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CIODONTO Pós Graduação Lato sensu em Implantodontia Rubens Eduardo de Melo Gigli METODOLOGIA DA REMOÇÃO DE ENXERTOS EM BLOCO DO RAMO MANDIBULAR

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CIODONTO

Pós Graduação Lato sensu em Implantodontia

Rubens Eduardo de Melo Gigli

“METODOLOGIA DA REMOÇÃO DE ENXERTOS EM BLOCO

DO RAMO MANDIBULAR”

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Rio de Janeiro

2008

CIODONTO

Pós Graduação Lato Sensu em Implantodontia

Rubens Eduardo de Melo Gigli

“METODOLOGIA DA REMOÇÃO DE ENXERTOS EM BLOCO

DO RAMO MANDIBULAR”

Monografia apresentada ao Centro de

Pós-Graduação da Ciodonto para

obtenção do Grau de Especialista em

Odontologia.

Área de concentração: Implantodontia

Orientadora: Prof. Dra. Flávia Rabello de Mattos

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Rio de Janeiro

2008

“METODOLOGIA DA REMOÇÃO DE ENXERTOS EM BLOCO

DO RAMO MANDIBULAR”

Monografia apresentada ao Centro de Pós-graduação da Ciodonto - CLIVO como

requisito parcial para a obtenção do curso de especialista em implantodontia.

Aprovado em ____/___ /___

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Coordenador Prof. Dr. Sergio Henrique Gonçalves Motta

___________________________________________________

Profª. Drª Flavia Rabello de Mattos

____________________________________________________

Prof: Walter Luis Soares Fialho

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos Matheus e Maria Eduarda pois, na

sua inocência, perdoam a minha ausência e retribuem com um amor sempre

presente.

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AGRADECIMENTO

À Deus, por sempre cuidar de mim.

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6

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pelo amor e força de sempre.

Ao Padre José Lourival Bergmann pelo apoio e compreensão que me

permitiram concretizar um sonho.

Ao Prof. Sergio Motta, pelo exemplo como profissional e pelo incentivo

na busca incessante do saber.

À Profª. Flávia Rabello pelos ensinamentos e pela confiança em meu

potencial.

Ao Prof Rogério Pacheco pela ajuda sempre presente nas dificuldades.

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EPÍGRAFE

“QUANDO AGENTE PENSA QUE SABE TODAS RESPOSTAS, VEM A VIDA E MUDA TODAS AS PERGUNTAS”

(Autor Desconhecido)

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RESUMO

A instalação de implantes dentários para suporte protético possui como

pré-requisito principal a presença de um volume adequado de osso nos locais

desejados. Quando não se dispõe de quantidade óssea suficiente, o clínico pode

empregar algumas cirurgias de reconstrução óssea. Os enxertos autógenos

constituem o tratamento de escolha. Atualmente, os interesses estão voltados

para os enxertos de origem intrabucal, pois esses possuem vantagens como:

Acesso conveniente, proximidade entre o sítio doador e receptor e, mínimo

desconforto para o paciente. Dentre as áreas doadoras intrabucais o enxerto

ósseo removido do ramo mandibular tem resultados previsíveis e consagrados

para reconstruções ósseas de até 3 dentes, poucas complicações pós-

operatórias requerendo porém uma maior experiência por parte do

implantodontista nessas cirurgias ditas como avançadas. O presente trabalho

têm como objetivo fazer uma revisão da literatura em artigos que descrevem a

metodologia da remoção de blocos ósseos intra-orais tendo como área doadora

o ramo mandibular. Abordaremos também assuntos pertinentes como o tecido

ósseo e as vantagens do uso do osso autógeno, apresentando também dois

casos clínicos executados durante o curso de pós graduação na clínica do

Centro Livre de Odontologia (CLIVO). Incluiremos uma estatística com a

quantidade de enxertos ósseos removidos do ramo mandibular, suas

intercorrências e grau de sucesso realizados pelos alunos do Centro Livre de

Odontologia de 2004 a 2008.

Palavras-chave: Enxerto ósseo, Osso autógeno, Ramo mandibular.

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ABSTRACT

The placement of dental implants to prosthetic support has the presence of an

adequate volume of bone in places desired as its major requirement. When we do

not have enough bone quantity, the surgeon can employ some surgery techniques

for bone reconstruction. Autogenous bone grafts are the treatment of choice.

Currently, the interests are focused on intrabuccal donor sites as bone grafts, as

they have advantages such as: appropriate access, proximity between the donor

and recipient sites, and minimum discomfort to the patient. Among the intrabuccal

donor sites, the bone graft removed from mandibular ramus has predictable results

to bone reconstructions of up to 3 teeth, and fewer postoperative complications but

requiring greater experience by the surgeon in this called “advanced surgery”. This

work has as objective to review the literature in articles that describe the

methodology of the removal of intrabuccal bone blocks with the mandibular ramus

as the donor site. We will also discuss about relevant matters such as the bone

tissue and the benefits of the use of autogenous bone grafts, presenting two cases

performed during the course at the clinic of the Centro Livre de Odontologia

(CLIVO). An statistic with the amount of bone grafts removed from the mandibular

ramus, its complications and degree of success achieved by the students of the

Centro Livre de Odontologia from 2004 to 2008 was also included.

Key Words: Graft Bone, Autogenous Bone, Mandibular Ramus.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Material para incisão 38

FIGURA 2 - Material de sutura 38

FIGURA 3 - Descoladores 38

FIGURA 4 - Afastadores 38

FIGURA 5 - Brocas para peça reta 39

FIGURA 6 - Espessímetro 39

FIGURA 7 - Pote porta enxerto 39

FIGURA 8 - Cinzéis, alavancas e martelos 40

FIGURA 9 - Kit de enxerto ósseo 40

FIGURA 10 - Radiografia panorâmica 43

FIGURA 11 - Fratura mandibular 43

FIGURA 12 - Sutura da área doadora 43

FIGURA 13 - Abertura de boca pós trauma 43

FIGURA 14 - Remoção de bloco ósseo em forma de “L” com uso de trefina 47

FIGURA 15 - Bloco ósseo em forma de “L” 48

FIGURA 16 - Tecido conjuntivo entre o bloco ósseo e o rebordo alveolar 48

FIGURA 17 - Fotografia inicial caso 1 60

FIGURA 18 - Vista frontal da região edêntula caso 1 60

FIGURA 19 - Vista oclusal da região edêntula caso 1 60

FIGURA 20 - Radiografia periapical caso 1 61

FIGURA 21 - Radiografia panorâmica caso 1 61

FIGURA 22 - Enceramento diagnóstico em modelo caso 1 61

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FIGURA 23 - Guia estético provisório caso 1 61

FIGURA 24 - Guia cirúrgico caso 1 61

FIGURA 25 - Acesso a área doadora 62

FIGURA 26 - Delimitação inicial do bloco ósseo a ser removido 62

FIGURA 27 - Delimitação completa do bloco ósseo 62

FIGURA 28 - Remoção do bloco ósseo 62

FIGURA 29 - Medida em largura do bloco ósseo 62

FIGURA 30 - Medida em comprimento do bloco ósseo 62

FIGURA 31 - Bloco ósseo perfurado 63

FIGURA 32 - Bloco ósseo posicionado na área receptora 63

FIGURA 33 - Bloco ósseo fixado com parafusos de aço inox 63

FIGURA 34 - Bloco ósseo fixado vista aproximada 63

FIGURA 35 - Retalho dividido para recobrimento do bloco ósseo 63

FIGURA 36 - Sutura da área doadora 64

FIGURA 37 - Sutura da área receptora 64

FIGURA 38 - Aumento de volume da área receptora vista frontal 64

FIGURA 39 - Aumento de altura da área receptora vista oclusal 64

FIGURA 40 - Reabertura da área receptora. 64

FIGURA 41 - Uso do paralelômetro aferindo o posicionamento do implante 65

FIGURA 42 - Guia cirúrgico confirmando posição do implante 65

FIGURA 43 - Loja cirúrgica 65

FIGURA 44 - Implante instalado 65

FIGURA 45 - Sutura após a implantação 65

FIGURA 46 - Foto inicial intra oral caso 2 66

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FIGURA 47 - Vista intra oral aproximada do defeito ósseo 66

FIGURA 48 - Área receptora vista frontal caso 2 66

FIGURA 49 - Área receptora vista oclusal caso 2 66

FIGURA 50 - Radiografia panorâmica inicial caso 2 67

FIGURA 51 - Tomografia computadorizada da área receptora caso 2 67

FIGURA 52 - Tomografia computadorizada vista oclusal e panorâmica 67

FIGURA 53: - Incisão supra cristal da área receptora 68

FIGURA 54 - Incisão relaxante da área receptora 68

FIGURA 55 - Acesso à área receptora 68

FIGURA 56 - Aferição da espessura óssea com espessímetro cirúrgico 68

FIGURA 57 - Exposição do ramo mandibular para incisão 69

FIGURA 58 - Incisão na linha oblíqua externa 69

FIGURA 59 - Exposição do ramo mandibular 69

FIGURA 60 - Delimitação horizontal do bloco ósseo 70

FIGURA 61 - Delimitação vertical do bloco ósseo com broca em serra 70

FIGURA 62 - Bloco ósseo delimitado. 70

FIGURA 63 - Remoção do bloco ósseo com cinzéis. 71

FIGURA 64 - Vista aproximada da remoção do bloco ósseo 71

FIGURA 65 - Área doadora após remoção do bloco ósseo 71

FIGURA 66 - Bloco ósseo removido vista cortical 72

FIGURA 67 - Bloco ósseo removido vista medular 72

FIGURA 68 - Porta enxerto com bloco ósseo armazenado 72

FIGURA 69 - Bloco ósseo sendo preparado 73

FIGURA 70 - Bloco ósseo preparado 73

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FIGURA 71 - Perfuração do bloco ósseo para colocação do parafuso de fixação 73

FIGURA 72 - Prova da adaptação do bloco ósseo à loja receptora vista frontal 74

FIGURA 73 - Prova da adaptação do bloco ósseo à loja receptora vista oclusal 74

FIGURA 74 - Decorticalização da área receptora 74

FIGURA 75 - Posicionamento do bloco ósseo à área receptora com pinça porta

enxerto 75

FIGURA 76 - Perfuração da área receptora para fixação do bloco ósseo com

parafusos 75

FIGURA 77 - Fixação do bloco ósseo com parafuso de aço inox 75

FIGURA 78 - Bloco ósseo fixado com parafuso de aço inox 75

FIGURA 79 - Divisão do retalho para recobrimento do enxerto 76

FIGURA 80 - Retalho sem tensão e recobrimento do enxerto 76

FIGURA 81 - Sutura da área doadora 76

FIGURA 82 - Sutura da área receptora sem tensão 76

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Sucessos e insucessos 55

GRÁFICO 2 - Intercorrências cirúrgicas 55

GRÁFICO 3 - Tipos de intercorrências 56

GRÁFICO 4 - Área receptora 57

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LISTA DE ABREVIATURAS

Clivo - Centro Livre de Odontologia

Mm - Milímetros

SIN - Sistema Nacional de Implantes

ROG - Regeneração Óssea Guiada

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SUMÁRIO

RESUMO 8

ABSTRACT 9

LISTA DE ILUSTRAÇÕES 10

LISTA DE GRÁFICOS 14

LISTA DE ABREVIATURAS 15 1. INTRODUÇÃO 18 2 PROPOSIÇÃO 21 3 REVISÃO DA LITERATURA 22 3.1 HISTÓRICO DOS ENXERTOS ÓSSEOS 22

3.2 TECIDO ÓSSEO 24

3.3 VANTAGENS DO OSSO AUTÓGENO 27

3.4 PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS DA REPARAÇÃO E

REVASCULARIZAÇÃO DOS ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS 29

3.5 DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO 31

3.6 ÁREAS DOADORAS 32

3.7 ANATOMIA 35

3.8 TÉCNICA CIRÚRGICA 36

3.8.1 Medicação 36

3.8.2 Anestesia 37

3.8.3 Instrumental 38

3.8.4 Técnica cirúrgica 41

3.8.4.1 Preparo do leito receptor 44

3.8.4.2 Adequação do enxerto ao leito receptor 45

3.8.4.3 Fixação do enxerto 48

3.8.4.4 Conservação do enxerto 49

3.8.4.5 Recobrimento do enxerto com retalho sem tensão 50

3.8.4.6 Fase de reparação 50

3.8.4.7 Instalação dos implantes 51

3.9 CAUSAS DE INSUCESSOS DOS ENXERTOS ÓSSEOS 51

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3.10 ORIENTAÇÕES GERAIS E CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS 52

4 MATERIAIS E MÉTODOS 54

4.1 MATERIAIS 54

4.2 MÉTODOS 54

4.3 CASOS CLÍNICOS 58

4.3.1 Caso clínico 1 60

4.3.2 Caso clínico 2 66

5.0 RESULTADOS 77

6 DISCUSSÃO 79

7 CONCLUSÃO 91

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 92

1-INTRODUÇÃO

MANSO e LANG (1997) consideraram que a estética ideal é

conseguida quando o contorno do rebordo alveolar e a correta posição do

implante permitem a forma, a cor e o perfil de emergência da restauração a

unirem-se imperceptivelmente com o tecido gengival adjacente.

