79
CEAO CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTOS ODONTOLÓGICOS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA RACHEL FERNANDES DANTAS SELEÇÃO E USO DE COMPONENTES PROTÉTICOS PARA PRÓTESES CIMENTADAS E APARAFUSADAS SOBRE IMPLANTES DE HEXÁGONO EXTERNO NATAL 2013

Monografia Final - Rachel Fernandes

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Implante

Citation preview

Page 1: Monografia Final - Rachel Fernandes

CEAO – CENTRO DE ESTUDOS E APERFEIÇOAMENTOS

ODONTOLÓGICOS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA

RACHEL FERNANDES DANTAS

SELEÇÃO E USO DE COMPONENTES PROTÉTICOS PARA PRÓTESES

CIMENTADAS E APARAFUSADAS SOBRE IMPLANTES DE HEXÁGONO

EXTERNO

NATAL

2013

Page 2: Monografia Final - Rachel Fernandes

2

RACHEL FERNANDES DANTAS

SELEÇÃO E USO DE COMPONENTES PROTÉTICOS PARA PRÓTESES

CIMENTADAS E APARAFUSADAS SOBRE IMPLANTES DE HEXÁGONO

EXTERNO

Monografia apresentada ao Centro de Estudos e

Aperfeiçoamentos Odontológicos – CEAO – Natal-RN como

requisito parcial para obtenção do título de Especialista em

Prótese Dentária

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Miyashita

NATAL

2013

Page 3: Monografia Final - Rachel Fernandes

3

RACHEL FERNANDES DANTAS

SELEÇÃO E USO DE COMPONENTES PROTÉTICOS PARA PRÓTESES

CIMENTADAS E APARAFUSADAS SOBRE IMPLANTES DE HEXÁGONO

EXTERNO

Monografia apresentada ao Centro de Estudos e

Aperfeiçoamentos Odontológicos – CEAO – Natal-RN

como requisito parcial para obtenção do título de

Especialista em Prótese Dentária

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Miyashita

Aprovada em ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________

Prof. Dr. Eduardo Miyashita

- Presidente da Banca e Orientador -

________________________________________________

Prof. Dr. Rodrigo Othávio de Assunção e Souza

- 1º. Examinador -

________________________________________________

Profa. Helga Adachi Medeiros Barbosa

- 2º. Examinador -

Page 4: Monografia Final - Rachel Fernandes

4

DEDICATÓRIA

Dedico à minha família e meu namorado por estarem

sempre ao meu lado.

Aos colegas de turma e aos professores pela amizade.

Page 5: Monografia Final - Rachel Fernandes

5

AGRADECIMENTO

Agradeço aos professores pela paciência e em especial à

Alexandra, pelo apoio e carinho.

Aos colegas de turma, que tanto me ajudaram, especialmente,

Fernando Júnior, Fabrício Lopes, Camila de Castro, Laís

Regina, Swellen Matoso, Gabriela Monteiro e Eduardo Araújo.

Page 6: Monografia Final - Rachel Fernandes

6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Representação de implante, abutment e coroa.................... ...

Figura 02 – Diagrama da Classificação das Próteses Sobre Implantes... ...

Tabela 01 – Especificações Pilar Convencional/Standard..........................................

Figura 03 – Pilar Convencional/Standard...................................................................

Tabela 02 – Especificações Pilar Cônico....................................................................

Figura 04 – Pilar Cônico.............................................................................................

Tabela 03 – Especificações Pilar Cônico Angulado...................................................

Figura 05 – Pilar Cônico Angulado............................................................................

Tabela 04 – Especificações Mini Pilar Cônico...........................................................

Figura 06 – Mini Pilar Cônico....................................................................................

Figura 07 – Mini Pilar Cônico Angulado...................................................................

Figura 08 – Componente formado por duas peças ...................................

Tabela 05 – Indicação de Pilares para Próteses Aparafusadas....................................

Tabela 06 – Especificações Pilar Ceraone..................................................................

Figura 09 – Pilar Ceraone...........................................................................................

Figura 10 – Pilar UCLA..............................................................................................

Figura 11 – Pilares Metálicos Personalizáveis por Desgaste......................................

Figura 12 – Pilares Cerâmicos Personalizáveis por Desgaste....................................

Figura 13 – Pilares Personalizáveis Computadorizados.............................................

Tabela 07 – Indicação de Pilares para Próteses Cimentadas.......................................

Figura 14 – Vantagens e desvantagens dos abutments cimentados em

relação aos parafusados.......................................................................

12

40

42

42

43

44

45

45

46

47

48

51

51

52

53

56

57

58

59

61

62

Page 7: Monografia Final - Rachel Fernandes

7

RESUMO

Os implantes dentários surgiram, inicialmente, como solução para devolver

função e conforto aos pacientes inválidos orais. Com o sucesso das

reabilitações totais surgiu a necessidade de utilização de implantes em

reabilitações de casos unitários, o que exige um maior envolvimento

estético e assim, um refinamento estrutural dos intermediários protétic os.

Para tanto, o objetivo deste trabalho é, através de uma revisão da literatura,

destacar os principais tipos de intermediários do sistema de implantes de

hexágono externo, disponíveis no mercado, tornando conhecidas suas

principais indicações, limitações de uso, características e desvantagens .

Conclui-se que os sistemas de abutments para próteses parafusadas são os

mais utilizados, principalmente, pela grande vantagem de permitir, ao final

do processo, a reversibilidade sobre as próteses cimentadas, apresentando

ainda uma série de características que favorecem a manutenção em longo

prazo. Já no caso de sistemas de abutments para próteses cimentadas, estas

se apresentam vantajosas em relação a um melhor assentamento passivo e

uma melhor estabilidade, além de uma estética superior em relação às

parafusadas. Ambos os sistemas apresentam suas vantagens e limitações,

mas é certo que a opção final ficará a cargo do profissional, devendo ser

dele a escolha pela que melhor se adapte, em concordância com a seleção

individual do paciente.

Palavras-chave: Prótese Dentária. Implantes Dentários. Prótese Dentária

Fixada por Implante.

Page 8: Monografia Final - Rachel Fernandes

8

ABSTRACT

Dental implants appeared initially as a solution to return function and comfort to

patients orally invalid. With the success of rehabilitation totals came the need for the

use of implants for rehabilitation of single cases, which requires a higher aesthetic

involvement and thus a structural refinement of intermediate prosthetic. Therefore, the

aim of this work is, through a literature review, highlighting the main types of

intermediate system external hex implants available in the market, making known its

main indications, limitations of use, features and disadvantages. We conclude that

systems for prosthetic abutments screwed are the most used mainly by the great

advantage of allowing, at the end of the process, the reversibility of the cemented

prostheses, also presenting a series of characteristics that favor long-term maintenance.

In the case of abutments systems for cemented prostheses, these are presented

advantageous compared to passive fit better and better stability, and a superior

aesthetics in relation to the bolt. Both systems have their advantages and limitations, but

it is certain that the final choice will be the responsibility of the professional, it should

be the choice for best adapted, in accordance with the selection of the individual patient.

Keywords: Dental Prosthesis. Dental Implants. Dental Prosthesis, Implant -

Supported

Page 9: Monografia Final - Rachel Fernandes

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................

11

PROPOSIÇÃO.............................................................................................................

16

REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................

17

1 SISTEMAS DE IMPLANTES.......................................................................... 17

1.1 Considerações iniciais........................................................................................... 17

1.2 Próteses fixas sobre implante e suas vantagens..................................................... 20

1.3 Principais falhas e complicações em próteses sobre implantes............................. 22

1.3.1 Fratura................................................................................................................. 25

1.3.2 Afrouxamento do parafuso do pilar intermediário............................................. 26

1.3.3 Afrouxamento do parafuso da prótese................................................................ 28

1.3.4 Fratura da barra em próteses do tipo "protocolo" ................................. 29

1.3.5 Fratura dos dentes e do acrílico................................................................ 29

1.4 Fatores relacionados à biomecânica dos implantes .................................

30

2 TIPOS DE INTERMEDIÁRIOS....................................................................... 37

2.1 Importância do sistema de intermediários/abutments ............................. 37

2.2 Intermediários para próteses parafusadas .................................................. 41

2.2.1 Pilar Convencional/Standard ..................................................................... 41

2.2.2 Pilar Cônico.................................................................................................. 43

2.2.3 Pilar Cônico Angulado................................................................................ 44

2.2.4 Mini Pilar Cônico.................... ................................................................ 46

2.2.5 Mini Pilar Cônico Angulado...................................................................... 47

2.2.6 Características Relevantes dos Abutments para Próteses

Parafusadas................................................................................................................

48

2.3 Intermediários para próteses cimentadas .................................................... 52

2.3.1 Pilares pré-fabricados.................................................................................. 52

Page 10: Monografia Final - Rachel Fernandes

10

2.3.1.1 Pilar Ceraone.............................................................................................. 52

2.3.1.2 Pilares Personalizáveis ............................................................................. 53

2.3.1.3 Pilar UCLA................................................................................................. 54

2.3.2 Pilares Metálicos Personalizáveis por Desgaste ................................... 56

2.3.3 Pilares Cerâmicos Personalizáveis por Desgaste .................................. 58

2.3.4 Pilares Personalizáveis Computadorizados ............................................ 59

2.3.5 Características Relevantes dos Abutments para Próteses

Cimentadas................................................................................................................

60

2.4 Considerações importantes acerca da manutenção ...................................

62

DISCUSSÃO.............................................................................................................

66

CONCLUSÃO...........................................................................................................

71

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 73

Page 11: Monografia Final - Rachel Fernandes

11

INTRODUÇÃO

A perda de estruturas dentárias continua sendo um problema que

afeta a saúde de todo o sistema estomatognático em uma grande parte da

população, onde causas de origem multifatoriais podem levar à ocorrência

deste problema. Historicamente, a substituição destas estruturas perdidas

tem sido um grande desafio para os profissionais da área odontológica. É

por isso que a cada dia se observa o desenvolvimento de novos materiais; e

novas técnicas vêm-se acentuando dentro do universo odontológico.

(TAVAREZ 2003)

Com decorrer dos anos, as técnicas de implantodontia passaram por

uma série de modificações e evoluções, tendo como intuito não somente o

aprimoramento das técnicas, mas também a garantia de uma melhor

condição funcional e estética para o paciente, e uma maior facilidade para o

desenvolvimento do trabalho do profissional. (NÓBREGA, 2010)

Tavares Jr (2008) cita que a osseointegração tem auxiliado nas reabilitações

protéticas, principalmente nos chamados “inválidos orais”. Esse termo é usado para

pacientes que já não conseguem fazer uso de próteses convencionais, principalmente

próteses inferiores, que pelo alto grau de reabsorção atingida, não permitem mais reter

um aparelho protético. Para esse paciente não restava solução até o advento da

osseointegração, pelo prof. P.I. Bränemark, médico ortopedista sueco. Mais ainda, que o

processo desenvolvido inicialmente foi sendo aperfeiçoado, fazendo com que os

implantes passassem a ser utilizados não só em mandíbulas totalmente edêntulas, como

preconizado inicialmente, mas também em reposições parciais e unitárias.

De uma forma geral, a implantodontia tem o objetivo de oferecer

alternativas de tratamento que garantam um prognóstico bom, satisfazendo

as necessidades e os desejos dos pacientes e garantindo o serviço eficiente

do profissional (GALLINA; VIEGAS, 2007). Neste contexto, sabe -se que

atualmente estão disponíveis uma grande variedade de possibilidades de

tratamento e novos sistemas de implantes, a maioria apresentando altos

índices de eficiência em seus resultados, fator que tem contribuído

Page 12: Monografia Final - Rachel Fernandes

12

significativamente na constante ampliação do campo da reabilitação

protética. (URRUTIA et al, 2009)

Para Olof et al (2000), as próteses implantossuportadas parecem

sujeitas a taxas mais baixas de complicação mecânica e fracassos, em geral,

em relação às convencionais.

Acompanhando esta constante evolução da implantodontia, surgiram

também novos sistemas de implantes, com um maior número de opções

restauradoras, que por sua vez passaram a exigir por parte dos profissi onais

o conhecimento mais apurado destas novas opções, bem como o perfeito

manuseamento e a aplicação dos novos sistemas, por vezes com

características muito peculiares e que exigiam o uso de componentes do

mesmo fabricante. (TELLES; COELHO, 2006)

Tratando-se o implante como um tipo de contraforte ou raiz

metálica, a estrutura de uma prótese sobre implante pode ser dividida em

três partes principais: parte 1 – fixação (que comumente se chama

implante); parte 2 – elemento transgengival (abutment); e parte 3 –

elemento protético (coroa ou restauração sobre o implante propriamente

dito). (ARITA, 2009)

Figura 01 – Representação de implante, abutment e coroa.

Fonte: Tavares Jr, 2008

Os intermediários protéticos, pilares protéticos ou abutments – por

definição, são conceituados como os elementos que funcionam como elo

entre o implante e a prótese – acompanharam esta evolução, tendo surgido

Page 13: Monografia Final - Rachel Fernandes

13

nas últimas décadas uma série de novos sistemas, de diferentes tipos, cada

qual com suas indicações, vantagens e desvantagens, ampliando a gama de

alternativas para os profissionais, mas também contribuindo para a

necessidade de uma maior adaptação e de um melhor conhecimento das

técnicas e tipos disponíveis no mercado, de acordo com cada caso

específico e com as exigências do paciente. (NÓBREGA, 2010)

Arita (2009) cita que os implantes são classificados conforme sua

interface implante-abutment (desenho de plataforma) e pelo número de

estágios empregados quando da sua instalação cirúrgica. Assim, quanto ao

desenho de sua plataforma, os implantes poderão ser classificados como

conexões externas, conexões internas e conexões tipo cone morse. Já

quanto ao seu número de estágios cirúrgicos, os implantes poderão ser

classificados como implante de dois estágios cirúrgi cos e implante de

estágio cirúrgico único.

Para Condé et al (2006), independente da escolha do sistema de

ancoragem e da seleção do pilar da prótese implantossuportada, o

conhecimento de alguns critérios a serem observados na sua confecção é

indispensável para o desenvolvimento do potencial reabilitador de cada

sistema.

O tema seleção de componentes protéticos é, sem dúvida, um pré -

requisito para o sucesso da reabilitação do paciente como um todo, e está

intimamente ligado à modalidade protética a ser usada nas restaurações

sobre implantes orais. Por sua vez, a escolha da modalidade protética está

diretamente associada à condição clínica de cada paciente.

Consequentemente, para uma seleção adequada, é necessário conhecer não

somente as diferentes opções de componentes disponíveis no mercado,

como também estar familiarizado com o quadro clínico do paciente. Além

disso, é também fundamental conhecer as opções protéticas disponíveis e

suas respectivas indicações e contraindicações. (RODRIGUES et al, 2011)

Conforme Yokoyama et al (2003), nos dias atuais, observa -se uma

tendência de se usar cada vez mais um menor número de implantes,

tornando assim a seleção do intermediário algo fundamental para que

Page 14: Monografia Final - Rachel Fernandes

14

ocorra o máximo de retenção, sem a sobrecarga do implante propria mente

dito.

Além disso, estão disponíveis no mercado próteses

implantossuportadas que podem ser cimentadas de forma “definitiva” na

posição ou fixadas ao abutment por meio de parafusos oclusais ou

transversais, sendo chamadas de “condicionalmente removívei s”-

reversíveis. Independentemente dos tipos de próteses ou intermediários

usados, para alcançar o êxito clínico dos implantes osseointegrados, deve -

se entender a maneira como o estresse mecânico é transferido do implante

ao tecido ósseo circundante, sem gerar forças de grande magnitude, o que

poderia colocar em risco a longevidade do próprio implante e da

restauração protética (ACHILLI et al, 2007).

Do mesmo modo, segundo Misch (2006), a partir do momento em

que uma prótese mal adaptada é forçada nos intermediários, ocorrem

deformações, induzindo a permanentes lesões na interface osso -fixação, e

quanto maior a desadaptação, maior a probabilidade de perder o implante.

