monografia concluida PATRICIA 28062011

Embed Size (px)

Citation preview

9

1 INTRODUO

Desde os mais remotos tempos os homens sempre procuram interagir com os outros para forma grupos sociais adotando a linguagem como forma de interao a linguagem, que segundo estudiosos surgiu inicialmente de forma oral. Em conseqncia da evoluo da humanidade, o homem precisou ampliar sua forma de comunicao que evoluiu de desenhos rupestres at a escrita e leitura atuais. Com o surgimento da leitura e da escrita, o homem ampliou com a linguagem surgiram escrita e a leitura. Diante destes fatos, percebe-se a importncia social da leitura, bem como a responsabilidade da escola de formar alunos leitores capazes interagir com o mundo que os cerca. Por isso, a formao do leitor literrio deve ser uma das grandes preocupaes dos professores de lngua portuguesa e de todos que iro fazer com alunos entrem em contatos com os livros de literatura. Na sociedade atual, v-se a escola como a principal responsvel capazes de fazerem leituras voluntrias. Esta pesquisa tem por objetivo investigar a importncia do texto literrio na formao de leitores proficientes e crtico em promover o contato dos alunos com os livros para formar leitores autnomos e

2 PERCURSO METODOLGICO

2.1 TIPO DE PESQUISA Para se atingir o objetivo da pesquisa foram realizadas Pesquisas bibliogrfica e de campo. A primeira do tipo bibliogrfico-exploratria. Segundo Lakatos e Marconi (2005, p. 138), A pesquisa exploratria avalia a possibilidade de se desenvolver um estudo indito e interessante, sobre uma determinada temtica. Sendo assim, este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito. De um modo geral, esta pesquisa constitui um estudo preliminar ou preparatrio para outro tipo de

10

pesquisa. Embora o planejamento da pesquisa exploratria seja bastante flexvel, quase sempre ela assume a forma de pesquisa bibliogrfica ou de estudo de caso. Quanto pesquisa bibliogrfica, Lakatos e Marconi (2005, p. 140), afirmam que ela procura explicar um problema a partir de referncias tericas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou, tambm, como parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando feita com o intuito de recolher informaes e conhecimentos prvios acerca de um problema para o qual se procura resposta ou acerca de uma hiptese que se quer experimentar. Em ambos os casos, buscam-se conhecer e analisar as contribuies culturais ou cientficas existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. A pesquisa bibliogrfica abrange toda a bibliografia j tornada pblica em relao ao tema de estudo, desde publicaes avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartogrfico e meios de comunicao como rdio, gravaes em fita magnticas e audiovisuais. Escolheu-se a pesquisa quantitativa porque ela permite realizar projees para a populao representada, alm de testar, de forma precisa, as hipteses levantadas para a pesquisa e fornecer ndices que podem ser comparados com outros. 2.2 CAMPO DA PESQUISA O estudo foi desenvolvido em uma escola da Rede Pblico Estadual, no municpio de Floriano Piau. A seleo desta escola se deu em funo da facilidade do acesso, para que no momento da coleta de dados no houvesse dificuldades maiores para as pesquisadoras. Por questes ticas a identificao referida escola ser preservada.

2.3 SUJEITOS DA PESQUISA Foram entrevistados 08 professores, de vrias disciplinas.

2.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

11

Os dados sero coletados, atravs de uma pesquisa quantitativa com a aplicao de um questionrio, constitudo pelas seguintes variveis: tempo de magistrio, frequencia com que feita leitura com os alunos, importncia da leitura para o professor, dentre outros.

3 AS CONCEPES DE LEITURA

Para melhor compreenso deste trabalho, faz-se necessrio apresentar algumas consideraes sobre linguagem para em seguida discorrer-se sobre leitura, na concepo de alguns autores, bem como suas definies. Antes de se apresentar estas definies ser apresentada a origem desta palavra, pois entendemos facilitar a compreenso do trabalho. Aprofundando essa questo, a palavra "ler", originria do latim, legere, significa decodificar qualquer obra submetida ao olhar, percorrida em toda sua extenso pela vista, atribuindo-lhe sentido. Sabe-se que a linguagem fundamental para a vida do homem. Pois o mesmo um ser social e serial impossvel a vida em sociedade sem comunicao.

12

Entende-se por linguagem qualquer sistema de sinais ou signos1 que serve de meio de comunicao de ideias ou sentimentos. Segundo Castanheira (2001)

A linguagem est onde o homem est pela necessiade de interagir, de trocar, de comunicar. Somo seres linguageiros. As narrativas, principalmente, marcam a histria da humanidade, possibilitando que cada nova gerao conhea a Histria e as histrias das outras geraes que a antecederam. Orais e escritas, as narrativas compem um acervo de conhecimentos rico e culturalmente diverso.

A linguagem, nas modalidades oral e escrita est inserida na vida do homem, pois a todo momento ele precisa interagir com o meio em que vive. Atravs dela o homem aprende e constri sua histria. O desenvolvimento do ser humano vai se marcando atravs dos tempos pelas suas descobertas, invenes, criaes de vrios tipos e tambm, por necessidades que vo se definindo em funo das mudanas de vida geradas por aquelas descobertas, invees e outras aes humanas. Assim, percebe-se que o conhecimento da linguagem escrita fundamental, pois todos, sem execo, tm direito de conhecer os conhecimentos acumulados historicamente e de conhecer os contexto em que foram produzidos. Um dos grandes marcos da histria da humanidade, na concepo de Castanheira (2001) foi a inveno da escrita, que ao longo dos dos sculos, foi sendo aperfeioada e recriada. De acordo com esse autor,O uso e funes para a escrita foram variando e acompnhando as necessidades do homem de registrar suas memrias, alcanar mundos no alcanados anteriormente pela palavra oral, veicular ideias e criar novas realidades. Ao longo do tempo, do mesmo modo, os conhecimentos foram se especificando, definindo-se por reas e, em sonsequncia, deteminando novos modos de escrever e de registrar esses diferentes domnios do saber: O suporte escrita foram sendo ampliados e, consequentemente, o o processo de leitura teve que segui-lo, para que houvesse melhor compreender os enunciados escritos.