MATOCANO et al (2004) relataram que a perda prematura dos

elementos dentários acarreta uma série de mudanças principalmente na estrutura

óssea. O osso alveolar, as estruturas de sustentação e o próprio dente compõem

um complexo sistema que se mantém em equilíbrio fisiológico e biológico. A partir

do momento em que se rompe esse quadro, todo o sistema sofre mudanças e

conseqüências. Nesse caso, o osso começa a ser reabsorvido e pode variar entre

indivíduos, significando que existem forças biomecânicas que controlam e regulam

o processo de remodelamento ósseo.

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TOLEDO FILHO(2001) enfatizou que falta de osso nos rebordos

alveolares tem sido um grande problema para a reabilitação estética e funcional

nos pacientes. Essa perda óssea apresenta uma etiologia relacionada a fatores

locais e a fatores gerais. Os fatores locais são os traumatismos dento alveolares,

extrações dentárias traumáticas, ausências dentárias congênitas, técnicas de

alveoloplastias, patologias e infecções envolvendo os maxilares. Os fatores gerais

são as alterações sistêmicas encontradas nos pacientes, como osteopenia,

osteoporose, osteomalácia, alterações endócrinas e nutricionais.

MATHIAS et al (2003) relataram que a redução progressiva, na altura e

na largura de rebordos alveolares ocorre após a remoção dos dentes

permanentes, tornou-se um sério problema para a implantodontia. A altura do

alvéolo pode chegar a 40% a 60% do original e essa alteração morfológica ocorre

entre os seis meses e dois anos subseqüentes.

KUABARA et al (2000) afirmaram que a necessidade de correção de

pequenos ou grandes defeitos ósseos para colocação de implantes e posterior

reabilitação tornou-se rotineira na prática da implantodontia. As técnicas de

enxerto ósseo, de reconstrução parcial ou total da maxila e mandíbula e das áreas

doadoras, são avaliadas basicamente, de acordo com o grau de perda óssea, do

tipo de defeito ósseo, do volume ósseo necessário, do planejamento cirúrgico-

protético e das condições gerais do paciente.

NEVES (2002) relatou que as áreas doadoras comumente utilizadas

são classificadas em intrabucais e extrabucais. Os locais doadores intrabucais são

a sínfise mandibular, ramo mandibular, ângulo mandibular, processo coronóide,

borda inferior da mandíbula, espinha nasal anterior, crista infrazigomática e

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tuberosidade maxilar. As áreas doadoras extrabucais são crista ilíaca, arcos

costais, calota craniana, rádio, tíbia, fíbula, escápula, clavícula e metatarso.

JENSEN & SINDET-PEDERSEN (1991) comentaram que dentre as

fontes intrabucais, a linha oblíqua externa e a sínfise mentoniana acumulam

vantagens pelo fato de apresentarem osso medular, fundamental na

revascularização do enxerto, e volume satisfatório para reconstruir defeitos

correspondentes a vários dentes.

MANSO (2001) concorda que os transplantes autógenos são por

unanimidade os enxertos mais previsíveis na reconstrução estética de grandes

atresias. Descreveu ainda que na região de retro-molar encontramos uma grande

quantidade de osso cortical e pouca medular. Assim recomenda o enxerto do tipo

“Venner” (sobreposto ao remanescente ósseo), “onlay” e/ou “inlay”. A espessura e

o tamanho dependem da anatomia local, e o acesso pode ser limitado, em função

da região ficar na parte posterior da boca. Às vezes, dependendo do tamanho da

perda óssea, consegue-se retirar o enxerto em forma de “L”, possibilitando um

aumento da altura e da largura do rebordo para pequenas perdas ósseas (um a

três dentes).

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20

2. PROPOSIÇÃO

A proposta deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica da

metodologia da remoção de enxertos em bloco do ramo mandibular sua indicação

e vantagens; para tal realizamos uma revisão bibliográfica que descrevesse essas

técnicas cirúrgicas. Objetivamos exemplificar essas técnicas apresentando dois

casos clínicos efetuados no curso de pós-graduação em odontologia,

demonstrando sua viabilidade e previsibilidade de sucesso desde que haja um

planejamento reverso bem apurado. Como proposta final apresentamos uma

estatística dos casos de enxerto removidos do ramo mandibular feitos pelos

alunos do curso de especialização do Centro Livre de Odontologia (CLIVO) de

2005 à 2008 relatando suas intercorrências, taxas de sucesso e insucesso.

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3 .REVISÃO DA LITERATURA

O conhecimento do histórico dos enxertos ósseos, tipo de osso, da

fisiologia óssea, seus princípios biológicos, conhecimento das áreas doadoras e

técnicas cirúrgicas pertinentes ao assunto são de extrema importância e

motivos da revisão de literatura descrita em tópicos e relatada a seguir:

3.1 HISTÓRICO DOS ENXERTOS ÓSSEOS

CHASE & HERNDON, (1955) relataram que a literatura sobre enxerto

ósseo começa em 1682, com Van Meeken transplantando osso de crânio de cão

para um defeito cranial no homem, com sucesso. O cirurgião foi forçado a retirar o

implante para evitar a excomunhão da igreja. Com o passar do tempo, o enxerto

ósseo começou a ser mais usado em função do sucesso clínico do procedimento,

muito embora houvesse discussão e opiniões contrárias quanto ao aspecto

biológico e reparacional dos enxertos.

PHEMISTER (1914) demonstrou que algumas células osteogênicas da

superfície do enxerto sobrevivam por difusão de nutrientes advindos do leito

receptor. Relatou ainda que a grande maioria das células no centro do enxerto

estava morta, mas notou que as células sobreviventes na superfície

desempenhavam importante papel na reabsorção e repovoamento de células

ósseas.

MOWLEN (1944) popularizou o uso de osso esponjoso e demonstrou

sua superioridade ao osso cortical em relação à integração.

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AXHAUSEN (1956) em seus experimentos demonstrou que enxertos

cobertos com periósteo exibiam osteogênese de células sobreviventes do

periósteo.

FAZILI et al (1978) relatou que não havendo estímulo ósseo, passado

três anos da realização do enxerto cerca de 92% do osso enxertado é

reabsorvido.

BREINE & BRANEMARK (1980) foram os primeiros a estudar a

utilização de enxertos autógenos com implantes de titânio (endósseo) em maxilas

extremamente atróficas.

OKLUND et al (1985) demonstraram que é da sobrevivência de células

na superfície do enxerto que resulta a superioridade de enxertos autógenos recém

obtidos sobre enxertos autógenos congelados ou implantes ósseos.

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3.2 TECIDO ÓSSEO

ALBREKTSSON & ALBREKTSSON (1978) demonstraram o aspecto

relevante da diferença de comportamento fisiológico na reparação cicatricial entre

o osso medular e o cortical. Em estudos realizados em tíbias de coelhos, os

autores mostram que no transplante cortical há uma predominância de uma fase

reabsortiva seguida de uma osteogênica enquanto nos transplantes medulares

ocorre o inverso. A revascularização, etapa fundamental para ocorrer a

remodelação óssea, é bem mais lenta nas amostras corticais onde a

predominância da neoformação óssea ocorre após 60 dias (nas amostras

medulares ocorre em 20 dias).

BOYNE (1982) relatou que o osso cortical no ramo da mandíbula é

dentre todas as áreas doadoras intraorais, aquele que tem a maior concentração

de proteína óssea morfogenética. Osteogênese refere-se aos materiais que são

capazes de formarem osso mesmo na ausência local de células mesenquimais

indiferenciadas. Até o presente momento o único enxerto osteogênico disponível é

o osso autógeno. O osso autógeno consiste em matriz inorgânica, que é

primariamente hidroxiapatita, mas também contém osteócitos, osteoblastos,

osteoclastos e proteínas osteogênicas. O mecanismo de crescimento ósseo com

osso autógeno inclui osteocondução, osteoindução e osteogênese.

ZINS & WHITEAKER (1983) afirmaram que há vantagens no uso de

enxertos de origem membranosa (calota e mandíbula) em relação à de origem

endocondral (ilíaco, tíbia e costela) quando se considera a reabsorção óssea. Esta

diferença provavelmente deve-se à característica mais cortical do osso de origem

membranosa.

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24

JUNQUEIRA & CARNEIRO (1985) relatam que o osso sendo resistente

e rígido representa o principal elemento de sustentação do corpo. O tecido

altamente mineralizado que o constitui, o tecido ósseo, exibe além de suas

propriedades mecânicas uma alta capacidade de regeneração espontânea. No

entanto, esta capacidade regenerativa é limitada pelo tamanho da lesão, assim

defeitos ósseos extensos, provocados por traumas, infecções, neoplasias e

anomalias de desenvolvimento não se regeneram espontaneamente,

representando um problema atual na medicina e odontologia. Relataram, ainda,

que o desenvolvimento do osso acontece em dois tipos de tecido conjuntivo: no

mesênquima (intramembranoso) e cartilagem (endocondral). Da mesma forma que

a cartilagem, a constituição do osso é feita por células e por uma substância

intercelular orgânica – a matriz óssea – que é compreendida por fibrilas colágenas

inseridas num componente amorfo.

SINDET-PEDERSEN & ENEMARK (1990) relataram que o sucesso do

enxerto ósseo mandibular na região maxilo-facial é parcialmente explicado pela

origem ectomezenquimal dos leitos receptor e doador. O osso membranoso retém

maior volume e é menos reabsorvido que o osso endocondral devido à rápida

revascularizaçao do osso membranoso, que permite manter maior volume de

enxerto ósseo viável.

JENSEN et al (1995) demonstram que o emprego de enxerto ósseo de

origem endocondral (ilíaco, costela, tíbia e fíbula) apresenta maior morbidade para

o paciente, e estudos clínicos e experimentais mostram uma reabsorção maior

que pode comprometer o resultado desejado.

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BUSER (1996) enfatizou que a origem embriológica do tecido a ser

coletado ganha um maior grau de relevância quando o seu objetivo é a terapia

com implantes. Visto que as diferenças estruturais e bioquímicas entre ossos de

origem mesenquimal e endocondral repercutem na capacidade de fixação endo-

óssea de absorver estresse emocional e manter a integridade interfacial.

SCHENK et al (1997), afirmaram que o osso é considerado o maior

achado na evolução dos tecidos de suporte. Além de seu excelente

comportamento mecânico o osso recebe um inigualável potencial para

regeneração.

