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UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS JOÃO BATISTA BRAZINHA DE OLIVEIRA AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS CORRENTES DO MUNICÍPIO DE BIGUAÇU DE 2001 À 2004 UTILIZANDO-SE DA ANÁLISE DOS ANEXOS DA LEI 4.320/64 Biguaçu 2007

MONOGRAFIA JOÃO BATISTA BRAZINHA DE OLIVEIRAsiaibib01.univali.br/pdf/Joao Batista Brazinha de... · 2008-03-20 · Torna-se necessário enfatizar ainda que o gestor deve estar ciente

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UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOÃO BATISTA BRAZINHA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS CORRENTES DO

MUNICÍPIO DE BIGUAÇU DE 2001 À 2004 UTILIZANDO-SE DA ANÁLISE DOS

ANEXOS DA LEI 4.320/64

Biguaçu 2007

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JOÃO BATISTA BRAZINHA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS CORRENTES DO

MUNICÍPIO DE BIGUAÇU DE 2001 À 2004 UTILIZANDO-SE DA ANÁLISE DOS

ANEXOS DA LEI 4.320/64

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: MSc Luiz Carlos Wisintainer

Biguaçu 2007

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JOÃO BATISTA BRAZINHA DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DAS RECEITAS CORRENTES DO MUNICÍPIO DE BIGUAÇU DE 2001 À 2004 UTILIZANDO-SE DA ANÁLISE DOS

ANEXOS DA LEI 4.320/64

Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.

Biguaçu, 05 de dezembro de 2007.

Professores que compuseram a banca:

Profº MSc Luiz Carlos Wisintainer

Profª Marialene Pereira

Profº Juarez Domingues Carneiro

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Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um chama-se ONTEM e o outro AMANHÃ. Portanto, HOJE é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. (Dalai Lama)

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus, pai e amigo, que foi nos momentos de

fraqueza, fé nos momentos de incerteza e me mostrou um novo horizonte.

A meus amados pais, pela boa educação, esforço, compreensão e hoje

orgulho.

A minha noiva que passou tantas horas a meu lado, ouvindo-me e

incentivando-me não medindo esforços para que mais esta etapa fosse vencida.

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RESUMO

Esta monografia tem como tema a evolução das receitas correntes do município de Biguaçu no período compreendido entre 2001 e 2004, cujo objetivo é o de avaliar a variação das receitas correntes do município de Biguaçu durante o período. Para tanto, desenvolveu-se um estudo de cunho bibliográfico, documental e investigativo. Os dados coletados foram registrados e minuciosamente analisados e avaliados a partir de tabelas, quadros e leituras complementares. Tais análises apontam para uma crescente arrecadação, principalmente, do imposto de circulação de mercadorias e serviços. Esta arrecadação, por sua vez, tem como principal causa a queda do regime especial deste imposto de uma grande empresa situada no município. Além disso, outro fator importante para a evolução da arrecadação municipal diz respeito ao aumento da receita de contribuição, gerando uma grande variação progressiva na transferência de receitas para o município de Biguaçu. Outro aumento considerável na receita ocorreu com a receita de contribuição, devido a constituição do fundo de previdência municipal em dezembro de 2001.

Palavras-chave: Receita. Evolução. Avaliação.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO RECEITA ORÇAMENTÁRIA. ............................................................. 21 QUADRO 2 - CLASSIFICAÇÃO RECEITA ORÇAMENTÁRIA. ........................................................... 22 QUADRO 3 - CÓDIGO ORÇAMENTÁRIO - DESPESA I. .................................................................... 28 QUADRO 4 - CÓDIGO ORÇAMENTÁRIO - DESPESA II .................................................................... 28 QUADRO 5 - RESUMO APLICAÇÕES E ORIGENS........................................................................... 31 QUADRO 6: BALANÇO ORÇAMENTÁRIO .......................................................................................... 32 QUADRO 7: BALANÇO FINANCEIRO ................................................................................................. 34 QUADRO 8: BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................... 35 QUADRO 9: DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS.................................................. 38 QUADRO 10: FÓRMULA A.H. .............................................................................................................. 39 QUADRO 11: ESTRUTURA.................................................................................................................. 41 QUADRO 12: ESTRUTURA.................................................................................................................. 42 QUADRO 13: RENTABILIDADE ........................................................................................................... 43 QUADRO 14: DIAGRAMA DE ÍNDICES ............................................................................................... 44 QUADRO 15: FÓRMULA RECEITA...................................................................................................... 45 QUADRO 16: EQUILÍBRIO ................................................................................................................... 45 QUADRO 17: CRÉDITOS ADICIONAIS ............................................................................................... 46 QUADRO 18: DESPESA....................................................................................................................... 46 QUADRO 19: RESULTADO.................................................................................................................. 46 QUADRO 20: RESULTADO FINANCEIRO........................................................................................... 46 QUADRO 21: RESULTADO FINANCEIRO REAL ................................................................................ 47 QUADRO 22: CORRENTE.................................................................................................................... 47 QUADRO 23: CAPITAL ......................................................................................................................... 47 QUADRO 24: EXTRA-ORÇAMENTÁRIA.............................................................................................. 47 QUADRO 25: SALDOS FINANCEIROS................................................................................................ 47 QUADRO 26: SALDOS FINANCEIROS................................................................................................ 48 QUADRO 27: SITUAÇÃO FINANCEIRA............................................................................................... 48 QUADRO 28: PERMANENTE............................................................................................................... 48 QUADRO 29: ENDIVIDAMENTO I........................................................................................................ 49 QUADRO 30: ENDIVIDAMENTO II ....................................................................................................... 49 QUADRO 31: RECEITA LÍQUIDA......................................................................................................... 49 QUADRO 32: DISPÊNDIO DA DÍVIDA ................................................................................................. 49 QUADRO 33: RESULTADO PATRIMONIAL ........................................................................................ 50 QUADRO 34: MUTAÇÃO PATRIMONIAL PASSIVA............................................................................ 50 QUADRO 35: MUTAÇÃO PATRIMONIAL ATIVA................................................................................. 50 QUADRO 36: MUTAÇÕES PATRIMONIAIS......................................................................................... 51 QUADRO 37: INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA .................................................. 51 QUADRO 38: VARIAÇÕES DO PERMANENTE .................................................................................. 51 QUADRO 39: EXECUÇÃO PATRIMONIAL .......................................................................................... 51 QUADRO 40: VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ........................................................................................ 52 QUADRO 41: POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO ....................................................................................... 61

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS........................................................ 57 TABELA 2: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS ........................................................ 57 TABELA 3: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS ........................................................ 58 TABELA 4: CONTRIBUINTES PREFEITURA MUNICIPAL DE BIGUAÇU .......................................... 61 TABELA 5: CONTRIBUINTES ICMS .................................................................................................... 61 TABELA 6: ARRECADAÇÃO SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL................................................ 61

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 10

1.1 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 11

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................. 12

1.3 OBJETIVOS............................................................................................ 12

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................... 12

1.3.2 Objetivos Específicos........................................................................ 12

1.4 SUPOSIÇÕES ........................................................................................ 13

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................... 13

2 RECEITA PÚBLICA .............................................................................. 15

2.1 CONCEITO ............................................................................................. 15

2.2 FONTES DE RECURSOS ...................................................................... 17

2.3 DESTINAÇÃO DE RECURSOS ............................................................. 23

3 DESPESA PÚBLICA............................................................................. 24

3.1 CONCEITO ............................................................................................. 24

3.2 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................... 25

4 PATRIMÔNIO PÚBLICO....................................................................... 30

4.1 CONCEITO ............................................................................................. 30

5 INDICADORES...................................................................................... 39

5.1 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL................................................... 39

5.2 INDICADORES ECONÔMICOS ............................................................. 40

5.3 DIAGRAMAS DE ÍNDICES ..................................................................... 43

5.4 INDICADORES PÚBLICOS .................................................................... 45

6 METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................................... 53

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA........................................................53

6.2 ESTUDO DE CASO............................................................................... 54

6.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ...................................................... 54

6.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................... 55

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7 ESTUDO DE CASO .............................................................................. 56

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 63

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 65

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1 INTRODUÇÃO

A administração pública na esfera federal, estadual ou municipal possui

gastos com educação, saúde, segurança. Contudo, geralmente, a maior parte das

despesas de uma entidade pública se restringe com a folha de pagamento do

funcionalismo, deixando o restante para os gastos na área social.

Nesta perspectiva, muitas vezes, o gestor público não observa que na maioria

das cidades dentro de regiões metropolitanas existe uma evolução na população

não apenas pelo índice de natalidade, mas principalmente, devido à imigração de

pessoas à procura de melhores condições de vida. Conseqüentemente, este

acréscimo populacional obriga a administração pública a ter mais estrutura nas

diversas funções (educação, saúde, segurança). Por outro lado, existe o aumento de

toda uma estrutura econômica resultando no acréscimo de tributos arrecadados, que

ainda são insuficientes para financiar os investimentos na área social, fazendo com

que outros setores da sociedade como as entidades sem fins lucrativos e empresas

privadas contribuíam cada vez mais.

A entidade pública, como uma empresa, precisa auferir recursos para cobrir

seus gastos. Assim, a receita pública constitui-se na principal fonte para que a sua

administração possa fazer frente a suas despesas. Diferentemente da entidade

privada em que a fonte de receita é mais restrita, na entidade pública existe uma

ampliação, além da receita principal que pode ser a tributária, o estado poderá

também participar de atividades econômicas seja individualmente ou em parceira

com a iniciativa privada.

Ainda como fonte de recursos, conforme consta na constituição federal, o

governo federal deverá repassar aos governos estaduais e municipais um percentual

da arrecadação do Imposto de Renda (IR), Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI) e o Imposto Territorial Rural (ITR), este último, é repassado somente aos

municípios. O chamado Fundo de Participação dos Estados (FPE) e o Fundo de

Participação dos Municípios (FPM). O governo estadual também repassa aos

municípios um percentual da arrecadação com o Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS) com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos

Automotores (IPVA).

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Torna-se necessário enfatizar ainda que o gestor deve estar ciente da

principal finalidade da administração pública que é a prestação de serviço para a

coletividade, criar possibilidades de suprir todas as necessidades da população, ou

seja, diferenciar administração pública de governo já que este último refere-se às

pessoas que comandaram a administração pública.

1.1 JUSTIFICATIVA

Geralmente as demonstrações financeiras de uma entidade variam de um

período para outro, devido às operações da entidade. A análise destas

demonstrações possibilita o fornecimento de informações que irão auxiliar o gestor

nas tomadas de decisões.

As administrações públicas não fogem a essa regra, afinal existem

demonstrações financeiras geradas pela contabilidade. Essas demonstrações

financeiras (balanço orçamentário, balanço financeiro, balanço patrimonial e a

demonstração das variações patrimoniais) são elaboradas anualmente e possuem

dados referentes às operações acontecidas durante o período de um exercício

financeiro. Então carecem de uma análise os dados constantes dessas

demonstrações financeiras do município de Biguaçu, mais precisamente, a evolução

das receitas correntes arrecadadas nos anos de 2001, 2002, 2003 e 2004.

Outro fato importante a ser salientado é que uma análise vai ao encontro do

preconizado pelo artigo 37, caput, da Constituição Federal, o qual prescreve os

princípios da Administração Pública, mais efetivamente verificado o principio da

publicidade, bem como a própria lei de Responsabilidade Fiscal que dispõe sobre o

principio da transparência como um dos pilares do próprio regramento de

responsabilidade fiscal.

O município de Biguaçu a partir de 2001 evoluiu consideravelmente nas

transferências correntes resultantes do repasse do ICMS, tornando-se o terceiro

município, da Granfpolis, em arrecadação de ICMS, só perdendo para Florianópolis

e São José. Observando as receitas correntes do município também se notou uma

evolução significativa nas mesmas.

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1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

• Qual a variação das receitas correntes do município de Biguaçu no

período de 2001 à 2004?

• O que motivou essas variações no período de 2001 à 2004?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar a variação das receitas correntes do município de Biguaçu dos anos

de 2001 até 2004.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Coletar dados da receita corrente do município de Biguaçu de 2001 até

2004.

• Identificar os indicadores (índices), para determinar a evolução da

receitas correntes.

