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Araçuaí - MG 2012 SANDRO MARCELO DE CAIRES SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL ZONEAMENTO AMBIENTAL DA APA CHAPADA DO LAGOÃO ARAÇUAÍ MG

Monografia Sandro Final

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Araçuaí - MG 2012

SANDRO MARCELO DE CAIRES

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO LICENCIAMENTO E AUDITORIA

AMBIENTAL

ZONEAMENTO AMBIENTAL DA APA CHAPADA DO

LAGOÃO – ARAÇUAÍ – MG

Araçuaí - MG 2012

ZONEAMENTO AMBIENTAL DA APA CHAPADA DO LAGOÃO – ARAÇUAÍ – MG

Monografia apresentada à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Gestão Licenciamento e Auditoria Ambiental. Orientador: Prof. Thiago Augusto Domingos

SANDRO MARCELO DE CAIRES

Londrina, _____de ___________de 20___.

Dedico este trabalho à minha querida esposa e

companheira de todas as horas, Renata

Pimenta Soares de Caires ,e aos meus

queridos filhos Carolina, Matheus e Thiago.

Uma família unida jamais será vencida!

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Thiago Augusto Domingos, meu orientador e amigo de

todas as horas, que acompanhou todo o meu trabalho e muito contribuiu para que

chegássemos ao resultado final explicitado nesta monografia.

Ao Prof. Carlos André Gonçalves Pereira, tutor presencial da

UNOPAR – Polo Araçuaí, que nos acompanhou desde o início, sempre disposto a

esclarecer as dúvidas e contribuir com nosso aprendizado.

Ao Polo da UNOPAR de Araçuaí e toda a sua equipe, pela acolhida

agradável que sempre tive enquanto discente do curso de especialização.

Aos professores do curso, que contribuíram significativamente para

o meu engrandecimento profissional.

Aos colegas de curso, pelos trabalhos e discussões coletivas que

tanto amadureceram o conhecimento do assunto abordado.

CAIRES, Sandro Marcelo. Zoneamento Ambiental da APA Chapada do Lagoão – Araçuaí – MG. 2012. 38 páginas. Monografia (Especialização em Gestão, Licenciamento e Auditoria Ambiental) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, Araçuaí, 2012.

RESUMO

Dentre as funções do Zoneamento Ambiental, uma delas é a estratificação dos espaços naturais de acordo a sua homogeneidade biogeofísica. O objetivo geral deste trabalho foi realizar o Zoneamento Ambiental da APA Chapada do Lagoão, localizada no Município de Araçuaí- MG, através do uso de geotecnologia correlacionada com trabalho de campo. O Zoneamento Ambiental foi executado através do reconhecimento de padrões visuais dos sensores orbitais TM/EarthSat e TM/Landsat-5. As imagens foram processadas no software SPRING 5.1.8. As definições das Zonas Ambientais foram baseadas pela correlação de campanhas de campo objetivando interpretações e combinações das condições geológicas, hipsométricas, geomorfológicas, pedológicas e vegetacional, com os padrões interpretados nos mosaicos de imagem TM 5 e Landsat. Para cada condição geoambiental foi produzido um mapa temático e através da sobreposição destes mapas, foram tomadas as decisões sobre quais seriam as áreas homogêneas entre si e realizando sua estratificação num ambiente de SIG. Desta maneira, cada Zona Ambiental representou uma combinação única e homogenia das características geoambientais. Assim foi possível estratificar a APA Chapada do Lagoão em quatro zonas Ambientais distintas. São elas: Zona Ambiental 1 – CERRADO associado à LATOSSOLO AMARELO; Zona Ambiental 2 – CAMPOS ÚMIDOS; Zona Ambiental 3 – CERRADO associado à CAMBISSOLO HÁPLICO e Zona Ambiental 4 – CARRASCO (área de transição Caatinga/Cerrado).

Palavras-chave: Planejamento e Gestão Ambiental. Vale do Jequitinhonha. Área de Proteção Ambiental. Semi-árido de Minas Gerais. Sensoriamento Remoto.

ABSTRACT

Among the functions of Environmental Zoning, one of them is the stratification of natural areas according to their homogeneity biogeofísica. The aim of this work was the Environmental Zoning APA Chapada do Lagoão, located in the municipality of Araçuaí-MG, through the use of geotechnology correlated with field work. The Environmental Zoning was implemented through the recognition of visual patterns of orbital sensors TM / EarthSat and TM/Landsat-5. The images were processed in the software SPRING 5.1.8. The definitions were based Environmental Zones for the correlation of field campaigns aiming interpretations and combinations of geologic conditions, hypsometric, geomorphology, soil and vegetation, with the interpreted patterns in mosaics and Landsat 5 TM image. For each condition geoenvironmental was produced and a thematic map by overlaying these maps, decisions were made about which areas would be homogeneous with each other and doing their stratification in a GIS environment. This way each Environmental Zone represented a unique combination of homogeneous and geoenvironmental characteristics. Thus it was possible to stratify the APA Chapada Lagoão in four different environmental zones. They are: Environmental Zone 1 - SAVANNAH associated with Oxysols; Environmental Zone 2 - WET FIELDS; Environmental Zone 3 - SAVANNAH associated with Inceptsols and Environmental Zone 4 - CARRASCO (transition area Caatinga / Savannah).

Keywords: Environmental Planning and Management. Jequitinhonha Valley. Environmental Protection Area. Semi-arid region of Minas Gerais. Remote Sensing.

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Solo compactado pelo pisoteio do gado caracterizando o início do processo de degradação................................................................ 12

FIGURA 2 Localização estadual e municipal da APA Chapada do Lagoão

interpretados nos mosaicos de imagem TM 5 do satélite Landsat. 15

FIGURA 3 Página da GLCF, fonte da imagem ortorretificada do sensor TM/EarthSat referente ao município de Araçuaí........................... 16

FIGURA 4 Página do INPE contendo o catálogo de imagens do sensor TM/Landsat-5 (não-georreferenciada) referente ao município de Araçuaí........................................................................................... 17

FIGURA 5 Página de acesso do Atlas Brasil 2008.......................................... 18

FIGURA 6 Página da EMBRAPA Monitoramento por Satélite para obtenção das cartas SRTM, em destaque, referente ao município de Araçuaí........................................................................................... 18

FIGURA 7 Pedologia da APA Chapada do Lagoão......................................... 20

FIGURA 8 ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO da APA Chapada do Lagoão........................................................................................... 21

