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FACULDADE SÃO TOMAZ DE AQUINO CURSO DE ENFERMAGEM CLAUDIA MARIA DO CARMO BISPO DAVID ROBSON DE SANTANA LIMA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ASSOCIADA AOS PROCEDIMENTOS INVASIVOS SALVADOR BAHIA 2009

Monografia de David Robson de Santana Lima

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MONOGRAFIA SOBRE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ASSOCIADA AOS PROCEDIMENTOS INVASIVOS

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Page 1: Monografia de David Robson de Santana Lima

FACULDADE SÃO TOMAZ DE AQUINO

CURSO DE ENFERMAGEM

CLAUDIA MARIA DO CARMO BISPO

DAVID ROBSON DE SANTANA LIMA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE

DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ASSOCIADA AOS

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

SALVADOR – BAHIA

2009

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CLAUDIA MARIA DO CARMO BISPO

DAVID ROBSON DE SANTANA LIMA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE

DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ASSOCIADA AOS

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

Monografia apresentada ao Curso de Enfermagem da Faculdade São Tomaz de Aquino como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. Profª Orientadora: Espec. Isabela Sampaio Arigón

SALVADOR – BAHIA

2009

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CLAUDIA MARIA DO CARMO BISPO

DAVID ROBSON DE SANTANA LIMA

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE

DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ASSOCIADA AOS

PROCEDIMENTOS INVASIVOS

Monografia apresentada à Comissão Examinadora designada pelo Curso de

Enfermagem da Faculdade São Tomaz de Aquino para obtenção do título de

Bacharel em Enfermagem.

Salvador, 06 de Agosto de 2009

BANCA EXAMINADORA

Profº. Espc. Ricardo Fraga Faculdade São Tomaz de Aquino Assinatura:________________________________________________ Profº. Espc. Isabela Sampaio Arigón Faculdade São Tomaz de Aquino Assinatura:________________________________________________ Profº. Espc. Gilmara Faculdade São Tomaz de Aquino Assinatura:________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiro à Deus,

O Senhor de todas as coisas.

E aos nossos pais pelo incentivo,

paciência e compreensão.

Page 5: Monografia de David Robson de Santana Lima

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todos os Profissionais de Enfermagem,

pela luta e pela dedicação para com a vida alheia

Page 6: Monografia de David Robson de Santana Lima

O segredo de progredir é começar. O segredo de começar é dividir

as tarefas árduas e complicadas em tarefas pequenas e fáceis de executar,

e depois começar pela primeira.

(Mark Twain)

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RESUMO

A infecção hospitalar é uma das questões relevantes da problemática situação que se encontram os hospitais brasileiros. Dos procedimentos hospitalares, os métodos invasivos são os que mais aumentam os índices de infecções hospitalares quando não atendem às técnicas recomendadas para a sua realização. Diante disso, é que essa pesquisa teve como objetivo caracterizar a prática dos profissionais de enfermagem no que se refere à prevenção e controle das infecções hospitalares associada aos procedimentos invasivos nas UTI’s e os cuidados que devem ser tomados para diminuir o índice de tais infecções. A metodologia empregada para a realização desse estudo foi pesquisa bibliográfica, pois esta abrangeu a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou xerocopiados, acerca do assuntro abordado. Percebeu-se que os profissionais de Enfermagem são preocupados com os riscos de o paciente adquirir IH, a assistência de Enfermagem é organizada, bem estruturada, com rotinas bem definidas. Contudo, em sua prática, ferem muitos princípios de prevenção e controle das IH, expondo o paciente a elas. As principais falhas dizem respeito à lavagem das mãos e uso de luvas, ou feitos inadequadamente ou não feitos. Assim, os altos índices de IH refletem a necessidade de uma atenção diferenciada para essa problemática, principalmente em relação ao aspecto técnico da realização dos procedimentos invasivos específicos da equipe de Enfermagem. Percebeu-se como conclusão deste estudo que, os profissionais de Enfermagem se preocupados com os riscos de o paciente adquirir a Infecção Hospitalar a partir de métodos invasivos nas UTI’s, para isso tal assistência é bem organizada, e estruturada atuando com rotinas definidas. Palavras-chave: Infecção Hospitalar. Métodos invasivos. Profissionais de Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva.

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ABSTRACT

It is observed that, the hospital infection is one of the excellent questions of the problematic situation that if finds the hospitals Brazilian. Of the hospital procedures, the invasive methods are the ones that more increase the indices of hospital infections when they do not take care of to the techniques recommended for its accomplishment (ZANON, 1987). The invasive methods are procedures that take the patients to be vulnerable, therefore breach natural barriers, penetrating in socket of the organism. Ahead of this, it is that this research had as objective to characterize practical of the professionals of nursing as for the prevention and the control of the hospital infections associate to the invasive procedures in UTI' s and the cares that must be taken to diminish the index of such infections. The methodology used for the accomplishment of this study was bibliographical research, therefore this enclosed the reading, analysis and legal interpretation of books, periodic, texts, mimeografados documents or xerocopiados, concerning assuntro boarded. (GIL, 1991). As result perceived that the professionals of Nursing are worried about the risks of the patient to acquire IH, the assistance of Nursing is organized, structuralized well, with well defined routines. However, in practical its, they wound many principles of prevention and control of the IH, displaying the patient they. The main imperfections say respect to the laudering of the hands and use of gloves, or made inadequately or not made. Thus, the high indices of IH reflect the necessity of an attention differentiated for this problematic one, mainly in relation to the aspect technician of the accomplishment of the specific invasive procedures of the team of Nursing. It was perceived as conclusion of this study that, the professionals of Nursing if worried about the risks of the patient to acquire the Hospital Infection from methods invasive in UTI' s, for this such assistance well is organized, and structuralized acting with definite routines.

Keywords: Hospital infection. Invasive methods. Professionals of Nursing. Unit Intensive Care.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................10

2 A INFECÇÃO HOSPITALAR – NOÇÕES GERAIS............................................12

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO......................................16

2.2 VIAS DE TRANSMISSÃO.............................................................................17

2.3 TIPOS DE INFECÇÕES HOSPITALARES...................................................17

3 OS MÉTODOS INVASIVOS E AS INFECÇÕES

HOSPITALARES NAS UTI’S.................................................................................19

3.1 PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR..............................................22

3.2 ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM...............................................22

3.3 PROCEDIMENTOS INVASIVOS, NORMAS E ATUAÇÃO

DA ENFERMAGEM........................................................................................26

3.3.1 PRINCÍPIOS QUE REGEM A PREVENÇÃO E CONTROLE

DAS INFECÇÕES HOSPITALARES.............................................................32

4 METODOLOGIA ................................................................................................33

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................34

REFERÊNCIAS.....................................................................................................36

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1 INTRODUÇÃO

Infecção hospitalar é aquela adquirida durante a hospitalização e que o

paciente não apresenta em período de incubação ou quando da sua admissão ao

hospital. No geral, elas surgem depois de 48 a 72 horas de internação. (ZANON,

1987).

O acontecimento de uma infecção hospitalar não sugere basicamente, que o

hospital ou a equipe tenha cometido um erro nos procedimentos de assistência ao

paciente. A culpabilidade da equipe no que se refere à infecção acontece quando

fica demonstrado que a equipe atuou com descuido no tratamento do paciente.