• Elaborar quadros comparativos para se verificar as variações

existentes.

• Determinar os motivos das variações, caso existam.

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1.4 SUPOSIÇÕES

Ao analisar as receitas correntes do município de Biguaçu de 2001 a 2004,

verifica-se que ocorreram variações, mas somente o demonstrativo das receitas

correntes não se considera suficiente para determinar as possíveis causas das

mesmas. É necessária a utilização de tabelas auxiliares como as do número de

contribuintes do município do respectivo período, o total arrecadado pelo governo

federal e estadual, bem como os valores que foram inscritos em divida ativa

referentes ao período acima citado.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O estudo aqui sistematizado direcionado à temática a evolução das receitas

correntes do município de Biguaçu de 2001 a 2004. Sendo este composto por oito

capítulos, de acordo com descrito a seguir:

No primeiro capítulo será abordada a introdução, da qual se tem a

justificativa, a problematização, objetivos gerais e específicos, as suposições e a

estrutura do trabalho.

No segundo capitulo aborda-se a receita pública com seu conceito, as fontes

e a destinação de recursos. No terceiro capítulo refere-se à despesa pública, seu

conceito e classificação. O quarto capítulo aborda o patrimônio público, seu conceito,

aspectos e composição.

O quinto capítulo demonstra os indicadores, da qual se tem análise horizontal

e vertical, diagramas econômicos, diagramas de índices e por fim os indicadores

públicos.

O sexto capítulo refere-se à metodologia cientifica utilizada neste trabalho, a

partir da caracterização da pesquisa e da empresa, procedimentos metodológicos.

Já no sétimo capítulo aborda-se o estudo de caso que consiste na parte prática

deste trabalho, onde a partir dos dados coletados, elaborou-se tabelas e quadros

para análise da evolução das receitas correntes do município de Biguaçu.

E por fim o oitavo capítulo consiste nas considerações finais, onde se

identificam a avaliação dos objetivos propostos, bem como as limitações

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encontradas na elaboração deste trabalho.

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2 RECEITA PÚBLICA

Em qualquer entidade existe a necessidade de auferir receitas, independente

de qual que seja seu objetivo. Essas, por sua vez, devem ser aplicadas nas

finalidades das organizações e que nas entidades públicas são prestações de

serviços para a coletividade tais como segurança, saúde, educação.

2.1 CONCEITO

No âmbito das receitas, pode-se dizer que receita pública é toda entrada de

numerários ou bens ao ente público. Nesta perspectiva corroboram Piscitelli; Timbó

e Rosa (1999, p. 116) afirmando que “Receita pública, em sentido amplo,

caracteriza-se como um ingresso de recursos ao patrimônio público, mais

especificamente como uma entrada de recursos financeiros que se reflete no

aumento das disponibilidades”. Completando esta afirmação recorre-se a Silva (1991

p. 43).

O conjunto destes recursos constitui-se a denominada receita pública e com ela o Estado vai enfrentar todos os encargos com a manutenção da sua organização, com o custeio de seus serviços, com a segurança de sua soberania, com as iniciativas de fomento e desenvolvimento econômico e social e com seu próprio patrimônio.

Assim, a receita pública visa fazer frente às despesas do Estado, definindo

assim os objetivos da mesma, ou seja, prestar serviços para a coletividade nas suas

diversas funções (segurança, educação, saúde). Quanto ao poder de tributar

compete a união, estado e município a arrecadação das receitas.

Segundo Silva (2002, p. 103) “a receita da administração pública pode ser

classificada nos seguintes aspectos: quanto à natureza; quanto a coercitividade;

quanto a afetação patrimonial; quanto à regularidade”.

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Quanto à natureza, a receita divide-se em receita orçamentária que é toda

receita que consta no orçamento pública que venha a ser uma previsão do que se

pretende arrecadar e gastar por um determinado período.O orçamento é elaborado

pelo executivo e apreciado pelo legislativo que deverá aprová-lo. Enquanto a receita

extra-orçamentária não consta no orçamento, neste caso são entradas de recursos

de terceiros na qual representam obrigações, mas pelo simples fato da posse pela

administração pública representam uma receita momentânea, como é o caso dos

restos a pagar que são despesas empenhadas e não pagas até trinta e um (31) de

dezembro, considera-se receita no momento da inscrição, ou seja, o postergamento

do pagamento. No caso do serviço da dívida a pagar que são despesas vinculadas a

empréstimos e financiamentos tanto de curto como de longo prazo, ou seja, são os

juros, encargos, amortização não pagos até o dia trinta e um (31) de dezembro e

como nos restos a pagar será considerada receita na inscrição, que é a postergação

do pagamento. As consignações caracterizam-se pelas retenções em folha de

pagamento, sendo a receita considerada no momento da retenção. Os débitos de

tesouraria são empréstimos de curto prazo em instituições financeiras e considera-

se a receita no momento de contrair os mesmos. As cauções são garantias de obras

públicas, na qual as empresas depositam determinado valor referente a um contrato

para garantir o final da obra, sendo o valor depositado devolvido após o termino da

mesma, estes depósitos são considerados receita, caso a empresa descumpra algo

previsto o depósito não será mais devolvido e será tratado como uma receita

orçamentária.

Devido à diversificação de atividade econômica do estado à origem de suas

receitas podem ser originárias ou de economia privada que provém do patrimônio do

Estado, ou seja, dos bens pertencentes ao estado. É o caso de rendimentos de

aplicação financeira, aluguéis e tarifas. Na receita derivada pode-se perceber o

poder do estado em tributar os rendimentos ou o patrimônio da coletividade. É o

caso das receitas tributarias e das transferências.

Quanto à afetação patrimonial existe a receita efetiva que aumenta o

patrimônio publico, enquadrando os tributos, transferências, receitas de alugueis.

Enquanto as receitas por mutação patrimonial não alteram o patrimônio público, pois

somente representam fatos permutativos. É o caso das receitas de capital.

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Outro aspecto a ressaltar é a regularidade que pode ser ordinária que possui

característica contínua, onde os ingressos são permanentes, são os casos das

receitas de impostos e taxas. Já nas extraordinárias ocorre o inverso das ordinárias,

onde o ingresso é eventual, é o caso guerra na qual é instituído imposto para seu

custeio, doação entre outros.

As receitas são dividas em receitas correntes e receitas de capital, nas quais

as receitas correntes resultam de toda entrada de numerários aos cofres públicos,

constituindo assim na principal fonte de recurso para que a administração pública

seja na esfera federal, estadual ou municipal, possa fazer frente as suas despesas

correntes. Já as receitas de capital provém de recursos derivados da constituição

obrigações para com terceiros, como os empréstimos e financiamentos, da troca de

bens por numerários, neste caso a alienação de bens, recebimentos de empréstimos

concedidos a outros entes, recursos recebidos por meio de transferências de capital

e o resultado obtido a partir do superávit do orçamento corrente.(Lei 4.320/64 artigo

11 § 2º).

2.2 FONTES DE RECURSOS

A receita tributária resulta da cobrança de tributos. A Constituição Federal

dispõe nos artigos 145 a 162 sobre a tributação de um aspecto superficial, o qual

veio a ser complementado pelo Código Tributário Nacional que procura ampliar,

aprofundar, definir o que a lei maior não pode regulamentar. Tal afirmação é

evidenciada recorrendo-se ao artigo 3º do Código Tributário Nacional, o qual define

como tributo “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela

se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada

mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Assim, o tributo é

obrigatório, não constituindo de penalidade aplicada ao contribuinte e na qual o

estado tem a obrigação de cobrar o tributo.

Ainda em relação à definição de tributo a Lei 4.320/64 que regulamenta o

orçamento em entidades públicas, define tributo da seguinte forma:

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Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. (LEI 4.320/64, Art.9º).

Conseqüentemente, observa-se que para que haja a cobrança do tributo tem

que está em lei. Consta ainda no artigo 16 do Código Tributário Nacional “Imposto é

o tributo cuja obrigação tem fato gerador uma situação independente de qualquer

atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte”. Já no artigo 77 do referido

código visualiza-se,

#U� VCZCU�EQDTCFCU�RGNC�7PKºQ�� RGNQU�'UVCFQU��RGNQ�&KUVTKVQ�(GFGTCN�QW�RGNQU�/WPKEÈRKQU��PQ�¸ODKVQ�FG�UWCU�TGURGEVKXCU�CVTKDWKÁÐGU��VÄO�EQOQ� HCVQ� IGTCFQT� Q� GZGTEÈEKQ� FQ� RQFGT� FG� RQNÈEKC�� QW� C� WVKNK\CÁºQ��GHGVKXC� QW� RQVGPEKCN�� FG� UGTXKÁQ� RÕDNKEQ� GURGEKHKEQ� G� FKXKUÈXGN��RTGUVCFQ� CQ� EQPVTKDWKPVG� QW� RQUQ� ´� UWC� FKURQUKÁºQ�� %¦&+)1�64+$76�4+1�0#%+10#.��������CTV�������

O artigo 81 define a cobrança de uma taxa ao contribuinte devido à

valorização que a obra pública proporcionará ao seu imóvel.

A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total à despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.(CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, 1966, art. 77).

Como outras fontes de receitas têm-se as receitas de contribuições que são

resultantes da arrecadação de contribuições sociais e econômicas, na qual serão

aplicados em programas sociais e para a coletividade. Existem ainda as receitas

patrimoniais, agropecuárias, industriais e serviços que resultam da participação do

Estado nas atividades econômicas descritas anteriormente. Cabe ressaltar que esta

participação pode ser em conjunto com empresas de direito privado, constituindo

assim as chamadas sociedades de economia mista.

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As transferências correntes resultam de repasses de outros entes públicos ou

privados e que são aplicados em despesas correntes, ou seja, despesas com a

manutenção da administração pública. Conforme consta na Constituição Federal e

complementado pelo Código Tributário Nacional, a União deverá repassar recursos

para o governo Estadual e Municipal. O Fundo de Participação dos Estados (FPE),

que significa 21,5% do que é arrecadado com o produto do Imposto de Renda (IR) e

do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e o Fundo de Participação dos

Municípios (FPM), na qual a União repassa aos municípios 22,50% do que é

arrecadado com os mesmos impostos do FPE, são exemplos de transferências

correntes. Existe, também, 50% do valor arrecadado com o Imposto Territorial Rural

(ITR) que é arrecadado pelo governo federal e repassado ao município onde esteja

localizado o imóvel.

A Constituição Federal (1988) também determina que o governo estadual

repasse aos municípios 25% dos recursos oriundo de Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS), no qual um quarto do valor arrecadado é dividido

igualmente entre os municípios e três quartos é proporcional à participação do

município na arrecadação do ICMS. Assim, para cada R$ 1,00 arrecadado, R$ 0,25

será repassado aos municípios, onde desses R$ 0,06 será dividido entre todos os

municípios e R$ 0,19 será dividido proporcional à arrecadação de cada município.

Também são repassados 50% do valor que é arrecadado com o Imposto sobre a

Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que fica no município onde está

licenciado o veículo.

Vale lembrar ainda que no que diz respeito às outras receitas correntes,

resultam do recebimento da dívida ativa que é quando o contribuinte deixa de

recolher aos cofres públicos no prazo estabelecido a quantia que é devida ao ente

público, após um determinado período o ente público inscreve em dívida ativa, multa

e juros e outras receitas sem classificação específica.

As receitas de capital estão relacionadas aos bens e operação de capital,

fatos permutativos, por existir a troca do bem pelo dinheiro ou recebimento de um

empréstimo concedido, bem como empréstimo de longo prazo tomados. Conforme

consta no artigo 11 da lei 4.320/64 § 2:

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�São as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

As operações de créditos são receitas que provêm de empréstimos e

financiamentos de longo prazo, que podem ser nacionais (internas) ou internacionais

(externas), como é o caso dos financiamentos junto Banco Nacional de

Desenvolvimento Social (BNDES) referentes aos financiamentos internos e ao

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) referentes aos financiamentos

externos. As alienações de bens que são conversões dos bens por dinheiro,

gerando o empobrecimento do patrimônio público, como a venda de um imóvel.

