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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO COORDENAÇÃO DO CURSO TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES NATHÁLIA TAISA DOS SANTOS VIEIRA PAMELLA MENDES MARTILIANO CARDOSO APLICABILIDADE DOS MATERIAIS DE PINTURA Da teoria à prática JOÃO PESSOA 2014

Monografia - Aplicabilidade Dos Materiais de Pintura

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Descrição das atividades de pintura segundo a ABNT

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  • INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO CINCIA E TECNOLOGIA DA PARABA

    DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

    COORDENAO DO CURSO TCNICO EM EDIFICAES

    NATHLIA TAISA DOS SANTOS VIEIRA

    PAMELLA MENDES MARTILIANO CARDOSO

    APLICABILIDADE DOS MATERIAIS DE PINTURA

    Da teoria prtica

    JOO PESSOA

    2014

  • NATHLIA TAISA DOS SANTOS VIEIRA

    PAMELLA MENDES MARTILIANO CARDOSO

    APLICABILIDADE DOS MATERIAIS DE PINTURA

    Da teoria prtica

    Monografia apresentada Coordenao do curso de

    Edificaes, do Instituto Federal de Educao

    Cincia e Tecnologia da Paraba IFPB do campus Joo Pessoa como pr-requisito para obteno do diploma de Tcnico em Edificaes.

    Orientadora: Profa. Ma. Roberta Xavier da Costa

    Co-Orientador: Prof. Me. Thiago Alcntara

    Hermnio

    JOO PESSOA

    2014

  • NATHLIA TAISA DOS SANTOS VIEIRA

    PAMELLA MENDES MARTINIANO S. CARDOSO

    APLICABILIDADE DOS MATERIAIS DE PINTURA

    Da teoria prtica

    Monografia apresentada a Coordenao do curso de

    Edificaes, do Instituto Federal de Educao

    Cincia e Tecnologia da Paraba IFPB do campus Joo Pessoa como pr-requisito para obteno do diploma de Tcnico em Edificaes.

    Prof. Ma. Roberta Xavier da Costa

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba Campus Joo Pessoa.

    Prof. Me. Paulo Vidal de Lima

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba Campus Joo Pessoa.

    Prof. Me. Rafael Ponce de Leon

    Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia da Paraba Campus Joo Pessoa.

    Joo Pessoa, maro de 2014.

  • Dedicamos esse trabalho primeiramente ao nosso Maravilhoso Criador, pois sentimos

    sua plena presena apesar dos altos e baixos, erros e acertos existentes no decorrer de todas

    as nossas vidas, por isso estamos confiantes que muitas portas iro se abrir e Ele continuar

    a nos guiar plenamente, nos ajudando a ser bem-sucedidas.

    Dedicamos ainda nosso empenho concretizado, nesse trabalho, aos nossos familiares e

    amigos, que nos ajudaram e nos deram suporte para concluir o mesmo.

  • AGRADECIMENTOS

    Quando pensamos nos agradecimentos no sabamos por onde ou por quem comear,

    so tantas pessoas envolvidas. No entanto, decidimos que a pessoa mais importante dentre todas

    as que nos ajudaram e fortaleceram no decorrer desses quatro anos de esforo nosso Pai

    Celestial, por ser nosso melhor amigo, embora muitas vezes no demonstremos o mesmo amor

    por esse ser to maravilhoso, ao contrrio de ns ele demonstra sua imensa preocupao, nos

    fornece o flego da vida, sabendo que o nico presente perfeito que temos, e ainda seu imenso

    amor, pacincia, poder, consolo, capacitando-nos com liberdade e busca por felicidade.

    Somos muito gratas aos nossos pais Antonio e Alexsandra Vieira, assim como Marilene

    Martiliano e Gilson Mendes, nossos queridos e amados pais nos forneceram tranquilidade em

    perodos turbulentos no decorrer deste curso, eles so nossa base. Nossas mes desempenharam

    mais do que maravilhosamente seus papeis, nos fortaleceram, cuidaram de ns, foram e nossa

    base, pois so as pessoas que temos confiana em sua presena e incentivo. Nossos pais tambm

    foram importantes por suas disposies e encorajamento.

    Agradecemos ainda a contribuio dos professores Homero, Jorge Matos e Rafael

    Ponce de Leon que pertencem ao grupo de pesquisa de Qualidade do Ambiente Construdo

    (ARA)que gentilmente nos emprestaram o termo higrmetro e o anemmetro, equipamentos

    que nos possibilitaram realizar as medies dos fatores meteorolgicos nos ensaios das

    propriedades de aplicao de pintura realizados e descritos no captulo seis e sete deste trabalho.

    Com relao ao desenvolvimento desta pesquisa, reconhecemos o valor dos nossos

    orientadores, a Prof. Roberta Xavier e a Thiago Alcntara, que com muita pacincia nos

    conferiram ideias e ensinaram muitas coisas concernentes a essa trabalhosa pesquisa.

    Roberta Xavier foi muito importante por ser to paciente, amorosa e principalmente por

    nos empolgar quando parecia que nossos esforos no valiam a pena. Como sempre nos

    referamos a essa pessoa to serena: "temos mais uma me!" E como amiga e me, apesar dos

    incentivos e elogios, vinham tambm s crticas que foram muito frutferas para nosso

    desempenho nesta pesquisa.

    O nosso co-orientador Thiago Alcntara foi consideravelmente importante por nos

    nortear quando pesvamos estar perdidas no decorrer da pesquisa. Dizemos muito obrigada por

    ter compartilhado seu conhecimento, por isso o temos como referncia e exemplo de

    profissional e pessoa, alm da diverso que tivemos ao tirar dvidas, amamos sua extrema

    sinceridade.

  • Ao Professor da disciplina de metodologia, Leandro Santos, todos os nossos cordiais

    elogios e gratido por sua disponibilidade e ateno ao nos ouvir, ensinando e demonstrando

    extrema pacincia. Foi timo percebermos que esse educador cumpriu mais do que o esperado.

    No entanto, quando nos referimos aos professores do IFPB, muitos so os que nos

    ajudaram a amadurecer como pessoas e alunos, como por exemplo, a Prof. Lilian Cardoso que

    demonstrou serenidade ao nos ensinar Desenho Arquitetnico e AutoCAD, sem ela no

    conseguiramos fazer um quadrado por comandos, por meio dos seus ensinos atuaremos como

    profissionais mais ageis, mas eficientes. Agradecemos tambm aos professores Paulo Vidal,

    Ericka Anulina, sabendo que est foi uma tima educadora de redao, Flora Meira, Ftima

    Lucena e Ciro Fernandes. Essas pessoas demonstraram ser mais do que educadores e

    orientadores, foram de fato, nossos amigos.

    No nos esquecemos da parceria de todos os dias desses longos quatro anos Mayara

    Mesquita, Jorge Souza Junior, nossas discuties e alegrias foram a "cereja" dessa fase de

    nossas vidas. Somos muito gratas pelas diverses, principalmente quando estvamos

    desanimadas. Nossos amigos foram ajudadores no decorrer de nossa pesquisa.

    E com relao turma de Edificaes 2010.1, principalmente aos colegas/amigos mais

    prximos agradecemos por compartilharem conosco muitas alegrias, tristezas e sufocos. Sem

    essas pessoas no conseguiramos ter bons desempenhos e resultados satisfatrios.

    RESUMO

  • O revestimento utilizado em estruturas nas edificaes composto por produtos e/ou

    substncias que tm a finalidade de proteger e oferecer esttica a outros materiais. Esse

    revestimento evita algumas patologias, tais como a corroso em uma parede de alvenaria. A

    tinta um material utilizado mundialmente como revestimento nas construes. Isso ocorre por

    este ser um produto conhecido, de fcil localizao no mercado e com baixo custo em

    comparao a outros materiais utilizados como revestimento. Alm disso, a tinta apresenta

    amplas finalidades e processos para aplicaes. Os mtodos de execuo de pintura foram

    desenvolvidos por meio de ensaios realizados em laboratrios, estes ensaios reproduzem

    situaes pelas quais as superfcies pintadas podem passar, como por exemplo, a alta

    temperatura de um ambiente. Os mtodos de execuo devem seguir a norma NBR 13245

    (ABNT, 1995), bem como as recomendaes do fabricante do material utilizado a fim de evitar

    patologias ou defeitos nos ambientes pintados, tais qual as manchas. O tcnico em edificaes

    deve ser formado com conhecimento sobre a utilizao dos materiais de pintura, para avaliar

    sua aplicao em uma construo. Quando as normas de aplicabilidade dos materiais de pintura

    so seguidas e bem executadas, o desempenho desejado alcanado. Pensando nisso, o objetivo

    do trabalho estudar os mtodos, procedimentos, materiais e fatores meteorolgicos adequados

    para a realizao de uma pintura, bem como observar a importncia de seguir as normas que

    regulamentam a aplicao de pintura e as recomendaes do fabricante. Com o propsito de

    verificar os fatores que influenciam no acabamento final da superfcie, realizamos um ensaio

    de propriedade da aplicao de pintura em superfcie de madeira e alvenaria no qual foi

    possvel a coleta de dados referentes aos mtodos, materiais e fatores meteorolgicos adequados

    para aplicao da mesma. Estes dados, bem como os referenciais tericos utilizados neste

    trabalho nos embasaram para a elaborao das consideraes finais.

    Palavras-chave: Pintura. Mtodos de pintura. Materiais. Fatores Meteorolgicos. Patologias.