FIGURA 9 Afloramento de rocha da APA Chapada do Lagoão...................... 21

FIGURA 10 LATOSSOLO AMARELO Distrófico húmico................................... 21

FIGURA11 CAMBISSOLO HÁPLICO da APA Chapada do Lagoão................ 21

FIGURA 12 Solos hidromórficos da APA Chapada do Lagoão......................... 22

FIGURA 13 Perfil de NITOSSOLO VERMELHO da APA Chapada do Lagoão............................................................................................ 22

FIGURA 14 NEOSSOLO QUARTZARÊNICO da APA Chapada do Lagoão.... 23

FIGURA 15 Geologia da APA Chapada do Lagoão.......................................... 24

FIGURA 16 Hipsometria da APA Chapada do Lagoão..................................... 25

FIGURA 17 Isolinhas do relevo da APA Chapada do Lagoão........................... 25

FIGURA 18 Declividade do terreno da APA Chapada do Lagoão..................... 26

FIGURA 19 Afloramentos de rocha relacionados às condições de maiores declividade de relevo da APA Chapada do Lagoão......................... 26

FIGURA 20 Hidrografia da APA Chapada do Lagoão....................................... 27

FIGURA 21 Geomorfologia da APA Chapada do Lagoão................................. 28

FIGURA 22 Vegetação da APA Chapada do Lagoão segundo RADAM-BRASIL (1987)............................................................................... 29

FIGURA 23 Vegetação da APA Chapada do Lagoão........................................ 30

FIGURA 24 Zoneamento Ambiental da APA Chapada do Lagoão.................... 31

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 06 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 09 3 OBJETIVOS ......................................................................................................

10 3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 11 5 METODOLOGIA .................................................................................................... 15 6 ANÁLISE E DISCUSSÃO ................................................................................. 20 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 34 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 36

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1 INTRODUÇÃO

Anteriormente, no final da década de 70, as áreas de terras

devolutas da Chapada do Lagoão foram alvo de especulação de empresários de

outros estados os quais invadiram glebas de terras naquela localidade com a

intenção de retirar a floresta nativa e implantar a monocultura do eucalipto e áreas

com pastagens (EMATER-MG, 1990).

Estes fatos levaram a vários conflitos entre comunidades do entorno

da Chapada do Lagoão e empresários que compraram determinadas glebas de

terra. Os conflitos se arrastaram do ano de 1978 a 1991 e depois de várias ações

judiciais as comunidades rurais com a colaboração da administração municipal

conseguiram ganhar a causa e posteriormente através de Projeto de Lei, votado na

Câmara Municipal de Araçuaí, transformar a Chapada do lagoão em Área de

Preservação Ambiental (EMATER-MG, 1990).

Assim, em 1990, foi criada a APA Chapada do Lagoão, incluída na

Lei Orgânica de Araçuaí, artigo 198, como de Área de Proteção Ambiental.

Possuindo 24.180,0 hectares (10,78 % da área do município), a APA é uma chapada

que está localizada na região centro/leste do município, a cerca de 25 quilômetros

da sede do município, com uma altitude média de 850 metros e possui uma

vegetação típica de cerrado, com algumas áreas de encosta com característica de

caatinga (EMATER-MG, 1990).

Porém, passados mais de 20 anos de criação da APA, nenhuma

ação se concretizou objetivando a realização de um plano de manejo. Diante da

questão ambiental em que se vive neste início de século. Se houvesse um plano de

manejo, algumas alternativas de renda (ICMS ecológico, Pagamento por Serviços

Ambientais (PSA), Ecoturismo etc.) seriam passíveis de serem implantadas,

refletindo diretamente na qualidade de vida da comunidade, seja ela dependente

direta da APA, pela potencialização e sustentabilidade de seus recursos naturais,

seja ela dependente indireta, através da geração de renda e emprego a região.

Hoje em dia, com o uso de geotecnologias, tais como o

Sensoriamento Remoto e o Sistema de Informações Geográficas (SIG), os trabalhos

de campo para todas as áreas do conhecimento, principalmente aquelas de

planejamento e gerenciamento ambiental, tornaram-se altamente dinâmicos em

razão da facilidade imposta por esta tecnologia. Desta forma, se possibilitou uma

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prospecção muito mais sistêmica e precisa ao meio ambiente. No entanto, a

disseminação e uso dessas tecnologias estão esbarradas, em parte, na ausência de

profissionais qualificados para o uso de softwares de geotecnologias. Um dos fatores

causadores desta realidade se refere ao elevado custo de obtenção das licenças

destes softwares que, geralmente, além de serem desenvolvidos em outros países,

não possuem uma interface amigável pela linguagem, geralmente em inglês,

dificultando bastante a sua utilização e disseminação em escolas e cursos afins,

criando um desinteresse generalizado no seu uso. Por outro lado, nos grandes

centros universitários, são comuns os laboratórios de geoprocessamento que

permitem acesso as geotecnologias aqueles interessados em dominá-la.

Uma das alternativas para esta situação, tem sido o uso de

softwares de desenvolvimento nacional, como é o caso do Spring (CÂMARA et al.,

1996), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Este

software se encontra em desenvolvimento constante, estando atualmente em sua

versão 5.1.8 (utilizada neste estudo). O Spring é um software completo, ou seja,

possibilita trabalhar os dados espaciais em duas formas distintas: Vetorial (Vector) e

Matricial (Raster).

Os mapas são abstrações gráficas nas quais linhas, sombras e

símbolos são usados para representar a localização de objetos do mundo real.

Tecnicamente falando, os mapas são compostos de pontos, linhas e polígonos.

Internamente, um SIG representa os pontos, linhas e áreas como conjunto de pares

de coordenadas (X, Y) ou (longitude, latitude). Desta forma, são armazenados e

representados no SIG as entidades do mundo real que são representáveis

graficamente, no modelo vetorial.

No caso do modelo de dado espacial matricial ou raster, tem-se uma

matriz de células, ás quais estão associadas a valores, que permitem reconhecer os

objetos sob a forma de imagem digital. Cada uma dessas células, denominada pixel,

é endereçável por meio de suas coordenadas (linha, coluna). Assim, é possível

associar o par de coordenadas na matriz (linha, coluna) a um par de coordenadas

espaciais, (X, Y) ou (longitude, latitude). Cada um dos pixels está associado a

valores. Estes valores serão sempre números inteiros e limitados, geralmente entre

0 a 255. Os valores são utilizados para definir uma cor para apresentação na tela ou

para impressão.