Aprender a ler e escrever demanda conhecer, no s vrios assuntos, mas tambm saber registr-los de forma socialmente legitimada e valorizada. Neste sentido, Soares (2005) comenta que nossa tradio tem sido um preocupao intensa com a mecnica da escrita, isto p, com a anlise da lngua e com o

1

Segundo, Fiorin (2002) so entidades em que sons ou sequncias de sons - ou as suas correspondncias grficas - esto ligados com significados ou contedos.

13

desenho e soletrao das palavras. O letramento est associado aos muitos conhecimentos que se desenvolveram a partir da escrita e com a escrita. O trabalho com a linguagem na escola, segundo Chau (1980), deve privilegiar a leitura e a discusso sobre as vrias possibilidades de falar e escrever um texto, dependendo do contexto, do objetivo do texto e de quem vai receb-lo. Aps as discusses apresentadas, oportuno apresenta a leitura na concepo de alguns autores. Segundo Caldas Aulete, a ao de conhecer, interpretar, perceber, deduzir, decifrar, rever, inteirarse de smbolos, pronunciar as letras do alfabeto juntas e assim decodificar a palavra escrita, interpretando tudo aquilo que passvel do ato da leitura e est sujeito compreenso do homem.

Na concepo de Souza (2002, p. 22)

"Leitura , basicamente, o ato de perceber e atribuir significados atravs de uma conjuno de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstncias. Ler interpretar uma percepo sob as influncias de um determinado contexto. Esse processo leva o indivduo a uma compreenso particular da realidade".

Pelas definies apresentadas, observa-se que o Caldas Aulete define leitura de forma mais completa, pois sua definio se estende desde pronunciar as letras do alfabeto passando por, interpretar determinado texto. Complementando esta definio, Aguiar (2004, p. 45), considera

A leitura como uma atividade de associao lgica, ou seja, ler, no apenas decifrar pensamentos, mas perceber a associao lgica dos fatos, o encadeamento dos pensamentos, as relaes entre eles e, o que mais importante, assimilar as idias e as intenes do autor, relacionar o que foi apreendido com os conhecimentos anteriores sobre o assunto, tomando posies com esprito crtico, e utilizar os contedos ideativos adquiridos em novas situaes.

Entende-se que o leitor deve possicionar-se frente ao texto associando-o a sua realidade e a conhecimentos anterios, somente assim, ele se tornar um leitor crtico. Para Kuenzer (2002,p 101) ler significa em primeiro lugar, ler criticamente , o que quer dizer perder a ingenuidade diante do texto dos outros, percebendo que

14

atrs de cada texto h um sujeito, com uma prtica histrica, uma viso de mundo (um universo de valores)uma inteno. De acordo com autora , ser ler , o leitor explorarar texto em todo os sentidos, deixando de lado a mera numerao de caractriscas do texto, o leitor ser um sujeito ativo, particinpando ativamente da construo do sentido do texto, usando todos os seus conhecimentos como cidado. Segundo Kleiman (1998, p61 ) o ensino da leitura um empreendimento de risco se no estiver fundamentado numa concepo terica firme sobre os aspectos cognitivos envolvidos na compreenso de texto. Tal ensino pode facilmente desembocar na exigncia de mera reproduo das vozes de outros leitores, mais experientes ou mais poderosos do que o aluno.

De acordo com autora , o leitura para ser ensinada com valor significativo, preciso que o mediador tenha embasamento em uma concepao de leitura bem definida, podendo desta forma reproduo . proporcianar ao educando uma experiencia de leitura prazerosa , deixando de lado o uso do texto como mera

3.1 A FUNO SOCIAL DA LEITURA

A leitura deve ser feita de forma atrativa, prazerosa para que se torne um hbito contnuo entre os educandos, pois ela desenvolve o intelectual do inivduo, aproximando e melhorando sua relao com o meio externo. Entretanto mesmo que os alunos estejam em contato com a leitura, ou seja, rodeado pelo mundo da leitura, muitos deles no se interessam sem incentivo, com isso eles acabam presos dento de si mesmo com medo de tudo que os cercam. O que deve ser feito de imediato apresentar a leitura para a criana antes mesmo dela entrar na escola, pois os primeiros contatos da criana com a leitura so de fundamental relevncia para seu desenvolvimento transformando assim as crianas em leitores assduos. Neste sentido, Freire (1983, p. 2) afirma queA leitura do mundo precede a leitura da palavra, da que a posterior leitura desta no possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreenso do texto a ser

15

alcanada por sua leitura crtica implica a percepo das relaes entre o texto e o contexto.

Das palavras deste autor, entende-se que atravs do conhecimento o leitor pode construir esquemas e inferir sobre o que se encontra explcito no texto e at antecipar acontecimentos Contudo, necessrio que as prticas pedaggicas trabalhem nesse sentido satisfazendo as reais necessidades das crianas, fazendo com que as atividades e os projetos relacionados leitura proporcionem o bom desempenho dos educandos. Sabe-se que o homem um ser social e a comunicao o meio que permite este convvio. O processo teve incio com a comunicao verbal, no decorrer do tempo o homem desenvolveu sinais que tambm permitiam comunicao. Estes sinais evoluram at chegar o que conhecemos hoje como escrita. Segundo o Dicionrio Aurlio (2001, p 283) escrita a representao de palavras ou idias por sinais. 2. Grafia. Ato de escrever. Aquilo que se escreve. O mesmo dicionrio (p. 422) define leitura como: Ato, arte ou hbito de ler. Aquilo que se l. Operao de percorrer, em meio fsico, sequncias de marcas codificadas que representam informaes registradas e reconvert-las forma anterior. Pelas definies apresentadas pelo Aurlio, percebe-se que a escrita tambm uma forma de codificar, pois a leitura reconverte as marcas codificadas e as reconverte forma anterior. A comunicao, tanto escrita como oral, utilizada em todos os momentos da vida humana. Por se tratar de leitura, este trabalho voltar apenas para a comunicao escrita. No que tange leitura, percebe-se que ela existe em vrias modalidades. Cabe ao leitor escolher aquele que melhor se adeque sua necessidade. No tocante, vida social do homem, a leitura um dos meio atravs do qual o homem inserido no meio social. A falta de leitura um meio de excluso. Esta excluso acontece de forma total, pois sem leitura quase impossvel se deslocar nas grandes cidades. Quanto ao campo de trabalho, s pessoas iletradas resta apenas empregos em reas com os salrios mais baixos. De acordo com os PCN (1997), o domnio das lnguas oral e escrita fundamental para a participao social efetiva, pois por meio dela que o homem se

