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Motores de popa de baixa potência - Manutenção preventiva 25 de junho de 2012 às 20:44 Moto r de popa em ação (15 HP). Os motores de popa dois tempos (2T) com potência de até 25 HP, carburados, são os campeões de uso entre os pescadores amadores.

Motores de Popa de Baixa Potência

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Manutenção

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Motores de popa de baixa potência - Manutenção preventiva25 de junho de 2012 às 20:44

Motor

de popa em ação (15 HP).

 

Os motores de popa dois tempos (2T) com potência de até 25 HP, carburados, são os

campeões de uso entre os pescadores amadores.

 

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Diante disso, considerando o grande número de usuários de motores dessa categoria,

algumas medidas preventivas de manutenção se fazem necessárias para o perfeito

funcionamento da máquina, contribuindo, assim, para que a aventura do pescador não se

torne, no mínimo, um aborrecimento em virtude de uma falha mecânica durante a

pescaria.

 

Na maioria das vezes os defeitos de motores de popa são decorrentes do mau uso ou da

falta de manutenção preventiva, de sorte que se o pescador sempre cuidar do seu motor

de modo adequado, raramente passará por dificuldades no tão esperado dia da pescaria.

 

Ademais, grande parte dos procedimentos de manutenção pode ser viabilizada pelo

próprio usuário, especialmente se o motor já estiver fora do prazo de garantia o que evitará

a perda desse direito do proprietário.

 

Na verdade, é bom lembrar que tais procedimentos de manutenção regular apenas visam

prevenir um problema e dar ao motor o seu correto uso, razão pela qual, caso já exista um

defeito, de gravidade maior, este deverá ser cuidado por um profissional da área, ou seja,

o técnico/mecânico em motores de popa. Portanto, a manutenção preventiva, regular e

programada, se destina a evitar um defeito e não a solucioná-lo quando este aparecer.

 

Antes de tudo, recomenda-se ler integralmente o manual do fabricante e seguir as

orientações quanto ao momento certo das manutenções regulares.

 

Seguem as orientações básicas:

 

 

inicialmente, verificar na linha de combustível se o parafuso do “suspiro” de ar do

tanque de gasolina encontra-se aberto e vistoriar se os plugs da mangueira que vai do

tanque ao motor estão devidamente conectados e que não apresentam vazamentos

de combustível. Deve ser observada aseta indicadora da direção correta da

mangueira ao motor, que está gravada na "pera" (bulbo), assim como confirmar se a

"pera" está passando combustível ao motor. O filtro de combustível (se houver) também

deve ser observado e confirmado se está apertado e sem vazamentos;

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Parafuso do suspiro de ar do tanque de combustível.

 

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Conector/plug corretamente instalado.

ao dar partida no motor, aguardar aproximadamente de 03 a 05 minutos em neutro para

o correto aquecimento da máquina e, quando em marcha, sempre acelerar

progressiva e suavemente sem arrancadas. Não funcionar na máxima aceleração

por mais de 10 minutos e, antes de parar, desacelerar também de modo suave até a

rotação mínima, aguardando cerca de 03 a 05 minutos em neutro para desligar;

 

funcionar o motor com gasolina nova, de boa qualidade e com menos de 30 dias da

data de aquisição, no mínimo duas vezes por mês, de preferência com o barco na água,

caso contrário, em tambor de plástico no lugar do conhecido “telefone/orelhão”, uma vez

que tal sistema não fornece um fluxo de água regular e forte, o que diminui efetivamente

a vida útil do rotor da bomba de água do motor, responsável pelo fluxo de água que o

refrigera;

 

a propósito, a correta circulação da água é um item importantíssimo porque é a

responsável direta pelo não superaquecimento do motor (arrefecimento), de modo que

cabe ao usuário verificar constantemente e sempre antes de cada pescaria a pressão da

água que sai do motor, a qual deve ter um fluxo contínuo, retilínio e forte;

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Fluxo correto de água da refrigeração do motor.

sempre que for preciso (quando não houver circulação ou estiver fraca a pressão da

água) trocar o rotor da bomba de água, o que normalmente ocorre com mais de 300

horas de uso (verificar previsão de troca no manual). Recomenda-se usar

incondicionalmente produto original do fabricante e nunca do mercado paralelo. Aliás,

o uso das demais peças de reposição originais é sempre necessário em detrimento de

produtos de origem desconhecida ou de segunda linha, os quais comprometem o correto

funcionamento do motor;

 

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ainda que se tenha os cuidados acima, em virtude do álcool que compõe a gasolina

brasileira que é bastante agressivo ao sistema de alimentação do motor, é possível que,

mesmo com poucas horas de uso, o carburador venha a obstruir acarretando falhas na

marcha lenta ou mesmo impedindo a partida do motor. No caso de motores de baixa

potência, o usuário com um pouco de experiência na área de mecânica poderá desmontar

e limpar o carburador, especialmente desobstruindo os giclês de “alta” e de “baixa” e

limpando a cuba do carburador, com o uso de ferramentas básicas, mas de boa

qualidade, de spray  lubrificante e da própria gasolina do motor;

 

quando for necessário desmontar o carburador, ou mesmo outra peça do motor, uma dica

bastante útil para não esquecer a correta posição das peças, éfotografar com

antecedência todo o procedimento de desmontagem, de modo que assim o usuário

poderá rever as imagens anteriores ao desmonte;

