43
i ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL - ESAB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E GESTÃO DE PESSOAS CARLA TEREZINHA CÂMARA QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS HORTOLÂNDIA 2011

Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

i

ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL - ESAB CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL E GESTÃO DE PESSOAS

CARLA TEREZINHA CÂMARA

QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

HORTOLÂNDIA 2011

Page 2: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

ii

CARLA TEREZINHA CÂMARA

QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação das Redes da Escola Superior Aberta do Brasil como requisito para obtenção do título de Especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas, sob orientação do Prof. Líbero Penello De Carvalho Filho

Hortolândia 2011

Page 3: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

iii

CARLA TEREZINHA CÂMARA

QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Monografia aprovada em ....... de ............................... de 2011.

Banca Examinadora

_____________________________

_____________________________

_____________________________

Hortolândia 2011

Page 4: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

iv

RESUMO

Palavras-chave: qualidade de vida no trabalho; micro e pequenas empresas; estratégias.

O objetivo geral deste trabalho foi verificar a importância das micro e pequenas empresas seguirem programas de valorização pessoal e profissional de seus empregados, para que haja qualidade de vida no trabalho. Assim, foram conceituadas micro e pequenas empresas; mostrada a qualidade de vida como exigência dos contextos de trabalho atuais; analisadas as ações que geram motivação e satisfação no trabalho; verificados os programas de qualidade de vida no trabalho; verificado como as pequenas empresas estão tendo ações de QVT e analisadas as melhores ações que pequenas empresas podem ter para a valorização do pessoal e profissional de seus funcionários, para que exista uma qualidade de vida no trabalho. Este trabalho foi baseado em pesquisa bibliográfica, enriquecida com consultas a livros, periódicos, artigos, teses, dissertações e consultas a publicações acadêmicas e científicas na Internet. O método específico de trabalho refere-se à pesquisa exploratória. Com o resultado da pesquisa foi possível concluir que o treinamento comportamental é uma das estratégias que a pequena empresa pode ter, já que o custo é baixo e os empregados podem ter mais informações uteis para evitar acidentes, melhorar a qualidade no relacionamento interpessoal e dos hábitos de saúde. Também pode melhorar seu comprometimento com a empresa, pois se esta, além do treinamento, oferecer e se preocupar com a higiene do trabalho, o trabalhador terá um ambiente propicio para trabalhar e se desenvolver, trazendo benefícios para a empresa. Como micro e pequenas empresas são a maioria no Brasil, e são as principais geradoras de emprego, nada melhor que estas se preocuparem com a QVT e mostrarem que se preocupam com a melhoria do ambiente de trabalho.

Page 5: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

v

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7

CAPÍTULO 1 - A QUALIDADE DE VIDA COMO EXIGÊNCIA DOS CONTEXTOS DE TRABALHO ............................................................................................................ 10

1.1 ANTECEDENTES LEGAIS DA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR ... 10 1.2 SAÚDE FÍSICA, MENTAL E EMOCIONAL .......................................................... 13 1.3 AMBIENTE ORGANIZACIONAL E QUALIDADE DE VIDA ................................. 15 1.4 AÇÕES RESPONSÁVEIS GERAM MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO ................... 17

CAPÍTULO 2 - A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - QVT ................................. 19

2.1 QUALIDADE DE VIDA COMO ALICERCE DE DESEMPENHOS ...................... 20 2.2 A BASE DOS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ........ 23 2.2.1 Exemplos de Programas de QVT ............................................................ 24

CAPÍTULO 3 - INOVAÇÕES E INDICATIVOS DE MELHORIA NAS POLÍTICAS DE QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ................... 27

3.1 CARACTERÍSTICAS INOVADORAS ................................................................... 27 3.2 RESULTADOS NO DESEMPENHO PROFISSIONAL ....................................... 32 3.3 A IMPORTÂNCIA DA QVT PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ............. 34

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 39

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 42

Page 6: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

7

INTRODUÇÃO

A Qualidade de Vida no trabalho requer a construção de um ambiente

organizacional que valorize os trabalhadores sujeitos do seu trabalho e não

objetos de produção. Geralmente, a cultura organizacional presente nesses

ambientes está voltada ao incentivo do potencial criativo, oportunizando

participações em decisões que afetem a própria vida dos funcionários no

trabalho.

Segundo Magnólia (2003, s/d),

A organização, condições e relações sociais de trabalho e o prazer-sofrimento são consideradas antecedentes do clima organizacional e da satisfação, que são avaliações circunstanciais do ambiente de trabalho, funcionando como um termômetro que indica ou não o bem-estar na organização, sendo necessário a introdução de outras variáveis para apreensão da qualidade de vida, que depende de práticas de gestão organizacional voltadas para melhorias das situações adversas ao bem-estar, agregando aspectos do desempenho e da saúde.

Atualmente, medidas quantitativas e qualitativas voltadas

especificamente ao bem-estar do trabalhador contribuem na construção de um

ambiente laboral que priorize a qualidade de vida como suporte para o

desenvolvimento das tarefas.

Esta atuação, que busca evidenciar o valor de seu corpo funcional, pode

efetivamente conduzir uma organização a um patamar diferenciado em

cenários de amplas e acirradas concorrências nos negócios, já que seus

resultados passam a contar com diferenciais apoiados em competências

desenvolvidas e aprimoradas continuamente através de programas formais de

gestão de pessoas.

Assim, neste estudo serão apresentados em linhas gerais os principais

conceitos inerentes à qualidade de vida no trabalho, partindo-se de um breve e

histórico de valorização da saúde nos contextos laborais até a sua efetividade

em micro e pequenas empresas.

A discussão acerca de práticas de gestão para qualidade de vida no

trabalho considera o enfoque acerca de vertentes inseridas na gestão de

pessoas delimitadas as práticas, técnicas e métodos empregados na

Page 7: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

8

valorização do homem não mais como recurso, mas como diferencial em

função de sua potencialidade produtiva.

Trata-se de assunto contemporâneo, cujo interesse de estudos e

pesquisas pode ser atribuído tanto a estudantes da área, como a profissionais

já atuantes neste segmento, bem como empresários interessados em inovar

seus modelos de gestão. Desse modo, justifica-se a realização de estudos

dessa natureza, sendo assunto relevante que merece debates a respeito, a fim

de que novos olhares e novas reflexões se façam em prol da renovação,

atualização e aprofundamento das práticas.

A problematização do estudo parte da busca na identificação do caráter

imprescindível, para as empresas da atualidade, notadamente nas micro e

pequenas empresas, de uma postura proativa no que tange à qualidade de

vida de seu pessoal. Assim, a pergunta problema é: qual a importância das

micro e pequenas empresas seguirem programas de valorização pessoal e

profissional de seus empregados, para que haja qualidade de vida no

trabalho?

Tem-se como hipóteses: Há a necessidade de que micro e pequenas

empresas se mantenham continuamente atualizadas, de modo a oferecer

melhores serviços, que atraiam e diferenciem resultados, já que o mercado se

apresenta cada vez mais competitivo, há de se considerar uma visão

estratégica na gestão dessas organizações; na visão de gestão de pessoas,

devem-se reconhecer valores, potenciais e talentos. Hoje já não se fala mais

em recursos, mas sim talentos humanos. Atraí-los, mantê-los e desenvolvê-los

pode representar importante diferencial para as empresas.

Assim, de maneira geral, o objetivo deste trabalho é verificar a

importância das micro e pequenas empresas em seguirem programas de

valorização pessoal e profissional de seus empregados, para que haja

qualidade de vida no trabalho. Como objetivos específicos esta pesquisa

busca conceituar micro e pequenas empresas; demonstrar que a qualidade de

vida é uma exigência dos contextos de trabalho atuais; analisar as ações que

geram motivação e satisfação no trabalho; verificar os programas de qualidade

de vida no trabalho; verificar como as pequenas empresas estão tendo ações

de QVT e analisar as melhores ações que pequenas empresas podem ter para

Page 8: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

9

a valorização do pessoal e profissional de seus funcionários, para que exista

uma qualidade de vida no trabalho.

Para atingir estes objetivos, todo o estudo será baseado em pesquisa

bibliográfica, enriquecida com consultas a livros, periódicos, artigos, teses,

dissertações e consultas a publicações acadêmicas e científicas na Internet. O

método específico adotado será a pesquisa exploratória. A ideia é a de enfocar

um tema pretendendo buscar meios à sua compreensão.

Para melhor estruturação do tema, o corpo do texto encontra-se

organizado em tópicos que procuram discutir a matéria partindo da evolução

de conceitos ligados à qualidade de vida laboral, incluindo antecedentes

teóricos e legais até o planejamento de programas específicos para as micro e

pequenas empresas.

