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0 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: O JEITO CERTO DE FAZER ADIB J. MANSUR RAMALHO ORIENTADOR: PROF(o) JORGE VIEIRA DA ROCHA RIO DE JANEIRO/RJ 2010

MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: O JEITO CERTO DE FAZER · Abordar o jeito certo de fazer e indicar ... afim de familiarizar-mos com ... abordar o Histórico de como a motivação “nasceu”

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: O JEITO CERTO DE FAZER

ADIB J. MANSUR RAMALHO

ORIENTADOR:

PROF(o) JORGE VIEIRA DA ROCHA

RIO DE JANEIRO/RJ

2010

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS: O JEITO CERTO DE FAZER

Monografia apresentada para a

conclusão do curso de Gestão

Empresarial junto a IVM – Instituto a

Vez do Mestre orientado pelo Prof.(o).

Jorge Vieira da Rocha.

ADIB J. MANSUR RAMALHO

RIO DE JANEIRO/RJ

2010

2

Dedico este trabalho especialmente a

minha esposa, que tanto se privou da minha

presença durante o período de aulas, bem

como as longas e constantes viagens a

negócios.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os mestres que foram bastante compreensivos em relação a minha

ausência das ultimas aulas, por conta das minhas constantes viagens.

Aos colegas e amigos que me apoiaram na elaboração deste trabalho com livros e

artigos.

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RESUMO

A escolha do tema motivação nas empresas vem sendo alvo de vários estudos

nos últimos anos. Já que sem a mesma, tem se observado a diminuição nos índices

de produtividade das empresas.

Quando colocamos diferentes pessoas exercendo a mesma função,

conseguimos ver claramente que algumas se destacam por ser mais eficientes e

comprometidas e outras completamente distantes ou pouco compenetradas nas suas

atividades.

Com isso, elencamos algumas situações características que ocorrem nas

diferentes áreas de trabalho, separando e destacando as ações atualmente utilizadas

e buscando alertar para os erros mais comuns na formatação destas. Neste estudo

também vamos abordar as teorias da motivação, a fim de resgatar no estudo da

psicologia estratégias que permitem enxergar melhor os erros e acertos na tratativa

com os funcionários, buscando não só nas ações diretas como no meio

organizacional uma melhoria do quadro geral, principalmente no que tange ao clima

interno nas empresas.

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SUMÁRIO

Introdução................................................................................................pág. 6

1 - Histórico – como “nasceu” a motivação.............................................pag. 7

2 - Conceitos – “os pensadores”............. ................................................pag. 10

2.1 - Maslow ............................................................................................pag. 10

2.2 - Herzberg..........................................................................................pag. 11

2.3 - Aldefer.............................................................................................pag. 13

2.4 - Comportamento Motivacional..........................................................pag. 13

3 - Clima Organizacional – influência no cotidiano das empresas......pag. 15

4 - A Inteligência Emocional - como ser uma aliada à motivação........pag. 17

5 - Endomarketing – comunicação interna voltada a motivação .........pag. 22

6 - Itens Motivacionais – os mais usados pelas empresas....................pag. 25

7 - Incentivos Motivacionais – as melhores práticas...............................pag. 29

8 - O jeito certo de fazer..........................................................................pag. 32

9 - Colaborador: Peça chave da motivação............................................pag. 37

10 -Conclusão..........................................................................................pag. 39

Referências Bibliográficas.......................................................................pag. 43

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INTRODUÇÃO

A motivação nas empresas sempre é um tema muito abordado nas áreas de

Psicologia, Recursos Humanos e Administração. Algumas correntes de pensamento

ilustram pelo lado da necessidade do ser humano, retenção de talentos, satisfação

pessoal, clima organizacional, outras trabalham na motivação como meios de

aumento de produtividade.

Na atualidade, de nada adianta estratégia, tecnologia ou idéias inovadoras

sem profissionais motivados. Porém, a questão é descobrir por que alguns se sentem

altamente motivados e outros parecem desinteressados

Sendo assim surgiu a idéia de preparar este trabalho como uma espécie de

manual, destacando os principais pontos que as empresas devem se atentar quando

da elaboração do planejamento destinados aos seus funcionários no que tange a

critérios e processos que elevarão os mesmos à máxima de satisfação e

produtividade. Abordar o jeito certo de fazer e indicar claramente as falhas mais

comuns que as empresas cometem no que refere à motivação.

Nos dois primeiros capítulos, afim de familiarizar-mos com o tema, iremos

abordar o Histórico de como a motivação “nasceu” e como esta sofreu

transformações ao longo dos anos. Na sequência serão apresentados os conceitos

de motivação descritos por diversas linhas de pensamento.

No terceiro, quarto e quinto capítulos, abordaremos temas em que a motivação

atua de forma paralela com outras vertentes, como cultura, marketing interno e

inteligência emocional.

Nos capítulos finais passaremos a informar e questionar o modo atual usado

nas empresas, as novas formas e o jeito certo de fazer.

Espero que este material seja de grande valia para todos que focam a

motivação como um dos pilares transformadores das empresas.

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1 – HISTÓRICO – como “nasceu” a motivação

Já nos primeiros pensadores e filósofos podemos observar a motivação como

alvo de estudos, nas obras havia a preocupação de explicar e conhecer o

comportamento do ser humano. A motivação humana e suas formas de manifestação

realmente já existiam, embora tenha aparecido sob outras denominações.

A definição de motivação não é muito simples, se buscar-mos no Latim vem de

“motivus” que somado com ação temos o conceito em si, ou seja, podemos afirmar

que é um impulso que leva as pessoas a buscar seus anseios, sonhos e objetivos.

Outros abordam o conceito de motivação como uma soma de fatores externos e

internos.

Antes da Revolução Industrial, a principal maneira de motivar consistia no uso

de punições, criando, dessa forma, um ambiente generalizado de medo. Tais

punições não eram unicamente de natureza psicológica, podendo aparecer sob

forma de restrições financeiras, chegando até a se tornar reais sob a forma de

prejuízos de ordem física. Levando em conta que as organizações passaram há

existir muito tempo antes da Revolução Industrial, é possível concluir que a

preocupação com o aspecto motivacional do comportamento humano no trabalho

represente um fato bastante recente. Foi somente durante a Revolução Industrial que

vieram os investimentos cada vez mais pesados na produção, com o objetivo de

aumentar a eficiência dos processos industriais, os quais passaram a exigir maiores e

mais recompensadores retornos. (BERGAMINI, 2006)

Segundo Marras (2007), os primeiros estudos sobre motivação datam

do início do século XX, quando, em 1900, Frederick Taylor iniciou a discussão sobre

motivação, adotando a crença de que o dinheiro era o maior motivador. De acordo

com ele, as pessoas eram levadas a fazer coisas apenas para obterem mais dinheiro

e que deveriam ser controladas para que o trabalho rendesse o máximo possível.

Além da abordagem científica de Taylor, o início do século XX também viu surgir às

teorias clássica (1906) e burocrática (1909). O precursor da primeira foi Henri Fayol,

que acreditava serem as funções da gerência (Prever, Comandar, Organizar,

Coordenar, Controlar) aplicáveis em todos os tipos de organização, focando seus

estudos na unidade do comando, na autoridade e na responsabilidade. Em função

disso, sofreu críticas por ser considerada uma abordagem manipuladora.

A abordagem burocrática foi idealizada por Max Weber: Ele

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achava que a burocracia era a forma mais eficiente de administração, porque

operava em uma base hierárquica comumente aceita sem estar sujeita a caprichos

pessoais e com o aval de especialistas. (KWASNICKA, 2003)

Por volta de 1930 Elton Mayo, professor de Harvard, e sua

equipe estudaram as variações do ambiente de trabalho sobre a produtividade na

fábrica da Western Electric Company, em Hawthorne, Chicago. Descobriu-se que o

grupo pesquisado aumentava a produtividade independente da melhora ou não das

condições de trabalho, mas sim da atenção dada a ele por seus superiores. Mayo

concluiu que o desempenho das pessoas depende muito menos dos métodos de

trabalho do que dos fatores emocionais ou comportamentais, contrariando assim a

visão da administração científica de Taylor. Esse estudo ficou conhecido como "Efeito

Hawthorn”.

Nos últimos anos vimos à transformação das empresas, e a aplicação de

vários modelos na administração destas, sempre obviamente buscando uma maior

efetividade na produtividade e conseqüentemente dos lucros.

