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FACULDADE VALE DO ITAPECURU FAI CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO JOSÉ PEREIRA DA SILVA FILHO LICITAÇÃO E O PRINCÍPIO DA MORALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: O ESTUDO DE CASO NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DOS COCAIS NO MARANHÃO CAXIAS/MA 2013

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FACULDADE VALE DO ITAPECURU – FAI

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

JOSÉ PEREIRA DA SILVA FILHO

LICITAÇÃO E O PRINCÍPIO DA MORALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: O ESTUDO DE CASO NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DOS COCAIS

NO MARANHÃO

CAXIAS/MA

2013

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JOSÉ PEREIRA DA SILVA FILHO

LICITAÇÃO E O PRINCÍPIO DA MORALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: O ESTUDO DE CASO NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DOS COCAIS

NO MARANHÃO

Monografia apresentada à Faculdade Vale do Itapecuru –

FAI, como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Direito.

Orientador: Professor Esp. Frank Aguiar Rodrigues

CAXIAS/MA

2013

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S586l Silva Filho, José Pereira da.

Licitação e o principio da moralidade na administração pública: o

estudo de caso nos municípios da região dos cocais no Maranhão /

José Pereira da Silva Filho. – Caxias, 2013.

46 f.

Monografia (Graduação) - Bacharelado em Direito da

Faculdade do Vale do Itapecuru.

“Orientador: Prof. Frank Aguiar Rodrigues”

1. Licitação. 2. Principio da moralidade. 3. Administração

pública. I. Título.

CDD 341.352 7

Page 4: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

S586l Silva Filho, José Pereira da.

Licitação e o principio da moralidade na administração pública: o

estudo de caso nos municípios da região dos cocais no Maranhão /

José Pereira da Silva Filho. – Caxias, 2013.

46 f.

Monografia (Graduação) - Bacharelado em Direito da

Faculdade do Vale do Itapecuru.

“Orientador: Prof. Frank Aguiar Rodrigues”

2. Licitação. 2. Principio da moralidade. 3. Administração

pública. I. Título.

CDD 341.352 7

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JOSÉ PEREIRA DA SILVA FILHO

LICITAÇÃO E O PRINCÍPIO DA MORALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA: O ESTUDO DE CASO NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DOS COCAIS

NO MARANHÃO

Monografia aprovada à, como requisito parcial para parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Direito no Curso de Direito da Faculdade Vale do Itapecuru– FAI

Área de concentração:

Data da Aprovação

____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

Prof. Frank Aguiar Rodrigues

Orientador:

Faculdade Vale do Itapecuru - FAI

_______________________________________

Prof. Joaquim Gonçalves Neto

1.º Examinador

Faculdade Vale do Itapecuru - FAI

_______________________________________

Prof. Isnardo Franciolli Guimarães

2.º Examinador

Faculdade Vale do Itapecuru - FAI

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Dedicatória

À minha mãe querida, Maria Luiza de

França da Silva, exemplo de força,

vontade e dedicação, pelo seu

extraordinário auxilio.

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AGRADECIMENTO

A Deus, pela dádiva da vida e saúde.

Aos Meus Professores que pela sua dedicação contribuíram para a minha realização

À Professora Isa, pela paciência na co-orientação para a realização desse trabalho.

Aos meus colegas de turma que compartilharam essa jornada

Ao Meu Orientador Professor Frank Aguiar, pela compreensão e dedicação na orientação para

a conclusão desse trabalho.

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Epigrafe

A vida se constrói de choros e lágrimas, as

conquistas de batalhas e guerras; o sucesso se

concretiza com a vitória; e o reconhecimento

com glória.

Autor, 2013

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RESUMO

A Licitação trata-se de etapa preliminar imperiosa para obras, serviços, compras, alienações e

locações, no âmbito da Administração direta e indireta. Esta obrigatoriedade resulta de

disposição constitucional (art. 37, inciso XXI, da CRFB/88). A licitação traz a ideia de

disputa isonômica ao fim da qual será selecionada a proposta mais vantajosa aos interesses da

administração com vistas a celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particular

vencedor do certame, para a realização de obras, serviços, concessões, permissões, compras,

alienações ou locações A necessidade da busca do negócio mais vantajoso, objetivo precípuo

da licitação, está umbilicalmente jungida ao princípio da economicidade, tal como previsto no

art. 70 da Constituição. Os locais onde a pesquisa se desenvolveu foi nos municípios da

região dos cocais. O que se pretendia obter informações através do uso de entrevistas com

servidores públicos, para identificar a relação, as possibilidades de implementação do

principio da moralidade na gestão pública quando ocorrem os erros que geram prejuízo à

administração pública dentro de um processo de licitação, analisando suas características que

levam à ilicitude possível no processo de licitação.

PALAVRA CHAVE: Licitação pública. Moralidade. gestão pública. administração pública.

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ABSTRACT

Bidding it is imperative preliminary step for works, services, purchases, sales and leases,

under the Administration direct and indirect. This requirement stems from the constitutional

provision (art. 37, XXI, the CRFB/88). The bidding brings the idea of dispute isonomically

the end of which will be selected the most advantageous proposal to the interests of

management with a view to concluding an administrative contract between it and the

particular winner of the contest, for the execution of works, services, concessions,

permissions , purchases, sales, leases or the need to seek the most advantageous business,

primary purpose of the bidding is inextricably yoked to the principle of economy, as provided

for in art. 70 of the Constitution. The locations where the research was developed in the

municipalities of the region of coca crops. What was intended to obtain information through

the use of interviews with civil servants, to identify the relationship, the possibilities of

implementing the principle of morality in public administration when errors occur that cause

damage to public administration in a bidding process, analyzing their characteristics that lead

to possible wrongdoing in the bidding process.

KEYWORD: Public bidding. Morality. public management. public administration.

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LISTA DE TABELAS

Tabela – 01 – Faixa etária dos entrevistados ........................................................................... 40

Tabela – 02 – Vínculo Empregatício dos entrevistados .......................................................... 41

Tabela – 03 – Conhecimento sobre licitação ........................................................................... 41

Tabela – 04 – Funcionamento da Licitação ............................................................................. 42

Tabela – 05 – Participação em Comissão de Licitação ........................................................... 42

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CRFB – Constituição da Republica Federativa do Brasil

LLC – Lei de Licitações e Contratos

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas

RDC – Regime Diferenciado de Contratação

FIFA – Federação Internacional de Futebol Associação

TCE – Tribunal de Contas do Estado

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

CAPITULO I: REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 15

1.1 Licitação: Alguns Pressupostos ................................................................................... 15

1.2 Conceito ..................................................................................................................... 16

1.3 Fundamentos jurídicos da Licitação ........................................................................... 18

1.3.1 Legislação de regência da licitação ............................................................................. 19

1.4 Princípios básicos da Licitação ................................................................................. 22

1.4.1 Princípio da isonomia .................................................................................................. 22

1.4.2 Princípio da eficiência ................................................................................................. 23

1.4.3 Princípio da Legalidade ............................................................................................... 24

1.4.4 Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório ............................................... 24

1.4.5 Princípios da Moralidade ............................................................................................. 25

1.4.6 Princípio da publicidade .............................................................................................. 26

1.4.7 Princípio da Competividade ........................................................................................ 27

1.4.8 Princípio da Razoabilidade .......................................................................................... 27

1.4.9 Princípio da Impessoalidade ........................................................................................ 28

1.4.10 Princípio do julgamento objetivo ................................................................................. 28

1.5 Modalidade ................................................................................................................. 29

1.5.1 Concorrência ................................................................................................................ 29

1.5.2 Tomada de Preços ........................................................................................................ 29

1.5.3 Convite ......................................................................................................................... 30

1.5.4 Concurso ...................................................................................................................... 30

1.5.5 Leilão ........................................................................................................................... 30

1.5.6 Pregão .......................................................................................................................... 30

1.5.7 Regime Diferenciado de contratação ( RDC) .............................................................. 30

1.6 Contratação sem Licitação ....................................................................................... 31

1.6.1 Dispensa ....................................................................................................................... 31

1.6.2 Inexigibilidade ............................................................................................................. 32

CAPITULO II: CAMINHO METODOLÓGICO .............................................................. 33

2.1 Tipos de pesquisa ......................................................................................................... 33

Page 14: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

2.2 Tipos de técnicas .......................................................................................................... 35

2.3 Amostra ....................................................................................................................... 36

CAPITULO III: COLETA, ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................ 37

3.1 Caracterização do campo de pesquisa ......................................................................... 37

3.2 Coleta dos dados .......................................................................................................... 38

3.3 Analise dos dados ........................................................................................................ 38

3.4 Analise e interpretação dos Dados ............................................................................... 39

3.5 Representação dos dados ............................................................................................. 40

CAPITULO IV: CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 43

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 45

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INTRODUÇÃO

O estudo que se apresenta tem como tema: a licitação e o princípio da moralidade na

administração pública: o estudo de caso nos municípios da região dos cocais no maranhão. A

Gestão pública pauta de norma para a funcionalidade dentro dos princípios constitucionais,

que regem a administração, em especial o da moralidade, em conformidade com os

dispositivos elencados no artigo 37 caput da Constituição Federal de 1988, que dentre as

normas elucida a Licitação Pública como parâmetro delineador de parcela das despesas com

as atividades referentes a compras, contratações, alienações e serviços na administração

pública. O problema que se investigou foi Qual o papel da licitação para consolidação o

Princípio da moralidade na Administração Pública, nos municípios da Região dos Cocais no

Maranhão.

