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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA PARAÍBA CENTRO DE EDUCAÇÃO
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR DO CABO BRANCO CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS
IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO COM CÃES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
ESTADO DA PARAÍBA.
GÊNESSON JOSÉ DA SILVA. MÁRIO GERMANO ESTELITA LINS.
JOÃO PESSOA / PB 2012
1
GÊNESSON JOSÉ DA SILVA.
MÁRIO GERMANO ESTELITA LINS.
IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO DE BUSCA E SALVAMENTO COM CÃES NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO
ESTADO DA PARAÍBA.
Trabalho apresentado no Curso de Formação de Oficiais da Academia de Policia Militar do Cabo Branco, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Engenheiro de Combate a Incêndio e Pânico.
JOÃO PESSOA / PB 2012
2
Dedico este trabalho aos Oficiais Superiores
do CBMPB TC Vilmar e Maj. Almir por
serem os pioneiros da idealização deste
projeto no Corpo de Bombeiros da Paraíba
nos dando inspiração para prosseguir na
busca deste ideal.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me capacitado ao longo desses três anos, ter me
surpreendido e me dado vitórias, foram anos de experiência e amadurecimento.
Agradeço aos meus pais Genildo e Jaidete,minha namorada, família e amigos
por acreditar no meu potencial,acreditar que esse momento seria possível,às igrejas
Assembléias de Deus e ao meu pastor por orarem por mim.A família CFO,com
vocês aprendi,me alegrei,compartilhei momentos de extrema alegria,descontração e
momentos também de tristeza e pesar.Aos eternos amigos do Grupo Operacional de
Trabalhos de Ultima Hora: Kunze, Matias, Germano e Reis,conseguimos pagar
nossa etapa e a missão saiu a contento.A todos os “cachorreiros” espalhados pelo
Brasil,que cumprem a missão de Vidas alheias e riquezas salvar.
Gênesson José da Silva.
Agradeço primeiramente a Deus que me deu coragem para continuar quando
por vezes tudo parecia não dar certo. Aquele que me deu pessoas para cuidarem de
mim, pois sem eles eu não conseguiria.
Agradeço aos meus pais Sarah e Germano pelo dom da vida, pelos valores
repassados, direto ou indiretamente. Com seu coração enorme nunca me negou
nenhum pedido. Ao meu irmão querido, por estar sempre ao meu lado nos
momentos de solidão, mesmo estando tão longe de mim.
Aos meus amigos que entenderam minha ausência sempre me apoiando:
Leonardo, Débora, Eduardo, Carol, Gueibson, Silva Neto, Eduardo Silva, Ranulfo,
Luciana, Dona Lourdes e Seu Geraldo que me acolheram como se um filho deles eu
fosse. Sinceros agradecimentos!
A minha amada mãe que mesmo ao meio das dificuldades me apoiou na
construção deste sonho, de ser um Oficial do Corpo de Bombeiros da Paraíba.
Agradeço a todos meus amigos conquistados aqui no CFO, já que sem eles
cada dia vivido seria mais triste e solitário, em especial: Gênesson, Reis, Kunze,
Matias e Campello que juntos tornaram o melhor grupo de trabalho que já existiu
nesta Academia de Policia, todos ficarão para sempre em meu coração e em minhas
lembranças.
Mário Germano Estelita Lins.
4
“De todos os animais que conhecemos, o
cão é o que mais uniu a nós. Para o cão o
tempo parou. A sua alma, incólume ao
século nervoso das bombas atômicas e
viagens interplanetárias, não conhece nem
malícia nem falsidade. Com a mesma
alegria natural, ele nos acompanha na
chuva torrencial e no forte calor: sempre o
amigo mais fiel do homem.”
Théo Gygas
5
RESUMO
Este trabalho monográfico tem por finalidade reforçar a viabilidade de implantação do serviço de busca e resgate com cães, mostrando como esse tem sido feito em outras corporações. Essa pesquisa foi de natureza exploratória tendo em vista o escasso material disponível sobre o tema e esse tipo de serviço ser ainda recente nas corporações bombeiro militares do Brasil. Foram pesquisas bibliográficas referentes à história e origem do salvamento com cães, suas raças e tipos de trabalho prestado às corporações militares. Foi destacado com maior relevância a possibilidade de implantação do serviço de resgate com cães, tomando por base o sucesso de outras corporações na implementação desse tipo de emprego, as principais raças, o treinamento das equipes, os cursos operacionais voltados para a área. Finalmente, foi levantado subsídio bastante sólido para servir de base na possível implantação do serviço de resgate e salvamento com cães no Estado da Paraíba.
PALAVRAS-CHAVE: Resgate; Salvamento; Implantação; Treinamento.
6
ABSTRACT
This monograph is intended to enhance the feasibility of deploying the service search and rescue dogs, showing how this has been done in other corporations. This research was exploratory in nature in view of the scarce material available on the subject and this type of service is still recent in Brazil's military firefighter corporations. Literature searches was related to the history and origin with rescue dogs, their breeds and types of work performed at military corporations. It was highlighted with the possibility of greater relevance deployment of service-rescue dogs, based on the success of other corporations in implementing this type of employment, major races, team training, operational courses aimed at the area. Finally, allowance was raised pretty solid to base the possible deployment of the rescue service and rescue dogs in the state of Paraiba.
KEYWORDS: Redemption;Rescue; Deployment; Training.
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Prometeu leva fogo para a humanidade, tela de 1817 ........................ 15
FIGURA 02: Guarnição de busca e salvamento trabalhando durante enchente em João Pessoa, 2011 ................................................................................................... 17
FIGURA 03: Modelo de Garateia usada no Corpo de Bombeiros ........................... 20
FIGURA 04: Representação do Ancestral mais antigo dos canídeos ...................... 23
FIGURA 05: Representação da Anatomia Canina ................................................... 24
FIGURA 06: Representação da Anatomia externa de um Labrador ........................ 25
FIGURA 07: Representação de Aprumos e Jarretes de um Cão ............................. 26
FIGURA 08: Esquema do Olho de um Canídeo ....................................................... 28
FIGURA 09: Descrição do Pavilhão Auditivo de um Cão ......................................... 29
FIGURA 10: Nariz de um Labrador .......................................................................... 31
FIGURA 11: Red, Labrador que atuou em buscas no 11 de setembro de 2001 ..... 37
FIGURA 12: Zandor, cão de resgate do CBMRJ ..................................................... 38
FIGURA 13: Imagem de um Border Collie....... ........................................................ 42
8
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01: Demonstrativo da Classificação Científica e Genealogia do Cão.......22
QUADRO 02: Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão.......................................26
QUADRO 03: Classificação das raças de acordo com a FCI e CBKC..................... 34
9
LISTA DE SIGLAS
CBKC – Confederação Brasileira de Cinofília.
CBMPB – Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba
CIOP– Centro Integrado De Operações Policiais
ECOS - Emprego de Cães em Operações de Salvamento
FCI – Federation Cynologique Internationale – Federação Internacional de Cinofília.
KCPB – Kennel Clube do Estado da Paraíba.
MTB – Manual Técnico de Bombeiros.
WTC – World Trade Center.
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................... 14
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS .................................................... 14
2 PRNCIPAIS OCORRÊNCIAS DO CBMPB ............................................................ 15
2.1 HISTÓRIA DO BOMBEIRO ......................................................................... 15
2.1.1 Missão constitucional do Bombeiro Militar ................................. 17
2.2 Enchentes e inundações .......................................................................... 18
2.2.1 Problemas gerados pelas enchentes ............................................... 19
2.2.2 Locais prejudicados ...................................................................... 20
2.3 Vítimas perdidas em matas ..................................................................... 20
2.4 Busca em escombros .............................................................................. 20
2.5 Busca em cadáver .................................................................................... 20
3 OS CÃES E SUA UTILIDADE PARA OS HOMENS ........................... ..................22
3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS CÃES DE RESGATE ................................ 22
3.2 ANATOMA E FISIOLOGIA CANINA ..........................................................24
3.2.1 Anatomia ......................................................................................... 24
3.2.2 Fisiologia......................................................................................... 27
3.2.2.1 Visão ..................................................................................... 27
3.2.2.2 Audição................................................................................29
3.2.2.3 Tato.......................................................................................30
3.2.2.4 Paladar.................................................................................31
3.2.2.5 Olfato....................................................................................31
3.3 OS CÃES DE RESGATE ............................................................................ 33
3.3.1 Raças de cães ................................................................................. 33
3.3.2 Principais raças usadas no serviço de resgate ........................... 37
3.3.2.1 Labrador Retriever ................................................................ 37
3.3.2.2 Pastor Alemão......................................................................38
3.3.2.3 Golden Retriever..................................................................40
3.3.2.4 Border Collie…...................................................................40
11
4 IMPLANTAÇÃO DO CANIL NO CBMPB .............................................................. 41
4.1 ESTRUTURA FÍSICA .................................................................................. 41
4.2 Curso de capacitação profissional .......................................................... 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43
12
1 INTRODUÇÃO
O crescimento populacional, as catástrofes naturais, os acidentes de transito
têm a cada dia desafiado mais e mais as corporações envolvidas com o resgate e o
salvamento, por conta disso tem crescido o investimento em tecnologia,
equipamentos, viaturas e pessoal especializado para melhor atender à população.