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Pintura Rupestre ........................................................................................................ 11

  • Figura 2: Afresco Romano ....................................................................................................... 12

    Figura 3: Componentes bsicos da tinta ................................................................................... 15

    Figura 4: Exibio de alguns pigmentos .................................................................................. 15

    Figura 5: Diagrama dos tipos de tintas ..................................................................................... 17

    Figura 6: Componentes de um pincel ....................................................................................... 20

    Figura 7: Pincel com cerdas pretas ........................................................................................... 20

    Figura 8: Pincel com cerdas brancas ........................................................................................ 21

    Figura 9: Pincel com cerdas de Gris ......................................................................................... 21

    Figura 10: Broxa ....................................................................................................................... 21

    Figura 11: Rolo de l natural .................................................................................................... 22

    Figura 12: Rolo de l mista....................................................................................................... 23

    Figura 13: Rolo de espuma ....................................................................................................... 23

    Figura 14: Pistola de pintura com mini compressor ................................................................. 24

    Figura 15: Bandeja para rolos de pintura.................................................................................. 25

    Figura 16: culos para proteo ............................................................................................... 26

    Figura 17: Mscara Semifacial ................................................................................................. 26

    Figura 18: Luvas ....................................................................................................................... 27

    Figura 19: Calados de segurana ............................................................................................ 27

    Figura 20: Avental de PVC ...................................................................................................... 28

    Figura 21: Lixamento da parede de alvenaria .......................................................................... 42

    Figura 22: Verificao por meio do termohigrometro da temperatura e umidade da superfcie

    de alvenaria. .............................................................................................................................. 43

    Figura 23: Verificao de temperatura e umidade da superfcie de madeira por meio do

    Termohigrometro ...................................................................................................................... 48

    Figura 24: Verniz dissolvido em solvente ................................................................................ 48

    Figura 25: Madeira com selador ou verniz dissolvido em solvente ......................................... 49

    LISTA DE SIGLAS

    ABRAFATI - Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas

  • ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnica

    COV - Compostos Orgnicos Volteis

    EPI - Equipamento de Proteo Individual

    NBR - Norma Brasileira Regulamentadora

    NR - Norma Regulamentadora

    SUMRIO

    1 CONSIDERAES INICIAIS ............................................................................................................... 15

  • 2 EVOLUO DOS MTODOS DE PINTURA ..................................................................................... 10

    3 GENERALIDADES SOBRE PINTURA ............................................................................................... 13

    3.1 MATERIAIS PARA PINTURA ................................................................................... 14

    3.1.1 Tintas ................................................................................................................................................. 14

    3.1.2 Pincis ............................................................................................................................................... 19

    3.1.3 Broxas ................................................................................................................................................ 21

    3.1.4 Rolos .................................................................................................................................................. 22

    3.1.5 Lixas .................................................................................................................................................. 23

    3.1.6 Pistola ................................................................................................................................................ 24

    3.1.7 Bandejas ............................................................................................................................................ 25

    3.1.8 Segurana .......................................................................................................................................... 26

    3.2 MTODOS DE EXECUO ...................................................................................... 28

    3.2.1 Mtodos de Execuo de Pintura em Madeira .................................................................................. 28

    3.2.2 Mtodos de Execuo de Pintura em Alvenaria ................................................................................ 29

    3.2.2.1 Mtodos de aplicao de pintura em exteriores ............................................................................................. 29

    3.2.2.2 Mtodos de aplicao de pintura em interiores ............................................................................................. 29

    3.3 PATOLOGIAS ............................................................................................................. 30

    3.3.1 Escolha dos Produtos ........................................................................................................................ 31

    3.3.2 Composio das Tintas ...................................................................................................................... 31

    3.3.3 Adeso da Pintura ............................................................................................................................. 31

    3.3.4 Perfil do Substrato ............................................................................................................................. 31

    3.3.5 Execuo da Pintura.......................................................................................................................... 32

    3.3.6 Foras Exteriores .............................................................................................................................. 33

    3.3.7 Espessamento e Sedimentao ........................................................................................................... 33

    3.3.8 Fase de Execuo da Pintura ............................................................................................................ 33

    3.4 ENSAIOS ..................................................................................................................... 35

    3.4.1 Estabilidade de Armazenagem ........................................................................................................... 36

    3.4.2 Tempo de Secagem ............................................................................................................................ 36

    4 SUPERFCIES DE ALVENARIA .......................................................................................................... 37

    4.1 PREPARAO DAS SUPERFCIES .......................................................................... 37

    4.1.1 Superfcie Nova .................................................................................................................................. 37

    4.1.2 Superfcie Antiga ............................................................................................................................... 38

    4.1.3 Superfcies com Pinturas Antigas Brilhantes .................................................................................... 38

    4.2 EXECUO DA PINTURA ........................................................................................ 38

    4.2.1 Aplicao a Rolo Manual .................................................................................................................. 39

    4.2.2 Aplicao por Nebulizao a Ar Comprimido ................................................................................... 41

    4.3 ENSAIO DAS PROPRIEDADES DE APLICAO DE TINTAS EM SUPERFCIE DE

    ALVENARIA ........................................................................................................................... 41

  • 5 SUPERFCIE DE MADEIRA (ESQUADRIAS) ................................................................................... 45

    5.1 PREPARAO DAS SUPERFCIES .......................................................................... 45

    5.1.1 Superfcie Nova .................................................................................................................................. 45

    5.1.2 Superfcie Antiga ............................................................................................................................... 46

    5.2 EXECUO DA PINTURA ........................................................................................ 46

    5.3 ENSAIO DAS PROPRIEDADES DE APLICAO DE TINTAS EM SUPERFCIES

    DE MADEIRA ......................................................................................................................... 47

    6 CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................................. 51

    REFERNCIAS.................................................................................................................................................. 8

    APNDICES ..................................................................................................................................................... 10

    1 CONSIDERAES INICIAIS

    Na rea da construo civil, a tinta um material de revestimento muito usado nas

    edificaes e a sua finalidade garantir tanto a proteo das superfcies pintadas quanto o seu

    bom acabamento esttico.

    A aprendizagem sobre a aplicabilidade dos materiais de construo, mais

    especificamente os de pintura ser o alvo da nossa pesquisa. No contexto do Curso de Tcnico

    em Edificaes, o estudo do uso, tipologias e metodologias relacionadas a essa tcnica de

  • 9

    revestimento fundamental. Pois, para a realizao de uma boa pintura no basta ao profissional

    saber escolher a melhor tinta, preciso ir mais longe e conhecer a legislao que regulamenta

    a sua atividade, bem como estar atualizado no que se referem s normas tcnicas e os

    procedimentos ali descritos, possuir conhecimento sobre os diversos sistemas construtivos e

    materiais de construo, ter noes sobre planejamento de obras e controle de qualidade de

    obras, entre outros.

    Considerando as determinaes do Catlogo Nacional dos Cursos Tcnicos, elaborado

    pelo Ministrio da Educao (2008), no cabe ao Tcnico em Edificaes executar trabalhos

    prprios de pedreiros, marceneiros, encanadores ou demais colaboradores dos

    empreendimentos, poia a atuao desse profissional consiste em avaliar os procedimentos que

    ocorrem durante uma construo. Considerando o objeto especfico de discusso desse trabalho,

    cabe ao Tcnico em Edificaes fiscalizar se o pintor est aplicando tinta sobre uma superfcie,

    em consonncia com as normas vigentes.

    Para avaliar de maneira correta a execuo de uma pintura, o Tcnico em Edificaes

    deve conhecer os mtodos adequados de aplicao de tintas e os respectivos procedimentos

    exigidos. Cabe tambm a esse profissional conhecer os materiais adaptveis s tintas utilizadas.

    Alm disso, compete ao profissional que acompanha a execuo da pintura, observar os fatores

    meteorolgicos do ambiente que influenciam diretamente no resultado final da pintura.

    Isso significa que uma boa pintura determinada por diversos fatores. Cabe, ento, tanto

    ao profissional que realiza a pintura, quanto quele que a fiscaliza estarem vigilantes a fatores

    que variam desde a escolha dos materiais, passam pelos procedimentos e metodologias, at

    chegar fase de aplicao desse material de revestimento.

    Dito isso, preciso compreender que todas as superfcies sofrem danos com o passar do

    tempo, e os motivos dessa degradao tambm variam desde intemperismos naturais e outros

    fatores externos, a processos relacionados prpria vida til dessas superfcies. Contudo, os

    desgastes dessas superfcies podem ser retardados e/ou bloqueados com a utilizao dos

    materiais de revestimento, que funcionam como uma pelcula protetora que garante a resistncia

    e durabilidade das superfcies revestidas.

    Nesse contexto, cabe observar a importncia das normas que regulamentam as

    atividades de pintura, bem como as recomendaes dos fabricantes de tinta. No Brasil os

    procedimentos de pintura so descritos pela NBR 13245 (ABNT, 1995), j as recomendaes

    dos fabricantes geralmente so descritos na prpria embalagem do produto. Ambas as

    recomendaes tanto do fabricante, quanto da ABNT devem ser observadas na hora da

    aplicao da tinta.

  • 10

    Dada a importncia desse material em nossa rea de atuao, propomos nesse trabalho

    um estudo sobre os usos, caractersticas e aplicaes de tintas em estruturas de alvenaria e

    esquadrias de madeira. Para definirmos o foco do nosso trabalho, levamos em considerao os

    procedimentos e metodologias de pintura recomendados para esses dois materiais, que foram

    escolhidos por serem comumente utilizados na construo civil. Importncia fundamental ser

    dada s implicaes dos fatores externos na determinao da qualidade da pintura.

    Ora, as tintas so os materiais de revestimento mais utilizados no Brasil (FERREIRA,

    2013), em razo disso, existe uma infinidade de materiais usados para pinturas. Na mesma

    proporo, tambm so muitos os processos de aplicao de tintas. De modo que, considerando

    apenas esses aspectos, justificam-se tambm os estudos sobre as superfcies onde as tintas so

    aplicadas, bem como os possveis danos provocados por procedimentos de pintura inadequados

    ou mal realizados.

    Aps a definio das superfcies a serem estudadas, veremos como deve ser feita a

    pintura em uma superfcie de alvenaria. Tambm estudaremos a realizao de pintura em

    superfcies de madeira, mais especificamente em esquadrias, sabendo que a madeira um dos

    materiais mais utilizados na produo de esquadrias das construes civis, como janelas e portas

    no nosso pas (LAVERDE, 2007).

    Ao longo do trabalho, apresentamos dados sobre pintura e descrevemos as diversas

    etapas da aplicao de material de revestimento. Tambm apresentamos os materiais, as funes

    e patologias referentes pintura. O mote para a apresentao desses elementos foi um ensaio

    de pintura que realizaremos. Durante o ensaio, obedeceram-se todas as etapas e determinaes

    contidas na NBR 13245 (ABNT, 1995) e as recomendaes descritas na embalagem da tinta.

    Utilizando os dados colhidos nessa etapa, pretendemos elaborar um manual prtico de pintura

    (Apndice A). Com base nos resultados encontrados ao longo da pesquisa, elaboramos as

    consideraes finais do trabalho.

