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10 Nome: Sergio Alfredo Macore / 2016 Contacto: +258 846458829 Email: [email protected] CAPITULO I: INTRODUÇÃO 1.1. Introdução A presente monografia é subordinada ao tema: Análise das demonstrações financeiras como instrumento de verificação da situação financeira nas PE’s: Estudo de Caso da Water Sistem Consulting, 2012-2014. Através do tempo, vem sendo comprovado que a sociedade depende de registos contabilísticos e económico-financeiro para obter bons desempenhos quer no campo governamental, empresarial ou mesmo familiar. Hoje esses conceitos são fortes aliados aos

Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

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Autor: Helldriver Rapper aka Sergio Alfredo Macore

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Nome: Sergio Alfredo Macore / 2016

Contacto: +258 846458829

Email: [email protected]

CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

A presente monografia é subordinada ao tema: Análise das demonstrações financeiras como

instrumento de verificação da situação financeira nas PE’s: Estudo de Caso da Water Sistem

Consulting, 2012-2014.

Através do tempo, vem sendo comprovado que a sociedade depende de registos

contabilísticos e económico-financeiro para obter bons desempenhos quer no campo

governamental, empresarial ou mesmo familiar. Hoje esses conceitos são fortes aliados aos

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gestores financeiros, fornecendo aos mesmos relatórios que podem ser analisados e a partir

daí diagnosticar a situação financeira da empresa. Assim, a Gestão Financeira é fundamental

para que as empresas sejam bem-sucedidas e sustentáveis buscando a perpetuidade.

Um dos focos principais desse estudo é abordar a análise financeira das demonstrações

financeiras, seu papel dentro de uma empresa. Visto que, a análise por meio de índices

financeiros é ferramenta ideal para se ter o controlo mais adequado para as tomadas de

decisões nas empresas. Através dos indicadores financeiros é possível comparar uma

organização com outras do mesmo segmento e até de segmentos diferentes de mercado,

estabelecendo critérios de avaliação do desempenho entre as empresas. Os indicadores

também podem ser utilizados para comparar o desempenho da empresa.

Contudo, percebe-se que cada empresa tem por definida uma missão a qual é realizada através

do seu posicionamento competitivo no mercado. A estratégia da empresa centra-se

precisamente sobre estes posicionamentos.

Deste modo a estratégia competitiva pretende fazer com o crescimento da empresa seja, pelo

menos semelhante ao do mercado onde se encontra a competir, deste modo à taxa de

crescimento das vendas deve acompanhar ou exceder a taxa de crescimento esperada para o

mercado. Sendo viável o uso de projecção de vendas, a qual é a segunda componente de

análise deste trabalho.

1.2. Objectivos da pesquisa

1.2.1. Geral

Evidenciar a importância da Gestão Financeira nas PE’s, através da análise financeira

das demonstrações financeiras para verificação da situação financeira.

1.2.2. Específicos

Identificar as razões que levam muitas PE’s a não fazerem a análise das

demonstrações financeiras produzidas por elas;

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Descrever a importância que análise das demonstrações financeira desempenha na

verificação da situação financeira das PE’s;

Fazer uma análise financeira das demonstrações financeiras para verificar a situação

financeira da Water Systmes Consulting.

1.3. Justificativa

A escolha do tema em estudo teve como pressupostos importância das informações geradas

pela análise financeira na tomada de decisões e também como elemento de análise do

desempenho financeiro das empresas em determinado período. Justifica-se também por

demonstrar a importância da análise financeira como instrumento que deve ser utilizado para

auxiliar às tomadas de decisões nas PE’s, uma vez que ajudam na verificação da situação da

empresa.

A escolha do tema também baseou-se no conhecimento adquirido durante a assistência das

aulas da cadeira de Gestão Financeira, quando se abordava sobre a Análise das

Demonstrações Financeiras, e também, deriva da grande importância que a análise financeira

tem no processo de tomada de decisão, pois ela é de suma importância para uma empresa que

pretende evoluir, uma vez que através dela obtêm-se informações importantes sobre sua

posição económica e financeira.

1.4. Problema de Pesquisa

No cenário moçambicano, muitas das PE’s não tem feito o uso das análises das

demonstrações financeiras, para que lhes auxiliem no processo de tomada de decisões. Muitos

dos proprietários bem como alguns gestores existentes nas PE’s alegam que fazer uma análise

financeira tem sido muito difícil, e requer muito tempo. E também nota-se que muitos dos

contabilistas que fazem ou elaboram as demonstrações financeiras nas PE’s, não tem feito

adicionalmente a análise financeira, por falta de domínio ou porque é de difícil interpretação

das informações geradas por este instrumento. Diante desses factos, a questão que se levanta é

a seguinte:

Que contributo a análise financeira como instrumento de verificação de desempenho

pode trazer paras as PE’s?

1.5. Hipóteses

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A análise de demonstrativos contabilísticos se caracteriza pela extracção, transformação e

condensação, usando-se diversas técnicas, de uma grande massa de dados em informações

úteis e relevantes ao processo de decisão. A análise das demonstrações financeiras deve ser

entendida dentro de suas possibilidades e limitações. De acordo com Iudícibus (1998), a

análise, por um lado, mais aponta problemas do que indica soluções e, por outro, pode se

transformar num painel de controlo a ser utilizado pela Administração. A análise limitada a

um exercício apenas é pouco reveladora. Assim, é interessante se ter também dados de

Exercícios anteriores.

Segundo a questão levantada, propõe-se as seguintes hipóteses:

Analise financeira como instrumento de verificação de desempenho nas PE’s contribui

para que elas conheçam a sua posição económico-financeira actual, as causas que

determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras.

Analise financeira servem como identificadores que demonstram a potencialidade da

empresa, mostrando qual a liquidez da empresa de dispor de recursos para saldar suas

dívidas, qual o endividamento da empresa com terceiros, qual o retorno sobre os

investimentos.

