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FACULDADE DE CIENCIAS, CULTURA E EXTENSÃO DO RN CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FINACEIRA CARLOS WEBSTER CAMARA BRASIL O COTIDIANO FINANCEIRO E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS NATAL/RN 2011

Monografia Carlos Webster Camara Brasil

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FACULDADE DE CIENCIAS, CULTURA E EXTENSÃO DO RN CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO FINACEIRA

CARLOS WEBSTER CAMARA BRASIL

O COTIDIANO FINANCEIRO E SUAS APLICAÇÕES PRÁTICAS

NATAL/RN 2011

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LISTA DE SIGLAS AF - Ativo Flutuante

AO - Ativo Operacional

C E O -. Chief Executive Officer

C F O - Chief Financial Officer

CAPM - Capital Asset Pricing Model

CCL - Capital Circulante Líquido

CGL - Capital de Giro líquido

CI – Capital Investido

CMPC Custo médio ponderado de capital

DFC - Demonstração de Fluxo de Caixa

EVA – Valor Econômico Agregado

FCL - Caixa Líquidos Futuros

IBOVESPA- Índice BOVESPA

Lair - Lucro antes do imposto de renda

MIRR - Taxa Interna de Retorno Modificada

MVA - Valor de mercado do adicionado

NCG - Necessidade de Capital de Giro

NOPAT - Lucro Operacional Líquido Após Impostos

PF - Passivo Permanente

PF - Passivo Flutuante

PO - Passivo Operacional

ROA - Retorno Sobre o Ativo

ROE - Retorno Sobre o Patrimônio Líquido

ROI – Retorno Sobre o Capital Investido

SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia

TIR - Taxa Interna de Retorno

TMA - Taxa Mínima De Atratividade

TMR - Taxa Média de Retorno

VFL - Valor Futuro Líquido

VLP - Valor Presente Líquido

VUL - Valor Uniforme Líquido

WACC – Custo Médio Ponderado de Capital

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 05

1.1 CHIEF FINANCIAL OFFICER (C F O) – DIRETOR FINANCEIRO 06

1.2 METODOLOGIA 07

2 REFERENCIAL TEORICO 08

2.1 RISCO 10

2.1.1 Fontes de risco 12

2.1.2 Risco e Retorno 13

2.1.3 Tipo de risco 13

2.2 RETORNO 14

2.3 MENSURAÇÃO DE RISCO 15

2.3.1 Valor Esperado 16

2.3.2 Desvio Padrão 17

2.3.2.1 Desvio Padrão de uma carteira 18

2.4 RETORNO MÉDIO DE UMA CARTEIRA 18

2.5 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO 19

2.6 CÁLCULO DA COVARIÂNCIA (CORRELAÇÃO) 19

2.6.1 Cálculo da Correlação 21

2.6.2 Diversificação 22

2.7 CÁLCULO DO COEFICIENTE BETA (Β) 23

2.7.1 Coeficiente βeta de Carteiras 26

2.7.1.1 Coeficiente β – Risco não diversificável 27

3 ESTRUTURA DE CAPITAL 28

3.1 ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL 31

3.2 ALAVANCAGEM 32

3.2.1 Alavancagem financeira 33

3.3 CUSTO DE CAPITAL - CMPC OU WACC 34

3.3.1 Custo do Capital de Terceiros 37

3.3.2 Calculando o custo após IR 38

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3.3.3 Custo de Capital Próprio 39

3.3.3.1 Custo da ação preferencial 41

3.3.3.2 Custo da ação ordinária 42

3.3.3.3 Custo de novas emissões de ações ordinárias 44

3.3.3.4 Custo de lucros retidos 45

3.4 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED (VALOR ECONÔMICO

AGREGADO)

45

3.4.1 Cálculo do valor econômico agregado 47

3.4.2 Valor de mercado do adicionado (MVA) 50

3.4.3 Cálculo do MVA - Market Vawe Aoded (valor de mercado

adicionado)

51

4 AVALIAÇÃO ATRAVÉS DE ÍNDICES 54

4.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL) 55

4.1.1 Grau de Endividamento 56

4.1.2 Composição do Endividamento 56

4.1.3 Participação de Capital de Terceiros sobre os recursos totais 57

4.1.4 Imobilização do Patrimônio Líquido 57

4.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE 58

4.2.1 Retorno sobre o ativo (ROA) 58

4.2.2 Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) 59

4.3 ÍNDICE DE INSOVÊNCIA (KANNITE) 60

5 FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW) 61

5.1 ELABORAÇÃO DA DFC (TÓPICO) 61

5.2 DEFINIÇÃO DE MÉTODOS 62

5.2.1 Outros exemplos de confecção de DFC (anexo I e II) 64

5.2.1.1 As operações de não afetam o DFC 64

6 ORÇAMENTO DE CAPITAL 66

6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (NET PRESENT VALUE): 66

6.2 CUSTO DE OPORTUNIDADE: 67

6.3 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) 67

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6.4 PAYBACK SIMPLES (SIMPLE PAYBACK) 69

6.4.1 Payback descontado 71

6.5 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 73

6.6 CÁLCULO DA TAXA MÉDIA DE RETORNO (TMR) 77

6.7 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA - MTIR (MODIFIED

INTERNAL RATE OF RETURN)

77

6.8 ÍNDICE DE RENTABILIDADE 81

6.9 VALOR FUTURO LÍQUIDO (VFL) 83

6.10 VALOR UNIFORME LÍQUIDO (VUL) 85

7 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 87

7.1 ATIVO CIRCULANTE 89

7.2 PASSIVO CIRCULANTE 89

7.3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO (ATIVO CIRCULANTE) 90

7.4 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO 91

7.5 CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E VARIÁVEL. 93

7.6 CONTAS A RECEBER 93

7.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE 94

7.8 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 95

7.8.1 Efeito Tesoura 95

7.9 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) 96

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 100

REFERÊNCIAS 103

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5

1 INTRODUÇÃO

Quando se fala em finanças, automaticamente projeta-se o pensamento a

uma representação de valor material que pode ser convertida em dinheiro. É um

tema amplo e dinâmico que afeta diretamente o cotidiano de pessoas, empresas e

governos.

As Finanças desempenham papel importante nas atividades que consiste na

compra e venda de produtos, serviços e transferências de fundos entre entes

econômicos. O que se concebe sobre finanças, não se restringe em apenas

delimitações, porque existem várias definições, mas uma ideia geral e simples é bem

difundida nos meios empresariais, de que é uma ciência que ensina o manejo dos

dinheiros (Michaelis, 2009). Mas se ela desenvolve um papel preponderante nas

relações mercadológicas, então se pode definir como a arte e a ciência de

gerenciamento de recursos financeiros.

Esses recursos captados deverão ser alocados com o propósito de obter

lucros. Quando falamos em financiamento significa oferecer meios de fornecer

fundos, e esses recursos disponíveis deverão ser direcionados a um investimento

que necessitam ser administrados, ou seja, gerenciados por alguém que tenha az

capacidade de controlar tais meios pecuniários de forma eficiente e eficaz criando

mecanismos de uma estrutura que seja adequada à maximização dos retornos aos

proprietários de ações (Investidores) e proporcionar um conjunto de ações para

manutenção de um estado de liquidez sustentável. É nesse quesito que o

administrador financeiro tem sua influência preponderante.

A Administração Financeira é o conjunto de instrumentos que tem a finalidade

de gerenciar as finanças de uma organização, e esta diretamente ligada a Economia

e a Contabilidade, pois se baseia em conceitos econômicos e em dados contábeis

para suas análises que se destinam a tomada de decisões.

Essa ação peremptória tem como alvo a compensação do binômio

risco/retorno, onde a aplicação de capital efetuado a um certo nível de risco terá

necessariamente, em contrapartida, uma taxa de retorno que justifique a execução

do investimento.

O processo de globalização fez com que as características das organizações

alterassem suas formas de atuar. No final dos anos 80, as empresas contavam com

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um mercado protecionista, tinham poucos concorrentes e não se preocupavam com

as inovações, com isso, os parques industriais e suas administrações se tornaram

inchadas e obsoletas.

Com a integração cada vez mais estreitas das economias e das sociedades

mundiais, no que diz respeito à produção, a troca de mercadorias e de informações,

as organizações assumiram um papel mais abrangente e tiveram que avaliar e

modificar sua estrutura organizacional de modo a se adaptarem ao novo processo,

então passaram a ter como foco a satisfação do cliente, que se tornou mais exigente

por produtos e serviços de qualidade e a maximização da riqueza de modo a

atender as expectativas dos investidores.

O novo organograma das empresas traz expressões que traduzem a nova

visão de mercado baseada no modelo estrangeiro.

1.1 CHIEF FINANCIAL OFFICER (C F O) – DIRETOR FINANCEIRO

O C F O, antigo administrador financeiro, passa a supervisionar o trabalho do

diretor financeiro e do Controller, está estritamente comprometido na definição da

política financeira e no planejamento da empresa. Tem a incumbência integral de

gestão muito além da matéria financeira, podendo participar até do Conselho de

Administração. Sua ação tem resultante no auxilio ao crescimento corporativo,

considerando a inovação, antes desprezada, o meio para obter uma lucratividade

mais extensa, valorizando ainda mais as quotas acionárias e permite novos

investimentos. Estimula uma dinâmica competitiva que torna possível disputar

posições de destaque no mercado. É a segunda pessoa na escala hierárquica da

organização, acima de sua responsabilidade somente o C E O (Chief Executive

Officer).

A teoria de Administração Financeira tem evoluído muito, e estudos vêm se

multiplicando com a direção voltada para vários aspectos da Gestão Financeira. A

busca de novas estruturas de capital e de variáveis que afetam as tomadas de

decisões no momento de identificar alternativas atrativas de investimentos que

maximizem o valor da empresa é uma realidade incontestável.

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O gerenciamento financeiro se depara com duas necessidades fundamentais:

que investimentos em ativos a organização deve realizar e de que forma deve obter

os recursos para financiar. Essas decisões envolvem seleções de alternativas de

aplicação de recursos oriundos de uma estrutura de capital (Próprios ou Terceiros)

que viabilizem a realização de projetos (Implantação, ampliação ou expansão e

modernização) com o máximo de retorno.

O objetivo geral desse trabalho despretensioso é de descrever a aplicação de

mecanismos de relevância na análise e decisões de investimentos no cotidiano do

Gestor Financeiro que permitam estabelecer com um grau de segurança e um

menor risco a execução de um empreendimento.

1.2 METODOLOGIA

Finanças é a área de conhecimento que estuda a captação, alocação e

utilização de recursos monetários por investidores e instituições, bem como o

funcionamento dos mercados de capitais e financeiros.

Os nossos estudos foram pautados em coletas de dados a partir de

conteúdos bibliográficos, bem como pesquisas em sites disponíveis na internet em

caráter dissertativo e quantitativo, utilizados para descrever os conceitos e

interpretações de ferramentas usadas no cotidiano da área de finanças que

contribuem para tomadas de decisões com a convicção gestora.

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2 REFERENCIAL TEORICO

As organizações buscam investir em projetos que tornem viáveis suas

operações. A estrutura que representa as resoluções financeiras tem suas análises

justificadas pelos efeitos positivos nos resultados operacionais que projetam suas

viabilidades econômicas definindo os parâmetros de remunerações das fontes de

capital cujas atividades de investimentos são avaliadas.

Fundamentalmente, a Gestão Financeira está voltada para a criação de

riqueza e sua maximização, remunerando satisfatoriamente seus investidores na

relação custo-benefício. Sempre que um recurso é disponibilizado, sua aplicação

logo é voltada para uma atividade que seja mais lucrativa entre as possíveis

existentes.

Segundo Hoji (2011). As funções básicas do Gestor Financeiro são: Análise,

planejamento, controle financeiro, tomada de decisões de investimentos e tomada

de decisões de financiamentos. Então é importante a assertiva:

Qualquer que seja o título específico do seu cargo – Diretor Financeiro, tesoureiro, controlador, vice-presidente de finanças, gerente financeiro. Etc. – É o indivíduo ou grupo de indivíduos preocupados com (1) A obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) A análise da maneira (eficiência ) com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa; (Sanvicente, 1997,p.17 )

A disposição atual de um mercado competitivo exige deliberações frequentes

no que se refere a captação de recursos (Financiamentos) que serão alocados

(Investidos) em vários setores da organização. Esse projeto é definido como um

conjunto de gastos efetuados na aquisição de recursos para ampliação do processo

produtivo (Obras civis, reformas de instalações, aquisição de máquinas e/ou

equipamentos indispensáveis ao funcionamento da empresa), aquisição/renovação/

desenvolvimento de tecnologias e de programas de informática, além do capital de

giro associado, destinado para o início das operações.

Um projeto de investimento pode ser de três tipos:

a) Implantação – Quando se abre um negócio.

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b) Ampliação ou Expansão – Quando o negócio já existe e se procura aumentar a

produção devido a demanda das vendas.

c) Modernização – Quando o negócio já existe, mas o mercado muito competitivo

exige gastos para atualização e aquisição de novos maquinários.

Investimentos produtivos (Operacionais e/ou financeiros) são decisões

difíceis, envolvidos em incertezas principalmente em mercados voláteis de riscos

elevados que transformam as inovações de hoje em resoluções obsoletas amanhã.

Constantemente o Gestor se depara com a necessidade de realizar novos

investimentos que devem proporcionar fator instigador de retorno bastante propício,

de modo a compensar o custeio desse projeto, sendo assim imperiosa a atenção

nos sinais da economia fazendo uso de técnicas cada vez mais eficientes nas

análises e controles dos riscos de mercado. Em suma, o bom investimento se

concretiza na aquisição de um ativo que seja lucrativo, e que valha mais do que o

gasto com a sua implantação (Custos) e que os seus encargos não ofereçam

comprometimentos futuros.

Segundo Ross (1995: p.63), O investimento deve ser comparado com uma

alternativa relevante disponível do marcado financeiro e se não for tão atraente é

melhor recorrer ao mercado em vez de realizar o projeto.

Planejar é a palavra-chave da área financeira, pois o sucesso ou o fracasso

em suas resoluções vão depender de um planejamento e do comprometimento com

suas ações traçadas. Num ambiente altamente competitivo se torna necessário

decisões céleres, e a capacidade pró-ativa do administrador que detém um

planejamento passa a ser uma questão fundamental.

Como diz a teoria da Administração: “Nenhum vento é bom para quem não

sabe para onde ir”. A ausência de uma orientação pré-analisada pode provocar

turbulências econômico-financeiras ou até mesmo levar a organização a um estado

de insolvência

Para Perez Jr, Pestana e Franco (1995: p.12): “Administrar é planejar,

organizar, dirigir e controlar recursos, visando atingir determinado objetivo”.

Segundo Ross e tal. (1995: p.522): O planejamento financeiro determina a

diretriz de mudança numa empresa. É necessário porque (1) Faz com que sejam

estabelecidas as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de

referência para avaliação de desempenho, (2) As decisões de investimento e

financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário identificar sua

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interação, e (3) Num mundo incerto a empresa deve esperar mudanças de

condições, bem como surpresas.

Gitman (1987: p.250) afirma:

“Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho com a qual é possível avaliar os eventos reais”.

As afirmativas patenteiam a importância do planejamento que possibilita o

conhecimento antecipado dos impactos ocasionados com a implementação de um

projeto de investimento, indicando também os possíveis excessos ou insuficiências

de recursos (crise de liquidez ), além do detalhamento de prazos ( curto ou longo ).

Planos financeiros a longo prazo (estratégicos) planejam ações financeiras e o

impacto antecipado dessas ações em períodos que vão de 2 a 10 anos. O uso de

planos estratégicos de 5 anos, que são revisados à medida que novas informações

significativas se tornam disponíveis, é comum. [...] Planos financeiros de curto prazo

(Operacionais) especificam as ações financeiras a curto prazo e o impacto

antecipado dessas ações, na maioria das vezes, esses planos cobrem um período

de 1 a 2 anos. Entradas-chave incluem a previsão de vendas e várias formas de

dados operacionais e financeiros. (Gitman, 2001, p.434).

2.1 RISCO

Cada resolução de investimento apresenta suas qualidades próprias de risco

e retorno, então para maximizar o resultado de um projeto é preciso uma avaliação

ponderada. Risco é definido como a probabilidade de prejuízo financeiro, em termos,

são investimentos considerados arriscados pelas incertezas de suas possibilidades

de retorno. Quanto mais próximo da certeza estiver, menor sua variabilidade e

menor será seu risco se traduzindo em uma medida de volatilidade dos retornos e

dos resultados futuros.

Quando é divulgado risco país, na realidade estão divulgando um indicador

que tem por objetivo estabelecer o grau de instabilidade econômica de um país, que

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serve de medida de risco para os investidores. Um investimento de $ 1.000 que

garante remuneração de % 5 de juros após 30 dias não apresenta risco, pois não há

variação associada ao retorno. Agora, se um investimento de $ 1.000 em ações e

que pode render de $0 a $ 10 de juros após 30 dias, é qualificada de alto risco

devido à elevada variabilidade do seu retorno e retorno é o ganho ou perda que se

tem com um investimento ao longo de um determinado período de tempo.

Afirma Gitiman (2010: 204). É medido como distribuições de caixa durante o

período mais a variação de valor, este, expresso como porcentagem do valor do

investimento no início do período. A expressão de cálculo da taxa de retorno obtida

sobre qualquer ativo em qualquer período t, r como:

�� = �� + �� − ����−

rt = Taxa de retorno efetiva, esperada ou exigida durante o período t

ct= Fluxo de caixa recebido a partir do investimento no ativo durante o período de t-1

a t.

pt = Preço ( Valor ) do ativo no tempo t

pt-1 = Preço ( Valor ) do ativo no tempo t-1

O retorno rt, reflete o efeito combinado do fluxo de caixa ct e das variações do valor

pt –pt-1 no período t.

Exemplo:

Robin é dona da Gameroon, um fliperama de elevado tráfego, e deseja aferir

o retorno de duas de suas máquinas, a Conqueror e a Demilition. A Conqueror foi

comprada há um ano por $ 20.000 e temvalor atual de mercado de $ 21.500.

Durante o ano, gerou $ 800 em receitas após impostos. A Demolition foi comprada

há quatro anos, seu valor no ano recém-encerrado caiu de $ 12.000 para $ 11.800.