O emprego de cães no auxílio dos trabalhos de resgate de vítimas de
soterramento já é prática comum em países como Japão, Estados Unidos e nações
européias, a utilização de cães por Equipes de Socorro em ocorrências rotineiras,
como pessoas perdidas em matas, ou em catástrofes, como: terremotos,
soterramentos, furacões, entre outras tem se tornado bastante freqüente. No
México, por exemplo, foi de grande eficácia na retirada de vítimas sob os escombros
do terremoto ocorrido na década de 80. Os animais foram imprescindíveis no
salvamento de muitas vidas naquela ocasião. O fato mais impactante da ultima
década, onde foi empregado um efetivo de cães, foi o fatídico desastre ocorrido em
11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos da America, com a queda das torres
gêmeas do World Trade Center (WTC) em Nova Iorque.
Hoje, para detectar se há alguém com vida sob um desmoronamento de terra
ou sob um amontoado de concreto, os bombeiros brasileiros dispõem de recursos
tais como o de ouvir eventuais ruídos, naturalmente, ou de tentar falar com os
sobreviventes, além dos equipamentos denominados de localizadores de vítimas.
São sensores acústicos que mapeiam a área do sinistro e são capazes de identificar
ruídos (gemidos, fala e até batimentos cardíacos). Existem dois tipos de
localizadores, um de origem israelense e outro alemão. Este último tem a vantagem
de permitir a comunicação chamada duplex, ou seja, além de localizar a vítima,
possibilita que ela se comunique por meio de um microfone e um receptor de áudio
acoplado ao aparelho, que é guiado até o mais próximo possível da pessoa que
muitas vezes orienta a melhor forma de procedimento em seu salvamento.
O emprego de cães nesses tipos de ocorrência tem se mostrado de grande
valia, além do olfato 40 vezes mais sensível do que o humano, uma excelente visão
noturna e audição, por sua mobilidade destreza e disposição para o serviço, ele
executa um trabalho de busca equivalente ao de 20 homens na mesma
função.Enquanto o homem possui 5 milhões de células em sua cavidade nasal,os
13
cães são dotados de 250 milhões.Por isso,facilmente identificam suor,odor de
sangue,adrenalina entre outros.
A exploração desses atributos não é recente. Durante a Segunda Grande
Guerra, o exército alemão valeu-se de cães para a vigilância de bases nazistas. Eles
alertavam as sentinelas sobre qualquer aproximação de tropas inimigas.
O 1º Grupamento de Bombeiros de São Paulo, localizado no bairro do
Ipiranga, vem obtendo excelentes resultados nas ocorrências de busca e
salvamento, por meio do Ecos (Emprego de Cães em Operações de Salvamento),
que, além de garantir economia de tempo durante as ocorrências, pode salvar
muitas vidas.O Ecos conta, inclusive, com viatura especial para transportar os cães
do batalhão até o local da ocorrência.
É árdua e honrosa a responsabilidade do Corpo De Bombeiro Militar do
Estado da Paraíba (CBMPB) distribuído em seus 5 batalhões,ao longo dos 223
municípios paraibanos de atender diariamente ocorrências de afogamentos, vitima
soterrada devido a enchentes, resgate de pessoas perdidas em mata, busca de
cadáver. O emprego de cães nesses tipos de sinistros significa a diferença entre a
vida e a morte.
O nosso trabalho se restringe a pesquisa de fontes confiáveis e entrevista a
profissionais envolvidos com a atuação de cães no serviço policial e bombeiro
militar, essa dissertação está dividida em cinco capítulos que se distribuem da
seguinte forma:
No primeiro capítulo apresentamos uma breve justificativa para o uso de cães
de resgate no serviço de busca e salvamento no Estado da Paraíba.
O segundo capítulo analisa brevemente algumas das ocorrências mais
comuns na nossa instituição.
Em seguida, no terceiro capítulo, abordamos mais especificamente o cão, sua
evolução, domesticação e inserção no cenário de busca e salvamento.
No quarto capítulo defendemos a idéia de implantação do canil no CBMPB,
estrutura física e cursos de especialização.
E finalmente, no quinto capítulo concluímos com nossas considerações finais.
14
1.1 OBJETIVO GERAL
Mostrar a importância e a eficiência do uso de cães no serviço de busca e
salvamento do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Demonstrar a real necessidade da implantação de uma unidade de
operações com cães no Estado.
Selecionar as melhores raças para o serviço de busca e salvamento
em várias situações.
Indicar cursos para especialização e aperfeiçoamento de militares para
trabalhar na área.
1.3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
Trata-se de uma pesquisa sistemática,de campo,documental,de natureza
qualitativa.
O publico alvo da pesquisa é a população paraibana que necessita de uma
ação mais rápida por parte do Corpo de Bombeiros, em ocorrências de
deslizamentos,enchentes,afogamentos,pessoas perdidas,busca de cadáver,entre
outras.Constatam-se dificuldades de acesso e a prejudicial perca de
tempo,influenciando no resultado de se resgatar pessoas ainda com vida.
Serão utilizadas reportagens de ocorrências anteriores,pesquisas
bibliográficas e entrevistas em quartéis com pessoas especializadas na área.
15
2 PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS DO CBMPB:
2.1 HISTÓRIA DO BOMBEIRO
O Manual Técnico de Bombeiro 23 (MTB 23) do Estado de São Paulo ano
2006, informa que os primeiros bombeiros de que se tem noticia foram os chineses
e, posteriormente, de uma forma mais organizada, os romanos. Eles criaram as
primeiras brigadas de incêndio com grupos de legionários e escravos.
Estabeleceram o primeiro código de prevenção, instituindo a
obrigatoriedade da construção de cisternas e obrigando sua construção defronte as
casas.
O pioneirismo dessa centenária instituição no Brasil remonta dos tempos do
Império. As eclosões de inúmeros incêndios levaram o então Imperador Dom Pedro
II a organizar o serviço de extinção e combate a incêndios.
De acordo com o Manual Básico do Corpo de Bombeiro Militar do Rio de
Janeiro:
O Imperador, através do Decreto Imperial n°1.775 de 02 de julho de 1856, organizou o serviço de extinção de incêndio, sendo significativo o artigo 3° da seção II, cujo resumo determina que essa corporação seria composta por operários ágeis, robustos, moralizados e preferencialmente, os mais habilitados e detentores de ofícios, tributos essenciais ao bombeiro até os dias atuais.
Em 26 de junho de 1856 foi nomeado o Major João Batista de Castro Moraes
Antas para comandar o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, o primeiro núcleo
do que seria o Corpo de Bombeiro Militar. O alarme de fogo era dado por tiros de
peça de artilharia, disparados no morro do Castelo e pelo toque de sino da igreja de
São Francisco de Paula ou Matriz da freguesia. O corpo de Bombeiros Militar do Rio
de Janeiro só foi ter a forma que observamos nos dias de hoje em 19 de julho de
1880 pelo Decreto 7.766 onde a instituição foi estruturada como uma organização
militar e foram concedidos postos e graduações aos militares, bem como o uso das
insígnias.
No Brasil os primeiros bombeiros militares surgiram na marinha, prevenindo
os riscos de incêndio nos antigos navios de madeira; porém, eles existiam apenas
como uma especialidade, e não como Corporação. O nome bombeiros deveu-se ao
16
fato de operarem principalmente bombas d’água, dispositivos rudimentares em
madeira, ferro e couro.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba foi criado em 09 de
junho de 1916, com a denominação de Seção de Bombeiros da Força Pública do
Estado. Atualmente suas atividades estão definidas pela Lei Estadual de n° 8.444,
de 28 de dezembro de 2007.
A história de formação do Corpo de Bombeiros porém é muito mais
antiga,envereda pela história e se perde pelas lendas gregas.Ortiz (2012,p.1)relata
em seu artigo A pré-história dos Corpos de Bombeiros que:
Conforme a mitologia grega, o herói e semideus Prometeus, um dos Titãs, irmão de Atlas, roubou o fogo do domínio dos deuses e entregou-o aos homens, sendo por isto punido pelo deus maior Zeus, que o condenou a ser atado a uma rocha, onde ficaria exposto aos ataques diários de um abutre que lhe devoraria eternamente o fígado, único órgão do corpo humano que, como todos sabemos, se regenera continuamente, tendo, em conseqüência disso, tal herói recebido um castigo teoricamente interminável. Como conseqüência para os mortais, conforme a lenda, hoje em dia, ainda por castigo, o fogo escapa ao domínio humano e, transformando-se no monstro dos incêndios, ceifa centenas de vidas e causa prejuízos imensos.