OZAKI & BUCHMAN (1998), concluíram que o sucesso de um enxerto

ósseo está diretamente ligado à composição e às estrutura do osso enxertado, ou

seja, ao fato dele ser cortical ou medular. O osso cortical, por ser compacto, é

menos susceptível à reabsorção quando comparado com o osso medular, que, por

sua vez, por ser mais poroso, sofre uma revascularização precoce. Assim o

componente medular com proteção significativa de cortical é o enxerto ideal. O

osso cortical presente revestindo o enxerto funciona como excelente barreira a

penetração tecidual.

PALECKIS et al (2005) se preocuparam em investigar possíveis

diferenças entre enxertos de origem endocondral (ex.crista do osso ilíaco) ou

membranosa (ex. mandíbula, calota craniana). Observou-se revascularização

mais rápida nos endocondrais, mas parece óbvio que a razão deve-se à

arquitetura de cada tipo. Os de origem endocondral, com espaços medulares mais

amplos, favoreceria uma revascularização mais rápida que os de origem

membranosa, com cortical e esponjosa mais densas.

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3.3 VANTAGENS DO OSSO AUTÓGENO

ALDECOA (1996), afirmam que o uso de enxertos ósseos autógenos

deve ser adotado devido ao transporte de células vivas com capacidade

osteogênica; ausência de resposta imunológica; menor possibilidade de

inflamação e infecção; reparação tecidual mais rápida, e ainda em função da

ausência de risco de transmissão de doença.

MANSO & LANG (1997) concluiram que a previsibilidade dos enxertos

autógenos faz deles o material de escolha para situações onde defeitos

horizontais e verticais têm que ser reparados antes da colocação do implante.

Existem diversas vantagens em transplantar osso autógeno intraoralmente. Dentre

elas destacaram a relativa facilidade com que eles podem ser transplantados, a

cirurgia ser toda executada na mesma região da área receptora, reduzida

morbidade pós-operatória (comparado com áreas doadoras extra-orais), mínimo

desconforto pós-operatório além de não produzir cicatrizes cutâneas.

SPIKERMANN et al (2000) relataram que os enxertos classificam-se em

autógenos, homógenos, heterógenos e aloplásticos. Os enxertos autógenos são

aqueles em que o doador e o receptor são o mesmo indivíduo. Os enxertos

homógenos ocorrem entre dois indivíduos da mesma espécie. Enxertos

heterógenos ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes. E os enxertos

aloplásticos ocorrem quando o material de enxerto é de origem mineral ou

sintética.

GOIATÁ (2000) afirmou que enxertos ósseos autógenos oriundos de

sítios intra-orais oferecem inúmeras vantagens na reconstrução do rebordo

alveolar para instalação de implantes. Uma vez que a técnica requer curto período

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de cicatrização e apresenta mínima reabsorção, mantendo sua qualidade quanto

ao volume e densidade. O acesso é conveniente, há proximidade entre os sítios

doadores e receptor, há menor morbidade após a retirada do osso e desconforto

mínimo para o paciente.

SCARSO FILHO et al (2001) relataram que o procedimento de enxerto

ósseo em bloco consiste na sobreposição de enxerto ósseo autógeno cortical não

revascularizado ao rebordo ósseo atrófico residual e está embasado nos seguintes

fundamentos cirúrgicos: Manutenção de células vivas com osteotomia delicada;

adaptação do enxerto com a maior justeza possível ao leito receptor; ausência de

infecção no leito receptor; boa condição de nutrição no leito receptor; estabilização

por meio de fixação rígida ao leito receptor.

JUNIOR et al (2001) afirmaram que o enxerto autógeno de mandíbula

para reconstrução maxilar anterior antes da colocação de implantes oferece

grandes vantagens: melhora a densidade óssea, permite a colocação de implantes

de maior diâmetro, o acesso ao sítio doador é excelente e a morbidade é baixa. As

desvantagens ficam por conta do potencial de injúria ao nervo dentário inferior

(embora mínima) e a limitação da quantidade óssea que pode ser obtida.

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3.4 PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS DA REPARAÇÃO E REVASCULARIZAÇÃO DOS

ENXERTOS ÓSSEOS AUTÓGENOS

Azem (2002) relatou que em osso cortical, o reparo se dá na seguinte

seqüência. A fase inicial também é de natureza inflamatória e forma-se um tecido

de granulação na interface enxerto-leito. Porém, sua arquitetura densa e pouco

porosa impede uma rápida invasão de capilares sangüíneos, o que atrasa a sua

revascularização. Esta é precedida por atividade osteoclástica que se processa

essencialmente nos canais vasculares de Havers e Volkmann pré-existentes,

abrindo passagem para os novos vasos sangüíneos. Os osteoblastos penetram o

enxerto e só então tem início a neoformação óssea. A remodelação é lenta e

áreas de novo osso e osso não viável podem conviver por anos. Neste tipo de

osso, portanto, o reparo tem início na periferia e na interface e progride para o

centro do enxerto, localizando-se preferencialmente no ósteon e não nas lamelas

intersticiais. O bloco córtico-esponjoso apresenta a seqüência de reparo

característica de cada um de seus componentes, com a vantagem da rápida

reparação da camada esponjosa e da resistência mecânica do componente

cortical.

PALECKIS et al (2005) observaram que o reparo e a revascularização

de enxertos ósseos processam-se em etapas cuja seqüência é determinada por

sua densidade e arquitetura. O enxerto de osso esponjoso caracteriza-se por

formação inicial de coágulo e tecido de granulação na interface leito-enxerto. Na

seqüência, há invasão de capilares sangüíneos entre as trabéculas ósseas,

podendo acontecer, inclusive, anastomoses com vasos do enxerto. Os

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osteoblastos sobreviventes do enxerto e os oriundos da área receptora começam

a secretar matriz óssea tanto na interface quanto na intimidade do enxerto,

circundando núcleos de osso não vital. A osteoindução, decorrente da liberação

de fatores de crescimento, exerce ação sobre células precursoras e células

osteogênicas, favorecendo maior neoformação óssea. Segue-se reabsorção de

osso não vital e substituição por novo osso na fase de remodelação que se

completa em alguns meses.

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3.5 DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO

Uma série de modalidades de avaliações radiográficas existe para

ajudar-nos na determinação do contorno e volume ósseo na área candidata a

implantação. As mais comuns são as radiografias periapicais, panorâmicas, e

mais recentemente as e tomografias computadorizadas.

MISCH (1996) observou que a espessura do ramo pode ser medida por

uma radiografia extra-oral tipo submento-vértice, uma póstero-anterior ou mesmo

uma tomografia.

MANSO & LANG (1997) descreveram que as radiografias periapicais

podem prover informações valiosas quanto a saúde dos dentes adjacentes e os

possíveis defeitos ósseos verticais sendo assim valiosas nessa etapa do

planejamento. A radiografia panorâmica nos informa quanto à proximidade de

estruturas nobres com seio maxilar e canal mandibular.

GARG et al (1998) citaram que a topografia do rebordo edêntulo deve

ser analisada da posição vestíbulo-palatino e inciso-gengival. Correções cirúrgicas

usualmente se fazem requeridas em rebordos com cristas alveolares menores que

5 mm. As áreas vestibular e palatina ao redor do implante requerem um mínimo de

1 mm de osso sadio. Para colocar um implante que tenha um diâmetro de 4 mm, o

ideal é que se tenha no mínimo, 6mm de leito ósseo disponível. As dimensões do

implante e suas conexões devem ser sempre consideradas, assim como a

distância do centro do implante até a extremidade do rebordo alveolar.

HOHN (2000) relatou que a importância dos exames radiográficos é

fornecer segurança na instalação dos implantes aproveitando ao máximo o

remanescente ósseo, tanto em altura quanto em espessura. Quando a relação

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com estruturas nobres for grande ou houver dúvidas em relação a espessura do

remanescente ósseo, é importante fazer uso das tomografias.

3.6 ÁREAS DOADORAS

SINDET-PEDERSEN & ENEMARK (1990) relataram que cada região

intrabucal tem suas peculiaridades funcionais e morfológicas inerentes a anatomia

e fisiologias respectivas. Então de acordo com o formato do enxerto a ser

utilizado, será escolhida a região doadora do mesmo. As regiões de sínfise

mandibular, corpo, ramo ascendente e processo coronóide da mandíbula são

regiões escolhidas para enxertos em bloco. Enquanto para enxertos particulados

as áreas mobilizadas costumam ser as regiões de tuberosidade maxila, trígono

retromolar, áreas edêntulas, pilar zigomático, pilar canino, tôrus e exostoses.

ADELL et al (1990), ressaltaram que a utilização de enxertos ósseos

autógenos em bloco da área de retro-molar de mandíbula representa um método

eficaz e de baixa morbidade para a reconstrução alveolar anterior de maxila.

MISCH (1996) relatou algumas vantagens em se obter enxerto do ramo

da mandíbula em relação ao mento, principalmente devido às queixas e

complicações pós-operatórias. No entanto, aponta as desvantagens do difícil

acesso e da possibilidade de lesar o feixe vásculo-nervoso do alveolar inferior.

MANSO & LANG, (1997) afirmaram que durante a seleção do tipo de

enxerto e área doadora a ser utilizado é importante determinarmos se a deficiência

óssea é vertical, horizontal ou ambas (tridimensional). Para defeitos que possuem

um componente vertical com horizontal significativo e são limitados ao tamanho de

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um ou dois dentes, preferindo o transplante em bloco retro-molar, também

chamado enxerto em “L”.

MISCH et al (1997), afirmaram que com os enxertos doados das

regiões posteriores da mandíbula, surgiram com grande potencial clínico para a

reconstrução de rebordos atróficos e com menor morbidade.Destacando a região

retro-molar como sítio doador devido a sua previsibilidade

GARG et al, (1998) mencionaram que o osso mandibular tem sido

proposto para utilização como área doadora de enxertos, tanto na forma

particulada como em blocos, por apresentar vantagens como fácil acesso,

quantidades de osso disponível, geralmente suficiente para segmentos

compatíveis com 1 a 3 dentes e/ou alvéolos, tempo de cirurgia reduzido e baixa

morbidade. Desta forma, a relação custo/beneficio pode ser considerada

satisfatória, embora parestesias, geralmente transitórias, possam ocorrer. Esta

cirurgia pode ser realizada a nível ambulatorial, utilizando-se de anestesia local, o

que, além de reduzir riscos referentes à anestesia geral e infecção hospitalar,

também propicia menor custo ao paciente.

MATSUMOTO (1999) destacou que de um modo geral, pode-se

agrupar essas técnicas nos seguintes procedimentos: técnicas de reconstrução

com enxerto tipo onlay, baseada na fixação de grandes blocos ósseos sobre a

crista do rebordo alveolar; técnica do tipo veneer, onde o enxerto é posicionado

sobre a face vestibular ou lingual, envolvendo ou não a crista para a obtenção de

aumentos em altura e espessura; técnica inlay, onde o enxerto é posicionado no

interior de defeitos ósseos, normalmente associados a osteotomias completas

maxilares, procedimentos de levantamento de seio maxilar ou fossa nasal.

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SCARSO FILHO et al (2001) descreveram que o corpo e o ramo

mandibular apresentam algumas vantagens e desvantagens quando utilizados

como áreas doadoras de enxertos ósseos. Como vantagens, pode-se citar:

pequena taxa de reabsorção quando associados a implantes osseointegrados;

menor taxa de reabsorção quando comparados aos enxertos extrabucais; bons

resultados clínicos dos implantes instalados em áreas enxertadas; possibilidade

de manutenção de células ósseas viáveis com capacidade osteogênica

preservada e presença de fatores de crescimento ósseo; diminuição do tempo

para revascularização; reabsorção e substituição e possibilidade de obtenção de

implantes compatíveis com próteses estéticas e funcionais. Como desvantagens

desta técnica, temos o risco de lesar estruturas nobres e a possibilidade de

reabsorção do enxerto.