Durante o ano, gerou $ 1.700 em receitas após impostos.

�� = $ �� + $�. ��� − $��. ���$��. ��� = , �%

�� =$. ��� + $. �� − $�. ����$�. ��� = �, �%

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12

Embora o valor de mercado da Demolition tenha caído durante o ano, seu

fluxo de caixa proporcionou uma taxa de retorno mais elevada do que a da

Conqueror no mesmo período.

2.1.1 Fontes de risco

RISCOS ESPECÍFICOS DA EMPRESA Operacional

A possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos operacionais. Seu nível é determinado pela rentabilidade das receitas da empresa e pela estrutura de seus custos operacionais (fixos e variáveis )

Financeiro

A possibilidade de que a empresa não seja capaz de fazer frente as suas obrigações financeiras. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixas operacionais da empresa e por suas obrigações financeiras de custo fixo.

RISCOS ESPÉCIFICOS DE ACIONISTAS Taxa de Juros

A possibilidade de que mudanças nas taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimento. A maioria dos investimentos perdem valor quando a taxa de juros aumenta e ganha valor quando a taxa cai.

Liquidez

A possibilidade de que um investimento não possa ser facilmente liquidado a um preço razoável. A liquidez é afetada de modo significativo pela extensão e profundidade do mercado em que um investimento costuma ser negociado.

Mercado

A possibilidade de que o valor de um investimento caia devido a fatores de mercado que independem do investimento em si ( acontecimentos econômicos, políticos e sociais ) de modo geral, quanto mais o valor de um investimento reage ao mercado, maior seu risco e quanto menor reage, menor o risco.

RISCO DA EMPRESA E DO ACIONISTA Evento

A possibilidade de que algum evento inteiramente imprevisto exerça efeitos significativos sobre o valor de uma empresa ou de um investimento específico. Esses acontecimentos raros como uma ordem governamental para a retirada do mercado de um medicamento popular, costuma afetar grupos pequenos de empresas ou investimentos.

Câmbio

A exposição dos fluxos de caixa esperados futuros a flutuação da taxa de câmbio. Quanto maior a chance de flutuação indesejada da taxa de câmbio, maior o risco dos fluxos de caixa, portanto, menor valor da empresaou do investimento.

A possibilidade de que uma mudança nos níveis de preços causada pela inflação ou deflação

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De poder Aquisitivo possa afetar negativamente os fluxos de caixa e o valor da empresa ou investimento. Normalmente, empresa ou investimento cujos fluxos de caixa se movam de maneira semelhante aos níveis gerais de preços apresentam baixo risco de poder aquisitivo, enquanto aquelas cujos fluxos de caixa não acompanhem os níveis gerais de preços apresentam elevado risco de poder aquisitivo.

Tributário

A possibilidade de que sobrevenham mudanças desfavoráveis na legislação tributária. Empresas e investimentos cujo valor seja sensível a mudanças da legislação tributária são mais arriscadas.

(Gitman: 2010, p. 204)

2.1.2 Risco e Retorno

Segundo Grapelli (1998, p. 67):

"são a base sobre a qual são tomadas decisões racionais e inteligentes de investimentos: de modo geral, risco e uma medida de volaticidade ou incertezas dos retornos, e retornos são receitas esperadas ou fluxos de caixa antecipados de qualquer investimento”.

A etimologia do termo risco deriva do latim Resecare (cortar em pedaços).

Remonta da noção de perigo que as embarcações antigas corriam ao passar por

rotas marítimas perigosas antes de atracar.

Nos meios financeiros existe diferença entre risco e incerteza. Risco é a

medição de uma ocorrência baseada na probabilidade de acontecer e a incerteza

não permite mensuração.

Risco pode ser definido como a possibilidade de prejuízo financeiro.

2.1.3 Tipo de risco

Podemos enquadrar o risco de duas maneiras:

1) Risco diversificável ou não sistemático

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É a fração inesperada de retorno resultante de surpresas que atingem ativos

e que está interligado a noção de que pode ser diminuído ou extinto pela

diversificação.

Ex: Greves, processos, perdas de clientes, etc.

2) Risco não diversificável ou sistemático (de mercado)

É a parcela inesperada de retorno resultante de surpresas que atingem ativos,

e que não podem ser extintos através da diversificação.

Ex: Guerras, inflação, eventos políticos.

2.2 RETORNO

Conforme Cabral (2002, p.20)

É o resultado de ganhos ou prejuízos consequente de um investimento durante um período de tempo. É a referência absoluta ou relativa associada à diferença entre a meta de consumo alcançada no futuro é o consumo abdicado no presente. Assim o conceito de retorno fornece ao investidor uma conveniente maneira de expressar a performance financeira do investimento.

É calculado somando-se o resultado esperado em cada período durante a

vida útil do projeto.

Exemplo:

Uma aquisição de 5.000 ações por R$ 10,00 cada, que tem valor no final do

exercício de R$ 15,00 e paga dividendo de R$ 7.500, qual o seu retorno?

Retorno = ganhos de capital = dividendo

Retorno – [ 5.000 (15,00-10,00)] + 7.500 = R$ 32.500,00

Para o cálculo do ganho percentual anual

� = �������������� ���� = !$"#.$%%&$$%.%%% . 100 = 65% a.a

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Para o cálculo do ganho percentual mental

A taxa de retorno pode ser nominal ou real.

1) Taxa nominal – é realizada por preços correntes, ou seja, oscilatórios.

2) Taxa real – é executada por preços constantes.

Para se calcular a taxa de retorno nominal ou real pode ser utilizada a fórmula

de Fischer:

(1+R) = (1+γ) x (1+H)

Onde:

R = Taxa nominal de juros

γ = Taxa real de juros

H = Taxa de inflação do período.

Exemplo:

Qual a taxa anual de juros de um investimento realizado à taxa nominal de

65% aa, sendo a inflação do período igual a 5%?

(1+R) = (1+γ) x (1+H)

(1+0,65) = (1+ Y)(1+0,05 )

1+γ = ',($',%)

γ = 1,5865 – 1

γ = 0,5865

γ = 58,65% aa

2.3 MENSURAÇÃO DE RISCO

Os riscos são analisados de acordo com os panoramas projetados. A análise

de sensibilidade e uma aproximação em toda sua amplitude para avaliação do riso

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16

de várias estimativas possíveis de retorno. A amplitude sem a diferença entre os

retornos extremos. No projeto a distância entre os retornos extremos (amplitude) e

de 20% -17% = 3%.

No projeto e a distância entre os retornos extremos (amplitude) e de 28% -

7% = 21%

O risco de um ativo pode ser medido quantitativamente por meio de duas

estatísticas:

1) Valor Esperado

2) Desvio Padrão

2.3.1 Valor Esperado

É o indicador de retorno mais provável de um ativo. E a média aritmética dos

possíveis resultados de acordo com a sua probabilidade de ocorrer ou pelo

somatório do produto das taxas de retorno pela probabilidade do seu respectivo

retorno.

Exemplo:

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17

O valor esperado de cada ativo é de 15%.1

Segundo Gitmam (2010, p. 210):

Quando todos os resultados são conhecidos e se presume que as probabilidades a eles relacionadas sejam iguais, é uma simples média aritmética.

2.3.2 Desvio Padrão

Indicador que mede a dispersão em torno do valor esperado (média). Sua

fórmula para valores conhecidos:

Obs.: O maior risco reflete com clareza o que a apresenta o maior desvio padrão.

O ativo de maior risco e aquele de maior dispersão, portanto maior desvio-

padrão, que no caso e o ativo A2.

1 (Gitman: 2010, p. 211)

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18

2.3.2.1 Desvio Padrão de uma carteira

A fórmula usada para calcular o desvio-padrão do retorno Θ numa situação

em que todos os resultados são conhecidos e presume-se que as probabilidades a

eles relacionadas sejam iguais e:

* = +∑ -. − .̅0#123'4 − 1

2.4 RETORNO MÉDIO DE UMA CARTEIRA

O retorno médio de uma carteira é determinado pela participação percentual

reunidos dos ativos da carteira em um período de tempo. É dado pela fórmula:

Kc=∑89:4

Onde;

Kc = Retorno da carteira

W = Participação Percentual do Ativo

Ka= Retorno do Ativo

n = Número de Observação

Exemplo:

Qual o retorno de dois ativos A e B, de mesma participação em carteira (50%)

e quais retornos se expressam conforme a seguir:

2 (Gitman: 2010, p. 211)

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19

2.5 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

É usado para aferir a dispersão relativa na comparação de ativos com

retornos esperados diferentes.

A interpretação do coeficiente de variação é quanto maior o coeficiente, maior

o risco.

Exemplo:

O coeficiente de variação do projeto A apresenta um risco maior.

2.6 CÁLCULO DA COVARIÂNCIA (CORRELAÇÃO)

Conforme Guitman (2010, p.215):

Covariância é uma medida estatística da relação entre duas séries de números quaisquer. Os números podem apresentar dados de qualquer

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20

espécie, de retornos a notas de provas. Se duas séries se movem na mesma direção, elas são positivamente correlacionadas. Quando se movem em direções opostas, são negativamente correlacionadas

Então, coeficiente de correlação é a mensuração do grau de correlação entre

duas séries que tem sua variação entre +1 e -1, identificando como determinados

aqueles se correlacionam (ligação) entre si em um período de tempo. Sua fórmula

estatística é:

COV>,? = ∑-. − .̅ -@ − @A04

Anos Retornos Projetados

Projeto A Projeto B

1 -20% 25%

2 40% -20%

60% 15%

Exemplo:

Os ativos variam no mesmo sentido (positivo) onde há maior risco e maior

retorno.

Page 22: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

21

Obs.: Quando a covalência for negativa, significa que os ativos variam em sentido

oposto com redução do risco e redução retorno.

2.6.1 Cálculo da Correlação

A correlação tem a finalidade de fazer entender o grau relacionamento na

coluna de duas ou mais variáveis, indicando em que proporção ocorre obedecendo

aos parâmetros de +1 a -1.

BC =D')E$" = 22,17

O retorno dos dois investimentos varia diretamente e na intensidade de 60%,

quando um investimento cresce, o outro também cresce na mesma proporção.

Obs.: Quando a correlação é negativa dizemos que variam inversamente, ou seja,

quando um aumenta o outro diminui.

Page 23: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

22

2.6.2 Diversificação

Para aumentar o risco se faz necessário variar os investimentos distribuindo o

capital em outros ativos. Quando se utiliza desse expediente na tentativa de

compensar possíveis perdas, a decisão não se toma de forma aleatória, é para essa

finalidade que se faz uso da correlação entre ativos. Que atua sobre o risco não

sistemático.

Exemplo:

Se tivéssemos agora três ativos, A, B e C e se quisesse combinar A com os

outros dois, com participação meio a meio, e eles tivessem os retornos abaixo

discriminados, qual a combinação que ofereceria menos risco de carteira?

Retorno dos Ativos

H= '$>$$ H=

$I'%I'$I#%I#$$ =

H= 15% H= 15%

Exemplo:

Marilyn está estudando ações para inclusão em sua carteira de investimentos.

A ação que ela quer analisar é a da Danhaus Industries INC. (DIL), uma fabricante

diversificada de produtos para animais de estimação.

Page 24: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

23

Uma de suas maiores preocupações é risco; de modo geral, ela só investe em

ações com coeficiente de variação de retorno inferior a 0,75. Ela colheu informações

sobre preços e dividendo da DIL, como se ver a seguir, para os últimos três anos

(2007-2009) e supõe que o retorno de cada ano seja igualmente provável.

2007 => [R$ 3,50 + (36,50-35,00)] / 35,00 = 14,3%

2008 => [R$ 3,50 + (34,50-36,50)] / 36,50 = 4,1%

2009 => [R$ 4,00 + (35,00-34,50)] / 34,50 = 13%

. = '),"%I),'%I'"%

" => . = 10,5%

Cv = K> =

$,('%,$ = 0,53 (Quociente de Variação)

O coeficiente de variações dos retornos da ação da DIL no período de 2007-

2009 foi de 0,53 está bem abaixo do coeficiente máximo o de 0,75 de Marilyn. Ela

conclui que a ação da DIL será um investimento aceitável.

2.7 CÁLCULO DO COEFICIENTE BETA (Β)

Consiste em uma medida relativa do risco não diversificável. É um indicador

do grau de variabilidade do retorno de um ativo em resposta a uma variação do

Page 25: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

24

retorno de mercado, ou seja, permite classificar risco do ativo com relação ao

mercado.

O beta ou os betas que medem o risco nos modelos financeiros têm duas

características fundamentais que deve-se levar em consideração: A primeira é que

pode ser possível que um investimento seja de risco elevado em termos de risco

individual, mas de risco baixo em termos do risco do mercado. A segunda

característica compartilhada por todos os betas é o fato de que medem o risco

relativo de um ativo e, por isto, são padronizados em torno de um. Damodaran

(2002)

Calcula-se o beta de qualquer ativo pela regressão de seus retornos contra

um índice que representa a carteira do mercado durante um período de tempo.

Segundo Damodaran (2001, p.29) “Não há um consenso quanto à escolha do

período, alguns serviços utilizam um período de dois anos, outros seis anos”. Vai

depender da estabilidade econômica financeira vigente.

A escolha dos índices também afetam as análises do beta.

Afirma Silva (2004),

(...) a utilização do índice Ibovespa como carteira de mercado para obtenção do índice beta (β) tem gerado algumas críticas. Isto porque o Ibovespa é uma carteira teórica baseada na comparação como predomina o modelo CAPM.

Outro problema na estimação dos betas são as transformações ocorridas nas

empresas do longo do tempo. As organizações de tecnologia são exemplos cabais

devido as evoluções tecnológicas flui com mais rapidez fazendo com que as receitas

cresçam exponencialmente e a composição fundamental de produtos da empresa

muitas vezes se altera. (Damodaran, 2002).

O coeficiente beta do mercado é considerado igual a 1,0. Todos os demais

são analisados em sua relação, podendo ter positivos ou negativos, a sua maioria

fica entre 0,5 a 2,0.

Os betas são interpretados de acordo com o grau de sensibilidade do retorno

da carteira. A variação do mercado, por exemplo, quando um retorno de mercado

Page 26: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

25

aumenta em 10%, uma carteira com beta de 0,75 acrescentará aumento de 7,5%

em seu retorno (0,75 x 10%).

Sua fórmula se dar por:

Exemplo:

KM = Retorno de mercado

KA= Retorno do título

LM = �#%I"%I$%" = 20 LM =

�#%I)%IE%" = 30

Calculo da variância de mercado

S = #(%%" = 866,7

Cálculo da Covalência entre M e A

A N A-N M-O (A-N) (M-O) -20 30 -50 -40 2000 40 30 10 10 100 70 30 40 30 1.200

O título varia em 1,27 vezes mais que a variação de mercado.

Page 27: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

26

2.7.1 Coeficiente βeta de Carteiras

O beta de uma carteira é estimado utilizando os betas dos ativos que as

compões. Seja W a parcela do valor total em dólares da carteira representado pelo

ativo J, e seja B, o beta do ativo J, então a equação para encontrar seja da carteira

bp é:

PQ = (w1xb1) + (w2xb2) +... (wnxbn)

Onde: wj = Parcela em dólares do ativo j

Bj= Beta do ativo j

Exemplo:

Manoacutino, um investidor individual quer avaliar o ritmo de duas pequenas

características que esta estudando, y e w. Ambas contêm cinco ativos, com

proporções e os betas mostrados abaixo. Os betas das duas carteiras bv é bw

podem ser calculados.

bv = (0,10x1,65) + (0,30x1,00) + (0,20x1,30) + (0,20x1,10) + (0,20x1,25)

bv = 0,165 + 0,300 + 0,260 + 0,220 + 0,250

bv = 1,195 = 1,20

bw = (0,10x0,80) + 0,10x1,00) + (0,20x0,65) + (0,10x0,75) + (0,10x1,05)

bw = 0,080 + 0,100 + 0,130 + 0,075 + 0,525

bw = 0,91

Page 28: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

27

O beta da carteira v = 1,20 e da carteira w = 0,91. Os cálculos demonstram

que os retorno da carteira v são mais sensíveis a variações do mercado, portanto

mais arriscado.

Obs.: o β > 1 -> tem sensibilidade superior ao de mercado. Maior risco

β < 1 -> tem sensibilidade inferior ao de mercado. Menor ritmo.

2.7.1.1 Coeficiente β – Risco não diversificável

Yj= Rf + [ hj x (YM – Rf)]

Yj= Retorno exigido do ativo j

Rf = Taxa de retorno livre de risco

Bj = Coeficiente beta índice de risco não diversificável do ativo

Y = Coeficiente beta ou índice de risco sobre a carteira de mercado.

Exemplo:

A Benjamin Corporation, uma empresa de Software em fase de crescimento,

quer determinar o retorno exigido sobre o ativo z, que tem beta de 1,5. A taxa de

retorno livre de risco é 7%, o retorno da carteira de mercado é 11%.

Yz = 7% + [1,5 x (11% - 7%)]

Yz = 7% + 6%

Yz = 13%

O prêmio para o risco de 4% requer um retorno de 13%

As decisões de investimentos devem ser praticadas levando-se em

consideração três questões fundamentais:

a. A estrutura de capital

b. O orçamento de capital

c. A administração do capital de giro

Page 29: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

28

3 ESTRUTURA DE CAPITAL

É determinada pelo composto de endividamento que uma empresa utiliza

para financiar suas operações, essa composição é formada pelas fontes de

financiamentos oriundas de capitais de terceiros (exigível) ou capital próprio

(patrimônio líquido)

Definem Gitman e Madura (2003), estrutura de capital como uma composição

de dívida a longo prazo e capital próprio mantida pela empresa, é uma das áreas

mais complexa da tomada de decisão financeira devido a sua inter-relação com

outras variáveis consideradas na decisão financeira.

Para que essa estrutura seja eficiente e promova a alavancagem para

proporcionar o desenvolvimento da organização, necessita de análises

estabelecidas em algumas proposições básicas.

Segundo Brigham e Hoston (1999, p.449) dar a conhecer quatro fatores que

tem influência nas decisões que envolvem a estrutura de capital:

1. O ritmo do negócio ou o grau de risco pertinente às operações da empresa,

caso não utilize capital de terceiros. Quanto maior for o risco do negócio, mais

baixo será o seu grau de endividamento ótimo.

a. O capital de terceiros tem a garantia de recebimento preferencial de

dividendos e distribuição de lucros dos proprietários.