Page 9: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

10

CAPÍTULO 1 - A QUALIDADE DE VIDA COMO EXIGÊNCIA DOS CONTEXTOS DE TRABALHO

1.1 ANTECEDENTES LEGAIS DA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR

Em se tratando de bem-estar e qualidade de vida nos ambientes

laborais, importa reconhecer que o segmento de Medicina do Trabalho ganhou

força nas últimas décadas. As Normas Regulamentadoras promulgadas pelo

Ministério do Trabalho, determinando modelos e métodos de procedimentos

em determinadas atividades, definiram regras claras de sustentação e

proteção da saúde do trabalhador.

Assim, Chiavenato (2008) destaca que a Saúde Ocupacional avança em

uma proposta interdisciplinar, com base na relação ambiente de trabalho e

saúde do trabalhador. As principais características do segmento de Saúde no

Trabalho podem ser resumidas pela:

Promoção e prevenção da saúde através do diagnóstico,

tratamento e reabilitação a partir da relação saúde e trabalho;

Humanização do ambiente de trabalho, a partir do reconhecimento

e valorização do empregado não mais como simples recurso, mas

como pessoa/ser humano integral;

Participação direta dos trabalhadores no sentido de contribuir para

a melhor relação saúde e trabalho, identificando as condições e

efeitos negativos e positivos da rotina laboral em sua saúde.

Nesse sentido, considerando a abordagem de Mendes, Facci e Handar

(2004), é possível compreender que os Programas de Qualidade de Vida

surgiram realmente da necessidade de promover a saúde e o bem-estar no

ambiente de trabalho. Com variações adequadas à realidade onde se aplicam,

devem preservar, em um primeiro momento, as exigências legais. São

situações que envolvem a saúde do trabalhador e, consequentemente, a

Page 10: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

11

adoção de medidas compatíveis com as do Programa de Qualidade de Vida no

trabalho:

Assistência às vítimas de acidentes do trabalho;

Acompanhamento de doenças profissionais;

Ações de promoção e proteção da saúde, através da ergonomia;

Peculiaridades que promovam à saúde em contexto específico de

trabalho, como por exemplo, salas para descanso instaladas em

centrais de atendimento (call center);

Programas educacionais e de informação sobre assuntos ligados

à saúde e à doença

Na verdade, a origem das questões ligadas à qualidade de vida no

trabalho, de certa forma, recebeu influências das exigências legais no campo

de saúde do trabalhador.

No cenário empresarial brasileiro, a saúde do trabalhador passa pelas

diretrizes privadas e públicas, tendo como responsáveis tanto os

empregadores, quanto o governo. Ocorre que na prática é preciso defender a

manutenção e permanente melhoria de qualidade de vida do trabalhador.

Nessa linha, pode-se considerar que as Normas Regulamentadoras do

Ministério do Trabalho, influenciam projetos e programas de Qualidade de Vida

no Trabalho. A NR7, por exemplo, PCMSO (Programa de Controle Médico e

Saúde Ocupacional) pode ser considerada um alicerce à preocupação e

desenvolvimento de ações efetivas à saúde, bem–estar e qualidade de vida do

trabalhador (MORAES, 2002).

Trata-se de um documento que introduziu uma profunda mudança nas

atividades relacionadas à preservação da saúde dos trabalhadores. Pode ser

visto como um avanço na humanização dos ambientes organizacionais.

Incorpora ferramentas de gestão aos processos de manutenção da saúde no

trabalho, como a mudança do conceito do Atestado Médico de Aptidão para o

Trabalho para um verdadeiro Programa de acompanhamento da saúde do

trabalhador na empresa. Engloba desde a admissão até a saída.

Page 11: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

12

Na prática, um médico, especializado em medicina do trabalho, deve

acompanhar as ações da empresa periodicamente, respondendo por relatórios

anuais que registram todos os acidentes de trabalho, exames admissionais,

periódicos, de retorno de licença até os demissionais. Complementarmente,

deve-se realizar campanhas de saúde, com orientações diversas.

Outras NRs promovem ações que estão diretamente ligadas à qualidade

de vida no trabalho, como é o caso da NR 9 sobre Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais (PPRA) ou a NR ligada á Ergonomia. No entanto, o que se

observa atualmente é que ações isoladas exclusivamente para atender às

determinações legais não são efetivas na geração e manutenção do bem-estar

pretendido pelos princípios da qualidade de vida (MORAES, 2002).

Provavelmente, outros fatores influenciaram a cultura de promoção da

saúde nos ambientes de trabalho, de maneira a extrapolar-se à qualidade de

vida de modo integrado. Certamente, a observação e análise de dados

vinculados à produtividade de funcionários enquadrados em ambientes de

trabalho que mantém o cuidado com a saúde e o bem estar, apontam dados

enriquecedores à definição da implantação de programas de qualidade de

vida.

Porém, a legislação aqui tratada, assim como as práticas e políticas

históricas de busca pela promoção e manutenção da saúde em ambientes

organizacionais contribuíram, sobremaneira, para o surgimento dessa nova

fase de reconhecimento sobre a importância da qualidade de vida do

trabalhador.

Ogata (2004) reconhece que por mais que dispositivos legais tenham

estimulado ações voltadas à promoção da saúde do funcionário em seu

cotidiano de trabalho, os dias de hoje mostram contextos organizacionais cada

vez mais preparados para reconhecer no homem seu capital, seu potencial

produtivo, sendo, portanto, necessário à adoção de medidas que o valorizem e

protejam como é o caso da maioria dos Programas de Qualidade de Vida.

Considerando, também, que o interesse das empresas é mais

econômico do que humanista, visto que, afinal, um empregado afastado gera

muito prejuízo.

Page 12: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

13

1.2 SAÚDE FÍSICA, MENTAL E EMOCIONAL

Nos dias de hoje, um dos grandes desafios da gestão de pessoas tem

sido desenvolver ferramentas de trabalho para contribuir com a qualidade de

vida do funcionário. Muitos empresários reconhecem que estiveram tão

ocupados com a implementação de uma administração competitiva ao nível de

mercado, que não deram a devida importância a essa questão.

A saúde, a satisfação, a tranquilidade e o bem-estar de uma maneira

geral estão diretamente relacionados.

Um dos maiores indicadores desse contexto em uma empresa é a

quantidade de atendimentos médicos. E, aí, vale registrar que, apesar do

avanço tecnológico, as equipes médicas estão reconhecendo como melhor

alternativa à mudança de hábitos e costumes prejudiciais, através da

promoção da saúde (OGATA, 2004).

Porém, na verdade, verifica-se que a maioria das pessoas gerencia seus

dias de forma muito veloz. Observa-se que o consumo e a valorização

demasiada de bens materiais se contrapõem às atividades voltadas à saúde

física e mental.

Cada empresa não só se caracteriza pelos seus produtos, mas é um

reflexo da competência de seus dirigentes, gerentes e todo o seu corpo

funcional. Por essa razão, cada vez mais as organizações estão investindo nos

seus funcionários. Nesse sentido, observam-se diversos programas de

desenvolvimento de novo estilo de vida saudável embutido no cotidiano

empresarial.

Balthazar (2003) informa que:

A Ginástica laboral matinal em grupo já faz parte da rotina diária de empresas como a Kodak. De igual forma, a Organização Philips Brasileira, a Natura e inúmeras outras empresas já instituíram formalmente programas específicos de ginástica, meditação, lazer entre outros.

Na verdade, verifica-se no mercado que, além dos benefícios oferecidos

pelas empresas ligados à assistência médica e odontológica, várias

Page 13: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

14

organizações estão introduzindo programas voltados à melhoria. Reconhece-

se que o funcionário que tem uma vida saudável produz mais e melhor. Com

essa situação evidenciada, vários gestores atentaram mais para a saúde

física, mental e emocional de seus funcionários.

Assim sendo, além dos planos de saúde com coberturas médicas,

programas implantados objetivam estimular a consciência da importância em

manter uma boa saúde. A existência de programas específicos para promoção

e manutenção da saúde são vistos no mercado como diferencial entre as

empresas que buscam os melhores profissionais.

Em alguns casos, entendendo ser proveniente de um conjunto integrado

das situações de cada pessoa, empresas envolvem as famílias nesse

contexto. Já se encontram no mercado, hoje em dia, programas

personalizados à realidade da empresa. Existem, também, profissionais

especializados no assunto e empresas de Consultorias na área. Esse é o

avanço da própria gestão de pessoas na permanente busca de melhores

resultados.

Envolvida nessa questão, estão doenças que são estimuladas por

inúmeros fatores, as quais envolvem as famílias numa outra realidade.

Primeiro tudo se dá de alguma forma na mente e no pensamento e

depois no nível somático. Com o decorrer do tempo, a energia negativa que

parte da psique acaba provocando doenças tais como problemas respiratórios,

úlceras e até câncer.

Torna-se imprescindível criar um estado mental e emocional para que o

indivíduo não se abale com as negatividades enquanto trata de conviver com

elas.

O profissional não deve ficar sentado à espera de ações preventivas

exclusivas de sua empresa. ―Deve se cuidar‖, diz Cecília Shibuya presidente

da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). E isso inclui respeitar

limites, parar para respirar e principalmente, buscar satisfação ao seu trabalho.