 

no caso de motores 2T, deve-se usar a mistura de óleo (TCW3) indicada para o uso

náutico e na proporção precisa e correta que, depois do período de amaciamento do

motor, normalmente é de 50:1 (50 litros de gasolina para 1 litro de óleo – 25 litros de

gasolina para 500 ml de óleo...), todavia, é necessário consultar o manual do fabricante

sobre tal proporção;

 

após cada uso do motor de popa, desconectar a mangueira de alimentação do

combustível e funcioná-lo, em neutro e em baixa rotação, na água doce por

aproximadamente 5/10 minutos até acabar a gasolina, deixando secar a cuba do

carburador. O ideal seria drenar a gasolina pelo parafuso da cuba do carburador, porém

esse procedimento reiterado poderá danificar a fenda ou rosca do dito parafuso sendo,

portanto, desaconselhado esse procedimento de forma constante e regular, o que poderá

ser feito apenas de modo eventual, quando do armazenamento do motor por períodos

prolongados;

 

caso não disponha do manual do proprietário, normalmente se deve trocar o óleo da

rabeta (óleo 90 para transmissões, tipo hipóide API GL5) com 50/100 horas de uso,

bastando, para tanto (com chaves adequadas e de boa qualidade para não espanar as

roscas, fendas..), retirar os dois parafusos da lateral da rabeta e, com o motor na vertical,

deixar escorrer todo o óleo usado. Após, inserir o óleo novo (pode usar bisnagas plásticas

de bico) pelo parafuso inferior até derramar pelo orifício superior, que é a marca limite do

óleo. Depois, fechar primeiro o parafuso de cima e, em seguida, o de baixo;

 

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Parafusos da troca de óleo da rabeta - superior e inferior.

 

limpar com escova de aço os anodos de sacrifício sempre que eles estejam com

acúmulo de sal, cracas ou oxidados. Quando desgastadas em torno de 50%, estas peças

devem ser trocadas, sob pena da eletrólise atacar a pintura e demais peças de metal do

motor;

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Anodo no motor.

 

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Limpeza do anodo.

 

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Anodos limpos.

também, a cada 50/100 horas de uso, recomenda-se retirar as velas de ignição e limpar

as partes carbonizadas com escova de aço. Por experiência própria, as velas do motor

têm uma vida útil de no mínimo 300 horas de uso, desde que não apresentem defeitos

como a quebra do isolador cerâmico ou mesmo desgaste prematuro do pino da centelha;

sempre que necessário, todos os graxeiros devem ser lubrificados com graxa de boa

qualidade, especialmente aqueles do eixo central do motor. Para isso, uma bomba

com bico de encaixe adequado aos graxeiros do motor se faz necessária, caso

contrário poderá danificar e quebrar as entradas do lubrificante;

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Graxeiro.

a lavagem externa com água doce também é preciso depois de cada uso. Em seguida e

após o resfriamento do motor, retira-se o capô e, caso se verifique no bloco sinais de

zinabre ou acúmulo de sal (uso no mar), lava-se a parte interna do motor com um água

doce, bem fraca e com cuidado para não entrar nos orifícios, retirando as crostas com a

ajuda de uma escova, que poderá ser uma escova de dente usada. Com um pano macio

efetua-se a secagem e aplica-se uma leve camada de silicone spray na parte interna,

cujo produto, seaplicado em pequenas quantidades e sem exageros, protege as partes

metálicas da corrosão e as partes emborrachadas do ressecamento;

 

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os motores de baixa potência atuais normalmente usam cabos de aço no sistema de

aceleração, como os de bicicleta e moto, os quais devem ter os seus terminais

lubrificados com óleo mineral ou mesmo graxa , eis que é exatamente nessa entrada

dos cabos onde começa a oxidação causando a sua ruptura, especialmente se usado no

mar, na água salgada;

     

A hélice é outro item do motor extremamente relevante para o seu bom funcionamento,

eis que qualquer empeno/amasso nas suas pás causará vibração excessiva e poderá

danificar os retentores do óleo e as engrenagens da rabeta, provocando vazamento e

contaminação do óleo com a água, além de diminuir consideravelmente o rendimento do

motor. Diante disso, o usuário deve ter o máximo de cuidado para não danificá-la quando

em navegação e, caso isso ocorra, se os danos não forem de pequena monta, como

apenas arranhões, recomenda-se severamente trocá-la por uma nova para evitar futuros

problemas mais graves;

 

ao trocar o óleo da rabeta, aproveita-se para retirar a hélice e conferir sua integridade,

além efetuar uma limpeza do eixo e lubrificá-lo com uma leve camada de graxa náutica

(branca) à base de sabão de lítio;

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Hélice em perfeito estado.

por fim, após a lavagem externa do motor, onde poderá ser usada água com vinagre para

retirada de cristais de sal quando usado no mar, um polimento na pintura o deixará bem

apresentável praticamente por muito anos de uso.

 

 

As referidas recomendações certamente contribuirão para o correto uso do motor de popa

e para prolongar sua vida útil evitando, com isso, aborrecimentos ou mesmo incidentes

mais graves durante a pescaria.