O fator humano por muitas vezes foi colocado nestes modelos como números

ou como uma parte da engrenagem.

Dentro de uma cronologia a motivação foi utilizada de diversas formas, porém

com objetivos diferentes, como veremos abaixo:

Ø Décadas de 50 e 60 - a maioria das empresas buscou a modernização dos meios

de produção através da automatização, neste contexto os funcionários eram

basicamente interpretados como um custo adicional, a única característica

motivacional era o treinamento e aprendizagem destas novas formas de trabalho.

Ø Anos 70 - surgem às primeiras grandes corporações mundiais e o início da

utilização de critérios motivacionais como base de buscar melhores resultados

nas empresas, mas ainda muito limitado, tendo como foco apenas os cargos de

posição hierárquica superior, como Diretores e Gerentes. Os benefícios adicionais

tais como Plano de Saúde e Seguro de Vida passam a ser a única visão das

empresas como bem estar de seus funcionários

Ø Anos 80 - aparece então um conceito mais universal de motivação, a utilização de

campanhas e premiações fica mais latente e se espalham por mais setores da

empresas, mais ainda muito restrito as áreas diretamente envolvidas com a

lucratividade da empresa, como Comercial e Vendas.

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Ø Anos 90 - a motivação passa a ser objeto de bandeira das empresas até mesmo

como apelo ao mercado. A própria mídia impressa passa dar maior ênfase no

assunto criando até Ranking de empresas (Ex.: EXAME – As Melhores empresas

para se trabalhar). A criação de bônus, participação nos lucros e até distribuição

de pacote de ações das empresas vira um diferencial para atrair novos talentos.

No início do novo milênio motivação passa a ser um dos itens para retenção

de talentos, já que a mão-de-obra qualificada passa a ser uma dificuldade de

mercado. As empresas passam para os seus colaboradores que há muitas formas de

crescer dentro das corporações não havendo necessidade de buscar habilidades em

outras empresas. O pagamento de bolsas de estudos em cursos técnicos e MBA

passam a ser usados como ferramenta motivacional.

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2 – CONCEITOS- Os “Pensadores”

Antes de entrar-mos diretamente no tema, é importante ressaltar alguns

conceitos que norteiam o tema sobre motivação.

No campo da Psicologia temos algumas correntes de pensamento, mas podemos

destacar três dos principais pensadores (Bergamini 1997; VERGARA, 1999):

2.1 - Maslow

Em 1954, Abraham Maslow sugeriu que as necessidades humanas estão

dispostas em uma série de níveis ou estágios, definidas como necessidades

primárias e necessidades secundárias. Necessidades primárias são as fisiológicas e

as de segurança e necessidades secundárias são as sociais, de estima e de auto-

realização.

Cada nível na hierarquia deve ser conquistado antes que um indivíduo possa

transpor o próximo. No nível inferior encontram-se as necessidades fisiológicas

(fome, sede, sono, sexo). Maslow supôs que, quando uma pessoa conquista esses

elementos essenciais, passa ao nível das necessidades de segurança (defesa,

proteção, salário, casa própria, seguro-saúde, aposentadoria, emprego). Ao atingi-lo

e sentir-se segura quanto á proteção contra ferimentos e danos, a pessoa sobe ao

próximo nível: o das necessidades sociais (relacionamento, amor, pertencer a um

grupo). Neste terceiro nível, a aceitação e a afeição dão origem a um quarto estágio,

definido como o das necessidades de estima (auto-estima, reconhecimento, status,

prestígio). No topo da escala, encontram-se as necessidades de auto-realização.

Essa última etapa representa a realização de potencialidades e a expressão do

crescimento pessoal.

De acordo com Maslow (apud CHIAVENATO, 1995), á medida que as

necessidades são atendidas em cada nível, o indivíduo volta sua atenção ao próximo

estágio. Entretanto, para ele, as pessoas podem subir e descer na hierarquia. Se, por

exemplo, tenho fome, vou tratar de atender essa necessidade, não importa a posição

na pirâmide onde me encontre. Esta sobreposição forma a famosa “Pirâmide de

Maslow”, conforme figura abaixo:

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Fonte: CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1995

2.2 – Herzberg

Na década de 1960, Frederick Herzberg focalizou a questão da satisfação

para formular sua teoria. Segundo ele, existem dois fatores que explicam o

comportamento das pessoas no trabalho: os higiênicos e os motivacionais.

Fatores higiênicos referem-se ás condições que rodeiam a pessoa enquanto

trabalha, são extrínsecos a ela. Estes fatores, quando presentes, deixam de causar

insatisfação mas não garantem que as pessoas ficarão satisfeitas. No entanto, se

ausentes, são capazes de causar insatisfação. É o que afirma Bergamini (2006): é

bom que se diga, logo de início, que fatores extrínsecos ao trabalhador tais como

salário, segurança, políticas organizacionais, relacionamento interpessoal, condições

do ambiente de trabalho, fazem apenas com que as pessoas se movimentem para

buscá-los, ou se disponham a lutar por eles quando os perderam. Não é a sua

presença que motiva.

Conforme Chiavenato (1995), a expressão "higiene" serve exatamente para

refletir seu caráter preventivo e para mostrar que se destinam a afastar as condições

desagradáveis. Entre tais fatores, podem ser destacados:

• condições de trabalho e conforto;

• políticas da organização e administração;

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• relações com os superiores;

• salários;

• segurança no cargo;

• relação com os colegas;

• benefícios sociais;

• modelo de gestão.

Fatores motivacionais são intrínsecos. Referem-se aos sentimentos de auto-

realização e reconhecimento, ao conteúdo do cargo, ás tarefas e aos deveres

relacionados com o cargo em si. Se presentes, causam satisfação. Se ausentes,

deixam de causar satisfação mas não chegam a causar insatisfação. Estes fatores

estão relacionados com as necessidades secundárias da pirâmide de Maslow.

Ainda conforme Chiavenato (1995), o termo "motivação" envolve sentimentos

de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional, manifestados por

meio de exercícios das tarefas e atividades que oferecem suficiente desafio e

significado para o trabalho. Podem ser destacados:

• delegação de responsabilidade;

• liberdade de decidir como executar o trabalho;

• promoção;

• uso pleno das habilidades pessoais;

• ampliação ou enriquecimento do cargo.

De acordo com Herzberg, é possível um empregado estar descontente e

satisfeito ao mesmo tempo. Por exemplo, ele pode estar insatisfeito com a política da

empresa em relação ás férias, mas verdadeiramente satisfeito com seu desempenho

profissional ao ver uma carta elogiosa de um cliente afixada no quadro de avisos da

sala de funcionários.

Para esse autor, identificar os fatores higiênicos e motivacionais é a base para

definir a motivação do colaborador. Ele reconheceu que cada um enfrenta uma

situação de vida diversa e possui seu próprio conjunto de prioridades, mas estava

convencido de que o dinheiro não era o principal motivo que fazia os colaboradores

permanecerem em uma empresa durante certo período de tempo.

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2.3- Aldefer

Clayton Alderfer, em 1969, reduziu os cinco níveis da pirâmide de Maslow para

apenas três níveis de necessidades de motivação, que denominou teoria ERC.

• necessidades de existência (E): o desejo de bem-estar fisiológico e as

exigências materiais necessárias á existência;

• necessidades de relacionamento (R): o desejo de satisfação das

relações interpessoais e interação social;

• necessidades de crescimento (C): o desejo internalizado de crescimento

continuado e desenvolvimento pessoal.

Esta teoria se assemelha á teoria de Abraham Maslow, porém reduzindo a três

os níveis de necessidades. Entretanto, diferencia-se quanto á flexibilidade existente

nas escalas, ou seja, pode haver a migração de uma escala para outra sem que as

anteriores estejam completamente satisfeitas.

Assim como a teoria de Maslow, a teoria de Alderfer também carece de

maneiras de mensurá-la.

Como podemos observar, nas três principais correntes temos em comum a

auto-realização e satisfação pessoal como meta pessoal importante para se manter o

empregado motivado.