16

comunica, tem acesso informaes, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constri vises de mundo, produz conhecimentos. Por isso ao ensin-las a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes lingusticos necessrios para o exerccio da cidadania, direito inalienvel de todos. Neste sentido, a escola pode, segundo os PCNs (1997) selecionar textos que por suas caractersticas e usos podem favorecer a reflexo crtica, o exerccio de formas pensantes mais elaboradas e abstrata, bem como a fruio esttica dos usos artsticos da linguagem, ou seja, os mais vitais para a plena participao numa sociedade letrada. Freire (2003) complementa que por meio da leitura, alm de adquirirmos mais conhecimento e cultura, o que nos fornece maior capacidade de dilogo e nos prepara melhor para atingir s necessidades de um mercado exigente, conhecermos mais do mundo em que experimentamos novas experincias, ao

vivemos e tambm sobre ns mesmos, j que ela nos leva a reflexo.

3.2 MODALIDADES DE LEITURA Como se sabe, a leitura no surge de forma espontnea como algumas de nossas faculdades. Para que isso acontea, necessrio tempo, exerccio e dedicao disciplinada. Seu desenvolvimento processual, constante e crescente; considera algumas etapas e segue uma delineao individual. Por ser individual, acredita-se que vrias modalidades de leitura. Segundo Bamberger (1977, p. 36-38 ) seguintes:Leitura silenciosa integral: o ato de ler utilizado comumente para realizar tarefas de entendimento e compreenso, isto , a modalidade silenciosa completa de um texto que permite assimilar toda a informao presente no mesmo. o tipo de leitura que se deve realizar quando se l um romance um artigo cientfico especfico sobre o tema da monografia a ser realizada pelo aluno ou um texto que de interesse do indivduo, seja por prazer ou para aprender um aspecto determinado. Leitura seletiva: caracteriza-se por uma rpida leitura de alguns pontos e uma fixao atenciosa de outros, de forma que o leitor pretende extrair uma ideia geral do texto aprofundando

em funo de sua intencionalidade ou objetivo da leitura so as

17

somente em alguns aspectos que possam ser de seu interesse. Esta modalidade poderia ser mais prpria da leitura jornalstica, ante alguns artigos que podem interessar parcialmente o ser. Leitura exploratria: o ato de ler que as pessoas realizam quando esto procurando uma informao determinada no texto, como por exemplo um pargrafo que explica um aspecto determinado sobre a temtica textual. Leitura lenta: trata-se de uma ao que permita desfrutar desta, sobretudo em algo referente aos aspectos formais do texto, como ser os recursos literrios utilizados numa poesia, por exemplo. Leitura informativa: trata-se do ato de ler que se realiza de forma rpida procurando uma informao muito concreta, como uma data, um nome, um telefone na agenda telefnica

No entendimento deste autor, para cada necessidade do leitor existe um tipo de leitura especfica. A escolha do tipo de leitura adequada contribui para melhor compreenso daquilo que foi lido. Segundo Cordeiro (2004, p. 98) l-se por muitas razes:Para se obter informaes, seguir instrues, aprender o ressignificar contedos, navegar na Internet, planejar uma aula ou proferir uma conferncia, produzir um texto, desenvolver o gosto pela leitura, entreter-se, transitar por outros tempos e lugares reaisou imaginrios, escapar realidade ou porprazer esttico, dentre tantas razes que mobilizam o leitor, conforme seus mltiplos desejos e as diferentes situaes de comunicao impostas por um dado contexto scio-histrico-cultural.

Como se pode observar estas modalidades leitoras so costumeiramente utilizadas pelas pessoas em suas leituras cotidianas em funo do objetivo que se tenha sobre o texto lido, seja aprender, relaxar ou encontrar uma informao determinada. Estes aspectos no podem ser menosprezados, j que estes so os principais objetivos da leitura, enquanto em muitas ocasies o que se pede aos alunos que leiam e ponto final, sem um direcionamento prprio para o sentido da ao, nem para as diferentes modalidades leitoras existentes e supramencionadas. L-se, consciente ou inconscientemente, recorendo a muitas estratgias Por isso a escola deve estar atenta a tais procedimentos e o professor deve ter um conhecimento slido do quanto os processos cognitivos, sociais, culturais e efetivos de cada leitor so acionados no ato de ler, desempenhando papel fundamental na formao leitora. (CORDEIRO, 2003) Com relao ao texto, Marcuschi (2008, p. 229) afirma:Compreend-lo bem no uma atividade natural nem uma herana gentica; nem uma ao individual isolada do meio e da sociedade em que se vive. Compreender exige habilidade, interao e trabalho. Na realidade, sempre que ouvimos ou lemos um texto, entendemos algo, mas nem

18

sempre a compreenso bem sucedida. Compreender no apenas lingustica ou cognitiva. muito mais uma fora de interao no mundo e um modo de agir sobre o mundo na relao com o outro dentro de uma cultura e uma sociedade.

Nesse sentido, o ato de ler requer do leitor, no s a compreenso textual, mas tambm suas experincias e seus conhecimentos. Entende-se a leitura como um processo complexo, por acredita-se que dificilmente encontraremos uma definio acaba. No entanto a definio apresentada por Magda Soares (2005, p. 18) afirmando que a leitura no um ato solitrio em que o indivduo torne-se ausente do mundo ou que se restrinja apenas leitura do texto. A autora frisa, baseada em Bakhtin, que a leitura interao verbal de indivduos socialmente determinados com o universo, seu lugar na estrutura social, suas relaes com o mundo, com o outro. Assim, a enunciao que est presente na prtica de leitura processo de natureza social, no individual, vinculado s condies de comunicao que, por sua vez, vinculam-se s estruturas sociais o social determinando a leitura e construindo seu significado. 3.3 TEXTO LITERRIO E NO LITERRIO 3.3.1 TEXTO Entende-se por texto tudo aquilo que possvel ser lido e compreendido pelo interlocutor. No entanto, para se ter uma definio mais cientfica, importante tomar como referncia a concepo de alguns autores. Segundo o Dicionrio Aurlio (1988), texto.

