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FUNDAO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA FUNESO UNIO DAS ESCOLAS SUPERIORES DE OLINDA UNESF CURSO DE PS-GRADUAO PSICOPEDAGOGIA

MICHELLE KARINE XAVIER GALDINO

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TDAH PARA INTERVENO PSICOPEDAGGICA

OLINDA, 2011

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MICHELLE KARINE XAVIER GALDINO

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TDAH PARA INTERVENO PSICOPEDAGGICA

Monografia apresentada aos membros da Banca Examinadora da Ps-Graduao da Fundao de Ensino Superior de Olinda FUNESO como requisito final para a obteno do ttulo de Especialista em Psicopedagogia. Orientador: MSc. Iraquitan Ribeiro

OLINDA, 2011

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MICHELLE KARINE XAVIER GALDINO

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO TDAH PARA INTERVENO PSICOPEDAGGICA

Monografia aprovada pelos membros da Banca Examinadora da Ps -Graduao da Fundao de Ensino Superior de Olinda FUNESO como requisito final para a obteno do ttulo de Especialista em Psicopedagogia.

Aprovada em _______________de___________________________de 2011

BANCA EXAMINADORA

Fundao de Ensino Superior de Olinda FUNESO Orientador: MSc. Iraquitan Ribeiro

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Fundao de Ensino Superior de Olinda FUNESO Nome (examinador)

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Fundao de Ensino Superior de Olinda FUNESO Nome (examinador)

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Compreender supe antes de tudo, perguntar-se algo e abrir com isso um espao para novas significaes e sentidos. (Josep Maria Puig)

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Ao Deus Soberano, meu marido Elton, a toda minha famlia, minha amiga Adjanete, as amigas do curso e do trabalho, e ao meu orientador pelo apoio durante esse perodo de acompanhamento que me foi prestado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeo a Deus pela oportunidade em realizar com humildade este trabalho. Que a cada etapa da vida me fez vencer os obstculos com f. Agradeo aos meus pais por ter me dado a vida e por ter me incent ivado por toda minha caminhada em busca pela formao educacional. Ao professor e orientador Iraquitan Ribeiro pelo acompanhamento e orientao da minha pesquisa. A todos os amigos e amigas, conquistados (as) durante esse perodo de curso to repleto de realizaes e alegrias, por toda ajuda concedida e incentivo nessa conquista do trabalho acadmico. A coordenao da ps-graduao por organizar o curso de uma forma responsvel para atender nossa aprendizagem.

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RESUMO

Essa monografia bibliogrfica teve como objetivo descrever os principais conceitos sobre hiperatividade a partir dos fundamentos em pesquisas realizadas sobre as dificuldades de aprendizagem da criana, onde se discute o processo de hiperatividade, suas caractersticas e diagnsticos. Ainda como segundo objetivo, analisar a importncia dos agentes interventores e suas conseqncias de educao inclusiva na busca de proporcionar de forma especifica aos professores instrumentos psicopedagogicos para compreenso das dificuldades apresentadas pelos alunos. A literatura mostrou que o professor junto com psicopedagogo em parceria com a famlia podem e muito contribuir para desmistificao de alunos considerados indisciplinados. Mito estes muitas vezes causadores de rejeio pelos colegas e mal compreendido pela famila. Diante dessa complexidade este estudo mostra ainda necessidade de maior aprofundamento nos levando d continuidade para aperfeioamento profissional. Palavras-chave: Hiperatividade. Professor. Aluno

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ABSTRACT

This monograph literature aimed at describing the main concepts of hyperactivity from fundamentals you it research on the learning difficulties of children, where he discusses the process of hyperactivity, their characteristics and diagnoses. Even aims at the the second, analyze the importance of intervening agents and their consequences in the pursuit of including education in order proplant vines it to you specific tools it will be teachers you it psychopedagogics understanding of the difficulties presented by the students. The literature showed that the teacher along with psychopedagogists in partnership with the family and can help you it demystify the lot of students deemed unruly. Myth these often causes rejection by peers and misunderstood by the family. Given this complexity this study shows need will be that track suit will live leading us goes on you it further. Keywords:Hyperactivity.Teacher.Student

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SUMRIO

INTRODUO ................................ ................................ ................................ ........... 9 1 CRIANA HIPERATIVA OU INDISCIPLINADA? ................................ ................. 11 1.1 Etiologia da hiperatividade ................................ ................................ .............. 11 1.2 Desencadeamento do processo da hiperatividade ................................ ........ 15 1.3 Caractersticas gerais e atitudes do hiperativo ................................ ............. 15 1.4 Diagnstico ................................ ................................ ................................ ....... 16 2 O HIPERATIVO NA ESCOLA ................................ ................................ ............... 18 2.1 Consequncias do hiperativo para a escolarizao ................................ ...... 20 2.2 Hiperativo X Educao Inclusiva ................................ ................................ ..... 22 2.3 A importncia dos agentes interventores ................................ ...................... 25 3 EVIDNCIAS COMO OS PROFESSORES LIDAR COM HIPERATIVO NA SALA DE AULA ................................ ................................ ................................ .................. 27 3.1 Dicas aos pais como lidar e acompanhar o processo escolar e social ....... 28 3.2 Interveno Psicopedaggica ................................ ................................ ......... 29 CONSIDERANES FINAIS ................................ ................................ ................... 31 REFERNCIAS ................................ ................................ ................................ ........ 32

