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Monografia de orçamento em obras de estruturas metálicas x obras de estrutura convencional
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SULFACULDADE DE ENGENHARIACURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO DE EDIFICAÇÕES
JADE CAROLINE SEEGER DA ROSA
NATALÍ BALDISSERA
TURMA: 460
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETO PARA
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO
MONOGRAFIA DE LABORATÓRIO DE EDIFICAÇÕES
PORTO ALEGRE2015
JADE CAROLINE SEEGER DA ROSA
NATALÍ BALDISSERA
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETO PARA
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO
Esta monografia é apresentada como requisito parcial para aprovação da disciplina de Laboratório de Edificações do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Professor Orientador: Eng. Civil Renato da Silva Solano, MSc
PORTO ALEGRE2015
3
Ficha Catalográfica
JADE CAROLINE SEEGER DA ROSA
NATALÍ BALDISSERA
FERRAMENTAS DE GESTÃO DE PROJETO PARA
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO
Esta monografia é apresentada como requisito parcial para aprovação da disciplina de Laboratório de Edificações do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Aprovado em: ________ de _________________ de _________.
Eng. Civil Renato da Silva Solano, MSc Coordenador da disciplina
BANCA EXAMINADORA:
Prof: ________________________
Prof: ________________________
Prof: ________________________
PORTO ALEGRE2015
4
“Projeto é um esforço temporário empreendido para
criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”
Project Management Institute
5
RESUMO
Na área da construção civil, a qualidade deve estar presente em todas as fases que
compreendem um projeto, tanto na sua implementação quanto na execução. Um dos itens
cruciais para o controle e qualidade de uma obra são as ferramentas de gestão de projetos que
auxiliam na verificação de viabilidade controle do orçamento do. O objetivo deste trabalho é
apresentar as ferramentas que são utilizadas na montagem e controle de orçamentos na
construção civil, mostrando relações de custo x benefícios a partir de duas visitas técnicas
localizadas em Porto Alegre e a importância da decisão das aplicações dos orçamentos.
Palavras-Chave: Orçamento. Planejamento. Gestão de Projetos. Construção Civil.
6
ABSTRACT
In the civil construction area, the quality must be present in all project phases, from its
implementation until its execution phase. One of the main items for control and quality of a
work are the tools of project management that assist the budget control feasibility. The
objective of this paper is show the tools that are used in the assembling and budget controls
in the civil construction, presenting the relation between costs and benefits based on two
technical visits at Porto Alegre and the value of implementation of budgets decisions.
Keywords: Budget. Planning. Project Management. Civil Construction.
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................11
1.1 Justificativa do Estudo...................................................................................................12
1.2 Objetivo Principal..........................................................................................................12
1.3 Hipótese.........................................................................................................................12
1.4 Delimitação do Trabalho................................................................................................12
1.5 Método da Pesquisa.......................................................................................................13
1.6 Estrutura do Trabalho....................................................................................................13
2. FERRAMENTAS PARA GESTÃO DE PROJETOS..............................................14
2.1 PMBOK – Project Management Body of Knowlegde...................................................14
2.2 Ciclo PDCA...................................................................................................................16
3. RELAÇÃO DO ORÇAMENTO E O GERECIAMENTO DE PROJETOS.........18
4. VISITAS TÉCNICAS..................................................................................................20
4.1 Obra A – Empresa 01.....................................................................................................20
4.2 Obra B – Empresa 02.....................................................................................................23
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................26
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Processos de Gerenciamento de Custos.............................................................15
Figura 02 - Representação do Ciclo PDCA..........................................................................16
Figura 03 – Redução do Tempo Médio de Execução da Obra.............................................21
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Quadro Comparativo – Prazos...........................................................................22
Tabela 02 – Quadro Comparativo – Custo Financeiro..........................................................22
Tabela 03 – Planilha de Controle de Prazos – IDP (índice de desvio de prazos) .................24
10
1. INTRODUÇÃO
Tempo, custo e processo de qualidade em projetos de grande escala da construção civil
são por muitas vezes incertos devido às restrições tecnológicas, à participação de muitas
partes interessadas, às longas durações, à necessidade de valores elevados de capital e a
definições inapropriadas de escopo. No ramo da construção civil, definições e delimitações do
orçamento são cruciais para o desenvolvimento da obra, pois podem evitar futuros prejuízos,
pois, conforme Dey (2002), os parâmetros de sucesso para qualquer projeto estão em
conclusão do tempo dentro de um orçamento específico e condições necessárias de
desempenho (exigências técnicas).