    2 EVOLUO DOS MTODOS DE PINTURA

    As primeiras evidncias da pintura na histria so vistas por meio dos desenhos ou

    ilustraes simblicas, conhecidas como pinturas rupestres. Os materiais utilizados para fazer

    pigmentaes nas rochas ou cavernas antigamente eram naturais como a terra, o carvo e o

    sangue de animais, esses pigmentos tinham aparncia terrosas que coloriam e valorizavam as

    artes ou pinturas realizadas pelo homem no passado. Vemos um exemplo na Figura 1, a seguir:

  • 11

    Figura 1 - Pintura Rupestre

    Fonte: extrada de http://www.cidadeverde.com/alcide/alcide_txt. php?id=17399

    As pigmentaes faziam marcas nas superfcies aplicadas. Para valorizar essas pinturas,

    o homem passou a usar materiais que proporcionavam durabilidade aos seus registros.

    (ALVES, 2008)

    Durante a antiguidade clssica, a exemplo da Roma as pinturas eram feitas sobre paredes

    a base de argamassa1 e gesso e tinham um sentido artstico. As tintas eram feitas com materiais

    naturais, como metais em p, substncias extradas de moluscos e madeira. (LUSO, 2008).

    Vemos na Figura 2 uma pintura romana.

    1 uma mistura de aglomerantes, agregados e gua, sabendo que os aglomerantes so materiais que tm a funo

    de aglutinar ou agregar uma material outro e os agregados so minerais utilizados na construo civil.

  • 12

    Figura 2 - Afresco Romano

    Fonte: extrada de http://taislc.blogspot.com.br/2008/09/pintura-romana.html

    Outra evidncia de pintura est na histria dos ndios da Amrica do Norte, que

    utilizavam materiais vegetais e minerais retirados de rios e lagos em suas pinturas e usavam as

    penas dos pssaros para execuo desta que j possuam durabilidade. (POLITO, 2006)

    Por meio dos registros histricos sabemos que a utilizao de pigmentaes, ou

    aplicao de tintas no um procedimento novo, mas sim um sistema de aplicabilidade que

    teve aperfeioamentos no decorrer dos tempos. Por exemplo, na Idade Mdia j possvel

    verificar a utilizao de vernizes para proteger as superfcies, que eram fabricados a partir da

    mistura de leo naturais e ligantes. (POLITO, 2006)

    Assim como em muitos setores industriais, a fabricao de tintas teve um grande

    impulso durante a Revoluo Industrial, em pases como Frana e Inglaterra. Na produo de

    tintas e vernizes eram utilizados com materiais componentes as resinas de produtos como copal2

    e mbar3. (POLITO, 2006)

    As indstrias de tintas passaram por um desenvolvimento tecnolgico durante o sculo

    XX o que ampliou o nmero de materiais utilizados para pintura. O crescimento no setor de

    tintas forneceram caractersticas a este produto, tais como durabilidade e maior proteo para

    as superfcies as quais eram aplicadas. (POLITO, 2006)

    2 Resina fossilizada. 3 Resina fssil de rvores.

  • 13

    O desenvolvimento da indstria de tintas no Brasil comeou quando dois alemes donos

    de fbricas de tintas trouxeram suas empresas para o nosso pas, em 1990. Desde ento, muitas

    empresas de tintas esto se desenvolvendo aqui. (POLITO, 2006)

    Atualmente, na construo civil, a pintura realizada como revestimento ou acabamento

    de proteo para outro material, no entanto, para que a tinta desempenhe seu papel de proteo,

    essa deve passar por um processo de pintura.

    Com o avano da tecnologia, muitos mtodos de pintura foram e esto sendo

    desenvolvidos. Mas, apesar dos avanos tecnolgicos a maioria das tintas so aplicadas por

    meio de mtodos manuais utilizando o pincel ou a revlver. No decorrer do trabalho sero

    abordados alguns mtodos de aplicao, como por exemplo: a aplicao a pincel e rolo manual,

    nebulizao a ar comprimido, entre outros.

    O Brasil tem sua indstria de tintas como uma das mais atualizadas tecnologicamente e

    alinhada s grandes tendncias internacionais, abrigando boa parte dos produtores mundiais.

    Segundo a ABRAFATI (Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas, 2013) o Brasil tem

    uma produo anual de cerca de 1,4 bilhes de litros de tinta. Segundo Ferreira (2013), isso

    acontece porque a indstria de tintas brasileira tem evoludo bastante para atender as

    necessidades do mercado, que a utilizao de tintas como revestimento, alm de investir em

    inovaes tecnolgicas, exigindo-se cada vez mais produtos de alta qualidade.

    Com os avanos tecnolgicos a tinta se tornou um produto com abrangentes meios de

    utilizao ou possibilidades de uso. Como por exemplos, algumas tintas nomeadas especiais

    por terem caractersticas que as diferenciam de outras tintas, como as que so retardadoras de

    calor ou resistentes a alta temperatura da superfcie que foi aplicada a tinta ou do ambiente a

    qual pertence essa superfcie. Contudo, necessrio que esse material seja aplicado de maneira

    correta, para que desempenhe seus objetivos primordiais de proteo e esttica.

    A pintura, como revestimento de materiais e meio de proteo, executada por meio de

    esquemas que seguem normas de aplicao, essas normas priorizam a sade e segurana dos

    profissionais que executam os processos de pintura.

    3 GENERALIDADES SOBRE PINTURA

    As tecnologias de aplicao de tintas ajudam na execuo dos revestimentos por pintura,

    que quando so executados de maneira correta dispe ao ambiente ou superfcie uma pelcula

    plstica fina de proteo, que cumpre os objetivos de proteo e esttica da tinta de modo eficaz.

    Nesse captulo sero apresentados os materiais utilizados para a realizao de uma pintura,

  • 14

    portanto, primeiramente definiremos alguns tipos de tintas com suas caractersticas, depois

    falaremos sobre os demais materiais ou produtos utilizados em um processo de pintura.

    3.1 MATERIAIS PARA PINTURA

    As tintas tm muitas finalidades, sabendo disso, devemos levar em considerao seus

    fins para decidirmos quais so os materiais adequados para cada tipo de tinta e ambiente a serem

    aplicados esses produtos. Vamos demonstrar agora alguns materiais existentes no mercado de

    tinta e suas aplicaes.

    3.1.1 Tintas

    As tintas so utilizadas para fazer marcas em diversos tipos de superfcies, pintando-as.

    As tintas so substncias que revestem os ambientes. Conforme Marques (2013, p. 6) o termo

    tinta refere-se a todos os materiais, lquidos ou em p, que contendo resinas orgnicas como

    revestimento de qualquer tipo de superfcie com fim decorativo, de proteo ou funcional. Por

    meio da explanao do autor comeamos a atender que esse material tem muitas finalidades,

    dentre estas esto a proteo, o acabamento, a resistncia e a esttica do ambiente.

    Para que saibamos sobre os efeitos e/ou finalidades de uma tinta devemos conhecer

    melhor as caractersticas dela, pois para cada finalidade e tipo de tinta existe um mtodo de

    aplicao correto. Alm disso, consideram-se as normas de aplicao conferidas ao cliente por

    meio do fabricante do produto, em seu rtulo de como aplicar a tinta.

    Ao explicar as propriedades das tintas Donadio (2011, p. 4) nos diz: no existe tinta

    perfeita, existe um equilbrio das propriedades, e se essas propriedades no estiverem em

    equilbrio isso acarretar em defeitos nas tintas, que podem ser minimizados se forem visados

    e analisados no incio. Conforme nos relata o autor, as tintas cumprem suas propriedades desde

    que estas estejam em equilbrio por isso devemos analis-las adequadamente. De modo que

    conheceremos algumas caractersticas dessa substncia. Vemos abaixo na Figura 1 os

    componentes bsicos da tinta.

  • 15

    Figura 3 - Componentes bsicos da tinta

    Fonte: extrado de www.em.ufop.br/deciv/departamento/~guilherme/tinta_verniz.pdf

    A tinta um material constitudo por pigmentos alm de um veculo fludo, que so

    leos secativos em exposio ao ar, tendo os pigmentos a funo de cobrir e oferecer uma

    esttica aos ambientes ou materiais revestidos. Bauer (2008, p. 662) define os pigmentos como

    pequenas partculas cristalinas que devem ser insolveis nos demais componentes da tinta

    (leo, solventes etc.) e tm por finalidade dar cor e opacidade pelcula til. Para a obteno

    de uma pintura almejada, os pigmentos so um p fino que proporcionam cor, so importantes,

    apesar do seu baixo poder de cobertura eles preenchem os vazios existentes em um sistema de

    pelcula-pigmento. Esses componentes so classificados como pigmentos que conferem cor

    conhecidos como coloridos, no coloridos e os anticorrosivos. A Figura 4abaixo, mostra alguns

    pigmentos, mais especificamente os coloridos que fornecem cor a tinta.

    Figura 4 - Exibio de alguns pigmentos

    Fonte: extrada dehttp://trazoycolor.wikispaces.com/

  • 16

    O veculo fludo aglutina ou agrega as partculas de tinta, com isso constituda uma

    pelcula de proteo. Sobre as denominaes do veculo encontramos agrupada a resina.

    Antigamente as tintas tinham base natural, vegetal e animal. No entanto, hoje muitas tintas so

    obtidas por meio da indstria qumica mediante reaes complexas, como a polimerizao que

    atribui propriedades de durabilidade, resistncia, aderncia e flexibilidade as tintas.

    Os solventes esto diretamente ligados solvncia e volatilidade. Bauer (2008, p. 661)

    define a funo desse componente dizendo: a funo essencial desses componentes baixar a

    viscosidade do veculo de maneira a facilitar a aplicao da tinta em cada caso particular.

    Sabendo disso, de acordo com cada caso ou para que finalidade serve um determinado tipo de

    tinta, os solventes auxiliam na aplicao desse produto e desempenham um papel importante

    com relao a evitar sedimentaes de pigmentos em camadas endurecidas, o que ocorre com

    algumas tintas. Sobre a volatilidade presente na tinta, apesar de sua influncia na secagem ela

    no a nica responsvel pelo tempo de secagem. Os componentes do veculo e a espessura da

    pelcula so mais importantes para a obteno de uma rpida secagem.

    Os aditivos adicionados s tintas contribuem ou conferem grandes propriedades a estas,

    eles auxiliam nas diversas fases de fabricao. Alguns exemplos de aditivos baseados em suas

    funes so: secantes que contribuem para uma rpida secagem da pintura; os niveladores que

    oferecem uma superfcie plana ou camada uniforme, os biocidas protegem a pintura contra

    micro-organismos indesejados com fungos, por exemplo, os antiespumantes eliminam as

    bolhas existentes nas tintas em seu processo de fabricao ou quando passa por um agitador,

    as antipeles permitem a secagem natural da tinta, os catalizadores aceleram as reaes quimicas

    que ocorrem lentamente no meio ambiente, e assim por diante (ANGHINETTI, 2012).