O desconhecimento da maioria da população sobre a importância do processo

licitatório e dos mecanismos necessários que devem ser utilizados para realização das

compras governamentais, gera um enorme prejuízo ao erário público, com este estudo se

pretende analisar as possibilidade e propor condições para o entendimento sobre as normas

existentes para que o gestor público possa contratar serviços, compras de bens e publicidade,

dando desta forma uma explicação para a população de como suas contribuições financeira,

através de impostos e taxas são gastas e de que maneira são executadas as contratações no

serviço público. Assim, pretende-se verificar se o processo licitatório de uma entidade pública

vem sendo executada em conformidade com as normas geralmente aceitas.

Os objetivos trabalhados visaram analisar o procedimento licitatório nas diversas

modalidades nos municípios das regiões dos cocais; Identificar a relação, as possibilidades e

quando ocorrem erros que geram prejuízo contra a administração pública dentro de um

processo de licitação, bem como analisar as características que leva à ilicitude possível no

processo de licitação; analisar as características que leva o gestor público à ilicitude no

processo de licitação; Verificar com clareza como ocorre um processo de licitação, e a sua

contribuição para a moralidade da administração pública; Fazer um estudo minuciosamente

sobre o processo de licitação, sob a égide da Lei nº 8.666-931 – Lei de Licitações e buscar no

campo da administração pública, um entendimento sobre o procedimento Licitatório na

prática na gestão pública Municipal, a cerca da licitação e o princípio da moralidade na

1 BRASIL. Lei 8666/93. Lei de Licitações e Contratos na administração pública. Disponível em: http://www.planalto

.gov.br/ccivil_03/Leis/L8666cons.htm., acessado em 03 mai2013, as 23h30min.

Page 16: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

13

Administração Pública: um estudo de caso nos municípios da Região dos Cocais no

Maranhão.

Por entender que a moralidade só se concretiza com observância dos princípios que

primam pela gestão de qualidade do serviço publico. Pretendeu-se demonstrar o que

determina o art. 37, inc. XIX, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de

1988, quando preconiza que a administração publica, deverá ser norteada pelos princípios da

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, pois a gestão publica deve atentar para a

importância da licitação, em linhas gerais, licitação é um convite do poder público aos

detentores de suficiência empresarial para que apresentem suas propostas para a execução de

uma determinada prestação, seja de compras, alienação, locação, obras e serviços, inclusive

de publicidade.

A Licitação na administração pública abrange todas as funções, desde serviços,

compras e obras, publicidade que nesse caso é entendida como, um procedimento que norteia

a moralidade na administração publica. Com esse intuito propõem-se realizar a presente

pesquisa para dirimir as dúvidas e erro no procedimento licitatório e propor as possibilidades

de vislumbrar uma gestão eficiente e transparente na gestão da coisa pública.

Ao delinear esta pesquisa se queria que servisse como parâmetro norteador para a

sociedade, a cerca do entendimento sobre a importância da licitação para a moralidade da

gestão financeira na administração pública, no que concerne a compras de bens, serviços e

alienação etc.

A monografia é composta de quatro capítulos sendo que no primeiro capitulo, mostra

a introdução; o segundo traz uma abordagem sobre o Referencial Teórico, que consta das

seguintes seções: Licitação: Alguns Pressupostos; Conceito Fundamentos jurídicos da

Licitação; Legislação de regência da licitação; Princípios básicos da Licitação. O terceiro

discorre sobre o caminho metodológico; o quarto apresenta a coleta, análise e discussão dos

dados e o quinto apresenta as considerações finais no qual traz uma abordagem sobre as

hipóteses e as mitigações sobre os problemas.

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CAPITULO I

REFERENCIAL TEÓRICO

Esse capítulo conta de cinco seções: 1.1 Licitação: Alguns Pressupostos; 1.2

Conceito; 1.3 Fundamentos jurídicos da Licitação; 1.4 Princípios básicos da Licitação; 1.5

Modalidade de licitação

1.1 LICITAÇÃO: alguns pressupostos

Verificando o ordenamento jurídico brasileiro constata-se que a Constituição da

Republica Federativa do Brasil - CRFB de 1967, não definiu de forma expressa de quem era a

competência para legislar sobre licitação. No entanto, em 1968, com a sanção da Lei Federal

n.º 5456, de 20 de junho de 1968, determinou as normas para os Estados e Municípios

relativos à licitação. No entanto, somente com a Constituição Federal de 1988, ficou

determinada a competência exclusiva da União para legislar sobre licitação e a

obrigatoriedade de licitar na gestão de recursos públicos, conforme disposto no artigo 22,

XXVII, da CRFB de 1988, que definiu a compete privativamente à União legislar sobre os

ditames sobre licitação e contração para as administrações públicas, no que concerne a

obrigatoriedade para licitar:

Art. 22 (...)

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as

administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no artigo 37, XXI, e para as

empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do artigo 173, § 1º,

III; (com a redação dada pela EC nº 19, de 4-6-1998.)

Pela licitação, segundo Di Pietro2, a administração abre a todos os interessados que

se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de apresentação

de proposta. Quando a Administração convida os interessados pela forma de convocação

prevista na lei, nesse ato convocatório vêm contidas as condições básicas para participar da

licitação, bem como as normas a serem observadas no contrato que se tem em vista celebrar; o

atendimento à convocação implica a aceitação dessas condições por parte dos interessados.

2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p.369

Page 18: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

15

Daí a afirmação segundo a qual o edital é a lei da licitação e, em consequência, a lei do

contrato. Nem a Administração pode alterar as condições, nem o particular pode apresentar

propostas ou documentação em desacordo com o exigido no ato de convocação, sob pena de

desclassificação ou inabilitação, respectivamente.

A licitação funciona como o meio pela qual o ente público através de uma série de

atos preparatórios do ato final objetiva, contratar interessados que se sujeitem as normas, para

fornecimento de materiais e serviços, obras etc... de interesse da Administração. No entanto,

“a licitação, pode ser entendida como um procedimento integrado por atos e fatos da

Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formar a vontade contratual.

Por parte da Administração, o edital ou convite, o recebimento das propostas, a habilitação, a

classificação, a adjudicação, além de outros atos intermediários ou posteriores, como o

julgamento de recursos interpostos pelos interessados, à revogação, a anulação, os projetos, as

publicações, anúncios, atas etc. Por parte do particular, a retirada do edital, a proposta, a

desistência, a prestação de garantia, a apresentação de recursos, as impugnações”.

Numa outra vertente, comenta Di Pietro3, A expressão “ente público no exercício da

função administrativa justifica-se pelo fato de que mesmo as entidades privadas que estejam

no exercício de função pública, ainda que tenham personalidade jurídica de direito privado,

submetem-se à licitação”. Note-se que as “entidades da Administração Indireta, com

personalidade de direito privado, como empresas públicas, sociedades de economia mista e

fundações, costumam ser chamadas por alguns autores de entidades públicas de direito

privado, por terem o regime de direito comum parcialmente derrogado por normas de direito

público”.

Partindo do pressuposto de que a administração pública possui seus atos atrelados à

autorização em lei. A iniciativa privada tem seus atos de livre, porém com observância da

licitude em lei, iniciativa. Neste contexto, a administração pública só pode realizar qualquer

atividade se houver lei que a determine. Nesta ótica a administração pública possui seus atos

vinculados à autorização em lei. A iniciativa da privada tem seus atos de livre, porém convém

da observância da licitude, prevista na lei. No entanto a administração só atua na dependência

de lei para se tornar licita. Não havendo esta observação aos ditames legais fica suscetível a

qualquer cidadão por nas vias judiciais a anulação do referido feito. Portanto, o ente publico

está sempre condicionando a normas para realização de qualquer ato.

Há que se observar que qualquer individuo que desejar contratar com os entes

públicos instrumento de otimização desses postulados é a licitação pública. A Licitação trata-

3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p.368

Page 19: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

16

se de etapa preliminar imperiosa para obras, serviços, compras, alienações e locações, no

âmbito da Administração direta e indireta. Esta obrigatoriedade resulta de disposição

constitucional (art. 37, inciso XXI, da CRFB): Ressalvados os casos especificados na

legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de

licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas

que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos

termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômicas

indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações prescritas na Lei n.º 8666/93 Lei

das Licitações e Contratos da Administração.

