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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CURSO DE BACHARELADO EM ECONOMIA ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA: ANÁLISE DA DEMANDA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS EM RIO BRANCO-AC

Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

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Monografia para curso de Bacharelado de Economia, que trata da existencia de assimetria de informações no comercio eletronico ou e-commerce.

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Page 1: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CURSO DE BACHARELADO EM ECONOMIA

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA: ANÁLISE

DA DEMANDA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS EM RIO BRANCO-AC

RIO BRANCO

2008

Page 2: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

ELTON DIAS FONSECA

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA: ANÁLISE

DA DEMANDA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS EM RIO BRANCO-AC.

Monografia apresentada como exigência final para obtenção do grau de bacharel em Economia da Universidade Federal do Acre.Prof. Orientador: Msc Maria Sheila de Palza

RIO BRANCO

2008

Page 3: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

TERMO DE APROVAÇÃO

ELTON DIAS FONSECA

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA: ANÁLISE

DA DEMANDA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS EM RIO BRANCO-AC

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de Curso de Bacharelado em Economia da Universidade Federal do Acre, sendo aprovado pela banca constituída pelo professor orientador e membros abaixo mencionados.

Compuseram a banca:

Prof. Orientador, Maria Sheila de Palza, MestreCurso de Bacharelado em Economia

Prof. Membro da banca, TitulaçãoCurso de Bacharelado em Economia

Prof. Membro da banca, TitulaçãoCurso de Bacharelado em Economia

Rio Branco, data

Page 4: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Dedico esta obra ao meu eterno e bom

Deus que me deu a graça de alcançar

esta rica benção.

Page 5: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a DEUS que me deu forças para continuar a caminhada em

busca dos meus objetivos.

À minha orientadora e amiga professora Maria Sheila de Palza pelo incentivo,

presteza e auxilio que foram de suma importância para conclusão desta monografia.

À meus pais, meu irmão Luciano Dias Fonseca e demais familiares,

especialmente à minha esposa Maria Isabel P. Leite Fonseca e à minha filha

Samara Leite Fonseca que sempre estiveram ao meu lado encorajando-me e

compreendendo-me nas horas dedicadas à realização deste trabalho.

E aos demais, que de alguma forma contribuíram na elaboração desta

monografia. 

 

Page 6: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

RESUMO

Neste trabalho, estuda-se o mercado virtual varejista de produtos

eletrônicos, especificamente a demanda de produtos eletrônicos em Rio Branco-AC

sob a ótica neoinstitucionalista a fim de conhecer e analisar a influência da

assimetria de informação nas transações econômicas desses produtos, bem como

verificar as principais formas adotadas pelos agentes econômicos no sentido de

diminuir essa assimetria. Inicia-se com uma revisão bibliográfica sobre a Nova

Economia Institucional, em seguida faz-se uma discussão sobre o mercado virtual

varejista no Brasil e por fim analisá-se as informações obtidas em uma pesquisa

amostral realizada com os consumidores desses produtos na cidade de Rio Branco-

AC à luz dos conceitos e pressupostos neoinstitucionalistas.

Palavras-chave: Assimetria de informação; ações oportunistas; e-commerce.

Page 7: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

ABSTRACT

<Texto em inglês>

Key-words:

Page 8: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

SUMÁRIO

RESUMO.....................................................................................................................V

ABSTRACT................................................................................................................VI

LISTAS DE FIGURAS................................................................................................IX

LISTAS DE QUADROS..............................................................................................X

LISTAS DE TABELAS..............................................................................................11

INTRODUÇÃO..........................................................................................................12

PROBLEMA E HIPÓTESE DA PESQUISA......................................................13

OBJETIVOS DA PESQUISA.............................................................................14

JUSTIFICATIVA DA PESQUISA......................................................................15

METODOLOGIA................................................................................................16

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO.........................................................................17

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL..........18

1.1 UM BREVE HISTÓRICO DA NEI................................................................19

1.2 PRESSUPOSTOS E IDÉIAS DEFENDIDOS PELA NEI.............................24

1.3 PENSAMENTOS NEOINSTITUCIONALISTA X PENSAMENTO

NEOCLÁSSICO................................................................................................32

2 O MERCADO VIRTUAL VAREJISTA....................................................................35

2.1 DEFINIÇÃO E DESEMPENHO...................................................................35

2.2 FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O AVANÇO DO E-

COMMERCE.....................................................................................................39

Page 9: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

2.3PERFIL DO E-CONSUMIDOR BRASILEIRO..............................................47

2.4ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA

BRASILEIRO.....................................................................................................51

3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NA DEMANDA DE PRODUTOS

ELETRÔNICOS NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA EM RIO BRANCO...........52

3.1 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DE RESULTADOS........................53

3.2 RACIONALIDADE LIMITADA E INCOMPLETITUDE DOS CONTRATOS 61

3.3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO...............................................................62

3.4 OPORTUNISMO OU AÇÃO OPORTUNISTA.............................................63

3.5 SELEÇÃO ADVERSA.................................................................................64

3.6 RISCO MORAL...........................................................................................66

3.7 SINALIZAÇÃO DE MERCADO...................................................................67

CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................71

REFERÊNCIAS.........................................................................................................73

aPÊNDICE A – questionário..............................................................................76

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Page 10: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

LISTAS DE FIGURAS

FIGURA 1. FATURAMENTO ANUAL DO VAREJO ON-LINE 2001 -2006 E

PREVISÃO PARA 2007............................................................................................37

FIGURA 2. RENDA FAMILIAR – QUANTIDADE DE TRANSAÇÕES.....................48

FIGURA 3. IDADE X QUANTIDADE DE TRANSAÇÕES.........................................48

FIGURA 4. ESCOLARIDADE – QUANTIDADE DE TRANSAÇÕES:......................49

FIGURA 5. QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES......................................................54

FIGURA 6. COMPRAM PRODUTOS ELETRÔNICOS NO E-COMMERCE.............54

FIGURA 7. RAZÕES POR QUE OS INTERNAUTAS NÃO COMPRAM PRODUTOS

ELETRÔNICOS PELA INTERNET...........................................................................56

FIGURA 8. RAZÕES QUE LEVARÃO OS E-CONSUMIDORES A COMPRAREM

NOVAMENTE ELETRÔNICOS NO E-COMMERCE.................................................57

FIGURA 9. FORMAS DE PAGAMENTO X MOTIVO................................................58

FIGURA 10. CASOS EM QUE AS LOJAS VIRTUAIS DEIXARAM DE CUMPRIR O

CONTRATO..............................................................................................................59

FIGURA 11. FATOR QUE TRANSMITE SEGURANÇA AO E-CONSUMIDOR DE

ELETRÔNICOS.........................................................................................................60

Figura 12. Fator que transmite insegurança ao e-consumidor de eletrônicos...........60

Page 11: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

LISTAS DE QUADROS

Quadro 1. Pensamento Neoclássico X Pensamento Neoinstitucionalista.................33

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Page 12: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

LISTAS DE TABELAS

TABELA 1 – FATURAMENTO ANUAL DO VAREJO ON-LINE 2001-2006 E

PREVISÃO PARA 2007............................................................................................37

TABELA 2. CRESCIMENTO REAL DO PIB SETORIAL BRASILEIRO...................38

TABELA 3. EVOLUÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO -

2000/2006..................................................................................................................38

TABELA 4. RANKING DOS 10 PAÍSES COM MAIOR NÚMERO DE

INTERNAUTAS.........................................................................................................41

TABELA 5. QUANTIDADE DE PESSOAS CONECTADAS A WEB NO BRASIL

SÉRIE HISTÓRICA: 1997 -2007...............................................................................43

TABELA 6. QUANTIDADE DE E-CONSUMIDORES NO BRASIL..........................43

TABELA 7. PRODUTOS MAIS VENDIDOS NO E-COMMERCE 2003-2005...........50

Tabela 8. Perfil do e-consumidor brasileiro...............................................................50

Page 13: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

INTRODUÇÃO

A Nova Economia Institucional (NEI), também conhecida como Economia do

Custo de Transação (ECT), revolucionou a visão microeconômica trazendo a tona o

grave problema dos custos de transação e da existência de assimetria de

informação nas transações econômicas o que até então não havia sido considerado

por nenhuma outra escola. Percebe-se assim uma contraposição dos

neoinstitucionalistas ao pensamento dos economistas ortodoxos (neoclássicos),

negando os pressupostos destes de racionalidade plena dos agentes econômicos,

de custo de transação nulo e perfeição das informações, estabelecendo que apesar

dos indivíduos agirem racionalmente, esta racionalidade não é plena, mas limitada, o

que conforme Farina (1997), deve-se basicamente à incapacidade dos agentes

econômicos prevêem todas as contingências futuras relativas a uma transação.

A NEI então introduz ao estudo econômico a assimetria de informação, que

para os neoinstitucionalistas, interfere diretamente no perfeito funcionamento do

sistema econômico, tornando este ineficiente, de sorte que a medida que esta

assume valores mais elevados mais ineficiente será o funcionamento deste mercado

o que se dá pelo aumento dos custos para contratação e principalmente para

manutenção dos contratos já que estas imperfeições das informações tornarão mais

fáceis a prática de ações oportunistas.

Observa-se assim, que os agentes econômicos possuem níveis de

informação assimétrica, sendo então primordial saber o grau destes diferentes níveis

Page 14: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

de informação existentes em uma negociação e até que ponto estes influenciam

negativamente ou positivamente para ambas as partes envolvidas em uma

transação econômica.

Neste sentido, fazendo uso dos pressupostos neoinstitucionalistas busca-se

neste trabalho conhecer e analisar a influência da assimetria de informação nas

transações econômicas de produtos eletrônicos no mercado virtual varejista em Rio

Branco/AC, bem como verificar as principais formas utilizada para diminuir essa

assimetria.

PROBLEMA E HIPÓTESE DA PESQUISA

A existência de assimetria de informação, segundo os neoinstitucionalistas,

promove diversos problemas ao perfeito funcionamento do sistema econômico,

como a geração de custos de transação, que para estes, refere-se aos custos

gerados para o estabelecimento e manutenção dos contratos, o que depende

diretamente da qualidade de informações que este mercado apresenta. Desta

maneira, quanto mais imperfeita, assimétrica, for estas informações, mais elevados

serão os custos de transação.

Outro relevante problema provocado pela existência de assimetria de

informação é a possibilidade de ações oportunistas, que por sua vez podem se

apresentar antes ou depois, de ser estabelecido o contrato. Sendo assim qualificada

em dois grupos, a pré-contratual e a pós contratual, que são respectivamente:

seleção adversa, onde um agente omite informações comprometedoras que poderia

impedir a sua contratação, o que de fato ocorre, sendo que este é escolhido

enquanto que outro agente idôneo, que forneceu todas as informações corretas,

deixa de ser contratado; e risco moral, onde um agente omite informações que

poderiam comprometer sua contratação, e que lhe permita obter vantagens, e após

a contratação muda de atitude, deixando de cumprir com as clausulas contratuais,

caso não for monitorado.

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Page 15: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Desta forma, o mercado onde a assimetria de informação assume graus

muitos elevados, o sistema econômico funciona com deficiência, e a incerteza passa

a reger a relação entre os agentes econômicos, fazendo com que a contratação

incorra em custo de transação mais elevado, e em casos mais extremos, até mesmo

impedindo que esta ocorra.

Neste sentido, partindo dos pressupostos neoinstitucionalista de

racionalidade limitada dos agentes econômicos, da existência de assimetria de

informação, nesse mercado virtual varejista, busca-se investigar qual a influência da

assimetria de informação nas transações econômicas do mercado virtual de

produtos eletrônicos e quais as principais formas adotadas pelos agentes para

diminuir essa assimetria? E adota-se como hipótese básica que a assimetria de

informação interfere decisivamente na eficiência do mercado em estudo.

OBJETIVOS DA PESQUISA

a) Objetivo geral

Este trabalho tem por objetivo geral realizar um estudo de caso no mercado

virtual varejista, tendo por foco das análises o consumidor de produtos eletrônicos

em Rio Branco, buscando demonstrar a influência da assimetria de informação nas

transações econômicas realizadas neste mercado e destacar as formas encontradas

pelos agentes para minimizar essa assimetria.

b) Objetivos específicos

Conhecer as principais características do mercado virtual de produtos

eletrônicos em nível nacional;

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Page 16: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Identificar os motivos que levam as pessoas a realizarem compras

nesse mercado virtual;

Destacar a forma em que se manifesta a ocorrência de ações

oportunistas, seleção adversa e risco moral neste mercado;

Apresentar os instrumentos que os agentes econômicos usam e

poderão usar, a fim de tornar as informações mais perfeitas e assim eliminar ou pelo

menos diminuir a assimetria de informação e com isso tornar mais eficiente o

funcionamento deste mercado.

JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Baseando-se nos princípios da NEI, percebe-se que a assimetria de

informação apresenta forte influencia no sistema econômico, impedindo que o

mercado funcione eficientemente, de forma que quanto mais assimétricas

(imperfeitas) forem as informações mais ineficientemente funcionará este mercado,

o que ocorrerá devido a elevação dos custos de transação, ante a elevação da

possibilidade de ocorrências de ações oportunistas, tornando necessário a

disponibilização de mais recursos para garantir a contratação e principalmente a

manutenção dos contratos.

Neste sentido, a razão da realização deste trabalho fundamenta-se na

existência de assimetria de informação no mercado virtual varejista em Rio Branco,

o que tem proporcionado perdas a este mercado, ante ao alto grau de incerteza que

envolve as transações neste mercado, principalmente na demanda de produtos

eletrônicos. Gerando com isso a carência de identificar o grau desta imperfeição nas

informações, a fim de que se corrija a imperfeição de mercado proporcionada por

estas.

Desta maneira, busca-se demonstrar a aplicabilidade dos pressupostos

neoinstitucionais tais como o de existência de assimetria de informação nas

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Page 17: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

transações econômicas, o da racionalidade limitada, em especial no mercado em

estudo, demonstrando que, oposto ao que delineavam os economistas ortodoxos

(neoclássico), estes problemas existem e vem propiciando muitos prejuízos aos

mercados, que não conseguem por causas destes operarem eficientemente.

Assim, visa-se também apresentar as principais formas de contornar a

assimetria de informação, permitindo assim que o mercado funcione eficientemente,

proporcionando ganhos tanto para as empresas que elevarão suas receitas,

vendendo mais, como para os consumidores, que contratarão os serviços com

melhor qualidade.

METODOLOGIA

Para se alcançar os objetivos desejados da pesquisa, este trabalho dividiu-

se em três etapas: primeiramente, com base na literatura existente dos economistas

neoinstitucionais, levantou-se literaturas que foram utilizadas como referência e

fundamentação do arcabouço teórico referenciado, o que viabilizou a realização do

primeiro capitulo.

