizam dispositivos para sua eliminação ou redução e são mantidos em condições operacionais de uso?

X

22.17.5 As superfícies de máquinas, instalações e pisos dos locais de trânsito de pessoas e equipamentos, são mantidos periodicamente umidificados ou limpos, de forma a impedir a dispersão de poeira no ambiente de trabalho?

X Baixa periodicidade

22.17.6 Os locais de trabalho enclausurados ou isolados possuem sistemas que mantenham as condições de conforto, de acordo com a Norma regulamentadora – NR 17, especialmente com relação aos itens que possibilitem trabalhar com o sistema hermeticamente fechado?

X Apenas em uma das

casas de controle

operacional dos

britadores

22.20 Das instalações elétricas

22.20.1 Nos trabalhos em instalações elétricas a empresa designa que seja realizado por profissional habilitado?

X

22.20.2 As instalações e serviços de eletricidade permitem a adequada distribuição de energia e isolamento com proteção contra fugas de corrente, curto-circuitos, choques elétricos e outros riscos decorrentes do seu uso?

X

22.20.32

As instalações são protegidas contra descargas atmosféricas , com sistema de proteção adequadamente dimensionado e aterrado?

X

22.21 Das operações com explosivos e acessórios:

22.21.2 O plano de fogo da mina é executado por profissional habilitado?

X

22.21.3 a

No plano de fogo estão corretamente previstos e registrados a disposição e profundidade dos furos?

X

22.21.3 b

No plano de fogo estão previstos os tipos de explosivos usados bem como a sua quantidade?

X

145

22.21.5 Em caso da manutenção de deposito local de explosivos, a sua construção e localização atendem às exigências de regulamentação do Ministério da Defesa?

X

22.21.23 a

O desmonte da rocha é precedido por sinais sonoros de alerta?

X

22.21.23 b

As áreas de risco são evacuadas e devidamente vigiadas?

X

22.21.23 c

Os horários de fogo são previamente definidos e divulgados em placas visíveis na entrada de acesso às áreas de mineração?

X

22.21.23 d

A mina dispõe de abrigos para uso eventua daqueles que efetuam a detonação?

X

22.21.23 e

A empresa segue as normas técnicas vigentes e as instruções do fabricante dos explosivos usados na detonação das bancadas?

X

22.21.26

No carregamento dos furos com materiais explosivos está normatizado que os socadores só possam ser constituídos de madeira, plástico ou cobre?

X

22.21.34

A empresa proíbe a detonação em condições de baixo nível de iluminamento ou sob condições de descargas atmosféricas?

X

22.21.36 a

As condições para retorno ao local do desmonte, após detonação, estão previstas no plano de fogo atendendo ao tempo mínimo para dissipação das poeiras?

X

22.21.36 b

Está previsto que o retorno ao local do desmonte, após detonação, seja feito apenas após confirmação das condições de estabilidade da área?

X

22.21.36 c

Está igualmente previsto que o retorno apenas se dará após marcação e eliminação dos fogos falhados?

X

22.27.7 b

A empresa estabelece a obrigatoriedade do uso de lanternas individuais para o deslocamento noturno na área de operação de lavra, basculamento e carregamento?

X

22.32 Das operações de emergência

22.32.1 a

A empresa elaborou, implementou e mantêm atualizado um plano de emergência incluindo a identificação de seus riscos maiores?

X Sem registro

22.32.1 b

A empresa elaborou, implementou e mantêm atualizado um plano de emergência incluindo normas de procedimentos para operações em caso de :

Sem registro para

todos os itens a

seguir, de I a VII

I Incêndio X

II Inundações X

III Explosões X

IV Desabamentos X

VI Acidentes maiores X

VII Outras situações de emergência em função das características da mina, dos produtos e dos insumos utilizados

X

146

22.32.1 c

A empresa elaborou, implementou e mantêm atualizado um plano de emergência incluindo a localização de equipamentos e materiais necessários para as operações de emergência e prestação dos primeiros socorros?