1.2 Conceito

Para conceituar licitação é preciso verificar que vários doutrinadores tratam como um

procedimento através do qual o ente público realiza a contratações para aquisição de bens,

serviços diversos, alienação e compra de materiais, conforme aborda Di Pietro, (2012, p.368)

referindo-se ao conceito dado por José Roberto Dromi4 (1975:92):

Licitação é o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício

da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições

fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas

dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de

contrato.

O vocábulo "licitação" provém do latim licitationem, derivado de licitatio ou

licitationis, cujo significado é venda por lances, arrematação. O Direito Administrativo

brasileiro, entretanto, atribui-lhe sentido diverso, principalmente a partir da reforma

administrativa (Decreto-lei n. 200/67), quando licitação passou a representar o procedimento

administrativo prévio necessário para viabilizar os contratos da Administração publica.

A Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB, no inciso XXI do art. 37,

XXI, definiu a obrigatoriedade, porém deixa claro que poderá haver outras formas, são os

casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações deverão ser

contratados mediante processo de licitação pública:

“Art. 37”. (...)

(...)

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras

e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure

4 DROMI apud: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 368

Page 20: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

17

igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam

obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos temos da

lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica

indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Para Barreto, (2011, p. 85) a licitação pode ser entendida como:

É o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona

as propostas que são mais vantajosas, assim entendidas aquelas que melhor atendam

ao interesse público e que, por isso, serão objeto dos futuros contratos

administrativos, a serem celebrados com o Poder Público. (Barreto, 2011).

Segundo Alexandrino5, (2012, p.576) referência que a licitação pode ser entendida,

com base na doutrina que conceitua licitação como “um procedimento administrativo, de

observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que, observada a igualdade entre

os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos

interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, urna vez

preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que

eles se propõem”.

Nesse mesmo entendimento Di Pietro6, 2012, faz alusão que a licitação pode ser

entendida como:

(...) procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função

administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem as condições fixadas no

instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais

selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato. (Dromi,

1975, 92 apud, Di Pietro, 2012, 368)

Segundo Mello, 2011, Licitação é o procedimento administrativo pelo qual uma

pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços,

segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de

propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros

antecipadamente estabelecidos e divulgados.

Assim, entende-se que a licitação é o procedimento administrativo por meio do qual

a Administração Pública, necessitando contratar obras ou serviços, realizar compras, alienar

bens, ou fazer concessões de serviços públicos a particulares, mediante as condições que

unilateralmente estabelece e buscando o negócio mais vantajoso, possibilita a todos os

5 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Descomplicado. 20. ed. São Paulo: Método, 2012. 6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 368

Page 21: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

18

interessados a apresentação de propostas, escolhendo aquela que, segundo os critérios

prefixados, demonstre, com eficiência e economicidade, satisfazer o interesse público.

Vale ressaltar que a licitação traz a ideia de disputa isonômica ao fim da qual será

selecionada a proposta mais vantajosa aos interesses da administração com vistas à celebração

de um contrato administrativo, entre ela e o particular vencedor do certame, para a realização

de obras, serviços, concessões, permissões, compras, alienações ou locações.

1.3 Fundamentos jurídicos da licitação

Conforme disposto na constituição Federal no inciso XXVII do art. 22, define que é

competência privativamente da União legislar sobre normas gerais de licitação, o inciso XXI

do art. 37, enfoca que ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,

compras e alienações sejam contratados mediante processo de licitação pública que assegure

igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de

pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos temos da lei, o qual somente

permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do

cumprimento das obrigações e nos termos do artigo 173, § 1º, inciso III, refere-se aos entes

públicos de direito privado. Há que se observar que nestes dispositivos está explicita a

obrigatoriedade e os procedimentos da licitação e contratos na administração pública:

Art. 173 (...)

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de

economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de

produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

(...)

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os

princípios da administração pública;

No entanto, para dirimir celeumas, foi editada a Lei 8.666/93, regulamentando o art.

37 da CRFB/88, na parte especifica sobre licitação, que é, antes de tudo, um procedimento

voltado à satisfação de uma finalidade de interesse público. E sua obrigatoriedade da

instauração do procedimento licitatório para a Administração Pública alienar, adquirir ou

locar bens, contratar obras ou serviços, ou atribuir a particulares a prestação de serviços

públicos (concessão e permissão) tem bem definidos dois escopos: o primeiro é a realização

do negócio mais vantajoso para a Administração e o segundo, assegurar aos particulares o

direito de participar do negócio em condições de igualdade.

Page 22: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

19

A necessidade da busca do negócio mais vantajoso, objetivo precípuo da licitação,

está umbilicalmente jungida ao princípio da economicidade, tal como previsto no art. 70 da

Constituição. Esse princípio cobra resultados positivos na relação custo-benefício das

atividades administrativas.

A necessidade da busca pela proposta mais vantajosa, emerge do texto constitucional

que no se teor, quando dispõe expressamente o art. 37, inc. XXI, sobre as exigências de

qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Visa, portanto, o procedimento licitatório, também oferecer garantia de fiel cumprimento dos

contratos firmados pela Administração.

Não obstante, justamente para atender aos princípios constitucionais da isonomia, da

moralidade e da impessoalidade, que norteiam toda a atividade administrativa, estabeleceu-se

como regra a licitação, restando à contratação direta constituir a exceção. A legislação vigente

que rege o certame licitatório é expressa no cabedal que se segue:

1.3.1 Legislação de regência da licitação

I. Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010 - Dispõe sobre as normas gerais para

licitação e contratação pela administração pública de serviços de publicidade

prestados por intermédio de agências de propaganda.

II. Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004 - Institui normas gerais para

licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração

pública.

III. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 - Institui, no âmbito da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e

serviços comuns.

IV. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da

Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração

Pública.

V. Decreto 3.555, de 8 de agosto de 2000 - Aprova o Regulamento para a modalidade

de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns;

VI. Decreto 3.931, de 19 de setembro de 2001- Regulamenta o Sistema de Registro de

Preços previsto no art. 15 da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, e dá outras

providências;

Page 23: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

20

VII. Lei 11.107, de 6 de abril de 2005 - Dispõe sobre normas gerais de contratação de

consórcios públicos e dá outras providências.

VIII. Lei No 10.520, DE 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e

serviços comuns, e dá outras providências.

IX. Decreto 5.450, de 31 de maio de 2005 - Regulamenta o pregão, na forma eletrônica,

para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

X. Decreto 5.504, de 5 de agosto de 2005 - Estabelece a exigência de utilização do

pregão, preferencialmente na forma eletrônica, para entes públicos ou privados. Nas

contratações de bens e serviços comuns, realizadas em decorrência de transferências

voluntárias de recursos públicos da União decorrentes de convênios ou instrumentos

congêneres, ou consórcios públicos.

XI. Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006 - Institui o Estatuto Nacional

da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis 8.212

e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991. Da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT,

aprovada pelo Decreto-lei 5.452, de 10 de maio de 1943, da Lei 10.189, de 14 de

fevereiro de 2001, da Lei Complementar 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as

Leis 9.317 de 5 de dezembro de 1996, e 9.841 de 5 de outubro de 1999.

XII. Decreto 6.017, de 17 de janeiro de 2007 - Regulamenta a Lei 11.107, de 6 de abril

de 2005 que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos

XIII. Decreto 6.170, de 25 de julho de 2007 - Dispõe sobre as normas relativas às

transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, e dá

outras providências.

XIV. Decreto 6.204, de 5 de setembro de 2007 - Regulamenta o tratamento favorecido,

diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte nas

contratações públicas de bens, serviços e obras, no âmbito da administração pública

federal.

XV. Lei 12.232, de 29 de abril de 2010 - Dispõe sobre as normas gerais para licitação e

contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por

intermédio de agências de propaganda e dá outras providências.

XVI. Decreto 7.174, de 12 de maio de 2010 - Regulamenta a contratação de bens e

serviços de informática e automação pela administração pública federal, direta ou

Page 24: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

21

indireta, pelas fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e pelas demais

organizações sob o controle direto ou indireto da União.

XVII. Decreto 7.546, de 2 de agosto de 2011- Regulamenta o disposto nos §§ 5° a 12 do

art. 3° da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, e institui a Comissão lnterministerial de

Compras Públicas.

XVIII. Lei 12.462, de 4 de agosto de 2011- Institui o Regime Diferenciado de Contratações

Públicas - RDC; altera a Lei 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a

organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência

Nacional de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de

Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de

Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo;

autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis

11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972,8.399, de 7 de

janeiro de 1992,11.526, de 4 de outubro de 2007,11.458, de 19 de março de 2007, e

12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória 2.185-35, de 24 de agosto

de 2001; e revoga dispositivos da Lei 9.649, de 27 de maio de 1998

XIX. Decreto 7.581, de 11 de outubro de 2011- Regulamenta o Regime Diferenciado de

Contratações Públicas - RDC, de que trata a Lei 12.462, de 5 de agosto de 2011.