2. A posição tributária da empresa uma das principais razões para usar capital

de terceiros é que os juros poderão ser deduzidos para fins de impostos, o

que reduz o custo efetivo da dívida, no entanto, se a maior parte do lucro da

empresa já está protegida da tributação por meio de estudos tributários de

depreciação ou por compensação de prejuízos fiscais anteriores, sua riqueza

Page 30: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

29

de impostos será baixa, de modo que a dívida não será tão vantajosa quanto

seria para uma empresa com uma alíquota de impostos mais alta.

a. Essas reduções referem-se aos custos incluídos na DRE-

Demonstrações de resultados como despesas financeiras antes do

imposto de renda (LAJIR).

3. Flexibilidade financeira ou capacidade de levantar capital sob condições

razoáveis em situação adversa. Uma oferta uniforme de capital é necessária

para operações estáveis. O que é vital para o sujeito a longo prazo. Quando

há redução de credito na economia ou quando uma empresa está passando

por dificuldades operacionais, os provedores de capital preferem fornecer

fundos a empresa com balanços patrimoniais fortes, logo, tanto a

necessidade potencial futura fundos, como as consequências de uma

deficiência de fundos têm grande influência na estrutura de capital desejada –

quanto maior for a necessidade futura provável de capital e quanto piores as

consequências de uma falta de capital, mais forte precisa ser o balanço

patrimonial.

4. Conservadorismo ou agressividade da administração. Alguns são mais

agressivos que outros e por isso algumas empresas são mais propensas à

utilização de dívidas para alcançar lucros. Esse fator não afeta a estrutura de

capital ótima ou maximizadora de valor, mas influência a estrutura de capital

desejada (a escolhida nesses princípios).

O endividamento pode produzir resultados expressivos para a empresa, com

também ter como consequência tragédias financeiras de grandes proporções

decorrentes do gerenciamento influenciado por certos perfis de gestão.

A R.H. Macy P. Company, em 1986, então presidente do conselho da R.H.

Macy, Jr. Edward Finkelstein, realizou uma aquisição por capital de terceiros, deixou

a organização tão endividada que, mais tarde a empresa devido obrigada a decretar

envolvência por não conseguir honrar as obrigações inerentes a divida contraída.3

Afirma Marion (1997, p.464/465):

Não há dúvida de que, principalmente em época inflacionária, é apetitoso trabalhar com capital de terceiros que com capital próprio. Esta tendência é acentuada quando a maior parte do capital de terceiros é composta de

3 Brigham, E.F. :. Houston, J.F. Fundamentos da moderna administração financeira. Rio de Janeiro.

Campus, 1999, p.448

Page 31: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

30

“exigíveis não onerosos”. Isto é, exigíveis que nos geram encargos financeiros explicitamente para a empresa (não há juros, correção monetária: fornecedores, impostos, encargos sociais a pagar, etc.).

Por outro lado, uma participação de capital de terceiros exagerado em relação

ao capital próprio torna a empresa vulnerável a qualquer intempérie. Normalmente,

as instituições financeiras não estão dispostas a conceder financiamentos para

empresas que vão á falência apresentam endividamento elevado em relação ao

patrimônio líquido.

O monitoramento do grau de endividamento é muito importante para manter a

proporção de sua estrutura equilibrada. Se houver a opção de manter o

endividamento em torno de 45% em capital de terceiros e se por qualquer razão

política, econômica ou social começar a crescer é possível que os recursos de uma

nova ampliação e/ou expansão tenha sua origem nas fontes internas para ajuste da

estrutura de capital.

O conceito de estrutura de capital ótima segundo Assaf Neto (2004), está

vinculado a proporção de recursos próprios e de terceiros a ser mantido por uma

empresa que leva maximização da sua riqueza para seus acionistas.

Afirma Bodie e Merton (1999, p. 296), financiamento interno surge das

operações da empresa (...), inclui fontes como lucros retidos, salários provisionados

ou contas a pagar. Um exemplo reinvestindo em novas organizações ou

equipamentos.

Dessa forma entende-se a necessidade da alternância entre fontes (interna e

externa de financiamentos) como disposição fundamental para manter seu grau de

endividamento equilibrado.

A importância da estrutura de capital se torna relevante, uma vez que,

elevando o quociente entre as fontes de capital, a empresa poderá reduzir seus

impostos e, por conseguinte, maximizar seu valor. As importantes forças que atuam

no sentido de maximizar o valor da empresa. Parecem empurrá-las para uma

estrutura de capital integralmente composta por capital de terceiros. (Ross,

Westerfield e Jaffe, 1995).

Page 32: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

31

3.1 ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL

Quanto maior a participação do capital de terceiros, maior a alavancagem

operacional, em função das despesas financeiras. Maior também será o

endividamento da empresa.

Do equilíbrio dos recursos próprios e de terceiros tem origem a estrutura de

capital mais apropriara para a empresa.

Alguns autores preferem afirmar que uma estrutura ótima de capital é aquela

que maximiza o LPA4

V = RCST!-'�T!0UVWU

V = Valor da empresa

Lajir (1-IR) = Lucro após o IR

CMPC = Custo médio ponderado de capital

Podemos afirmar que as reduções dos juros de capitais de terceiros atuam a

favor da empresa. Observamos que quanto CMPC decresce o valor da empresa

aumenta.

4 Gitman, 1997, p.447/449; Cherubineí 26, 2007, p.233-245; Ross Etes, 1998, p. 309-312; Assap Neto p. 393-425

Page 33: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

32

3.2 ALAVANCAGEM

Afirmam Brealey e Myers (1993, p.447).

O resultado básico de qualquer empresa é a corrente de fluxo de tesouraria produzida pelos seus ativos. Quando a empresa é inteiramente financiada por capitais próprios, todos esses fluxos de tesouraria pertencem aos acionistas.

Quando emite dívida e ações, a empresa compromete-se a dividir os fluxos

de tesouraria em duas partes: uma, relativamente segura, que destina por

detentores de ações.

Se uma empresa faz uma captação de dinheiro contraindo dívidas e sua

capacidade em geral lucros é superior ás taxas emprestadas, então o expediente

pode ser considerado alavancagem (Gitman, 1797, p.215)

Quanto maior o endividamento a custos fixos, ou alavancagem financeira, de

uma empresa, maiores serão seu risco e retorno esperados.

Fama e Melher (1999) baseados em estudos sobre as 500 maiores empresas

da América Latina em faturamento líquido em 1995, “disseram” que o nível de

endividamento se constitui num fator que potencializa os resultados da empresa com

tendência a geram lucro, aumentando. Consequentemente, seu valor, e age

negativamente sobre aquelas com tendência a gerar prejuízo.

Esse exame de Fama e Melher é de extrema importância por que confirma

que apenas empresas com retornos operacionais consegue benefícios

consideráveis da alavancagem.

A empresa que se endivida, faz mediante a uma taxa e que essa deverá ser

no mínimo igualada operacionalmente para que não gere prejuízo. (TMA-taxa

mínima de atratividade)

Ainda Segundo Fama e Melher (1994), a alavancagem financeira pode gerar

alguns problemas para a empresa:

1. Elevação do risco tendo em vista que os juros acabaram se constituindo

numa modalidade de custo fixo, gerando risco financeiro.

2. Existência, segundo alguns automet5, do denominado “custo de falência” em

parte ligada ao mito do negócio.

5 Ross, Westerfield e Japre (1995, p.325) Breadley R.A; e Myers, S.C. (1998, p. 485)

Page 34: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

33

3. Risco de flutuação para maior a taxa de juros longo ao tempo. Esse tipo de

mito parece ter sido abordado pelos autores de teoria de finanças. A

variabilidade desta taxa, por fatores conjurais poderá inviabilizar. Em

determinado momento, a rolagem da dívida pela geração de alavancagem

negativa do negócio.

3.2.1 Alavancagem financeira

Consiste na capacidade da empresa trabalhar com recursos de terceiros

(empréstimos, debêntures, ações preferências, emissões de títulos privados e notas

promissórias, etc.) de modo a minimizar os efeitos da variação do lucro operacional

(lajir) sobre os lucros por ação por proprietários da empresa. Gitman (1997, p.116)

Tem como exemplo o perfil de um banco comercial que grande parte dos

recursos disponibilidade para empréstimos tem sua origem em depósitos à vista

e/ou aplicações diversas. Baseia-se fundamentalmente na remuneração para os

clientes a uma taxa e cobrando de suas operações de empréstimos uma taxa

superior, essa diferença entre taxas é o que caracterizamos Spread que em sua

definição mais exata consiste na diferença entre a taxa de juros cobrada quem toma

um empréstimo e a taxa de juros que recompensa o investidor e que é destinado do

intermediário financeiro.

Alavancagem financeira é positiva quando capitais de longo prazo de

terceiros produzem efeitos sobre o patrimônio líquido, ou seja quando o retorno

sobre o patrimônio líquido for superior ao retorno sobre o ativo. (GAF > 1)

Esses juros provenientes da alavancagem pode ser visualizado com auxílio

do esquema abaixo:

Lajir

(-) Juros

Lair

(-) Imposto de Renda

Lucro Líquido

Fonte: www.professormarcoaurelio.pro.br

Page 35: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

34

Para proporcionar a atual estrutura operacional, a empresa ABC necessita de

recursos que somam R$ 100.000,00. Duas são as possibilidades:

1) Utilizar 100% de capital próprio

2) Tomar 30% do capital necessário a terceiro, ao custo médio de 30%

Supondo uma alíquota de 35% de imposto de renda e que o nível de

produção seja de 25.000 unidades.

1) LPA = LL / investimento 2) LPA = LL / investimento

LPA = 24.375,00 / 100.000,00 LPA = 21.450 / 70.000

LPA = 24,375% LPA = 30,643%

GAF = 1PA2 / LPA1 = 30,643% / 24,375% = 1,25714

Conclusão:

Este exemplo foi só para demonstrar quanto é oneroso para empresa o

autofinanciamento (capital próprio)

Podemos observar que a rentabilidade dos acionistas sobe

consideravelmente quando opta pela segunda possibilidade.

GAF>1 => alavancagem favorável, o retorno do ativo (bens e direitos) da

empresa será maior que a remuneração efetuada ao capital de terceiros.

3.3 CUSTO DE CAPITAL - CMPC OU WACC

Após a análise do fluxo de caixa livre, que reflete a movimentação dos

recursos financeiros da empresa (recebimentos e pagamentos) em determinado

intervalo de tempo, é necessário identificar o custo do capital empregado no projeto.

Se for utilizado um conjunto de recursos, este custo será uma média ponderada das

fontes utilizadas.

Page 36: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

35

Esse custo pode ser conceituado como a taxa de retorno que o investimento

precisa obter para manter o valor de mercado da empresa. Baseando-se em um

TMA (taxa mínima de atratividade).

O CMPC é obtido através da média dos custos de cada fonte de capital,

ponderando pelo seu peso (participação) na estrutura de capital.

KM = WEKE + WdKd + WpKp + WoKo

KM = Custo médio ponderado de capital

WE = Proporção de empréstimos a longo prazo na estrutura de capital

Wd = Proporção de debêntures na estrutura de capital (lucros retidos)

Wp = Proporção de ações pretendidas na estrutura de capital

Wo = Proporção de ações ordinárias na estrutura de capital.

CMPC = KE x WE x(1-T) + KA x Wd + Kp x Wp + Ko x Wo

KE = Custo da divida

Kp = Ações preferenciais

Ko = Capital ordinário ( Ações ordinárias + lucros medidos e acumulados)

W = os restos

Fator (1-T) = O benefício fiscal – T = alíquota IR

Afirma Weston e Brigham, (2000), cada fonte de financiamento (capital de

terceiros – dívida, capital próprio – emissão de ações reinvestimento, lucros retidos)

requer uma taxa de retorno mínima, implicando um custo específico para a empresa.

O custo do capital de terceiros é representado pelos juros exigidos, o custo de

capital próprio é o valor referente ao pagamento dos dividendos esperados / exigidos

pelos acionistas. E o custo do reinvestimento é igual ao custo do capital próprio.

Esta igualdade se explica pelo princípio do custo de oportunidade, uma vez que a

retenção do lucro significa um não recebimento de dividendos por parte dos

acionistas que poderiam destinar esses dividendos recebidos para outros

investimentos.

Numa visão didática se não houvesse efeitos da tributação do imposto de

renda e os capitais tivessem a mesma participação, o custo médio será dado por:

Page 37: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

36

9 = X + YZ[ + Z\

K = Custo de capital

J = Juros

D = Dividendos

Ct= Capital de terceiros

Cp = Capital próprio

Agora considerando o efeito dos tributos sobre o lucro e a estrutura de

capitais da organização, o custo médio ponderado deve ser calculado pela fórmula

abaixo:

WACC = [ ]]I^ x Ct (1-T)] + [

^]I^ x Cp]

D = Capital de terceiros

E = Capital Próprio

D+E = Capital Oneroso

CT = Custo de capital de terceiros

(1-T) = Abatimento da Alíquota do IR

Cp = Custo de capital próprio

Exemplo:

Considere que uma empresa tem a seguinte estrutura de capitais: R$

100.000,00 de capital próprio e R$ 200.000,00 de capital de terceiros.

Calcule o CMPC de capital dessa empresa, sabendo que o custo do capital

próprio é 10% e o custo do capital de terceiros é 12% ao ano. A taxa de tributos

sobre o lucro é de 30%.

WACC = [ #%%#%%I'%% x 12%(1-0,3)] + [

'%%-#%%I'%% x 10%] = 8,93% ao ano

=> Fundamentos da teoria do custo de capital

Page 38: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

37

3.3.1 Custo do Capital de Terceiros

O custo de capital de terceiros é a remuneração que os provedores de capital

exigem para disponibilizarem seus recursos. É relevante destacar que esse custo

deve ser sempre analisado após o imposto de renda, já que permite abater como

despesas financeiras.

Já que os juros constituem uma despesa dedutível, eles produzem ganhos

fiscais, que reduzem o custo líquido da dívida. Até certo ponto, o financiamento

através de capitais de terceiros é bom. Além de certo ponto já pode não ter mais tão

benefício, pois a capacidade de tornar as dívidas diminui e a capacidade de se

tornar insolvente aumenta. (Groppelli e Nikbakth, 1939).

Afirma Brigham e Houston (1999). O capital de terceiros tem diversas

vantagens. Primeiro os juros são dedutíveis para fins de imposto, o que reduz o

custo efetivo da dívida. Segundo, como os portadores de títulos de dívidas obtêm

um retorno fixo, os acionistas não precisam partilhar seus lucros se os negócios

porém extremamente bem-sucedidos. No entanto, o capital de terceiros também tem

desvantagens. Primeiro, quanto mais alto for o grau de endividamento, mais alta

será a taxa de juros. Segundo se uma empresa enfrenta tempos difíceis e o juros, os

acionistas terão que cobrir a diferença e, se não puderem fazê-lo, a empresa irá à

falência. Épocas boas podem estar logo adiante, nas o excesso de dívidas ainda

pode impedir a empresa de chegar lá e ainda arruinar os acionistas neste meio-

tempo.

O custo do financiamento através de capitais de terceiros é dado pela fórmula

abaixo:

Kj = Kd (1-t) :.Kt = S-'�[0U[

KJ = Custo após o IR Kt= Custo de capital de terceiros

Kd = Custo antes do IR J = Juros ($)

T = Alíquota marginal de IR Ct = Capital de terceiros

t = Alíquota de IR

Page 39: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

38

Exemplo 1:

Demonstramos abaixo a influência do imposto de renda possui sobre os

custos das duas fontes de capital:

A empresa a fez um empréstimo de R$ 100.000,00 com juros anuais de 30%.

A segunda empresa operou com recursos próprios o mesmo valor. A alíquota de IR

foi de 40%

3.3.2 Calculando o custo após IR

Demonstração:

Kj = Kd (1-T) => Kj = 0,3 (1-0,4) = 0,18% a.a = 100.000 x 0,18 = R$ 18.000,00

Custo do empréstimo = 100.000 x 0,30 = = 30.000,00

Ganho de IR = ($ 200.000 - $ 170.000) x 0,4 = $ 12.000,00

→ $30.000,00 - $ 12.000,00= 18.000,00

Portanto R$ 120.000,00 – R$ 102.000,00 = R$ 18.000,00

Exemplo2: Uma empresa paga juros R$ 200.000,00 ao ano, sobre um empréstimo

de R$ 1.000.000,00. Calcule o seu custo de capital de terceiros sabendo-se que o IR

é de 25%

Kt = #%%.%%%,%%-'�%,#$0'.%%%.%%%,%% =

'$%.%%%,%%'.%%%.%%%,%% = 0,15% ou 15% a.a

Page 40: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

39

3.3.3 Custo de Capital Próprio

Capital próprio é o valor líquido do patrimônio, de uma empresa. Caracteriza-

se pelo valor residual dos ativos após a redução e todos os seus passivos. Portanto

se a organização vender todos seus ativos e pagar todas suas dívidas, a sobra será

o capital próprio.

Na contratação de um financiamento por qualquer fonte (terreiros ou próprios)

tem um custo que refletido como a taxa de retorno que os investidores exigem para

realizar um investimento em uma empresa.

O custo do financiamento através de capitais próprios é calculado pelo

modelo CAPM (Capital Asset Prinsng Model) que significa em português, o “modelo

de apreçamento dos ativos de capital”, que define o custo do capital acionário da

empresa através do retorno da soma da taxa de retorno dos títulos sem risco e da

taxa de risco sistemático da empresa (beta), multiplicada pela taxa de prêmio

relativa ao risco de mercado.

Afirmam (Bruní e Famá, 2001, p.304). De acordo com o CCPM o retorno ou

custo oferecido (exigido) de um ativo pode ser definido de acordo com o risco

sistemático. Quando maior o risco, maior o nível de retorno exigido.

Para aplicação dessa fórmula de cálculo é necessário avaliar as variáveis

abaixo:

1. Taxa livre de risco – costuma-se aplicar a taxa SELIC (Sistema Especial de

Liquidação e Custódia) que registra as operações com títulos públicos e afere

o custo de capitação da dívida interna.