As empresas estão criando condições para atenuar a pressão do

trabalho. Caso contrário, ela corre o risco de perder sua equipe, que também

precisa se adaptar a novos tempos. O trabalhador por sua vez, precisa pensar

Page 14: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

15

em fazer exercícios, buscar felicidade no emprego, estar satisfeito com o que

faz e manter bom relacionamento com chefia e colegas.

Dor nas costas pode ser o vilão número um dos profissionais e das

organizações. Mas ansiedade e angústia também estão entre os inimigos que

atacam a saúde dos funcionários. É o que mostra pesquisa realizada com

cerca de 550 trabalhadores pela Internacional Stress Management Association

no Brasil.

Esses sentimentos são responsáveis por várias doenças como gastrites

e hipertensão. A causa deles no ambiente de trabalho significa excesso de

stress, o que pode ser resultado de muita responsabilidade e prazos curtos.

Existem ainda tarefas que implicam riscos de lombalgias. Movimentos

que, quando malfeitos, podem causar lesões sérias ao profissional. Além

disso, questões ergométricas pesam bastante.

Daí que a Glaxo Smith Kline desenvolveu o software Absenterix, pelo

qual as empresas podem saber quanto perdem com faltas ao trabalho. A

Sendas, por sua vez, tem uma salinha onde os funcionários descansam por

alguns minutos. A coordenadora do Departamento Médico da rede de

supermercados Maria Eugênia Viveiros, comenta que a empresa está fazendo

um trabalho para prevenir a tendinite com treinamento e avaliação dos casos

detectados.

1.3 AMBIENTE ORGANIZACIONAL E QUALIDADE DE VIDA

De fato, tendo em vista o mercado competitivo, as empresas necessitam

de profissionais com posturas arrojadas, empreendedoras, ágeis e com

capacidade de suportar ambientes de pressão. Assim, as lideranças dentro

das organizações precisam estar mais bem preparadas nos aspectos mental,

emocional e físico para enfrentar, superar e, até mesmo, contornar obstáculos.

Page 15: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

16

Se há pensamentos e sentimentos cheios de tensão e frustração há

danos ao corpo físico. Se há um estado mental tranquilo, o corpo apresenta -se

melhor equilibrado.

Fortunato (2004) informa que pesquisas científicas mostram que o

sistema límbico e o hipotálamo captam as emoções dentro do cérebro e a

partir disso cria-se um caminho que percorre todos os outros sistemas do

corpo: o endócrino, o imunológico, o circulatório, o respiratório e o nervoso,

para todas as células.

Existem ainda tarefas que implicam riscos à saúde. Movimentos, quando

malfeitos, podem causar lesões sérias ao profissional. Além disso, questões

ergométricas pesam bastante (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002).

Cada vez mais, as empresas estão descobrindo que uns dos seus

maiores recursos são os próprios humanos, porém, não estão sendo

totalmente aproveitados por conta das tensões e pressões diárias.

A existência de prazer e sofrimento nos processos de trabalho é

reconhecida por todos os participantes e vincula-se diretamente à qualidade

das relações interpessoais, ao tipo e à organização do trabalho. Os dirigentes

reconhecem uma dualidade conflitiva entre sofrimento e prazer no trabalho e

demonstram preocupação em encontrar motivos e buscar propostas que

minimizem o sofrimento e potencializem o prazer.

A definição de senso comum é formulada em termos da descrição de

situações onde ocorrem essas vivências. Embora os ―conceitos‖ de prazer não

sejam homogêneos entre os grupos, os gerentes de divisão e dirigentes

representam-no mediante associações com o sucesso de empreendimento da

equipe, surgindo daí certo sentimento de satisfação (realização pessoal), já

que pelo menos parte do reconhecimento usufruído pelos gestores deriva da

visibilidade dos resultados alcançados por suas equipes (LIMONGI-FRANÇA;

ARELLANO, 2002).

Motivação, criatividade, comprometimento, cooperação, elevação da

autoestima e melhoria da qualidade de vida são os principais efeitos do prazer

sobre o indivíduo. Isto quer dizer que os efeitos do trabalho realizados com

Page 16: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

17

prazer sobre uma organização referem-se ao clima organizacional positivo,

criatividade, compartilhamento e produtividade.

1.4 AÇÕES RESPONSÁVEIS GERAM MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO

A organização melhora quando seus membros melhoram, especialmente

os gerentes. O surgimento dos problemas, na maioria das vezes, é analisado

somente pelos aspectos visíveis. E, assim, no papel é fácil cortar, mudar,

eliminar ou promover. No entanto, a mudança, o ajuste requer o

acompanhamento dos componentes internos do homem. É preciso atentar

para o fator humano (FORTUNATO, 2004).

Hoje em dia, o mercado já notou que a empresa que não leva em

consideração as necessidades de seus funcionários pode ser que resista

temporariamente, mas está fadada ao fracasso. Dedicar atenção ao

desenvolvimento da força pessoal de cada membro da organização é apenas

uma medida sensata. Se os indivíduos são mais fortes a empresa será mais

lucrativa.

Descobriu-se que a emoção faz parte das decisões e resoluções de

problemas para sua melhor qualidade. É preciso aproveitar esse manancial

existente dentro da organização e de cada pessoa que lá trabalha. Dessa

forma, a empresa que desenvolve melhor emocionalmente seus funcionários

terá uma melhor posição competitiva (CHIAVENATO, 2008).

Chiavenato (2008) aponta ainda que a qualidade de vida pressupõe

felicidade e pode ser considerada como mola mestra da produtividade. Já é

mais do que evidente a necessidade de investimento das empresas em

qualidade de vida.

A relevância social da empresa faz parte da vida das pessoas e,

segundo Limongi-França e Arellano (2002), isso constitui, exatamente, uma

categoria de qualidade de vida no trabalho, onde é dimensionada a percepção

do funcionário em relação a essa preocupação, como também, em relação à

responsabilidade social da empresa. Mais uma vez, a empresa visa o lucro não

Page 17: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

18

o bem estar. Analisando friamente cuidar do bem estar do funcionário é quase

que o mesmo que cuidar de um equipamento para ele funcionar bem.

Investir em qualidade da vida pode representar:

A elevação da qualidade e, consequente, produtividade dos

serviços;

Contribuição para o crescimento pessoal e profissional do

funcionário;

Estabelecimento de vínculo próximo entre a empresa e seu

funcionário;

Incentivo ao trabalho em equipe;

Favorece o estabelecimento de um bom clima organizacional;

Aumenta o nível de satisfação dos funcionários;

Gera um ambiente de endomarketing, e também de melhoria

da imagem da empresa externamente;

Interfere diretamente na produção de melhores resultados;

Contribui na economia de gastos com saúde, retrabalhos,

ausências atrasos etc.

Page 18: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

19

CAPÍTULO 2 - A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO - QVT

Hoje em dia os sistemas de gestão de pessoas atravessam um novo

tempo, no qual se reconhece à importância de desenvolver e aproveitar o

potencial de todas as pessoas na organização. A partir daí, passou a existir

uma efetiva preocupação com a vida do funcionário, surgindo os investimentos

em programas de qualidade de vida, que, além de atenderem a legislação

específica de segurança e medicina do trabalho, promovem o bem-estar

cotidiano.

A estrutura de uma empresa é dada a partir de seus recursos humanos

ou seus valores humanos. Adequadamente esse princípio passou a fazer parte

do planejamento empresarial de muitos executivos. Para o empresário atual, a

mudança de eixo humanista significa que tudo existe para o ser humano. E

tudo tem que visar ao bem estar das pessoas quer no âmbito individual quer

no grupal, tanto no que se refere ao cliente interno quanto ao externo.

O histórico da preocupação acerca da saúde dos funcionários revela

momentos críticos associados à contenção de epidemias, como também a

exclusivas exigências legais, conforme visto anteriormente. Porém, a evolução

dos conceitos conduz a um momento voltado para a humanização dos

ambientes organizacionais, onde ações efetivas na promoção de saúde podem

garantir melhores resultados produtivos. (CHIAVENATO, 2008).

Nesse contexto surgem programas variados, alguns atrelados

especificamente a uma área funcional, outros de abrangência geral a todo

corpo funcional de uma empresa. Em outros casos, ainda, verifica-se o

envolvimento da família do funcionário nesses programas de gestão de

qualidade de vida.

Ao contrário do que possam parecer, esses programas não buscam

administrar fatos decorridos ou conseqüências, mas sim a conjugação das

premissas iniciais dos modelos de gestão de pessoas, ou seja, estimular ações

e atitudes voltadas à promoção do bem-estar, de maneira que o funcionário

sinta-se cada vez melhor em sua função e emprego.

Page 19: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

20

Gerir os resultados desse programa significa exatamente acompanhar

de modo inteirado às propostas do modelo de gestão, na medida em que os

resultados são objetivos e subjetivos, como, por exemplo, a redução de

atrasos e ausências ou a diminuição de licenças médicas (CHIAVENATO,

2008).