Quanto à obrigatoriedade de licitar, como regra, estão todas as entidades que

compõem a Administração Pública direta, indireta e fundacional, nas órbitas federal, estadual

e municipal, esta obrigatoriedade de licitação pública para contratar obras, serviços, compras

e alienações. É imposta pelo art. 37, inc. XXI, da Constituição Federal. O dispositivo

constitucional é regulamentado pela Lei n. 8.666/93.

Portanto, a que se observar a situação peculiar das empresas públicas e sociedades de

economia mista, quando concebidas para o desempenho de atividades econômicas. Para essas

entidades, determina o § 1º do art. 173 da CRFB/1988, sujeitam-se ao regime jurídico próprio

das empresas privadas. Aparentemente conflitante as normas de natureza constitucional – art.

37, inc. XXI, e § 1º do art. 173 –, entende-se que se impõe a dispensa de licitação toda vez

que, em face da urgência ou de situação excepcional do objeto do contrato, a sua realização

possa retirar a agilidade e a competitividade necessárias para que a entidade concorra em

condições de igualdade com as do setor privado.

1.4 Princípios Básicos da licitação

Page 25: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

22

Para Niebuhr7, O tema pertinente aos princípios jurídicos é apaixonante, porquanto

revela a essência do Direito, as linhas mestras do sistema jurídico, conferindo instrumento aos

intérpretes para tomarem posturas e decisões justas e coerentes com os valores morais da

sociedade. Pois, a linguagem comum, princípio significa o começo, o início, a base, o ponto

de partida. Esse sentido é aproveitado no Direito, já que os princípios jurídicos

consubstanciam a base, o ponto de partida, a estrutura sobre a qual se constrói o ordenamento

jurídico. Daí a importância deles, porque, para se compreender as leis, é fundamental que se

compreenda o que deu origem e serviu de inspiração a elas. Conforme dispõe o artigo 3.º da

Lei 8.666/93 – LLC:

Art. 3.º A licitação destina‑se a garantir a observância do princípio constitucional

da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a

promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em

estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da

moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da

vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são

correlatos. (redação dada pela Lei no 12.349, de 15-12-2010).

Por consequência, para compreender a licitação pública, as leis e os decretos que a

disciplina, é fundamental compreender os princípios que a informam, na integra, o que está

legitimado nestas leis e decretos. Sem recorrer aos princípios, não se alcança a essência da

licitação pública e, em razão disso, muita questões a respeito dela acabam sendo interpretadas

de forma equivocada. Neste contexto, a licitação pública é tema que se insere no Direito

Administrativo. Logo, todos os princípios de Direito Administrativo incidem, com maior ou

menor intensidade, sobre a licitação pública. Demais disso, a licitação pública é informada

por alguns princípios específicos, que são próprios à sua natureza e às suas peculiaridades:

1.4.1 Princípio da isonomia

Todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput, da Constituição). O princípio mais

importante para a licitação pública é o da isonomia ou da igualdade. Ele é, em análise

acurada, a própria causa da licitação pública. É importante observar que a Lei 8.666/1993

sofreu substancial mudança, especialmente, no que diz respeito à noção de igualdade entre os

participantes no procedimento licitatório, com a edição da Lei 12.349/2010. Que, no entanto,

ao lume da legislação vigente, ressalta-se que o inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal

7 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato Administrativo. 2. Ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 41

Page 26: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

23

- que não foi modificado exige, literalmente, que nas licitações seja assegurado "igualdade de

condições a todos os concorrentes", nosso legislador ordinário, por meio da Lei 12.349/2010,

conferiu uma interpretação bastante elástica a essa noção de "igualdade", possibilitando que

sejam concedidas grandes vantagens competitivas a empresas produtoras de bens

manufaturados nacionais ou prestadores de serviços nacionais, que atendam a normas técnicas

brasileiras.

Vale ressaltar que os contratos administrativos geram benefício econômico ao

contratado. Como todos os interessados em colher tais benefícios econômicos devem ser

tratados com igualdade, por força do caput do art. 5° da Constituição Federal, impõe à

Administração Pública, a seguir certas formalidades para escolher com, quem contratar e

quem será o beneficiário. Como exemplo, pode-se citar que a Administração precisa informar

a todos os potenciais interessados em que termos pretendem celebrar o contrato, precisa

receber as propostas de todos, avaliá-las com objetividade, o que, em conjunto, denota espécie

de procedimento administrativo, denominado de licitação pública. Neste bojo, a licitação

pública é o procedimento utilizado para que a Administração selecione com quem

futuramente irá celebrar contrato, de maneira respeitosa ao princípio da igualdade, sem

privilegiar apadrinhados ou desfavorecer desafetos.

1.4.2 Princípio da eficiência

Segundo Niebuhr8, as formalidades decorrentes do princípio da isonomia devem ser

moderadas. Não é razoável impor tantas e tantas formalidades, que acabem por prejudicar a

Administração e, por dedução, o interesse público. É que a licitação pública deve ser, além de

garantidora da isonomia, instrumento para que a Administração selecione o melhor

contratante, que lhe apresente proposta realmente vantajosa, quer quanto ao preço

(economicidade), quer quanto à qualidade.

A eficiência em licitação pública gira em tomo de três aspectos fundamentais: preço,

qualidade e celeridade. Daí que do princípio da eficiência, mais abrangente, decorrem outros

princípios, entre os quais o do justo preço, o da seletividade e o da celeridade. O princípio do

justo preço demanda que a Administração não assuma compromissos com preços fora de

mercado, especialmente com preços elevados.

1.4.3 Princípio da Legalidade

8 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato Administrativo. 2. Ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 41

Page 27: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

24

A atividade administrativa está jungida ao princípio da legalidade, o que, aliás,

constitui cânone constitucional (art. 37, caput). A Lei n. 8.666/93, art. 3º, em especial quanto

à licitação, dispõe que será processada e julgada de conformidade com o princípio da

legalidade. Porem para os sujeitos de Direito Privado estranhos à Administração Pública, o

principio da legalidade, em observância do inciso II art. 5.º da Constituição Federal, significa

que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”,

portanto se a lei não proíbe determinada conduta, ela é permitida.

1.4.4 Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

A primeira grande formalidade a ser cumprida pela Administração para a condução

de processo licitatório constitui-se na confecção do instrumento convoca tório, que, na senda

das lições de Hely Lopes Meirelles, é a lei interna das licitações. No instrumento

convocatório, a Administração Pública deverá consignar o que pretende contratar, ou seja,

qual o objeto do contrato, além do que deve conter todas as suas especificidades (art. 40 da

Lei n.º 8.666/93). Os licitantes, ao analisarem o instrumento convocatório, devem ter

condições de precisar tudo o que serão obrigados a fazer, caso saiam vencedores do certame.

Neste caso, o instrumento convocatório deve indicar os documentos a serem apresentados

pelos licitantes para que eles sejam habilitados no certame, deve enunciar os critérios

objetivos a serem levados em conta para cotejar as propostas.

Obriga-se a Administração a respeitar as regras que haja estabelecido previamente

para disciplinar o certame – suporta a lei que fizeste –, bem assim os particulares que a ele

aderirem. Não poderão oferecer seus produtos fora do que determinar o edital do certame, sob

pena de ser desclassificada. Em suma, pode-se dizer que o teor do edital ou da carta-convite

vinculará necessariamente todo o procedimento, pois constitui a lei interna da licitação,

impondo rigorosa observância de suas disposições. Qualquer alteração que porventura venha

a sofrer o instrumento convocatório obriga sua republicação, sob pena de violação do

princípio da isonomia.

1.4.5 Princípios da Moralidade

Conforme entendimento doutrinário a cerca de possibilitar, no sentido de delimitar a

significação da moralidade administrativa, utilizando, vez por outra, expressões como

Page 28: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

25

"comportamento ético e justo" o parece necessário agregar que a atividade administrativa,

para atender ao princípio da moralidade, deve ser eficaz para o interesse público, sem

descurar de fazê-lo por meios juridicamente válidos. A moralidade, no entanto, transborda do

comportamento meramente lícito, para exigir, no dizer de o princípio da moralidade

relaciona-se aos padrões morais, isto é, aos comportamentos reputados como honestos e

virtuosos pelos membros da sociedade. Conforme descreve Niebuhr9, 2011:

O princípio da moralidade relaciona-se aos padrões morais, isto é, aos

comportamentos reputados como honestos e virtuosos pelos membros da sociedade.

A moralidade posta no meio administrativo quer agregar força ao princípio da

legalidade, evitando que agentes administrativos deturpem as competências que lhes

foram atribuídas por lei para a prática de atos incompatíveis com os valores que a

sociedade considera acertados. Sobremaneira, para o Direito Administrativo, a

moralidade significa harmonia com o interesse público, vetor máximo de todos os

princípios e regras que o informam, revelando-se intimamente ligada à legitimidade.