2.4 - Comportamento Motivacional

Nos estilos de comportamento motivacional, Bergamini (1997, pp. 123 e 124),

elenca três tipos de orientação:

2.4.1 - Participativa

Situações que trazem satisfação Motivacional:

• poder seguir orientação grupal;

• consultar as pessoas e ser consultada por ela,

• usar os seus talentos pessoais para o desenvolvimento da

organização;bem como promover o desenvolvimento dos talentos daqueles

com os quais trabalha;

Em contra partida as que trazem insatisfação são:

• tratamento impessoal;

• ser forçado a desenvolver atividades sem significado;

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• ter que conviver em meio a um clima de falsidade em que as pessoas não

são levadas a sério

2.4.2 - Ação

Situações de satisfação Motivacional:

• sentir-se desafiada a comprovar a sua eficiência;

• poder dirigir-se com autonomia;

• desenvolver atividades variadas;

• ser tratada de igual para igual, sem medo;

Insatisfação Motivacional:

• sentir-se cerceada na sua ação e presa a rotinas desinteressantes;

• falta de objetivos claramente fixados;

• quando há falta de responsabilidade dos demais;

• sentir-se que é impossível controlar as variáveis que afetam os resultados;

2.4.3 - Conciliatória

As situações de satisfação Motivacional:

• desfrutar de uma convivência social e harmônica;

• contar com um ambiente flexível onde seja possível fazer concessões;

• reconhecer-se importante dentro do grupo;

• conhecer a repercussão social das suas ações;

Insatisfação motivacional:

• ser colocado em ridículo perante o grupo

• precisar seguir normas e horários rígidos;

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3 – CLIMA ORGANIZACIONAL – Ifluência no cotidiano das empresas.

O clima organizacional é outro fator determinante na manutenção da

motivação nas empresas. Está ligado, diretamente, à maneira como o colaborador

percebe a organização com a sua cultura, suas normas, seus usos e costumes, como

ele interpreta tudo isso e como ele reage, positiva ou negativamente, a essa

interpretação.

“O termo clima organizacional refere-se especificamente às propriedades

motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos da organização

que levam à provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes”

(Fleury & Fischer, 1989).

“É a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou

experimentada pelos membros da organização e que influencia seu comportamento”

(Chiavenato, 1997).

Porém quase todos convergem em que o ambiente influencia no

comportamento do trabalhador. Neste caso teremos os funcionários da empresa em

três níveis:

• Deserção - Funcionários muito insatisfeitos, não comprometidos

• Indiferença – Funcionários satisfeitos

• Afeição - Funcionários mais que satisfeitos, muito comprometidos

Podemos dividir em três tipos de clima (Edela, 1978):

• Desumano – onde prevalece a importância para a tecnologia.

• Tenso – onde há forte pressão para o cumprimento de normas rígidas,

burocráticas, tendo como resultado: punições e demissões.

• Tranqüilidade e confiança - plena aceitação de afetos, sem descuidar-se de

preceitos e do trabalho.

Algumas empresas tem se apoiado na tecnologia para buscar diferenciais

competitivos que o mercado vem exigindo, esquecendo do capital humano. Outras

seguem no sentido aposto, exatamente dando ênfase nos funcionários como fator

determinante ao sucesso, manter o equilíbrio em cada tipo de clima é o ideal para a

empresa se manter forte no mercado.

Chiavenato (1997) relata que quando se consegue determinar a quanto se

encontra o Clima Organizacional da empresa, isto passa a ser uma ferramenta

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importante para uma maior efetivação na administração de pessoas dentro das

organizações. Com esta avaliação encontram-se os pontos negativos, positivos e

conflitais que estão ocorrendo dentro da empresa para com seus empregados. O que

facilita e muito no levantamento das necessidades individuais não satisfeitas, sendo

assim tomadas as providências adequadas à solução dos problemas encontrados.

Assim podemos afirmar que quando o clima organizacional é favorável este

proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do

moral, e desfavorável quando proporciona a frustração daquelas necessidades.

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4 - A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL – como ser uma aliada à motivção

Muito se fala atualmente da Inteligência Emocional como fator determinante

para um sucesso das pessoas, das corporações e até mesmo da sociedade.

Os estudos mais profundos sobre o assunto são recentes. Na década de 80 diversos

autores exploram as emoções como algo positivo no crescimento do indivíduo e da

empresa.

Mas é na década de 90 que a aplicação da “Inteligência Emocional “ torna-se

intenso gerando uma série de obras publicadas, tendo como destaque o livro de

Daniel Goleman “Emotional Intelligence: Why it can Matter More Than IQ” que

acabou por virar um Best-seller. A obra retoma uma nova discussão sobre o assunto.

Ele traz o conceito da inteligência emocional como maior responsável pelo sucesso

ou insucesso das pessoas. A maioria da situações de trabalho é envolvida por

relacionamentos entre as pessoas. Desta forma pessoas com qualidades de

relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza têm mais

chances de obter o sucesso.

Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas

de habilidades:

1. Auto-Conhecimento Emocional - reconhecer um sentimento enquanto ele

ocorre.

2. Controle Emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos,

adequando-os para a situação.

3. Auto-Motivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial para

manter-se caminhando sempre em busca.

Reconhecimento de emoções em outras pessoas. Habilidade em

relacionamentos inter-pessoais.

As três primeiras acima referem-se a Inteligência Intra-Pessoal. As duas

últimas, a Inteligência Inter-Pessoal.

Inteligência Inter-Pessoal: é a habilidade de entender outras pessoas: o que

as motiva, como trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas.

• Organização de Grupos: é a habilidade essencial da liderança, que envolve

iniciativa e coordenação de esforços de um grupo, habilidade de obter do

grupo o reconhecimento da liderança, a cooperação espontânea.

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• Negociação de Soluções: o papel do mediador, prevenindo e resolvendo

conflitos.

• Empatia - Sintonia Pessoal: é a capacidade de, identificando e entendendo

os desejos e sentimentos das pessoas, responder (reagir) de forma

apropriada de forma a canalizá-los ao interesse comum.

• Sensibilidade Social: é a capacidade de detectar e identificar sentimentos e

motivos das pessoas.

Inteligência Intra-Pessoal: é a mesma habilidade, só que voltada para si

mesmo. É a capacidade de formar um modelo verdadeiro e preciso de si mesmo e

usá-lo de forma efetiva e construtiva.

No cotidiano das empresas é latente como a inteligência emocional é posta em

prática no local de trabalho: ao se utilizar das emoções de maneira produtiva; ao

desenvolver a capacidade necessária para manter um bom relacionamento com os

colegas; para solucionar um problema complicado; ao realizar uma tarefa. A

inteligência emocional pode ser aplicada tanto intrapessoalmente, quanto

interpessoalmente.

A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto

é, fazer intencionalmente com que suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as

como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a

aperfeiçoar seus resultados (WEISINGER, 2001, p. 14).

São estas emoções que fazem com que haja sempre novas situações, sendo

necessário a racionalização das emoções de forma inteligente, utilizando-as para

orientar o comportamento e o raciocínio no intuito de obter melhores resultados.

Portanto, a aplicação da inteligência emocional no ambiente de trabalho conduz a

resultados produtivos, tanto no que se refere ao indivíduo quanto à organização.

Por essa razão, faz-se necessário aprender a utilizar as técnicas e as aptidões

que compõem a inteligência emocional: a autoconsciência, o controle emocional e a

motivação.

A autoconsciência é uma das aptidões chave, o individuo tem que usar seu

sistema perceptivo descobrindo a origem das emoções. Por exemplo, só é possível

ao sujeito controlar a raiva, por exemplo, tendo consciência daquilo que a provoca.

Para não deixar o desânimo tomar conta de si mesmo e conseguir se motivar, é

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preciso ter consciência da forma com que afirmações negativas o influenciam e,

conseqüentemente, prejudicam o desenvolvimento de seu trabalho.

É fundamental ficar atento aos próprios sentidos, afinal, a partir deles vêm

todas as informações sobre o mundo (sobre si mesmo, sobre os outros e sobre as

diversas situações).

“Aprendendo a prestar atenção em seus sentidos você será capaz de

examinar, esclarecer e alterar suas avaliações sempre que necessário”.

(WEISINGER, 2001, p. 23).

Quando nos tornamos capaz de identificar que a verdadeira intenção é ter um

bom relacionamento com os colegas de trabalho, por exemplo, tem mais chances de

se controlar, colaborando assim para um bom relacionamento interpessoal e para o

crescimento pessoal na empresa. O comportamento dá uma boa pista das intenções,

por isso é importante acreditar no comportamento e confiar nos sentimentos, sendo

honesto consigo mesmo.