X Sem registro

22.32.1 d

A empresa incluiu a descrição e a composição de uma brigada de emergência para atuar nestas situações?

X

22.32.1 e

O plano inclui o treinamento periódico da brigada de emergência?

X

22.32.1 f

O plano de emergência prevê a simulação periódica de situações de emergência com a mobilização dos funcionários envolvidos em prováveis eventos?

X

22.32.1 g

A empresa elaborou, implementou e mantêm atualizado um plano de emergência incluindo a definição das áreas de refúgio e para prestação dos primeiros socorros?

X

22.32.1 h

O plano de emergência possui a definição de um sistema de comunicação e sinalização de emergência abrangendo o ambiente interno e externo?

X

22.32.1 i

Existe articulação da empresa com os órgãos de defesa civil da localidade em que está instalada?

X

22.35 Da informação, qualificação e treinamento:

22.35.1 A empresa proporciona treinamentos aos trabalhadores com o objetivo da preservação da sua saúde e segurança levando em consideração o grau de risco e a natureza das operações?

X Sem registro nas

fichas funcionais

22.35.1.1 a

A empresa realiza treinamento introdutório com reconhecimento do local de trabalho?

X

22.35.1.1 b

A empresa realiza treinamento específico nas funções?

X

22.35.1.1 c

A empresa possui procedimentos para orientação em serviço?

X

22.35.1.2

A empresa procede aos treinamentos introdutórios, com duração mínima de 8 horas por dia durante um mínimo de 3 dias?

X

22.35.1.3

Os treinamentos específicos nas funções tem duração mínima de 40 horas, inclusive na mudança de função?

X

22.35.1.3.1

A empresa proporciona treinamento específico, inclusive reciclagens, aos trabalhadores que executem as funções de:

a Abatimento de blocos instáveis? X

b Tratamento dos maciços? X

c Manuseio de explosivos e acessórios? X

d Perfuração manual? X

e Carregamento e transporte de material? X

h Inspeções gerais das frentes de trabalho? X

j Outras atividades de risco especificadas no PGR?

X

147

22.36 Da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração-CIPAMIN

22.36.1 A empresa possui CIPAMIN, regularmente instalada e em funcionamento?

X

22.36.3 A CIPAMIN tem composição proporcional conforme o quadro III, desta NR?

X

22.36.8 A empresa proporciona os meios necessários para o correto desempenho da CIPAMIN

X

22.37 Das disposições gerais

22.37.2 A empresa mantém instalações sanitárias próximas aos locais e frentes de trabalho?

X

22.37.3 As condições de higiene e conforto nos locais de trabalho atendem às exigências da NR24- Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.

X

Atende parcialmente

22.37.4 È fornecida água potável, abundante e em condições de higiene, a todos os postos de trabalho?

X

22.37.6

.1

Os acidentes e doenças profissionais são analisados segundo metodologias que permitam identificar suas principais causas e indicam as medidas de controle?

X

148

APENDICE B – Avaliação do SGSST de acordo com o PPR da Fundacentro

Itens de acordo com: CO NC NA Observações/comentários

Manual de Proteção Respiratória – FUNDACENTRO

A empresa possui um PPR (Programa de Proteção Respiratória) regularmente instalado e em funcionamento, de acordo com o MANUAL DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA, da FUNDACENTRO?

X

Existem procedimentos formalmente escritos no PPR?

X

Os procedimentos escritos fazem referencia específica ao reconhecimento do risco ocupacional, sílica livre cristalizada?

X Anotações no PGR

Existe registro, no PPR, das técnicas e metodologias de amostragem e medição da concentração de poeiras contendo sílica livre cristalizada?

X Anotações no PGR não

indicam metodologias

Existe registro formal dos equipamentos usados nas medições?

X Indicados no PGR

Os equipamentos de medição possuem certificados de calibração?