    Em conformidade com a Associao Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI,

    2008) as tintas devem apresentar oito caractersticas fundamentais: a) estabilidade, b) cobertura,

    c) rendimento, d) aplicabilidade, e) nivelamento, f) secagem, g) lavabilidade e h) durabilidade.

    Todas essas caractersticas variam de acordo com a fabricao do material, no entanto, cada

    caracterstica considera a superfcie que ser empregada tinta e a finalidade deste produto.

    Atualmente as tintas atendem aos mais diversificados tipos de ambientes, por isso sua

    tipologia cresce tendo como alvo inmeras finalidades aumentando seu catlogo de vendas,

    como exemplos dessas tintas temos: tintas leo, tintas vinlicas, tintas para pintura artsticas,

    tintas para madeira, tintas para metais, tintas para interiores, entre outras, que se diferenciam

    por suas finalidades e aplicao. As tintas so fabricadas de acordo com sua resina, vejamos

    alguns tipos de tintas no diagrama abaixo:

  • 17

    Figura 5 - Diagrama dos tipos de tintas

    Fonte: extrada de http://www.cecc.eng.ufmg.br/trabalhos/pg2/90.pdf

    Visto que so muitas as tintas e suas finalidades, selecionamos algumas tintas com a

    inteno de exprimi-las com suas caractersticas.

    Primeiramente a tinta leo, que uma substncia composta por veculos, solventes,

    secantes, pigmentos reforadores e cargas. Como j mencionado os veculos so leos secativos

    em exposio ao ar, em finas camadas, formam uma pelcula til que slida, relativamente

    flexvel e resistente, aderente superfcie do pigmento, entre outros. Esses leos so compostos

    por steres derivados de cidos graxos insaturados e glicerina.

    Os leos naturais so utilizados na fabricao de tintas, como por exemplo: leo de

    linhaa, leo de soja, leo de mamona, etc. Os leos naturais permitem uma maior rapidez na

    formao da pelcula protetora. Os benefcios do uso de leos naturais nas tintas so muitos,

    sendo alguns destes uma melhor adesividade da pelcula, flexibilidade, secagem rpida, entre

    outros.

    O solvente mais utilizado em tintas leo a aguarrs, mas tambm esto disponveis

    outros, como por exemplo, os derivados do petrleo. Esse componente como j esclarecido

    influencia na secagem e volatilidade da tinta.

    Outro componente da tinta leo o secante. um aditivo que confere a tinta a

    caracterstica de uma rpida secagem, por meio da oxidao das molculas que constituem a

  • 18

    pelcula de pintura. Algumas substncias que podem ser utilizadas como secantes so: o

    chumbo, o zinco, entre outras.

    Os pigmentos presentes na tinta leo fornecem cores s superfcies pintadas e reforam

    as propriedades das tintas.

    Agora apresentaremos a tinta Plstica Emulsionvel. Bauer nos fornece uma

    fundamentao sobre esse produto ditando o seguinte: as tintas plsticas emulsionveis so

    aquelas em que uma resina no solvel em gua ou uma soluo de tais resinas em solventes

    convertida em uma emulso na qual a gua a fase de disperso ou fase contnua. A

    explanao do autor nos explica que essas tintas apresentam emulses, que a diviso de

    lquidos em glbulos microscpicos por meio de um lquido miscvel, que no se mistura. Essas

    emulses tornam a tinta emulsionvel de fcil aplicao por poderem ser diludas em gua,

    alm de serem econmicas e foscas. Essas tintas apresentam emulses colidais, ou seja, com

    caractersticas de cola, para isso so adicionados agentes emulsificantes como o sabo ou a

    gelatina (BAUER, 2008, p. 664).

    As tintas plsticas emulsionveis apresentam como componentes: o ltex, plastificante,

    aditivos, coloides protetores, antiespuma, pigmentos, cargas, agentes sequestrantes e

    emulsionantes. Apesar dos muitos componentes no h a necessidade desse produto incluir

    todos em sua formao.

    Consideremos agora as tintas para Caiao, que tem como componente principal a cal

    extinta [Ca (OH)]. Com relao utilizao da tinta para caiao, Silva (1991, p. 171) explica:

    o leite de cal pode ser usado diretamente como caiao, obtendo-se um acabamento muito

    branco e luminoso [...]as caiaes exigem duas demos e esse tipo de tinta encontrado pronto

    no comrcio, com a necessidade a adio de gua [...].O autor deixou claro que por ser

    facilmente encontrada as tintas para caiao so geralmente utilizadas com a finalidade de

    proporcionar uma cor luminosamente branca a um ambiente, e por ser de fcil manuseio esses

    produtos so muito utilizados.

    Atinta anticorrosiva, utilizada na alvenaria, este produto a protege contra danos que

    sucedem da ao dos fatores externos, erros de aplicao da tinta, alm dos materiais

    inadequados. Contra a corroso na alvenaria Marques (2013, p. 19) diz que so utilizadas tintas

    anticorrosivas, nas quais entram pigmentos com as caractersticas necessrias para que seja evitada a

    corroso das armaduras no interior da parede. Os pigmentos corrosivos so aqueles cuja propriedade

    especfica a de se oporem corroso eletroqumica do metal pelo meio ambiente.

    Quando as normas de aplicabilidade de pintura no so levadas em considerao alguns

    defeitos ou patologias ocorrem. No caso dos revestimentos por tinta, essas anomalias surgem

  • 19

    nas superfcies sobre a qual foram aplicados os esquemas de pintura, podendo estas acontecer

    em diversas fases desses esquemas, desde a armazenagem sua aplicao ou fase da vida til

    da pintura. De acordo com o tipo de dano existente no revestimento por pintura pode-se

    classificar seu grau como: defeito de curto prazo que ocorre em um espao de tempo aps o fim

    da aplicao da tinta; de mdio prazo que ocorrem no perodo da fase do prazo de garantia do

    produto utilizado; os defeitos de longo prazo decorrem por causa do envelhecimento da

    superfcie pintada; alm dos danos inesperados resultantes de situaes imprevistas.

    (MARQUES, 2013)

    As tintas, como j abordado, tm muitas finalidades, mas algumas delas so

    desenvolvidas para suprir necessidades especiais, como as tintas especiais que so resistentes

    ao calor, retardadoras de calor, indicadoras de temperatura, luminescentes, fungicidas, tintas

    que reduzem a condenao de umidade, inibidoras de crescimento de ostras e mariscos nos

    cascos de navios, etc. (BAUER, 2008, p. 668).

    Os vernizes so solues de resina, naturais ou sintticas, em leo secativo ou solvente

    voltil, que d origem a uma pelcula transparente ou translcida, aps sua aplicao em

    camadas finas. (BAUER, 2008)

    J que definimos alguns tipos de tinta e suas caractersticas, alm de alguns

    procedimentos adequados para sua aplicao, necessrio saber por qual meio esse produto

    aplicado em um ambiente, sabendo disso definiremos os demais materiais utilizados em

    processo de pintura e suas caractersticas que definem suas funes.

    3.1.2 Pincis

    Os pincis so geralmente formados por pelos ou cerdas, virola e cabo, sendo o cabo e

    a virola importantes apenas no que se refere ao conforto na aplicao das tintas. As cerdas, que

    podem ser de origem animal ou de fibras sintticas, a parte mais importante do pincel, pois

    influenciam diretamente na qualidade do acabamento da pintura. Os componentes do pincel so

    vistos na Figura 6.

  • 20

    Figura 6 - Componentes de um pincel

    Fonte: extrada de http://www.cec.com.br/

    Na escolha das cerdas importante que se observe alguns aspectos. Os pincis que

    possuem as cerdas mais longas e volumosas proporcionam um melhor acabamento. Um ponto

    crtico na escolha das cerdas a maciez dos fios, tendo em vista que quanto mais macias sero

    as cerdas, melhor ser o acabamento e mais cara ser a trincha. Dependendo do tipo de

    superfcie a ser pintada, os pincis podem possuir cerdas pretas, cerdas brancas ou cerdas gris.

    Costuma-se usar os pincis de cerdas pretas principalmente na aplicao de vernizes,

    leos e esmaltes. So mais indicados para aplicao em metais e madeiras, porm tambm

    podem ser utilizados em alvenaria e so utilizados em acabamento, detalhes e cobrimento.

    Figura 7 - Pincel com cerdas pretas

    Fonte: extrada dehttp://www.cec.com.br/

    As cerdas brancas apresentam bons resultados em qualquer tipo de superfcie, indicado

    para a pintura de cantos, recortes, vincos e detalhes. Comumente utilizadas na aplicao de

    vernizes, stain5 e resinas sintticas.

  • 21

    Figura 8 - Pincel com cerdas brancas

    Fonte: extrada dehttp://www.cec.com.br

    J as cerdas gris so as mais indicadas para pintura de alvenaria por serem adequadas

    para a aplicao de tintas acrlicas a base de gua, PVA e ltex, mas tambm pode ser utilizada

    na pintura com tintas base de solventes.

    Figura 9 - Pincel com cerdas de Gris

    Fonte: extrada dehttp://www.cec.com.br

    3.1.3 Broxas

    As broxas so na realidade um tipo de pincel de tamanho maior. So utilizadas

    essencialmente na aplicao de tintas base de cal ou cimentcias, devido textura gomosa

    desses materiais, impossibilitando a utilizao de pincis ou rolos na aplicao da pintura.

    Figura 10 - Broxa

    Fonte: extrada de http://www.cec.com.br

  • 22

    3.1.4 Rolos

    Os rolos proporcionam um melhor e mais rpido acabamento a pintura em relao a

    outros produtos, tais qual o pincel, pois atingem uma maior poro da superfcie o que torna o

    processo mais gil, e proporcionam um acabamento mais uniforme. Entretanto, para que os

    rolos atinjam o rendimento almejado, se faz necessrio que seja escolhido o tipo adequado para

    a superfcie e o tipo de tinta utilizada.

    Rolos que possuem pelos altos (acima de 16 mm) so os mais econmicos, pois retm

    mais tinta e so indicados na aplicao de tintas base de gua em superfcies absorventes,

    speras e rugosas. Tendo em vista que quanto mais rugosa for a superfcie, mais longo poder

    ser o pelo.

