Movel Mobilgaseifica i Magnificat Einsengauge

Embed Size (px)

DESCRIPTION

mosvs lkjbd vlkjb çuhaiuh açluh aluh alkuh aliu haui hoi8hy p98yh98y 98h iuah uiah diash oiah oph oiahdioahoi hai iaiaohaoi haoidh poiah poiah dp98y 098ysap9d ha

Citation preview

  • Os asteroides (pr-AO 1990: asteride)[1] so corpos rochosos e metlicos que possuem rbita definida ao redor do Sol[2] . Fazem parte dos corpos menores do sistema solar.

    Possuem, geralmente, apenas algumas centenas de quilmetros. Historicamente, chegaram a ser igualmente denominados planetoides, planetas menores ou pequenos planetas - mas na resoluo B5 de 24 de Agosto de 2006 tomada em Praga, a Unio Astronmica Internacional (UAI) recomenda que todos estes sinnimos deixem de ser usados, devido sua ambiguidade[3] . O termo "asteroide" deriva do grego "astr", estrela, e "oide", sufixo que denota semelhana. So semelhantes aos meteoroides, porm com dimenses bem maiores, possuindo formas e tamanhos indefinidos.[2]

    O Minor Planet Center possui dados de mais de 1,1 milho de planetas menores no Sistema Solar interno e externo, dos quais mais de 680 mil tm designaes numeradas.[4] A grande maioria desses objetos est no cinturo de asteroides.

    So desconhecidos quase todos os de menor tamanho, os quais acredita-se que existam cerca de 1 milho. [2] Estima-se que mais de quatrocentos mil possuam dimetro superior a um quilmetro. Entretanto, se juntssemos a massa de todos os asteroides conhecidos, ela seria inferior massa da Lua. [2]Cinturo de asteroides em branco, entre Marte e Jpiter.

    Ceres o maior asteroide conhecido, possuindo dimetro de aproximadamente 900 quilmetros[5] , e, desde 24 de Agosto de 2006, passou a ser considerado tambm um planeta ano. Possui brilho varivel, o que explicado pela sua forma irregular, que reflete como um espelho a luz do Sol em diversas direes.

    Os asteroides esto concentrados em uma rbita cuja distncia mdia do Sol de cerca de 2,1 a 3,2 unidades astronmicas, entre as rbitas de Marte e Jpiter.[5] Esta regio conhecida como Cinturo de Asteroides, que uma fonte de pequenos corpos.[6] No entanto, dentro deste cinturo h diversas faixas que esto praticamente vazias (so as chamadas Lacunas de Kirkwood), que correspondem a zonas de ressonncia onde a atrao gravitacional de Jpiter impede a permanncia de qualquer corpo celeste.

    Alguns asteroides, no entanto, descrevem rbitas muito excntricas, aproximando-se periodicamente dos planetas Terra, Vnus e, provavelmente, Mercrio. Os que podem chegar perto da Terra so chamados EGA (earth-grazers ou earth-grazing asteroids). Um deles o famoso Eros.

    Os troianos constituem outros espcimes particulares de asteroides que orbitam fora do cinturo.

    H muitas tcnicas utilizadas para se estudar as caractersticas fsicas dos asteroides: fotometria, espectrofotometria, polarimetria, radiometria no infravermelho etc. A superfcie da maior parte deles comparvel dos meteoritos carbnicos ou a dos meteoritos ptreos.

    De acordo com as teorias mais modernas, os asteVnus (portugus europeu) ou Vnus (portugus brasileiro) (AO 1990: Vnus ou Vnus)[4] o sundo planeta do Sistema Solar em ordem de distncia a partir do Sol, orbitando-o a cada 224,7 dias. Recebeu seu nome em homenagem deusa romana do amor e da beleza Vnus, equivalente a Afrodite. Depois da Lua, o objeto mais brilhante do cu noturno, atingindo uma magnitude aparente de -4,6, o suficiente para produzir sombras. Como Vnus se encontra mais prximo do Sol do que a Terra, ele pode ser visto aproximadamente na mesma direo do Sol (sua maior elongao de 47,8). Vnus atinge seu brilhoimo algumas horas antes da alvorada ou depois do ocaso, sendo por isso conhecido como a estrela da manh (Estrela d'Alva) ou estrela da tarde (Vsper); tambm chamado Estrela do Pastor.

    Vnus considerado um planeta do tipo terrestre ou telrico, chamado com frequncia de

  • planeta irmo da Terra,[5] j que ambos so similares quanto ao tamanho, massa e composio. Vnus coberto por uma camada opaca de nuvens de cido sulfrico altamente reflexivas, impedindo que a sua superfcie seja vista do espao na luz visvel. Ele possui a mais densa atmosfera entre todos os planetas terrestres do Sistema Solar, constituda principalmente de dixido de carbono. Vnus no possui um ciclo do carbono para fixar o carbono em rochas ou outros componentes da superfcie, nem parece ter qualquer vida orgnica para absorv-lo como biomassa. Acredita-se que no passado Vnus possua oceanos como os da Terra,[6] que se evaporaram quando a temperatura se elevou, restando uma paisagem desrtica, seca e poeirenta, com muitas pedras em forma de placas. A gua provavelmente se dissociou e, devido inexistncia de um campo magntico, o hidrognio foi arrastado para o espao interplanetrio pelo vento solar.[7] A presso atmosfrica na superfcie do planeta 92 vezes a da Terra.

    A superfcie venusiana foi objeto de especulao at que alguns dos seus segredos foram revelados pela cincia planetria no sculo XX. Ele foi finalmente mapeado em detalhes pelo Projeto Magellan em 1990-91. O solo apresenta evidncias de extenso vulcanismo e o enxofre na atmosfera pode indicar que houve algumas erupes recentes.[8] [9] Entretanto, a falta de evidncia de fluxo de lava acompanhando algumas das caldeiras visveis permanece um enigma. O planeta possui poucas crateras de impacto, demonstrando que a superfcie relativamente jovem, com idade de aproximadamente 300-600 milhes de anos.[10] [11] No h evidncia de placas tectnicas, possivelmente porque a crosta muito forte para ser reduzida, sem gua para torn-la menos viscosa. Em vez disso, Vnus pode perder seu calor interno em eventos peridicos de reposio da superfcie.[10]

    ndice

    1 Caractersticas fsicas 1.1 Estrutura interna 1.2 Geografia 1.3 Geologia da superfcie 1.4 Atmosfera e clima 1.5 Campo magntico e ncleo 2 rbita e rotao 3 Observao 4 Pesquisas 4.1 Pesquisas iniciais 4.2 Observaes terrestres 5 Explorao 5.1 Esforos iniciais 5.2 Entrada na atmosfera 5.3 Cincia da superfcie e da atmosfera 5.4 Mapeamento com radar 5.5 Misses atuais e futuras 5.6 Sobrevoo tripulado de Vnus 6 Na cultura 6.1 Histrico de sua compreenso 6.2 Na fico cientfica 6.3 Colonizao 7 Ver tambm 8 Bibliografia 9 Referncias 10 Ligaes externas 11 Referncias

