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Grupo UNIASSELVI/ FAMEG FAMEG FACULDADE METROPOLITANA DE GUARAMIRIM Kaliu André dos Santos Roberta Cristina de Freitas ANÁLISE SEMIÓTICA DA CRIATIVIDADE EM FILMES PUBLICITÁRIOS Guaramirim 2012

Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

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Page 1: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

Grupo UNIASSELVI/ FAMEG

FAMEG – FACULDADE METROPOLITANA DE GUARAMIRIM

Kaliu André dos Santos

Roberta Cristina de Freitas

ANÁLISE SEMIÓTICA DA CRIATIVIDADE EM FILMES PUBLICITÁRIOS

Guaramirim

2012

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Kaliu André dos Santos

Roberta Cristina de Freitas

ANÁLISE SEMIÓTICA DA CRIATIVIDADE EM FILMES PUBLICITÁRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau de bacharel em

Comunicação Social, com habilitação em

Publicidade e Propaganda, pela

Faculdade Metropolitana de Guaramirim.

Orientador: Prof. MSc. Mauricio Melim

Guaramirim

2012

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Kaliu André dos Santos

Roberta Cristina de Freitas

ANÁLISE SEMIÓTICA DA CRIATIVIDADE EM FILMES PUBLICITÁRIOS

Trabalho de Conclusão de Curso

submetido à Faculdade Metropolitana de

Guaramirim (FAMEG), como requisito

parcial para a obtenção do título de

Bacharel em Comunicação Social, com

habilitação em Publicidade e Propaganda,

e aprovada pela seguinte banca

examinadora:

_____________________________

Professor

_____________________________

Professor

_____________________________

Professor

Guaramirim

2012

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Kaliu A. dos Santos

Este trabalho representa mais que uma

simples monografia. Significa o último

esforço de um caminho que iniciou há

quatro anos. Completei uma etapa

importante concluindo a graduação,

objetivo ao qual me dediquei durante

esses quatro últimos anos, mas nunca

estive sozinho. Durante toda minha vida

tive a dedicação deles, meus pais, Rosane

A. dos Santos e Cesar R. dos Santos, a

eles dedico esta monografia

Roberta Cristina de Freitas

Este trabalho representa mais que uma

simples monografia. Significa o último

esforço de um caminho que iniciou há

quatro anos. Completei uma etapa

importante concluindo a graduação,

objetivo ao qual me dediquei durante

esses quatro últimos anos, mas nunca

estive sozinho. Durante toda minha vida

tive a dedicação deles, meus pais, José

Roberto Freitas e Silvia Regina Vieira

Freitas e minha irmã Ana Carolina de

Freitas, a eles dedico esta monografia.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pois sem ele nada disso seria possível.

Ao professor Maurício Melim, que através de sua orientação tornou possível a

conclusão deste trabalho.

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RESUMO

O presente estudo aborda a criatividade em filmes publicitários veiculados na internet. A criatividade é um tema frequente nessa área, sendo muitas vezes apontada como principal responsável pelo bom desempenho de uma campanha. Aqui, foram analisados, com base na teoria semiótica, três filmes publicitários que obtiveram grande sucesso junto ao público – três filmes que, no julgamento do público, mostraram-se interessantes, criativos. O que se busca com o estudo é identificar, nesses filmes, o que os tornou criativos e entender o funcionamento desses fatores ou elementos.

PALAVRAS-CHAVE: Filme Publicitário. Criatividade. Semiótica. Comunicação.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Comercial de Margarina ................................................................... 21

FIGURA 2 – Comercial de Cerveja ...................................................................... 22

FIGURA 3 – Gisele Bündchen .............................................................................. 22

FIGURA 4 – Comercial Havaianas ...................................................................... 23

FIGURA 5 – Comercial Hope ............................................................................... 24

FIGURA 6 – Comercial Itaú .................................................................................. 26

FIGURA 7 – Comercial Havaianas ....................................................................... 29

FIGURA 8 – Roda Carro ...................................................................................... 35

FIGURA 9 – Homem Chutando Roda .................................................................. 35

FIGURA 10 – Carrossel ....................................................................................... 36

FIGURA 11 – Pônei Beijando Homem ................................................................. 36

FIGURA 12 – Carro em Ação ............................................................................... 36

FIGURA 13 – Carro em Movimento ..................................................................... 37

FIGURA 14 – Logo Nissan ................................................................................... 37

FIGURA 15 – Pônei Bom ..................................................................................... 37

FIGURA 16 – Pônei Malvado ............................................................................... 37

FIGURA 17 – Pônei Dançando ............................................................................ 38

FIGURA 18 – Pônei Balançando a Bunda ........................................................... 38

FIGURA 19 – Site ................................................................................................. 38

FIGURA 20 – Mônica no Bar ................................................................................ 43

FIGURA 21 – Celulares Caindo ........................................................................... 43

FIGURA 22 – Mônica e Eduardo .......................................................................... 43

FIGURA 23 – Celular I ......................................................................................... 43

FIGURA 24 – Celular II ........................................................................................ 43

FIGURA 25 – Festa .............................................................................................. 44

FIGURA 26 – SMS ............................................................................................... 44

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FIGURA 27 – Mônica falando no celular .............................................................. 44

FIGURA 28 – Eduardo de Bicicleta e Mônica de Moto ......................................... 44

FIGURA 29 – Encontro ........................................................................................ 45

FIGURA 30 – Despedida do Casal ....................................................................... 45

FIGURA 31 – Mônica no espelho ......................................................................... 45

FIGURA 32 – Eduardo no Banheiro ..................................................................... 45

FIGURA 33 – Mônica na Faculdade ..................................................................... 46

FIGURA 34 – Eduardo Estudando ....................................................................... 46

FIGURA 35 – Novela ............................................................................................ 46

FIGURA 36 – Avô e neto ...................................................................................... 46

FIGURA 37 – Meditação I .................................................................................... 47

FIGURA 38 – Meditação II ................................................................................... 47

FIGURA 39 – Beijo I ............................................................................................. 47

FIGURA 40 – Beijo II ............................................................................................ 47

FIGURA 41 – Piscina ........................................................................................... 47

FIGURA 42 – Trabalho ......................................................................................... 47

FIGURA 43 – Hospital I ........................................................................................ 48

FIGURA 44 – Hospital II ....................................................................................... 48

FIGURA 45 – Champagne ................................................................................... 48

FIGURA 46 – Abajur ............................................................................................ 48

FIGURA 47 – Família ........................................................................................... 49

FIGURA 48 – Abraço ........................................................................................... 49

FIGURA 49 – Trabalho II ...................................................................................... 49

FIGURA 50 – Recuperação.................................................................................. 49

FIGURA 51 – Frase I ............................................................................................ 50

FIGURA 52 – Frase II ........................................................................................... 50

FIGURA 53 – Eduardo e Mônica .......................................................................... 50

FIGURA 54 – Logo Vivo ....................................................................................... 50

FIGURA 55 – Ator e Assistente ............................................................................ 56

FIGURA 56 – Ator Macchi I .................................................................................. 57

FIGURA 57 – Ator Macchi II ................................................................................. 57

FIGURA 58 – Ator Hoffman .................................................................................. 58

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FIGURA 59 – Ator Hoffman Assistente ................................................................ 58

FIGURA 60 – Casada .......................................................................................... 58

FIGURA 61 – Ator Hoffman declamando I ........................................................... 59

FIGURA 62 – Ator Hoffman declamando II .......................................................... 59

FIGURA 63 – Ator Macchi .................................................................................... 60

FIGURA 64 – Ator Macchi I .................................................................................. 60

FIGURA 65 – Carro I ............................................................................................ 60

FIGURA 66 – Carro II ........................................................................................... 60

FIGURA 67 – Logo Fiat ........................................................................................ 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .......................................................................... 12

1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .......................................................................... 13

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 13

1.2.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 13

1.3 HIPÓTESES DA PESQUISA .......................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA ......................................... 14

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 16

2.1 SEMIÓTICA .................................................................................................... 16

2.1.1 Signo ........................................................................................................... 17

2.1.2 Mensagem ................................................................................................... 18

2.1.3 Código ......................................................................................................... 19

2.1.3.1 Código Icônico .......................................................................................... 20

2.1.3.1.1 Subcódigo Iconológico .......................................................................... 21

2.1.3.3 Subcódigo Estético ................................................................................... 22

2.1.3.4 Subcódigo Erótico .................................................................................... 23

2.1.3.2 Código Linguístico .................................................................................... 24

2.1.3.2.1Subcódigo Jargões Especializados ........................................................ 24

2.1.3.2.2 Subcódigo Sintagmas Estilísticos .......................................................... 25

2.1.3.3 Código Sonoro ......................................................................................... 25

2.1.3.3.1 Subcódigos Emotivos ............................................................................ 26

2.1.3.3.2 Subcódigo Sintagmas Estilísticos .......................................................... 26

2.1.3.3.3 Subcódigo Sintagmas de Valor Convencional ....................................... 27

2.1.4 Estrutura da Mensagem .............................................................................. 27

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................... 30

3.1 SELEÇÃO DE FILMES PUBLICITÁRIOS ...................................................... 30

3.1.1 Pôneis Malditos - Nissan ............................................................................. 32

3.1.2 Eduardo e Mônica - Vivo ............................................................................. 33

3.1.3 Casting – Fiat ............................................................................................. 33

3.2 USO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS ...................................................... 34

4 ANÁLISE ........................................................................................................... 35

4.1 COMERCIAL PÔNEIS MALDITOS ................................................................ 35

4.1.1 Análise Semiótica ........................................................................................ 39

4.1.1.1 Código Icônico .......................................................................................... 39

4.1.1.2 Código Sonoro ......................................................................................... 40

4.1.1.3 Código Linguístico .................................................................................... 41

4.2 COMERCIAL EDUARDO E MÔNICA............................................................. 42

4.2.1 Análise Semiótica ........................................................................................ 50

4.2.1.1 Código Icônico .......................................................................................... 51

4.2.1.2 Código Linguístico .................................................................................... 54

4.2.1.3 Código Sonoro ......................................................................................... 54

4.3 COMERCIAL CASTING ................................................................................. 56

4.3.1 Análise Semiótica ........................................................................................ 61

4.3.1.1 Código Icônico .......................................................................................... 61

4.3.1.2 Código Linguístico .................................................................................... 63

4.3.1.3 Código Sonoro ......................................................................................... 64

4.4 SÍNTESE DAS ANÁLISES ............................................................................. 64

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 66

6 REFERENCIAS ................................................................................................. 69

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata da criatividade em publicidade. Mais

especificamente a criatividade em filmes publicitários veiculados na internet.

Sabe-se que a criatividade é um fator que contribui para o sucesso de um

comercial, pois tende a aumentar seu poder de impacto e memorização junto ao

público (VIEIRA, 2000). Evidentemente, não basta que o filme seja criativo para

garantir boa fixação ou sucesso em vendas. É preciso, entre outros fatores, um bom

planejamento de mídia.