FIGURA 01: Prometeu leva o fogo à humanidade, tela de Heinrich Friedrich
Füger de 1817
Fonte: http://www.deolhonasorigens.com.br/inspiracao/naturezaviva/2k21003.asp
O domínio do fogo pelo homem constituiu-se um grande avanço e um divisor
de águas para a evolução das civilizações pré-históricas. O controle do fogo permitiu
17
ao homo erectus afastar os animais ferozes, cozer os alimentos, aquecer e iluminar
o interior das cavernas, fabricar ferramentas e armas. A primeira forma de energia
dominada pelo homem foi o fogo, mas quando esse foge do nosso controle deixa
pra trás conseqüências irreversíveis. Por isso uma instituição comprometida com a
missão de salvar vidas e bens é ovacionada pela sociedade tomando os primeiros
lugares nas profissões de maior confiabilidade mundial.
2.1.1 Missão constitucional do Bombeiro Militar
Está exarada na Constituição Federal de 1988 no artigo 144 a competência
do Corpo de Bombeiro Militar:
Art. 144 A segurança publica dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem publica e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - policia federal; II - policia rodoviária federal; III-policias civis; IV-policias militares e corpos de bombeiros militares.
A parte b do §5° da citada constituição versa “... aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
de defesa civil”.
De acordo com a lei Nº 8.443, de 28 de dezembro de 2007, temos:
Art. 2º São atribuições institucionais do Corpo de Bombeiros Militar: I – prevenir e combater incêndios urbanos, rurais e florestais, assim como realizar busca, resgate e salvamento; [...] [...]V – estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todos os serviços de segurança contra incêndio e pânico; VI – notificar, isolar, embargar e interditar, obedecida sua competência, as obras, serviços, habitações e locais de diversão públicos e privados que não ofereçam condições de segurança e de funcionamento; [...]
Como vimos o serviço bombeiro militar não se restringe apenas ao combate a
incêndios, mas abrange também o estudo preventivo desse evento desastroso e o
atendimento a outros tipos de ocorrências como as que já foram citadas acima.
18
2.2 ENCHENTES E INUNDAÇÕES
O Estado da Paraíba sofre anualmente com desastres relacionados com sua
geodinâmica terrestres externa, nos meses de janeiro a julho surge os problemas
relacionados à chuva: enchentes,inundações,alagamentos,enxurradas.Já nos meses
de Agosto a Dezembro ocorre o inverso,os desastres são relacionados à falta de
chuvas:estiagens,secas,incêndios florestais.
As enchentes e inundações são problemas que atingem a população com a
chegada das chuvas acarretando uma série de acidentes e desastres em
decorrência da falta de preparação e prevenção.
FIGURA 02: Guarnição de busca e salvamento trabalhando durante enchente
em João Pessoa, 2011
Fonte: http://www.paraiba.com.br/2011/06/22/70233-governo-federal-reconhece-situacao-de-
emergencia-em-joao-pessoa-cg-e-mais-11-municipios-da-pb
Diante desse contexto são desenvolvidos projetos que visam evitar ou
minimizar os danos causados pelas chuvas, de forma preventiva bem como a
conscientização da população para os cuidados que se deve tomar nesse período
chuvoso.
Um exemplo disto é o projeto Arca de Noé realizado pelo Corpo de
Bombeiros Militar da Paraíba que teve como objetivo identificar as principais áreas
de risco do estado vulneráveis a fortes precipitações pluviométricas, a partir desse
estudo equipes de bombeiros, em parceria com a Defesa Civil, foram enviadas a
19
estas comunidades onde realizaram um trabalho preventivo de conscientização da
população.
De acordo com o projeto os elementos que trazem maior risco para as
comunidades são construções sem infra-estrutura e em encostas, construção as
margens dos rios, barreiras desmatadas sujeitas a deslizamento, construções
irregulares e ausência de ações públicas de infra-estrutura nestas comunidades.
Em conseqüência desta situação somada ao excesso de volume
pluviométrico, temos os eventuais desastres que geram uma série e danos como
vítimas fatais, feridas, desabrigados, soterrados, danos materiais e morais,
destruição de vias de acesso entre outros.
De acordo com a Defesa Civil do Estado da Paraíba (2012,p.25) a enxurrada
é a
Elevação do nível da calha de um rio acima de sua vazão normal causando inundação de ruas por causa de deficiência na drenagem em áreas que não são habitualmente submersas, podendo implicar em perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente, à propriedade, interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos. É um desastre de evolução súbita ou aguda que se caracteriza pela velocidade com que o processo evolui e pela violência de seus resultados, que embora previsto, pode ocorrer de forma surpreendente devido as características cíclicas e sazonais do Estado, estações do ano e fenômenos associados.
Para se evitar danos como estes e minimizar o efeito dos desastres as
orientações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil devem ser seguidas.
Projetos como o Arca de Noé são de suma importância para a
população, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os transtornos
causados pelas enchentes.
2.2.1 Problemas gerados pelas enchentes
Alagamento das vias públicas e residências;
Doenças transmitidas pelas águas;
Desabamento de barreiras deixando os cidadãos em desespero;
Vítimas fatais, feridas, desabrigados, soterrados, danos materiais e morais,
destruição de vias de acesso entre outros.
20
2.2.2 Locais prejudicados
Os bairros abaixo relacionados são historicamente os mais afetados nos
períodos de chuvas:
Bairro do Bessa (Bessamar, Jardim Aeroclube e Oceania);
Centro da Capital;
Bairro São José;
Bairro de Miramar (Rua Carlos de Pessoa);
Bairro dos Bancários (Rua Francisco Mendes).
2.3 VÍTIMAS PERDIDAS EM MATAS
De acordo com dados do CIOP (Centro Integrado De Operações Policiais) no
ano de 2011 houve 21 ocorrências de busca terrestre só na cidade de João pessoa.
A capital do nosso estado e região metropolitana por ter uma grande área de
vegetação (só a mata do buraquinho possui cerca de 515 hectares) está sujeita a
diversas eventualidades de vitimas perdidas em mata.
Esse é um mostruário de ocorrência que a primeira vista parece simples,mas
se torna complexo devido à grande área para ser procurada a vitima,a falta de
helicóptero no Corpo de Bombeiros da Paraíba,o reduzido número de militares e a
necessidade de atender outras ocorrências.Sendo assim essa é uma proposta de
sinistro onde a utilização de cães iria facilitar a solução do problema em menor
tempo.
Nesses sinistros o cão pode agir de duas formas: por venteio ou rastreio,
Siqueira e Nicácio (citado por SHIROMA,2012,p.23) descrevem os dois métodos
adotados pelos canídeos de resgate:
a) Rastreio: o cão trabalha com o focinho colado ao solo, analisando os dados olfativos presente nas diversas substâncias que compõem aquele local. O cão se atém aos dados circunstanciais e adicionais; b) Venteio: o cão trabalha com o focinho suspenso colhendo dados olfativos no ar. Neste caso, o cão utiliza a memória de odores que possui para procurar e identificar cheiros familiares no ambiente misturados a outros ali presentes. Quando faz uso desta técnica, movimenta-se de maneira desconexa em todos os sentidos, cheios de curvas e retornos.
Esses métodos se valem do pressuposto que os seres humanos vivem
constantemente liberando células, essas partículas formam um cone de odor que é
21
utilizado pelo cão para a localização da vítima. Shiroma(2012,p.27) confirma isso
logo abaixo
O corpo humano libera a todo o momento no ambiente células mortas, em média, 150 mil dessas células por hora. Essas células muitas vezes se depositam sobre os locais em que passamos, ou então ficam suspensas no ar e deslocam de acordo com a direção do vento. Essas células são as responsáveis pela formação do cone de odor. No cone de odor as células se concentram em maior concentração próxima das vítimas.
2.4 BUSCA EM ESCOMBROS
A cidade de João Pessoa está cada dia mais se verticalizando, seguido a
tendência nacional de elevação do número de edificações, quando uma estrutura
dessas sofre colapso (seja por causa mecânica ou falha humana) geralmente
acabam caindo sobre seu próprio eixo vitimando as pessoas que residem ou que
trabalham nela.
Parizoto (citado por SHIROMA, 2012, p.26) destaca alguns exemplos de
queda de edificações no Brasil
Desabamentos de edifícios no Brasil tem sido, freqüente, muitos deles com presença de vítimas. Nessas ocorrências o desempenho dos cães tem sido mundialmente conhecido. Destacam-se os seguintes fatos no Brasil: Praia do Gonzaga (89) Volta Redonda (91) Osasco Plaza Shopping (96) Edifício Itália (97) Palace II (98) Igreja Universal do Reino de Deus (98) Edifício Érika (99) Enseada do Serrambi (99), Aquarela (97) Ijui (2001), Hotel Rosário (2002) Areia Branca (2004) Casarão Recife (2005).