A segunda etapa consistiu no estudo sobre o referido mercado no Brasil,

sendo as principais fontes destas informações o EBit, que pode ser acessado pelos

endereços eletrônicos: www.ebit.com.br/ e www.ebitempresa.com.br/, também o e-

commerce, encontrado no endereço eletrônico: www.ecommerce.com.br, que são

sites especializados no comércio virtual.

Nesta etapa, efetuou-se ainda um estudo de caso do mercado virtual

varejista em Rio Branco, em que se focaram as análises na demanda de produtos

eletrônicos, onde a assimetria se apresenta em grau mais elevado. Também aplicou-

se durante os dias 03 à 20 de janeiro de 2008, cinqüenta questionário tanto aos e-

consumidores rio-branquense, (aqueles que já compraram e compram produtos

eletrônicos pela internet), como também os e-consumidores potenciais, isto é,

aqueles que possuem acesso à internet, mas por algum motivo não fazem compras

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Page 18: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

destes produtos neste mercado. Sendo estes divididos em três grupos: aqueles que

possuem acesso à internet apenas no trabalho, para qual fora escolhido os

funcionários civis e militares da Policia Militar do Acre de diferentes patentes, posto e

graduação, onde se aplicou 15 (quinze) questionários; aqueles que acessam a

internet apenas em Lan House sendo a pesquisa realizada em uma Lan House no

Centro da Cidade de Rio Branco também com 15 (quinze); e aqueles que possuem

acesso à internet em suas residências sendo escolhido 20 (vinte) pessoas

aleatoriamente de uma lista repassada pela Brasil Telecom, (empresa que fornece

serviço de ADSL na cidade). Desta maneira o referido questionário fora aplicado à

pessoas que se encaixam ao perfil nacional do e-consumidor brasileiro, visando

assim que a pesquisa atendesse e se aproximá-se ao máximo possível da realidade

econômica.

Na terceira e última etapa efetuou-se a interação da parte teórica, levantada

na primeira etapa, com as informações colhidas na segunda fase, como as análises

dos questionários, para que assim, se pudesse concretizar o trabalho e alcançar os

objetivos desejados, o que é feito no terceiro capitulo.

ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

No primeiro capitulo realizou-se uma abordagem da NEI, trazendo seu

histórico, como também seus principais pressupostos e por fim confrontando seus

pressupostos com o pensamento neoclássico.

E no capitulo seguinte, busca-se apresentar o mercado virtual varejista no

Brasil, trazendo a composição deste mercado, o seu retrospecto nos últimos anos, e

outras informações coletadas.

No capítulo subseqüente, foca-se as análises do mercado em estudo na

demanda rio-branquense de produtos eletrônicos. Realizando ainda a abordagem

neoinstitucionalista do mercado em estudo, apresentando o grau de assimetria de

informação observado neste, e como esta interfere na sua eficiência.

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Page 19: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Por fim apresenta-se as conclusões finais do trabalho e as recomendações

no sentido de se reduzir a assimetria de informação neste mercado, o que

proporcionará ganhos consideráveis tanto para o ofertante como aos demandantes

deste serviço.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: A NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL

A Nova Economia Institucional (NEI) revolucionou a visão microeconômica,

ao abordar fatores que interferem no sistema econômico, mais tido como fatores

exógenos pelas escolas de pensamento que a antecederam, em especial a

neoclássica.

Fatores como os custos de transação e a assimetria de informação nas

transações econômicas, que não eram considerados por nenhuma outra Escola,

passam a ser tratados com mais atenção e cuidado, e tornam-se os princípios

basilares da Escola. E aos poucos, os teóricos da NEI demonstram que o oposto ao

que os ortodoxos acreditavam, as informações são imperfeitas, e com isso os custos

de transação não podem ser nulos, como defendia os neoclássicos, pois, ao

contrário do que estes pregavam, os agentes econômicos são dotados de

racionalidade, mas limitadamente, o que para Farina et all (1997), se deve a

incapacidade destes de prevêem todas as contingências futuras relativas a uma

transação. Portanto, a NEI, introduz ao estudo econômico a assimetria de

informação, afirmando que esta interfere diretamente no perfeito funcionamento do

sistema econômico, tornando este ineficiente.

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Page 20: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Neste capítulo busca-se apresentar um breve histórico da NEI,

apresentando os antecedentes teóricos desta Escola; apresentar seus principais

pressupostos que serão usados como arcabouço teórico deste trabalho e por fim,

apresentar os pontos de divergência entre o pensamento neoclássico e o

neoinstitucionalista.

1.1 UM BREVE HISTÓRICO DA NEI

Como já relatado, este trabalho fundamentar-se nos princípios da Nova

Economia Institucional (NEI), a fim de explicar a imperfeição de mercado ocasionada

pela assimetria de informação na demanda de produtos eletrônicos no comércio

virtual varejista em Rio Branco. O que torna imprescindível a apresentação desta

recente escola, que revolucionou a visão microeconômica, trazendo a tona o grave

problema dos custos de transação e da existência de assimetria de informação nas

transações econômicas, o que até então, era desconsiderado pelas demais escolas.

Conforme Zylbersztajn (1995), o pensamento neoinstitucionalista nasce a

partir do momento em que vários autores como T. Veblen, J. Commons, J.K.

Galbraith e W. Hurst, que mais tarde ficariam conhecidos como “velhos

institucionalistas” passam a considerar e dar relevância às instituições em seus

modelos econômicos, entendendo que o funcionamento da economia, e em

especial, a organização das corporações, não é neutro ao ambiente institucional

como previa os economistas neoclássicos.

E em meados da década de 30 do século XX, como indica Farina et all

(1997), começam a surgir algumas contribuições ao pensamento econômico que

contrapunha a abordagem ortodoxa e que mais tarde definiria as bases sobre as

quais se sustentaria a NEI, entre estas contribuições, vale destacar os trabalhos de

Coase, Commons, Knight, Barnard e Hayek.

A contribuição mais importante de Commons, segundo Farina et all (1997),

fora a apresentação da transação como unidade de análise. E a de Knight, a

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Page 21: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

distinção entre risco e incerteza. Enquanto que Barnard e Hayek contribuiriam na

formação do arcabouço teórico institucionalista introduzindo a questão da adaptação

nas mudanças no ambiente econômico como principal problema econômico.

Mas como indica esta mesma autora, foi Coase que apresentou as mais

importantes contribuições ao desenvolvimento da NEI, em que sua contribuição

fundamental foi abrir o caminho para a explicação da gênese da firma, enriquecendo

a visão da firma, que “passa de um mero depositário da atividade tecnológica de

transformação do produto, para um complexo de contratos regendo transformações

internas” (Farina et all, 1995, p. 38). Trazendo com isso, o problema dos custos de

transação para abordagem econômica, já que até então estes eram negligenciado

pelos neoclássicos, que os tinham como exógenos à análise econômica. Toda via,

considera que a forma em que os custos de transação fora apresentado por Coase,

o custo de transação não tenha sido ainda facilmente observáveis e mensuráveis, o

que mais tarde seria feito por Williamson.

Da mesma forma Zylbersztajn (1995), apresenta o trabalho de Ronald

Coase como o inspirador dos avanços que atualmente dão a base ao que se

convencionou chamar de Nova Economia Institucional. Estes autores trazem em

suas obras várias criticas a visão ortodoxa a qual tinha a firma como uma mera

função de produção, esquecendo-se de considerar, como indica Farina et all (1997),

os aspectos organizacionais ou de relacionamento com clientes e fornecedores.

Enquanto que para Coase, segundo Zylbersztajn (s/ d) a firma é muito mais

do que uma relação mecânica entre um vetor de insumos e um vetor de produtos,

associada a uma determinada tecnologia, a firma é uma relação orgânica entre

agentes, que se realiza através de contratos, sejam eles explícitos, como os

contratos de trabalho, ou implícitos, como uma parceria informal.

Assim, conforme informa Zylbersztajn [s. d.] Ronald Coase em 1937, através

de sua obra intitulada The Nature Of The Firm, abandona a teoria econômica

predominante que preocupava-se apenas com os custos de produção, mesmo

reconhecendo a existência dos custos de transação, mas tendo-os como nulos. Em

que as firmas eram vista como apenas transformadoras de produtos, cabendo ao

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Page 22: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

economista conhecer tão somente a função de produção que possibilitasse a

maximização do lucro.

Dessa forma, Coase busca através deste artigo definir a firma de uma

maneira que mais se aproximasse da realidade econômica. E partindo de perguntas

simples como, o que é uma firma, por que elas existem, quais os seus limites de

crescimento, por que todas as transações não ocorrem apenas via mercado, ou

ainda, por que as transações não ocorrem apenas em uma única grande firma. Ele

chega as suas conclusões que mais tarde, trabalhadas por Williansom formaria a

base do corpo teórico da NEI.

Em meados dos anos 60, conforme indica Farina et all (1997), o pressuposto

neoclássico de informações perfeitas, começa a declinar, ante ao combate pelas

obras de Coase e de outros que contrapunham este pressuposto ortodoxo. Passava-

se então a aceitar a existência da assimetria de informação nas transações

econômicas, aceitando-se que em uma transação econômica um dos agentes

poderia adquirir ou possuir um grau maior de informação em detrimento do baixo

nível de conhecimento do outro agente, concernente ao produto e/ou serviços

transacionados, possibilitando-lhe agir oportunistamente, e tirar proveito disso,

restando a outra parte incorrer em gastos para que se adquira estas informações, a

fim de evitar possíveis perdas.

E nessa linha de pesquisa, surge então as “Teorias dos Contratos”, onde

dentro desta, se destacam: a Teoria de Agente-Principal, de Jensen & Meckling;

Mechbism Design, de Lafoont & Masking; Seleção Adversa, de Arerloff; Signalling

and Self-Selection, Incentive Compatibility, de Spence; Moral Haz-ard, de Arrow; e

Team Production, de Groves. (FARINA et all, 1997).

Arrow, apud Farina et all (1997), aplica o termo moral hazard ao

comportamento pós-contratual, observado no setor de seguros, pelo agente que

possui informações privadas (Agente), que lhe garantem tirar vantagens na

transação econômica em detrimento de perdas pela outra parte (Principal). Neste

sentido, para que isto ocorresse necessário é que exista assimetria de informação

nesta transação, como também divergência de interesses.

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Page 23: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Esta mesma autora, fazendo uso dos conceitos e da obra de Arrow, divide o

moral hazard em dois tipos, a informação oculta, “em que as ações do Agente são

observáveis e verificáveis pelo Principal, mas que uma informação relevante ao

resultado final é adquirida e mantida pelo agente”, e a ação oculta, “em que as

ações do Agente não são observáveis ou verificáveis pelo Principal.” (Farina et all,

997, p.39);

Em 1970, dois anos após a publicação de Arrow, que traz o termo acima

descrito, Akerloff, traz outro grave problema proporcionado pela assimetria de

informação, que diferente da moral hazard de Arrow, é um comportamento pré-

contratual, denominando-a de seleção adversa, que consiste na escolha de um bem

ou serviço ineficiente ou de pior qualidade por mesmo valor ou valor mais elevado,

que de outro que possua melhor qualidade e seja mais eficiente. O que ocorre

devido à obtenção de informação privilegiada e oculta por parte do Agente, que

ocasiona em perdas para o Principal, que deixa de contratar, a mesmo valor bens

e/ou serviços de melhor qualidade.

Com isto, Farina et all (1997) sugere como solução ao problema da seleção

adversa a sinalização de mercado, em que o Agente forneceria algumas

informações confiáveis concernente ao bem e/ou serviços transacionados, o que

poderá ser feito ante apresentação de certificados de qualidades de garantia ou de

qualidade, cartas de recomendação, entre outros, que eliminaria as diferenças de

informações e as possibilidades de ocorrer a seleção adversa. Esta autora

apresenta ainda a adoção do pressuposto de oportunismo como um elemento muito

importante para a consolidação da NEI, definindo-o como auto-interesse em

beneficiar-se em detrimento à perca da outra parte. O que mais uma vez contrapõe

aos pressupostos da economia ortodoxa, que tinha os agentes econômicos como

fieis aos seus compromissos, não existindo assim ações oportunistas.

Ao aceitar a existência da assimetria de informação, e a ocorrência de ações

oportunista, a NEI derrubou outro pressuposto ortodoxo, o de racionalidade ilimitada

dos agentes, que é um dos principais pilares da ortodoxia. Visto que, ao se aceitar

que uma parte detêm um grau maior de informação que a outra, Simon (apud

Farina, 1995), propõe o conceito de racionalidade limitada, afirmando que “o

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Page 24: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

comportamento humano é intencionalmente racional, porem de modo limitado”.

Simon (apud Farina et all, 1997, p. 44).

Mas segundo Lucci & Scare (2004), foi através dos estudos de Williamson

que a Nova Economia Institucional, também conhecida como Economia dos Custos

de Transação, ganhou forças para sua consolidação. Este autor, partindo das idéias

de Commons e Coase, considerava a transação como unidade de análise, buscando

com isso, dimensionar as transações através de elementos objetivos e observáveis,

que pretendia identificar a possibilidade de ações oportunistas por uma das partes

envolvidas em uma transação econômica, como a mensuração dos respectivos

custos para a inviabilização dessa ações sobre as demais partes, ou o custo de

transação.

Assim, partindo da proposição de Coase da existência de custos de

transação, da coordenação vertical da produção (ou seja, os limites da firma) e a

estrutura da organização interna da firma, pode-se dizer que Oliver Williansom, deu

a NEI o impulso que lhe faltava para sua consolidação e introduz a especificidade de

ativos ao arcabouço teórico da NEI.

Deve-se ressaltar que a alta especificidade de ativos implica em grandes

perdas à uma ou todas as partes envolvidas na transação, caso esta não se

concretize, por não encontrarem uso alternativo que mantenha o valor do ativo

desenvolvido para determinada transação. Assim, conforme Farina et all (1995, p.

50), caso uma dada transação exija investimentos específicos, em que estes não

poderão ser utilizados de forma alternativa sem que isto resulte em grande perca, a

parte responsável ou que arcou com esse investimento ficará em posição

especialmente sujeita a alguma ação oportunista das demais partes.

Como se vê, pouco a pouco a NEI foi criando seu arcabouço teórico, e

elementos anteriormente negligenciados pela ortodoxia, como direitos de

propriedades, estrutura organizacional da firma, estruturas de governança das

transações, custos de transação, entre outros, tidos até o momento como fatores

exógenos da abordagem econômica, passaram a ser incorporados à análise

econômica pelos neoinstitucionalistas, como Coase, Arrow, Jensen, Meckling,

Simon, Alchian, Desnsetz, Williamson, Klein e North. Que através de suas obras

23

Page 25: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

foram dando nova roupagem teórica a NEI, e proporcionando a esta as bases e

sustentação teóricas para sua consolidação como escola econômica.

1.2 PRESSUPOSTOS E IDÉIAS DEFENDIDOS PELA NEI

Feita a apresentação histórica dos antecedentes teóricos da NEI, onde fora

apresentado uma síntese da evolução do pensamento neoinstitucionalista, faz-se

neste momento a apresentação dos seus principais pressupostos que servirá de

fundamentação teórica para a realização deste trabalho.