1.6. Estrutura do Trabalho

O tema é explanado em cinco capítulos: O primeiro é a introdução que apresenta o contexto, a

problematização, os objectivos, as hipóteses e as questões de pesquisa. O capítulo

subsequente tem como título: Revisão da Literatura, nele procura-se definir os conceitos

chaves deste trabalho de modo a que o leitor seja capaz de seguir a discussão, tomando como

base a compreensão dos conceitos segundo o autor.

O terceiro capítulo, faz da metodologia usada para a realização do presente trabalho. Foca o

tipo de pesquisa, as técnicas utilizadas para a recolha de dados, o universo da pesquisa e a

amostra entre outros aspectos relevantes, que visualizam como o trabalho foi elaborado. O

quarto capítulo, aborda sobre a análise e interpretação de dados, através de um estudo de caso

da empresa Water Sistem Cnsulting. Neste capítulo, visualiza-se a compilação dos dados e a

análise dos mesmos para possível ilação de conclusões subjacentes ao tema em abordagem.

Finalmente, no quinto e último capitulo, são apresentadas as conclusões e as recomendações.

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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Introdução

Nesta seção é apresentada a base teórica para fundamentar o estudo e propiciar melhor

compreensão sobre o tema.

2.2. Analise Financeira

2.2.1. Conceito de Analise Financeira

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Analisar significa transformar as demonstrações contabilísticas em partes de forma que

melhor se interprete os seus elementos. Interessa conhecer primordialmente dois aspectos do

património, quais sejam, o económico e o financeiro. A situação económica diz respeito à

aplicação do capital e seu retorno e a situação económica diz como a empresa está em relação

a seus compromissos financeiros. (FRANCO 1992, p. 93).

Conforme entendimento de Silva (2010, p. 6), análise financeira “consiste num exame

minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições

endógenas e exógenas que a afectam financeiramente, com o objectivo de verificar sua

performance económico-financeira.”

Como dados financeiros disponíveis, pode-se incluir demonstrações contabilísticas,

programas de investimentos, projecções de vendas e projecção de fluxo de caixa, por

exemplo. Como condições endógenas, analisa-se estrutura organizacional, capacidade

gerencial e nível tecnológico da empresa. Como condições exógenas, relaciona-se os factores

de ordem política e económica, concorrência e fenómenos naturais, entre outros. Desse modo,

a análise financeira transcende as demonstrações contabilísticas.

As demonstrações contabilísticas são apenas canais de informação sobre a empresa, tendo

como objectivo principal subsidiar a tomada de decisão. Estão implícitos que devemos

trabalhar com informações de boa qualidade para chegarmos a um relatório de análise com o

esmero necessário.

Análise das demonstrações contabilísticas, segundo Iudicibus (2009, p. 20) é: "a arte de saber

extrair relações úteis, para o objectivo económico que tivermos em mente, dos relatórios

contabilísticos tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso".

Para SA (1991, p. 16) "Análise contabilística é um estudo das partes dos demonstrativos para

conhecer-se uma situação ou diversas situações de uma empresa".

A análise das demonstrações contabilística é um processo que objectiva ultrapassar as

fronteiras dos dados e relatórios obtidos pela contabilidade, transformando dados em

informações úteis e de fácil entendimento, que possam facilitar a vida de empresários,

gerentes e demais gestores (MATARAZZO, 2003, p.18).

De acordo com Perez Junior e Begalli (2009, p.57) a “análise das demonstrações financeiras

extrai o máximo possível de informações, através da interpretação dos dados disponibilizados

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pelas demonstrações contabilísticas e financeiras, tratadas em conformidade com as premissas

contabilísticas”. Sua principal finalidade é fornecer informações precisas para os credores e

investidores tomarem decisões.

Para Assaf Neto (2000, p. 35) “a análise de balanços visa relatar, com base nas informações

contabilísticas fornecidas pelas empresas, a posição económico-financeira actual, as causas

que determinaram a evolução apresentada e as tendências futura.”

Em outras palavras, através da análise de balanços extraem-se informações sobre a posição

passada, sobre a posição actual, e fornece subsídios para a projecção da posição futura da

empresa.

Matarazzo (2003, p. 1) afirma que “a Análise de Balanços objectiva extrair informações das

Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões.” As demonstrações financeiras

fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contabilística. A Análise

de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficientes quanto

melhores informações produzir.

A análise das Demonstrações Contabilísticas, portanto, têm por objectivo observar e

confrontar os elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando o conhecimento

minucioso de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar

os factores antecedentes e determinantes da situação actual, e, também, servir de ponto de

partida para delinear o comportamento futuro da empresa.

Conforme Assaf Neto (2000) a principal característica que norteia a análise de balanços é a

comparação. Comparam-se valores obtidos em determinado período com aqueles levantados

em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros afins.

Quando uma conta ou grupo de contas é tratado isoladamente não retrata adequadamente a

importância do valor apresentado e menos ainda seu comportamento ao longo do tempo. A

esse processo de comparação, indispensável ao conhecimento da situação de uma empresa, é

representado pela análise horizontal e análise vertical.

A Análise das Demonstrações Contabilísticas tem como escopo verificar a evolução ou

involução das situações financeira e económica da entidade. Matarazzo (2003, p. 22) afirma

que “a Análise de Balanços objectiva extrair informações das Demonstrações Financeiras para

a tomada de decisões”. As Demonstrações Contabilísticas fornecem uma quantidade de dados

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relativos a empresa e através da Análise de Balanços é possível transformar estes dados em

informações úteis aos usuários.