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INTRODUO

Sabemos que o fracasso escolar um fenmeno que vem crescendo muito em nossas escolas e que isso tem preocupado quem trabalha com educao. Um desses fatores a Hiperatividade que existe h sculos e vem se alastrando pelas escolas, gerando baixo desempenho escolar. Esse transtorno apresenta sintomas como: inquietao, agressividade, distrao, entre outros. A falta de preparo de alguns educadores acabam detectando o distrbio de forma errnea podendo acarretar diversos prejuzos no seu desenvolvimento escolar, muitas vezes o aluno visto como mal educado, indisciplinado, sem limites, travesso, diabinho, entre outros adjetivos classificatrios. Atravs de algumas leituras realizadas acerca da temtica do TDAH, em Santos(2007), Gomes(2007), encontrou estudos que tratam da desinformao de professores sobre o transtorno de ateno e hiperatividade que acomete muitas crianas, sendo esta lacuna bastante cru cial para a ajuda em fase escolar. Sendo os professores, os sujeitos que geralmente encaminham para tratamentos, e o mais importante, essas crianas continuaro freqentando a escola na fase do tratamento e os profissionais devem est atentos de modo que n o prejudiquem essas crianas por falta de informaes sobre o transtorno. O papel do professor em parceria com o psicopedagogo fundamental para auxiliar no diagnstico, visto que, a hiperatividade s fica evidente no perodo escolar, quando preciso aumentar o nvel de concentrao para aprender. Deste modo, importantssimo o professor est bem orientado para distinguir uma criana sem limite de uma hiperativa. O educador ser o elo principal entre a famlia e o especialista durante o tratamento, pois seu papel no d diagnstico, mas sim de esclarecer aos pais que esta doena, se no for tratada, ir gerar inmeras complicaes para o seu portador no seu convvio social, levando -o a depresso, a busca de drogas, a insatisfao e a infelicidade; h um conflito interno por no atender as mnimas atividades banais do dia a dia, e a rejeio gerada pelos demais companheiros da

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escola, no questo de disciplina apenas, uma doena gentica com conseqncia bem mais grave. O portador precisar ter um acompanhamento do Psicopedagogo, que por sua vez, ir orientar ao professor, a famlia como proceder, buscando ajuda de outros profissionais como: do psiclogo, do neurologista, fonoaudilogo visando estimular a auto-estima, a aprendizagem, seu convvio social para seu tratamento prosseguir com sucesso. A coleta de dados para o embasamento terico desta monografia foi realizada atravs de pesquisa de material bibliogrfico, como livros, revistas, artigo, acesso Internet com interesse de reunir o mximo de informaes a respeito de estratgias que atenda o hiperativo. A pesquisa teve como objetivos descrever os principais conceitos da hiperatividade, analisar sua importncia na escola e suas conseqncias para o processo da incluso tomando como referncia a parceria entre professor, escola, psicopedagogo para um melhor acolhimento de crianas que apresentam essa dificuldade de aprendizagem. O trabalho esta dividido em trs captulos, no primeiro captulo abordamos principais conceitos relacionado a hiperatividade, o desencadeamento desse processo, suas caractersticas e o diagnstico. No segundo captulo apresentamos a relao do hiperativo na escola descrevendo a importncia dos agentes interventores como: pais, professores, psicopeda gogos e outros. No terceiro captulo evidenciamos como os professores lidar com hiperativo na sala de aula ; os pais em acompanhar o processo escolar e social , e uma importante interveno psicopedagogica.

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1 CRIANA HIPERATIVA OU INDISCIPLINADA?

No espao escolar existem crianas com diversos comportamentos, muitas apresentam inquietao por no controlar seus impulsos, outras indisciplinadas necessitando limite. importante que o professor esteja orientado para distinguir uma criana sem limite de uma hiperativa. O portador dever ter na escola um acompanhamento especial, j que no consegue conter seus instintos, tumultuando a sala de aula, a vida dos colegas e dos seus professores. preciso que o professor tenha um olhar capaz de acionar o psicopedagogo em parceria com outros profissionais para uma possvel ajuda e um melhor tratamento, visando estimular sua auto -estima, levando em conta sua falta de concentrao, criando atividades diversificadas para que no haja um comprometimento durante sua aprendizagem. Faz necessrio impor limites, pois esta criana vive numa sociedade com regras e no deve se prevalecer desta patologia para agredir, para complicar a vida dos outros, visto que, hoje em dia com o avano das pesquisas sobre a hiperatividade, o tratamento melhora bastante os sintomas, proporcionando uma vida mais tranqila. Os educadores devero buscar ajuda, ter conhecimento sobre a hiperatividade e o mximo de cuidado ao classificar ao aluno, sabendo reconheclos e identific-los, pois nem todos que apresentam comportamento que foge a normalidade da sala de aula nem sempre est dentro das normalidades do TDAH.

1.1 Etiologia da hiperatividade

As primeiras descries de crianas que apresentavam quadros semelhantes ao TDAH surgiram na literatura infantil alem em meados do sculo XIX. Traduzidos para o portugus e publicado no Brasil na dcada de 1950, com os nomes de Joo Felpudo e Juca e Chico, os livros descreviam crianas muito danadas, e com grande dificuldade de seguir as regras propostas pelos pais. Em 1917, surge a

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primeira descrio para essa patologia pelo mdico Von Economo que descreveu o TDAH como um transtorno acometido em muitas crianas que parecem ter perdido a inibio, tornando -se inoportunas, falantes, impertinentes e desrespeitosas. Ao longo do tempo, o TDAH recebeu vrias denominaes, como: Leso cerebral mnima, Sndrome hipercintica e disfuno cerebral mnima. Os critrios do TDAH tem variado bastante, pois, na maioria das vezes os nomes mudaram para acompanhar os resultados das pesquisas. Ex: o termo leso cerebral mnima foi denominado na poca em que se acreditava que os portadores de TDAH tinham uma leso mnima no crebro. Atualmente, sabe-se que o TDAH no conseqncia de nenhuma leso no crebro. Muitos estudos realizados em diversos pases, com culturas diversas, revelaram que o TDAH est presente em todas elas. Isto comprova que o TDAH no secundrio a fatores ambientais como a forma de educao dos pais ou conseqncias de conflitos psicolgicos. Em relao ao TDAH, estudos americanos apontaram prevalncias entre 2,5% a 8,0% (ROWLAND e COLS, 2001). Em 1999, um estudo brasileiro, usando uma amostra de estudantes de 12 a 14 anos, encontrou ta xa de prevalncia de 5,8% (ROHDE e COLS, 1999). Porm em 2007, foi publicado um dos estudos considerados como mais importante sobre a prevalncia do TDAH. Pois, este avaliou os resultados de mais de 8 mil estudos em todo mundo e conseguiu provar que a taxa de prevalncia mais correta par a o TDAH era de 5% da populao infantil mundial (POLANCZYCK e COLS, 2007). O transtorno de dficit de ateno e hiperatividade (TDAH), ainda bastante desconhecido, inclusive por muitos profissionais da sade, que acabam por tratar apenas das suas conseqncias. Barkley (1997) articulou um modelo terico do TDAH como um transtorno da inibio do comportamento, no qual o prejuzo no adiamento da resposta ao ambiente incluem a memria funcional, a auto -regulao de afeto-motivao-alerta, a internalizao da fala e a anlise/sntese comportamental. Ou seja, prejuzos no desenvolvimento dessas funes executivas, que por sua vez, levam a muitos problemas no funcionamento cognitivo, acadmico e social. Porm, esse modelo terico para explicar o TDAH ainda dever aguardar um maior exame emprico. Alguns estudos tem implicado como causa do TDAH, fatores nutricionai s, envenenamento por chumbo e exposio pr-natal a drogas ou