    De acordo com Cristina Czarlinski (2011), os rolos de pelos baixos, que so mais leves

    e versteis, so os mais indicados na aplicao de tintas base de solvente, uma vez que essas

    no atingem uma boa cobertura e necessitam de vrias demos para conseguir um aspecto

    uniforme.

    O material do rolo pode ser de l natural, de l mista, ou de espuma e dever ser

    escolhido com base no tipo de superfcie em que o sistema de pintura ser aplicado.

    O rolo de l natural possui mais elasticidade que as demais, pois tem micro escamas que

    proporcionam maior reteno de tinta e so recomendados para a aplicao de tintas base de

    gua, como ltex PVA e acrlicas em superfcies rugosas, com textura e semirrugosas.

    Figura 11 - Rolo de l natural

    Fonte: extrada dehttp://roloflex.com.br/

    J o rolo de l mista formado 50% de l de carneiro e 50% de fibra polister e assim

    como os rolos de l natural, so indicados na aplicao de tintas base de gua em superfcies

    rugosas, semirrugosas e com texturas suaves.

  • 23

    Figura 12 - Rolo de l mista

    Fonte: extrada de http://www.condor.ind.br

    Os rolos de espuma possuem maior densidade e estrutura celular mais fina, o que

    proporciona um melhor acabamento pintura. Outra caracterstica desse tipo de rolo a maciez

    o que o torna adequado para aplicao de tintas base de gua em superfcies lisas.

    Porm o rolo de espuma no pode ser utilizado em superfcies com textura, semirrugosas

    ou rugosas, pois devido a sua estrutura mais delicada, o mesmo possui menos resistncia em

    relao aos rolos de l natural, bem como em relao aos rolos de l mista.

    Figura 13 - Rolo de espuma

    Fonte: extrada dehttp://www.lidertintas.com.br

    3.1.5 Lixas

    As lixas so o material mais utilizado no pr-acabamento e preparao da superfcie

    para receber a pintura. Porm, para que as lixas desempenhem seu papel de maneira correta e

    consiga ento tornar as superfcies lisas, se faz necessrio que escolha a lixa adequada

    superfcie em que ser utilizada.

    O lixamento pode ser realizado de trs modos, lixamento de acabamento, pr lixamento

    e lixamento superficial.

    O lixamento de acabamento consiste em lixar a superfcie j pintada, a fim de conseguir

    uma maior aderncia a prxima demo de tinta. O prlixamento realizado apenas quando

    necessrio eliminar defeitos existentes na superfcie. Por fim, o lixamento superficial

    realizado para nivelar a superfcie que ser pintada.

  • 24

    A escolha da lixa deve levar em considerao a superfcie em que ser utilizada.

    A lixa dgua geralmente encontrada nas granulaes de 80 a 2000 e so utilizadas

    molhadas com gua, querosene ou gasolina. uma excelente escolha para lixar gesso e resina.

    As lixas de madeira so utilizadas completamente secas e apenas em superfcie de

    madeira. Possuem granulaes de 36 a 320, sabendo que as lixas de numeraes mais altas so

    indicadas para lixamentos leves e as de numeraes mais baixas indicadas para superfcies mais

    irregulares

    Bem como a Lixa de Madeira, as lixas de Metais tambm so utilizadas secas, porm

    suas granulaes variam de 36 a 220, dependendo da necessidade da superfcie, quanto maior

    for a irregularidade da superfcie, menor ser sua numerao de granulao.

    J as lixas de massa utilizadas em qualquer superfcie de massa, e possuem granulaes

    entre 60 e 220 que variam de acordo com a necessidade da superfcie.

    So utilizadas em qualquer superfcie de massa, e possuem granulaes entre 60 e 220

    que variam de acordo com a necessidade da superfcie.

    3.1.6 Pistola

    A pistola de ar consiste em um compressor de ar, um destilador de leo e de gua, um

    reservatrio de alimentao (de tinta), mangueiras de ar e de gua e uma pistola de

    fragmentao, como mostra a figura 13 abaixo.

    Figura 14 - Pistola de pintura com mini compressor

    Fonte: extrada de http://www.lojadomecanico.com.br/produto/73222/24/244/pistola-de-pintura-mini-

    compressor-110v-900w

    O compressor de ar responsvel por gerar a presso fundamental para a introduo do

    ar e da tinta no equipamento. A introduo da tinta no mesmo alimenta o injetor da pistola que

    fragmenta a tinta em gotculas que propulsam at atingir a superfcie.

  • 25

    O reservatrio do equipamento tambm possui uma presso controlada que monitora a

    quantidade de tinta que adentra ao compartimento. Outro controle embutido no equipamento

    o destilador de gua e leo que permite separar estas substncias da tinta, caso adentrem no

    compartimento por meio da entrada de ar. Se misturados tinta, gua e leo acarretariam na

    apario de espaos e vazios e consecutivas falhas na pintura.

    As mangueiras do equipamento, de gua e de ar, devem possuir comprimento e dimetro

    adequados para que forneam a quantidade adequada de presso e de ar para a pistola. Existem

    duas mangueiras de abastecimento de ar, a primeira do compressor para o reservatrio e a

    segunda do reservatrio para o compressor, sabendo que a ltima mais curta e de menor

    dimetro para que no haja deposio de slidos antes da ponta da pistola o que levaria a

    obstruo da pistola.

    3.1.7 Bandejas

    As bandejas, que so geralmente de material plstico, so indispensveis para a

    aplicao da pintura com o uso do rolo. As mesmas possuem uma seo mais rasa e uma seo

    mais profunda, o que proporciona um rolamento entre as pores a fim de alcanar um

    encharcamento uniforme em todo o rolo para que haja um melhor acabamento na pintura.

    Vemos um exemplo na Figura 14 abaixo.

    Figura 15 - Bandeja para rolos de pintura

    Fonte: extrada de http://www.depositosaomarcos.com.br/tintas-acessorios/acessorios-p-pintura/bandeja-p-

    pintura-para-rolo-23-cm

  • 26

    3.1.8 Segurana

    Apesar das facilidades referentes aos processos de pintura muitos acidentes concernente

    aos profissionais de pintura que no utilizam equipamentos de segurana acontece em seu

    ambiente de trabalho.

    A utilizao do EPI (equipamento de proteo individual) de suma importncia contra

    possveis riscos ameaadores da sua sade ou segurana no decorrer de uma atividade do

    trabalhador segundo a Norma regulamentadora - NR6 (ABNT, 2001). Por exemplo, um dano

    referente ao desuso do EPI so sintomas associados intoxicao por vapor de certos solventes

    presentes na tinta, alm de efeitos crnicos em longo prazo.

    Visto que toda atividade que envolve pintura apresenta risco, como j citamos, as

    empresas devem fornecer os equipamentos de segurana aos pintores, esses equipamentos esto

    representados nas Figuras 17 a 20 abaixo:

    Figura 16 - culos para proteo

    Fonte: extrada de http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/profissoes/protecao-para-pintores/

    A Figura 15 mostra os culos de proteo que so utilizados para proteger os olhos de

    gases irritantes e evitar leses.

    Figura 17 - Mscara Semifacial

    Fonte: extrada de http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/profissoes/protecao-para-pintores/

  • 27

    Em alguns casos necessrio o uso de mscaras semifaciais, vista na figura 16, pois

    evita a inalao de gases ou substncias perigosas.

    Figura 18 - Luvas

    Fonte: extrada de http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/profissoes/protecao-para-pintores/

    Para proteo da pele contra substncias perigosas que podem causar leses os

    profissionais devem luvas, vistas na figura 17 roupas e calados apropriados, como os que

    vemos nas figuras 18 e 19 abaixo.

    Figura 19 - Calados de segurana

    Fonte: extrada de http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/profissoes/protecao-para-pintores/

  • 28

    Figura 20 - Avental de PVC

    Fonte: extrada de http://www.epi-tuiuti.com.br/blog/profissoes/protecao-para-pintores

    3.2 MTODOS DE EXECUO

    As indstrias de tinta desenvolvem mtodos por meio da tecnologia, com o objetivo de

    atingir pinturas que cumpram suas finalidades de propor proteo e esttica ao ambiente.

    Muitos so os mtodos para a aplicao do sistema de pintura sobre a superfcie, o que

    nortear a escolha do mtodo adequado o tipo de rea em que o mesmo ser aplicado, bem

    como os materiais escolhidos e os fatores externos, tais qual temperatura e velocidade do vento.

    Para atingir que a pintura ganhe o aspecto final desejado, alguns procedimentos precisam ser

    seguidos.

    3.2.1 Mtodos de Execuo de Pintura em Madeira

    A pintura empregada na superfcie de madeira para proporcionar proteo e

    durabilidade superfcie de madeira, bem como assegurar que a limpeza da mesma seja

    facilitada. Porm para que a pintura atinja esses resultados, o pintor deve escolher o mtodo

    adequado para a aplicao da pintura.

    O mtodo mais convencional de pintura de superfcies de madeira por meio do uso do

    pincel, por ser uma ferramenta simples de utilizar e de baixo custo. A aplicao da pintura com

    o uso do rolo propicia uma maior agilidade ao processo, porm contra indicada no caso de

    superfcies irregulares. Outro mtodo de aplicao da pintura dado com o uso da pistola a ar,

    sendo este muito utilizado em pinturas industriais, bem como na pintura de superfcies com o

    uso de tintas de baixa viscosidade.

  • 29

    3.2.2 Mtodos de Execuo de Pintura em Alvenaria

    Os mtodos de pintura em alvenaria variam de acordo com o ambiente em que a mesma

    ser aplicada. De forma geral, a aplicao da pintura em superfcies de alvenaria ir variar de

    acordo com as caractersticas das paredes. Importa saber, principalmente, se as estruturas a

    serem pintadas fazem parte dos ambientes externo ou interno da edificao.

    3.2.2.1 Mtodos de aplicao de pintura em exteriores

    A resistncia da pintura em meio exterior depender dos fatores meteorolgicos do

    local, tais qual temperatura, umidade, velocidade do vento, entre outros. Estes fatores devem

    ser observados a fim de que a pintura se mantenha com o aspecto desejado ao decorrer do

    tempo.

    Segundo Marques (2013, p. 80) as tintas para exterior tm por finalidade resistirem aos

    raios UV e intempries, mantendo sua cor original. Para atingirem esta finalidade, as tintas

    para exterior acompanham dilataes e contraes dos materiais e possuem maior resistncia

    ao aparecimento de fungos e algas.