É importante ressaltar que a análise das demonstrações contabilística, amplamente aceite no

meio académico e empresarial, compreende duas categorias distintas:

A Análise Financeira, que possibilita a interpretação da saúde financeira da empresa,

seu grau de liquidez e capacidade de solvência; e

A Análise Económica, que possibilita a interpretação das variações do património e da

riqueza gerada por sua movimentação.

A análise económica e financeira consiste numa metodologia, ou conjunto de técnicas e

processos previamente determinados que apoiam o gestor no momento de definição de

políticas, acções e metas que compõem o planeamento estratégico da organização.

Tanto a análise financeira quanto a económica, são elaboradas e avaliadas sob vários pontos

de vistas distintos, conforme a necessidade e amplitude de cada usuário.

Conforme Fernandes et al. (2012, p.23) Analise Financeira esta vocacionada para a recolha de

informação de cariz eminentemente económico-financeiro, para o seu tratamento e o seu

estudo, de forma a fornecer dados e informações financeiras que sirvam de base para a

tomada de decisões por parte dos gestores financeiros.

Por conseguinte, a análise visa determinar em que medida são conseguidos os objectivos

gerais e particulares que correspondem ao conjunto das tarefas integrantes da função

financeira. Quando feita internamente, é vista numa perspectiva previsional e voltada para o

controlo de gestão.

2.2.2. Utilizadores da Análise Financeira

O estudo da situação económico-financeiro das empresas interessa a todos os stakeholders das

empresas, dado que todos eles necessitam de informação financeira que seja útil para o apoio

à tomada de decisão. De facto, o diagnóstico financeiro pode ser utilizado tanto a nível interno

como externo, já que informação financeira e a sua interpretação constituem o objecto

essencial de comunicação entre a empresa e o meio envolvente.

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Apresentam-se de seguida, e de forma resumida, alguns dos grupos de stakeholders e suas

respectivas necessidades da informação:

Gestores – necessitam da informação económico-financeira, a fim de puderem tomar

decisões, por exemplo, acerca dos financiamentos e investimentos, bem como as

medidas corretoras da situação financeira ou económica financeira.

Accionistas ou sócios – esta classe de investidores preocupa-se essencialmente com o

risco inerente ao seu investimento, bem como com a realidade que este lhe

proporciona. Precisam, de informação que os ajude a tomar a decisão quanto à

aquisição, manutenção, ou venda de uma determinada participação numa empresa.

Clientes - necessitam da informação capaz de lhes permitir aferir sobre a

probabilidade de continuidade da empresa, essencialmente se fazem importantes

adiantamentos ou estão muito dependentes de uma determinada empresa.

Fornecedores - a perspectiva da análise da empresa é essencialmente de curto prazo,

preocupando-se com a capacidade da empresa pagar as suas dívidas nas respectivas

datas de vencimento.

Credores - para o caso desses intervenientes, como sejam as instituições financeiras e

os obrigacionistas, a informação da empresa permitir-lhes-á analisar a capacidade da

empresa amortizar os empréstimos contraídos, bem como os respectivos juros.

Trabalhadores e sindicatos - estes stakeholders estão particularmente interessados

em analisar a estabilidade financeira, e a rendibilidade da empresa, que se reflectira na

capacidade da empresas pagar as respectivas remunerações, oferecer benefícios e criar

oportunidades de emprego.

Administração fiscal - a informação será útil, por exemplo, por razoes fiscais

(tributação) e para fins de elaboração de estatísticas.

2.2.3. Técnicas de Análise

A Análise das Demonstrações Contabilísticas surgiu por motivos práticos e alguns índices

surgiram e permanecem em uso até hoje. Com o passar dos tempos as técnicas foram

aprimoradas, e, hoje são utilizados modernos conhecimentos de estatística e matemática.

Segundo Matarazzo (2003), merecem especial atenção os estudos sobre o uso de Análise de

Balanços na previsão de insolvências.

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A análise das demonstrações financeira, é feita essencialmente a partir da análise horizontal e

vertical e dos índices.

Conforme Ribeiro (2010) a Análise Vertical e a Análise Horizontal devem ser usadas em

conjunto e servem para complementar as observações efectuadas através da Análise por

Quocientes. Enquanto a Análise por Quocientes apresenta dados que resultam da comparação

entre itens ou grupos da DRE e BP, as Análises Vertical e Horizontal dão mais detalhes,

envolvem todos os itens das demonstrações, e revelam falhas responsáveis pelas situações de

anormalidade.

2.2.3.1. Análise Vertical

Conforme Ribeiro (2010, p. 173): A Análise Vertical, também denominada por alguns

analistas Análise por Coeficientes, é aquela através da qual se compara cada um dos

elementos do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela evidencia a percentagem de

participação de cada elemento no conjunto.

De acordo Gitman (2010) a Análise Vertical tem por objectivo determinar a relevância de

cada uma das contas em relação ao total. No BP toma-se por base o capital total e calcula-se a

participação relativa de cada conta. Na DR o valor base é o valor da Receita Operacional

Líquida.

Na análise do Activo, ela mede como a empresa distribuiu ou usou seus recursos dentro do

Activo. O Total do Activo é a base de cálculo para todas as contas do Activo.

Na análise do Passivo mais Património Liquido, ela mede como a empresa obteve os recursos

que estão ajudando a financiar seus Activos. O Total do Passivo mais Património Liquido é a

base de calculo para todas as contas que representam origens de recursos (que sempre tem o

mesmo total que o Activo).

Na análise da Demonstração de Resultados, ela mede quanto cada custo ou despesa consumiu

das receitas e, no fim, se houve lucros ou prejuízos. A Receita Liquida de Vendas ou Vendas

Liquidas é a base de cálculo para todas as contas da Demonstração de Resultados.