X Anotações no PGR

O PPR da empresa adota os Limites de Tolerância para sílica livre cristalizada, conforme o Anexo 12, da Norma Regulamentadora Nº15, do Ministério do Trabalho e emprego?

X PGR

Os procedimentos escritos fazem referencia aos treinamentos e à conscientização do empregado, quanto aos riscos ocupacionais associados à sua atividade?

X

Os procedimentos escritos ainda fazem referência aos critérios de avaliação usados na escolha dos Equipamentos de Proteção Respiratória-EPR, em acordo com o MANUAL DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA da FUNDACENTRO?

X

Os procedimentos escritos fazem referencia aos treinamentos quanto ao correto uso, manuseio, manutenção e reciclagem dos EPR-Equipamentos de Proteção Respiratória?

X

O PPR preconiza claramente a necessidade de ensaios de vedação, nos casos em que máscaras faciais completas sejam indicadas?

X

Os procedimentos referem-se às restrições ao uso de barba e bigode ou outros fatores que possam afetar a eficiência da vedação do EPR?

X

Existem procedimentos escritos quanto à inspeção e manutenção dos respiradores?

X

149

Existem registros formais que façam exigências quanto à freqüência das avaliações médicas dos empregados expostos ao risco de exposição continuada a poeiras minerais?

X

Existem procedimentos escritos que definam claramente os critérios de avaliação do Programa de Proteção Respiratória?

X

A administração e monitoramento do PPR da empresa é responsabilidade de uma única pessoa, que possua conhecimentos suficientes sobre proteção respiratória?

X

Existem recursos financeiros especialmente alocados para treinamentos, reciclagens, testes e aquisição dos EPR?

X

150

APÊNDICE C

Avaliação do Sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho:

Item de acordo com: CO NC NA Recomendações/comentários

Diretrizes da OIT sobre Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

Política de segurança e saúde no trabalho

A empresa, mediante consulta aos trabalhadores, estabeleceu e registrou uma política de SST específica à organização com o conhecimento de todos os interessados?

X

A política de SST está pautada na proteção da segurança e saúde de todos os membros da organização através da prevenção de lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho?

X

A política de SST contempla o cumprimento dos requisitos da legislação nacional em vigor, dos programas voluntários, dos acordos coletivos em SST e de outros requisitos pela empresa estabelecidos?

X

A política de SST prevê a garantia de que os trabalhadores e seus representantes sejam consultados e encorajados a participar ativamente em todos os elementos do sistema de gestão da SST?

X INFORMALMENTE

A política de SST prevê a melhoria contínua do desempenho do sistema de gestão da SST?

X

Participação dos trabalhadores

A empresa assegura que os trabalhadores e seus representantes de segurança e saúde sejam consultados, informados e capacitados em todos os aspectos de SST associados ao seu trabalho, incluindo as medidas relativas a situações de emergência?

X

A empresa adota medidas para que os trabalhadores e seus representantes, em matéria de SST, disponham de tempo e recursos para participarem ativamente dos processos de organização, planejamento e implementação, avaliação e ação para melhorias do sistema de gestão da SST?

X

A empresa assegurou o estabelecimento e o funcionamento eficiente de um comitê de segurança e saúde e o reconhecimento dos representantes dos trabalhadores em matéria de SST, em conformidade com a legislação e a prática nacionais?

X

151

Responsabilidade e obrigação de prestar contas

A administração da empresa definiu o responsável, com a obrigação de prestar contas e autoridade para o desenvolvimento, e a implementação e operação do sistema de gestão da SST , inclusive a sua avaliação e comunicação dos resultados e alcance de objetivos pertinentes e promovendo a participação de todos os membros da organização?

X

A empresa definiu e comunicou aos membros da organização a responsabilidade, a obrigação de prestar contas e a autoridade das pessoas encarregadas de identificar, avaliar ou controlar fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à SST?