Na verdade, a sua essncia a de uma espcie de tecido. Porm, nessa espcie de tecido, o que realmente se tece (entrecruza), para constitu-lo como tal, no so exatamente fios, como nos tecidos propriamente ditos, mas seqncias informativas e representativas. Nesse caso, a sua analogia antes como tecido da pele (inclusive em termos intraorgnicos) que com o tecido no sentido comum do termo, porque o tecido da pele que capaz de, como o texto, registrar o que vem de fora, conserv-lo por determinado tempo e, em seguida, transmiti-lo ao crebro (ou, no caso de um organismo como o da clula, ao mecanismo que, em seu interior, funciona como uma espcie de processador de dados).

Geraldi (1991), o texto

19

...uma proposta de compreenso onde o autor chama a ateno do locutor para a importncia de cinco aes indissociadas da prtica de produo textual, a saber: ter o que dizer; b) ter motivos para dizer o que se tem a dizer; ter um interlocutor; ) construir-se como locutor enquanto sujeito que diz, o que diz, para quem diz; e escolher as estratgias para realizar o que dizer, os motivos, o interlocutor e o prprio posicionamento como locutor.

Com a anlise que acabamos de realizar, fica demonstrado o que numa perspectiva semitica o conceito de texto, quer em termos gerais, referente a textos no importa de que espcie quer em termos particulares, referente a textos como os das obras literrias e extraliterrias, artsticas e no-artsticas. Quando se observa um texto literrio e um no-literrio, percebe-se que no h uma nica resposta e sim vrias respostas porm no definitivas, corroborando para a complexidade do assunto tanto posto em discusso. Podemos, no entanto, apresentar os critrios mais usados atualmente para caracterizar o texto literrio e no literrio. Segundo Saussure poder-se distingui-los com base no carter ficcional ou no-ficcional j fora constatado outrora problema insolucionvel, devido a impossibilidade de diferenar o real do fictcio em certas situaes concretas. Por exemplo, a histria de uma apario da Virgem Maria ou da interveno de um esprito provocam risos num ctico, mas so ouvidas com respeito por um crente. Saussure considera

A lngua como um sistema de signos formados pela unio do sentido, conceito ou idia (significado), e da imagem acstica (impresso psquica do som), que vai ser o significante. cada signo ou cada conjunto de signos articulados dentro de uma estrutura textual ter, obviamente, um plano de expresso e um plano de contedo. levando este conceito para o nvel textual constatamos que todo signo lingstico denotativo. Denotao a significao objetiva da palavra. pode-se dizer que a palavra em estado de dicionrio.

Concluir que um texto em forma de notcia considerado um texto-no literrio porque possui, como principal caracterstica, a funo utilitria de informar o leitor. Seu tecido constitudo prioritariamente de signos lingsticos de carter denotativo cuja significao sempre objetiva. Conotao a significao subjetiva da palavra. Ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associaes que ela provoca.

20

O texto literrio constitudo de um intenso dinamismo, uma vasta dimenso esttica, plurissignificativa, o que possibilita ao leitor a criao de novas relaes de sentido, com predomnio da funo potica da linguagem. O texto literrio no uma reproduo da realidade, mas faz uma reflexo envolvendo um processo de recriao ldica dessa realidade. Sabe-se que a simples produo de um texto literrio implica na valorizao da forma, a reflexo sobre o real, a reconstruo da linguagem, a plurissignificao e a sua inegibilidade lingustica. De acordo com Diniz (2008, p. 175)O uso literrio da literrio da lngua, caracteriza-se por um cuidado especial com a forma, visando a explorao dos vrios recursos que o sistema lingustico oferece, o semntico, nos planos fnicos, prosdicos, lxicos e moforsinttico. O trabalho de recriao, na construo to texto literrio uma atividade ldica, uma brincadeira que se faz com o uso da linguagem.

Ainda de acordo com a autora, O texto literrio se caracteriza pela construo, faz-se igualmente uso de metforas2 e metonmias3, com o objetivo de despertar no leitor o prazer estilstico. Neste sentido para melhor entendimento desse tipo de texto necessrio conhecer-se alguns recursos que ele utiliza. O texto literrio, segundo os PCN est livre para romper os limites fonolgicos, lexicais, sintticos e semnticos traados pela lngua: esta se torna matria-prima (Mais que instrumento de comunicao e expresso) de outro plano semitico. Na explorao da sonoridade e do ritmo, na criao e recomposio das palavras, na reinveno e descoberta de estruturas sintticas singulares, na abertura intencional a mltiplas leituras pela ambiguidade, pela indeterminao e pelo jogo de imagens e figuras. Tudo pode tornar-se fonte virtual de sentidos, mesmo espao grfico e sginos no verbais, como em algumas manifestaes da poesia contempornea. Percebe-se que o texto literrio pode usar todos os recursos estilsticos da lngua para montar sua estrutura e despertar o interesse do leitor.

2

3

a alterao do sentido de uma palavra ou de uma expresso, desde que, entre o sentido novo e o verdadeiro da palavra ou expresso, haja um ponto comum. a substituio do sentido de uma palavra ou expresso por outro sentido, havendo entre eles uma reao lgica.