2.2.3.2. Análise Horizontal

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A Análise horizontal para Gitman (2010, p.60) Tem por objectivo demonstrar o crescimento

ou queda ocorrida em itens que constituem as demonstrações contabilísticas em períodos

consecutivos. A análise horizontal compara percentuais ao longo de períodos, ao passo que a

análise vertical compara-os dentro de um período. Esta comparação é feita olhando se

horizontalmente ao longo dos anos nas demonstrações financeiras e nos indicadores. A

Análise Horizontal mostra a evolução de cada conta ao longo de períodos seguidos e permitir

conclusões a respeito da empresa.

2.2.3.3. Rácios Financeiros e Económicos

A análise Económica - financeira a partir do método dos rácios, consiste fundamentalmente

no estabelecimento de uma série de relações entre diferentes rubricas das demonstrações

financeiras. Ao estabelecer a relação entre diferentes rubricas, os rácios fornecem informação

bastante mais expressiva do que a que se obteria considerando essas rubricas em valor

absoluto.

A análise das demonstrações financeiras dedica-se ao cálculo e interpretação dos índices, de

modo a avaliar o desempenho passado e presente das organizações, permitindo que sejam

feitas projecções. A partir da obtenção dos índices, pode-se compara-los com outros que

tenham relevância para a organização (concorrentes, estatísticos, financeiros).

A análise dos rácios permite aos empresários medir quais as fraquezas e as forças económicas

- financeiras existentes no negócio de modo a poderem ser tomadas medidas apropriadas

(PINHO e TAVARES, 2005)

A seguir são apresentados alguns rácios que permitirão a análise das demonstrações

financeiras nas organizações:

2.2.3.3.1. Rácios Financeiros

Índices de Liquidez: Segundo Matarazzo (2003), os índices desse grupo mostram a base da

situação financeira da empresa. São índices que confrontam os Activos Circulantes com as

Dividas, procurando medir quão sólida é a base financeira da empresa.

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Liquidez geral ou Índice de Liquidez corrente - expressa a capacidade da empresa satisfazer

as suas obrigações a curto prazo com os activos circulantes. Um valor superior a 1, significa

que a empresa pode utilizar activos líquidos para pagar as dívidas a curto prazo. Um valor

inferior a 1, significa que a empresa tem dificuldades de tesouraria para o pagamento das

obrigações. A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações

de curto prazo `a medida que vencem. Englobam o relacionamento entre contas do Balanço

Patrimonial; Mostram a capacidade da empresa de honrar seus compromissos, principalmente

os de curto prazo.

Índice de Liquidez Seca: Elimina o risco associado à incerteza da venda de stocks. Ou seja

Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez

da empresa. Confronta o activo circulante com o passivo circulante, porém o activo circulante

não é considerado na sua totalidade. Os stocks são subtraídos. Esta subtracção é uma forma de

eliminar riscos de realização desse activo. Podemos considerá-lo como um índice mais rígido

e até com excesso de conservadorismo, pois os stocks foram avaliados adequadamente.

Solvabilidade total - expressa a capacidade da empresa para satisfazer os compromissos com

terceiros, à medida que se vão vencendo. Um valor superior a 1, significa que o valor do

património é suficiente para cobrir todas as dívidas da empresa. Um valor inferior a 1,

significa que a empresa está impossibilitada de satisfazer todos os seus compromissos com

meios próprios.

Autonomia financeira - expressa a participação do capital próprio no financiamento da

empresa. Um valor inferior a 1/3, significa uma excessiva dependência de capitais alheios.

Um valor maior ou igual a 1/3, representa um bom grau de autonomia financeira.

corrente) (Passivo CP de Dividas

Circulante ActivoGeral Liquidez

corrente) (Passivo CP de Dividas

Stocks-Circulante ActivoSeca Liquidez

Total Passivo

Proprio CapitalTotal adeSolvabilid

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Dependência financeira ou endividamento geral - expressa a participação dos capitais alheios

no financiamento da empresa, ou seja, o nível de endividamento. Rácio de autonomia + Rácio

de dependência = 1

Índice de Cobertura de Juros: mede a capacidade de efectuar os pagamentos de juros

previstos em contrato.

2.2.3.3.2. Rácios Económicos

Na concepção de Gitman (2010), há inúmeras medidas de rentabilidade para uma empresa,

dessa maneira devem-se avaliar os lucros que a mesma obteve em relação as suas vendas,

activos ou investimentos dos proprietários. A empresa deve ter lucro, pois, se não tiver, ela

não atrairá capital externo.

Rendibilidade do capital próprio ou Retorno do Capital Próprio (ROE) - relaciona o lucro

obtido num determinado exercício com o capital próprio da empresa. Permite ao accionista

avaliar a taxa de retorno do capital que investiu, podendo compará-la com outras

remunerações oferecidas no mercado de capitais.

Rendibilidade do activo total ou Retorno do Activo Total (ROA) - relaciona o lucro obtido

num determinado exercício com o activo total da empresa. Mostra o lucro obtido pela

empresa por cada unidade monetária investida, ou seja, a rendibilidade do investimento

realizado.

Liquido Activo

Proprio CapitalFinanceira Autonomia

Total Activo

PassivoFinanceira aDependenci

Juros

Renda de Imposto e Juros de Antes JurosJuros de Cobertura de Indece

Proprio Capital

Liquido Resultadoproprio Capital de adeRendibilid

Liquido Activo

Liquido ResultadoTotal Activo do adeRendibilid

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Rendibilidade das vendas - relaciona o lucro obtido num determinado exercício com o valor

das vendas da empresa. Mostra o lucro obtido pela empresa por cada unidade monetária de

vendas.

Rotação do activo total - relaciona o valor das vendas com o activo total da empresa. Mede o

grau de eficácia na utilização dos activos.

Margem de lucro Bruto- Relaciona o lucro bruto com as vendas líquidas. Evidencia

basicamente o percentual das vendas líquidas que não foi consumido pelos custos de produção

onde aquisição das mercadorias e serviços.