Racionalidade Limitada

Este pressuposto neoinstitucionalista é a base para o entendimento do

conceito de assimetria de informação, por este motivo este será apresentado por

primeiro, pois, seria impossível se compreender os demais pressupostos que serão

expostos nas seções a seguir, sem a apresentação deste. Pois, como indica Farina

(1997), o pressuposto da racionalidade limitada é o ponto de partida para a

existência e compreensão de custos de transação e consequentemente dos demais

pressupostos aqui trabalhados.

A existência da Racionalidade limitada para Lucci & Scare (2004), dá-se

especificamente pela insuficiência dos agentes econômicos de prevêem e assegurar

todos os cenários e eventualidades possíveis em uma transação.

Para Williamson apud ZYLBERSZTAJN, 1995, p.17, seria o comportamento

que tem um indivíduo ao pretender ser racional, mas, no entanto, não consegue isto

plenamente, mas apenas limitadamente.

24

Page 26: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Já para Farina, “Os indivíduos agem racionalmente, mas de modo limitado; o

recurso “racionalidade” é escasso, [...]. Ao invés de uma decisão ótima o agente

contenta-se com uma decisão satisfatória”. Farina et all (1997, pag. 73).

Neste sentido, Williamson apud Farina et all (1997, p. 72), apresenta três

níveis de racionalidade limitada: maximização ou racionalidade forte; racionalidade

limitada ou semi-forte; e racionalidade orgânica ou fraca.

Onde, no conceito de racionalidade forte, os indivíduos são capazes de

absorver e processar toda informação disponível, possibilitando-lhe a maximização

de seus objetivos. Aproximando com isso da visão ortodoxa de racionalidade, mas

com o diferencial que, para Williamson, mesmo que neste a racionalidade individual

dos agentes se manifeste em um nível bem elevado, ela, porém é limitada, o que

não é admitido pelo pensamento neoclássico que pregava a racionalidade ilimitada

dos agentes econômicos.

Quanto ao segundo nível de racionalidade apresentado por Williamson,

apud Farina et all (1997, p. 72), neste, diferente ao anterior, o recurso racionalidade

é escasso, e o individuo é incapaz de prevê todas as contingências futuras de uma

transação, assim ele não consegue maximizar seus desejos, e passa aceitar apenas

resultados satisfatórios, ante a limitação do recurso racionalidade, que o deixa a

mercê das ações oportunistas, e com isso em ocorrência de custos, para obter

resultados mais satisfatórios.

Já o conceito de racionalidade orgânica ou fraca, “assume que a capacidade

racional dos indivíduos não é suficiente para direcionar a escolha de um quadro

institucional com a finalidade de amenizar problemas contratuais ex-post”, (Nelson &

Winter, apud Farina, 1995, p.74). Sucintamente pode-se então afirmar que os

indivíduos agem racionalmente, mas de forma limitada, pois, estes são incapazes de

prevêem todas as futuras contingências oriundas de uma transação econômica,

conforme nos indica Farina (1997). Implicando em contratos incompletos, assimetria

de informação, ações oportunistas e custos de transação, respectivamente.

Neste sentido, conclui-se que os indivíduos são racionais, buscam a

maximização da satisfação e dos lucros, como defendiam os neoclássicos, porém

são limitados por problemas informacionais. E assumindo a racionalidade limitada,

25

Page 27: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

assume-se também que os contratos são incompletos, pois, frente a limitação

racional dos agentes econômicos se presume que os agentes não serão capazes de

prever e processar todas as condições e alternativas futuras em relação aos

contratos, o que mais uma vez contraria o pensamento ortodoxo que defendia a

completitude dos contratos.

Assimetria de informação

A assimetria de informação por sua vez deriva da racionalidade limitada dos

agentes econômicos, pois, como visto acima, estes são incapazes de prevêem todas

as contingências futuras de uma transação econômica, o que resultará então em

informações imperfeitas ou assimétricas, onde uma das partes possui um nível mais

elevado de informações, possibilitando-lhe agir oportunistamente.

Conforme Byrms & Stone (1996), a assimetria de informação consiste do

fato em que os agentes econômicos detêm diferentes níveis de conhecimento sobre

as circunstâncias de uma negociação, onde um deste possuirá um grau maior de

informação em detrimento do baixo nível de conhecimento do outro agente,

concernente ao produto e/ou serviços transacionados.

Já para Farina et all (1997) a assimetria de informação se dá quando uma

das partes envolvidas em uma transação econômica possui anteriormente o adquiri

após a contratação alguma informação privada e comprometedora, que lhe garante

ganhos se omitida, antes ou na vigência do contrato. Sendo necessário que a outra

parte incorra em custos para adquirir tal informação e impedir que isto ocorra.

Para facilitar o entendimento sobre o que venha ser assimetria de

informação, imagine um agente que procura contratar um financiamento, então se

dirige às financiadoras, mas este sabe que não terá condições de arcar com o valor

de todas as parcelas, mas na hora da contratação ele omite esta informação. Ante a

impossibilidade de prevê previamente isto, a financiadora terá que incorrer em

custos para averiguar e obter tal informação, mas mesmo assim corre o risco de não

consegui-la, e por não conseguir tal informação e com isso não prevê a ação

26

Page 28: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

oportunista da outra parte, concede-lhe o financiamento, que não será pago em sua

totalidade.

Neste sentido, resumidamente, a assimetria de informação se manifesta,

quando uma das partes (Agente) em uma transação econômica, possuir antes ou

adquirir após a vigência do contrato um nível maior de informações que a outra parte

(Principal), possibilitando-lhe agir oportunistamente aproveitando-se do baixo nível

de informação da outra parte e da posse de informações comprometedoras para

garantir vantagens em detrimento de perdas do Principal.

Percebe-se então que num mercado onde a assimetria de informação

assume graus muitos elevados, o sistema econômico funciona com deficiência, e a

incerteza passa a reger a relação entre os agentes econômicos, fazendo com que a

contratação incorra em custo de transação mais elevado, e em casos mais

extremos, até mesmo impedindo que esta ocorra. Pois, a medida que esta se

manifesta em graus mais elevados, maiores são as possibilidades de ocorrências de

ações oportunistas, devendo-se assim buscar sempre que as informações alcancem

o nível máximo de perfeição possível, o que inviabilizará que uma das partes ajam

oportunistamente. O que acarretará em custos que até então não se era

contabilizados e omitidos pelas demais escolas, isto é os custos de transação.

Oportunismo ou ação oportunista

O oportunismo ou a ação oportunista para Williamson (apud Azevedo, 1996)

é o auto-interesse forte, em mentir e trapacear, o que é considerado fruto da

assimetria de informação, já que a partir do instante em que uma das partes

negociantes possui um nível maior de informação que a outra, tona-o capaz de agir

oportunamente, aproveitando-se desta situação para adquirir vantagens.

Para Zylbersztajn, (1995, p. 17) “oportunismo é o outro pressuposto

comportamental, sendo um conceito que resulta da ação dos indivíduos na busca do

seu auto-interesse”. E tanto este autor como Farina et all (1997) utilizando da

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Page 29: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

definição de Williamson, conceituam este como a busca do auto interesse com

avidez.

Assim para Zylbersztajn, (1995) o conceito de oportunismo trouxe uma

conotação ética comportamental dos indivíduos, opondo ao pressuposto ortodoxo de

que todos os agentes são fieis aos compromissos firmados. No entanto ele ressalta

que este pressuposto não implica em que todos os indivíduos ajam sempre

oportunistamente, mas que alguns sendo lhes ofertada esta oportunidade, ele

adotará este comportamento aético, fazendo com que os contratos fiquem expostos

a ações que demandam monitoramento.

Vê-se que a ação oportunista ocorre em decorrência da existência de

informações imperfeitas, o que aliada a limitação racional dos agentes econômicos,

torna possível a sua execução. Isto é algo novo trazido também pelos

neoinstitucionalistas, visto que os neoclássicos consideram os agentes plenamente

racionais e fiéis aos seus compromissos firmados. Mas na realidade econômica,

observa-se que isto é irreal, e apesar de não ser uma regra geral, se dotado de uma

informação comprometedora e garantido de que esta ação lhe trará ganhos, muitos

agentes econômicos preferem agir oportunistamente, o que acarretará em perdas

para outra parte, podendo assim ser gerado uma falha de mercado, que afetará

este, trazendo efeitos prejudiciais, como a elevação dos preços por exemplo.

Williamson apud Azevedo, 1996, apresenta duas formas de manifestação da

ação oportunista, o oportunismo ex-ante ou pré-contratual e o ex-post ou pós-

contratual, como pode se observar a seguir.

Seleção adversa

Para Azevedo (1996), seleção adversa é a ação oportunista pré-contratual

ou ex-ante, isto é que se dá antes da efetivação da transação, em que um dos

agentes negociantes, omite informação comprometedora que poderia impedir sua

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Page 30: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

contratação, afim de que seja contratado, impedindo a contratação de um agente

idôneo, que apresenta todas as informações corretas.

Conforme Farina et all (1997), seleção adversa se trata de um

comportamento pré-contratual em que resultará numa escolha ou contratação

ineficiente em decorrência das imperfeições das informações. O que para ela,

geralmente implica na eliminação do mercado dos produtos de melhor qualidade, o

que se dá pelo fato do vendedor não conseguir convencer o consumidor da

qualidade do seu produto, que por ser de melhor qualidade, possuir preços mais

elevados.

Como se percebe a seleção adversa é a ação oportunista que se manifesta

antes da contratação resultando na seleção de um bem ou serviço de pior qualidade

por falta de informações. Onde um dos agentes, dotado de uma informação

comprometedora, omite-a, e sem possuir esta informação, a outra parte realiza tal

transação, deixando com isso de consumir outro serviço ou bem de melhor

qualidade.

Para este caso pode se dar o exemplo, da venda de um veiculo usado onde

o vendedor omite a existência de um defeito na parte mecânica do veiculo em

negócio, e vende-o a alguém, que por não ter conhecimentos mecânicos, compra o

veiculo defeituoso pelo valor de um veiculo sem defeitos.

Risco Moral

Azevedo (1996) refere-se ao risco moral como sendo a manifestação da

ação oportunista durante a vigência ou após a contratação. Semelhantemente,

Farina et all (1997) identifica o risco moral ou moral hazard, como “o oportunismo ex-

post - em que o comportamento aético se verifica durante a vigência do contrato.”

(Farina et all, 1997, p. 78). Neste, segundo esta autora uma das partes possui uma

informação privada e após ser realizada a contratação aproveita desta informação

para beneficiar-se, o que consequentemente resultará em prejuízo para outra parte.

29

Page 31: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Neste sentido, pode se afirmar que o risco moral trata-se do comportamento

oportunista ex-post, que manifesta-se após a contratação ou na vigência do

contrato, onde uma das partes detentora de uma informação privada, adquirida

antes ou após a contratação, aproveita-se desta para beneficiar-se em detrimento de

prejuízo de sua contratante.

O risco moral pode então ser exemplificado, pela contração de um

empréstimo, onde o financiador oculta a informação de que as parcelas podem ter

seu valor corrigido periodicamente, e aproveitando-se do desconhecimento do

tomador de empréstimo de tal informação, realiza tais correções, conseguindo desta

maneira se beneficiar nesta transação.

Diante então da possibilidade de ocorrência destas ações oportunistas

Zylbersztajn (1995), ressalta a necessidade do monitoramento constante do

contrato, afim de que se diminua a ocorrências destas, o que por sua vez gerará

custos extras.

Sinalização de mercado

A sinalização de mercado basicamente é o comportamento dos agentes

econômicos no sentido de comunicar qualificações especiais suas e de seus

produtos, afim de que se diminua a assimetria das informações, podendo citar os

exemplos dos selos de garantia do INMETRO, ISO 9001, fornecimento de garantias

para o produto e/ou serviços, currículos, carta de recomendação e indicações.

Farina et all (1997) sugere esta, como solução ao problema da seleção

adversa e das ações oportunista, em que o Agente forneceria algumas informações

confiáveis concernente ao bem e/ou serviços transacionados, o que poderá ser feito

ante a apresentação de certificados de qualidades de garantia ou de qualidade,

cartas de recomendação, entre outros, que eliminaria as diferenças de informações

e as possibilidades de ocorrer a ações oportunistas.

30

Page 32: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Portanto, pode-se afirmar que a sinalização de mercado é uma arma eficaz

para a diminuição da assimetria das informações, a medida que tornam as

informações mais perfeitas e diminui as possibilidades de ocorrências de ações

oportunistas. Assim com a sinalização do mercado, a relação entre os agentes

torna-se mais confiável, e elimina-se ou pelo menos se diminui consideravelmente a

possibilidade de ações oportunista, eliminando a incerteza que poderia acarretar na

não realização da contratação ou problemas contratuais, e consequentemente na

ineficiência deste mercado.

Através da sinalização, os agentes poderão então corretamente tomar a

garantia ampla como um sinal de alta qualidade e estarão dispostos até mesmo a

pagar mais caro pelos produtos e/ ou serviços que oferecem tais garantias. O que

pode ser exemplificado por um brinquedo que possua o selo do INMETRO, em que

um consumidor se dispõe a pagar um preço até mesmo maior, ante a certeza que

este produto passou por testes e não lhe gera nenhum risco potencial.

Custo de Transação

Coase apud Lucci & Scare, 2004, reconhece que existem custos em usar os

mecanismos de mercado para impedir as ações oportunistas resultante da

assimetria de informação. Da mesma maneira Zylbersztajn (1995), afirma que as

possibilidades de ações oportunistas, faz surgir a necessidade de monitoramento

dos contratos, como também da sinalização do mercado, a fim de impedir a

manifestação do oportunismo, quer seja ex-ante ou ex-post, o que por sua vez

gerará custos adicionais, que a NEI denominará de Custos de Transação. Farina

manifesta-se da seguinte forma referente a este assunto:

O ponto de partida para a existência dos custos de

transação é o reconhecimento de que os agentes econômicos são

racionais porém limitadamente – e oportunistas. De um lado,

assumindo-se racionalidade limitada, os contratos serão

intrinsecamente incompletos, na medida em que será possível aos

agentes prever e processar todas as contingências futuras relativas

ao contrato. De outro, assumindo-se também oportunismo, a

31

Page 33: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

inevitável renegociação sujeita as partes envolvidas na transação

ao comportamento aético da(s) outra(s) (demais). (FARINA, 1997,

p. 71;72).