    As tintas mais utilizadas na pintura de ambientes exteriores so as tintas de emulso aquosa

    ou plsticas, bem como as tintas de poliuretano, as de membrana elstica, ou em casos mais

    antigos, as tintas de silicone, pois estas tintas resistem aos raios UV e as intempries, mantendo

    sua cor original.

    3.2.2.2 Mtodos de aplicao de pintura em interiores

    A princpio, a escolha da tinta um dos fatores mais determinantes para um acabamento

    e maior durabilidade do sistema de pintura em interiores. As tintas de base aquosa so os mais

    indicados para estes ambientes, pois liberam emitem menos cheiro e so mais resistentes a

    lavagens frequentes e possui eficincia quanto cobertura. Estas tintas tambm so menos

    prejudiciais sade, pois liberam menos COVs, que so todos os compostos que possuem

    carbono em sua composio e so altamente perigosos, sendo alguns deles txicos e

    cancergenos. Em geral, recomenda-se realizar a pintura de cima para baixo, o que evita

    respingos na parte j pintada. Desse modo, a mesma deve ser iniciada pelo teto do cmodo,

    passando para as paredes.

  • 30

    O pintor deve comear a pintura pelas extremidades do teto fazendo utilizao do pincel,

    uma vez que o rolo no atinge uma boa cobertura em cantos. Posteriormente, o mesmo deve

    pintar o meio do teto, agora com o uso do rolo. Espera-se que a tinta seque por completo para

    aplicar a prxima camada. O procedimento repetido at que se consiga um aspecto uniforme

    pintura.

    Finalizada a pintura do teto, o pintor poder dar a incio a pintura das paredes. Com o

    uso do pincel, o sistema de pintura nas paredes deve comear pelas extremidades, bem como

    zonas prximas a portas e janelas. Inicia-se ento a pintura da parede com o uso do rolo manual,

    que deve se dar a princpio em direo horizontal e posteriormente em direo vertical de modo

    a atingir um acabamento mais uniforme. Espera-se ento que a camada de pintura seque

    completamente para que se possa aplicar a prxima camada.

    Caso haja o aparecimento de irregularidades durante a pintura, o pintor deve ter a

    preocupao de realizar os retoques necessrios enquanto a tinta ainda estiver mida a fim de

    evitar o desnivelamento da superfcie.

    3.3 PATOLOGIAS

    As patologias so defeitos ou anomalias que pode ocorrer na superfcie de uma estrutura

    revestida por pintura ou em diversas fases de uma construo civil. Iremos pesquisar alguns

    tipos de defeitos existentes em ambientes que foram pintados ou revestidos com tinta, e

    saberemos tambm os motivos desses danos e como podemos evit-los.

    As tintas, como j vimos, tm diversas finalidades, mas so produtos utilizados com o

    objetivo principal de oferecer proteo as superfcies revestidas, alm da esttica. No entanto,

    visto que nenhuma pintura perfeita, compreende-se que alguns problemas possam ocorrer no

    decorrer dos processos de pintura, seja estes com os produtos utilizados ou com as superfcies

    que receberam esses materiais de acabamento.

    As anomalias existentes nos ambientes revestidos por pintura so provenientes de

    diversos motivos, essas causas variam desde a armazenagem da tinta, sua aplicao ou fase

    de vida til do material. Vejamos agora algumas das principais causas que favorecem o

    aparecimento de danos em ambientes revestidos por tintas.

  • 31

    3.3.1 Escolha dos Produtos

    Para que a tinta proteja o substrato a qual foi aplicada necessrio uma escolha racional

    dos materiais que sero utilizados nos processos de pintura. Sabendo disso, a pintura deve ser

    baseada na adequabilidade ao ambiente de exposio e no histrico de desempenho desses

    produtos escolhidos. As tintas no devem ser escolhidas se no apresentarem os requisitos

    bsicos funcionalidade, como tintas que se adequam as situaes ou exposies do ambiente;

    processos de pintura que no so compatveis; seleo de produtos por meio de opinies no

    fundamentadas e baixo custo.

    3.3.2 Composio das Tintas

    Visto que as tintas passam por um processo de fabricao, algumas anomalias so

    decorrentes desse procedimento. Como vimos, as tintas so compostas, geralmente, por quatro

    componentes bsicos que so a resina, os pigmentos, os solventes e os aditivos. No entanto,

    para uma obteno de um produto funcional necessrio que esses componentes passem por

    uma mistura em vrias propores e em uma dada sequncia. (MARQUES, 2013, p. 72)

    3.3.3 Adeso da Pintura

    Os danos causados por uma m aderncia da tinta em superfcie ocorrem principalmente

    quando o substrato est contaminado, um exemplo so sais solveis que promovem

    empolamento quando a umidade passa pelas pelculas de tinta. Quando a adeso falha as

    anomalias ocorrentes so: empolamento4, descamao, entre outras.

    3.3.4 Perfil do Substrato

    O desenvolvimento de tintas para diversas finalidades tem muitas razes, dentro destas

    est um fato importante que para cada tipo de superfcie necessrio um produto que supra

    suas necessidades de ser protegido, embelezado, oferecer durabilidade, entre outras. Contudo,

    a tecnologia desenvolve cada vez mais tinta, porm deve-se executar uma preparao adequada

    o substrato para impedir o aparecimento de defeitos na pintura, pois cada superfcies tm

    4 Bolhas presente na pelcula de tinta que est sobre uma superfcie.

  • 32

    caractersticas diferentes. Por exemplo, algumas superfcies como o ao so muito densas e no

    porosas diferentemente de uma parede de alvenaria rebocada (Beto) que porosa, no

    uniforme e no densa. No caso das paredes de alvenaria, a patologia ocorrente por meio da

    aderncia dar-se na maior parte das vezes por causa da defeituosa construo da estrutura.

    3.3.5 Execuo da Pintura

    A execuo de pintura a sequncia ou processo de aes para realizao de uma

    pintura. Apesar do desenvolvimento de mtodos de aplicao de tintas, como as que so

    aplicadas por meio de uma revlver, a metodologia a mais frequente causadora dos defeitos

    em pintura. Para safar as superfcies revestidas por tinta das anomalias necessrio um conjunto

    de cuidados que garante eficincia e qualidade nos processos de pintura.

    A mo-de-obra que ser responsvel pelos processos de pintura deve conhecer os

    produtos que sero utilizados, saber avaliar as condies reais de aplicao e as caractersticas

    da superfcie, pois qualquer falha pode comprometer resultado final do trabalho. O

    conhecimento prvio sobre aplicabilidade de tintas importante para que o pintor saiba os

    mtodos corretos de execuo de pintura.

    Alguns processos so considerados antes da aplicao dos esquemas de pintura.

    importante examinar as superfcies antes que estas recebam a tinta. Cada superfcie tem seu

    mtodo de aplicao, por exemplo, existe diferena entre o procedimento de aplicao de tinta

    na alvenaria e na madeira, por exemplo nas paredes, em alguns casos necessrio a aplicao

    de uma massa sobre esta que proporciona uma maior uniformidade depois da lixagem,

    deixando a superfcie pintada com esttica. Na madeira deve-se aplicar um selante aps a

    lixagem e lavagem, pois esse produto evitar patologias na superfcie, como por exemplo, o

    absorvimento da tinta pela madeira, causando patologias na superfcie.

    Sabendo disso, deve-se observar e garantir que o ambiente ou as condies ambientais

    tais como temperatura estejam propcias realizao da pintura; a mo-de-obra deve ser

    qualificada; cumprimento do tempo de secagem; evitar deficincia nas aderncias e misturas

    inadequadas da tinta.

  • 33

    3.3.6 Foras Exteriores

    Algumas superfcies apresentam patologias por pertencerem a um ambiente exposto

    eroso, abraso, umidade, gua corrente, entre outros fatores que contribuem para o

    aparecimento de defeitos mesmo em bases j revestidas.

    Alguns defeitos podem ocorrer pela utilizao de tinta com defeitos no seu processo de

    armazenagem, que ocorre no intervalo de sua fabricao e utilizao. Entre os defeitos que

    podem ser apresentados em uma tinta armazenada est na embalagem opaca ou formao de

    um gs dentro do recipiente que guarda a tinta que provoca dilatao na lata, isso pode ocorrer

    por causa da alta temperatura de armazenagem que esta lata talvez tenha sido submetida ou erro

    de fabricao. Para evitar esses danos deve-se devolver, substitu-la e seguir os requisitos de

    armazenagem ditados pelo fabricante.

    3.3.7 Espessamento e Sedimentao

    A mudana na consistncia do produto, o engrossamento da tinta um dano que no a

    torna inutilizvel, contudo o material deve passar por alguns procedimentos, por causa da

    presena de anomalias em sua consistncia. O espessamento pode ocorrer pela evaporao do

    solvente tornando o produto viscoso. Outra causa do engrossamento so elevadas e baixas

    temperaturas de armazenagem. A viscosidade um dano reversvel, isso se d pela agitao

    correta do produto, adio de solventes diluentes e armazenagem correta conforme indicaes

    ditas pelo fabricante. Algumas patologias agregadas ao espessamento a formao de uma pele

    sobre a superfcie da tinta, alm da gelificao que a alterao do estado fsico do produto,

    ocasionando a formao de um gel que torna a tinta imprpria para aplicao.

    A sedimentao ocorre por fatores como entrada de oxignio no produto, armazenagem

    incorreta, entre outros. Essa anomalia trata-se da deposio de resduos no fundo do produto.

    Poder ser evitada por correes na consistncia da tinta, adio do solvente, e em ltimo caso

    substituio do produto.