As pessoas residentes em locais com perfil citado no ponto 2.2 também são
vitimas em potencial desse tipo de sinistro, pois as enchente e inundações causam
deslizamentos.
O emprego de cães de resgate em casos de vítimas de escombros supera até
mesmo recursos de última geração, pois enquanto muito equipamentos se valem do
calor ou dos gemidos da vítima o cão usa seu olfato 40 vezes superior ao do homem
para encontrar a pessoa sob o escombro, como já citamos na introdução desse
trabalho.
2.5 BUSCA DE CADÁVER
A busca de cadáver em águas no Estado da Paraíba é uma ocorrência
bastante comum tendo em vista o número de rios e mares que o nosso Estado
possui. Nessas ocorrências fazemos uso de mergulhadores ou, como é mais
comum, garatéias.
22
FIGURA 03: Modelo de Garateia usada no Corpo de Bombeiros
Fonte: http://antoniogoncalvesnoticias.blogspot.com.br/2012/05/bombeiros-de-bonfim-
conseguiram.html
A garatéia é um equipamento bastante rústico, parecido com um anzol de três
pontas que é lançado na água para fazer a varredura do local, quando o
equipamento fica preso em alguma coisa o bombeiro puxa para verificar se é o
corpo da pessoa submergida. Esse tipo de procedimento por vezes é bastante
constrangedor, pois transparece uma falta de respeito para com o ente querido do
solicitante da ocorrência. Em alguns estados antes de usar esse equipamento deve-
se pedir autorização a policia cientifica, pois o instrumento causa perfurações na
vitima dificultando assim a autópsia.
A busca de cadáver na maioria das vezes é um tiro no escuro, o militar joga a
garatéia enquanto outro mergulha para procurar o corpo, isso demanda muito tempo
e esforço, na maioria das vezes a área de busca “é de grande proporção e o
trabalho de mergulhadores consegue cobrir apenas pequena extensão em períodos
de tempo longos” (PIVA, 2011, p.24). Para esse tipo de serviço o cão é uma
ferramenta de grande auxilio, pois ele poupa efetivo e tempo, sabemos que no
serviço bombeiro militar o tempo é um fator essencial para o sucesso de uma
ocorrência. A aplicação do animal se dá da seguinte forma, o cão percebe o odor da
vítima e sinaliza de alguma forma (latidos, forma corporal), os mergulhadores
descem e procuram o corpo. A utilização de canídeos poderá reduzir
exponencialmente a área de busca, diminuindo assim os riscos para os
mergulhadores. Enquanto nós usamos mais o tato para localização de pessoas na
água os cães utilizam o seu precioso olfato, segundo estudos eles conseguem sentir
com facilidade o odor de vitimas a 15 metros de profundidades.
23
A polícia militar se vale também desses animais em caso de ocultação de
cadáver nos locais conhecidos como “pontos de desova” (lugares que são lançadas
vitimas de homicídio) de acordo com Shiroma (2012, p.31):
Comumente o cadáver humano dentro da água, numa situação de afogamento, tende a vir à superfície. Entretanto, em um crime de ocultação de cadáver, o corpo, provavelmente, não retornará a superfície, devido os meios utilizados pelo criminoso a fim de que o corpo permaneça no fundo da água para que não seja descoberto por ninguém.
Para esse tipo de serviço o cão deve ter um treinamento especifico para que
eles sejam capazes de detectar odores humanos exalados mesmo com um curto
período de putrefação.
24
3 OS CÃES E SUA UTILIDADE PARA OS HOMENS
É inúmera a utilidade de cães na sociedade atual, eles podem ser usados para
apontar vazamentos subterrâneos em tubos de gás, localização de trufas (uma
espécie de cogumelo subterrâneo usado como alimento), encontrar cupins por trás
das paredes, detectar substâncias proibidas e explosivos na bagagem e todos os
tipos de objetos, gás e armas químicas em campos de batalha (Katz, 1994),
detecção de tecidos cancerosos em pacientes humanos (Animal Planet, 1997) de
notas escondidas, esmeraldas imperfeitas injetado polímeros para esconder a sua
imperfeições, manejo de gado, guia para pessoas cegas, policiamento, busca e
resgate de vitimas,perícias de incêndio,cinoterapia.
3.1 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS CÃES DE RESGATE
De acordo com Santos (2004, p.9) os cães foram os primeiros animais a
serem domesticados pelo homem, supondo-se que tal tenha sucedido há mais de
12.000 anos.
QUADRO 01: Demonstrativo da Classificação Científica e Genealogia do Cão
Classificação Científica do Cão (Lineu, 1758)
Árvore genealógica dos cães
Reino Animal
Filo Cordado
Classe Mamífero
Ordem Carnívoro
Família Canídeo
Gênero Canis
Espécie Canis Familiaris
Nome trinominal: Canis Lupus Familiaris
Fonte:Biologia em foco,p.266 (adaptado) Fonte:http://www.deolhonasorigens.com.br/inspiracao/naturezaviva/2k21003.asp
Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo.
Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de
uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de
qualquer outro animal, ela
submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros
membros da comunidade.
a diferença genética entre lobos e cães é menor que
da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma
espécie Canis lúpus.
Júnior (2010, p.16
afirmando que
No principio da relação entre homem e cão inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha.
Difícil, porém, é precisar uma da
consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o
existiu há cerca de 40 milhões de anos derivando desse o
região onde atualmente é a Ásia e sucessivamente o no
Transliterando Alcarria (2000, citado por
Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são agora partes da Ásia. A espécie, chanimais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a partir dele.
FIGURA 04: Representação do
Fonte: http://shihtzusocialparque.blogspot.com.br/2011/08/origem
Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo.
Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de
uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de
qualquer outro animal, ela é firmada em uma hierarquia de indivíduos dominantes e
submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros
membros da comunidade. Para Wilson e Reeder (2008, citado por
a diferença genética entre lobos e cães é menor que 0,2% confirmando o consenso
da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma
16) explica o inicio da relação entre o cão e o homem
o principio da relação entre homem e cão os filhotes de lobos eram inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha.
Difícil, porém, é precisar uma data de origem e domesticação do cão. É
consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o
existiu há cerca de 40 milhões de anos derivando desse o Cynodicatis
região onde atualmente é a Ásia e sucessivamente o nosso cão doméstico.
Transliterando Alcarria (2000, citado por PIVA, 2011,p.16)
Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são agora partes da Ásia. A espécie, chamada Miacis, tornouanimais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a partir dele.
Representação do Ancestral mais antigo dos caníd
http://shihtzusocialparque.blogspot.com.br/2011/08/origem-dos-caes.html
25
Segundo estudos o cão e o homem estão juntos desde o final da era do gelo.
Antes concorrentes, lobos e homens formaram uma aliança. A composição social de
uma comunidade de lobos é mais parecida com a sociedade humana do que a de
é firmada em uma hierarquia de indivíduos dominantes e
submissos, onde cada um sabe exatamente seu papel em relação aos outros
Para Wilson e Reeder (2008, citado por MOREIRA, 2012)
0,2% confirmando o consenso
da comunidade científica de que o lobo e o cão são do mesmo gênero e da mesma
explica o inicio da relação entre o cão e o homem
os filhotes de lobos eram inseridos em grupos de caçadores humanos, em algumas ocasiões alguns filhotes de lobos de temperamento tranqüilo e submisso chegavam à idade adulta aceitando os humanos como parte de sua matilha.
ta de origem e domesticação do cão. É
consenso entre muitos autores de que o seu ancestral mais antigo seja o Miacis,que
Cynodicatis que viveu na
sso cão doméstico.
Paleontologistas e arqueologistas determinaram que a 60 milhões de anos um pequeno mamífero, maior que uma doninha, viveu em lugares que são
amada Miacis, tornou-se ancestral dos animais conhecidos hoje como canídeos: cães, lobos, chacais e raposas. Miacis não deixou descendentes diretos, mas os tipos canídeos evoluíram a
estral mais antigo dos canídeos
caes.html
26
3.2 ANATOMIA E FISIOLOGIA CANINA
Esse trabalho não visa aprofundar o tema acima descrito, apenas se limita a
fornecer um breve subsídio teórico para fundamentar o estudo da busca e do
resgate utilizando canídeos. É de vital importância para o resgatista ter pelo menos
uma base da anatomia, fisiologia e psicologia canina a fim de compreender
eventuais problemas que possam ocorrer com o animal.
3.2.1 Anatomia
A anatomia é o ramo da ciência que visa estudar de forma micro e
macroscópica a morfofisiologia dos seres vivos. A etimologia da palavra nos traz
uma conotação de dissecar, cortar, separar, por isso geralmente o estudo da
anatomia se dá com cadáveres. Nosso estudo se deterá à análise macroscópica
(aquela que pode ser percebia a olho nu) dos canídeos, que são nosso objeto de
estudo.