( Niebuhr, 2011, p. 45)

Ressalta-se que nas licitações públicas e nos contratos administrativos, o princípio da

moralidade é bastante abrangente, opondo-se, por exemplo, a contratos superfaturados, ao

direcionamento da contratação, à contratação com pessoas ligadas à Administração Pública,

mesmo que indiretamente, o que repercute, por consequência, na modalidade pregão.

Igualmente, o princípio da moralidade exige que os agentes administrativos

envolvidos em licitação pública atuem de boa-fé, de maneira proba e honesta, sem esconder

dados ou informações, sem pretender receber vantagens indevidas, ainda que favoráveis à

Administração. O princípio impõe tratar licitantes e outros com honestidade, sem pretender

prejudicá-los.

A moralidade posta no meio administrativo quer agregar força ao princípio da

legalidade, evitando que agentes administrativos deturpem as competências que lhes foram

atribuídas por lei para a prática de atos incompatíveis com os valores que a sociedade

considera acertados. Sobre maneira, para o Direito Administrativo, a moralidade significa

harmonia com O interesse público, vetor máximo de todos os princípios e regras que o

informam, revelando-se intimamente ligada à legitimidade

O art. 37, § 4º, da Constituição, estabelece as consequências sancionatórias

decorrentes da prática de atos de improbidade administrativa cometidos por agente público, a

saber: suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e

o ressarcimento ao erário. Vale lembrar, também, que qualquer cidadão poderá propor ação

popular para anulação de ato atentatório à moralidade administrativa (art. 5º, LXXII, CF).

9 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato Administrativo. 2. Ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 41

Page 29: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

26

Este cânone constitucional deu origem à Lei n. 8.429/92, que trata da ação civil disciplinadora

dos mecanismos sancionatórios voltados para coibir a improbidade administrativa.

1.4.6 Princípio da publicidade

Para Niebuhr10

, 2011, “O princípio da publicidade impõe a obrigatoriedade de

publicação dos principais atos e instrumentos do procedimento, inclusive a motivação das

decisões, possibilitando o conhecimento dos interessados e de todos os cidadãos”. Pois alude

de oferecer transparência ao procedimento licitatório, com ressalva às propostas que só devem

se tornar pública após o julgamento da comissão de licitação o que é licito para evitar que

ocorra o devassamento.

O princípio da publicidade remonta ao próprio princípio republicano, uma das vigas

mestras da sistemática constitucional vigente. A palavra república provém do latim res

publica, que significa coisa pública. Portanto, os atos tomados em nome do Estado, inclusive

os atos administrativos, são abertos a todos, são públicos, devem ser amplamente

franqueados. Trata-se de mais um princípio que visa a legitimar a atividade administrativa,

permitindo que todos os membros da sociedade tenham conhecimento dos atos e de quaisquer

dados de seu interesse. No entanto, há necessidade nas licitações de observar que o §3º do art.

3º da Lei n.º 8.666/93, enuncia que "a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis

ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a

respectiva abertura". Insista-se que tudo que se faça em licitação pública é público, acessível a

todos os interessados, licitantes ou não licitantes. Sendo assim, tudo que se faça em licitação

pública é público, acessível a todos os interessados, licitantes ou não licitantes. A “regra,

quase absoluta, é a publicidade salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva

abertura”. Pois nenhum licitante poderá saber o conteúdo da proposta do outro, como forma

de garantir a isonomia.

A Constituição Federal, no art. 5º, LXXIII, atribui legitimidade a qualquer cidadão

para a propositura de ação popular contra ato lesivo ao patrimônio público ou à moralidade

administrativa; o art. 74, § 2º, legitima também qualquer cidadão para denunciar

irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

1.4.7 Princípio da Competividade

10 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato Administrativo. 2. Ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 41

Page 30: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

27

O princípio da competitividade significa a exigência de que a Administração Pública

fomente e busque agregar à licitação pública o maior número de interessados, para que, com

olhos na eficiência e na isonomia, aumentando o universo das propostas que: lhes são

encaminhadas, ela possa legitimamente escolher aquela que seja a mais vantajosa ao interesse

público.

A concretização rigorosa da competitividade não é tarefa fácil. O agente público

responsável pela licitação deve saber com clareza o que visa a Administração Pública,

explicar esse interesse no edital a ser publicado sem deixar margem a dúvidas, fazendo com

que todos os que virtualmente possam respaldar a pretensão negocial administrativa se

apresentem e, por fim, apreciar as propostas sem se apartar dos termos iniciais.

Niebuhr11

, conta que “o princípio da competitividade também impõe limites às

formalidades erguidas no edital de licitação pública. Tanto que o inciso I do §1.º do art. 3

.º da

Lei n.º 8.666/93 veda aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de

convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter

competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou

domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o

específico objeto do contrato".

1.4.8 Princípio da Razoabilidade

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade são fundamentais para o

controle da discricionariedade concedido em favor dos agentes administrativos. Ocorre que,

inúmeras vezes, a Lei não predetermina a melhor solução para o interesse público, mas

outorga aos agentes administrativos a competência para fazê-lo, em vista das peculiaridades

dos casos concretos que lhes são apresentados. Na licitação pública, os agentes

administrativos devem praticar uma série de atos no exercício de competência discricionária,

tais quais os atos de definição do objeto da licitação, dos quantitativos a serem exigidos nos

atestados de capacitação técnica, dos índices contábeis.

Di Pietro12

, 2012, relata que “é levando em conta o princípio da razoabilidade que

devem ser analisadas as exceções à isonomia previstas na Lei n2 8.666/93 e em outras leis

esparsas. A primeira exceção resulta implícita do inciso I do artigo 3.º, quando veda as

cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo da

11 NIEBUHR, Joel de Menezes. Licitação pública e contrato Administrativo. 2. Ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 46

12 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 376

Page 31: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

28

licitação, (...), A segunda exceção, prevista no inciso I do artigo 3.º, diz respeito aos §§ 5.º a

12 do mesmo dispositivo (inseridos pela Lei n.º 12.349, de 15-12-2010, regulamentada pelo

Decreto nº 7.546, de 2-8-2011). Tais parágrafos agasalham a possibilidade de ser estabelecida

margem de preferência para produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais que

atendam a normas técnicas brasileiras ou se destinem à implantação, manutenção e

aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos.

1.4.9 Princípio da Impessoalidade

Constitui proposição determinante de uma atividade administrativa voltada para

atender ao interesse público, relegados os privilégios e favorecimentos pessoais, bem assim as

discriminações injustificadas de qualquer natureza. Cobra uma avaliação objetiva e

equidistante dos interesses públicos e privados submetidos à relação jurídica, desconsiderando

ingerências de ordem política e arredando privilégios a pessoas e grupos, salvo quando

constitua a finalidade legal do ato atender interesse particularizado, situação em que,

justificado o elemento discriminador, não ocorre violação ao princípio da impessoalidade.

1.4.10 Princípio do julgamento objetivo

O art. 45 da Lei n. 8.666/93, Lei de Licitações e Contratos - LLC, estabelece que o

julgamento da licitação seja objetivo, pretendendo afastar qualquer subjetivismo, tal como

poderia ocorrer se levada em consideração a pessoa do licitante e não a vantagem que sua

proposta poderá oferecer à Administração.

Para Di Pietro13

, “Quanto ao julgamento objetivo, que é decorrência também do

princípio da legalidade, está assente seu significado: o julgamento das propostas há de ser

feito de acordo com os critérios fixados no edital. E também está consagrado, de modo

expresso, no artigo 45, em cujos termos "o julgamento das propostas será objetivo, devendo a

comissão de licitação ou responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de

licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convoca tório e de acordo com os

fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e

pelos órgãos de controle". Para fins de julgamento objetivo, o mesmo dispositivo estabelece

os tipos de licitação: de menor preço, de melhor técnica, de técnica e preço e o de maior lance

ou oferta (...). Esses critérios não são aplicados para o concurso (...) e para o pregão”.

13 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2012. p. 937

Page 32: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

29

1.5 Modalidades de licitação

A Lei indica qual a modalidade de licitação adequada, em função dos valores do

eventual negócio e da complexidade do objeto (art. 23 da LLC). Daí dizer-se que o valor

estimativo do contrato não constitui critério exclusivo para a definição da modalidade

licitatória. Basta lembrar que as compras e alienações de imóveis e as licitações

internacionais, independentemente do valor, far-se-ão por meio da modalidade concorrência.

Cinco são as modalidades de licitação, e encontram-se elencadas no art. 22 da LLC.

A saber:

1.5.1 Concorrência

Destinada a transações de maior vulto, requer maior publicidade e possibilita o

acesso de quaisquer interessados que preencherem as condições mínimas estabelecidas no

edital para a execução de seu objeto.

1.5.2 Tomada de Preços

Destina-se a transações de vulto médio, com menor publicidade, restringindo-se à

participação de interessados previamente cadastrados na Administração, ou que atenderem a

todas as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observadas suas atividades e a necessária qualificação.