Ter o controle emocional significa conseguir compreender uma situação e

fazer uso dessa compreensão para modificar as condições em seu benefício, ou seja,

de maneira produtiva.

Compreendendo que são os pensamentos, as alterações físicas e as atitudes

que governam as reações emocionais, torna-se possível ao indivíduo reconhecer que

o poder de controlar a raiva ou qualquer outra emoção pertence a ele mesmo e não a

outra pessoa. Isso requer assumir o controle dos três componentes do sistema

emocional, acima citados.

Assim sendo, aprender a vigiar as próprias ações e redirecionar a energia

emocional é de grande importância em ocasiões extremamente desgastantes, por

isso, é necessário desenvolver a capacidade de utilizar a inteligência emocional, com

o intuito de fazer com que as emoções ajam a seu favor. Desse modo, o controle das

emoções é um elemento essencial nas relações pessoais e profissionais, porque

reduz o estresse e aumenta a eficiência e a competitividade.

Nesse contexto, a motivação é fator primordial para realizar objetivos pessoais

e aperfeiçoar a eficiência profissional. É também um atributo bastante considerado

nas organizações, pois o funcionário motivado requer menos controle, é mais

esforçado e criativo e tem menos períodos de baixa produtividade.

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No contexto da inteligência emocional, motivação significa utilizar a energia

necessária para um propósito específico, mantendo esse processo em andamento e

sendo persistente até finalizar o trabalho, ou seja, até atingir o objetivo almejado.

Segundo Weisinger, existem quatro fontes às quais se podem recorrer para

restaurar a motivação. Primeiramente é preciso que o indivíduo procure a motivação

em si mesmo, pensando positivamente, pois os pensamentos são os recursos mais

importantes de que o ser humano dispõe, procurando reforçar o otimismo com

afirmações motivadoras e fazendo uso de imagens mentais. A mente é um órgão

poderoso, pensamentos e imagens mentais podem exercer uma imensa influência no

comportamento real. A autocrítica construtiva também é um elemento essencial no

processo de motivação.

Da mesma forma, traçar uma meta estimula a excitação e mantém o sujeito

em movimento em direção do objetivo, pois a excitação produz energia, que incita e

impele.

“A motivação é intrínseca a seres humanos e animais, e é movida por um

aumento na excitação física, uma demanda de esforço”. (WEISINGER, 2001, p. 87).

O ambiente em que se vive ou se trabalha deve ser estimulante. É preciso

tornar o local de trabalho saudável e útil, com objetos que inspirem motivação para

sentir-se concentrado e produtivo. Para isso, recomenda-se manter uma boa

ventilação, pois o calor e o frio em demasia geram desconforto e perda da

concentração. A iluminação é outro item que não podemos descuidar, deve-se

sempre privilegiar a luz natural, inclusive porque as cores têm relação com a luz que

atingem a retina humana, o que também afetam a motivação.

Outro fator preponderante é a comunicação, tendo como objetivo unir as

pessoas para que as mesmas interajam umas com as outras, compartilhando idéias,

informações e conhecimentos. Para que haja essa interação é necessário fazer uso

da inteligência emocional, a fim de se manter um grupo num curso positivo e

progressivo, de modo a se utilizar as afirmações de auto-revelação, praticar e

incentivar a escuta dinâmica, e ainda pôr em prática a positividade e a crítica quando

for conveniente. Assim sendo, a comunicação do grupo permitirá planejamentos

significativos, produtivos e eficazes.

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“Um funcionário pode ser muito inteligente e esforçado, além de bem

informado na sua área, mas se carecer de destreza interpessoal ele provavelmente

não irá durar muito num emprego onde precisará lidar com outras pessoas.

(WEISINGER, 2001, p. 157)”.

A destreza interpessoal é a capacidade de desenvolver e manter bons

relacionamentos com as pessoas com quem se convive no local de trabalho. Nesse

sentido, a inteligência emocional desempenha papel essencial no desenvolvimento

da destreza interpessoal, uma vez que proporciona a consciência necessária para

que o sujeito analise seu comportamento pessoal e social, vindo a permitir um maior

controle das emoções e de modo a tornar a comunicação eficiente e produtiva.

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5 – ENDOMARKETING - comunicação interna voltada a motivação

No cenário mundial atual, as empresas estão cada vez mais focadas em

mudar processos internos visando melhorar a qualidade no atendimento. Ter uma

comunicação apurada interna e externamente – com clientes, fornecedores e

parceiros é de suma importância para se diferenciar da concorrência. Para tanto é

necessário ter equipes que trabalhem em harmonia.

É muito comum as empresas confundirem integração com harmonia. Integrar é

fazer com que a equipe se conheça, troque experiências pessoais e profissionais,

portanto é necessário que a empresa invista em promover eventos com dinâmicas de

integração, disponibilizar ginástica laboral, pois através destes mecanismos que os

colaboradores ficarão abertos a mudanças inclusive no campo emocional. Quando se

atinge esta etapa é quando a equipe começa a entrar em sintonia, chegando ao

ponto de saber o que o seu companheiro ao lado faria nesta ou naquela situação.

Atinge-se a harmonia quando a equipe se torna um time único, onde cada membro

respeita a individualidade e busca adequar o time de acordo com a habilidade de

cada um.

Sendo assim, as empresas então passaram a encarar os empregados como

fator determinante para crescimento dos negócios, consequentemente se fazendo

necessário disseminar entre os colaboradores valores tais como transparência,

empatia, comprometimento e cooperação. Estes processos passaram a ser

denominados Endomarketing, ou Marketing interno.

Segundo Bekin (2004) “a palavra grega hindu Endo, significa em para dentro,

dentro de exprimindo a posição ou a ação no interior de algo, o movimento de algo

que caminha para dentro de si mesmo”. Isso caracteriza a visão do marketing para

dentro.

O Endomarketing como a própria terminologia sugere, são ações voltadas

para o público interno das organizações, ações estas que visam gerar mudanças de

comportamento e atitudes de todos os empregados da empresa, tendo como foco um

melhor atendimento para o cliente.

Bekin (1995), caracteriza o “Endomarketing da seguinte maneira: “ações de

marketing para o publico interno (funcionário) das empresas e organizações”, ou

ainda “um processo cujo foco é sintonizar e sincronizar, implantar e operacionalizar a

23

estrutura de marketing da empresa ou organização que visa ação-para-o-mercado”,

tendo como objetivo,“facilitar e realizar trocas construindo relacionamento com o

publico interno, compartilhando os objetivos da empresa ou organização

harmonizando e fortalecendo estas gerações”. Logo é importante a comunicação

interna pessoal, impressa, telefônica, eletrônica ou digital.

Sabemos que não basta implantar as melhores práticas, se as mesmas não

forem incorporadas principalmente pelos Gerentes e Diretores, o exemplo tem que vir

"de cima". A iniciativa da alta gerência é essencial, sem ela a implantação de

processos de qualidade fica seriamente comprometida.

Para que um projeto de Endomarketing seja implantado, é necessário

conhecer e documentar o cenário atual. Para que se tenha o máximo de informações,

devem ser criadas ferramentas tais como: entrevistas e questionários para

colaboradores de todos os níveis hierárquicos e até mesmo para clientes e

fornecedores.

As perguntas devem ser sempre “abertas”, pois só assim o entrevistado terá

liberdade de expor os diversos cenários que podem estar acontecendo. Alguns

exemplos de perguntas:

Quais são os pontos fracos e fortes dos processos da empresa ?

O que está atrapalhando o bom desempenho dos colaboradores ?

A empresa deve por meio dos líderes, implantarem canais de comunicação

mais amplos, para que os funcionários apresentem suas necessidades e

expectativas, além de críticas, sugestões e análises, acelerando assim os processos

de aprendizado organizacional. Ouvir o funcionário é essencial para ouvir o cliente

externo.

Com as informações e dados em mão, o próximo passo é criar os objetivos

reais, com datas para conclusão e estudar as formas de chegar a esses resultados.

Uma boa prática é criar subdivisões nos objetivos e prazos menores para que se

possam mensurar melhor os resultados e, se preciso, fazer ajustes no trajeto.

Comemorar os resultados alcançados em eventos e premiar os destaques, aqueles

que superaram todas as expectativas, é uma excelente forma de reconhecimento.