Segundo Hoji (2010, p. 92). “é utilizada para o controle dos custos e avalia a capacidade dos

sectores produtivos das empresas industriais e prestadoras de serviços e de compras e

armazenamento das empresas comerciais”.

Margem de Lucro Operacional - Confronta o lucro operacional com as vendas líquidas. Será

voltada para o controle do volume das despesas operacionais e para medida do desempenho

dos sectores de administração e de vendas.

Margem de Lucro Liquido - Confronta o lucro líquido do período com as vendas líquidas.

Nessa margem, além do resultado financeiro, também são incluídos os resultados não-

operacionais. Indica o quanto restou da receita gerada pela empresa após a dedução de todos

os custos, gastos e despesas incorridos pela empresa. Será a margem de lucro sobre as vendas.

Estabelece o percentual de lucro líquido em cada unidade monetária vendida.

Vendas

Liquido ResultadoVenda das adeRendibilid

Total Activo

VendasTotal Activo do Rotacao

VendasLucrobruto/Vendas

vendidosProdutos dos Custo-Vendasbruto Lucro de Margem

Vendas

loperaciona LucrolOperaciona Lucro de Margem

Vendas

ordinarios saccionista aos disponivel LucroLiquido Lucro de Margem

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Lucro por Acção:

2.2.3.3.3. Rácios de Funcionamento

Prazo médio de pagamento, ou idade média das contas a pagar, é calculado da mesma

maneira que o prazo médio de recebimento.

Prazo médio de recebimentos: Uma forma simples de calcular o tempo médio de

recebimentos (medido em dias ou meses), consiste em dividir o valor que os clientes devem à

empresa num determinado momento pelo valor das vendas anuais. Para obter o rácio em dias

multiplica-se o valor por 365; para obter o valor em meses multiplicamos por 12. A fórmula

deste rácio é a seguinte:

No cálculo deste rácio, normalmente, o saldo de clientes obtido a partir dos dados da

contabilidade, inclui o IVA, enquanto, o valor das vendas é líquido deste imposto. Para

corrigir eventuais distorções no cálculo e análise deste rácio, devemos adicionar o IVA ao

denominador.

2.2.4. Instrumentos Base da Análise Financeira

É tarefa da Análise Económica e Financeira examinar, de forma detalhada, os dados

financeiros relativos a uma determinada empresa.

Os instrumentos base da análise financeira tende a ser essencialmente a informação financeira

divulgadas pelas empresas e de mais organizações, de natureza maioritariamente

contabilística, mas também de natureza extra contabilística, desde que se revele importante

para o objectivo pretendido.

Segundo Ribeiro (2010, p. 40) “Demonstrações Financeiras são relatórios ou quadros técnicos

que contém dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema

Ordinarias Accoes deNr

ordinarios saccionista aos disponivel Lucro(LPA) Accaopor Lucro

pagar/360) a (conpras:pagar a Contas Medias Diarias Compras

pagar a Contaspagamento de Medio Prazo

X365Vendas

ClientesoRecebiment de Medio Prazo

Page 16: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

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contabilístico de uma entidade.” Os registos contabilísticos realizados periodicamente pelas

empresas são a fonte dos dados para o processo de elaboração das Demonstrações

Financeiras.

As demonstrações financeiras de uma empresa apresentam informações que revelam suas

operações por um período de tempo, e quando analisadas permitem detectar quais são os

aspectos fortes e fracos apresentados em suas actividades operacionais e não operacionais,

bem como suas potencialidades, auxiliando assim, a tomada de decisão.

CAPITULO III: METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1. Introdução

Neste capítulo pretende-se destacar alguns aspectos importantes no que concerne a

metodologia usada na recolha dos dados, tal como o método e tipo de pesquisa, técnicas de

recolha de dados, local e período da pesquisa e o tratamento dos respectivos dados.

Lakatos e Marconi (2003, p. 83) destacam a importância dos métodos científicos, e afirmam

que sem os quais, não há ciência. Os autores definem método como “o conjunto das

actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o

objectivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do

cientista.

3.2. Tipo e Natureza de Pesquisa

Richardson et al. (1989, p.44) afirmam que, de forma ampla, pode-se classificar a pesquisa em

dois grandes métodos: o quantitativo e o qualitativo Acrescentam que esses métodos são

diferenciados pela forma de abordagem do problema e que para a escolha do método a ser

aplicado no estudo, o pesquisador deve considerar, principalmente, a natureza do problema e

o nível de aprofundamento a ser dado à pesquisa.

Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, a pesquisa é Quantitativa. Pois ela

considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e

informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas

Page 17: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

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estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação,

análise de regressão, etc.).

Seguindo a tipologia de pesquisa proposta por Gil (2007), esta pesquisa é classificada como

exploratória quanto aos seus objectivos, pois este estudo “ [...] tem como objectivo

proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito [...]”.

A pesquisa exploratória possui um planeamento flexível e, geralmente, é desenvolvida através

da pesquisa bibliográfica, de entrevistas com pessoas que tiveram experiência relacionada ao

problema pesquisado e da análise de exemplos que facilitem a compreensão (GIL, 2007).

Ruiz (2009, p. 116) conceitua método como uma forma de seleccionar técnicas e de avaliar

alternativas para a acção científica. Assinala ainda que enquanto as técnicas aplicadas por um

pesquisador provêm das suas decisões, o modo pelo qual essas decisões são tomadas depende

das suas regras de decisão. Dessa forma, o autor considera que métodos são regras de escolha

e técnicas são as próprias escolhas.

Para Lakatos e Marconi (2003, p. 163), a selecção do instrumental metodológico relaciona-se

directamente relacionado ao problema a ser estudado e a sua escolha depende da natureza dos

fenómenos, o objecto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e demais

elementos que possam surgir ao longo do processo de investigação.