NEVES (2002) relatou que as áreas doadoras comumente utilizadas

são classificadas em intrabucais e extrabucais. Os locais doadores intrabucais são

a sínfise mandibular, ramo mandibular, ângulo mandibular, processo coronóide,

boda inferior da mandíbula, espinha nasal anterior, crista infra-zigomática e

tuberosidade maxilar. As áreas doadoras extrabucais são crista ilíaca, arcos

costais, calota craniana, rádio, tíbia, fíbula, escápula, clavícula e metatarso.

MATOCANO et al (2004) declararam que comprovadamente as áreas

doadoras intraorais têm-se mostrado satisfatórias para obtenção de quantidade e

qualidade óssea para a realização de enxerto ósseo em regiões edêntulos,

principalmente na maxila. Com isso os procedimentos de enxertia ósseos

intrabucal tornaram-se uma solução viável para pequenas e medias reconstruções

de rebordos severamente reabsorvidos. Trazendo como uma vantagem a não

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necessidade de ambiente hospitalar, o que acaba onerando o procedimento, para

obtenção do enxerto ósseo autógeno com finalidade de reconstrução alveolar de

rebordos severamente reabsorvidos.

MATIAS et al, (2004) relataram que a mandíbula é um osso que tem um

papel fundamental na mastigação enquanto suporte do restante aparelho

estomatognático. Mesmo com a melhoria dos cuidados de higiene oral, a

frequência de mandíbulas edêntulas é elevada na população idosa ou doente.

Como os outros ossos do corpo ela também sofre processos de involução naturais

do envelhecimento, mas com a particularidade de quando associado à ausência

de dentes, a perda de função determina uma reabsorção intensa dos processos

alveolares, tornando o corpo e a região parasinfisária zonas muito frágeis. Pelas

suas inserções musculares, o ramo ascendente, o ângulo e a sínfise sofrem uma

atrofia menos marcada.

3.7 ANATOMIA

MOORE (1994) O ramo mandibular possui uma disposição morfológica

convenientemente retangular, com estrutura trabecular paralela e substância

cortical espessada. Essas regiões possuem maior dureza tecidual e alta

resistência à osteotomia. Pela localização ser mais posterior, há dificuldades de

iluminação e acesso visual, problemas esses que podem ser contornados com

uma boa promoção de campo, fonte de luz adequada e vivência clínica.

POLIDO & MARINI (2001) salientaram que a angulação que se

estabelece no corpo mandibular, entre os alvéolos dos dentes inferiores e a

cortical externa mandibular possibilita uma adequada quantidade de tecido ósseo

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esponjoso e uma morfologia conveniente para obtenção de blocos ósseos nessa

região.

FREITAS et al, (2004) descreveram que o ramo da mandíbula apresenta

duas faces, quatro bordas e dois processos. A face lateral apresenta cristas

oblíquas para a inserção do músculo masseter. A face medial apresenta o forame

mandibular (passagem de vasos e nervo alveolares inferiores), o sulco milo-

hióideo e a língula da mandíbula (crista proeminente acima do sulco milo-hióideo).

A borda inferior é o angulo da mandíbula, a borda posterior é recoberta pela

glândula parótida, a borda anterior é continuada pela linha oblíqua e a borda

superior possui os processos coronóide e condilar. O processo condilar articula-se

com o disco articular da ATM. E entre estes dois processos encontramos a

incisura da mandíbula.

3.8 TÉCNICA CIRÚRGICA

A cirurgia de remoção de enxertos em bloco do ramo mandibular segue

os princípios básicos das cirurgias orais, sendo, porém considerada dentre essas

uma cirurgia dita avançada requerendo uma maior experiência por parte do

cirurgião implantodontista. A seguir seguem os passos para o sucesso do

procedimento desde a medicação até a fase de instalação dos implantes.

3.8.1 Medicação

São inúmeros os protocolos medicamentosos para cirurgia de

instalação de implantes e para enxertia óssea. Como constância temos o uso de

corticóides para diminuição do edema e dor, o uso de uma profilaxia antibiótica

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pré-operatória e mantida por 7 dias, anti-inflamatórios não esteroidais e o uso de

analgésicos. Como exemplo vamos citar o protocolo usado na clínica do Centro

Livre de Odontologia (CLIVO) para enxerto ósseo. Amoxacilina 2 gramas iniciando

duas horas antes da cirurgia e mantendo 500 mg de 8 em 8 horas por sete dias,

substituindo a por Dalacin C 150 mg em caso de alergia; Dexametasona 4 mg um

comprimido de 12 em 12 horas durante 2 dias, iniciando 2 horas antes, Dipirona

500mg ou Paracetamol 750mg um comprimido de 4 em 4 horas por dois dias;

Complexo B uma drágea após as refeições começando uma semana antes da

cirurgia e mantendo por um mês; Vitamina C um comprimido ao dia iniciando uma

semana antes e mantendo por um mês.

3.8.2 Anestesia

KUABARA et al (2000) relatam que a anestesia usada é troncular do

nervo alveolar inferior, nervo lingual e bucal, realizando-se a complementação por

meio de anestesia terminal infiltrativa na porção anterior do ramo ascendente.

FRANCISCHONE (2006) relata que para a remoção de tecido ósseo da

área retromolar, a técnica anestésica é a pterigomandibular, para bloqueio dos

nervos lingual e alveolar inferior, com complementação de bloqueio do nervo

bucal.

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3.8.3 Instrumental

A seguir demonstramos, por fotos, os instrumentais usados na remoção

dos enxertos em bloco do ramo mandibular. As variações são pequenas estando

diretamente relacionadas à preferência e experiência do profissional.

Figura 1: Material para Incisão: Cabo de bisturi circular; cabo número 5 e lâminas

de bisturi números15 e 15 C.

Figura 2. Material de Sutura: Tesoura; Pinça dente de rato; Pinça Dietrich; Pinça

Porta agulha tipo Maio com vídea e Fio de Sutura Náilon 5.0 e Seda 4.0.

Figura 3: Descoladores de Molt; Free e Priechart.

Figura 4: Afastadores: Minessota; Farabeuth e Retratores de ramo.

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Figura 5: Brocas para peça reta da Série 700; Broca circular em serra e trefinas;

todas usadas para delimitar e remover o bloco ósseo.

Figura 6: Espessímetros Figura 7: Pote Porta Enxerto

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Figura 8: Cinzéis Reto e Angulado, Alavancas e martelos para extração do bloco

ósseo.

Figura 9: Kit de Enxerto Ósseo da Marca SIN; Parafusos de Fixação (aço inox);

Pinça porta Enxerto; Régua milimetrada; Pote Dappin e Pote Porta Enxerto para

armazenamento do Enxerto.

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3.8.4 Técnica Cirúrgica

MANSO e LANG (1997) descreveram assim a técnica cirúrgica para

remoção de enxertos em bloco da área retro mandibular: O Acesso à área

receptora é feito através de um amplo retalho trapezoidal com bases divergentes

para apical; medição exata da espessura e dimensões da área a ser restaurada;

acesso à área doadora através de uma incisão na crista retro-molar incluindo o

inicio da porção ascendente do ramo mais uma incisão vertical relaxante;

demarcação da área óssea a ser osteotomizada a partir dos registros transpostos

da área receptora e incluindo um excesso em torno de 10 a 20% nas três

dimensões; osteotomia através de fresas tronco-cônicas e esféricas de modo a

permitir uma fácil extração do enxerto; remoção e preparo do bloco ósseo para

adaptação na área receptora; preparo da área receptora com fenestrações córtico-

medulares; adaptação e fixação rígida do enxerto em bloco através de mini-

parafusos de aço inox; manipulação e síntese tecidual específica de forma a

permitir coaptação dos bordos.

MISCH (1996) descreveu dessa maneira sua técnica cirúrgica: O

acesso a área doadora é feito através de uma incisão em vestíbulo medial a linha

oblíqua externa, seguindo anteriormente, intrasulcular ou na mucosa livre até a

distal do primeiro molar. Iniciando a incisão numa altura não maior que o plano

oclusal minimiza a possibilidade de cortar o nervo e artéria bucal, bem como expor

a bola gordurosa de Bichat. O retalho é deslocado expondo a face lateral do ramo.

Uma broca de fissura pequena em peça de mão reta, é utilizada para delimitar o

bloco ósseo, medial a linha oblíqua externa. O corte vertical anterior é feito no

corpo mandibular, na região de molares. O tamanho deste corte vai depender da

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necessidade óssea. O corte vertical posterior é feito na face lateral do ramo

perpendicular a linha oblíqua externa, na base do processo coronóide. A

osteotomia inferior unindo os cortes verticais é feito com uma broca esférica em

peça de mão reta ou com uma serra oscilatória. É um corte superficial para

provocar uma fratura em galho verde. Um cinzel é batido ao longo do corte

horizontal, colocando-o paralelo a face lateral do ramo. Após a remoção do bloco

ósseo as arestas cortantes são arredondadas com um broca ou lima. A sutura é

do tipo interrompida simples

KUABARA (2000) relataram que a incisão começa na base do ramo e

segue pela linha oblíqua externa até a região do primeiro molar inferior. Também

pode ser iniciada no ramo, continuando com incisão interpapilar até a região do

segundo pré-molar inferior. O retalho é total até o periósteo, expondo-se toda a

área retro-molar e a linha oblíqua externa. Com broca da série 700 em baixa

rotação ou com mini-serras, sempre com irrigação abundante com soro fisiológico,

delimita-se a área a ser retirada, completa-se a osteotomia, e o bloco ósseo é

removido com cinzel e/ou alavancas. É difícil delimitar toda a área com

osteotomia, pois a área inferior é de difícil acesso. Por motivo de segurança,

aconselha-se, durante este ato, apoiar a borda inferior da mandíbula e/ou o

paciente ficar em quase oclusão, para evitar lesões na articulação

temporomandibular e até mesmo fratura no ângulo da mandíbula.

Como exemplo apresentamos a seguir um caso de fratura de mandíbula

ocorrido na clínica durante o curso de pós graduação.

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Figura 10: Rx panorâmico Inicial (antes da remoção do bloco e fratura

do ramo mandibular).

Figuras 11: Fratura mandibular durante remoção de enxerto em bloco do ramo

mandibular. Reparar no traço de fratura e na área do bloco removido.

Figura 12. Sutura da área doadora Figura 13: Abertura de boca pós fratura.

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3.8.4.1 Preparo do leito receptor

GARG et al, (1998) relataram que os fatores de crescimento presentes

no osso cortical desempenham um importante papel na formação óssea. A

preparação do sítio receptor deverá incluir uma decorticalização no intuito de

induzir o aumento da vascularização e do influxo de fatores de crescimento,

promovendo o aumento das células osteogênicas. Desta forma, a preparação do

sítio receptor constitui uma etapa crítica para a incorporação do enxerto.

PICOSSE (2004) enfatizou que a compreensão dos fenômenos

biológicos que envolvem a reparação dos enxertos ósseos autógenos é

indispensável para favorecer a sua incorporação clínica. Para que a neoformação

óssea, que se inicia na interface e progride através do enxerto, transcorra sem

intercorrências, é necessário que se prepare o leito receptor de forma adequada,

promovendo a decorticalização e perfurações, facilitando, assim, a

revascularização e a passagem de células osteogênicas. A perfeita adaptação

enxerto-leito, com a porção esponjosa voltada para o mesmo, elimina possíveis

espaços mortos que seriam preenchidos por tecido fibroso, inviabilizando a

posterior reabilitação por meio de implantes dentários. A rígida fixação, bem como

o perfeito recobrimento do enxerto por periósteo íntegro, são indispensáveis e

podem definir o sucesso ou o fracasso do procedimento.

