48
Movimentação e Armazenagem

Movimentação E Armazenagem

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Trabalho sobre Movimentação e armazenagem logística

Citation preview

Page 1: Movimentação E Armazenagem

Movimentação e Armazenagem

Page 2: Movimentação E Armazenagem

Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro

Page 3: Movimentação E Armazenagem

SumárioMovimentação e Armazenagem

Unidade I

1 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM .........................................................................................................21.1 Conhecendo a armazenagem .............................................................................................................51.2 Breve histórico ..........................................................................................................................................61.3 Conceitos ....................................................................................................................................................71.4 Princípios da armazenagem ................................................................................................................91.5 Localização de um armazém ........................................................................................................... 211.6 Parâmetros quantitativos na localização física ....................................................................... 231.7 Técnicas de localização ...................................................................................................................... 241.8 Parâmetros qualitativos na localização ....................................................................................... 31

2 DEFINIÇÕES DE ESTRUTURA DE ARMAZÉM ......................................................................................... 322.1 Capacidade estática ............................................................................................................................ 32

Unidade II

3 EMPILHAMENTO .............................................................................................................................................. 453.1 Problemas de armazenagem quanto ao aproveitamento do pé direito ........................ 463.2 Fator de estiva ....................................................................................................................................... 48

3.2.1 Capacidade estática real ...................................................................................................................... 513.3 Quebra de espaço ................................................................................................................................. 523.4 Pontos importantes na armazenagem ........................................................................................ 603.5 As operações da armazenagem ...................................................................................................... 61

3.5.1 Recebimento e descarregamento de veículo .............................................................................. 61

4 PRINCIPAIS CUIDADOS NO RECEBIMENTO ........................................................................................... 624.1 Alguns tipos de embalagens ............................................................................................................ 654.2 Funções da embalagem na armazenagem ................................................................................ 674.3 Tipos e sistemas de unitização ........................................................................................................ 70

Unidade III

5 TIPOS DE ARMAZENAGENS ......................................................................................................................... 906 RISCOS DE CARGAS E MERCADORIAS .................................................................................................122

6.1 Cargas perigosas .................................................................................................................................132

Page 4: Movimentação E Armazenagem

Unidade IV

7 CONTÊINERES .................................................................................................................................................1437.1 Operações com contêineres ...........................................................................................................1467.2 Cuidados na ovação ..........................................................................................................................1487.3 Custos da armazenagem .................................................................................................................150

8 MEDINDO O DESEMPENHO DO ARMAZÉM ........................................................................................1708.1 Tecnologia da informação em armazém ..................................................................................173

8.1.1 WMS – Warehouse Management System ................................................................................. 1748.1.2 Código de barras e leitura óptica .................................................................................................. 1778.1.3 RFID – Radio Frequency IDentification ....................................................................................... 1778.1.4 Intercâmbio eletrônico de dados EDI ...........................................................................................181

8.2 O futuro da armazenagem .............................................................................................................181

Page 5: Movimentação E Armazenagem

1

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Unidade I5

10

15

20

25

30

35

APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Esta disciplina vai trazer para o aluno conhecimento sobre as práticas de armazenagem e movimentação, apontando as melhores técnicas de armazenagens e os equipamentos.

O aluno de logística deve dominar esses conceitos, que hoje é a base do planejamento da cadeia logística. Quando se está em busca de competição, não é suficiente apenas mexer nos produtos, os processos operacionais são importantes ferramentas para ampliar a competitividade.

Objetivos

Esta disciplina tem como objetivo desenvolver as seguintes competências:

• Definir os melhores sistemas de armazenagem para cada situação.

• Elaborar projetos de armazenagem e gestão de estoques.

• Realizar estudo para conhecer as evoluções sobre sistemas de armazenagens.

• Definir tipos de máquinas e equipamentos a serem utilizados na armazenagem, levando em consideração a demanda, as normas e os regulamentos de segurança, além dos tipos de produtos.