FIGURA 05: Representação da Anatomia Canina
Fonte: http://www.biosphera.com.br/veterinaria-anatomia-canina.asp
27
De acordo a American Association of Anatomists (1981, citada por Rubinstein,
2012)
Anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas.
Sistematicamente a anatomia está dividida da seguinte forma:
Osteologia: estuda os ossos que compõe o esqueleto distinguindo-os
entre substância óssea esponjosa e substância óssea compacta
Sindesmologia ou Artrologia: estuda as articulações e os ligamentos
Miologia: estuda os músculos e seus anexos
Neurologia: estuda o sistema nervoso, central e periférico.
Angiologia: estuda o coração, os vasos sanguíneos (artérias, veias) e
linfáticos.
Esplancnologia: estuda as vísceras que compõem os sistemas
localizados dentro do corpo.
Estesiologia:estuda os órgãos sensoriais que compõem o corpo dos
animais como olho,orelha
28
FIGURA 06: Representação da Anatomia externa de um Labrador
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caes/caes-1.php
O esquema acima de anatomia externa é comum a todas as raças de cães,
essas características externas para melhor elucidação podem ser divididas em três
áreas:
Zona anterior: que compreende cabeça, pescoço, peitoral e os membros
frontais.
Zona posterior: onde encontramos os membros posteriores, e a cauda.
Aprumos: onde nota-se a posição dos membros em comparação a uma
superfície horizontal, que refletem sob os elementos principais da locomoção
do cão e suas aptidões. Está relacionada à posição assumida pelos membros
para dar equilíbrio ao cão.
FIGURA 07: Representação de Aprumos e Jarretes de um cão
Fonte: http://mejoramigoperro.blogspot.com.br/2010/10/anatomia-externa-de-um-cao.html
QUADRO 02:
3.2.2 Fisiologia
Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que
compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o
funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da
biologia estritamente relacionadas, send
conhecimento do resgatista bombeiro
estudo detalhado da fisiologia
órgãos essenciais para a atividade de busca e resgate com
os outros mamíferos os cães possuem cinco
paladar. Descreveremos
3.2.2.1 Visão
A sensibilidade do olho humano à luz deve
denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem
com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as
células cromáticas, que p
comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa
distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de
cones,de acordo com a teoria de James Clerk Maxwell
Descrição dos Órgãos Internos
1 Cavidade Oral
2 Traqueia
3 Coração
4 Fígado
5 Estômago
6 Pênis
7 Testículo
8 Intestino
9 Baço
10 Pulmão
11 Artéria
Fonte:http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm
QUADRO 02: Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão
Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que
compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o
funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da
biologia estritamente relacionadas, sendo, portanto, de vital importância do
conhecimento do resgatista bombeiro militar. Não é nosso objetivo, porém,
estudo detalhado da fisiologia animal, mas destacar o funcionamento de alguns
órgãos essenciais para a atividade de busca e resgate com canídeos.
os outros mamíferos os cães possuem cinco sentidos: visão, audição, olfato,
Descreveremos a seguir, com mais detalhes cada um desses sentidos.
A sensibilidade do olho humano à luz deve-se a duas células fotorreceptoras
denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem
com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as
células cromáticas, que possuem sensibilidades diferentes para diversos
comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa
distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de
cones,de acordo com a teoria de James Clerk Maxwell e Herman von Helmholtz
Descrição dos Órgãos Internos Órgãos Internos do Cão
http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm
29
Demonstrativo dos Órgãos Internos do Cão
Enquanto a Anatomia estuda a morfologia dos órgãos e sistemas que
compõem o corpo dos seres vivos, a Fisiologia tem como objetivo analisar o
funcionamento desses órgãos e sistemas. Anatomia e fisiologia são áreas da
o, portanto, de vital importância do
objetivo, porém, fazer um
mas destacar o funcionamento de alguns
canídeos. Assim como
sentidos: visão, audição, olfato, tato e
etalhes cada um desses sentidos.
se a duas células fotorreceptoras
denominadas cones e bastonetes. Os bastonetes têm a função de formar a imagem
com precisão e trabalhar com diferentes intensidades de luz. Os cones são as
ossuem sensibilidades diferentes para diversos
comprimentos de onda da luz. São essas células as responsáveis pela nossa
distinção de cor. A visão dos humanos é tricromática,ou seja,possui três tipos de
e Herman von Helmholtz
ess
es
três
con
es
exis
tent
es
na
retin
a
Órgãos Internos do Cão
Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/conheca5.htm
30
são sensíveis respectivamente ao vermelho , ao verde e ao azul , estas são as
chamadas cores primárias de luz,com a mistura desses tons podemos enxergar uma
variedade de cores diferentes.
A visão dos cães é do tipo bicromática (só possuem dois tipos de cones
sensíveis as cores vermelho e azul), por isso, eles só distinguem bem o amarelo e o
azul, além do branco e o preto, as demais cores não são distinguidas por eles, que
as vê em preto e branco. À noite, porém, os canídeos levam vantagem sobre os
seres humanos pela sua capacidade de enxergarem perfeitamente na escuridão,
distinguindo diversos tons de cinza. A explicação para este fato é que os canídeos
antigos, antepassados de nossos cães, eram caçadores noturnos e a diferenciação
dos tons de cinza era muito mais importante que a visão das cores.Estudos através
de refração ocular revelam que a maioria dos cães são hipermetropes (enxergam
melhor de longe) exceção para pastores alemães e rottweiler que,em sua maioria
(cerca de 60%), são míopes (enxergam melhor de perto) .
FIGURA 08: Esquema do olho de um canídeo
Fonte: http://labellealana.blogspot.com.br/2011/07/ulcera-de-cornea-ou-ceratite-ulcerativa.html
O campo de visão dos cães é mais amplo que o do homem devido a
posição dos seus olhos, ao lado da cabeça. Enquanto o ser humano tem um campo
de visão na ordem dos 180°, o campo de visão dos cães varia entre 220° e 270°.
Essa variação no campo de visão está relacionada à raça do animal, de acordo com
Santos (2004, p.23)
Os cães de pastor, que precisam controlar um grande espaço circundante, têm os olhos situados nos lados da cabeça, enquanto os cães de toca, por exemplo, dado que necessitam de concentrar sua visão num campo restrito, os têm colocados na parte anterior.
31
Os cães captam com mais facilidade alvos em movimento, eles são capazes
de distinguir presas a mais de trezentos metros desde que estas estejam se
movimentando. Isso é uma evolução adaptativa devido ao seu instinto de caçador.
3.2.2.2 Audição
A audição é um dos órgãos sensitivos do cão mais explorados no serviço de
busca e resgate dado a sua sensibilidade muito superior a do ser humano. Os cães
são capazes de localizar com precisão a direção e a origem do som em seis
centésimos de segundo. Ouvem a uma distância quatro vezes maior que o ser
humano. Eis alguns dos motivos que levaram o cão a desenvolver tão bem a
audição:
Necessidade de ouvir predadores: para se manterem vivos os cães tiveram
que desenvolver sobremaneira o sentido da audição para fugir de predadores,
a natureza privilegiou aqueles que foram capazes de aguçar esse senso,
estes conseguiram sobreviver e geraram descendentes adaptados.
Formato e tamanho das orelhas: devido ao seu grande tamanho e ao
formato côncavo das orelhas que permite captar as ondas sonoras e canalizá-
las diretamente ao tímpano.
Movimento das orelhas: as orelhas dos cães se movem semelhante a uma
antena, inclusive uma para cada lado, mostrando-se uma máquina
desenhada para ouvir maravilhosamente bem.
FIGURA 09: Descrição do pavilhão auditivo de um cão
Fonte: http://fisicamamiferos.blogspot.com.br/2009/11/audicao-do-cao.html
32
Possivelmente não existe distinção na capacidade auditiva nas diversas raças
de cães, cães com orelhas caídas ouvem tão bem quanto cães com orelhas
pontiagudas, estando com as orelhas relaxadas ou quando deitam, deixando
descoberto o canal auditivo. Mas, de acordo com o site Lordcãonews
Embora todas as raças possuam o mesmo potencial genético para ativar seus sentidos, a seleção feita pelos homens ao longo de vários séculos, faz com que determinadas raças tenham determinado sentido mais apurado do que outras, por exemplo, os Terriers têm uma audição muito favorecida, enquanto que os Hounds possuem uma maior capacidade para identificar cheiros, ou possuem uma visão mais aguçada.
3.2.2.3 Tato
O tato é o sentido responsável por manter o cão em contato com o meio
externo, bastante necessário nos primeiros dias de vida do animal, já que os
canídeos nascem com os olhos fechados, para conduzir o recém-nascido aos
mamilos da mãe possibilitando a alimentação do filhote. É o sentido responsável
pela sensibilidade do animal sentir frio, calor, dor. É o primeiro sentido a funcionar
em um cachorro, porém é um dos menos desenvolvidos. Os cães são bastante
resistentes ao frio, por não possuírem glândulas sudoríparas quando sentem calor
regulam a temperatura do corpo arquejando, assim evaporam água dos pulmões,
garganta, boca e língua (SANTOS, 2004, p.28). Se possuíssem glândulas de suor,
esse mecanismo diminuiria a temperatura do seu corpo, sem esse recurso, os
animais ficam de boca aberta no calor, ofegando, isto é, fazendo com que o ar frio
entre e resfrie seu corpo. Destaque maior para as raças mais peludas, adaptadas a
invernos rigorosos, que alem da pelagem ainda possuem uma camada de gordura
debaixo da pele que a auxiliam como isolante térmico durante as baixas
temperaturas.