X

A empresa possui procedimentos que proporcionem a supervisão efetiva, segundo as necessidades, para assegurar a proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores?

X

A empresa estabeleceu procedimentos que promovam a cooperação e a comunicação entre os membros da organização, que inclui os trabalhadores e seus representantes, para implementar os elementos do sistema de gestão da SST da organização?

X

A empresa implementou procedimentos que satisfaçam aos princípios do sistema de gestão da SST contidos nas diretrizes nacionais, nos sistemas específicos ou nos programas voluntários aos quais a organização tenha subscrito, conforme o caso?

X

Os procedimentos adotados contemplam uma política clara em matéria de SST, inclusive com objetivos mensuráveis?

X

A empresa estabeleceu procedimentos efetivos para identificar e eliminar ou controlar fatores de risco (ou perigos) e riscos relacionados ao trabalho e que promovam a saúde no trabalho?

X Parcialmente

A empresa estabeleceu programas de prevenção e promoção da saúde?

X

A empresa assegura a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos trabalhadores e de seus representantes no cumprimento das políticas de SST?

X

A empresa disponibiliza os recursos adequados para assegurar que as pessoas responsáveis pela SST, incluindo o comitê de segurança e saúde, possam desempenhar satisfatoriamente suas funções?

X

A empresa assegura a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos trabalhadores e de seus representantes nos comitês de SST, caso existam?

X

152

Competência e capacitação

Os procedimentos existentes definem os requisitos de competência necessários em SST que devem ser mantidos para assegurar que todas as pessoas sejam competentes para desincumbir-se de seus deveres e responsabilidades relativos aos aspectos de SST?

X

A empresa mantém programas de capacitação que envolvam todos os membros e são conduzidos por pessoa ou empresa terceirizada competente em SST?

X

Os procedimentos contemplam a capacitação inicial eficaz e oportuna e a sua atualização em intervalos apropriados e inclui a avaliação da compreensão e da retenção da capacitação adquirida pelos participantes?

X

Os programas de capacitação são analisados periodicamente com a participação do comitê de segurança e saúde, caso exista, e permitem alterações e ajustes, quando necessário, para garantir sua pertinência e eficácia?

X

Os procedimentos relativos ao desenvolvimento, implementação e operação do SGSST estão devidamente registrados e acessíveis a todos os interessados?

X

Documentação do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho

A empresa mantém documentação atualizada sobre o sistema de gestão da SST que compreenda a política e os objetivos da organização em matéria de SST?

X

A empresa mantém registro das funções administrativas e de suas responsabilidades fundamentais para a implementação do sistema de gestão de SST?

X

A empresa mantém registros a cerca dos fatores de risco (ou perigos) e riscos significativos para a SST resultantes das atividades da organização, bem como das medidas adotadas para preveni-los e controlá-los?

X

A documentação do sistema de gestão da SST está claramente escrita e apresentada de tal modo que seja compreendida pelos usuários ?

X

Os procedimentos incluem a análise regular dos documentos relativos à SST, permitindo alterações quando necessárias e são de fácil acesso a todas as partes interessadas da empresa?

X

Os registros de SST estabelecidos são gerenciados e mantidos no local de origem, de acordo com as necessidades da organização, e são identificáveis, rastreáveis e são conservados por tempo especificado?

X Atende parcialmente

Os procedimentos contemplam o direito dos trabalhadores de consultar os registros relativos ao seu ambiente de trabalho e à sua saúde, respeitando a necessidade de confidencialidade?

X

153

Os documentos de SST compreendem os registros resultantes da implementação do sistema de gestão da SST?

X

Os documentos compreendem registros relativos a lesões, degradações da saúde, doenças e incidentes relacionados ao trabalho na atividade da empresa?

X

Os documentos do SGSST compreendem registros exigidos pela legislação nacional em matéria de SST?