Outro fator crítico para o sucesso do projeto é a escolha da estratégia de

comunicação. Pode se adotar materiais promocionais, pesquisas de satisfação,

vídeos (institucionais ou de produtos), grife interna (broches, camisetas, bonés, etc.),

24

palestras internas (com o objetivo de apresentar as novidades, tendências e

evoluções), pastas (técnicas, educativas ou de integração), cartazes (motivacionais

ou informativos), newsletter interno, história da empresa por meio de fotografias,

canais diretos (ouvidoria, líder, diretoria ou presidência), painéis informativos sobre o

andamento do projeto e os resultados alcançados. A escolha dependerá dos

recursos financeiros disponíveis para o projeto e a quantidade de envolvimento de

cada colaborador em cada item.

Após a implantação do projeto de Endomarketing com sucesso, qualquer outro

projeto de melhoria será mais fácil de implantar visto que os empregados já estarão

acostumados com mudanças e comprometidos com os resultados da empresa.

Quando o marketing interno funciona, o marketing externo será muito mais

abrangente, visto que o funcionário estando mais satisfeito no trabalho encarará suas

funções com mais responsabilidade, sendo o multiplicador da boa imagem da

empresa e tendo maior poder de persuasão junto aos seus clientes.

25

6 – ITENS MOTIVACIONAIS – os mais usados pelas empresas

No passado para as empresas bastava-se ter o melhor preço o melhor produto

ou serviço que era garantia de sucesso e prosperidade.

Com o passar dos anos os produtos e serviços passaram a ser quase equivalentes

por conta da Globalização iniciada nos anos 90, ou seja, aumentou-se a

competitividade e os fatores iniciais já não são suficientes para a manutenção das

empresas.

Neste cenário o fator humano passou a ser preponderante no sucesso das

empresas, ter em seus quadros funcionários talentosos e motivados é a base para

que as empresas cresçam e aumentem seus lucros e produtividade.

Quando falamos em motivação logo vem a nossa mente benefícios, prêmios,

Bônus e outros.

Podemos elencar abaixo as principais práticas motivacionais usadas

atualmente pelas empresas:

6.1 - Benefícios

É o primeiro recurso motivacional usado pelas empresas, conceder benefícios,

são uma forma de demonstrar aos empregados que eles terão o amparo da empresa

também junto a família. Atualmente muitos dos empregados não levam em

consideração estes itens, mas se fizermos uma análise mais profunda em alguns

casos os benefícios chegam a ser maiores que o salário pago. Podemos destacar os

mais importantes:

Ø Plano de Saúde – este é considerado pelos funcionários o mais importante dos

benefícios, tendo em vista o custo monetário alto na contratação deste

individualmente pela família, como também pelo aspecto social já que a saúde

pública em alguns casos é deficiente e precária. É sempre bom destacar que

quando o plano disponibilizado pela empresa é de baixa qualidade ou pouco

abrangente acaba por causar uma frustração maior, caso o mesmo não fosse

disponibilizado, sendo assim a empresa deve sempre buscar um plano que com

uma rede credenciada que atenda as necessidades de seus funcionários.

Ø Podemos também incluir a assistência dental como benefício complementar ao

plano de saúde.

26

Ø Seguro de Vida – para alguns segmentos empresariais, tais como

indústria/produção, é de suma importância já que nas operações destas

empresas há algum risco contra a vida humana. Mesmo assim é pouco percebido

pelos funcionários, que só lembram-se deste benefício quando ocorre alguma

fatalidade com algum integrante da equipe.

Ø Tickets Alimentação/ Refeição/ Cesta Básica – são benefícios regidos por Lei1,

onde as empresas podem deduzir parte do valor gasto no Imposto de Renda.

Benefício muito bem recebido pelos funcionários, já que gera economia no

orçamento doméstico.

6.2 - Premiação

Trata-se de uma ação de que busca incentivar o funcionário de diversas

formas, mas sempre com objetivo muito claro (aumento de produtividade,

cumprimento de metas, sugestões que geram economia). Normalmente utilizada a

fim de escolher os melhores de cada setor ou área da empresa.

Os critérios usados são dos mais variados, além disso atinge um número

pequeno de funcionários concedendo prêmios para no máximo três ganhadores.

6.3 - Campanhas

Podemos denominar como uma ação que envolve um maior número de

pessoas da empresa, além disso é uma ação que costuma ser desenvolvida pelo um

período de tempo maior ou até indeterminado.

6.4 - Bônus

Critério que atende a uma pequena parcela de funcionários, muito usado em

cargos estratégicos da empresa como Diretores, CEO e Presidentes.

Muito criticado como forma de motivação, tendo em vista que foca apenas no

resultado financeiro da empresa, ou seja, caso a empresa atingir sua meta de lucro

os responsáveis pela estratégia “macro”, recebem ações da companhia.

A concessão deste tipo de benefício é muito complexo, pois envolve processos de

Auditoria externa para confirmar os resultados, além disso ainda necessita

autorização dos demais acionistas e em alguns casos de agências governamentais.

1 PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador

27

6.5 – PLR: Participação nos lucros e resultados/ 14º salário

Vem se tornando uma prática muito comum nas empresas, que observaram

que é uma forma mais participativa, já que todas as áreas se envolvem com o

resultado final da empresa, com isso todos ganham.

Mesmo assim ainda temos distorções nesta ação tendo em vista que algumas

empresas adotam modelos de proporcionalidade por faixa salarial, sendo assim os

cargos maiores ganham um valor maior em relação aos que estão em cargos

menores na empresa.

6.6 – Educacionais

As empresas se utilizam desta ferramenta não só para aperfeiçoamento de

seus colaboradores, como para retenção de talentos.

Muitas fazem como ação social, disponibilizando espaço físico e equipamentos

de áudio e vídeo, participando de programas públicos de ensino para formação, tanto

no nível fundamental quanto no médio (Ex.: Tele curso – Fund. Roberto Marinho),

inclusive recrutando funcionários da própria empresa de nível de escolaridade

superior a participar do processo, quer seja ministrando aulas ou dando colaborando

em aulas de reforço.

Outras disponibilizam verbas para financiar a conclusão de nível superior e até

mesmo MBA, cursos de extensão e até mesmo ensino de outras línguas como inglês

e espanhol. O intuito obviamente é de aprimorar seus talentos internos, gerando um

maior comprometimento do funcionário com a empresa.

6.7 – Sociais

As empresas mais modernas têm observado que participar da vida pessoal do

funcionário faz com este enxergue a empresa com uma parte importante de sua vida

absorvendo muito mais a visão e a cultura da empresa, o que demonstra que

promover a fusão da empresa com o meio social de seus funcionários é fundamental

para um maior crescimento.

Disponibilizar Creche, áreas de Lazer como Grêmios e Clubes, incentivar a

criação de times para prática de esportes e até mesmo apresentações de música e

teatro, passam a ser peça chave para o aumento da produtividade.

28

Podemos dar como exemplo a empresa Azaléia2, que em sua unidade

localizada no Rio Grande do Sul em 2001 criou um projeto Chamado “Construindo o

Futuro”. Neste projeto a empresa criou centros de educação, onde disponibilizou

educação tradicional, profissionalizante e de idiomas. Lançou também, um inédito

plano de habitação que teve como objetivo garantir que a grande maioria de seus

empregados pudesse ter acesso à casa própria. O retorno foi logo sentido na

diminuição do “Turn-over”3,, nos baixos índices de perda de produto, maior

assiduidade dos trabalhadores, refletindo diretamente no crescimento da produção e

da qualidade dos produtos.

Infelizmente todo esta situação veio a mudar com a aquisição da empresa pela

Vulcabrás em 2007, que tinha um outro modelo de gestão, que acabou por fechar a

fábrica no RS, abrindo outra no interior do Ceará, hoje denunciada por praticar

jornada excessiva de trabalho aos seus funcionários.

2 portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0627/m0049567.html 3 “Turn-over” é a taxa de entrada a e saída de trabalhadores do quadro funcional de uma empresa.

29

7 – INCENTIVOS MOTIVACIONAIS – as melhores práticas.

A motivação está estreitamente voltada para o atendimento das necessidades

individuais do homem (Aquino, 1981). Portanto, cabe a empresa estar consciente da

função de motivar seus funcionários.