Ante o exposto pode-se então definir o custo de transação como os custos

relativos à realização e a manutenção dos contratos, devido a existência da

assimetria de informação, sendo este. Pois, como visto a informação incompleta ou

limitada dar margem a ações oportunistas, isto é quando um dos agentes pode

utilizar informações privilegiadas em benefício próprio ou a não previsão de todas as

contingências podem resultar em mudanças que possibilitem ganhos decorrentes de

ação oportunista para um dos agentes no futuro. E assim ante a possibilidade do

comportamento oportunista necessário é a inclusão de cláusulas de salvaguardas

nos contratos. O que leva a conclusão de que o custo de transação apresenta uma

relação direta à assimetria de informação, pois, na medida em que esta se manifesta

em níveis mais elevados, aumenta também as possibilidades de ações oportunistas,

o que por sua vez exigirá um custo mais elevado, para que se possa eliminar ou

pelo menos diminuir que estas ocorram.

1.3 PENSAMENTOS NEOINSTITUCIONALISTA X PENSAMENTO NEOCLÁSSICO

Como se pode perceber, os principais pressupostos neoinstitucionalistas

surgem em contraposição à maioria dos pressupostos neoclássicos. Vê-se que, a

medida em que vai se formando o corpo teórico neoinstitucionalista, os seus

princípios e idéias, mostra-se opostas à muitos dos princípios basilares da ortodoxia,

como a racionalidade ilimitada e a simetria das informações, por exemplo.

Neste instante, faz-se então um confronto dos pensamentos ortodoxos e

neoinstitucionalistas, expondo as principais divergências entre estes dois

pensamentos econômicos que aparentam ser tão antagônicos. E para melhor se

compreender tais divergências, será exposto no Quadro 1 abaixo o posicionamento

destas sobre alguns temas conflitantes entre estas duas escolas.

32

Page 34: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Quadro 1. Pensamento Neoclássico X Pensamento Neoinstitucionalista

Temas Neoclássicos Neoinstitucionalistas

1. Ambiente institucionalSão nulos e exógenos a função de produção.

Conjunto de regras básicas sociais, legais e políticas que estabelecem as bases para a produção, a troca e a distribuição, tais como: as regras que definem os direitos de propriedade, os direitos de contrato entre outros. Interferindo, portanto, na função de produção.

2. Racionalidade dos agentes econômicos;

Entendem que os agentes são dotados de racionalidade plena, sendo profundos conhecedores de todas as abrangências contratuais, do mercado, etc.

Os agentes agem racionalmente, mas de forma limitada, por não conseguirem prevê todas as possíveis ocorrências em uma transação.

3. ContratosCompletos, já que os agentes econômicos são plenamente racionais.

Incompletos, visto que os agentes econômicos mesmo agindo racionalmente, são plenamente racionais, mas limitadamente.

4. Informações

As informações são perfeitas, e totalmente simétricas, já que os agentes possuem racionalidade ilimitada.

Por não serem dotados de racionalidade limitada, uma das partes pode deter um nível maior de informações que a outra.

5. Ações oportunistasOs agentes agem sempre racionalmente, e com fidelidade aos seus compromissos.

Se dotado de informação comprometedora em detrimento da desinformação da outra parte, os agentes agirão oportunistamente, o que segundo esta escola pode se dá antes o após a contratação.

6. Custos de transação

São nulos, pois, as informações são perfeitas e os agentes são dotados de racionalidade ilimitada.

O custo de transação relacioná-se diretamente ao grau de assimetria de informação. Neste sentido quanto mais elevado for o nível de assimetria de informação mais elevado será os custos de transação.

Fonte: Pesquisa diversa

33

Page 35: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Ante o que acima está exposto, percebe-se que apesar da força da

abordagem ortodoxa e da sua inquestionável colaboração ao pensamento

econômico, alguns de seus pressupostos como a racionalidade plena dos agentes e

a simetria de informação e outros são inaplicáveis à realidade econômica.

Neste sentido, deve-se ressaltar a importância da abordagem

neoinstitucionalista que revolucionou o pensamento microeconômico ao contrapor

estes pressupostos ortodoxos que pareciam inabaláveis, trazendo em sua

abordagem a existência da assimetria de informação, a racionalidade limitada dos

agentes e a existência dos custos de transação.

34

Page 36: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

2 O MERCADO VIRTUAL VAREJISTA

Em qualquer parte do mundo as empresas buscam formas inovadoras de

otimizar a produção, a comercialização e a distribuição de seus bens e serviços a

fim de lhe garantir ganhos de produtividade e redução de custos para tornar-se mais

competitiva e com isto conquistar uma porção maior do mercado a qual participa.

Com o advento da internet e da globalização, o e-commerce, ou comércio

eletrônico tornou-se uma das opções para estes anseios, e por este motivo o

mercado virtual ou mercado digital, como também é conhecido o e-commerce, por

se tratar das transações digitais realizadas via internet tem crescido a taxas

consideráveis não só no Brasil como também em boa parte do mundo, o que se

deve também à outros fatores, destacando entre estes o aumento do número de

internautas e os projetos de inclusão digital onde os computadores são vendidos por

preços mais acessíveis tornando possível que a população de baixa renda tenha

acesso a rede mundial podendo com isso transacionar neste mercado em ascensão.

Neste capítulo faz-se então a caracterização deste recente mercado que

expande-se a cada ano, o que vem chamando a atenção de diversos estudiosos

mais principalmente de muitos empresários a procura do “Bussines to Bussines”

título dado ao comércio eletrônico ante às expressivas taxas de crescimento

apresentadas nos últimos anos conforme (Kato, p. 3, 1999).

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Page 37: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

2.1 DEFINIÇÃO E DESEMPENHO

Valle (2007, p.43) define o e-commerce como a junção do comércio

tradicional à automatização proporcionada pela Internet, o que segundo ele permitiu

que às empresas trocassem informações ou dados sobre vendas, realizassem

transações financeiras, entregassem e faturassem bens e serviços, de forma

automatizada, direto da rede mundial de computadores.

Para Albertin (1999), o comércio eletrônico é a realização de toda a cadeia

de valor dos processos de negócio, em um ambiente eletrônico, através da

aplicação das tecnologias de comunicação e informação, cuja meta é atender os

objetivos do negócio. Já Kotler (1999) define o comércio eletrônico como as compras

e as vendas realizadas eletronicamente e on-line. E O’Brien (2001), apresenta o

comércio eletrônico como um empreendimento interconectado que utiliza a Internet,

a intranet e outras redes para apoiar cada etapa do processo comercial. Neste

sentido de forma mais clara e resumida o e-commerce trata-se de qualquer forma de

transação comercial onde as partes interagem eletronicamente on-line.

Estes mesmos autores apresentam dois tipos principais de comércio

eletrônico, o comércio B2B ou Business-to-Business, e o B2C ou Business-to-

Consumer. Onde o comércio B2B (Business-to-Business) refere-se a transações de

negócios realizadas entre empresas através da Internet, que podem ser usuárias

dos produtos, compradoras ou vendedoras. E o B2C ou Business-to-Consumer,

referente à venda de produtos feita na Internet diretamente para o consumidor, isto é

trata-se das vendas de empresas ao consumidor final. No B2C as lojas vendem seus

produtos e serviços através de um web site para uso pessoal do cliente. O

consumidor acessa a loja virtual, escolhe o produto desejado e a forma de

pagamento (Boleto bancário, conta corrente, transferência bancária, etc.). Após o

pagamento, inclusive da taxa de entrega, o cliente recebe o produto em sua

residência.

Drucker (2000), afirma que o comércio eletrônico representa para a

Revolução da Informação o mesmo que a ferrovia representou para a Revolução

Industrial e sendo os impactos deste para as empresas e a economia, semelhante

36

Page 38: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

aos da ferrovia, que não podem ser quantificados nem previstos, visto que as

inovações neste setor vêm-se mostrando tão aceleradas que de certa forma

impossibilita qualquer especulação, tornando-se uma realidade ainda em fase de

maturação.

Basta olhar para os números deste mercado, para entender o que Drucker

(200) esta afirmando, pois, estes mostram um crescimento significativo nos últimos

anos, não só no Brasil mais em várias partes do mundo, o que rendeu ao comércio

eletrônico título de Bussines to Bussines. No Brasil no ano de 2006, conforme pode

ser observado na tabela 1 e na figura 1, o valor das transações deste mercado

resultou num faturamento de R$ 4,4 bilhões, ultrapassando a estimativa para este

ano que segundo a E-Bit seria de R$ 3,9 bilhões. Acarretando em um crescimento

de 76% de seu faturamento comparando ao ano de 2005, o que corresponde à um

crescimento acumulado de 121% em apenas dois anos, isto é de 2005 para 2006.

Tabela 1 – Faturamento anual do varejo on-line 2001-2006 e Previsão para 2007

ANO FATURAMENTO  Variação

Previsto 2007 R$  6.40 bilhões 45%

 2006 R$  4,40 bilhões 76%

 2005 R$  2.50 bilhões 43%

 2004 R$  1.75 bilhão 48%

 2003 R$  1.18 bilhão 39%

 2002 R$   0,85 bilhão 55%

 2001 R$   0,54 bilhão -

Total acumulado 2001-2007 306,00%

Fonte eBit, 2007. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm> acessado em nov.de

2007. Não considera as vendas de automóveis, passagens aéreas e leilões on-line.

Figura 1. Faturamento anual do varejo on-line 2001 -2006 e previsão para 2007.

37

Page 39: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Fonte eBit, 2007.  Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm> acessado em nov.de

2007. Não considera as vendas de automóveis, passagens aéreas e leilões on-line.

A estimativa para o ano de 2007, como se nota na tabela 1 é um

crescimento de 45%, o que renderá uma cifra de R$ 6,40 bilhões a este mercado, o

que corresponderá a um crescimento acumulado de 306%, tendo por base o

faturamento de 2001, conforme indica o EBit.

E quando este crescimento é comparado ao crescimento dos principais

setores macroeconômicos e ao PIB brasileiro, podemos então entender o porquê da

denominação Business to Business dado ao e-commerce. Pois, enquanto o PIB

brasileiro cresceu apenas 2,18% em 2006 segundo o BACEN, o e-commerce

cresceu 76%, superando consideravelmente o avanço de todos os setores da

economia nacional como se percebe nas tabelas abaixo.

Tabela 2. Crescimento real do PIB setorial brasileiro.

Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Agropecuária 3,11 -0,83 1,27 8,33 2,15 5,76 5,54 4,49 5,29

Indústria 3,28 4,65 -1,03 -2,22 4,81 -0,50 2,57 0,07 6,18

Serviços 2,26 2,55 0,91 2,01 3,80 1,75 1,61 0,61 3,32

Fonte: Banco Central do Brasil, 2007.

Tabela 3. Evolução Do Produto Interno Bruto Brasileiro - 2000/2006.

Ano

Em milhões de reais correntes Taxa de variação real no ano

Preços Correntes Preços do ano

anterior

2000 1.179.482 1.110.861 4,3%*

2001 1.302.136 1.194.970 1,3%*

2002 1.477.822 1.336.748 2,7%*

2003 1.699.948 1.494.767 1,1%*

38

Page 40: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

2004 1.941.498 1.797.054 5,7%*

2005 2.147.943 1.998.646 2,9%*

2006 2.300.133,20 10.052,04 2,18%

Fonte: Banco Central do Brasil, 2007. * PIB calculado pela nova série do IBGE

Observa-se que em 2004 o setor industrial destacou-se entre os principais

setores, mas seu crescimento é quase insignificante em termos relativos se

comparado ao crescimento do e-commerce, isso é 6,18% contra 48% do comercio

eletrônico.

É lógico que em termos absolutos ainda não dá para comparar estes setores

centenários contra o recente mercado virtual, mas quanto a taxa de crescimento

este tem se destacado não só na economia brasileira mais em boa parte do mundo,

o que se deve alguns fatores que serão apresentados neste instante.

2.2 FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA O AVANÇO DO E-COMMERCE

Como pode ser notado o mercado digital varejista tem se destacado entre os

demais apresentando taxas anuais de crescimento bem superiores aos demais

setores, e alguns fatores vem contribuindo para que isto ocorresse.

Kotler apud Arroyo et all (2006) apresenta sete maneiras para se obter

vantagens comerciais, neste novo mercado: realizar pesquisas comerciais, oferecer

informações (produtos, serviços, localização, suporte técnico etc.), promover fóruns

de debates, oferecer treinamentos, oferecer compras e vendas on-line, promover

leilões e trocas e oferecer produtos e serviços por meio de bits (digitalizados).

Arroyo et all (2006) apresenta as seguintes vantagens do comércio

eletrônico e que tem auxiliado no excelente desempenho deste: o tempo e o custo

na procura e escolha do produto são reduzidos; os detalhes do produto

comercializado; mais opções de escolha para o comprador; o ambiente do mercado

é globalizado e permite negociações em todo o mundo onde existe Internet; as

39

Page 41: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

negociações podem ser realizadas vinte e quatro horas por dia e sete dias por

semana; os custos fixos da empresa são menores; a produção e o pagamento são

facilitados.

Felipini (2007) indica o crescimento no número de internautas e com isso a

elevação da quantidade de e-consumidores como uma das principais causas do

avanço do comércio eletrônico, o que tem elevado as transações e a quantidade de

pedido.

Para este mesmo autor, outros fatores como o aumento constante do tíquete

médio de compras que em 2004 chegou a R$ 308,00, e o fato de os e-consumidores

antigos não deixaram de transacionar neste mercado, mas ao contrário tem elevado

a freqüência destas transações, tem também contribuído para o bom desempenho

do comércio virtual.

Mas entre os fatores que contribuíram e estão contribuindo para a contínua

ascensão deste mercado destaca-se os seguintes:

O aumento da quantidade de internautas e de e-consumidores

respectivamente;

Manutenção, aumento na freqüência da compra dos consumidores

antigos e elevação do tíquete médio gasto, isto é o valor médio das transações;

a comodidade para o consumidor e baixos preços;

e as vantagens ofertadas aos empresários que investem neste

mercado.

a) o aumento no número de internautas e respectivamente de e-

consumidores:

Conforme indica o Ibope/NetRatings1, o total de pessoas com acesso

residencial à internet em outubro de 2007 totalizou 30,1 milhões de brasileiros de

idade igual ou superior a dois anos de idade, o que corresponde a um crescimento

1 O IBOPE/NetRatings trata-se de uma empresa formada pelo IBOPE e a ACNielsen, oferecendo o serviço Nielsen/NetRatings em vários países, esta empresa realiza estudos e pesquisas, analisando a quantidade de internautas, o tempo em que eles ficam conectados e seus comportamentos.

40

Page 42: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

de 43,7% comparado ao mesmo período do ano anterior. Mas o número de

internautas residenciais ativos caiu cerca de 1% em relação à setembro ficando

próximo dos 20 milhões de usuários em outubro de 2007, o que dá ao Brasil a 11º

colocação no ranking mundial.

No que se refere ao número de internautas com acesso em qualquer

ambiente, o Brasil passa então a ocupar o honroso sexto lugar, à frente de grandes

potências como o Reino Unido, França e Itália com aproximadamente 42.6 milhões

de brasileiros ligados à rede mundial de computadores, conforme a International

Telecommunication Union2 (ITU), como pode ser observado na tabela 04 abaixo.

Tabela 4. Ranking dos 10 países com maior número de internautas.