2. Retorno do ativo com risco – É representado pelo retorno do índice Bovespa

(IBOVESPA) que é um indicador do desempenho médio das cotações das

ações negociadas na bolsa de valores de São Paulo.

3. Índice Beta: É o coeficiente angular da reta de regressão que mede a

volaticidade entre o retorno de um ativo e o retorno do mercado mede a

variação de uma ação em relação a uma carteira diversificada que representa

o mercado, como inflação, crises internacionais, variações climáticas, crises

políticas, comportamento macroeconômico, etc.

O índice Bovespa é usado como proxy que é sempre igual a 1 que serve

como base de cálculo comparativo. Quando uma empresa não tem ações

Page 41: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

40

operacionais na bolsa de valores o beta médio de outras empresas pode ser

utilizado com a mesma função.

O valor deste beta serve para indicar a variação da ação quando o índice

Bovespa variar 1% conforme abaixo:

• β = 1 Médio ou Neutro => tende acompanhar o mercado. Quando o Ibovespa

valoriza 6% o ativo valoriza na mesma proporção

• β < 1 Defensivo => A oscilação reflete queda em relação ao mercado.

Quando o Ibovespa valoriza 6%, o ativo tende a valorizar melhor do que 6%.

Ex: Se o beta da ação for 0,75. Significa que se o Ibovespa variam 6%

durante a semana, é bastante provável que a ação varia 0,75 . 6% = 4,5%

• β > 1 Agressivo => As oscilações reflete alta em relação ao mercado.

Ex: Se o beta dar 1,90 e o Ibovespa variar 4%, o valor da ação deve variar

próximo de 7,90 x 4 = 7,6%

Então, associando o risco da empresa do retorno exigido, pelo método do

CAPM (Capital Asset Pricing Model), o custo do capital próprio é obtido através da

seguinte equação:

R = RF + β (RM – RF) onde:

R = Retorno esperado do ativo analisado

RF = Taxa livre de risco

β = Risco Sistêmico

RM = Retorno médio de uma carteira com risco

(RM – RF) = Prêmio pelo risco do mercado

Exemplo:

Suponha que uma determinada empresa possua um β igual a 1,2. Qual seria

o retorno mínimo desejado por seus acionistas caso o retorno esperado pelo

mercado seja de 25%aa, e a rentabilidade de um título livre de risco seja de 14,25%

a.a?

R = RF + β (RM + RF) => 14,25% + 1,2 (25% - 14,25%) = 27,15% a.a

Page 42: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

41

3.3.3.1 Custo da ação preferencial

As ações preferenciais são as mais negociadas. Seu possuidor tem prioridade

no recebimento de dividendos que deve ser no mínimo 10% superior ao da ordinária,

e no caso de extinção da empresa.

Não dar direito de participação da administração da empresa e o direito a voto

só em situação especial: quando a empresa deixar de pagar dividendos por três

anos consecutivos, até que a empresa volte a pagar e quando da alteração dos

direitos dos preferenciais. Seus papeis são identificados no mercado por letras PNA,

PNB, PNC.

A ação preferencial é uma espécie de participação especial que um

proprietário possui na empresa, pois os acionistas preferenciais devem receber seus

lucros declarados, antes que os lucros sejam distribuídos para os outros acionistas.

Guitman (1917).

O custo da ação preferencial pode ser calculado pela seguinte fórmula:

Kp = ]\`\

Kp = Custo da ação preferencial

Dp = Dividendo a ser pago

Np = Recebimentos líquidos pela venda de ações preferenciais

Exemplo:

Uma empresa emite ações preferenciais com rendimento anual de 30%. O

valor de cada ação é de R$ 87,00 e o custo da venda de R$ 5,00 por ação. Qual o

custo da ação preferencial?

Kp = %,">aEaE�$ = 21,22%

Exemplo:

Se uma ação é comparada por R$ 2,20 e vendida um ano após por R$ 2,50 e

ainda rendeu dividendos de R$ 0,15 por ação; qual seu custo?

Page 43: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

42

Esta fórmula nasce do raciocínio abaixo baseado no exemplo acima:

Valor da compra = valor atual da venda + valor atual do dividendo

2,20 = 2,50 / (17k) + 0,15 / (1+k)

(1+k) = 2,20 / (2,50 + 0,15)

K = 0, 2045 ou 20,45% a.a

Então podemos concluir:

Po = W1-'Ib0n +

]1-'Ib0n Onde:

Po = Preço atual da ação

Pn = Preço de venda da ação

Dn = Dividendo anuais

K = Custo da ação

Po = 2,20 => 2,20 = #,$%-'Ib0 +

%,'$-'Ib0 Pn = 2,50 2,20 (1+k) = 2,50 + 0,15

Dn = 0,15 2.20 + 2,20k = 2,65

2,20 k = 0,45

K = 0,2045 −c 20,45%

3.3.3.2 Custo da ação ordinária

Ação ordinária são aquelas que são direito de voto aos acionistas na sua

participação nas definições por rumos dos negócios da empresa, mas não

responsabiliza pelas dívidas (ocorre com mais frequência em empresas de capital

fechado).

Seus possuidores têm direito de vender suas ações por pelo menor 80% do

valor pago a um possível comprador ou até mesmo ao controlador das ações da

empresa (Chamatagalong). Não garantem a distribuição de dividendo seja fixo ou

mínimo, e seus papéis são identificados por letras ON.

Page 44: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

43

O custo de capital da ação ordinária é o retorno exigido pelos acionistas das

ações ordinárias por financiarem a empresa de forma permanente (Cemes Jr., Rigo

e Cherobim, 2002). Este custo é mais elevado que os custos por lucros retidos, pois

esta emissão irá incorrer em custos de colocação os quais, são os custos incorridos

para se disponibilizar estas ações no mercado. Os acionistas ordinários possuem

participação nos futuros retornos da empresa, os quais podem ser demonstrados

nos dividendos esperados e nos ganhos de capital (Groppelli e Nikrakht, 1999).

O cálculo do custo da ação ordinária pode ser determinado pela fórmula a

seguir (Modelo Gordon):

K = de\f + g

K = Taxa de retorno exigida (custo de capital próprio)

D1 = Dividendos pagos no ano1 (projetado p/ próximo período)

Po = Preço corrente da ação no mercado (preço da ação)

g = Taxa anual de crescimento dos dividendos. (taxa esperada)

Exemplo:

Uma empresa pagou um dividendo de R$ 5,31 no ano passado. Estima-se

que esse dividendo crescerá a uma tara de 6,2% aa por um período indeterminado.

Qual é o custo de capital próprio. Sabendo-se que a ação é atualmente negociada a

R$ 70,00.

K = ]'WK + g => k =

$,()E% + 0,062 => k = 0,14257 =>k= 14,26%a.a

5, 31 x 62% = 5, 64

Exemplo:

Uma empresa emite ações ordinárias cuja cotação no mercado é de R$ 50,00

/ ação. Ela pretende pagar no final do ano dividendo de R$ 10,00 por ação. Sabendo

que a distribuição de dividendos nos últimos 5 anos procedeu-se de maneira abaixo,

qual o seu custo?

Page 45: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

44

Dividendos pagos

Ano Valor

1 8,50

2 8,65

3 8,80

4 9.00

5 9,50

K = '%$% + g

A variação do pagamento de dividendos e sempre positive e sequenciada.

Então,

8,50 (1+g)4 = 9,50

(1+g)4 =g,$%a,$%

(1+g)4 =1.1176

1+g = (1,1176)4

g = 1,0282-1

g = 0,0282 ou 2,82%

K = 0,20 + 0,0282

K = 0,2282 ou 22,82% aa

3.3.3.3 Custo de novas emissões de ações ordinárias

Custo determinado discriminado a redução percentual no preço corrente de

mercado atribuídos aos custos de locação (taxa de subscrição e deságio).

É dado pela fórmula (Modelo Gordon)

K = ]'-'�h0W� + g

Page 46: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

45

(1-f) = Redução percentual

K = Custo da ação ordinária

D1 = Dividendos por ação esperada

Po = Preço da ação

G = Taxa anual de crescimento

3.3.3.4 Custo de lucros retidos

É o custo de uma nova emissão subscrita de ações ordinárias adicionais. Não

há necessidade de reajustamento do custo de lucros retidos com os custos de

colocação subscrição e deságio) por que ao reter lucros a empresa evita esses

custos.

Custos dos lucros retidos é o retorno que os acionistas exigem aderir sobre o

capital próprio obtido a partir da retenção de parte dos lucros gerados. Lemes Jr.,

Rigo e Cherobim (2002). Esta forma de financiamento e mais barata que a ação

ordinária, pois quando esta é utilizada possui o mesmo custo de uma emissão de

ações ordinárias no mercado, com a exceção de que não serão incorridos custos de

colocação, mas é mais dispendiosa que o custo do capital de terceiros (Groppelli e

NikballHt, 1999). Apesar de serem recursos que já estão disponíveis internamente,

há um custo devido ao princípio do custo de oportunidade. A tomada de recursos de

fáceis de serem determinados, mas o custo dos lucros retidos não. (Weston e

Brigham (2000).

3.4 EVA – ECONOMIC VALUE ADDED (VALOR ECONÔMICO AGREGADO)

Num período em que a competividade e a transparência é a palavra de ordem

em todos os setores da economia, o gerenciamento dos recursos escassos por parte

dos gestores financeiros é de total importância para atrair investimentos que gerem

retornos aos detentores de capital e produzir valor para a organização.

Page 47: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

46

A produção de valor acontece quando a organização alcança uma taxa de

retorno sobre os investimentos que supere a taxa do custo de oportunidade dos

investidores.

Custo de oportunidade representa o valor da melhor alternativa desprezada

em favor da alternativa escolhida (Vasconcelos, Vasconcelos e Barbosa, 1999).

O lucro contábil ficou obsoleto para exprimir resultados que ultrapassam a

esperada transitoriedade do projeto de confrontação entre receitas e despesas.

O EVA tem a capacidade de mostrar oportunidades de ganhos econômicos

indicando quando a receita total é maior que os custos explícitos e implícitos,

fazendo conhecer que os recursos estão sendo bem conduzidos (positivo).

A apuração de um resultado positivo não garante necessariamente o sucesso

do empreendimento, medido pela atratividade econômica em remunerar o custo de

oportunidade de seu investimento. (Assf Neto, 2003, p.180). Assim o valor

econômico agregado (EVA) representa a melhor medida de avaliação empresarial a

remuneração exigida pelos provedores de capital.

A gestão de empresas está saindo de uma postura convencional de busca do

lucro e rentabilidade para um enfoque preferencialmente voltado á riqueza dos

acionistas. Assaf Neto (1999).

O EVA torna patente que não basta a empresa apresentar lucros

extraordinários se o capital aplicado para fomentar os resultados tiver um custo

maior.

Segundo Davies (1996) o EVA traduz um resultado que demonstra se a

empresa está ganhando, em um exercício mais do que o custo de capital imputado

por seus recursos utilizados. Permite à administração da empresa o conhecimento

exato se ela esta criando (EVA positivo) ou destruindo (EVA negativo) a riqueza dos

acionistas.

Numa definição mais concisa, o EVA e o lucro operacional líquido após a

dedução por impostos, deduzindo o custo de capital utilizado para gerar esse lucro

(Barros, 1997).

Algumas aplicações do EVA:

1) Identificar oportunidades para criação de riquezas

2) Auxilia no planejamento estratégico

3) Estabelece incentivos baseados na medição desempenho

4) Cria metas a longo prazo.

Page 48: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

47

Em suma, esse instrumento de mensuração se fundamenta na ideia de lucro

residual calculado abatendo o custo de capital do seu lucro operacional após os

impostos (NOPAT).

EVA = (NOPAT) – (Capital x Custos de capital)

3.4.1 Cálculo do valor econômico agregado

Para calcular o EVA, inicialmente é necessário conhecer o custo do capital

(de terceiros e acionistas). O custo do capital tomado de terceiros é dado pela taxa

que a empresa paga na capacitação de recursos, ajustado para refletir a

dedutibilidade dos impostos a serem recolhidos. O custo do capital fornecido pelos

acionistas também deve ser considerado em bases realistas, ou seja, quanto os

acionistas ganhariam se investissem em companhias com o mesmo nível de risco

que sua empresa (custo de oportunidade). Caso a empresa utilize capital próprio e

de terceiros, o custo total do capital será a média ponderada de ambos. Em seguida,

determinam o investimento de capital que a empresa fez nas operações. Consiste

em máquinas, veículos, imóveis, capital de giro (dinheiro, estoques e contas a

receber) e investimentos de longo prazo como gastos com pesquisas e

desenvolvimento, de produtos treinamentos de funcionários, etc. (Tully, 1993).

Para Mataui e Yoshitake (2006, p.45), para o cálculo do EVA é necessário

calcular a diferença entre a taxa de retorno sobre o capital investido (ROI) e o custo

desse capital (WACC) que resulta no residual Return on Investment (RROI), também

conhecido como ROI Residual e multiplicar esse valor pela quantidade de capital

econômico utilizado no negócio (CI)

EVA = (ROI-WACC)*CI

Onde:

ROI – Retorno Sobre o Capital Investido

WACC – Custo Médio Ponderado de Capital

Page 49: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

48

CI – Capital Investido

BONACIM et al (2006) Neto (2004) e Perez e Famá (2006) expressa a

mesma mensuração em outro formato, como sendo o valor operacional após o

desconto do retorno mínimo exigido pelos proprietários do capital investido. W

Empreendimento.

EVA = NOPAT (WACC.CI)

Onde:

NOPAT = Lucro Operacional Líquido Após Impostos

WACC = Custo Médio Ponderado de Capital

CI = Capital Investido

Fazendo a equivalência matemática das duas fórmulas anteriores temos:

EVA = (ROI x CI) – (WACC x CI) => ROI = `iWCjUT

Que esta de acordo com o conceito de retorno sobre o capital.

A STERN Stewart & CO empresa de consultoria norte-americana define o

EVA como medida de desempenho voltada sempre para a maximização da riqueza

dos acionistas.

A fórmula de cálculos (Stewart, 1991, p.8) é:

EVA = (RO - IR) – (CMPC x CI)

Onde:

RO = Resultado Operacional (Excluída as Despesas Financeiras)

IR = Imposto de Renda

CMPC = Custo Médio ponderado de Capital

CI = Capital Investido (Próprio e de Terceiros)

Page 50: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

49

Outra maneira de se mensura o EVA:

EVA = Lair – (i x capital investido) ou EVA = Lajir – CMPC

EVA = 100.000 – (2% x 50.000 + 10% 100.00)

Onde:

Lair = Lucro antes do imposto de renda (DRE)

Capital investido = Retirado do balanço patrimonial constituído do patrimônio líquido

(capital próprio) e dos empréstimos obtidos (capital de terceiros)

i = Esta taxa tomados registrados em contrato. Já a taxa referente ao capital próprio

depende da identificação do custo de oportunidade no momento do investimento

realizado.

Em SUMA a organização terá criado valor se o resultado obtido superar o

custo do capital investido (próprio e de terceiros).

Exemplo:

DRE referente 2009 (milhares de R$)

Receitas de vendas___________________ 765.325,00

(-) Deduções ________________________ (45.210,00)

(=) Receita Líquida ___________________ 720.115,00

(-) Custos operacionais ________________ (415.222,00)

(-) Despesas Administrativas ___________ (225.875,00)

(=) Lajir ____________________________ 79.018,00

(-) Despesas Financeiras ______________ (7.917,00)

(-) IR / CSLL ________________________ (28.440,40)

(=) Lucro Líquido_____________________ 42.660,60

NOPAS = Lajir x (1-T)

NOPAS = 79.018,00 x (1-04) =

NOPAS = $ 47.410,80

CMPC = 11,7%

CAPITAL TOTAL INVESTIDO = $ 250.500,00

EVA = NOPAT – CMPC X CAPITAL INVESTIDO

EVA = 47.410,80 – 0,117 X 250.500,00

EVA = R$ 18.102.300,00

Page 51: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

50

Conclusão:

• Durante o ano de 2009, a organização criou um valor de R$ 18.102.300,00.

Esse valor é o excedente após a remuneração dos investidores, traduz em

dividendos acima dos inicialmente esperados, em ganho de capital no preço

das ações.

3.4.2 Valor de mercado do adicionado (MVA)

O valor de mercado adicionado (MVA) é a diferença entre o valor de marcado

de uma empresa incluindo patrimônio líquido e passivo e o capital total investido na

organização.

O valor de mercado (VM) é representado pelo valor de mercado do capital do

acionista em um determinado tempo. E o capital investido representa o capital

investido pelo acionista no mesmo tempo do cálculo do valor de mercado.

Para Mawessi (2004, p.43), MVA representa uma medida cumulativa de

performance em valores monetários da empresa tem adicionado valor aos

acionistas, quando comparado com o valor originalmente investido.

Segundo Milbourn (2001, p.134) deefine MVA como a diferença entre o valor

de mercado da organização e o valor contábil (ajustado) de seus ativos.

O MVA é uma medida de desempenho que considera a riqueza em termos

pecuniários e não em taxas considerando todos os investimentos que agregam

valor.

Para uma empresa de capital aberto, o valor de mercado pode ser calculado

através da soma do valor de mercado do capital próprio (número de ações x pelo

preço de cada ação) e do valor contábil da dívida de empréstimos.

O MVA reflete os resultados financeiros, demonstrando se a empresa criou ou

destruiu riqueza. Demonstrará, portanto, o nível de aberto das decisões tomadas no

passado até o momento, como também os resultados futuros dos EVA trazidos a

valor presente. É uma medida de avaliação de desempenho que por si só não

aumenta ou diminui o valor da empresa, mas procura satisfazer um dos grandes

anseios dos proprietários do capital: avaliar, através dos resultados obtidos se o

Page 52: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

51

valor da organização onde investiram seus recursos está aumentando ou

diminuindo. Marvessi, (2004, p.43).

3.4.3 Cálculo do MVA - Market Vawe Aoded (valor de mercado adicionado)

O MVA pode ser calculado através do valor presente do fluxo de EVA’S.