A utilização imprópria e generalizada de procedimentos invasivos

diagnósticos e terapêuticos e drogas antimicrobianas em pacientes hospitalizado

acompanhados dos altos custos provenientes do diagnóstico, tratamento e dos

problemas do índice de tolerância e alto índice de mortalidade por infecção, tem

agravado a problemática das infecções hospitalares. Diante desse quadro e da

negligência existente nos hospitais brasileiros, relacionada às ações de prevenção e

controle de Infecção, o Ministério da Saúde, em 1983 definiu um dispositivo legal e

publicou a Portaria 196, que obriga os Hospitais a criarem Comissões de Controle

de Infecção Hospitalar (CCIH), com a participação de uma equipe multiprofissional.

(BRASIL, PORTARIA 196; FURTADO, 1989; PEREIRA, 1988; STARLING, 1993).

Em outros países como os Estados Unidos a incidência da Infecção

Hospitalar abrange em torno de 3,5 a 15% dos pacientes hospitalizados, estudos

atuais da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) divulgam que nos

hospitais latino-americanos a infecção hospitalar oscila de 5 a 70%. (AYLIFE, et al,

1999).

No Brasil, a infecção hospitalar alcança atualmente uma importância médico-

social ampla, uma vez que se calcula que seja a quarta causa de morte, perdendo

apenas para as cardiopatias, gastroenterites e neoplasias em geral. A infecção

hospitalar é no Brasil uma carga para a sociedade por causa da grande quantidade

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dos hospitais, à sofisticação da medicina, ao processo no campo dos antibióticos, ao

número excessivo de leitos em um só local, as salas de cirurgias não isoladas e ao

tráfego intenso de doentes, profissionais e visitantes. (ZANON, 1987).

Nesse sentido, afirma-se que a infecção hospitalar, além de gerar uma

problemática ética e legal suscita prejuízos aos pacientes, pois aumenta a sua

permanência no hospital, o seu estado emocional é alterado, levando-o a um

rompimento da sua dinâmica social; à instituição, pois passa a existir um aumento

de dias de internação do paciente, aumentando a utilização de terapêutica

medicamentosa, e o custo com a alimentação; à sociedade, por causa da diminuição

do número de leitos hospitalares disponíveis, da não produtividade do indivíduo

doente, e do aumento do custo hospitalar.

A motivação para a escolha desse tema é por entender a grande relevância

no controle da infecção hospitalar, pois sem este controle observa-se um sério

problema, acarretando uma maior taxa de mortalidade e letalidade, como também

maior custo com maior tempo de hospitalização. Para as universidades é de vital

importância preparar o profissional de saúde, para que ele esteja qualificado e

consciente da necessidade dos cuidados na sua atuação profissional a fim de

eliminar todas as facilidades de promoção de infecção hospitalar.

Buscou-se como problema de pesquisa: de que forma o enfermeiro pode

atuar na prevenção e controle de infecções hospitalares em procedimentos invasivos

na UTI ?

Este estudo teve como objetivo caracterizar a prática dos profissionais de

enfermagem no que se refere à prevenção e controle das infecções hospitalares

associada aos procedimentos invasivos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Para a obtenção dos dados necessários para esse estudo surgiu a

necessidade de uma pesquisa bibliográfica, pois esta, abrange a leitura, análise e

interpretação de livros, periódicos, textos legais, documentos mimeografados ou

xerocopiados, acerca do assuntro abordado (GIL, 1991).

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2 A INFECÇÃO HOSPITALAR – NOÇÕES GERAIS

A infecção é uma enfermidade que engloba microrganismos (bactérias,

fungos, vírus e protozoários). No início acontece a penetração do agente infeccioso

(microrganismos) no corpo do hospedeiro (ser humano) existindo a partir de então a

multiplicação dos microrganismos, com conseqüente apresentação de sinais e

sintomas, que podem ser representados através de febre, dor no local afetado,

alteração de exames laboratoriais, debilidade, etc. As infecções podem acontecer

em diversas localizações do corpo do indivíduo, ou disseminar-se pela corrente

sangüínea (BOLICK, 2000).

A infecção hospitalar é uma síndrome infecciosa que o indivíduo adquire

depois da sua hospitalização ou realização de procedimento ambulatorial. Dentre os

procedimentos ambulatoriais mais comuns que levam a uma infecção hospitalar

estão: cateterismo cardíaco, exames radiológicos com utilização de contraste,

retirada de pequenas lesões da pele, e retirados de nódulos da mama.

Andrade (2000, p. 51), em relação à infecção hospitalar observa que:

A infecção hospitalar é toda patologia infecciosa contraída no hospital, devido a microorganismos reconhecíveis clínica e microbiologicamente, e que afeta o paciente hospitalar, ou em tratamento ambulatorial, assim como a patologia contraída pelo pessoal de saúde devido à sua atividade e independentemente dos sintomas se revelarem ou não durante a estada no hospital.

Esse tipo de infecção é considerado uma doença grave, que apresenta um

tratamento difícil. Ela é causada por bactérias que se desenvolvem dentro do

hospital, e que, por isso, são mais resistentes aos tratamentos. Embora tenha cura,

ela é um tipo de enfermidade que leva a uma série de medidas para preveni-la,

incluindo desde o treinamento das equipes de profissionais de saúde e técnicos que

estão em contato direto e indireto com os doentes, até cuidados rigorosos por parte

dos visitantes que vão aos hospitais levar conforto aos seus doentes.

Page 13: Monografia de David Robson de Santana Lima

Essa enfermidade surgiu praticamente junto com os hospitais. No passado, os

médicos não sabiam nada sobre a importância de se manterem hábitos de higiene, e

eles próprios eram responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças entre seus

pacientes internados. Somente no século XIX foi que compreendeu-se que o simples

ato de lavar as mãos entre o atendimento a um paciente e outro poderia diminuir,

significativamente, o número de doenças nos hospitais.

De acordo com a Portaria 196 de 24 de junho de 1983 do Ministério da

Saúde, infecção hospitalar é definida como, "qualquer infecção adquirida após a

internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a

alta, quando tiver relacionada com a hospitalização". (BRASIL, PORTARIA 196;

FURTADO, 1989; PEREIRA, 1988; STARLING, 1993).

A questão da Infecção Hospitalar no Brasil é considerada grave quando

720.000 pessoas são infectadas em hospitais brasileiros por ano, e dessas,

144.000, ou seja, 20% morrem. Esta situação se agrava se for considerado que no

Brasil o índice de tolerância gira em torno de 6%, o que significa triplicar o

percentual de tolerância da Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 2%.

Esta situação agrava a problemática dos hospitais brasileiros, quando o custo do

paciente com Infecção hospitalar é três vezes maior (PEREIRA; MORITA, 1998).

Os fatores que levam o paciente adquirir uma infecção hospitalar são: os

intrínsecos ao próprio paciente, à agressão diagnóstica e terapêutica e ao ambiente

hospitalar.

Como fatores inerentes ao próprio paciente têm-se: a idade, sendo que, as

pessoas que estão mais suscetíveis a esse tipo de infecção, são os idosos e as

crianças (principalmente os prematuros). Outro fator inerente é o fumo, isso porque,

ele diminui as defesas respiratórias, a malformação congênita, onde as

meningomieloceles favorecem a instalação de meningites, as anomalias do trato

urinário, que levam às infecções urinárias e de outros tipos; as lesões cutâneas, que

permitem a penetração dos microrganismos por quebra da barreira e de proteção da

pele; a desnutrição, que é um fator importante, de causa predisponente porque

provoca alteração da flora intestinal, diminuição da resistência tecidual etc.; a

obesidade, que tem o fluxo sanguíneo diminuído no tecido adiposo, provocando

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sobrecarga de todos os sistemas; a diabetes, que provoca absorção inadequada de

medicamentos administrativos por via I.M., e, dificuldade de cicatrização devido à

acidose, que diminui a proliferação dos fibroblastos, as viroses respiratórias onde a

gripe predispõe o paciente a pneumonias, a insuficiência cardíaca, insuficiência

renal, hipotensão, choque e coma, essas alterações tendem à infecção. (PEREIRA;

MORITA, 1998).