    Caractersticas fsicas

    Vnus um dos quatro planetas terrestres do Sistema Solar, significando que, como a Terra, ele um corpo rochoso. Em tamanho e massa, ele muito similar ao nosso planeta. O dimetro de Vnus apenas 650 km menor e sua massa 81,5% da massa da Terra. E

  • ntretanto, as condies na superfcie venusiana diferem radicalmente daquelas na Terra, devido sua densa atmosfera de dixido de carbono. A massa da atmosfera de Vnus composta em 96,5% de dixido de carbono, sendo o nitrognio a maior parte do restante.[12]Estrutura interna

    Sem dados ssmicos ou conhecimento do seu momento de inrcia, existe pouca informao sobre a estrutura interna e a geoqumica de Vnus.[13] Entretanto, a similaridade em tamanho e densidade entre Vnus e a Terra sugere que eles possuem uma estrutura interna similar: ncleo, manto e crosta. O ncleo de Vnus , como o da Terra, pelo menos parcialmente lquido, porque os dois planetas tm se resfriado mais ou menos na mesma taxa.[14] O tamanho ligeiramente menor de Vnus sugere que as presses so significativamente menores no seu interior do que na Terra. A principal diferena entre os dois planetas a inexistncia de placas tectnicas em Vnus, provavelmente devido superfcie e manto secos. Isto resulta em uma reduzida perda de calor pelo planeta, impedindo-o de se resfriar, e a provvel explicao para a falta de um campo magntico gerado internamente.[15]GeografiaMapa de Vnus, mostrando os "continentes" elevados em amarelo: Ishtar Terra no alto e Afrodite Terra logo abaixo do equador, direita.

    Cerca de 80% da superfcie de Vnus coberta por suaves plancies vulcnicas, sendo que 70% so plancies com cadeias enrugadas e 10% so plancies suaves ou lobuladas.[16] Duas mesetas principais em forma de continentes compem o restante da superfcie, uma situando-se no hemisfrio norte e a outra logo ao sul do equador. A meseta ao norte chamada de Ishtar Terra, em homenagem a Ishtar, a deusa babilnica do amor, e tem aproximadamente a superfcie da Austrlia. Maxwell Montes, a montanha mais alta de Vnus, fica em Ishtar Terra. Seu pico fica 11 km acima da elevao mdia da superfcie venusiana. O continente setentrional chamado de Afrodite Terra, em homenagem deusa grega do amor, e a maior das duas mesetas, com o tamanho aproximado da Amrica do Sul. Uma rede de fraturas e falhas cobre a maior parte desta rea.[17]

    Alm das crateras de impacto, montanhas e vales comumente encontrados nos planetas rochosos, Vnus rene um conjunto de acidentes geogrficos nicos. Entre esses, h vulces com topo plano, chamados farras, que se parecem com panquecas e tm dimetro variando entre 20 e 50 km e altura de 100 a 1 000 m; sistemas de fraturas radiais estrelados, chamados novae; acidentes geogrficos com fraturas radiais e concntricas parecendo teias de aranha, conhecidos como aracnoides; e coronae, anis circulares de fraturas s vezes cercados por depresses. Esses acidentes tm origem vulcnica.[18]

    A maior parte dos acidentes geogrficos venusianos recebe o nome de mulheres histricas e mitolgicas.[19] Excees so o Maxwell Montes, em homenagem a James Clerk Maxwell, e as regies altas Alpha Regio, Beta Regio e Ovda Regio. Esses acidentes foram nomeados antes da adoo do sistema atual pela Unio Astronmica Internacional, a organizao que administra a nomenclatura planetria.[20]

    As longitudes das caractersticas fsicas em Vnus so expressas em relao linha do meridno principal. A linha do meridiano inicialmente passava pela mancha clara ao radar no centro do acidente oval Eva, localizado ao sul de Alpha Regio.[21] Depois das misses Venera, a linha do meridiano foi redefinida para passar pelo pico central da cratera Ariadne.[22] [23]Geologia da superfcieVer artigo principal: Geologia de VnusImagem obtida por radar da superfcie de Vnus, centrada longitude 180 Leste.Crateras de impacto na superfcie de Vnus (imagem reconstruda a partir de dados de radar).

    A maior parte da superfcie venusiana parece ter sido formada por atividade vulcnica. Vnus tem um nmero de vulces vrias vezes superior ao da Terra e possui 167 enormes vulces que tm mais de 100 km de dimetro. O nico complexo vulcnico deste tamanho na T

  • erra a Grande Ilha do Hava.[18] Entretanto, isto no acontece por Vnus ser vulcanicamente mais ativo que a Terra, e sim porque sua crosta mais velha. A crosta ocenica da Terra continuamente reciclada por subduco nas bordas das placas tectnicas e tem uma idade mdia de cerca de 100 milhes de anos,[24] enquanto a idade da superfcie venusiana estimada entre 300 e 600 milhes de anos.[10] [18]

    Vrias evidncias apontam para a existncia de atividade vulcnica corrente em Vnus. Durante o programa sovitico Venera, as sondas Venera 11 e Venera 12 detectaram um fluxo constante de raios, e a Venera 12 registrou um rudo poderoso de trovo assim que pousou. A sonda Venus Express da Agncia Espacial Europeia registrou raios abundantes na alta atmosfera.[25] Enquanto a chuva causa tempestades na Terra, no h chuva na superfcie de Vnus (embora haja efetivamente chuva de cido sulfrico na atmosfera superior, que evapora cerca de 25 km acima da superfcie). Uma possibilidade que as cinzas de uma erupo vulcnica estivessem gerando os raios. Outra evidncia vem de medies da concentrao de dixido de enxofre na atmosfera, que indicaram queda por um fator de 10 entre 1978 e 1986. Isto pode indicar que os nveis medidos inicialmente estavam elevados devido a uma grande erupo vulcnica.[26] Em 2015, vasculhando dados da misso Venus Express da Agncia Espacial Europeia, cientistas descobriram picos transitrios de temperatura em vrios pontos sobre a superfcie do planeta. Os pontos quentes, que foram encontrados lampejando e desvanecendo no decurso de apenas alguns dias, parecem ser gerados por fluxos ativos de lava na superfcie. Estas so algumas das melhores evidncias de que em Vnus h atividade vulcnica[27] .