MVA = ^kC-'�l0� + ^kC-'�l0�I' + ^kC-'�l0�I# = ^kC-'�R0�I

Com o emprego de uma taxa que represente o retorno exigido pelos

provedores em relação ao capital investido. Então o MVA é definido pela fórmula:

MVA = ^kC'I-UVWU0 m

Aumentar o valor é o grande objetivo das organizações e que o MVA indica se

esse objetivo está ou não sendo alcançado. Frezatti (1999, p.32)

O MVA quanto maior melhor. Se positivo indica que a organização criou

riqueza para os acionistas. Se o MVA for negativo. Significa que a riqueza e valor

foram destruídos.

BALANÇO PATRIMONIAL

CIRCULANTE 45.000 CIRCULANTE 38.000

Caixa e Bancos 6.000 Duplicatas a pagar 18.000

Aplicações Financeiras 2.000 Salários a pagar 9.000

Duplicatas a receber 25.000 Impostos a recolher 4.500

Estoques 12.000 Outras obrigações 6.500

PERMANENTE 70.000 NÃO CIRCULANTE 17.000

Investimentos 5.000 Exigível a longo prazo 17.000

Imobilizado 65.000 PATRIMONIO LIQUIDO 60.000

Capital 54.000

Page 53: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

52

Reserva 6.000

TOTAL DO ATIVO 115.000 TOTAL DO PASSIVO 115.000

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO

Receita operacional líquida 110.000

(-) Custo dos produtos vendidos 57.000

(=) Lucro bruto 53.000

(-) Despesas operacionais 30.000

Administrativas 11.000

Vendas 16.000

Financeiras 3.000

(=) Lucro antes do IR 23.000

(-) Imposto de renda(35%) 8.050

(=) Lucro Líquido 14.950

ESTRUTURA DE CAPITAL E DE INVESTIMENTOS

Investimentos 77.000 Empréstimos 17.000

Capital 54.000

Reserva de lucros 6.000

Total 77.000

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS AJUSTADA

Receita operacional líquida 110.000

(-) Custo dos produtos vendidos 57.000

(=) Lucro Bruto 53.000

(-) Despesas operacionais 27.000

Administrativas 11.000

Vendas 16.000

(=) Lucro antes do Imposto de Renda 26.000

(-) IR sobre o lucro gerado pelos ativos (alíquota: 35%) 9.100

(=) Lucro operacional após o IR 16.900

(-) Despesas financeiras 3.000

(+) Economia de IR (9.100-8.050) 1.050

(=) Lucro líquido 14.950

Page 54: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

53

Considerando que:

• A empresa distribuiu todo o seu líquido sob a forma de dividendos;

• Possui apenas ações ordinárias a um custo de Ko=15% aa

• O custo de empréstimos é de Ke= 9,75%aa

• A empresa possui estrutura de capital = 25% de capital de terceiros e 75% de

capital próprio;

• CMPC = CT x Ke + Cp x Ko é 0,25 x 9,75 + 0,75 x 15 = 13,687% a.a

• CMPC = 80.000 x 13,687% = 10.950,00

EVA = Lucro operacional após o IR – Custo de capital da empresa

EVA = 16.900 – 10.950 = 5.950

O R$ 5.950 é o valor excedente após a remuneração dos investidores, vale

dizer que além da remuneração do custo de oportunidade, a empresa proporcionou

este ganho efetivo.

Visualização Simplificada

Lucro Líquido = 14.950

(-) Custo de capital próprio 9.000 (60.000 x 0,15)

(=) EVA 5.950

MVA = EVA/CMPC

MVA = 5.950 / 13,6875% = R$ 43.470,00

Valor total da empresa = capital investido + MVA

Valor total da empresa = 80.000 + 43.470 = 123.470

Caberá aos proprietários esse valor menos o ELP, ou seja, R$ 103.470,00.

Page 55: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

54

4 AVALIAÇÃO ATRAVÉS DE ÍNDICES

Toda empresa carece de informações ordenadas e por memorizadas para as

ações voltadas ao seu crescimento sustentável. As análises através de índices se

torna instrumento e visualizador das condições econômica financeiras da

organização.

A análise de índices envolve métodos de cálculo e interpretações de índices

financeiros para analisar e monitorar o desempenho da empresa. Gitman E Madura

(2003, p. 191).

A técnica de análise por meio de índices consiste em relacionar contas e

grupos de contas para extrair conclusões sobre tendências e situações econômico-

financeira da empresa. Hoji (2004, p.280).

As informações econômico-financeiras evidenciam o processo operacional

destacando algumas informações que tem por objetivo atrair investimentos capazes

de alavancar sua produtividade. Esses esclarecimentos são representados através

de relatórios que oferecem uma série de relatos acordados com regras contáveis

que transformam dados em informações que traduzirá sua atração em postura

eficiente, atraindo assim novas possibilidades de investimentos.

Esse conjunto de fatos e eventos são detectados por aspectos

imprescindíveis refletindo situações que servem de leme para empresa a seguir:

Situação financeira ���� Liquidez

����Estrutura de capital

Situação econômica ���� Rentabilidade

���� Atividade

Os relatórios aos acionistas da maioria das grandes sociedades anônimas,

também incluem comentários sobre as atividades da empresa, novos produtos,

pesquisa e desenvolvimento, e outros assuntos. A maioria das empresas não vêem

o relatório anual unicamente como uma exigência, mas como um importante veículo

para influenciar as percepções os proprietários acerca da empresa e suas

perspectivas futuras. Devido as informações que contém, o relatório aos acionistas

Page 56: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

55

podem afetar o risco esperado, o retorno o preço da ação e, sobretudo, a viabilidade

da empresa. Gitman (2002, p.70).

4.1 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL)

Uma maneira de avaliar a situação econômico-financeira de uma empresa é

acompanhar as oscilações do patrimônio líquido.

O Revigoramento do capital próprio (PL) em relação ao capital de terceiros

oferece situação de maior solidez evitando a vulnerabilidade da empresa diante das

intempéries do mercado e evidenciam o percentual de capital de terceiros que

financiam a empresa.

O grau de endividamento exibe o gerenciamento na contratação e alocação

dos recursos da empresa. Não há o que questionar que em épocas inflacionárias é

mais lógico operar mais com capital de terceiros quando sua maior parte é composta

de exigíveis que não geram encargo financeiro. Mas é necessário atentar para a

proporcionalidade das fontes de recurso na precaução de futuros prejuízos causado

pela vulnerabilidade adquirida por ocasião das crises financiamentos para

organizações que apresentam situações desfavoráveis.

Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar

a posição relativa do capital com relação do capital de terceiros (dívidas). São

quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da

empresa com relação a capital de terceiros. Iudíbus (2007, p.94).

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras,

em termos de obtenção e aplicação de recursos. Portanto, os índices de

endividamento sevem para evidenciar a estrutura financeira das contratações e

aplicações de recursos, propiciando a análise para melhor decisão de investimentos.

Mataratto (1998, p.157).

Page 57: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

56

4.1.1 Grau de Endividamento

E realizado para identificar a dependência de recursos de terceiros (dívidas),

o quanto a empresa utilizou de recursos externos em relação ao seu capital próprio.

Participação de capital de terceiros = U:\l[:mnojopqolpKrW:[plsô1lKRívwlnK< 1

Quanto menos o índice, melhor a situação da empresa, possibilita maior

ganho, porém maior risco de influência.

4.1.2 Composição do Endividamento

Identifica a participação do capital de terceiros (de curto prazo) em relação ao

montante das obrigações. A intenção é de conhecer as parcerias do exigível de

longo prazo que emigram para o circulante no ato de seus vencimentos.

Quanto mais curtos os vencimentos das parcelas, maior será o risco

proporcionado pela empresa, significa dizer que é mais favorável para a organização

que a maior parte de sua dívida esteja no longo prazo, assim terá mais tempo de

planejar suas operações para que façam frente às dívidas.

CE = W:rrlxKUlpqwm:1[o^>lyíxom = %

Se a composição do endividamento apresentar concentração no passivo

circulante (curto prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento de

reversão de mercado (o que não acontece se as dívidas estivessem concentradas

no longo prazo). (Marion, 2007, p.106).

A interpretação é de que quanto maior for esse índice, maior será a ação

sobre o caixa para saldar os compromissos no curto prazo.

Page 58: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

57

4.1.3 Participação de Capital de Terceiros sobre os recursos totais

Mostra quanto do ativo total é financiado com recursos de terceiros.

Quanto maior o quociente, mais obrigações à honrar, e maior será o risco da

empresa não conseguir pagar seus compromissos. É expresso em percentagem.

IPCT = ^>lyíxomjK[:mC[lxKjK[:m = %

4.1.4 Imobilização do Patrimônio Líquido

Índica o quanto de recursos próprios estão sendo aplicados no ativo

permanente, evidenciando a inviabilidade do giro de recurso a curto prazo.

Em SUMA, é utilizado para encontrar o montante do capital próprio aplicados

no ativo permanente.

I{PL = |����}�� ~�����}~��� ������

De acordo com Silva (1999, p.254). “O índice de imobilização do patrimônio

líquido indica quanto do patrimônio líquido da empresa está aplicado no ativo

permanente.

Esses investimentos de longo prazo serão viáveis dependendo dos

gerenciamentos operacionais da empresa, uma vez que, o emprego em ativos

permanentes encurta os recursos próprios expondo a empresa à dependência do

capital externo. O ideal será imobilizar a menor parte possível de seus recursos

próprios destinando sua maior parte ao financiamento do ativo circulante na sua

movimentação habitual de suas transações.

4.2 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Estima o retorno obtido pela organização no emprego de seus ativos em um

período de tempo, ou seja, o quanto a empresa está sendo lucrativa na aplicação de

seus recursos.

Page 59: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

58

São os resultados obtidos em relação a determinadas grandezas que melhor

mostram o seu tamanho.

Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade informativa

bastante reduzida, portanto, devemos relacionar um lucro de um empreendimento

com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão

bem ativa a empresa em determinado período. Iudícibus (2007, p.102).

São muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou insucesso)

empresarial. Os índices de rentabilidade são calculados geralmente sobre as

receitas líquidas (alguns índices podem ser interessantes calcular sobre as receitas

brutas deduzidas somente das vendas canceladas e abatimentos. Hoji (2004, p.

290).

Mostra que tamanho não é documento, e o que é importante é o retorno

obtido na aplicação de ativos.

4.2.1 Retorno sobre o ativo (ROA)

Estabelece os lucros grados pelas atividades operacionais em função da

eficiência na administração da aplicação de recursos nas operações da empresa

(ativos).

Segundo Marion (2008, p.127) “(...) o ativo significa investimentos realizados

pela empresa a fim de obter receita e, por conseguinte, lucro. Assim poderá obter a

taxa de retorno sobre o investimento”.

ROA = RwqpKRívwlnKC[lxKjK[:m :. ROI =

RwqpKK\op:qlK1:mC[lxKi\op:qlK1:m

Obs.: Se invertemos o quociente obteremos o tempo (meses ou anos) de

retorno para a recuperação do investimento no ativo.

Pode ser interpretado como o quanto a empresa obtém de lucro para cada

unidade monetária investida.

Page 60: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

59

4.2.2 Retorno sobre o patrimônio líquido (ROE)

Mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários.

A importância do quociente de retorno sobre o patrimônio líquido reside em

expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos

próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas. A principal tarefa da

administração financeira ainda é maximizar o valor de mercado para o possuidor das

ações e estabelecer um fluxo de dividendos compensador. No longo prazo, o valor

de mercado da ação é influenciado substancialmente pelo quociente de retorno

sobre o patrimônio líquido. (Iudícibus, 2007, p.108).

Expressa quanto a empresa obteve de lucro cada unidade monetária de

capital próprio investido. É frequentemente utilizado por investidores, acionistas e

entidades financeiras no intuito de rastrear o potencial e a solidez da empresa.

O processo de avaliação é apresentado nos parâmetros da tabela a seguir:

Avaliação de resultados – ROE

Até 2% Rentabilidade Péssima

De 2% a 10% Rentabilidade Baixa

De 10% a 16% Rentabilidade Boa

Acima de 16% Rentabilidade Excelente

Fonte: Cafeo (2004, p.39) apud Silva (2005)

A fórmula para cálculo do indicador:

ROE = RwqpKRívwlnKW:[plsô1lKRívwlnK

Page 61: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

60

4.3 ÍNDICE DE INSOVÊNCIA (KANNITE)

O conhecido termômetro de Kannite é utilizado para prever falência das

empresas. Tem a função de avaliar o grau de solidez econômico-financeira das

organizações.

Esse fator é obtido a partir de informações de balanços contábeis como s

seguir:

II = 0,05X1+1,65X2+3,55X3-1,06X4-0,33X5

X1 = ����������}~��� ������

X2 = |����������~���I&����~��I�}}~�����������~���I�������}

X3 = |����������~���}~�����������~���

X4 = |�����~����~���}~�����������~���

X5 = }~�����������~�I�������}}~��� ������

Após os cálculos o resultado da escala do termômetro da Kannite indica três

situações de análises:

7 6 5 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7

SOLVENTE – Indica situação Boa

PENUMBRA – Indica um retência a insolvência. A atenção a empresa inspira cuidados

INSOLVENTE – Indica situação ruim com rumos a falência.

Page 62: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

61

5 FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW)

Fluxo de caixa é o registro e controle das entradas e saídas de numerários de

uma organização.

Para Assaf Neto (1997, p. 35) “(...) o fluxo de caixa é um instrumento que

relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários no âmbito de

uma empresa em determinado intervalo de tempo”.

A demonstração dos fluxos de caixa (DFC) passou a ser obrigatória para fins

fiscais com a doar (demonstração das origens e aplicações de recursos. Para

organizações fechadas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois

milhões de reais) na rata do encerramento anual não será obrigatório à sua

elaboração e publicação.

A demonstração dos fluxos de caixa visualiza as oscilações de disponibilidade

propiciando base para uma avaliação financeira da organização e a sua capacidade

de possibilita uma adoção antecipada no suprimento de recursos para suas

necessidade.

Através da sua confecção pode se obter a identificação das fontes de

recursos, origens das disponibilidades seus objetivos e sua alocação, se há

capacidade de aplicação de recursos e de excedente de caixa e/ou se há

necessidade de contração de novas obrigações (empréstimos).

Segundo Marion (1998, p.380) (...) “A demonstração de fluxo de caixa (DFC),

indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem como a aplicação de

todo o dinheiro que saiu do caixa em determinado período, e, ainda o resultado do

fluxo financeiro”.

5.1 ELABORAÇÃO DA DFC (TÓPICO)

Sua elaboração e atende a dois modelos: direto e indireto destacando três

tipos de atividades.

.

Page 63: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

62

a. Operacional – Captam a demonstração de resultado e as transações do

circulante, exceto contas, ocorridas no período. Os principais lançamentos de

entrada são as vendas à vista, recebimentos, descontos, caução e cobrança

das duplicatas das vendas a prazo. Os desembolsos podem ser

discriminados com as compras de materiais. Primas à vista ou a prazo,

salários e ordenados, encargos sociais, custo indiretos de fabricação,

despesas financeiras.

b. Financiamentos – operações de empréstimos (títulos á pagar) onde a

quitação caracteriza saída de caixa e a tomada entrada de caixa. Capital

próprio (ações) onde a compra de ações caracteriza saída de caixa e a venda

representa entrada de caixa.

c. Investimentos – associado à compra (saída) e a venda (entrada) de ativos

imobilizados e participações societárias.

O fluxo deve ser superior ao lucro líquido após o I.R. devido a dois fatores:

1) O montante das despesas não desembolsadas atribuídas ao período,

principalmente a depressão que é um custo, não representando uma saída de

caixa.

2) Desembolso com investimentos não capitalizados, porém considerados como

despesas do período.

5.2 DEFINIÇÃO DE MÉTODOS

a) Direto – contém as entradas e saídas de caixa registradas pelos

recebimentos de clientes e pagamentos de fornecedores e despesas

operacionais.

Exemplo:

DFC – Demonstração de fluxo de caixa

Operacional

Page 64: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

63

(+) Recebimentos de clientes

(-) Pagamentos de fornecedores

(-) Pagamentos de despesas

Total (=) das operações (1)

Financiamentos

(+) Recursos de terceiros e/ou próprios

(-) Amortização de empréstimos

(-) Pagamentos de dividendos

Total (=) dos financiamentos (2)

Investimentos

(+) Diminuição do permanente

(-) Aumento do permanente

Total (=) dos investimentos (3)

Variação do disponível (1) + (2 + 3)

b) Indireto – é iniciada pelo lucro líquido e seus ajustes acrescidos das variações

ocorridas no circulante com exceção do disponível. A este sub-total gerado

pela operacionalidade da empresa são lançados como entrada os recursos

captados dos acionistas (capital próprio), como aumento de capital social e

contratação de capital de terceiros.

Exemplo:

Demonstração de fluxo de caixa

Operacional

(+) Lucro líquido

(+/-) Ajustes (receitas / despesas financeiras de curto prazo)

(+/-) Variações do ativo circulante

(+/-) Variações do passivo circulante

(=) Total das operações

(+/-) Entradas / saídas de financiamentos próprios e/ou terceiros

(=) Total de ingressos no disponível (1)

Aplicações

(+) Pagamentos de dividendos

Page 65: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

64

(+) Aumento do permanente

(=) Total das aplicações

(=) Variação do disponível (1) + (2) =

5.2.1 Outros exemplos de confecção de DFC (anexo I e II)

A área financeira deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento

de forma que os desembolsos necessários ocorram de acordo com as entradas.

Quanto melhor a capacidade de geração de recursos de caixa menor a necessidade

de financiamentos de capital de giro, reduzindo seus custos financeiros. As reservas

de caixa devem ser efetuadas em níveis moderados, por que ao invés de maximizar

a liquidez abre precedentes de geração de custos por não incorporar retorno

operacional.

As razões mais evidentes de insolvência ou possíveis insucessos das

organizações esta na ausência de planejamento de fluxo de caixa e de proteção de

receitas e despesas.

5.2.1.1 As operações de não afetam o DFC

a) Depreciação, amortização e exaustão são apenas reduções do ativo.

b) Provisão para devedores diversos – estimativa de perdas com clientes não

expressa desembolso de caixa.

c) aumento ou diminuição de unidades de investimentos pelo método de

equivalência patrimonial. As correções não evidenciam que houve novas

aquisições ou vendas.