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3.8.4.2 Adequação do enxerto ao leito receptor

GOLDBERG & STEVENSON (1987), relataram que o bloco ósseo deve

ser, da melhor forma possível, adaptado ao leito receptor da maxila, contribuindo

para a estabilidade primária e aumentando a área de contato entre o enxerto e a

maxila.

MANSO & LANG (1997) relataram que a caracterização da forma em “L”

permite recompormos o aspecto da altura perdida, assim como a atrofia em

espessura. Para tal, a região retro-molar é ideal para colhermos o enxerto com

esse formato de tal sorte que a lateral externa do bloco ósseo (lateral da

mandíbula e/ou ramo) tornar-se-á parte integrante do novo aspecto anterior do

rebordo receptor. A porção superior (oclusal) do rebordo ósseo retro-molar

comporá a perda óssea vertical, com a peculiaridade de ambas estarem

revestidas por osso cortical. A convexidade da curva vestíbulo-oclusal é mais

facilmente conseguida com a inclusão da linha obliqua externa no bloco ósseo

retro-molar a ser transplantado. (Figuras 14 e 15).

SCHRÖDER & ASSEF (1998) descreveram que muitas vezes não

aproveitamos o osso que se remove com as brocas na fresagem para a confecção

da loja para instalar o implante, principalmente porque não havia instrumental

adequado e também porque existiam restrições a esse osso, que seria

extremamente aquecido e seu uso não era recomendado. Entretanto, pesquisas

clínicas comprovam que desde que sejam utilizadas técnicas cirúrgicas e irrigação

adequada não se admite mais perder todo esse precioso material. Para tanto os

coletores de osso recolhem esse material, para poder fazer uso na correção dos

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defeitos. O osso autógeno pode ser obtido na própria loja óssea que esta sendo

preparada para a colocação do implante, guardando-se o osso aprisionado no

sulco das brocas cirúrgicas, ou utilizando-se de filtros coletores acoplados às

pontas sugadoras, como se tem feito mais recentemente.

SCHWARTZ-ARAD & LEVIN (2005) declaram que quando o bloco

ósseo não está bem adaptado ao leito receptor, a presença de “gaps” permite a

interposição de tecido fibroso entre os mesmos. O preenchimento dos espaços

existentes é recomendado e pode ser com osso autógeno particulado ou por

biomaterial.

PALECKIS et al (2005) enfatizaram que a adaptação do bloco ósseo à

área receptora deve ser a mais cuidadosa possível, limitando-se a adaptar sua

forma precisamente ao leito. O bloco córtico-esponjoso com amplos espaços

medulares deve ser comprimido para impedir o colapso estrutural do enxerto, com

resultante perda de volume final. Este cuidado também favorece a osteocondução,

porque elimina amplos espaços mortos e possibilita a passagem de células

osteogênicas para o interior do enxerto. A revascularização do enxerto se

processa fundamentalmente do leito receptor para o enxerto. Como o processo é

mais rápido em osso esponjoso, convém aplicar a superfície esponjosa do enxerto

contra o leito receptor. Já a superfície do enxerto fica distante do leito receptor;

portanto é aconselhável que se faça perfurações na sua superfície, facilitando a

revascularização que se processa também a partir do periósteo. As margens do

enxerto devem ser arredondadas para evitar que arestas agudas possam ferir o

retalho quando este é reposicionado. Espaços mortos devem ser evitados e, se

presentes, podem ser preenchidos com osso esponjoso ou particulado.(Figura 16).

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CHIAPASCO & ROMEO (2007) consideraram que a forma do enxerto

deve se adaptar de forma exata ao leito receptor.Todo espaço morto deixado pode

ser preenchido por tecido conjuntivo que é de crescimento mais rápido que o osso,

isolando o enxerto de seu leito receptor. Esse preenchimento por tecido conjuntivo

é evitado com curvatura gradual do enxerto, e preenchimento dos espaços vazios

com osso particulado. Deve-se eliminar todo angulo agudo que possa determinar

decúbitos no retalho de revestimento e o risco de exposição do enxerto aos

agentes contaminantes orais.

Figuras 14: Remoção de bloco ósseo em forma de “L” do ramo mandibular através

do uso de trefinas.

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Figuras 15. Bloco ósseo em forma de “L” removido com trefina.

Figura16: Tecido conjuntivo entre o bloco ósseo e o rebordo alveolar.

3.8.4.3 Fixação do Enxerto

LIN et al (1990) descreveram que os enxertos em bloco devem ser

fixados rigidamente com parafusos de aço inox. Isto contribui para aumentar a

estabilidade primária promovendo maior irrigação sanguínea e impedindo a

movimentação do enxerto.

MANSO & LANG (1997) concordaram que a fixação rígida com

parafusos de aço inox é de crucial importância para maximizar a integração do

enxerto em um menor tempo. Sua utilização requer prática e treinamento

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específico. Em casos severos, devemos associar enxertos alógenos e autógenos

fragmentados a fim de propiciar uma melhor recomposição do defeito original. A

falta de fixação rígida em transplantes em blocos pode levar com freqüência a

encapsulamentos e perda do enxerto por falta de integração óssea ou fenômenos

de marsupialização. Em concordância com a literatura internacional aguardamos

um período mínimo entre 04 a 06 meses para a introdução dos implantes, ficando

os maiores prazos por conta dos casos em que associamos fragmentações

autógenas, alógenas e/ou aloplásticas.

PALECKIS et al (2005) concluíram que a fixação oferece resistência às

forças de cisalhamento, críticas especialmente em osso denso, por impedirem a

adequada proliferação de capilares neoformados na interface enxerto-leito. Se a

fixação não é adequada, a movimentação do bloco permite a interposição de

tecido fibroso. Blocos grandes podem ser fixados em dois pontos, garantindo sua

imobilidade.

3.8.4.4 Conservação Enxerto

MISCH (1996) afirmou que durante o preparo do leito receptor o bloco

ósseo deverá permanecer o menor tempo possível fora da cavidade oral.

CHIAPASCO & ROMEO (2007) concordaram que sendo a desidratação

um dos maiores problemas, o indicado é submergir o bloco ósseo em solução

fisiológica estéril em temperatura ambiente, pois é possível manter a vitalidade de

boa parte das células ósseas durante 3 - 4 horas.

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3.8.4.5 Recobrimento do enxerto com retalho sem tensão

STUANI (2000) relatou em seus estudos a importância do periósteo na

regeneração óssea, uma vez que este observou que o mesmo forneceu capilares

e células para o reparo ósseo e, histologicamente, foi verificada a intensa

proliferação celular e formação óssea abaixo do periósteo, em todos os campos,

inclusive nos controles, demonstrando que a neoformação óssea partia do

periósteo em direção ao centro do enxerto. Mostrando ainda que a reposição

correta do mucoperiósteo sobre o local do enxerto é um procedimento essencial,

diminuindo o trauma cirúrgico, a absorção óssea, servindo como fonte de nutrição

para migração osteoblástica, particularmente nos estágios precoces da

osteogênese. A porção do retalho que esta adaptada ao local cirúrgico não é

apenas uma cobertura biológica, mas é uma excelente fonte para o reparo

tecidual.

3.8.4.6 Fase de Reparação

PALECKIS et al, (2005) salientaram que o paciente submetido a

procedimento de enxerto ósseo deve ser cuidadosamente seguido durante todo o

período pós-operatório. O tempo necessário para a reparação e a instalação de

implantes pode variar de quatro a seis meses, dependo da forma e do volume

ósseo enxertado. Enxertos particulados podem ser reabertos mais rapidamente

que enxertos em bloco, e o bloco córtico-esponjoso mais rapidamente que o bloco

cortical. A variação também obedece a características próprias do osso de cada

paciente. Um enxerto de ilíaco menos denso e mais rico em osso esponjoso e com

cortical mais delgada deve ser reaberto mais precocemente do que um outro mais

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cortical e com medulares menos amplos, sob pena de maior perda de volume do

primeiro.

3.8.4.7 Instalação dos Implantes

BUSER (1995) demonstrou pela primeira vez, evidências histológicas,

em cães, de que implantes instalados em ossos enxertados atingem e mantêm a

osseointegração da mesma forma que os instalados em osso não-enxertado.

PALECKIS et al (2005) relataram que a instalação de implantes deve

ser realizada com especial cuidado na fresagem. Devem ser utilizadas fresas

novas, sem forçar a delicada interface leito-enxerto. Também pode ser

recomendável o uso de macho de rosca. Como em qualquer circunstância é

importante buscar a máxima estabilidade primária que, neste caso, é conseguida à

custa de osso basal.

3.9 CAUSAS DE INSUCESSO DOS ENXERTOS ÓSSEOS

MARX et al (1979), declararam que alguns detalhes da técnica de

reconstrução alveolar são fundamentais para evitar-se a reabsorção dos enxertos

como: O ajuste das próteses provisórios, evitando áreas de compressão aos

enxertos, uma vez que estas áreas se caracterizam pela ação dos osteoclastos

que promovem a reabsorção óssea; A instalação dos implantes após um período

de 04 meses. A instalação precoce devolve estímulo físico ao osso alveolar, de

acordo com a lei de Wolf, evitando uma reabsorção gradual do enxerto; O

descolamento e a manipulação dos retalhos de tecidos moles devem ser

cuidadosos, evitando dilaceração; A cobertura completa do leito receptor

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enxertado com mucosa viável e uma sutura sem tensão são fundamentais para

um adequado aporte sanguíneo e nutricional aos enxertos.

JENSEN & SINDET-PEDERSEN (1991) concordam que os cuidados

essenciais para o sucesso de uma cirurgia de enxerto ósseo são: escolha e

manipulação adequada da área doadora; menor tempo possível do enxerto fora da

boca; boa estabilização primária do enxerto e uma ótima sutura, pois a maior

causa de falhas de enxertos relatada na literatura é a deiscência da sutura.

JUNIOR et al (2001) enfatizaram que as falhas mais comuns com

enxertos “onlay” são devidas à contaminação, deiscência de sutura, mobilidade,

carga oclusal, falta de maior contato entre enxerto e área receptora, falhas

técnicas, falta de nutrição e tensão do retalho.

CORREIA & ALVES (2002) ressaltaram que a terapia de regeneração

óssea guiada (ROG) é biológica e tecnicamente sensível, há uma grande

quantidade de variáveis. Não é raro que numa zona ou num determinado paciente,

cicatrize melhor que noutro. Entre estas variáveis destacam-se no que concerne à

Implantologia as seguintes: potencial de cicatrização do paciente, controle da

placa bacteriana, morfologia do defeito, estabilização da ferida, atraso epitelial,

fechamento da ferida cirúrgica, técnica de sutura, cobertura antibiótica, cuidado

pós-operatório e experiência clínica.

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3.10 ORIENTAÇÕES GERAIS E CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS

PALECKIS et al (2005) descreveram que uso de próteses provisórias é

condição quase sempre indispensável, por permitir ao paciente o convívio social e

a atividade profissional. No entanto, o seu uso requer extremo cuidado, porque

pressão precoce sobre a área enxertada pode causar reabsorção, mobilidade e

seqüestro do enxerto. Se há dentes remanescentes, o provisório pode ser

aplicado imediatamente. O grande desafio existe quando o paciente é desdentado

e há necessidade de um período de aproximadamente quatro semanas sem

prótese. Depois disso, uma prótese provisória aliviada pode ser colocada mais

com finalidade estética do que funcional. O uso de implantes provisórios que

sustentem este tipo de prótese pode ser uma solução razoável a este

inconveniente.