O que se está procurando entender é o funcionamento do filme criativo. Que

elementos o tornam criativo? Essa pode ser considerada a questão de partida deste

estudo.

Para responder aquela questão, o primeiro passo foi estabelecer um conjunto

de filmes criativos a serem analisados. Com base na análise desses filmes,

acreditava-se ser possível identificar alguns elementos criativos gerais e entender

sua atuação no filme em exame.

Para selecionarmos os filmes, baseamo-nos em informações de pesquisa

realizada pelo Meio e Mensagem, publicada em dezembro de 2011, por Sergio

Damasceno. Essa pesquisa elaborou um ranking dos dez filmes publicitários mais

acessados de 2011, na plataforma de vídeos Youtube.

Para o presente trabalho, tomou-se para análise os três primeiros colocados.

Sendo eles: Pôneis Malditos – Nissan -; Eduardo e Monica – Vivo -; Casting – Fiat -.

O pressuposto adotado para essa seleção é de que existe algo de interessante,

criativo, nesses filmes e, por isso, eles foram tão acessados.

A etapa seguinte foi estabelecer um ferramental teórico que permitisse

identificar, nesses filmes, seus elementos ou fatores criativos. A opção feita foi a

teoria semiótica.

A semiótica ou ciência dos signos tem como um de seus objetivos estudar os

diferentes tipos de signos que estão a nossa volta, como placas de trânsito, filmes,

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músicas, vestuários, entre outros (SANTAELLA, 2008). Estuda-os a fim de entender

e prever quais sentidos podem causar em seus receptores.

Para fazer a identificação dos elementos criativos e entender seu

funcionamento nos filmes, foram utilizados principalmente os conceitos da semiótica

de código e subcódigo, ambos formulados por Umberto Eco (2000). De modo

resumido, o código pode ser entendido como uma regra que possibilita a

comunicação. A língua portuguesa é um exemplo de código. Ela estabelece um

conjunto de signos, que são as palavras, e sua combinação em frases. Além disso, o

código estabelece o significado correspondente a esses signos. O subcódigo, por

sua vez, é uma espécie de segundo código, sobreposto ao primeiro, que é mais

básico. Esse subcódigo amplia a significação. Outras explicações e exemplos estão

no capítulo 3.

De acordo com a perspectiva de Eco (2000), a criatividade de um filme tem a

ver com a maneira como esse filme trabalhou seus elementos em relação aos

códigos e subcódigos. Quanto mais o filme respeita códigos e subcódigos, maior sua

tendência a se mostrar como óbvio e pouco criativo. Por outro lado, quanto mais se

afasta dos códigos e subcódigos, mais tende a mostrar-se como improvável e

criativo.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Este estudo trata da criatividade em filmes publicitários. Nesta área, a

criatividade é geralmente entendida como um dos fatores essenciais para o

desempenho de uma campanha (VIEIRA, 2009).

Portanto vem daí a questão: o que há com o vídeo publicitário criativo, que

elementos ou características o distinguem de outros vídeos - os não criativos -?

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1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Conforme Mattar (2001) os objetivos são as metas que se deseja alcançar

com a elaboração da pesquisa. Pode-se dividir os objetivos em dois tipos: os

objetivos gerais e os objetivos específicos.

1.2.1 Objetivo Geral

Identificar quais características ou elementos fazem de um filme publicitário,

um filme criativo.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos a seguir proporcionarão o alcance do objetivo geral

deste trabalho:

a) Estabelecer um conjunto de filmes considerados criativos para,

posteriormente, serem avaliados;

b) Selecionar e delimitar uma base teórica que permita analisar a criatividade

dos filmes;

c) Confrontar filmes e teorias a fim de identificar seus elementos criativos.

1.3 HIPÓTESES DA PESQUISA

Hipótese 1: Com base na teoria semiótica, é possível que a criatividade nos

filmes publicitários esteja relacionada ao modo como esses filmes equilibram

elementos novos e elementos óbvios;

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Hipótese 2: Acredita-se que a novidade atrai a atenção do público. E a

obviedade, o que garante a comunicação, o entendimento do filme.

1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

O presente estudo não espera apresentar uma fórmula da criatividade, mas

uma tentativa de orientação sobre como tornar o filme publicitário mais criativo e

assim aumentar sua chance de resultado.

Este estudo permite que o estudante ou profissional, seja ele publicitário

designer ou comunicólogo, perceba e compreenda os códigos e subcódigos e com

este conhecimento possa tornar-se ainda mais crítico quanto a formulação da

mensagem, haja vista que, tratando-se de comunicação de massa, o que se busca é

comunicar de maneira rápida e eficaz ao maior número de pessoas possíveis.

Este estudo também possui relevância no que se refere á configuração dos

comerciais, os elementos da mensagem, pois os elementos analisados sugerem

caminhos que comunicam rapidamente, com maior facilidade, por serem clichês, ao

passo que identificando esses clichês, é possível enxergar ou buscar novos

horizontes usando a criatividade.

Aquele que compreender os princípios básicos da semiótica conseguirá

identificar, tendências que facilitarão a comunicação da mensagem, como também

lhe manterá informando, dando-lhe margem para inovar.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo é dividido por capítulos. No capítulo um apresenta-se a

introdução ao trabalho, com a descrição do problema de pesquisa, os objetivos

gerais, como o princípio norteador deste estudo, os objetivos específicos, como as

etapas para alcançar o objetivo geral, as hipóteses levantadas sobre este tema, a

justificativa e relevância apresentada para esta pesquisa e, por fim, a organização

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do estudo, servindo de guia para melhor localização de informações no presente

trabalho.

O capítulo dois é caracterizado com o referencial teórico. Neste, são reunidos

alguns conceitos importantes que caracterizam a semiótica, signo, símbolo,

mensagem, código, subcódigos e a relação da comunicação com essa teoria,

explicitando os termos inerentes aos conceitos, que facilitam o entendimento e a

visualização desse tipo de análise.

No capítulo três são apresentados os conceitos dos procedimentos

metodológicos que caracterizam a pesquisa. Ou seja, as teorias pelas quais os

vídeos foram analisados. Apresenta-se informações sobre a plataforma Youtube, o

critério utilizado para selecionar os vídeos e uma breve descrição de cada um.

No capítulo quatro é apresentada a análise da pesquisa e a análise de cada

vídeo, respectivamente, Pônei Maldito, Eduardo e Mônica, Casting – Fiat -. Ambas

as análises seguem com breve descrição dos vídeos, os principais momentos com

as relativas imagens, falas, ruídos e trilhas concluindo com análise semiótica.

No capítulo cinco serão feitas as conclusões e considerações feitas a partir do

trabalho com base no problema de pesquisa, verificando se o mesmo foi concluído.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capítulo será apresentada a fundamentação teórica sobre a qual esta

pesquisa está embasada.

2.1 SEMIÓTICA

Conforme Santaella (2002), semiótica é a ciência que se dedica ao estudo

dos signos ou das linguagens - isto é, o encadeamento de signos -. Muitas vezes,

vê-se esse mesmo estudo sendo chamado de Semiologia. Isso se explica pelo fato

dessa ciência ter dois locais de nascimento. A semiologia surge na Suíça, com

Ferdinand de Saussure, e a semiótica, nos Estados Unidos, com Charles Peirce

(CARVALHO, 1997). Neste trabalho, serão usados tanto conceitos da semiótica de

Peirce quanto da semiologia de Saussure.

De acordo com Fidalgo (1999), existem duas grandes vertentes de

investigação na comunicação: uma que entende a comunicação como fluxo de

informação linear e outra que entende a comunicação como “produção e troca de

sentido”.

A primeira vertente é a escola processual da comunicação que é baseada na

obra de Shannon e Weaver, A Teoria Matemática da Informação - de 1949 -. É essa

teoria que apresenta, talvez, o modelo de comunicação mais conhecido: “uma fonte

que passa a informação a um transmissor que a coloca num canal (mais ou menos

sujeito a ruído) que a leva a um receptor que a passa a um destinatário” (FIDALGO,

1999, p.14). Essa escola está mais ocupada com a transmissão de uma mensagem

de um ponto A para B, do que com o conteúdo da mensagem e o processo

interpretativo.

A segunda vertente, segundo Fidalgo (1999), é a escola semiótica. Essa, por

outro lado, ocupa-se, prioritariamente, com a mensagem. A passagem a seguir traz

algumas das principais questões abordadas pela semiótica.

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17

O modelo semiótico de comunicação é aquele em que a ênfase é colocada na criação dos significados e na formação das mensagens a transmitir. [...] Que tipos de signos se utilizam para criar mensagens, quais as regras de formação, que códigos têm os interlocutores de partilhar entre si para que a comunicação seja possível, quais as denotações e quais as conotações dos signos utilizados, que tipo de uso se lhes dá (FIDALGO, 1999, p.16).

Com isso Fidalgo (1999) compreende-se que a semiótica se restringe dentro

do processo de comunicação, ao estudo do código e da mensagem. Porém ao ater-

se à mensagem, jamais poderá ser desconsiderado totalmente o canal, ruído e

feedback gerado na comunicação, pois indiscutivelmente esses fatores são levados

em consideração na criação da mensagem e na definição dos códigos que serão

utilizados.

2.1.1 Signo

Para Santaella (2002), signo é qualquer coisa de qualquer espécie que

representa outra coisa, por exemplo, uma fotografia, uma palavra, uma placa de

trânsito. O signo “é algo que está no lugar de outra coisa”, afirma Peirce (apud

NETTO, 2003, p20).

Os efeitos interpretativos – significados – que os signos provocam no receptor

não precisam ter necessariamente a natureza de um pensamento bem formulado e

comunicável, pode ser uma reação física ou um sentimento (SANTAELLA, 2002).

Isto é, muitas vezes consegue-se traduzir em palavras algo observado - um quadro,

um filme, uma marca -, mas muitas vezes, também, parece restar algo que não pode

ser traduzido, uma espécie de impacto emocional. Peirce (2003) estabelece que

ambos são denominados significados.

De acordo com Netto (2003), os signos são compostos por significantes e

significados, sendo o significante a parte tangível - observável - do signo, como os

traços gráficos ou sonoros que formam uma palavra, as imagens e sons que

constituem um filme publicitário. Já por significado, compreende-se a ideia que cada

indivíduo tem em sua mente ao ser impactado pelo signo. Deste modo, quando se

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ouve ou se lê „casa‟ – significante - instantaneamente vem à mente ideias correlatas

socialmente construídas - significados-, como „lar‟, „abrigo‟ etc.

Netto (2003) identifica três tipos de signos: ícone, índice e símbolo.

Ícone é um signo que possui algo semelhante como o objeto que representa.