3.2.2.4 Paladar
O paladar dos cães não é tão desenvolvido como o do ser humano pelo fato
dos canídeos possuírem menos papilas gustativas, enquanto possuímos cerca de
9.000 células dessas, os cães possuem mais ou menos 1.700. É através dessas
33
células que somos capazes de reconhecer a substância e enviar a informação para
o cérebro. Acredita-se que assim como o homem os cães são capazes de
diferenciar cinco espécies de sabores: salgado, ácido, amargo, acre e doce, a
seleção alimentar desses animais é mais olfativa que gustativa, eles recorrem ao
olfato para aceitar ou recusar o alimento. Como afirma Barbieri (2012)
A percepção do gosto varia conforme o sexo e a idade do animal. As cadelas são mais receptivas do que os cães ao gosto doce, e a sensibilidade gustativa é menor no início e no final da vida do animal, com uma eficiência máxima na idade adulta.
A língua dos cães além de ser utilizada para o paladar é também um
dissipador de calor conforme comentamos no item anterior.
3.2.2.5 Olfato
O olfato é para os cães o que os olhos são para o ser humano, sentido
extremamente desenvolvido, é o seu grande diferencial da espécie humana, é este o
sentido, aliado com a audição, mais explorado no serviço de busca e resgate. Tauz
(2011) destaca a importância do olfato canino quando informa que é esse o primeiro
sentido despertado quando os filhotes nascem, três ou quatro minutos após o
nascimento, com os olhos e os ouvidos ainda fechados, os novos cães conseguem
instintivamente pelo faro, encontrar as tetas da mãe sem necessariamente alguém
ter ensinado. Consequentemente os ouvidos abrem-se após alguns dias e o cão
passa a se familiarizar com os sons. Logo depois, dez para doze dias, abrem-se os
olhos.
34
FIGURA 10: Nariz de um Labrador
Fonte: http://olhares.uol.com.br/nariz-canino-foto1504310.html
Mundo dos Caninos (2012, citado por FILHO, 2012, p.18) justifica a
superioridade do olfato canino sobre a espécie humana informando que “tal
característica marcante advém das ramificações dos nervos olfativos na cavidade
nasal, que ocupam 160 cm², enquanto no homem a área chega a 5 cm².”
O olfato canino é cerca de 40 vezes mais sensível que o humano pelo fato
dos cães possuírem cerca de 250 milhões de células olfativas enquanto nós
possuímos apenas 5 milhões,numero bastante pequeno se comparado aos
canídeos.
De acordo com Absolute k9 Training (2012, traduzido e citado por FILHO,
2012, p.19)
O olfato supera todos os outros sentidos dos cães, os cães podem detectar cheiros 100 a um milhão de vezes menos concentradas do que os humanos, por exemplo, alguns cães podem detectar um cheiro humano numa lâmina de vidro que foi levemente tocada e deixada no tempo durante duas semanas. Podem sentir o cheiro de bombas e explosivos com maior precisão do que detectores como os espectrômetros de massa. Estudos mostram que cães treinados podem detectar doenças como diabetes, epilepsia e alguns tipos de câncer com precisão de 80 a 100%.
Lourenço e Furlan (2007, citado por SHIROMA, 2012, p.17) destacam alguns fatores
que justificam a eficiência olfativa dos cães sobre os seres humanos, são eles:
35
Mucosa olfativa maior;
Maior número de receptores olfativos;
Bulbo olfatório de maior tamanho; e
Grande quantidade de células para processar as informações olfatórias.
Do exposto foi possível entender o quão é importante o olfato para os cães e,
também, para o homem que deles fazem uso, de acordo com (VILMAR, 2006, p.21)
É através deste sentido que os cães identificam seus alimentos ou presas, no caso das caças, reconhecem seus donos através do odor, desperta o estímulo sexual quando as fêmeas estão no cio, demarcam seus territórios pelo odor da urina e até mesmo quando localizam pessoas perdidas em matas, escombros, etc.
3.3 OS CÃES DE RESGATE
Este tópico busca descrever algumas características essenciais que um cão
deve possuir para ser usado no serviço de busca e resgate. Lembrando que a
utilização desses animais no serviço bombeiro militar pode ser a diferença entre a
vida e a morte, pois no serviço de resgate cada segundo é essencial.
Quando falamos de uso de cães para o serviço militar a grande pergunta que
vem à tona é: qual a melhor raça para ser usada nesse tipo de oficio?
3.3.1 Raças de cães
Para Greif (2012) o conceito de raça está relacionado a um “grupo de animais
cruzados seguidamente entre si para expressar determinadas características que
lhes confere visível semelhança, e algumas vezes a propensão a determinada
índole”. Salles (2012) afirma que para um cão ser considerado de uma determinada
raça é exigido alguns critérios como:
Ter as características morfológicas e temperamentais padronizadas para a
raça;
Possuir seu nome e os nomes de seus ancestrais registrados num controle
genealógico público;
36
Ter a capacidade de reproduzir as características uniformizadas para a raça
quando acasalado com outro exemplar da mesma variedade.
Existem atualmente cerca de 500 raças “puras” de cães conhecidas no
mundo, se levássemos em conta as raças cruzadas e os cães sem raça definida o
número desses exemplares aumentaria sobremaneira.
Vilmar (2006, p.27) divide as raças da seguinte forma:
Cão considerado de “raça pura”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães da mesma raça, geralmente estes cães possuem o registro ou pedigree emitido por uma entidade de criadores de cães (Kennel Clube); Cão considerado de “raça cruzada”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães de diferentes raças (raça pura), estes cães não possuem o registro ou pedigree, porém, o cruzamento seqüencial ou contínuo entre cães de uma mesma raça cruzada, pode estabelecer padrões para o surgimento de uma nova raça, que poderá ser reconhecida futuramente como raça por alguma entidade de criadores de cães. Um exemplo desse tipo de caso que se tornou raça é o labernese, que inicialmente foi resultante do cruzamento entre as raças labrador e bernese mountain, que é reconhecido no Canadá; Cão considerado “sem raça definida”: quando ele é resultante do cruzamento entre cães de diferentes raças cruzadas, ou do cruzamento entre uma raça pura e uma raça cruzada, estes cães também não possuem o registro ou pedigree, e são popularmente conhecidos no Brasil como “vira-latas”.
A Federação Internacional de Cinofilia (FCI) e, consequentemente a
Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) dividiram as raças de cães em onze
categorias levando em consideração o porte, a utilização, as habilidades específicas,
o país de origem da raça, entre outras (Id Ibdem), cada grupo tem algumas seções
que lhe são correspondentes:
QUADRO 03: Classificação das raças de acordo com a FCI e CBKC
GRUPO 1 Cães de Pastor e Boieiros (excepto Boieiros Suíços)
Seção 1 Cães de pastor
Seção 2 - Boieiros (excepto Boieiros Suíços)
GRUPO 2 Cães de tipo pinscher e schnauzer, molossoides, cães
montanheses e boieiros suíços
Seção 1 Tipo Pinscher e Schnauzer
Seção 2 Molossóides
Seção 3 Boieiros Suiços
GRUPO 3 Terriers
37
Seção 1 Terriers de médio e grande porte
Seção 2 Terriers de pequeno porte
Seção 3 Terriers de tipo Bull
Seção 4 Terriers de Companhia
GRUPO 4 Dachshunds
GRUPO 5 Cães de tipo Spitz e de tipo Primitivo
Seção 1 Cães Nórdicos de Trenó
Seção 2 Cães Nórdicos de Caça
Seção 3 Cães Nórdicos de Guarda e Pastoreio
Seção 4 Spitzs europeus
Seção 5 Spitzs asiáticos e raças semelhantes
Seção 6 Cães de tipo Primitivo
Seção 7 Cães de Caça de tipo Primitivo
Seção 8 Cães de Caça de tipo Primitivo com uma Crista Dorsal
GRUPO 6 Sabujos Farejadores e Raças Assemelhadas
Seção 1 Farejadores
Seção 2 Farejadores de Rastro de Sangue
Seção 3 Raças semelhantes
GRUPO 7 Cães de Parar ou Cães Apontadores
Seção 1 Cães de Parar Continentais
Seção 2 Cães de Parar Britânicos
GRUPO 8 Cães Levantadores e Cobradores de Caça e Cães de Água
Seção 1 Cães Cobradores de Caça (Retrievers)
Seção 2 Cães Levantadores de Caça
Seção 3 Cães de Água
GRUPO 9 Cães de Companhia
Seção 1 Bichons e raças semelhantes
Seção 2 Caniche (Poodle)
Seção 3 Cães Belgas de pequeno porte
Seção 4 Cães nús
Seção 5 Cães do Tibete
Seção 6 Spaniels ingleses de companhia
Seção 7 Eagneul Japonês e Pequinês
38
Seção 8 Epagneul Anão Continental e Pequeno Cão Russo
Seção 9 Kromfohrländer
Seção 10 Molossóides de pequeno porte
GRUPO 10 Galgos (Lébreis)
Seção 1 Galgos de pêlo comprido e franjeado
Seção 2 Galgos de pêlo cerdoso (duro)
Seção 3 Galgos de pêlo curto
GRUPO 11 Raças não reconhecidas pela FCI
Fonte:De Torgui,p.109
De acordo com o artigo 1° do estatuto da CBKC a entidade é
A Confederação Brasileira de Cinofilia, antes denominada Confederação do Brasil Kennel Clube, sucessora dos Convênios nacionais e internacionais e direitos adquiridos do Brasil Kennel Clube, é uma Associação Civil sem fins lucrativos, constituída pelas Federações Estaduais, Entidades Ecléticas Assemelhadas, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro (RJ), duração por prazo indeterminado, utilizando a sigla CBKC.