21

O texto literrio tem forma e estrutura semelhante a qualquer outro, s que se diferencia na linguagem por trabalhar de forma e estrutura peculiares podendo ser expressivo, mostrando o carter do escritor e impessoal, mostrando a crianao ao invs do criador. 3.3.3 O leitor Literrio A formao de leitor, seja ele das sries iniciais ou no, contribui de certo modo para a construo da cidadania, pois assim ele vai estar apto a desenvolver melhor a capacidade de compreenso das situaes do dia a dia, tornando-se crtico e capaz de absorver todas as informaes da sociedade. Para que se consiga formar leitores, o professor um agente fundamental na mediao entre alunos e material, um impulsionador e guia no sentido de um contato cada vez mais intenso e desafiador entre o leitor e a obra a ser lida. A leitura tem como finalidade fazer com que o leitor tenha maior facilidade em compreender, question-lo, focalizando as informaes da qual ir contribuir para sua bagagem. A importncia da leitura na formao pessoal do ser humano, ainda nas sries iniciais. Estimular o uso da literatura um meio essencial para a formao do leitor, estimulando a oralidade no texto literrio, aproveitando as vrias possibilidades de leitura. O ato de ler texto literrio , acima de tudo, um processo de compreenso, uma forma de entender o mundo atravs das palavras, fazendo assim uma interao leitor-texto. Com relao ao texto literrio Jauss (1878, p.129), diz ...O sucesso e a decadncia da histria literria do seculo XIX esto ligados convio de que a idia da individaulidade nacional era a parte invisivel de todo dado, e que uma sucesso de obras literrias constituia um objeto to prprio quanto um outro qualquer que demostrasse, atravs desta idia, a forma da histria. Essa convico se enfraqueceu, pois era inevitvel que a continuidade se rompesse entre os acontecimentos, que a literatura do passado e aquela do presente acabassem por decorrer de dois tipos de julgamentos distintos, e que tornassem problematicos triar, definir e valorizar fatos literarios. A historia da literaria positivista acreditou que poderia fazer da necessidade uma virtude a tomar de emprestimo os metodos exatos da ciencia. O resultado muito conhecido aplicado histria da literatura , o principio de explicao puramente causal permitiu iluminar somente os determinismo extrnseco s obras e conduziu ao desenvolvimento excessivo

22

do estudo de fontes, reduziu a especificidade da obra literaria a um feixe de influencia que se poderia multiplicar vontade.

A viso positivista apontada por Jauss, ainda hoje norteia o ensino da literatura, uma vez que os professores , utilizam em suas aulas textos literarios e deles retiram apenas fragmentos, descries de parte de texto.Nessa tendencia literaria o ensino da literatura e centrada na imagem do autor, nas fontes ou na Histria.Esse enfoque reduz a literatura a um inventario de autores e obras no qual a histria do autor apaga a especificidade dos generos, trasformando o estudo do texto literario em mero pretexto. Outra viso que tambm norteia ensino literario e o determinisno, que v o texto literario como produo gnios que precisam ser reverenciados e seguidos os modelos.Partindo destas teorias, entende-se que as mesmas no permitem que haja o dialogo entre o leitor e o texto.Sendo que a literatura deve formar leitores capazes de comprender, interpretar, e fazer inferencia com o real e o no-real. A leitura de um texto literario uma criao subjetiva em que o individuo transfere o seu mundo para o texto.O texto existe a partir do momento em que for lido e interpretado.Nunca dito de uma nica vez, a cada nova leitura h um olhar difente daquele primeiro.O aluno de repente pode descobrir se leitor, e descobrir que leitura pode dar prazer, auxilia-lo vivenciar caracteristicas de sua personalidade e de sua insero na sociedade e na historia Criticidade deriva do grego e significa discernir, interpretar, julgar, distinuir entre verdade e erro. A criticidade na verdade um conhecimento interpretativo, ou seja, compreenso que vai alm do olhar, ela permite ao ser humano ver a verdade com lucidez e autonomia. Mas o que se percebe nas pessoas a falta de noo do que seja crtica, pois na maioria das vezes as pessoas acham que criticar seja apenas falar mal de algum ou de alguma coisa, ou simplesmente ser contra a algum assunto. importante que se transforme o verdadeiro papel, e indicar a correta noo do que seja crtica. Crtica, segundo o Dicionrio Aurlio (2001) arte ou faculdade de julgar produes ou manifestaes de carter intelectual. Arte de critcar ou censurar, julgamento ou apreciao desfavorvel.

23

Interpretar no entendimento de Paul Ricoeur (9999) decifrar o sentido oculto no sentido aparente. A sociedade seria mito diferente, se fosse alm das rotulagems hemenuticas se fosse alm das rotulagens que embrulham a populao. No basta ver o acontecimento. O principal descobrir o que est por trs dele.

3.4 O PROFESSOR LEITOR E FORMADOR DE LEITORES

Durante o processo de formao de leitores, imprescindvel que os profissionais envolvidos estejam devidamente preparados. O mediador o responsvel pela transmisso das informaes do texto, sendo o mesmo capaz de proporcionar o desenvolvimento crtico e prazeroso da leitura. Por isso, questiona-se muito a qualificao da formao docente, sendo um dos principais entraves prtica educativa de qualidade, especialmente no que se refere ao ensino da leitura. Entende-se que ainda que todos os quesitos ideais necessrios a uma prtica de ensino da leitura fossem efetivados na escola, indispensvel seria a presena de professores leitores, que sentissem prazer na leitura, que fossem bem informados e instrumentalizados para tal prtica. Neste sentido, Smith (1999, p. 13) afirma que:

A responsabilidade do professor no ensinar as crianas a ler, mas a de tornar a aprendizagem da leitura possvel. (...) Ns adquirimos essas habilidades somente atravs da prtica da leitura. Na maior parte do tempo no temos sequer conscincia de quais so estas habilidade e quando e como as adquirimos. E certamente, elas no so questes explicadas para a maioria dos professores ou pais, ou mesmo para aquelas crianas que esto aprendendo a ler, as quais so, na verdade, as que mais se beneficiaram em aprender que a leitura conquistada com a experincia e no com ensino.

O educador leitor, precisa ter compromisso com o livro e a literatura, s ele cabe a habilidade de formar uma leitura prazerosa e motivadora para que seu aluno procure novas leituras fora do ambiente escolar. Para Freire(2002)A leitura de palavras se abre como uma leitura de mundo.Por isso o professor precisa colocar o aluno frente a frente com o descobrimento da leitura assim tornar o analfabetismo uma coisa do passado sendo que hoje

24

possvel, atravs de uma sala de leitura mostrar a importncia de resgatar esse prazer com aquisio de conhecimentos por meio de culturas letradas.