    3.3.8 Fase de Execuo da Pintura

    Algumas patologias podem aparecer durante a fase de aplicao da tinta e secagem da

    tinta, o ataque uma delas. Essa patologia ocorre pelo amolecimento, inchao ou separao de

    uma pelcula seca do seu substrato. Pode ocorrer quando as sequncias de demos no cumprem

  • 34

    os perodos de secagem ou so aplicadas em condies desfavorveis, alm da reteno de

    solventes na ltima camada. As solues para esse dano so a correta preparao da superfcie,

    utilizao de produtos compatveis e cumprimento dos perodos de secagem indicados pelo

    fabricante. (MARQUES, 2013, p. 79)

    A presena de orifcios na pelcula semelhantes a furos de alfinetes ocasionada pela

    excessiva umidade do ambiente, no cumprimento do tempo de secagem em as sequncias de

    camadas de tintas, utilizao de solventes com secagem lenta originando bolha que, quando

    rebentam formam furos. Esses orifcios podem ser evitados por uma preparao correta da

    superfcie, processo de lixagem, despoeiramento e lavagem, assim como a utilizao de

    produtos compatveis na repintura e o cumprimento dos processos de secagem indicadas pelo

    fornecedor da tinta. (MARQUES, 2013, p. 80-81)

    Outra anomalia aparncia texturizada da casca de laranja da pelcula de tinta. Isso

    se d pelo uso incorreto do mtodo de pintura por pistola, defeitos dos produtos de pintura,

    descumprimento dos perodos de secagem e condies de temperatura do ambiente

    desfavorveis. Pode-se solucionar esse problema por seguirmos corretamente os processos de

    pintura como a preparao de superfcie por meio da lixagem, despoeiramento seguido por

    lavagem, uso de materiais quimicamente compatveis, alm de seguir as recomendaes de

    aplicaes ditas pelo fabricante. (MARQUES, 2013, p. 81)

    A formao de rugas ou ondulaes nas superfcies pintadas ocorre durante o processo

    de pintura, mais especificamente durante a secagem da tinta. As causas das ondulaes so a

    aplicao de demos sem o cumprimento do perodo de secagem, temperaturas do produto e

    superfcie distintas significativamente, formulao deficiente da tinta, incompatibilidade dos

    materiais utilizados. Nos casos de repintura retira-se o revestimento seco, logo se prepara

    corretamente a superfcie e aplica-se a tinta. (MARQUES, 2013, p. 82)

    As superfcies que apresentam pinturas encosturadas no tem um acabamento

    uniforme, ocasionado por tintas com secantes demasiadamente rpidos, alm dos mtodos

    errados utilizados para execuo de pintura, como por exemplo, quando aplica-se tintas em uma

    superfcie necessrio que as demos sigam uma sequncia, os pinceis devem ser manuseados

    de maneira adequada para que as tintas sejam aplicadas de maneira constante com movimentos

    verticais de cima para baixo, evitando sobreposies. (MARQUES, 2013, p. 81)

    As tintas escorridas acarretam defeitos s superfcies revestidas, por apresentarem

    diferenas no nvel das pelculas de pintura. Como as tintas devem ser aplicadas por meio de

    mtodos de pintura, o manuseio errneo dos produtos e a secagem demasiadamente lenta dos

    secantes so alguns dos fatores que proporcionam escorrimentos ou pingos de tintas na

  • 35

    superfcie pintada. Para evitar esses danos deve-se seguir o tempo de secagem recomendado

    pelo fabricante, pode-se tambm lixar a parte ou todas as superfcies que apresenta

    escorrimentos e repint-las seguindo os mtodos de aplicao de tintas ditas pelo fornecedor do

    produto.

    Marcas de pinceis pode ser um defeito visto em superfcies pintadas. O manuseio

    errado dos pinceis utilizados em uma aplicao de tintas pode marcar as superfcies formando

    listras ou estrias retilneas paralelas entre si (MARQUES, 2013, p. 86). Essas marcas so frutos

    de produtos inadequados, como tintas viscosas e pinceis inadequados para a superfcie que ser

    aplicada a tinta, demos incorretas que no cumprem o tempo de secagem, superfcies

    despreparadas, condies de execuo de pintura inadequadas, entre outros. No entanto, quando

    os pinceis so escolhidos visando superfcie que ser aplicada e as tintas que sero utilizadas,

    alm das condies do ambiente, as marcas sero evitadas.

    Outras patologias so evidentes na fase de vida til da tinta, ou perodo de exposio da

    pintura, como por exemplo, as que esto presentes em ambientes expostos aos agentes externos.

    Algumas dessas anomalias so: o amarelecimento que so marcas amarelas na superfcie; o

    bronzeamento trata-se da mudana da cor da tinta para um aspecto envelhecido; a

    descolorao que a perda de colorao ou cor do produto; o descascamento da pelcula de

    tinta; as eflorescncias um fenmeno que ocorre quando sais hidrossolveis formam um

    deposito cristalino formando manchas e altercaes de cor; os empolamentos so relevos

    formados por pelculas de tinta, em forma de bolha; exsudao; as fissuraes so rupturas na

    pelcula seca ou fendas no acabamento; o intumescimento o aumento no volume da pelcula;

    as manchas se diferenciam da pintura, pois so marcas diferentes em cor da maior parte da

    superfcie pintada; a pegajosidade a propriedade que permite pelcula permanecer pegajosa

    mesmo depois do tempo de cura; perda de brilho; perda de poder de cobertura; a

    pulverulncia ou farinao a presena de um p fino e pouco aderente sobre a superfcie

    pintada; a reteno de sujidade trata-se de uma tendncia da pelcula de reter sujeiras em sua

    superfcie por no poderem ser removidas por meio de uma limpeza e por ltimo a

    saponificao que consiste na transformao da resina da tinta em sabes solveis, que provoca

    a dissoluo total ou parcial do acabamento. (MARQUES, 2013, p. 89-103)

    3.4 ENSAIOS

    A fim de verificar as propriedades das tintas e vernizes alguns ensaios podem ser

    realizados, tais qual ensaio de estabilidade de armazenagem, ensaio de estabilidade aerao,

  • 36

    ensaio das propriedades de aplicao, ensaio de tempo de secagem, ensaio de dureza e ensaio

    de adesividade.

    3.4.1 Estabilidade de Armazenagem

    Esse ensaio consiste em analisar a resistncia da tinta ou verniz a ter suas propriedades

    modificadas, quando colocados na embalagem.

    Ao serem inseridos na embalagem, as tintas e vernizes podem sofrer modificaes em

    sua cor, viscosidade, brilho, tempo de secagem, entre outros. Estas modificaes podem

    acontecer caso ocorra alguma alterao na formulao da tinta ou verniz e a mesma perda sua

    homogeneidade.

    Muitos fabricantes de tintas e vernizes estocam as latas de um produto recm-formulado

    por um perodo de 6 meses a fim de verificar as propriedades do produto.

    3.4.2 Tempo de Secagem

    O ensaio de tempo de secagem deve ocorrer em temperatura ambiente e geralmente

    determinado por avaliaes com o dedo. Segundo Bauer (2008, p. 684) para fins do ensaio de

    tempo de secagem, cinco estgios podem ser observados, devidos em estgio A, B, C, D e

    estgio E.

    O mtodo de ensaio de tempo de secagem consiste em encostar o dedo ou fibras de

    algodo periodicamente na superfcie pintada.

    O estgio A atingido quando ao tocar com o dedo ou as fibras de algodo na pintura,

    a tinta no retirada.

    Atinge-se o estgio B quando uma pequena presso aplicada sobre a superfcie e no

    deixa marcas na mesma.

    O estgio C atingido quando aplica-se presso sobre a pelcula, seguido por um

    movimento de toro do dedo e no ocorre nenhuma distoro na pelcula de tinta aplicada

    sobre a superfcie.

    Quando tenta-se com o auxlio da unha remover a pelcula de tinta aplicada sobre a

    superfcie e a mesma no sofre alteraes, o estgio D foi atingido.

    J o estgio E atingido quando se torna possvel aplicar uma segunda camada de tinta

    na superfcie, sem que a camada inicial sofra nenhuma alterao.

  • 37

    4 SUPERFCIES DE ALVENARIA

    Cada superfcie requer um tipo diferente de preparo e execuo, que deve ir de acordo

    com o estado, bem como com o material da qual a superfcie composta.

    Para atingir a cobertura final almejada, antes da pintura a superfcie de alvenaria deve

    ser adequadamente limpa e preparada, seguindo os mtodos apropriados para o produto

    utilizado.

    4.1 PREPARAO DAS SUPERFCIES

    Para o perfeito acabamento da pintura, o modo de preparo da superfcie se faz to

    importante quanto correta escolha dos materiais que sero aplicados.

    A fim de escolher a preparao adequada, deve-se avaliar as condies da superfcie que

    ser pintada, observando se uma superfcie nova que receber sua primeira pintura, ou se

    trata-se de uma repintura de uma superfcie antiga. Avalia-se ainda se a superfcie que ser

    pintada encontra-se em ambiente externo ou interno, bem como os materiais que se adequam a

    cada espao.

    A preparao da alvenaria deve ser realizada de modo que antes da pintura no reste

    nenhuma porosidade, salincia, empolamento ou rugosidade fora do acabamento pretendido,

    de modo a permitir a perfeita aderncia do sistema de pintura e garantir a durabilidade do

    mesmo.

    Segundo a NBR 13245 (ABNT, 1995) intitulada Execuo de pinturas em alvenaria no

    industrial, que estabelece as condies e prticas exigveis para a aplicao da pintura em

    diversos tipos de superfcie. De acordo com a NBR 13245 (ABNT, 1995) antes da realizao

    da pintura, o pintor deve avaliar a superfcie em que o sistema de pintura ser aplicado, bem

    como as condies em que a mesma se encontra, se trata-se de uma superfcie nova, antiga, ou

    ainda se trata-se de um substrato brilhoso.

    4.1.1 Superfcie Nova

    Deve-se inicialmente limpar a superfcie por meio de escovao, raspagem ou lavagem

    com gua potvel retirando qualquer objeto indesejado, tais qual poeira, mofo, leo, entre

    outros. Conforme Eusbio (1991) as reas da superfcie que possuam manchas secas devem ser

  • 38

    unicamente escovadas, jamais lavadas, pois a lavagem de manchas secas pode alargar as

    manchas.

    Com a superfcie limpa e seca, realizar as devidas correes da rea utilizando a lixa. Em

    casos de grandes imperfeies ou alta porosidade na superfcie, devem-se aplicar finas camadas

    de argamassa at que se consiga o nivelamento da mesma.

    Aplica-se ento a pintura.

    4.1.2 Superfcie Antiga

    A preparao de superfcies antigas pode ocorrer atravs de trs formas, a escolha

    depender do estado em que a mesma se encontra.

    Para pinturas antigas em bom estado, deve-se proceder conforme a limpeza e tratamento

    descritos na superfcie nova.

    Em casos de pinturas antigas com sinais de deteriorao, realiza-se a mesma limpeza e

    tratamento descritos para superfcies novas, porm antes da aplicao da pintura, deve-se

    aplicar na superfcie um selador para alvenaria.

    Em alvenarias com pinturas antigas em estado de deteriorao avanada, deve-se rasp-

    la completamente e proceder conforme descrito em casos de alvenarias com pinturas antigas

    com sinais de deteriorao.