Fundamentando-se no objectivo geral da pesquisa, decidiu-se adoptar, como estratégia

investigativa, o estudo de caso, pois nessa estratégia, segundo Gil (2007, p. 38):

“O pesquisador explora profundamente um programa, um ou mais indivíduos, um evento, uma

actividade ou um processo. Os casos são relacionados pelo tempo e pela actividade, e os

pesquisadores colectam informações detalhadas usando vários procedimentos de colecta de

dados durante um período de tempo prolongado.”

Trivinõs (1987, p. 67), defende que o estudo de caso é caracterizado pela análise profunda e

exaustiva de uma determinada realidade, de forma a possibilitar amplo e detalhado

conhecimento. O autor afirma que esse tipo de estudo talvez seja um dos mais relevantes para

a pesquisa qualitativa.

Page 18: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

27

3.3. Dados da Pesquisa

De acordo com Ruiz (2009:138) “técnica de recolhas de dados corresponde diversos

procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objecto de pesquisa

dentro das diversas etapas, ou seja, a técnica, e a instrumentalização específica da acção”

Para Silva e Menezes (2001, p. 33), a definição do instrumento de colecta de dados dependerá

dos objectivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado.

Trivinõs (1987, p. 45) salienta que, independentemente da técnica de colecta de dados a ser

aplicada na pesquisa, para que os resultados tenham validade científica, eles devem atender às

seguintes condições: coerência, consistência, originalidade e objectivação.

Os dados e informações necessárias para a realização do estudo foram obtidos de fontes

primárias e secundárias. As fontes primárias compreenderam os documentos privados

produzidos pela empresa, especificamente os relatórios de demonstrações financeiras,

emitidos nos anos de 2012, 2013 e 2014. Os relatórios foram obtidos pelo pesquisador junto à

empresa, directamente no departamento de Contabilidade, sem imposição de limites ou

barreiras.

As fontes secundárias consistiram do levantamento bibliográfico realizado para estruturação e

elaboração do referencial teórico que ampara o estudo. Os dados bibliográficos foram

colectados de forma organizada e previamente planeada e são compostos por artigos

científicos publicados em revistas especializadas e periódicos, dissertações, teses,

publicações, livros.

As técnicas utilizadas ao longo de toda a pesquisa foram as análises documentais e de

conteúdo, baseadas nos objectivos propostos no estudo, na fundamentação teórica.

3.4. População e Tamanho da amostra

Para desenvolver o estudo de caso único escolheu-se uma Pequena empresa ligada a abertura

de furos de água, sediada na cidade de Nampula, onde o pesquisador pode obter rápido e fácil

acesso aos dados, visto que dessa forma pode-se chegar a uma maior profundidade nas

questões examinadas.

A amostra pode ser classificada como não probabilística por conveniência, contudo ressalta-se

que o pesquisador, julga que a empresa estudada é representativa no universo das PE’s, uma

Page 19: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

28

vez que, esta encontra-se registada e legalmente constituída e actua no mercado há mais de 10

anos. Neste estudo não houve informante, pois a pesquisa concentrou-se nas análises dos

documentos privados produzidos pela empresa.

3.5. Ferramentas da Análise e Softwares Usados

De referir, que será usado como ferramentas de análise o método dos rácios, pois é um

instrumento de apoio a análise financeira e gestão financeira, que permite quantificar e

explicar os factos da vida de uma empresa, contribuindo para uma análise objectiva da sua

situação económico-financeira num determinado período de tempo. No que concerne a

softwares usados, as previsões serão determinadas a partir das resoluções de cálculos em

planilhas do software Excel.

CAPITULO IV: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1. Introdução

Esta sessão é destinada à análise dos dados obtidos através do estudo de caso da empresa

pesquisada. A pesquisa concentrou-se na análise dos relatórios financeiros da empresa,

emitidos nos anos de 2010, 2011 e 2012.

4.3. Analise Vertical e Horizontal das Demonstrações Financeiras

4.3.1. Analise Vertical do Balanço Patrimonial

Com base a análise vertical feita as demonstrações financeiras da empresa em estudo, neste

caso o balanço patrimonial, foi possível verificar que, em 2012 o activo liquido da empresa

compreendia a 30,34% do activo total sendo porém elevado para 33,59% em 2013 e 46,96%

para 2014 (Vide apêndice B). Em 2013, houve uma redução nas contas de existências e

consequente aumento de contas a receber.

Quanto ao activo permanente, não se pode dizer o mesmo, visto que durante os três anos em

análise, verificou-se uma redução geral. Para 2012, 2013 e 2014, as percentagens constatadas

mostram que activo era de 69,66%, 66,41% e 59,04% respectivamente (Vide Apêndice B). Há

que salientar que este facto é influenciado pelas amortizações feitas nos activos permanentes.

Page 20: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

29

No passivo, notou-se uma ligeira diminuição de 58,82% em 2012 para 46,13% em 2013, o

mesmo também para 34,38% para o ano 2014. Esta redução é gerada pela amortização do

Empréstimo Bancário efectuado anualmente a uma taxa de 18% (Vide Anexo A).

4.3.2. Analise Horizontal do Balanço Patrimonial

Na análise horizontal feita, evidencia-se na estrutura do activo uma redução no ano 2013 para

95,48%, quando comparado com o ano base (ano 2012). Esta redução foi influenciada pela

amortização do activo permanente bem como a redução do activo corrente, nas rubricas

disponibilidades, aplicações financeiras e existências.

Em 2014, houve uma recuperação em 9,76%, passando a ter uma percentagem de 109,76% do

activo total em relação ao ano 2012. Esta situação foi gerada porque registou-se aumento nas

vendas, o que influenciou directamente no activo corrente em destaque na rubrica de

disponibilidades. (Vide apêndice B).