A empresa deve se preocupar constantemente com o aspecto da motivação

preventiva; ou seja, ele deve provocar motivos satisfatórios para que os funcionários

trabalhem motivados. A empresa deve planejar o seu sistema motivacional, e estar atento para um

conjunto de incentivos, dos quais destaco:

7.1- Lançar novos desafios

Muito importante tanto para a organização, quanto para o funcionário já que a

falta de desafios gera a chamada “zona de conforto”, onde ambos acreditam que o já

realizado é suficiente para manutenção da empresas e dos resultados.

7.2 - Demonstrar as perspectivas de desenvolvimento profissional e pessoal

Cabe sempre a empresa indicar aos seus funcionários possível crescimento

dentro da organização, seja ele feito de forma vertical através de um plano de

carreira ou horizontal através de aumentos salariais.

7.3 - Oferecer oportunidades de treinamento

Empresa que investe em treinamento tem pelo menos o dobro de retorno em

produtividade (Macian, 1987), por isso trona-se item importante no cotidiano das

empresas. Trata-se de aumentar a capacidade, bem como adequar o funcionários as

atividades da empresa. Como isso o funcionário se sente mais valorizado e tem como

retorno o aumento de suas habilidades.

7.4 - Possibilitar o reconhecimento e a valorização

As empresas devem estar sempre atentas na manutenção da auto-estima de

seus funcionários, demonstrando o reconhecimento e a valorizar de cada ação

positiva. É de extrema importância para que o clima interno da empresa se mantenha

30

em alta. Portanto a criação de canais de comunicação para que se dê publicidade a

estas ações dentro da empresa, faz com se promova as boas práticas.

7.5 - Propiciar a integração

Integrar a equipe e os diversos departamentos da empresa faz com que se

tenha um ambiente único de trabalho, onde todos buscam o mesmo objetivo. Criar

canais de comunicação eficientes entre os departamentos, além de usar o

Endomarketing4 como ferramenta para o aumento deste processo, faz com que a

empresa se torne um time, e saia fortalecida para o mercado.

7.6 - Demonstrar o sentimento de utilidade

A Empresa deve sempre fazer com que as tarefas diárias de seus funcionários

sejam consideradas importantes dentro da organização, já que a soma

destas vão gerar o resultado final. Nada de elencar que o departamento “tal” é mais

estratégico, ou que o cargo “X” é mais importante. Demonstrar que todos são úteis

independentemente da tarefa que realizam.

7.7 - Promover a empatia com o estilo de liderança vigente

As lideranças da empresa devem estar sempre atentas a promover a interação

da chefia com seus subordinados, já que quando o time esta unidade e com uma

liderança forte o caminho para atingir as metas fica mais fácil. As chefias devem

evitar a qualquer custo os conflitos internos, sempre estando à disposição ao diálogo.

7.8 - Garantir o sentimento de justa remuneração

O Fator salário sempre é um assunto delicado dentro das empresas, algumas

inclusive proíbem seus funcionários de divulgar seus rendimentos aos seus colegas

de trabalho. Quando a empresa divulga com transparência o plano de cargos e

salários esta situação fica muito mais tranqüila. Promover através do setor de

Recursos Humanos entrevistas de satisfação interna, faz com que a empresa tenha

clareza se os salários estão ajustados com as atividades desenvolvidas pelos seus

4 Endomarketing é uma atividade do marketing, batizada em 1990 por Saul Bekin em seu livro "Fundamentos do Endomarketing". “Endo”, originário do grego, significa posição ou ação no interior, ou seja, “movimento para dentro”. Endomarketing é, portanto, um conjunto de ações de marketing institucional dirigida para o público interno (colaboradores, fornecedores, acionistas, vendedores).

31

funcionários. Dar prioridade nesta questão revisando sempre a remuneração

concedida, faz com que os funcionários sintam-se valorizados.

7.9 - Oferecer segurança

Nos tempos atuais empregabilidade é um dos fatores determinantes para o

sucesso. Empresas que prezam por reter seus talentos ficam menos suscetíveis as

variações dos mercados. Os funcionários enxergam melhor a empresa quando esta

não trata a mão-de-obra como algo descartável ou que gera apenas custo financeiro,

com isso traz mais segurança aos colaboradores que podem realizar suas tarefas

sem estar preocupados com um possível futuro incerto de demissões.

7.10 - Propiciar autonomia no desenvolvimento das tarefas

As empresas que incentivam seus funcionários a produzir dentro de um

ambiente de maior liberdade, promovendo a autonomia de cada setor em decidir

suas ações, criam um ambiente criativo, que vai gerar posteriormente uma empresa

inovadora.

32

8 – O JEITO CERTO DE FAZER

A parte mais difícil da motivação é realizar concretamente ações que gerem

dentro das empresas melhores resultados.

Existem diversas formas de fazer as ações motivacionais, para facilitar melhor

o entendimento de como as ações se inserem no contexto de cada empresa iremos

dividir em três áreas de atuação de mercado:

• Comercial/Vendas;

• Produção/Indústria;

• Varejo.

8.1 - Comercial/ Vendas

Na área comercial as ações mais utilizadas são as Campanhas e Premiações,

mas nem sempre vemos todas as pessoas da equipe envolvidas ou motivadas. Por

que isto acontece?

Na verdade tudo começa na montagem destas ações, muitos erros são

cometidos. Para tanto seguir alguns critérios que vamos abordar abaixo é de extrema

relevância para que tenhamos sucesso, vejamos:

8.1.1 - Cálculo

Primeira parte a ser realizada, tem que se estabelecer uma metodologia para

encontrar dados que venham a subsidiar a elaboração da ação:

Média Histórica

Cálculo é baseado no valor total em unidades ou valor monetário dividido pelo

período adotado como referência, pode ser adotada por período trimestral; semestral

ou anual, porém algumas variáveis devem ser avaliadas antes do fechamento da

cota:

Ø Verificar dentro do período escolhido se ocorreu alguma campanha similar ou se

houve fornecimento de bonificações às clientes.

Ø Observar a ocorrência de algum desvio por conta de fatos supervenientes

(estoque alto, produto em falta, mudança climática, entrada de novo concorrente).

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Média de Mercado

Este cálculo é baseado em números divulgados pelo mercado ou por pesquisa

realizada pela empresa ou por algum instituto de pesquisa. Mesmo neste caso

podem surgir algumas variáveis:

Ø Verificar se algum concorrente descontinuou algum produto da amostra

Ø Qual o período que se refere à base de dados

Ø Evitar produtos de sazonalidade.

8.1.2 - Motivo

Pode parecer óbvio que o motivo de toda ação é vender mais, mas não é

apenas este quesito que deve ser levado em consideração, existem motivos variados

que não estão calcados apenas no volume ou valor a ser atingido, com isso temos:

assim ficará claro para a equipe e aos demais envolvidos porque a mesma esta

sendo criada.

Positivação

Neste quesito a necessidade esta relacionada à colocação de um produto

novo no mercado, ou até mesmo ter o produto disponível no maior número possível

de pontos de venda, quantidade passa a ser um segundo objetivo.

Participação no mercado

Visa aumentar o Market Share5, ou seja, buscar um melhor posicionamento no

mercado.

8.1.3 - Objetivo

Muitas pessoas confundem este item como anterior, mas objetivo é o alvo que

você deseja atingir, é registrar exatamente o número que você deseja chegar, seja

ele expresso em unidades ou monetário, além de determinar os produtos que serão

usados e aferidos.

8.1.4 - Formatação

Toda ação de vendas deve ter regras claras e concisas para que os

colaboradores envolvidos possam dar credibilidade ao processo. Dar publicidade qual

5 A expressão tem como tradução participação no mercado e designa a fatia de mercado detida por uma organização.

34

será o valor a ser pago para quem vai atingir as metas, se será pago em espécie ou

em produtos (eletrodomésticos, eletrônicos) e quais os percentuais mínimos para

participar etc...

8.1.5 - Principais erros na elaboração das ações (Campanhas/Premiação):

Ø Toda a ação é para crescer as vendas e não bater recordes históricos, isto é

conseqüência de como você anteriormente motivou a equipe.

Ø Toda a ação deve ser monitorada pelas chefias, não apenas alertando a equipe

para os objetivos, mas acompanhando outras variáveis como estoque dos

produtos envolvidos, liberação de credito dos clientes etc..

Ø Criar ações que envolvam toda a força de vendas, sejam estas diretamente

(Vendedores/ Supervisores/ Promotores) ou indiretamente (Assistentes/

Analistas).