Elaborar um orçamento e controlar o custo da construção são tarefas de grande
responsabilidade, devendo o planejamento ser feito antes da tomada de qualquer decisão. De
acordo com Knolseisen (2003), a necessidade de se ter a garantia de sucesso na conclusão de
empreendimentos fez com que novas informações de custos se tornassem essenciais para
avaliar o sucesso dos empreendimentos. Surge assim, as ferramentas orçamentárias na gestão
dos custos da obra.
Este trabalho, portanto, tem como objetivo descrever algumas ferramentas que são
utilizadas na montagem e no controle de um orçamento na construção civil em decorrência da
definição do questionamento: qual a importância de se utilizar ferramentas de gestão de
projetos para gerir custos e controlar o orçamento de um empreendimento?
Definir um orçamento detalhado de uma obra representa poder estabelecer o controle de
custos de mão-de-obra, dos materiais, dos equipamentos e das instalações e possuir um
instrumento de aperfeiçoamento das previsões estabelecidas que garantem qualidade no
processo da obra, buscando garantir o melhor resultado com economia e sem desperdícios dos
gastos. Segundo Prosdocimi (200?), para o engenheiro, quando é feita a boa gestão sobre a
elaboração dos projetos, é possível garantir o atendimento às premissas técnicas, legais e
atender as expectativas do cliente.
11
1.1 Justificativa do Estudo
O orçamento é um documento realizado antes mesmo de uma obra ser executada
identificando se o empreendimento será viável ou não, portanto a verificação da importância
do orçamento na construção civil se faz necessária como meio de conhecimento dos fatores
que possam influenciar o custo total, como, por exemplo, coeficientes de produtividade da
mão-de-obra, consumo de materiais e consumo-hora dos equipamentos utilizados nos
serviços, assim como, a influência que o custo de certos materiais empregados possuem na
decisão da montagem e um orçamento e os métodos para a realização, desenvolvimento e
controle deste.
1.2 Objetivo Principal
O presente trabalho tem como objetivo principal verificar, a partir de visitas técnicas
realizadas em duas obras localizadas em Porto Alegre e levantamento bibliográfico, a
importância das ferramentas utilizadas para planejamento e gestão do orçamento e custos na
construção civil, assim como a análise dos métodos para a sua elaboração e para o controle
deste durante o desenvolvimento da obra, buscando referências para o desenvolvimento de um
trabalho consistente. Serão apresentados os dados mais relevantes da pesquisa, assim como
considerações, análises e levantamentos a respeito do assunto.
1.3 Hipótese
Para o controle dos custos de uma obra é necessário a utilização de ferramentas que
gerenciem e limitam os recursos financeiros disponíveis pois assim se evita gastos
desnecessários.
1.4 Delimitação do Trabalho
A pesquisa sobre o tema deste trabalho será realizada através de pesquisa teórica
realizada na Biblioteca Central da PUCRS através de levantamento bibliográfico relacionado
ao tema e realização de duas visitas técnicas em obras localizadas em Porto Alegre, ambas
acompanhadas pelo Professor Renato da Silva Solano, citadas abaixo:
- Obra A, Empresa 01. Visita realizada no dia 10 de setembro de 2015;
12
- Obra B, Empresa 02. Visita realizada no dia 04 de novembro de 2015.
De posse desse material, a pesquisa será organizada de forma a buscar uma vinculação
entre os capítulos, que estarão estruturados da seguinte forma: introdução, justificativa,
objetivo, estrutura e técnica de trabalho, fundamentação teórica, visitas técnicas e
considerações finais.