CAMILO (2007) relatou que as próteses removíveis, quando presentes,

devem ser aliviadas sobre a região operada. Em muitos casos, é interessante o

uso de condicionadores teciduais na porção interna destas próteses. Ao paciente,

são recomendados cuidados pós-operatórios e manutenção de uma correta

higiene oral (clorexidina 0,12%). Deve ser salientada a importância do correto uso

de próteses, por razões apenas estéticas e não por razões funcionais.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS

Através de levantamento de dados feito através dos prontuários dos

pacientes da clínica do Centro Livre de Odontologia, preenchidos pelos alunos do

curso de especialização, de um estudo retrospectivo de enxertos autógenos

removidos do ramo mandibular executados no curso de especialização da

CIODONTO entre os anos de 2005 e 2008 procuramos avaliar os sucessos e

insucessos dos enxertos; número e tipo de intercorrências, tempo médio para

reabertura da área enxertada além das áreas receptoras desses enxertos.

4.2 MÉTODOS

Através de planificação dos dados recolhidos apresentamos alguns

gráficos demonstrando em percentagem os graus de sucesso e insucesso dos 16

casos de remoção de enxertos em bloco removidos do ramo mandibular; assim

como as taxas e tipos de intercorrências apresentadas , além de percentuar as

áreas receptoras desses enxertos. Essas planificações de dados são

demonstradas nos gráficos abaixo.

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GRÁFICO 1: SUCESSOS E INSUCESSOS: TOTAL 16 CASOS

1) Sucessos: 15 casos 93,75%

2) Insucessos: 01 casos 6,25%

GRÁFICO 2: INTERCORRÊNCIAS CIRÚRGICAS: TOTAL 16 CASOS

1) Sete casos de Intercorrências 43,75%

2) Nove casos sem Intercorrências 56,25%

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GRÁFICO 3: TIPO DE INTERCORRÊNCIAS

Os casos de intercorrências são listados assim:

1) Três casos de parestesia transitórias tratadas com laserterapia; 42,857%

2) Um caso de hemorragia transcirúrgica; 14,285%

3) Um caso de fratura mandibular transcirúrgica; 14,285%

4) Um caso de deiscência de sutura da área enxertada pós cirúrgico, 14,285%

5) Um caso de soltura do bloco enxertado pós cirúrgico. 14,285%

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GRÁFICO 4: ÁREA RECEPTORA Total: 16 casos

1 8 casos Pré-maxila 50%

2 4 casos 2º. Pré e 1º. Molares Inferiores 25%

3 3 casos 2º Pré e 1º Molares Superiores 18,75%

4 1 caso Hemi Arco Superior Direito 6,25%

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4.3. CASOS CLÍNICOS

Para a remoção do bloco ósseo do ramo mandibular são necessários

materiais cirúrgicos básicos e alguns inerentes a essa técnica cirúrgica. Entre os

instrumentais usados nos casos clínicos apresentados citamos: Carpule; cabo de

bisturi; lâmina 15 c; descolador de Free; descolador de Molt; afastador de

Minnesota e/ ou Farabeuth; retrator de Ramo (para afastamento no sentido

superior/posterior até a base do processo coronóide); micro motor de implantes;

peça reta; brocas para peça reta da série 700; brocas em forma de roda; cinzéis

(para deslocamento do bloco ósseo); pinça porta enxerto; brocas específicas para

perfuração do bloco óseo para fixação com parafusos de aço inox 1.6 mm de

diâmetro por 12 mm de comprimento; partes presentes no Kit cirúrgico de enxerto

ósseo da marca SIN; pinça porta agulha tipo Maio; fio de sutura de seda 4.0.

Em ambos os casos clínicos apresentados nesse trabalho os

procedimentos da técnica cirúrgica foram, se não iguais, extremamente parecidos,

inclusive a área receptora sendo ambos em pré-maxila, no caso 1 (elemento 11) e

no caso 2 (elemento 12).

Pacientes bem motivados para cirurgia, saúde ASA 1, com indicação

precisa para enxertia. Todos os pacientes assinaram um termo de conscientização

cirúrgica bem como um autorizando o uso das imagens para publicações e afins.

Após exames clínicos e radiológicos (panorâmica e periapical no caso 1 e no caso

2 acrescentando uma tomografia computadorizada). Foram feitos modelos de

gesso, enceramento diagnóstico bem como guia cirúrgico para ambos os casos.

Após anestesia da área receptora com Mepivacaína (epinefrina 1:200.000) e

Lidocaína (1.50.000); foi feita uma incisão por sobre a crista e uma incisão

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relaxante preservando papilas, exposição do defeito ósseo e boa visibilidade da

área à ser enxertada. Foi feita a aferição da espessura óssea do rebordo alveolar

com ajuda de um espessímetro ósseo e uma aferição do tamanho do defeito em

altura e largura. A seguir foi feita uma decorticalização da área receptora no intuito

de induzir o aumento da vascularização e do influxo de fatores de crescimento da

área. Na área doadora foi feita anestesia troncular com Prilocaina (adrenalina

1:200.000), seguido de Mepivacaína (epinefrina 1:200.000) e anestesia infiltrativa

Lidocaína (Adrenalina 1:50.000). Incisão na base do ramo mandibular por sobre a

linha oblígua externa até a distal do primeiro molar com lâmina de bisturi número

15. O retalho de espessura total foi descolado com descolador de Free e o

afastamento dos tecidos com retrator de ramo e afastador de Minessota,

delimitação do bloco ósseo com aproximadamente 15% a mais que a área

receptora, foram feitas demarcações (perfurações) com broca 701 em peça reta,

sendo a superior medial a linha oblíqua externa, a delimitação posterior e anterior

de acordo com o tamanho do bloco necessário foram feitos da mesma maneira.

Nessas delimitações e depois, quando unidas, foram feitos cortes até romper a

cortical óssea penetrando na área medular. A demarcação e corte inferior foram

feitos apenas em cortical fragilizando a base do bloco ósseo para prevenção de

acidentes do tipo fratura mandibular e permitir a remoção do bloco osseo. Essa

remoção é feita com cinzes ao longo do corte horizontal e paralelo a face lateral

do ramo. O bloco ósseo é então recortado para a perfeita adaptação à loja

receptora e remoção de espículas e arestas cortantes presentes. O bloco ósseo

foi então perfurado com brocas 1.6 e preso na área receptora com pinça porta

enxerto e novamente transpassado agora, também, pelo rebordo da área

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receptora com uma broca 1.4, ou seja, um diâmetro menor para o melhor

travamento do parafuso de fixação 1.6 de diâmetro por 12 mm de comprimento. O

Kit de enxerto usado foi da marca SIN. O retalho foi então dividido e relaxado para

um perfeito fechamento sem tensão da área receptora. A área doadora e

receptora foram suturadas ambas com fio de seda 4.0 e porta agulha tipo Maio.

Os provisórios foram então aliviados e reembasados, no caso1 uma PPR e no

caso 2 uma ponte fixa.

4.3.1 Caso Clínico 1

Paciente compareceu a clínica de Implantodontia do Centro Livre de

odontologia para tratamento com implantes para recuperação protética do

elemento 11.

Figura 17: Fotografia inicial Caso 1

Figura 18. Vista frontal da região edêntula Figura19: Vista oclusal da região edêntula.

Observar a quantidade de perda óssea do rebordo alveolar tanto em altura quanto e largura.

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Figura 20: Radiografia periapical Figura 21:Radiografia panorâmica da

região edêntula.

Figura 22: Enceramento diagnóstico

Figura: 23: Prova estética (provisório) Figura 24: Prova do guia cirúrgico.

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Figura 25: Acesso à área doadora: Figura 26: Perfurações delimitando

o bloco ósseo a ser removido.

Figura 27: Delimitação do bloco ósseo Figura 28: Remoção do bloco ósseo.

Figura 29: Comprimento do bloco ósseo Figura 30: Largura do bloco ósseo.

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Figura 31: Bloco ósseo perfurado. Figura 32: Bloco ósseo

posicionado na área receptora.

Figura 33: Bloco ósseo fixado Figura 34: Bloco ósseo fixado.

com parafusos de aço inox.

Observar guia cirúrgico em posição com relação ao ganho de espessura óssea para futura

inserção do implante.

Figura 35: Retalho dividido e “solto” para recobrimento do bloco ósseo enxertado.

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Figura 36: Sutura da área doadora. Figura 37:- Sutura da área

receptora.

Figura 38: Aumento de volume vista frontal Figura 39: Vista oclusal

Observar aumento de volume da área receptora em largura após 4 meses do enxerto.

Figura 40- Reabertura, após 4 meses, da área receptora. Observar integração do

enxerto.

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Figura 41: Uso do paralelômetro para verificação do posicionamento do implante.

Figura 42: Guia cirúrgico verificando posição do implante. Comparar com figuras 18, 24 e 34.

Figura 43: Loja cirúrgica preparada para instalação do implante.

Figura 44: Implante instalado (SIN - hexágono interno 3.5 plataforma 3.8)

Figura 45- Sutura após a implantação.

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4.3.2 Caso Clinico 2

Figura 46: Foto Inicial;Intra Oral. Figura 47: Vista aproximada do

defeito ósseo em espessura do

rebordo ósseo.

Figuras 48: Área receptora vista frontal. Figura 49: Área receptora vista oclusal.

Observar perda óssea em espessura do rebordo alveolar pela perda do elemento

dentário.

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Figura 50: Radiografia Panorâmica. Figura 51: Tomografia

computadorizada Caso 2.

Observar a ausência de espessura (1.8mm) para a instalação de implantes.

Figura 52: Tomografia Computadorizada. Vista oclusal e panorâmica mostrando

altura e largura do rebordo ósseo remanescente.

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Figura 53: Incisão supra cristal. Figura 54: Incisão relaxante da área

receptora com lâmina 15c.

Observar preservação de papilas e incisão mais para palatina.

Figura 55: Acesso à área receptora. Figura 56: Aferição da espessura

óssea com espessímetro.

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Figura 57: Ramo mandibular Figura 58: Incisão na linha oblíqua

como área doadora. externa.

Figura 59: Exposição do ramo mandibular.

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Figura 60: Delimitação horizontal do bloco ósseo com broca tronco-cônica

montada em peça reta.

Figura 61: Broca em serra para delimitação vertical (mesial e distal).

Figura 62: Bloco ósseo delimitado.

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Figura 63: Remoção do bloco ósseo. Figura 64: Remoção do bloco

ósseo, vista aproximada.

Figura 65- Área doadora após remoção do bloco ósseo.

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Figura 66: Bloco ósseo vista cortical Figura 67: Bloco ósseo removido vista

medular.

Figura 68: Armazenamento do bloco ósseo em soro fisiológico.

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Figura 69: Bloco ósseo sendo preparado Figura 70: Bloco ósseo preparado.

para perfeita adaptação à área receptora.

Figura 71: Perfuração do bloco ósseo para colocação do parafuso de fixação.

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Figura 72 Prova da adaptação do bloco ósseo à loja receptora vista frontal.

Figura 73: Prova da adaptação do bloco ósseo à loja receptora vista oclusal.

Figura 74: Decorticalização da área receptora para melhor afluxo sanguíneo para

o enxerto ósseo.

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Figura 75: Posicionamento do bloco ósseo à área receptora com pinça porta

enxerto.

Figura 76: Perfuração da área receptora para fixação do bloco ósseo com

parafusos.

Figura 77: Fixação do bloco ósseo com Figura 78: Bloco ósseo fixado.

parafuso de aço inox.

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Figura 79: Divisão do retalho. Figura 80: Cobertura do enxerto pelo

retalho dividido, sem tensão

Figura 81: Sutura da área doadora Figura 82: Sutura da área receptora.