Ø Evitar premiar com valores monetários de pouca monta ou itens sem

expressividade, pois gera baixa adesão a ação.

Ø Os prêmios devem ser sempre iguais para quaisquer cargos que estejam

envolvidos na campanha.

Ø Repetir o produto na Campanha por vários meses consecutivos, gera

desinteresse pelo objeto da premiação/campanha.

Ø Fazer alterações nas Campanhas/ Premiações após divulgação das mesmas, no

intuito de mudar regras e objetivos.

8.2 – Produção/ Indústria

Na área produção/industrial a motivação passou a ser encarada como

importante aliado no aumento da produtividade.

A maioria das empresas também tem adotado premiações como um dos itens

motivacionais veja as formas mais usuais e os erros que devem ser evitados:

8.2.1 - Prêmio por sugestões

Premiar os funcionários por apresentarem soluções e correções nos processos

produtivo/administrativo e financeiro que geram economia e/ou aumento de

produtividade é muito importante afinal de contas quem ganha mais com as

35

mudanças indicadas é a empresa, sendo assim o prêmio a ser concedido deve ter

um valor fixo, e lógico estimulante e satisfatório ao colaborador. A empresa deve

sempre premiar todas as sugestões utilizadas e efetivadas afim de não causar

constrangimento entre os colaboradores que passam assim a acreditar no programa

criado.

Algumas empresas vão além e criaram programas de empreendedorismo

corporativo (intraempreendedorismo)6 que incentivam seus funcionários a sugerir

novos produtos ou serviços. Um exemplo do potencial desta ferramenta foi na criação

do Post-it7 da 3M, um funcionário encaminhou uma sugestão que acabou por virar

um dos principais produtos da companhia. Lógico que em 1977 a 3M ainda não tinha

esta visão, mas logo após este episódio, a mesma criou um programa que acabou

por fazer surgir uma gama de outros produtos.

Outras empresas preferem atrelar premiações por critérios mais básicos como

pontualidade e assiduidade, utilizando Cestas Básicas como premiação, mas cabe

lembrar que estes são elementos básicos da relação de trabalho, sendo assim não se

deve utilizar tais ações como elemento avaliativo. Além disto, Cestas Básicas devem

ser concedidas como benefício já que é quase que um apoio social ao empregado.

8.3 - Varejo

Neste segmento é muito comum a utilização de Campanhas como as usadas

na área Comercial, porém com formatos diferentes.

Nas grandes lojas de departamento, concessionária de automóveis, instituições

financeiras, magazines e hipermercados, além do varejo individual ou rede, as

campanhas estão na maioria das vezes atreladas a cobertura de produtos

financeiros, como por exemplo:

Ø efetivar cadastros em cartões de crédito próprios,

Ø incentivo para que os clientes incluam no parcelamento de suas compras outros

produtos, tais como seguros, garantia estendida, bem como indicar a

possibilidade de um maior numero de parcelas, tendo em vista um ganho maior

em face de contemplação de juros.

6 http://www.ietec.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/576 7 pequeno papel (de 7,5 cm de área) com um adesivo de fácil remoção atrás de si, de forma que seja facilmente pregado, retirado e recolocado por algumas vezes, sem deixar marcas ou resíduos

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Ø Prêmios por ter prestado excelência do atendimento ao “Cliente misterioso” ou

“Cliente oculto”8

Ø Clube de prêmios, onde o vendedor acumula pontos a cada venda realizada da

linha de produtos designada pelo fabricante, onde posteriormente o mesmo troca

por produtos ou viagens.

Ø Valores adicionais de comissão para venda de produtos com baixo giro.

Nas redes ou franquias de lanchonetes, é freqüente usar “pins”9, onde cada um

destes significa um grau de experiência que o atendente ou gerente adquiriu,

objetivando uma futura promoção na rede. Além do famoso quadro de “destaque do

mês”, que tem um intuito de gerar um entrosamento maior do time já que este é eleito

pelo voto dos próprios funcionários.

No varejo independente encontramos apenas a comissão de vendas como critério

motivador, em alguns casos nem este tipo de incentivo existe.

O que percebemos nos erros destas campanhas é que na maioria das vezes faz

com que o empregado sinta-se pressionado ou até mesmo ameaçado, já que o

sistema do “empurômetro”10 é muito utilizado já que a maioria dos consumidores não

demonstra interesse pelos produtos ofertados.

8 Funcionário de uma empresa de consultoria contratado para efetuar avaliação de atendimento se passando como cliente. 9 São pequenas plaquinhas de metal, para ser afixados em mochilas, lapelas, casacos. Conhecidos também como Bottons. 10 Forma popular de expressão para quando uma pessoa insiste para a outra que o produto é essencial e tem que ser levado. Venda a qualquer custo.

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9 – COLABORADOR - peça chave da motivação

As empresas estão cada vez mais preocupadas na busca de talentos, tendo

em vista que sem profissionais talentosos de nada adianta estratégia, tecnologia ou

idéias inovadoras. No mercado globalizado os novos profissionais passam a ter as

habilidades cada vez mais questionadas: criatividade, eficiência, compreensão, visão

e relacionamento interpessoal, são atributos necessários.

Desde o inicio vimos que a motivação passa por diversas esferas, tanto no

campo emocional, quanto administrativo, mas é nas pessoas que o foco sempre será

maior já que são o conhecimento, as habilidades e a atitude que faz com que um

profissional se diferencie dos demais.

O empregador que chama seus funcionários de “empregados”, no mínimo

deseja que a sua empresa seja apenas mais uma no mercado, mas quando a

empresa entende que seu material humano são parte importante para se atingir o

sucesso e o crescimento da empresa, tudo muda, aí entra a denominação

colaborador.

O Colaborador é aquele que se integra, busca o aperfeiçoamento constante e

o crescimento profissional na organização, quando motivado este passa a

desenvolver novas capacidades. É neste contexto que surgem novos líderes e

talentos.

Para que as empresas pudessem gerir melhor seus colaboradores, foi criada a

Gestão de competências, que é uma ferramenta que veio para auxiliar as empresas a

enxergarem o que elas precisam buscar e treinar em seus colaboradores. Neste

processo existem dois tipos de classificação:

Ø Competências técnicas - É o que o profissional precisa saber para desempenhar

sua função.

Ø Competências comportamentais - É tudo que o profissional precisa demonstrar

como seu diferencial competitivo e tem impacto em seus resultados. Ex:

criatividade, flexibilidade, liderança

Os três pilares dentro desse modelo é denominado CHA (Conhecimento;

Habilidade e Atitude), onde:

38

Ø O conhecimento é o saber, é o que aprendemos nas escolas, nas

universidades, nos livros, no trabalho, na escola da vida. Sabemos de muitas

coisas mais não utilizamos tudo o que sabemos.

Ø A habilidade é o saber fazer é tudo que utilizamos dos nossos conhecimentos

no dia-a-dia.

Ø A atitude é o que nos leva a exercitar nossa habilidade de um determinado

conhecimento, pois ela é o querer fazer.

Fica claro que para que processos motivacionais possam ser em prática

assimilados pelos funcionários as empresas necessitam deixar com que os

colaboradores se sintam livres. Esta liberdade vai gerar uma série de

desenvolvimentos pessoais.

Primeiramente o funcionário ficará ávido a buscar sempre conhecimento, pois

este será a chave para almejar cargos e salários maiores, a empresa deve estar

sempre atenta a esta situação para que também não gere frustração.

Incentivar cada vez mais os colaboradores a buscar alternativas de melhoria

no trabalho, disponibilizando canais abertos para sugestões, conversas com os

superiores imediatos, RH e Diretorias. Lembrando que toda ou qualquer informação

interna deve ter relevância, pois pode trazer benefícios financeiros e administrativos

para a empresa em curto e médio prazo.

Alguns anos atrás, o colaborador que tinha atitude dentro da empresa é

sempre visto com desconfiança, mas nos modelos atuais de gestão, ter atitude é

tudo, estar sempre buscando fazer o melhor e bem feito é que o mercado de trabalho

mais deseja em um profissional. Não há mais espaço para profissionais que realizam

apenas o necessário ou o básico, ou que ficam aguardando ordens de seus

superiores.

Sendo assim o colaborador hoje não é apenas um registro dentro da empresa,

é a própria empresa, a principal engrenagem hoje em qualquer tipo de comércio ou

indústria.