1.5 Método da Pesquisa
O método científico descrito é o Fenomenológico, de natureza básica com abordagem
qualitativa, objetivos descritivos e procedimento técnico de pesquisa participante.
1.6 Estrutura do Trabalho
O trabalho foi estruturado de maneira a ser apresentado através de capítulos vinculados
entre si, onde inicialmente constarão as considerações iniciais, a justificativa, os objetivos, a
presente estrutura do trabalho e a metodologia de investigação.
No capítulo 1, são apresentadas as considerações iniciais, a justificativa, o objetivo, o
método e a técnica de investigação e a presente estrutura do trabalho.
No capítulo 2, será tratado duas ferramentas utilizadas na gestão de projetos: o PMBOK
e o Ciclo PDCA.
No capítulo 3, será então analisado a relação entre o controle do orçamento de uma
obra, o seu planejamento e as ferramentas de gestão de projetos.
No capítulo 4, constarão as Visitas Técnicas realizadas às obras A e B, de diferentes
empresas, localizadas em Porto Alegre.
E por fim, as considerações finais abordará a conclusão deste trabalho e as referências
bibliográficas trará a bibliografia consultada para o embasamento e para a fundamentação
teórica no desenvolvimento da pesquisa.
13
2. FERRAMENTAS PARA GESTÃO DE PROJETOS
2.1 PMBOK – Project Management Body of Knowlegde
O PMBOK é um conjunto de práticas na gestão de projetos onde se pode aplicar os
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de satisfazer
os seus requisitos, que, segundo o Guia PMBOK (2014), resume todos os seus processos,
entradas e saídas, assim como todas as práticas corretas de gerenciamento, fornecendo
diretrizes individuais, definindo o ciclo de vida e os processos dos projetos.
Dentro desta ferramenta há uma divisão de nove áreas de conhecimento, citadas abaixo
juntamente com suas respectivas funções dentro da técnica:
- Qualidade: garantir o atendimento das necessidades para as quais o projeto foi criado;
- Recursos Humanos: são delegadas as responsabilidades, formação de equipe e seu
desenvolvimento;
- Escopo: garantir que todo o trabalho necessário será realizado;
- Aquisições: gerenciar a contratação de bens e serviços de terceiros;
- Integração: coordenar todas as áreas para garantir as entregas;
- Comunicações: identificar as partes interessadas e mantê-las informadas, produção de
relatórios de desempenho;
- Custo: identificar e estimar os recursos, definir e controlar o orçamento;
- Riscos: minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades;
-Tempo: sequência de atividades e estimativa da sua duração. Realização do
cronograma.
Neste trabalho será abordada a área de conhecimento relativa ao custo, como forma de
planejamento de uma obra. No PMBOK é necessário conhecer o escopo do trabalho a ser
executado, os recursos necessários e o cronograma para que se possa estimar os custos. Desta
forma, partindo da Estrutura Analítica do Projeto, é possível estimar os recursos necessários e
depois estimar os custos de cada recurso, obtendo-se a Estrutura Analítica de Recursos
associada a uma estrutura Analítica de Custos que pode ser consolidada no orçamento do
projeto.
Portanto, o projeto é executado sob um orçamento aprovado e limitado, e para isso, é
necessário que a estimativa seja realizada por quem irá executar o trabalho, que ações
corretivas devem ser tomadas para garantir o custo durante a execução e que o gerente de
projetos deve analisar e discutir as reis necessidades do projeto (custo, tempo, etc.).
14
Figura 01 – Processos de Gerenciamento de Custos
15
Fonte: Guia PMBOK, 5ª Ed. (2014).
2.2 Ciclo PDCA
O Ciclo PDCA, que significa P: plan, D: do, C: check, A: act, é uma ferramenta de
gestão de projetos que visa controlar e melhorar os processos de uma forma contínua, visto
que atua como um processo que não possui intervalos, nem interrupções. Seu objetivo é a
melhoria contínua das etapas de um processo através do aperfeiçoamento dos processos do
projeto, identificando as causas dos problemas e implementando solução para os mesmos,
sem um fim pré-determinado, justamente por ser um ciclo.