    H quase mil crateras de impacto em Vnus, distribudas igualmente na superfcie. Em outros corpos celestes com crateras, como a Terra e a Lua, as crateras apresentam uma variedade de estados de degradao. Na Lua, a degradao causada por impactos subsequentes, enquanto na Terra ela causada pela eroso do vento e chuva. Entretanto, em Vnus, cerca de 85% das crateras esto em sua condio original. O nmero de crateras, junto com a sua bem preservada condio, indica que o planeta passou por um evento de recobrimento superficial entre 300 e 600 milhes de anos atrs,[10] [11] seguido por uma queda do vulcanismo.[28] A crosta da Terra est em movimento contnuo, mas acredita-se que Vnus no possa sustentar um processo assim. Sem placas tectnicas para dissipar o calor do manto, Vnus passa por um processo cclico no qual as temperaturas do manto se elevam at atingir um nvel crtico que enfraquece a crosta. Ento, durante um perodo de 100 milhes de anos, a subduco ocorre em enorme escala, reciclando completamente a crosta.[18]

    Os dimetros das crateras venusianas variam entre 3 km e 280 km. Devido aos efeitos da densa atmosfera nos objetos que caem, no h crateras menores que 3 km. Objetos com energia cintica inferior a um determinado valor so to desacelerados pela atmosfera que no criam uma cratera de impacto.[29] Projteis com menos de 50 m de dimetro fragmentam-se e incendeiam-se na atmosfera antes de atingir o solo.[30]Atmosfera e climaVer artigo principal: Atmosfera de VnusEstrutura das nuvens na atmosfera venusiana em 1979, revelada pelas observaes em ultravioleta da sonda Pioneer Venus Orbiter.

    Vnus tem uma atmosfera extremamente densa, que consiste principalmente de dixido de carbono e uma pequena quantidade de nitrognio. A massa atmosfrica 93 vezes a da atmosfera da Terra, enquanto a presso na superfcie do planeta 92 vezes aquela na superfcie da Terra uma presso equivalente quela a uma profundidade de quase 1 km no oceano da Terra. A densidade na superfcie de 65 kg/m (6,5% da densidade da gua). A atmosfera rica em CO2, juntamente com as espessas nuvens de dixido de enxofre, gera o mais forte efeito estufa do Sistema Solar, criando temperaturas na superfcie acima de 460 C.[31] Isto torna a superfcie venusiana mais quente do que a de Mercrio, que tem temperatura superficial mnima de -220 C e a mxima de 420 C,[32] apesar de Vnus estar a uma distncia do Sol quase duas vezes maior que a de Mercrio e receber apenas 25% da irradiao solar que Mercrio recebe (2 613,9 W/m na atmosfera superior e 1 071,1 W/m na superfcie).

  • Estudos sugeriram que h alguns bilhes de anos a atmosfera venusiana era muito mais parecida com a da Terra do que agora, e que havia provavelmente substanciais quantidades de gua lquida na superfcie, mas um efeito estufa foi causado pela evaporao da gua original, o que gerou um nvel crtico de gases de efeito estufa na atmosfera.[33]

    A inrcia trmica e a transferncia de calor por ventos na atmosfera inferior fazem com que a temperatura na superfcie venusiana no varie significativamente entre dia e noite, apesar da rotao extremamente lenta do planeta. Os ventos na superfcie so lentos, movendo-se a poucos quilmetros por hora, mas, por causa da alta densidade da atmosfera na superfcie do planeta, exercem uma fora significativa contra obstculos e transportam poeira e pequenas pedras pela superfcie. S isso j tornaria difcil um homem caminhar, mesmo que o calor e a falta de oxignio no fossem um problema.[34]

    Acima da densa camada de CO2 esto espessas nuvens consistindo principalmente de gotculas de dixido de enxofre e cido sulfrico.[35] [36] Essas nuvens refletem de volta para o espao cerca de 60% da luz do Sol que incide sobre elas e impedem a observao direta da superfcie venusiana na luz visvel. A capa permanente de nuvens implica que embora Vnus esteja mais prximo do Sol do que a Terra, sua superfcie no to bem iluminada. Fortes ventos a 300 km/h no topo das nuvens circulam o planeta a cada 4 a 5 dias terrestres.[37] Os ventos venusianos se movem a at 60 vezes a velocidade de rotao do planeta, enquanto na Terra os ventos mais fortes chegam a apenas 10% a 20% da velocidade de rotao.[38]

    A superfcie de Vnus efetivamente isotrmica; ela mantm uma temperatura constante no somente entre dia e noite, mas tambm entre o equador e os polos.[2] [39] A pequena inclinao axial do planeta (menos de trs graus, comparados com os 23 graus da Terra) tambm minimiza variaes sazonais de temperatura.[40] A nica variao aprecivel de tempetura ocorre com a altitude. Em 1995, a sonda Magellan localizou uma substncia altamente reflexiva nos topos das montanhas mais altas, que tinham grande semelhana com a neve terrestre. Esta substncia presumivelmente se formou num processo similar neve, embora a uma temperatura muito maior. Voltil demais para condensar na superfcie, ela subiu em forma de gs para as elevaes maiores e mais frias, onde ento precipitou. A identidade desta substncia no foi determinada com certeza, mas as especulaes variam entre telrio elementar e sulfeto de chumbo (galena).[41]

    As nuvens de Vnus so capazes de produzir raios de forma muito similar s nuvens da Terra.[42] A existncia de raios foi controversa desde que as primeiras exploses foram detectadas pelas sondas soviticas Venera. Entretanto, em 2006-07 a Venus Express claramente identificou ondas eletromagnticas tpicas de raios. Sua apario intermitente indica um padro associado atividade do clima. A frequncia de raios pelo menos a metade daquela da Terra.[42] Em 2007, a sonda Venus Express descobriu que existe um enorme vrtex atmosfrico duplo no polo sul do planeta.[43] [44]Campo magntico e ncleoComparao de tamanho entre os planetas terrestres: Mercrio, Vnus, Terra e Marte.

    Em 1967, a sonda Venera 4 descobriu que o campo magntico de Vnus muito mais fraco do que o da Terra. Este campo magntico induzido por uma interao entre a ionosfera e o vento solar,[45] [46] e no por um dnamo no ncleo, como aquele no interior da Terra. A pequena magnetosfera induzida de Vnus prov uma proteo desprezvel contra a radiacsmica, e esta pode provocar descargas de raios de nuvem para nuvem.[47]

    A falta de um campo magntico intrnseco em Vnus foi surpreendente porque o planeta similar Terra em tamanho, e era esperado que tambm contivesse um dnamo em seu ncleo. Um dnamo requer trs condies: um lquido condutor, rotao e conveco. Estima-se que o eja eletricamente condutor e, apesar de se imaginar que a rotao seja lenta, simulaes mostram que ela suficiente para produzir um dnamo.[48] [49] Isto leva ao entendimento de que a inexistncia do dnamo se deve falta de conveco no ncleo de Vnus. Na Tea, a conveco ocorre na camada externa de lquido do ncleo porque o fundo da camada de lquido muito mais quente do que o topo. Em Vnus, um evento global de recobrimento

  • da superfcie pode ter fechado as placas tectnicas, levando a um fluxo reduzido de calor atravs da crosta. Isto levou elevao da temperatura do manto, reduzindo assim o fluxo de calor para fora do ncleo. Como resultado, no h um dnamo que possa gerar um campo magntico e a energia calorfica do ncleo usada para reaquecer a crosta.[50]

    Vnus no tem um ncleo interno slido,[51] ou seu ncleo no est se resfriando atualmente,e modo que toda a parte lquida do ncleo est aproximadamente mesma temperatura. Outra possibilidade que o ncleo j tenha se solidificado completamente. O estado do ncleo altamente dependente da concentrao de enxofre, que ainda desconhecida.[50]rbita e rotaoFicheiro:VenusAnimation.oggReproduzir contedoVnus gira em torno do seu eixo na direo oposta da maioria dos planetas do Sistema Solar.