De acordo com o autor ,o edcudar precisa medir sua propria capacidade de interpretao das varias de formar de ensinar a leitura, pois s assim ele conseguira despertar o interesse e tera grande chances de formar leitores assiduos e ricos em vocabularios. Uma boa saida para que os alunos se interessem por textos literarios, indicar livros, no somentes os consagrados pela critica, e sim incentivar aos alunos para que leiam tambm os autores contemporaneos e assim os alunos estaro se envolvendo com diferentes tipos de textos literarios. No entendimento de Maria Ins B.Campos (2005) Ensinar a leitura do texto literario envolve despertar a sensibildade do aluno e possibilita o reconhecimento de sentidos, a decifrao de signos e a reconstruo da linguagem, que todo texto faz Sendo assim, se o professor no tiver uma pratica literaria proria ele, no conseguira passar esse interesse aos seus alunos, pois o mesmo s despertara prazer no seu educando, se o mesmo conseguir sentisr prazer diante um texto literario. Cabe ao professor o incentivo a leitura e a contextualizao do que esta sendo trabalhado, agindo assim sera capaz de formar leitores capazes de intrerpretar, criar e questionar vrias informaes. Os PCNs trazem como objetivo geral do ensino de lingua , a formao de individuos capazes de adequar-se as diversas situaes discursivas, expressandose oralmente e por escrito em diferentes padres de linguagem, especialmente o culto, adquirindo a competncia leitora para obter informaes, interpretar dados e fatos, recriar, observa , comparar e comprender. Partindo desse pressusposto,ao educador cabe o papel de formar leitores criticos da cultura , consncientes da trasformao de si mesmo e do mundo, e preciso ensinar ao aluno a fazer a vinculao entre o lido e vivido. Uma boa saida para que os alunos se interessem por textos literarios, indicar livros, no somentes os consagrados pela critica, e sim incentivar aos alunos para que leiam tambm os autores contemporaneos e assim os alunos estaro se envolvendo com diferentes tipos de textos literarios. No entendimento de Maria Ins B.Campos (2005) Ensinar a leitura do texto literario envolve despertar a sensibildade do aluno e possibilita o reconhecimento de sentidos, a decifrao de signos e a reconstruo da linguagem, que todo texto faz

25

Sendo assim, se o professor no tiver uma pratica literaria proria ele, no conseguira passar esse interesse aos seus alunos, pois o mesmo s despertara prazer no seu educando, se o mesmo conseguir sentisr prazer diante um texto literario. Cabe ao professor o incentivo a leitura e a contextualizao do que esta sendo trabalhado, agindo assim sera capaz de formar leitores capazes de intrerpretar, criar e questionar vrias informaes. Os PCNs trazem como objetivo geral do ensino de lingua , a formao de individuos capazes de adequar-se as diversas situaes discursivas, expressandose oralmente e por escrito em diferentes padres de linguagem, especialmente o culto, adquirindo a competncia leitora para obter informaes, interpretar dados e fatos, recriar, observa , comparar e comprender. Partindo desse pressusposto,ao educador cabe o papel de formar leitores criticos da cultura , consncientes da trasformao de si mesmo e do mundo, e preciso ensinar ao aluno a fazer a vinculao entre o lido e vivido.

4 ANLISE DE DADOS E DISCUSSO DOS RESULTADOS

26

Esta pesquisa foi realizada na Unidade Escolar Ministro Pedro Borges, Localizada na Rua Hermano Brando, Centro, na cidade de Floriano Piau. A escola foi inaugurada em 08 de julho de 1964. Naquela poca oferecia apenas o ensino primrio (1 a 4 srie), atual ensino fundamental. Com passar do tempo a escola passou a oferecer o ensino fundamental completo. No ano de 2007 foram implantadas a 2 e 3 etapas da Educao de Jovens e Adultos (EJA), que correspondiam 5 e 7 sries, respectivamente. Hoje, a escola oferece o Ensino Mdio, tambm na modalidade EJA. A escola possui um corpo funcional formado por 44 funcionrios, sendo 12 da parte administrativa, diretores, auxiliares de servios gerais e vigilante. O corpo docente composto por 33 professores dos quais, escolheu-se 18, seis de cada turno para serem entrevistados.

Inicialmente perguntou-se o tempo de atuao no magistrio. Grfico 01 Tempo de Magistrio

Fonte: Pesquisa Direta

27

Pelo grfico, observa-se que os professores entrevistados tm boa experincia de sala de aula, pois os maiores ndices esto nas faixas entre 11 e 15 anos de trabalho e acima de 15 anos. Somando-se o resultado destas duas faixas, verifica-se que 75% dos entrevistados atuam como professores h mais de 10 anos. Observou que os professores com mais tempo de servio ainda utilizam muito os textos de livros didticos e na procurando contextualizar os textos lidos. O mesmo no ocorre com os professores com 10 anos ou menos de atividades. Estes procuram trabalhar com outros tipos de textos.

Grfico 02 Voc acha que a Leitura contribui para Aprendizagem de outras Disciplinas90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Sim No

28

Questionados se a leitura importante para a aprendizagem de outras disciplinas, 85% dos entrevistaram afirmaram que contribui, enquanto os 15% restante disseram que no contribui. Segundo o Professor Luiz Carlos Mendes, da USP,

Desde que nascemos, aprendemos a interpretar gestos, olhares, palavras e imagens. Esse processo potencializado pela escola, por meio da leitura e da escrita, o que nos d acesso a grande parte da cultura humana. Isso envolve todas as reas, pois, mais do que reproduzir o som das palavras, trata-se de compreend-las - e quem sabe relacionar termos como parfrase, latifndio, colonialismo e transgnico aos seus significados faz uso de um letramento obtido em aulas de Lngua Portuguesa, Geografia, Histria e Cincias, respectivamente.

Entende-se que o ser humano j nasce com a capacidade de interpretar, pois, no entendimento do autor acima, j nascemos com a capacidade de interpretar elementos da natureza. Sabe-se que conforme nos desenvolvemos vo surgindo elementos que temos necessidade de interpretar e dentre eles se encontra a leitura da palavra.

