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A sociedade como sistema A sociedade como sistema autopoiético – Olhar sistêmico autopoiético – Olhar sistêmico de Niklas Luhmann de Niklas Luhmann Autor: Felipe de Luca Orientador: Prof. Dr. José Marcos Miné Vanzella

Mostra Científica - Niklas Luhmann 26 11-10

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A sociedade como sistema A sociedade como sistema autopoiético – Olhar sistêmico autopoiético – Olhar sistêmico

de Niklas Luhmannde Niklas Luhmann

Autor: Felipe de LucaOrientador: Prof. Dr. José Marcos Miné Vanzella

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Apesar de seu nome ainda ser pouco conhecido na América Latina, Niklas Luhmann possui um extenso currículo de trabalhos que o torna, junto a Jürgen Habermas, o mais famoso representante da sociologia alemã.

Formado em Direito e, posteriormente em Sociologia, buscou fundamentar um método próprio para a ciência social que não poderia se pautar em métodos de outras disciplinas

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• ÓRGÃO/ORGANIZAÇÃO• SINERGIA – 1+1 ≠ 2

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SISTEMAS FECHADOS SISTEMAS ABERTOS

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• Fechamento operacional, no sentido de que não consegue dar resposta a toda perturbação que sofre;

• Abertura cognitiva para com o meio e os outros sistemas (chamada de acoplamento estrutural ou interdependência para haver estimulação interna no sistema);

• Após observar tudo isso, o sistema seleciona os ruídos (perturbações) que deverão ser considerados como informação e aptos a gerar novas estruturas internas capazes de reduzir a complexidade externa

Sistema

Sistema

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• Quanto mais reduz a complexidade externa, mais aumenta sua própria complexidade;• Assim, chega a um nível tal que exige a geração de diferenciações (subsistemas) que tomem conta de tal parcela de complexidade.• Assim, acontece dentro do sistema a diferença sistema/entorno (re-entry) onde o sistema evolui:

SISTEMA

SUB

SISTEMA

SUB

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• Sistemas vivos/biológicos (células, cérebros e organismos) > se constituem e se mantêm pelo processos vitais físico-químicos;

• Sistemas psíquicos ou de consciência (representações, processamento da atenção) > se constituem e se mantêm pelo sentido; percebem/experimentam sentido; só há pensamento;

• Sistemas sociais (interações, organizações, sociedades) > se constituem e se mantêm pelo sentido; reproduzem sentido; só há comunicação.

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Consciência percebe a comunicação, mas não gera, e a comunicação gera comunicação mas não percebe a consciência. (não dá para ser outro, pensar como outro, mas sim comunicar com o outro):

Sociedade = Comunicação(Sistema autopoiético cujo elemento fundante é a comunicação)

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Ordem Social:

A tradição se apoiou no conceito de natureza humana como ponto chave de explicação de como o homem foi criado para viver em coletividade

Nos séculos XVI e XVII surge um elemento de ceticismo em relação a essa ordem baseada na natureza humana. Surge a idéia de contrato social, o qual leva Hobbes, por exemplo, postular que cada ser humano temia ao outro, estando, consequentemente, propenso a uma agressão preventiva, que levava o outro a prevenir-se ainda mais.

Para Luhmann, a ordem social acontece quando alguém faz uma proposta, ou efetua uma ação, que submete os outros a uma situação de reação: aceitar ou recusar a proposta. Desse modo, o modelo da dupla contingência, construído sobre a base de uma autorreferência circular fica determinado pela sequência histórica de sins e nãos no sistema.

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Três classes de sistemas sociais (sistemas de comunicação):

Interação (mais precário) – Ego simplesmente percebe o Alter em um mesmo lugar e momento;

Organização (sistema mais estável) – garante a permanência das expectativas; não basta a mera presença para deflagrar o surgimento do sistema, mas necessita de filiação à organização. Ao se filiar, o sujeito consente em reprimir a espontaneidade de sua conduta e conduzi-la de acordo com certas normas;

Sociedade (mais amplo e complexo) – constituída por todas as comunicações existentes (interações e organizações); enquanto sistema global, dá suporte às diferenciações/especializações dentro da sociedade (religião, economia, educação, moral, ciência, etc).

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Evolução Social

Luhmann afirma que o fenômeno evolutivo só se completa quando se preenchem três condições vinculadas reciprocamente, denominadas “mecanismos ou funções de evolução”, que seriam variação, seleção e restabilização.

• Sociedades segmentárias: baixo grau de variação, expectativas através da repetição dos comportamentos cotidianos;

• Sociedades Centro e periferia: estabelecidas em determinados povoados onde uma pequena parte do povoado adquire características de proeminência (centro) sobre os outros ao redor (periferia);

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Evolução Social

• Sociedades estratificadas: A conduta desviante é avaliada como algo interno à sociedade e que deve ser tratado por procedimentos de aplicação jurídica fundados em representações morais; Processamento da informação em ordem hierárquica;

• Sociedade moderna: permanência de mais possibilidades (alternativas) do que as que são suscetíveis de ser realizadas; Luhmann identifica a sociedade moderna como um sistema funcional que produz subsistemas exclusivos para cumprimento de funções exclusivas de redução de complexidade do ambiente. Esses subsistemas gerados, trabalham com códigos próprios, visando o benefício do sistema global desde sua própria perspectiva (abertura cognitiva).

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Esses subsistemas vão construindo uma especificidade própria(código operacional binário) para lidar com o complexo:

Direito (código lícito/ilícito), Economia (código lucro/prejuízo), Política (código progressista/conservador), Ciência (código verdadeiro/falso), Educação (código ensino/não ensino), Moral (código bem/mal).

Cada um com função e operação autopoiética próprias (um não está em vantagem sobre o outro) para reduzir a crescente complexidade social e aumentar a própria .

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

LUHMANN, N. Introdução à Teoria dos Sistemas [trad. Ana Cristina Arantes Nasser]. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009 – Coleção Sociologia

_____________A Realidade dos Meios de Comunicação [trad. Ciro Marcondes Filho]. São Paulo: Paulus, 2005.

_____________Organización y decisión. Autopoiesis, acción y entendimiento comunicativo [introducción de Dario Rodriguez Mansilla] - 1ª reimpresión – Rubí (Barcelona) Anthropos Editorial ; México: Universidad Iberoamericana ; Santiago de Chile: Instituto de Sociologia . Pontifícia Universidad Católica de Chile, 2005. MOURA, B.O.; MACHADO, F.G.P.; CAETANO, M.A. O direito sob a perspectiva da teoria dos sistemas de Niklas Luhmann. Revista Sociologia Jurídica, nº 9, jul.-dez. 2009. Disponível em:<http://www.sociologiajuridica.sarauvirtual.com.br/numero-9/227-o-direito-sob-a-perspectiva-da-teoria-dos-sistemas-de-niklas-luhmann> Acesso em: 20 ago 2010.

VILLAS BÔAS FILHO, O. Teoria dos Sistemas e o Direito Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2009

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