O tratamento através dos implantes define uma estrutura baseada no tecido

biológico (osso) e componentes mecânicos (implantes e supraestruturas), e

o sucesso do mesmo envolve considerável cuidado na fixação do implante e

no desenho da prótese, otimizando os resultados . Além disso, as falhas nos

implantes podem ocorrer logo após a sua colocação, ou mais tarde, quando

o implante é reaberto, sendo na maioria das vezes estas falhas atribuídas a

uma técnica cirúrgica inadequada, calor, pouca qualidade óssea, infecção

periimplantar, design pobre das próteses e condições traumáticas de

ativação.

Implantes, diferentemente de dentes naturais, não apresentam

ligamento periodontal e assim, qualquer tensão gerada é transmitida

diretamente para o tecido ósseo. Há relação íntima entr e uma adequada

distribuição de forças, os componentes dos implantes e o ajuste na

interface, o qual é proporcionado pela estrutura da prótese. Qualquer

desajuste da prótese acarretará maior dissipação de força para os

componentes protéticos, implante e osso subjacente. (RIBEIRO et al, 2008)

Page 15: Monografia Final - Rachel Fernandes

15

A seleção inadequada de componentes protéticos pode afetar o

tratamento de várias formas e trazer consequências desastrosas para o

dentista. Dois aspectos importantes devem ser lembrados. O primeiro se

refere ao prejuízo financeiro, caso for necessário comprar novos

componentes para substituir aqueles que não estavam adequados, isto sem

mencionar as despesas com a repetição do trabalho no laboratório. O outro

aspecto a ser considerado se refere ao relacionamento pessoal, que muitas

vezes acaba afetado pela insegurança do paciente em relação à competência

do dentista. Além das situações abordadas anteriormente, sabemos também

das possíveis consequências relacionadas à longevidade do trabalho, uma

vez que componentes inadequados podem afetar a biomecânica e,

consequentemente, o sucesso do trabalho a médio e longo prazo.

(RODRIGUES et al, 2011)

Todos estes fatores ressaltados destacam a importância dos sistemas

de intermediários protéticos e sua correlação com a qualidade do r esultado

final obtido no tratamento restaurador. (NÓBREGA, 2010)

Page 16: Monografia Final - Rachel Fernandes

16

PROPOSIÇÃO

Devido à grande variedade de componentes existentes atualmente,

daremos ênfase àqueles utilizados com mais frequência na rotina do

consultório, os do sistema do tipo hexágono externo.

Este trabalho tem como objetivo, através da revisão da literatura,

destacar os principais tipos de intermediários disponíveis no mercado,

tornando conhecidas suas principais indicações, limitações de uso,

características e desvantagens.

Page 17: Monografia Final - Rachel Fernandes

17

REVISÃO DE LITERATURA

1 SISTEMAS DE IMPLANTES

1.1 Considerações iniciais

A partir do avanço dos implantes osseointegráveis , as reabilitações

por meio de próteses fixas proporcionaram resultados mais previsíveis, já

que com a instalação de 4 a 6 implantes e também a confecção de uma

prótese total fixa implanto-suportada - conhecida também como tipo

protocolo - foi criada uma opção de tratamento. No entanto, com o passar

dos anos, os implantes passaram a ser utilizados em pacientes parcialmente

edêntulos ou mesmo com a ausência de um único dente, sendo as regiões

anteriores com grande apelo estético. Tal necessidade gerou a impu lsão do

desenvolvimento de novos implantes e componentes protéticos que

pudessem minimizar potenciais problemas estéticos. (SOARES et al, 2007)

Assim, novos componentes acabaram por propiciar ao protesista uma nova

opção de correção da altura e dos desvios angulares relativos aos implantes.

(SOARES et al, 2007)

Os implantes podem ser conceituados como estruturas que se

integram ao osso, gerando neoformação óssea. Esse processo é capaz de

proporcionar todo um padrão estético, uma vez que o aspecto e a função

tornam-se “semelhantes” aos dentes naturais. (SIDDIQUI et al, 2008)

Todavia, a situação biomecânica para um implante osseointegrado é

fundamentalmente diferente de um dente natural, circundado por um

periodonto normal. A deflexão inicial de um implante co locado é, então,

linear e elástica, enquanto um dente natural tem uma fase inicial de

acomodação periodontal seguida de uma aparência mais rígida durante seu

engrenamento no osso alveolar. (OLOF, 2000)

Page 18: Monografia Final - Rachel Fernandes

18

Em função do pequeno grau de movimentação dos implantes no

tecido ósseo (5μm), certos paradigmas foram questionados a respeito desta

nova modalidade restauradora, como a resposta biomecânica da restauração

em função da distribuição das tensões nas estruturas de suporte.

(ALMEIDA et al, 2006)

Estudos mostram um nível de sucesso acima de 90% em implantes

realizados no maxilar superior e, 97%, no inferior. Em 95% dos casos, se os

implantes não forem perdidos nos dois primeiros anos de uso, podem

perdurar por um longo período. É preciso considerar o processo alve olar

do paciente, para escolher o tipo de implante mais adequado para cada caso,

já que, normalmente, não há contraindicação na colocação do implante e da

prótese. Contudo, a anamnese realizada antes de instalar o implante e o

exame físico periódico do paciente implantado se fazem necessários para o

sucesso do procedimento cirúrgico. (TESTORI et al, 2007)

Bränemark, no ano de 1977, instituiu o protocolo padrão de

instalação de implantes, a partir de dois estágios cirúrgicos. Num primeiro

procedimento, os implantes eram instalados no osso cortical ficando

submersos por cerca de três meses na mandíbula e seis meses na maxila

para que ocorresse a osseointegração. Depois desse período, os implantes

seriam expostos e a prótese final instalada. Após a cicatrização , o autor

explica que em alguns casos, os implantes podem ser utilizados para

maximizar a ancoragem durante o movimento ortodôntico dos dentes.

Assim, o protocolo de dois estágios cirúrgicos foi eleito como padrão, uma

vez que sua previsibilidade tem sido atestada a mais de 30 anos.

(MOZZATI et al, 2008)

Os procedimentos realizados podem variar desde próteses fixas até

overdentures sobre implante, os quais sempre visam devolver ao paciente

autonomia para mastigação e fonação, além de estética e bem estar.

(BOECKLER et al, 2008)

O uso de implantes deve ser bem planejado, com base nas condições

gerais de saúde do indivíduo, coletando-se informações sobre a história

médica, odontológica, estudo radiográfico, modelos de estudo e fotografias,

Page 19: Monografia Final - Rachel Fernandes

19

todos essenciais no plano de tratamento. A partir disso, pode ser proposto

um plano de tratamento adequado, incluindo localização e direção dos

implantes. Além disso, o sistema de retenção de prótese deve ser planejado

antes da cirurgia, e a fase cirúrgica deve ter a finalidade de fornecer a

melhor infraestrutura possível a fim de otimizar o desempenho da prótese a

longo prazo. (GUALINI et al, 2008; MISCH, 2006)

O sucesso da restauração protética suportada por implantes

osseointegrados e a saúde dos tecidos circundantes estão intimamente

relacionados à precisão e adaptação dos componentes, à estabilidade da

interface implante/pilar, assim como à resistência desta interface quando

submetida a cargas durante a função mastigatória. A restauração unitária é

biomecanicamente mais complicada em relação à substituição de elementos

dentários nas áreas de pré-molares e molares, devido às forças oclusais

serem maiores nestas áreas, podendo levar a elevados níveis de tensão.

(TAVAREZ, 2003)

Com o objetivo de alcançar o sucesso em longo prazo da

restauração protética, Almeida et al (2006) corroboram que a seleção do

sistema de retenção da prótese sobre implante deve ser realizada ainda

durante o planejamento, antes da etapa cirúrgica, com a finalidade de

determinar o posicionamento mais adequado ao implante.

Atualmente, em muitos casos, os implantes dentários são a primeira

opção de tratamento do profissional e do paciente; são muito procurados e

aceitos, e hoje considerados realidade. Muitos profissionais encontram

algumas dúvidas em relação à melhor forma de como proceder com o

tratamento protético sobre o implante. Muitas dessas indagações referem -se

às vantagens e desvantagens da cimentação ou da fixação através de

parafuso da coroa protética sobre o pilar do implante. (TAVAREZ, 2003)

Portanto, o sucesso do tratamento com implantes depende

diretamente de um plano de tratamento corretamente idealizado,

independente de ser a reposição de um único elemento ou de toda uma

arcada. Antes da instalação dos implantes, o paciente deve receber o

Page 20: Monografia Final - Rachel Fernandes

20

preparo protético prévio (planejamento reverso), que permite ao protesista

ter uma ideia do tipo de prótese que utilizará. (MENDES et al, 2010)

1.2 Próteses fixas sobre implantes e suas vantagens

A Implantodontia está presente em muitos planejamentos de

reabilitação oral. Os principais objetivos são: devolver aos pacientes a

função mastigatória e fonética, além de associar procedimentos que

proporcionem a estética, seja em próteses fixas unitárias ou múltiplas.

Têm-se buscado desenvolver, cada vez mais, componentes e aparelhos

protéticos que mantenham o sucesso da fase cirúrgica do tratamento

reabilitador. (MISCH, 2006)

Em restaurações sobre implante, a união da estrutura protética ao

pilar pode ocorrer por meio do aparafusamento ou cimentação. As próteses

parafusadas foram as primeiras a serem utilizadas, desde o protocolo

clássico proposto por Branemark no ano de 1965. Estas próteses têm um

histórico bem documentado, com altas taxas de sucesso. Já a cimentação de

restaurações sobre pilares fixados em implantes osseointegrados é uma

modalidade relativamente nova, apresentando uma documentação científica

limitada, uma vez que as mesmas não faziam parte do protocolo

estabelecido por Branemark. No entanto, estas próteses tiveram seu uso

popularizado, mesmo sem grandes evidências científicas. (DINATO et al,

2001, apud ALMEIDA, 2006)

As vantagens observadas em relação aos procedimentos da

implantodontia são: a “inexistência” de limite de idade, pois a partir dos 18

anos, na maioria dos casos, qualquer pessoa pode receber implantes; o risco

cirúrgico mínimo, sendo a cirurgia realizada com anestesia local, em quase

todos os casos, e o pós-operatório excelente; e grande parte dos pacientes

não relata qualquer incômodo relevante. (ALSAADI et al, 2008)

Têm sido propostos inúmeros aprimoramentos técnicos, para

melhorar os procedimentos protéticos, como por exemplo, desenhos e ligas

Page 21: Monografia Final - Rachel Fernandes

21

metálicas alternativas para a confecção de infraestruturas para próteses

implantossuportadas. O sucesso dos implantes osseointegrados é

dependente de vários fatores, tais como: qualidade e quantidade do tecido

ósseo em que estão ancorados, qualidade dos materiais utilizados em sua

confecção, técnicas cirúrgicas e protéticas adequadas e, também, a escolha

da infraestrutura e dos componentes protéticos, o que possibilita a

distribuição das cargas mastigatórias e parafuncionais em cada implante,

individualmente. A adaptação passiva e a estabilidade são os dois pré -

requisitos mais importantes na escolha do desenho de uma infraestrut ura

para prótese implantossuportada. (ACHILLI et al, 2007)

Os elevados índices de sucesso clínico com implantes

osseointegrados em pacientes total e parcialmente edêntulos, levaram ao

desenvolvimento e à introdução de novas técnicas e componentes protético s

para sua utilização em restaurações unitárias. Este tipo de restauração é

considerado um dos maiores desafios da odontologia reabilitadora, já que

além dos requisitos técnicos e biomecânicos, é necessária uma localização

ideal do implante para que a restauração acompanhe o contorno dentário e

gengival dos dentes vizinhos e se obtenha uma estética adequada.

(TAVAREZ, 2003)

Por outro lado, uma das principais dificuldades ou contra indicações

é a atrofia ou ausência se um processo alveolar remanescente que p ermita a

instalação de uma prótese que funcione por um longo período de tempo,

havendo necessidade também de uma reabilitação protética logo após a

instalação dos implantes. (CHU et al, 2007)

Duas grandes dificuldades relatadas pelos iniciantes na área da

prótese implantada são o planejamento e a seleção dos pilares

intermediários. O planejamento é uma tarefa difícil e decisiva, pois

consiste em definir o número, a distribuição, o comprimento, o diâmetro e a

inclinação dos implantes para cada caso, almejando a previsibilidade

estética e, principalmente, a longevidade do tratamento. (FERNANDES

NETO et al, 2002)

Page 22: Monografia Final - Rachel Fernandes

22

As próteses colocadas sobre implantes osseointegrados devem ser

analisadas com cautela, uma vez que existe uma diferença biomecânica

entre dente natural e implante, a qual deve ser observada. Nos dentes

naturais, a mastigação produz uma força de compressão que, devido ao

ligamento periodontal, é transformada em tração, sendo benéfica ao

sistema, uma vez que essa tração ajuda na osteogênese. Sabe -se que forças

de compressão são deletérias ao periodonto. Nas próteses sobre implantes,

as forças oclusais são transmitidas diretamente ao osso alveolar,

continuando como força de compressão pela ausência do ligamento

periodontal. (MIYASHITA, 2009)

Miyashita et al (2009) também citam que apesar da diferença de

suporte, a maneira de se trabalhar as força oclusais é a mesma para as

próteses dentossuportadas e implantossuportadas, já que os implantes

também absorvem muito melhor cargas aplicadas axialmente quando

comparados às cargas aplicadas obliquamente.

1.3 Principais falhas e complicações em próteses sobre implantes

Em prótese sobre implante, as complicações mais comuns

observadas são: perda óssea, fratura do material oclusal e componentes de

parafusamento do retentor da prótese. Estes “contratempos” são

primariamente relatados devido ao aumento de tensão. Um entendimento da

etiologia desses problemas pode direcionar o plano de tratamento com o

objetivo de reduzir essas tensões. A grande integração e o subs equente

funcionamento oblíquo dos implantes ortodônticos propiciaram a aplicação

de forças contínuas na ordem de 20 g/cm2 a 60 g/cm

2, as quais são

compatíveis com a manutenção da osseointegração. Eles destacaram

também que, as forças direcionadas aos implantes devem ser compatíveis

àquelas usadas em tratamentos ortodônticos convencionais, ou seja, cargas

menores que 60 g/cm2. Outro aspecto observado é a imposição de forças

randômicas pela língua durante a higienização e as refeições que podem

Page 23: Monografia Final - Rachel Fernandes

23

provocar um aumento na tensão oblíqua dos implantes. (NELSON et al,

2008)

Dias et al (2006) citam que uma falha na adaptação entre implante e

pilar protético representa um risco biomecânico para o conjunto, por

permitir micromovimentos do pilar e possibilitar que o conjunto seja

submetido às forças indesejáveis de tensão e cisalhamento que podem

resultar em complicações biomecânicas como afrouxamento ou fratura do

parafuso protético ou fratura do corpo do implante. Estes fatores podem

resultar em comprometimento estético e funcional dos implantes

osseointegráveis, ou mesmo na perda da osseointegração.

Além disso, segundo Siddiqui et al (2008), a qualidade óssea no

local do implante é um requisito fundamental para o sucesso do protocolo

cirúrgico de um estágio. Os implantes seriam instalados em ossos tipo I, II

e III, que apresentam uma camada cortical mais espessa, para que os

mesmos tivessem estabilidade primária.

Para Aguiar et al (2007), apesar do grande índice de sucesso da

colocação de próteses sobre implantes, algumas complicações devem ser

observadas nesta técnica. De uma maneira geral, podem ser divididas em

três grupos, de acordo com suas origens, sendo elas:

- Processo biológico: falhas na osseointegração e periimplantite;

- Inadequações mecânicas: fraturas e;

- Adaptação do paciente.