Outros fatores inerentes à agressão diagnóstica e terapêutica são: a presença

de terapêutica respiratória e anestésica, nebulização inalação, aspiração

endotraqueal, traqueostomia, intubação, ventilação assistida, a realização de

exames como a biópsia e a laparoscopia, a administração de medicamentos como

antibióticos, corticosteróides, citostáticos vasopressores, soluções hipertônicas,

solução de aminoácidos, NPP (Nutrição Parenteral Prolongada), venóclise em geral,

a transfusão sanguínea e derivados, realização de punções arteriais, venosas e

raquianas, a presença de cateteres nos vasos (dissecções arteriais e venosas), a

passagem de sonda vesical, a existência de próteses vasculares e cardíacas, a

realização de cirurgias na qual a incidência de infecção no pós-operatório aumenta

de acordo com o grau de contaminação bacteriana da cirurgia que pode ser: limpa,

Potencialmente contaminada ou infectada, o local a operação na qual o risco nas

abdominais é maior do que nas torácicas, o tamanho da ferida operatória, a duração

da cirurgia, a intercorrência no ato cirúrgico, as falhas de técnicas cirúrgicas que

ocorre devido ao desbridamento inadequado, manipulação grosseira dos tecidos,

hemostasia incompleta, distúrbio do suprimento sanguíneo local, quebra da técnica

asséptica, sutura sob tensão, espaços mortos anatômicos, (permitindo o

desenvolvimento de hematomas e seromas),drenagem inadequada(COUTO, 1999).

O terceiro fator inerente ao ambiente hospitalar, são: o ambiente poluído de

antibióticos e quimioterápicos que selecionam as espécies multirresistentes, a

existência de microrganismos mais resistentes e virulentos que contaminam artigos

e áreas hospitalares (medicamentos, soluções germicidas, alimento, móveis, etc.) e

infectam paciente susceptível, a existência de hospedeiros susceptíveis que

possuem folhas nos mecanismos de defesa e sofrem agressões diagnósticas e/ou

terapêuticas, as modificações da flora endógena normal do paciente, pois ao ser

destruída pelos antibióticos, ela será substituída pela flora hospitalar, que é mais

patogênica e resistente, o aumento do número de pessoas lidando com o mesmo

Page 15: Monografia de David Robson de Santana Lima

paciente e circulando nas dependências hospitalares, o aumento da circulação de

pacientes dentro do hospital, o pessoal auxiliar não preparado para atuar no controle

e prevenção da infecção, a planta física inadequada como a falta de pias nas

enfermarias, sala de medicação próxima ao banheiro etc. e o número de lixos

excessivos na enfermaria (FERNANDES, 2000).

As infecções podem ser classificadas, segundo Oliveira (1998), em 03 (três)

categorias de acordo com a época do início da infecção em relação à admissão do

paciente no hospital. A primeira diz respeito às infecções já existentes por ocasião

da admissão. As mesmas são clinicamente aparentes, ou na fase de incubação ou

ainda, no estado de portador (ou latente). Nestas situações, os microrganismos

podem causar doenças no paciente ou serem transmitidos a outras pessoas do

hospital.

A segunda caracteriza as infecções que se manifestam durante a

hospitalização, com diagnóstico confirmado por exames clínicos e de laboratórios.

Nesta categoria a contaminação pode se dar através de fontes endógenas

(provenientes da flora normal) ou exógena (originadas de fontes externas).

A terceira categoria é concernente às infecções que se manifestam após a

alta do paciente. Algumas infecções só se tornam clinicamente aparentes após a

alta hospitalar contribuindo, desta forma, para prolongar a morbidade do doente,

além do alastramento pela comunidade.

Os autores também destacam que o alastramento da infecção hospitalar pode

não ser evitado devido à demora na identificação do problema. Os fatores que

influenciam a infecção, compreendendo pessoas, alimentos, animais, artrópodes e

fômites contaminados por microrganismos infecciosos; o agente infeccioso

(etiológico); a via de transmissão, a susceptibilidade do hospedeiro e o meio

ambiente.

O hospital é o local mais propício para a aquisição de infecções devido a alta

população de espécies virulentas de microrganismos que habitam e se desenvolvem

neste ambiente. Por este motivo, muitas bactérias tornam-se resistentes aos

antibióticos, fazendo com que o tratamento seja bastante difícil.

Page 16: Monografia de David Robson de Santana Lima

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS (1983), infecção hospitalar

é qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente, que se manifeste

durante a internação, ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada à

hospitalização (BRASIL, 1997).

Para Mezzomo (1984), a infecção hospitalar é a infecção adquirida através da

transmissão de agentes patogênicos contidos nas partículas em suspensão no ar

(aerossóis).

Já Bolick (2000), conceitua infecção hospitalar como um processo infeccioso

que não estava presente ou evidente na ocasião em que o paciente foi internado no

hospital ou na instituição de assistência à saúde.

2.1 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA INFECÇÃO HOSPITALAR

De acordo com Starling (1993), do ponto de vista epidemiológico, devem ser

consideradas duas hipóteses etiológicas concernentes à infecção hospitalar:

exposição e susceptibilidade. Estão proposições estão inter-relacionadas.

A exposição implica não apenas o contato com o paciente, mas também com

o pessoal do hospital, visitantes ou ainda entre pacientes, alimentos, água, roupas e

demais instalações do hospital, como copas, lavanderia etc. A necessidade de

locomoção do paciente para áreas diversas, com a finalidade de submeter-se a

exames complementares, possibilita seu contato com funcionários, ampliando as

possibilidades de adquirir uma infecção hospitalar.

A susceptibilidade aumentada, no hospedeiro, desempenha papel relevante

na promoção de infecção nosocomial. Formam-se grupos, como, aqueles com

deficiência de imunidade celular ou humoral; aqueles em que estão comprometidas

as barreiras físicas contra a invasão de agentes patogênicos; aqueles que estão

recebendo drogas capazes de induzir anormalidades nos mecanismos normais de

defesa. (STARLING, 1993).

Page 17: Monografia de David Robson de Santana Lima

2.2 VIAS DE TRANSMISSÃO

De acordo com Fernandes (2000), pode dar-se o contato direto (pessoa a

pessoa) ou indireto (pessoa-objeto inanimado-pessoa), dependendo do agente.

A via direta acha se envolvida muito freqüentemente e pode se processar das

seguintes maneiras: contato manual, através de qualquer dos elementos da equipe

de saúde, bem como pela disseminação de gotículas infectadas, como resultado de

espirros, tosse ou mesmo de conservação (FERNANDES, 2000).

A via indireta envolve a disseminação de organismos, a partir de uma fonte de

contágio a um receptor, através da contaminação de água, alimentos, roupas,

nebulizadores, equipamentos vários, soluções, sangue e derivados (FERNANDES,

2000).