1.5.3 Convite

Essa modalidade tem por objeto transações de baixos valores, com publicidade

mínima, pois se processa entre os que operam no ramo pertinente à licitação no mínimo três,

cadastrados ou não, convidados por escrito a fazerem suas propostas.

1.5.4 Concurso

É uma disputa entre quaisquer interessados, para a escolha de trabalho técnico ou

artístico, com instituição de prêmio aos vencedores. Interessa, como critério definidor da

escolha, não o preço, mas sim a qualidade do trabalho.

Page 33: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

30

1.5.5 Leilão

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de bens móveis

e semoventes inservíveis da Administração, ou de produtos legalmente apreendidos ou

penhorados, ou para a alienação de bens imóveis adquiridos em procedimentos judiciais ou de

doação, a quem oferecer maior lanço, desde que igual ou superior ao da avaliação.

1.5.6 Pregão

É a mais nova modalidade de licitação instituída pela lei Federal n.º 10.52014

de 17

de julho de 2002. Com o intuito de tornar mais célere a aquisição de bens e serviços comuns,

conforme define o art. e paragrafo, pela administração pública, como bem define o art. 1.º da

Lei 10.520/2002:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na

modalidade de pregão, que será regida por esta Lei”. Parágrafo único. Consideram-

se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões

de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por

meio de especificações usuais no mercado.

1.5.7 Regime Diferenciado de contratação ( RDC)

Regime Diferenciado de contratação ( RDC) e modalidade de licitação instituída pela Lei n.º Lei

12.462, de 4 de agosto de 2011, com exclusividade para atender as necessidade de licitação e contratos com

finalidade específicos, como discorre Di Pietro, 2012, p.413,

Art. 1º (...)

Regime diferenciado de contratação (CRDC) é modalidade de licitação instituída

pela Lei nº 12.462, de 4-8-11, resultante da Medida Provisória nº 527, de 2011,19

exclusivamente para as licitações e contratos necessários à realização:

I - dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira de Projetos

Olímpicos a ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO);

II - da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação -

FIFA 2013 e da Copa do Mundo FIFA 2014, definidos pelo Grupo Executivo -

Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e supervisionar as

ações previstas no Plano Estratégico das Ações do Governo Brasileiro para a

realização da Copa do Mundo FIFA 2014 CGCOPA 2014, restringindo-se, no caso

de obras públicas, às constantes da matriz de responsabilidades celebrada entre a

União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

III - de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das

capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km das cidades sedes dos

mundiais referidos nos incisos I e 11.

Portanto, o RDC é uma modalidade de licitação de caráter temporário conforme

especificados na lei de sua criação, uma vez que foi criada para atender em caráter de

14 Brasil, Lei 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras

providências. Casa Civil da Presidência da Republica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10520.htm,

acesso14 mai. 2013

Page 34: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

31

excepcionalidade dos eventos Trata-se, portanto, de procedimento previsto para ser aplicado a

situações específicas e ter duração limitada à conclusão dos eventos referidos no artigo 1.º.

1.6. Contratação sem Licitação

1.6.1 Dispensa

O art. 24 da Lei n. 8.666/93 é contemplativo das hipóteses de dispensa de licitação,

que podem ser divididas em quatro grupos, a) pequeno valor da contratação; b) situações

excepcionais ou particulares; c) particularidades da pessoa contratada; d) peculiaridades do

objeto que se busca obter.

No entanto, pequeno valor da contratação, deve ser observado nos casos em que o

mesmo objeto e o mesmo serviço, não podem ser comutativos, no mesmo exercício financeiro

Dispensa-se a licitação quando, sendo ela em princípio exigível e possível de

realizar-se, outros interesses em confronto, no caso concreto, indiquem que o melhor caminho

será a contratação direta. A licitação é exigida e sua realização perfeitamente viável, mas o

administrador, diante de certas circunstâncias definidas em lei, sopesando o custo-benefício

da realização do certame, está autorizado a optar pela contratação direta. Conforme disposto

no art. 26 da Lei n. 8.666/93:

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do

art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente

justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta

Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para

ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como

condição para a eficácia dos atos.

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento,

previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I. Caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a

dispensa, quando for o caso;

II. Razão da escolha do fornecedor ou executante;

III. Justificativa do preço;

IV. Documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão

alocados.

1.6.2 Inexigibilidade

De acordo com a LLC no art. 25 que define; “É inexigível a licitação quando houver

inviabilidade de competição, em especial:” Ocorre a inexigibilidade quando, em princípio

obrigatória à licitação, circunstâncias de fato ou de direito encontradas na pessoa ou material

Page 35: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

32

com fornecedor exclusivo, que se quer contratar impedem o certame ou inviabilizam a

competição entre licitantes.

Trata-se de situações em que resta prejudicado um dos objetivos da licitação,

consubstanciado na concorrência entre eventuais licitantes, porquanto não existe uma

pluralidade de objetos possíveis de se adaptarem ao interesse da Administração ou uma

pluralidade de ofertantes em condições de se habilitarem.

As hipóteses de inexigibilidade da licitação encontram-se, em elenco não taxativo, no

art. 25 da Lei n. 8.666/93, e admitem a seguinte classificação: a) exclusividade do

fornecimento do bem necessário (art. 25, I); b) notória especialização (art. 25, II); c)

singularidade da pessoa contratada (art. 25, III).

Segundo França15

, Deduz-se que na hipótese de não haver equipamento no gênero ou

similar àquele que se necessita, no mercado, não é necessária a realização de licitação,

portanto a Administração autorizará sua aquisição, em a realização do requisito legal, desde

que e demonstre, de forma indiscutível, a inexistência de outro equipamento do gênero no

mercado, ou que algum similar não apresenta as mesmas características intrínseca ou

extrínseca necessária para que o equipamento seja único no gênero. Nesse mesmo lume não

há necessidade de licitação quando o material pretendido somente pode ser fornecido por um

único fornecedor, não havendo nenhum outro que o forneça. E a exclusividade, no entanto,

deverá ser demonstrada.

15 FRANÇA, Maria Adelaide de Campos. Comentários à Lei de Licitações e Contratos da Administração Pública. 6. ed. Ver. Atual. –

São Paulo: Saraiva, 2010, p. 104

Page 36: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

CAPITULO II

CAMINHO METODOLÓGICO

Os locais onde a pesquisa se desenvolveu foram nos municípios da região dos cocais,

(Alto Alegre, Timbiras, Codó, Coroatá e Peritoró). O que se pretendia obter informações

através do uso de entrevistas com servidores públicos, para identificar a relação, as

possibilidades de implementação do princípio da moralidade na gestão pública, quando

ocorrem os erros que geram prejuízo à administração pública dentro de um processo de

licitação, analisando suas características que levam à ilicitude possível no processo de

licitação. A amostra se constituiu de 100 sujeitos que são funcionários dos referidos

municípios em estudos, nos quais foram entrevistados 20 sujeitos sendo (10 servidores não

ligados ao setor de licitação, 03 membros da comissão de licitação e 07 pessoas da cidade).

Na pesquisa adotou-se o tipo de amostra não aleatória, de vez que os sujeitos

entrevistados foram selecionados.

2.1 Tipos de pesquisa

Quanto aos objetivos pode se dizer que trata de uma pesquisa do tipo exploratória

que na primeira aproximação com o tema, pode buscar descobrir teorias e práticas que

modificarão as existentes; recuperar as informações disponíveis para criar maior familiaridade

com os fenômenos, descobrir os pesquisadores ou buscar informações para a obtenção de

inovações tecnológicas

Os tipos de pesquisas que se usou foram: bibliográfico, e de campos que teve como

objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais

explícito ou a constituir hipóteses.

A pesquisa bibliográfica constituem se de levantamento em livro, revista e outros

meios impressos que serviram de referência para a fundamentação teórica do tema, segundo

Lakatos16

:

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já

tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins,

jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até

meios de comunicação oral: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: fil-

mes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo

o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências

16 LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas 2010, p. 166.

Page 37: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

34

seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas,

quer gravadas.

Convém destacar que a pesquisa bibliográfica é indispensável em todas as pesquisas,

pois, serve orientação acerca do problema levantado e norteia a natureza do trabalho, para

Gil17

“A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao

investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que

poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se toma particularmente importante quando o

problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço”. Há que se perceber a

importância da pesquisa bibliografia no trabalho cientifico, como bem define Gil18

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído

principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos

seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas

exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios

podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de

pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. (GIL, 1999, p.

65).

A técnica utilizada na pesquisa utilizada foi documentação direto através de pesquisa

de campo, segundo Lakatos19

Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou

conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de

uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos ou

as relações entre eles.

Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na

coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presume

relevantes, para analisá-los. A pesquisa de campo propriamente dita "não deve ser

confundida com a simples coleta de dados (este último corresponde à segunda fase

de qualquer pesquisa); é algo mais que isso, pois exige contar com controles

adequados e com objetivos preestabelecidos que discriminam suficientemente o que

deve ser coletado" (Lakatos, 2010, p. 169)

As pesquisas exploratórias têm uma característica principal de desenvolver,

esclarecer e modificar conceitos e ideias sobre determinado problema levantado na pesquisa,

que segundo Gil20

:

As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e

modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais

precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de

pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento.

Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não

17 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 1999, p. 65 18 ______. Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 1999, p. 65 19 LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas 2010, p. 169. 20 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 1999

Page 38: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

35

padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas

quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas

(GIL, 1999, p.65)

Pode-se dizer que esta pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de

ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo

que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na

maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas

com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Para Gil21

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os

estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas

desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos

estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas

sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições

acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente

mediante fontes bibliográficas. (GIL, 2002, p. 44).

Há que se entender que o planejamento da pesquisa exploratória é bastante

flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de

caso.

2.2 Tipos de técnicas

As fases da pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a realização de uma

pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão. Ela servirá, como primeiro passo para se

saber em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a

respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. Como segundo passo, permitirá que

se estabeleça um modelo teórico inicial de referência, da mesma forma que auxiliará na

determinação das variáveis e elaboração do plano geral da pesquisa.

Segundo Lakatos22

“a documentação direto constitui-se em geral, no levantamento de

dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem”. Também define que a “pesquisa de

campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e ou conhecimentos acerca

de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira

comprovar, ou ainda, de descobrir novos fenômenos”.

21 GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa - 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002 22 LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas 2010, p. 169.

Page 39: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

36

Neste caso empregou-se a técnica de entrevista e a aplicação de questionário que na

pesquisa cientifica se concretiza pelo contato entre duas pessoas para obter informações sobre

determinado problema, como define Lakatos23

A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha

informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de

natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social, para a

coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema

social. (Lakatos, 2010, p. 178)

Entrevista estrutura São aquelas em que as questões são direcionadas e previamente

estabelecidas, com determinada articulação interna. A entrevista é uma técnica que requer

padronização para ser realizada, uma vez que é realizada em conversa entre duas pessoas e a

critérios do pesquisador pode ser estruturada. Gil24

define entrevista estruturada como sendo:

A entrevista estruturada desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas,

cuja ordem e redação permanece invariável para todos os entrevistados, que

geralmente são em grande número. Por possibilitar o tratamento quantitativo dos

dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o desenvolvimento de

levantamentos sociais. ( Gil, 1999, p.121)

Na realização das entrevistas foi padronizada, pois seguiu um roteiro previamente

estabelecido e as perguntas feitas ao entrevistado foram predeterminadas. Ainda para

obtenção de dados utilizou-se o questionário aplicados com os servidores públicos em outros

setores, uma que estes não se opuseram a escrever suas respostas.

2.3 Amostra

Segundo Lakatos25

, define que “A amostra é uma parcela convenientemente

selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”. No entanto, para

desenvolver a referida pesquisa opinou-se pela amostragem uma vez que o universo, do

campo de estudo é impossível para se fazer um pesquisa, uma vez que, a região dos cocais

em seus municípios existe uma comissão de licitação cada um, composta de três membros,

este foram consultados, porem havia a necessidade de verificar se os funcionários tem

conhecimento sobre licitação, como forma de melhor ilustrar a pesquisa.

23 LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas 2010, p. 178. 24 GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 1999, p. 121

25 LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 147.

Page 40: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

CAPITULO III

COLETA, ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

3.1 Caracterizações do campo de pesquisa

Os locais onde a pesquisa se desenvolveu foi nos municípios da região dos cocais que estão

localizados na mesorregião leste do estado do maranhão e tem como município sede em nível

regional a Cidade de Codó, a referida região engloba os municípios:

I. Município de Alto Alegre do Maranhão

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE26

Fica criado, pela Lei

Estadual Nº 6.168, de 10 de novembro de 1994 e instalado em 01-01-1997, o município de

Alto Alegre do Maranhão, com sede no Povoado Alto Alegre, foi desmembrado de Coroatá,

São Luiz Gonzaga do Maranhão, Bacabal e São Mateus do Maranhão. Sede no atual distrito

de Alto Alegre do Maranhão ex-povoado de Alto Alegre do município de Coroatá. O

município de Alto Alegre do Maranhão limita-se ao Norte com o município de São Mateus e

Coroatá; a Leste com o município de Coroatá; a Oeste com os municípios de São Luiz

Gonzaga e Bacabal e ao Sul com os municípios de Coroatá e São Luiz Gonzaga.

II. Município de Timbiras

Pela lei estadual nº 921, de 05-04-1920, desmembra do município de Codó o distrito de

Monte Alegre. Elevado à categoria de município e pelo decreto-lei estadual nº 820, de 30-12-

1943, o município de Monte Alegre passou a denominar-se Timbiras.

III. Município de Codó

Distrito criado com a denominação de Urubu, pela lei provincial nº 13, de 08-05-1835.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Urubu, pela Resolução Régia de 19-

041833. Sede na vila de Urubu. Pela lei provincial nº 68, de 21-07-1838, transfere a sede da

povoação de Urubu para a de Codó. Elevado à condição de cidade com a denominação de

26

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1, acessado em 25 de maio de 2013, às 20h25min.

Page 41: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

38

Codó, pela lei estadual nº 133, de 16-041896. Em divisão administrativa referente ao ano de

1911, o município aparece constituído de 2 distritos: Codó e Monte Alegre.

IV. Município de Coroatá

Elevado à categoria de vila com a denominação de Coroatá, pela lei provincial nº 173, de 05-

11-1843, desmembrado de Caxias. Sede na vila de Coroatá. Constituído do distrito sede.

Instalado em 05-11-1843. Mais tarde é elevado à condição de cidade, pela lei estadual nº 924,

de 08-04-1920. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é

constituído de 2 distritos: Coroatá e Pirapemas, sendo que o distrito de Pequi passou a ser

zona do distrito sede de Coroatá.

V. Município de Peritoró

Elevado à categoria de município o distrito com a denominação de Peritoró, pela Lei Estadual

nº 6185, 10-11-1994, é desmembrado dos municípios de Coroatá, Codó, Lima Campos e São

Luiz Gonzaga. Sede no atual distrito de Peritoró.

3.2 Coleta dos dados

Para Lakatos27

“Etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos

elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados· previstos. É

tarefa cansativa e toma, quase sempre, mais tempo do que se espera. Exigem do pesquisador

paciência, perseverança e esforço pessoal, além do cuidadoso registro dos dados e de um bom

preparo anterior. Outro aspecto importante é o perfeito entrosamento das tarefas

organizacionais e administrativas com as científicas, obedecendo aos prazos estipulados, aos

orçamentos previstos, ao preparo do pessoal. Quanto mais planejamento for feito

previamente, menos desperdício de tempo haverá no trabalho de campo propriamente dito,

facilitando a etapa seguinte”.

A coleta dos dados foi realizada através da técnica de entrevista e aplicação de

questionário, realizada na sede dos municípios da região dos cocais. Em cada município

foram entrevistados: 10 servidores que atuam no município, 03 servidores membros da

comissão de licitação e 07 pessoas residentes na sede de cada município. A referida coleta

aconteceu no período que compreende os meses de fevereiro a maio do ano em curso.

27

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São

Paulo: Atlas 2010, p. 165.

Page 42: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

39

3.3 Análises dos dados

Para realizar a pesquisa dividiu-se em três grupos, a amostra pesquisada, sendo o

primeiro um grupo de servidores que não estavam participando da comissão de licitação; o

segundo composto de servidores membros da comissão de licitação e o terceiro com pessoas

que residiam na sede dos municípios em estudo.

A inquirição dos servidores foi realizada através entrevista e aplicação de

questionário onde foram perguntados sobre: a idade; vinculo empregatício; o conceito de que

licitação; como é realizada a licitação em seu município; como funciona e já presenciou

alguma reunião de licitação; Participou de alguma vez como membro de comissão de

licitação? E se fez algum curso de qualificação em licitação? E encerrando se teria como

conceituar o que é moralidade?

No decorre da pesquisa foi realizada entrevista estruturada com sete pergunta: sendo

a primeira trata da identificação e idade do entrevistado; a segunda pergunta verificou-se o

vinculo empregatício dos sujeitos, onde foram perguntados se era efetivo, contratado e ou

Comissionado; na terceira pergunta iniciou-se com a indagação sobre o conhecimento sobre

licitação; na quarta, foram perguntados se tinha conhecimento de como é realizado a licitação

em seu município? Na quinta Questionou-se sabia como funciona, e se já presenciou alguma

reunião de licitação? Por derradeiro na sétima pergunta foi indagados se tinha conhecimento

O que é moralidade? Para a realização das entrevistas foram consultados funcionários e

pessoas sem vinculo com a administração municipal, nos municípios da região dos cocais no

maranhão.