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5 RESULTADOS

Os resultados obtidos através do levantamento de dados e sua planifição são

comentados a seguir:

SUCESSOS E INSUCESSOS

Dos 16 casos de enxertos em blocos removidos do ramo mandibular,

apenas um caso, em que houve o afrouxamento do parafuso de fixação e

conseqüentemente a soltura do bloco ósseo, foi considerado insucesso, todos os

outros 15 casos, mesmo os que apresentaram intercorrências, obtiveram sucesso.

INTERCORRÊNCIAS CIRÚRGICAS

Os casos de intercorrências, por si só, não comprometem o sucesso da

terapia de enxertia, vão desde dor durante o procedimento, casos de lipotímia,

hemorragias transcirúrgicas, etc… Nem mesmo o caso de fratura de mandíbula

muito bem exemplificado nesse trabalho ocasionou a perda do procedimento de

enxertia óssea.

Dos casos apresentados como intercorrências, apenas um, quando

houve soltura do parafuso e soltura do bloco, mesmo tentando reposiciona-lo não

foi alcançado sucesso no procedimento.

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TIPO DE INTERCORRÊNCIAS

Os casos de intercorrências apresentados são todos, sem exceção,

citados na revisão de literatura desse trabalho e são assim listados: 3 casos de

parestesia transitórias tratadas com laserterapia; 1 caso de hemorragia

transcirúrgica, o qual foi aplicado uma âmpola de transamim intramuscular; 1 caso

de fratura mandibular transcirúrgica; 1 caso de deiscência de sutura da área

enxertada pós cirúrgico e 1 caso de soltura do bloco enxertado pós cirúrgico.

ÁREA RECEPTORA

A área de pré maxila é a área mais requerida para reconstrução dos

rebordos alveolares atróficos , mas não é a única. Em nossa pesquisa ela

corresponde a 50% dos casos efetuados.

REABERTURA

Por último, mas não menos importante, o tempo médio para reabertura

do enxerto ósseo foi de 7 meses variando de 4 meses há 10 meses.

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6 DISCUSSÃO

BREINE e BRANEMARK (1980) foram os primeiros a avaliar o uso de

enxertos ósseos autógenos e implantes para reconstrução de rebordos atróficos. A

partir deste trabalho, diferentes técnicas de reconstrução têm sido utilizadas na

reabilitação de pacientes parcial ou totalmente desdentados que apresentam

deficiência ou ausência de osso alveolar. Nesse contexto, uma grande variedade

de abordagens cirúrgicas específicas tem sido descrita com sucesso para as

tentativas de ganho bi e tridimensionais de tecido ósseo nos maxilares atróficos a

partir de transplantes ósseos autógenos. Fatores como morbidade, e extensão do

defeito, localização no maxilar, idade do paciente, taxa de reabsorção, tempo de

terapia, considerações estéticas e taxa de sobrevivência dos implantes, norteiam

as escolhas dentre as múltiplas opções cirúrgicas.

MISCH (2000) relata que existe uma relação estreita entre o dente e o

processo alveolar durante toda a vida. A lei de Wolff diz que há uma remodelação

óssea de acordo com as forças que ao osso são aplicadas. Para que haja

manutenção das formas e densidades é necessário que exista estímulo. Quando

há uma perda dentária, a falta de estímulo ao osso residual causa diminuição no

trabeculado ósseo e também na densidade da área, com perda da largura externa,

e, posteriormente, na altura do volume ósseo. O osso autógeno ainda é o padrão

dos materiais para enxerto, porque pode formar em todos os três mecanismos.

Osteocondução, osteoindução e osteogênese e, em geral, está imediatamente

disponível. Sem um aumento do rebordo no local necessário, este pode resultar

em mau posicionamento dos implantes, podendo ser colocados numa angulação

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inadequada, comprometendo assim a estética do paciente como também,

podendo originar problemas para a higienização e, o pior, a possibilidade da perda

dos implantes.

MANSO (2001) definiu enxertos ósseos como todo biomaterial utilizado

terapeuticamente com finalidade de preencher, restaurar e/ou estimular o tecido

ósseo em áreas atróficas ou defeituosas. Dentre todos os biomateriais disponíveis

para reconstrução óssea PALECKIS (2005) enfatiza que o melhor material para

esta reconstrução ainda é o osso autógeno, considerado o “padrão ouro”,

ressaltando que ele perde boa parte de sua vitalidade celular, mas revasculariza-

se e incorpora-se ao leito receptor, possibilitando a osseointegração de implantes.

A desvantagem é que sua obtenção exige um segundo sítio cirúrgico, o que

aumenta a morbidade do procedimento de enxertia óssea; ressalta ainda, que o

sucesso no emprego da enxertia óssea repousa na observância de alguns fatores,

como o planejamento cirúrgico, a manipulação cirúrgica do enxerto, o preparo do

leito receptor, a fixação do enxerto e o seu recobrimento. O cuidadoso seguimento

clínico do paciente e a instalação dos implantes, decorrido o período de

reparação, são também decisivos no resultado.

As vantagens dos auto enxertos, ou enxertos autógenos sobre os

demais biomateriais relatadas por ALDECOA (1996) e salientadas por MATHIAS

(2003) são: ausência de imunogenicidade e pela presença de células ósseas

viáveis com capacidade osteogênica mesmo na ausência de células

mesenquimais indiferenciadas. Por essas razões, são largamente empregados

nas mais variáveis técnicas de reconstrução de rebordos, sendo inúmeras as

opções de áreas doadoras. Portanto, com relação a preferência e melhor

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performance do osso autógeno, BLOCK & KENT (1996), por meio de estudos

histológicos estabeleceram alguns critérios para a obtenção de enxertos com alta

previsibilidade de sucesso; são esses: Capacidade de produzir osso por

proliferação celular de osteoblastos viáveis transplantados ou por osteoindução

das células ao longo da superfície enxertada; capacidade de formação óssea pela

osteoindução de células mesenquimais transplantadas; remodelação do osso

inicialmente formado no osso lamelar maduro; manutenção do osso maduro sem

perda ao longo da função; capacidade de estabilizar implantes quando colocados

simultaneamente; com o enxerto; baixo risco de infecção; facilidade de aquisição;

baixa antigenicidade e alto nível de segurança.

AXHAUSEN (1956) observou microscopicamente e descreveu os

fenômenos envolvidos na consolidação de um enxerto ósseo autógeno

transplantado. O autor distinguiu com clareza duas etapas que classificou como

Fases I e II. Na chamada Fase I, ocorre proliferação e diferenciação de células

enxertadas com deposição de osteóide e produção de trabeculado composto (pelo

enxerto) e uma produção de osteóide imaturo ao redor do trabeculado avascular

enxertado. Ainda nessa fase, o autor descreveu uma neovascularização do osso

enxertado por engiogênese dos tecidos vizinhos ao leito receptor. A Fase II

classificada pelo autor, envolveu deposição óssea de células derivadas do leitor

receptor e remodelamento do trabeculado composto, deixando osso vitalizado com

modela lamelar bem definido. Já ALBREKTSSON & ALBREKTSSON (1978)

observaram e compararam a cicatrização de enxertos ósseos autógenos corticais e

medulares in vivo, utilizando-se de coelhos em técnicas de microscopia vital. Os

autores confirmaram que o osso cortical inicialmente entra em uma fase

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predominantemente reabsortiva e segue depois uma fase osteogênica.

Inversamente, nos enxertos trabeculares, uma fase osteogênica procede a uma

fase reabsortiva. Nos enxertos trabeculares, uma circulação capilar começou a ser

visualizada 5 dias após a enxertia e foi gradualmente aumentando o tamanho e

número dos vasos durante os próximos 10 dias. Uma nova deposição óssea no

trabeculado desvitalizado existente foi inicialmente visualizada aproximadamente

20 dias após a enxertia, o que resultou em um aumento da massa óssea total. Uma

reabsorção óssea sempre foi evidente após 40 dias da realização do enxerto. Nos

enxertos corticais, os autores também comprovaram a revascularização lenta. Uma

reabsorção óssea evidente estava presente em torno dos 40 dias após o enxerto

ter sido realizado, seguido de uma deposição dominante após 60 dias. Os

pesquisadores enfatizaram que, em ambas as situações, a revascularização é

requerida para que haja o processo de remodelamento.

TRIPLETT & SCHOW (1996) descreveram cinco formas diferentes em

que os enxertos ósseos autógenos podem ser utilizados para reconstrução dos

maxilares visando à instalação de implantes osseointegráveis. São elas: Enxerto

Inlay – São os enxertos utilizados “dentro” do tecido ósseo. Normalmente, em

defeitos de menor extensão e com capacidade anatômica de confinamento e

retenção de particulações. Enxerto em Sela - São os enxertos de blocos ósseos

formatados para recomporem tanto a altura como a espessura perdida no processo

de atrofia do rebordo. Enxerto Veneer – São enxertos formatados para

recomporem apenas a espessura do rebordo atrófico. Nos casos de sua indicação,

a altura inicial do rebordo está preservada e há uma atrofia em espessura. Enxerto

Onlay (parcial ou total) – São enxertos formatados para ficarem sobrepostos ao

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rebordo atrófico recompondo seu aspecto em altura. Nessas situações a espessura

apresentada pelo rebordo é considerada satisfatória. Enxerto em Seio Maxilar –

Técnicas de reposicionamento do assoalho visando devolver ao máximo sua altura

inicial. Os enxertos subantrais podem ser blocos formatados ou particulações. De

uma forma menos específica, foram considerados uma modalidade de enxerto

inlay.

RAGHOEBAR et al (1996) apresentaram pela primeira vez, um trabalho

com análise biométrica de enxertos que incluíram diferentes áreas doadoras

intrabucais. Os autores operaram um total de 27 pacientes que dividiram em dois

grupos distintos. o primeiro grupo (grupo A) , 23 pacientes com rebordos atróficos e

edêntulos que necessitavam de enxertos em blocos. Os enxertos foram extraídos

da tuberosidade, sínfise mandibular e região retromolar e fixados nos rebordos com

auxilio de microparafusos. O segundo (grupo B), constituiu-se de apenas 04

pacientes que necessitavam de exodontia concomitante ao procedimento de

enxerto. Nos pacientes do Grupo A, 12 receberam enxertos da sínfise, 07 das

regiões retromolares e 04 das tuberosidades maxilares. Os pesquisadores

reabriram os sitos para implantação três meses após a enxertia, e conseguiram

espessura óssea satisfatória em todos os casos. Nesse momento identificaram

uma reabsorção media de 10% (entre 5 a 20%) para os enxertos doados da

tuberosidade maxilar e de 5% (entre 0 e 10%) para os dosados da mandíbula. Não

especificaram diferenças entre as regiões retromolares e sínfise mandibulares.

Citaram que apesar de acreditarem que o uso de membranas e barreiras possam

otimizar ainda mais esses resultados, o risco de uma exposição e conseqüente

contaminação não justifica seu uso. Todos os sítios receberam implantes

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satisfatoriamente e foram acompanhados por um período médio de 37 meses (24 a

68 meses) com manutenção satisfatória da osseointegração.

MISCH (1999) utilizou uma técnica modificada para acesso ao ramo em

pacientes portadores de terceiros molares inclusos com a remoção destes. O autor

enfatizou que nessas situações a linha obliqua externa é mais pronunciada e que

uma quantidade grande de osso removida para a exodontia pode ser aproveitada

para uma enxertia.