    Vnus orbita o Sol a uma distncia mdia de cerca de 108 milhes de quilmetros (cerca de 0,7 UA) e completa uma rbita a cada 224,65 dias. Embora todas as rbitas planetrias sejam elpticas, a de Vnus a mais prxima da circular, com uma excentricidade de menos de 1%.[2] Quando Vnus se coloca entre a Terra e o Sol, numa posio conhecida como "conjuno inferior", ele faz a maior aproximao da Terra de todos os planetas, ficando a uma distncia mdia de 41 milhes de quilmetros.[2] O planeta atinge a conjuno inferior a cada 584 dias, em mdia.[2] Devido decrescente excentricidade da rbita da Terra, as distncias mnimas tendem a ficar maiores. Do ano 1 at 5383, h 526 aproximaes a menos de 40 milhes de quilmetros; depois, no h mais nenhuma por cerca de 60 200 anos.[52] Durante perodos de grande excentricidade, Vnus pode se aproximar a at 38,2 milhes de quilmetros.[2]Posio orbital e rotao de Vnus, mostradas em intervalos de 10 dias terrestres entre 0 e 250 dias. A posio do ponto da superfcie que era o ponto anti-solar no dia zero indicada por uma cruz. Como consequncia da lenta rotao retrgrada, qualquer ponto de Vnus tem quase 60 dias terrestres de iluminao e um perodo equivalente de escurido.

    Observados de um ponto sobre o polo norte do Sol, todos os planetas orbitam no sentido anti-horrio; mas, enquanto a maioria dos planetas tambm gira sobre seu eixo no sentido anti-horrio, Vnus gira em sentido horrio, em uma rotao "retrgrada". O atual perodo de rotao de Vnus representa um estado de equilbrio entre a mar gravitacional do Sol, que tende a reduzir a velocidade de rotao, e uma mar atmosfrica criada pelo aquecimento solar da espessa atmosfera venusiana. Quando se formou a partir da nebulosa solar, Vnus pode ter tido perodo de rotao e obliquidade diferentes, e depois migrou para o estado atual por causa de mudanas caticas provocadas por perturbaes planetrias e efeitos de mar sobre sua densa atmosfera. Esta mudana no perodo de rotao provavelmente ocorreu ao longo de bilhes de anos.[53] [54]

    Vnus gira sobre seu eixo a cada 243 dias terrestres de longe, a mais lenta rotao entre todos os planetas. No equador, a superfcie venusiana gira a 6,5 km/h, enquanto, na Terra, a velocidade de rotao de cerca de 1 670 km/h.[55] Um dia sideral venusiano , portanto, mais longo do que um ano venusiano (243 contra 224,7 dias terrestres).[56] Entretanto, por causa da rotao retrgrada, a durao do dia solar em Vnus snificativamente mais curta que o dia sideral. Para um observador na superfcie de Vnus, o tempo entre um nascer do Sol e outro seria de 116,75 dias terrestres.[57] Como resultado do dia solar relativamente longo, um ano em Vnus dura aproximadamente 1,92 dia venusiano.[57]

    Um aspecto curioso da rbita e perodo de rotao de Vnus que o intervalo mdio de 584 di entre aproximaes sucessivas da Terra quase exatamente igual a cinco dias solares venusianos. Depois de 584 dias, Vnus aparece numa posio a 72 da inclinao anterior. Depois de cinco perodos de 72 em uma circunferncia, Vnus regressa ao mesmo ponto do cu a cada 8 anos (menos dois dias correspondentes aos anos bissextos). Este perodo era conhecido como o ciclo Sothis no Antigo Egito. No se sabe se esta relao aconteceu por acaso ou se resultado de efeito de mar com a Terra.[58]

    Vnus no possui satlites naturais,[59] embora o asteroide 2002 VE68 atualmente mante

  • nha uma relao de quasi-satlite com ele.[60] No sculo XVII, Giovanni Cassini informou ter visto uma lua orbitando Vnus, a qual foi chamada Neith, uma deusa egpcia. Ao longo dos 200 anos seguintes, houve numerosos outros registros, mas finalmente foi determinado que a maioria deles se referia a estrelas que tinham estado perto de Vnus. De acordo com estudo de 2006 de Alex Alemi e David Stevenson, do Instituto de Tecnologia da Califrnia, sobre modelos do incio do Sistema Solar, muito provvel que, bilhes de anos atrs, Vnus tivesse pelo menos uma lua, criada por um grande evento de impacto.[61] [62] Cerca de 10 milhes de anos depois, de acordo com o estudo, outro impacto inverteu o sentido de rotao do planeta, o que fez a lua venusiana se aproximar a Vnus[63] at colidir e se juntar com o planeta. Se impactos subsequentes criaram luas, elas tambm foram absorvidas da mesma forma. Uma explicao alternativa para a falta de satlites o efeito de fortes mars solares, que podem desestabilizar grandes satlites orbitando os planetas terrestres.[59]ObservaoVnus refletida no Oceano Pacfico noite; o planeta mais brilhante que qualquer estrela, descontando o Sol.

    Vnus mais brilhante que qualquer estrela vista no cu (descontando o Sol), e sua magnitude aparente mxima de -4,6.[2] O planeta pode ser visto facilmente quando o Sol est baixo no horizonte. Por ser um planeta inferior, ele sempre se posiciona a at 47 do Sol.[64]

    Vnus "ultrapassa" a Terra a cada 584 dias enquanto orbita o Sol.[2] Nessas ocasies, ele muda de "Estrela Vespertina", visvel aps o pr do sol, para "Estrela Matutina", visvel antes do nascer do Sol. Enquanto Mercrio, o outro planeta inferior, atinge uma elongao mxima de apenas 28, e frequentemente difcil de discernir no crepsculo,us difcil de perder quando est mais brilhante. Sua maior elongao mxima significa que ele visvel em cus escuros por bastante tempo depois do pr do Sol. Sendo o objeto pontual mais brilhante do cu, Vnus frequentemente citado pela mdia como "objeto voador no identificado".[65]

    medida que se move em sua rbita, Vnus apresenta, na viso telescpica, fases como as da Lua. Nas fases de Vnus, o planeta apresenta uma pequena imagem "cheia" quando est no lado oposto do Sol. Ele mostra uma maior fase "quarto" quando est em sua mxima elongao em relao ao Sol. Vnus est mais brilhante no cu noturno e apresenta uma muitmaior fase "crescente" na viso telescpica quando se aproxima da regio entre a Terra e o Sol. Vnus est maior e apresenta sua fase "nova" quando est entre o Sol e a Terra. Como tem uma atmosfera, ele pode ser visto no telescpio pelo halo de luz refratada em torno do planeta.[64]

    Fases de Vnus observadas na Terra.