Figura 02 – Representação do Ciclo PDCA
Mudanças podem ser implementadas no ciclo PDCA que são divididas em: mudanças
reversíveis e mudanças irreversíveis. As mudanças reversíveis de um processo, são as
mudanças que podemos retornar ao estado de origem. São aquelas que mesmo tendo ocorrido,
podem ser revertidas sem deixar nenhum vestígio no processo, como por exemplo, alterações
num determinado procedimento. Já as mudanças irreversíveis, são as alterações que uma vez
16
Fonte: BUENO (2013).
implementadas nunca mais poderão ser desfeitas (o estágio anterior não pode mais ser
atingido).
O ciclo PDCA é utilizado no planejamento estratégico do projeto, onde as partes
envolvidas elaboram um plano de ação para ser executado ao longo do período da obra.
Segundo Bueno (2013), na área técnica, onde o processo é mais evidente e formalizado, os
planos de ação estabelecem metas, ações e indicadores pertinentes às áreas de orçamento e
planejamento, obras, suprimentos, atendimento ao cliente e recursos humanos. Esses planos
de ação são, então, implementados em cada departamento, finalizando, de uma maneira bem
simplificada, os dois módulos iniciais do ciclo PDCA: módulo plan e módulo do.
No próximo módulo, check, a empresa verifica os indicadores de qualidade
estabelecidos nos planos de ação, como indicadores de satisfação do cliente, índice de horas
de treinamento, e outros. Após este módulo, o act atua corretivamente sobre a diferença
identificada (caso houver); caso contrário, haverá a padronização e a conclusão do plano
(ações corretivas sobre os processos de planejamento, execução e auditoria; eliminação
definitiva das causas, revisão das atividades e planejamento).
17
3. RELAÇÃO DO ORÇAMENTO E O GERECIAMENTO DE PROJETOS
O gerenciamento de um projeto envolve a coordenação eficaz e eficiente de recursos de
diferentes tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, equipamentos, e de esforços
necessários para obter-se o produto final desejado; no caso da construção civil, segundo
Prosdocimi (200?), a obra construída deve atender a parâmetros preestabelecidos de prazo,
custo, qualidade e risco.
De acordo com Knolseisen (2003):
Determinar custos de bens e de serviços, procurar medidas para reduzir o seu valor e analisar as várias decisões tomadas pelas empresas são questões sempre discutidas por empresários, não só do ramo da construção civil como de qualquer outro onde há empresas interessadas cada vez mais na competitividade, buscando também qualidade nos seus serviços.
No setor da construção civil, a falta de conformidade dos sistemas de custeio tem
deixado a gestão de custo e o processo de planejamento e controle da produção de uma forma
dissociada (Howell & Ballard, 1996).
Conforme Gonzales (2008), o orçamento discriminado é aquele que é composto por
uma relação dos serviços ou atividades a serem executados na obra. Os preços unitários de
cada um destes serviços são obtidos por composições de custos, as quais são basicamente,
combinações de preços, relacionando as quantidades e preços unitários dos materiais, dos
equipamentos e da mão-de-obra necessários para executar uma determinada unidade do
serviço.
No caso de obras de edificações, um indicador comumente utilizado é o custo por metro
quadrado construído, existindo distintas fontes de referência desse parâmetro, sendo o Custo
Unitário Básico (CUB) o mais utilizado. Para Carvalho (2007), um orçamento para ser feito,
exige um projeto detalhado, já uma estimativa pode ser feita a partir de dados preliminares,
não detalhados sobre o empreendimento. Já para Martins (2008), o orçamento é a previsão do
preço global da construção da obra ou preço de venda da mesma.
A precisão de um orçamento muitas vezes pode variar, devido a muitas variáveis
evolvidas, detalhes, problemas durante o processo e/ou falta de informações no projeto que
geram erros, embora estes possam ser reduzidos através do trabalho minucioso e da
experiência de quem o produz, nenhum orçamento está livre de incertezas ou até mesmo
mudanças.