Clas. PaísQuantidade de

UsuáriosPopulaçãoestimada

% Adoção da internet

Fonte dos dados

01 Estados Unidos 212,708,864 301,967,681 70.4 % Nielsen//NR Ago./07

02 China 162,000,000 1,317,431,495 12.3 % CNNIC - Jun./07

03 Japão 87,540,000 128,646,345 68.0 % ITU - Ago./07

04 Índia 60,000,000 1,129,667,528 5.3 % ITU - Set./07

05 Alemanha 52,182,474 82,509,367 63.2 % Nielsen//NR Ago./07

06 Brasil 42,600,000 186,771,161 22.8 % ITU - Agos./07

07 Reino Unido 38,512,837 60,363,602 63.8 % Nielsen//NR Ago./07

08 Coréia do Sul 34,120,000 51,300,989 66.5 % MIC - Dez./06

09 França 34,007,264 61,350,009 55.4 % Nielsen//NR Ago./07

10 Itália 32,190,658 59,546,696 54.1 % Nielsen//NR Jul./07

Os 10 Paises Lideres 755,862,097 3,379,554,873 22.4 % IWS - Set.30/07

Restante do Mundo 488,587,504 3,195,111,544 15.3 % IWS - Set.30/07

Total Mundial de Usuários

1,244,449,601 6,574,666,417 18.9 % IWS - Set.30/07

FONTE: Êxito Exportador. 2007. Disponível em <http://www.exitoexportador.com/stats.htm> acessado em nov. de 2007.

O número de internautas no Brasil vem crescendo a cada ano o que se deve

a alguns fatores, valendo destacar entre estes o Plano de Inclusão Digital do

Governo Federal, que entre outras ações diminuiu a tributação sobre os produtos de

informáticas o que reduziu consideravelmente os preços dos computadores, que

2 A União internacional das Telecomunicações (ITU) é a principal agência das Nações Unidas para tecnologias da informação e comunicação, e tem como objetivo ajudar os governos e iniciativas privadas através da: radiocomunicação, padronização e desenvolvimento. Também organiza eventos e foi o principal agência organizadora da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação*. Conforme informa o site desta instituição

41

Page 43: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

hoje deixou de ser um artigo de luxo e está sendo vendido a preços acessíveis às

classes de menores rendas. O que se tornou possível em grande parte por

intermédio do programa "Computador para Todos"3, que tem como objetivo

aumentar o número de brasileiros de baixa renda ou pequenas empresas com

computador e acesso à internet. Entre outras coisas, o programa também isentou de

PIS e Cofins a compra de máquinas de até R$ 2.500.

A desvalorização do dólar veio também como contribuí para a popularização

dos PC’s, visto que muitos componentes de informática são importados, e com a

valorização do real frente a moeda americana, fez com que os preços destes

caíssem ainda mais, o que fez deste produto um dos produtos mais vendidos nos

últimos anos.

Com isso no ano de 2006 a venda de computadores avançou 46%,

chegando a 8,3 milhões de unidades, segundo dados da Associação Brasileira da

Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). E segundo esta mesma instituição até

setembro de 2007 o mercado brasileiro de computadores pessoais cresceu 20% nos

nove primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

Sendo vendido no total cerca de 6,96 milhões de unidades.

Esta instituição estima ainda que as vendas de computadores para o

mercado brasileiro atingirão 10,1 milhões de unidades em 2007, dos quais oito

milhões de desktops e 2,1 milhões de notebooks. E para 2008, a projeção da Abinee

é um crescimento de 17% ante 2007, com destaque para as vendas de notebooks.

E entre as ações do Governo no Plano de Inclusão Digital, está ainda a

negociação com as operadoras de telefonia e provedores de acesso discado,

criando um plano de acesso de 15 horas mensais ao custo de R$ 7,50, o que

barateou o acesso do cidadão à internet, popularizando a navegação na rede

mundial de computadores.

3

? Projeto que integra o Programa Brasileiro de Inclusão Digital do  Governo Federal, conforme Portal do Governo Federal Computador para todos este iniciou-se em 2003, mas de fato se consolidou em 2005 com a publicação do Decreto nº. 5.542, de 20.09.2005, que institui tal Projeto . Seu objetivo principal é possibilitar que a população de baixa renda e as pequenas empresas, que não tem acesso ao computado, possam adquirir um equipamento de qualidade, com sistema operacional e aplicativos em software livre e que atendam ao máximo às demandas de usuários, além de permitir acesso à Internet.

42

Page 44: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Tudo isto fez com que o número de internautas crescessem nestes últimos

anos consideravelmente, como se observa na tabela 05, onde observa-se que o

número de internautas no país saltou de 25,9 milhões em 2005, quando fora lançado

o Programa Federal “Computador Para Todos”, para mais de 42,6 milhões em 2007,

o que corresponde à 22,8% da população brasileira e a quase o dobro do número de

internautas de 2005.

Tabela 5. Quantidade de pessoas conectadas a web no Brasil série histórica: 1997 -2007

Data da Pesquisa

População total  IBGE

Internautas (milhões)

  %  da População Brasileira

Crescimento  Acumulado

(base=jul/97)

Fontes de pesquisa Internautas

2007/ago* 186,7 42,60 22.8 % - ITU - Agos./07

2006 /dez 188,6 30,01 16% 2.508% InternetWorldStats

2005 /jan 185,6 25,90 13,9% 2.152% InternetWorldStats

2004 /jan 178,4 20,05 11,5% 1.686% Nielsen NetRatings

2003 /jan 176,0 14,32 8,1% 1.143% Nielsen NetRatings

2002/ago 175,0 13,98 7.9% 1.115% Nielsen NetRatings

2001/set 172,3 12,04 7.0% 947% Nielsen NetRatings

2000/nov 169,7 9,84 5.8% 756% Nielsen NetRatings

1999/dez 166,4 6,79 7.1% 490% Computer Ind. Almanac

1998/dez 163,2 2,35 1.4% 104% IDC

1997/dez 160,1 1,30 0.8% 13% Brazilian ISC

1997/jul 160,1 1,15 0.7% - Brazilian ISC

Fonte: Pesquisas diversas. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm> acessado em nov.de 2007. População: variações anuais estimadas.  Internautas refere-se à quantidade de pessoas que tem acesso à Internet nas residências, no trabalho ou locais públicos. * Este dado fora extraído de Êxito Exportador. 2007

Por sua vez o aumento na quantidade de internautas no Brasil fez também

com que se elevasse o número de e-consumidores brasileiros, visto que para se

consumir no mercado virtual é necessário que se tenha acesso a rede mundial de

computadores. Com o crescimento então do número de internautas, o número de e-

consumidores também cresceu cerca de 265% desde 2001, como pode ser

percebido na tabela 06, que mostra a evolução dos e-consumidores no país.

43

Page 45: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Tabela 6. Quantidade de E-consumidores no Brasil

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

consumidores na Internet

1.1 2.0 2.6 3.4 4.8 7.0 9.5

 cresc. % - 81% 30% 31% 41% 46% 36%

Fonte: E-bit, 2007. Copilado de < http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm> acessado em nov. de

2007

Como pode ser claramente observado, o acréscimo da quantidade de

internautas no Brasil fez com que o número de e-consumidores elevasse também

consideravelmente, o que por sua vez elevou a demanda do e-commerce,

constituindo-se assim em um dos principais fatores responsáveis pelo notório

desempenho do comércio virtual varejista observado nos últimos anos.

b) Manutenção e aumento na freqüência da compra dos consumidores

antigos:

Como indica Felipini (2007) além de se ter elevado o número de internautas

e com isso a quantidade de e-consumidores, outro fator muito importante para o

avanço do mercado virtual, foi e continua sendo a manutenção dos antigos

consumidores que não deixaram de realizar as compras on-line, e até mesmo as faz

com mais freqüência e compra produtos de valores mais elevados.

Segundo este mesmo autor, o valor do tíquete médio das transações, isto é

o valor médio das transações efetuadas neste mercado vem elevando também, o

que se deve ao fato dos e-consumidores estarem comprando produtos de valores

mais elevados, como computadores por exemplo.

Diante da fidelização de um número maior de consumidores, da perspectiva

de que esta fidelização seja progressiva e do aumento da quantidade de

consumidores, a meta estabelecida para o mercado virtual varejista é que as

operações on-line, que atualmente representam um pouco mais de 6% do varejo

total, nos próximos cinco anos ultrapassará 20% , conforme indica a Câmara

Brasileira de Comércio eletrônico, (câmara e-net)4. No mesmo período a consultoria 4 A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, (Câmara e-net), acessada pelo endereço eletrônico, www.camara-e.net, segundo site desta instituição “é a principal entidade multi-setorial da Economia Digital no Brasil e América Latina, voltada ao comércio eletrônico como fator estratégico de

44

Page 46: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

prevê também que o faturamento do setor chegue a R$ 37 bilhões, representando

23,7% da movimentação do varejo no mesmo período.

c) Comodidade ofertada aos e-consumidores e preços baixos:

Todo consumidor quer adquirir os produtos, bens e serviços desejados sem

precisar sair de sua residência, sem filas, mau tempo, congestionamento, riscos de

assaltos, entre outros.

Pois, o e-commerce oferta esta comodidade a seus consumidores basta este

estar conectado a internet e pronto, de sua casa, trabalho ou de onde estiver e ainda

a qualquer momento e qualquer dia, sem hora delimitada ou dia predefinido, isto é

os sete dias da semana e as vinte e quatro horas do dia, o e-consumidor pode

adquirir os produtos desejados com o mínimo de esforço possível.

Além disto, pode pesquisar os preços, modelos e formas de pagamento dos

produtos desejados em várias lojas sem sair do lugar, podendo assim tomar a

melhor decisão maximizando sua satisfação.

Além da comodidade, segundo câmara e-net, os preços no comércio

eletrônico apresentaram deflação de 5,26% entre julho e outubro de 2007, indicando

ainda que em média os preços do mercado varejista são mais baratos que no

comércio tradicional.

Desta forma a comodidade ofertada pelo comercio eletrônico e seus baixos

preços têm se constituído um dos fatores principais do avanço deste mercado,

possibilitando aos consumidores que em pouco tempo consiga maximizar a sua

satisfação sem enfrentar os problemas encontrados nas transações convencionais,

como os acima descritos.

d) As vantagens ofertadas aos empresários do e-commerce

desenvolvimento econômico na era do conhecimento”.

45

Page 47: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Não são apenas os consumidores que possuem grandes vantagens no

mercado virtual, se comparada ao comércio convencional, os empresários deste

mercado possuem enumeras vantagens em relação a estes.

Segundo Kato (1999) os empresários do e-commerce possui muitas

vantagens sobre os empresários do comércio convencional, destacando entre estas:

o fato de os empreendimentos comerciais não necessitarem de um local físico para

efetuarem o relacionamento, já que o ponto de encontro é virtual; a simultaneidade

ofertada a estes, o que se deve ao fato do relacionamento poder ser armazenado

em caixas postais, sem perda do conteúdo; a inexistência de limitações horárias de

“funcionamento” das empresas, isto é, a empresa funciona 24 horas por dia e sem

grandes ônus para isto; o fato de inexistir barreiras geográficas e legais de

veiculação de mensagens permitindo selecionar informações dentro do universo

existente na Internet, ofertando seus produtos em qualquer lugar do país, sem a

necessidade de uma grande infra-estrutura de vendas.

Para Arroyo et all (2006), o e-commerce tem proporcionado aos empresários

um novo potencial por meio de uma infra-estrutura de comunicação e transação

permitindo a redução dos custos de transação e estoque, além da expansão da base

de clientes potenciais, pois, torna as operações globais eliminando as barreiras.

Entre as vantagens observadas no e-commerce frente ao comércio

tradicional, ressalta-se ainda. Primeiro, para ingressar neste mercado não é

necessário um valor muito elevado de capital, como se é exigido no comércio

tradicional, visto que neste as empresas não precisam de grandes estabelecimentos,

já que as transações são digitais, o que já tornam os custos operacionais de venda

bem menores que no comércio tradicional. Segundo, pela mesma razão o e-

commerce não se demanda um grande número de funcionários, principalmente para

a venda, pois, o próprio cliente, como se estivesse em supermercado ou restaurante

self-service, procurará os seus produtos desejados. A empresa ainda pode de

acordo aos acessos, criar um histórico e ordenar as preferências de seus clientes,

praticamente personalizando o atendimento deste, o que lhe renderá grandes

vantagens em comparação à seus concorrentes. E ainda, quanto ao marketing e

propaganda, as empresas virtuais contam com os e-mails como principal arma de

marketing, ofertando periodicamente os produtos que conforme acesso de seus

46

Page 48: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

clientes é ordenado, lhes ofertando aqueles produtos ou categorias que ele

frequentemente compra ou acessa no seu web site.

Desta forma, estes fatores aliados à outros ainda não mencionado, como o

desempenho econômico brasileiro nos últimos anos, entre outras vantagens que o

mercado virtual oferta tanto aos empresários quanto aos e-consumidores tem sido a

razão do grande sucesso deste mercado, que cresce consideravelmente.

2.3PERFIL DO E-CONSUMIDOR BRASILEIRO

Neste momento faz-se a apresentação do perfil do e-consumidor brasileiro,

baseado nas pesquisas do Grupo de Pesquisas E-Bit (2003), que se trata de uma

instituição voltada ao estudo deste mercado, a fim de orientar tanto os consumidores

quanto aos empresários do mercado virtual. Assim este grupo de pesquisa traçou o

perfil do e-consumidor brasileiro da seguinte maneira: quanto à renda familiar,

quanto a idade, quanto ao sexo, quanto a escolaridade, e ainda quanto aos produtos

mais comprados como se observa a seguir.

a) Quanto a renda:

Quanto a renda familiar a maioria dos e-consumidores possuem renda

familiar entre R$ 1000,00 à R$ 3000,00, o que equivale à 32% segundo pesquisa do

E-Bit. Nota-se na Figura 2, que a grande maioria dos e-consumidores brasileiros

ganham acima de R$ 1000,00, representando estes ao equivalente à 75% dos

entrevistados pela E-Bit.

47

Page 49: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Figura 2. Renda Familiar – quantidade de transações

Fonte: Grupo de Pesquisa E-bit, 2003. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>

acessado em nov. de 2007.

b) Quanto a idade e ao sexo:

No que se refere a idade dos e-consumidores do Brasil, a maioria dos

consumidores deste mercado possuem a faixa etária de 35 à 49 anos, o que

corresponde à 37% do total dos consumidores brasileiros, segundo pesquisa do E-

bit apresentada na figura 3. E quando a faixa etária analisada for entre as idades de

25 à 49 anos este percentual passa então a corresponder à 71% de todos os que

transacionam neste mercado.

Figura 3. Idade x quantidade de transações

Fonte: Grupo de Pesquisa E-bit, 2003. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>

acessado em nov. de 2007.