Grfico 03 Frequncia de Leitura em Sala de Aula

29

70 60 50 40 30 20 10 0 01 vez por ms Semanalmente Para introduzir aulas

Questionados sobre a utilizao de textos durante as aulas, 60% dos entrevistados disseram utilizar semanalmente, 35% os utilizam apenas para introduzir novos assuntos e 5% utilizam texto apenas uma vez por ms. Com relao leitura, Silva (1983, p.25), destaca: A raridade de leitura e, portanto, de leitores na sociedade brasileira um mero reflexo de uma poltica caolha que domestica os homens e impede o exerccio da conscincia e da razo. Por isso necessrio que os professores utilizem textos ricos, atrativos e no repetitivos para estimulem os alunos a criarem o hbito de leitura, mostrandolhes que saber ler um ato de libertao e que s assim, podero tomar decises

30

que beneficiaro a todos e ao pas. Agindo assim, ser possvel formar leitores crticos.

Grfico 04 - Material utilizados nas Leituras em Sala de Aula

70 60 50 40 30 20 10 0 Livro didtico Jornais Revistas Outros

Percebe-se que a grande maioria dos entrevistados (65%) ainda uso o livro didtico como fonte de leitura. Os professores que utilizam jornais, revistas e outros tipos de leitura somam apenas 25%. A utilizao do livro didtico muitas vezes contribui para formar leitores no crticos, pois como afirma Peralta (2003).

Muitos professores e alunos se tornam escravos do livro didtico, perdendo at mesmo sua autonomia e senso crtico, pois ficam condicionados e no aprendem nada efetivamente. No h o desenvolvimento da autonomia, do

31

pensamento crtico, da competncia, mas sim de um processo de alienao constante.

Segundo este autor, para que a escola consiga desenvolver a capacidade crtica dos alunos necessrio que ela procure utilizar texto voltados realidade dos alunos. Neste sentido, Rojo (2004), traou um perfil desse recurso didtico destacando uma viso luz dos gneros do discurso e estabelecendo confrontos na prtica pedaggica. Com relao ao livro didtico, Rangel (2004) diz que A apresentao de materiais alternativos, bem como a escolha do livro, tm de se realizar de modo crtico, pois muitas vezes h nestes recursos a publicidade de uma viso estereotipada e preconceituosa, que esmaga e discrimina a diversidade cultural. Neste sentido, Borba destaca a importncia de se promoverem leituras com abordagens, temticas e opinies variadas, possibilitando ao leitor o dilogo com diferentes culturas. atravs da literatura que se pode desenvolver um trabalho de reflexo sobre a diversidade, ressaltando, assim o papel social da literatura e sua importncia na escola. Com relao ao texto literrio no livro didtico, Martins (2003) critica a forma fragmentada e descontextualizada como esses textos aparecem nos livros. A autora afirma que os textos servem apenas para levantar questionamentos que atinge superficialmente o texto escrito.

32

Grfico 05 Contextualizao dos Textos70 60 50 40 30 20 10 0 Sim No

Fonte: Pesquisa Direta

Com realizao a utilizao de textos contextualizados com a realidade dos alunos, 65% dos entrevistados informaram que procuram contextualiz-los. Acreditase que quando o professor utiliza este recurso os alunos passam a se interessar pela leitura, pois se sentem envolvidos pelo mesmo.

33

Neste sentido, Sperber e Wilson (2006, p. 109) comentam que o contexto cria efeitos que permitem a interao entre informaes velhas e novas, de modo que entre ambas se cria uma implicao. Essa implicao s possvel porque existe uma continuidade entre texto e contexto e, alm do mais, a cognio um fenmeno situado, que acontece igualmente dentro da mente e fora dela. Ainda de acordo com Sperber e Wilson (2006), essa nova viso acerca de texto, contexto e interao resultam, inicialmente, de uma contribuio relevante, proporcionada pelos estudiosos das cincias cognitivas: a ausncia de barreiras entre exterioridade e interioridade, entre fenmenos mentais e fenmenos fsicos e sociais. De acordo com essa nova perspectiva, h uma continuidade entre cognio e cultura, pois esta apreendida socialmente, mas armazenada individualmente. Quando se compara os resultados deste questionamento ao do grfico anterior (material utilizados nas leituras), percebe-se que h uma contradio nas informaes, pois a maioria dos entrevistados informou que usa apenas livros didticos nas aulas de leitura. Na concepo de Orlandi (2009), a teoria de Conscientizao Literria aponta para a importncia da sensibilizao dos leitores para a manipulao dos recursos lingsticos, bem como para sua relevncia na elaborao de interpretaes sustentveis. De acordo com a presente teoria, o leitor sensibilizado capaz de fundamentar sua compreenso do texto no apenas atravs do contedo do mesmo, mas tambm por meio das operaes lingsticas nele realizadas. Para responder questo: Qual a importncia da leitura: a) na sua profisso, b) na sua vida pessoal e c) na vida dos alunos e das pessoas em geral?, os professores, que por questes ticas chamaremos de 1A, 1B, 1B e 1D utilizaram definies. Nesta questo, dos dez professores entrevistados, quatro demonstraram conhecer os Parmetros Curriculares Nacionais, por isso, transcreveu-se apenas as falas destes 4 e fez-se a comparao com os PCNS. A PRESENA DO DISCURSO DOS PCNS NO DAS EDUCADORAS FALA DAS PROFESSORAS O QUE DIZ OS PCNS PROF. 1A: O trabalho com leitura tem como a) O trabalho com leitura deve ser uma finalidade a formao de leitores prtica constante. Por um lado, tem o competentes e, conseqentemente, a de escritores, pois a objetivo de formar leitores competentes formao

34

e por outro, constitui matria-prima para possibilidade de produzir textos eficazes o ato de escrever. tem sua origem na prtica de leitura, espao de construo da PROF. 1B: intertextualidade e fonte de referencias c) A prtica de leitura muito modelizadoras. A leitura, por um lado, importante, tem como finalidade a nos fornece a matria-prima para a formao de leitores e, escrita: o que escrever. Por outro, conseqentemente, a formao de contribui para a constituio de modelos: escritores pois a possibilidade de como escrever (BRASIL,1997, p. 53). produzir textos eficazes tem sua origem na prtica de leitura. PROF. 1C: b) Eu leio para obter informaes, por prazer, por curiosidade, para tirar dvidas, seguir instrues para executar determinada tarefa, para confirmar ou refutar algum conhecimento. PROF. 1D: b) A leitura pode ser uma fonte de informao; de conhecimento no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construo do significado. Um leitor competente algum que, por iniciativa prpria, capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratgias de leitura adequada para abord-los de forma a atender a essa necessidade (BRASIL, 1997, p. 54). A leitura um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construo do significado do texto (BRASIL, 1997, p. 53)