X

Os documentos mantém registros relativos à exposições dos trabalhadores, à vigilância do ambiente de trabalho e da saúde dos trabalhadores e os resultados do monitoramento ?

X

Comunicação

Existem procedimentos registrados que determinem o recebimento, a documentação e respostas adequadas às comunicações internas e externas relativas à SST?

X

Existem procedimentos que assegurem a comunicação interna da informação sobre SST entre os níveis e as funções relevantes da empresa?

X

Existem procedimentos que assegurem o recebimento das preocupações, das idéias e das contribuições dos trabalhadores e de seus representantes para as questões de SST e que sejam consideradas e respondidas?

X

Planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema

O planejamento do SGSST prevê, no mínimo, a conformidade com a legislação nacional em matéria de SST e a sua implementação prevê um processo de melhoria contínua do desempenho em SST?

X Atende parcialmente

O planejamento prevê a contribuição para a proteção da segurança e saúde no trabalho e inclui uma definição clara da hierarquização por ordem de prioridade e quantificação, quando pertinente, dos objetivos da empresa em matéria de SST?

X

Os procedimentos definem a preparação de um plano de ação para alcançar cada objetivo, no qual se estejam definidas as responsabilidades e os critérios claros de desempenho, indicando-se o que deve ser feito, quem deve fazê-lo e quando?

X

Os procedimentos contemplam a seleção de critérios de medição para confirmar que os objetivos tenham sido alcançados?

X

A empresa provê os recursos adequados, incluindo recursos financeiros e apoio técnico, segundo as necessidades?

X

154

Prevenção de fatores de risco (perigos)

Os procedimentos incluem a análise dos fatores de risco (perigos) e riscos relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores e a sua identificação e avaliação contínua?

X

Os procedimentos priorizam a eliminação, o controle e a redução do fator de risco(perigo) e do risco, através da adoção de medidas de controle de engenharia ou administrativas?

X Informalmente

Na impossibilidade da eliminação total dos fatores de riscos(perigos) e dos riscos os procedimentos determinam a adoção de medidas de proteção individual através do fornecimento gratuito de equipamento de proteção individual apropriado, incluindo vestuário, e a adoção de medidas que assegurem o uso e a manutenção desses equipamentos?

X

A empresa possui procedimentos que contemplem a adoção de medidas de prevenção, preparação e atendimento a situações de emergência ?

X

Monitoramento e medição do desempenho

A empresa possui procedimentos para monitorar, medir e registrar regularmente o desempenho em SST, designando os responsáveis pela prestação de contas e pelo monitoramento nos diferentes níveis da estrutura administrativa?

X

Os procedimentos para seleção de indicadores do desempenho são feitos de acordo com o porte e a natureza da atividade da empresa e os objetivos de SST?

X

Os procedimentos para o monitoramento e a medição do desempenho asseguram que se determine em que extensão a política e os objetivos de SST estão sendo implementados e os riscos, controlados?

X

Investigação de lesões, doenças e incidentes relacionados ao trabalho e seus impactos no desempenho da segurança e saúde

Os procedimentos registrados para a investigação da origem e das causas básicas das lesões, das degradações da saúde, de doenças e dos incidentes estão preparados de modo a permitir a identificação de qualquer deficiência do sistema de gestão da SST?

X

Os procedimentos determinam que as investigações devem ser conduzidas apenas por pessoas competentes, com a participação apropriada dos trabalhadores e de seus representantes?

X

Os resultados de tais investigações são comunicados ao comitê de segurança e saúde para que sejam feitas recomendações para ações corretivas?.

X

Existem procedimentos que determinem a informação dos resultados de investigações às pessoas da direção da empresa para que sejam considerados nas atividades de melhoria contínua?

X

155

Os procedimentos do SGSST determinam que as ações corretivas resultantes de tais investigações sejam implementadas com a finalidade de evitar que se repitam casos de lesões, degradações da saúde, doenças ou incidentes relacionados ao trabalho?