48

Page 50: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Quanto ao sexo dos consumidores virtuais brasileiros a grande maioria são

do sexo masculino correspondendo estes à 60% dos e-consumidores do país,

segundo o Grupo de Pesquisa E-Bit, contra apenas à 40% das mulheres.

c) Quanto a Escolaridade:

Os e-consumidores brasileiros conforme observa-se na figura 4, em sua

maioria possuem o nível superior completo, sendo estes 35% dos que compram

neste mercado segundo o E-Bit. E aqueles que possuem o nível superior incompleto

são 24%, percebe-se então que 59% dos consumidores do mercado virtual estão

cursando ou já concluíram o nível superior. E quando acrescenta-se ainda àqueles

que já fizeram alguma especialização, ou seja os pós-graduados, estes passam a

representar 79% dos e-consumidores brasileiros.

Figura 4. Escolaridade – Quantidade de Transações:

Fonte: Grupo de Pesquisa E-bit, 2003. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>

acessado em nov. de 2007.

d) Quanto aos produtos preferidos:

Conforme pesquisa E-Bit apresentada na tabela 07, os produtos prediletos

pelos e-consumidores são os CD’s e DVD’s desde 2003, sendo que estes

corresponderam 32%, 26% e 21%, respectivamente da quantidade de produtos

vendidos neste mercado em 2003, 2004 e 2005. Ficando em segundo lugar na

preferência destes os livros e revistas, cuja vendas representaram 26%, 24% e 18%

49

Page 51: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

do total das vendas de 2003,2004 e 2005, respectivamente e em terceiro os

eletrônicos que corresponde à 9% das vendas neste mercado.

Tabela 7. Produtos mais vendidos no e-commerce 2003-2005

Produto 2003 2004 2005

  CD´s e DVD´s 32% 26% 21%

Livros e Revistas 26% 24% 18%

  Eletrônicos 9%

Saúde e Beleza 3,3% 7,2% 8%

  Informática   4,7%   6,0% 7%

Outros 37%

Fonte: Grupo de Pesquisa E-bit, 2003. Copilado de <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>

acessado em nov. de 2007.

e) Perfil do e-commerce brasileiro

Ante aos dados apresentados podemos então traçar o seguinte perfil para o

e-consumidor brasileiro: Homem com idade média de 34 anos de idade, de renda

superior à R$ 1.000,00, cursando ou com nível superior concluído e compra

preferencialmente CD’s e DVD’s, como exposto na tabela 07.

Tabela 8. Perfil do e-consumidor brasileiro

Renda Acima de R$ 1.000,00

Idade Média 34 anos

Sexo Masculino

Escolaridade Nível Superior

Produto preferido CD’s e DVD’s

Fonte: Grupo de pesquisa E-bit, 2003. Disponível em <http://www.e-commerce.org.br/STATS.htm>

acessado em nov. de 2007.

50

Page 52: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

2.4ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA BRASILEIRO

Como exposto nas seções anteriores o comércio on-line já é uma realidade

no Brasil e tem apresentando um notório desempenho no ultimo qüinqüênio

crescendo em média 50% por ano neste período conforme indica o Grupo de

Pesquisa E-Bit.

Mas toda via percebe-se que a base de usuários principalmente de

consumidores precisa crescer mais rapidamente onde se observa que a assimetria

de informação tem se constituído o maior impasse para que isto ocorra. Pois, como

já apresentado no capitulo 2 num mercado onde a assimetria de informação assume

graus muitos elevados o sistema econômico funciona com deficiência e a incerteza

passa a reger a relação entre os agentes econômicos fazendo com que a

contratação incorra em custo de transação mais elevado e em casos mais extremos

até mesmo impedindo que esta ocorra.

É exatamente isto o que vem ocorrendo no mercado virtual varejista

brasileiro, a imperfeição das informações tem feito com que muitos ou a maioria dos

que tem acesso a internet, sendo assim potenciais consumidores deste mercado,

não realize compras on-line por receio de serem vitimas de golpes e fraudes.

E desta maneira a existência de informações assimétricas neste mercado o

tem feito enfrentar seria resistência dos consumidores mais tradicionais que temem

pela segurança do ambiente on-line ou preferem escolher mercadorias

pessoalmente mesmo diante das vantagens ofertadas à estes pelo mercado virtual

como comodidade, preços baixos, formas de pagamentos diversas, entre outras

como as apresentadas anteriormente.

Basta observar que no país são mais de 40 milhões de brasileiros que

possuem acesso à internet de qualquer ambiente, isto é, mais de 40 milhões de

potenciais consumidores deste mercado, toda via o número de e-consumidores

conforme E-Bit é apenas de 9,5 milhões de pessoas, o que equivale a apenas cerca

de 22% do total de internautas brasileiros. E quando este índice é comparado à

51

Page 53: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

outros países, vê-se então o quanto que a quantidade de consumidores deste

mercado pode expandir se esta barreira for eliminada. Nos Estados Unidos, por

exemplo, onde as informações deste mercado são mais confiáveis e simétricas o

índice de internautas que realizam compras pela internet corresponde a cerca de

64% destes, e em outros países estes números são também bem maiores que no

Brasil, na Alemanha este índice é de 48%, na Grã-Bretanha de 58%, no Japão de

68% e na Coréia do Sul de 71%, conforme matéria jornalística do Folha On-line.

Percebe-se então que para que este mercado desenvolva-se ainda mais

falta tornar as informações mais simétricas, de maneira que se diminua o alto grau

de incertezas que se observa neste mercado que faz com que mais de 70% dos

internautas deixem de participar deste mercado por receio de se tornar vitima de

ações oportunistas, onde os principais receios segundo a Câmara e-net são o de

não receber o produto e com isso perder o valor investido na compra deste, ter seus

dados pessoais copiados e receberem os produtos fora das especificações ou com

defeito e não conseguir ou ter problemas para trocá-lo.

3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NA DEMANDA DE PRODUTOS

ELETRÔNICOS NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA EM RIO BRANCO

Neste capitulo faz-se a apresentação da pesquisa realizada entre aqueles

que possuem acesso a internet em Rio Branco e podem assim transacionar no

mercado virtual varejista e comprar produtos eletrônicos pela internet.

Para obtenção das informações fora aplicados cinqüenta questionários com

perguntas objetivas e subjetivas sobre o mercado em estudo durante os dias 03 à 20

52

Page 54: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

de janeiro de 2008, onde os participantes foram divididos em três categorias:

aqueles que possuem acesso à internet apenas no trabalho, para qual fora

escolhidos aleatoriamente 15 (quinze) funcionários civis e militares da Policia Militar

do Acre de diferentes patentes, posto e graduação; aqueles que acessam a internet

apenas em Lan House sendo a pesquisa realizada em uma Lan House no Centro da

Cidade de Rio Branco, onde se aplicou 15 (quinze) questionários; e aqueles que

possuem acesso à internet em suas residências sendo escolhidos 20 (vinte) destes

aleatoriamente de uma lista repassada pela Brasil Telecom, (empresa que fornece

serviço de ADSL na cidade). Neste sentido, faz-se então a exposição dos dados

obtidos seguido de suas respectivas análises.

3.1 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Quando interrogados sobre a qualidade das informações obtidas quando

acessam alguma loja virtual, 58% dos participantes responderam que estas

informações são pouco confiáveis, 12% às tem como não confiáveis, 26% como

confiáveis e apenas 4% como plenamente confiáveis, conforme Figura 5.

O que indica que 60% destes não confiam nas informações repassadas

pelas lojas virtuais, desconfiança oriunda principalmente do fato de serem as

transações digitais, não se sabendo por certo com quem esta transacionando, se

estes são confiáveis ou se serão fieis ao que está informando, deixando os

consumidores a mercê de ações oportunista. Insegurança manifestada ao

responderem, se consideravam seguro comprar eletrônicos pela internet onde

apenas 34% consideraram seguro transacionar neste mercado contra 66% dos que

consideraram inseguro fazer compras de eletrônicos pelo e-commerce.

Ao responderem qual fator os deixam inseguros ao transacionarem neste

mercado, 37% afirmaram que não confiam nas empresas, devido este fato, pois, ao

comprar no e-commerce os consumidores não tem o contato físico com as

empresas, o relacionamento é digital abrindo precedentes para estas agirem

53

Page 55: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

oportunistamente ante ao baixo nível de informação que os clientes possuem, o que

gera esta desconfiança proveniente da assimetria de informação.

Figura 5. Qualidade das informações

Fonte: Pesquisa direta

Observa-se assim que a assimetria de informação na demanda de produtos

eletrônicos em Rio Branco apresenta-se em um grau muito elevado, fazendo com

que a incerteza reja as relações entre as lojas virtuais e os e-consumidores deste

produto, o que faz com que este mercado funcione ineficientemente a ponto de fazer

com que 64% dos internautas rio-branquenses que responderam ao questionário,

não realizem compras de produtos eletrônicos pela internet por ter receios de serem

vitimas de alguma ação oportunista. Todavia, percebe-se que o índice dos que

compram eletrônicos pela internet é superior que a média brasileira, onde mais de

75% dos internautas brasileiros não realizam compras pela internet. A Figura 6

mostra o percentual daqueles que realizam compras de produtos eletrônicos no

mercado virtual varejista em Rio Branco.

Figura 6. Compram produtos eletrônicos no e-commerce

Fonte: Pesquisa direta

Sim36%

Não64%

4%

26%

58%

12%

TotalmenteConfiável

Confiável

Pouco confiável

não confiável

54

Page 56: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Ao serem questionados sobre o motivo principal pelo qual não compram

produtos eletrônicos no mercado virtual varejista, os internautas rio-branquenses,

como apresentado na Figura 7, responderam em sua maioria, isto é 25% destes

responderam que possuem receio de terem seus dados pessoais (CPF, RG e nº. do

cartão), copiados do banco de dados das lojas virtuais o que tornaria possível que

aqueles que os copiassem realizassem transações em seu nome acarretando em

perdas para este consumidor. Vê-se então mais uma vez a manifestação da

assimetria de informação, pois, o receio é fruto da incerteza gerada pela

desinformação de que o banco de dados da loja virtual é ou não segura.

Vinte e dois por cento demonstraram receio de enfrentar problemas em

trocar ou concertar produtos que chegassem com defeito e ante este receio estes

preferem não comprar eletrônicos no e-commerce, o que também se deriva da

assimetria de informação, pois, se estes tivessem certeza de que o produto chegaria

perfeito em suas mãos ou que caso estes apresenta-se defeito poderiam com

facilidades trocá-lo ou concerta-lo, 81% destes realizariam a transação, mas o fato

de não ter esta convicção impede que estes comprem produtos eletrônicos no

mercado virtual varejista .

De igual forma, 9% responderam que não compram produtos eletrônicos

pela internet, para não enfrentar problemas na troca de produtos que chegarem fora

das especificações contratada, como marca, cor, modelo, entre outras; 9% também

receiam não receber o produto e com isso perder o valor pago por ele, já que os

valores dos eletrônicos em sua maioria são elevados; 9% tem medo de ter seus

dados pessoais copiados e/ou do produto chegar com defeito; outros 9% receiam ter

seus dados copiados, receber o produto com defeito e/ou fora das especificações

desejadas; e 12% apresentaram outras razões, sendo entre elas o receio simultâneo

de enfrentar todos ou mais de um destes problemas, conforme se observa na Figura

07.

55

Page 57: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Figura 7. Razões por que os internautas não compram produtos eletrônicos pela internet

21,88

9,38

9,38

6,25

6,25

12,50

25

9,38

0

5

10

15

20

25

30

1A) Receio de ter seus dados pessoais copiados;

B) Receio de não receber o produto.

C) Por medo de o produto chegar com defeito

D) Por receio de receber o produto fora das especif icações,

A-C

A-C-D

A-B-C

Outros

Fonte: Pesquisa direta

Os internautas rio-branquenses da amostra demonstraram também forte

interesse em comprar eletrônicos neste mercado se estes problemas que os levam a

não comprar produtos eletrônicos no mercado virtual forem resolvidos,

demonstrando então que se as informações forem mais simétricas o que eliminaria o

alto nível de incerteza que envolve as transações neste mercado, 81% destes

efetuariam compras on-line, o que não fazem em face das razões acima

apresentadas, derivadas da assimetria de informação que este mercado oferece.

Dos que responderam que compram ou já compraram produtos eletrônicos

pela internet, 83% responderam que voltarão a comprar novamente, enumerando

como principal fator pelo qual farão isto, o fato de não ter enfrentado problemas nas

compras que realizaram e por confiarem no mercado virtual, correspondendo estes à

40% dos e-consumidores de produtos eletrônicos; outros 27% ressaltaram como

56

Page 58: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

razão que os levarão a comprar novamente, o preço e a comodidade ofertada por

este mercado; 20% indicaram a comodidade como fator que os farão comprarem

novamente e 13% pelos preços e condições de pagamento, que geralmente é maior

que nas lojas convencionais sendo ofertado prazos com preço à vista, o que

geralmente não é oferecido pelas lojas convencionais em Rio Branco.

Figura 8. Razões que levarão os e-consumidores a comprarem novamente eletrônicos no e-commerce

40%

27%

20%

13%

Por não ter tidoproblemas e confiança

Pelo preço ecomodidade

Pela comodidade

Pelo preço e condiçoesde pagamento

Fonte: Pesquisa direta

Já dezessete por cento dos que já compraram eletrônicos no e-commerce,

responderam que não comprarão mais simplesmente por ter se decepcionado após

a experiência no e-commerce, e passaram a preferir comprar no comércio

convencional, sendo estes 67% dos que responderam que não comprarão mais

eletrônicos na internet e os outros 33% responderam que não comprarão mais por

não ter recebido o produto ou este chegou com defeito entre outros.

Quanto à forma de pagamento que estes geralmente utilizam ou utilizaram

em suas transações eletrônicas ao comprar produtos eletrônicos, 72% preferem

compra no cartão de crédito, sendo destes 21% pela comodidade e praticidade; 17%

pelos prazos; 11% pela comodidade e prazos; outros 11% pela segurança e mais

11% preferem o cartão pela segurança e comodidade ao mesmo tempo.

57

Page 59: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Vinte e três por cento preferem o boleto bancário, onde 17% preferem este

pela segurança e outros 6% por considerar que este lhe oferta simultaneamente

segurança e comodidade. E por fim 6% optam pelo depósito em conta corrente pela

praticidade e segurança.

Percebe-se assim uma forte preferência pelo pagamento através do cartão

de crédito, onde o fator comodidade e os prazos que as lojas ofertam nesta opção

de pagamento levam os consumidores a optarem por esta forma de pagamento, por

ser esta forma de pagamento mais segura para elas, e para seduzir o seu cliente a

realizar a compra pelo cartão estas ofertam boas vantagens como a venda a prazo

sem cobrar juros.