No passivo, verificou-se uma redução para os dois anos seguintes ao ano base, com os

seguintes indicadores, 86,66% e 74,25% para os respectivos anos (2013 e 2014).

3.2.3. Analise Vertical da Demonstração de Resultados

A análise vertical mostra que os custos das mercadorias apresentaram um comportamento

oscilante. Teve uma queda no ano 2013 (34,47%) e aumentou ligeiramente em 2014 para

35,52%. Com isso podemos concluir que as despesas vêm aumentando de acordo a receita.

(Vide Apêndice C).

O mesmo comportamento se verificou quanto as despesas operacionais. Mas para as despesas

financeiras, não houve nenhuma alteração. Importa salientar que o cenário descrito acima, se

repetiu para as demais rubricas. (Vide Apêndice C).

3.2.4. Analise Horizontal da Demonstração de Resultado

A análise horizontal feitas as demonstrações de resultados, mostra que as receitas aumentaram

no período em análise, sendo que em 2013 era de 101,12% que passou para 138,70% no ano

2014, quando comparado ao ano base.

O resultado das vendas impactou positivamente no lucro bruto, visto que em 2013 foi de

103,66% tendo superado em 3,66% em relação ao ano base. (vide apêndice C).

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30

Em 2014, verificou-se uma superação do lucro bruto em 37,88% quanto comparado ao ano

base. Em contrapartida, as despesas apresentaram um comportamento decrescente no ano

2013 e crescente para o ano 2014. (vide apêndice C).

Quanto ao lucro antes de impostos, verificou-se que este sofreu um reflexo directo da

tendência tanto das despesas bem como das receitas, sendo que em 2013 registou-se uma

queda para 90,82%, cenário revertido no ano 2014 para 218,42.

3.3. Analise das Demonstrações Financeiras Através dos Índices Financeiros

3.3.1. Índices de Liquidez

Índice de Liquidez Geral

Representa quanto a empresa possui no Activo Circulante e Realizável a Longo Prazo para

cada 1,00Mt de dívida total. Quanto maior for à liquidez geral, melhor é para a empresa.

Na visão de Hoji (2010) esse índice representa a capacidade que a empresa tem em pagar suas

dívidas a longo prazo. Se o resultado do índice for superior a 1,00Mt significa que ela possui

bens e direitos suficientes para liquidar seus compromissos financeiros. Porém se der menor

do que 1,00Mt, a empresa apresenta problemas financeiros no curto prazo.

Gráfico 1: Indices de Liquidez

Page 22: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

31

Fonte: Elaborado pelo autor

Assim para a empresa em análise apresenta índices de liquidez geral menor que 1,00Mt,

sendo 0,60 para o ano 2012, 0,73 para o ano 2013 e uma marca de 1,37 para o ano 2014, o

que mostra que em termos de capacidade que as empresas têm a pagar suas dívidas a longo

prazo foi insuficiente para os anos 2012 e 2014, isto é, apresentaram problemas financeiros.

Mas, para o ano 2014, mostrou um equilibrou considerável com 0,37 acima do aceitável.

Índice de Liquidez Seca

Representa quanto à empresa possui de Activo Líquido para cada 1,00Mt de Passivo

Circulante (dívidas a curto prazo). Quanto maior for o índice de liquidez seca, melhor é para a

empresa.

Conforme Begalli e Perez Jr. (2009) O Índice da Liquidez Seca é derivado da Liquidez

Corrente e demonstra a capacidade que a empresa tem de pagar suas dívidas a curto prazo,

mesmo que a empresa não consiga vender seus stocks. No caso se o quociente for 2,00Mt de

direitos para cada 1,00Mt de obrigações, significa que, mesmo sem vender seus stocks a

empresa consegue cumprir com suas obrigações de curto prazo.

O resultado encontrado através do Índice de Liquidez Seca indica que a empresas em estudo,

tem a capacidade de cumprirem com as suas obrigações de curto prazo, visto que tem o índice

de liquidez seca maior que 2,00Mt tanto em 2012 como em 2013 e 2014. Dai, conclui-se que

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

8.00

9.00

10.00

2012 2013 2014

LIQUIDEZ CORRENTE 9.13 6.30 8.89

LIQUIDEZ SECA 5.25 4.11 5.96

LIQUIDEZ GERAL 0.60 0.73 1.37

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32

a situação financeira da empresa é boa, isso porque a mesma conseguem cumprir com todos

os seus compromissos financeiros de curto prazo.

3.3.2. Índices de Actividade

Foram constatados alguns aspectos quanto ao prazo médio de recebimento. Em 2012

rondavam em 42,48 dias após a concessão de credito aos seus clientes. Para o ano 2013,

verificou um aumento para 108,52 dias. Este cenário implicou muito na entrada de fluxo de

caixa da empresa. Para o ano 2014, o prazo médio de recebimento que havia disparado em

2013, veio a reduzir para 86,46 dias, o que influenciou na entrada de divisas para a empresa.

Gráfico 2: Indices de Actividade

Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto ao prazo médio de pagamento, é considerável visto que em qualquer empresa para que

possa ter uma boa entrada de caixa, para que possa honrar com os seus compromissos. Assim

sendo, quanto ao prazo médio, embora seja verificado uma oscilação, a empresa encontra-se

com uma boa política, receber cedo e pagar tarde.

3.3.3. Índice de Endividamento e Estrutura do Capital

Os índices de endividamento mostram que a empresa utilizou em 2012 mais capital de

terceiros, do que em 2013 e 2014. Tanto a relerão capital de terceiros/capital próprio, quanto

ao endividamento geral, mostram aumento na utilização e dependência de recursos externos,

no ano 2012, cenário este revertido nos anos 2013 e 2014.