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lcool(BARKLEY,1998). Por exemplo, Feingold (1975) argumentou que certos aditivos alimentares (como:colorantes artificiais, salicilatos) levavam a hiperatividade na infncia. Estudos bem controlados que examinaram essa h iptese, bem como suposies semelhantes sobre o acar, indicam que fatores nutricionais exercem uma influncia mnima sobre a gnese do TDAH (BARKLEY, 1998). Mais recentemente, investigadores descobriram uma relao significat iva entre o tabagismo materno (MILBERGER; BEIDERMAN; FARAONE; SAYER; KLEINMAN, 2002). Embora os resultados de estudos correlacionados impliquem alguns fatores ambientais no TDAH, o papel exato exercid o por esses fatores na causa real desse transtorno mnimo, pelo menos, para a maioria dos jovens que recebem esse diagnstico. A concluso mais prudente da origem do TDAH que mltiplos fatores neurobiolgicos podem predispor as crianas a taxas altas de impulsividade e atividade motora, com um alcance de ateno mais curto que a mdia em comparao com outras crianas. As evidncias mais promissoras apontam para uma influncia hereditria que pode alterar o funcionamento cerebral, particularmente no sistema estriatal frontal. Atualmente, a definio de TDAH inclui uma lista de 18 sintomas comportamentais divididos em dois conjuntos( desateno e hiperatividade impulsividade) de nove sintomas cada (American Psychiatric Association, 2000). H trs subtipos de TDAH: tipo combinado, tipo predominantemente desatento, e tipo predominantemente hiperativo -impulsivo. Os portadores do tipo combinado exibem pelo menos seis dos nove sintomas de desateno e pelo menos seis dos sintomas dos nove sintomas de hiperatividade -impulsividade. O tipo desatento indicado para crianas que exibem pelo menos seis sintomas de desateno, mas menos que seis sintomas de hiperatividade-impulsividade. Inversamente, os portadores de TDAH do tipo hiperativo-impulsivo exibem pelo menos seis sintomas de hiperati vidadeimpulsividade, mas menos de seis sintomas de desateno. O perfil de sintomas varia de pessoa para pessoa, assim, as crianas diagnosticadas com TDAH formam um grupo heterogneo. Um sistema anterior de classificao da American Psychiatric Associati on (DSM-III: American Psychiatric Association, 1980) inclua dois subtipos diferentes de TDAH : transtorno de dficit de ateno com hiperatividade(TODA + H) e transtorno de dficit de ateno sem hiperatividade (TDA sem H). Esta ltima categoria inclua crianas com problemas significativos de desateno e impulsividade na ausncia de hiperatividade

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freqente. Quando o DSM-III foi revisado em, em 1987, esse subtipo foi removido do esquema de classificao em virtude de suas bases empricas mnimas na poc a. Desde a publicao do DSM-III-R (American Psychiatric Association,1987) foram feitos vrios estudos de pesquisas que apoiaram a existncia de um subtipo de TODA sem H. Com base nesses estudos, esse subtipo foi reintroduzido na nomenclatura psiquitrica com a publicao do DSM-IV (American Psychiatric Association,1994). Segundo o psiquiatra Paulo Mattos: As pessoas que so portadoras de TDAH tem uma alterao nas substncias que passam as informaes entre as clulas nervosas, os chamados neurotransmissores. No caso do TDAH, so a dipomina e a noradrenalina que esto deficitrias. Esses neurotransmissores so importantes especialmente na regio anterior do crebro, o lobo frontal, e suas conexes para vrios outros locais no crebro ( MATTOS, 2005). O lobo frontal responsvel por vrios estmulos, (conforme a figura 1):y y y y y

A ateno; A capacidade de manter essa estimulao ao longo do tempo; A capacidade de se estimular sozinho para fazer as coisas; A capacidade de planejar; A capacidade de verificar o tempo todo se os planos esto saindo conforme planejados; A capacidade de filtrar as coisas que no interessam para aquilo que est fazendo no momento; A capacidade de controlar o grau de movimentao corporal, os atos motores; A capacidade de controlar impulso s; A capacidade de controlar as emoes; A memria que depende da ateno.

y

y y y y

Figura 1.

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1.2 Desencadeamento do processo da hiperatividade

O desencadeamento da hip eratividade muitas vezes no percebido pela escola como processo e sim estudado de forma indisciplinar. Necessitando forma mais profunda, assim,A hiperatividade tem conotao gentica, reforando a idia de hereditariedade como causa de tal transtorno, por causa da sua manifestao ser mais freqente no sexo masculino, mas no se desconsidera a incidncia dela em meninas, s que menor. Este autor apresenta outras idias sobre possveis causas deste transtorno, uma delas a hiperatividade como disfuno orgnica, pois envolve diversas reas do crebro na de terminao do quadro hiperativo, (TOPCZEWSKI, 2003, p. 37).

de

De acordo com estudos realizados, a maior incidncia em meninos j que tem um processo biolgico de maior instabilidade, maior agressividade, isso gentico, de formao e principalmente na pr - puberdade e puberdade, quando comea a produo de testosterona, naturalmente voc va i encontrar o menino com caractersticas masculinas que incluem uma atividade fsica e at uma agressividade naturalmente maior. Estatsticas de crianas tratadas mostra que h um nmero maior de meninos que meninas. As meninas que sofrem da doena so ma is distradas, falam excessivamente ou simplesmente se isolam. Os meninos no conseguem manter amizades por muito tempo, so agitados e interrompem a aula constantemente. Os garotos podem ser mais vulnerveis a desenvolver o TDAH, mas quando a hiperatividade ocorre nas meninas, as conseqncias so mais agravantes. Para o psiquiatra nio Roberto de Andrade (ANDRADE apud GENTILE, 2000) essa incidncia de TDAH em meninos - cerca de oitenta por cento dos casos, est relacionado tambm ao hormnio masculino tes tosterona.