Amortizações de empréstimos são os recebimentos de empréstimos concedidos a

outras entidades públicas, como o empréstimo feito anteriormente a uma prefeitura e

ocorrendo a amortização no momento do recebimento. A Transferências de capital

são repasses financeiros de entes públicos e privados aplicados em despesas de

capital, como os convênios que são transferências recebidas de outros entes para

que sejam utilizados na construção de pontes, pavimentação de estradas. As outras

receitas de capital são para atender as receitas de capital não especificada

anteriormente.

De acordo com Kohama (2001) a receita pública precisa seguir todo um

processo que se denomina estágio, onde se contemplam os seguintes passos:

• Previsão (estimativa): é o momento na qual o Estado estima o quanto irá

arrecadar, faz-se um levantamento por fontes específicas, ou seja, fica

evidenciado o quanto pretende arrecadar durante o exercício financeiro. Nesta

etapa é necessário fazer uma estimativa utilizando uma metodologia indicando

como se chegou à previsão, conforme determina a lei de responsabilidade fiscal.

• Lançamento: neste momento ocorre a identificação do contribuinte e discriminada

a espécie, o valor e a data de cada um dos componentes da receita. Têm-se

como modalidades de lançamento à declaração que é feito pelo ente público e

pelo contribuinte que fornece informações, é o caso do IR (imposto de renda). No

oficio somente é feito pelo ente público, é o caso do ITR (Imposto sobre

Propriedade Territorial Rural). E na homologação é feito somente pelo

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contribuinte e posteriormente o ente público verifica, sendo o caso do IPI

(Imposto sobre Produtos Industrializados);

• Arrecadação: momento na qual o contribuinte paga a sua dívida para com o

Estado aos agentes arrecadadores;

• Recolhimento: é o momento em que os agentes arrecadadores repassam ao

Estado os valores arrecadados.

As estruturas da receita orçamentária são unificadas, ou seja, utiliza-se para

cada ente um código específico da Lei, visando à consolidação das contas públicas.

Segundo Angélico (1992, p.52):

a receita orçamentária é classificada em categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. Cada categoria desdobra-se em fontes de receitas e estas em subfontes. Por final, os desdobramentos mais analíticos das subfontes denominam-se rubrica e subrubrica.

Para elucidar tal afirmação recorre-se ao quadro abaixo:

TERMINOLOGIA NOMENCLATURA Categoria Econômica RECEITAS CORRENTE Fonte RECEITA TRIBUTÁRIA Sub-fonte Impostos Rubrica Imposto sobre a Produção e a

Circulação Sub-rubrica Imposto sobre Produtos

Industrializados QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO RECEITA ORÇAMENTÁRIA. Fonte: Angélico (1992, p. 52).

Contabilmente para as receitas utiliza-se o regime de caixa, ou seja, o seu

reconhecimento ocorre no momento de sua entrada aos cofres públicos e/ou

recebimento do bem pelo ente público.

A portaria interministerial STN/SOF nº 338 (apud RECEITAS PÚBLICAS -

MANUAL DE PROCEDIMENTOS, 2007, p. 24), institui em relação à lei 4.320/64 a

inclusão nas categorias econômicas das receitas intra-orçamentárias correntes e de

capital. A primeira, resultante da dependência das receitas correntes de um ente

público, seja fundação, autarquia, fundo, órgão, empresas estatais dependentes de

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outro ente que integra o orçamento da mesma esfera do governo. Em outras

palavras, seria a compra, por parte do Estado de Santa Catarina, de jornais da

Imprensa Oficial do Estado de Santa Catarina (IOESC), que é uma empresa estatal.

Assim, para o estado será uma despesa e para a IOESC será uma receita.

Já a receita intra-orçamentária de capital sendo a mesma definição das

receitas intra-orçamentária corrente, neste caso só alterando a origem, que é de

capital. Partindo do exemplo anterior, e considerando que em vez da compra de

jornais, seja a compra de um veículo por parte do Estado.

Outra alteração que ocorreu foi com a codificação da natureza da receita, em

função de atualizações e visando a unificação de todos os entes públicos, com uma

identificação mais detalhada dos ingressos das receitas, sendo composto por níveis

conforme descrito abaixo:

1º Nível – Categoria Econômica 2º Nível – Origem 3º Nível – Espécie 4º Nível – Rubrica 5º Nível – Alínea 6º Nível – Subalínea (RECEITAS PÚBLICAS - MANUAL DE PROCEDIMENTOS, 2007, p. 21).

Nesta dimensão, para exemplificar o exposto, recorre-se ao quadro abaixo:

Categoria Econômica Receita Corrente Origem Receita Tributária Espécie Receitas de Impostos Rubrica Impostos sobre o Patrimônio e a Renda Alínea Impostos sobre a Renda e Proventos de

Qualquer Natureza Subalínea Pessoas Físicas

QUADRO 2: CLASSIFICAÇÃO RECEITA ORÇAMENTÁRIA. Fonte: Receitas Públicas - Manual de Procedimentos (2007, p. 22).

Ainda de acordo com Manual de Procedimentos de Receitas Públicas (2007,

p.21-22) no primeiro nível refere-se à receita corrente, receita de capital, receita

corrente intra-orçamentária e receita de capital intra-orçamentária. No segundo nível

refere-se à origem em relação ao fato gerador, que seriam as receitas de tributos,

serviços, industriais, patrimoniais, transferências correntes ou outras receitas não

especificadas anteriormente. No caso das receitas de capital se a origem vem de

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alienação de bens, operações de créditos, amortizações de empréstimos,

transferências de capital ou outras receitas de capital não especificados

anteriormente. No terceiros nível refere-se com mais detalhe o tipo de receita, no

caso das receitas tributárias seria determinar se é imposto, taxa ou contribuição de

melhoria. No quarto nível refere-se ao detalhamento da espécie. No quinto nível

refere-se ao nome da receita. No sexto nível apresenta-se o nível mais analítico.

2.3 DESTINAÇÃO DE RECURSOS

De acordo com Manual de Procedimentos de Receitas Públicas (2007)

evidencia-se que a destinação de receitas é o processo na qual vincula-se a receita

à uma despesa específica, sendo criado para garantir a despesa correspondente.

Divide-se em destinação vinculada e ordinária, cuja primeira atende as finalidades

que constam em leis, e a segunda existe a não vinculação da fonte parcial ou total,

ou seja, não consta em leis, sendo assim, o ente público está livre para aplicar os

recursos para atender suas necessidades. Para explicar melhor recorre-se a da lei

complementar 101/2000 em seu o artigo 8º parágrafo único “os recursos legalmente

vinculados à finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao

objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o

ingresso”.Todos estes procedimentos visam garantir recursos para a despesa

correspondente.

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3 DESPESA PÚBLICA

Toda entidade seja ela privada ou pública, possui gastos na execução de

suas atividades. Na primeira, por terem como objetivo o lucro, estes gastos referem-

se às atividades econômicas. Já as entidades públicas, é preciso suprir as

necessidades com o bem estar da coletividade a partir de funções como educação,

segurança, saúde.

3.1 CONCEITO

Segundo Kohama (2001 p. 109):

Constituem despesa pública os gastos fixados na lei orçamentária ou em leis especiais e destinado à execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais; à satisfação dos compromissos da dívida pública; ou ainda à restituição ou pagamento de importância recebidas a título de cauções, depósitos, consignações, etc.

Completando tal definição Silva (2002, p. 124) afirma que:

Constituem despesa todos os desembolsos efetuados pelo Estado no atendimento dos serviços e encargos assumidos no interesse geral da comunidade, nos termos da Constituição, das leis, ou em decorrência de contratos ou outros instrumentos.

Ainda segundo o mencionado autor, existem princípios que devem ser

observados em relação às despesas, um deles refere-se ao da utilidade, no qual a

despesa terá como finalidade atender ou satisfazer as necessidades da

administração pública, ou seja, custear os gastos dos organismos do Estado. A

legitimidade que evidencia a existência e comprovação da despesa. O princípio da

oportunidade, por sua vez, estabelece o momento certo para a utilização da despesa

de acordo com as necessidades. O último princípio diz respeito ao da legalidade que

considera tudo o que a lei permite, através do orçamento.

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3.2 CLASSIFICAÇÃO

As despesas podem ser classificadas seguindo alguns aspectos, tais como a

natureza, afetação patrimonial e regularidade. Nesta dimensão, Silva (2002) afirma

que quanto à natureza, as despesas dividem-se em orçamentária e extra-

orçamentária. A primeira consta no orçamento público, ou seja, gastos da máquina

pública. A segunda, não está incluída no orçamento, neste caso ocorre o inverso das

receitas extra-orçamentárias, já que é um desembolso financeiro das mencionadas

receitas. Ainda se tratando das despesas extra-orçamentárias têm-se os restos a

pagar que são despesas empenhadas e não pagas até o dia trinta e um (31) de

dezembro, a qual é reconhecida no pagamento. O serviço da divida a pagar que são

as despesas vinculadas a empréstimos e financiamentos de curto e longo prazo, ou

seja, juros, encargos, amortização não pagos até trinta e um (31) de dezembro, da

mesma forma dos restos a pagar também reconhece a despesa no pagamento. As

consignações que são as retenções em folha de pagamento considerando a

despesa no recolhimento, isto é, no repasse a terceiros dos valores retidos. A

caução que são os depósitos das empresas para garantir o final das obras a serem

executadas, assim, a despesa é reconhecida na devolução do depósito. Existem

ainda os débitos de tesouraria que são empréstimos de curto prazo em instituições

financeiras, considerando a despesa no momento que ocorre o resgate, o

pagamento do empréstimo.

As despesas ainda podem ser subdivididas quanto às afetações patrimoniais

que incluem as efetivas, as quais diminuem o patrimônio, como é o caso das

despesas com pessoal. A mutação patrimonial, não apresenta diminuição do

patrimônio, somente ocorrem fatos permutativos, como a aquisição de imóveis.

Quanto à regularidade as despesas apresentam-se como ordinárias e extra-

ordinárias. A primeira caracteriza-se pela repetição em todos os exercícios, que

nada mais são do que, por exemplo, as despesas com folha de pagamento. Já as

despesas extra-ordinárias são eventuais como em casos de enchentes, guerras,

calamidade pública.

Nas categorias econômicas conforme consta no artigo 12 da § 1º ao 6º da lei

4.320/64:

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§ 1º - Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. § 2º - Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas às quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.

Cabe enfatizar ainda que os dois incisos citados anteriormente referem-se às

despesas correntes e na qual o artigo 13 da mesma lei determina como deverá ser

discriminada as despesas por elementos pelos entes públicos, no caso das

despesas correntes:

DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio Pessoal Civil. Pessoal Militar. Material de Consumo. Serviços de Terceiros. Encargos Diversos. Transferências Correntes Subvenções Sociais. Subvenções Econômicas. Inativos. Pensionistas. Salário-Família e Abono Familiar. Juros da Dívida Pública. Contribuições de Previdência Social. Diversas Transferências Correntes.

Já do inciso 3º ao 6º refere-se às categorias econômicas de despesas de

capital:

§ 3º - Consideram-se subvenções, para os efeitos desta Lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como: I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa; II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril. § 4º - Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e

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constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. § 5º - Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a: I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização; II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros. § 6º - São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Da mesma forma para as despesas correntes o artigo 13 da mesma lei

determina como deverá se discriminada as despesas por elementos pelos entes

públicos, neste caso as despesas de capital:

DESPESAS DE CAPITAL Investimentos Obras Públicas. Serviços em Regime de Programação Especial. Equipamentos e Instalações. Material Permanente. Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas. Inversões Financeiras Aquisição de Imóveis. Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras. Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento. Constituição de Fundos Rotativos. Concessão de Empréstimos. Diversas Inversões Financeiras. Transferência de Capital Amortização da Dívida Pública. Auxílios para Obras Públicas. Auxílios para Equipamentos e Instalações. Auxílios para Inversões Financeiras. Outras Contribuições.

Segundo Silva (2002) os estágios das despesas estão divididos em:

• Fixação: previsão no orçamento para gastar durante o período;

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• Empenho: garantir no orçamento o valor a ser pago para o fornecedor. Pode ser

ordinário quando ocorre o pagamento em uma única vez. Na estimativa não está

determinado o valor exato. E no global sendo utilizado para despesas contratuais

e outras, sujeitas a parcelamento, conforme determina o § 3º do artigo 60 da lei

4.320/64.