35

CONSIDERAES FINAIS

A pesquisa mostrou que a leitura um processo complexo que envolve de envolve a decodificao cdigos impressos e o relacionamento destes smbolos com os sons que eles representam. Quando a pessoas entra em contato com a leitura da palavra, ela j aprendeu a leitura de mundo, pois, na concepo de Paulo Freire, a leitura de mundo tem incio a partir do momento em que a pessoa passa a compreend-lo. Portanto, a leitura constitui um processo construtivo, interativo entre o leitor e o texto, e, esse processo ser tanto mais enriquecedor quanto mais abrangente aos aspectos necessrios para isso: capacidade de antecipao, orientao recebida para a leitura, levantamento de hipteses sobre o contedo do texto, experincias de vida do leitor e, tambm, conhecimento tcnico da escrita. No caso da anlise desenvolvida constatou-se que as professoras entrevistadas apresentaram saberes e conhecimentos prtico-terico em relao a prtica de leitura. Com relao a contribuio da leitura para a aprendizagem de outras disciplinas, eles responderam afirmativamente.

36

Verificou-se tambm que os professores costumam trabalhar outros textos em sala de aula, alm dos literrios. Todos os professores disseram utilizar textos do livro didtico, jornais, revistas. Utilizando textos variados, o professor consegue mostrar os diferentes tipos de textos, bem como pode aproximar os alunos de diferentes culturas, alm de ser uma forma de se contextualizar a realidade dos alunos. Com relao contextualizao, 95% dos entrevistados disseram trabalhar dessa maneira. Pelos dados apresentados, a pesquisa atendeu todos os elementos do projeto de pesquisa: hiptese, problemas e objetivos.

REFERNCIAS AULETE, F. J. C. Dicionrio Contemporneo da Lngua Portuguesa. 1a ed. Bras. Rio de Janeiro: Delta, 2008, AZEVEDO, Maria Amlia e GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo. Mania de bater: a punio corporal domstica de crianas e adolescentes no Brasil. So Paulo: Editora iglu, 2001. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hbito de leitura. So Paulo: Cultrix, 1977. CAMPOS, Maria Ins Batista. Ensinar o prazer de ler. 2. ed. So Paulo: Olho dgua, 2001. CASTANHEIRA, M. L. Da Escrita no cotidiano escrita escolar. Revista Leitura; Teoria e Prtica, 20. Vampinas: ABL, 2001. CAVALLO, Guglielmo e CHARTIER, Roger (Org.). Histria da leitura no mundo ocidental. So Paulo: tica, 1999. v. 1.

37

CORDEIRO, Verbena Maria Rocha. Intinerrios de leitura: o processo 'recepcional' de Memrias Pstumas de Braz Cubas. Tese de Doutorado PUCRS, Porto Alegre, 2003. DARNTON, Robert. Histria da leitura. In: BURKE, Peter (Org.) A escrita da histria: novas perspectivas. So Paulo. UNESP, 2002. DICIONRIO, Aurlio Escolar da Lngua Portuguesa.So Paulo: Editora Nova Fronteira. 1988. DINIZ, This Flores Nogueira. (2008). Literatura e cinema: da semitica traduo cultural. Ouro Preto: UFOP. FOUCAMBERT,J. A Leitura em Questo. Artes Mdicas, 1994 FREIRE, Paulo. A importncia do ato de ler. SP: Cortez, 1982. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 36. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. GERALDI, Joo Wanderlei. O texto na sala de aula. So Paulo: tica, 1989. HUTZ, C. (2002). Situaes de Risco e Vulnerabilidade na Infncia e na Adolescncia: aspectos tericos e estratgias de interveno. So Paulo: Casa do Psiclogo. MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Metodologia de pesquisa. 2. ed. So Paulo: Atlas, 1991 MARCUSCHI, Luiz Antnio. Leitura como processo inferncial num universo cultural cognitivo. Encontro interdisciplinar de leitura, 1. Londrina: 1984. MARTINS, Racy. Literatura e Letramento: espao, suportes, interfaces. Belo Horizonte: Global Editora, 2003 ORLANDI, E. P. Discurso e Leitura. 4 ed. Campinas, SP: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 2009. PERALTA, Telma Martins. A Atividade Docente Mediada pelo Uso do Livro Didtico (Mestrado em Lingstica Aplicada). So Paulo: PUC, 2003. RANGEL, Egond e Oliveira. O livro: condies de produo e efeitos de sentido. So Paulo, Litteri, 2004. SAUSSURE, F. de. Curso de Lingstica Geral. Traduo Antnio Chelini, Jos Paulo Paes, Isidoro Blikstein. 25.ed. So Paulo: Cultrix, 1999. ROJO, R. Letramento e capacidade de leitura para a cidadania. Texto de divulgao cientfica elaborado para o Programa de Ensino Mdio em Rede. SEE, SoPaulo, 2004.

38

SOARES, Magda. Linguagem e escola uma perspectiva social ( 15a edio ). So Paulo: Editora tica, 2005. SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: a literatura e a televiso de que as crianas gostam. Bauru: USC, 1992.

39

APNDICE

40

APNDICE A INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

1. H quanto tempo voc atua no magistrio? ( ) 1 a 5 anos ( ) 6 a 10 anos ( ) 11 a 15 anos ( ) Acima de 15 anos 2. Que papel voc atribui leitura? 3. Voc acha que a Leitura contribui para a aprendizagem de outras disciplinas? ( ( ) Sim ) No

4. Com que freqncia voc utiliza leitura em suas aulas e com que objetivo? ( ( ( ) Uma vez por ms ) Semanalmente ) Para introduzir o tema de aulas.

5. Que material voc utiliza para leituras em sala de aula? ( ( ( ) Livro didtico ) Jornais ) Revistas

41

(

) Outros

6. Voc procura contextualizar os textos lidos? ( ( ) Sim ) No

7. Qual a importncia da leitura: a) na sua profisso, b) na sua vida pessoal e c) na vida dos alunos e das pessoas em geral? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________