Segundo Rocha (2007), o Zoneamento Ambiental é definido como a

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integração sistemática e interdisciplinar da análise ambiental ao planejamento dos

usos do solo, com o objetivo de definir a melhor gestão dos recursos ambientais

identificados. Uma outra definição, relativa a aspectos de direito ambiental, diz que o

zoneamento consiste em dividir o território em parcelas nas quais se autorizam

determinadas atividades ou se interdita, de modo absoluto ou relativo, o exercício de

outras atividades (Machado, 1996 apud in Rocha 2007).

Assim, este trabalho traz uma proposta inédita na qual preconiza o

Zoneamento Ambiental da Chapada do Lagoão conforme o conceito de

ecodinâmica, estabelecendo uma relação entre morfogênese, em que prevalecem os

processos erosivos que modificam a forma do relevo, e/ou pedogênese, em que

prevalecem processos formadores dos solos. Acredita-se que este seria o primeiro

passo para que se possa realizar um planejamento ambiental e culminar num plano

de gestão ambiental para o local. A proposta de trabalho resume-se no uso de

geotecnologia correlacionada com trabalho de campo.

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2 JUSTIFICATIVA

A APA Chapada do Lagoão exibe um modelo de relação do homem com a

terra que representa atualmente o que chamamos de desenvolvimento sustentável.

As famílias que ali vivem sempre priorizaram, o seu modo e em sua relação com o

meio, o sustento através do extrativismo o que, indiretamente, proporcionou que o

local chegasse ao século XXI com sua diversidade natural bem representativa da

original. Nos últimos anos, com a resistência de pessoas que encaram a existência

da APA Chapada do Lagoão com um entrave ao desenvolvimento rural da região, a

mesma tem sido alvo de ataques criminosos por incendiários, bem como discussões

entre os munícipes sobre a possibilidade de redução da sua área total.

Ao que tudo indica, não existe um consenso local sobre a importância da

existência da APA Chapada do Lagoão no município de Araçuaí e seu potencial

econômico ambiental. Hoje, muito se fala em ICMS ecológico, Pagamento por

Serviços Ambientais (PSA), Ecoturismo, birdwatching, bem como outras opções de

renda na qual utilizam o uso dos recursos naturais conservados para o

desenvolvimento econômico. Tais exemplos também são promotores do

desenvolvimento econômico de muitos outros setores relacionados, tais como,

hotelaria, gastronomia, artesanatos, transportes etc.

No entanto, para que estas ações sejam possíveis são necessários estudos

que culminem num projeto de manejo da APA. Porém, diante desta dicotomia entre

as potencialidades enquanto Área de Proteção Ambiental versus desenvolvimento

rural, os recursos necessários para efetivar os estudos para um plano de manejo

não são disponibilizados.

O primeiro passo para efetivar o planejamento ambiental de um local é a

estratificação do mesmo através do zoneamento ambiental. Com as zonas

ambientais definidas, o segundo passo seria a priorização, por ordem de

importância, das distintas zonas para a execução do planejamento ambiental de uso

e ocupação, conforme os critérios elencados pelos gestores ambientais.

Portanto, existe a necessidade de se realizar o Zoneamento Ambiental da

APA do Lagoão para subsidiar o planejamento ambiental da mesma.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Realizar o Zoneamento Ambiental da APA Chapada do Lagoão,

localizada no Município de Araçuaí- MG, conforme o conceito de

ecodinâmica, através do uso de geotecnologia correlacionada

com trabalho de campo.

3.2 Objetivos específicos

Realizar uma pesquisa bibliográfica sobre informações técnicas

geoambientais existente e pertinente ao local de estudo;

Reconhecer os padrões visuais do local de estudo através dos

sensores orbitais TM/EarthSat (georreferenciada) e imagem do

sensor TM/Landsat-5 (não-georreferenciada);

Reconhecer os aspectos biofísicos da paisagem através de

trabalhos de campo, associados às informações da geologia,

hidrografia, hipsometria, isolinhas do relevo, geomorfologia,

pedologia e vegetação;

Correlacionar os padrões visuais obtidos através da análise das

imagens dos sensores orbitais com os aspectos biofísicos da

paisagem reconhecidos em trabalhos de campo;

Produzir mapas temáticos, em escala 1/200.000, dos aspectos

biofísicos analisados;

Produzir um mapa do Zoneamento Ambiental, em escala

1/200.000, através da sobreposição dos mapas temáticos

gerados.

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4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A corrida do ouro no século XVII foi à principal causa da origem e do

povoamento da bacia do rio Jequitinhonha (IBGE, 1997). A descoberta de ouro e

diamantes na região no início do século XVIII imprimiu uma maior dinâmica na

modorrenta expansão que caracterizava a área da pecuária (Brasil, 2005a). Já em

1817, Auguste de Saint-Hilaire, um botânico, naturalista e viajante francês que viajou

alguns anos pelo Brasil, tendo escrito importantes livros sobre os costumes e

paisagens brasileiros do século XIX (Martins, 2008), observava os efeitos

desastrosos desse tipo de exploração. Por volta dos 100 anos de ocupação,

Leopoldo Pereira, em seu relatório descritivo do município de Araçuaí, lastimava a

redução das matas virgens há um décimo do que eram 50 anos antes, salientando

que o mato arrasava-se ao fogo das queimadas, principalmente nas caatingas, onde

a folhagem caída na seca alimentava a destruidora labareda (Brasil, 2005a). Em

meados do século XIX, com o declínio da mineração, a bacia teve seu

desenvolvimento voltado para a estrutura fundiária baseada nas lavouras de

subsistência e pecuária extensiva (IBGE, 1997).

A formação da cidade de Araçuaí teve início na confluência do

ribeirão do Calhau com o rio Araçuaí, a margem direita de ambos. O processo de

ocupação do município ocorreu de forma espontânea, no início induzido pelo papel

de entreposto comercial de canoeiros que navegavam pelo rio Jequitinhonha e,

posteriormente, pelas atividades ligadas à agropecuária e à mineração (Reis &

Mello, 2006).