É o caso, por exemplo, da fotografia de uma casa, estátua de um homem, entre

outros.

Índice é um signo que está diretamente ligado ao objeto. O signo possui

alguma característica em comum com o objeto, como por exemplo, uma poça de

água é sinal de que choveu, rachaduras na terra é sinal de seca, uma placa de

trânsito inserida em um cruzamento para indicar a direção ou até mesmo uma cruz,

que indica presença do cristianismo naquele local.

Símbolo é o tipo de signo que representa seu objeto por pura convenção, isto

é, o símbolo não se assemelha ao objeto - como é o caso do ícone - e não tem nada

em comum com ele - como é o caso do índice -. O que liga o signo ao seu objeto é

um acordo, por exemplo, a cor preta como símbolo de luto, ou qualquer palavra de

uma língua.

2.1.2 Mensagem

Eco (2000) define mensagem como conjunto de signos organizados por meio

de um código. Como exemplo, pode-se dizer que uma palavra é um signo, e a frase,

a mensagem.

O mesmo autor complementa afirmando que dependendo do contexto ou do

receptor - sua experiência de vida -, a mesma mensagem pode adquirir significados

diferentes. Uma placa de trânsito, na rua tem um significado. Essa mesma placa em

uma galeria de arte será interpretada de outra maneira.

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2.1.3 Código

Segundo Eco (2000), código por ser definido como a base para criar e

decodificar as mais distintas mensagens. Em suas palavras, “chama-se código um

sistema de convenções comunicativas que constituem as regras de uso e

organização de vários significantes” (ECO, 2000, p. 372). Em resumo, para a

semiótica, código é aquilo que torna possível a comunicação.

Como exemplo de código temos a língua. O desconhecimento do código pelo

receptor ou seu mau uso pelo emissor são fatores importantes para a não eficácia

do ato de comunicar, pois a mensagem não será transmitida corretamente Eco

(2000).

Uma mensagem audiovisual é composta, geralmente, por imagens,sons,

musicais ou não, e emissões verbais, e, para Eco (2000), está fundamentada no

emprego de três códigos de base e subcódigos: Código Icônico, do qual faz parte

todos os tipos de imagens figurativas ou abstratas. Código Linguístico, referente a

todo o tipo de aparição verbal, oral ou gráfica. Código sonoro, que traz todos os tipos

de sons, ruídos e timbres.

Conforme Eco (2000) o que difere código e subcódigo é o tipo de significado

ao qual cada um remete. É um código que estabelece a ligação entre a palavra

„pomba‟ – significante - e a imagem mental do pássaro – significado. Mas pode

haver um outro significado, uma espécie de acréscimo a aquele primeiro. Além de

significar „pássaro‟, a mesma palavra pode significar „paz‟. Esse significado adicional

ilustra a ação do subcódigo. Assim, o código é responsável por um sentido mais

direto e descritivo - chamado „denotativo‟ - e o subcódigo é responsável pelo sentido

prolongado, mais amplo - chamado „conotativo‟. Alguém que só conheça o código de

base pode ter dificuldade de comunicação - caso do turista que não domina

plenamente o idioma do país em que está.

São apresentados a seguir os códigos e respectivos subcódigos que serviram

de ferramental de análise dos filmes publicitários neste trabalho. O artigo de

Umberto Eco (2000), do qual foram retirados esses conceitos, traz exemplificações

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20

de sua época e região – fim dos anos sessenta, Europa. Para este trabalho, optou-

se por atualizar os exemplos e trazê-los para um contexto mais conhecido e a

utilização da expressão „clichê‟ como sendo, o respeito dos códigos e subcódigos na

construção da mensagem a fim de facilitar as explicações.

2.1.3.1 Código Icônico

De acordo com Eco (2000), o código Icônico está baseado na percepção

visual.

Uma vez percebida na mensagem, uma forma visual pode denotar a si

mesma ou uma outra coisa Eco (2000). É comum ver em programas de televisão

certas formas geométricas que tem finalidade decorativa, uma tarja na base do

vídeo sobre a qual consta o nome e a função do entrevistado, por exemplo. Essas

formas geométricas, em princípio, não representam nada além delas próprias. As

demais formas que se vê no vídeo, no entanto, tendem a denotar outras coisas,

pessoas, paisagens, cidades etc.

Eco (2000) afirma que a comunicação visual é mais imediata que a

comunicação verbal. Isso porque o visual figurativo reproduz algumas características

do próprio objeto, seja ele uma pessoa, ou uma árvore. Por exemplo, um norte-

americano que ouça alguém pronunciando „casa‟, e que não possui o código que

estabelece seu significado, captura apenas a forma sonora, ou seja, não pode

decodificar adequadamente aquele signo. O mesmo, talvez, não ocorrerá se for

apresentada à esse cidadão uma fotografia de uma casa. Provavelmente, ele

associará facilmente à ideia de „lar, moradia‟ pois o signo fotográfico imita as

propriedades visuais daquilo que representa.

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21

2.1.3.1.1 Subcódigo Iconológico

Como foi dito, o papel do subcódigo é ampliar a significação, é realizar aquilo

que se chama conotação - ir além da significação direta, descritiva -. Tal como o

significado denotativo, o significado conotativo também é socialmente construído.

Portanto, subcódigo iconológico se refere às todas aquelas cenas já vistas, cenas

que se repetem e possuem um significado gravado na memória das pessoas. (ECO,

2000).

Na publicidade, por exemplo, temos os comerciais de margarina que

tradicionalmente trazem a imagem de uma família feliz. Além de significar

justamente „família feliz‟ ou „família reunida‟, que são significados denotativos, essa

imagem sugere algo mais amplo - conotação -, como „isto é uma vida feliz‟ ou

„família é isso‟. E, nesse caso, quem, supostamente, garante essa felicidade é o

produto anunciado. Ver figura 1.

FIGURA 1 – Comercial de margarina Fonte: http://segredosdeaupair.blogspot.com.br/2012/04/surgiu-uma-familia-e-agora.html.

Já os comerciais de cerveja tradicionalmente trazem imagens de mulheres

que socialmente são desejadas pelos homens, pois seguem os padrões estéticos e

eróticos atuais, sendo significados denotativos, podendo sugerir algo mais amplo,

como trazer a mulher – vestida em roupa sensual -, para o ambiente de um bar, ou

ainda insinuando que o homem comum pode, em um bar qualquer, encontrar uma

mulher insinuando-se. Ver figura 2.

Page 23: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

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FIGURA 2 – Comercial de cerveja

Fonte: www.Youtube.com/watch?v=biKItoqAxvA

2.1.3.3 Subcódigo Estético

O subcódigo estético, conforme Eco (2000) tem como base as convenções

históricas e sociais do gosto estético, entendendo esta expressão em seu sentido

comum. Considerando o código icônico, vê-se na figura 3 uma mulher magra, loura,

jovem, de vestido azul etc. Considerando, agora, também o subcódigo estético, tem-

se, além daqueles significados, uma mulher bela, sensual, sofisticada,

provavelmente poderosa e pertencente à elite.

FIGURA 3 – Gisele Bundchen

Fonte:http://ofuxico.terra.com.br/noticias-sobre-famosos/gisele-bundchen-estampa-a-capa-de-revista-de-moda/2011/01/03-94700.html

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Nessa mesma linha, a figura 4 traz o ator Rodrigo Lombardi de barba, o que

pode sugerir, via subcódigo, um sentido de atualidade e beleza.

FIGURA 4 – Comercial havaianas

Fonte: www.Youtube.com/watch?v=dXRCCni1jtY.

2.1.3.4 Subcódigo Erótico

Em alguns casos, uma mesma imagem pode trazer consigo tanto o subcódigo

estético quanto o erótico (ECO, 2000). É o que acontece quando se tratam das

imagens de mulheres magras, altas, de pele clara e cabelos louros. Temos aí o

subcódigo estético, mas também o erótico, principalmente se a roupa usada for

sensual, justa ou se estiver só de lingerie e salto alto. Exemplo disso é o comercial

da Hope, que traz esse estereótipo com a modelo Gisele Bundchen. Ver figura 5.

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FIGURA 5 – Comercial Hope

Fonte: www.Youtube.com/watch?v=VzxwLkmjE5g.

2.1.3.2 Código Linguístico

Baseia-se no idioma que se fala, está ligado a todas as formulações verbais,

sejam elas orais ou gráficas. Aqui, Eco (2000) aponta dois subcódigos: jargões

especializados e sintagmas estilísticos.

Por exemplo, uma palavra como „conta‟ possui vários significados, mas

geralmente se pensa em: conta do bar ou da luz, conta matemática etc. Mas, usada

em um contexto publicitário, conta também pode ser o anunciante, como

apresentado a seguir.

2.1.3.2.1 Subcódigo Jargões Especializados

São palavras que têm sentido específico dentro de grupos sociais, culturais e

profissionais (ECO, 2000). No meio publicitário, por exemplo, o jargão „conta‟

significa „cliente‟ - o anunciante para o qual a agência trabalha -. No Brasil, entre

certos grupos de motoristas ou motociclistas, o termo „roda presa‟ se refere à

habilidade do motorista.

Eco (2000) complementa que em termos de classe social, podemos

considerar o termo „mano‟ como característico da periferia ou do gosto pelo gênero

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25

musical rap. Determinadas gírias podem indicar que o indivíduo é praticante de

futebol ou surf. Por exemplo, no futebol a palavra „fominha‟ significa „jogador que não

passa a bola‟ e no surf a palavra „vala‟ significa „onda‟.

2.1.3.2.2 Subcódigo Sintagmas Estilísticos

Para a Linguística - ciência dos signos linguísticos -, chama-se sintagma o

encadeamento de signos linguísticos, a frase (BARTHES, 2006). O que está em

questão nesse subcódigo, portanto, são as frases „feitas‟ ou modos de falar um tanto

estereotipados que podem conotar, por exemplo, classe social, gostos, atitude

artística etc (ECO, 2000). A frase pode remeter também a pessoas específicas,

como no caso de „nunca antes na história desse País‟ – Lula - ou „um beijo do gordo‟

- Jô Soares -.

Os filmes publicitários, muitas vezes, têm expressões comuns. É caso de „não

perca!‟, „venha correndo‟, „liquidação total‟, entre outras. Além do sentido

descodificável por qualquer falante da língua portuguesa, essas frases assumem um

significado que poderia ser expresso assim: trata-se um anúncio publicitário. Para o

brasileiro, é bem provável que a frase „Quer pagar quanto?‟, além de ter sua função

trivial, remeta ao seu anunciante, a Casas Bahia.