Exemplo:

PROJEÇÃO O FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA - ANEXO I

Base Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Receitas brutas 31/12/05 31/12/06 31/12/07 31/12/08 31/12/09

(-) Imposto s/ receitas

(-) Custo

Page 66: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

65

(-) Despesa

(-) Depreciação

(=) Lucro Operacional

(=) IR/CSLL

(=) LOL

(+)Depreciação

(=) Ebida

(-) Investimento fixo

(-) Investimento fixo em

CGL

(=) FCO

(-) Juros

(-) Amortização

(=) FCA

AGORA É SÓ FAZER A PROJEÇÃO DO SALDO DE CAIXA

DEMONSTRATIVO DAS PROJEÇÕES DE TRANSAÇÕES - ANEXO II

Page 67: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

66

6 ORÇAMENTO DE CAPITAL

A produção de riqueza esta fundamentada na realização de investimentos

que visem um retorno lucrativo. Esse retorno esta baseado na criação de valor e

deverá ser superior ao custo de capital para que possa agregar valor tanto para o

provedor d capital como para empresa.

Fatores como escassez de recursos, riscos e incertezas rodam os

investimentos e proporcionando impacto direto na decisão de investir.

Antes da realização de qualquer projeto de investimento se torna necessário

examinar o custo de oportunidade, que é extremamente importante e indispensável

para qualquer análise de viabilidade econômica.

Orçamento de capital é a execução de métodos de planejamento e gestão por

investimentos de uma empresa, utilizando técnicas de avaliação alocando aos

projetos maximização no seu valor futuro, e tem a incumbência de avaliar e

selecionar investimentos em ativos empregando o conceito de valor do dinheiro no

tempo legitimando se os resultados futuros justificam o seu custo inicial. É o

emprego de técnicas de análises que proporciona uma maior reflexão quanto a

viabilidade do investimento.

6.1 VALOR PRESENTE LÍQUIDO (NET PRESENT VALUE):

É o método mais utilizado, e baseia-se na atualização das entradas de caixa

futuras ao valor presente observando o custo de oportunidade que será uma taxa de

desconto que será aplicado.

Segundo Gitman (2001, p. 302), “é uma técnica de orçamento de capital

sofisticada, encontrada ao subtrair o investimento inicial de um projeto de valor

presente de seus fluxos de entrada de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo

de capital da empresa.”

Para Weston e Brighamm (2000, p.533), o valor presente líquido (VPL) pode

ser definido como “um método de avaliação das propostas de investimento de

Page 68: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

67

capital em que se encontra o valor presente dos fluxos de caixas futuros líquidos,

descontados ao custo do capital da empresa ou a taxa de retorno exigida.”

6.2 CUSTO DE OPORTUNIDADE:

Conceito originado na teoria econômica referente a máxima contribuição

disponível de lucro que é abandonado pelo uso limitado dos recursos para um

particular propósito (HORNGREN & FOSTER apud WERNKE, 2000).

Custo de Oportunidade é utilizado como referência na análise de

investimentos, como parâmetro de rentabilidade de projetos, demonstrando o ganho

real de um investimento como sendo a diferença entre a sua Taxa interna de

Retorno e a taxa de maior capacidade contributiva ao mesmo capital investido em

outra atividade qualquer, seja ela produtiva ou especulativa.

6.3 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)

Segundo Kunhen & Bauer apud WERNKE (2000) o conceito de Taxa Mínima

de Atratividade como “a taxa mínima de retorno que o investidor pretende conseguir

como rendimento ao realizar algum investimento”.

Pode ser entendida como o retorno que investidor espera pelo capital que

está empregado em determinado investimento, traduzido a uma taxa percentual

sobre o próprio investimento, por um determinado espaço de tempo.

Sendo o VPL positivo (VPL>o), significa que o projeto será viável pois irá

cobrir todo custo do investimento. E ainda irá gerar recursos adicionais.

Sendo o VPL negativo (VPL<o), significa que o projeto é deficitário ou seja,

não irá gerar recursos suficientes para cobrir o capital investido.

O somatório do valor presente das entradas e saídas de caixa pode ser

representado pela seguinte expressão:

Page 69: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

68

Exemplo:

VPL = -100 + 63,63 + 57,85 + 22,54 + 13,66 + 12,42

VPL = R$ 70,10

Projeto viável cobre todos os custos e ainda gera recursos adicionais

100,00 – 70,10 = R$ 29,90

Exemplo:

Uma empresa faz um investimento de R$ 100.000,00 e espera ganhar R$

3.5000,00 por mês, nos próximos 40 meses sem valor residual. Se considerar que a

taxa de juros de mercado é de 2% ao mês

Se fizer diretamente: R$ 3.500 x 40 = R$ 140.000,00

Projeto viável.

Pelo método valor presente líquido

VP = R$ 95.744,18

VPL = R$ 95.744,18 – 100.000,00

VPL = -4.255,82

Conclusão:

VPL Negativo: Investimento que não satisfaz a expectativa de retorno de 2%

ao mês.

Page 70: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

69

6.4 PAYBACK SIMPLES (SIMPLE PAYBACK)

Também chamado de payout, este método mensura em quanto tempo um

investimento inicial é recuperado a partir das suas entradas de caixa.

Afirmam Brigham et. al (2001, p. 424), “o período do payback, definido como o

número esperado de anos necessários para recuperar o investimento original, foi o

primeiro método formar utilizado para avaliar projetos de orçamento de capital.

“Acrescenta ainda (1999, p.381), o período de recuperação do investimento é o

prazo necessário para que as receitas líquidas de um investimento cubram seu

custo, e quanto mais baixa for a recuperação do projeto, melhor”.

De acordo com Braga (1989, p.293). “Quanto mais amplo for o horizonte de

tempo considerado, maior será o grau de incertezas nas previsões”. Patenteando

assim que os investimentos com menos prazo de retorno apresentam maior liquidez

e menor risco.

Adverte Motta e Callôra (2002, p.97), “esse método deve ser encarado com

reservas, apenas como indicador, não servindo de seleção entre alternativas de

investimento”.

No entanto se ancorada a outros indicadores poderá resultar em informações

valiosas com relação entre o tempo e o retorno.

Duas restrições deverão ser observadas em relação a essa técnica:

1) Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, com exceção do

payback descontado.

2) Não considera recebimentos após o tempo de recuperação do investimento

para o cálculo do payback, é o somatório de caixa líquidos futuros (FCL) de

cada ano até que atinja o valor do custo inicial do possível investimento.

Afirma Braga (1989, p. 283), “se as entradas líquidas de caixa forem

uniformes, restará dividir o investimento inicial pelas entradas de caixa; Quando as

entradas forem desiguais, estas deverão ser acumuladas até atingir o valor do

investimento, apurando-se o prazo de retorno”.

Page 71: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

70

Exemplo:

O investimento inicial é recuperado em 2 anos se o tempo for considerado no

projeto da empresa.

Exemplo:

Se uma empresa esta interessada em investir R$ 800,000 em um projeto que

apresenta fluxos de caixa futuro líquido (descontadas impostos), sucessivos de R$

130.000, R$ 160.000, R$ 200.000, R$ 250.000, R$ 200.000.

Período Fluxo Payback

0 800.000 (800.000)

1 130.000 (670.000)

2 160.000 (510.000)

3 200.000 (310.000)

4 250.000 60.000

5 200,00 140.000

Segundo o critério da empresa é de só aceitar o projeto se o retorno for

recuperado em 4 anos. No caso a recuperação se apresentado em 5 anos., esse

projeto deverá ser rejeitado.

Período Fluxo Payback

0 50.000 (50.000)

1 30.000 (20.000)

2 20.000 0

3 10.000 10.000

4 5.000 15.000

Page 72: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

71

6.4.1 Payback descontado

O conceito é o mesmo do payback simples, porém o fator tempo é

considerado, porque traz cada entrada de caixa ao valor presente, descontando

desses valores uma taxa de juros. Quase traduz as expectativas dos provedores de

capital.

Confirmam Brigham et. al, (2001, p.425), “o período de payback descontado é

definido como o número de anos necessários para recuperar o investimento por

fluxos líquidos de caixa descontados”.

Devemos deduzir que considera o custo de capital visualizando o ano em que

ocorrerá o retorno total do investimento, ou seja, o ponto de equilíbrio imediato após

a cobertura dos custos de capital.

A taxa de desconto a ser considerada pode ser uma taxa mínima de

atratividade (TMA) exigida pelos investidores ou o custo do capital a ser utilizado no

projeto.

Lembram Brigham et. al (2001, p.426), “um importante empecilho tanto no

método de payback simples quanto do descontado é que eles ignoram os fluxos de

caixa que são pagos ou recebidos após o período de payback”.

As principais limitações dessa técnica são:

1) Não considera os possíveis fluxos de caixa após o tempo de recuperação do

investimento.

2) Não dar a devida importância a sobra do investimento é um tanto estipulado,

pois pode ser compreendido de taxas não praticadas no mercado pedindo

assim sua realidade.

Segundo Ross et. al (1995, p.125), “ à primeira vista o payback descontado

parece ser uma alternativa atraente, mas com um exame mais atento, se percebe

que possui as mesmas dificuldades básicas do payback. Como este último o

payback descontado exige, inicialmente, que façamos uma escolha um tanto mágica

de um período máximo arbitrário, e depois ignoremos todos os fluxos de caixa que

ocorreram a partir deste momento”.

Como o payback simples, o descontado deverá ser utilizado em conjunto com

outras técnicas.

Page 73: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

72

Exemplo:

Período Fluxo Payback

0 5 (5)

1 0,9 (4,1)

2 2,89 (1,21)

3 1,50 0,29

� ',#'',$ = 2,8 anos

Se a meta da empresa de recuperação do investimento inicial por de três

anos, o projeto é aceitável.

O payback descontado pode ser avaliado de duas formas:

a) Acumulado o valor presente de cada ano do projeto

b) O saldo do investimento com acumulação anual dos juros.

c)

Exemplo:

I = 12%

Page 74: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

73

a)

Período Fluxos Valor presente Saldo do projeto

0 (600.000) (600.000) (600.000)

1 120.000 107.143 (492.857)

2 150.000 119.579 (373.278)

3 200.000 142.814 (230.922)

4 220.000 139.814 (91.108)

5 150.000 85.114 (5.994)

6 180.000 91.194 85.200

7 80.000 36.188 121.388

(600.000) – 107.143 = (492.857)

Período Fluxos Juros Saldo do projeto

0 (600.000) 0 (600.000)

1 120.000 (72.000) (552.000)

2 150.000 (66.240) (468.240)

3 200.000 (56.189) (324.429)

4 220.000 (38.931) (143.360)

5 150.000 (17.203) (10.563)

6 180.000 (1.268) 168.169

7 80.000 20.180 268.349

(120.000 – 72.000) – 600.000 = (552.000)

(150.000 – 66.240) – 552.000 = (468.240)

6.5 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

Esse método indica qual a taxa de desconto que iguala o valor presente

líquido (fluxos das entradas atualizados) ao investimento inicial cuja resultante é

UPL = 0.

A taxa de retorno é um índice que indica a rentabilidade de um investimento

por uma unidade de tempo (Motta P. Calôra, 2002).

Segundo Weston e Brigham (2000, p. 536) “a taxa interna de retorno é um

método de avaliação das propostas de investimento com o emprego da taxa de

retorno sobre um investimento em ativos, calculado ao encontrar a taxa de desconto

que iguala o valor presente das entradas futuras com as saídas esperadas de caixa

do projeto”.

=> 5.059

=> 5.059

Page 75: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

74

Para Gitman (2001, p. 303), “a taxa intervala de retorno (JIR) é a taxa de

desconto que iguala o valor de fluxos de entradas de caixa com o investimento inicial

associado a um projeto, por conseguinte tornando o VPL = $C.

De acordo com Braga (1989, p.290), “A TIR corresponde a uma taxa de

desconto que iguala o valor atual das entradas líquidas de caixa ao valor atual dos

desembolsos relativos ao investimento líquido”.

Para efeito de análise de viabilidade de um projeto; a TIR deverá ser

comprara com a taxa média de atratividade (TMA), com o custo de oportunidade ou

com o custo médio ponderado de capital (CMPC) e se a TIR for superior a esses

indicadores o projeto é economicamente viável para o investidor. Significa que o

investimento estará dando o retorno superior ao mínimo esperado.

O cálculo poderá ser feito por tentativa e erro utilizando a seguinte fórmula,

Westonie Brigham (2000, p. 536).

Para a interpretação do índice é considerado economicamente atraente todo

o investimento que apresente a TIR maior ou igual a taxa mínima de atratividade

(TMA) Cassai et. Al (2000, p.66).

A TIR deve ser comparada com uma taxa de rentabilidade mínima exigida em

face do risco do projeto. Essa taxa mínima poderá também corresponder ao custo

de capital da empresa Braga (1989, p. 290).

Então se o resultado for negativo indica o investimento inicial é menor que os

retornos e o projeto é viável. Se o resultado for positivo, entendemos que o fluxo de

caixa indica que o investimento não terá retorno, logo deve ser rejeitado. Caso o

resultado seja zero, existe equilíbrio entre as entradas e saídas, situação que não se

altera.

Page 76: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

75

Exemplo:

TIR = 100 – (68,67 + 67,28 + 28,27 + 18,47 + 18,11)

TIR = 100 – 201,8

TIR = -101,8

O resultado negativo indica que haverá retorno, pois supera o investimento

inicial.

Exemplo:

Considerando os dados do projeto C, calcule a TIR.

Projeto C10% = R$ 78,82

Projeto C20% = R$ -83,71

Page 77: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

76

Taxa VPL

10% 78,82

TIR 0

20% -83,71

Fazendo a Interpolação:

�'%%���&'%%�#%%=

Ea,a#�%Ea,a#�-�a",E'0

�'%%���&�'%% =

Ea,a#'(#,$"

�'%%���&�'%% = 0,4849 � 10% - TIR = 4,84%

TIR = 10% + 4,84%

TIR = 14,84%

Na interpretação da TIR é necessário alguns cuidados:

1) No cálculo da TIR de um investimento há o pressuposto de que todos os

valores caminham no tempo pela própria TIR, ou seja os fluxos de caixa

negativos ou investimentos seriam financiados pela TIR e os fluxos de caixa

positivos ou lucros também seriam reinvestidos pela TIR. Nesse caso, quando

a TIR apurada é muito diferente das taxas de mercado, sua interpretação não

é verdadeira.

2) Quando o projeto é representado por um fluxo de caixa não convencional, ou

seja, em que há varias inversões de sinais entre fluxos de caixa positivos e

negativos, as seguintes situações podem ocorrer: pode apresentar uma ou

mais TIR positivas e/ou negativas. O projeto pode ter, simultaneamente, taxas

positivas e negativas, pode apresentar uma única TIR, igual 1 um projeto

classificado como convencional; ou ainda inexistir a solução. Kassai et. Al

(2000, p. 68).

Page 78: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

77

6.6 CÁLCULO DA TAXA MÉDIA DE RETORNO (TMR)

Técnica contábil que determina a lucratividade de um investimento.

É a comparação dos lucros contábeis líquidos com os custos iniciais de um

projeto pela adição de todos os lucros líquidos futuros e dividi-las pelo investimento

médio.

TMR = ������������|��~������������~����������� ���������~�

Exemplo:

Suponha que os lucros líquidos para os próximos 4 anos estão estimados

para ser R$ 10.000, R$ 15.000, R$ 20.000 e R$ 30.000 respectivamente, sendo o

investimento (inicial de R$ 100.000, encontrar a taxa média de retornar.

Lucro Líquido Médio = &$'%.%%%I&$'$.%%%I&$#%.%%%I&$"%.%%%)~���

LLM = &$E$.%%%) = 18.570

Investimento Médio = &$'%%.%%%# = R$ 50.000

TMR ='a.$E%$%.%%% = 0, 375% = 38%

6.7 TAXA INTERNA DE RETORNO MODIFICADA - MIIR (MODIFIED INTERNAL

RATE OF RETURN)

A TIR modificada (MTIR) é um método que procura corrigir a taxa interna de

retorno (TIR) em suas distorções quando o projeto apresenta mais de uma raiz

(TIR).

O cálculo da TIR pode apresentar pluralidade de taxas internas para o mesmo

investimento em caso de inversão de sinal no fluxo de caixa. “A existência de

múltiplas taxas embora matematicamente corretas, não tem significado financeiro

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78

relevante para o processo de decisão de investimento. “(Ross et.al (2002). “O

método da MTIR é uma versão melhorada do método da TIR, que elimina os

problemas matemáticos decorrentes da possibilidade de existência de países

múltiplas nos fluxos de caixas não-convencionais e do pressuposto da TIR da taxa

de reinvestimento divergente do mercado; o método da MTIR resgata a vantagem da

facilidade de interpretação dos resultados na forma de taxa; possibilita a

comparação entre diversas taxas de mercado; e e obtém um taxa de retorno do

investimento mais realista. “Kassai et.al 2000 p. 777-778).

Confirma Assaf Neto (2006, p.318), geralmente adota-se, para contornar

essas deficiências da TIR, o método da MTIR, que utiliza em seus cálculos taxas de

investimento para reaplicação dos fluxos de caixa intermediários mais compatíveis

com o mercado.

Explica Bertolo (2004), a MTIR é basicamente a mesma TIR, exceto que ela

assume que o rendimento (fluxo de caixa) do projeto seja reinvestido na empresa, e

seja composto pelo custo de capital da empresa, porém, que não seja diretamente

reinvestido no projeto atual do qual ele se originou.

Para Brigham e Houston (2000, p. 545), “MTIR é uma taxa de desconto á qual

o valor presente do custo de um projeto é igual ao valor presente de seu valor final,

onde o valor final é encontrado como a soma dos fatores futuros das entradas de

caixa, capitalizados ao custo de capital da empresa”.

Para o cálculo da MTIR, os fluxos de caixa negativos são trazidos

(descapitalizados) a valor presente (VP) por uma taxa compatível com as taxas de

financiamentos de mercado e os fluxos positivos são levados (capitalizados) a valor

futuro (FV) por uma taxa de reinvestimento compatível com as taxas no mesmo

período, então a taxa de caixa composto de um VP e um FV, no mesmo período,

então a taxa de juros (i)ou a MTIR será encontrada a partir da fórmula normal de

juros compostos seguinte:

FV = PV (1+i)N

FV = PV (1+MTIR)N

A MTIR pode ser interpretada como sendo a taxa de desconto que iguala o

valor presente do custo de um projeto ao valor presente de seu valor final.