E a Federação Internacional de Cinofilia (FCI) de acordo com a definição de
VILMAR (2006, p.28):
É uma organização canina mundial, com sede na Bélgica, composta por 82 (oitenta e dois) associações, sendo que em cada país existe apenas uma associação filiada a FCI, sua finalidade é garantir o reconhecimento mutuo dos pedigrees e regras entre os países membros, sendo estabelecidos padrões internacionais para as diversas raças reconhecidas pela organização, cabendo aos países membros o controle e a expedição dos seus próprios pedigrees;
Temos no Estado da Paraíba uma entidade filiada à CBKC denominada
Kennel Clube do Estado da Paraíba (KCPB), sediada na cidade de João Pessoa.
Essa associação visa “desenvolver e fiscalizar a emissão dos pedigrees junto aos
seus associados, que são os canis registrados, e organizar as exposições e demais
atividades cinófilas no âmbito estadual” ((Id Ibdem).
39
3.3.2 Principais raças usadas no serviço de resgate
Como vimos no quadro acima existem diversos grupos de raças caninas,
cães para os mais diversos serviços e necessidades. Através de estudos e
pesquisas encontramos vários exemplares de raças que é usado no serviço de
busca e resgate nas instituições de bombeiro militar pelo Brasil, para nossa
realidade selecionamos seis raças, por acreditarmos que corresponde melhor à
realidade do nosso Estado, características operacionais, geográfica e climática.
Lembrando que o clima é um fator externo que muito influencia no sucesso
de uma ocorrência, analisando brevemente os efeitos fisiológicos do calor vamos
perceber que este é capaz de causar exaustão fazendo com que o combatente
perca grande quantidade de eletrólitos por transpiração e consequentemente
levando-o ao desmaio. A exposição ao calor causa também desidratação, como os
cães não têm a capacidade de suar como o ser humano e sua transpiração de dá
através da língua, a grande exposição ao calor deixaria o animal bastante ofegando
comprometendo o desempenho desde no desenvolvimento do serviço.
3.3.2.1 Labrador Retriever
O Labrador é um cão de porte médio, seu tamanho varia de 56 a 57 cm nos
machos e de 54 a 56 cm nas fêmeas, seu peso se diversifica entre 25 e 30 kg, o
perfil psicológico desse animal é bastante aproveitável para o serviço de resgate,
pois é um cão de característica sólida e fortemente estruturado, tem um bom
temperamento e é bastante amigável. Uma das características que pesou na
escolha desse exemplar é sua paixão pela água, seja no período do inverno ou
verão. Sua cauda, bastante parecida com a da lontra ajuda no desenvolvimento
dessa aptidão. É um animal apto ao treinamento se destacando por sua
precocidade, pode ser ensinado a partir dos 6 ou 8 meses de vida sem dificuldade
alguma.Seu pelo é curto(ideal para o clima do Estado da Paraíba),áspero ao tato e
tem subpelagem resistente à água (LAROUSSE 2010,p.162).Essa é a raça adotada
pelo Corpo de Bombeiros do Estado de Santa Catarina,um dos estados referencia
no uso de cães para o serviço de resgate,Junior (2010) destaca que:
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Labradores podem latir como aviso, quando notarem algo que lhes pareça estranho, mas não agirão de modo agressivo, a característica de ser retriever, que é o mesmo que recuperador. Além de ser um cão com temperamento fantástico, possui um faro apurado, excelente nadador, muito inteligente e capacitado a desempenhar tarefas complexas.
A cor de sua pelagem pode ser preta, marrom,amarelo ou creme-claro.
FIGURA 11: Red, Labrador que atuou em buscas no 11 de setembro de 2001
Fonte: http://xlabrador.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html.
Estudando a origem dessa raça percebemos que sua adaptação à água está
no seu DNA por conta de sua genealogia, de acordo com Larousse (2010, p.162) o
labrador é:
Descendente do “Cão de Saint-Jones, que vivia no século XVIII na ilha de Terra Nova, a oeste da foz do rio Saint-Laurent, no Canadá, o Labrador Retriever era utilizado pelos pescadores de bacalhau para recuperar os peixes escapados da rede. Por volta de 1820 ele foi levado para a Grã-Bretanha.
3.3.2.2 Pastor Alemão
O pastor alemão é um cão de médio porte, seu tamanho varia de 60 a 65 cm
nos machos e de 55 a 60 cm nas fêmeas, seu peso se diversifica na faixa de 30 a 40
kg nos machos e 22 a 32 kg nas fêmeas, apresenta uma pelagem de comprimento
mediano variando entre 4 e 6 cm no dorso.
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FIGURA 12: Zandor, cão de resgate do CBMRJ
Fonte: http://www.veterinariosnaestrada.com.br/samba/blog/7-expedicoes/176-
zandor.html
Essa raça caracteriza um animal robusto, corajoso, inteligente (está figurado
na terceira posição do ranking de inteligência do pesquisador Stanely Coren),
musculoso, harmonioso, de agressividade controlada e de fácil adestramento.
Bastante usado nos serviços de policia devido ao seu olfato bastante apurado, essa
característica justifica a sua inclusão no rol dos cães de resgate, o pastor é tido
como mestre na arte do rastreamento, tanto na localização de um bandido ou uma
criança perdida como para encontrar pequenas ou grandes quantidades de drogas
no fundo de uma mochila. “Hoje é a única raça de cães que está entre os três
primeiros lugares em registros de filhotes em quase todos os países com cinofilia
adiantada” (PEREIRA, 2012). Essa premissa é confirmada por Correa (2010) do
blog as melhores raças:
Extremamente adaptável, o Pastor Alemão pode suportar mudanças de temperaturas, vivendo bem em países de clima muito quente ou muito frio. Também é capaz de andar por diversos tipos de terrenos e geografias, horas seguidas, sem se cansar ou se machucar. Aliás, essa facilidade de se adaptar a todo tipo de desafio é um dos motivos pelo qual os Pastores Alemães são tão empregados no serviço policial de todo o mundo.
Atuou nas duas grandes guerras mundiais para transportar kits, localizar
feridos, detonar minas e bombas, encontrar esconderijos de soldados inimigos,
servir de sentinela avisando a chegada de intrusos.
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Sobre a origem do pastor, existem algumas controvérsias Zucco (2012), do
site Cachorro Bom ratifica que
Existem diferentes teorias sobre as origens do Pastor Alemão: alguns dizem que a raça foi resultado do cruzamento entre diversas raças de cães pastores na Alemanha; outros dizem que foi o resultado espontâneo do cruzamento de cadelas pastoras e lobos. De qualquer modo, sabe-se que o primeiro registro de um cachorro "Pastor Alemão" data de 1882, em Hanover.
Outra corrente acredita que o pastor alemão tenha surgido no período da
idade dos metais, há cerca de 8000 anos. Essa teoria é confirmada pela semelhança
entre os exemplares atuais e os fósseis encontrados na Alemanha que datam do
século XII e XIII. “Desenvolvendo a agricultura extensiva, sem cercas, os alemães
necessitavam de cães que evitassem a invasão das culturas pelas ovelhas. Para
essa atividade foram criados todas as famílias de cães pastores” (PEREIRA, 2012).
3.3.2.3 Golden Retriever
O Golden é um cão de médio porte, seu tamanho varia de 56 a 61 cm nos
machos e de 51 a 56 cm nas fêmeas, o macho varia seu peso entre 29 e 31 kg,
enquanto as fêmeas variam entre 25 e 27 kg, ocupa a seção 1 do grupo 8 da
classificação de raças da FCI, sua aparência lembra um Labrador, só que nesse
caso de pelos mais compridos.