    Trnsito de Vnus de 8 de junho de 2004.

    A rbita venusiana ligeiramente inclinada em relao rbita da Terra; assim, quando o planeta passa entre a Terra e o Sol, ele normalmente no cruza a face do Sol. Entretanto, trnsitos de Vnus ocorrem quando a conjuno inferior do planeta coincide com a sua presena no plano da rbita da Terra. Trnsitos de Vnus ocorrem em ciclos de 243 anos, sendo que o padro atual consiste de pares de trnsitos separados em oito anos, em intervalos de cerca de 105,5 ou 121,5 anos. O par de trnsitos mais recente aconteceu em junho de 2004 e junho de 2012. O par de trnsitos anterior ocorreu em dezembro de 1874 e dezembro de 1882 e o prximo ocorrer em dezembro de 2117 e dezembro de 2125.[66] Historicamente, os trnsitos de Vnus foram importantes porque permitiram aos astrnomos determinar diretamente o tamanho da Unidade Astronmica e, portanto, o tamanho do Sistema Solar.

    Um persistente mistrio das observaes de Vnus a chamada luz de Ashen uma aparentemente fraca iluminao do lado escuro do planeta, vista quando ele est na fase crescente. A primeira observao registrada da luz de Ashen ocorreu em 1643, mas a sua existncia nunca foi confirmada de forma confivel. Observadores especulam que ela pode ser

  • causada por atividade eltrica na atmosfera venusiana, mas isto pode ser ilusrio, efeito fisiolgico de se observar um objeto muito brilhante em forma de crescente.[67]PesquisasPesquisas iniciaisA Tbua de Vnus de Ammisaduqa, que data do primeiro milnio da era comum, registra as observaes de antigos astrlogos babilnicos. A Tbua refere-se a Vnus como Nin-dar-an-na, ou "brilhante rainha do cu".

    Vnus era conhecido nas civilizaes antigas como a "estrela matutina" ou a "estrela vespertina". Diversas culturas historicamente tomaram as aparies como estrela da manh ou da tarde como de dois corpos celestes diferentes. Credita-se ao filsofo grego Pitgoras o reconhecimento de que as estrelas eram um nico corpo, no sculo VI a.C., embora ele pensasse que Vnus orbitava a Terra.[68]

    O trnsito de Vnus foi observado pela primeira vez pelo astrnomo persa Avicena, que concluiu que Vnus estava mais perto da Terra do que o Sol[69] e estabeleceu que Vnus estava, pelo menos algumas vezes, abaixo do Sol.[70] No sculo XII, o astrnomo andaluz Ibn Bajjah observou "dois planetas como manchas pretas na face do Sol", o que foi mais tarde identificado como o trnsito de Vnus e Mercrio pelo astrnomo Qotb al-Din Shirazi, do observatrio Maragha, no sculo XIII.[71]

    Quando o fsico italiano Galileu Galilei observou o planeta pela primeira vez no incio do sculo XVII, descobriu que ele apresentava fases como a Lua, variando de crescente a gibosa e para cheia e vice-versa. Quando Vnus est mais distante do Sol no cu, ele mostra uma fase meio-iluminada e quando est mais perto do Sol no cu mostra uma fase crescente ou cheia. Isto s seria possvel se Vnus orbitasse o Sol, e esta foi uma das primeiras observaes a claramente contradizer o modelo geocntrico de Ptolomeu de que o Sistema Solar era concntrico e centrado na Terra.[72]

    A atmosfera de Vnus foi descoberta em 1761 pelo sbio russo Mikhail Lomonossov.[73] [74] Ela foi observada em 1790 pelo astrnomo alemo Johann Schrter, que descobriu que, quando o planeta estava em um crescente fino, as pontas se estendiam por mais que 180. Ele corretamente sups que isto se devia disperso da luz do Sol numa atmosfera densa. Mais tarde, o astrnomo norte-americano Chester Smith Lyman observou um anel completo em torno do lado escuro do planeta quando ele estava na conjuno inferior, fornecendo uma evidncia adicional para uma atmosfera.[75] A atmosfera complicou os esforos para determinar o perodo de rotao do planeta, e observadores como o italiano Giovanni Cassini e Schrter incorretamente estimaram perodos de cerca de 24 horas, a partir do movimento de marcas na superfcie aparente do planeta.[76]Observaes terrestres

    A descoberta de Galileu que Vnus apresenta fases provou que o planeta orbita o Sol e no a Terra.

    Conjunes inferiores sucessivas de Vnus se repetem numa ressonncia orbital muito prxima a 13:8 (a Terra orbita 8 vezes para cada 13 rbitas de Vnus), criando uma sequncia de precesso pentagrmica.

    Pouco mais foi descoberto sobre Vnus at o sculo XX. Seu disco quase sem acidentes no dava indcios de como sua superfcie deveria ser, e somente com o desenvolvimento das observaes por espectroscopia, radar e radiao ultravioleta que mais dos seus segredos foram revelados. As primeiras observaes por ultravioleta ocorreram nos anos 1920, quando Frank E. Ross descobriu que fotografias com UV revelavam considerveis detalhes que estavam ausentes nas radiaes visvel e infravermelha. Ele sugeriu que isto se devia a uma baixa atmosfera amarela muito densa, com altas nuvens do tipo cirrus sobre ela.[77]

    Observaes por espectroscopia nos anos 1900 deram as primeiras pistas sobre a rotao venusiana. Vesto Melvin Slipher tentou medir o efeito Doppler da luz por Vnus, mas

  • descobriu que no podia detectar nenhuma rotao. Ele sups que o planeta tinha um perodo de rotao muito mais longo do que se pensava anteriormente.[78] Mais tarde, trabalhos na dcada de 1950 mostraram que a rotao era retrgrada. Observaes de Vnus por radaocorreram inicialmente na dcada de 1960 e forneceram as primeiras medidas do perodo de rotao que se aproximavam do valor atualmente conhecido.[79]

    Observaes por radar na dcada de 1970 revelaram pela primeira vez detalhes da superfcie venusiana. Pulsos de ondas de rdio foram emitidos para o planeta usando o rdio-telescpio de 300 m do Observatrio de Arecibo e os ecos revelaram duas regies altamente reflexivas, designadas regies Alpha e Beta. As observaes tambm revelaram uma regio brilhante atribuda a montanhas, que foi chamada Maxwell Montes.[80] Esses trs acidentes so atualmente os nicos em Vnus que no tm nomes femininos.[81]ExploraoEsforos iniciaisMariner 2, lanada em 1962.