Como descrito na nossa revisão de bibliografia, a técnica cirúrgica de

MISCH (1996), MANSO E LANG (1997), assim como a nossa própria técnica

executada nos casos clínicos apresentados, FRANSCHIONE (2006) descreve de

maneira muito similar a sua técnica cirúrgica para remoção do bloco ósseo da

região do ramo mandibular: A localização da incisão deve ser no sulco bucinador,

medialmente à linha ou crista obliqua. Com isso, o músculo bucinador, é

desinserido sem a secção de suas fibras, o que previne deiscência de sutura; a

divulsão deve ser ampla, tendo como limite póstero-inferior a inserção das fibras

do músculo masseter. A osteotomia é feita por meio de instrumentos cortantes

rotatórios (brocas da série 700) em baixa rotação e sob irrigação abundante se

solução fisiológica, delimitando-se a área a ser retirada nas porções superior,

mesial e distal. a osteotomia deve incluir apenas parte da linha oblíqua, sob pena

de fragilizar uma área de reforço mandibular, não devendo ultrapassar a metade

vestibular da espessura da mandíbula. Esse corte ósseo, no sentido vertical, deve

descer em direção obliqua para vestibular, com o intuito de não comprometer a

integridade do canal da mandíbula e seu conteúdo vasculonervoso. O limite

inferior dessa osteotomia é acima das fibras do músculo masseter e, por razões

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óbvias, na altura permitida pelo acesso cirúrgico. A osteotomia da base do enxerto

é obtida por fratura da base do bloco por cinzel e/ou elevadores dentais, já que

seu corte com brocas é dificultado pelo difícil acesso. Convém manter a base da

mandíbula bem apoiada durante todo o procedimento, o que propicia sua

execução técnica e segurança.

Com relação a importância da decorticalização da área receptora, em

concordância com GARG (1998) e PICOSSE (2004), VASCONCELOS &

CARVALHO (2000), avaliaram a incorporação de enxertos autógenos em cães.

Foram usados 06 cães no estudo. Os enxertos eram removidos da região

posterior de mandíbula e fixados, com parafusos, em 03 sítios distintos (região de

pré-molares): cortical, perfurado e descorticalizado. Com 45 e 90 dias pós-cirurgia

03 animais, em cada período, foram sacrificados, e blocos com osso enxertado e

osso adjacente foram removidos. Foram então feitos cortes para avaliação

histológica. Aos 45 dias, no sítio cortical, haviam áreas de integração com o sítio

receptor e áreas com interposição de tecido conjuntivo e células inflamatórias

rodeando o enxerto. Clinicamente houve reabsorção do enxerto neste grupo. Nos

sítios perfurados houve integração de todos os enxertos, e neste período era

possível ver tecido ósseo imaturo com espaços trabeculares largos e áreas de

tecido conjuntivo no tecido ósseo recentemente, formado. Nos sítios

descorticalizados áreas de total integração foram observadas em todos os

espécimes. Os autores concluíram que a perfuração ou a decorticalização do leito

receptor acelera o processo de revascularização do enxerto, bem como mantém o

volume do enxerto por não haver áreas de necrose.

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Um recobrimento do enxerto com um retalho sem tensão é de extrema

importância para o sucesso da enxertia e a manutenção dda integridade do

periósteo é segundo STUNI (2000) fator essencial para esse êxito. Em

complemento a esse fato, PIKOS (2000) chamou especial atenção para a

manipulação tecidual no procedimento de síntese tecidual onde o seccionamento

periostal deve ser eficazmente procedido, evitando-se, contudo a lesão ao feixe

vásculo nervoso infra-orbitário e mentoniano. O autor preconizou um teste de

tensão tecidual onde o retalho deve-se manter cobrindo a área enxertada sem

auxílio de nenhum instrumento cirúrgico (livre). Se a sua elasticidade retrair o

tecido e expuser o enxerto é por que necessitamos relaxá-lo ainda mais.

MATSUMOTO (1999) relata que quando se emprega autoenxertos,

existe a possibilidade de colocação simultânea dos implantes ou a opção por dois

tempos cirúrgicos distintos, um de reconstrução e outro de colocação das

fixações. Há uma tendência para a realização de dois tempos cirúrgicos

principalmente quanto maior for a extensão do defeito a ser reconstruído.

Aparentemente, tais procedimentos oferecem prognóstico mais favorável. Nessa

tendência, BUSER et al. (1995) concluíram por uma superioridade nas

abordagens em dois tempos cirúrgicos distintos (enxerto sem instalação

concomitante de implante) quando comparadas com as de um tempo apenas

(enxerto implante instalados concomitantemente). Dentre as razões, os autores

ressaltam três aspectos, a saber: A abordagem em dois tempos provê uma maior

área de contato entre enxerto e área receptora permitindo uma neoformação

óssea. A presença do implante reduz a área de medular em contato com o enxerto

e reduz a vascularização; O posicionamento protético é otimizado quando a

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cirurgia é realizada em uma área já restabelecida gerando menos restrições de

trabalho; A formação óssea é reativada no segundo tempo quando da instalação

do implante. Apesar disso, consideraram que defeitos de menor porte podem

receber com segurança uma abordagem de um tempo apenas. Já SCHLIEPHAKE

et al (1997) avaliaram a longevidade de implantes colocados sob enxerto ósseo

autógeno, sendo que a maioria dos implantes eram colocados simultaneamente

com a fase de enxerto ósseo. Foram colocados 871 implantes em um total de 137

pacientes. Dos 871 implantes, 71 (8%) dos implantes foram considerados

insucessos, sendo que os dois piores resultados foram em mulheres após cinco

anos de enxerto e em edêntulos totais em maxila, com taxa de sucesso de 62 e

48,8% respectivamente.

MISCH (1997) apresentou um acompanhamento de 50 pacientes

operados com enxertos intrabucais doados da sínfise mandibular (31 pacientes) e

região retro molar (19 pacientes – que o autor clamou de enxerto de ramo). A

escolha foi de acordo com a morfologia do defeito e sua localização. O

desempenho das áreas doadoras foram comparadas; na quantidade de osso

disponível, na morbidade da intervenção, na integração dos enxertos, no

percentual de reabsorção após sua integração e nas injurias neuro-vasculares

ocasionadas pela técnica de remoção. A taxa de reabsorção foi identificada

comparando-se as medidas apuradas por espessímetro imediatamente após a

enxertia e depois de quatro a seis meses durante o procedimento de reabertura. O

autor utilizou o parafuso de fixação com parâmetro para reprodução da mesma

área a ser medida. Densidades tipo I foram encontradas com mais freqüência nos

enxertos de ramo que nos de sínfise mandibular que apresentaram uma maior fase

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de densidade tipo II. As taxas de reabsorções ocorreram de formas semelhantes e

variaram entre o que o autor classificou como desprezível e até 25%. Os enxertos

de ramo foram descritos como tendo apresentado menores dificuldades no

gerenciamento pós-operatório do edema e dor. Embora todos de caráter reversível,

10% dos pacientes que receberam enxertos transplantados do mento evoluíram

com distúrbios disestésicos e/ou parestésicos do nervo mentoniano e cerca de

33% com distúrbios sensitivos dos dentes anteriores. Nenhum dos pacientes que

receberam o enxerto ósseo da região molar evoluíram qualquer tipo de injúria

neuro sensorial (disestesias e parestesias).

MANSO (2001) em seu estudo de Análise Comportamental de

transplantes intra-orais de blocos ósseos doados da região posterior da mandíbula

analisou 14 – sítios atróficos em 13 maxilas, os quais foram consecutivamente

operados e receberam enxertos de blocos ósseos doados das regiões retro e

paramolar do mesmo individuo e fixados por meio de micro parafuso de aço inox.

As áreas enxertadas foram submetidas á análise biométrica “in loco” no momento

da instalação dos enxertos e quando das reentradas para instalação de implantes

osseointegrados (média de 6,5 meses após). Foram utilizados dois aspectos

básicos na avaliação: o sucesso da terapia (representado pela integração do

enxerto e viabilização de instalação do implante) e a morbidade cirúrgica

(representado pelo potencial de lesão ao feixe vásculo nervoso mandibular e a

experiência psíquica vivenciada pelo paciente durante a execução do ato cirúrgico).

Os resultados foram bastante satisfatórios com integração dos enxertos em 100%

dos sítios operados, uma boa receptividade pelo paciente e ausência completa

(0%) de fenômenos disestésicos ou parestésicos. Concluindo-se que a região

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posterior de mandíbula é uma área confiável para doação de enxertos ósseos e

que um prazo de 06 meses é adequado para uma integração satisfatória sem

perda

Em nosso trabalho estatístico aqui apresentado, nossos dados

convergem com o de MANSO (2001) na média do tempo de reabertura que no

nosso caso foi de sete meses, porém diverge com seu trabalho e também com o

de MISCH (1997) quando se trata dos fenômenos parestésicos e na taxa de

sucesso da integração dos enxertos. Em nosso trabalho a taxa de sucesso foi de

93,7% dos 16 casos operados (um caso de insucesso). Com relação as alterações

sensoriais, três dos 16 pacientes operados apresentaram parestesias transitórias

percentuando 18,75% do total de casos. Com relação as intercorrências

apresentadas em nosso trabalho, 43,75% dos casos, todas, sem exceção, sejam

elas o caso de fratura mandibular, parestesias ou hemorragia, são citadas por

diversos autores aqui citados como, por exemplo, GARG (1998) e. KUABARA

(2000) que descrevem que os riscos cirúrgicos e possíveis complicações nessa

área são a possibilidade de atingir e seccionar o feixe vásculo-nervoso do alveolar

inferior, o que pode provocar parestesia temporária ou permanente, hemorragia e

hematoma. O nervo lingual pode ser traumatizado ou mesmo secionado pelo

afastamento dos tecidos. O uso indevido da força durante a remoção do enxerto

ou erro da técnica operatória pode provocar fratura mandibular. Em concordância,

BEDROSSIAN et al, (2000) alerta que durante a remoção do bloco ósseo do ramo,

deve-se ter cuidado, pois o feixe vásculo-nervoso pode estar parcialmente, ou

totalmente, inserido no mesmo, sendo que sua dissecção pode causar parestesia.

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Talvez, o número de intercorrências apresentados sejam, à principio,

alto, porém quando lembramos que as cirurgias foram efetuadas por vários e

diferentes profissionais e que todos esses seriam alunos do curso de

especialização e, portanto, ainda sendo introduzidos e apresentados a essa

técnica cirurgia. O índice de sucesso no final foi alto, podemos então concluir que

é um procedimento viável, com grande margem de sucesso, exigindo porém uma

maior experiência e uma curva de aprendizagem um pouco mais alta para diminuir

e minimizar os riscos e intercorrências inerentes a essa tida como cirurgia

avançada. Esta constatação converge diretamente com o trabalho de LUNGREN

(1997), o qual ressalta que a técnica para abordagem na região posterior da

mandíbula é mais complexa e dependente do treinamento pelo cirurgião. Alerta

para a importância de considerar as curvas de aprendizado dos cirurgiões quando

no inicio do uso de técnicas novas. Resultados negativos podem ser advindos

desse aspecto. A abordagem nas áreas posteriores da mandíbula é tecno-sensível

e passível de complicações neuro-sensoriais e/ou vasculares importantes, em

situações de negligência, imperícia ou imprudência.

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7 CONCLUSÃO

O planejamento cirúrgico em Implantodontia tem incluído cada vez mais

a indicação de enxertos ósseos autógenos, especialmente na maxila desdentada.

Os resultados mostraram-se previsíveis e seguros, desde que os princípios

fundamentais deste procedimento sejam estritamente seguidos. Observamos que

sua aplicação aumenta a morbidade do tratamento, particularmente pela remoção

de osso da área doadora. O ramo mandibular se apresenta como uma área

doadora capaz de reconstrução óssea de pelo menos 3 elementos dentários, seu

caráter predominantemente cortical é acometido de pouca reabsorção pós a

enxertia, suas complicações pós operatórias são menores do que outras áreas

doadoras porém não podem ser negligenciadas como a injúria ao nervo alveolar

inferior e fratura mandibular, por isso a experiência clínica adquirida numa curva

de aprendizado pelo especialista em implantodontia é de extrema importância.

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8- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADELL, R. et al. Reconstruction of severely resorbed maxillae using

osseointegrated fixtures in immediate autogenous bone graft. Int. J. Oral

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