2.1.3.3 Código Sonoro

Eco (2000) aponta três fenômenos como constituintes do código sonoro. São

os ruídos, os sons e os timbres. Exemplos de ruídos comuns em filmes e vídeos são

freadas de automóveis, ruídos típicos de florestas - grilos, sapos etc -. Diferentes

desses são os sons, que “denotam apenas a si mesmos” (ECO, 2000, p.378), isto é,

não possuem uma referência externa. É o caso de músicas que não imitam ruídos já

existentes - pássaro, ondas, vento etc -, são sons que são experimentados por si

mesmos. Por fim, o timbre diz respeito à substância do material sonoro, assim como

o som de uma guitarra tende a ser diferente do som de um piano. Dentro do código

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26

sonoro, pode-se ter os seguintes subcódigos: subcódigos emotivos, sintagmas

estilísticos, e sintagmas de valor convencional (ECO, 2000).

2.1.3.3.1 Subcódigos Emotivos

Para Eco (2000) subcódigo emotivos são músicas que são alegres ou tristes,

rápidas ou lentas por convenção, como por exemplo, algumas das músicas da

Legião Urbana, que remetem à tristeza e ao sofrimento.

Os comerciais também utilizam de músicas que despertam emoções, para

fortalecer a mensagem. No comercial do banco Itaú, de grande sucesso em 2011,

um bebê dá gargalhadas ao ver rasgar folhas de papel. Ao fundo, percebe-se uma

trilha que remete à infância e às emoções a ela vinculadas. Ver figura 6.

FIGURA 6 – Comercial Itaú

Fonte: http://www.Youtube.com/watch?v=p9Z9n0I8Dfo

2.1.3.3.2 Subcódigo Sintagmas Estilísticos

De acordo com o estilo ou gênero musical, determinam-se vários tipos de

conotação, sendo essas emotivas ou ideológicas (ECO, 2000). Ao Rock and Roll

dos anos sessenta e setenta, por exemplo, pode-se relacionar diversos significados

conotados, como juventude, rebeldia. O Reggae, por sua vez, pode sugerir sentidos

como juventude, natureza, surf, praia.

Page 28: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

27

2.1.3.3.3 Subcódigo Sintagmas de valor convencional

Para Eco (2000), o toque musical é o que dá sentido conotativo a

determinado som. O toque de trombetas pode anunciar a chegada de um

personagem da família real, por exemplo.

A vinheta do Jornal Nacional, antes podia não significar nada além de uma

combinação de notas e acordes. Hoje, após tantos anos utilizada na abertura do

Jornal, não precisamos estar de frente para a televisão, basta escutarmos tal vinheta

para saber que está começando o Jornal Nacional.

O Plin-Plin da Rede Globo de televisão é outro som que passou de mero Plin-

Plin, para sinônimo de Rede Globo.

2.1.4 Estrutura da Mensagem

Conforme Eco (2000), uma mensagem - que é um composto de signos - pode

estruturar-se de duas maneiras e, assim, impactar também de modos diferentes o

receptor. A mensagem pode ser óbvia ou improvável.

Complementa que uma mensagem se torna óbvia quando segue os padrões -

códigos e subcódigos - de expectativas do receptor. A mensagem se torna

improvável quando transgride os padrões habituais. Se a mensagem ultrapassar o

limite de compreensão do receptor ela torna-se um ruído - ou incompreensão -.

Portanto, para que a comunicação se realize, é preciso estabelecer uma dosagem

equilibrada entre obviedade e improbabilidade (ECO, 2000).

Por exemplos as campanhas de comunicação das Casas Bahia, são fáceis de

ser entendido pelo receptor, pois se tornou uma forma convencional de comunicar.

O mesmo ocorre com o comercial de margarina nada mais comum que um café da

manhã e uma família feliz.

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Conforme Eco (2000) para reforçar os quadros de referência e os códigos do

receptor, utiliza-se uma mensagem óbvia, provável e convencional. Já para tornar

uma mensagem criativa é necessário que a mesma seja nova e improvável.

Desta forma Eco (2000), apresenta a necessidade da relação entre obviedade

e improbabilidade nos comerciais publicitários deve-se ao fato de que, a obviedade

garante uma maior oportunidade de eficácia na transmissão e compreensão da

mensagem por seguir o que pode ser chamado de „fórmulas estabelecidas de

sucesso‟. Porém este modelo pode cair no comum, no banal e não trazer nada de

novo.

Por outro lado, um comercial improvável pode não ter sucesso na transmissão

e compreensão da mensagem por trazer algo novo, e não ter certeza de que o

receptor possui os códigos necessários para codificação da mensagem, porém,

pode-se com a mensagem improvável alcançar a originalidade e com isso a atenção

e apreço do receptor. (ECO, 2000).

Outra possibilidade que Eco (2000), apresenta na sua teoria é a de que a

mensagem óbvia ou improvável possa respeitar as regras do código língua em que

está inserida, e deixar de lado o respeito à ética profissional ou cultural do contexto

onde é transmitida.

Na publicidade temos, como exemplo, o comercial da Havaianas, que segue o

código língua em que está inserido, mas por não seguir as „normas sociais‟, ao

apresentar uma senhora de idade falando de „sexo sem compromisso‟ para a neta,

foi retirado de veiculação pelo CONAR - Conselho Nacional de autorregulação

publicitária -. Ver figura 7.

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FIGURA 7 – Comercial Havaianas

Fonte: http://www.Youtube.com/watch?v=wZbiM6m7qh4.

Eco (2000), afirma “Uma mensagem como „digo que é preciso odiar a mãe‟

atém-se as regras do código-lingua Italiana, mas infringe os ditames éticos do

quadro de referencia cultural dos receptores, e a esse respeito contribui com uma

alta taxa de informação.” (ECO, 2000, p 383).

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30

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho se caracteriza como um estudo exploratório da criatividade em

filmes publicitários. Busca-se um encaminhamento, uma primeira resposta, para

pergunta: o que torna um filme publicitário criativo?

Entre as várias possibilidades de rumos e procedimentos capazes de fornecer

alguma resposta, optou-se por realizar um estudo com base na teoria semiótica –

cujos conceitos foram apresentados em capítulo anterior. E, como material a ser

analisado, optou-se por um conjunto de filmes publicitários com boa performance

junto ao grande público. Este capítulo descreve como foi feita a seleção desses

filmes e como serão usados os conceitos semióticos.

3.1 SELEÇÃO DE FILMES PUBLICITÁRIOS

O que se busca, no estudo como um todo, é analisar filmes publicitários

criativos para entender como funcionam, o que têm de diferente dos demais filmes.

Uma questão que surge daí é como estabelecer o que são filmes criativos. A saída

que, talvez, venha primeiro à mente seja coletar e examinar filmes que obtiveram

bons resultados em festivais de publicidade, festivais que justamente têm por base a

criatividade.

A opção deste estudo, no entanto, foi outra. Optou-se por um sentido de

criatividade mais amplo, ligado ao sucesso do filme junto ao grande público e não a

especialistas. O que é chamado de criatividade neste estudo, portanto, tem mais a

ver com o que o grande público considera interessante em termos de filmes

comerciais. E não o que publicitários pensam a respeito.

Assim, a seleção dos filmes foi feita através da plataforma de vídeos Youtube.

De acordo com o próprio site (YOUTUBE, 2012), o portal foi fundado em 2005, pelos

jovens Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim em San Francisco (Califórnia, EUA).

É uma plataforma que permite visualização, hospedagem e compartilhamento de

quaisquer vídeos de forma gratuita. Permite que o usuário possa navegar em um

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ambiente simples com ferramentas práticas de simples manipulação, facilitando a

interação do usuário com o site.

De acordo com Meio e Mensagem (2011), o Youtube rapidamente se tornou

uma ferramenta popular e importante no cotidiano dos internautas, sendo um dos

portais mais acessados no Brasil. Estando em quinto lugar do ranking de site mais

acessados, possui aproximadamente oito milhões de acessos mês e cobre 35% do

total de usuários de internet no país. Essa crescente popularização do site o tornou

um grande meio de comunicação de massa.

O portal permite que qualquer pessoa acesse o site, crie um canal, assista e

compartilhe vídeos caseiros e/ou comerciais, de acordo com suas aspirações. Esses

conteúdos podem ser disponibilizados de forma interativa em sites, redes sociais

entre outros.

Atualmente o uso da plataforma como ferramenta de marketing e

relacionamento com os consumidores cresce constantemente. O usuário pode criar

seu próprio canal. Esses canais são como páginas no Youtube, que vão desde

canais de cantores, como por exemplo, o canal da cantora Lady Gaga para a

divulgação das suas músicas, até a utilização dos canais como forma publicitária,

como exemplo, o canal das marcas Nissan, Nike, Vivo entre outros. Permite que

sejam disponibilizadas informações sobre a marca e vídeos comerciais. Dessa

forma, a marca tem a oportunidade de aproximar-se e relacionar-se de forma

dinâmica com o consumidor.

Apesar de dispor de uma série de recursos, o Youtube não estabelece um

ranking dos vídeos publicitários mais acessados – e, assim, mais criativos, conforme

o ponto de vista adotado no presente trabalho.

Para selecionarmos os vídeos, então, foi utilizada pesquisa publicada pelo

Meio e Mensagem1 em 20.12.2011, por Sergio Damasceno, com base em

informações disponibilizadas pelo Google. A pesquisa aponta os dez vídeos

publicitários brasileiros mais acessados em 2011. São estes:

1 http://meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2011/12/20/Os-10-virais-brasileiros-

mais-vistos.html

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a) Pôneis malditos - Nissan;

b) Eduardo e Mônica - Vivo;

c) Casting - Fiat;

d) Loving You – Anderson Silva - Burger King;

e) Ajude o Selton - Motorola;

f) Crédito consciente - Itaú;

g) Regravação Música Tema - Rock in Rio;

h) Todo mundo tem seu lado Devassa – Sandy - Devassa;

i) Keep Walking Brasil - Johnny Walker;

j) Antes e depois de Ronaldo - Nike.

Para a análise efetiva, foram selecionados, desta lista, os três primeiros

vídeos. Acredita-se que a partir desses já seja possível estabelecer algumas

respostas para a questão que norteia este trabalho. Segue uma breve descrição do

conteúdo dos vídeos.

3.1.1 Pôneis Malditos - Nissan

Conforme o site Meio e Mensagem (2011), o comercial da Nissan, Pôneis

Malditos foi o vídeo publicitário mais visualizado no Youtube em 2011. Para

descrever o principal benefício do carro, o comercial utilizou-se de personagens

animados e comuns, hits musicais familiares - cantiga de roda-, sarcasmo e humor.

O vídeo é interativo, pois oferece ao internauta um URL que o leva à página

personalizada da Nissan, no Facebook, para o compartilhamento da „maldição do

pônei‟: ficar para o resto da vida com a música pôneis malditos, pôneis malditos lá lá

lá lá na cabeça.