Apesar do início da exploração da região do Médio Vale do

Jequitinhonha, onde está localizado o município de Araçuaí, ter ocorrido em meados

do século XVII, sua ocupação propriamente dita teve início na primeira metade do

século XVIII, com a expansão do ciclo do ouro a partir de Diamantina e Serro, no

Alto Vale do Jequitinhonha. O rio Araçuaí possuía ouro ao longo de toda a sua

extensão, além de pedras preciosas. Outra frente de ocupação vinha do sentido

oposto, proveniente da Bahia e tinha a atividade pecuária como sua principal

característica (Reis & Mello, 2006).

Em 2005, com a atualização da região semi-árida do Brasil, com a

consideração de outros critérios técnicos, complementares ao das precipitações

médias anuais inferiores a 800 mm, tais como o índice de aridez e o déficit hídrico

12

(Brasil, 2005b), o município de Araçuaí foi incluído na região semi-árida. Isto ocorreu

em razão do período de 1970 – 1990 na qual se observou a frequência de 60 a 70 %

dos dias com déficit hídrico no município.

De acordo com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à

Desertificação – UNCCD (2010), a desertificação é a degradação do solo em áreas

áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de diversos fatores, inclusive de

variações climáticas e das atividades humanas, em um grau de intensidade que

resulte na impossibilidade de seu uso para fins econômicos e sociais. No estado de

Minas Gerais, as Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASDs) representam uma área

de 177 mil km², ou seja, 30,3 % da área do estado. Em outros termos, de um total de

853 municípios, 142 estão em ASDs, o que equivale a 16,65 % dos municípios do

estado localizados geograficamente na região do Norte de Minas, Mucuri e Vale do

Jequitinhonha. Dentre estes, encontra-se incluído o município de Araçuaí (CMATPS,

2010).

O município de Araçuaí possui problemas ambientais relacionados à

desertificação e a pecuária extensiva. A Figura 1 representa uma amostra da

realidade local.

Figura 1 – Solo compactado pelo pisoteio do gado caracterizando o início do processo de degradação. Fonte: Caires, 2011 – Arquivo pessoal.

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Através de observações in loco é possível encontrar impactos

negativos oriundos da atividade de pecuária, causando a degradação do solo.

O uso sustentável dos ecossitemas requer a formulação de modelos

de desenvolvimento conservacionistas, compreendendo um conjunto de tecnologias

e práticas que permitam otimizar a conservação do solo, da água e da

biodiversidade de forma integrada.

A habilidade dos recursos naturais em fornecer as necessidades básicas de crescimento da população tem sido motivo de preocupação da comunidade internacional. A população mundial cresce a uma taxa de 1,6 % ao ano e, em alguns países menos desenvolvidos, as taxas excedem a 3 %. Ao mesmo tempo, os recursos naturais essenciais, solo e água, estão declinando em quantidade e qualidade devido a fatores como competição com as demandas industrial e urbana, degradação e poluição (CHAGAS et al., 2007).

Na busca do desenvolvimento sustentável, o município de Araçuaí

criou, em 1990, a Área de Proteção Ambiental (APP) Chapada do Lagoão. Uma

unidade de conservação que se encontra sob o domínio do clima semi-árido, onde

atualmente vivem cerca de 400 famílias dependentes do extrativismo e da

agropecuária (EMATER-MG, 1990).

No entanto não se avançou nas ações voltadas para o zoneamento

e a elaboração de um plano de manejo da referida APA. A Lei 9.985 de 18 de julho

de 2.000, regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal e

institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, dando outras

providências. Segundo o Capítulo I, Art. 2º, o zoneamento é definido pelo Inciso XVI

como:

XVI - zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz;

Enquanto que o Inciso XVII define plano de manejo como:

XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;

14

Neste sentido, observa-se que:

o zoneamento ambiental é um instrumento estratégico de planejamento, apresentando como principal qualidade a viabilização da inserção da variável ambiental em diferentes momentos do processo de tomada de decisão, desde a formulação de estratégias de desenvolvimento setoriais, até a decisão sobre a ocupação de um sítio específico para a implantação de uma determinada atividade. Dessa forma, pode-se afirmar que o estudo para identificação de áreas destinadas à instalação de atividades pressupõe o atendimento do binômio tipologia-localização (Montaño et al., 2007).

Este trabalho objetivou realizar o Zoneamento Ambiental da Área de

Proteção Ambiental Chapada do Lagoão, localizada no município de Araçuaí – MG,

através do uso de geotecnologia correlacionada com trabalho de campo.

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5 METODOLOGIA

5.1 Caracterização da área de estudo

A APA da Chapada do Lagoão está localizada no município de

Araçuaí – MG, possuindo 24.180,0 hectares (10,78 % da área municipal), localizada

na região centro/leste do município, a cerca de 25 quilômetros da sede do município,

com uma altitude média de 850 metros, com extensos e exuberantes fragmentos de

espécies de vegetação arbórea, cerrado e caatinga e animais típicos dessas

tipologias vegetais. O tipo climático predominante da região de Araçuaí é o Bsw

(continental-seco), segundo a Classificação climática de Koppen-Geigercom, com

precipitação média anual inferior a 1.000 mm e média das temperaturas máximas

em torno de 34 ºC. Os meses secos são de março a novembro e a precipitação

máxima ocorre no verão. A temperatura média é de 25,8 ºC com índice pluviométrico

médio de 817 mm (Oliveira, Duarte e Menegasse., 2002, CPRM, 2004) (Figura 2).

Figura 2 – Localização estadual e municipal da APA Chapada do Lagoão interpretados nos mosaicos de imagem TM 5 Landsat. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

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5.2 Base de dados do ambiente SIG

O Zoneamento Ambiental foi executado através do reconhecimento

de padrões visuais dos sensores orbitais. Estes, variaram de acordo com os

aspectos biofísicos da paisagem e foram reconhecidos em trabalhos de campo,

associados às informações da cobertura vegetal e classificação do solo. Para isto

foram utilizadas imagens ortorretificadas do sensor TM/EarthSat (georreferenciada)

(GLCF, 1988) (Figura 3) e imagem do sensor TM/Landsat-5 (não-georreferenciada)

(Figura 4).

Figura 3 – Página da GLCF (http://glcfapp.glcf.umd.edu:8080/esdi/index.jsp), fonte da imagem ortorretificada do sensor TM/EarthSat (georreferenciada, em destaque) referente ao município de Araçuaí.

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Figura 4 – Página do INPE (http://www.dgi.inpe.br/CDSR/) contendo o catálogo de imagens do sensor TM/Landsat-5 (não-georreferenciada) referente ao município de Araçuaí.