• Liquidação: ocorre a verificação pelo ente público dos documentos de entradas

de mercadorias e/ou serviços prestados na qual apura-se o direito do credor.

• Pagamento: neste estágio ocorre a entrega de recurso financeiro ao credor pela

troca da mercadoria recebida e/ou serviço prestado.

Em relação aos códigos orçamentários das despesas orçamentárias seguem

o que determina a Lei 4.320/64. Conforme apresentado no quadro abaixo:

Discriminação Econômica Código Orçamento Especificação Categoria Econômica 3.0.0.0 Despesas Correntes Subcategoria Econômica 3.1.0.0 Despesas de Custeio Elemento 3.1.1.0 Pessoal Sub-elemento 3.1.1.1 Pessoal Civil Item 3.1.1.1.01 Pessoal Fixo Sub-item 3.1.1.1.01.01 Vencimentos

QUADRO 3 - CÓDIGO ORÇAMENTÁRIO - DESPESA I. Fonte: Kohama (2001, p. 119).

Contabilmente para as despesas pode-se utilizar tanto pelo regime

competência como pelo regime de caixa. Por isso as entidades públicas possuem o

regime misto, já que para a receita somente pode ser adotado o regime de caixa.

Visando consolidar as contas públicas, adotando a uniformidade, a portaria

interministerial nº 163/2001 instituiu a seguinte estrutura: “c.g.mm.ee.dd “, onde o “c

representa a categoria econômica, g o grupo de natureza da despesa, mm a

modalidade de aplicação, ee o elemento da despesa e dd o desdobramento,

facultativo, do elemento de despesa”. Conforme pode ser demonstrado pelo quadro

abaixo:

DESDOBRAMENTO INTERPRETAÇÃO Categoria Econômica Despesas Correntes Grupo de Natureza de Despesas Pessoal e Encargos Sociais Modalidade de Aplicação Aplicações Diretas Elemento de Despesa Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal

Civil QUADRO 4 - CÓDIGO ORÇAMENTÁRIO - DESPESA II Fonte: Silva (2002, p. 151).

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Cabe ressaltar que devido à inclusão da destinação de recursos para as

receitas, também se fez necessário à adaptação para as despesas, ou seja, o

surgimento de mais dígitos para a mesma, já que para uma receita deverá existir

uma despesa.

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4 PATRIMÔNIO PÚBLICO

O patrimônio de uma entidade é representado por bens, direitos e obrigações

mensuráveis em moeda corrente. Nas entidades públicas o patrimônio é mais

abrangente, pois engloba as empresas públicas, fundações e o percentual de

participação de capital das sociedades de economia mista.

4.1 CONCEITO

A conceitualização de bens públicos é definida pelo artigo 65 do Código Civil

(apud KOHAMA, 2001, p. 214): “São públicos os bens de domínio nacional

pertencentes a União, dos Estados, ou dos Municípios. Todos os outros são

particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem”. Os bens públicos são

divididos em bens de uso comum do povo, que não são mensuráveis, nem

contabilizados, inventariados ou vendidos, sendo o caso de praças, praias, ruas,

entre outros. Os bens especiais são utilizados para a prestação de serviços, são

mensuráveis, contabilizados, inventariados e não podem ser alienados, sendo o

caso de ambulâncias, escolas, hospitais, entre outros. Os bens dominicais ou

dominiais só tem-se o domínio, não sendo utilizado na prestação de serviços, podem

ser mensurados, contabilizados e inventariados, sendo o caso de veículos, terrenos,

entre outros.

Os direitos como na entidade privada são representados pelo caixa, bancos,

créditos. Enquanto as obrigações seriam as despesas extra-orçamentárias, os

empréstimos e financiamentos e os pagamentos de fornecedores de produtos ou

serviços.

Entende-se por Direitos das Entidades Públicas, contabilmente, os valores que representam créditos realizáveis a curto ou longo prazo, provenientes de depósitos bancários diversos devedores, e créditos relativos a fornecimento e serviços prestados, e inscrição de dívida ativa. (KOHAMA, 2001 p. 216).

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Cabe ressaltar ainda que o patrimônio público possui dois aspectos o

qualitativo e o quantitativo. O primeiro refere-se sobre a qualidade dos bens, suas

origens e aplicações. O segundo ocorre à preocupação de mensurar o bem.

Tal afirmação pode ser esclarecida pelo quadro abaixo:

ASPECTOS CONJUNTO DE BENS QUALITATIVO QUANTITATIVO

APLICAÇÕES

Bens Valores Créditos SOMA

300 300 400 1000

ORIGENS

Dívidas Situação Líquida SOMA

350 650 1000

QUADRO 5 - RESUMO APLICAÇÕES E ORIGENS. Fonte: Silva (2002, p. 251).

Diferentemente da contabilidade comercial, a contabilidade pública possui

quatro sistemas que são o orçamentário onde se registra toda receita e despesa

especificada de acordo com a lei do orçamento. No financeiro registram-se todas as

operações financeiras, seja de execução orçamentária ou não. No sistema

patrimonial ocorre o registro de todos os bens permanentes. E no sistema de

compensação registra-se a movimentação referente a fatos que venham a modificar

o patrimônio. Este sistema não possui demonstrativo e aparecendo no balanço

patrimonial nas contas de compensação. Já os três sistemas possuem balanços.

O balanço orçamentário apresenta as receitas e despesas previstas,

confrontando com as realizadas, conforme consta no artigo 102 da Lei 4.320/64.

Como consta no anexo 12 da mesma lei o balanço orçamentário apresenta a

estrutura na qual de um lado do ficam as receitas, na qual aparece discriminação por

categorias econômicas e fontes. Ao lado do título contém três colunas onde consta

respectivamente em cada uma delas. A previsão o que se espera arrecadar, a

execução, o que foi arrecadado e a diferença representa a variação entre a previsão

e a execução. No âmbito das despesas, no que se refere aos títulos, constam os

montantes globais dos créditos autorizados pelo legislativo, além do orçamentário,

os créditos adicionais no qual divide-se em suplementares, que reforçam as

dotações orçamentárias; os especiais, visando às despesas sem dotação específica

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e os extraordinários destinados a situações imprevistas e com urgência aplicados

em casos de calamidade pública e guerras. Ao lado do título contém três colunas

onde consta respectivamente em cada uma delas. A fixação, o que está fixado a

gastar, a execução, o que foi gasto e a diferença representa a variação entre a

fixado e executado. Ao final do quadro das receitas ficam as somas, os déficits e o

total e no quadro das despesas além das somas, o superávit e o total. No quadro

abaixo segue a demonstração patrimonial conforme o anexo 12 da Lei 4.320/64:

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RECEITA DESPESA

Títulos Previ- Execu- Dife- Títulos Fixa- Execu- Dife-

são ção rença cão ção rença

RECEITAS Créditos

CORRENTES Orçamentários e Receita Tributária Suplementares Receita de Créditos Contribuições Especiais Receita Patrimonial Créditos Receita Agropecuária Extraordinários Receita Industrial Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes

RECEITAS

DE CAPITAL

Operações de Crédito

Outras Receitas

de Capital

SOMA SOMA

DÉFICITS DÉFICITS

TOTAL TOTAL QUADRO 6: BALANÇO ORÇAMENTÁRIO Fonte: Silva (2002, p.347).

Cabe ressaltar, no entanto, que pode haver alguma alteração de conta,

devido à peculiaridade de cada ente público, seja na esfera federal, estadual ou

municipal em qualquer demonstrativo público. Em relação aos desdobramentos

referentes às despesas deverão constar na lei do orçamento, pois no balanço

orçamentário são apresentados de forma global. Por outro lado, o balanço financeiro

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Continua.

representa toda movimentação financeira ocorrida no exercício social e conforme

consta no artigo 103 da Lei 4.320/64:

O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Idêntico ao balanço orçamentário, o financeiro possui a coluna das receitas e

das despesas, bem como as classificações quanto a categoria econômica e fontes

de recursos. Somente acrescentado à discriminação das despesas, as receitas e

despesas extra-orçamentárias e os saldos do exercício anterior na coluna da receita

e o saldo para o exercício seguinte na coluna da despesa. No quadro abaixo segue

a demonstração patrimonial conforme o anexo 13 da Lei 4.320/64:

BALANÇO FINANCEIRO RECEITA DESPESA Títulos Títulos ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA RECEITAS CORRENTES Legislativa Receita Tributária Judiciária Receita de Contribuições Essencial à Justiça Receita Patrimonial Defesa Nacional Receita Agropecuária Segurança Pública Receita Industrial Relações Exteriores Receita de Serviços Assistência Social Transferências Correntes Previdência Social Outras Receitas Diversas Saúde RECEITAS DE CAPITAL Educação Operações de Crédito Cultura Outras Receitas de Capital Direitos e Cidadania EXTRA - ORÇAMENTÁRIA EXTRA - ORÇAMENTÁRIA Restos a Pagar (contrapartida Restos a Pagar (Pagos no da Despesa a Pagar) exercício) Serviço da Dívida a Pagar Serviço da Dívida a Pagar (contrapartida da Despesa a (Pagamento) Pagar) Depósitos Depósitos Outras Operações Outras Operações

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Continuação. SALDO DO EXERCÍCIO

SALDO PARA O EXERCÍCIO

ANTERIOR SEGUINTE Disponível Disponível Caixas Caixas Bancos e correspondentes Bancos e correspondentes Vinculados em C/C Vinculados em C/C Bancárias Bancárias TOTAL TOTAL QUADRO 7: BALANÇO FINANCEIRO Fonte: Adaptado Silva (2002, p.349).

No sistema patrimonial O balanço patrimonial segundo o artigo 105 da Lei 4.320/64 demonstrará:

I - O Ativo Financeiro; II - O Ativo Permanente; III - O Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente; V - O Saldo Patrimonial; VI - As Contas de Compensação. § 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. § 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros pagamentos independa de autorização orçamentária. § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. § 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

Em relação ao saldo patrimonial segundo Silva (2002), o mesmo poderá

apresentar o ativo real líquido quando os valores do ativo forem maiores que do

passivo, o passivo real descoberto quando os valores do passivo forem maiores que

o valor do ativo e a situação nula, quando o valor do ativo é igual ao do passivo.

Quanto à avaliação dos elementos patrimoniais a Lei 4.320/64 estabelece as

seguintes normas:

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I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço; II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção; III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras. § 1° Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional. § 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta patrimonial. § 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

Para elucidar, no quadro abaixo segue a demonstração patrimonial conforme o anexo 14 da Lei 4.320/64:

BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Títulos Títulos ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO Disponível Restos a Pagar Caixas Serviços da Dívida a Pagar Bancos e Correspondentes Depósitos Exatores Débitos de Tesouraria Vinculadas em C/C Bancária Realizável PASSIVO PERMANENTE ATIVO PERMANENTE Dívida Fundada Interna Bens Móveis Em Títulos Bens Imóveis Por Contratos Bens de Natureza Industrial Dívida Fundada Externa Créditos Em Títulos Valores Por Contratos Diversos Diversos Soma do Ativo Real Soma do Passivo Real SALDO PATRIMONIAL SALDO PATRIMONIAL Passivo Real Descoberto Ativo Real Líquido ATIVO COMPENSADO PASSIVO COMPENSADO Valores em Poder Contrapartida de Valores de Terceiros em Poder de Terceiros Valores de Terceiros Contrapartida de Valores Valores Nominais Emitidos de Terceiros Diversos Contrapartida de Valores Nominais Emitidos Diversos TOTAL GERAL TOTAL GERAL QUADRO 8: BALANÇO PATRIMONIAL Fonte: Adaptado Kohama (2000, p.85).

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Cabe ressaltar, no entanto, que pode haver alguma alteração de conta,

devido à peculiaridade de cada ente público, seja na esfera federal, estadual ou

municipal em qualquer demonstrativo público.