X

São considerados os relatórios elaborados por organismos de investigação externos, tais como os serviços de inspeção de trabalho e as instituições de seguro social, observando-se o caráter confidencial dos mesmos?

X

Auditoria

Existem procedimentos escritos que determinem auditorias periódicas do SGSST, destinadas a determinar se seus elementos protegem de forma eficaz a saúde e a segurança do trabalhador e se previnem incidentes, em consonância com os itens anteriores?

X

Os procedimentos de auditoria determinam a verificação do SGSST para determinar se seus elementos são suficientemente eficazes para satisfazer à política e aos objetivos de SST da empresa?

X

Existem procedimentos de auditoria escritos para determinar se o SGSST promove a plena participação dos trabalhadores?

X

Os procedimentos de auditoria permitem determinar o alcance da empresa relativo à conformidade com a legislação nacional?

X

Existem procedimentos para avaliar as respostas ao desempenho de SST e inclusive de auditorias anteriores?

X

Existem procedimentos que permitam avaliar o alcance das metas de melhoria contínua e de melhores práticas de SST?

X

Ações para melhorias(preventiva e corretiva)

Existem procedimentos que permitam identificar e analisar as causas básicas de quaisquer não-conformidades com relação às normas de SST em vigor e/ou disposições relativas aos sistemas de gestão da SST?

X

Existem procedimentos específicos para introduzir, planejar, implementar, verificar a eficácia e documentar ações preventivas e corretivas, incluindo as mudanças no próprio sistema de gestão da SST, visando a melhoria contínua?

X

156

APÊNDICE D

Formulário de entrevista com o empregador

Identificação da Empresa: ROCK LTDA

CNAE: ______08.10-0-99________________

Setor: _______PEDREIRA_____________________________

Número de empregados: __29_______

Avaliação dos Riscos

Riscos Ocupacionais da atividade industrial / Número de empregados expostos

Acidentes __29___empregados

Ruído __26___empregados

Poeiras minerais __26___empregados

Biológicos __0 ___empregados

Radiações __22___empregados

Ergonômicos __26___empregados

Explosivos __4_ __empregados

Tendo identificados os trabalhadores expostos ao risco sílica livre cristalizada, por atividade:

- Quais as jornadas de trabalho? 53 horas semanais para todos

Operador de pá carregadeira __________

Operador de Rok __________

Servente __________

Motorista __________

Britador __________

Marteleteiro __________

Marroeiro __________

Encarregado de Pedreira __________

Quais dos trabalhadores estão:

a- Levemente expostos à poeiras (por 2 horas da jornada diária)?

b- Medianamente expostos à poeiras (por até 4 horas da jornada diária)?

157

c- Definitivamente expostos à poeiras (por 8 horas ou mais da jornada diária)?

Dos trabalhadores expostos ao risco sílica livre cristalizada, quais exercem funções

consideradas como:

L- Trabalho Leve (trabalho sentado, com movimentos moderados de braços e pernas ou

de pé, em máquina ou bancada)?

M- Trabalho Moderado (Trabalho sentado, com movimentos vigorosos de braços e

pernas, em pé com trabalho em máquina ou bancada com movimentos moderados ou

trabalho moderado de levantar ou empurrar pesos)?

P- Trabalho Pesado (trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar pesos ou

trabalho extenuante, inclusive vibrações)?

FUNÇÃO N° DE FUNCIONÁRIOS AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO

(a, b ou c) (L, M ou P)

Operador de pá carregadeira [ 02 ] [ a ] [ M ]

Operador de Rock [ 04 ] [ c ] [ P ]

Servente [ 03 ] [ c ] [ P ]

Motorista [ 04 ] [ c ] [ M ]

Britador [ 02 ] [ c ] [ P ]

Marteleteiro [ 04 ] [ c ] [ P ]

Marroeiro [ 03 ] [ c ] [ P ]

Encarregado de Pedreira [ 02 ] [ c ] [ P ]

Operador Britador [ 02 ] [ a ] [ L ]

Caracterização Legal:

A empresa possui SESMT, funcionando regularmente?