A transmissão por via aérea tem sido muito valorizada, contudo, é preciso

uma análise mais detalhada de seu papel. Partículas que variam de tamanho de 5 a

100micra podem permanecer em suspensão por um tempo mais ou menos longo,

caindo depois ao solo e misturando-se à poeira, sendo posteriormente suspensas

pelas correntes de ar ou trânsito (FURTADO, 1989).

A poeira hospitalar é constituída em sua maioria, por partículas que medem

de 10 à 150 micra e seu papel na transição de infecções hospitalares é indireto,

através da contaminação dos fômites.

2.3 TIPOS DE INFECÇÕES HOSPITALARES

Segundo Oliveira (et al,1998), os tecidos e os sistemas orgânicos que são

naturalmente locais de infecção hospitalar causados por microrganismos

hospitalares são: urinário, respiratório, ferida e sangue.

Page 18: Monografia de David Robson de Santana Lima

A ferida operatória é qualquer ferida cirúrgica que elimine secreção purulenta

com ou sem cultura positiva. Classificam-se as cirúrgicas em: limpas que são

realizados na ausência de processo infeccioso local, em condições ideais de sala de

cirurgia, em tecidos de fácil descontaminação, as potencialmente contaminadas que

são realizadas na ausência de supuração local, em tecidos de difícil

descontaminação ( conjuntiva ocular,devido externo, duodeno,vesícula biliar,uretra e

útero), os contaminados que são realizados na ausência de supuração local, em

feridas traumáticas recentes, em tecidos ricos em flora bacteriana residente e de

difícil descontaminação (cavidade bucal, glândulas salivares, trato respiratório alto,

cólon, reto, ânus, vulva e vagina) e os infectados que são realizados em qualquer

tecido com presença de supuração local, feridas traumáticas sujas, úlcera

perfuradas (OLIVEIRA et al, 1998).

Na infecção urinária a sonda favorece a infecção por ser uma via de cesso o

microrganismo, e causa ulceração e inflamação na mucosa uretral e vesical. A sua

incidência é diretamente proporcional a freqüência da sondagem vesical, tempo de

permanência do cateter e tipo de sistema coletor de urina.

Na infecção Broncopulmonar a penetração dos agentes infecciosos no trato

pulmonar ocorre através da inalação de partículas contaminadas e,

esporadicamente, pela via hematogênica. As causas que predispõem os pacientes a

desenvolverem este tipo de infecção são: patologia de base, quadro de coma,

hipotensão, acidose, azotemia (elevação da uréia e creatinina), hipoventilação,

imobilidade e diminuição do reflexo da tosse, traqueostomia, intubação, nebulização,

sedação, ventilação assistida, anestesia geral (FURTADO, 1989).

A bacteremia representa a grande quantidade de germes veiculados pelo

sangue, sendo introduzidos na corrente circulatória: pelas funções arteriais e

venosas, na coleta de sangue para exame ou como via de administração de drogas,

pelos cateteres nos vasos: flebotomia, cateter arterial e venoso, arteriografia,

cateterismo cardíaco, pela introdução de medicamentos contaminados e pela

hemodiálise (OLIVEIRA, et al,1998).

Os surtos de gastroentrites são associados a patologia de base : retocolites

ulcerativas, enterocolites, obstrução intestinal, tumores, necrose de alça intestinal ,

Page 19: Monografia de David Robson de Santana Lima

diminuição de peristaltismo intestinal devido a anestesia, imobilidade prolongada,

tipo de alimentação,etc., proliferação dos microrganismos devido a diminuição da

acidez gástrica provocada pela ingestão de antiácidos, aspiração e drenagem do

suco gástrico, lavagem gástrica, antibioticoterapia por destruição da flora intestinal

normal, ingestão de alimentos contaminados, presença de colostomias, ileostomias

e jejunostomias, que são portas de entrada aos microrganismos e lavagens

intestinais freqüentes que alteram a flora intestinal normal e irritam a mucosa

intestinal (ZANON, 1987).

3 OS MÉTODOS INVASIVOS E AS INFECÇÕES HOSPITALARES

NAS UTI’S

Na atualidade é surpreendente o número de recursos tecnológicos

disponíveis na medicina para conclusões diagnósticas ou realização de

procedimentos terapêuticos. Estes avanços possibilitaram a criação de um vasto

número de equipamentos, dispositivos e materiais imprescindíveis para um

tratamento seguro e assistência adequada. Dessa forma, é também grande e

variado o número de procedimentos invasivos em uso, o que justifica que continuem

sendo alvo de atenção dos profissionais de saúde comprometidos com o controle

das infecções hospitalares (ZANON, 1987).

Esses recursos são os procedimentos invasivos que provocam o rompimento

das barreiras naturais ou penetram em cavidades do organismo e verifica-se que

hoje, dificilmente, um paciente hospitalizado não experimente um destes, por mais

simples que seja (ZANON, 1987).

Alguns procedimentos invasivos realizados no cotidiano, com finalidades

diagnosticas ou terapêuticas, podem ocasionar a infecção secundária, tais como:

sondagem e intubação através de orifícios naturais, procedimentos endoscópicos

Page 20: Monografia de David Robson de Santana Lima

através de incisões, punções e drenagens através de cavidades serosas, punções e

drenagens de cistos, coleções líquidas e canais viscerais, punções de tumores

sólidos, cateterismo de trajetos fistulosos, cateterismo vascular e pequenas cirurgias.

A infecção secundária a procedimento invasivo é proveniente, na maioria dos

casos, de erros técnicos na execução do ato. Entretanto, a infecção pode ocorrer em

virtude da quebra de barreira introduzida pelo procedimento ou da própria doença de

base do paciente. Por essa razão, o controle deve estender-se à indicação do

procedimento, realização do mesmo e manutenção dos dispositivos, no caso de

sondas e cateteres (CAVALCANTE, 2000).

Os procedimentos invasivos, por abrirem vias de acesso nos tecidos estéreis

do organismo, tornam-se causas de infecção hospitalar, dependendo dos cuidados

de assepsia e anti-sepsia tomados para o procedimento e o estado geral do paciente

(ZANON, 1987).

Os principais procedimentos de invasão às barreiras naturais desenvolvidas

pelos profissionais da Enfermagem são: o cateterismo vesical, a punção venosa

periférica, a sondagem nasogástrica, a aspiração endotraqueal e aspiração traqueal.

Dentre estes, destaca-se o cateterismo vesical que é um dos procedimentos

invasivos realizados no hospital, que mais contribui para o desenvolvimento de

infecção, dependendo da técnica, da duração da cateterização e do sistema de

drenagem empregado (CAVALCANTE, 2000).

Observou-se com freqüência que, após a realização de um procedimento

invasivo, seguem-se casos de infecção associada. Desta forma, evidencia-se que a

sua indicação deva ser muito criteriosa, seja ela diagnóstica ou terapêutica,

principalmente nos casos de imunodeprimidos e crianças, especialmente os recém-

nascidos (ZANON, 1987).

A realização do procedimento deve seguir padronização estabelecida pela

comissão de controle de infecção hospitalar e ser praticada por profissional

habilitado e de grande experiência. Este procedimento por ser invasivo apresentar

riscos, sendo de fundamental importância na terapêutica e em muitos casos

essencial para: prevenir traumas maiores, fazer a manutenção da vida; salvar vidas.

Principalmente em casos críticos de pacientes em UTI ( ZANON,1987).