As imagens foram processadas no software SPRING 5.1.8

(CÂMARA et al., 1996) onde foi montado uma composição RGB 543. As imagens

foram utilizadas para obter as informações recentes da cobertura vegetal e uso do

solo referente ao ano de 2008. Para estabelecer as coordenadas limítrofes do

município foi utilizado o banco de dados do Atlas Brasil 2008 (Figura 5).

Para a geração das informações sobre hipsometria do terreno e

isolinhas do relevo foram utilizadas as cartas SRTM (Shuttle Radar Topography

Mission) SE-23-X-B, SE-23-X-D, SE-24-V-A e SE-24-V-B, referentes ao município de

Araçuaí, com articulação compatível com a escala 1:250.000 (IBGE) e

disponibilizadas na página da EMBRAPA Monitoramento por Satélite (MIRANDA,

2005) (Figura 6).

5.3 Levantamento pedológico da área

Foram realizadas duas campanhas de classificação e correlação de

solos na APA Chapada do Lagoão objetivando reconhecer a cobertura pedológica

do local. A primeira, ocorrida em 15/01/2012, teve a finalidade de reconhecimento do

padrões pedológicos da região. A segunda, realizada em 22/01/2012, teve a

finalidade de realizar as descrições morfológicas dos diferentes perfis de solo

escolhidos como representativos da região.

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Figura 5 – Página de acesso do Atlas Brasil 2008 http:// http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/banco.html

Figura 6 - Página da EMBRAPA Monitoramento por Satélite (http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/download/mg/mg.htm) para obtenção das cartas SRTM, em destaque, referente ao município de Araçuaí.

19

As classes de solos foram identificadas ao nível de Ordem e Sub-

ordem com auxílio da caderneta de Munsell (2000) e do Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), através da descrição morfológica in situ

conforme proposto por Santos et al. (2005).

5.3 Definições das zonas ambientais

As definições do para o Zoneamento Ambiental foram baseadas

através da metodologia do INPE, conforme proposto por Rocha (2007). Esta

metodologia foi desenvolvida a partir do conceito da ecodinâmica (segundo Tricart,

1997 apud in Rocha 2007), estabelecendo uma relação entre a morfogênese, em

que prevalecem os processos erosivos que modificam a forma de relevo, e/ou

pedogênese, em que prevalecem os processos formadores dos solos.

Através da correlação das campanhas de campo objetivando a

classificação e correlação das formações pedológicas, foram realizadas

interpretações e combinações das condições geológicas, hidrográficas,

geomorfológicas e vegetacional, disponíveis em Radam Brasil (1987), com os

padrões interpretados nos mosaicos de imagem TM 5 do satélite Landsat e das

informações de hipsometria do terreno e isolinhas relevo obtidos pelas cartas SRTM.

Para cada condição geoambiental foi produzido um mapa temático através da

estratificação, sobre a imagem de satélite, pela criação de polígonos na área de

edição do Spring 5.1.8. Após, através do modelo de sobreposição dos temas foram

tomadas as decisões sobre as áreas homogêneas entre si. Desta maneira, cada

Zona Ambiental representou uma combinação única e homogenia das

características geoambientais. Por fim, foi produzido um mapa com as distintas

Zonas Ambientais possíveis dentro da APA Chapada do Lagoão.

20

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO

6.1. Pedologia

Através do estudo pedológico da área foi possível estratificar a área

em cinco classes de solos (Figura 7). As classes de solos predominantes são:

ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO; CAMBISSOLO HÁPLICO; GLEISSOLO

HÁPLICO; LATOSSOLO AMARELO e NITOSSOLO VERMELHO.

Figura 7 – Pedologia da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.1.1. Área de domínio do ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO.

Esta área está localizada nas cotas mais baixas do relevo

compreendendo as hipsometria de 500 a 700 m. A classe de solo predominante

refere-se ao ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO (Figura 8), porém existe a

ocorrência de outras classe em menor escala. Dentre elas podemos citar os

NEOSSOLOS LITÓLICOS (RL) e NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (RQ), bem

como os AFLORAMENTOS DE ROCHA (AR) (Figura 9).

21

Figura 8. ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

Figura 9. Afloramento de rocha da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.1.2. Área de domínio do LATOSSOLO AMARELO.

A região de predominância desta classe de solo pode ser

considerada uma das mais homogenias da APA. Geralmente são solos profundos e

possuem, visualmente, acúmulo de matéria orgânica no horizonte A, principalmente

na cota mais elevada situada na região Sul/Sudeste da APA. Esta situação é

possível em razão das temperaturas mais amenas relacionadas à altitude na qual

favorece o acúmulo de matéria orgânica em detrimento da atividade microbiana do

solo (Figura 10).

6.1.3. Área de domínio do CAMBISSOLO HÁPLICO.

Esta área esta localizada na porção Sul/Sudeste da APA. Ao

analisar um perfil de solo nesta região, chama a atenção o subdesenvolvimento do

horizonte B em contraste ao super desenvolvimento do horizonte C no perfil. Esta

condição imprime um ambiente onde os processos erosivos são mais atuantes em

detrimento dos processos pedogenéticos (Figura 11).

Figura 10. LATOSSOLO AMARELO Distrófico húmico. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

Figura 11. CAMBISSOLO HÁPLICO da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

22

6.1.4. Área de domínio do GLEISSOLO HÁPLICO.

Esta classe de solo está relacionada aos ambientes hidromórficos da

APA. Geralmente estes solos estão distribuídos nas regiões de drenagem e

compõem a base sedimentar das lagoas. Esta característica pedogenética está

relacionada pela imposição dos ciclos de umedecimento e secagem das lagoas

(Figura 12)

Figura 12. Solos hidromórficos da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.1.5. Área de domínio do NITOSSOLO VERMELHO.

Esta área esta localizada na cotas mais baixas da região

Sul/Sudoeste da APA. Provavelmente refere-se ao intemperismo de um material

mais máfico, relacionado a um enriquecimento de Biotita-Xisto, da formação Salinas

(Figura 13) Dentre as formações encontradas, esta se refere a uma das mais

heterogenia, encontrando-se nesse ambiente outros classes tais como

NEOSSOLOS LITÓLICOS (RL), NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (RQ) (Figura

14), ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS (PVA) e LUVISSOLOS CRÔMICOS

(TC).