Tendo como pano de fundo as reflexões iniciais acerca da saúde e bem-

estar funcionais, a integração desses princípios em prol de um modelo

arrojado de gestão de pessoas tem resultado em propostas de gestão da

qualidade de vida laboral.

Na verdade, essa gestão implica em raciocinar estrategicamente sobre a

promoção da qualidade de vida dos trabalhadores, sendo essa condição

fundamental à própria integração de todos os processos.

De fato o pensamento estratégico sobre a qualidade de vida dos

funcionários em uma empresa implica no desenvolvimento de um programa

totalmente alinhado às propostas e planejamentos de metas da organização.

Não basta definir ações de melhoria e bem-estar sem que estas integrem um

contexto de resultados. É preciso atentar para o que se deseja

verdadeiramente com programas de qualidade de vida (OGATA, 2004).

Tal princípio se faz demasiadamente importante na medida em que

todas as ações devem estar alinhadas aos objetivos empresaria is. Não

significa dizer, por exemplo, que a decisão estratégica da empresa de

aumentar o seu Market share em um exercício esteja totalmente ligada às

ações de promoção e manutenção de bem-estar. Mas, exige operações

atreladas, focadas na melhoria de vida do funcionário, de modo a propiciar-lhe

melhores condições de desenvolvimento de seu trabalho.

2.1 QUALIDADE DE VIDA COMO ALICERCE DE DESEMPENHOS

O ambiente organizacional há pouco deixou de objetivar lucros

exclusivos pela produção, para focar o capital intelectual e a necessidade de

sua retenção e valorização. Nesse âmbito, então, a atenção com a qualidade e

vida dos funcionários deve resgatar a visão de valorização, reconhecimento e

Page 20: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

21

respeito ao ser humano, evidenciando o que há de melhor no indivíduo e que,

na maioria das vezes, encontra-se reprimido por dinâmicas empresarias

avessas ao corpo funcional (CHIAVENATO, 2008).

O mundo de negócios desenhado nesse novo milênio requer ações

voltadas para o reconhecimento do potencial humano como fonte de

diferenciação, sobretudo, em se tratando de ambientes cada vez mais

competitivos.

Essa linha de ação, certamente, contribui para a construção de alicerces

seguros na formação de um novo perfil profissional arrojado e capaz. Inclui -se

aí, portanto, a atenção hoje atribuída pelos empregadores às questões ligadas

ao bem-estar do funcionário, em alguns casos até mesmo o de sua família.

Além das ações propriamente dita, que compreendem, na maioria das

vezes, atividades de saúde e lazer, a própria atenção dada pelas empresas

sobre o assunto já produz efeitos positivos junto ao funcionário. De certa

forma, essas medidas contribuem para a construção de uma imagem positiva e

de valor para a própria organização.

Limongi-França (2003) chama a atenção para o fato de que o papel da

qualidade de vida torna-se marcante quando se deseja o crescimento da

produtividade e do bem-estar dos trabalhadores, considerando a obtenção de

resultados crescentes, pela organização, como fundamental para que a busca

de melhorias nas condições, organização e relações de trabalho ocorram

permanentemente. Ou seja, a produtividade deve aumentar, gerando recursos,

para que a empresa sinta-se estimulada a continuar investindo no bem-estar

organizacional.

Dependendo da adequação da capacidade de cada um em relação às

condições de trabalho oferecidas pela empresa, o trabalho pode representar

algum grau de prejuízo à saúde. Tanto que um dos males que vem se

agravando no mundo dos negócios é a chamada Síndrome de Burnout, doença

de total exaustão, que já atinge 30% dos profissionais que sofrem de stress,

segundo Mcewen (2003).

Existem outros problemas com a saúde do trabalhador como, por

exemplo, as dores de cabeça, as alergias respiratórias, as lesões por esforços

Page 21: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

22

repetitivos (LERs), além de algumas fobias. São várias as situações que

conduzem tanto profissionais quanto às organizações em pesquisas e busca

de soluções.

Na verdade, diminuir esses problemas tem se constituído em verdadeiro

desafio para as empresas, que querem evitar altos índices de falta e queda de

produtividade. Um exemplo dessa medida é o caso da Intelig, que, segundo

seu Diretor de Recursos Humanos, só existe licença-maternidade, não sendo

registrado qualquer afastamento de profissional por stress ou doença

ocupacional, em virtude das ações de saúde promovidas pela empresa como

ginástica laboral e palestras (CURRIEX, 2003).

O mesmo executivo ainda é enfático ao assegurar que quando uma

empresa cria ―um ambiente favorável, eliminam-se os focos dessas doenças e

com isso, há o aumento de produtividade‖ (CURRIEX, 2003).

Na verdade, a relação da qualidade de vida com os resultados da

produtividade a cada dia está sendo mais evidenciada. Encontram-se na

realidade empresarial programas específicos para conter situações de pressão

no trabalho. Vale mencionar o exemplo das centrais de atendimento ao cliente,

que já possuem salas de ―descompressão‖, onde a cada período de trabalho,

previamente determinado, o atendente pode deslocar-se para essa sala. A

ideia é a de que esse funcionário possa procurar relaxar por alguns minutos. É

uma maneira de conter, ou até mesmo frear/interromper uma pressão

instantânea que o funcionário possa estar recebendo em seu posto de

atendimento, onde permanece inevitavelmente com postura rígida, já que

necessita de aparelhos específicos (headset, por exemplo) para cumprimento

de seus afazeres.

Outros exemplos são visualizados nessa esfera diária de trabalho.

Alguns, como já dito, voltados especificamente para as tarefas

desempenhadas, considerando graus de risco, periculosidade e insalubridade

das atividades. Em outros casos, os Programas têm abrangência em toda a

empresa, com focos amplos de melhorar desempenhos através da melhoria

nas condições de trabalho do funcionário e, principalmente, com sua qualidade

de vida.

Page 22: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

23

2.2 A BASE DOS PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

As organizações que desenvolvem programas de qualidade de vida no

trabalho estão buscando a promoção da saúde e bem-estar de seus

funcionários, por meio de ações corretivas e preventivas, bem como

estimulando a prática de hábitos saudáveis, de forma a gerir melhorias tanto

físicas, quanto emocionais.

Os resultados dessa iniciativa são traduzidos em diminuição de

acidentes no trabalho, redução de absenteísmo e de turnover, aumento da

produtividade, maior motivação, melhoria na imagem da empresa entre outros.

Acompanham e monitoram efetivamente os resultados desses programas, que

podem ser ajustados conforme a necessidade e situação apresentada.

WALTON (apud RODRIGUES, 2001, p. 37) fala das intenções de um programa

de qualidade de vida conforme se segue:

O objetivo da implantação de um Programa de Qualidade de vida no trabalho é gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia ao nível de cargo, recebimento de recursos, feedback sobre o desempenho, com tarefas adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no desenvolvimento pessoal do indivíduo.

A garantia de sobrevivência das empresas está diretamente ligada ao

controle total da qualidade, tanto de seus produtos e serviços, quanto na vida

de seus funcionários e colaboradores. Nesse sentido Rodrigues (2001) afirma

que a qualidade não pode ser considerada como recurso, instrumento ou meio,

mas sim uma meta e objetivo com fito em resultado.

Nesse momento vale lembrar que a qualidade de produtos e serviços

pode e deve ser totalmente preparada, planejada e realizada, conforme

métodos e técnicas que consideram cálculos complexos, procedimentos

diversos e uma infinidade de providências voltadas ao próprio fim produtivo.

Diferentemente, a qualidade de vida requer cuidados e atenções especiais, na

medida em que o avançar do desenvolvimento do homem gera impactos à sua

saúde.

Page 23: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

24

A má qualidade de vida de trabalhadores passa pelo aumento de

doenças profissionais, que surgem no ambiente de trabalho, como é o caso do

estresse e burnot, comentados no capítulo anterior. Essas estão ligadas ao

cotidiano de negócios, mas, também, têm fundamento no estilo de vida de

cada um. Daí os programas veiculados pelas empresas ter atenção especial a

mudanças ou construção de hábitos de vida saudáveis, propondo estilos de

vida voltados ao bem-estar geral do indivíduo.

2.2.1 Exemplos de Programas de QVT

Segundo FORTUNATO (2004, p. 77) a

qualidade de vida está intimamente ligada à mudança do nosso estilo de vida e dos nossos comportamentos, sendo necessário (...) a criação de ambientes que promovam a Saúde Ótima, definida como o equilíbrio entre o físico, o social, o emocional, o espir itual e o intelectual da saúde

Relaciona-se responsabilidade social à qualidade de vida, enfatizando

ser essa uma época em que as empresas estão empreendendo esforços na

conjugação da melhor realização de atividades nessa direção.