As complicações biológicas podem ser regularmente ligadas à

presença de infecção dos tecidos circundantes, sendo que o papel dos

microorganismos no desenvolvimento de tais infecções, apesar de ainda não

bem esclarecido, deve ser muito bem avaliado, pois é um fator etiológico

primordial no desenvolvimento da doença periodontal e, desta forma, a

composição da microbiota na região periimplantar pode também levar ao

desenvolvimento da inflamação ao redor dos implantes. (FERREIRA, 2006)

Ainda conforme Aguiar et al (2007), as complicações também

podem ser classificadas em tardias e precoces. As falhas preco ces são

Page 24: Monografia Final - Rachel Fernandes

24

aquelas ocasionadas por problemas durante o processo cirúrgico, antes da

colocação do pilar protético. Já as falhas tardias ocorrem devido a eventos

patológicos que envolvem implantes previamente osseointegrados.

Entre as principais falhas, Tavarez (2003) cita a mobilidade da

prótese relacionada ao afrouxamento ou à fratura dos parafusos; fratura da

cerâmica ou material de cobertura; dissolução do cimento em próteses

cimentadas; exposição da margem das restaurações; e fístulas associadas ao

afrouxamento dos parafusos.

Modaffore (2005) destaca ainda problemas relacionados à estética,

recessão gengival, fratura da porcelana ou da resina, afrouxamento do

parafuso central ou do micro parafuso, perda do cimento, perdas de dentes

associados na reabilitação, necessidade de acesso clínico e cirúrgico ao

implante e estruturas adjacentes, que requerem da prótese que será

confeccionada a propriedade da recuperabilidade ou reversibilidade.

Condé et al (2006) citam que os contatos estabelecidos sobre o

material de cobertura de acesso ao parafuso, geralmente a resina composta,

tem a tendência de se desgastar com o tempo de uso. Esse fato pode gerar

instabilidade oclusal ou forças laterais. A ocorrência de maior número de

fraturas da porção da porcelana próxima ao acesso ao parafuso de próteses

fixas parafusadas é de fácil constatação, pois os orifícios dos parafusos

apresentam concentração de esforços no material restaurador. Além disso,

geralmente, a coroa sobre implante apresenta o diâmetro da mesa oclusal

diminuído.

O intercâmbio dentre componentes de diferentes sistemas de

implantes considerados compatíveis entre si é bastante comum no dia -a-dia

do clínico. Visando diminuir o custo final do tratamento para o paciente,

essa prática pode resultar numa adaptação inadequada entre os

componentes, comprometendo o resultado final. Esse aproveitamento de

componentes pode ser clinicamente aceitável, todavia, uma compatibilidade

segura e estável é obtida com os componentes do mesmo sistema, uma vez

que existe uma grande diferença na tolerância de usinagem e torneamento

entre os fabricantes. (DIAS et al, 2006)

Page 25: Monografia Final - Rachel Fernandes

25

De acordo com Tavarez (2003), a literatura prima pela necessidade

da passividade das próteses implantossuportadas para minimizar as

complicações ao longo do tempo. Outros pesquisadores questionam a

importância desta passividade para garantir a osseointegração. A

sobrecarga na prótese pode causar afrouxamento prematuro do parafuso do

pilar intermediário, fratura dos componentes e perda da osseointegração.

Complementando, Miyashita et al (2009) afirmam que o uso de

próteses sobre implantes se consolidou nas últimas décadas como um

método seguro e previsível de reabilitação oral na clínica diária, com

excelentes resultados em longo prazo. Contudo, o aumento na demanda

dessas próteses apresenta algumas situações que diferem da resposta clínica

ao uso de próteses sobre dentes naturais ou de pacientes com próteses totais

convencionais mucossuportadas, principalmente no que se refere ao

afrouxamento ou fraturas dos parafusos de fixação, fraturas dos

componentes da prótese e do próprio implante, além de queixas referentes à

dificuldade de mastigação, alterações de pronúncia, dores ao mastigar,

dores faciais, aumento das frequências de cefaléias, falta de sensibilidade

nos dentes na região dos implantes e perda óssea periimplantar.

1.3.1 Fratura

Conforme Rivaldo et al (2007), a fratura do pilar ocorre geralmente

ao nível da base do parafuso do pilar, sendo, na maioria dos casos, em

razão de o nível ósseo atingir esse ponto. No entanto, a literatura de uma

maneira geral relata baixa incidência de casos de fratura de implantes após

a colocação da prótese.

Para Aguiar (2007), embora rara, a fratura do implante pode causar

problemas significativos. Basicamente, estes tipos de fraturas estão

relacionados ao estresse protético e funcional associados à perda

progressiva do osso. Além disso, defeitos no projeto e manufatura do

implante, ajuste inadequado da estrutura protética e sobrecarga fisiológica

Page 26: Monografia Final - Rachel Fernandes

26

ou biomecânica podem contribuir para um aumento dos riscos de fratura

dos implantes dentais.

Aguiar (2007), afirma que o bruxismo é também um importante

fator que apresenta associação direta ao risco para falhas tardias. Bruxismo

e hábitos parafuncionais oclusais são fatores que, dependendo de sua força,

frequência, duração e direção podem ocasionar a fratura dos implantes.

Além disso, quando os implantes encontram-se localizados na região

posterior mandibular, mostram-se mais propensos à ocorrência de fraturas.

Porém, a maioria dos implantes fraturados não se deve somente à

força oclusal, mas também à fadiga do metal, periimpl antite, secção

transversal do implante e ao estresse. (AGUIAR, 2007)

1.3.2 Afrouxamento do parafuso do pilar intermediário

Tavarez (2003) destaca que a complicação protética mais frequente

nestes tipos de restaurações é o afrouxamento do parafuso que re tém a

prótese ao implante, sendo comum em até 57% das avaliações clínicas de

dois e três anos, porém há relatos que indicam uma ocorrência de 7,1% de

afrouxamento em estudo de acompanhamento clínico longitudinal.

No estudo de Jemt et al (2002), houve um acompanhamento de

trinta pacientes, num total de 349 implantes, por um período de 5 anos,

submetidos à técnica do protocolo de Branemark; observou -se apenas 6

casos de parafusos perdidos.

Como consequências relacionadas a estes problemas estão a

sobrecarga e os danos aos implantes e tecidos de suporte, além do maior

tempo clínico consumido e dos altos custos. A frequente visualização

destas complicações tem levado a procurar mecanismos que visem

minimizar estes problemas. (TAVAREZ, 2003)

Para Schnetzler Neto et al (2008), as possíveis consequências no

caso de sobrecarga mecânica são:

Page 27: Monografia Final - Rachel Fernandes

27

- Afrouxamento do parafuso direto sobre o implante e do parafuso

que une a prótese ao pilar intermediário;

- Fratura de um destes parafusos; e

- Fratura da prótese.

Entre as causas, verifica-se uma interação de fatores clínicos, com

posterior perda da condição de pré-carga, que por sua vez se traduz como a

tensão gerada no parafuso quando é aplicado o torque durante o aperto. O

pré-carregamento mantém o pilar e o implante conectados pela produção de

uma força de aperto que deve ser suficiente para prevenir o afrouxamento,

quando as próteses estão em função. No processo de pré -carga, o parafuso é

alongado e os filetes das roscas são mantidos sob tensão; assim, a força d e

atrito gerada entre as roscas do parafuso e do implante mantêm -se na

condição de equilíbrio, determinando na prótese uma ausência de

movimento, propiciando um contato entre o pilar e implante. (AGUIAR,

2007)

Conforme Schnetzler Neto et al (2008), os problemas de sobrecarga

mecânica e/ou biomecânica que podem aparecer nas próteses implanto -

suportadas, devem-se principalmente à presença de parafunção, desenho

errôneo da prótese e/ou assentamento impróprio da peça.

Outra causa é atribuída ao desenho geométr ico e precisão da

adaptação na união dos componentes. A estabilidade do parafuso está

relacionada à qualidade óssea da área receptora do implante, assim

diferenças significantes existentes entre maxila e mandíbula, determinam

uma maior deformação do osso maxilar devido à sua arquitetura medular, o

que se traduz em uma maior tensão na união osso e implante e

consequentemente uma maior instabilidade do parafuso. (TAVAREZ, 2003)

Conforme Tavarez (2003), as forças friccionais geradas no parafuso

durante a aplicação da pré-carga dependem também da geometria e das

propriedades do material dos componentes na interface implante parafuso;

dessa forma, o tamanho da área de superfície de contato das roscas, a

distância entre as roscas, o raio do parafuso, e o diâmetro da cabeça do

Page 28: Monografia Final - Rachel Fernandes

28

parafuso são de fundamental importância na relação do torque aplicado e a

pré-carga produzida. O comprimento do parafuso é um fator que também

influencia na área de contato das roscas, já que um parafuso longo tem uma

maior área da superfície de contato nas roscas.

Para Rivaldo et al (2007), a fratura do parafuso ocorre em razão do

afrouxamento não detectado do mesmo, agravado pelos movimentos não

axiais durante o carregamento protético. A fratura do pilar intermediário

pode ocorrer no nível da porção superior hexagonal, podendo este ser

facilmente removido. A partir do momento em que ocorre em uma região

mais abaixo, na porção interna do implante, a remoção do parafuso é mais

complexa devido à proximidade deste com a rosca do implante.

Segundo Schnetzler Neto et al (2008), o indicador mais comum da

presença de sobrecarga mecânica é o afrouxamento constante do parafuso

de ouro. No estudo de Barbosa e Fedumenti (2009), este representou um

total de 27,5% dos casos, enquanto que a segunda complicaç ão referida foi

o “desapertamento” do parafuso de pilar, totalizando 11,6%.

Componentes que não tenham uma adaptação precisa podem

influenciar, no sucesso longitudinal, no prognóstico dos implantes e em

complicações clínicas que resultam desde o frequente afrouxamento dos

parafusos de fixação dos pilares, fraturas dos parafusos, instabilidade da

prótese, fístulas, respostas adversas dos tecidos moles e até a perda da

osseointegração. E conexões com desajuste rotacional inferior a 2° são mais

estáveis ao serem submetidas a cargas cíclicas e, para evitar a falha precoce

dos parafusos, o desajuste rotacional entre implante e intermediário não

deve exceder a 5°. (BERGAMIM, 2009)

1.3.3 Afrouxamento do parafuso da prótese

Pode ser considerado como uma das falhas mecânicas mais comuns.

Para corrigir tal problema é necessário verificar a presença de interferência

oclusal, tanto nas posições quanto nos movimentos mandibulares básicos,

Page 29: Monografia Final - Rachel Fernandes

29

especialmente nos pequenos movimentos; fazer o ajuste necessário é

primordial. Deve-se também substituir o parafuso quando o afrouxamento

for muito frequente. E não exceder o torque de 10 N.cm (CARDOSO,

2008).

Bergamim et al (2009) afirmam que as conexões hexagonais

internas foram desenvolvidas com o objetivo de melhorar a adaptação en tre

os hexágonos e estabelecer uma interface mais estável, aumentando a

resistência e reduzindo a incidência de afrouxamento e/ou fratura do

parafuso de fixação.

O afrouxamento do parafuso poderá ser prevenido, usando -se um

torque compatível com o preconizado pelo fabricante baseado na sua

composição metálica, desenho e tamanho. (CONDÉ, 2006)

1.3.4 Fratura da barra em próteses do tipo "protocolo"

Conforme Rivaldo et al (2007), a fratura da barra normalmente

ocorre quando ela está mal dimensionada e/ou quando o braço de cantilever

é muito extenso, superior a 14 mm. Além disso, falhas no processo

laboratorial como porosidades e trincas ou problemas no processo de solda

também podem ser as responsáveis.

Para Jemt (2002), a fratura da barra é bastante rara, foi encontrada

em somente 0,8% dos 391 casos avaliados pelo autor, ocorrendo nestes, em

razão da sobrecarga oclusal.

1.3.5 Fratura dos dentes e do acrílico

Conforme Rivaldo et al (2007), para que haja uma melhor união

entre os dentes de acrílico e a barra metálica é imprescindível que no

desenho da barra existam retenções mecânicas e sulcos e ranhuras nos

dentes.

Page 30: Monografia Final - Rachel Fernandes

30

De uma maneira geral, é um consenso que o equilíbrio oclusal é

fator indispensável para a longevidade da reabilitação protética sobre

implantes. Assim, quando são detectados contatos prematuros na relação

cêntrica, lateralidade, e protrusão, o ajuste oclusal acaba sendo também

fundamental para evitar intercorrências. (RIVALDO et al, 2007)

Jemt (2002) acrescenta que apesar de ser um problema grave, ele

também é considerado de simples correção.

1.4 Fatores relacionados à biomecânica dos implantes

Dos problemas apresentados pela implantodontia, parte deles está

relacionada a uma biomecânica inadequada. Portanto, o sucesso da

osseointegração está na dependência do estresse mecânico que é transferido

de todos os componentes para o implante e destes pa ra o osso. Prótese,

implante e osso devem formar uma estrutura unificada, evitando qualquer

desajuste que possam resultar em estresse interno. (CONDÉ, 2006)

Entre os problemas estruturais que ocorrem na prótese

implantossuportada aparafusada, a fratura do parafuso é o evento de maior

ocorrência. Por outro lado, considera-se o parafuso uma espécie de

"fusível" em casos de sobrecarga, evitando deste modo, fraturas ou lesões

irreversíveis na interface osso-implante. O problema mais relevante da

prótese cimentada é o fato de ser irremovível, quando se utiliza cimentos

definitivos. Porém, essas próteses podem se tornar removíveis, quando

cimentos temporários são utilizados apropriadamente, minimizando, desta

maneira, seu pior defeito. (MISCH, 2006)

Condé et al (2006) afirmam que quanto menor o número de componentes

protéticos, menor o custo para o paciente, isto é, próteses sem pilares

protéticos, próteses transparafusadas ou fixadas diretamente ao implante.

No entanto, quanto maior o caminho ou maior o número de componentes

protéticos que a força irá percorrer, maior resistência encontrará e menor

Page 31: Monografia Final - Rachel Fernandes

31

será a sua intensidade. Este fato contra-indicaria restaurações individuais,

em que a resistência à fratura do parafuso é menor.

É necessário considerar que a passividade em estruturas fixadas por

parafusos é mais difícil de ser alcançada que nas próteses cimentadas. Os

planos inclinados dos parafusos podem desenvolver forças significativas,

quando apertadas em sua posição final. A superestrutur a não se encurva

além do seu limite elástico e as forças de tensão têm que se dissipar na

interface osso-implante. O tecido ósseo terá de se remodelar para eliminar

tais forças. Se essa remodelação estiver além dos limites, ocorrerá fratura

da interface osso-implante ou dos componentes do mesmo. (MISCH, 2006)

Uma das causas mais frequentes na perda de implantes após sua

conexão com a prótese é a tensão excessiva exercida sobre este. O plano de

tratamento deve ser eficaz no sentido de reduzir esta tensão, pa ra que a

perda óssea inicial e outras complicações sejam minimizadas. Portanto, é

essencial ter um bom conhecimento sobre biomecânica de implantes para

que seja estabelecida uma estratégia de tratamento em que as forças

oclusais sejam dissipadas da melhor maneira possível. A tensão mecânica

pode ser definida como a magnitude da força dividida pela área transversal

sobre a qual a força é aplicada. A análise tridimensional tem demonstrado

que quase toda tensão ocorre na porção mais coronária do implante e do

osso. A mesma magnitude de força pode ter efeitos drasticamente diferentes

sobre a interface osso-implante, apenas devido à mudança na direção de

aplicação da carga. Quanto maior for a angulação da direção da força em

relação ao longo eixo do implante, menor será a resistência do osso

cortical. (TAVAREZ, 2003)

Para Condé (2006), as complicações de uma adaptação com tensão

são: soltura ou quebra dos parafusos da prótese, inflamação dos tecidos

moles e reabsorção do osso periimplantar.