Sim

Não X ( terceirizado)

Qual a composição do SESMT?

Médico do Trabalho ____x______ Horas/dia/semana ___________

158

Engenheiro de Segurança _____x_____ Horas/dia/semana ___________

Enfermeiro do Trabalho _____x_____ Horas/dia/semana ___________

Técnico de Segurança do Trabalho___01_______ Horas/dia/semana: 8 h/semana

A empresa possui um PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional?

Sim X

Não

A empresa possui um PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos ou PPRA-Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais?

Sim X

Não

A empresa possui avaliação da exposição a poeiras minerais?

Sim X

Não

Qual a freqüência das avaliações?

Anual X, na realização de um novo PGR

Semestral

Outros; especificar ________

Quais as medidas que a empresa adota contra o risco poeira mineral?

Medidas Técnicas: umidificação nos pontos de geração; intermitente ou ocasional

durante período de observação

Medidas Administrativas: orientação para posicionamento contrário à direção do

vento para operadores de rock e marteleteiros; fornecimento de EPI

Outros: NA

159

Anexo A – Certificado de calibração 814 – 2009.

160

161

Anexo B- Certificado de calibração 817 – 2009.

162

163

ANEXO C – Método NIOSH 0600

164

165

166

167

168

169

ANEXO D – Método NIOSH 7602

170

171

172

173

174

ANEXO E – Relatório de análises

175

176

ANEXO F – Transcrição da Tabela 3 – Recomendações de EPR para sílica cristalizada, do Programa de Proteção Respiratória, Recomendações, Seleção e uso de Respiradores da Fundacentro TABELA 3 - RECOMENDAÇÕES DE EPR PARA SÍLICA CRISTAL IZADA (Adaptado do Quadro II da Instrução Normativa Nº 1, de 11/4/1994 e terminologia atualizada de acordo com a NBR 12.543 de 1999)

Nível de exposição Equipamento Até 10 vezes o limite de tolerância

Respirador purificador de ar com peça semifacial com filtro P1, P2 ou P3, ou peça semifacial filtrante (PFF1, PFF2 ou PFF3), de acordo com o diâmetro aerodinâmico das particulas(a).

Até 50 vezes o limite de tolerância

Respirador purificador de ar com peça facial inteira com filtro P2 ou P3(a). Respirador purificador motorizado com peça semifacial e filtro P2. Respirador de linha de ar comprimido com fluxo contínuo e peça semifacial. Respirador de linha de ar comprimido de demanda com pressão positiva e peça semifacial.

Até 100 vezes o limite de tolerância

Respirador purificador de ar com peça facial inteira com filtro P2 ou P3(a). Respirador de linha de ar comprimido de demanda sem pressão positiva com peça facial inteira Máscara autônoma de demanda sem pressão positiva com peça facial inteira.

Até 1000 vezes o limite de tolerância

Respirador purificador de ar motorizado com peça facial inteira e filtro P3. Capuz ou capacete motorizado com filtro P3. Respirador de linha de ar comprimido com fluxo contínuo e peça facial inteira. Respirador de linha de ar comprimido de demanda com pressão positiva e peça facial inteira. Máscara autônoma de demanda com pressão positiva e peça facial inteira.

Maior que 1000 vezes o limite de tolerância

Respirador de linha de ar comprimido de demanda com pressão positiva com cilindro auxiliar de fuga e peça facial inteira. Máscara autônoma de demanda com pressão positiva e peça facial inteira

Observação sobre a Tabela 3: (a) Para diâmetro aerodinâmico médio mássico maior ou igual a 2 micra podem-se usar filtros classe P1, P2

ou P3. Para diâmetro menor que 2 micra deve-se usar o de classe P3.