Monografia violência doméstica

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  • 7/21/2019 Monografia violncia domstica

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    INTRODUO

    A presente monografia visou tratar do tema da violncia domstica contra

    a mulher e sua tipificao pela Lei Maria da Penha, objetivando primordialmente

    esclarecer se a Lei Maria da Penha inconstitucional, em virtude de seu artigo !

    e"pressamente ter afastado a aplicao da Lei dos #ui$ados %speciais aos crimes

    de violncia domstica contra a mulher, descaracteri$ando, assim, referidos crimes

    como delitos de menor potencial ofensivo para dar a devida tipificao ao crime em

    apreo&

    'abe(se )ue o crime de violncia domstica contra a mulher sempre

    esteve presente na hist*ria da humanidade& +ontudo, o crime em comento somenteveio a ser reconhecido como srio problema de sade pblica a partir da dcada de

    -., especialmente em virtude da mobili$ao de organi$a/es internacionais, como

    a 0rgani$ao Mundial de 'ade&

    Pode(se definir o crime de violncia domstica contra a mulher como

    sendo toda e )ual)uer agresso baseada no gnero e cometida dentro do ambiente

    domstico, familiar ou na relao 1ntima de afeto, resultando em dano 2 v1tima,

    causando tambm constrangimento e sofrimento 2 mulher vitimi$ada, podendo talviolncia chegar at mesmo a causar a morte&

    3em(se )ue a violncia domstica contra a mulher a espcie de violncia

    de gnero mais comumente registrada, tendo sido especialmente em virtude de sua

    alta prevalncia, em ra$o de seus elevados 1ndices, )ue o crime de violncia

    praticada contra a mulher no 4mbito domstico ganhou maior desta)ue nas ltimas

    dcadas, isso tudo atrelado 2 luta do movimento feminista&

    5esse conte"to, em virtude de seus elevados 1ndices, bem como em ra$ode ser o crime de violncia domstica contra a mulher um crime de caracter1sticas e

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    -

    particularidades muito singulares, tudo isso atrelado 2 forte influncia do movimento

    feminista, foi )ue surgiu no cen6rio jur1dico p6trio, no ano de 7.., a Lei n9& !!&:.,

    mais conhecida como Lei Maria da Penha&

    ;mportante desde j6 destacar )ue a Lei Maria da Penha trou"e nova

    regulamentao 2 )uesto do crime de violncia domstica contra a mulher,

    reali$ando significativas altera/es e relevantes inova/es no disciplinamento

    jur1dico(penal do supracitado crime&

    Pode(se afirmar )ue referida Lei veio justamente para atender ao

    compromisso constitucional )ue garante especial proteo 2 fam1lia por parte do

    %stado, constituindo(se, apesar da morosidade em sua elaborao, em uma

    relevante con)uista para as mulheres brasileiras, por ser um instrumento legalelaborado de forma cautelosa, detalhada e abrangente, dando o devido tratamento

    )ue o crime de violncia domstica contra a mulher h6 muito tempo necessitava&

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    !.

    CAPTULO I. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    1.1. Conceito e objetivo do controle decontit!cion"lid"de#incontit!cion"lid"de

    3avares a

    inconstitucionalidade das leis e"presso, em seu sentido mais lato, designativa da

    incompatibilidade entre atos ou fatos jur1dicos e a +onstituio?, servindo, portanto,

    para caracteri$ar o fato juridicamente relevante da conduta omissiva do legislador

    p6trio, bem como tambm servindo para indicar a incompatibilidade entre o ato

    jur1dico, )uer seja privado ou pblico, e a +onstituio @ederal, isso sob seus v6rios

    aspectos agente, contedo, forma ou fim&

    B justamente por isso )ue Camos

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    !!

    direta e intimamente ligada 2 )uesto da 'upremacia da +onstituio sobre todas as

    demais normas do ordenamento jur1dico p6trio, bem como tambm 2 )uesto da

    rigide$ constitucional e da proteo dos direitos fundamentais

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    !7

    1.$. Ti%o de incontit!cion"lid"de

    Ao se tratar do tema do controle de

    constitucionalidadeDinconstitucionalidade, relevante se fa$ reali$ar uma abordagem

    breve dos tipos de inconstitucionalidade )ue so atualmente reconhecidos pela

    doutrina p6tria, isso visando facilitar a compreenso do assunto da presente

    pes)uisa&

    ;nicialmente, tem(se a distino cl6ssica entre inconstitucionalidade formal

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    !:

    1.&. Ti%o de controle de contit!cion"lid"de

    5o ordenamento brasileiro, tm(se duas sortes de controle de

    constitucionalidade das leis e atos normativos o controle por via de ao e o

    controle por via de e"ceo, sendo relevante esclarecer )ue, no sistema

    constitucional p6trio, o emprego e a introduo das duas tcnicas tradu$em, de certa

    forma, uma determinada evoluo doutrin6ria e institucional )ue merece ser

    destacada

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    !

    ou mtodos de controle jur1dico repressivo, a saber o concentrado

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    !G

    +onstituio @ederal?, hip*tese de controle essa )ue poder6 ser tambm reali$ada

    pelo Plen6rio da +asa Legislativa, em havendo rejeio do Projeto de Lei por

    inconstitucionalidade= e o veto jur1dico

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    !

    @ederal a Mesa da +4mara dos Ieputados a Mesa da Assemblia Legislativa a

    Mesa da +4mara Legislativa do Iistrito @ederal o overnador de %stado o

    overnador do Iistrito @ederal o Procurador(eral da Cepblica o +onselho

    @ederal da 0rdem dos Advogados do Jrasil os partidos pol1ticos com representao

    no +ongresso 5acional as confedera/es sindicais ou entidades de classe de

    4mbito nacional

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    !E

    1.'.$. A)*o diret" de incontit!cion"lid"de interventiv" ,ADIN interventiv"-

    3em(se )ue a ao direta de inconstitucionalidade interventiva o

    instrumento cab1vel para controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo

    estadual ou distrital de nature$a estadual )ue desrespeitar os princ1pios sens1veis da

    +onstituio @ederal de !-88, bem como tambm de lei municipal )ue violar os

    princ1pios indicados na +onstituio %stadual desrespeitada, o )ue dei"a claro,

    portanto, )ue a AI;5 interventiva se trata justamente de um mecanismo de soluo

    do lit1gio constitucional )ue se formou entre a Onio e um %stado(membro ou, ento,

    entre um %stado(membro e um Munic1pio

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    !8

    de !-88, cumulado com o artigo !7-, inciso ;K, concedem legitimidade ativa

    e"clusiva ao Procurador(eral da Cepblica para propositura da AI;5 interventiva

    federal e estadual& Por sua ve$, a legitimidade passiva na relao processual ser6

    justamente do ente federativo ao )ual se imputa a alegada inobserv4ncia de

    princ1pio sens1vel constitucional

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    !-

    um dever )ue a +arta Magna lhe atribuiu

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    7.

    1.'.'. A)*o decl"r"t/ri" de contit!cion"lid"de ,ADC-

    'abe(se )ue a ao declarat*ria de constitucionalidade uma modalidade

    de controle por via principal, concentrado e abstrato, tendo por objetivo afastar a

    insegurana e a incerte$a jur1dica sobre a validade de lei ou ato normativo federal,

    buscando, assim, preservar a ordem jur1dica constitucional

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    7!

    -&887D!---, )ue determina, em seu par6grafo !S, )ue a AIP@ tem a finalidade de

    >evitar ou reparar leso a preceito fundamental, resultante de ato do poder pblico?,

    devendo(se compreender )ue preceitos fundamentais so decis/es pol1ticas e rol de

    direitos e garantias fundamentais

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    CAPTULO II. 4IOL5NCIA CONTRA A 6UL7ER E A LEI 6ARIA DA

    PEN7A

    $.1. De2ini)*o de viol8nci" contr" " !l9er

    Ie acordo com o )ue lecionam 3eles N Melo

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    7:

    tratos e abuso se"ualb= ocorrida na comunidade e cometida por )ual)uer pessoa, incluindo, entreoutras formas, o estupro, abuso se"ual, tortura, tr6fico de mulheres,prostituio forada, se)Restro e assdio se"ual no local de trabalho, bemcomo em institui/es educacionais, servios de sade ou )ual)uer outro

    local ec= perpetrada ou tolerada pelo %stado ou seus agentes, onde )uer )ueocorra&

    3ambm oferecendo uma definio bastante completa, o +onselho da

    %uropa apudCibeiro mais fraco? mais forte?