As complicações mais comuns em próteses sobre implantes são:

perda óssea, fratura do material oclusal e componentes de parafusamento do

retentor da prótese. São problemas primariamente relatados ao aumento de

tensão. Um entendimento da etiologia desses problemas pode direcionar o

Page 32: Monografia Final - Rachel Fernandes

32

plano de tratamento no objetivo de reduzir essas tensões. (BARBOSA;

FEDUMENTI, 2009)

Sahin e Cehreli (2006) realizaram uma revisão de literatura sobre o

significado clínico de adaptação passiva em infraestruturas sobre implantes

e os fatores que afetam o resultado final desta adaptação. O assentamento

passivo é um dos pré-requisitos mais importantes na manutenção da

osseointegração. Entretanto, os métodos clínicos e laboratoriais utilizados

para fabricação de infraestruturas são inadequados para obtenção de uma

adaptação passiva absoluta. Não há nenhum estudo clínico longitudinal que

relate falhas nos implantes especificamente atribuídas à falta de

assentamento da infraestrutura. Uma adaptação marginal aceitável não é um

sinal de assentamento passivo e o único método para determinar a

quantidade de passividade da infraestrutura in vivo é a análise de força em

cada implante, pilar e/ou componente da prótese antes e/ou depois da

cimentação ou aparafusamento. Por outro lado, devido à fenda marginal de

fundições em monobloco ser de vários micrometros, uma fundição desse

nível para próteses fixas implantossuportadas certamente terá grandes

espaços entre o abutment e a estrutura. O aperto do parafuso causa forças

no implante e ao redor do mesmo e sua magnitude depende da quantidade

de desadaptação. Distorção da infraestrutura e do implante é observada

durante o aparafusamento da peça. Fatores como o material de impressão,

técnica utilizada, expansão de cristalização do gesso especial, expansão do

material de revestimento e o tipo de liga utilizada influenciam no

assentamento final da infraestrutura.

Randi et al (2006) compararam o assentamento de infraestruturas

implantossuportadas cimentadas a infraestruturas parafusadas enceradas e

fundidas tradicionalmente, e testaram ainda a resistência da cimentação. As

cimentadas demonstraram assentamento superior e distorção angular

comparada ao grupo controle. Os autores concluíram que os testes de

retenção sustentam o uso da técnica de infraestruturas cimentadas com

força de retenção adequada.

Page 33: Monografia Final - Rachel Fernandes

33

Segundo Nadin et al

(2006), a passividade de assentamento das

próteses parafusadas é mais difícil de se obter que nas próteses cimentadas,

porque o espaço do cimento não existe entre a superestrutura e os

abutments , e o aperto dos parafusos para fixação pode gerar forças

significativas. Algumas variáveis na confecção das próteses podem levar a

não passividade de encaixe: deformação dos materiais de moldagem;

variação do análogo; expansão do gesso e do material do revestimento;

retração do metal, acrílico e porcelana; métodos clínicos de avaliação,

solda e torque variável dos parafusos. Isto pode acarretar o afrouxamento

do parafuso, fraturas, reabsorções ósseas e fracasso na osseointegração, nos

casos em que a capacidade de remodelação do osso for excedida.

Complementando, as próteses cimentadas foram desenvolvidas por

razões estéticas e para compensar os problemas de afrouxamento de

parafuso observados nas restaurações parafusadas. Se as restaurações

cimentadas são escolhidas, a seleção do cimento de fixação que seja de

fácil manipulação e remoção é importante. A localização das margens

muito subgengival dificultará a remoção dos excessos. Algumas

modificações nas técnicas ou componentes podem reduzir a extrusão de

cimento nas margens, incluindo algumas precauções: quantidade mínima de

cimento, com um assentamento completo da coroa; verificação das margens

radiograficamente; consultas pós-operatórias; pedir ao paciente que relate

qualquer presença de sintomas de inflamação periimplantar. (NADIN et al,

2006)

As próteses parafusadas podem apresentar problemas com os tecidos

periimplantares. O afrouxamento do parafuso de fixação pode levar a

formação de tecido de granulação entre o implante e o abutment, resultando

em fístula, deposição de placa e fratura do parafuso do intermediário ou do

parafuso de ouro. Além disso, o afrouxamento repetido de parafusos de

fixação é mais comum em pacientes desdentados totais e tratados com

implantes, que em desdentados parciais. Isto pode indicar complicações

biomecânicas. (RANDI, 2006)

Page 34: Monografia Final - Rachel Fernandes

34

Para Tavarez (2003), a presença do orifício de acesso na face

oclusal pode comprometer a integridade da porcelana e levar a fraturas. O

orifício pode representar até 55% da área oclusal de um pré -molar podendo

levar a contatos oclusais deficientes.

Todavia, Condé et al (2006) relatam que é discutível se a presença

do orifício de acesso ao parafuso de fixação da prótese pode diminuir a área

mastigatória efetiva na prótese parafusada. Recomendam que seja feita a

centralização do orifício de acesso, evitando a desconfiguração da anatomia

oclusal.

Segundo Randi et al (2006), sobrecargas no sistema biomecânico

podem ser definidas como condições onde forças mastigatórias causam

repetidas deflexões em alguma parte da estrutura, conduzind o a uma perda

óssea marginal ou fracasso do componente.

A biomecânica da distribuição de força em próteses

implantossuportadas é qualitativamente diferente das próteses

dentossuportadas, e a diferença essencial é causada pela presença do

ligamento periodontal que permite micromovimentos dos capilares, ao

contrário dos implantes que não o possuem. Existe semelhança entre as

forças oclusais exercidas em próteses sobre implantes e sobre dentes

naturais. Entretanto, na aplicação de carga sobre uma prótese sust entada

por implantes, deve-se considerar a distribuição de carga aos diversos

implantes que suportam a prótese, e que a carga recebida por cada um, deve

ser transmitida diretamente ao osso, sem que haja fratura ou afrouxamento

de algum componente da interface osso/implante. (MISCH, 2006)

Para Misch (2006), quando uma prótese mal adaptada é forçada nos

abutments , deformações ocorrem, induzindo a permanentes lesões na

interface osso-fixação, e quanto maior a desadaptação, maior a

probabilidade de perder o implante. O que mantém o implante em posição é

a prótese bem feita. Uma prótese mal feita faz com que se perca a

osseointegração muito rápido, em algumas horas ou dias. O tratamento

através dos implantes define uma estrutura baseada no tecido biológico

(osso) e componentes mecânicos (implantes e supraestruturas), e o sucesso

Page 35: Monografia Final - Rachel Fernandes

35

do mesmo envolve considerável cuidado na fixação do implante e desenho

da prótese, otimizando as condições mecânicas. Falhas nos implantes

podem ocorrer logo após a sua colocação, ou mais tarde, quando o implante

é reaberto. Estas falhas são atribuídas à técnica cirúrgica pobre, calor,

pouca qualidade óssea, infecção periimplantar, design pobre das próteses e

condições traumáticas de ativação.

Segundo Calvielli e Modaffore (2006), o assentamento passivo das

próteses proporciona um grau satisfatório de estabilidade aos parafusos de

ouro, diminuindo o risco de fratura dos componentes. Os autores sugeriram

um protocolo para avaliar a adaptação passiva de infraestruturas metálicas

suportada por cinco implantes. Estes cinco implantes devem ser numerados

de 1 a 5 da direita para a esquerda, a prótese deve ser posicionada e o

parafuso 1 apertado totalmente. Em seguida verifica -se a adaptação dos

demais componentes. Repete-se o procedimento com o outro parafuso distal

(parafuso 5). Após ser verificada a adaptação, parte -se para o aperto de

todos os parafusos, um de cada vez, iniciando pelo parafuso 2, depois o

parafuso 4, depois o mais intermediário e por fim os dois parafusos distais.

Cada parafuso deve ser apertado até sua primeira resistência, anotando -se a

posição da chave e um máximo de ½ volta (180°) é permitido para o aperto

final da prótese. Outra maneira utilizada para avaliar a adaptação é pela

quantidade de voltas dadas durante o aperto do parafuso de ouro. Quando

mais de ½ volta era necessária para um aperto completo do parafuso, a

estrutura era considerada mal ajustada e era seccionada e soldada, obtendo -

se assim, um bom grau de passividade desta infraestrutura sobre os

implantes.

A adaptação adequada entre o componente protético e o implante é

o objetivo primário almejado durante a confecção de próteses sobre

implante. Isto se dá em função da passividade da prótese, o que é

fundamental para seu sucesso. A falta de adaptação pode agravar -se a partir

do momento em que se avaliam próteses com dois ou mais implantes, pois

além da adaptação individual, existe a necessidade de adaptação entre os

demais componentes das próteses simultaneamente. A perfeita adaptação

Page 36: Monografia Final - Rachel Fernandes

36

marginal e o assentamento passivo são os principais indícios do sucesso das

restaurações metálicas fundidas indiretas, quer sejam sobre dentes ou sobre

implantes. Portanto, a ausência destas características acarreta algumas

consequências, resultando em falha da prótese (NADIN et al, 2006) .

Calvielli e Modaffore (2006) detectaram os problemas e as

complicações relacionadas ao tratamento protético de 380 maxilas e

mandíbulas reabilitadas com próteses totais fixas implantossuportadas.

Verificaram que o índice de sucesso para as próteses foi d e 99,5% e 98,1%

para os implantes. Embora o número de complicações tenha sido baixo,

estas foram mais frequentes na maxila. As complicações mais comumente

encontradas foram: problemas de dicção (31,2%), sendo mais frequente na

maxila; mordida do lábio e bochecha (6,6%), sendo mais frequente na

mandíbula; irritação causada pelo cantilever (3,1%); problemas gengivais

(fístulas, hiperplasia, inflamação – 1,7%); fratura da estrutura metálica em

ouro (0,8%), sem ter havido fratura de nenhum dos componentes.

A ausência de adaptação passiva faz as superfícies dos componentes

não entrarem em contato quando é aplicada a pré -carga, fazendo com que o

parafuso receba toda a carga e diminua sua resistência à fadiga. Misch

(2006) relatou as alterações na interface implante/pilar em sistemas de

conexão externa e interna através das medidas da desadaptação, e a

condição de torque e destorque dos parafusos de fixação quando submetidos

a ensaios de fadiga. A partir dos resultados obtidos em seu estudo com o

ensaio de fadiga, o autor afirmou que existe uma forte correlação entre a

diminuição do torque e as cargas aplicadas, já que em todos os grupos

avaliados, as cargas diminuíram significativamente o torque de

afrouxamento. O grupo parafusado teve um comportamento similar ao

grupo cimentado.

Segundo Tavarez (2003), a ocorrência de desadaptação entre os

hexágonos pode levar a discrepâncias verticais, e consequentemente à

deformação do parafuso de fixação durante o aperto, afetando a rigidez da

união, a resistência à fadiga e à pré-carga, o que contribui para o

afrouxamento do parafuso.

Page 37: Monografia Final - Rachel Fernandes

37

Ambas as filosofias de restauração de implantes (cimentadas e

parafusadas) possuem vantagens e desvantagens de abertura marginal e

geração de estresse. Entretanto, ao considerarmos do ponto de vis ta

biomecânico, as coroas cimentadas têm uma melhor distribuição de

estresse. (NELSON et al, 2006)

As coroas parafusadas oclusalmente podem apresentar deficiências

estéticas e funcionais principalmente quando a perfuração acomete áreas

funcionais, entretanto, apesar de o orifício ocupar parte da superfície

oclusal protética dos pré-molares e molares, a área resultante poderá ser

usada com efetividade na mastigação ou em qualquer outra função

maxilomandibular. (NADIN et al, 2006)

Barbosa e Fedumenti (2009) fizeram um estudo comparativo, e

concluíram que quanto ao assentamento passivo, este é mais fácil de ser

obtido se for feito um alívio interno, mas assim, diminui -se a retenção da

prótese, no caso das cimentadas. Já nas próteses parafusadas, o

assentamento passivo é mais criterioso. Em relação à adaptação cervical, a

prótese cimentada é feita em laboratório de um modo geral, enquanto que a

prótese parafusada tem adaptação pré-fabricada.

2 TIPOS DE INTERMEDIÁRIOS

2.1 Importância do sistema de intermediários/abutments/pilares

São vários os fatores que podem atuar dificultando a seleção de

componentes, principalmente entre alunos e profissionais recém -formados.

Dentre eles, podemos citar: (1) opções de componentes existentes no

mercado; (2) características dos componentes protéticos; (3) critério

adotado para a seleção de componentes; e (4) planejamento

protético/cirúrgico. Esses componentes protéticos podem ser definidos

como os elementos ou as partes intermediárias localizadas entre a prótese e

Page 38: Monografia Final - Rachel Fernandes

38

a base (cabeça) do implante. Existem atualmente várias classificações e

tipos de componentes protéticos. (RODRIGUES et al, 2011)

Os intermediários funcionam como se fossem os núcleos metálicos

usados na prótese fixa convencional, porém, se diferem destes núcleos por

serem aparafusados aos implantes, e não cimentados. Além disso, têm a

peculiaridade de permitirem não apenas a fixação das coroas sobre eles com

o uso de cimentos, mas também serem aparafusadas. (ROCHA et al, 2012)

Assim, podemos classificar as próteses sobre implantes de acordo

com os seguintes parâmetros:

- Pilares que utilizam dois parafusos – próteses parafusadas nas

quais o pilar recebe um parafuso que o conecta ao implante, enquanto um

cilindro protético incorporado à prótese recebe um segundo parafuso que

conecta o conjunto ao pilar (independente de ser conexão interna ou

externa). (ROCHA et al, 2012)

- Pilares que utilizam um parafuso – próteses cimentadas nas

quais o pilar recebe um parafuso que o conecta ao implante e a restauração

é cimentada sobre o pilar; também podem ser próteses parafusadas nas

quais o pilar forma um único corpo com a prótese e este conjunto recebe

apenas um parafuso que o conecta ao implante. A prótese de um só parafuso

não se beneficia do efeito dissipador de esfo rços dado pelo conjunto

parafuso/pilar/cilindro/parafuso protético, o qual possibilita a ocorrência de

menos fatores de estresse e, consequentemente, menor ocorrência de

complicações sobre o parafuso que é conectado diretamente ao implante,

pois, antes, as forças atuariam na folga ou fratura do parafuso que conecta a

coroa ao pilar, uma ocorrência de mais fácil resolução. Além disso, quando

a plataforma do implante está muito subgengival, os procedimentos clínicos

são dificultados. (ROCHA et al, 2012)

- Pilares para overdentures – geralmente é uma peça sólida (com

apenas um parafuso), que já contém a porção que rosqueia no implante; faz

parte de uma conexão para próteses removíveis implantossuportadas.

(ROCHA et al, 2012)

Page 39: Monografia Final - Rachel Fernandes

39

As próteses implantossuportadas podem ser “definitivamente”

cimentadas em posição ou fixadas ao abutment através de parafusos

oclusais ou transversais, sendo chamadas de condicionalmente removíveis.

Para alcançar o êxito clínico dos implantes osseointegrados, deve -se

entender a maneira como o estresse mecânico é transferido do implante ao

tecido ósseo circundante, sem gerar forças de grande magnitude, o que

poderia colocar em risco a longevidade do próprio implante e da

restauração protética. (ACHILLI et al, 2007)

O procedimento de fixação ideal da coroa ao pilar do implante seria

aquele que possibilitasse a obtenção de um assentamento mais passivo com

uma otimização da direção das cargas; um aperfeiçoamento da estética; um

acesso melhorado com facilidade de provas; uma perda reduzida da crist a

óssea; e complicações, custo e tempo reduzidos. (MISCH, 2006)

Alguns aspectos devem ser considerados durante o emprego dos

implantes: se o implante é confiável e duradouro, a prótese que será

confeccionada sobre o mesmo também deverá ser. Nos sistemas de

implantes, sobre o abutment será conectada a prótese através de

microparafuso ou por cimentação, nos casos das próteses fixas; ou ainda

através de encaixes nas próteses removíveis. (MODAFFORE, 2005)

Para Condé et al (2006), a inclinação do eixo dos implan tes pode

determinar a escolha do sistema de ancoragem prótese -implante. A posição

do implante pode contraindicar a prótese fixa parafusada. No entanto, o uso

de pilares protéticos angulados pode resolver este problema.