Em uma linha mais voltada especificamente à saúde de seus

funcionários, Iwasso (2004) cita a empresas Siemens, Avon, Natura, Philips,

Hospital Albert Einstein, Dow Química, Tribunal Regional do Trabalho e

Infraero como exemplos de organizações que adotaram o programa de

qualidade de vida compreendendo os quesitos adiante relacionados:

Massagens;

Ginástica laboral;

Academia própria;

Personal trainer;

Acompanhamento nutricional;

Ginecologista;

Fisioterapia preventiva;

Page 24: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

25

Auxílio para parar com o cigarro e os problemas com

álcool.

Sob essa abordagem, vários programas e projetos surgiram e ganharam

estilo e planejamento próprio, adequados à realidade e contexto de cada

empresa, construindo-se, assim, verdadeiros programas, praticamente,

personalizados.

Os resultados de uma pesquisa conduzida pela Associação Brasileira de

Qualidade de Vida (ABQV) indicaram que de um universo consultado de 161

empresas de grande porte, 59% e, portanto, 95 empresas, têm em seu

planejamento executivo o programa de qualidade de vida para seus

funcionários. (ABQV, 2004)

A mesma pesquisa sinaliza que a grande maioria dos programas ataca o

estresse, sendo esse um problema presente em todos os ambientes

organizacionais envolvidos no levantamento. As empresas que possuem o

programa gerenciam ações ligadas à alimentação, cursos de educação

continuada e atividades culturais, atingindo, assim, o segmento de lazer dentro

do programa de qualidade de vida.

Na mesma linha, outro exemplo a ser considerado é o da empresa

Nestlé com um programa formal de qualidade de vida desde 1998. Segundo

Valentim Lima (UNIVERSIA, 2004), a gerente do programa de qualidade de

vida na empresa,

Desde sua adoção na capital paulista, os casos de hipertensão na empresa foram controlados em 60% e, até o ano passado, constatou-se um decréscimo de 30% no número de colaboradores com obesidade.

O programa da Nestlé conta com check-up médico, dosagens de

colesterol, glicemia, orientação nutricional, centro de fisioterapia e ginástica

laboral, além de caminhadas e passeios para pontos turísticos do Estado

(UNIVERSIA, 2004).

Ogata (2004) explica que o número de programas de qualidade de vida

nas empresas tem aumentado por conta da valorização das ações de melhoria

Page 25: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

26

no estilo de vida e, principalmente, em busca do equilíbrio entre vida pessoal e

o trabalho.

Ogata (2004) ainda acrescenta que outra pesquisa publicada em 2003,

realizada por França na USP indicou que 97% dos profissionais da área de

gestão de pessoas creem que as ações ligadas ao programa de qualidade de

vida devem ser consideradas como estratégicas para a empresa.

Assim, a cada dia está sendo valorizado ainda mais o cuidado e a

atenção com a saúde e o bem-estar do trabalhador, o que revela a ligação

positiva com resultados de desempenhos e, consequentemente, melhoria de

produtividade.

Page 26: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

27

CAPÍTULO 3 - INOVAÇÕES E INDICATIVOS DE MELHORIA NAS POLÍTICAS DE QUALIDADE DE VIDA NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

3.1 CARACTERÍSTICAS INOVADORAS

Conforme Grisci e Bessi (2004, p. 4),

a literatura aponta para novas formas relativas ao contexto do capitalismo e à organização do trabalho. As novas formas de estruturar o trabalho, com o aumento da informatização e da intelectualização, passam a aliar no processo de trabalho, o trabalho material e imaterial.

Esse fator ao mesmo tempo em que melhorou a qualidade do trabalho

por que permitiu uma maior produtividade e maior conectividade com as

informações, mas produziu uma mudança no ritmo de trabalho, estimulando o

a realização de atividades que impõe movimentos repetitivos e interferindo na

qualidade de vida no trabalho. Conforme Grisci e Bessi (2004, p. 6):

A nova configuração do trabalho demanda que o trabalhador seja mobilizado não apenas como objeto de trabalho, pois é chamado a ser também sujeito desse processo, sendo suas características pessoais, antes massificadas, agora tidas como fator competitivo para as empresas, no sentido de que, para se produzir o bem material, é necessário construir o bem imaterial, que se constituem no desejo, opiniões, gosto das pessoas, ou seja, a construção do cliente.

As mudanças se dinamizaram com o aperfeiçoamento do trabalho para

maior relação direta com o cliente. Esse processo requer de quem trabalha,

além de qualificação e performance, características como: iniciativa

mobilidade e cooperação. Conforme Grisci e Bessi (2004, p. 7):

O modo de gestão da excelência (ou qualidade total) engloba as novas práticas administrativas, baseando-se na noção de produzir melhor que os concorrentes, enfatiza a pr imazia do êxito, a supervalorização da ação, a obrigação de ser forte, a adaptabilidade e o desafio permanentes, recompensas materiais individualizadas, polivalência da mão-de-obra e recrutamento seletivo. A passagem de um modelo a outro não se dá de forma automática e acontece influenciada por fatores como: fatores internos à organização

Page 27: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

28

(decisões estratégicas, cultura, etc.), fatores externos (competição com outras organizações, por exemplo), contexto político, contexto cultural e contexto social.

Assim, constata-se que esses fatores conjugados dimensionam a

dinâmica da nova organização varejista que reveste de contradições o

trabalho, considerando-se que a ênfase a esse modelo estimula a melhoria

da qualidade de vida como processo de gestão, ao mesmo tempo em que

torna mais complexo o trabalho dimensionando as incertezas ao impor uma

construção social baseada em uma visão particularizada de organização e de

pessoa.

Algumas características dessas novas políticas acabam configurando-

se em um ambiente atraente e sedutor para as pessoas que gostam de

desafios e visam o crescimento de sua carreira que deve estar totalmente

integrada aos constantes processos de reestruturação produtiva.

As empresas e organizações, principalmente as de maior porte, são

depositárias de grande quantidade de informações, as quais alimentam seu

processo decisório. No entanto, é comum que as informações se encontrem

dispersas pelas diversas áreas que compõe a empresa. Juntá-las, analisá-las

e dar-lhes uma interpretação que contenha um caráter corporativo constitui-

se no grande desafio do processo de Inteligência Competitiva – IC.

No âmbito das instituições públicas, a Legislação de Segurança e

Saúde do Trabalho prescrevem as necessidades dos profissionais a partir de

normas regulamentadas, como referência técnica e legal, para serem

utilizadas como instrumento de treinamento nas instituições. (ARAUJO, 2002)

As regulamentações contribuem para a criação de projetos de análise

ergonômica nas organizações que permitem identificar as caracter ísticas

ambientais, temporais e organizacionais.

As mudanças para tornar um ambiente empresarial criativo e

incentivador de produtividade envolvem vários fatores como imobiliários e

equipamentos com padrões ergonômicos no ambiente de trabalho, como

ações para a criação de projetos em toda empresa, a partir da análise em

setores críticos, que objetivem resultados positivos e que possam criar

Page 28: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

29

situações de referência, ergonomicamente corretas no trabalho diário dos

colaboradores.

Marcondes (2004, p. 31) ―Um ambiente agradável tem o poder de trazer

um sentimento de bem-estar, um ambiente agradável e relaxante é benéfico

para a motivação dos funcionários e faz bem à saúde‖.

A tecnologia de informação trouxe inúmeras facilidades em relação ao

aumento da capacidade de armazenamento e processamento de dados que

contém informações, como por exemplo, o desenvolvimento das

comunicações (Intranet e Internet), que estão representando uma força no

desenvolvimento de novos postos de trabalho e nos quais se pode ocorrer

riscos ergonômicos.

Esse novo posto de trabalho exige dos colaboradores postura

adequada, movimentos repetitivos e jornadas de trabalho prolongadas; e das

empresas a implantação de projetos ergonômicos para adequar máquinas e

equipamentos (mesas, cadeiras, computadores, monitores, mouses e outros),

às condições de trabalho saudáveis. Além disso, os trabalhos que envolvem

tecnologia de informação nas empresas e organizações, cuja base depende

de dados informacionais necessitam rigorosamente de mapas de riscos e

análise ergonômica das situações causadoras de estresse físico e/ou

psíquico e doenças articulares.

Alguns estudos ergonômicos comprovam que os movimentos contínuos

e repetitivos de mão e braço implicam na aplicação de força excessiva sendo

que uma postura desviada também pode contribuir para a incidência de

problemas nas articulações. Um exemplo, deste processo de movimentos

repetitivos se constitui no avanço das Lesões por Esforços Repetitivos (LER),

problema comum, entre os colaboradores que utilizam computadores e

equipamentos de trabalho sem os instrumentos (cadeira, mesa, monitor,

teclado, etc.) apropriados, ou seja, que tenham um designer ergonômico.

Nesse aspecto, o uso cada vez mais abrangente de metodologias para

monitorar o ambiente de negócios impõe riscos a que estão sujeitos os

colaboradores nas organizações.

Page 29: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

30

As doenças do trabalho ou ocupacionais se apresentam quando não há

condições ambientais que asseguram a saúde física e mental. Do ponto de

vista da saúde física, o local de trabalho const itui a área que envolve a

exposição do corpo humano a agentes externos como ruído, ar, temperatura,

umidade, luminosidade e equipamentos de trabalho.