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    Iiante de todo o e"posto, pode(se observar )ue a violncia contra a

    mulher se configura como um fenHmeno de mltiplas determina/es, referindo(se 2

    hierar)uia de poder, aos conflitos de autoridade e ao desejo de dom1nio e

    ani)uilamento da mulher

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    7G

    cometida contra a mulher no lar, no seu ambiente domstico, por um membro da

    fam1lia )ue conviva com a v1tima, podendo ser este homem ou mulher, criana,

    adolescente, adulto ou idoso, incluindo(se a)ui, inclusive, seu marido ou cHnjuge

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    e"plorao e limitao do direito de ir e vir ou )ual)uer outro meio )ue lhecause preju1$o 2 sade psicol*gica e 2 autodeterminao;;; ( a violncia se"ual, entendida como )ual)uer conduta )ue a constranja apresenciar, a manter ou a participar de relao se"ual no desejada,mediante intimidao, ameaa, coao ou uso da fora )ue a indu$a a

    comerciali$ar ou a utili$ar, de )ual)uer modo, a sua se"ualidade, )ue aimpea de usar )ual)uer mtodo contraceptivo ou )ue a force aomatrimHnio, 2 gravide$, ao aborto ou 2 prostituio, mediante coao,chantagem, suborno ou manipulao ou )ue limite ou anule o e"erc1cio deseus direitos se"uais e reprodutivos;K ( a violncia patrimonial, entendida como )ual)uer conduta )ue configurereteno, subtrao, destruio parcial ou total de seus objetos,instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ourecursos econHmicos, incluindo os destinados a satisfa$er suasnecessidadesK ( a violncia moral, entendida como )ual)uer conduta )ue configurecalnia, difamao ou injria&

    Iiante da redao dos mencionados dispositivos, pode(se, portanto,

    concluir )ue a violncia domstica e familiar contra a mulher o alvo direto da Lei

    Maria da Penha&

    +ontudo, importante destacar )ue no raras ve$es as supramencionadas

    espcies de violncia contra a mulher ocorrem cumulativamente, pois, apesar de

    estarem didaticamente categori$adas, percebe(se )ue as espcies de violncia

    contra a mulher se misturam e se entrelaam de diversas formas

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    7E

    supramencionados dispositivos, pode(se formular um conceito mais pertinente de

    violncia domstica contra a mulher, )ue, segundo o artigo G9 e E9, >)ual)uer ao

    ou omisso baseada no gnero )ue lhe cause morte, leso, sofrimento f1sico, se"ual

    ou psicol*gico e dano moral ou patrimonial?, )uer seja no 4mbito da unidade

    domstica, )uer seja no 4mbito da fam1lia, )uer seja em )ual)uer relao 1ntima de

    afeto, independentemente da orientao se"ual do par, ocorrendo justamente

    atravs do emprego de violncia f1sica, de violncia psicol*gica, de violncia se"ual,

    de violncia patrimonial ou de violncia moral

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    Por sua ve$, a agresso no 4mbito da fam1lia abraa justamente a)uela

    violncia praticada entre pessoas ligadas e unidas por um v1nculo jur1dico de

    nature$a familiar, podendo, a seu turno, ser conjugal, em ra$o de parentesco

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    7-

    $.'. 4iol8nci" do(tic" contr" " !l9er e " Lei 6"ri" d" Pen9"

    'egundo Jruschi, Paula N Jordin

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    :.

    7..G=&

    A despeito disso, no tocante 2 )uesto da violncia domstica contra a

    mulher, pode(se afirmar )ue, at a promulgao da Lei Maria da Penha, um

    importante antecedente legislativo ocorreu em 7..7, justamente atravs da Lei n9&

    !.&GGD7..7, )ue acrescentou ao par6grafo nico do artigo - da Lei n9& -&.--D!--G

    a previso de uma medida cautelar, de nature$a penal, contra o violentador da

    mulher no pa1s, consistente justamente no afastamento do agressor do lar conjugal

    na hip*tese de violncia domstica, a ser decretada pelo #ui$ do #ui$ado %special

    +riminal

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    :!

    maneira espec1fica

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    :7

    CAPTULO III. LEI 6ARIA DA PEN7A E A >UESTO DE SUA

    CONSTITUCIONALIDADE

    &.1. Inov")?e tr"=id" %el" Lei 6"ri" d" Pen9"

    Primeiramente, cumpre destacar )ue, em vigor desde o dia 77 de

    setembro de 7.., a Lei n9& !!&:., de .E de agosto de 7.., inovou ao instituir

    mecanismos para coibir a violncia domstica e familiar contra a mulher, podendo(se

    mesmo afirmar )ue supracitada Lei se constituiu em um verdadeiro avano

    legislativo p6trio, tra$endo inova/es muito significativas e bastante pertinentes no

    combate e na punio da violncia domstica contra a mulher

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    ::

    dessa espcie de crime de gnero, e promulgando, ainda, a participao do

    Ministrio Pblico nas a/es judiciais&

    0utro avano bastante significativo da Lei Maria da Penha foi a criao

    dos #ui$ados de Kiolncia Iomstica e @amiliar contra a Mulher

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    :

    seguinte redao >o poder pblico desenvolver6 pol1ticas )ue visem garantir os

    direitos humanos das mulheres no 4mbito das rela/es domsticas e familiares no

    sentido de resguard6(las de toda forma de negligncia, discriminao, e"plorao,

    violncia, crueldade e opresso?