Page 21: Monografia de David Robson de Santana Lima

A manutenção de sondas e cateteres também deve obedecer estritamente a

padronização relativa a prazos de permanência, trocas, curativos e cuidados de

assepsia. Em hospitais do primeiro mundo existem equipes multiprofissionais

exclusivas para a manutenção de cateteres.

Os índices de infecção hospitalar nas UTIs tendem a ser maior do que

aqueles encontrados nos demais setores do hospital, devido à gravidade das

patologias de base, aos procedimentos invasivos utilizados ao longo do tempo de

internação e ao comprometimento imunológico, que tornam os pacientes mais

susceptíveis à aquisição de infecções. Pneumonias hospitalares ocasionadas por

bactérias multirresistentes em pacientes sob ventilação mecânica, infecções do trato

urinário, infecções de sítio cirúrgico e de tecidos moles têm sido as mais

freqüentemente diagnosticadas em UTIs (CAVALCANTE, 2000).

A infecção é manifestação freqüente no paciente grave, internado na Unidade

de Terapia Intensiva. O paciente pode ter infecção de origem comunitária, isto é, já

presente ou incubada na época da admissão hospitalar, ou nosocomial, definida

pelo aparecimento após quarenta e oito (48) horas de internação.

As infecções nosocomiais podem ainda ser consideradas precoces, quando

surgem nas primeiras noventa e seis (96) horas de internação, ou tardias, quando,

geralmente, está envolvido um processo de colonização microbiana por patógenos

hospitalares. Cerca de 5% dos pacientes hospitalizados nos Estados Unidos (USA)

adquirem infecções nosocomiais, variando com as características do hospital e o

tipo de serviço. Grandes hospitais universitários têm mais infecção do que pequenos

hospitais não universitários, principalmente nos serviços cirúrgicos (SEGRETTI,

1989). As infecções mais freqüentes são urinárias (35 a 45%), feridas cirúrgicas e

pneumonias (10 a 25%) (COUTO, 1999).

Page 22: Monografia de David Robson de Santana Lima

3.1 PREVENÇÃO DA INFECÇÃO HOSPITALAR

Segundo Ayliffe et al (1998), a responsabilidade do hospital na prevenção e

controle de infecções estende-se aos seus pacientes, pessoais e visitantes. Desta

forma, é necessário enfatizar o papel que cada um pode vir a representar para

contribuir com o controle da infecção hospitalar. Quanto aos visitantes, eles

precisam aceitar e obedecer às normas ditadas pelos hospitais. Para isso, eles

devem ter consciência da extensão do problema e os riscos que as visitas

representam para os doentes internados e para si próprios.

A fim de fornecer diretrizes aos hospitais para cumprir essas

responsabilidades, o Ministério da Saúde, através da Portaria 2.616/98,

regulamentou as ações de controle e prevenção de infecção hospitalar no Brasil,

utilizando-se do Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) (AYLIFFE

et al,1998).

3.2 ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

As idéias desenvolvidas a seguir foram baseadas nas contribuições de

OLIVEIRA et al (1998). A equipe de enfermagem deve atuar no controle das

infecções hospitalares observando técnicas assépticas gerais: Utilizar materiais

esterilizados nos procedimentos invasivos e na realização de curativos, observando

técnicas assépticas na execução das técnicas de enfermagem, lavar as mãos antes

de comer, de iniciar o trabalho e do procedimento asséptico, quando as mãos

estiverem sujas, após atender cada paciente sair do toalete, assoar ou limpar o

nariz, sair de área de isolamento, manipular material contaminado e sujo, ao termino

do serviço.

Page 23: Monografia de David Robson de Santana Lima

Ter cuidado no manuseio de roupas sujas colocando-as em hamper (saco de

tecido com suporte) não tocá-las nos uniformes, os cobertores devem ser de uso

individual e lavados após alta do paciente e a cada 3 ( três ) semanas ( de

preferência semanalmente) , não colocar roupas de um paciente no leito de outro

paciente, não sentar nos leitos dos pacientes, forrar colchões e travesseiros com

material impermeável afim de facilitar a limpeza e dificultar a contaminação, não

contaminar roupas hospitalares guardando-as em armários limpos e fechados, não

levando-as em excesso para as enfermarias, não as colocando em superfícies

contaminadas, sujas, úmidas, não usando roupas de cama colocadas no leito de

outro paciente, isolar os pacientes infectados ou com suspeita, orientar e

supervisionar os pacientes sobre os cuidados de higiene e assepsia.

Classificar os artigos segundo o risco potencial de transmissão de infecções:

Os critérios são os que penetram nos tecidos sub-epiteliais, no sistema vascular e

em qualquer órgãos; sendo de microrganismo como pôr exemplo: instrumentos

cirúrgicos, soluções infectavam e roupas utilizadas nos atos cirúrgicos e nas

unidades de alto risco,os semicríticos que são que entram em contato com mucosas

integra como, por exemplo: equipamento de anestesia gasosa, equipamento de

assistência ventilatória, sondas vesicais, coletores traqueais e nasogástrico,

endoscópio, termômetros, medicamentos orais e inaláveis, pratos, talheres,

alimentos; os não- críticos que são os que entram em contato com a pele integra ou

os que não entram em contato direto com os pacientes, roupa de cama,

equipamento sanitário, mobiliário (MEZZOMO, 1984).

Procedimento de enfermagem: esterilizar os artigos críticos, obedecendo aos

princípios de assepsia ao manuseá-los e á data de validade, manter utensílios

alimentares e alimentos, os mais possíveis isentos de germes, esterilizar os artigos

semi-criticos, e na sua impossibilidade, desinfetá-los, manter artigos não críticos

limpos e desinfetá-los, conservar limpos e desinfetados todas as áreas e que o

paciente tem acesso, o banco de sangue, a cozinha e o lavatório. (OLIVEIRA et al,

1998).

Considerar a equipe cirúrgica a fonte mais freqüente de contaminação da

ferida cirúrgica devendo-se em relação ao ambiente do centro cirúrgico: manter

limpas e desinfetadas todas as dependências, restringir o numero de pessoas

circulando, utilizar roupas, propé (cobertura para os sapatos), gorro e mascara de

Page 24: Monografia de David Robson de Santana Lima

uso exclusivo do centro cirúrgico, esterilizar os artigos críticos e semi-críticos,

obedecendo aos princípios de assepsia ao manuseá-los, desinfetar os artigos semi-

críticos que não possa ser esterilizados, adequar a planta física de tal forma que

possibilite a manutenção de áreas limpas e desinfetadas, da esterilidade dos

materiais e da não contaminação de materiais desinfetados; em relação á equipe

cirúrgica: restringir a entrada e saída de pessoas da sala de operação durante o ato

cirúrgico, escovar as mãos e antebraço com escova esterilizados embebida em

sabão e desinfetante, enxaguar em água corrente e passar solução antissépticas e

usar avental e luvas esterilizadas; em relação ao centro de material: esterilizar e

desinfetar os materiais de acordo com as normas de funcionamento das autoclaves

e estufas, e de acordo com as recomendações sobre o uso dos agentes químicos,

obedecer aos princípios de esterilização e desinfecção de materiais, controlar a

qualidade e integridade dos materiais a serem esterilizados ou desinfetados, fazer

periodicamente testes de controle de esterilidade dos materiais(PEREIRA, 1998).