Em situações de alta demanda estética, os intermediários deverão

ficar abaixo do contorno gengival. Deve-se considerar a utilização de

componentes livre de metal em casos nos quais o tecido gengival seja fino e

transparente. (RODRIGUES et al, 2011)

Diante do grande número de variáveis envolvendo a escolha da

modalidade protética e seus respectivos componentes, torna -se essencial a

utilização de uma estratégia que permita ao dentista identificar e visualizar

os principais aspectos que exercem influência no processo de seleção dos

componentes protéticos. Durante esta escolha, devemos levar em

Page 40: Monografia Final - Rachel Fernandes

40

consideração a integração de uma série de fatores que direta ou

indiretamente exercem grandes influências nas características da prótese,

sendo elas: tipo de suporte da prótese, tipo de estrutura da prótese ,

modalidade de retenção, e tipo de situação clínica. (RODRIGUES et al,

2011)

Segue abaixo um diagrama que resume a integração desses fatores

de escolha dos intermediários:

Figura 02 – Diagrama da Classificação das Próteses Sobre Implantes

Fonte: RODRIGUES et al, 2011

Page 41: Monografia Final - Rachel Fernandes

41

2.2 Intermediários para próteses parafusadas

2.2.1 Pilar Convencional/Standard

O objetivo inicial da reabilitação com implantes osseointegrados era o de

tornar as próteses totais inferiores mais estáveis, melhorando a qualidade de vida dos

inválidos orais e sendo, portanto, uma prótese na qual o aspecto funcional predominava.

(ROCHA et al, 2012)

O primeiro intermediário protético desenvolvido para o sistema Branemark foi

o pilar convencional/standard, que servia basicamente para conectar a prótese aos

implantes, compensando as diferenças de alturas dos implantes no osso e no tecido

mole, de forma que a prótese ficasse equidistante da mucosa, sem ser a estética

primordial. (TELLES; COELHO, 2006, ROCHA et al, 2012)

Morfologicamente, esse intermediário é composto de duas partes distintas: o

intermediário propriamente dito e o parafuso do intermediário. A primeira parte é um

tubo cilíndrico reto com um hexágono na base, pelo qual transpassa o parafuso de

intermediário que fixa o tubo diretamente no implante; esse parafuso possui um

hexágono e uma rosca na sua cabeça que, quando em posição, forma com o tubo

cilíndrico uma plataforma semelhante a do próprio implante sobre a qual se apoia um

componente protético fixado por um parafuso menor. (NEVES et al, 2000, TELLES;

COELHO, 2006)

Este tipo de pilar está indicado para próteses fixas de múltiplos elementos, em

situações de pequeno requerimento estético e em locais que demandam facilidade de

higienização, por ser um intermediário normalmente utilizado em situações

supragengivais. Também é muito empregado em reabilitações com overdentures, para a

confecção de barra-clipe. (NEVES et al, 2000, TELLES; COELHO, 2006)

Atualmente, encontram-se em desuso, já que podem ser substituídos com

resultados mais favoráveis pelos pilares esticone ou microunit. Porém, devido à pouca

altura da sua plataforma, podem e são utilizados em situações onde o implante mais

posterior, nas próteses do tipo protocolo, quando estiver inclinado. (CARDOSO, 2008)

Page 42: Monografia Final - Rachel Fernandes

42

Drago (2008) complementa afirmando que os abutments standard geralmente

são usados nos pacientes edêntulos, onde uma infraestrutura metálica fundida

convencional será usada para esplintar os implantes. Estes pilares necessitam de uma

distância mínima de 6,5 mm e de uma divergência máxima de 30°.

Tavares Jr (2008) cita que é um componente antiestético por ser metálico e

supragengival, e muitas vezes, causa problemas fonéticos, visto que não pode ser

restaurado o espaço entre a prótese e os tecidos residuais, fazendo com o fluxo de ar

produzido durante a fala fique desimpedido, consequentemente influenciando na dicção

do paciente.

As marcas comerciais disponíveis do pilar convencional são: BIOMET 3I®

Standard; CONEXÃO – Standard; NEODENT – Pilar Transepitelial Zigomático.

(ROCHA et al, 2012)

Cintas Diâmetro Torque Chave

Manual Transferentes Cilindros

Parafusos de

Retenção

Diâmetro

Interoclusal

2mm

3mm

4mm

5mm

4,5mm 20

Ncm De boca

Cônico ou

quadrado

Sempre

Lisos

Ouro ou

titânio com

encaixe

hexagonal ou

fenda

6mm

Tabela 01 – Especificações Pilar Convencional/Standard

Fonte: Tavares Jr (2008)

Figura 03 – Pilar Convencional/Standard

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

Page 43: Monografia Final - Rachel Fernandes

43

2.2.2 Pilar Cônico

O pilar cônico foi criado como uma evolução do conceito de intermediário

convencional para ser usado em próteses metalocerâmicas que exigiam estética. Então

surgiu o Esteticone, que possibilitava uma emergência subgengival e que conferia

estética. (FERNANDES NETO, 2002, ROCHA et al, 2012)

Contudo, algumas empresas já deixaram de fabricar esse pilar protético,

passando a adotar apenas o pilar multiunit para as próteses com vários retentores.

(CARDOSO, 2008)

Duas características diferenciam-no do intermediário convencional: a altura da

cinta mais baixa; e o contorno do componente protético adequado para a técnica da

metalocerâmica, com uma forma mais aproximada de um preparo para coroa total.

(TELLES; COELHO, 2006)

É formado por um anel em forma de meio cone com um hexágono na base pelo

qual transpassa um parafuso que fixa esse anel no implante; esse parafuso possui um

hexágono e uma rosca na sua cabeça, que, quando em posição, forma com o anel um

cone sobre o qual se apoia um componente protético fixado por um parafuso menor.

Estão indicados para próteses fixas parafusadas metalocerâmicas: unitárias ou múltiplas,

onde a estética é relevante. Quando usado em coroas unitárias é indispensável o

componente antirrotacional. (TELLES; COELHO, 2006)

As marcas comerciais disponíveis do pilar cônico são: BIOMET 3I® –

Abutment Cônico; CONEXÃO – Esteticone; NEODENT – Pilar Cônico; SIN –

Abutment Cônico; TITANIUMFIX – Sistema Esteticone. (ROCHA et al, 2012)

Cintas Diâmetro Torque Chave

Manual Transferentes Cilindros Análogos

Parafusos de

Retenção

Diâmetro

Interoclusal

1mm

2mm

3mm

4,8mm 20 Ncm De

boca

Cônico ou

quadrado

Lisos e

com

sextavado

Lisos e

sextavados

Ouro ou

titânio/

encaixe

hexagonal ou

fenda

6,7mm

Tabela 02 – Especificações Pilar Cônico

Fonte: Tavares Jr (2008)

Page 44: Monografia Final - Rachel Fernandes

44

Figura 04 – Pilar Cônico

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

2.2.3 Pilar Cônico Angulado

Esse pilar foi idealizado para casos com indicação de intermediários cônicos,

nos quais os implantes foram colocados com inclinação esteticamente incompatível em

relação à posição prevista para os orifícios de acesso aos parafusos de fixação da

prótese. (TELLES; COELHO, 2006)

É um cone angulado com uma pequena rosca na extremidade oclusal e uma

base comum, encaixe em forma de dodecaedro (doze lados), que permite um ajuste fino

de angulação, variando-se entre as doze posições possíveis de encaixe com o hexágono

do implante. Um parafuso transpassa esse cone, fixando-o diretamente no implante. Os

componentes protéticos, bem como os transferentes e análogos, em geral, são os

mesmos utilizados para os intermediários cônicos. Está indicado para próteses fixas

múltiplas parafusadas metalocerâmicas; podem ser usados em coroas unitárias com

componente antirrotacional. (TELLES; COELHO, 2006)

Este pilar pode ser encontrado em duas angulações (17º e 30º), o que permite

corrigir, através da conexão, desajustes de posicionamento dos implantes, facilitando a

Page 45: Monografia Final - Rachel Fernandes

45

emergência do parafuso em regiões mais adequadas. Possui cintas metálicas com

diferentes alturas em sua circunferência. Ao utilizá-los nos dentes anteriores, a porção

mais alta da cinta de titânio ficará voltada para vestibular, o que poderá, muitas vezes,

contraindicá-los, caso a mucosa seja insuficiente para mascará-lo. (CARDOSO, 2008)

As marcas comerciais disponíveis do pilar cônico angulado são: BIOMET 3I®

– Cônico de 17 e 25º (ambos disponíveis com antirrotacional); CONEXÃO – Esteticone

Angulado 17º (disponível com antirrotacional) e 30º. (ROCHA et al, 2012)

Cintas Diâmetro Torque Chave

Manual Transferentes Cilindros Análogos

Parafusos

de

Retenção

Diâmetro

Interoclusal

17°

2mm

3mm

30°

3mm

4mm

5,5mm

4,8mm 20

Ncm Hexagonal

Cônico ou

quadrado

Lisos e

com

sextavado

Lisos e

sextavados

Ouro ou

titânio /

encaixe

hexagonal

ou fenda

17°

7,4mm

30°

8,5mm

Tabela 03 – Especificações Pilar Cônico Angulado

Fonte: Tavares Jr (2008)

Figura 05 – Pilar Cônico Angulado

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

Page 46: Monografia Final - Rachel Fernandes

46

2.2.4 Mini Pilar Cônico

São intermediários cônicos de perfil baixo, lançados para suprirem a

dificuldade de uso dos intermediários cônicos em regiões de diminuto espaço

interoclusal, o que ocorre especialmente na região posterior da arcada. (TELLES;

COELHO, 2006, ROCHA et al, 2012)

Esse intermediário é composto por um anel em forma de meio cone com um

hexágono na base pelo qual transpassa um parafuso que fixa o anel diretamente no

implante; esse parafuso possui um hexágono e uma rosca na sua cabeça que, quando em

posição, forma com o anel um cone sobre o qual se apoia um componente protético

fixado por um parafuso menor. (TELLES; COELHO, 2006)

Nos casos de próteses tipo protocolo, a junção entre o intermediário e o

componente protético pode ficar acima do nível gengival ou mesmo ao nível gengival.

Nos demais casos, que prezam pela estética, esta junção de ficar de 1 a 2mm abaixo do

nível gengival para esconder a porção metálica. (ROCHA et al, 2012)

Está indicado em próteses fixas parafusadas metalocerâmicas ou metaloplástica

tipo protocolo com distância interoclusal mínima de 4,5mm. (TELLES; COELHO,

2006)

As marcas comerciais disponíveis do minipilar cônico são: CONEXÃO –

Micro-Unit; NEODENT – Minipilar Cônico; NOBELBIOCARE® - Multi-Unit; SIN –

Mini Abutment; TITANIUMFIX – Sistema Micro-Unit. (ROCHA et al, 2012)

Cintas Diâmetro Torque Chave

Manual Transferentes Cilindros

Parafusos

de

Retenção

Diâmetro

Interoclusal

1mm

2mm

3mm

4mm

5,5mm

4,8mm 20

Ncm

De boca

(igual à

chave para

o pilar

Esteticone)

Cônico ou

quadrado Lisos

Ouro ou

titânio /

encaixe

hexagonal

ou fenda

4,5mm

Tabela 04 – Especificações Mini Pilar Cônico

Fonte: Tavares Jr (2008)

Page 47: Monografia Final - Rachel Fernandes

47

Figura 06 – Mini Pilar Cônico

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

2.2.5 Mini Pilar Cônico Angulado

Associa as características e indicações dos intermediários do tipo minipilar

com os angulados. São utilizados em regiões de pouco espaço interoclusal e necessidade

de correção de angulações de implantes. Os minipilares cônicos angulados são

indicados nos casos de próteses fixas múltiplas parafusadas metalocerâmicas ou

metaloplásticas do tipo protocolo. (TELLES; COELHO, 2006)

As marcas comerciais disponíveis do minipilar cônico são: CONEXÃO –

Micro-Unit; NEODENT – Minipilar Cônico; NOBELBIOCARE® - Multi-Unit; SIN –

Mini Abutment. (ROCHA et al, 2012)

A inexistência de componente antirrotacional facilita a instalação do

componente ao implante, muitas vezes tolhida pela necessidade de um assentamento

entre os hexágonos, que ocorre, em sua maioria, subgengivalmente, com dificuldades de

acesso do operador, tornando necessários controles radiográficos que determinam perda

de tempo. Só poderá ser empregado em próteses fixas múltiplas para que a união entre

os elementos funcione como dispositivo antirrotacional. (NÓBREGA, 2010)

Page 48: Monografia Final - Rachel Fernandes

48

Figura 07 – Mini Pilar Cônico Angulado

Fonte: Telles; Coelho, 2006

2.2.6 Características relevantes dos abutments para próteses parafusadas

Soares et al (2007) destacam que a prótese parafusada é composta

por componentes rotacionais (mini -abutment) e anti-rotacionais (abutment

cônico), e necessitam ainda de um componente tipo UCLA montado acima

do intermediário para fixação da prótese.

Uma das características das próteses parafusadas é a reversibilidade

(MISCH, 2006). Contudo, no desenvolvimento das próteses sobre

implantes, as exigências estéticas dos pacientes estão aumentando.

Page 49: Monografia Final - Rachel Fernandes

49

A vantagem mais relevante da prótese parafusada sobre implantes é

a facilidade de sua remoção, sempre que se faz necessário. Porém, essa

necessidade já não é tão presente nos dias atuais (pois a taxa de sucesso dos

implantes situa-se em torno de 90%); tornando dessa maneira, essa

vantagem clinicamente insignificante, se comparada com as vantagens

oferecidas pelas próteses cimentadas, que são superiores nos aspectos

relacionados à estética, à distribuição de cargas, à oclusão e à confecção.

(FERNANDES NETO et al, 2002)

As características da prótese parafusada são as seguintes: é de fácil

remoção; tem recuperabilidade, o que permite a manutenção necessária se

ocorrer afrouxamento do parafuso de fixação; é particularmente desejada

em próteses múltiplas, de arcada total ou em cantilever; os sistemas retidos

por parafuso funcionam muito bem em pacientes com espaço interoclusal

limitado; e não requerem remoção de cimento do espaço subgengival.

(THILANDER et al, 2006)

As próteses parafusadas sobre implantes são mantidas estáveis e os

componentes protéticos mantêm a integridade, desde que os pilares

intermediários e as conexões sejam corretamente assentados, existe

passividade clínica dos parafusos e os filetes das roscas dos parafusos não

ficam submetidos às tensões de montagem dos componentes, mas, apenas à

pré-carga aplicada no aperto do parafuso. (NELSON et al, 2008)

Os desenhos de superestruturas para coroas metalocerâmicas são

classificados em quatro categorias: coroa com parafusamento oclusal, coroa

telescópica, coroa com parafusamento lateral e coroa cimentada. As

próteses parafusadas possibilitam modificações na prótese e transformação

do caso; podem ser empregadas em pilares de perfil baixo; podem ser

removidas periodicamente para a avaliação da higiene. No caso das

próteses parafusadas, as indicações incluem: reconstruções extensas e de

arco total, que são tratadas de melhor forma com retenção por parafusos;

coroas unitárias em que o implante tem seu longo eixo muito para palatal

na região anterior; tratamentos em reabilitações totais e de grande

extensão; para casos com distância interoclusal limitada; e casos com

Page 50: Monografia Final - Rachel Fernandes

50

implantes mal posicionados e muito palatinizados. (PENARROCHA et al,

2008)

Barbosa e Fedumenti (2009) citaram algumas contraindicações

como as das próteses parafusadas nos casos de dentes superiores anteriores

que apresentam pouco espaço protético devido ao overbite acentuado; casos

de pouca altura cervico-oclusal da parede palatina para a colocação do

attachment; e nos casos de dentes inferiores onde a presença da língua pode

interferir durante o aperto do parafuso lateral.