Figura 13. Perfil de NITOSSOLO VERMELHO da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

23

Figura 14. NEOSSOLO QUARTZARÊNICO da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.2. Geologia

No município de Araçuaí afloram granitóides e rochas metamórficas

de idade neoproterozóica. A maior área de ocorrência é a das rochas da Formação

Ribeirão da Folha (NP2rf) do Grupo Macaúbas, composta por metapelitos,

metachêrts, formações ferríferas bandadas, e orto-anfibolitos datados de 830

milhões de anos (CPRM, 2004).

Em Araçuaí e regiões circunvizinhas foi cartografada a Formação

Salinas. A unidade é constituída por uma sucessão de quartzo-mica-xistos com

intercalações de quartzitos impuros, rochas calcissilicáticas, metaconglomerados,

metacalcários e grafita-xistos. Nas porções norte e leste do município aflora o

Granito Água Boa. Este granitóide é tardicolisional de cor cinza clara a bege, de

granulação média, foliado e peraluminoso (CPRM, 2004).

Sobrepondo esta seqüência estão às coberturas detrito-lateriticas,

do início do Período Neogeno. São compostas por sedimentos conglomeráticos

imaturos com matriz arenosa, intercalados por níveis de areia grossa a fina e argila,

com canga na superfície (CPRM, 2004).

Ocorrem ainda, no fim do Neogeno, as coberturas detríticas, em

parte colúvio-eluviais e, eventualmente, lateríticas. São constituídas por sedimentos

arenosos, sílticos e argilosos com níveis decimétricos conglomeráticos compostos

por quartzo leitoso em matriz arenopelítica caolínica (CPRM, 2004).

O arcabouço geológico que cobre a área da APA está relacionado

em geral com três formações, sendo elas: (1) às coberturas detríticas do

Fanerozóico (TQd1), oriundas de depósitos eluvionares e secundariamente

24

coluvionares predominantemente arenosos, com níveis conglomeráticos e processos

de laterização incipientes, relacionados às superfícies de aplainamento dos Ciclos

Sul-Americano; (2) com a Suíte Intrusiva Itinga do Proterozóico (Eyi), formadas por

biotitas granitos de granulação a média grosseira, eventualmente porfirítica, leuco a

mesocrática com estrutura mesotrópica, também incluindo granitos a granodioritos a

duas micas, com estrutura orientada, encraves xenolíticos e pegmatitos associados;

e (3) a Formação Salinas do Proterozóico (pEms), caracterizada por quartzo biotita-

xistos, localmente com intercalações rítmica de biotitaquartzo xistos, com ou sem

granada ou silimanita e porfiroblastos de cordierita e lentes de calcossilicáticas

(RADAM BRASIL,1987) (Figura 15).

Figura 15 – Geologia da APA Chapada do Lagoão segundo RADAM-BRASIL (1987). Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.3. Hipsometria, isolinhas e declividade do relevo

O mapa hipsométrico é bastante usual, pois suas cores

representando as classes de altitude tornando de fácil leitura e interpretação para

qualquer tipo de usuário (Nogueira, Junior & Rodrigues, 2008). A variação do

terreno, avaliada pela interpretação do mapa hipsométrico (Figura 16), foi de 500 m.

A Chapada do Lagoão, representa antigas superfícies de aplainamento que

dominam o relevo com níveis altimétricos acima de 800 m. A maior porção da área

situa-se na cota entre 800 a 900 metros. Na parte Sul/Sudeste é onde se encontra

25

as cotas mais elevadas, acima dos 900 m, enquanto na parte Norte/Noroeste ocorre

uma sub-elevação formando um platô na cota 700 – 800 m.

Figura 16 – Hipsometria da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

Fato este, também percebível ao analisar o mapa de isolinhas

realizado no passo equidistantes de 50 m (Figura 17).

Figura 17 – Isolinhas do relevo da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

26

O mapa de declividade do relevo demonstra que o centro da

chapada possui um declive variante médio (Figura 18), no entanto, chama a atenção

na alta declividade existente nas bordas da chapada, caracterizando um local de

intensa morfogênese. As áreas de declividade muito alta (> 50 %) estão também nas

bordas da chapada, porém muitas delas relacionadas aos paredões de rocha

expostos da Suíte Intrusiva Itinga e da Formação Salinas (Figura 19).

Figura 18 – Declividade do terreno da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

Figura 19. Afloramentos de rocha relacionados às condições de maiores declividade de relevo da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.4. Hidrografia

A hidrografia da APA Chapada do Lagoão resume-se em quatro

lagoas distribuídas na porção central da área. A maior destas lagoas, chamada

27

lagoão, por estar situada no centro da chapada, no sentido longitudinal da mesma,

não possui drenagem aparente, sendo formada pelo acúmulo das águas pluviais

(Figura 20). A Lagoa da Lapinha é segunda em tamanho e sua drenagem é voltada

para a bacia hidrográfica do ribeirão Calhauzinho, caracterizando-se a mais

importante nascente para este ribeirão. Uma terceira lagoa também possui

drenagem para o lado Oeste, abastecendo o córrego Mateus, porém só pode ser

observada no período chuvoso. A quarta Lagoa, única que possui drenagem para o

Leste, possui drenagem que abastece o ribeirão Piauí (Figura 20). Deve-se ressaltar

que somente o Lagoão e a Lagoa da Lapinha possuem capacidade de armazenar

água após o período chuvoso, mesmo assim, estas não permanecem com água o

ano todo. No entanto, existem históricos que no passado era comum a permanência

da lâmina d’água permanente nestas lagoas.

Figura 20 – Hidrografia da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.5. Geomorfologia

O contexto geomorfológico local pertence ao domínio morfoestrutural

Remanescente das Cadeias Dobradas, da região do Planalto dos Geraizinhos,

representativos das Chapadas do Jequitinhonha, na qual envolvem modelados da

exumação de estruturas dobradas ao longo de vários ciclos geotectônicos. São

reinantes dois tipos de modelados: (1) superfície de aplanamento Degradada

28

Imunada (Pgi), caracterizada por feições planas de coberturas de origem diversas,

geralmente separadas por escarpas ou ressaltos ou outros tipos de modelados

correspondentes a sistemas morfogenéticos subsequentes, e, (2) nas bordas do

Chapadão, o domínio da Dissecação Fluvial (Df3), marcada por controle estrutural,

definido pela variável aprofundamento da drenagem com densidade controlada pela

tectônica e pela litologia (RADAM BRASIL, 1987) (Figura 21).