A ergonomia nas últimas décadas tornou-se uma ciência mais

conhecida e gerou um crescente mercado de mobil iários, instrumentos e

equipamentos ergonômicos desenvolvidos por designer industrial. Com a

ampliação de setor de serviços, o mercado se tornou promissor para os

ergonomistas e designer que são contratados para realizar projetos

personalizados nas empresas, a partir de suas realidades, conforme as

condições ambientais e organizacionais do trabalho.

Os ergonomistas estudam a convivência das pessoas com os

mobiliários, objetos e os ambientes onde trabalham, com base nos

fundamentos biomecânicos e fisiológicos do corpo humano, respeitando

sempre as normas e regulamentações da Legislação de Segurança do

Trabalho.

À primeira vista, a ergonomia parece estar ligada apenas ao designer,

na verdade ela é um tema mais complexo que envolve não só o trabalho dos

designers de produtos gráficos, mas também o de profissionais como

arquitetos, urbanistas, engenheiros, administradores, técnicos de informática,

médicos, fisioterapeutas e até psicólogos.

Essas profissões estão direta ou indiretamente relacionadas com a

ergonomia, pois têm como premissa: a criação e a implantação de melhorias

para as pessoas. Para Meister (1998, p. 133):

Ergonomia é um corpo de conhecimento sobre as habilidades, limitações e outras características humanas que são relevantes para o designer. O princípio do designer centrado no usuário. Se um objeto, um sistema ou um ambiente é projeto para o uso humano, então seu designer deve se basear nas características físicas e mentais de seu usuário humano.

Atualmente a ergonomia tem seu interesse voltado para a aplicação do

conhecimento que se tem a respeito das pessoas e das organizações para o

Page 30: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

31

desenvolvimento e implementação de projetos usando a tecnologia. As novas

realidades de trabalho caracterizam-se pela rápida difusão de computadores

e sistemas de telecomunicação, que produzem novas expectativas de

trabalho e de vida.

Assim, estão sendo produzidos teclados, monitores, mesas, cadeiras, e

outros equipamentos com base em princípios ergonômicos para não forçar os

tendões das mãos, coluna vertebral, visão e outros permitindo ao trabalhador

desenvolver suas funções no ambiente de trabalho com menos esforço físico.

Portanto, neste momento atual, a indústria está se voltando para a

qualidade de vida no trabalho. Na implementação de técnicas avançadas de

avaliação das que foram depois aplicadas aos mobiliários, instrumentos,

utensílios e equipamentos de trabalho, contendo embalagens, impressos,

para comunicações sinalizadoras, informativas, promocionais, didát icas ou

para ambientes comerciais e públicos que, por meio de estudos de

ergonomia, contribuem efetivamente para facilitar a vida das pessoas.

As indústrias contratam atualmente os profissionais especialistas em

designers que levam em consideração o enfoque ergonômico na

compreensão dos aspectos sociais, mercadológicos, culturais, ambientais,

tecnológicos e econômicos. Assim, um projeto empresarial produzido com

designer ergonômico por ser um misto de arte com tecnologia, deve

potencializar e otimizar resultados na saúde física e psicológica dos

colaboradores.

Além de orientar e comunicar, as informações específicas, o designer

transmite a personalidade de cada marca, aumenta a competitividade dos

produtos e a presença das empresas tanto no mercado, como na vida das

pessoas. É o designer que compreende fundamentos e estudos de ergonomia

que apresentam informações diretas e indiretas ao público, trazendo

facilidades de leitura e proporcionando a identificação imediata das marcas,

das empresas e dos produtos em questão.

As normas reguladoras da Legislação de Segurança e Saúde no

Trabalho, conforme Decreto 1.255, de 29/12/94, expõe as diretrizes

ambientais das instalações e áreas de trabalho com máquinas e

Page 31: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

32

equipamentos, contendo a prescrição sobre a necessidade de vistoria na

instalação de máquinas e equipamentos que apresentem riscos provenientes

de aspectos ambientais. Conforme Araújo (2002, p. 288):

As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o m aterial, os trabalhadores e os transportados mecanizados possam movimentar -se com segurança. Entre partes móveis de máquinas e/ou equipamentos deve haver uma faixa livre variável de 0,70 m (setenta centímetros) a 1,30 m (um metro e trinta centímetros), a critério da autoridade competente em segurança e Medicina do Trabalho.

Constata-se que as normas e regulamentações não dispõem ainda de

requisitos de segurança ergonômica para situações de trabalho que envolve

tecnologias de informática, ou seja, apreende-se nas normas que as

máquinas e equipamentos são prescritos conforme o esforço, nas suas

dimensões, quando houver situações de transportes.

Desta forma, os dispositivos legais não contemplam ainda prescrições

de segurança para as áreas de informática e mobiliários ergonômicos para

cadeiras, mesas, teclados, mouses, e outros.

Conforme Chiavenato (1999, p. 375) ―as doenças profissionais e os

acidentes de trabalho provocam enormes prejuízos às pessoas e as às

organizações em termos de custos humanos, sociais e financeiros‖.

3.2 RESULTADOS NO DESEMPENHO PROFISSIONAL

As ações executadas pelos programas de Qualidade de Vida do

Trabalho nas empresas configuram-se como elementos que agem

diretamente em prol da motivação e satisfação dos funcionários, gerando

consequentemente o maior desempenho profissional. Para Silva (2005, p. 28)

a relação destes programas de Qualidade de Vida do Trabalho e o

desempenho profissional, consideram-se:

a adoção de programas de qualidade de vida e promoção da saúde proporcionaria ao indivíduo maior resistência ao estresse, maior estabilidade emocional, maior motivação, maior eficiência no

Page 32: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

33

trabalho, melhor autoimagem e melhor relacionamento. Por outro lado, as empresas seriam beneficiadas com uma força de trabalho mais saudável, menor absenteísmo/rotatividade, menor número de acidentes, menor custo de saúde assistencial, maior produtividade, melhor imagem e, por último, um melhor ambiente de trabalho.

Na pesquisa denominada Percepção da qualidade de vida no trabalho:

uma análise sobre sua relação com a motivação realizada por Brito, Freitas e

Matos (2009) no ínterim de uma empresa que efetivava as ações de

Qualidade de Vida do Trabalho foi relatada sentimentos de satisfação.

Assim, percebe-se que as influencias dos programas de Qualidade de

Vida do Trabalho nas empresas são positivas, ao ponto que consegue manter

o funcionário motivado e consequentemente fazem com que o desempenho

profissional intensifique. Mello (2009, p. 14) concluiu em sua pesquisa

Qualidade de vida no trabalho e motivação que:

A QVT pode colaborar na criação de condições que motivem os profissionais, através de um ambiente de trabalho saudável, identificando as necessidades e anseios das pessoas, reconhecendo o bom desempenho, oportunizando a participação das pessoas nas decisões da empresa, facilitando o desenvolvimento pessoal, garantindo meios para o feedback positivo, proporcionando desafios, projetando trabalho de modo a torná-lo atraente, concedendo benefícios, salário compatível com a função, sistema de recompensas, etc.

Deste modo, percebe-se que por meio da Qualidade de Vida no

Trabalho há maior possibilidade da criação de espaços de convivência, uma

maior afetividade entre os funcionários, entre outros pontos, que conseguem

fortalecer aspectos como a motivação e a satisfação individual, culminando

no alcance dos objetivos de todos, seja empresa ou funcionários.

Nestes aspectos, as atividades executadas pelos programas de

Qualidade de Vida no Trabalho conseguem melhorar o desempenho

profissional, ao ponto que percebem as pessoas como patrimônio das

empresas, mudando assim as concepções de muitas empresas acerca das

relações de trabalho e da própria evolução da tecnologia. Assim, conforme

Oliveira (2008, p. 35):

A tecnologia, no fundo iguala as empresas; as pessoas é que fazem a diferença. E a nova economia exige uma nova forma de gestão,

Page 33: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

34

tanto das pessoas quanto da tecnologia. Não mais aquela empresa hierarquizada, onde manda quem pode e obedece quem tem juízo, mas uma empresa que valoriza a criatividade e compartilhamento de ideias, uma empresa que aprende com seus colaboradores, parceiros e clientes.

Portanto, os programas de Qualidade de Vida no Trabalho apresentam

uma nova concepção de qualidade e desempenho, focando não somente para

a compra de equipamentos ou recursos tecnológicos, mas capacitando os

recursos humanos e mostrando que estes são os elementos fundamentais

para o sucesso de qualquer organização.

Vale ressaltar que o desempenho do trabalhador melhora quando

inserido em empresas que realizam os programas de Qualidade de Vida no

Trabalho. Esta melhora deve-se a motivação, satisfação e bem-estar,

elementos essenciais para o alcance de metas.