Segundo Calvielli e Modaffore (2006), o principal objetivo da

confecção das restaurações implantossuportadas é a obtenção de infra -

estruturas que exibam uma adaptação passiva, quando conectadas aos seus

respectivos pilares. É fundamental considerar o tipo de prótese que se

aplica melhor aos pacientes individualmente, já que existem várias

possibilidades restauradoras. Todas as possibilidades possuem vantagens e

desvantagens, em diferentes aspectos. As próteses parafusadas foram

estabelecidas pelo protocolo de Branemark, e desde então a primoramentos

técnicos nos componentes nos permitem uma maior segurança nas

interfaces conector/implante. Com o aumento do uso dos sistemas de

implantes com retenção por parafusamento, há uma tendência em a

cimentação não ser usada rotineiramente nas próteses, e uma minoria de

dentistas vem usando cimento para a retenção das coroas sobre os

implantes, deixando de lado o modo de retenção por parafusamento.

Soares et al (2007) destacam que o mini -abutment, também

conhecido como minipilar cônico, tem como função a ligação do implante à

prótese, corrigindo diferenças de altura. Basicamente, é indicado para

próteses múltiplas, por se tratar de um componente rotacional, podendo ser

utilizado em próteses fixas parafusadas metalocerâmicas ou metaloplásticas

(tipo protocolo), ou prótese classificada de Branemark. Nos implantes do

tipo hexágono interno e externo, é formado por duas peças (parafuso e

mini-abutment).

Page 51: Monografia Final - Rachel Fernandes

51

Figura 08 – Componente formado por duas peças

Fonte: Soares (2007)

Por outro lado, existem também os abutments cônicos, que

apresentam basicamente as mesmas características dos mini -abutments,

porém com um elemento antirrotacional que, adaptado ao implante,

proporciona maior precisão no posicionamento da prótese. Pelo fato de se

tratar de um componente antirrotacional, este é indicado para próteses

unitárias, sendo utilizados em próteses fixas parafusadas metalocerâmicas.

(NÓBREGA, 2010)

Segue abaixo, um resumo das indicações dos intermediários

disponíveis da empresa fabricante CONEXÃO para próteses aparafusadas:

PRÓTESE APARAFUSADA

MÚLTIPLA MÚLTIPLA-UNITÁRIA

Micro Unit Micro Unit

Angulado Standard Esteticone Esteticone Angulado

Tabela 05 – Indicação de Pilares para Próteses Aparafusadas

Fonte: Catálogo Conexão

Page 52: Monografia Final - Rachel Fernandes

52

2.3 Intermediários para próteses cimentadas

2.3.1 Pilares pré-fabricados

2.3.1.1 Pilar Ceraone

Segundo Tavares Jr (2008), este pilar consiste de duas peças: intermediário

propriamente dito em titânio e parafuso do intermediário em liga áurea. O pilar já vem

pronto; sobre ele, podem ser adaptados componentes pré-fabricados que facilitam a sua

utilização, sendo eles: protetor gengival, componente para confeccionar o provisório,

componente de moldagem e cilindro de ouro para confecção da prótese final.

É indicado exclusivamente para próteses unitárias cimentadas. O pilar será

aparafusado ao implante, e uma coroa metaloplástica, metalocerâmica ou

ceramocerâmica será então assentada e cimentada sobre esse pilar protético.

(CARDOSO, 2008)

Suas contraindicações são: vestibularização acentuada; casos múltiplos, devido

ao paralelismo das paredes; situações onde o posicionamento do implante está

localizado no nível ou ligeiramente subgengival, ou ainda a gengiva delgada que

deixará transparecer a menor cinta metálica que é de 1 mm; casos posteriores (molares),

uma vez que pode haver fratura do parafuso de intermediário dentro do implante devido

à carga mastigatória. (NEVES et al, 2000)

Cintas Diâmetro Torque Chave

Manual Transferentes Cilindros

Parafusos

de

Retenção

Diâmetro

Interoclusal

1mm

2mm

3mm

4mm

5mm

4,8mm 30 Ncm

Quadrada

ou

hexagonal

maior

Cônico ou

quadrado

Plásticos,

metálicos

e em

alumina

ou

zircônia

Ouro ou

titânio /

encaixe

hexagonal

ou

quadrado

7,5mm

Tabela 06 – Especificações Pilar Ceraone

Fonte: Tavares Jr (2008)

Page 53: Monografia Final - Rachel Fernandes

53

Figura 09 – Pilar Ceraone

Fonte: Telles; Coelho, 2006

2.3.1.2 Pilares Personalizáveis

Outro grupo de pilares disponíveis no mercado é o dos componentes

personalizáveis ou adaptáveis. A principal diferença desse grupo para o anterior está na

necessidade de ajustes para adequá-los às particularidades dos tecidos que os cercam,

antes de instalar a prótese. Nesses casos, se assemelham aos trabalhos

convencionalmente realizados em dentes naturais, pois para esse tipo de pilar a opção

protética clássica é a cimentada. Possui como vantagens: a possibilidade de conferir o

perfil gengival ao pilar, por sua versatilidade de formas; simplicidade protética devido à

sua semelhança com as próteses convencionais; possibilidade de melhor manejo dos

tecidos; possibilidade de emergir com a cerâmica a partir da plataforma do implante

(pilares cerâmicos) ou deixando uma margem basal metálica estreita (0,1 a 0,2 mm –

pilares metálicos), o que é interessante em casos onde a camada de mucosa sobre o

implante é insuficiente para mascarar a cinta metálica de componentes pré-usinados (no

mínimo 1 mm). (CARDOSO, 2008)

Page 54: Monografia Final - Rachel Fernandes

54

2.3.1.3 Pilar UCLA

Foi desenvolvido na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

Constitui-se em tubo de acrílico que se acopla diretamente sobre o implante e poderá ser

adaptado idealmente à maioria das situações através do enceramento para, então, ser

transformado em um pilar metálico através de um processo convencional de fundição.

(NÓBREGA, 2010)

O objetivo deste pilar é permitir modificações em sua forma, obtidas por

enceramento, alcançando a forma final desejada que, então, é convertida em metal.

(ROCHA et al, 2012)

O pilar UCLA é composto de um cilindro plástico, cuja base (plástica ou

metálica) adapta-se à plataforma do implante e pelo qual transpassa um parafuso que

fixa esse cilindro no implante. (TELLES; COELHO, 2006)

Embora seja apresentado em duas partes – intermediário e parafuso de

intermediário, o primeiro permite a aplicação de porcelana, fazendo com que

intermediário e coroa clínica sejam a mesma peça, não definindo o conjunto implante-

pilar-dente. (NEVES, et al, 2000)

Apresenta como vantagens: facilidade de conferir à peça o formato desejado

(enceramento); possibilidade de fundição nas mais variadas ligas; e baixo custo (quando

se emprega liga metálica alternativa). Há uma desvantagem que deve ser levada em

consideração: por requerer um processo de fundição convencional, apresenta

comprometimento na precisão de adaptação com o implante. Visando eliminar essa

deficiência, encontra-se disponível no mercado o pilar Gold-UCLA, uma réplica do

UCLA convencional, com a porção de acoplagem ao implante usinada em ouro e com o

restante do tubo mantido em acrílico calcinável, permitindo a personalização do

componente, sem, entretanto, comprometer sua adaptação. (CARDOSO, 2008)

A versatilidade é a principal característica dos UCLAs. Permitem a confecção

de próteses unitárias simples, sem intermediários, parafusadas diretamente nos

implantes até intermediários individualizados complexos para serem utilizados em

coroas cimentadas em áreas estéticas. Por essa versatilidade, é o tipo de componente

que mais exige conhecimento e bom senso para ser utilizado. Deve-se, por exemplo,

restringir seu uso em próteses parafusadas com cantilevers ou grandes demandas

Page 55: Monografia Final - Rachel Fernandes

55

funcionais. Para esses casos, é mais seguro o uso de intermediários específicos para

próteses parafusadas, como os descritos anteriormente, uma vez que, caso ocorra uma

sobrecarga funcional, evita-se a quebra do implante já que a parte mais frágil seria o

parafuso de fixação da prótese ao intermediário. (TELLES; COELHO, 2006)

Complementando, Drago (2008), cita que o abutment UCLA foi desenvolvido

para permitir uma conexão direta entre o implante e a restauração. Estes pilares podem

ser usados para as restaurações unitárias ou múltiplas, com um espaço interoclusal

mínimo de 4 mm. Eles podem ser usados como abutments para coroas cimentadas, bem

como para as restaurações parafusadas diretamente nos implantes. Permitem correção

de implantes mal alinhados em até 30° de divergência. Estão disponíveis nas

configurações com e sem antirrotacional.

Mais ainda, Drago (2008) afirma que os abutments UCLA são ideais quando o

espaço é limitado, e os abutments pré-usinados não satisfazem às condições funcionais e

estéticas. Eles necessitam de moldagem direta sobre o implante para a confecção do

modelo-mestre com os análogos dos implantes. Os abutments personalizados podem ser

fabricados pela fundição dos UCLA recebidos ou pela usinagem realizada em função

das situações clínicas. As coroas finais podem ser feitas diretamente no abutment

personalizado. Os perfis de emergência já foram estabelecidos clinicamente e esta

informação transferida para o modelo-mestre com a moldagem no nível do implante. O

resultado final é uma coroa implantorretida, com contornos anatômicos estabelecidos

pela restauração provisória.

Page 56: Monografia Final - Rachel Fernandes

56

Figura 10 – Pilar UCLA

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

2.3.2 Pilares Metálicos Personalizáveis por Desgaste

Esses pilares podem ser preparados como dentes, aproximando-se os conceitos

das próteses sobre implantes às próteses sobre dentes. Os pilares preparáveis são

versáteis e relativamente simples de se trabalhar, sendo encontrados em diferentes

materiais e inclinações. Entretanto são limitados quando se necessita personalizar o

perfil de emergência gengival de coroas de áreas estéticas. (TELLES; COELHO, 2006)

São adequados a cada situação, sem a necessidade de procedimentos

laboratoriais elaborados. A região que entra em contato com o implante não sofre

nenhuma forma de manipulação, o que assegura a perfeita adaptação desses

Page 57: Monografia Final - Rachel Fernandes

57

componentes. Apresentam como desvantagem a impossibilidade de personalização por

acréscimo, só por remoção. (CARDOSO, 2008)

O preparo pode ser realizado diretamente na boca, mas é preferível fazê-lo em

um modelo com as réplicas dos implantes, já que torna o procedimento mais fácil e

controlável, especialmente em relação ao calor gerado pelo desgaste, o qual pode ser

nocivo para os tecidos ao redor do implante. Diferenciam-se dos UCLAs pelo maior

volume de estrutura para o preparo. (TELLES; COELHO, 2006)

Figura 11 – Pilares Metálicos Personalizáveis por Desgaste

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

Page 58: Monografia Final - Rachel Fernandes

58

2.3.3 Pilares Cerâmicos Personalizáveis por Desgaste

Além das características dos pilares personalizáveis por desgaste metálicos,

esses componentes destacam-se pela estética insuperável. A desvantagem está na

sensibilidade desses pilares à técnica de desgaste, pois reduções incorretas podem

determinar o comprometimento desses pilares a médio ou longo prazo. É fundamental

seguir as recomendações do fabricante no que diz respeito às dimensões finais que tais

conexões necessitam ter para que mantenham sua rigidez estrutural e não comprometam

a longevidade do tratamento. (CARDOSO, 2008)

Drago (2008) afirma que esses abutments podem ser usados para restaurações

cerâmicas unitárias ou múltiplas, com um espaço interoclusal mínimo de 6 mm. O

ângulo máximo de correção que pode ser obtido com estes pilares é 10°. A espessura

mínima da parede axial após o preparo é 0,3 mm, o qual pode ser feito diretamente na

boca ou no laboratório, sobre o modelo.

Figura 12 – Pilares Cerâmicos Personalizáveis por Desgaste

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

Page 59: Monografia Final - Rachel Fernandes

59

2.3.4 Pilares Personalizáveis Computadorizados

Os sistemas computadorizados laboratoriais são baseados na tecnologia CAD-

CAM para a produção industrial de pilares com as dimensões determinadas pelo

protesista. O sistema CAD (Computer Assisted Design) é o desenho computadorizado

do abutment. Poderá ser realizado diretamente no computador, onde, de forma fácil e

rápida, o operador seleciona o contorno, alinhamento, a angulação e o término da

margem, ou através do enceramento convencional para o escaneamento com escâner

especial. Após a conclusão dessa etapa, as informações são enviadas via modem para as

unidades de produção, onde o CAM (Computer Assisted Machine), por meio de

prensagem, fresagem e/ou eletroerosão, confere a forma desejada à conexão. Os pilares

poderão ser confeccionados em titânio ou cerâmica com praticamente qualquer

inclinação, terminação marginal, altura, largura e forma de corte transversal, criando o

perfil de emergência natural do dente, satisfazendo as necessidades de cada caso. Os

pilares estão disponíveis para todos os sistemas de implantes da Nobel Biocare, além de

outros sistemas com hexágonos compatíveis. (NÓBREGA, 2010)

Figura 13 – Pilares Personalizáveis Computadorizados

Fonte: TELLES; COELHO, 2006

Page 60: Monografia Final - Rachel Fernandes

60

2.3.5 Características relevantes dos abutments para próteses cimentadas

Soares et al (2007) destacam que a prótese direta sobre o implante é

composta por componentes antirrotacionais e fixada diretamente sobre o

implante. Este componente também tem a característica de personalização

da prótese por meio de um preparo prévio e da cimentação da prótese direta

sobre o componente (abutment cimentado).

De uma forma geral, a maioria dos pacientes prefere uma

restauração do tipo cimentada por apresentar -se semelhante ao dente

natural, sem o orifício para o parafuso oclusal. O inconveniente desta está

no fato de ela não permitir a manutenção para o reaperto das conexões sem

que haja a fratura da coroa no momento da remoção da mesma. Nas

próteses cimentadas, destacam-se a otimização da emergência gengival, a

oclusão, a estética, a possibilidade de corrigir implantes desalinhados, a

eliminação do canal de acesso do parafuso e o posicionamento ide al do

implante em relação à condição óssea sem preocupação de palatinizá -lo

para colocar o parafuso de fixação da prótese. Entretanto, estas próteses

cimentorretidas apresentam dificuldade de recuperação após a cimentação

(GUICHET, 2008).

Guichet et al (2008) apontaram as indicações das próteses

cimentadas: restaurações de um único dente; pequenas próteses fixas;

reabilitações de pequena extensão e para correção de angulação em

implantes desalinhados, vestibularizados e posicionados em regiões com

alta exigência estética. Em caso de reabilitação em pacientes desdentados

totais, um maior número de implantes deve ser colocado, posicionando -os

em locais estratégicos, permitindo assim a segmentação da prótese.

Achilli et al

(2007) citaram como vantagens das próteses

cimentadas: confecção mais simples e menos custosas (em alguns casos);

ótimo resultado estético; pode-se corrigir facilmente o eixo protético;

possibilidade de higienização na região periimplantar; assentamento da

prótese mais passivo; maior facilidade do emprego de cargas axiais sobre

os implantes; menos fraturas do acrílico ou porcelana. Contudo, os autores

Page 61: Monografia Final - Rachel Fernandes

61

relataram que as próteses cimentadas não permitem a sua remoção; e existe

a impossibilidade de ser empregada em pilares de perfil baixo.

Soares et al (2007) destacam que o abutment cimentado

personalizado é um componente protético bastante utilizado na confecção

de coroas unitárias. Apesar de ter um perfil pré -fabricado, esses abutments

têm a capacidade de poder proporcionar ao profissional certo grau de

liberdade já que, ao se utilizar de brocas especiais, o profissional pode

trabalhar esses componentes de uma forma bastante personalizada. Pelo

fato de permitir modificações de sua forma original, torna possível a

correção de pequenos erros de orientação dos implantes ou limitações de

espaço interoclusal.