Figura 20 – Geomorfologia da APA Chapada do Lagoão segundo RADAM-BRASIL (1987). Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.6. Vegetação

De acordo com Radam Brasil (1987), a distribuição regional da

vegetação do município pertence a uma área de tensão ecológica relacionada ao

contato da Floresta Estacional Decidual, Cerrado e Caatinga, onde a quase

totalidade da área encontra-se destituída de sua vegetação original e bastante

descaracterizada em seus poucos remanescentes (Figura 22). O motivo da

degradação é decorrente do desmatamento e do uso do fogo, principalmente para a

prática das atividades agropastoris (Radam Brasil, 1987; Pereira, Almeida & Leite,

2003).

Em uma visão mais ampla é possível visualizar uma segregação

vegetacional na área da APA pela distinção entre o Cerrado, ocupando as cotas

mais elevadas, entre 700 a 1.000 metros, e o entorno, ou seja, as cotas inferiores,

29

entre 500 a 700 metros, comum uma vegetação caracterizada de Carrasco. De

acordo com Araújo, Martins & Shepherd (1999), Carrasco é uma vegetação xerófila

arbustiva densa alta, ainda pouco conhecida, que ocorre no domínio semi-árido do

nordeste do Brasil. Figueiredo (1986 apud in Araújo, Martins & Shepherd 1999)

considerou o carrasco como uma formação vegetal individualizada, constituída por

espécies próprias e por outras oriundas de outras formações geograficamente

próximas, como a floresta, o cerrado e a caatinga. Andrade-Lima (1978, apud in

Araújo et al., 1998) o carrasco, pela caducifólia, seria um tipo de caatinga, mas, pela

maior densidade dos indivíduos, a uni-estratificação aparente e a quase ausência de

cactáceas e bromeliáceas, poderia ser reconhecido como uma entidade própria

Figura 22 – Vegetação da APA Chapada do Lagoão segundo RADAM-BRASIL (1987). Autor: Sandro Marcelo de Caires.

Assim, em função da vegetação, a Chapada do Lagoão foi

estratificada em dois ambientes como pode ser observado na Figura 23.

6.7. Zoneamento Ambiental

6.7.1. Zona Ambiental 1 – CERRADO associado à LATOSSOLO

AMARELO.

São áreas contendo árvores e arbustos espalhados sobre um estrato

graminoso, sem a formação de um dossel contínuo. Caracteriza-se pela presença de

30

árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas,

geralmente com evidências de queimadas. Arbustos e subarbustos encontram-se

espalhados, sendo que algumas espécies apresentam órgãos subterrâneos perenes

(xilopódios), que permitem a rebrota após a queima ou corte. O tronco das árvores

lenhosas, em geral, possui cascas com cortiça grossa, fendida ou sulcada, e as

gemas apicais de muitas espécies são protegidas por densa pilosidade. Muitas

espécies possuem folhas rígidas e coriáceas (BATISTELLA et al., 2002). Esta

superfície possui um relevo plano a suavemente ondulado, assentada sobre a

unidade geológica TQd1 e influenciada pela geoforma Pgi. Esta combinação

permitiu a pedogênese dos LATOSSOLOS AMARELOS (LA). Esta classe

compreende solos constituídos por material mineral, com horizonte B latossólico,

imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos de horizonte diagnóstico superficial.

São solos que apresentam avançado estágio de intemperismo e material coloidal

com baixa CTC e baixos teores ou virtual ausência de minerais primários facilmente

alteráveis. Sua reserva em nutrientes é, portanto, muito reduzida, fato que não

impede que sejam solos bastante produtivos quando bem manejados (OLIVEIRA,

2008) (Figura 24).

Figura 23 – Vegetação da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.7.2. Zona Ambiental 2 – CAMPOS ÚMIDOS.

Esta fisionomia pode ser caracterizada por encraves de campos

31

úmidos (campo limpo graminoso, encharcado e com acúmulo de água durante a

estação chuvosa e ressecado durante a estação seca), em meio à área de cerrado

(BATISTELLA et al., 2002). Na estação chuvosa ocorrem as lagoas que são

habitadas por diversas aves típicas e contribuem no abastecimento de vários

mananciais que afloram nas encostas. São áreas associadas aos GLEISSOLOS

HÁPLICOS (GX). A ordem dos GLEISSOLOS compreende solos hidromórficos

constituídos por material mineral e que apresentam horizonte glei iniciando dentro

dos primeiros 150 cm da superfície, imediatamente abaixo de horizonte A ou E, ou

de horizonte hístico com espessura insuficiente para definir os ORGANOSSOLOS. A

grande maioria desses solos apresenta excesso de água durante grande parte do

ano. A condição de drenagem interna má a muito má é, portanto, para todos os

solos dessa classe (OLIVEIRA, 2008) (Figura 24).

Figura 24 – Zoneamento Ambiental da APA Chapada do Lagoão. Autor: Sandro Marcelo de Caires.

6.7.3. Zona Ambiental 3 – CERRADO associado à CAMBISSOLO

HÁPLICO.

Nas bordas da parte SUL/SUDESTE da APA ocorrem áreas

associadas com unidade geológica Eyi e influenciada pela geoforma Df3. Este

ambiente relaciona-se com a fitofisionomia de cerrado sobre CAMBISSOLOS

HÁPLICOS (GX). Esta classe compreende solos constituídos por material mineral,

com horizonte B incipiente subjacente a qualquer horizonte superficial, desde que

32

não satisfaçam os requisitos estabelecidos para serem enquadrados nas classes

dos CHERNOSSOLOS, PLINTOSSOLOS, ou GLEISSOLOS. Geralmente são solos

susceptíveis a erosão, devido a sua localização na paisagem. No Brasil, os

principais usos destes solos se dá pela fruticultura, pastagens e reflorestamentos

(OLIVEIRA, 2008) (Figura 24).