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Vale lembrar a polêmica em que este vídeo esteve envolvido. De acordo com

o site Exame (2011), o CONAR - Conselho Nacional de Autorregulamentação

Publicitária - recebeu diversas denúncias de que o vídeo publicitário fazia

associação de personagens animados e infantis, no caso os pôneis com a palavra

„malditos”, além de afirmar que os concorrentes possuem pôneis no lugar de motor.

Por esses motivos‟, o vídeo foi retirado de veiculação.

3.1.2 Eduardo e Mônica – Vivo

O comercial da Vivo, Eduardo e Mônica é uma homenagem ao dia dos

namorados e tornou-se viral em todo o país. De acordo com o site Meio Mensagem

(2011), ficou em segundo lugar no ranking dos vídeos comerciais mais acessados

no Youtube em 2011. A campanha é embalada pela música do Legião Urbana que -

banda de rock, brasiliense -, faz sucesso há mais de vinte e cinco anos.

O filme tem cerca de quatro minutos e conta a história de amor de Eduardo e

Mônica, do primeiro encontro, às aventuras e dificuldades da vida em casal. As

imagens acompanham a letra da música, e sempre que possível inserem o serviço -

telefonia móvel - na história.

Também foram criados perfis no Facebook, Eduardo Botão e Mônica Godard,

que trazem fotos do cotidiano do casal, interagindo com o internauta.

3.1.3 CASTING – Fiat

Este comercial da Fiat marca o lançamento do novo Cinquecento. Traz como

principal elemento na criação do vídeo o humor e faz relação com a altura dos

atores e o seu sucesso profissional, Hoffman - 1,65m e 68 filmes - e o ator brasileiro

Ricardo Macchi - 1,90m e apenas uma novela de sucesso -. O conceito do comercial

é que não é necessário ser grande para ser um „carrão‟. De acordo com o site Meio

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Mensagem (2011), o comercial ficou com a terceira posição dos vídeos publicitários

mais visualizados em 2011.

3.2 USO DOS INSTRUMENTOS TEÓRICOS

Como já foi mencionado, a análise dos filmes publicitários criativos se

fundamentou em conceitos da teoria semiótica. O uso dessa teoria se justifica pelo

fato de se dedicar ao entendimento da mensagem. Considerando os elementos

tradicionais envolvidos em um processo comunicativo qualquer - emissor, canal,

código, mensagem, receptor etc -, a semiótica foca predominantemente a

mensagem. Entre outros objetivos, a semiótica procura entender como está

estruturada essa mensagem a fim de prever que sentidos irá provocar no receptor.

O que se procurou observar, nas análises, foi a participação de elementos

óbvios e improváveis nos filmes. Entendendo por elementos óbvios aqueles que se

submetem aos subcódigos apresentados no capítulo anterior. Elementos óbvios são

aqueles que, de alguma maneira, já têm seu sentido pré-determinado pelo hábito,

pela tradição. Por outro lado, elementos improváveis são aqueles que se desviam

dos subcódigos, criando sensação de novidade.

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4 ANÁLISE

Neste capítulo será apresentada a análise semiótica dos vídeos que são

objeto de estudo desse trabalho. Inicia com o comercial Pôneis Malditos – Nissan,

seguido de Eduardo e Mônica – Vivo e, por fim, Casting – Fiat.

4.1 COMERCIAL PÔNEIS MALDITOS

A ideia geral deste vídeo é estabelecer um comparativo de força entre Nissan

e seus concorrentes. Conforme o vídeo, só a Nissan Frontier possui cavalos de

força, as pick-ups concorrentes teriam pôneis - ou seja, seriam fracas -. A seguir, a

decomposição do vídeo para posterior análise. Esta decomposição foi estabelecida

pelos presentes autores.

Momento 1

FIGURA 8 – Roda carro FIGURA 9 – Homem chutando roda

A cena inicia com a imagem de um homem de aproximadamente 35 – 40

anos com sua pick-up atolada na lama, tentando sair dessa situação, homem saída

da pick-up chutando a roda dianteira e esbraveja.

Loc 1 off: Você que uma pick-up que tenha cavalos ou pôneis?

Loc 2 Homem: Pôneis malditos.

Ruído de motor acelerando, carro atolado e chute na roda do carro.

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Momento 2

FIGURA 10 – Carrossel FIGURA 11 – Pônei beijando homem

Homem abre o capo da pick-up, um cenário lúdico e colorido surgiu onde

seria o motor do veículo, três pôneis coloridos dançam em círculos e rebolam

enquanto cantam. O pônei lilás sai voando para próximo do homem que olha

indignado a cena dos pôneis. O pônei lilás beija seu rosto, no estalo desse beijo

estoura um coração.

Loc 3 Pôneis contando: Pônei maldito, pônei maldito, venha comigo atolar,

odeio carro odeio lama, que nojinho, não vou sair do lugar.

Loc 4 Pônei Roxo: „Te Quiero‟.

Trilha que remete a cantigas infantis.

Ruído de capô do carro abrindo.

Momento 3

FIGURA 12 – Carro em ação

Correm cenas externas da pick-up em ação ao meio de muita lama,

alternando com cenas internas do veículo focando em atributos da força do veículo

como tração nas quatro rodas.

Loc 1 off: Escolha uma pick-up forte de verdade.

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Lettering: Nissan Frontier, 172 cavalos, a mais forte da categoria.

Loc 1 off: Nissan Frontier, 172 cavalos, a mais forte da categoria.

Trilha de guitarra remetendo ao gênero musical Rock.

Ruído de carro em movimento na lama.

Momento 4

FIGURA 13 – Carro em movimento FIGURA 14 – Logo Nissan

Loc 1 off: Nissan tem um jeito inovador de pensar na força.

Pense num Nissan.

Momento 5

FIGURA 15 – Pônei bom FIGURA 16 – Pônei malvado

Parece, mas não acabou o vídeo, em fundo negro um pônei rosa aparece

falando com o receptor. O pônei toma ar de macabro, seus olhos ficam vermelhos, a

voz engrossa em tom aterrorizante, a luz diminui aumentando a sombra.

Loc5 Pônei Rosa: Ei você não feche o vídeo não, deixe eu falar uma coisinha.

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Loc6 Pônei Maldito: É o seguinte, se você não passar esse vídeo, agora, para

dez pessoas você vai sofrer a maldição do pônei. Você vai ficar o resto da vida com

essa música na cabeça.

Momento 6

FIGURA 17 – Pônei dançando FIGURA 18 – Pônei balançando a bunda

O pônei „malvado‟ some, voltando a ser o pônei „meigo‟ do início, e começa a

cantar e saltitar em quanto vai saindo do vídeo.

Loc5 Pônei rosa: Pônei maldito, pônei maldito, La, La, La, La. Pônei maldito, pônei

maldito, La, La, La, La.

Trilha que remete a cantigas infantis.

Momento 7

FIGURA 19 - Site

Surge na tela, www.maldicaodoponei.com.br.

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4.1.1 Análise Semiótica

Será apresentada a análise semiótica do comercial Pôneis Malditos – Nissan.

4.1.1.1 Código Icônico

O vídeo inicia em ambiente que segue padrões estéticos utilizados em

comerciais de pick-up pesadas, pois apresenta lama e mato, ambiente conhecido

como „off Road‟ o que também pode remeter a mensagens habituais que podem se

enquadrar de alguma forma com o público destes veículos, como: agricultura,

pecuária, contato com a natureza, espírito aventureiro e desbravador. Esses

elementos ajudam o receptor a situar-se tornando a comunicação imediata e óbvia.

Embora as imagens que iniciam o comercial condizem com o segmento, a

situação não, pois o veículo está atolado, quando o mais comum seria, desbravando

qualquer obstáculo. Aqui temos sinal de inovação, algo que não segue propriamente

o „senso comum‟.

O apelo dos pôneis que se apresenta foge totalmente do comum, pois o

comumente apresentado nos comerciais deste segmento de veículo são situações

estremas, em meio a mato e lama, ao passo que neste comercial, o receptor é

surpreendido com pôneis coloridos. Existe a „velada‟ associação dos pôneis frágeis

e delicados em ambiente lúdico e meigo ao concorrente que oferece veículos cuja

força se compara aos pôneis igualmente meigos e frágeis, distantes do que o

consumidor realmente espera de seu veículo.

Na representação do pônei bom e do pônei mal, percebe-se padrões estéticos

comumente utilizados para caracterizar cada um deles.

Ao fim do vídeo, quando o receptor acreditava ter visto todo comercial, o

pônei rosa e meigo aparece pedindo para não fechar o vídeo, pois tem algo a dizer.

Na sequência, transforma-se no pônei mal. Nessa caracterização, é possível

identificar alguns clichês, como: sua face muda e toma ar de um „cavalo forte de

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40

verdade‟ os olhos do pônei ficam vermelhos, a luz ao fundo diminui dando ar

obscuro. Além disso, enquanto fala, o pônei aproxima-se da câmera, como quem

quer intimidar o receptor.

Ao iniciar a segunda parte, na qual o comercial revela o produto, parte para o

óbvio – clichê -, apresentando o veículo em situações estremas ao meio de muita

lama e natureza, intercalando com cenas do interior do carro e atributos opcionais

do veículo, como: tração nas quatro rodas e outros diferencias que remetam à força

do veículo, atributo questionado no vídeo.

O homem aparentemente alto, magro, branco, barba por fazer, o que remete

a um homem comum, pois não possui uma imagem que apresenta tipos marcantes

de pessoas e personalidades como, por exemplo, um surfista, um executivo etc.

De forma direta e explícita, não há elementos no filme que remetam ao

subcódigo erótico.

4.1.1.2 Código Sonoro

No comercial da Nissan Pôneis Malditos, são encontrados códigos sonoros

sendo estes códigos peças fundamentais no comercial.

Este comercial teve produção de música e melodia específica para o contexto

do comercial. Visto que a maldição para quem não passar o vídeo é ficar com a

música tema do comercial na cabeça para o resto da vida. Esse fato traz ao

comercial alguma originalidade sonora.

A música é de fácil fixação e compreensão por parte do receptor. A melodia

remete às cantigas infantis, coisas meigas e frágeis, reforçando a imagem dos

pôneis.

Ainda no comercial existe uma segunda trilha, com som de guitarra elétrica e

melodia de rock, o que confere ao vídeo tom de força e agressividade, atributos

estes que são oferecidos pelo veículo. Talvez por esse motivo esta trilha apareça

quando a pick-up Nissan é apresentada em ação.

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41

É fato que a música dos pôneis desperta emoções no receptor, para fortalecer

o ambiente de meiguice e fragilidade foi construída uma música que remete a

cantigas infantis por convenção em sua maioria possui melodias alegres.

A trilha de guitarra elétrica com melodia de rock desperta emoções

contestadoras e fortalece a imagem de força e agressividade que o veículo possui.