Evitar contaminação da ferida cirúrgica: descontaminação pré-operatória da

pele através de banho corporal, de preferência de chuveiro, com solução detergente

de PVP-I a 10%, clorohexidina 4% ou hexaclorofeno 3%, tricotomia no máximo 2

horas antes da cirurgia (mas não SO), por e acelerar o desenvolvimento de

micoorganismos presentes na pele. Fazê-los apenas nos casos em que os pêlos

visualização do campo, degermação do campo operatório no máximo 2 horas antes

da cirurgia, anti-sepsia da área operatória com álcool iodado a 2% ou outro anti-

séptico; na hospitalização pré-operatória quando maior o tempo de hospitalização

antes da cirurgia, maior a possibilidade de infecção pós-operatória, na realização de

curativos observar técnicas de curativos, iniciar palas incisões limpas e fechadas,

cuidar dos curativos de feridas abertas não infectadas e, por ultimo, as colostomias e

fístulas em geral, colocar açúcar após a limpeza das feridas abertas e infectadas,

remover curativos úmidos e roupas de cama suja com secreção da ferida quantas

vezes for necessário, inspecionar sinais de infecções da ferida operatória, colher

amostra para bacterioscopia e cultura de secreções de ferida que se suspeite estar

infectada, manter drenagem por sucção fechada de secreções de feridas não

infectada, evitar uso de carrinho de curativo, levar para enfermaria somente o

material necessário, em bandeja, os frascos de anti-sépticos devem ser, de

preferência, individuais (SMELTZER e BARE, 2000).

Page 25: Monografia de David Robson de Santana Lima

Prevenir infecções urinárias: passar a sonda vesical somente quando

necessário para o alivio de obstrução anatômica ou fisiológica prolongada, facilitar

reparo cirúrgico da uretra ou órgãos adjacentes, medição exata do débito urinário,

fazer a sondagem vesical com técnica adequada, obedecendo aos princípios de

assepsia e não traumatizando a uretra, utilizar coletor fechado estéril,

desconectando apenas quando houver suspeita de obstrução, manter bolsa de

coleta em nível inferior ao da bexiga para evitar retorno, esvaziar a bolsa coletora a

cada 8 horas e sempre que necessário, não se deve contaminar a torneira de

descarga, fazer a higiene interna e passar anti-séptico no local duas vezes por dia,

evitar cálculos urinários e sedimentos através de mudança de decúbito (para

mobilizar a bexiga) e hidratação (quando não houver contra-indicação) (OLIVEIRA,

et al,1998).

Prevenir infecção respiratória: Em pacientes traqueostomizados devem-se

utilizar técnicas correta da aspiração endotraqueal, passar PVP-I, diariamente, na

pele, em volta da cânula, manter limpa e desobstruída as cânulas internas, trocar a

cânula externa e a de plástico sempre que necessário, recomenda-se trocar

diariamente a cânula metálica interna, da traqueotomia, com nebulização e

ventilação respiratória deve-se utilizar frascos estéreis na terapia respiratória, os

frascos de sucção do aspirador devem ser esvaziados sempre que necessário ou

rotineiramente, duas vezes por dia. A tubulação e o frasco de sucção devem ser

substituídos diariamente, trocar as conexões a cada 24 horas, quando usado sem

interrupção. Prevenir atelectasias através do alivio da dor, exercícios respiratórios,

estímulo ao refluxo da fosse, posicionamento adequado do paciente no leito,

suspensão do fumo (SMELTZER e BARE, 2000).

Page 26: Monografia de David Robson de Santana Lima

3.3 PROCEDIMENTOS INVASIVOS, NORMAS E ATUAÇÃO DA EQUIPE DE

ENFERMAGEM

Para melhor compreensão deste estudo, foram demonstrados alguns

procedimentos invasivos, as normas a serem seguidas para a sua realização e a

atuação dos profissionais de enfermagem na atuação de tais procedimentos.

Zanon (1987) destaca algumas normas para procedimentos. Destaca-se aqui

um deles, o cateterismo vesical:

Lavar as mãos.

Reunir todo o material e levá-lo à unidade.

Explicar o procedimento e finalidade ao paciente.

Proceder à lavagem externa.

Retirar o material usado na lavagem externa.

Lavar as mãos com solução detergente à base de PVPI.

Abrir a bandeja de cateterismo vesical.

Colocar as luvas estéreis.

Solicitar a uma pessoa que coloque PVPI na cuba redonda.

Solicitar a uma pessoa que abra as ampolas de água destilada, deixando-as sob a mesinha.

Solicitar a uma pessoa que coloque o lubrificante sobre a gaze (usar agulha estéril para tirar o ar).

Solicitar a uma pessoa que abra a sonda sobre a bandeja.

Aspirar a água das ampolas.

Testar o balão da sonda após verificar a sua capacidade.

Aspirar o volume de água injetada no balão da sonda, deixando-a justamente com a seringa sobre a bandeja.

Fazer anti-sepsia da genitália com as bolas das gazes montadas em pinça (as bolas utilizadas deverão ter um único uso).

Trocar as luvas.

Page 27: Monografia de David Robson de Santana Lima

Colocar o campo fenestrado, localizando bem a área genital.

Solicitar a outra pessoa que abra a embalagem do coletor de urina e coloque-o sobre o campo; o coletor será conectado à sonda antes de ser introduzido no meato urinário.

Pegar a sonda e lubrifica-la aproximadamente 4 cm partindo de sua extremidade localizando o meato em seguida.

Introduzir a sonda lentamente de 4 a 8 cm na mulher e de 15 a 18 cm no homem, neste caso, manter o pênis perpendicular ao corpo durante o processo.

Insuflar o balão com volume de água recomendado.

Tracionar levemente a sonda até encontrar resistência.

Retirar as luvas.

Sonda conectada à extensão do coletor passará sob a coxa, fixando a bolsa à cama.

Recompor a unidade.

Lavar as mãos.

Proceder às anotações no prontuário.

No cotidiano das UTI’s, se algumas dessas forem transgredidas,

influenciaram, na prevenção e controle das infecções. Observa-se, no entanto que

em 100% dos procedimentos realizados, os profissionais não lavam as mãos

imediatamente antes da realização do procedimento ou mesmo não realizaram esta

etapa seguindo a técnica adequada. Em muitos casos, os profissionais procedem à

lavagem das mãos em um momento bastante anterior à realização do procedimento.

Se a lavagem das mãos for feita corretamente e em quantidade suficiente, de acordo

com Fernandes (2000), essa é uma medida isolada mais simples, barata e

representativa na prevenção e no controle das infecções hospitalares.

A esse respeito, Oliveira (1998) cita que a lavagem das mãos visa à remoção

da maioria dos microrganismos da flora transitória e de alguns microrganismos da

flora residente, de células descamativas, de pêlos, de suor, de sujidades e de

oleosidades. Ainda neste sentido, Oliveira (1998) afirma que a lavagem das mãos

objetiva reduzir a transmissão de microrganismos pelas mãos, prevenindo as

infecções, e sua eficácia depende da duração e da técnica adequada. Também se

Page 28: Monografia de David Robson de Santana Lima

deve proceder a uma análise cuidadosa da tabela no que diz respeito à realização

da lavagem externa (higiene perineal), a qual, em 100% dos procedimentos

observados, não é realizada da forma correta ou nem sequer é realizada. Essa

etapa é muito importante, pois, segundo Fernandes (2000), ela reduz a presença de

microorganismos próximos do meato uretral. Fernandes (2000) refere que, somente

feita de forma correta, essa higiene é eficaz e deve ser feita a partir da região peri-

uretral para anal. Nesse sentido, observou-se que os profissionais não atentavam

para este fato aumentando o risco de infecção ao conduzirem microrganismos de

local mais contaminado para outro menos contaminado. Um outro ponto merecedor

de atenção é referente à anti-sepsia da genitália, a qual não é feita adequadamente

em aproximadamente 34% dos procedimentos observados.