39

10 – CONCLUSÃO

Por cada indivíduo ser único em sua forma de pensar e agir, com suas

experiências e concepção do mundo que o rodeiam, estímulos a fim de mantê-lo

motivado nem sempre tem o efeito desejado, já que cada um tem sua própria história

de vida condicionando suas motivações. Não há uma teoria que garanta a motivação,

pois supor que os mesmos estímulos causam as mesmas reações em todos os

colaboradores é menosprezar suas individualidades. Cada um reage de maneira

diferente a estímulos semelhantes, uma vez que as necessidades e os anseios

variam de pessoa para pessoa em função dos seus objetivos pessoais, sendo o

significado dado a cada ação relacionado á escala pessoal de valores. Lidar com

essas diferenças é um requisito necessário ás organizações. Da mesma forma que as necessidades variam entre os colaboradores,

também variam para um mesmo colaborador ao longo do tempo, o que torna ainda

mais difícil a padronização de estímulos, como defendem as teorias

comportamentalistas. O estímulo que hoje motiva pode ter efeito nulo amanhã ou até

mesmo desmotivar. É também a escala pessoal de valores que determina o Comportamento Motivacional dos colaboradores. A busca de satisfação está ligada

ás características da personalidade, fazendo com que cada um tenha um tipo

específico de percepção e de interação com o ambiente organizacional. Essa

percepção e essa interação são fatores fundamentais para que a motivação

intrínseca que cada um trás consigo não se perca. Cabe aos gestores procurar

determinar o Comportamento Motivacional de seus subordinados e a partir daí buscar

manter as condições necessárias para que permaneçam motivados, amenizando o

conflito entre os desejos desses e as exigências da empresa. É muito importante que

gostem da organização, do ambiente de trabalho, da atividade que realizam e que

tenham uma relação salutar com seu gestor, pois este é a primeira referência, para

os colaboradores, de como são percebidos pela organização. As condições necessárias para que a motivação intrínseca seja mantida

podem ser associadas á teoria dos dois fatores de Herzberg, pois motivação envolve

condições de trabalho e conforto, modelo de gestão, relações com superiores, uso

pleno das habilidades pessoais e delegação de responsabilidade. Esta é uma boa

maneira de manter a motivação dos colaboradores, pois perceberão sua contribuição

40

ao trabalho e á empresa. Se for aliado a isso o reconhecimento por parte dos

gestores e dos colegas, além da perspectiva de progresso, certamente serão

formadas equipes mais produtivas. Não pode ser desconsiderado o fato de que estar ou não motivado também

depende da maneira como o colaborador é visto por seu superior. Isso tem relevância

na medida em que caso o superior não considere a importância do significado que

cada colaborador dá ao cargo que ocupa ou não se interesse por sua escala pessoal

de valores, certamente haverá potencialidades que não serão exploradas. Outro ponto a ser considerado é que recompensas monetárias não têm o

efeito desejado, ou seja, não é um fator de motivação, mas um fator higiênico, como

apontou Herzberg. Tentativas de motivar com esse tipo de recompensa são eficazes

apenas para assegurar a submissão temporária ás regras e aos regulamentos da

organização. Não havendo oportunidade de obter valorização profissional,

reconhecimento, os colaboradores se mostrarão desmotivados, ainda que recebam

uma excelente remuneração. O dinheiro torna-se apenas um paliativo se as

condições de trabalho não forem saudáveis ou se o trabalho em si não for

interessante. Além disso, oferecer recompensas que no final podem não ser alcançadas,

apesar do esforço do indivíduo para tanto, pode ser compreendido como uma

punição. Somando-se o fato de que os indivíduos não se preocupam apenas com a

quantidade absoluta de recompensas que recebem pelos seus esforços, mas

também com a relação de suas recompensas em comparação com as dos outros,

tem-se um cenário desfavorável para recompensas monetárias, pois se houver algum

tipo de disparidade nesta relação eles poderão se sentir também punidos. As organizações precisam aceitar o caráter individual da motivação e terem a

consciência de que dificilmente os colaboradores estarão completamente satisfeitos:

existirá sempre uma necessidade não atendida que dirigirá novas condutas

motivacionais. Apesar disso, cabe a elas fazer com que o colaborador entenda qual é

sua missão e onde ele se encaixa dentro da visão da empresa, se sentido respeitado

e fazendo parte de algo maior. No final, caberá ao próprio colaborador a decisão de estar ou não motivado,

mudando sua atitude e se comprometendo com os resultados da empresa. Ao ouvir o

que ele tem a dizer, esclarecendo a ele o que precisa ser realizado e propiciando um

41

ambiente agradável, não coercitivo, a empresa estará mostrando que se preocupa

com ele, que acredita nele, pois não é possível manter-se motivado para sempre sem

que haja estímulos. Talvez assim esse colaborador não dê ao trabalho que executa

um sentido de simples meio para conseguir ser feliz fora dele, uma forma de

sobrevivência e nada mais, e não saia proferindo frases do tipo "o meu interesse pela

empresa é o mesmo que ela tem por mim: financeiro". O melhor investimento dentro de uma organização ainda continua sendo o

capital humano.

Devemos acreditar cada vez mais que o fator motivação é sim determinante

para ganho na produtividade.

Drucker (1998, p. 115) assim se expressa: "(...)hoje todas as organizações

dizem: as pessoas são nosso maior ativo, entretanto poucas praticam aquilo que

pregam. Porém, as organizações precisam atrair as pessoas, retê-las, reconhecê-las

e recompensá-las, motivá-las, servi-las, satisfazê-las."

Por isso, além de todas as questões que elencamos anteriormente a sinergia

empresa e funcionário é tão importante para que tenhamos sucesso na manutenção

da motivação.

Poderíamos então destacar alguns itens que mais geram desmotivação: Ø Líderes terroristas - Líder que menciona mais de uma vez ao colaborador que vai

demitir ou mudar pessoas da equipe tem que ser banido ou afastado da função.

Ø Metas inatingíveis – quem não ouvir falar em campanha “Cabeça de Bacalhau”11,

onde conseguir o prêmio passa ser uma fantasia.

Ø Premiação sem critérios – disponibilizar premiações apenas para uma parte da

equipe, ou uma ação que somente o Gerente ganha, gera um grande numero de

“abandonos”.

Ø Falta de planejamento – não preparar estoque para aqueles produtos que estão é

promoção é praticamente decretar antecipadamente o insucesso da ação.

Ø Equipes sem foco – O gestor deve conduzir os funcionários para um melhor

aproveitamento das ofertas, subsidiando a equipe de informação.

Ø Falta de transparência – não informar ou dar publicidade da regra do jogo, faz

com que o grupo se sinta enganado.

11 Jargão muito usado na área de vendas, já que o produto bacalhau é muito conhecido porém é o único peixe que nunca é vendido com a cabeça, por isso ninguém consegue comprar o animal inteiro.

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Ø Membros da equipe fazendo corpo mole sem serem advertidos – a equipe deve

estar sempre unida, mas infelizmente sempre ocorre de surgir um colaborador

que espera o resultado dos outros para buscar o dele, acreditando em um menor

esforço para atingir o objetivo.

Ø Pagamentos fora da data acordada – ao termino de uma campanha ocorre a

divulgação dos vencedores, e neste momento informar que não ter prazo para

entregar a premiação, demonstra ao time falta de comprometimento da empresa.

Ø Distância da diretoria com o chão de fábrica ou loja – estar sempre interagindo

com os funcionários, seja a posição hierárquica que for que você esteja, é muito

necessário para demonstrar a todos o comprometimento é para todos.

Criar novos critérios estão cada vez mais difíceis já que as empresas já

esgotaram todas as suas armas para que os funcionários estejam no ápice da

produtividade.

Outro fator que cabe destacar é que o ambiente externo à empresa, também vem

influenciando diretamente, como o trânsito nos grandes centros, que já desgastam os

funcionários antes mesmo destes cumprirem a sua jornada de trabalho, para tanto as

empresas vem criando até restrições geográficas na seleção de seus funcionários.

Por fim motivar é um ciclo que nunca acaba, se recicla a cada instante, sempre

pode haver algo que a empresa possa estar fazendo aos seus colaboradores para

motivá-los, desde um simples bom dia do dono da empresa, a premiar um funcionário

com uma viagem internacional. Toda ação deve ser sempre valorizada como parte do

esforço da empresa no bem estar dos seus colaboradores.

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