A cantiga dos pôneis se baseia em um modelo convencional, mas sua

inserção no filme a torna improvável, nova. Já a trilha com guitarra é puramente

óbvia

Percebe-se que o filme publicitário possui elementos que são clichês como o

som da guitarra e elementos inovadores como a melodia dos pôneis, existe

equilíbrio entre inovação e convenção.

Os ruídos são essenciais para a composição do comercial, facilitando a

compreensão do mesmo em sua intenção de comunicar, como por exemplo: o som

do motor da pick-up em aceleração, som de porta batendo com força, som de chute

na roda, entre outros.

4.1.1.3 Código Linguístico

O código linguístico trata do idioma que se fala, seja transmitido oralmente ou

graficamente, este é importante neste filme publicitário. É ele que proporciona o

entendimento do que ocorre nas cenas.

O comercial não possui um texto único - uma única locução -. Então, vale

separar as partes da seguinte forma: locução em off; fala do homem/motorista;

cantiga do pôneis; pônei rosa.

Na primeira locução do homem/motorista se fala: „Você quer uma pick-up que

tenha cavalos ou pôneis?‟ Neste momento a locução instigando e preparando o

receptor para o que esta por vir, que é a comparação dos cavalos da Nissan com os

pôneis da concorrência, o que pode ser considerado algo novo.

Page 43: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

42

Em seguida, é apresentada a cantiga dos pôneis; „Pônei maldito, pôneis

malditos, venha com agente atolar, odeio carro, odeio lama, que nojinho, não vou

sair do lugar‟. A letra transmite algo inovador, pois neste segmento não é comum

utilizar esses termos e a analogia feita com o lado menor e mais fraco das espécies

de cavalo é algo que chama à atenção.

No momento em que surge a locução off como: „Escolha uma pick-up forte de

verdade, Nissan Frontier, 172 cavalos, a mais forte da categoria. A Nissan tem um

jeito inovador de pensar na força, pense em um Nissan‟ O texto é todo baseado em

o que poderíamos chamar de padrões publicitários, explorando os principais

atributos e atributos do produto, não trazendo nada de novo, ou seja, uma

mensagem óbvia.

Na última parte do comercial, o pônei rosa faz várias falas como: „Ei, ei você,

não fecha o vídeo não, deixa eu falar uma coisinha..‟ As falas fazem analogia com

as famosas correntes enviadas por e-mail onde quem não envia determinado e-mail

sofrerá consequências negativas. Este momento é algo importante para o comercial,

pois é algo novo, chama a atenção do receptor.

4.2 COMERCIAL EDUARDO E MÔNICA

A Vivo faz uma homenagem a todos os casais „Eduardos e Mônicas do Brasil‟

que graças a sua tecnologia estão cada vez mais conectados. Utilizam de uma

música de sucesso no país e dão vida aos personagens dessa história, inserindo os

produtos e serviços da marca no cotidiano do casal. A seguir, a decomposição do

vídeo para posterior análise. Esta decomposição foi estabelecida pelos presentes

autores

Page 44: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

43

Momento 1

FIGURA 20 – Mônica no bar

Cena de Mônica no bar e Eduardo, em casa, sendo acordado pela mãe.

Trilha: Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar. Ficou deitado e viu

que horas eram enquanto Mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade,

como eles disseram...

Ruído de risadas da Mônica no inicio do comercial representam ela,

descontraída no bar.

Momento 2

FIGURA 21 – Celulares caindo FIGURA 22 – Mônica e Eduardo

Imagem do encontro dos personagens. Os celulares caem e são trocados.

Trilha: Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer...

Ruído de celulares caindo.

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44

Momento 3

FIGURA 23 – Celular I FIGURA 24 – Celular II

Imagem de Mônica manda SMS para Eduardo, pois, na queda, os celulares

foram trocados. Imagem de Eduardo respondendo o SMS de Mônica e a convidando

para uma festa.

Trilha: "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir".

Ruído de sons dos teclados do celular.

Momento 4

FIGURA 25 – Festa FIGURA 26 – SMS

Cena em que Eduardo e Mônica estão em uma festa. Eduardo recebe um

SMS de sua mãe perguntando onde ele esta.

Trilha: Festa estranha, com gente esquisita "Eu não tô legal", não agüento

mais birita". E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que

tentava impressionar e o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa"É quase

duas, eu vou me ferrar".

Page 46: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

45

Momento 5

FIGURA 27 – Mônica falando no celular FIGURA 28 – Eduardo de bicicleta e Mônica de Moto

Cena em que Mônica liga para Eduardo. Marcam um encontro.

Trilha: Eduardo e Mônica trocaram telefone depois telefonaram e decidiram se

encontrar o Eduardo sugeriu uma lanchonete, mas a Mônica queria ver o filme do

Godard.

Ruído de várias pessoas falando ao mesmo tempo, ronco de moto e

campainha da bicicleta „tlim-tlim‟.

Momento 6

FIGURA 29 – Encontro FIGURA 30 – Despedida do casal

Imagens do casal em um parque, que indica um encontro.

Trilha: Se encontraram então no parque da cidade a Mônica de moto e o Eduardo de

"camelo" o Eduardo achou estranho, e melhor não comentar mas a menina tinha

tinta no cabelo.

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46

Momento 7

FIGURA 31 – Mônica no espelho FIGURA 32 – Eduardo no banheiro

Imagem mostra a tatuagem de Mônica, enquanto ela se olha no espelho.

Eduardo no banheiro em frente ao espelho espremendo uma espinha um traço de

sua puberdade.

Trilha: Eduardo e Mônica eram nada parecidos ela era de Leão e ele tinha

dezesseis.

Momento 8

FIGURA 33 – Mônica na faculdade FIGURA 34 – Eduardo estudando

Mônica na faculdade, utilizando tablet na aula. Imagem de Eduardo utilizando

o celular para estudar.

Trilha: Ela fazia Medicina e falava alemão e ele ainda nas aulinhas de inglês.

Momento 9

FIGURA 35 – Novela FIGURA 36 – Avô e neto

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Cena mostra Eduardo vendo no celular notícia sobre novelas e brincando de

futebol de botão com seu avô.

Trilha: Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, Van Gogh e dos Mutantes, de

Caetano e de Rimbaud e o Eduardo gostava de novela e jogava futebol de botão

com seu avô.

Momento 10

FIGURA 37 – Meditação I FIGURA 38 – Meditação II

Imagem do Mônica meditando.

Trilha: Ela falava coisas sobre o Planalto Central também magia e meditação

e o Eduardo ainda tava no esquema escola, cinema, clube, televisão.

Momento 11

FIGURA 39 – Beijo I FIGURA 40 – Beijo II

Várias imagens em sequência, de Eduardo e Mônica se beijando.

Trilha: E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente uma vontade de

se ver e os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser.

Ruído de objetos caindo.

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48

Momento 12

FIGURA 41 – Piscina FIGURA 42 - Trabalho

Trilha: Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato, e

foram viajar a Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o

ar. Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer e decidiu trabalhar (não!).

Momento 13

FIGURA 43 – Hospital I FIGURA 44 – Hospital II

A imagem de Mônica no hospital vestida de médica e Eduardo sujo de trigo,

tinta, ovo, entre outros, representa que ela se formou em medicina e ele acabou de

passar no vestibular, pois levou um “trote”;

Trilha: E ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular.

Momento 14

FIGURA 45 - Champagne FIGURA 46 - Abajur

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49

A imagem de champagne estourando, seguida da sombra do casal se

beijando. Imagem de um abajur espatifando-se na parede, seguida de uma porta

sendo fechada com força e os personagens descendo a escada com tom de

discussão, com Eduardo na frente e Mônica vindo logo atrás.

Trilha: E os dois comemoraram juntos e também brigaram juntos, muitas

vezes depois e todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão

com arroz...

Ruído de objetos quebrando na parede e do champagne estourando.

Momento 15

FIGURA 47 – Família FIGURA 48 - Abraço

Cena do casal pintando a parede de uma casa, ao mesmo tempo em que

embalam com os pés cada um, um carrinho de bebê.

Trilha: Construíram uma casa há uns dois anos atrás mais ou menos quando

os gêmeos vieram batalharam grana, seguraram legal a barra mais pesada que

tiveram.

Momento 16

FIGURA 49 – Trabalho II FIGURA 50 – Recuperação

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50

Imagem de Eduardo recebendo um SMS do filho.

Trilha: Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília e a nossa amizade dá saudade

no verão só que nessas férias, não vão viajar porque o filhinho do Eduardo tá de

recuperação.

Momento 17

FIGURA 51 – Frase I FIGURA 52 – Frase II

Frases surgem na tela.

Trilha: E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo

coração? E quem irá dizer que não existe razão?

Momento 18

FIGURA 53 – Eduardo e Mônica FIGURA 54 – Logo Vivo

Imagem de Eduardo e Mônica em vários momentos do namoro. Surge logo da

Vivo.

Page 52: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

51

4.2.1 Análise Semiótica

Será apresentada a análise semiótica do vídeo publicitário Eduardo e Mônica

– Vivo.

4.2.1.1 Código Icônico

O código icônico é fundamental neste comercial apesar de estar

predominantemente submetido à trilha sonora.

Pode-se perceber que nas primeiras cenas não é apresentado ao receptor o

produto e marca, e sim, os personagens, seus gostos, costumes, personalidade e

atitude. O cenário é todo baseado em formas habituais o que torna a mensagem de

fácil compreensão. No decorrer das cenas os produtos e/ou serviços são

introduzidos de forma sutil, quase despercebido, no cotidiano dos personagens.

Assim, a primeira vez que o receptor assiste ao vídeo não sabe do que se trata.

Abaixo algumas cenas que possuem imagens de total relevância para

valorizar e enfatizar o enredo, os detalhes e a personalidade dos personagens e da

história:

a) Na cena e que os celulares caem e são trocados.