Esta anti-sepsia, de acordo com Oliveira (1998), inibe o crescimento de

microrganismos da microbiota transitória e da microbiota resistente, sendo, pois,

muito importante sua realização antes dos procedimentos invasivos quando se

tenciona a prevenção de infecções associadas a estes uma vez que os

procedimentos invasivos rompem os mecanismos normais de defesa do indivíduo.

Oliveira (1998) também explica que a passagem de sonda vesical pode introduzir

bactérias na bexiga, através da formação do exsudato em torno do cateter na uretra.

Dessa forma, o aparecimento de bacteriúria pode ser retardado com manutenção de

condições estéreis na inserção e manutenção dos sistemas fechados, daí a

fundamental relevância da anti-sepsia. Podemos verificar também que em 100% dos

procedimentos observados as luvas não foram trocadas na realização do

procedimento, contudo, deve-se citar que as luvas usadas neste processo não foram

contaminadas pelo profissional, sendo, portanto, desnecessária a sua troca.

Outro procedimento aqui observado é a aspiração endotraqueal. As normas a

serem observadas para esse procedimento estão relacionadas abaixo, conforme

(ZANON, 1987):

Lavar as mãos.

Reunir todo o material e leva-lo à unidade do paciente.

Explicar o procedimento e a finalidade, se possível.

Page 29: Monografia de David Robson de Santana Lima

Calçar luvas estéreis.

Conectar a sonda aspiração ao látex.

Introduzir o cateter pelo tubo endotraqueal ou pela traqueostomia sem fazer sucção,

até atingir a carina, evitando traumatismos.

A sonda pode ser guiada para o brônquio direito ou esquerdo, lateralizando-se a

cabeça para o lado oposto.

Realizar a aspiração de forma intermitente e com movimentos circulares.

Retirar o cateter delicadamente sem vácuo.

Limitar a aspiração de 10 a 15 segundos, no máximo e a pressão de aspiração de 80

a 120 mmHg, no manômetro.

Lavar a sonda com soro fisiológico após cada aspiração.

Repetir o processo até remoção satisfatória da secreção, oxigenando o paciente nos

intervalos.

Após aspiração e lavagem da sonda traqueal em soro fisiológico, despreza-la.

Usar outra sonda para aspiração de boca e nariz, utilizando a mesma técnica já

descrita.

Na aspiração traqueal e aspiração endotraqueal observa-se, que, apesar da

simplicidade desse procedimento e de sua divulgação como o melhor método para

prevenção de infecções os profissionais devem observar as técnicas a serem

seguida.

Ayliffe et al (1998) afirma que as mãos dos profissionais de saúde são os

veículos de infecção cruzada mais importantes e é essencial que métodos eficazes

sejam utilizados para minimizar esse risco. A lavagem das mãos, ainda para Ayliffe

et al (1998), através de uma boa técnica cobrindo toda a superfície das mãos no

momento certo é mais importante do que o agente ou o período de tempo utilizados

Page 30: Monografia de David Robson de Santana Lima

na lavagem das mãos. Apesar de nesses procedimentos os profissionais utilizarem

luvas estéreis sempre que vão realizá-lo, no geral, eles não o fazem de forma

rigorosa no cumprimento da técnica correta de calçamento das mesmas. O uso da

técnica correta no calçamento das luvas é fundamental porque minimiza a

possibilidade de contaminação dessas luvas. Também ocorre que a abertura do

pacote de luvas é feita, algumas vezes, de forma muito antecipada criando meio

propício para a contaminação destas luvas, deixando-as expostas. Observando-se a

tabela referente às aspirações traqueais, nota-se que a introdução do cateter não

segue as normas em quase 34% dos casos. Isso ocorre porque não houve o

isolamento adequado do cateter, o qual tocou superfícies não-estéreis, sendo,

portanto, contaminado durante a realização do procedimento e levando

microrganismos para o trato respiratório.

Nos procedimentos observados, o manuseio do cateter foi feito de forma

inadequada, uma vez que tocou em superfícies não-estéreis, ou mesmo, os

profissionais contaminaram a mão estéril por tocarem na tubulação do aparelho de

sucção e, posteriormente, manusearam o cateter. De uma ou outra forma, conforme

Couto (1999), o profissional contaminou o cateter. Outra falha que foi observada diz

respeito à abertura da sonda em momento muito anterior à necessidade de seu uso.

Esse pacote da sonda é aberto e fica exposto até que seja utilizado. Isso pode ser

um meio para a contaminação da mesma e, por conseguinte, do trato respiratório do

paciente a ser aspirado. Na observação da realização dos procedimentos também

foi verificada uma falha grave referente ao momento da introdução da sonda no qual

a sucção não pode ser ligada. Observou-se, contudo, que em muitos casos, esta

sucção, por displicência, é ligada, podendo, segundo Atkinson (1989), causar

traumatismos dos tecidos acima das secreções e remover ar em excesso,

aumentando risco de hipoxemia. Fernandes (2000) afirma que não se liga a sucção

nem na introdução nem na remoção do cateter. Outra etapa onde houve

discordância com a sugestão das normas foi a técnica de limpeza do cateter, a qual

não é feita corretamente em 100% dos procedimentos observados de ambos os

tipos. Esta limpeza, feita seguindo a técnica, de acordo com Atkinson (1989),

lubrifica a sonda para reduzir o atrito sobre os tecidos, minimizando a possibilidade

de ferir a mucosa do paciente, protegendo-lhe contra as infecções. Também serve

como um teste de funcionamento do equipamento, limpa a sonda das secreções e

Page 31: Monografia de David Robson de Santana Lima

impede que a gravidade faça as secreções retornarem da sonda para a via aérea

durante a introdução da mesma.

Outro procedimento observado é o da colocação da sonda nasogástrica.

Analisando as normas para a realização desse procedimento, observa-se que, como

de praxe, a lavagem muitas é negligenciada, apesar de esse ser um procedimento

tão simples, rápido e eficiente que não pode ser tratado como dispensável.

Os profissionais de enfermagem sempre que realizam tal procedimento

alegam algo para se esquivar de cumprir esta etapa. Em 100% das sondagens

nasogástricas observadas, os profissionais não realizaram a lavagem das mãos,

sendo que, nos procedimentos observados o fizeram porque já estavam com luvas

de procedimento antes de começaram a sondagem acreditando, portanto, que essa

etapa não seria necessária. A não realização ou realização incorreta desta etapa em

qualquer procedimento invasivo segundo Fernandes (2000) representa um risco

iminente de o paciente adquirir uma infecção hospitalar. Convém esclarecer que os

procedimentos foram realizados com o paciente inconsciente, sendo que, devido a

esse motivo muitas etapas não foram consideradas, o que, porém, não deve servir

como argumento para deixar de utilizar uma técnica segura e livre de contaminação.

Deve-se citar também que, em 66,7% das etapas deste procedimento, os

profissionais realizaram de forma discordante das normas a introdução da sonda.