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79

O valor final é encontrado a partir dos valores futuros das entradas de caixa,

capitalizados ao custo de capital do projeto (Brigham e Houston, 1999).

Onde:

PVcustos= Valor presente dos custos do projeto

PVvalor final = Valor presente do valor final do projeto

COFt= Entradas de caixa no período t

CIFt = Saídas de caixa no período i

MIRR = Taxa interna de retorno modificada

Kp = Custo de capital do projeto

Exemplo:

Consideremos o projeto A para qual a empresa tem um custo de capital de

18% aa e a TIR 20,27%. Considere os dados a seguir:

Investimento inicial ______________ R$ 50.000

Retornos ______ 1 ______________ R$ 25.000

2 ______________ R$ 20.000

3 ______________ R$ 15.000

4 ______________ R$ 10.000

5 ______________ R$ 5.000

25.000 (1+0,18)4 + 20.000 (1+0,18)3 + 15.000 (1+0,18)2 + 10.000 (1+0,18) + 5.000 =

48.469,44 + 32.860,64 + 20.886,00 + 11.800,00 + 5.000 = 119.016,08

MTIR = 18,94% aa

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80

Exemplo:

Dado fluxo abaixo e a TIR = 38,75%

FV = 400 (1+0,3875)3 + 800 (1+0,3875)2 + 1.200 (1+0,3875)1 + 3.000 (1+0,3875)0

FV = R$ 7.273,59

PV = &$'.%%%-'I%,"aE$0o +

&$$E$-'I%,"aE$01 = R$ 1.414,41

FV = PV (1+i)6

R$ 7.273,59 = R$ 1.414,41 (1+i)5

&$E.#E",$g!$'.)'),)' = (1+i)5

i = 38,75% � A MTIR = TIR

Exemplo:

Aproveitando o exemplo anterior, em que a TIR = 38,75% qual seria então a

MTIR?

Considerando como taxa de aplicação de 10% aa e a taxa de captação de

15% a.a.

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81

FV = R$ 400 (1+0,1)3 + R$ 800 (1,0,1)2 + R$ 1.200 (1+0,1)1 + R$ 3.000 (1+0,1)0 =

FV = R$ 5.820,40

PV = &$'.%%%-'I%,'$00 +

&$$E$-'I%,'$01

PV = R$ 1.500,00 �

FV = PV (1+i)N

R$ 5.820,40 = R$ 1.500 (1+i)5

&$$.a#%,)%&$'.$%%,%%= (1+i)5

R$ 3.880 = (1+i)5

i = 31,15% � MTIR = 31,15%

6.8 ÍNDICE DE RENTABILIDADE

Mostra através da razão entre o valor presente das entradas de caixa do

projeto e o investimento total com base em uma taxa mínima de atratividade da

empresa se a aplicação de capital em um empreendimento será rentável.

Método também conhecido como resultado custo-benefício ou índice de

lucratividade.

Aqui cabe uma observação quanto a nomenclatura alusiva a este índice. Nem

toda empresa lucrativa é rentável. Lucratividade é mensurada pelo retorno das

vendas adquiridas pela empresa, é a diferença entre as receitas e as despesas, já

rentabilidade é o percentual de remuneração do capital investido e o índice em

epígrafe mensurada de um projeto é rentável ou não.

Page 83: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

82

Segundo Matarazzo (2003) os índices de rentabilidade mostram qual a

rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e,

portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

Este raciocínio pode ser representado pela seguinte expressão:

IL = �}��

������� ���������~�

Os critérios para decisões de investimentos pode ser investimentos pode ser

interpretados desta forma:

• IL>1 – O projeto pode ser aceito. O valor presente dos fluxos de caixa do

projeto é maior que o valor presente do investimento inicial, ou seja, o capital

investido gerará lucro extra.

• IL = 1 – É indiferente pode ser aceito ou rejeitado

• IL = 1 – O projeto pode ser rejeitado. O valor presente dos fluxos de caixa do

projeto é menor que o valor presente do investimento inicial, ou seja, o projeto

é inviável e gerará prejuízo.

Obs.: Entre as diversas variantes de um projeto, mais interessante será o que

apresentar o índice de lucratividade mais elevado.

#%%-'I%,'%01 VP1 =

=#%%',' = R$ 181,82

VP2 = #$%

-'I%,'%02 = #$%',#' = R$ 206,61

UP3 = )%%

-'I%,'%03 = )%%',"" = R$ 300,75

VP = R$ 181,82 + R$ 206,61 + R$ 300,75

Page 84: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

83

VP = R$ 688,96

IL = 1,38 – o projeto deve ser aceito. O capital investido gerará lucro extra.

6.9 VALOR FUTURO LÍQUIDO (VFL)

Método que capitaliza as entradas e saídas de caixa para o final dos luxos,

utilizando uma taxa de atratividade, executando o resultado de caixa no período n.

Segundo Lapponi (2000, p.124), “este método compara as entradas e saídas

de dinheiro na data terminal do projeto, capitalizando os retornos futuros do luxo de

caixa com o custo de oportunidade”.

Sendo o mesmo fluxo de caixa e nessa taxa de atratividade o valor futuro

líquido (VFL) é equivalente ao valor presente líquido (VPL) podendo ser calculado

através da expressão:

VFL = VPL (1 + i)n

A interpretação para efeito de decisão de aceitação do projeto, poderá ser

feito desta forma:

VFL > 0, o projeto poderá ser aceito. O valor do investimento será recompensado

através do custo de oportunidade aferido do final do período.

Afirma Lapponi (2007), o resultado do VFL mede a criação de valor do projeto

para a empresa do período final da análise do empreendimento. VFL < 0, o projeto

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84

deve ser rejeitado. O empreendimento não terá rentabilidade suficiente para

sustentação do projeto do final do período.

Exemplo:

Temos um projeto conforme dados abaixo. Sua taxa de atratividade é de

10%.

Exemplo:

Temos um projeto conforme dados abaixo sua taxa de atratividade é de 10%.

Período Fluxo de Caixa VP

0 R$ (55.000) R$ (55.000,00)

1 R$ (22.500) R$ (20.454,55)

2 R$ (22.500) R$ (18.595,04)

3 R$ (22.500) R$ (16.904,58)

4 R$ (27.500) R$ (15.367,801)

5 R$ (27.500) R$ (13.970,73)

i = 10%

VPL = R$ 30.292,70

VFL = VPL (1 + i) �VFL = 30.292,70 (1+0,10)5

VFL = 30.292,70 (1,1)5

VFL = 30.292,70. 1,61051

VFL = R$ 48.786,70

VFL > 0 � O projeto deve ser aceito. Haverá compensação do final do período.

6.10 VALOR UNIFORME LÍQUIDO (VUL)

A técnica do valor uniforme líquido (VUL), converte todo fluxo de caixa do

investimento numa série de capitais iguais e postecipados entre os períodos inicial e

final a uma taxa de atratividade (i).

Page 86: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

85

Por meio dos cálculos do VUL (Valor Uniforme Líquido), o gestor poderá

decidir entre dois projetos de valores e períodos diferentes.

Por exemplo, qual o projeto seria melhor aplicado, o A de VPL= R$10.000,00

com 10 anos de duração ou projeto B de VPL = R$7.000,00 com 5 anos de

duração?

Afirma Lapponi (2007, p.227), “ o valor uniforme líquido é o fluxo de (n)

capitais postecipados igual a VUL e equivalente ao fluxo de taxa do projeto”. Esse

valor uniforme líquido será a soma de todos os valores uniformes, as entradas

(receitas) positivas e as saídas (custos e investimentos) negativos.

Poderá ser calculado pela fórmula:

O critério de decisão do valor uniforme líquido do projeto:

VUL = positivo. Os valores uniformes dos benefícios (positivos) devem ser maiores

do que os valores dos custos ( negativos) a uma taxa de atratividades, o projeto

deve ser aceito.

VUL = negativo. O projeto deve ser rejeitado.

Exemplo:

Período Fluxos VP

0 R$ (100.000,00) R$ (100.000,00)

1 R$ (55.000,00) R$ (52.380,95)

2 R$ (55.000,00) R$ (49.886,62)

3 R$ (55.000,00) R$ (47,511,07)

4 R$ (55.000,00) R$ (45.248,64)

5 R$ (55.000,00) R$ (43.093,94)

Page 87: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

86

VPL = R$ 138.121,22

i = 5%

VUL Positivo – o projeto poderá ser aceito, e rentável.

Page 88: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

87

7 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

Uma organização para iniciar suas operações necessita de dois tipos de

investimentos, o fixo que é destinado à aquisição de máquinas, equipamentos,

móveis, prédios, etc. denominado contabilmente de permanente. A outra parcela de

capital servirá de reserva de recursos para movimentação das necessidades

financeiras da empresa, denominado de capital de giro ativo circulante.

O capital de giro está associado às fontes de capital necessário ao

desenvolvimento da empresa e sua operacionalidade, isto é o dinheiro que faz frente

às despesas do dia-a-dia. É caracterizado pelo gerenciamento dos ativos e passivos

circulantes. O ativo circulante é composto das contas de caixa, banco, estoques,

contas a receber e aplicações imediatas. A gestão dom passivo circulante

caracteriza-se pelas contas a pagar.

O conceito de capital de giro apresenta-se de várias formas interpretativas

segundo a natureza do estudo desenvolvido. Para Martins (1991, p.276), “Capital de

giro ou capital circulante identificam os recursos que giram (ou circulam) várias

vezes em determinado período, ou seja, corresponde a uma parcela de capital

aplicada pela empresa em seu ciclo operacional caracteristicamente de custo prazo,

a qual assume diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de venda”.

Braga (1989, p.81) descreve capital de giro como: “Recursos aplicados no

ativo circulante formado basicamente pelos estoques, contas a receber e

disponibilidade, uma abordagem mais ampla contempla também os passivos

circulantes”.

Para uma compreensão mais acessível citamos Brom e Bakan (2007) que

definem capital de giro como “recursos a serem desembolsados antes dos

recebimentos das vendas dos produtos ou serviços de uma empresa e que são

necessárias para mantê-la funcionando”.

Segundo Brigham e Houston (1999, apud Gonçalves 2004, p.2)”,

historicamente o termo capital de giro teve origem com os antigos mascates

(vendedores ambulantes), que carregavam suas carroças com mercadorias e

percorriam suas rotas vendendo seus amigos. A mercadoria era chamada de capital

de giro porque era o que mascate vendia ou girava para produzir seus lucros. A

carroça e o cavalo eram seus ativos permanentes e estes eram financiados com

Page 89: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

88

recursos próprios, mas o capital para aquisição da mercadoria eram provenientes de

empréstimos. Esses recursos chamados de empréstimos de capital de giro tinham

de ser restituídos a cada viagem, para demonstrar ao banco que o crédito concedido

era sábio. Se o mascate conseguisse pagar o empréstimo, o banco concedia outro,

esse procedimento era dotado com práticas bancárias idôneas.

O capital de giro (ativo / circulante) é fundamental para administração

financeira de qualquer organização devido à necessidade de recuperar os custos e

despesas gerados durante seu ciclo operacional, possibilitando a obtenção do lucro

desejado hoje (2001, p.109).

É o capital que possibilita a realização das atividades normais da empresa.

Corresponde, assim dos luxos de caixa disponíveis para liquidação de obrigações,

aos saldos bancários, representados pelo dinheiro em caixa, e aos estoques de

mercadorias, recursos, esses que toma o nome de ativo circulante. (site fortunecity).

A ADEMPE (1997, p.130), faz uma analogia comparativa do termo capital de

giro e sua importância para uma empresa: É como a rotação do motor de um carro.

Quanto mais giros tiver o motor, mais potência tem. Quanto menos giros tiver o

motor menos potencia tem; ou deseja quanto mais capital (dinheiro) girar a empresa,

mais potencial tem, e quanto menos capital (dinheiro) girar a empresa, menos

potência tem e quanto menor capital (dinheiro) gerar a empresa, menos potência

tem.

Para ASSSAF e MARINS (1986, p. 53), capital circulante identifica os

recursos que giram (ou circulam várias vezes em determinado período), ou seja,

corresponde a uma parcela de capital aplicada pela empresa em ciclo operacional

caracteristicamente de curto prazo, a qual assume diferentes formas ao longo de

seu processo produtivo e venda.

Então pode-se entender capital de giro com o capital que gira dentro da

empresa transformando seu estado patrimonial com reflexo contábil, e a cada

mutação dentro do ciclo operacional há um acúmulo monetário em receptação do

seu valor inicial.

Gonçalves (2004, p.2) assevera que “Muitas são as definições que envolvem

o capital de giro, indo de exemplos simplistas, pagando por algumas tecnicamente

mais em elaboradas, até desaguar em conclusões mais esdrúxulas.

Page 90: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

89

7.1 ATIVO CIRCULANTE

Afirma LEITE (1994), o ativo circulante é a soma das representações dos

direitos de liquidez imediata da empresa. “E tem sua composição formada por:

disponível, que representa o montante das contas de caixas e banco, recursos de

utilização imediata de acordo com as necessidades da empresa”. Contas a receber

são saldo de contas originais das vendas e aprazo de produtos e/ou serviços.

Aplicações são saldos de recursos empregados em capitalizações financeiras de

custo prazo. Estoques são rubricas onde estão contabilizadas as mercadorias

destinadas à venda ou consumo interno (matéria-prima) em determinada data.

Compreende também produtos em elaboração, embalagens, almoxarifados em

geral. Despesas antecipadas, são dispêndio já desembolsados mais ainda não

reconhecidos no exercício imediatamente posterior, ou seja, na data do balanço

subsequente.

7.2 PASSIVO CIRCULANTE

Forma o saldo das obrigações assumidas pela empresa. Fornecedores

considerados não onerosos, que são compromissos perante aquisição de

mercadorias e/ou matérias-primas em datas consideradas financiamentos e/ou

empréstimos considerados onerosos, reúnem encargos assumidos perante bancos e

outras instituições financeiras. Contas a pagar são promessas assumidas que não

se enquadram em fornecedores e/ou financiamentos, receitas antecipam são

receitas já recebidas mas que foram escrituram em lucros ou perdas por não ter sido

efetiva a entrega da mercadoria gerada da transação e que podem ser exigidas pelo

cliente em caso de cancelamento.

Ainda compõem o passivo circulante as rubricas, salários, encargos sociais a

pagar, impostos a recolher e outras obrigações provisionais.

Page 91: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

90

7.3 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO (ATIVO CIRCULANTE)

Segundo Archer, Choate e Racette (1969, p. 573),“Administração do capital

de giro é o processo de planejamento de controle de nível e da composição ativos e

passivos circulantes da empresa especificamente, a administração do capital de giro

exige que o administrador financeiro decida qual o montante caixa, outras aplicações

imediatas, contas a receber e estoque que a empresa deverá manter em

determinado momento. Além de decidir como estes ativos correntes serão

financiados”.

Para Assaf Neto e Silva (1997, p. 14), “A administração do capital de giro

constitui-se num conjunto de regras que tem por objetivo a preservação da saúde

financeira da empresa”.

Pesquisas têm evidenciado que mais da metade do tempo gasto por um

executivo financeiro, concentra-se na administração do capital de giro.

As obrigações assumidas de curto prazo são previsíveis, mas as entradas de

caixa originais das atividades das atividades de produção, vendas e cobranças para

cobertura desses encargos não são, é dependente do montante das vendas e

conjuntas econômicas.

A importância e o volume do capital de giro para uma empresa são

determinados principalmente pelo volume de vendas, o qual é lastreado pelos

estoques, valores a receber e caixa: sazonalidade dos negócios que determina

variações nas necessidades de recursos ao longo do tempo; fatores cíclicos da

economia, com recessão, comportamento do mercado, etc, tecnologia,

principalmente aplicada aos custos e tempo de produção, e políticas de negócios

centrados em alterações nas condições de venda crédito, produção, etc. O nível de

capital de giro disponível de uma empresa influência diretamente a sua líquez e

rentabilidade. (Assaf Neto e Silva, p.13).

A falta de instantaneidade e sincronização entre as atividades básicas

acarreta indeterminação e risco na transformação dos estoques em duplicatas a

receber oriundas das vendas a prazo na conversão em numéricos. Então esse

descompasso entre os pagamentos e recebimentos deverá ser monitoradas e

administradas pelo CCL (Capital Circulante Líquido).

Administração do capital de giro é um dos aspectos mais importantes da

administração financeira e que é preciso que se mantenha um nível adequado desse

Page 92: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

91

recurso, pois os ativos circulantes de uma empresa podem ser suficientes para

cobrar os passivos circulantes, de tal forma que um nível aceitável de capital

circulante líquido seja mantido. (Gitman, 1987, p. 279).

7.4 CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO

O Capital circulante líquido (CCL) é determinado pela diferença entre o ativo

circulante e o passivo circulante, que evidencia a capacidade de gerenciamento nas

relações com fornecedores e clientes. Podendo também mostrar a relação entre

empréstimos e financiamentos a longo prazo e o patrimônio líquido.

O capital de giro líquido reflete a folga financeira da empresa e representa o

volume de recursos de longo prazo (exigibilidade e patrimônio líquido). Que se

encontra financiado os ativos correntes (de curto prazo). Assaf Neto, 1997. p. 16).

De acordo com Sanvicente (1987, p.120), mais simplista, “capital de giro

líquido resulta da subtração de todos os compromissos a curto prazo da empresa

para os fornecedores, funcionará, etc.”

Algebricamente temos a expressão abaixo:

CCL= Ativo Circulante – Passivo circulante.

CCL= (Patrimônio líquido – exigível a longo prazo) – ( Ativo permanente + realizável

a longo prazo).

Uma empresa deve manter um estado de liquidez para promover a cobertura

de dívidas de curto prazo em vencimentos próximo. Caso não administre

corretamente os itens que fazem parte do capital de giro, poderá leva-la a uma

situação de insolvência.

Adverte Longenecker et al (2007, p. 185) que, “A necessidade de uma

liquidez adequada em pequenas empresas merece ênfase especial. Uma fraqueza

comum em financiamento para pequenos negócios e um investimento

desproporcionalmente pequeno em ativos líquidos. Torna-se muito dinheiro preso a

ativos que são difíceis de converter em caixa”.