    A primeira misso de uma sonda espacial robtica a Vnus, e a primeira para qualquer planeta, comeou em 12 de fevereiro de 1961, com o lanamento da sonda Venera 1. A primeira nave do, quanto ao mais, altamente bem sucedido Programa Venera sovitico, a Venera I, foi lanada numa trajetria de impacto direto, mas o contato foi perdido aps sete dias de misso, quando a sonda estava a cerca de dois milhes de quilmetros da Terra. Estima-se que ela tenha passado a 100 mil quilmetros de Vnus em meados de maio.[82]

    A explorao de Vnus pelos Estados Unidos tambm comeou mal, com a perda da sonda Mariner 1 no lanamento. A misso subsequente Mariner 2 obteve maior sucesso e, depois de uma rbita de transferncia de 109 dias, em 14 de dezembro de 1962 ela se tornou a primeira misso interplanetria com sucesso, passando a 34 833 km da superfcie de Vnus. Os seus radimetros de microondas e infravermelho revelaram que, enquanto o topo das nuvens venusianas era frio, a superfcie era extremamente quente pelo menos 425 C, finalmente descartando quaisquer esperanas de que o planeta poderia abrigar vida na superfcie. A Mariner 2 tambm melhorou as estimativas da massa e da Unidade Astronmica, mas no foi capaz de detectar um campo magntico ou cinturo de radiao.[83]Entrada na atmosfera

    A sonda sovitica Venera 3 chocou-se contra o solo de Vnus em 1 de maro de 1966. Era o primeiro objeto fabricado pelo homem a entrar na atmosfera e atingir a superfcie de outro planeta, embora o seu sistema de comunicao tenha falhado antes que fosse possvel retornar qualquer dado do planeta.[84] O encontro seguinte de Vnus com uma sonda no tripulada ocorreu em 18 de outubro de 1967, quando a Venera 4 entrou na atmosfera com sucesso e desenvolveu uma srie de experimentos cientficos. A Venera 4 mostrou que a temperatura na superfcie era ainda maior do que a medida pela Mariner 2 quase 500 C, e que entre 90 e 95% da atmosfera eram dixido de carbono. A atmosfera venusiana era consideravelmente mais densa do que os projetistas da Venera 4 tinham previsto, e a queda do paraquedas mais lenta do que o pretendido implicou que as suas baterias se esgotaram antes de a sonda atingir a superfcie. Depois de retornar dados da descida por 93 minutos, a ltima leitura da presso foi de 18 bar, a uma altitude de 24,96 km.[84]

    Outra sonda chegou a Vnus um dia depois, em 19 de outubro de 1967, quando a Mariner 5 realizou um sobrevoo a uma distncia de menos de 4 000 km sobre o topo das nuvens. A Mariner 5 foi originalmente construda como reserva da sonda Mariner 4 enviada a Marte, mas como esta misso foi bem-sucedida, a outra sonda foi reprogramada para uma misso a Vnus. Um conjunto de instrumentos mais sensveis do que aqueles da Mariner 2, em particular o seu experimento de rdio-ocultao, retornou dados sobre a composio, presso e densidade da atmosfera venusiana.[85] Os dados do conjunto Venera 4-Mariner 5 foram analisados por uma equipe combinada sovitico-americana, em uma srie de colquios ao longo do ano seguinte,[86] num exemplo inicial de cooperao espacial.[87]

  • Armada com as lies e dados obtidos com a Venera 4, a Unio Sovitica lanou as sondas gmeas Venera 5 e Venera 6, com cinco dias de diferena em janeiro de 1969; elas chegaram a Vnus com um dia de diferena, em 16 e 17 de maio daquele ano. As sondas foram reforadas para melhorar a sua altitude de esmagamento para 25 bar e foram equipadas com paraquedas menores para permitir uma descida mais rpida. Como os modelos atmosfricos ento considerados de Vnus sugeriam uma presso na superfcie entre 75 e 100 bar, no era esperado que elas sobrevivessem superfcie. Depois de retornar dados atmosfricos por um pouco mais de 50 minutos, ambas foram esmagadas a altitudes de aproximadamente 20 km, antes de chocarem-se com a superfcie no lado escuro de Vnus.[84]Cincia da superfcie e da atmosferaA Pioneer Venus 1 em rbita.

    A Venera 7 representou um esforo para retornar dados da superfcie do planeta, e foi construda com um mdulo de descida reforado, capaz de suportar uma presso de 180 bar. O mdulo foi pr-resfriado antes da entrada e equipado com um paraquedas especial para uma descida rpida de 35 minutos. Ao entrar na atmosfera no dia 15 de dezembro de 1970, acredita-se que o paraquedas tenha se rasgado parcialmente durante a descida, e a sonda atingiu a superfcie com um forte impacto, embora no fatal. Provavelmente inclinada para um lado, ela retornou um sinal fraco, fornecendo dados da temperatura por 23 minutos, na primeira telemetria recebida da superfcie de outro planeta.[84]

    O programa Venera continuou com a Venera 8 enviando dados da superfcie por 50 minutos, e a Venera 9 e Venera 10 enviando as primeiras imagens da paisagem venusiana. Os dois locais de descida apresentaram terrenos muito diferentes nas vizinhanas das sondas: a Venera 9 tinha descido num declive de 20 graus de inclinao, com pedras de 30 a 40 cm espalhadas em volta; a Venera 10 mostrou lajes rochosas semelhantes a basalto, entremeadas com material desgastado pelas intempries.[88]

    Enquanto isso, os Estados Unidos tinham enviado a sonda Mariner 10 numa trajetria em gravidade assistida por Vnus, no seu caminho para Mercrio. Em 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 passou a 5 790 km de Vnus, enviando mais de 4 000 fotografias. As imagens, as melhores at ento obtidas, mostravam que o planeta era quase sem acidentes geogrficos luz visvel, mas a luz ultravioleta revelou detalhes nas nuvens que nunca haviam sido vistos nas observaes a partir da Terra.[89]A multissonda Pioneer com o seu orbitador principal e as trs sondas atmosfricas.