Os objetivos do orçamento são basicamente:
18
- A definição do custo que será proposto pela empresa ao cliente em relação à execução
dos serviços propostos, a partir de medições e detalhamento do projeto, de acordo com as
especificações técnicas;
- Gerar um documento contratual que em regra entre as partes envolvidas, como
documento de previsão dos custos e esclarecimento de dúvidas que possam surgir durante a
execução da obra;
- Possuir um meio de controle dos custos de mão-de-obra, dos materiais, dos
equipamentos, das instalações e da sua comparação com as previsões estabelecidas.
- Fornecer um instrumento de análise para se obter as informações necessárias ao
desenvolvimento das bases das previsões e dos sistemas de cálculo e de controle dos custos
calculados pela empresa, com vista ao aperfeiçoamento da sua comparação com as previsões
estabelecidas.
Portanto, é importante ressaltar que todo e qualquer empreendimento, nos dias atuais,
tendo em vista um mercado cada vez mais competitivo e um consumidor bastante exigente,
requer um estudo de viabilidade econômica, um orçamento detalhado e um rigoroso
acompanhamento físico-financeiro da obra, Knolseisen (2003). Para a determinação dos
gastos necessários para a realizações de um projeto de acordo com um plano de execução
previamente estabelecido e para o controle rigoroso de custos durante o desenvolvimento de
uma obra utiliza-se, então, as ferramentas de gestão de projetos.
19
4. VISITAS TÉCNICAS
4.1 Obra A – Empresa 01
Em setembro de 2015, foi realizada uma visita técnica à obra A que está sendo
executada em estrutura metálica. As informações obtidas sobre o processo da tomada de
decisão da estrutura foram bem criteriosos. Foi mencionado que apesar da escolha da
estrutura ter sido expansiva em relação ao custo, foi balanceada em questão de tempo de
implantação, recursos e mão de obra.
Os critérios considerados pela empresa foram:
- As estruturas metálicas bem elaboradas arquitetonicamente traduzem aspectos de
arrojo e modernidade;
- As vigas em aço, por sua elevada resistência e baixo peso próprio, permitem a
execução com soluções leves e econômicas;
- O pilar de aço ocupa um menor espaço em relação ao convencional e, em geral,
implica em uma redução do número de pilares necessários; as garagens ficam mais amplas e
tem-se maior área líquida para a comercialização, obtendo-se, dessa forma, retorno financeiro
da verba inicialmente investida;
- Facilidades na utilização de materiais complementares pré-fabricados, como, por
exemplo, limpeza na obra;
- Condições para projetar economicamente grandes vãos livres.
Nos edifícios comerciais, como é o caso desta obra, estes itens são de extrema
importância, pois a síntese do planejamento de uma obra é o seu cronograma físico-financeiro
que consiste em relacionar o tempo das diversas tarefas que compõem o ato de construir com
os seus respectivos custos.
O sistema construtivo estruturado em aço, ao mesmo tempo que facilita a execução do
planejamento da gestão da obra, exige para seu completo êxito, um estreito relacionamento
entre o arquiteto e os projetistas estruturais, para que se inicie a obra com todas as soluções já
determinadas, evitando-se o improviso, correções e os prováveis desperdícios decorrentes,
ocasionando alterações no orçamento inicialmente previsto.
É também imprescindível que o planejamento de contribuição de recursos seja
compatível com o desenvolvimento rápido da obra.
20
Segundo Souza (2010), pode-se considerar reduções nos prazos de 35% nos edifícios
comerciais ao se utilizar estrutura em aço, conforme é demonstrado no gráfico presente na
figura 03.
Figura 03 – Gráfico Redução do Tempo Médio de Execução da Obra
Fonte: SOUZA (2010).
Ao se utilizar no projeto estruturas de aço, a construção do empreendimento é
simplificada, resumindo-se na tarefa apenas de montar. A precisão das estruturas transmite-se
aos demais itens, seja na regularização das lajes, seja nos revestimentos das alvenarias,
instalações de tubulações de utilidades, esquadrias, elevadores etc. Dessa maneira, não
havendo desvios a cobrir, improvisações de canteiro a fazer, não existirão mais as
justificativas entre o orçado e o realizado. Por outro lado, as estruturas de aço são entregues
ao construtor, montadas, a preço fixo, o que vem reduzir substancialmente a dispersão
orçamentária.