É ponto chave no comercial, pois os personagens principais se encontram

neste momento da musica, aqui com as imagens conseguiram

contextualizar a musica aos dias atuais, inserindo o produto, quase como

o responsável pelo encontro do casal. Considerando a inserção do produto

em um comercial de telefonia celular podemos considerar uma inovação,

pois ele esta inserido sumamente no comercial, esta em segundo plano.

b) Imagens embaçadas e o rosto de Eduardo apoiado na mesa representam

que ele não está acostumado à beber. No vídeo o garoto recebe um SMS

- neste momento o produto, no caso, o celular é apresentado - de sua

Page 53: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

52

mãe, perguntando onde ele esta, enfatizando o fato de ele ainda ser um

adolescente controlado pelos pais;

c) Imagem de Mônica dirigindo sua moto enfatiza a informação velada de

que Mônica é mais velha que Eduardo, algo que vai contra a realidade da

maioria dos casais. Ao passo que Eduardo esta indo de bicicleta,

demonstrando ser menor de idade e sem dinheiro, pois é estudante

sustentado pelos pais;

d) Imagem mostra a tatuagem de Mônica, enquanto ela se olha no espelho,

reforça o fato de ela ser do signo de leão, pois a tatuagem marca em seu

corpo o símbolo que representa seu signo no zodíaco. Imagem de

Eduardo no banheiro em frente ao espelho espremendo uma espinha é

mais um traço de sua puberdade;

Fica claro, que utilizam elementos comuns para representar o que se diz

na música, ou seja, a tatuagem do signo de leão, para representar que ela

é do signo de leão, Eduardo espremendo espinhas representando que

tinha dezesseis. Nada de novo, porem facilita o entendimento da

mensagem.

e) A imagem de Mônica no hospital vestida de médica e Eduardo sujo de

trigo, tinta, ovo, entre outros, representa que ela se formou em medicina

pois esta trabalhando na profissão e ele acabou de passar no vestibular,

pois levou um “trote”; Formas comuns de representar o que a musica diz.

f) As imagens do casal pintando a parede de uma casa, ao mesmo tempo

em que embalam com os pés cada um, um carrinho de bebê, representam

que formaram uma família, construíram uma casa e tiveram filhos gêmeos.

g) Imagem de Mônica abraçando Eduardo que está de cabeça baixa, em um

cômodo da casa que pode ser a cozinha, com meia luz, representa um

dando força ao outro em momentos difíceis que passaram. Padrão

comercial de casal enfrentando dificuldades homem preocupado e mulher

o apoiando.

Page 54: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

53

h) A imagem do filho brincando com um vídeo game no banco de trás do

carro, ao lado da irmã que lê um livro, demonstra o quanto a filha menina

puxou o perfil da mãe enquanto o menino puxou o perfil do pai, pois no

começo do filme, quando se conheceram a mãe lia livros e o pai jogava

vídeo game.

Neste momento uma inovação além da musica, pois a imagem transmite

ao olhar atendo que o menino puxou ao pai e a menina a mãe, algo que a

música não diz.

i) Sequência de imagens representando a boemia de Mônica. Que permite

entender que ela é mais velha que Eduardo, por ser mais independente.

Imagens de suas unhas e lábios pintados, ambiente onde ela aparece em

um bar, bebendo, descontraída, conversando e dando risadas;

Como a música já tem sucesso consagrado a novidade neste comercial

são as cenas, as imagens, a caracterização dos personagens, para

caracterizar a boemia e a independência de Mônica, utilizaram elementos

padrões, como unhas e lábios é uma maneira comum de representar uma

mulher produzida para noite, um bar, risadas e bebidas demonstra que é

uma pessoa adulta pelo ambiente que frequenta, tudo dentro dos padrões

comerciais.

Assim, pode-se constatar que através de uma soma de códigos as imagens

apresentadas ao longo do vídeo, criaram o contexto desejado e conotaram à fatos

da vida do casal.

Este comercial dentre os analisados, talvez seja o quem mais segue padrões

visuais, no que se refere às imagens, pois tenta por elas representar de forma clara

o que diz a letra da música, para que haja uma fácil associação seja o receptor

conhecedor ou não da música tema.

Como inovador pode ser entendido primeiramente o fato de dar vida e

imagens a uma música de sucesso que nunca teve um vídeo clipe, inserindo o

produto na história do casal.

Page 55: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

54

Inovador também é o fato dos produtos aparecerem na história, sempre em

segundo plano, pois o principal é a história do casal, em se tratando de telefonia

celular o comum é apresentar de maneira objetiva os aparelhos e planos da

operadora algo que não ocorre no vídeo.

No comercial o principal norteador estético foi seguir e tentar representar com

fidelidade a letra da música e as características de cada personagem.

Assim o comercial foge do padrão por não apresentar modelos, fortes, altos

bronzeados, malhados etc. Porém usa elementos óbvios para comunicar as

características dos personagens, veja, são brancos, magros, jovens, suas roupas

também conotam juventude, despojamento, caracterizando jovens urbanos de

classe média.

No comercial é praticamente inexistente o subcódigo erótico, não tendo apelo

para a sensualidade.

4.2.1.2 Código Linguístico

O código linguístico é importante neste filme. É ele que proporciona o

entendimento do que ocorre nas cenas.

Percebe-se, assim como as imagens, não explica exatamente do que se trata,

ou seja, o produto e marca anunciado. Esse suspense vai até o momento em que

surgem na tela frases, explicando o motivo, no caso, a homenagem da Vivo para

todos os Eduardos e Mônicas do Brasil. Portanto, é fato que no primeiro momento

que se assiste ao vídeo não se sabe do que está sendo tratado.

Em todo o vídeo a uma convergência das imagens com o texto.

4.2.1.3 Código sonoro

O código sonoro neste comercial é fundamental. Pois, é a partir dele que o

comercial é construído. A trilha parece ser o grande atrativo e o que contribuiu para

Page 56: Monografia final kaliu beta 28 05-2012 final-gravar cd

55

o seu sucesso. Considerando que a música Eduardo e Mônica é conhecida e

cantada há vinte e cinco anos, sendo inspiração marcante para muitos casais que se

identificaram com a música, ou para pessoas que sonham com um amor como

apresentado na canção. Pode-se considerar que grande parte dos brasileiros já

ouviu essa música, e ouvindo ela no vídeo, lembrou-se de algum fato ou amor que

viveu em determinado momento.

Considerando os aspectos acima mencionados, pode-se acreditar que a

música desperta emoções no receptor. De acordo com as vivências e aspirações de

cada pessoa, a canção pode despertar emoções boas ou ruins, tristes ou alegres.

A música utilizada no comercial tem particularidades especificas que

envolvem seu contexto, a banda Legião Urbana fez sucesso nos anos 80, época

onde a juventude brasileira lutou e conseguiu grandes vitórias políticas e o rock na

época estimulava o espírito contestador. A música se refere a um casal jovem que

encontra o amor que teoricamente todos os jovens sonham encontrar.

Esta música mesmo com 25 anos é conhecida pelos jovens de hoje,

percebesse nela uma essência jovem a busca por espaço e sonhos.

A letra trás algumas situações que podem ser consideradas inovadoras, como

a mulher ser mais velha que o homem e é ela quem ensina coisas a ele.

A mulher que bebe conhaque pela manhã, o rapaz dorme e precisa ser

acordado pela mãe. Esta mulher que faz medicina interessasse pelo adolescente

que vê novela e brinca com o avo é algo que foge dos padrões sociais.

O uso de músicas famosas não pode ser considerada algo novo na

publicidade, a inovação neste caso esta em ser o primeiro a fazer um vídeo clip para

esta música.

É fato que a música transmitiu muitas emoções, que variam de acordo com

cada perfil de pessoa.

Para muitos, pode remeter à emoções de amor antigo, amor atual ou o desejo

de encontrar um amor como o do casal da canção. Amor este, que superou todas as

dificuldades que os casais comuns passam ao longo da vida. O desejo de construir

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56

uma família e de ser feliz com ela pode ser considerado algo que é um sonho e

objeto comum da maioria das pessoas em nossa sociedade.

Para outros, pode remeter à fase da vida onde ouviam essa música, ou uma

fase que foi marcada por ela.

Através da escolha da música pelo o anunciante, neste comercial, foi possível

segmentar o público de acordo com a sua personalidade. Dessa forma, atingiram

jovens e adultos, que por gosto tiveram contato com o Rock dos anos 80 e com a

banda Legião Urbana. São características marcantes destas pessoas, a

personalidade contestadora, o gosto por cultura e informação.

Para a produção do vídeo esse subcódigo importante, pois para que fosse

possível dar vida a história era necessário relacionar a letra da música com as

imagens. Nesse ponto os ruídos contribuíram para a melhor transmissão da

mensagem, considerando a necessidade de compreensão por parte do receptor.

4.3 COMERCIAL CASTING

Este comercial marca o lançamento do novo Cinquecento da Fiat. Seu

principal objetivo é fazer referência da altura dos autores com o carro, de forma bem

humorada e criativa. A seguir, a decomposição do vídeo para posterior análise. Esta

decomposição foi estabelecida pelos presentes autores.

Momento 1

FIGURA 55 – Ator e assistente

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O comercial inicia mostrando o ator Ricardo Macchi em cenário de bastidores,

preparando-se para um teste. Ele demonstra estar ansioso, pois faz vários

exercícios corporais que remetem a falta de experiência e insegurança do mesmo.

Loc 1 R. Macchi: Cabelo, cabelo

Loc 2 Mulher: Tá ótimo

Momento 2

FIGURA 56 – Ator Macchi I

A assistente inicia a gravação da cena e ao fundo escuta-se uma voz

masculina.

Loc 3 off: Ricardo Macchi, 1,90m, ação.

Ruído de claquete fechando.

Momento 3

FIGURA 57 – Ator Macchi II

Ricardo Macchi inicia a sua fala, com gestos e expressões que caracterizam

seu nervosismo e a sua preocupação com o teste.

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Loc 1 R. Macchi: Não sabia que ia me apaixonar por você.

Aconteceu, aconteceu muito rápido.

Eu não sei como parar.

Te amo, te amo, te amo!

Momento 4

FIGURA 58 – Ator Hoffman

O ator Hoffman no cenário de bastidores, preparando-se para o teste com o

auxilio da assistente. Ele demonstra estar seguro, calmo e utiliza-se de gestos

firmes, o que comprova a sua experiência. A assistente inicia a gravação da cena e

ao fundo escuta-se uma voz masculina.

Loc 3 off: Dustin Hoffman, 1,65, ação

Ruído de claquete fechando.

Momento 5

FIGURA 59 – Ator Hoffman Assistente FIGURA 60 – Casada

Hoffman começa o texto e faz brincadeira com a assistente que o ajudava.

Ela não gosta e sai do cenário. Vozes e risos ao fundo, ele continua o seu texto de

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59

forma simples, dinâmica e calma. Ao fim do texto, faz novamente uma brincadeira

com a assistente.

Loc 4 Dustin Hoffman: Não sabia que ia me apaixonar por você.

Aconteceu, aconteceu muito rápido.

Eu não sei como parar.

Te amo.

O que?

Loc 2 Mulher: Eu sou casada.

Loc 4 Dustin Hoffman: O que?

Loc 2 Mulher: Que isso.

Ruído: Risada masculina, ao fundo do set de gravação.

Momento 6

FIGURA 61 – Ator Hoffman declamando I

Loc 4 Dustin Hoffman: Não sabia que ia me apaixonar por você.

Desculpa! Scusa, scusa, scusato.

Momento 7

FIGURA 62 – Ator Hoffman declamando II

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60

Loc 4 Dustin Hoffman: Não sabia que ia me apaixonar por você.

Aconteceu, aconteceu muito rápido.

Eu não sei como parar.

Te amo. É isso! Te amo.

Amo você também.