As variações patrimoniais resultam da movimentação dos fatos modificativos,

isto é, que altere o patrimônio público para mais ou para menos. Quando ocorre para

mais, considera-se como variação positiva, pois resultou em aumento para o

patrimônio. Entretanto, quando a variação é para menos, esta é negativa, resultando

em diminuição do patrimônio. Nesta perspectiva, para Kohama (2001 p. 218):

Variação patrimonial é a alteração de valor, de qualquer elemento do patrimônio público, por alienação, aquisição, dívida contraída, dívida liquidada, depreciação ou valorização, amortização, superveniência, insubsistência, efeitos da execução orçamentária e resultado do exercício financeiro.

Ainda segundo Kohama (2001) as variações patrimoniais podem resultar de

execução orçamentária, pois resulta do sistema orçamentário e provem dos valores

das receitas arrecadadas no caso das variações ativas, bem como das despesas

empenhadas no caso das variações passivas. As mutações patrimoniais resultam na

troca entre os elementos do patrimônio, sendo ativas quando ocorre aumento do

patrimônio, neste caso ocorre uma troca, pois está saindo numerários e entrando

bens. Como nas aquisições de bens, amortização de empréstimos, obras em

construção. Já nas mutações patrimoniais passivas ocorre o contrário das mutações

patrimoniais ativas, representam uma diminuição do patrimônio, onde há uma troca,

pois está entrando numerários e saindo bens. Como alienação de veículos, o ato de

adquirir empréstimos e financiamentos e a cobrança da dívida ativa tributária. Cabe

ressaltar ainda que as variações por mutação patrimonial resultam de execução

orçamentária.

Ainda em relação às variações patrimoniais, o já mencionado autor afirma

que as variações ativas independentes da execução orçamentária não se originam

de execução orçamentária e divide-se em superveniências ativas e insubsistências

passivas, na qual a primeira ocorre por situações imprevistas como a inscrição de

divida ativa tributária, sendo o caso do IPTU que a administração pública o

recebimento como certo, mas o contribuinte não pagou. As insubsistências passivas

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resultam da diminuição de obrigações, como é o caso de um empréstimo ou

financiamento em moeda estrangeira que devido à taxa de câmbio pagou-se a

menor que se esperava. As variações passivas independentes de execução

orçamentária dividem-se em insubsistência ativa na qual tem a mesma definição das

superveniências ativas, só que diminuindo o patrimônio, sendo o caso das

depreciações. Já as superveniências passivas, cuja definição é o mesmo das

insubsistências passivas, gerando a diminuição do patrimônio, como o caso do

empréstimo ou financiamento em moeda estrangeira, que houve a variação cambial

pagou-se a maior ao que se esperava.

No quadro abaixo segue o demonstrativo das variações patrimoniais

conforme o anexo 15 da lei 4.320/64.

DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS VARIAÇÕES ATIVAS VARIAÇÕES PASSIVAS Títulos Títulos RESULTANTES DA EXECUÇÃO RESULTANTES DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA RECEITA ORÇAMENTÁRIA DESPESAS ORÇAMENTÁRIA Receitas Correntes Despesas Correntes Receita Tributária Despesas de Custeio Receita de Contribuições Transferências Correntes Receita Patrimonial Despesas de Capital Receita Agropecuária Inversões Financeiras Receita Industrial Transferências de Capital Receita de Serviços Transferências Correntes Outras Receitas Correntes Receitas de Capital Operações de Crédito MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Outras Receitas de Capital Cobrança de Dívida Ativa MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Alienação de Bens Móveis Aquisições de Bens Móveis Alienação de Bens Imóveis Construção e Aquisições de Alienação de Bens de Bens Imóveis Natureza Industrial Construção e Aquisição de Bens Alienação de Bens Títulos e de Natureza Industrial Valores Aquisição de Títulos e Valores Empréstimos Tomados Empréstimos Concedidos Recebimento de Créditos Diversos Diversas

Total Total Continua.

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Continuação. INDEPENDNETES DA EXECUÇÃO

INDEPENDNETES DA EXECUÇÃO

ORÇAMENTÁRIA ORÇAMENTÁRIA Inscrição de Dívida Ativa Cancelamento de Dívida Ativa Inscrição de outros Créditos Encampação de Dívidas Passivas Incorporação de Bens Diversas (Doações, legados, etc.) Cancelamento de Dívidas Passivas Diversas Total das Variações Ativas Total das Variações Passivas RESULTADO PATRIMONIAL RESULTADO PATRIMONIAL Déficit Verificado (se for o caso) Superávit Verificado (se for o caso) TOTAL GERAL TOTAL GERAL QUADRO 9: DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS Fonte: Adaptado Silva (2002, p.356).

Cabe ressaltar, no entanto, que pode haver alguma alteração de conta,

devido à peculiaridade de cada ente público, seja na esfera federal, estadual ou

municipal em qualquer demonstrativo público.

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5 INDICADORES

Ao analisar as demonstrações contábeis e financeiras de uma entidade,

devem-se utilizar técnicas que possibilitem um diagnóstico correto dos mesmos o

qual fornecerá informações que irão subsidiar o gestor na tomada de decisões.

Dentre várias técnicas destacam-se a análise vertical, análise horizontal, indicadores

econômico-financeiros e diagramas de índices.

5.1 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

Conforme Neto (2000, p.100), “A análise horizontal é a comparação que se

faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes

exercícios sociais”. Nesta técnica verifica-se a evolução de um elemento ou grupo de

elementos ao longo de um determinado período, podendo ser observado se houve

variação. Este índice é obtido a partir da seguinte fórmula:

Número –índice = Vd X100

Vb

QUADRO 10: FÓRMULA A.H. Fonte: Neto (2000, p.101).

Onde Vd representa o valor de uma conta ou grupo de contas em um

determinado período, sendo assim o valor que se queira comparar, enquanto Vb é a

mesma conta em outro período distinto, comparando a sua variação.

(Neto,2000,p.101).

Para elucidar tal afirmação recorre-se a Matarazzo (1998 p. 251):

Baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série.

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Sobre a análise vertical, o mesmo autor afirma que:

O percentual de cada conta mostra sua real importância no conjunto. A análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras. Para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor base. (MATARAZZO, 1998, p. 249).

Em relação à análise vertical Neto (2000, p. 108) define como “um processo

comparativo, expresso em porcentagem, que se aplica a uma determinada conta ou

grupo de contas com um valor afim ou relacionável, identificando no mesmo

demonstrativo”. Este tipo de análise determina a participação de uma conta ou grupo

de contas dentro de um demonstrativo e até mesmo compara-se com outros

períodos para verificar-se a evolução da participação da mesma.

5.2 INDICADORES ECONÔMICOS

Os indicadores econômicos fornecem informações a partir das

demonstrações financeiras e econômicas. Assim conforme Neto (2000, p. 55):

Indicadores Econômicos - Financeiros - procuram relacionar elementos afins das demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a situação da empresa. Existem diversos índices úteis para o processo de analise, sendo metodologicamente classificados nos seguintes grupos: liquidez, operacional, rentabilidade, endividamento e estrutura, e análise de ações.

Como exemplo de índices temos os seguintes:

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SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA

1. CT/PL

2. PC/CT

3. AP/PL

4. AP/PL + ELP

Estrutura de capital

Participação de Capital de Terceiros (Endividamento)

Composição do Endividamento

Imobilização do Patrimônio Líquido

Imobilização dos recursos não Correntes

Capital de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

Passivo Circulante x 100 Capital de Terceiros

Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

Ativo Permanente x 100 Passivo Líquido + Exigível a Longo

Prazo

QUADRO 11: ESTRUTURA Fonte: Matarazzo (1998, p.158).

No que diz respeito à estrutura de capital Matarazzo (1998) refere-se o quanto

à empresa pegou de capital de terceiros (Passivo Circulante mais Passivo Exigível a

Longo Prazo) em relação ao capital próprio (patrimônio Líquido). Pode-se entender

que este indicador represente o grau de dependência em relação ao capital de

terceiros e considerando que a remuneração do capital de terceiro geralmente é

maior que a remuneração do capital próprio. A composição do endividamento

apresenta-se o percentual do passivo circulante em relação ao passivo total ou

capital de terceiros, que venha a ser o Passivo Circulante mais o Passivo Exigível a

Longo Prazo. O ideal e que a empresa possua obrigações a longo prazo, já que terá

mais tempo para cumpri-las. Já o indicador da imobilização demonstra o quanto do

Patrimônio Líquido foi investido no Ativo Permanente, sendo que o percentual menor

que 100% indica que o restante é investido no ativo circulante, sendo denominado

Capital Circulante Líquido, em resumo, quanto menor for este índice menor será a

dependência do capital de terceiros, demonstra o quanto do patrimônio líquido foi

investido no ativo permanente. A imobilização dos recursos não correntes indica o

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quanto de recursos não correntes foi aplicado no imobilizado. Recursos não

correntes é a soma do Passivo Exigível a Longo Prazo mais o Patrimônio Líquido.

Quando este índice é menor que 100 %, o valor que sobra é aplicado no Ativo

Circulante denominando-se Capital Circulante Líquido (CCL). Em resumo CCL =

Capital Circulante Próprio (CCP) + Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP),

representando uma folga financeira, ou seja, representa os valores de recursos

próprios mais o PELP que foram investidos no Ativo Circulante (AC). Como se pode

notar quanto menor estes índices melhor será para a empresa.

SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA

5. LG

6. LC

7. LS

Liqu idez

Liquidez Geral

Liquidez corrente

Liquidez Seca

Ativo Circulante+ Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante+Exigível a Longo Prazo

Ativo Circulante Passivo Circulante

Disponível+Títulos a Receber + Outros Ativos de Rápida Conversibilidade

Passivo Circulante

QUADRO 12: ESTRUTURA Fonte: Matarazzo (1998, p.158).

Os índices de liquidez demonstram segundo Matarazzo (1998) a capacidade

da empresa em pagar suas dívidas. Divide-se em liquidez geral, na qual fica

evidenciado a partir deste indicador o quanto do Ativo Circulante (AC) tem disponível

para pagar o Capital de Terceiros (AC + PELP). A liquidez corrente refere-se o

quanto é disponível do AC para pagar as dívidas no Passivo Circulante, em resumo

o Capital Circulante Líquido (CCL) = AC - PC. O indicador da liquidez seca procura

medir o quanto à empresa disponibiliza a partir dos ativos de rápida conversão em

numerários em relação a PC. Observar-se que quanto maior for, os indicadores de

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liquidez, melhor será para a empresa que terá mais recursos para pagar suas

dívidas.

SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA

8. V/AT

9. LL/V

10. LL/AT

11. LL/PL

Rentabili dade (ou Resultados)

Giro do Ativo

Margem Líquida

Rentabilidade do Ativo

Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Vendas Líquidas Ativo

Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

Lucro Liquido x 100 Ativo

Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido

QUADRO 13: RENTABILIDADE Fonte: Matarazzo (1998, p.158).

Segundo Matarazzo (1998) os índices de rentabilidade demonstram qual a

rentabilidade dos capitais investidos. A rentabilidade do ativo apresenta a relação

do volume das vendas com o investimento total. Já a margem líquida mede a

relação das vendas com o lucro. Enquanto a rentabilidade do ativo demonstra o

quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo. Já o índice de

rentabilidade do patrimônio líquido indica qual a taxa de retorno do capital próprio.

5.3 DIAGRAMAS DE ÍNDICES

Os diagramas de índices fornecem informações sobre a rentabilidade das

entidades. Conforme definição:

Diagrama de Índices - constitui-se em importante instrumento de análise de balanços, sendo desenvolvido pela decomposição dos elementos que exercem influências nos índices. A elaboração de um diagrama de índices é mais adotada quando se estuda a

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rentabilidade da empresa, sendo o modelo ROI (Retorno sobre o Investimento Operacional) amplamente conhecido pelos analistas. (NETO, 2000, p.55).

Pode ser exemplificado pelo diagrama abaixo:

Receita de Vendas (-) Lucro Custos de Operacional Produção Margem (/) (-) Operacional Despesas Receita de Operacionais

ROI= Lucro

Operacional Vendas Investimento (x) Receita de Giro do Vendas Investimento (/) Passivo Investimentos (+) Patrimônio Líquido QUADRO 14: DIAGRAMA DE ÍNDICES Fonte: Adaptado Neto (2000, p.231).