1.3 Caracteristcas gerais e atitudes do hiperativo

Existem crianas com diversos sintomas comportamentais, sabendo que os sintomas variam de criana para criana, onde afloram por causa da fase biolgica.

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De acordo com Sam Goldstein(2006) classifica o hiperativo em: Hiperativo/Impulsivo caracterizado pelos seguintes sintomas:

y y y y y y y y y

Dificuldade em permanecer sentada ou parada; Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas; Inquietao, mexendo com as mos e/ou p s, ou se remexendo na cadeira; Age como se fosse movida a motor, eltrica; Fala excessivamente; Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente; Responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente; Interrompe frequentemente as conversas e atividades alheias; Dificuldade em esperar sua vez (fila, brincadeiras)

1.4 Diagnstico

Apresentar o diagnstico para o referido transtorno, pois este muito importante para combater certos problema s no ambiente escolar e social, como isso , o psicopedagogo orientar os profissionais da escola que tenham mais ateno aos aspectos apresentados abaixo para que se desenvolva a aprendizage m e tenha maior fluncia, e se adeque s dificuldades da turma ou individuais dos alunos que apresentam maior dificuldade de aprender. Um diagnstico minuciosos da hiperatividade na infncia deve incluir oito tipos de informaes(GOLDSTEIN, 1992) so eles: 1- Histrico Familiar e de Desenvolvimento da criana Informaes referentes a outros problemas que a famlia teve. Os acontecimentos da vida da criana so fundamentais. 2- Inteligncia: Criana com inteligncia abaixo da mdia fica provavelmente muito mais frustrada pelas exigncias cada vez mais complexas impostas pela escola e pela vida.

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3- Personalidade e Desempenho Algumas crianas hiperativas so bastantes conscientes dos seus problemas e em conseqncias tornam-se cada vez mais infelizes, desamparadas e frustradas na medida em que continuam a fracassar. 4- Desempenho Escolar A criana apresenta dificuldade na aprendizagem. 5- Amigos Por meio de entrevistas avaliar a integrao da criana na escola, com o objetivo de analisar sua capacidade de fazer amigos. 6- Disciplina e Comportamento em casa A maneira com os pais interagem com as crianas pode no ser a causa da hiperatividade, por isso, devero observar a rotina da criana. 7- Comportamento em sala de aula Sua capacidade de seguir regras e limites deve ser observada pelo professor 8- Consulta mdica Um diagnstico clnico a parte essencial do processo de avaliao. Segundo Goldstein(1994). O diagnstico precisa ser feito por um ou mais profissionais familiarizado com comportamentos infantis. Essa unio dos profissionais dever ser de forma multidisciplinar, precisam estar dispostos a despender o tempo necessrio para avaliao da criana. O profissionais tratamento com medicamento ajudam o paciente a ter juntamente com interveno dos sucesso. Tendo discutido os principais

conceitos daremos continuidade a este estudo demonstrando aplicaes na escola.

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2 O HIPERATIVO NA ESCOLA

Desde o sculo XIX, a escola tornou-se um espao obrigatrio, tendo um papel fundamental para a ascenso social. Na primeira etapa do ensino bsico, a educao infantil, as crianas apresentam-se ativas, inquietas, agitadas e cheias de energia. Durante o prescolar h uma grande dificuldade em reconhecer os alunos hiperativos. Na idade pr- escolar, as brincadeiras so atividades que ajudam as crianas desenvolverem os fundamentos bsicos para o desenvolvimento social. As crianas hiperativas, por causa do seu comportamento acabam sendo privadas dessas interaes e assim de dar os primeiros passos para a sua integrao na sociedade. Na escola as crianas comeam aprender sobre o mundo e a interagir com os outros. nesse espao que muitas vezes se evidncia a hiperatividade; crianas no conseguem seguir instrues, prestar aten o, so inquietas, no completam as tarefas solicitadas e raramente acompanham o ritmo de seus colegas de turma. No que se refere ao aspecto cognitivo, as dificuldades escolares em funo da desateno e da falta de autocontrole so: dificuldade de organi zao e orientao espacial, dficit viso-motor, leitura deficiente, com uma acentuada dificuldade para interpretao de textos, pois lhe falta ateno de forma e posio, porm com bom vocabulrio, diz Benczik (2003) Um dos principais problemas observados no processo pedaggico so os comportamentos inadequados de alguns alunos nas diversas atividades escolares. O despreparo dos docentes para lidar com os conflitos que surgem nas salas de aula tambm contribui para a configurao do quadro. Alm disso, geralmente, a proposta educacional da escola prev um nico tipo de enquadramento dos alunos no processo pedaggico. No h dvidas quanto importncia do ambiente escolar para a formao e qualidade de vida da criana. A responsabilidade das Instituies de Ensino vai muito alm do cumprimento do contedo pro gramtico exigido, Escola e Educador precisam estar atentos e comprometidos com o aluno, saber o seu nome, quem so seus pais, como ele se comporta na aula e assim por diante. Somente conhecendo bem o aluno, poder o professor detectar precocemente qualquer mudana de comportamento ou algo estranho que ele venha a apresentar, inclusive nos casos de