3.3 A IMPORTÂNCIA DA QVT PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Pode-se dizer segundo o autor (OGATA, 2011, p. 1), que

Todos conhecem a importância social e econômica das micro e pequenas empresas (MPE) em nosso país. De acordo com o SEBRAE, 99% das firmas são micro e pequenas empresas e apenas 0.3% são de grande porte (empregando mais de 500 pessoas na indústria ou mais de 100 pessoas nos setores do comércio e serviços). As MPE empregam 14,5 milhões de pessoas, ou seja, 56% do total de empregados no Brasil. O setor que mais emprega é o comércio, com um total de 6 milhões de empregados.

Estima-se que haja cerca de 14 milhões de micro e pequenas

empresas informais no Brasil. A maioria delas está localizada nas regiões Sul

e Sudeste do Brasil. No entanto, nos últimos anos as regiões Norte e Nordeste

têm registrado uma parcela maior de novas microempresas (DIEESE, 2004).

Devido a frequente difusão de serviços e de tecnologia, as empresas

de pequeno porte enfrentam um sério desafio: atualizar seus serviços de

acordo com as novas tendências. Neste mercado há uma grande competição,

cujos diferenciais variam entre custo e qualidade. Contudo, sabe-se que

Page 34: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

35

ambas as condições são importantes para o negócio propriamente dito. É,

portanto, importante salientar que a qualidade é resultado do uso inteligente

dos recursos disponíveis. A satisfação do cliente dependerá, em primeira

instância, deste fator. Tal fato é relevante, pois todo faturamento, na verdade,

deve espelhar essa satisfação, consequente da procura da clientela.

Ainda de acordo com Ogata (2011), estas empresas são obrigadas a

cumprir rigorosamente a legislação trabalhista e as Normas Regulamentadoras

(NR) em Segurança e Medicina do Trabalho, se mostrando como um desafio

para os empreendedores. Ogatta informa ainda, que esta obrigação acaba

levando o pequeno empreendedor a onerosas demandas judiciais e problemas

ocasionados com absenteísmo e perda de produtividade do trabalho.

Muito tem se falado em Qualidade de Vida do Trabalho dos

empregados, mas o pequeno empreendedor sofre com o estresse causado

pela pressão das obrigações legais e da competitividade acirrada. Além disso,

os empregados de pequenas empresas sofrem doenças causadas pela força

do trabalho (OGATA, 2011, p.01).

Recente pesquisa feita pela organização Small Business Initiative, nos Estados Unidos, envolvendo pequenas empresas observou que 64% dos entrevistados tinham empregados doentes em sua força de trabalho. Além disso, relataram que 87% tinham pelo menos um fumante, 73% pelo menos um trabalhador com depressão ou ansiedade e 57% pelo menos um empregado com doença crônica. Os donos de pequenas empresas reconhecem que a má qualidade de vida do empregado afeta a sua produtividade. A pesquisa revelou que 90% dos pequenos empresários acreditam que uma situação de stress do empregado afeta a sua capacidade de trabalhar e 74% relataram ter um trabalho extra porque o empregado ficou doente. Mais de 70% dos entrevistados relataram que os empregados trazem problemas pessoais para o trabalho e mais de 50% relataram que a incapacidade do empregado em resolver seus problemas pessoais pode comprometer a produtividade ou aumentar o risco de acidentes no ambiente de trabalho.

Por não haver muitos estudos sobre a qualidade de vida do pequeno

empreendedor e de seus funcionários, Ogata (2011, p. 1) dá algumas sugestões de

implementação de QVT nas empresas:

Programas e treinamentos especialmente preparados para a abordagem das questões relacionadas ao estilo de vida (tabagismo, sedentarismo, alimentação, stress); apoio para a abordagem de questões relacionadas a gestão de pessoas (motivação, treinamento, solução de conflitos, clima organizacional, relacionamento interpessoal); apoio e suporte para questões ligadas a área trabalhista; suporte em situações de stress pós-traumático,

Page 35: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

36

particularmente situações de violência (assaltos, seqüestros, etc.); elaboração de programas especialmente modelados para cada tipo de negócio, respeitando a cultura da empresa, avaliar os seus fatores de risco, evitando soluções-padrão ou "de prateleira"; parceria com recursos da comunidade (SESC, SESI, Secretarias da Saúde, programas como Agita São Paulo).

Segundo Dias (2004) considera o treinamento comportamental como fator

fundamental para a conscientização dos empregados da QVT e da prevenção de

acidentes.

Marras (2002, p. 161 apud DIAS, 2004, p. 31), acredita que o treinamento

comportamental deve levar a pequena empresa a ter os seguintes benefícios:

Redução da rotação de pessoal; redução do absenteísmo; aumento da eficiência individual dos empregados; aumento das habilidades das pessoas; elevação do conhecimento das pessoas; mudanças de atitudes e de comportamentos das pessoas; aumento de produtividade; melhoria da qualidade dos produtos e serviços; redução no fluxo da produção; redução no tempo de treinamento; redução do índice de acidentes; redução do índice de manutenção de máquinas e equipamentos.

Conforme a visão de Dias (2004), a realidade da empresa é que mostrará

como o treinamento em qualidade de vida poderá ser aplicado. Além disso, ele

informa a importância da higiene do trabalho.

A higiene do trabalho é uma ciência de prevenção que atua no ambiente, a

fim de detectar algum agente que seja prejudicial para o trabalhador, assim como

para quantificar a intensidade ou concentração do agente prejudicial e indicar

medidas de controle para resguardar a saúde e conforto do trabalhador durante sua

vida de trabalho (FERREIRA LIMA, 2009).

A higiene do trabalho tem caráter preventivo e tem o objetivo de fornecer

saúde e bem-estar ao trabalhador (FERREIRA LIMA, 2009). Os principais objetivos

são:

Eliminação das causas das doenças profissionais; redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes ou portadoras de defeitos físicos; prevenção de agravamento de doenças e de lesões; manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de controle do ambiente de trabalho

A abordagem da higiene e segurança no trabalho se volta cada vez mais para

a melhoria das condições de saúde das pessoas, como também para a preservação

Page 36: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

37

da sanidade física e mental, a boa alimentação, aumentando a capacidade de

produzir mais e melhor. Ainda, as condições ambientais que asseguram conforto e

segurança na empresa e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida

também são fortemente realçadas.

A iluminação corretamente especificada, a eliminação da poluição visual e

sonora, para minimizar o excesso de excitação sensorial responsável pelo estresse.

Portanto, o ambiente de trabalho é responsável pela melhoria qualitativa e

quantitativa do trabalho executado (VENDRAME, s/d, p.01).

O investimento nas condições de segurança do trabalhador propicia reflexos em várias vertentes, sendo elas: pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade, ações trabalhistas e cíveis, taxa do seguro de acidente do trabalho, além de benefícios indiretos como qualidade de vida no ambiente de trabalho, aumento do rendimento e principalmente satisfação da necessidade básica de segurança.

Chiavenato (2000, p. 356 apud DIAS, 2004, p. 34) informa que a higiene do

trabalho envolve serviços como:

Exames médicos de admissão; cuidados quanto a injúrias pessoais, provocadas por moléstias profissionais; primeiros socorros; eliminação e controle de ares insalubres; registros médicos adequados; supervisão quanto à higiene e saúde; relações éticas e de cooperação com as famílias dos empregados doentes; utilização de hospitais de boa categoria; exames médicos periódicos de revisão check-up. programa informativo destinado a melhorar os hábitos de vida e esclarecer sobre assuntos de higiene e saúde; programa formal de convênios ou colaboração com entidades locais, para prestação de serviços de radiografia, recreativos, de oferta de leituras, filmes, etc.; previsões de cobertura financeira para casos esporádicos de prolongado afastamento do trabalho por doença ou acidente, por meio de planos de seguro de vida em grupo, ou planos de seguro médico em grupo; extensão de benefícios médicos a empregados aposentados, incluindo planos de pensão ou de aposentadoria.

Chiavenatto (1999, p. 375 apud DIAS, 2004, p. 35) sugere quatro itens para

que haja a higiene:

Ambiente físico: Iluminação, ventilação, temperatura, ruídos; ambiente psicológico: relacionamentos agradáveis, atividades agradáveis e motivadoras, estilo de gerência participativa, eliminação de fontes de estresse; aplicação de princípios de ergonomia: Máquinas e equipamentos adequados às características humanas, mesas e instalações ajustadas às pessoas, ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico; saúde ocupacional: estabelecimento de um sistema de indicadores, abrangendo estatísticas de afastamentos e acompanhamento de doenças, desenvolvimento de sistemas de relatórios médicos, desenvolvimento de regras e procedimentos para prevenção de doenças, recompensas aos

Page 37: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

38

gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de saúde ocupacional.

Page 38: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

39

CONCLUSÃO

Na conclusão desse estudo, ressalta-se que o homem é considerado

modernamente como o maior capital de qualquer organização. O desempenho

organizacional passa pelo caminho da valorização do ser humano tanto na

área da produção como na de serviços.

O estudo desenvolvido não pretende oferecer resposta unívoca para a

questão da qualidade de vida nas micro e pequenas empresas, por existirem

discussões que vem desde a década de 60 sobre o tema.