Como usuários destes indicadores têm-se além da própria empresa, os

bancos no momento da empresa captar empréstimos e financiamentos, o governo

para as licitações, na qual verificará se a empresa terá condições de prestar o

serviço ou fornecer as mercadorias, os fornecedores para verificar se a empresa terá

condições de honrar seus compromissos, os investidores, acionistas na hora de

investir já na empresa. Em resumo, essas técnicas fornecem vários indicadores úteis

aos diversos usuários, pois se baseiam nas demonstrações contábeis, como o

balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício demonstração das

origens e aplicações de recursos, demonstração dos lucros ou prejuízos

acumulados. Cabe ressaltar ainda que para analisar alguns indicadores é preciso

reclassificar algumas contas das demonstrações citadas anteriormente.

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5.4 INDICADORES PÚBLICOS

No âmbito da administração pública os índices fornecem informações

importantes ao gestor público, a partir do balanço orçamentário, financeiro,

patrimonial e da demonstração das variações patrimoniais e outros demonstrativos

que possam complementar as informações evidenciadas nas respectivas

demonstrações. Podem-se utilizar indicadores aplicados aos entes privados com

adaptações as entidades públicas, como a análise horizontal, vertical, entre outros,

ou indicadores específicos para os entes públicos como quocientes que possibilitam

uma análise mais detalhada das demonstrações públicas. Nesta perspectiva, dentre

os principais quocientes do balanço orçamentário destacam-se o quociente da

execução da receita, que segundo Kohama (2000), representa a relação da receita

executada em relação à receita prevista, sendo representado pela seguinte fórmula:

Receita Executada Receita Prevista

QUADRO 15: FÓRMULA RECEITA Fonte: Kohama (2000, p. 144).

O indicador do equilíbrio orçamentário determina a relação entre a despesa

executada e a receita prevista, sendo representado pela seguinte fórmula:

Despesa Executada Receita Prevista

QUADRO 16: EQUILÍBRIO Fonte: Kohama (2000, p. 145).

Para verificar o quociente de cobertura dos créditos adicionais que determina

a relação do excesso de arrecadação em relação à abertura de créditos adicionais.

Os créditos adicionais são aqueles que acrescentam as dotações da Lei de

Orçamento, ou seja, o acréscimo de despesas ou valores delas a Lei de Orçamento

é representado pela fórmula abaixo:

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Excesso de arrecadação Créditos Adicionais Aberto

QUADRO 17: CRÉDITOS ADICIONAIS Fonte: Kohama (2000, p. 146).

Já o quociente de execução da despesa, demonstra a utilização da despesa

fixada em relação à despesa executada. Sendo representado pela seguinte fórmula:

Despesa Executada Despesa Fixada

QUADRO 18: DESPESA Fonte: Kohama (2000, p. 147).

O indicador do resultado orçamentário determina se houve superávit ou déficit

orçamentário, a partir da seguinte fórmula:

Receita Executada Despesa Executada

QUADRO 19: RESULTADO Fonte: Kohama (2000, p. 148).

Dentre os quocientes financeiros destacam-se o quociente da execução

orçamentária na qual demonstra conforme o resultado obtido no resultado

orçamentário só que no balanço financeiro, ou seja, apresenta superávit ou déficit na

no ponto de vista financeiro, sendo apresentado pela seguinte fórmula:

Receita Orçamentária Despesa Orçamentária

QUADRO 20: RESULTADO FINANCEIRO Fonte: Kohama (2000, p. 158).

O indicador financeiro real da execução orçamentária determina a relação

entre a receita orçamentária e a despesa orçamentária paga, visando o regime de

caixa. É representado pela fórmula abaixo:

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Receita Orçamentária Despesa Orçamentária Paga

QUADRO 21: RESULTADO FINANCEIRO REAL Fonte: Kohama (2000, p. 159).

Para encontrar o quociente da execução orçamentária corrente, que

determina a relação da receita corrente recebida em relação à despesa corrente

paga, sendo representado pela seguinte fórmula:

Receita Corrente Despesa Corrente

QUADRO 22: CORRENTE Fonte: KOHAMA (2000, P. 160).

Já o quociente da execução orçamentária de Capital que possui a mesma

definição do quociente orçamentário corrente e é representado pela seguinte

fórmula:

Receita de Capital Despesa de Capital

QUADRO 23: CAPITAL Fonte: Kohama (2000, p. 161).

A partir do quociente da execução extra-orçamentária será demonstrada a

relação entre a receita extra-orçamentária e a despesa orçamentária, é representada

pela fórmula abaixo:

Receita Extra-orçamentária Despesa Extra-orçamentária

QUADRO 24: EXTRA-ORÇAMENTÁRIA Fonte: Kohama (2000, p. 162).

O indicador do resultado da execução financeira verifica o resulta financeiro

que é apresentado no balanço financeiro, a partir da seguinte fórmula:

Receita (Orçamentária + Extra-orçamentária) Despesa (Orçamentária + Extra-orçamentária)

QUADRO 25: SALDOS FINANCEIROS Fonte: Kohama (2000, p. 163).

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Já o quociente do resultado dos saldos financeiros demonstra o superávit ou

déficit financeiro, a partir da seguinte fórmula:

Saldo que Passa para o Exercício Seguinte Saldo do Exercício Anterior

QUADRO 26: SALDOS FINANCEIROS Fonte: Kohama (2000, p. 165).

Dentre os quocientes utilizados no balanço patrimonial destacam-se o

quociente da situação financeira que determina se há superávit ou déficit no balanço

patrimonial, sendo representado pela seguinte fórmula:

Ativo Financeiro Passivo Financeiro

QUADRO 27: SITUAÇÃO FINANCEIRA Fonte: Kohama (2000, p. 174).

O indicador da situação permanente determina se há superávit ou déficit

referentes ao permanente. Considerando como passivo permanente às dívidas

fundadas. E a partir deste índice que se apresentar o saldo patrimonial positivo será

identificado na conta do ativo real líquido, caso ocorra o contrário, apresentando um

saldo negativo será identificado na conta do passivo real descoberto. Sendo

representado pela seguinte fórmula:

Ativo Permanente Passivo Permanente

QUADRO 28: PERMANENTE Fonte: Kohama (2000, p. 175).

Quanto ao endividamento tem dois quocientes, o do limite de endividamento I

e II, sendo que o primeiro refere-se a divida fundada e a receita líquida real,

demonstrado se a soma da dívida fundada é maior ou menor que a receita líquida

real arrecadada no exercício, sendo determinado pela seguinte fórmula:

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Dívida Fundada Receita Líquida Real

QUADRO 29: ENDIVIDAMENTO I Fonte: Kohama (2000, p. 176).

Já o quociente do limite de endividamento II irá demonstrar se a soma das

operações de créditos são maiores ou menores que a receita líquida real, a partir da

seguinte fórmula:

Soma das Operações de Crédito Receita Líquida Real

QUADRO 30: ENDIVIDAMENTO II Fonte: Kohama (2000, p. 180).

A receita Líquida real pode ser resumida pela seguinte fórmula:

Receita Realizada

(+) ICMS (Inciso II do parágrafo 3 do art. 6 da Resolução do Senado)

(+) Superávit financeiro de Autarquias e Fundações

(-) Anulação de Restos a Pagar

(-) Operações de Crédito

(-) Alienações de bens

(-) Transferências Vinculadas

(-) Transferências de Capital

(-) Transferências Constitucionais a Municípios

Receita Líquida Real

QUADRO 31: RECEITA LÍQUIDA Fonte: Kohama (2000, p. 181).

O indicador do dispêndio da dívida determina a relação entre a soma de

amortizações dos empréstimos e financiamentos mais os encargos e a receita

líquida real, sendo apresentado pela fórmula:

Soma da Amortização + encargos Receita Líquida Real

QUADRO 32: DISPÊNDIO DA DÍVIDA Fonte: Kohama (2000, p. 181).

É a partir do resultado patrimonial que determinará se há superávit ou déficit

patrimonial, sendo representado pela seguinte fórmula:

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Soma do Ativo Real Soma do Passivo Real

QUADRO 33: RESULTADO PATRIMONIAL Fonte: Kohama (2000, p. 183).

Dentre os quocientes da demonstração das variações patrimoniais destacam-

se o quociente da mutação patrimonial passiva que demonstra a relação entre a

receita ambivalente e a mutação patrimonial passiva. Entende por receita

ambivalente:

Aquela que provém de fatos que causam, ao mesmo tempo, dois aspectos opostos, do ponto de vista das Variações Patrimoniais, ou seja, um ativo Resultante da Execução Orçamentária o outro passivo pela Mutação Patrimonial que produz. (Kohama, 2000, p.192).

As receitas ambivalentes são compostas segundo Kohama (2000, p. 192)

“cobrança da dívida ativa, operações de crédito, alienação de bens e valores,

amortização de empréstimos concedidos”. Em resumo, considerando toda a receita

que produzirá fato permutativo. É apresentado pela fórmula abaixo:

Receita Ambivalente Mutação Patrimonial Passiva

QUADRO 34: MUTAÇÃO PATRIMONIAL PASSIVA Fonte: Kohama (2000, p. 193).

Já a mutação patrimonial ativa é o contrário, demonstra a relação entre a

despesa ambivalente e a mutação patrimonial ativa. Como exemplo de despesa

ambivalente tem-se segundo Kohama (2000, p. 194) “Material de Consumo,

Investimentos, Inversões Financeiras e Amortização da Dívida Interna e Externa”. É

representado pela seguinte fórmula:

Despesa Ambivalente Mutação Patrimonial Ativa

QUADRO 35: MUTAÇÃO PATRIMONIAL ATIVA Fonte: Kohama (2000, p. 194).

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Já o indicador do resultado das variações patrimoniais indica a relação entre a

mutação patrimonial ativa e a mutação patrimonial passiva. Sendo exemplificado

pela fórmula abaixo:

Mutação Patrimonial ativa Mutação Patrimonial Passiva

QUADRO 36: MUTAÇÕES PATRIMONIAIS Fonte: Kohama (2000, p. 194).

O quociente do resultado das variações patrimoniais independentes da

execução orçamentária determina a relação das variações ativa e variação passiva,

sendo representado pela seguinte fórmula:

Independente da Execução Orçamentária Ativa Independente da Execução Orçamentária Passiva

QUADRO 37: INDEPENDENTE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA Fonte: Kohama (2000, p. 197).

Para se verificar o quociente do resultado das variações na parte do

permanente que tem por objetivo indicar a relação do ativo e passivo, exemplificado

pela fórmula abaixo:

Soma das Mutações Patrimoniais Ativas + Independentes de Execução Orçamentária Ativa Soma das Mutações Patrimoniais Passivas + Independentes de Execução Orçamentária

Passiva

QUADRO 38: VARIAÇÕES DO PERMANENTE Fonte: Kohama (2000, p. 201).

Já o indicador Patrimonial da execução orçamentária procura relacionar a

cobertura para as despesas empenhadas e despesas orçamentárias, além disso,

procura através do princípio da competência a receita orçamentária e a despesa

orçamentária (Kohama, 2000, p. 203), sendo exemplificado pela fórmula a seguir:

Receita Orçamentária + (Dívida Ativa do Exercício + Direitos Contratuais) Despesa Orçamentária

QUADRO 39: EXECUÇÃO PATRIMONIAL Fonte: Kohama (2000, p. 202).

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O quociente das variações patrimoniais, apresentando um superávit, quando

a variação ativa é maior que a passiva, o déficit quando ocorrer o inverso, ou seja,

quando a variação passiva for maior que a variação ativa e nula, quando variações

ativas e passivas forem iguais. Sendo simplificado pela fórmula abaixo:

Total das Variações Ativas Total das Variações Passivas

QUADRO 40: VARIAÇÕES PATRIMONIAIS Fonte: Kohama (2000, p. 204).

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6 METODOLOGIA DA PESQUISA

Metodologia da pesquisa e formação acadêmica são dois fatores

indissociáveis. Considerando que a pesquisa científica está intrínseca na vida

acadêmica cabe ao sujeito apoiar-se nela para a produção de novos saberes. Assim,

Costa, 2001 (apud Silva; Schappo 2001, p. 86) revela que “a metodologia pode ser

comparada a uma caixa de ferramentas; ela contém regras do fazer científico que

vão desde os recursos para a identificação de um bom problema de pesquisa até o

modo de registrar os resultados”. Entretanto, a abordagem metodológica não deve

ser algo assustador, já que se defende a idéia de que metodologia é o que gera os

caminhos para o auto-aprendizado em o pesquisador é o sujeito do processo

aprendendo a sistematizar o conhecimento obtido.