    O projeto americano Pioneer Venus consistiu de duas misses separadas.[90] A Pioneer Venus Orbiter foi inserida numa rbita elptica em torno de Vnus em 4 de dezembro de 1978 e l permaneceu por mais de 13 anos, estudando a atmosfera e mapeando a superfcie com radar. A Pioneer Venus Multiprobe liberou um total de quatro sondas, que entraram na atmosfera em 9 de dezembro de 1978, retornando dados da sua composio, ventos e fluxos de calor.[91]

    Quatro outras misses Venera ocorreram ao longo dos quatro anos seguintes, com a Venera 11 e a Venera 12 detectando as tempestades eltricas venusianas,[92] e a Venera 13 e a Venera 14 descendo com quatro dias de diferena em 1 e 5 de maro de 1982 e retornando as primeiras fotografias coloridas da superfcie. Todas as misses abriram paraquedas para frear na atmosfera superior, mas os liberaram a uma altitude de 50 km, j que a densa atmosfera inferior fornecia frico suficiente para uma descida suave. A Venera 13 e a 14 analisaram amostras de solo com um espectrmetro por fluorescncia de raios X e tentaram medir a compressibilidade do solo com uma sonda de impacto.[92] A Venera 14, entretanto, teve a m sorte de atingir a capa ejetada da lente da cmera, e com isso a sonda no atingiu o solo.[92] O programa Venera chegou ao fim em outubro de 1983, quando a Venera 15 e a Venera 16 foram colocadas em rbita para conduzir o mapeamento do solo venusiano com um radar de abertura sinttica.[93]

    Em 1985, a Unio Sovitica aproveitou a oportunidade de combinar misses a Vnus e ao co

  • meta Halley, que passava pelo Sistema Solar interno naquele ano. No caminho para o Halley, em 11 e 15 de junho de 1985 cada uma das duas naves da Misso Vega lanou uma sonda do tipo Venera (das quais a da Vega 1 falhou parcialmente) e liberou na alta atmosfera um aerobot (rob areo suportado por balo). Os bales alcanaram uma altitude de equilbrio de cerca de 53 km, onde a presso e a temperatura so comparveis s da superfcie da Terra. Eles permaneceram operacionais por aproximadamente 46 horas e descobriram que a atmosfera venusiana era mais turbulenta do que se acreditava anteriormente e sujeita a fortes ventos e poderosas clulas de conveco.[94] [95]Mapeamento com radar

    Mapa topogrfico de Vnus por radar, feito pela sonda Magellan (cor falsa).

    Imagem composta de um aracnoide na superfcie de Vnus, feita a partir de observaes de radar da sonda Magellan.

    A sonda americana Magellan foi lanada em 4 de maio de 1989, com a misso de mapear a superfcie de Vnus com radar.[20] As imagens de alta definio obtidas durante os 4 anos de operao superaram de longe todos os mapas anteriores e foram comparados a fotografias a luz visvel de outros planetas. A Magellan captou imagens de cerca de 98 % da superfcie de Venus por radar[96] e mapeou 95 % do seu campo gravitacional. Em 1994, no fim da sua misso, a Magellan foi deliberadamente enviada para destruio na atmosfera de Vnus para quantificar a sua densidade.[97] Vnus foi observada pelas naves Galileu e Cassini, durante sobrevoos em suas misses para os planetas externos, mas a Magellan foi a ltima misso dedicada a Vnus por mais de uma dcada.[98] [99]Misses atuais e futuras

    A sonda Venus Express foi projetada e construda pela Agncia Espacial Europeia. Lanada em 9 de novembro de 2005 por um foguete russo Soyuz-Fregat, ela assumiu com sucesso uma rbita polar de Vnus em 11 de abril de 2006.[100] A sonda est realizando um detalhado estudo da atmosfera e nuvens venusianas e tambm far o mapeamento do ambiente de plasma do planeta e caractersticas da superfcie, particularmente as temperaturas. A sua misso tem a inteno de durar 500 dias terrestres, ou cerca de dois anos venusianos. Um dos principais resultados da misso Venus Express a descoberta da existncia de um enorme vrtex atmosfrico no polo sul do planeta.[100]

    A misso MESSENGER da NASA a Mercrio realizou dois sobrevoos de Vnus em outubro de 2006 e junho de 2007, para desacelerar a sua trajetria para uma insero orbital de Mercrio em 2011. A MESSENGER coletou dados cientficos nesses dois sobrevoos.[101] A Agncia Espacial Europeia tambm lanar uma misso a Mercrio em 2016, denominada BepiColombo, que realizar dois sobrevoos de Vnus antes de alcanar a rbita de Mercrio em 2020.[102]

    Novas misses a Vnus esto em planejamento. O rgo aeroespacial japons JAXA concebeu um orbitador a Vnus, o Akatsuki (anteriormente Planeta-C), lanado em 20 de maio de 2010. A nave falhou na entrada em rbita em dezembro de 2010, entretanto permanecem as esperanas de que ela possa hibernar e fazer uma nova tentativa de insero em rbita nos prximos seis anos. As pesquisas planejadas incluem a realizao de imagens da superfcie com cmera infravermelha e experimentos voltados para confirmar a presena de raios, bem como para a determinao da existncia de vulcanismo superficial atual.[103]

    Sob o seu Programa Novas Fronteiras, a NASA props uma misso de pouso em Vnus, chamada Venus In-Situ Explorer, para estudar as condies da superfcie e investigar as caractersticas elementares e mineralgicas do regolito. A sonda seria equipada com um analisador do ncleo para perfurar a superfcie e estudar amostras de rochas originais no desgastadas pelas severas condies da superfcie. Uma misso com uma sonda voltada para a atmosfera e superfcie de Vnus, "Surface and Atmosphere Geochemical Explorer" (SAGE), foi proposta pela NASA como candidata no Programa Novas Fronteiras, mas a misso no foi selecionada para voo.[104]

  • A Venera-D uma proposta russa de sonda a Vnus, para ser lanada em torno de 2016, com o objetivo de fazer observaes remotas em torno do planeta e liberar um mdulo de pouso baseado no projeto Venera, capaz de sobreviver por um longo perodo na superfcie do planeta. Outros conceitos propostos de explorao incluem jipes, bales e avies.[105]Sobrevoo tripulado de Vnus

    Uma misso tripulada de sobrevoo de Vnus, usando os equipamentos do Projeto Apollo, foi proposta no final da dcada de 1960.[106] A misso foi planejada para lanamento em outubro ou novembro de 1973 e usaria um foguete Saturno V para enviar trs homens at Vnus, numa misso de aproximadamente um ano. A espaonave passaria a aproximadamente 5 000 km da superfcie de Vnus, cerca de quatro meses depois da partida.[106]Na culturaHistrico de sua compreensoO "Dresden Codex" maia, que calcula as aparies de Vnus.