A origem desse animal está envolta em lendas Torgui (2004, p.181) testifica
que segundo relatos
“em 1858, o Sr.Dudley Marjoribank,que se tornou depois lord Tweedmouth,encontrou num circo em Brighton um lote de cães muito fortes de pelo amarelo e longo.A inteligência e a alegria dos cães entusiasmaram o lorde que comprou todo o lote.”
Esse animal no CBMPB seria bastante indicado para o serviço de busca de
cadáver e afogamentos, devido ao seu excelente faro aliado à sua grande aptidão
para água. O site cachorro ideal testifica que:
O Golden Retriever foi desenvolvido para a caça de aves aquáticas, fato esse que explica a razão de serem loucos por água, independente do frio que faça. Trabalhavam na caça de busca, e atualmente ainda são os preferidos destes caçadores, além de ser o perfeito cão de companhia.
3.3.2.4 Border Collie
Cão de médio porte medindo cerca de 53 cm e pesando entre 15 e 20 kg,se
destacam por pela sua agilidade, inteligência, resistência e uma firme vontade de
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trabalhar.Essa raça é originária da região montanhosa da Grã-Bretanha (entre a
Escócia e a Inglaterra), ela descende de antigos cães pastores que foram trazidos
para a Escócia durante as invasões vikings. A palavra Border significa “fronteira” em
inglês e Collie pode ter tido origem na palavra “Colley” uma raça de ovelhas.
Uma boa opção para o serviço de resgate, de acordo com pesquisas
“começam a mostrar sinais de compreensão de comandos simples após 5
repetições, e não precisam de muita prática para manter estes comandos, sendo
que possuem características que facilitam muito o adestramento” Manhanini (2011)
FIGURA 13: Imagem de um Border Collie.
Fonte: http://racasdecachorro.com/2011/03/saiba-tudo-sobre-a-raca-de-cachorros-border-collie/
Essas raças citadas acima são as mais utilizadas pelos Corpos De Bombeiros
espalhados pelo Brasil no serviço operacional, existem outros exemplares como o
TERRA NOVA, o BLOODHOUND, o PASTOR BELGA MALINOIS, só para citar
alguns exemplos, mas acreditamos que pelo perfil psicológico das raças que
detalhamos,vigor físico,disposição para o trabalho e capacidade de se adaptar ao
nosso clima e relevos elas são as mais indicadas para o perfil de serviço do nosso
estado.É certo, porém, que a raça não é um fator preponderante na escolha de um
animal,podendo ser usado até mesmo os cães sem raça definida (comumente
chamados de “vira-latas”),desde que esses gostem de brincar,tenha prazer na
busca,seja dócil,sociável,adaptável ao barulho.
4 IMPLANTAÇÃO DO CANIL NO CBMPB:
Chegamos agora no ponto essencial do nosso trabalho, já destacamos a
importância do serviço de cães e destacamos a necessidade de implantação de
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uma equipe cinotécnica no CBMPB. Partiremos agora para o passo a passo de
todo o processo burocrático e operacional de estabelecimento da estrutura física,
escolha do local, aquisição e especificação de viaturas, treinamento e seleção do
pessoal especializado, manutenção do canil. Para tanto foi feita uma visita ao
Canil do CBMPE e entrevistado o tenente Barbalho, responsável pelo serviço
com cães naquele Estado.
4.1 CURSO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
Antes de falarmos sobre a estrutura física se faz necessário descrever as
características necessárias ao militar para que ele esteja habilitado ao serviço de
busca e resgate com cães.
Como em toda atividade no corpo de bombeiros, os militares que almejam
trabalhar no serviço de busca e resgate com cães devem gozar de resistência física
e boa saúde, possuir controle emocional e paciência, pois nesse tipo de treinamento
o desenvolvimento do canídeo nem sempre evolui do modo que esperamos, estar
preparado para trabalhar em meio a situações adversas e estar apto a realizar
atividades em possíveis situações de risco e alto impacto emocional, ter profundo
conhecimento de técnicas de APH (atendimento pré-hospitalar) e resgate de feridos
e gostar de cães.
De acordo com Vilmar (2006,p.51)
O tempo médio de treinamento varia entre dois e três anos; É realizado primeiro um treinamento em adestramento básico, para depois ser introduzido o treinamento específico de busca e salvamento; O Homem é treinado juntamente com um cão, sendo assim, por exemplo, em um curso de adestramento o animal já vai sendo adestrado, servindo como comprovação, no final do treinamento, da capacitação do adestrador.
No Estado de Santa Catarina já existe uma tradição de treinamento de
equipes cinófilas, mas temos este treinamento também na Bahia. No mês de
Novembro de 2012 iniciou-se o curso para uma nova turma de busca, resgate e
salvamento com cães, com 18 militares e carga horária de 195 h/aula. O curso
aborda disciplinas como Operações helitransportadas, Busca e resgate em
estruturas colapsadas, Operação em áreas deslizadas, Busca urbana com cães,
entre outras.
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4.2 ESTRUTURA FÍSICA
O corpo de bombeiros militar do Estado de Pernambuco inaugurou esse mês
no GBSAT (Grupamento de Busca,Salvamento e Ações Taticas) o canil para
atuação de busca e resgate com cães,a unidade tem como comandante o 2°ten
Barbalho e conta com mais 11 militares especialistas na área que atuam como
adestradores e guias.O canil possui:
Sala administrativa;
Sala de enfermaria veterinária;
Alojamento;
Sala de ração e
5 box
igura n°14: Vista Geral do Canil do CBMPE.
Fonte: Mário Germano
O canil possui uma área total de 18x25 metros, área verde para que o cão
possa se locomover livremente e uma área de brita para que ao adentrar no Box o
adestrador não leve bactérias para os animais, é recomendado também uma área
de cal por esse mesmo motivo.
Abaixo teremos mais uma imagem do canil que conseguimos na visita que
fizemos ao grupamento em novembro de 2012.
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Figura n° 15: Área verde e caixa de brita.
Fonte: Mário Germano
Ao redor do Box temos uma cerca de metal com espaçamentos para evitar
que se alojem pulgas ou carrapatos.O chão é de cimento para evitar que o cão
deslize ou que ele contraia algum problema de coluna.
Figura n°16: Box.
Fonte: Mário Germano
Abaixo apresentaremos a planta baixa de um Box,apresentada pelo cinólogo
Bruno Tausz do site www.saudeanimal.com.br.
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Figura n°17: Planta Baixa de um Box.
Fonte: http://www.saudeanimal.com.br/2mil_005.htm
De acordo com Bruno Tausz (2012) as paredes devem ser contruidas da
seguinte forma:
As paredes deverão ser confeccionadas com tijolos de barro, chapiscadas e revestidas com uma massa de cimento e areia ou azulejos, para evitar que os cães, ao arranharem as paredes, façam buracos. Os tijolos mantêm um colchão de ar entre as suas superfícies, conservando a temperatura ideal.
Caso o canil não tenha convenio com algum hospital veterinário, é importante
haver também uma sala de tosa, banho e cuidados veterinários. É necessário haver,
também, uma sala de isolamento ou quarentena para que se por acaso algum
animal ficar doente preservar os demais. Uma piscina também é ideal para o
treinamento do cão, além de ser o exercício mais completo por trabalhar todos os
músculos.
4.3 EQUIPAMENTOS E VIATURAS
A relação de equipamentos para iniciar o serviço com cães no Corpo de
bombeiros do nosso Estado,com 11 militares,de acordo com o que ocorre em
Pernambuco está inserida no anexo A desse trabalho.
A corporação deve também se preocupar com a escolha dos melhores
exemplares de raças que já descrevemos em tópicos anteriores, abaixo
relacionamos o valor médio de um cão:
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RAÇA PREÇO
Labrador R$ 900,00
Pastor Alemão R$ 1000,00
Golden Retriever R$ 2000,00
Border Collie R$ 1800,00
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de cães já é rotina em alguns Estados da federação, em muitas
catástrofes a inclusão desses animais na equipe de resgate foi o ponto crucial
para a efetivação de um melhor desfecho da ocorrência. Esse trabalho
monográfico busca evidenciar a viabilidade e necessidade de implantação do
serviço no Estado da Paraíba.
Foi feita uma breve análise de estatística de ocorrências do ano de 2011 junto
ao CIOP para fundamentar o nosso tema, foi feita também uma visita ao CANIL
do Corpo de Bombeiros de Pernambuco a fim de recebermos orientação quanto
à implantação da estrutura física e o treinamento e seleção do pessoal.
Foi exaustivamente analisado a superioridade dos sentidos dos cães em
relação ao do homem e destacado a eficiência desses para o serviço de busca e
resgate.
Ao final foi detalhado o processo de implantação do canil, tanto quanto a
estrutura física, treinamento de pessoal, processo licitatório para aquisição de
viaturas especializadas e cães para o serviço.
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