Guitman, (2002, pág 467) define “capital líquido a diferença entre ativos

circulantes e passivos circulantes da empresa ou alternativamente, a parcela de

Page 93: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

92

ativos circulantes financiados por recursos a longo prazo, podendo ser positivo ou

negativo”.

Segundo Mathur (1985, p. 87), “capital circulante líquido é a diferença entre

os ativos circulantes e passivo circulante, ou entre o capital permanente e o ativo

permanente, e que pode ser considerado como a aplicação consciente dos recursos

da empresa em ativos circulantes para gerar vendas”.

Quando o valor do ativo circulante excede o valor do passivo circulante,

AC>PC, significa que a empresa possui capital circulante líquido positivo, denotando

uma situação financeira favorável. Representa a parcela dos ativos circulantes da

empresa financiada com recursos a longo prazo (exigível a longo prazo = patrimônio

líquido) os quais superam as necessidades de financiamentos dos ativos

permanentes.

Quando o valor do ativo circulante for menor do que o valor do passivo

circulante, AC<PC, indica que a empresa possui capital circulante líquido negativo,

evidenciando uma situação financeira desfavorável. Mostra que a parcela dos ativos

permanentes da empresa seta sendo financiada pelos passivos circulantes (curto

prazo) evidenciando uma situação de risco.

A postura regular das empresas deverá está voltada para o financiamento do

seu permanente (bens e direitos) de uso da empresa com fundos de longo prazo.

Também deve ser observado que um capital circulante líquido muito alto

reflete que o financiamento de parte do ativo permanente essa líquido financiado

com recurso a longo prazo, mas gera custos criando a probabilidade de mais

dificuldades futuras.

Afirma Gitman (2002), “quanto maior o capital circulante líquido (CCL) de uma

empresa (ativos circulantes menos passivos circulantes), menor será sua

lucratividade, no entanto, menor será a possibilidade dela não saldar as obrigações

do vencimento. Por outro lado, quanto menor o capital circulante líquido (CCL),

maior será a lucratividade da empresa, e menor será o risco da empresa não ser

capaz de pagar suas obrigações no vencimento”.

Isso significa que quanto maior a cobertura de suas obrigações de curto prazo

estará a empresa mais apta a saldar seus compromissos nos vencimentos. Essa

consequência resultado da transformação de estoques para créditos a receber

permitindo disponibilidades para saldar compromissos.

Page 94: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

93

7.5 CAPITAL DE GIRO PERMANENTE E VARIÁVEL.

O capital de giro pode ser apresentado de duas formas: fixo (permanente) e

variável (sazonal).

O capital de giro variável pode ser classificado pela necessidade

complementar de recursos em certos períodos, provocado compras estoques

antecipadas para épocas comemorativas, lentidão no recebimento das vendas.

Segundo Assaf Neto (1997, p.18), “adota-se ainda, para a análise da situação

financeira de uma empresa o conceito de capital de giro próprio; Apurado pela

diferença entre o patrimônio líquido e o ativo permanente mais o realizável a longo

prazo”.

Capital de giro próprio = PL – Ativo permanente – realizável a longo prazo).

Esta medida identifica os recursos próprios da empresa financiando suas

atividades.

7.6 CONTAS A RECEBER

O montante a receber está vinculado ao modelo de crédito promovido pela

empresa. Sua forma sua política na concessão de crédito é muito importante. Uma

postura flexível atrairá mais clientes e as vendas crescerão aumentando os lucros.

A desvantagem dos padrões de crédito flexível é a possibilidade de

inadimplência e os custos da cobrança adicionais.

Afirma Gropelli (2005, p. 45) “o benefício de reduzir os padrões de crédito é o

lucro das vendas adicionais; os custos são os débitos incobráveis adicionais e os

custos maiores de financiamentos de novas contas a receber. O benefício a

elevação dos padrões de créditos são a redução das dívidas incobráveis e dos

custos de financiamentos das contas a receber; o custo é a redução dos lucros

sobre as vendas”.

Page 95: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

94

Segundo Sanvicente (1997), as rubricas que compõem a conta contas a

receber são: contas correntes, formada pelos clientes contínuos da empresa, que

realizam pagamentos em intervalos regulares; crédito parcelado, refere-se a vendas

com planos de pagamentos diferenciados contrato de venda e prazo ou venda

adicional, estão incluídos vendas de bens e serviços (encomendados previamente,

em execução ou em fase de instalação) acordados por pagamentos parciais (antes,

durante ou após, instalação).

7.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE

A manutenção de estoques gera custos.

Para Weston (2000, p. 34) “para manter um estoque de R$ 100,00 por ano, a

empresa tem um custo de 25 a 30% sobre esse valor.

Nas empresas comerciais, os estoques são compostos de mercadorias para

revenda. Nas empresas indústrias compõem em matéria-prima, produtos em

elaboração, materiais de consumo, materiais de embalagem e produtos acabados.

Nas empresas de prestação de serviços os estoques são representados pelos

materiais de consumo e de almoxarifado.

A atribuição dos administradores é garantir que o estoque esteja em grau

suficiente de modo a não interromper o processo de produção.

O capital de giro investido em estoque tem custo financeiro que afetará o

resultado econômico da empresa. A sua manutenção deverá ser em níveis que não

entrave o processo operacional.

Conforme Gitman (2000, p. 486), “estoques são ativos circulantes necessários

que possibilitam o funcionamento dos processos de produção e vendas de uma

empresa”.

Page 96: Monografia Carlos Webster Camara Brasil

95

7.8 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA

O caixa é a área por onde transita todos os recursos de uma empresa. Um

gerenciamento eficiente do caixa contribui para maximização do seu lucro.

Afirma Gitman (2002, p. 467), “o caixa é a moeda corrente a qual todos os

ativos líquidos podem ser convertidos”, ou seja, é a fonte pagadora de todas as

áreas de uma empresa.

Brom e Balian (2007, p. 55) endossam, “ a gestão do capital de giro é de

fundamental importância, pois o caixa referente o que ocorre na organização, como

sua capacidade de pagar obrigações em dia e de gerar retorno dos acionistas?

“O caixa é o óleo que lubrifica as rodas dos negócios. Sem um óleo

adequado, as máquinas rangem até parar, e o mesmo acontecerá com uma

empresa sem um nível de caixa adequado. No entanto, a disponibilização de caixa

sai caro, já que este é um ativo que não a lucro; uma empresa que mantenha caixa

além de suas necessidades mínimas está reduzindo seus ganhos potenciais.”

(Weston; Brigham, 2000, p. 87).

O propósito a administração de caixa é minimizar gastos e manter suas

atividades empresariais, mantendo créditos, obter descontos e auxiliar em

necessidades imprevistas.

O capital de giro é fluxo necessário que alavanca a maximização do lucro da

empresa. É a reserva financeira que visa manter o equilíbrio econômico da

organização.

Sua administração é de vital importância, pois soluciona disfunção financeira

que poderia levar a empresa a um estado de insolvência.

7.8.1 Efeito Tesoura

O efeito tesoura (ET) ocorre quando o valor do capital de giro líquido (CGL)

excede a necessidade de capital de giro (NCG), evidenciando o descontrole no

crescimento das fontes onerosas de curto prazo e consequentemente saldos

negativos crescentes de tesouraria. Definimos saldo de tesouraria (ST) a diferença

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entre as contas de ativos circulantes e passivos circulantes que não tem relação

com as atividades operacionais da empresa. Resumindo, é a diferença entre o ativo

circulante financeiro e o passivo circulante financeiro.

ST = ACF - PCF

O saldo de tesouraria (ST) positivo indica disponibilidade de recursos que

podem ser capitalizados em aplicações de mercado para serem utilizados de acordo

com as necessidades rotineiras da empresa. Se apresentar saldo negativo, significa

dependência de fontes de recursos onerosos (empréstimos) de curto prazo. Nessa

condição a empresa expõe sua estrutura de capital pela necessidade de recursos

para superar a capacidade de capital de giro, gerada pela falta de controle na gestão

das finanças. Financiar a operacionalidade da empresa com recursos de curto prazo

é suicídio premeditado que levará a insolvência.

Ora, aumentando seu endividamento de curto prazo, haverá acréscimo de

despesas financeiras e com isso um abatimento significativo no resultado da

empresa e consequentemente uma redução no capital de giro com reflexos diretos

no patrimônio líquido.

Quando em uma série de exercícios sociais seguidos o saldo de tesouraria

apresentar-se negativo, evidencia que a empresa esta trabalhando para um estado

de insolvência (over trade) por suprir sua escassez de capital de giro recorrendo

sistematicamente à empréstimos.

Para avaliar a possibilidade de ocorrência do efeito tesoura o indicador

NCG/vendas x 360 mensura quantos dias a empresa vender para obter os recursos

necessários ao seu capital de giro.

7.9 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG)

O incremento das vendas requer a necessidade de investimentos. Então

definimos a necessidade de capital de giro como a diferença entre as aplicações

cíclicas (somatório das contas duplicatas a receber, estoques, adiantamentos a

fornecedores mercadorias em trânsito, despesas antecipadas, importação de

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matéria-prima) e as fontes cíclicas (somatório das contas fornecedores, salários a

pagar, comissões, encargos sociais - INSS, FGTS), imposto de renda sobre folha de

pagamento, contas a pagar (água, energia, aluguel, telefone, etc), impostos a pagar

,adiantamentos a clientes. Essas fontes e aplicações estão ligadas as atividades da

empresa.

Sua análise dar-se-á pela expressão abaixo indicando duas situações:

a) Se NCG Positivo: Significa que a empresa necessita de capital de giro que

poderá ser suprida junto aos proprietários ou a terceiros.

b) Se NCG Negativo: Mostra que a empresa dispõe de recursos de sobra, isto é,

possui uma folga financeira para financeira para seu capital de giro.

O aumento da necessidade de capital de giro pode ocorrer em períodos de

crescimentos de vendas como também em tempos de desaquecimentos de vendas,

podendo existir nesses períodos saldos de tesouraria negativo se não houver

crescimento do capital de giro na mesma proporção, ou seja, financiar a maior parte

das necessidades de capital de giro através de recursos de curto prazo.

Os problemas mais comuns que obrigam as empresas a recorrerem a

recursos onerosos para servir de capital de giro, destacam-se:

• Má administração do circulante

• Não prevenção da sazonalidade das vendas

• Período muito dilatado do ciclo operacional e ciclo financeiro

• Aumento excessivo da inadimplência

• Juros elevados dos empréstimos contratados.

Exemplo:

Calcular a necessidade de capital de giro, o capital de giro líquido e o efeito

tesoura com base no balanço patrimonial abaixo:

ATIVO PASSIVO

Caixa 100 Fornecedores 1.000

Bancos 900 Salários a pagar 2.000

Aplicações Financeiras 2.000 Encargos a pagar 1.000

Contas a receber 3.000 Impostos e Taxas 1.000

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Estoques 3.900 Empréstimos 2.000

Outros valores a receber 100 Exigível a Longo Prazo 4.000

Realizável a longo prazo 2.000 Capital 7.500

Investimentos 2.000 Reservas 500

Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500

Total do Ativo 19.500 Total do Passivo 19.500

BALANÇO PATRIMONIAL RECLASSIFICADO

ATIVO PASSIVO

Ativo Flutuante 3.000 Passivo Operacional 5.500

Caixa 100 Fornecedores 1.000

Bancos 900 Salários a pagar 2.000

Aplicações Financeiras 2.000 Encargos a pagar 1.000

Impostos e Taxas 1.000

Ativo Operacional 7.000

Contas a receber 3.000 Passivo Flutuante 2.000

Estoques 3.900 Empréstimos 2.000

Outros valores a receber 100

Passivo Permanente 12.500

Ativo Permanente 1.500 Exigível a Longo Prazo 4.000

Realizável a longo prazo 2.000 Capital 7.500

Investimentos 2.000 Reservas 500

Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500

Total do Ativo 19.500 Total do Passivo 19.500

a) Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da

empresa que defendem das características de seu ciclo operacional.

Ex-duplicatas a receber, estoques, outros valores a receber que possuem natureza

permanente.

b) Ativo Flutuante (AF) – tem sua natureza transitória e de curtíssimo prazo.

Ex: Caixa, Banco, Aplicações Financeiras.

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c) Passivo Permanente- (PF) – formado por contas de longo prazo figura a fonte

permanente de recursos financeiros da empresa. É a forma do exigível a

longo prazo com patrimônio líquido.

d) Passivo Operacional (PO) – descreve as contas vinculadas ao ciclo

operacional das empresas.

Ex: Fornecedores, Salários, encargos, Impostos e Taxas e outras contas a pagar.

e) Passivo Flutuante (PF) – Apresenta as contas de curtíssimo prazo que não

tem vinculação direta com as operações da empresa.

Ex: Empréstimos, Financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo.

1) Cálculo da necessidade de capital de giro

NCG = 40 – PO

NCG = 7.000 – 5.000

NCG = 2.000

2) Cálculo do capital de giro líquido (CGL)

CGL = PP – AP CGL = AC - PC

CGL = 13.000 – 10.000 OU CGL = 10.000 – 7.000

CGL = 3.000 CGL = 3.000

3) Cálculo do efeito tesoura

ET = CGL – NCG ET = AF - PF

ET = 3.000 – 2.000 OU ET = 3.000 – 2.000

ET = 1.000 ET = 1.000

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8 CONSIDERAÇÕIES FINAIS

O presente trabalho tem por finalidade apresentar os aspectos significativos

de analises de informações financeiras e os investimentos necessários que

possibilitam avaliações continuas de projetos de investimentos que visam a

maximização dos lucros no cotidiano da administração financeira.

A concorrência globalizada e ás flutuações do mercado tem exigido das

empresas mecanismos eficazes de consideração objetiva sobre as reais condições

que possibilitem investimentos com retornos voltados as expectativas de seus

acionistas.

Tais aspectos têm forçado as organizações empenhos contínuos em esboçar

procedimentos estratégicos e protótipos de gestão no intuito de obterem a

compreensão das alterações do mercado e das diretrizes práticas de redução de

custos que promovam a criação de riqueza com relação ao capital investido.

O lucro contábil tornou-se arcaico por não fornecer informações precisas de

uma taxa de retorno de investimento que exceda a taxa do custo de oportunidade.

Já o EVA (Valor Econômico Agregado) é capaz de produzir dados que visualizam

ganhos econômicos favoráveis e se os recursos estão sendo bem conduzidos.

Essas novas necessidades exigem das organizações maior produtividade

com qualidade, eliminando qualquer forma de desperdícios, por isso, é indispensável

a geração de informações em suas decisões de investimentos.

Uma gestão eficiente do capital de giro permitirá um monitoramento das

disponibilidade, possibilitando a empresa uma dimensão financeira mais elástica

diante das turbulências do mercado e das crises mundiais mantendo-se na trilha da

competitividade e do crescimento por agregar valor de mercado.

O MVA (Valor de Mercado Agregado) é uma grandeza de aferição que exibe

informações de riqueza em dinheiro considerando todas as aplicações o que torna

possível avaliar se a empresa criou ou destruiu valor.

O valor presente líquido (VLP) contempla os fluxos de caixa futuros e o custo

de capital empregado, onde indica se houve aumento do valor da empresa e que

tem reflexos diretos na maximização de riqueza dos acionistas/proprietários,

proporcionando um cenário futurístico permitindo tomadas de decisões antecipadas

quer nos recursos excedentes ou escassos. As previsões distorcidas dos fluxos de

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caixa geram insuficiência de recursos para abastecer o capital de giro, causando

como consequência falta de lastro financeiro em casos de dificuldades.

A estrutura de capital reflete a composição das fontes de financiamentos.

Qual o mais vantajoso para organização, o capital de terceiros ou capital próprio? O

endividamento deve ser uma procuração diária, pois quanto maior o retorno, maior

será o risco e uma decisão errada nesse quesito pode levar a empresa ao estado de

insolvência.

O método Payback descontado representa o período de recuperação do

investimento inicial para que o fluxo de caixa cubra o montante investido, pois

considera o valor do dinheiro no tempo, por isso, atualizamos os fluxos de caixa a

uma taxa do mercado financeiro no valor presente para depois calcular o período de

recuperação. Significa dizer que em quanto tempo o capital investido é coberto e a

empresa passa a gerar lucro.

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma taxa que depende somente dos fluxos

de caixa projetados, Remunera o investimento e torna nulo o VPL (Valor Presente

Liquido) dos fluxos de caixa, e deve ser maior que o custo de oportunidade para que

o projeto seja aceito.

A tomada de decisão envolvendo investimentos de uma empresa é

necessário um conjunto de informações aliadas à técnicas de analises que oferece

uma base que facilita a aplicação de ativos com menor risco. Todas as técnicas são

importantes, pois possibilita a visualização de cenários até formatar um todo. Os

riscos e as incertezas se apresentam como muitas variáveis que a razão reclama a

prudência, precisando ser medidas e ponderadas.

Segundo Brealy e Myers(1995, p. 229), “Se as decisões de hoje afetarem o

que pode ser feito amanha, então, as decisões de amanha têm que ser analisadas

antes. Chama-se arvore de decisão, quando um projeto envolve decisões

seqüenciadas que depende de decisão atual”.

Como observamos, embora existirem várias técnicas e critérios que auxiliam

no processo decisório para futuros investimentos, todas contribuem com uma

parcela formando um todo que ser de base para a tomada de decisão.

A evolução tecnológica intensificou o volume de informações com extrema

velocidade que foi necessário criar mecanismos (técnicas) que acompanhassem o

comportamento do mercado financeiro e traduzissem esses dados em subsídios

analíticos que pudessem favorecer as empresas na adoção de postura pró-ativa.

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Com isso, as organizações foram convertidas em métodos mais dinâmicos

propiciando um crescimento ajustado.

Em uma economia de processos variáveis, se torna cada vez mais

impreterível a necessidade de uma busca por uma melhor qualificação nas diretrizes

gestoras das organizações, desde as ações administrativas e operacionais até os

seus reflexos. Em uma ambiente volátil, a flexibilização em suas ações pode

desencadear uma maior adaptabilidade e agilidade as mudanças com transparência

para se conservar competitiva no mercado.

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