Esta introdução, conforme Fernandes (2000) deve acompanhar os contornos

naturais do corpo e deve ser feita lentamente, pois caso contrário pode provocar dor

e sangramento. Esse sangramento pode ser um foco de infecção, portanto um

cuidado maior é necessário. Percebe-se que, apesar do fato de que algumas etapas

que foram infringidas o terem sido pelo fato de o paciente estar inconsciente, não se

pode desconsiderar as falhas neste procedimento, porque elas podem propiciar o

desenvolvimento de uma infecção hospitalar. Também, convém considerar que a

sondagem nasogástrica não é um procedimento estéril, contudo, no seu processo de

realização existem riscos associados que podem, dependendo de sua conformidade

ou não com o que é sugerido, consistir em uma fonte de infecção hospitalar,

portanto, devendo ser considerado como os demais procedimentos invasivos.

Page 32: Monografia de David Robson de Santana Lima

3.3.1 PRINCÍPIOS QUE REGEM A PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES

HOSPITALARES DE ACORDO COM AS PROPOSTAS GOVERNAMENTAIS E

NORMAS INSTITUCIONAIS:

Observa-se que existe uma preocupação, por parte dos profissionais de

enfermagem, com os riscos de infecção a que estão sujeitos os pacientes internados

em relação à realização dos procedimentos invasivos, porém, o que se constatou na

prática é que durante a realização destes procedimentos acabam freqüentemente

ferindo princípios de prevenção e controle de infecção, ou por negligência, ou por

desatenção dos mesmos para os pontos de vulnerabilidade e riscos relativos aos

procedimentos que realizam e que a primeira vista possam passar por questões sem

importância ou de risco remoto.

Destacou-se que o maior problema observado em relação a realização dos

procedimentos invasivos, diz respeito a lavagem das mãos e uso de luvas. A

lavagem das mãos não é realizada na freqüência e técnica recomendadas e as

luvas muitas vezes são usadas apenas para auto proteção, funcionando como vetor

de disseminação de microrganismos. O uso de luvas de forma inadequada é ainda

muito freqüente. Usando as luvas, os profissionais entram em contato com diversas

superfícies não-estéreis aumentando grosseiramente a probabilidade de

contaminação e infecção do paciente. Segundo Oliveira (1998), a função do uso de

luvas é proporcionar proteção de barreira e prevenção de contaminação grosseira

das mãos ao contato com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções,

membranas mucosas e pele não íntegra, reduzindo a prevenção cruzada. Reforça-

se, portanto, a necessidade da troca de luvas entre um paciente e outro. O uso de

luvas não substitui a lavagem das mãos, que deve ser realizada após o uso das

mesmas. Dessa forma, percebe-se que não se pode dispensar essa etapa, a qual é

crucial no processo de prevenção e controle das infecções hospitalares.

Ao realizarem a maioria dos procedimentos invasivos, os profissionais

desobedecem ou não dão a devida atenção aos princípios de assepsia,

contaminando os materiais utilizados nestes procedimentos. Desse modo percebe-

Page 33: Monografia de David Robson de Santana Lima

se que um fator decisivo para a prevenção e controle das infecções hospitalares é a

existência e adoção de rotinas de prevenção coerentes e de pessoal em número

suficiente, qualificado e preparado para cumpri-las.

Em geral, os profissionais de Enfermagem que atuam nas UTIs são

integrados, às rotinas do serviço. Demonstram motivação para realização dos

procedimentos invasivos. Este é um fator relevante quando se deseja um trabalho

eficiente em qualquer área. Trabalhar em equipe, com integração, é um meio que

oferece suporte para um serviço qualificado, pois esta interação entre os

profissionais acaba por influenciar significativamente a realização dos

procedimentos, sendo que estes trabalham com mais interesse e motivação ao

trabalharem com pessoas com as quais possuem afinidades. Apesar de não ser

esse o único fator responsável pela qualidade e conformidade na realização dos

procedimentos, ele afeta, de maneira satisfatória, os achados acerca dos

percentuais de infecções hospitalares.

Nota-se assim, que, uma equipe multiprofissional, quando trabalha integrada

rende mais e melhor que em equipes na situação oposta, e isso têm significância

substancial quando a pretensão é diminuir os números de casos de infecções

hospitalares.

4 METODOLOGIA

Este trabalho caracteriza-se como sendo uma pesquisa do tipo bibliográfica,

utilizando a técnica de revisão de literatura.

Os dados foram coletados por meio de seleção de publicações científicas nacionais, indexadas no Scielo, além de materiais diversos entre dissertações, monografias e livros, que continham como palavras-chave: Infecção Hospitalar. Métodos invasivos.

Page 34: Monografia de David Robson de Santana Lima

Profissionais de Enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva datados de 1984 à 2000.

A análise dos dados ocorreu a partir de análise documental das publicações

selecionadas, estabelecendo relações entre as idéias principais dos autores e os

objetivos do trabalho.

A redação desta pesquisa foi realizada seguindo as Normas Brasileiras de

Referência (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

NBR6023/2002; NBR10520/2002; NBR14724/2005; NBR6028/2003.

Além disso, procurou-se elaborar um texto de fácil entendimento, utilizando

linguagem simples, porém não coloquial, para que as informações geradas possam

auxiliar nas discussões sobre Infecção Hospitalar Atuação do Enfermeiro na

Prevenção e no Controle das Infecções Hospitalares Associadas aos Procedimentos

Invasivos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do estudo realizado observa-se que é fundamental que a prática dos

profissionais de Enfermagem na prevenção e controle das infecções hospitalares

associadas aos procedimentos invasivos deve seguir normas de procedimentos,

mas, essa atitude ainda hoje se mostra deficiente, prova disso são os índices

alarmantes de infecção hospitalar, que nos dias atuais assolam os hospitais,

públicos e privados, de todo o país. Apesar dos esforços empreendidos para que

esses profissionais busquem manter as taxas de infecção hospitalar em níveis

aceitáveis, esse é um fato digno de atenção diferenciada, uma vez que os mesmos

constantemente infligem princípios de prevenção e controle deste tipo de infecção,

deixando mais crítica à saúde destes pacientes que já apresentam condições

clínicas substancialmente frágeis.

Mas, para o combate da infecção hospitalar não é só o comportamento dos

enfermeiros que deve receber atenção, o visitante também, em instituições

Page 35: Monografia de David Robson de Santana Lima

hospitalares, deve seguir algumas normas de controle efetivo da infecção hospitalar.

E dentre as práticas dos visitantes, a que mais merece destaque e que é simples de

ser realizada é a lavagem das mãos; antes do contato com pacientes, não deixando

também de atentar para que os visitantes para o fato destes não poderem se sentar

nos leitos dos pacientes.

No que tange aos procedimentos invasivos espera-se uma melhor atuação de

forma pertinente e segura por parte dos profissionais de enfermagem a fim de se

manter as taxas de infecção hospitalar em níveis que sejam toleráveis para assim

minimizar o risco que uma realização inadequada destes procedimentos, possa

acarretar na vida destes pacientes. Estudos demonstram que ainda hoje existem

muitos fatores de risco de infecção hospitalar associado a esta prática que

provavelmente está contribuindo para manutenção dos atuais índices de infecção

hospitalar.

Nesse sentido, observa-se que a assistência de Enfermagem nas UTI's

relacionadas com a prática dos procedimentos invasivos requer de imediato, uma

intervenção eficaz a fim de que se obtenha uma realidade que seja compatível com

uma maior segurança e garantia de recuperação dos pacientes ali internados.

Page 36: Monografia de David Robson de Santana Lima

REFERÊNCIAS

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