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    :G

    potencial ofensivo, as contraven/es penais, os crimes a )ue a lei cominapena m6"ima no superior a dois anos, bem como os crimes de les/escorporais leves e les/es culposas& A autoridade policial no elaborain)urito policial, limitando(se a redigir termo circunstanciado, a serencaminhado a ju1$o& 5a esfera judicial, tais infra/es so apreciadas

    atravs de procedimentos )ue a lei chama de sumar1ssimo, pois marcadospelo critrio da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade

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    esse )ue descortinava uma triste realidade no pa1s e demonstrava claramente )ue

    era urgente e necess6rio )ue se tomasse uma providncia no tocante 2 sua efica$

    penali$ao, por meio de uma autntica ao afirmativa em favor da mulher vitimada

    pela violncia domstica, especialmente em virtude dos altos 1ndices de incidncia e

    prevalncia dessa espcie de crime dentre as estat1sticas de violncia contra a

    mulher

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    :E

    %speciais e, conse)Rentemente, retirar o r*tulo de infrao de menor potencial

    ofensivo da violncia domstica praticada contra a mulher&

    Portanto, e de acordo com Jastos

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    :8

    7..-&.7:.7G(:& 3#M' F 7^ 3urma +riminal, Celator Ies& +arlos %duardo+ontar, j& !D!!D7..-, p& :.D!!D7..-=&

    C%+OC'0 %M '%53;I0 %'3C;30& K;0L]5+;A 50 QMJ;30I0MB'3;+0& 5W0 C%+%J;M%530 IA I%5X5+;A %

    %5+AM;5AM%530 I0' AO30' A0 #O;UAI0 %'P%+;AL +C;M;5AL&;5+05'3;3O+;05AL;IAI% I0 AC3& ! IA L%; 5& !!&:.D., 5W0+ACA+3%C;UAI0& A L%; MAC;A IA P%5A

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    :-

    +C;M;5AL %PC%''AM%53% A@A'3AIA P%L0 AC3& ! IA L%; 59!!&:.D. ( ;5%;'3]5+;A I% 0@%5'A A0 PC;5+_P;0+05'3;3O+;05AL IA ;OALIAI% %53C% 0M%5' % MOL%C%' (I;PL0MA L%AL TO% '% C%K%'3% I% +O50 I% AVW0 A@;CMA3;KA( I0O P%LA +0MP%3]5+;A I0 #O_U0 'O'+;3AI0

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    .

    CONCLUSO

    Atravs da presente pes)uisa, pHde(se verificar )ue a )uesto da

    violncia contra a mulher sempre esteve presente na hist*ria da humanidade, no

    constituindo, portanto, um fenHmeno social recente, posto )ue ao longo dos anos as

    mulheres sempre foram v1timas de discriminao, sendo consideradas seres

    inferiores e devendo estar sempre submissas aos homens, podendo(se destacar

    )ue a violncia de gnero tem origem justamente nessa discriminao hist*rica

    infundada )ue tanto maltrata os seres do se"o feminino&

    Ainda atualmente, a violncia contra a mulher se destaca no panorama

    mundial como um dos maiores e mais srios obst6culos 2 efetivao dos direitoshumanos das mulheres, sendo de se esclarecer )ue dentre todos os tipos de

    violncia cometidos contra a mulher h6 de se destacar a )ue praticada no

    ambiente domstico(familiar como sendo uma das mais cruis e perversas&

    +ontudo, deve(se compreender )ue a violncia contra a mulher no

    somente uma maneira de se agredir f1sica ou psicologicamente a mulher& A definio

    de violncia contra a mulher apresenta um conceito bem mais amplo, podendo ser

    compreendida como uma forma de restringir a liberdade da mulher, reprimindo(a eofendendo(a, )uer seja f1sica, psicol*gica, se"ual ou moralmente, atravs de

    condutas e a/es )ue cheguem a lhe causar danos e sofrimentos f1sicos, se"uais,

    psicol*gicos ou morais, e, em casos mais gravosos, at a morte&

    %m n1vel de Jrasil, tem(se )ue se pode di$er )ue o pa1s tomou mais

    conscincia do problema )ue a violncia contra a mulher durante os anos 8.,

    )uando a violncia domstica foi amplamente discutida e debatida pelo movimento

    feminista, resultando em ampla sensibili$ao social, sendo ainda de se e"plicitar)ue nessa mesma dcada as administra/es estaduais e federal criaram conselhos