De uma maneira geral, as contraindicações para retenção por

cimento em próteses parciais incluem espaço interoclusal extremamente

limitado; implantes mal-alinhados, nos quais a redução da parede ax ial é

tão severa na tentativa de se obter paralelismo que a retenção individual do

abutment é perdida. (TAVAREZ, 2003)

Segue abaixo, um resumo das indicações dos intermediários

disponíveis da empresa fabricante CONEXÃO para próteses cimentadas:

PRÓTESE CIMENTADA

UNITÁRIA UNITÁRIA-MÚLTIPLA

Cera One UCLA Pilar

Zircônia

Pilar de

Preparo

(Munhão)

Pilares

Angulados

Tabela 07 – Indicação de Pilares para Próteses Cimentadas

Fonte: Catálogo Conexão, 2013

Page 62: Monografia Final - Rachel Fernandes

62

Figura 14 – Vantagens e

desvantagens dos abutments

cimentados em relação aos

parafusados

Fonte: Biomateriais, 2010.

Por fim, basicamente, as principais vantagens e desvantagens dos

abutments cimentados em relação aos parafusados estão resumidas, de

forma bastante sucinta, no esquema a seguir:

2.4 Considerações importantes acerca da manutenção

Nas etapas relacionadas à manutenção, é importante que o

cirurgião-dentista examine tanto clínica quanto radiograficamente a prótese

e a sua respectiva fixação, procurando falhas que possam comprometer o

sucesso do tratamento, o qual poderá ainda requerer a remoção das

próteses, sem que este procedimento comprometa a integridade da mesma e

principalmente a do implante, especialmente em suas roscas internas e mesa

conectora (GUALINI et al, 2008).

Page 63: Monografia Final - Rachel Fernandes

63

A configuração geométrica estrutural da conexão dos implantes

também tem sido mencionada como uma condição diferencial na

manutenção da estabilidade da interface implante / prótese (SIDDIQUI et

al, 2008).

As próteses implantossuportadas são confeccionadas com

perfuração oclusal para retenção através de parafusamento. Estas próteses

permitem a realização de protocolos de manutenção onde são executados

procedimentos como reaperto de parafusos, remoção da prótese para

limpeza e até mesmo troca de componentes intermediários e parafusos. Isso

reduz os problemas originados pela fadiga natural dos componentes e

facilita o controle da saúde dos tecidos periimplantares proporcionando

longevidade aos implantes (NADIN et al, 2006).

Dias et al (2006) citam que a presença de espaços entre a

plataforma do implante e o pilar protético pode permitir o alojamento de

biofilme bacteriano, provocando reações inflamatórias nos tecidos

periimplantares. Além disso, esta desadaptação enfraquece o conjunto

formado pelo pilar protético e o implante, podendo causar fratura de um de

seus componentes.

Complementando, Dias et al (2006) consideram o biofilme

bacteriano um importante fator etiológico da periimplantite , e a infiltração

bacteriana poderá afetar a evolução do tratamento e interferir no sucesso

em longo prazo dos implantes osseointegráveis.

Para Condé et al (2006), a adaptação da base da restauração ou

prótese à base do pilar e deste ao implante deve limi tar-se a valores em

micrometros que não provoquem inflamação periodontal além de tensões de

desadaptação. A colonização bacteriana na microfenda que surge após a

dissolução do cimento de união, poderá ser o fator desencadeador do

processo. O excesso de cimento poderá levar a desajustes oclusais

comprometedores da funcionabilidade da prótese, exigindo, muitas vezes, a

sua repetição.

Segundo Ferreira (2006) doença periimplantar, mucosite periimplantar e

periimplantite podem ser definidos da seguinte maneira:

Page 64: Monografia Final - Rachel Fernandes

64

- Doença periimplantar: termo coletivo utilizado para definir processos

inflamatórios que acometem os tecidos circundantes aos implantes;

- Mucosite periimplantar: processo inflamatório reversível nos tecidos

moles circundantes;

- Periimplantite: processo inflamatório caracterizado por perda óssea

adicional no osso de suporte periimplantar.

As periimplantites podem ser resumidas em ulceração do epitélio sulcular,

infiltrado de leucócitos, hiperemia vascular, perda de fibras colágenas, migração apical

do epitélio juncional e atividade osteoclástica. Além disso, as infecções periimplantares

podem ser definidas como alterações patológicas normalmente oriundas nos tecidos

moles ao redor dos implantes, podendo ser desde uma mucosite ocasionada pela

resposta do hospedeiro à atuação bacteriana, até uma lesão mais avançada

(periimplantite), quando o implante previamente osseointegrado perde parte da

osseointegração. (FERREIRA, 2006)

Para minimizar o risco de periimplantite, a indicação de pilares pré-fabricados

preparáveis ou “falsos coppings”, que mantêm a sua uniformidade do sulco gengival,

facilitará a higienização do paciente e a remoção do excesso de cimento, a qual não

deverá causar dano ao pilar, pois poderá criar superfícies ásperas. (CONDÉ, 2006).

Podem haver dois tipos de complicações em implantes: complicações

biológicas e complicações técnicas (mecânicas). Complicações biológicas são distúrbios

na função dos implantes, caracterizadas por um processo biológico que afeta os tecidos

circundantes. A perda do implante pode ser classificada como uma complicação

biológica e é distinguida como inicial e tardia. Dentro das complicações biológicas

também estão as reações inflamatórias dos tecidos mole e duro periimplantares. Já as

complicações técnicas são originadas por danos mecânicos nos componentes do

implante ou da prótese em uso. As complicações biológicas podem ser regularmente

ligadas à presença de infecção dos tecidos circunjacentes, sendo que o papel dos

microorganismos no desenvolvimento de tais infecções, apesar de ainda não bem

esclarecido, deve ser muito bem avaliado, pois é um fator etiológico primordial no

desenvolvimento da doença periodontal e, desta forma, a composição da microbiota na

região periimplantar pode também levar ao desenvolvimento da inflamação ao redor dos

implantes. (FERREIRA, 2006)

Page 65: Monografia Final - Rachel Fernandes

65

Havendo um grande acúmulo de placa por um período prolongado de tempo,

suficiente para causar inflamação, as lesões podem progredir através dos tecidos

periimplantares de suporte de maneira similar à que acontece nos dentes (FERREIRA,

2006).

Para Foss (2005), a saúde periodontal é essencial para todos os

tratamentos dentários. Os pacientes adultos devem receber uma orientação

especial da importância da higiene oral e do tratamento periodontal,

visando à manutenção dos tecidos periodontais saudáveis. Isto porque,

segundo Ferreira (2006), as lesões inflamatórias periimplantares se iniciam como

resultado do acúmulo de placa, sendo que o maior responsável pela falha dos implantes

está intimamente associado ao desequilíbrio entre hospedeiro e microflora.

Dias et al (2006) citam que a microbiota na dentição natural vizinha

aos implantes parece ter um papel fundamental na colonização do sulco

periimplantar, o que ressalta a importância da saúde periodontal n a

dentição natural antes e após a instalação de implantes osseointegráveis.

Foss (2005) destaca que o tratamento em pacientes adultos com

problemas periodontais é considerado de alto risco, mas que pode ser

realizado caso o paciente seja submetido ao acompanhamento clínico e

radiográfico com um periodontista regularmente.

Page 66: Monografia Final - Rachel Fernandes

66

DISCUSSÃO

Opção de primeira escolha em reabilitação oral, os implantes foram

responsáveis por mudanças e evoluções conceituais no planejamento de

casos com envolvimento pério-prótese ao oferecer viabilidade de pilares

protéticos de excelente qualidade, em que casos mucossuportados eram, na

maioria das vezes, a única opção. Da mesma forma, em casos unitários, os

implantes são responsáveis por tratamentos mais conservadores,

especialmente por preservarem e protegerem dentes adjacentes.

As próteses fixas sobre implantes podem ser parafusadas ou cimentadas. Para

Rocha et al (2012) os critérios a serem observados nessa escolha estão diretamente

ligados ao tipo de pilar a ser utilizado, o caso clínico em questão ou a preferência

pessoal do cirurgião-dentista.

Complementando, sabe-se que próteses parafusadas geralmente são construídas

sobre pilares ou minipilares cônicos, retos ou angulados. Elas podem, ainda, ser

construídas diretamente sobre o UCLA, ou pilar cerâmico personalizado (Procera), e

parafusadas diretamente sobre os implantes. (ROCHA et al, 2012)

Corroborando com autores como Misch (2006) e Thilander et al (2006),

percebe-se um diferencial das próteses cimentadas em relação às parafusadas. Na visão

dos dois autores, a prótese parafusada apresenta como vantagens principais o fato de ser

de fácil remoção; ter recuperabilidade permitindo a manutenção necessária se ocorrer

afrouxamento do parafuso de fixação; é particularmente desejada em próteses múltiplas,

de arcada total ou em cantilever; os sistemas retidos por parafuso funcionam muito bem

em pacientes com espaço interoclusal limitado; não requerem remoção de cimento do

espaço subgengival. Por outro lado, no caso das próteses parafusadas, estas são

mantidas estáveis e os componentes protéticos mantêm a integridade, desde que ocorra

o assentamento passivo. Assim, as cimentadas não são preferíveis às próteses

aparafusadas nas situações em que o uso da prótese parafusada mostrar-se necessário,

como no caso de relação coroa/implante desfavorável e espaço interoclusal insuficiente.

Page 67: Monografia Final - Rachel Fernandes

67

Para a confecção de prótese cimentada, utilizam-se componentes parafusados

nos implantes que podem ser pré-fabricados, preparáveis, fundidos ou sobrefundidos no

formato semelhante ao dos preparos em dentes naturais. (ROCHA et al, 2012)

Todavia, Guichet (2008) acredita que a maioria dos pacientes prefere uma

restauração do tipo cimentada por apresentar-se semelhante ao dente natural, sem o

orifício para o parafuso oclusal, mas criticam a mesma por não permitir a manutenção

para o reaperto das conexões sem que haja a fratura da coroa no momento da sua

remoção, apresentando dificuldade de recuperação após a cimentação, dificuldade de

remoção para higienização.

Os sistemas de abutments para próteses parafusadas são os mais

utilizados, especialmente porque estes têm a grande vantagem de permitir,

ao final do processo, a reversibilidade sobre as próteses cimentadas,

apresentando ainda uma série de características que favorecem a

manutenção a longo prazo.

Todavia, a literatura é conflitante quanto à superioridade de um

sistema de ancoragem ao outro, isto é, da cimentada ou da parafusada, em

relação à obtenção em um assentamento passivo.

Desse modo, parte-se do princípio de que a seleção do melhor sistema deve-se

basear em preferências pessoais e avaliando cada caso clínico em particular, porém

ambas as possibilidades possuem vantagens e desvantagens, em diferentes aspectos, e o

tipo de prótese deve ser selecionado individualmente, para cada paciente. (NÓBREGA,

2010)

Telles e Coelho (2006) e Rocha et al (2012), mesmo tendo seus estudos

separados por uma lacuna de tempo de 06 anos não apresentam discrepâncias quanto às

indicações e contraindicações de cada pilar. Em seus estudos, a evolução desses

componentes segue ainda a mesma linha: pilares de altura reduzida, com diferentes

angulações e várias alturas de cinta, o que leva à busca de corrigir erros cirúrgicos da

instalação dos implantes.

Na visão de Tavarez (2003), o pré carregamento pode ser perdido em razão das

cargas funcionais axiais ou não, capazes de provocar a redução da fricção entre as

roscas do parafuso de fixação e o implante. Além disso, embora uma força de atrito

grande entre a união das roscas do parafuso evite seu afrouxamento, cargas aplicadas

Page 68: Monografia Final - Rachel Fernandes

68

externamente reduzem essa fricção por compressão da cabeça do parafuso contra a base

do pilar, fazendo com que a união das roscas perca sua tensão e o parafuso se afrouxe.

Do mesmo modo, cargas funcionais oclusais axiais e não axiais advindas da mastigação

atuam sobre as restaurações podendo provocar micromovimentos dos pilares, e

induzindo a perda da pré-carga.

O sucesso em longo prazo dos implantes osseointegrados depende da

integração entre os componentes do sistema de implante e os tecidos orais, e uma perda

óssea ao redor dos implantes é esperada no primeiro ano de função. (DIAS, 2006)

Penarrocha et al (2008) defenderam a idéia de que as indicações das

próteses parafusadas incluem reconstruções extensas e de arco total são

tratadas de melhor forma com retenção por parafusos; coroas unitárias em

que o implante tem seu longo eixo muito para palatal na região anterior;

tratamentos em reabilitações totais e de grande extensão, para casos com

distância interoclusal limitada e casos com implantes mal posicionados e

muito palatinizados .

Além disso, concordando com Barbosa e Fedumenti (2009),

vantagens são mencionadas em cada um dos sistemas; nas próteses

parafusadas ocorre a reutilização da prótese, enquanto que na prótese

cimentada, a estética e a oclusão são mencionadas como as principais

vantagens, além de uma menor geração de tensão.

Ainda de acordo com Barbosa e Fedumenti (2009), com o aumento

do uso dos sistemas de implantes com retenção por parafusamento, a

cimentação não tem sido rotineiramente usada nas próteses. Contudo, na

realidade, a decisão de qual tipo de prótese será utilizada pelo profissional

deve ser tomada com base em um plano de tratamento criterioso, que

englobe experiência e capacidade do profissional, bem como as

necessidades físicas e psicológicas do paciente.

Com relação ao critério funcional, foi destacado por Condé et al

(2006) que é discutível se a presença do orifício de acesso ao parafuso de

fixação da prótese pode diminuir a área mastigatória efetiva na prótese

parafusada. Recomendam que seja feita a centralização do orifício de

acesso, evitando a desconfiguração da anatomia oclusal. Todavia, Tavarez

Page 69: Monografia Final - Rachel Fernandes

69

et al (2003), citam que a presença do orifício de acesso na face oclusal

pode comprometer a integridade da porcelana e levar a fraturas. Esse

orifício pode representar até 55% da área oclusal de um pré -molar podendo

levar a contatos oclusais deficientes.

Na visão de Tavarez (2003), a ocorrência de desadaptação entre os

hexágonos pode levar a discrepâncias verticais, e consequentemente à

deformação do parafuso de fixação durante o aperto, afetando a rigidez da

união, a resistência à fadiga e à pré-carga, o que contribui para o

afrouxamento do parafuso. Existe uma forte correlação entre a diminuição

do torque e as cargas aplicadas.

Concordando com a afirmação de Nelson et al (2008), a falta de

adaptação passiva da prótese pode colocar os componentes sob tensão,

podendo levar à sua fratura ou micro-fratura do osso ao redor do implante e

perda óssea. Além disso, a tensão é uma das causas mais frequentes na

perda de implantes após sua conexão com a prótese.

De uma forma geral, ambos os sistemas apresentam suas vantagens

e limitações em diferentes aspectos, mas por certo a opção final ficará a

cargo do profissional, levando em consideração suas preferências, devendo

ser dele a escolha pela que melhor se adapte, em concordância com as

preferências do paciente e seu caso clínico.

Faz-se apropriado que o planejamento prévio à instalação destes

sistemas seja algo muito criterioso, devendo a escolha final estar de acordo

com as necessidades do paciente, o qual deve ser esclarecido desde o início

sobre seu plano de tratamento, e com a adaptação e técnica do profissional,

levando em conta também fatores como a necessidade de manutenção

periódica e histórico de problemas de higiene nos tecidos periimplantares.

Cada vez mais, novos implantes e componentes estão sendo

desenvolvidos para garantir melhorias na estética e na função das

restaurações, que são os grandes desafios do cirurgião -dentista reabilitador.