    4.1.3 Superfcies com Pinturas Antigas Brilhantes

    Deve-se neste caso, remover o brilho da pintura atravs do lixamento, e em seguida

    retirar todo o p proveniente do lixamento por escovao e/ou ar comprimido.

    Caso a alvenaria possua baixa resistncia mecnica, deve-se proceder conforme descrito

    para casos de alvenarias com pintura antiga em estado de deteriorao.

    4.2 EXECUO DA PINTURA

    So inmeros os mtodos possveis para a aplicao da pintura na alvenaria e muitos

    outros surgem todos os anos. A escolha do mtodo de pintura a ser utilizado deve ser feita com

    base no resultado esperado, bem como os materiais utilizados e os fatores externos do ambiente,

    como a temperatura e a umidade relativa do ar.

  • 39

    Aplicao a Pincel

    Quando a prioridade a velocidade no acabamento, a aplicao do sistema de pintura

    com uso do pincel completamente inaceitvel. Devido a lentido do processo, o uso do pincel

    indicado apenas em casos especficos, como na especificidade de uma superfcie com

    acabamento rugoso ou com textura, onde esse material apresenta um maior contato com a

    superfcie e alcana um melhor acabamento.

    Por ser um processo lento, o sistema de pintura com o uso do pincel exige alguns cuidados

    extras. A tinta utilizada no sistema de pintura deve ter um retardo no endurecimento e espalhar-

    se facilmente, de modo que se consiga um acabamento homogneo e uniforme, sem o

    aparecimento de manchas que evidenciem a descontinuidade da pintura.

    Geralmente a tinta utilizada na aplicao com uso de pincel, a tinta tixotrpica que

    diminui a viscosidade da tinta permitindo que a mesma volte a ser fluda quando agitada. Em

    outros casos, utilizam-se ainda solventes com ponto de ebulio no intervalo 150 - 200C que

    retardam a secagem da pintura, o que possibilita que o aplicador da pintura consiga espalh-la

    mais facilmente.

    Antes de iniciar a pintura, a pessoa que for aplicar a mesma deve vestir luva e culos de

    proteo, para ento iniciar o processo. Deposita-se ento o pincel dentro da embalagem de

    tinta at que parte das cerdas estejam mergulhadas na tinta, em seguida retira-se o excesso

    pressionando contra a bandeja de pintura.

    A aplicao da tinta deve ocorrer com pinceladas paralelas e curtas trazendo um aspecto

    uniforme a pintura. Evita-se tores e pinceladas cruzadas que acarretariam irregularidades a

    superfcie. Para facilitar o resvalo do pincel sobre a superfcie, a posio indicada para o brao

    do pintor de 45.

    Aplicam-se ento sucessivas camadas de tinta com pinceladas longas at que se alcance

    o nivelamento e alisamento da superfcie. As pinceladas devem ainda ser leves para evitar o

    surgimento de manchas e marcas no acabamento da pintura.

    Aps a pintura, o pintor deve sempre se preocupar em limpar os materiais utilizados na

    mesma, de modo a preservar sua durabilidade. No caso dos pincis, ao fim da pintura, o pintor

    deve lavar o pincel com gua e sabo.

    4.2.1 Aplicao a Rolo Manual

    A aplicao da tinta com o uso de rolo manual bastante simples e indicada na realizao

    de pinturas residenciais.

  • 40

    Para dar incio pintura, deve-se imergir o rolo dentro da bandeja com tinta, que possui

    um lado raso e um fundo. A imerso deve ocorrer inicialmente na parte rasa da bandeja rolando

    at a parte funda repetidas vezes, at que o rolo esteja uniformemente encharcado de tinta.

    A fim de evitar desperdcios, pressiona-se o rolo contra a parte rasa da bandeja retirando

    o excesso de tinta, deixando o rolo pronto para a pintura.

    No caso de superfcies lisas, a aplicao deve ocorrer de cima para baixo de modo a

    atingir a maior parte da superfcie possvel, o que evita o uso de emendas. Caso as emendas

    sejam necessrias, sua aplicao deve ser suave e deve recobrir 1/3 da aplicao anterior, para

    obter um aspecto mais uniforme.

    Durante a aplicao da tinta, a presso sobre o rolo deve ser controlada de modo a permitir

    um aspecto uniforme a pintura.

    No caso de pinturas com textura, as emendas so intolerveis uma vez que ocasionariam

    em manchas e relevos que prejudicariam a pintura. Para evitar estas emendas, a superfcie deve

    ser dividida em partes, geralmente em cerda de 3m (metros). Estas divises so comumente

    feitas com uso de fita crepe e podem tambm, quando previstas em projeto, possuir uma

    finalidade esttica.

    O pintor deve se preocupar em atingir a espessura ideal para a pintura, sendo a mnima

    de 1 mm, o que permite proteger a superfcie, bem como manter sua esttica. Outra preocupao

    deve ser o uso de material, sendo o consumo mnimo especificado pelo fabricante que fica entre

    2 kg/m e 5 kg/m.

    A aplicao da pintura em superfcies com textura, deve correr em um nico sentido, que

    pode ser escolhido pelo pintor, porm a ltima camada de tinta deve ser aplicada em direo

    vertical, no sentido de cima para baixo, que facilita escoamento da tinta e dificulta o

    depositamento de sujeiras na superfcie.

    Em casos de superfcies rugosas, a aplicao deve ocorrer em diversos sentidos em

    movimentos de vai e vem, de forma que a tinta consiga cobrir as irregularidades.

    Segundo Gerdau (2003) os primeiros movimentos com o rolo ao retir-lo da bandeja esto

    mais ricos em tinta que os movimentos posteriores. Para evitar que a superfcie fique com um

    aspecto irregular, o pintor deve realizar os movimentos posteriores ao primeiro em sentido

    contrrio ao mesmo.

    Ao fim da pintura, o material utilizado na mesma deve ser limpo com o uso de solventes

    e posteriormente gua e sabo. No caso do uso apenas de tinta base de gua, os instrumentos

    de pintura podem ser limpos apenas com gua e sabo.

  • 41

    4.2.2 Aplicao por Nebulizao a Ar Comprimido

    Este mtodo utilizado na aplicao de pintura com tintas de baixa viscosidade, porm

    essas tintas escorrem rapidamente, o que gera desperdcio. Esse problema pode ser parcialmente

    solucionado se adicionado o chamado solvente rpido a tinta, como o tolueno. Porm esta

    soluo no to eficaz, pois durante a nebulizao do ar, h uma perda de solvente.

    A quantidade de solvente tambm deve ser uma preocupao para o pintor neste tipo de

    aplicao, pois o excesso de solvente pode ocasionar no desmedido aumento da viscosidade da

    tinta e consecutiva formao de fendas na pintura.

    A nebulizao de ar consiste em inserir a tinta em uma clere corrente de ar que se insere

    em um sistema de orifcios, subdividindo a tinta em gotculas que se espalharo pela superfcie

    a ser pintada, atravs de um revlver.

    Este processo pouco usado em dias midos, pois quando a presso diminui e o solvente

    vaporizado atravs da nebulizao, ocorre uma queda de temperatura que somado a alta

    umidade do ambiente pode resultar em uma pintura esbranquiada e fosca.

    Para que este mtodo de pintura funcione adequadamente alguns elementos precisam ser

    controlados, um deles a velocidade em que a tinta sai da pistola, onde quanto maior a

    velocidade, melhor ser o resultado. A acelerao desta velocidade pode ser feita com a

    variao da quantidade de gua e de ar que entra na pistola bem como com o ajuste do fluxo de

    material acionando os botes de controle da pistola.

    Outro elemento que altera o funcionamento da pistola o tamanho da ponta ou agulha da

    mesma. Onde o bico varia em funo do tipo de acabamento almejado e especificado por

    fabricante.

    4.3 ENSAIO DAS PROPRIEDADES DE APLICAO DE TINTAS EM SUPERFCIE DE ALVENARIA

    No existem testes padronizados para determinar as propriedades de aplicao de

    revestimentos lquidos, tais qual a tinta. A anlise das propriedades deve ocorrer de acordo com

    a observao dos aplicadores da pintura, analisando as condies em que a mesma aplicada,

    bem como a temperatura em que a tinta sobreposta, a umidade do ambiente, a velocidade do

    vento, dentre outros.

    A fim de analisar e verificar as propriedades da aplicao da pintura em superfcies de

    alvenaria realizamos ensaios seguindo a NBR 13245 (ABNT, 1995), bem como as

  • 42

    recomendaes do fabricante. Durante o ensaio observamos os fatores externos do ambiente tal

    qual temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento.

    Materiais utilizados no ensaio:

    - Lixa Grana 100, rolo misto, pincel de cerdas gris, tinta acrlica lavvel, selador

    acrlico, termo higrmetro5, anemmetro6.

    Execuo

    Realizamos o ensaio das propriedades de aplicao da pintura em alvenaria de superfcie

    nova com base na NBR 13245 (ABNT, 1995), analisando periodicamente as condies

    meteorolgicas do ambiente a fim de avaliar as propriedades de aplicao da pintura em

    superfcies de alvenaria e madeira.

    Para fins deste ensaio delimitamos uma poro de parede de alvenaria e aplicamos o

    sistema de pintura verificando periodicamente as condies meteorolgicas do ambiente.

    Iniciamos o preparo da superfcie com a limpeza da mesma utilizando gua e sabo. Aps a

    limpeza, esperamos que a superfcie secasse por completo e iniciamos sua preparao.

    Figura 21 - Lixamento da parede de alvenaria

    Fonte: Elaborado pelas autoras.

    Utilizando lixa de grana 100, lixamos o trecho da alvenaria limpa at retirar todas as

    irregularidades da superfcie, dando a superfcie uma textura lisa. Retiramos ento o excesso de

    p resultante do lixamento por meio da escovao da superfcie. Observaremos na Figura

    21acima as irregularidades que a parede apresentava antes do lixamento.

    Aps o lixamento da superfcie, com o uso do termo higrmetro medimos a temperatura

    e umidade relativa do ar, na qual a temperatura mdia 33C e a umidade relativa do ar estava

    em cerca de 55%. Utilizamos ainda o anemmetro para medir a velocidade do vento, que aps

    o lixamento da superfcie encontrava-se em cerca de 0,8 m/s.

    5 Instrumento de medio de temperatura e umidade relativa do ar. 6 Instrumento de medio da velocidade do vento.

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    Em seguida, com o uso do pincel de cerdas gris aplicamos