3.4 Análise e interpretação dos dados

Na análise, verifica-se que os sujeitos entrevistados tem receio em responder

qualquer indagação acerca de um processo licitatório, acredita-se que uns por não saber do

que se trata, outros por, embora saibam do assunto, mas alegam desconhecimento do certame

e os que trabalham como membro da comissão teme para fornecer alguma informação a

pessoas distintas do processo. Há nitidamente uma caracterizada omissão em fornecer

informações sobre o procedimento da licitação. No entanto, mesmo com tanto mistério, se

assim pode ser tratado, uma vez que o certame licitatório deveria ser público e de

Page 43: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

40

conhecimento de toda população. Porém se for um pretenso licitante a conversa é totalmente

diferente.

Durante a pesquisa constatou-se a unanimidade nos municípios da região, que as

licitações de pequeno valor licitável, às vezes, é repetida a publicação de edital por não

comparecer interessados no objeto da licitação proposta, principalmente na modalidade

convite. Mas se estas apresentam uma valiosa quantia esta fica concorrida e se feita através de

convite, estas se apresentam com grande disputa.

Outro fato, observado é que a modalidade de licitação de mais utilizada é a de

pregão, principalmente, pelo seu procedimento ser diferente das demais modalidades.

Noutra situação verificou-se que as licitações com modalidade de tomada de preço,

principalmente, as que têm como objeto a construção civil, essas são as mais concorridas, e

recheadas de manobras para dificultar a participação de vários licitantes, isto é uma prática

comum para dificultar ao licitante interessado, começando pelo acesso ao edital, e às vezes a

suspensão do certame é comunicada um ou dois dias, próximo ou até mesmo no ato de

abertura dos trabalhos sobre alegação da impossibilidade de algum membro da comissão. Em

fim, deixando evidente a existência da presunção de que todas são maquiadas de ilicitudes.

3.5 Representação dos dados

Para representação dos dados indicam-se as tabelas, como forma de ilustrar os dados

coletados, para tantos os municípios serão representados por algarismos arábicos, o que

correspondem a ordem descritas na caracterização do campo de pesquisa.

Tabela – 01 – Faixa etária dos entrevistados

MUNICIPIO PESQUISADO FAIXA ETÁRIA

(ANOS)

A 20 17 - 45

B 20 20 - 50

C 20 17 - 50

D 20 18 - 60

E 20 17 - 55

100 Fonte: Autor, 2013

No primeiro questionamento tratou-se da identificação e idade do entrevistado, onde

se observou que há servidores com mais de 20 anos de serviço na administração pública, no

Page 44: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

41

entanto, nos municípios em que foram entrevistados menores de 18 anos, estes não são

servidores públicos, são pessoas da comunidade, como demostra os dados da tabela 01:

Tabela – 02 – Vínculo Empregatício dos entrevistados

MUNICIPIO EFETIVO CONTRATO COMISSIONADO SEM

VINCULO TOTAL

A 6 2 5 7 20

B 10 2 3 5 20

C 8 4 3 5 20

D 7 3 3 7 20

E 8 4 3 5 20

TOTAL 39 15 17 29 100 Fonte: Autor, 2013

Os dados da tabela 02 - serviram para delinear a pesquisa, uma vez que seria

necessário consultar diversos sujeitos vinculados e não vinculados à administração pública,

acerca do conhecimento sobre a temática sobre licitação e a moralidade na administração

pública, para substanciar a pesquisa.

Tabela – 03 – Conhecimento sobre licitação

MUNICIPIO EFETIVO CONTRATO COMISSIONADO SEM

VINCULO TOTAL

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

A 2 4 0 2 0 5 0 7 20

B 3 7 0 2 0 3 0 5 20

C 3 5 0 4 0 3 0 5 20

D 3 4 0 3 0 3 0 7 20

E 3 5 0 4 0 3 0 5 20

TOTAL 14 25 0 15 0 17 0 29 100 Fonte: Autor, 2013

Analisando os dados da tabela – 03, referente ao questionamento sobre o

conhecimento sobre licitação, verificou-se que no quadro efetivo há muito um elevado

numero de servidores que não sabe o que significa licitação, no entanto, o interesse é bem

nítido quando se indaga a categoria de servidores temporários (contratados e comissionados)

constata-se que ninguém sabe o que é licitação, deixa evidente que a população não sabe o

que é e nem do que se trata a licitação, percebe-se que somente os servidores que trabalham

na Comissão de licitação sabem do que se trata e tem conhecimento sobre o procedimento da

Page 45: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

42

licitação, pois para tanto são capacitados através de cursos ofertados pelos órgão de controle

externo, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Tabela – 04 – Funcionamento da Licitação

EFETIVO CONTRATO COMISSIONADO SEM

VINCULO TOTAL

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

Sabia como

funciona 12 27 0 15 0 17 0 29 100

já presenciou

alguma reunião 12 27 0 15 0 17 0 29 100

Fonte: Autor, 2013

Analisando os dados da Tabela – 04, sobre o funcionamento da licitação, percebe-se

que somente os efetivos que já foram membro de comissão, sabia como funciona e

consequentemente vivenciou o funcionamento da licitação, os demais sujeitos pesquisados

nada sabem a respeito do tema, muitos deles alegam que nunca se interessaram em saber. Por

essa razão, fica claro que quanto mais servidores ficarem sem o conhecimento da licitação,

mais fácil para o gestor descumprir a lei, dessa forma o principio da moralidade perde sua

eficácia e aplicabilidade.

Tabela – 05 – Participação em Comissão de Licitação

EFETIVO CONTRATO COMISSIONADO

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

Membro 12 27 0 15 5 12

Quantas vezes 12 29 0 15 1 16

Curso de qualificação em licitação 8 31 0 15 0 17 Fonte: Autor, 2013

Analisando os dados da Tabela – 05 – quanto à participação em Comissão de

Licitação o questionamento realizado indagou-se sobre a participação em comissão de

licitação como membro, os números refletem apenas os membros atuais, ou seja, os 12

sujeitos que correspondem a sua participação como membro em cada município pesquisado, a

maioria do quadro efetivo e poucos comissionados. Constatou-se que os comissionados é

sempre o pregoeiro e os demais são efetivos. Em referência, quantas vezes, somente os

membros atuais participaram apenas uma vez. E quando perguntados sobre a oferta de curso

preparatório

Page 46: MONOGRAFIA LICITAÇÃO JP.pdf

43

No entanto quando perguntados sobre o conhecimento do que é moralidade? A

resposta foi unanime ninguém sabe o que significa e nem preferiram falar do assunto, pois em

se tratando do principio da moralidade, os sujeitos entrevistados, alegam total

desconhecimento sobre Moralidade.

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CAPITULO IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização da pesquisa o estudo sobre o tema: a licitação e o princípio da

moralidade na administração pública: o estudo de caso nos municípios da região dos cocais no

maranhão, onde se pretendia desmistificar o não conhecimento sobre licitação e o principio da

moralidade na administração pública.

Quando se verificou o procedimento licitatório nas diversas modalidades nos

municípios das regiões dos cocais, constatou-se a existência de vicio de ilicitude, os processo

não soa concluso no ato da realização do certame, e ainda identificar a relação, as

possibilidades de haver “um jogo de cartas marcadas” o que geram prejuízo para

administração pública.

Quanto à modalidade a opção pelo pregão corresponde a 95% (noventa e cinco por

cento) do procedimento das licitações, outro fato de notório conhecimento é que o licitante

prioriza as licitações de alto valor, principalmente as que tratam sobre serviços de engenharia

civil (construção civil), isso são comprovadas em todos os municípios da região em estudo.

O presente estudo visou esclarecer sobre a importância da licitação, para a

concretização da moralidade na administração pública. Contudo, faz-se necessário, a

realização de uma divulgação na mídia, pelos órgãos fiscalizadores a cerca do tema em

estudo, uma vez que o entendimento sobre o procedimento Licitatório na prática na gestão

pública Municipal fica cada vez mais distante da realidade local, o que facilita ao gestor

deixar de cumprir os princípios da licitação, principalmente, a moralidade na Administração

Pública, o que se verificou no estudo de caso nos municípios da Região dos Cocais no

Maranhão.

Com este estudo se pretendeu demonstrar que os atos da administração pública

municipal, em especial, nos municípios da região estudada, estão desfocados do que

determina o art. 37, inc. XIX, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB), de

1988, onde preconiza, que a administração publica deverá ser norteada pelos princípios da

impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. No caso em tela, a gestão publica deve

atentar para a importância da licitação.

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45

Ademais, é preciso um despertar dos órgãos fiscalizadores, para intervir e obrigar os

gestores municipais a desenvolverem os atos administrativos com mais transparência,

principalmente sobre os procedimentos licitatórios.

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REFERÊNCIAS

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. Coletânea de Normas Técnicas –

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