0.00

50.00

100.00

150.00

200.00

250.00

2012 2013 2014

PRAZO MEDIO DE RECEBIMENTO 42.48 108.52 86.46

PRAZO MEDIO DE PAGAMENTO 129.14 205.36 160.39

Page 24: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

33

Gráfico 3: Indices de Endividamento e estrutura do Capital

Fonte: Elaborado pelo autor

Como é sabido, a utilização de capital de terceiros acarreta custos acrescidos para a empresa,

no pagamento ou amortização do capital emprestado. Nestas condições, é melhor usufruir do

capital de terceiros, não acima de 50% do seu capital próprio, para que no momento da falta

de liquidez, os seus activos possam cobrir as obrigações.

Para o imobilizado e recursos permanentes, verificou-se um decrescimento, causado pela

amortização dos activos.,

3.3.4. Índice de Rendibilidade

A margem de contribuição bruta decresceu de 2013 a 2014. Neste ano houve um grande nos

custos das vendas, influenciando negativamente o lucro bruto e, consequentemente a margem

bruta. Devido ao aumento das despesas operacionais, verificou-se uma queda no ano 2013 e

um aumento em 2014 do lucro operacional, o que influenciou muito na margem líquida, que

também teve o mesmo comportamento, conforme é representado no gráfico a seguir:

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

160%

2012 2013 2014

Capital Terceiros/Capital proprio 103% 86% 52%

Endividamento Geral 51% 46% 34%

Imob. e Rec. Permanentes 142% 123% 81%

Page 25: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

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Gráfico 4: Indices de Rendibilidade

Fonte: Elaborado pelo autor

Quanto a rendibilidade do património líquido, verificou-se que para os anos 2012 e 2014,

manteve-se constante num percentual de 6%, sendo para o ano 2014, registado um aumento

para 10%. Em relação ao giro do activo total, registou-se um crescimento na ordem de 27%,

28% e 34% para os seguintes anos 2012, 2013 e 2014 respectivamente. Quanto a

rentabilidade do activo, em relação aos anos em análise, verificou-se que em 2013, registou-se

uma queda, causados pela redução dos activos durante o ano analisado.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2012 2013 2014

Margem Bruta 65% 67% 64%

Margem Operacional 49% 47% 50%

Margem Liquida 12% 11% 19%

Rent. Do Patrim. Liquido 6% 6% 10%

Giro do Activo Total 27% 28% 34%

Rent. Do Activo 10% 9% 13%

RENDIBILIDADE

Page 26: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

35

CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

5.1. Conclusão

Diante de mudanças tão rápidas no macro e microambiente em que as empresas estão

inseridas, os gestores precisam estar atentos e envolvidos na implementação de estratégias que

visam o alcance de objectivos e do crescimento organizacional. E, através da análise das

demonstrações financeiras, uma organização consegue fornecer aos seus gestores informações

técnicas importantes para o processo de tomada de decisões futuras e propor soluções para

melhorar o que não estiver de acordo com as metas financeiras inicialmente estabelecidas,

bem como diagnosticar possíveis pontos a serem melhorados.

Em vista do exposto, pode-se concluir que a análise das demonstrações contabilísticas, pode

ser utilizada como ferramenta de avaliação de desempenho das demonstrações financeiras de

uma empresa permitindo, dessa forma, que se possa avaliar a situação económica, financeira e

patrimonial da entidade, possibilitando dessa maneira, determinar o valor da mesma.

Evidentemente, existem outros modelos de projecção utilizados pelo mercado, que não foram

contemplados neste trabalho.

A análise dos indicadores financeiros de uma entidade pode contribuir com as decisões de

seus múltiplos usuários. Estes, pessoas de natureza física e/ou jurídica, como os acionistas, os

gestores, os fornecedores, os clientes, os credores, os concorrentes e o governo, possuem

necessidades diversas e buscam parâmetros adequados para direcionar suas decisões. Para

isso, as empresas precisam adotar indicadores que permitam interpretar os resultados de forma

objetiva, de maneira a auxiliar na formação de opinião pública, tanto interna como externa à

entidade. Porém, ressaltam que não é mais adequada a utilização de medidas financeiras

tradicionais de mensuração e de avaliação de desempenho, citando, dentre outros exemplos de

restrições mais evidentes, o foco quantitativo e centrado na realidade passada e a tentativa de

projeções do passado para o futuro. Complementam que a probabilidade de insucesso é

elevada e que é necessário o desenvolvimento de novas ferramentas para dar suporte à

medição de desempenho.

Assim, pelas peculiaridades e pela relevância desse setor na economia do país e pela

importância de retratar e verificar o comportamento dos indicadores financeiros desse ramo,

devido à alteração na legislação, o que pode auxiliar seus diversos usuários em suas tomadas

de decisão, esta pesquisa se justifica. Justifica-se ainda, pela necessidade de estabelecer

Page 27: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

36

padrões que permitam fazer análises e comparações entre as empresas, por meio de um

referencial único. Esse setor também foi escolhido pela disponibilidade de informações da

fonte de dados utilizada neste trabalho

Page 28: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

37

5.2. Sugestões

Depois de uma análise dos dados constatou-se que a empresa não tem feito a analise de

demonstracoes financeiras. Dai que, sugere-se a Water Sistem Consulting o seguinte:

Depois de alaborar as demonstracoes financeiras, devem fazer uma analise financeira

para verificar o desempenho da empresa no periodo, o que permitirá comparar com os

exercicios anterios bem como com outras entidades do mesmo ramo.

Sendo um tema não esgotado na sua abordagem, para as futuras pesquisa, sugere-se o

seguinte:

Abordar sobre instrumentos de análise financeira para as Pequenas empresas;

Abordar sobre a relevância da análise financeira nas pequenas e media

empresas.

Page 29: Monografia - Análise Das Demonstrações Financeiras Como Instrumento de Verificação Da Situação Financeira Nas PE’s

38

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