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    !

    femininos para lidar com a violncia conjugal praticada contra a mulher&

    %ntretanto, pHde(se observar )ue foi apenas na dcada de -. )ue a

    violncia contra a mulher foi reconhecida como srio problema de sade pblica, por

    intermdio da mobili$ao de organi$a/es internacionais como a 0rgani$ao

    Mundial de 'ade&

    3em(se )ue a violncia domstica e familiar so as espcies de violncia

    contra a mulher mais comumente registradas, podendo tais espcies de violncia

    compreender situa/es diversas, como violncia f1sica, se"ual e psicol*gica

    cometidas por parceiros 1ntimos no ambiente domstico, sendo de se destacar )ue

    justamente em ra$o de sua prevalncia, o fenHmeno da violncia praticada contra a

    mulher no 4mbito domstico ganhou desta)ue nas ltimas dcadas, isso em ra$oda luta do movimento feminista&

    Assim, sob forte influncia do movimento feminista, e diante desse cen6rio

    de carncia e necessidade de uma legislao espec1fica, bem como tambm em

    virtude da realidade cruel )ue demonstra a ocorrncia di6ria de inmeros crimes de

    violncia praticados contra a mulher, foi )ue, em 7.., entrou em vigor a Lei Maria

    da Penha, sendo, portanto, de enfati$ar )ue at o advento da supracitada Lei, a

    violncia contra a mulher, mais especificamente a domstica e a familiar, norecebiam a devida e merecida ateno, )uer fosse pelo Poder Pblico, por parte do

    legislador, por parte do ordenamento jur1dico p6trio, ou )uer por parte da sociedade&

    @oi poss1vel verificar )ue a supracitada Lei inovou ao criar mecanismos

    para coibir a violncia domstica e familiar praticadas contra a mulher, constituindo(

    se, assim, em um verdadeiro avano legislativo p6trio, ao tra$er inova/es bastante

    significativas no combate 2 )uesto da violncia contra a mulher&

    A edio da Lei Maria da Penha levou muitos juristas e doutrinadores,inclusive, a afirmar )ue referida Lei veio justamente para atender ao compromisso

    constitucional )ue garante especial proteo 2 fam1lia por parte do %stado,

    constituindo(se em uma relevante con)uista para as mulheres brasileiras&

    @rise(se, ainda, )ue atravs da presente pes)uisa foi poss1vel se verificar

    )ue a Lei Maria da Penha e seu artigo ! nada tm de inconstitucional, uma ve$ )ue

    supracitado dispositivo veio para afastar a aplicao da Lei dos #ui$ados %speciais

    aos crimes de violncia domstica contra a mulher, retirando tal crime do rol dos

    crimes de menor potencial ofensivo e colocando(o em desta)ue como um crime

    seri1ssimo e )ue deve ser severamente punido, assim como o fa$ a Lei Maria da

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    Penha&

    Portanto, em n1vel de Jrasil, mais um importante passo j6 foi dado na

    construo de um mundo mais solid6rio, justo e humano para as mulheres, atravs

    da promulgao da Lei Maria da Penha, )ue tra$ em seu bojo medidas punitivas

    contra a violncia perpetrada contra a mulher&

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    :

    RE3ER5NCIAS

    JA+0@, 0& Normas constitucionais inconstitucionais?+oimbra Atl4ntida, !-EE&

    JACC0'0, L&C& O controle de constitucionalidade no direito brasileiro: e"posiosistem6tica da doutrina e an6lise cr1tica da jurisprudncia& 'o Paulo 'araiva, 7..&

    JA'30', Marcelo Lessa& Kiolncia domstica e familiar contra a mulher F Lei >Mariada Penha? alguns coment6rios&ADV Advocacia Dinmica, 'ele/es #ur1dicas, :E!(-, de$& 7..&

    J;3AC, 0& A lei e a Constituio. !n: Obras completas de Orlando "itar& Cio de

    #aneiro Cenovar, !--, v& !&& A lei e a Constituio. !n: Obras completas de Orlando "itar& Jras1lia+onselho @ederal de +ultura, !-E8, v& 7&

    J;33%5+0OC3, +&A&L& O controle #urisdicional da constitucionalidade das leis.7& ed&Cio de #aneiro @orense, !-8&

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