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maus-tratos, onde a criana pode chegar machucada na escola ou simple smente mudar o comportamento, ficando desatenta, inquieta ou sonolenta na aula. A Escola tem a obrigao de proteger o aluno, mas ela precisa contar com profissionais preparados para lidar com questes delicadas, como o caso de crianas portadoras de transtornos mentais. Os programas de apoio famlia so altamente eficazes, reforam o vnculo famlia -escola e promovem a sade escolar, levando a um aumento significativo do comprometimento entre professor e aluno. urgente que cada escola tenha um pr ofissional qualificado para mediar situaes-problemas, to logo ocorram. Quando uma criana causa problemas em sala, podemos nos deparar com situaes desconfortveis, como o caso de crianas com o Transtorno de Dficit de Ateno e Hiperatividade, que so geralmente inquietas, impulsivas e desatentas, deixando o professor sem saber o que fazer. Escolas mal informadas no sabem que a condio um transtorno mental que precisa ser diagnosticado o quanto antes, uma vez que o tratamento precoce bastante eficaz. Entretanto, como falamos anteriormente, as comorbidades so freqentes no TDAH, agravando o quadro e complicando o tratamento. Cerca de 30% dos casos no se beneficia do tratamento medicamento sozinho. Para ir bem nas provas, uma criana precisa no apenas exibir as aptides que esto sendo avaliadas, mas tambm possuir a capacidade de ouvir e seguir instrues, prestar ateno e persistir at que a prova seja completa. A criana deve tambm ser capaz de parar para pensar qual seria, entre as vrias opes a melhor resposta possvel. Entretanto, a s crianas hiperativas so fracas nessas reas de aptides e, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligncia muitas vezes refletem mais a sua hiperatividade que seu pote ncial intelectual. Algumas crianas hiperativas so muito brilhantes. A maioria est dentro dos limites mdios e algumas, infelizmente, ficam abaixo da mdia em suas aptides intelectuais. Crianas hiperativas freqentemente consegu em ter uma boa atuao durante o ensino fundamental e possvel que no sejam consideradas crianas com problemas. As maiores aptides intelectuais da criana permitem que ela compense sua incapacidade de continuar numa tarefa. Ela pode no se dedicar durante muito tempo, mas o tempo gasto nas tarefas muitas vezes resulta num trabalho completo e freqentemente correto. Pode parecer que esta criana no preste ateno, mas quando solicitada geralmente sabe a resposta. Lembre-se: Ser

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desatento no equivale ser incapaz de aprender. As crianas hiperativas, quando sua ateno focalizada, so capazes de aprender to bem quanto as outras. Segundo Russel A. Barkley, as crianas com TDAH tem grandes dificuldades de ajustamento diante das demandas da escola. Um tero ou mais de todas as crianas portadoras de TDAH ficaro para trs na escola, no mnimo uma srie, durante sua carreira escolar,e at 35% nunca completar o ensino mdio. As notas e pontos acadmicos conseguidos esto significativamente abaixo das notas e pontos de seus colegas de classe. Segundo Mattos(2005), o sistema educacional tradicional penaliza muito quem tem TDA/H, pois exige que os alunos permaneam quietos(em geral sentados em carteiras desconfortveis), que sempre sigam todas as regras, que mantem a ateno por horas seguidas e que sejam avaliadas por provas montonas e sem permisso para interrupes. Sem falar nas matrias chatssimas e coisas sem sentido que nos ensinam nas escolas. O resultado disso so advertncias constantes, desenvolvimento baixo, mesmo quando o aluno se esforou. O importante no confundir incapacidade de fazer o correto com a falta de desejo de fazer o correto.2.1 Consequncias do hiperativo para a escolarizao

A falta de diagnstico e tratamento correto acarretam grandes prejuzos vida profissional, social, pessoal e afetiva da pessoa portadora. Sem tratamento, outros distrbios podem associar-se ao quadro, a auto-estima fica cada vez mais comprometida e a pessoa vai se isolando do mundo e como a hiperatividade servissem como um m para outras dificuldades, as mais freqentes so: fraco desempenho acadmico, altas taxas de agressividade, desobedincia perturbaes nos relacionamentos com colegas. Barkley (1998) afirma Os professores e pais relatam, com freqncia, que crianas com TDAH tem desempenho acadmico inferior ao dos colegas. Ainda afirma Pfiffner (1998) Consequentemente, crianas com TDAH tem menos oportunidades para responder aos materiais didticos e completam menos trabalhos independentemente que seus colegas.

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Assim, muitas crianas com TDAH so vistas pelos docentes com deficincia de aprendizagem. E na adolescncia e idade adulta marcam grande ndice de repetncia e evaso escolar. Crianas com TDAH apresentam risco maior para diversos problemas nas rea de desempenho escolar em relao aos seus colegas. Uma porcentagem significativa de crianas com esse transtorno exibe dificuldade com soluo de problemas, habilidades organizacionais, capacidade de linguagem expressiva e/ou controle motor fino ou grosso. Quando qualquer uma dessas dificuldades ou combinao delas exibida por uma criana com TDAH, o risco de fraca conquista acadmica aumenta. Em contraste com essas preocupaes, existem pelo menos dois achados positivos proveniente da literatura de estudos. O primeiro deles que, em mdia, crianas com TDAH no diferem do resto da populao escol ar em termos de funcionamento intelectual. Isto , o transtorno no parece afetar as capacidades cognitivas de crianas diagnosticadas. Atualmente, sabe-se que muito comum a existncia de problemas emocionais em conjunto com TDAH. Alis, o prprio TDAH classificado como um transtorno psiquitrico ou neuropsiquitrico e no como transtorno neurolgico. Segundo Mattos (2005), entre os problemas mais comuns esto a depresso e ansiedade. Crianas deprimidas tendem a ficar irritadas, com queda acentuada do rendimento escolar. Elas tambm no tem apetite normal e manifestam menos interesse por brincadeiras e jogos. Muitas apresentam sintomas fsicos, como dores de cabea ou dores de barriga, principalmente antes de provas ou testes escolares. O indivduo que tem TDAH pode ser inteligente, criativo e talentoso, mas no consegue realizar todo seu potencial em funo do transtorno. As principais pesquisas em que crianas e adolescentes com TDAH foram acompanhados at a vida adulta mostram que comparados as demais crianas consideradas normais(MATTOS, 2005): Completam menos anos de escolaridade; Tem maior incidncia no uso de lcool e drogas; Sofrem mais acidentes e, quando eles ocorrem, tendem a ser mais graves; Tem maior ndice de desemprego; Tem maior ndice de divrcio; Tem frequentemente baixa auto -estima; Tem menos habilidades sociais; Tem mais isolamento social; Tem maior incidncia de tentativas de suicdio; Tem maior incidncia de vrios problemas neuropsiquitricos, em especial, depresso e ansiedade.