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A corrente metodológica utilizada no estudo aqui sistematizado caracteriza-se

por uma pesquisa do tipo descritiva. Isso porque, de acordo com Silva e Schappo

(2001, p. 55):

A pesquisa descritiva [...] visa a observar, registrar, analisar e correlacionar fenômenos ou fatos em um contexto, procurando descobrir com a precisão possível, a freqüência com que eles ocorrem, sua relação e sua conexão com outros fenômenos, sua natureza e características, sem que o pesquisador interfira neles nem no ambiente analisado.

Completando a afirmação acima, descreveu-se os acontecimentos, neste

caso a evolução das receitas correntes do município de Biguaçu de 2001 a 2004,

para um estudo mais aprofundado e uma melhor compreensão da realidade.

Quanto aos procedimentos técnicos utilizados associa-se a pesquisa de

cunho bibliográfico, documental e investigativo. O primeiro, por buscar o

embasamento dos conhecimentos através de uma revisão de literatura. O segundo,

com a intenção de certificar e validar os dados coletados. E, o último, por possibilitar

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ao pesquisador uma melhor interpretação e sintetização do material qualitativo

gerado na situação analisada. Desta forma, será utilizado um estudo de caso, por

visar o detalhamento de um ambiente em contexto delimitado.

Cabe ainda a presente pesquisa uma abordagem qualitativa, enfatizada por

Silva e Schappo (2001) como globalizante, procurando captar a situação ou

fenômeno em toda a sua extensão, levantando o verdadeiro significado da questão.

Nesta perspectiva, soma-se e corrobora-se a afirmação de Richardson (1999 p. 80):

“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a

complexibilidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,

compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais.”

6.2 ESTUDO DE CASO

A pesquisa limitou-se aos objetivos propostos e na elaboração de uma

pesquisa bibliográfica com estudo de caso sobre a evolução das receitas correntes

do município de Biguaçu de 2001 a 2004. Já Beuren (2006, p.84):

A pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Esse estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de determinado caso específico.

Conforme Gil (1999, p.72):

o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados.

6.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O município de Biguaçu possui uma área de 326 Km2, localizado na região da

grande Florianópolis, distante a 28 Km de Florianópolis. Possui uma população de

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59.097 habitantes. Foi fundada em 17 de maio de 1833, sua colonização foi

açoriana. Sua economia baseasse na agricultura, turismo e comércio. Suas divisas

são com os municípios de São José, Antônio Carlos, Tijucas, Governador Celso

Ramos e São João Batista. Faz parte da Associação dos municípios da Região da

Grande Florianópolis (Granfpolis).

6.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a implementação do estudo de caso, além de uma profunda leitura no

material bibliográfico, para fins de fundamentação teórica da pesquisa, também se

verificou a necessidade de visita à prefeitura municipal de Biguaçu, Granfpolis

(Associação dos Municípios da Região da Grande Florianópolis), busca em sítios do

Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, Receita Federal do Brasil,

Secretaria de Estado da Fazenda de Santa Catarina, para a coleta de dados que

possibilitem alcançar os objetivos desta pesquisa.

Após a coleta de dados, serão elaboradas planilhas para se realizar uma

comparação entre os exercícios financeiros analisados - 2001, 2002, 2003 e 2004.

Em seguida, serão demarcadas as receitas que obtiverem resultados mais

relevantes para que se possam verificar os motivos dessa possível variação.

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7 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso foi aplicado na prefeitura municipal de Biguaçu, O

município possui uma área de 326 Km2, localizado na região da grande

Florianópolis, distante a 28 Km da capital de Santa Catarina, foi fundada em 17 de

maio de 1833. Sua economia baseasse na agricultura, turismo e comércio. Suas

divisas são com os municípios de São José, Antônio Carlos, Tijucas, Governador

Celso Ramos e São João Batista. Faz parte da Associação dos municípios da

Região da Grande Florianópolis (Granfpolis).

A coleta de dados ocorreu através de visitas a Prefeitura Municipal de

Biguaçu e a Associação dos municípios da Região da Grande Florianópolis

(Granfpolis). Na prefeitura fui prontamente atendido pelo secretário de Finanças Sr.

Júlio César de Freitas no dia 14 de setembro de 2007, no período vespertino. Onde

foi coletado o relatório estatístico de contribuintes do município do Imposto Predial e

Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Serviços (ISS), alvará e outros, referentes

aos anos de 2001 a 2004. Na Associação dos municípios da Região da Grande

Florianópolis (Granfpolis), no dia 6 de agosto de 2007, no período matutino, sendo

prontamente atendido pelo Sr. Luiz Antônio Gerardi, sendo coletado dados

referentes ao total de empresas do município de Biguaçu que contribuem para a

arrecadação do ICMS no período de 2001 à 2004. Os outros dados foram coletados

através de sítios do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e Secretaria da

Receita Federal do Brasil.

Este estudo de caso tem por objetivo geral determinar e avaliar a variação

das receitas correntes arrecadadas do município de Biguaçu referente aos anos de

2001 até 2004, a partir dos dados coletados. Foi aplicando índices (análise vertical e

análise horizontal). Foram utilizados ainda quadros e tabelas que auxiliaram na

busca dos motivos destas variações. Cabe ressaltar que para uma compreensão

melhor os números apresentados foram modificados e os valores referentes às

receitas correntes do período acima citado estão atualizados de acordo com o

tribunal de contas, utilizando o IGP-DI.

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TABELA 1: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS Fontes

2001 AV AH 2002 AV AH Receita Corrente 28.168 100,00 100,00 23.025 100,00 81,74 Receita Tributária 2.460 8,73 100,00 2.258 9,80 91,79 IPTU 1.066 3,78 100,00 926 4,02 86,87 IRRF 0 0,00 100,00 175 0,76 0,00 ISS 994 3,53 100,00 839 3,64 84,41 ITBI 165 0,59 100,00 115 0,50 69,70 Taxas 236 0,84 100,00 201 0,87 85,17 Contribuições de Melhoria 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Receita de Contribuições 168 0,60 100,00 77 0,33 45,83 Receita Patrimonial 270 0,96 100,00 377 1,64 139,63 Receita Agropecuária 83 0,29 100,00 0 0,00 0,00 Receita Industrial 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Receita de Serviços 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Transferências Correntes 21.124 75,00 100,00 19.458 84,51 92,11 ICMS 9.534 33,85 100,00 9.816 42,63 102,96 FPM 7.547 26,79 100,00 8.236 35,77 109,13 Outras Transf. e Fundef 4.044 14,36 100,00 1.407 6,11 34,79 Outras Receitas Correntes 4.062 14,42 100,00 856 3,72 21,07

Fonte: Adaptado Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2007.

TABELA 2: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS Fontes

2001 AV AH 2003 AV AH Receita Corrente 28.168 100,00 100,00 27.180 100,00 96,49 Receita Tributária 2.460 8,73 100,00 2.249 8,27 91,42 IPTU 1.066 3,78 100,00 592 2,18 55,53 IRRF 0 0,00 100,00 210 0,77 0,00 ISS 994 3,53 100,00 825 3,04 83,00 ITBI 165 0,59 100,00 104 0,38 63,03 Taxas 236 0,84 100,00 518 1,91 219,49 Contribuições de Melhoria 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Receita de Contribuições 168 0,60 100,00 1.280 4,71 761,90 Receita Patrimonial 270 0,96 100,00 1.209 4,45 447,78 Receita Agropecuária 83 0,29 100,00 47 0,17 56,63 Receita Industrial 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Receita de Serviços 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Transferências Correntes 21.124 75,00 100,00 21.665 79,71 102,56 ICMS 9.534 33,85 100,00 10.279 37,82 107,81 FPM 7.547 26,79 100,00 7.624 28,05 101,02 Outras Transf. e Fundef 4.044 14,36 100,00 3.762 13,84 93,03 Outras Receitas Correntes 4.062 14,42 100,00 730 2,69 17,97

Fonte: Adaptado Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2007.

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TABELA 3: RECEITA POR FONTES EM MILHARES DE REAIS Fontes

2001 AV AH 2004 AV AH Receita Corrente 28.168 100,00 100,00 28.291 100,00 100,44 Receita Tributária 2.460 8,73 100,00 2.322 8,22 94,39 IPTU 1.066 3,78 100,00 586 2,07 54,97 IRRF 0 0,00 100,00 303 1,07 0,00 ISS 994 3,53 100,00 908 3,22 91,35 ITBI 165 0,59 100,00 151 0,53 91,52 Taxas 236 0,84 100,00 372 1,32 157,63 Contribuições de Melhoria 0 0,00 100,00 2 0,01 0,00 Receita de Contribuições 168 0,60 100,00 1.024 3,62 609,52 Receita Patrimonial 270 0,96 100,00 1.028 3,63 380,74 Receita Agropecuária 83 0,29 100,00 15 0,05 18,07 Receita Industrial 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Receita de Serviços 0 0,00 100,00 0 0,00 0,00 Transferências Correntes 21.124 75,00 100,00 22.934 81,06 108,57 ICMS 9.534 33,85 100,00 10.993 38,86 115,30 FPM 7.547 26,79 100,00 7.719 27,28 102,28 Outras Transf. e Fundef 4.044 14,36 100,00 4.222 14,92 104,40 Outras Receitas Correntes 4.062 14,42 100,00 968 3,42 23,83

Fonte: Adaptado Tribunal de Contas de Santa Catarina, 2007.

Em relação à análise vertical das receitas correntes do mencionado

município, em 2001 as receitas tributárias representavam 8,73% da participação das

receitas correntes, sendo que 3,78% referentes ao IPTU, 3,53% do ISS, 0,59% do

imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos (ITBI) e

0,84% de taxas. A participação das receitas de contribuições, patrimonial e

agropecuária é de 0,60%, 0,96% e 0,29% respectivamente. As transferências

correntes representavam 75,00% das receitas correntes, sendo 33,85% referente ao

ICMS, 26,79% do FPM e 14,36% a outras transferências e o Fundo de Manutenção

e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef),

as outras receitas correntes representam 14, 42%. Os elementos que compõem a

conta de outras receitas correntes são as multas e juros de mora, receita de dívidas

ativa e receitas diversas.

Já em 2002 as receitas tributárias participaram com 9,80% das receitas

correntes arrecadadas, sendo 4,02% referentes ao IPTU, 0,76% de Imposto de

Renda Retido na Fonte (IRRF), 3,64% do ISS, 0,50% do ITBI e 0,87% de taxas. As

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participações das receitas de contribuições e patrimonial são de 0,33% e 1,64%

respectivamente. As transferências correntes aumentaram a sua participação para

84,51%, sendo 42,63% referente ao ICMS, 35,77% do FPM e 6,11% a outras

transferências e Fundef e as outras receitas correntes 3,72%.

Em 2003 as receitas tributárias representavam 8,27%, sendo 2,18%

referentes ao IPTU, 0,77% de IRRF, 3,04% do ISS, 0,38% do ITBI e 1,91% de taxas.

As participações das receitas de contribuições, patrimonial e agropecuária são de

4,71%, 4,45% e 0,17% respectivamente. As transferências correntes reduziram a

sua participação em relação a 2002 para 79,71%, sendo 37,82% referente ao ICMS,

28,05% do FPM e 13,84% a outras transferências e Fundef e as outras receitas

correntes participam com 2,69% do total das receitas correntes.

E por fim em 2004, as receitas tributárias representavam 8,22%, sendo 2,07%

referentes ao IPTU, 1,07% de IRRF, 3,22% do ISS, 0,53% do ITBI, 1,32% de taxas e

0,01% de contribuições de melhoria. As participações das receitas de contribuições,

patrimonial e agropecuária são de 3,62%, 3,63% e 0,05% respectivamente. As

transferências correntes aumentaram a sua participação para 81,06%, sendo

38,86% referente ao ICMS, 27,28% do FPM e 14,92% outras transferências e

Fundef e as outras receitas correntes representam 3,42%.