Pelos autores aqui consultados, a temática da qualidade de vida no

ambiente de trabalho é recente. A sociedade há pouco deixou de objetivar

lucros exclusivos pela produção, para focar o capital intelectual e a

necessidade de sua retenção e valorização. As concepções teóricas ainda se

revelam tímidas e divergentes nesse sentido.

No âmbito empresarial, o humanismo deve resgatar a visão de ética,

justiça, valorização e respeito ao indivíduo. Evidenciar o que há de melhor no

ser humano e que, na maioria das vezes, encontra-se reprimido por dinâmicas

empresarias avessas ao bem-estar do corpo funcional vem sendo uma das

metas perseguidas pelas empresas.

No contexto empresarial moderno, desenhado nesse milênio, as ações

humanizadas deverão ser entendidas como fonte de diferenciação no ambiente

de negócios, que tende, cada vez mais, a ser competitivo. Os modelos

tradicionais de administração deverão destacar e aprofundar gestões ainda

não tão estimuladas, mas nem por isso de menor importância, como a gestão

da consciência, que engloba valores, como ética e respeito pelo próximo.

Essa linha de ação, associada à necessária preocupação com o bem

estar dos trabalhadores, resultará em alicerces seguros para a construção de

um novo perfil profissional arrojado e capaz. O desenho dessa estrutura,

evidentemente, deverá estar alinhado aos grandes interesses do negócio,

assegurando, assim, o comprometimento com resultados e objetivos.

Page 39: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

40

A qualidade de vida nos ambientes de trabalho passou a ser requisito

essencial das organizações que pretendem captar e reter profissionais

qualificados. Na verdade, pela pesquisa na literatura, constata-se que os

programas de saúde vão além das consultas, exames periódicos, tratamentos

específicos. Os programas, inclusive, são incentivados por palestras regulares

sobre temas diversos de interesse geral, voltados para a questão da saúde no

ambiente de trabalho, como fator preponderante na manutenção do bem-estar.

Outra medida que poderia ser adotada diz respeito a encontros/reuniões

com debates sobre possíveis melhorias, já promovendo a ideia de participação

do funcionário em benefício próprio.

Com a pesquisa sobre a qualidade de vida em MPE foi possível concluir

que o treinamento comportamental é uma das estratégias que se pode ter, já

que o custo é baixo e os empregados podem ter mais informações uteis para

evitar acidentes, melhorar a qualidade no relacionamento interpessoal e dos

hábitos de saúde. Também pode melhorar seu comprometimento, pois se esta,

além do treinamento, oferecer e se preocupar com a higiene, o funcionário terá

um ambiente propicio para trabalhar e se desenvolver, trazendo benefícios a

todos.

Como as micro e pequenas empresas são a maioria no Brasil, e são as

principais geradoras de emprego, a preocupação com a QVT mostra que se

espera a melhoria do ambiente de trabalho.

Este trabalho não pretende esgotar o assunto, já que o micro e pequeno

empresário no Brasil sofrem pressões de todas as formas, já que este também

sofre estresse e trabalha exaustivamente para que sua empresa dê certo. Este

empreendedor também precisa ter qualidade de vida no seu trabalho, o que já

é um ponto a ser discutido por outros estudos.

Enfim, esse trabalho buscou caracterizar as ações voltadas à qualidade

de vida no ambiente organizacional, notadamente na micro e pequena

empresa. A evolução do tema, sua pesquisa e consecução, representam um

passo no conceito da administração moderna. Os executivos e empresários em

geral têm hoje o desafio de empreender mudanças verdadeiramente criativas,

Page 40: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

41

que criarão padrões de desempenho sólidos e elevados, a partir do

entendimento de um ambiente de negócios humanizado.

Page 41: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

42

REFERÊNCIAS

ABQV — Associação Brasileira de Qualidade de Vida: Pesquisa 2004. Disponível em: <http://www.abqv.org.br/>. Acesso em: 07 jun. 2011.

ARAÚJO, G. M. Normas Regulamentadoras comentadas. Rio de Janeiro: Atual, 2002.

BALTHAZAR, R. Fórmulas para vencer o desânimo. Valor Online: São José dos Campos, 2003. Disponível em: <http://www.valoronline.com.br>. Acesso em: 7 jun. 2011.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2008.

CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1999.

CURRIEX. Aliviando a dor no trabalho. Reportagem do jornal O Globo de 20/5/2003. Disponível em: <http:// www.curriex.com.br/centro_carreira/ver_ noticia.asp?codigo=786>. Acesso em: 17 jun. 2011.

DIAS, Mauro. O treinamento em qualidade de vida no trabalho na pequena empresa. 2004. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/36148251/Monograf-Treinamento-x-Qvt>. Acesso em 15 jul. 2011.

DIEESE. Pesquisa de Emprego e Desemprego. Síntese de Resultados e Metodologia Básica, Brasília, 2004.

FERREIRA LIMA, Qualidade De Vida E Trabalho: Dá Para Separar? 2009. Disponível em <http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=htl376m50> Acesso em 03 jul. 2011.

FORTUNATO, L. L. Abordagem educativa na gestão da qualidade de vida com responsabilidade social. Boletim Qualidade de Vida. RH, Agosto/2004.

GRISCI, C. L. I.; BESSI, V. G. Modos de trabalhar e de ser na reestruturação bancária. Revista de Sociologia. Porto Alegre, ano 6, nº 12, jul/dez, 2004.

IWASSO, S. Empresas começam a investir no bem-estar dos funcionários. Cruzeiro Net. 10/2004. Disponível em: <http://www.cruzeironet.com.br/run/35/146760.shl>. Acesso em: 07 jul. 2011.

LIMONGI-FRANÇA, A. C. L.; ARELLANO, E. B. Qualidade de Vida no trabalho . In: FLEURY, M. T. L. As pessoas na organização. Rio de Janeiro: Gente: 2002.

LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. São Paulo: Atlas, 2003.

Page 42: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

43

MAGNÓLIA, A. Uma proposta para pesquisa e gestão da qualidade de vida no trabalho.

Disponível em: <http://pol.org.br/publicacoes/materia.cfm?Id=18&Materia=45>. Acesso em 20/ago.2011

MALTA, G. A importância dos aspectos ergonômicos na caracterização e gerenciamento de riscos. Rondônia: São Lucas, 2004.

MARCONDES, M. B. M. A importância da motivação nas organizações. Rondônia: EDUFRO, 2004.

MCEWEN, B. O fim do Estresse. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.

MEISTER, J. C. Educação corporativa. São Paulo: Makron Books, 1999.

MELLO, M. S. O. Qualidade de vida no trabalho e motivação . Disponível em: <http://www.assevim.edu.br/agathos/2edicao/monica.pdf> Acesso em: 24 jun. 2010.

MENDES, R.; FACCI, R. C.; HANDAR, Z. O desafio da equidade em saúde e segurança no trabalho: temas de saúde ocupacional nos países da América Latina. São Paulo; Vk Ltda; 2004.

MORAES, G. Normas Regulamentadoras Comentadas. Rio de Janeiro, Ed. Giovanni Moraes, 2002.

OGATA, A. O exemplo como valor fundamental para o gestor do programa de qualidade de vida. São Paulo: AQV, 2004.

OGATA, Alberto J. N. Como anda a qualidade de vida do pequeno empresário? Associação Brasileira de Qualidade de Vida. Disponível em < http://bemestarequalidadedevida.blogspot.com/2011_01_01_archive.html >. Acesso em 29 jul. 2011.

OLIVEIRA, R.R.; LIMONGI-FRANÇA, A. C.; CASTRO, D. S. P.; PEREIRA, J. Qualidade de vida no trabalho – QVT e Responsabilidade Social Empresarial – RSE: Um estudo sobre a satisfação do QVT com funcionários voluntários em programas de RSE. Dissertação de mestrado em administração, Universidade Metodista de São Paulo. Disponível em <http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/trabalhosPDF/814.pdf> Acesso em 24 jul. 2010.

RODRIGUES, M. V. C. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

SILVA, A. A. S. G. Qualidade de vida no trabalho: desempenho dos trabalhadores. Monografia Curso de Pós-Graduação em Pedagogia Empresarial, Universidade Cândido Mendes. Disponível em: <http://www.iavm.edu.br/monopdf/25/ANA%20ANGELICA%20SELEM%20GOMES%20SILVA.pdf> Acesso em: 24 jul. 2010.

Page 43: Monografia Qualidade de Vida No Trabalho Carla - Ok

44

UNIVERSIA. Funcionário saudável, por conta do patrão. Jornal O Estado de São Paulo, 29 out. 2004. Disponível em: <http://www.universiabrasil.net/html/noticia_ibdgd.html>. Acesso: 07 jul. 2011.

VENDRAME, Antonio C. O retorno do investimento em saúde do trabalhador. Disponível em <http://www.vendrame.com.br/artigos/artigos_ant05.htm> Acesso em 04 jul. 2010.