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2.2 Hiperativo X Educao Inclusiva

Para falar sobre incluso escolar preciso repensar o sentido que se est atribuindo educao, alm de atualizar nossas concepes e re -significar o processo de construo de todo o indivduo, compreendendo a complexidade e amplitude que envolve essa temtica. Tambm se faz necessrio, uma mudana de paradigma dos sistemas educacionais onde se leva em conta suas potencialidades e no apenas as disciplinas e resultados quantitativos, e sim resultados qualitativos, favorecendo todos os alunos. A idia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como caracterstica inerente constituio de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenrio tico dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participao de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo. (PEREIRA,2008) Segundo a autora Maril Pereira(2008): O paradigma da incluso vem ao longo dos anos, buscando a no excluso escolar e propondo aes que garantam o acesso e permanncia do aluno com deficincia no ensino regular. No entanto, o paradigma da segregao forte e enraizado nas escolas e com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforar o desejo de mant -los em espaos especializados. Contudo a incluso coloca inmeros questionamentos aos professores e tcnicos que atuam nessa rea. Por isso necessrio avaliar a realidade e as controvertidas posies e opinies sobre o termo. Outro aspecto a ser considerado o papel do professor, pois difcil repensar sobre o que estamos habituados a fazer, alm do mais a escola est estrutur ada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade. Pereira(2008) afirma, a tendncia focar as deficincias dos nossos sistemas educacionais no desenvolvimento pleno da pessoa, onde se fala em fracasso escolar, no dficit de ateno na hipe ratividade e nas deficincias onde o problema fica centrado na incompetncia do aluno. Isso cultura na escola, onde no se

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pensa como est se dando esse processo ensino-aprendizagem e qual o papel do professor no referido processo. Temos que refletir sobre a educao em geral para pensarmos em incluso da pessoa com deficincia. Mas temos que pensar que para que a incluso se efetue, no basta estar garantido na legislao, mas demanda modificaes profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanas devero levar em conta o contexto scio. econmico, alm de serem gradativos, planejadas e contnuas para garantir uma educao de tima qualidade (BUENO, 1998). Portanto a incluso depende de mudana de valores da sociedade e a vivncia de um novo paradigma que no se faz com simples recomendaes tcnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com reflexes dos professores, direes, pais, alunos e comunidade. Contudo essa questo no to simples, pois, devemos levar em conta as diferenas. A incluso tambm passa por mudanas na constituio psquica do homem, para o entendimento do que a diversidade humana. Tambm necessrio considerar a forma como nossa sociedade est organizada, onde o acesso aos servios sempre dificultado pelos mais variados motivos. Documentos Deliberativos sobre incluso: A Declarao de Madrid (2002), define o parmetro conceitual para a construo de uma sociedade inclusiva, focalizando os direitos das pessoas com deficincias, as medidas legais, a vida independent e, entre outros: O que for feito hoje em nome da questo da deficincia ter significado para todos no mundo de amanh. O marco histrico da incluso foi em junho de 1994, com a Declarao da Salamanca Espanha, realizado pela UNESCO na Conferncia Mundia l Sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, assinado por 92 pases, que tem como princpio fundamental: "todos os alunos devem aprender juntos, sempre que possvel, independente das dificuldades e diferenas que apresentem". No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases em 1996, refere -se sobre estar "preferencialmente" includa, mas tambm haver quando necessrios servios de apoio especializado na escola regular para atender as peculiaridades e que o atendimento educacional ser f eito em classes, escolas ou servios especializados,

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sempre que em funo das condies especficas do aluno no for possvel sua integrao nas classes comuns do ensino regular. Com a Resoluo n.2/2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica, houve um avano na perspectiva da universalizao e ateno diversidade, na educao brasileira,com a seguinte recomendao: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos,cabendo s escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condies necessrias para a educao de qualidade para todos. No entanto a realidade desse processo INCLUSIVO bem diferente do que se prope na legislao e requer muitas disc usses relativas ao tema. Por um lado os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda, despreparados e impotentes frente a essa realidade que agravada pela falta de material adequado, de apoio administrativo e recursos financeiros. Portanto as mudanas so fundamentais para incluso, mas exige esforo de todos possibilitando que a escola possa ser vista como um ambiente de construo de conhecimento, deixando de existir a discriminao de idade e capacidade. Para isso, a educao dever ter um carter amplo e complexo, favorecendo a construo ao longo da vida, e todo aluno, independente das dificuldades, poder beneficiar-se dos programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o desenvolvimento de suas po tencialidades. Isso exige do professor uma mudana de postura alm da redefinio de papeis que possa assim favorecer o processo de incluso. Para que a incluso seja uma realidade, ser necessrio rever uma srie de barreiras, alm da poltica e prticas pedaggicas e dos processos de avaliao. necessrio conhecer o desenvolvimento humano e suas relaes com o processo de ensino aprendizagem, levando em conta como se d este processo para cada aluno.

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2.3 A importncia dos agentes interventores