Em uma análise superficial, pode-se concluir erroneamente que um edifício estruturado
em aço tenha o seu custo final superior ao do mesmo edifício estruturado convencionalmente,
porque o preço de sua estrutura metálica é superior ao preço das estruturas de concreto
armado.
Entretanto, devemos lembrar que não se trata de uma pura substituição do sistema
estrutural, e sim de uma troca de sistema construtivo, ou seja, é necessário aproveitarmos a
alta qualidade do aço e das excelentes características das estruturas obtidas a partir dele:
resistência, leveza, prumo, esquadro, nível, rapidez e principalmente pela possibilidade de
abordagem industrial com grande planejamento e racionalização do processo construtivo,
conforme é demostrado nas tabelas comparativas 01 e 02.
21
Tabela 01 – Quadro Comparativo - Prazos
Tabela 02 – Quadro Comparativo – Custo Financeiro
22
Fonte: SOUZA (2010).
Fonte: SOUZA (2010).
4.2 Obra B – Empresa 02
A visita realizada à Obra B, localizada em Porto Alegre, da Empresa 02, foi de extrema
importância a essa pesquisa, pois acrescentou informações pertinentes relativas à gestão da
obra efetuada através de planilhas de controle mensal que relacionam orçamento previsto e
prazo.
Este controle é realizado a partir do orçamento da obra elaborado inicialmente com o
escopo aberto com o qual se realiza as medições periódicas das atividades pré-estabelecidas
na ferramenta de gerenciamento MS Project que estão finalizadas e que estão em andamento
durante processo de desenvolvimento da construção do empreendimento.
Com estes dados, o setor especifico de controle do planejamento da empresa
implantando na obra realiza estudos e dossiês de comparação entre orçamento e prazos
utilizando a técnica da Gestão do Valor Agregado, que é um índice auxiliar no monitoramento
e controle de dois fatores cruciais em qualquer projeto: custo e tempo. Neste modelo de
gestão o ideal é atingir um resultado maior que 1, pois desta forma pode-se comprovar que foi
agregado valor ao projeto.
Foi observado que nesta obra a empresa mantém o controle da gestão através das
planilhas dos índices de cálculo do modelo citado no parágrafo anterior: a de Controle dos
Custos onde está presente o IDC (Índice de Desempenho dos Custos) e a de Controle de
Prazos, na qual consta o IDP (Índice de Desempenho dos Prazos).
O cálculo destes índices é feito através das fórmulas do IDC – Índice de Desempenho
dos Custos, onde o valor agregado (VA) – tarefas realizadas até o momento, aquilo que de
fato foi agregado ao projeto no período, dividido pelo custo decorrido (CR – Custo Real)
destas atividades, desta maneira tem-se: IDC = VA/CR, e do IDP – Índice de Desempenho
dos Prazos, que é o índice calculado através da fórmula: IDP = VA/VP. O valor agregado é o
mesmo considerado no IDC, e o VP é o Valor Planejado, que significa o valor que foi
planejado para se gastar neste mesmo período de tempo.
23
Tabela 03 – Planilha de Controle de Prazos – IDP (índice de desvio de prazos)
OBRA B
Prev. Mês (%)
Real Mês (%)
IDP Mês
Prev. Banco
Prev. Acum. (%)
Real Acum. (%)
IDP Obra
1 Jul/14 7,21 7,21 1,00 7,21 7,21 1,002 Ago/14 6,12 6,12 1,00 13,33 13,33 1,003 Set/14 1,57 1,57 1,00 14,90 14,90 1,004 Out/14 2,72 2,72 1,00 17,62 17,62 1,005 Nov/14 2,99 2,99 1,00 20,61 20,61 1,006 Dez/14 1,50 1,50 1,00 22,11 22,11 1,007 Jan/15 1,86 1,86 1,00 23,97 23,97 1,008 Fev/15 1,79 1,73 0,97 25,76 25,70 1,009 Mar/15 2,76 2,42 0,88 28,52 28,12 0,99
10 Abr/15 2,83 2,88 1,02 31,35 31,00 0,9911 Mai/15 3,06 3,04 0,99 34,41 34,04 0,9912 Jun/15 4,15 4,16 1,00 38,56 38,20 0,9913 Jul/15 4,63 4,69 1,01 43,19 42,89 0,9914 Ago/15 4,03 4,72 1,17 47,22 47,61 1,0115 Set/15 3,35 3,37 1,01 50,57 50,98 1,0116 Out/15 3,70 54,2717 Nov/15 2,86 57,1318 Dez/15 6,27 63,4019 Jan/16 4,47 67,8720 Fev/16 4,75 72,6221 Mar/16 4,37 76,9922 Abr/16 3,68 80,6723 Mai/16 5,60 86,2724 Jun/16 4,95 91,2225 Jul/16 5,16 96,3826 Ago/16 3,62 100,00
Fonte: Obra 02. Adaptada pelos autores (2015).