    Por ser um dos objetos mais brilhantes do cu, Vnus conhecido desde os tempos pr-histricos e, como tal, ganhou uma posio importante na cultura humana. Ele foi descrito em textos babilnicos cuneiformes, como a placa de Vnus de Ammisduqa, que relata observaes que possivelmente datam de 1600 a.C.[107] Os babilnios chamavam o planeta de Ishtar (do sumrio Inanna), a personificao da feminilidade e deusa do amor.[108]

    Os antigos egpcios acreditavam que Vnus se tratava de dois corpos separados e conheciam a estrela da manh como Tioumoutiri e a da noite como Ouaiti.[109] Da mesma forma, os gregos antigos chamavam a estrela matutina de F?sf????, Phosphoros (latinizado como Phosphorus), o que traz a luz, ou ??sf????, Eosphoros (latinizado como Eosphorus), o que traz o amanhecer. A estrela da noite era chamada ?spe???, Hsperos (latinizada como Hesperus), a estrela da noite. No auge da antiga Grgia, os gregos compreenderam que os dois eram o mesmo planeta,[110] [111] que eles chamaram como a sua deusa do amor, Afrodite (do fencio Astarte).[112] Herperos seria traduzido para o latim como Vsper e Phosphoros como Lucifer (Portador da Luz), um termo potico que mais tarde foi usado para chamar o anjo cado expulso do paraso. Os romanos, que derivaram muito do seu panteo religioso da tradio grega, chamaram o planeta de Vnus, a partir da sua deusa do amor.[113] O naturalista romano Plnio, o Velho (Histria Natural, ii,37) identificava o planeta Vnus com Isis.[114]

    Na mitologia iraniana, especialmente na mitologia persa, o planeta usualmente corresponde deusa Anahita. Em algumas partes da literatura Pahlavi as divindades Aredvi Sura e Anahita so vistas como entidades separadas; a primeira como a personificao do rio mtico e a ltima como uma deusa da fertilidade que associada com o planeta Vnus. Como a deusa Aredvi Sura Anahita tambm chamada simplesmente Anahita ambas as divindades so unificadas em outras descries, como na Grande Bundahishn, e so representadas pelo planeta. Entretanto, no texto avstico Mehr Yasht (Yasht 10) h uma possvel ligao antiga a Mitra. O nome persa atual do planeta Nahid, que deriva de Anahita e, mais tarde, do termo Anahid na linguagem Pahlavi.[115] [116] [117] [118]

    O planeta Vnus foi importante para a civilizao maia, que desenvolveu um calendrio religioso baseado parcialmente nos seus movimentos, e os considerava para determinar o momento propcio para eventos como guerras. Eles o chamavam Noh Ek, a Grande Estrela, e Xux Ek, a Estrela Vespa. Os maias conheciam o perodo sindico do planeta e podiam calcul-lo dentro da centsima parte de um dia.[119] O povo Masai chamou o planeta de Kileken e tem uma tradio oral sobre ele chamada O Menino rfo.[120]

    Vnus importante em muitas culturas aborgines australianas, como a do povo Yolngu na Austrlia setentrional. Os Yolngu se renem depois do pr do Sol para esperar pelo aparecimento de Vnus, que eles chamam Barnumbirr. Quando se aproxima, nas primeiras horas antes do amanhecer, ele traa atrs de si uma corda de luz ligada Terra e, ao longo da corda, com a ajuda de um ricamente decorado Mastro da Estrela Matutina, as pessoas podem se comunicar com seus entes queridos mortos, mostrando que ele

  • s ainda amam e se lembram deles.[121]"Shukra" o nome em snscrito para Vnus.

    Na astrologia ocidental, derivada da sua conotao histrica com deusas da feminilidade e amor, considera-se que Vnus influencia o desejo e a fertilidade sexual.[122] Na astrologia vdica indiana, Vnus conhecido como Shukra,[123] significando claro, puro, ou brilho, clareza, em snscrito. Um dos nove Navagraha, considera-se que ele afeta a riqueza, o prazer e a reproduo; ele era o filho de Bhrgu, preceptor dos Daityas, e guru dos Asuras.[124] [125] As modernas culturas chinesa, coreana, japonesa e vietnamita referem-se ao planeta literalmente como a estrela de metal, baseada nos cinco elementos.

    No sistema metafsico da Teosofia, acredita-se que no plano etreo de Vnus haja uma civilizao que existiu centenas de milhes de anos antes da da Terra;[126] acredita-se tambm que a deidade que governa a Terra, Sanat Kumara, provm de Vnus.[127]?.

    O smbolo astronmico de Vnus o mesmo utilizado em biologia para o sexo feminino: um crculo com uma pequena cruz em baixo.[128] O smbolo de Vnus tambm representa a feminilidade, e na Alquimia se referia ao metal cobre.[128] O cobre polido era usado em espelhos desde a antiguidade e o smbolo de Vnus foi algumas vezes entendido como a representar o espelho da deusa.[128]

    Talvez a mais estranha apario de Vnus na literatura seja como o arauto da destruio em Mundos em Coliso de Immanuel Velikovsky (1950). Neste livro intensamente controverso, Velikovsky argumenta que muitas histrias aparentemente inacreditveis no Velho Testamento so verdadeiras recordaes de vezes em que Vnus quase colidiu com a Terra quando ele ainda era um cometa e no tinha se tornado o dcil planeta que conhecemos hoje. Ele sustenta que Vnus causou a maioria dos estranhos eventos do xodo. Ele cita lendas em muitas outras culturas (como a grega, mexicana, chinesa e indiana) que indicam que os efeitos da quase coliso foram globais. A comunidade cientfica rejeitou este livro no ortodoxo, entretanto ele se tornou um bestseller.[129]Na fico cientfica

    A impenetrvel cobertura de nuvens venusiana deu aos escritores de fico cientfica livre curso para especular sobre as condies na sua superfcie, mais ainda quando as primeiras observaes mostraram que no s ele era muito similar Terra em tamanho, como possua uma atmosfera substancial. Mais prximo do Sol do que a Terra, o planeta era frequentemente mostrado como mais quente, mas ainda habitvel por humanos.[130] O gnero atingiu o seu mximo entre os anos 1930 e 1950, numa poca em que a cincia havia revelado alguns aspectos de Vnus, mas no ainda a severa realidade das condies de sua superfcie. As descobertas das primeiras misses a Vnus mostraram que a realidade era bastante diferente e levaram ao fim do gnero.[131] medida que o conhecimento cientfico de Vnus avanou, os autores de fico cientfica se esforaram para manter o passo,articularmente em conjecturas sobre a tentativa humana de terraformao de Vnus.[132]ColonizaoVer artigo principal: Colonizao de Vnus

    Devido s suas condies extremamente hostis, uma colonizao superficial de Vnus est forae questo com a tecnologia atual. Entretanto, a presso atmosfrica e a temperatura a aproximadamente 50 km acima da superfcie so similares s da superfcie da Terra, e o ar da Terra (nitrognio e oxignio) seria um gs ascendente na atmosfera venusiana de principalmente dixido de carbono. Isto levou a propostas de extensas cidades flutuantes na atmosfera venusiana.[133] Os aerstatos (bales mais leves que o ar) poderiam ser usados para a explorao inicial e posteriormente para colnias permanentes. Entre os muitos desafios de engenharia esto os teores perigosos de cido sulfrico nessas altitudes.[133]Ver tambmPortal A Wikipdia possui o portal:

  • Portal do Sistema Solar

    Explorao de Vnus Sistema Solar Terraformao Geologia de Vnus 2002 VE68

    Bibliografia

    Arnett, Bill. Venus . The Nine Planets, A Multimedia Tour of the Solar System, 2005. Disponvel em . Cattermole, Peter & Moore, Patrick. Atlas of Venus. Cambridge University Press. ISBN 0-521-49652-7 European Space Agency. Venus Express , 2005. Disponvel em