de extrema importncia que alunos hiperativos sejam motivados. Em nossa prtica no dia a dia, orientando professores de crianas portadoras de TDAH, freqentemente encontramo s crianas com dificuldades serssimas em termos de relacionamento, comportamento e tambm de aprendizagem, conseguirem uma melhora significativa quando mudam de professor. Sua inconstncia de ateno e no dficit de ateno, fazem com que elas sejam capazes de uma hiper concentrao quando houver motivao. A vem a grande dificuldade, professores, diretores, e toda uma equipe de apoio, sem o devido conhecimento sobre o TDAH, classes cheias de crianas com o transtorno, com os professores sem saber o que fazer nem como lidar com elas, professores desmotivados, mal pagos, salas de aula super lotadas, vo encontrar turmas e mais turmas de alunos especiais, que no conseguem nem ao menos serem alfabetizados, que inevitavelmente ao faltar estrutura familiar que possa funcionar como seus freios inibitrios, vo evoluir para evaso escolar, droga e delinqncia. As escolas precisam selecionar os professores que tenham perfil para lidarem com crianas portadoras, que sejam democrticos, solcitos, amigos, compreensivos e empticos e no desorganizados, hiperativos e impulsivos como ela. Crianas como hiperativas no tem que estar em turmas separad as, elas no tem problemas cognitivos, aprendem muito bem quando tratados adequadamente por uma equipe interdisciplinar. Temos que aprender a lidar com estas crianas, conhecer suas limitaes, respeit-la e com criatividade descobrir como ela aprende melh or, e uma boa maneira de se fazer isto perguntando a ela. importante que o psicopedagogo possa apoiar o professor em sala de aula. necessario que professores tenham pelo menos uma noo bsica sobre o hiperativo, sobre a manifestao dos sintomas, e as conseqncias em sala de aula. Saber diferenciar incapacidade de desobedincia fundamental. A criana vai precisar da avaliao e tratamento com outros profissionais. Tambm no podemos dispensar o tratamento aos pais, para reorganizar a dinmica familiar que muitas vezes catica nesses casos. Igualmente, a avaliao

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dos professores daquela criana preciosa e no pode ser dispensada. Mas s vezes fica mais fcil achar que o filho preguioso, rebelde e teimoso ou botar a culpa nos pais ou na escola. A verdade que no sabem lidar com crianas difceis. Segundo Sam Goldstein e Michael Goldestein a criana hiperativa na escola como encaixar um prego redondo em u m buraco quadrado. uma grande dificuldade para a criana hiperativa quando ela entra no jardim de infncia, e precisa agora aprender a lidar com as regras, a estrutura e os limites, e o seu temperamento simplesmente no se ajusta muito bem com as expect ivas da escola. Um fator crucial para o sucesso da criana na escola o professor e a capacidade que este professor tem para controlar a classe com eficincia. Esteja a criana recebendo ou no servios de educao especial, acreditamos que os pais tem o direito de participar ativamente da seleo dos professores do seu filho. Apresentamos a seguir uma lista do que procurar no professor ideal e no ambiente de aula ideal para a criana hiperativa. Estas sugestes baseiam-se numa combinao de pesquisa cientfica, julgamento profissional e senso comum. Algumas destas questes podem ser abordadas em conversas diretas com os possveis professores, outras, conversando- se com pais cujos filhos trabalharam com um determinado professor, outras ainda podem ser avaliadas observando-se a sala de aula. Esta lista tambm serve para projetar uma sala de a ula para uma criana hiperativa, so elas: O professor sabe sobre hiperatividade e est disposto a reconhecer que este problema tem um impacto significativo sobre as crianas da classe; Ter que saber diferenciar incompetncia e desobedincia; A sala de aula organizada ; Regras na classe; As regras da sala de aula esto num cartaz; previsvel na sala de aula entre outros. Para valorizar as potencialidades desses alunos dever existir o conhecimento das necessidades educacionais dos mesmos e fazer o planejamento das aes da escola e dos sistemas de ensino possibilitando assim a melhora da educao do conjunto de alunos. Mattos (2005), afirma que ao escolher uma escola para uma criana com este transtorno, importante levar em considerao as seguintes caractersticas: uma rotina consistente e

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As escolas que levam em conta as diferenas individuais de aprendizagem e que apresentam alguma possibilidade de adapt ar o mtodo de ensino s necessidades da criana. As escolas que utilizam critrios diversificados ao avaliar o aluno e que consideram seus progressos individuais em vez de compar-lo mdia da turma. A avaliao de aquisio de conhecimentos importante , mas no pode ser o nico critrio utilizado. Em geral, classes com poucos alunos permitem uma maior individualizao das atenes. Devemos ter uma preocupao grande com a linha pedaggica que a escola

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oferece, pois algumas linhas pedaggicas podem desenvolvimento da criana com TDA/H.(MATTOS, 2005)

prejudicar ainda mais o

Depois de citarmos alguns aplicativos da escola passaremos a abordar no capitulo a seguir, evidencia como professor poder trabalhar na sala de aula.

3 EVIDNCIAS COMO OS PROFESSORES LIDAR COM HIPERATIVO NA SALA DE AULA

Contribuio para o professor na sala de aula no trato desses alunos , algumas sugestes vo nortear o educador para uma possvel interao do hiperativo no seu cotidiano escolar, como: Evite colocar alunos nos cantos da sala, devem ficar nas primeiras carteiras, de preferncia perto do professor. O Professor dever afast-las de portas e janelas para evitar que se distraiam com outros estmulos. Deixe-as perto de fontes de luz para que possam enxergar bem. No falar fale de costas, mantenha sempre o contato visual. As crianas com TDAH tm dificuldade de se ajustar a mudanas de rotina, intercale atividades de alto e baixo interesse durante o dia . Repita ordens e instrues, faa frases curtas e pea ao aluno para repeti -las, certificando-se de que ele entendeu. Permita movimento na sala de aula. Pea criana para buscar materiais, apagar o quadro recolher trabalhos. Assim ela pode sair da sala q uando estiver mais agitada, e recuperar o autocontrole.

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Esteja sempre em contato com os pais: anote no caderno do aluno as tarefas escolares, mande bilhetes dirios ou semanais e pea aos responsveis que leiam as anotaes. Procure elogiar e incentivar sempre que for possvel. Proporcione trabalho de aprendizagem em grupos pequenos. Grande parte das crianas com TDAH consegue melhores resultados acadmicos, comportamentais e sociais quando no meio de grupos pequenos. Mudar o ritmo ou o tipo de tarefa com freqncia, colocar limites claros e objetivos. Estabelecer intervalos, recompensa por esforo feito. Isso ajuda a aumentar o tempo da ateno concentrada e o controle da impulsividade atravs de um processo gradual de treinamento. Preparar com antecedncia a criana para as novas situaes. Reconhecer os limites da sua tolerncia e modificar o programa da criana com TDAH at o ponto de se sentir confortvel.