O boleto, em contrapartida, traz mais segurança ao cliente, mas é

desvantajoso para as lojas, pois, abre a oportunidade deste não realizar o

pagamento ocorrendo o mesmo nos depósitos à vista. Mas mesmo sendo estas

mais seguras para os consumidores, estes como se percebe na Figura 9 preferem o

cartão, pela comodidade e pelos prazos ofertados pelas lojas, que como já relatado,

ofertam este benefício a sua clientela por ser esta forma de pagamento mais segura

para elas, já que o risco de inadimplência no cartão é praticamente nulo.

Figura 9. Formas de Pagamento x motivo

21%

17%

11%11%

11%

17%

6%6% Cartão x comodidade e

praticidadeCartão x prazos

Cartão Comodidade e prazos

Cartão x segurança

Cartão x Segurança ecomodidadeBoleto x segurança

Boleto bancário e cartão xsegurança Deposito em conta x praticidadee segurança

Fonte: Pesquisa direta

58

Page 60: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

No que se refere ao cumprimento dos contratos pelas lojas virtuais, 67%

responderam que estas cumpriram o contato, enquanto que 33% disseram que as

lojas não cumpriram com tudo o que fora contratado, demonstrando que na

realidade econômica os contratos não são completos como delineavam os

ortodoxos, mas incompletos como afirmam os neoinstitucionalistas.

Sendo que 50% responderam que o produto chegou fora do prazo

contratado ou com o valor final acima do que combinado, devido à cobranças de

taxas e frete; 33% afirmaram que o produto chegou fora das especificações, isto é

marca, modelo, cor, entre outros; e 17% que a empresa não entregou o produto.

Figura 10. Casos em que as Lojas Virtuais deixaram de cumprir o contrato .

17%

33%

50%

O produto chegou comdefeito;

O produto chegou foradas especif icações quefoi contratada;

Não cumpriu com osprazos e valorescontratado ( f rete e datade entrega).

Fonte: Pesquisa direta

Quando se questionou aos e-consumidores qual fator lhes transmitia

segurança na compra de produtos eletrônicos pela internet, 70% indicaram que a

reputação da empresa é o mais importante, 12% informaram ser o Certificado digital

do web site, outros 12% responderam que é o certificado de garantia do produto e

as outras respostas corresponderam à 6%.

59

Page 61: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Figura 11. Fator que transmite segurança ao e-consumidor de eletrônicos .

70%6%

12%12%

A) Reputação daempresa;

B) Certificado de garantiado produto;

C) Certificado digital doWeb site da Loja; II

outros

Fonte: Pesquisa direta

E perguntado aos que consideravam inseguro comprar produtos eletrônicos

pela internet, qual era o fator que lhes transmitiam insegurança ao transacionarem

neste mercado, 37% responderam que não confiam nas empresas, 24% relataram o

fato da existência de racks que podem copiar seus dados pessoais ou contaminar

seu PC com vírus, 18% não acreditam na qualidade dos produtos, 15% não confiam

nas empresas e nem na qualidade dos produtos e 6% apresentaram outros fatores

como a inexistência de Leis que regulem os crimes na internet.

Figura 12. Fator que transmite insegurança ao e-consumidor de eletrônicos .

15%

37%

18%

24%

6%

NÂO CONFIA NAS EMPRESAS ENA QUALIDADE DOSPRODUTOS

NÃO CONFIAM NAS EMPRESAS

QUALIDADES DOS PRODUTOS

EXISTENCIA DE RACKS QUECOPIE OS DADOS E/OUCONTAMINE O PC COM VIRUSOUTROS

Fonte: Pesquisa direta

60

Page 62: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Apresentado o resultado da pesquisa e suas análises, apresenta-se a seguir

como se manifesta alguns dos principais pressupostos neoinstitucionalistas neste

mercado, e quais as suas principais conseqüências, onde para base das análises

fora utilizada as respostas do questionário aplicado junto aos e-consumidores.

3.2 RACIONALIDADE LIMITADA E INCOMPLETITUDE DOS CONTRATOS

Como visto a NEI afirma que os agentes agiam racionalmente e sempre

buscavam a opção ótima, mas diferentemente do que defendia os ortodoxos, esta

racionalidade não era plena, mas limitada, o que basicamente se deve ao fato

destes agentes não serem capazes de prevêem e processarem todas as condições

e alternativas futuras em relação aos contratos. Fica então o questionamento, qual

linha de pensamento é fiel à realidade econômica, os agentes nas transações

econômicas são plenamente racionais ou sua racionalidade é limitada?

Após a pesquisa realizada e análise do mercado em estudo pode-se então

responder este questionamento e entender que de fato os agentes não são capazes

de prevêem todas as contingências futuras de uma transação, pois, no caso do

mercado estudado as pessoas têm receio de consumirem neste mercado ante a

incerteza de que a empresa cumprirá com todo o contrato, temendo assim serem

lesadas, se os pressupostos de racionalidade ilimitada e de contratos perfeitos

fossem aplicáveis à realidade dos fatos econômicos, isto não ocorreria, pois, eles

seriam capazes de prevêem tudo o fatos futuros, as informações seriam perfeitas e

todos consumiriam sem medo nem receio de serem lesados.

Fica claro então que os agentes tentam agir racionalmente, quando eles

procuram o mercado virtual varejista para comprar produtos eletrônicos este estão

agindo assim, pois, estão buscando o conforto, comodidade e os preços mais baixos

ofertados pelo mercado, optando assim pela opção ótima ou como prediz os

ortodoxos procuram maximizar a sua satisfação, porém ao não serem capazes de

61

Page 63: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

prevêem todas as contingências vindouras, estes estão deixando de comprar neste

mercado por receio de se tornarem vitimas de alguma ação oportunista por parte

das empresas, ou por já ter sido vitima de alguma destas ações. Como visto na

seção acima, 64% da amostra dos internautas não compram produtos eletrônicos

pela internet por não serem capazes de prevêem que o contrato será respeitado

pelas empresas virtuais e para evitar problemas futuros preferem não transacionar

neste mercado.

3.3 ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO

A assimetria de informação como já relatado é fruto da racionalidade

limitada dos agentes, o que ocorre ante ao fato de que os agentes econômicos

detêm diferentes níveis de conhecimento sobre as circunstâncias de uma

negociação, onde um deste possuirá um grau maior de informação concernente ao

produto e/ou serviços transacionados, em detrimento do baixo nível de

conhecimento do outro agente.

No mercado varejista virtual especificamente na demanda pelos produtos

eletrônicos em Rio Branco percebeu-se que grande parte dos que responderam aos

questionários, isto é 70% dos internautas participantes da pesquisa, consideraram

as informações obtidas neste mercado como de pouco confiabilidade ou não

confiáveis, o que se deve ao baixo conhecimento que estes possuem deste

mercado, motivo este que faz com que muitos cheguem até pesquisar preços nas

lojas virtuais, mas na hora de efetuar a compra não a faz por receio de serem

lesados ou enfrentarem problemas, receio este proveniente da incerteza que

envolve as transações neste mercado, que por sua vez deriva-se do alto nível de

assimetria de informação apresentado no mercado em estudo, em que os

demandantes não detêm muitas informações da empresa e dos produtos, ou quando

as tem não confiam nestas por se tratarem de informações desconfiáveis, pois, os

consumidores não têm o contato real com a empresa nem com o produto apenas

obtêm as informações e as vêem digitalmente.

62

Page 64: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Assim a maioria, isto é 66% dos entrevistados consideram inseguro comprar

neste mercado, insegurança esta derivada da desconfiança das empresas e da

qualidade das informações repassadas por estas no mercado virtual varejista de

produtos eletrônicos. Estes temem por não confiarem nas informações obtidas neste

mercado e pelo fato destas serem assimétricas, no caso o consumidor não detêm

muitas informações das empresas e dos produtos transacionado, e as informações

que adquire estes não confiam por se tratar de um relacionamento digital ou virtual,

o que abre um leque de oportunidade para que as lojas virtuais omitam informações

comprometedoras, possibilitando estas agirem oportunistamente.

Percebe-se então que no mercado virtual a assimetria de informação

assume um grau muito elevado, fazendo com que a incerteza reja as relações entre

os agentes econômicos, o que por sua vez faz com que 64% da amostra dos

internautas rio-branquense não participem deste mercado por receio de serem

vitimas de ações oportunistas frente ao baixo nível e a qualidade das informações

que estes obtêm neste mercado.

3.4 OPORTUNISMO OU AÇÃO OPORTUNISTA

Como mencionado ao longo deste trabalho, a NEI assume que os indivíduos

são racionais, buscam a maximização da satisfação e dos lucros, porém, são

limitados por problemas informacionais, neste sentido a informação incompleta ou

limitada dar margem a ações oportunistas, isto é, um dos agentes pode utilizar

informações privilegiadas em benefício próprio ou a não previsão de todas as

contingências futuras podem resultar em mudanças que possibilitem ganhos

decorrentes de ação oportunista para um dos agentes no futuro. Desta maneira a

NEI apresenta duas formas de a ação oportunista se manifestar, antes ou após a

realização do contrato, sendo então respectivamente denominada de seleção

adversa e risco moral.

Como as ações oportunistas ocorrem ou podem ocorrer na transação de

produtos eletrônicos pela internet? É o que se verá neste instante, sendo

63

Page 65: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

apresentado a seleção adversa (ação oportunista pré-contratual) e em seguida o

risco moral (ação oportunista pós-contratual).

3.5 SELEÇÃO ADVERSA

Suponha-se que o consumidor procura na internet o produto desejado e ao

achá-lo em uma dada loja virtual efetua sua contratação, todavia a empresa omite

que para que este produto seja entregue o consumidor tem que pagar uma taxa pelo

frete, sem a qual não poderá resgatar o produto negociado e ante a desinformação

deste fato o consumidor realiza a compra, mas na hora de resgatar seu bem ele tem

que pagar esta taxa a empresa que realizou o transporte do produto o que faz com

que o valor final deste seja mais elevado que na concorrência daquela loja ou até

mesmo que no comércio convencional. A este fato apresentado por um consumidor

na resposta do questionário, a NEI chama de seleção adversa, ou seja, a ação

oportunista pré-contratual onde uma das partes omite uma informação

comprometedora com a finalidade de que seja contratada impedindo que a outra

parte contrate um agente idôneo, realizando uma contratação ineficiente.

Outro consumidor relatou no questionário dizendo-se decepcionado com o

e-commerce por ter no Natal passado comprado um produto eletrônico no e-

commerce para presentear alguém nesta festa. No site da loja informaram a ele que

o prazo de entrega deste produto seria suficiente para chegar antes da data

desejada assim por causa do preço e baseado nesta informação ele então comprou

o produto já que conforme previsto este chegaria alguns dias antes do natal. Mas,

todavia este produto fora entregue fora do prazo em mais que o dobro do

combinado, constituindo-se este fato ocorrido num típico caso de seleção adversa,

pois, certamente a empresa sabia que não entregaria o produto no tempo contratado

principalmente por se tratar de um período em que o número de vendas eleva-se

consideravelmente, assim esta omitiu a informação correta visando beneficiar-se e

ante a incapacidade de prevê que isto ocorreria o consumidor firmou o contrato e foi

prejudicado já que se comprasse o produto no comércio convencional este teria

64

Page 66: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

adquirido em tempo hábil para atender o propósito para o qual comprou este

produto.

Ao responder aos questionários 64% dos consumidores potenciais da

amostra demonstraram terem receio de serem vitimas de alguma ação oportunista

como esta, e por causa disto não compram produtos eletrônicos pela internet e

demonstraram isto ao responder que não compravam neste mercado por alguns

receios, como 25% responderam que possuem receio de terem seus dados

pessoais copiados e ficando com isso vulnerável a golpes, o que se constituirá numa

seleção adversa se a empresa souber que seus bancos de dados são vulneráveis a

este fato, mas no intuito de ser contratada informa o contrário.

Vinte e dois por cento dos que não realizam compras pela internet

demonstram também receio de serem vitimas de outra seleção adversa, quando

indicaram o receio de comprar o produto e recebe-lo com defeito e enfrentar

problemas ao trocá-lo como o motivo pelo qual não compra produtos eletrônicos

pela internet, o que caracterizará uma seleção adversa a partir do instante que a

empresa sabendo que o consumidor receberá o produto com defeitos ou teria

problemas para trocar o produto defeituoso omite tal informação para que seja

contratada, impedindo com que este cliente escolha outra empresa idônea que

atenda aos seus anseios e resolva este problema.

Nove por cento dos entrevistados que não realizam compras pela internet

também afirmaram que possuem o medo de não receberem o produto, isto é, serem

vítimas de golpe, o que será uma seleção adversa se a empresa sabendo que não

entregaria o produto mente ao seu consumidor que desinformado de tal fato realiza

a compra deixa de comprar em outra loja que lhe entregaria o produto.

E outros 9% dos internautas da amostra que não realizam compras de

eletrônicos no mercado virtual ressaltaram o receio de receber o produto fora das

especificações contratada, o que será uma seleção adversa se a empresa sabendo

que entregará o produto fora das especificações desejadas pelo cliente (cor,marca,

modelo entre outras), omite esta informação e assim é contratada fazendo com que

o consumidor ante a incapacidade de prevê que isto ocorreria, deixa-se de contratar

65

Page 67: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

uma empresa que entrega-se o produto com as características e especificações

desejadas.

3.6 RISCO MORAL

O risco moral trata-se do comportamento oportunista ex-post, que se

manifesta após a contratação ou na vigência do contrato onde uma das partes

detentora de uma informação privada adquirida antes ou após a contratação

aproveita-se desta para beneficiar-se em detrimento do prejuízo de seu contratante.

Este comportamento aético também é observado no mercado em estudo e tem se

constituído num entrave ao desenvolvimento deste mercado, veja como que o risco

moral se manifesta ou pode se manifesta no comércio digital de produtos

eletrônicos.

Um consumidor relatou em uma das respostas do questionário que comprou

um aparelho de som em uma dada loja virtual, mas após muitos dias que havia

recebido o produto ele percebeu que o aparelho recebido não tinha a mesma

potência do produto escolhido no web site desta empresa.

O que caracteriza um caso típico de risco moral, pelo fato de a empresa ter

ofertado um produto ao consumidor que levado pela informação da empresa de que

aquele produto tinha um diferencial, isto é sua potência de som, firmou o contrato,

mas na hora de enviar o produto a empresa mudou seu comportamento e enviou um

outro produto similar em tudo, mas com potência menor que a contratada, sabendo

que a diferença seria quase imperceptível o que de fato ocorreu sendo percebida

apenas após alguns dias por aquele cliente que aborrecido está disposto a não

comprar mais produtos eletrônicos neste mercado.

O risco moral pode também se manifestar nos exemplos citados para a

seleção adversa, como no exemplo onde o consumidor relatou que a empresa omitiu

o valor cobrado pelo frete para ser contratada, este se constituirá em risco moral se

66

Page 68: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

a empresa informa que o frete é grátis e após a contratação cobra o valor deste

serviço.

No exemplo em que a empresa esconde que o seu banco de dados não é

confiável para ser contratada, o que como visto é o receio de 25% dos internautas,

será risco moral se a empresa informar que seu banco de dados é seguro e após ou

na vigência da contratação esta copia seus dados e realizam transações em nome

de seu cliente, beneficiando-se frente ao prejuízo deste.