Momento 8

FIGURA 63 – Ator Macchi FIGURA 64 – Ator Macchi I

Surgem os dois atores, Ricardo Macchi mais alto e Hoffman mais baixo. Com

locução ao fundo, Ricardo Macchi abaixa-se para ficar na mesma altura de Hoffman.

Loc 3 off: Para ser um atorzão não precisa ser grande, nem para ser um

carrão.

Momento 9

FIGURA 65 – Carro I FIGURA 66 – Carro II

Surge a imagem do carro. A câmera começa a „passar‟ por fora e por dentro

do veículo, mostrando os principais opcionais e benefícios. O fundo branco destaca

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61

a cor do carro que é vermelha. Continua a locução ao fundo. Três jovens - duas

mulheres e um homem - andam em direção ao carro. Entram no veículo e saem do

cenário dirigindo o mesmo, com locução ao fundo.

Loc 3 off: O Novo Fiat Cinquecento, desing incomparável, função Sport, air-

bag duplo, cambio automático, teto solar elétrico, ABS, ar condicionado digital.

O novo carro mundial da Fiat tem tudo que um carrão tem.

Trilha que remete a tecnologia.

Momento 10

FIGURA 67 – Logo Fiat

Fiat Cinquecento.

4.3.1 Análise Semiótica

Será apresentada a análise semiótica do vídeo publicitário Casting – Fiat.

4.3.1.1 Código icônico

No código icônico percebe-se algumas imagens que chamaram atenção do

receptor.

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62

Pode ser considerado algo novo e chamativo, a simples presença dos dois

atores. Macchi por sua fama de mau ator, e Hoffman por ser considerado uma

celebridade internacional.

Percebe-se que em alguns momentos no vídeo a mensagem é obvia e

improvável. Cenas que foram produzidas, ou que já se viu anteriormente na

publicidade automotiva ou na publicidade em geral e cenas que não fazem parte dos

padrões da publicidade.

Algo que parece chamar a atenção é fato de, nos instantes iniciais do filme,

não se sabe qual o produto em questão. Não existe a imagem do carro, da marca,

nada que indique o produto. Só em um segundo momento o receptor terá a parte

mais convencional da publicidade, com as cenas que apresentam o carro, marca,

assinatura, cores que identificam a marca.

Como atrativos das imagens, temos o fato dos atores serem conhecidos pelo

público-alvo. O próprio produto, no caso, o carro pelo seu desing. Além desses

fatores, não existe, na imagem, grandes atrativos.

Outro valor atrativo no vídeo é a analogia feita entre o carro e os atores, a

ideia oferecida no filme é „um grande carro não precisa ser um carro grande‟. O

problema que leva a tal questão é que o Cinquetento - apesar de legal, bonitinho -,

pequeno e caro. No Brasil, se o carro é caro é porque é grande.

Na cena em que o ator Hoffman faz uma brincadeira com a assistente é,

também algo que chama a atenção. Outro momento que funciona como atração da

atenção do receptor é no final do comercial, no momento em que o ator Macchi se

abaixa para ter a estatura de Hoffmann, convergindo com locução „não precisa ser

grande para ser um carrão.

Na primeira parte do vídeo, a construção da ideia de cenário é toda baseada

em formas habituais - o fundo infinito, a iluminação, a menina do claquete etc -. A

segunda parte do vídeo, quando se começa a apresentar o carro, é praticamente

toda baseada em padrões publicitários. Todas essas informações garantem uma

comunicação mais óbvia, mais imediata, rápida.

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63

As imagens são apresentadas na seguinte ordem: primeiro aparece a imagem

do ator Macchi e Hoffman, depois o carro - os coadjuvantes, com exceção da

assistente do claquete, praticamente não aparece -. Macchi pode ser considerado

um exemplo em termos físicos - corpo -, mas a sua fama de mau ator o torna ridículo

neste filme - temos aí o estereótipo do homem forte e tolo -. Enquanto o ator

Hoffman encara o homem de experiência, de sabedoria e velho - sem apelo físico -.

Na parte que surge a imagem do carro, pode ser considerada como clichê,

pois mostram o carro em vários ângulos, seus usuários felizes mexendo nos

opcionais do carro, um fundo branco dando total ênfase ao produto e marca que

neste momento está presente, estes elementos são comuns em comercias

automotivos, o que facilita a compreensão.

É praticamente inexistente no filme a presença do subcódigo erótico. Não há

nenhum tipo de apelo à sensualidade.

4.3.1.2 Código Lingüístico

O código linguístico é importante neste filme. É ele que proporciona o

entendimento do que ocorre nas cenas.

É importante notar que, assim como na imagem, o texto também não explica

exatamente do que se trata, qual a marca ou produto em questão. Esse suspense

vai até o momento em que entra a locução sobre o carro. Assim, a primeira vez que

assiste o comercial não se sabe do que está sendo tratado.

A fala do ator Macchi e Hoffman utiliza-se dos clichês das declarações de

amor.

Um momento forte no vídeo e que chama a atenção é a „quebra‟ introduzida

por Hoffman, quando direciona a declaração a assistente. Quem assiste percebe na

sequência que aquilo parece ter quebrado o roteiro original - a assistente se mostra

perdida -. Há uma convergência de texto e imagem.

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64

A segunda parte do filme é baseada no que poderíamos chamar de

„subcódigo publicitário‟. Ou seja, o modo como o locutor fala, o que ele fala -

informações sobre o carro - é algo típico da publicidade em geral.

4.3.1.3 Código Sonoro

A parte sonora neste filme é o que menos aparece. Na primeira parte, é

inexistente. Na segunda, na apresentação do carro, é que surge uma trilha, mas que

aparece „timidamente‟. O gênero musical utilizado é o Jazz, dá a sensação de

tranquilidade.

Podemos considerar o gênero musical jazz, algo novo na publicidade

automotiva, sendo que o produto „carro pequeno‟ também é algo novo, pode-se

constatar uma forma inovadora de representar isso, além de que o gênero jazz

possui um público segmentado, como o carro do comercial que é oferecido em um

pais que valoriza o tamanho dos carros.

4.4 SÍNTESE DAS ANÁLISES

Os três comerciais que são objeto de estudo desse trabalho apresentam de

certa forma elementos comuns. Primeiramente, percebe-se que os três anunciantes

são marcas famosas que possuem tradição e respeito no meio publicitário, em

seguida nota-se que dois, dos vídeos fazem parte do segmento automobilístico,

sendo um apenas do segmento de telefonia.

O comercial Pônei Maldito – Nissan faz uma campanha comparativa, utiliza

de sarcasmo e humor, traz o apelo emocional na presença dos pôneis e o apelo

racional na apresentação do produto, que é toda baseada em padrões publicitários.

Já o comercial Eduardo e Mônica – Vivo traz como fator principal uma música

comumente conhecida que conta a história de amor de um casal, utiliza-se de apelo

emocional pelo fato de contar uma história de amor.

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65

E o comercial Casting – Fiat chama a atenção pelo fato de trazer celebridades

para compor o filme, no caso o ator Hoffman, utiliza-se de humor na comparação do

sucesso profissional dos atores e em grande parte da construção do vídeo traz o

apelo emocional, no caso o desing do carro.

O comercial da Fiat traz como elemento marcante a figura dos atores, o que é

comum em comerciais publicitários, porém existe a figura de uma celebridade

internacional algo que não é comum na publicidade brasileira. No comercial da Vivo

o elemento principal é a música, torna-se óbvio quanto ao uso de uma música

conhecida e nova no momento que é utilizada por inteira, não seguindo os formatos

comumente da publicidade. Já no comercial da Nissan o elemento que se sobressai

é a imagem dos pôneis, sendo que é óbvio o uso de mascotes, desenhos animados

na publicidade, porém novo em filmes publicitários de carros robustos.

Quanto ao código icônico percebe-se no comercial da Vivo, uma mensagem

óbvia – o casal – no filme da Nissan tem-se uma mensagem improvável, no caso os

pôneis, por fim, no vídeo da Fiat há predominância de uma mensagem óbvia,

ressalva para brincadeira feita com o ator Marcchi.

No código lingüístico percebe-se uma mensagem óbvia tanto no comercial da

Fiat quanto no comercial da Vivo, já no vídeo da Nissan percebe-se uma mensagem

improvável, no caso, a música da maldição.

O código sonoro apresenta obviedade em todos os comerciais, ressalva no

uso completo da música do filme da Vivo e na cantiga do vídeo publicitário da

Nissan.

Nota-se que os três comerciais são de fácil compreensão, em sua maioria

trazem elementos óbvios, formas e significados convencionais, porém em alguns

momentos percebe-se elementos novos na construção da mensagem, o que chama

a atenção do receptor.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, buscou-se identificar e entender o funcionamento dos

elementos criativos presentes em três filmes publicitários. Esses filmes foram, de

acordo com ranking de Meio & Mensagem (2011), os mais acessados no ano de

2011.

As etapas por que passamos no decorrer do trabalho foram essenciais para

alcançar o resultado esperado, essas etapas compreendem nossos objetivos

específicos. Primeiramente, foi localizada fonte de credibilidade para selecionar os

três vídeos publicitários mais vistos em 2011. Na sequência foi definida a teoria que

seria utilizada para realizar análise dos comerciais.

Quanto ao problema de pesquisa e objetivo geral deste estudo, acredita-se

que a teoria semiótica nos permitiu compreender como se estruturam as mensagens

audiovisuais. Ao analisar cada filme, foram identificados elementos criativos, aqueles

que se desviam das formas habituais ou convencionais – para a semiótica, são

aqueles que escapam dos subcódigos. Mas foram identificados também elementos

mais óbvios, que são elementos que tornam a comunicação mais de fácil de ser

compreendida. Conforme sugere Eco (2000), o bom equilíbrio entre esses dois

fatores é o ideal. Nos três comerciais foi percebida uma mescla entre inovação e

obviedade.

Quanto às hipóteses levantadas no início deste estudo, foi confirmado que os

comerciais analisados possuem na estrutura da sua mensagem elementos atrativos,

criativos, que contribuíram para o sucesso alcançado pelos comerciais. Por outro

lado, possuem também elementos óbvios, usados para facilitar a comunicação.

Estas formas tradicionais comunicam rapidamente a mensagem, agilizam a

compreensão, pois o receptor já está predisposto a encontrá-las. Porém vale a

ressalva, muitas vezes, o que estamos cansados de ver, passamos a não enxergar,

pois é mais do mesmo.

Esta pesquisa vem contribuir deixando claro com as análises dos comerciais,

que a semiótica não fornece a fórmula da criatividade, porém dá subsídio para

analisar uma mensagem e identificar obviedade e inovação. Sendo a ponderação

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entre estas duas possibilidades o ideal para o sucesso de uma mensagem,

considerando a necessidade de chamar atenção e ser compreendida pelo receptor.

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