6.7.4. Zona Ambiental 4 – CARRASCO (área de transição

Caatinga/Cerrado)

Esta formação vegetal de transição, às vezes chamada de Carrasco,

é caracterizada pela alta densidade dos indivíduos lenhosos, que apresentam

troncos finos, uni-estratificação e quase ausência de cactáceas e bromeliáceas

(BATISTELLA et al., 2002). Este tipo de fisionomia recobre as encostas da chapada

e estão associadas com as unidades geológica TQd1 e Eyi, influenciadas pela

geoforma Df3. No contexto pedológico, é possível estratificar as encostas em micro-

sub-ambientes relacionados aos AFLORAMENTOS DE ROCHA (AR), NEOSSOLOS

LITÓLICOS (RL), NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (RQ), ARGISSOLOS

VERMELHO-AMARELOS (PVA), LUVISSOLOS CRÔMICOS (TC) e NITOSSOLOS

VERMELHOS (NV). Esta zona caracteriza-se como uma área extremamente

susceptível às queimadas, pois estão relacionadas às pastagens extensivas

implantadas nas cotas de menor altitude que circundam a APA. Nesta zona também

estão situadas várias vertentes com importantes nascentes que abastecem a malha

hidrográfica de alguns corpos hídricos do município (Figura 24).

A APA Chapada do Lagoão, como um todo, apresenta um ambiente

diverso em paisagens naturais e, através do uso da geotecnologia, foi possível

segregá-la quatro Zonas Ambientais distintas entre si, com diferentes graus de

vulnerabilidade. Cada unidade homogenia foi criada a partir de sua ecodinâmica,

considerando a relação a morfogênese e a pedogênese, a partir da análise integrada

do solo, da rocha, do relevo e da vegetação. Assim, se percebe que nas Zonas

Ambientais 1 e 2 prevalecem os processos pedogéticos, enquanto nas Zonas

Ambientais 3 e 4, os processos morfogenéticos.

No contexto da vulnerabilidade, a Zona Ambiental 3 se destaca por

possuir um regolito mais profundo relacionados aos CAMBISSOLOS HÁPLICOS,

bem como, pela vegetação de cerrado, com uma distribuição espacial menos densa

de suas plantas lenhosas, somadas ao tapete graminoso natural, utilizados pelos

33

habitantes da região como áreas de pastagens. Assim, este local é o que vem

recebendo as maiores pressões de uso antrópico pela pressão do pastejo, além da

susceptibilidade ao fogo.

Por sua vez, a Zona Ambiental 4 possui a predominância de taludes

de acúmulo de origem pluvial, recorbertos pela vegetação carrasco que, por ser mais

fechada que o cerrado, é menos utilizada para pastagem, mas, não menos

suceptível a queimadas. Este ambiente passa aser interessante, pois está

relacionado às nascentes existentes na região, portanto de valor ambiental

inimensurável. Neste quesito, também se destacam, a Zona Ambiental 1, por ser a

principal área de recarga do lençol freátio, e, a Zona Ambiental 2, por possuir um

importante papel na retenção de água e minimização dos processos morfogênicos,

um vez que regula o escoamentosuperficial das águas pluviais.

34

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto geral, pode-se considerar a Zona Ambiental 1 da APA

Chapada do Lagoão, como um verdadeiro berçário das águas de importantes

córregos e ribeirões do município de Araçuaí. Mesmo a grande maioria das

nascentes permanecendo fora da APA, abaixo da cota de 500 m, a Zona Ambiental

1 funciona como uma verdadeira “caixa d’água” dos recursos hídricos do município,

caracterizando-se como área de recarga, pois a porosidade existente no

LATOSSOLO AMARELO, solo predominante desta Zona Ambiental propicia uma

excelente drenagem e percolação de água no perfil do solo, culminando no

abastecimento do lençol freático, fato ligado diretamente à manutenção dos olhos

d’água das nascentes nos longos períodos secos da região. Portanto, a conservação

da Zona Ambiental 1 deve priorizar o contexto do abastecimento do lençol freático,

sendo uma importante estratégia de convivência com a seca como área de recarga

do lençol freático e da manutenção das nascentes. Um cuidado especial se deve às

vias de trânsito desta localidade. Ações de manejo e conservação do solo são

importantíssimas, dentre elas, a construção de caixas de acúmulo de águas pluviais

ao longo das estradas.

É também na Zona Ambiental 1 onde se encontra um excelente

potencial de renda para as famílias extrativistas que ali vivem. A vegetação de

cerrado associada a esta Zona Ambiental está relacionada com a existência do

pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.). O extrativismo do pequi é uma atividade

desenvolvida pelas famílias extrativistas, porém se desconhece algum plano de

manejo para a espécie. Alternativas como a produção de mudas e o enriquecimento

vegetacional com pequizeiro poderia aumentar a sustentabilidade das famílias

extrativistas, porém, é comum o uso do fogo como prática de manejo das

populações. Tal ação promove uma deterioração incalculável ao patrimônio que,

dependendo da severidade do mesmo, acaba por destruir a flora e a fauna.

Portanto, sugere-se que a proteção da cobertura vegetal nativa e o combate ao fogo

sejam manejos prioritários para o local. Tais manejos tornam-se executáveis,

principalmente pela conscientização ambiental das comunidades e dos sujeitos

envolvidos diretamente com a exploração extrativista do pequizeiro. Assim, sugere-

se que seja realizado um levantamento das famílias extrativistas para, em conjunto

35

com elas, elaborar um inventário dos pequizeiros, um plano de manejo da atividade,

bem como atividades da educação ambiental para empoderamento da população.

Na a Zona Ambiental 2 é a mais suscetível à degradação ambiental.

Para este local, o mais indicado seria a aplicação do conceito de preservação, em

razão da importância da água para a região, bem como pelo quesito legal que os

corpos d’águas naturais possuem.

Já a Zona Ambiental 3 e a e Zona Ambiental 4, a suscetibilidade

ambiental que estas Zonas possuem está relacionada à suscetibilidade erosiva dos

solos predominantes. Porém, esta área apresenta um excelente potencial de renda

de divisas para o município com a implantação e gestão de atividades tais como

turismo de aventura (caminhada, contemplação da paisagem, cavalgada, etc.)

observação de pássaros, esportes de aventura (mountain bike, escalada em rocha,

salto de parapente), bem como atividades zootécnicas (apicultura) possuem um

grande potencial de serem desenvolvidas nestas áreas.

De maneira geral, também se deve considerar outros potenciais de

divisas que a APA Chapada do Lagoão possui diante do cenário ambiental. Alguns

exemplos na qual o município pode tirar proveito com a gestão da área são a

produção de Créditos de Carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) de

gases do efeito estufa (GEE) e o ICMS Ecológico, na qual podem gerar divisas ao

município e, indiretamente, beneficiar toda a sua população.

Espera-se que este trabalho sirva de incentivo aos gestores

municipais para direcionar meios na qual culminem num plano de manejo da APA

Chapada do Lagoão.

36

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