Pela análise horizontal as receitas correntes decresceram 18,26% de 2002

em relação a 2001, bem como a receita tributária que diminui 8,21%, sendo que o

IPTU, ISS, ITBI e as taxas diminuíram 13,13%, 15,59%, 30,30% e 14,83%

respectivamente. As receitas de contribuição e agropecuária diminuíram 54,17% e

100% respectivamente, só a receita patrimonial é que apresentou aumento de

39,63%. As transferências correntes diminuíram em 7,89%, sendo que o ICMS e o

FPM aumentaram 2,96% e 9,13% respectivamente. Já as outras transferências e

Fundef tiveram uma diminuição considerável de 65,21%. As outras receitas

correntes apresentaram uma queda de 78,93%. Em resumo, mesmo com o aumento

da variação da receita patrimonial, transferência corrente do ICMS e FPM não foram

suficientes para cobrir as demais receitas que apresentaram quedas, fazendo com

que a receita corrente diminuísse em 18,26%.

Em 2003, as receitas correntes apresentaram uma diminuição de 3,51% em

relação a 2001, enquanto a receita tributária que diminui 8,58%, sendo que o IPTU,

ISS, ITBI diminuíram 44,47%, 17,00% e 36,97% respectivamente. O aumento

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considerável ocorreu com as taxas apresentando uma variação de 119,49%, em

função da taxa de coleta de lixo. A receita agropecuária diminuiu 43,37%, enquanto

as receitas de contribuições e patrimonial aumentaram 661,90% e 347,78%

respectivamente. As transferências correntes cresceram em 2,56%, sendo que o

ICMS e o FPM aumentaram 7,81% e 1,02% respectivamente. Já as outras

transferências e Fundef tiveram uma diminuição de 6,97%. As outras receitas

correntes apresentaram uma queda de 82,03%. Em resumo, com os aumentos

consideráveis das receitas de taxas, contribuições, patrimonial, transferências

correntes com ICMS e FPM não foram suficientes para cobrir as demais receitas que

apresentaram queda, gerando uma queda da receita corrente de 3,51%.

Em 2004, as receitas correntes apresentaram um aumento de 0,44% em

relação a 2001, enquanto a receita tributária que diminui 5,61%, sendo que o IPTU,

ISS, ITBI diminuíram 45,03%, 8,65% e 8,48% respectivamente. Enquanto as taxas

aumentaram 57,63% devido ao aumento da taxa de coleta de lixo. Já a receita

agropecuária diminuiu 81,93%, enquanto as receitas de contribuições e patrimonial

aumentaram 509,52% e 280,74% respectivamente. As transferências correntes

cresceram em 8,57%, sendo que o ICMS, o FPM e outras transferências e Fundef

aumentaram 15,30%, 2,28% e 4,40% respectivamente. As outras receitas correntes

apresentaram uma queda de 76,17%. Em resumo com os aumentos substanciais

das receitas de taxas, contribuições, patrimonial e das transferências correntes

cobriram as demais receitas que apresentaram queda e ainda geraram uma variação

de 0,44%. De 2002 a 2004 ocorre um crescimento nas receitas correntes, sendo

percebido pela diminuição na queda nos anos citados anteriormente em relação a

2001, já que em 2002 e 2003 houve uma diminuição de 18,26% e 3,51%

respectivamente, culminando em 2004 com um acréscimo de 0,44% em relação a

2001. Cabe ressaltar que não foi possível analisar a evolução do IRRF e

contribuição de melhoria, pois em 2001 não houve receita, tornando sua base zero

para os anos subseqüentes.

A partir destas duas análises verificam-se as receitas de IPTU, ISS, receita de

contribuições, transferências correntes, mais especificamente as do ICMS e FPM

individualmente fazendo uso de quadros auxiliares descritos abaixo:

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Ano Habitantes

2001 49.722

2002 51.026

2003 52.394

2004 55.267

QUADRO 41: POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO Fonte: Adaptado do IBGE, apud, TCSC, 2007.

Cabe ressaltar que “a população urbana e rural dos anos de 2001, 2002,

2003 e 2004 foram calculadas com base na proporção verificada no censo do ano

2000”. (TCSC).

TABELA 4: CONTRIBUINTES PREFEITURA MUNICIPAL DE BIGUAÇU

2001 AH 2002 AH 2003 AH 2004 AH IPTU 8.835 100,00 10.510 118,96 11.106 125,70 11.235 127,16

ISS 598 100,00 614 102,68 697 116,56 729 121,91 ALVARÁ E OUTROS

1.654 100,00 1.998 120,80 2.500 151,15 2.377 143,71

TOTAL 11.087 100,00 13.122 118,35 14.303 129,01 14.341 129,35 Fonte: Adaptado relatório estatístico de contribuintes da prefeitura municipal de Biguaçu, 2007.

TABELA 5: CONTRIBUINTES ICMS EMPRESA 2001 2002 2003 2004 ATIVAS 784 763 795 838 BAIXA DIFERIDA OU CANCELADA 93 53 72 51 TOTAL 877 816 867 889

Fonte: Adaptado DIEF, ano base 2001 a 2004.

TABELA 6: ARRECADAÇÃO SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL 2001 2002 2003 2004 VALOR ARRECADADO 196.757,8 243.005 273.358 322.555 R$ MILHÕES

Fonte: Adaptado Secretaria da Receita Federal do Brasil, 2007.

Analisando o IPTU, o mesmo apresentou diminuição na arrecadação de 2002,

2003 e 2004 em relação de 2001 de 13,13%, 44,47% e 45,03%, embora a relação

de contribuintes apresente um aumento no mesmo período de 18,96%, 25,70% e

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27,16% respectivamente. Presume-se que a diminuição da arrecadação deve-se ao

não pagamento do imposto por parte dos contribuintes.

Quanto ao ISS, apresentou diminuição na arrecadação de 2002,2003 e 2004

em relação a 2001 em 15,59%, 17,00% e 8,65% respectivamente. Enquanto o

número de contribuintes apresentou a variação, sempre positiva no período em

2,68%, 16,56% e 21,91% respectivamente. Pode-se presumir que a causa da

diminuição da arrecadação com o ISS deveu-se ao não pagamento do imposto por

parte dos contribuintes.

Em relação à receita de contribuições, que apresentou a maior variação entre

as receitas correntes arrecadadas no período de 2002 a 2004 em relação a 2001,

embora 2002 tenha apresentado queda de 54,17%, apresenta uma crescente

variação em 2003 de 661,90% e em 2004 de 509,52%. Presume-se que esta alta na

variação se deu pela instituição do fundo de previdência municipal em 27 de

dezembro de 2001, cuja administração começou em 2002, acreditando-se que

demorou um pouco para contar com a adesão dos funcionários da prefeitura.

Em relação às transferências correntes, mais especificamente ao ICMS, a

mesma apresentou uma evolução crescente em todos os períodos de 2001 a 2004.

Embora a evolução do número de contribuintes no período tenha apresentado uma

pequena queda em 2002, recuperando-se nos anos subseqüentes. Pode-se

presumir que o aumento da participação do município na arrecadação de ICMS se

deve ao aumento das receitas das empresas do município, mais especificamente

pela queda do regime especial que uma grande empresa situada no município tinha

com o governo estadual e não somente pelo número aumento do número de

contribuintes.

Quanto ao FPM existem dois fatores a analisar, o primeiro é a arrecadação

dos tributos que fazem parte da mesma que é o IR e o IPI, o segundo é o aspecto

populacional, que quanto maior o número de habitantes, maior será o valor do

repasse. Neste caso os dois aspectos foram notados neste estudo de caso, embora

a tabela dos valores arrecadados pela secretaria da receita federal, não sendo

possível especificar os valores referentes ao IR e IPI. Enquanto ao aumento do

número de habitantes, geralmente ocorre naturalmente este aumento populacional.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento é um instrumento importante no processo decisório de

todas as entidades, sejam na área pública ou privada. A Lei de Responsabilidade

Fiscal – LRF determinou que cada administrador público tenha um

comprometimento na responsabilidade fiscal, promovendo o equilíbrio financeiro

das contas públicas, sendo necessário, inclusive o aumento na arrecadação das

receitas públicas.

Evidenciou, também, a LRF o comprometimento do grau de endividamento

das administrações públicas, tornando mais profissionais as entidades e assim, o

processo de planejamento e controle dos órgãos públicos.

Esta monografia teve como objetivo avaliar a variação das receitas

correntes do município de Biguaçu dos anos de 2001 até 2004.

Verificou-se pela análise que as receitas correntes decresceram 18,26% de

2002 em relação a 2001, com uma diminuição da receita tributária 8,21%, sendo que

no IPTU, ISS, ITBI e taxas a redução foi de 13,13%, 15,59%, 30,30% e 14,83%

respectivamente. As receitas de contribuição e agropecuária, também diminuíram

54,17% e 100% respectivamente, só a receita patrimonial é que apresentou

aumento de 39,63%. As transferências correntes para não romper a regra,

diminuíram em 7,89%, sendo que o ICMS e o FPM aumentaram 2,96% e 9,13%

respectivamente. Já as outras transferências e Fundef tiveram uma diminuição

considerável de 65,21%. As outras receitas correntes apresentaram uma queda de

78,93%. Em resumo, mesmo com o aumento da variação da receita patrimonial,

transferência corrente do ICMS e FPM não foram suficientes para cobrir as demais

receitas que apresentaram quedas, fazendo com que a receita corrente diminuísse

em 18,26%.

Em 2003, as receitas correntes apresentaram uma diminuição de 3,51% em

relação a 2001, enquanto a receita tributária que diminui 8,58%, sendo que o IPTU,

ISS, ITBI diminuíram 44,47%, 17,00% e 36,97% respectivamente. O aumento

considerável ocorreu com as taxas apresentando uma variação de 119,49%, em

função da taxa de coleta de lixo. A receita agropecuária diminuiu 43,37%, enquanto

as receitas de contribuições e patrimonial aumentaram 661,90% e 347,78%

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respectivamente. As transferências correntes cresceram em 2,56%, sendo que o

ICMS e o FPM aumentaram 7,81% e 1,02% respectivamente. Já as outras

transferências e Fundef tiveram uma diminuição de 6,97%. As outras receitas

correntes apresentaram uma queda de 82,03%. Em resumo, com os aumentos

consideráveis das receitas de taxas, contribuições, patrimonial, transferências

correntes com ICMS e FPM não foram suficientes para cobrir as demais receitas que

apresentaram queda, gerando uma queda da receita corrente de 3,51%.

Em 2004, as receitas correntes apresentaram um aumento de 0,44% em

relação a 2001, enquanto a receita tributária que diminui 5,61%, sendo que o IPTU,

ISS, ITBI diminuíram 45,03%, 8,65% e 8,48% respectivamente. Enquanto as taxas

aumentaram 57,63% devido ao aumento da taxa de coleta de lixo. Já a receita

agropecuária diminuiu 81,93%, enquanto as receitas de contribuições e patrimonial

aumentaram 509,52% e 280,74% respectivamente. As transferências correntes

cresceram em 8,57%, sendo que o ICMS, o FPM e outras transferências e Fundef

aumentaram 15,30%, 2,28% e 4,40% respectivamente. As outras receitas correntes

apresentaram uma queda de 76,17%. Em resumo com os aumentos substanciais

das receitas de taxas, contribuições, patrimonial e das transferências correntes

cobriram as demais receitas que apresentaram queda e ainda geraram uma variação

de 0,44%.

Cabe ressaltar que por falta de dados disponibilizados pela prefeitura

municipal de Biguaçu não foi possível fazer uma análise no ITBI, na receita

patrimonial, agropecuária, outras transferências e Fundef e outras receitas correntes,

cujo apresentaram consideráveis variações no período de 2001 à 2004.

Recomenda-se para a realização de futuros trabalhos da utilização de outros

indicadores aplicados nas receitas correntes do período de 2001 à 2004, propiciando

uma profunda análise das receitas correntes. Outra recomendação seria uma

avaliação das despesas correntes no período de 2001 à 2004, visando uma

comparação entre a receita corrente e a despesa corrente.

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