A manutenção é também algo de grande importância, sendo, por

vezes necessária até mesmo a troca dos intermediários. Fatores como a

Page 70: Monografia Final - Rachel Fernandes

70

fadiga natural dos componentes e a qualidade dos tecidos periimplantares

são constantes que devem ser periodicamente avaliadas.

Por fim, o planejamento integrado é fundamental para o sucesso do

tratamento restaurador em longo prazo, os conceitos oclusais para a

confecção das próteses sobre implantes devem ser aplicados de forma

simples, tendo como principal objetivo a estabilidade da oclusão,

promovendo conforto e melhora da função mastigatória.

Page 71: Monografia Final - Rachel Fernandes

71

CONCLUSÃO

Para a correta seleção do pilar, a inclinação do implante, o espaço protético, a

altura e a espessura gengival são aspectos fundamentais. Porém alguns “prós” e

“contras” das próteses aparafusadas, bem como das cimentadas, devem ser

considerados.

Tanto as próteses aparafusadas como as cimentadas apresentam vantagens,

desvantagens e limitações. Na literatura referente ao assunto, não existe um consenso

sobre a melhor escolha do método de fixação das próteses implantossuportadas.

Observou-se que quando é necessário priorizar, na região anterior, a estética, as

próteses cimentadas são as mais indicadas e também quando se busca uma maior

passividade de adaptação e melhor qualidade no aspecto oclusal. Nas cimentadas, há

pilares específicos para os casos individuais e pilares preparáveis, que podem ser

utilizados tanto para casos individuais como para casos múltiplos. Os pilares

preparáveis trazem consigo a importante vantagem de permitir reproduzir o contorno

sinuoso do tecido gengival e, consequentemente, manter a uniformidade da

profundidade do sulco gengival, resultando em maior facilidade de remoção do cimento

e realização da higienização, resultando em melhor saúde gengival. Porém, as situações

de espaço protético limitado e o posicionamento desfavorável dos implantes podem

implicar em preparos com pouca retenção, podendo comprometer o sucesso da prótese.

Quando se quer dar ênfase à saúde dos tecidos moles peri-implantares, ou

mesmo a reversibilidade da restauração, também pela impossibilidade de confecção de

prótese cimentada devido ao espaço introclusal insuficiente, a opção mais correta é usar

as próteses aparafusadas. Nas aparafusadas, o fator reversibilidade, no caso de um

possível reparo ou manutenção, provavelmente seja sua principal vantagem, fazendo

com que haja praticamente unanimidade dos autores ao indicar este tipo de prótese para

casos extensos, presença de cantilever e espaço protético limitado, uma vez que

retenção e estabilidade são bastante previsíveis graças ao parafuso de fixação.

Dessa maneira, a escolha entre parafusadas e cimentadas deve ser baseada no

conhecimento e na experiência do profissional bem como nas necessidades do paciente.

Page 72: Monografia Final - Rachel Fernandes

72

Assim, será obtido um plano de tratamento criterioso e personalizado de acordo com as

particularidades de cada caso clínico.

Page 73: Monografia Final - Rachel Fernandes

73

REFERÊNCIAS

ACHILLI A, TURA F, EUWE E. Immediate/early function with tapered

implants supporting maxillary and mandibular posterior fixed partial

dentures: preliminary results of a prospective multicenter study. J Prosthet

Dent, v.97, suppl.6, p.52-58, jun. 2007.

AGUIAR RC, SCHERER D, BATTISTI TC, GASSEN HT, SILVA AN.

Fratura de implante dentário: relato de caso clínico. Stomatos, v.13, n.24,

p.37-44, 2007.

ALMEIDA EO, FREITAS JÚNIOR AC, PELLIZZER EP. Restaurações cimentadas

versus parafusadas: parâmetros para seleção em prótese sobre implante. Innovations

Implant Journal, v.01, p.15-20, mai. 2006.

ALSAADI G, QUIRYNEN M, MICHILES K, TEUGHELS W, KOMÃREK

A, VAN STEENBERGHE D. Impact of local and systemic factors on the

incidence of failures up to abutment connection with modified surface oral

implants., J Clin Periodontol, v.35, 1 ed., p.51 -57, 2008.

ARITA, CA. Componentes Protéticos em Implantodontia – Como Escolher e Obter os

Melhores Resultados Estéticos e Biomecânicos. In: Carvalho PSP. Osseointegração -

Visão Contemporânea da Implantodontia. São Paulo: Quintessence; 2009. cap. 9, p.143-

163.

BARBOSA GF, FEDUMENTI RA, Prótese parcial fixa sobre implante,

cimentada ou parafusada? 2009. Disponível em:

<www.odontologia.com.br> Acesso em 03 ago. 2013.

BERGAMIM M, SENDYK CL, SENDYK WR, NISHIDA Y. Análise

comparativa do grau de liberdade rotacional e da integridade física das

Page 74: Monografia Final - Rachel Fernandes

74

conexões protéticas de diferentes implantes com hexágono interno. Ver

ImplantNews, v.6, n.3, p.251-258, maio/jun 2009.

BIOMATERIAIS. Classificação dos implantes na implantodontia.

Publicado em 2010. Disponível em:

http://www.biomateriais.com.br/telas/artigos/artigos.asp?id_artigo=38&id_

assunto=9 Acesso em: 03 ago. 2013.

BOECKLER AF, MORTON D, EHRING C, SETZ JM. Mechanical

Properties of Magnetic Attachments for Removable Prostheses on Teeth and

Implants. J Prosthodont, v.24, n.6, p.87-89, aug. 2008.

CALVIELLI ITP, MODAFFORE PM. Solicitação e interpretação de exames

complementares em Implantodontia - uma responsabilidade profissional.

BCI,v.9, n.33, p.66-69, jan./mar., 2006.

CARDOSO, A C. Passo-a-passo da prótese sobre implante. São Paulo: Ed.

Santos; 2008

CATÁLAGO – CONEXÃO SISTEMAS DE PRÓTESE. Março – 2013.

CHU FC, DENG FL, SIU AS, CHOW, T.W. The use of immediate implant

placement for the replacement of a periodontally involved malaligned

lateral incisor: a clinical report. Revista: J Prosthet Dent, v.98, 6ed., p.423-

428, dec. 2007.

CONDÉ FA, RIBEIRO FILHO AS, MELO M. Alguns critérios a serem

observados na confecção da prótese fixa implantossuportada parafusada e

cimentada. Revista da Faculdade de Odontologia de Anápolis. v.8, n.2,

p.57-61, jul-dez. 2006.

Page 75: Monografia Final - Rachel Fernandes

75

DIAS ECLCM, HARARI ND, CONZ MB, DA SILVA CHFP, VIDIGAL JR

GM. Infiltração bacteriana na interface implante – pilar protético:

considerações na literatura atual. Revista Brasileira de Implantodontia. Ano

12, n.1, p.12-15, janeiro-março 2006.

DRAGO C. Restaurações Implantossuportadas – Um guia passo a passo.

São Paulo: Ed. Santos; 2008

FERNANDES NETO AJ, NEVES FD, PRADO CJ. Prótese Implantada Cimentada

versus Parafusada: a importância da seleção do intermediário. Robrac, v.11, n.31, p.22-

26, 2002.

FERREIRA SD. Doença periimplantar: prevalência e associações de risco.

Dissertação (Mestrado), Belo Horizonte, MG, Universidade Federal de

Minas Gerais, 173 p., 2006.

FOSS SL. Inter-relação periodontia e ortodontia. Monografia (Especialista

em Periodontia), Associação Brasileira de Odontologia, Curitiba, 61p.,

2005.

GALLINA C, VIEGAS VN. Overdentures e próteses fixas para reabilitação

com implantes em maxila edêntula. Revista de Odontologia da

Universidade Cidade de São Paulo, v.19, n.1, p.61-67, jan.-abr., 2007.

GUALINI F, GUALINI G, COMINELLI R, LEKHOLM U. Outcome of

Branemark Novum(R) Implant Treatment in Edentulous Mandibles: A

Retrospective 5-Year Follow-Up Study. Clin Implant Dent Relat Res, V.12,

n.4, p.55-59, Sep 2008.

GUICHET DL. Passivity of fit and Marginal Opening in Screw or Cement -

retained implant Fixed partial denture designs. The lnternational Joumal of

oral & Maxillofacial lmplants, v.14, n.3, p.239-246, 2008.

Page 76: Monografia Final - Rachel Fernandes

76

JEMT T, BERGENDAL B, ARVIDSON K, BERGENDAL T, KARLSSON

LD, LINDEN B, RUNDCRANTZ T, WENDELHAG I. Int J Prosthodont,

v.15, p.544-548, 2002.

MENDES LGA, ROHENKOHL JH, MENDES MOA. Prótese sobre implantes:

cimentada versus parafusada. Unoesc & Ciência - ACBS, v.1, n.2, p.157-164, jul./dez.

2010.

MISCH, C. E. Implantes dentários contemporâneos. Ed Santos, São Paulo,

p.469-498, 2006.

MIYASHITA E, MESQUITA AMM, TEIXEIRA ML. Conceitos de Oclusão em

Prótese sobre Implantes. In: Carvalho PSP. Osseointegração - Visão Contemporânea da

Implantodontia. São Paulo: Quintessence; 2009. cap. 14, p.233-255.

MODAFFORE PM. A importância da documentação clínica na atividade

diária do profissional da saúde. Rev Odontomed, v.1, n.2, p.4-5, 2005.

MOZZATI M, MONFRIN SB, PEDRETTI G, SCHIERANO G, BASSI F.

Immediate loading of maxillary fixed prostheses retained by zygomatic and

conventional implants: 24-month preliminary data for a series of clinical

case reports. Int J Oral Maxillofac Implants, v.23 , 2ed., p.308-314, abr.

2008.

NADIN MA, MORO AL, GALI JP et al. Prótese parafusada lateralmente: a

evolução no mecanismo de retenção da prótese fixa sobre implante. Rev

Odontol de Araçatuba, v.25, n.1, p.49-52, 2006.

NELSON K, HILDEBRAND D, MEHRHOF J. Fabrication of a Fixed

Retrievable Implant-supported Prosthesis Based on Electroforming: A

Technical Report. J Prosthodont, V.12, n.2, p.25-28, Aug. 2008.

Page 77: Monografia Final - Rachel Fernandes

77

NEVES FD, FERNANDES NETO AJ, OLIVEIRA MRS, LIMA JHF. Seleçäo de

intermediários para implantes Bränemark compatíveis. Parte I: Casos de implantes

múltiplos. Rev. Bras. Cirurg. Implant. v.7, n.25, p.6-19, abr.-jun. 2000a.

NEVES FD, FERNANDES NETO AJ, OLIVEIRA MRS, LIMA JHF, GALBIATTI

MAD. Seleção de intermediários para implantes Bränemark compatíveis. Parte II:

Casos de implantes individuais. Rev. Bras. Cirurg. Implant. v.7, n.26, p.76-87, abr.-jun.

2000b.

NÓBREGA ACCC. Componentes Protéticos Para Próteses Sobre Implantes.

2010. 82p. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Prótese

Dentária) – APCD Central, São Paulo, 2010.

OLOF-PER J, NILMER K. Aspectos Biomecânicos de Prótese sobre

Implante. Rev Periodontologia Implantes Orais; Edição Brasileira; n.5,

p119-124, 2000.

PENARROCHA M, CARRILLO C, BORONAT A. Comparative study of

wide-diameter implants placed after dental extraction and implants

positioned in mature bone for molar replacement. Int J Oral Maxillofac

Implants, v.23, 3ed., p.497-501, 2008.

RANDI AP et al. Dimensional accuracy and retentive strength of a

retrievable cement-retained implant-supported prosthesis. Int J Oral

Maxillofac Implants, Lombard, v.16, n.4, p.547-556, July/Aug. 2006.

RIBEIRO RC, RIBEIRO DG, SEGALLA JCM, PINELLI LAP, SILVA RHBT.

Próteses implantossuportadas parafusadas X cimentadas: Qual a melhor escolha?.

Salusvita, v.27, n.3, p.371-382, 2008.

Page 78: Monografia Final - Rachel Fernandes

78

RIVALDO EG, WUTKE C, SILVEIRA M, FRASCA LCF, FERNANDES

EL, POCZTARUK RL. Falhas estruturais em prótese total fixa sobre

implantes: relato de caso clínico. Stomatos, v.13, n.25, p.131-138, jul./dez.,

2007.

ROCHA PV, OLIVA EA, PACE N. Componentes Protéticos Sobre Implante. In:

ROCHA PV. Todos os passos da prótese sobre implante: do planejamento ao controle

posterior. Nova Odessa, SP: Editora Napoleão, 2012. cap.05, p.153-201.

RODRIGUES AHC, ZENÓBIO EG, COSSO MG. Seleção de componentes protéticos.

In: MENDES WB, MIYASHITA E, OLIVEIRA GG. Reabilitação Oral: previsibilidade

e longevidade. Nova Odessa, SP: Editora Napoleão, 2011. cap.23, p.658-679.

SAHIN S, CEHRELI MC. The significance of passive framework fit in

implant prosthodontics: current status. Implant Dent, Baltimore, v.10, n.2,

p.85-90, 2006.

SCHNERTZLER NETO A, SOARES MFS, GOMES MGN, LIMA JHC.

Prótese sobre implantes: cimentada versus aparafusada. Instituto Brasileiro

de Implantodontia. IBI. Disponível em:

<http://www.ibi.org.br/Artigos/a68.htm> Acesso em 03 ago. 2013.

SIDDIQUI AA, O'NEAL R, NUMMIKOSKI P, PITUCH D, OCHS M,

HUBER H, CHUNG W, PHILLIPS K, WANG IC. Immediate loading of

single-tooth restorations: one-year prospective results. J Oral Implantol,

v.34, 4ed., p.208-18, 2008

SOARES MAD, LENHARO A, SANTOS AZS, OLIVEIRA AS, LUIZ NE,

ANDRÉ RA. Implante cone Morse ultra rosqueante de torque interno –

parte II: componentes cirúrgicos e protéticos. Innovations Implant Journal,

v.2, n.4, p.51-57, dez., 2007.

Page 79: Monografia Final - Rachel Fernandes

79

TAVARES JR, José. Revisão conceitual na seleção de intermediários em prótese sobre

implantes [Monografia de Especialização]. Natal: Associação Brasileira de

Odontologia; 55p., 2008

TAVAREZ, RRJ. Análise Comparativa das Interfaces de Implantes de Conexão Externa

e Interna em Restaurações Unitárias Cimentadas e Parafusadas, Antes e Após Ensaios

de Fadiga. [tese]. Bauru: Universidade de São Paulo, 237p. 2003.

TELLES D, COELHO AB. (Org.). Próteses SobreImplantes.com. Rio de Janeiro:

SobreImplantes.com, 2006. Disponível em:

<http://www.sobreimplantes.com/materialAcademico.asp#livro>. Acesso em: 6 ago.

2013.

TESTORI T, GALLI F, CAPELLI M, ZUFFETTI F, ESPOSITO M.

Immediate nonocclusal versus early loading of dental implants in partially

edentulous patients: 1-year results from a multicenter, randomized

controlled clinical trial, Int J Oral Maxillofac Implants, v.22, 5 ed., p.815 -

822, 2002.

THILANDER B, ÖDMAN J, LEKHOLM U. Orthodontic aspects of the u se

of oral implants in adolescents: a 10-yeat follow-up study. Euro J Orthod,

v.23, n.6, p.715-31, 2006

URRUTIA ZA, CARRIERA RS, SÁNCHEZ C, CRUZ LML.

Sobredentaduras. BVS, 2009. Disponível em:

<http://bvs.sld.cu/revistas/est/vol46_1_09/est10109.htm> Acesso em: 06

Ago. 2013.

YOKOYAMA CH, TOGUEDANI EE, YAMAMOTO E, SASAHARA RMC,

BURATO LF. Otimização de sobredentaduras implantossuportadas: relato

de caso clínico. Revista Brás Implantodont Prótese Implant, v.10, n.37,

p.78-82, jan./mar., 2003.