3.7 SINALIZAÇÃO DE MERCADO

A sinalização de mercado constitui-se numa arma eficaz para a diminuição

da assimetria das informações, pois, a medida que os agentes econômicos

comunicam qualificações especiais suas e de seus produtos diminuem a incerteza e

tornam mais confiável a relação entre os agentes eliminando ou no mínimo

diminuindo consideravelmente a possibilidade de ações oportunista o que poderia

acarretar na não realização da contratação ou em problemas contratuais e

consequentemente na ineficiência deste mercado, como o que ocorre na demanda

de produtos eletrônicos no mercado virtual em Rio Branco, onde 64% dos

internautas deixam de efetivamente demandar estes produtos por algum tipo de

receio o que poderia diminuir e até mesmo ser eliminado através da sinalização de

mercado.

No mercado virtual nos últimos anos as empresas têm se preocupado com

isso e vêm tomado muitas ações no intuito de transmitir segurança à seus

consumidores o que tem sido percebido pelos internautas, notando-se uma melhora

na confiança dos internautas brasileiros e rio-branquenses nas transações digitais o

que é fruto da sinalização de mercado ofertada pelas empresas que compõem este

mercado que através de sinalizações como as certificações digitais que tem

melhorado a confiança nestas transações.

67

Page 69: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Para Train (2007), certificação digital trata-se de um documento

criptografado contendo informações necessárias que identifica uma pessoa física ou

entidade jurídica, atestando assim a identidade de uma pessoa ou instituição na

internet por meio de um arquivo eletrônico assinado digitalmente, sendo este

transmitido através de uma conexão segura, que usa um protocolo de transmissão

específico para transmitir dados criptografados: o SSL (Secure Socket Layer).

A certificação digital permite assim, que qualquer conteúdo eletrônico

assinado digitalmente tenha a garantia de autenticidade de origem, ou seja, permite

ao consumidor saber se o web site da loja virtual visitado é realmente de quem

pensa ser, e tem ainda a garantia através da criptografia dos dados, de que as

informações fornecidas não poderão ser interceptadas no trajeto entre o seu

computador e o servidor da loja virtual, isto por que os dados recebidos pelo site são

criptografados (codificados) e não se encontram todos em um mesmo local, o que

torna quase impossível o acesso para alguém que não esteja autorizado. 

O certificado digital é emitido por uma Autoridade Certificadora (AC)

credenciadas na ICP-Brasil5, Desta maneira apenas as transações realizadas com

certificados emitidos por autoridades credenciadas por esta entidade são

considerados juridicamente válidos6.

Para os demandantes de produtos eletrônicos do mercado virtual de Rio

Branco existe um grande problema, as lojas virtuais em sua totalidade não possuem

filiais no Acre e grande parte destas se quer possuem filiais nos estado vizinho, o

que aumenta a incerteza, já que, se ocorrer algum problema estes não terão a quem

recorrer a não ser o PROCON.

A sinalização de mercado entra então como solução a este problema, pois,

para aqueles que têm receio de enfrentarem problemas de não receber o produto, a

empresa pode tranqüilizar a estes através de sua reputação que poderá ser

5 A ICP- Brasil se trata de uma instituição criada a partir da Medida Provisória 2.200-2, de 24 de outubro de 2001, sendo esta um conjunto de entidades prestadoras de serviços ordenadas de acordo com as diretrizes e normas técnicas estabelecidas por um Comitê Gestor.6 Assim mesmo sendo um contrato digital, quando se realiza compras em lojas virtuais, ao se confirmar à compra, este contrato digital tem o mesmo valor jurídico que um documento físico, onde o certificado digital é um pré-requisito para a geração de uma assinatura digital segundo a MP 2.200/2 de 29 de agosto de 2001, o que dará a este contrato o seu valor jurídico.

68

Page 70: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

assegurada através da certificação digital, o índice de pessoas que não compram

produtos no e-commerce por este receio pela amostra é de 9%.

O mesmo pode ser feito àqueles que receiam ter seus dados copiados,

sendo estes 25% dos participantes da pesquisa, que diante a certeza de que o

banco de dados desta loja é seguro certamente compraria nesta loja, o que é

possível também através da certificação que assegure a reputação desta empresa.

Fica claro então que as lojas virtuais tem por principal aliado a certificação

digital e sua reputação respectivamente, o que vem levando os consumidores de Rio

Branco a comprarem os produtos eletrônicos em apenas um pequeno número de

lojas visando basicamente a boa reputação desta loja, o que fica bem explicito na

resposta do questionário onde 70% dos e-consumidores ressaltaram que o fator que

lhe transmite segurança na compra pela internet é a reputação da empresa e 12% a

certificação do web site.

Ao visitar os sites de algumas lojas virtuais percebe-se que esta tem se

preocupado em repassar segurança à sua clientela, neste sentido em 05 de abril de

2005 as lojas virtuais e e-empresas realizaram o lançamento da campanha

publicitária internet segura, que teve seu site aberto no dia 5 de abril de 2005,

marcando assim o início da fase externa do Movimento Internet Segura (MIS),

objetivando levar informações que permitam aos usuários da internet no Brasil uma

navegação mais segura e com maior confiança pela rede, sinalizando aos

internautas brasileiras e rio-branquenses respectivamente a segurança das

transações digitais, onde além disto traz muitas dicas, avisos e comunicados

alertando e informando aos e-consumidores como realizar uma compra no mercado

virtual de forma segura. Além deste movimento que pode ser acessado pelo

endereço eletrônico www.internetsegura.org, o e-commerce conta com dezenas de

sites com mesmo conteúdo informativo como o e – bit por exemplo.

Apesar dos esforços destas lojas e empresas virtuais, deve-se trabalhar

ainda mais neste intuito, a fim de que sinalize mais o mercado de produtos

eletrônicos, para que assim, os consumidores rio-branquenses tenham mais

confiança neste mercado e possam perder os receios que os tem levado a optar em

não efetuar transações neste mercado e procurar o comércio tradicional para

69

Page 71: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

comprar o produto eletrônico desejado. As lojas virtuais e demais empresas digitais

tem feito muito a este respeito, mas devem elevar seus esforços mais ainda, pois,

tem milhões de internautas no país e 64% dos internautas rio-branquenses

(conforme os dados colhidos na resposta dos questionários), para conquistarem.

a) Medidas de segurança para os consumidores

Os consumidores, ante o alto grau de assimetria de informação observado

neste mercado para minimizar as chances de serem vitimas de ações oportunistas

devem tomar algumas precauções como: manter o computador protegido, com

softwares de segurança (antivírus, anti-spyware, anti-spam e firewall) atualizados;

ter atenção a mensagens não-solicitadas; preferir lojas conhecidas para fazer as

compras; não fornecer a senha para qualquer pedido de cadastramento ou

recadastramento, nem para pessoas desconhecidas; evitar usar computadores

públicos (como os de lan houses) ou que sejam utilizados por mais de uma pessoa;

certificar que o site escolhido é seguro, onde o endereço deve começar com

"https://" e, na parte inferior da tela, deve aparecer o desenho de um cadeado

ativado. Ao clicar no cadeado, poderá conferir se a informação do certificado

corresponde ao endereço na barra do seu navegador; verificar se o site da loja

oferece outros meios de contato, como um telefone ou endereço físico; guardar

provas da compra, como comprovante de pagamento e e-mails de confirmação de

compra e entrega; depois, de feita a transação, efetuar "logout" do site de compras,

principalmente se tiver usado um computador compartilhadas por várias pessoas;

por último, usar o bom senso, sempre desconfiar de ofertas espetaculares,

promoções imperdíveis ou produtos com preço muito abaixo do mercado.

Seguindo estas orientações fornecidas pelas próprias lojas virtuais e no MIS,

em que a principal destas é a observação da reputação da empresa e da certificação

digital do web site da loja virtual , dificilmente o e-consumidor terá problemas nas

suas compras de produtos eletrônicos pela internet.

70

Page 72: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após apresentação da Nova Economia Institucional, do mercado virtual

varejista brasileiro e da exposição dos dados levantados em pesquisa junto aos e-

consumidores rio-branquenses, faz-se neste instante a conclusão deste trabalho.

Ao se analisar os dados obtidos na pesquisa de campo realizada junto aos

internautas de Rio Branco da amostra, ou seja, aos e-consumidores ativos ou

potenciais de produtos eletrônicos, notou-se que o nível de incerteza dá se em nível

elevadíssimo em conseqüência do alto grau de assimetria das informações

observado neste mercado, em que as informações apresentam-se de formas

imperfeitas e de pouca confiança aos e-consumidores de produtos eletrônicos rio-

branquenses, onde 60% destes consideraram-nas pouco confiáveis ou não

confiáveis. Onde se percebe que o fato de serem as transações digitais e não reais,

(como ocorre no comércio tradicional), a principal razão de tanta assimetria

informacional, por não se ter por certo com quem se está transacionando, o que

abre precedentes para que uma das partes possa omitir informações

comprometedoras e agir oportunistamente.

A incerteza e a insegurança dos e-consumidores que tem por principal

motivo a desconfiança nas empresas, já que a maioria destas lojas não possuem

instalações na cidade e, como já visto, por se o relacionamento entre as partes

digital, fazendo com que 64% dos internautas de Rio Branco da amostra, não

realizem compras de produtos eletrônicos pela internet, e que 66% considerem

inseguro transacionar neste mercado. Onde 81% destes que não realizam compras

pela internet por algum receio estão dispostos a comprar produtos eletrônicos no

mercado virtual se as Lojas virtuais conseguissem resolver os problemas que os

proporcionam este receio, sendo este problema praticamente informacional, já que

83% dos que já compraram produtos eletrônicos, isto é, que já conhecem e

possuem informações do e-commerce estão decididos à comprar novamente

produtos eletrônicos neste mercado.

71

Page 73: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Conclui-se então que o nível de assimetria de informação neste mercado se

manifesta em um grau muito elevado o que tem feito com que este mercado

funcione deficientemente excluindo 64% de sua demanda potencial que estariam

dispostos a participar ativamente deste mercado se tivesse seus problemas

informacionais resolvidos. Que as Lojas Virtuais estão tentando combater estes

problemas através da sinalização de mercado, o que vem fazendo através da

Certificação Digital do seu web site, de garantias para os produtos além da garantia

dada pelas fabricas, de campanhas publicitárias como o Movimento Internet Segura

(MIS), e outros como a indicação de precauções ao realizar compras pela internet.

Ao consumidor pode-se afirmar que comprar produtos eletrônicos na internet

é realmente seguro, desde que observado algumas precauções e indicações, sendo

a principal destas verificar a idoneidade da empresa e há quanto tempo ela está

estabelecida no mercado, feito isto dificilmente se terá problemas ao comprar

eletrônicos neste mercado, e se tiver, deve-se procurar contato com a loja virtual, e

caso não se resolva o PROCOM.

Neste sentido vê-se que os pressupostos de informações assimétricas,

racionalidade limitada e ações oportunistas são aplicáveis a realidade econômica,

sendo estes pressupostos neoinstitucionalistas facilmente observáveis no mercado

em estudo.

Porém, observa-se que há uma tendência de que este problema seja

diminuído, diminuindo também seus efeitos sobre este mercado, sendo a sinalização

de mercado e as vantagens proporcionadas pela transação digital os maiores

responsáveis por isso. E neste sentido, o número de internautas que realizam

compras pela internet tende aumentar tanto em Rio Branco, quanto no Brasil, o que

já vem acontecendo, no mesmo passo em que a assimetria informacional vem

diminuindo.

72

Page 74: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

REFERÊNCIAS

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Page 77: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

DEPARTAMENTO E CURSO DE ECONOMIA

ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO NO MERCADO VIRTUAL VAREJISTA:

ANÁLISE DA DEMANDA DE PRODUTOS ELETRÔNICOS

1) Como qualifica as informações obtidas no mercado virtual quando vai realizar

compras pela internet:

( ) Totalmente Confiável ( ) pouco confiável

( ) Confiável ( ) não confiável

2) Compra Produtos eletrônicos (TV, DVD, aparelho de som, etc.) pela Internet:

( ) Sim ( ) Não

3) Se respondeu que Não compra produtos eletrônicos pela internet responda por

que não faz.

( ) Por ter medo de ter seus dados pessoais (CPF, RG) copiados;

( ) Por ser os valores destes produtos muito elevados e ainda ter medo de não

receber o produto e perder o valor pago por ele;

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Page 78: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

( ) Por medo de o produto chegar com defeito e enfrentar problemas para devolvê-

lo, trocá-lo ou concertá-lo;

( ) Por receio de receber o produto fora das especificações (cor, marca, modelo,

entre outras) que foi contratada e enfrentar problemas para trocá-lo,

( ) Outro (especifique) ________________________________________________

4) Se estes problemas forem resolvidos estaria disposto a comprar neste mercado:

( ) Sim ( ) Não

5) Se Respondeu não para pergunta 4 acima explique o motivo:

6) Para quem já comprou produtos eletrônicos pela internet responda: A Loja

cumpriu com o contrato: Prazos, Valores, produtos corretos sem defeitos, etc.

( ) Sim, ela cumpriu com todo o contrato

( ) Não, ela não cumpriu com todo o contrato,

7) Se respondeu que a empresa não cumpriu o contrato, responda o que ela deixou

de cumprir:

( ) A empresa não entregou o produto;

( ) O produto chegou com defeito;

( ) O produto chegou fora das especificações (cor, marca, modelo, entre outras)

que foi contratada;

( ) Não cumpriu com os prazos e valores contratado (como o frete e data de

entrega).

( ) Outro (especifique) ________________________________________________

8) Esta disposto a comprar novamente.

( ) Sim . Explique o motivo. ___________________________________________

__________________________________________________________________

_

( )Não. Explique o motivo. ____________________________________________

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Page 79: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

__________________________________________________________________

_

9) Se todos os problemas que te fez responder que não voltará a comprar produtos

eletrônicos pela internet forem resolvidos você compraria novamente.

( ) Sim ( ) Não

10) Qual as forma de pagamento (cartão crédito, boleto bancário, carnê, outros) que

foi efetuada a compra? E Por quê preferiu esta forma de Pagamento:

11) Você considera seguro comprar pela internet?

( ) Sim ( ) Não

12) Se respondeu que considera Seguro comprar pela internet, responda qual a

garantia ou o fator que te transmite segurança quando compra pela internet::

( ) Reputação da empresa;

( ) Certificado de garantia do produto;

( ) Certificado digital do Web site da Loja;

( ) Outro (especifique) _______________________________________________________________

13)  Se respondeu que Não considera Seguro comprar pela internet, responda o que

lhe deixa inseguro ao comprar no mercado virtual:

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Page 80: Monografia: Assimetria de Informações no comercio eletrônico

Muito Obrigado. Sua Participação foi de fundamental importância para a realização

deste trabalho.

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