3.1 Dicas aos pais como lidar e acompanhar o processo escolar e social

Para a famlia do hiperativo o dia a dia um desafio. A orientao voltada famlia assim como as tcnicas de modificaes de comportamento so sempre necessrias. A estruturao do ambiente, a organizao do dia e a educao com limites podem ajudar a diminuir o nvel de ansiedade e desorganizao da criana. necessrio a famlia juntamente com os profissionais caminharem juntas para terem sucesso no tratamento do portador. A famlia dever estabelecer uma rotina estvel em casa. Os pais devem definir horrios especficos para comer e dormir. Ao falar com a criana, fale uma pouco mais alto dando nfase s palavras mais importantes, que designem tempo espao e modo, como por exemplo: A lio para amanh. Seja breve e evite dar vrias ordens ao mesmo tempo. Evite a criana fazer algo gritando de outro cmodo da casa. Ela no vai atender voc. Deve existir um local de estudos adequado, com horrios estabelecidos para fazer as tarefas escolares.

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aconselhvel atribuir uma tarefa pequena e rpida e insi stir delicadamente para que seja concluda, no esquecend o de agradecer e elogiar. A criana concluindo as regras lhe dar idia de compet ncia e maior autoestima. necessrio que os pais tambm busquem terapia para adquirirem informao e apoio, diminuindo assim o sentimento de frustrao e isolamento que atinge a famlia. Aconselha-se que os pais no se prendam demasiadamente ao problema da hiperatividade da criana; faz-se necessrio um descanso, ocupando-se em outras atividades prazerosas a fim de amenizar o desgaste emocional que u ma constante na vida familiar.

3.2 Interveno Psicopedag gica

Quando ocorre baixo desempenho do aluno, ele deve ser encaminhado para uma avaliao psicopedaggica com o objetivo de elucidar sua dificuldade. Neste sentido, ressalta-se a relevncia do olhar psicopedaggico e de atividades bem planejadas e preparadas para enfrentar as dificuldades que se identificam a partir da avaliao psicopedaggica. A prtica e o olhar psicopedaggico objetivam: aceitar um novo paradigma; ter preparao terica adequada; possuir conhecimento prtico suficiente; estar capacitado pedagogicamente e psicopedagogicamente; ser aberto e criativo; conhecer as novas tecnologias; atualizar-se permanentemente; entender e aceitar a diversidade discente Conforme Edyleine (2002), o acompanhamento psicopedaggico importante j que auxilia no trabalho, atuando diretamente sobre a dificuldade escolar apresentada pela criana, suprindo a defasagem, reforando o conted o, possibilitando condies para q ue novas aprendizagens ocorram. Com efeito, enfatiza que as tcnicas mais utilizadas so os jogos de exerccios sensorios-motores, como a amarelinha, bola de gude ou de bolas, ou de combinaes intelectuais, como damas, xa drez, carta, memria, quebra-cabea, entre outros.

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Os jogos com regras permitem a criana, alm do desenvolvimento social quanto a limites, a participao, o saber ganhar, perder, o desenvolvimento cognitivo, e possibilita a oportunidade para a criana det ectar onde est, o porqu e o tipo de erro que cometeu, tendo a chance de refaz er, agora, de maneira correta. Podem ser usadas tcnicas que envolvam escritas, como escrever um livro e ilustr-lo, pode despertar nela em criar algo seu e admirar seu trabalho final, podendo isso, ser estendido s lies em sala de aula. Uma outra tcnica a de despertar na criana o gosto pela leitura, atravs de assuntos e temas de seu interesse e tambm aguar a curiosidade por conhecer novos livros, revistas e gibis. A utilizao de contos de fadas e suas dramatizaes podem ser um recurso a mais. Podem ser utilizados desde a fase do diagnstico at a fase de interveno educativa, adaptando-se as tarefas, em razo do nvel de aprendizado em que a criana se encontra. Edyleine (2000), salienta que essa tcnica permite ao psicopedagogo coletar tanto dados cognitivos quanto psicanalticos. O psicopedagogo em conjunto como professor dever identificar os alunos que apresentam dificuldade em sala de aula. O s profissionais podem fazer uma interveno individualizada verificando o perfil do aluno. Sabendo que, a aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivduos ou grupos humanos, que mediante a incorporao de informaes e o desenvolvimento de experincias, promovem modificaes estveis na personalidade e na dinmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade.

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CONSIDERAES FINAIS

A elaborao deste estudo permitiu chegar a algumas constataes referentes ao tema pesquisado. A Psicopedagogia tem um papel importante em compreender os processos do desenvolvimento e das aprendizagens humanas. Quando passar a existir uma dificuldade na aprendizagem, faz -se necessrio a sua interveno junto com uma equipe multidiscisplinar. necessrio encaminhar o portador de hiperatividade para um tratamento adequado, pois um transtorno que tratado adequadamente promove sucesso do tratamento. Entre se ter um resultado final aps o processo teraputico e o perodo da conduo, existe muita coisa que se pode fazer, vai depender da disponibilidade do educador, da escola, das condies de trabalho que a escola proporcione. A abordagem teve como objetivo descrever os principais conceitos, caractersticas, conseqncia, importncia dos agentes interventores sobre Hiperatividade. Os professores juntamente com o psicopedagogo em parceria com a famlia podero contribuir para desmistificao de alunos considerados indisciplinados. Existem muitos educadores que no sabem diferenciar uma criana indisciplinada de uma hiperativa, ou seja, rotula de imediato sem antes fazer uma reflexo. A ao do psicopedagogo jamais pode ser isolada, mas sim integrada ao da equipe escolar e outros profissionais da rea de sade . Cabe ao psicopedagogo, juntamente com outros profissionais da escola estimular o desenvolvimento de relaes interpessoais, o estabelecimento de vnculos, a utilizao de mtodos de ensino compatveis com as necessidades dos alunos. Acreditamos que o sucesso na sala de aula pode exigir uma sr ie de intervenes. A maioria destas crianas pode permanecer na classe regular, com pequenas intervenes no ambiente estrutural da escola, modificao de currculo e estratgias adequadas situao. Diante dessa complexidade este estudo mostra ainda ne cessidade de maior aprofundamento nos levando d continuidade para aperfeioamento profissional.

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