Foi também ressaltado na visita à obra que a empresa procura cumprir ao máximo todas
as exigências da NR-18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção –
para evitar possíveis embargos à obra, pois isso gera custos desnecessários e atraso de prazos
que não foram considerados no orçamento inicial.
24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o problema formulado na pesquisa: “qual a importância de se utilizar ferramentas
de gestão de projetos para gerir custos e controlar o orçamento de um empreendimento?”
pode-se concluir, através da realização deste trabalho, que gerenciar as etapas dos processos
construtivos dentro dos objetivos da construção de um empreendimento é uma forma eficaz e
eficiente de controle do orçamento.
Já a hipótese que foi citada no início do trabalho: “Para o controle dos custos de uma
obra é necessário a utilização de ferramentas que gerenciem e limitam os recursos financeiros
disponíveis pois assim se evita gastos desnecessários.” foi verificada pois os construtores
utilizam ferramentas gestacionais de projeto para se obter a qualidade desejada sobre o
produto final sem gastos de custos que não foram previstos no orçamento.
Dentre os possíveis trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos a partir do tema
apresentado neste trabalho, onde abordou-se as ferramentas de gestão de projeto para
planejamento orçamentário, sugere-se efetuar a análise das limitações e dificuldades
encontradas na aplicação das ferramentas gestacionais
25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, F. F. O método de melhorias PDCA. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo: 169 f., 2003.
AZEVEDO, R. C.; ENSSLIN, L.; LACERDA, R. T. de O.; FRANÇA, L. A.; GONZÁLEZ, C. J.I.; JUNGLES, A. E.; ENSSLIN, S. R. Avaliação de desempenho do processo de orçamento: estudo de caso em uma obra de construção civil. Ambiente Construído, Porto Alegre: v. 11, n. 1, p. 85-104, jan./mar. 2011.
BUENO, Ádamo Alves. Ciclo PDCA. Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Gôiana: 2013.
CARVALHO, Monica. Cálculo expresso. Revista dos negócios da construção. Construção e Mercado, São Paulo: n72 ano 60, julho de 2007. Entrevista concedida por Sérgio Conforto.
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Noções de Orçamento e Planejamento de Obras. UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo: 2008.
26
Guia PMBOK. Project Management Institute. 5º Ed., Saraiva, 2014.
HOWELL, G.; BALLARD, G. Can project controls so its job? In: Annual Meeting of the International Group for Lean Construction, 4. Birmingham: IGLC, 1996.
KNOLSEISEN, Patrícia Cecília. Compatibilização de orçamento com o planejamento do processo de trabalho para obras de edificação. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis: 2003.
MARTINS, J. Guerra. o. Medições e orçamento. Universidade Federal do Paraná. 2ª edição, 2008.
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SOUZA, Melquizedeck Ribeiro de. Estudo de viabilidade técnica e econômica de edificações comerciais em aço estrutural: estudo de caso de uma obra na cidade de Feira de Santana – BA. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana: 2010.
PROSDOCIMI, Luiz Eduardo Corrêa. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte: 200?. Disponível em: <http://www.aecweb.com.br/> Acesso em 09 nov. 2015.
27