Page 6: Movimentação E Armazenagem

2

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

• Escolher acertadamente sistemas de gestão de estoque.

• Avaliar o impacto dos custos da implantação de sistemas de armazenagens.

1 MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

É importante que em cada disciplina estudada o aluno enxergue o papel da disciplina dentro do curso. Assim, qual é o papel da armazenagem na logística?

Vamos observar um modelo para entender:

Fábrica A 8 t

Fábrica B 6 t

Fábrica C 7 t

Fábrica D 5 t

Armazém de distribuição

26 tCliente

Consolidação

Armazém para consolidar

Fonte: Ballou, 2001.

Para observar essa figura, que aponta várias etapas da cadeia logística, vamos relembrar a missão da logística:

A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa (Ballou, 2001).

O que as empresas precisam fazer para cumprir essa missão?

Dica

Para ampliar seus conhecimentos, leia artigos destes sites:

<http://www.revistaintralogistica.com.br>.

< h tt p : / / w w w. i m a m . c o m . b r /logistica/Artigos.asp?pPage=2>.

<http://www.logweb.com.br/novo>.

<http://www.logweb.com.br/novo/upload/revista/97/logweb97site.pdf>.

Page 7: Movimentação E Armazenagem

3

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

As estratégias podem ser inúmeras, mas em busca de um mesmo objetivo: eficiência e eficácia nas operações; a ideia é fazer mais, melhor e mais barato.

Vejamos as possibilidades, imagine uma empresa que tenha quatro plantas, a planta A, B, C e D, cada planta produz um grupo de produtos, mas vendem em um mesmo mercado.

Nesse cenário, uma opção seria sair da fábrica e ir direto para o cliente:

Fábrica A 8 t

Fábrica B 6 t

Fábrica C 7 t

Fábrica D 5 t

Cliente

Fonte: ibidem.

Como são quatro fábricas, as dificuldades começariam na expedição da fábrica, que deveria ter a preocupação de separar e embalar os pedidos, ter toda a preocupação de preparação para a entrega aos clientes, e isso em cada uma das fábricas. Se os caminhões de cada uma das fábricas saíssem ao mesmo tempo, isso causaria um acúmulo de caminhões nos clientes esperando para fazer o recebimento, além de todos os caminhões andarem um percurso maior para fazer as entregas. A fábrica teria que se preocupar em roteirizar as entregas ou contratar uma transportadora para que fizesse isso. Veja quantas preocupações

Page 8: Movimentação E Armazenagem

4

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

a fábrica teria que ter, o que poderia prejudicar o core business da empresa. O core business é o foco principal da empresa, uma fábrica deve se preocupar com a fabricação.

Outra alternativa é o exposto na figura 1. Situação em que as fábricas produzem e entregam em um armazém, o destino é único, e podem-se transportar quantidades maiores. A operação de preparar e enviar os pedidos fica a cargo de um armazém central, onde é feita uma consolidação, a entrega em um único veículo do conteúdo das quatro fábricas; isso é consolidar.

Comparando as duas alternativas, percebe-se que a segunda torna a operação mais ágil, mais próxima do cliente, e, por consequência, menos onerosa.

Tivemos aqui dois conceitos diferentes, por isso é importante fazer um adendo:

Core business: é um termo em inglês, que significa “parte central de um negócio”. Mais especificamente se utiliza para conceituar ou limitar o negócio principal de uma empresa.

Consolidação: pode ser entendido como um conjunto de processos, como analisar e agrupar pedidos com base nas caracerísticas do produto, rotas de entrega, datas requeridas e localização dos clientes, visando obter o menor custo e o melhor serviço pelo melhor aproveitamento do transporte e pela melhoria de atividades operacionais do armazém ou centro de distribuição (Bertaglia, 2006).

Pudemos perceber a importância da disciplina, vamos agora conhecer os aspectos técnicos e conceituais sobre armazenagem e reflexos na movimentação de materiais.

Reflexão

Você percebeu como o armazém pode auxiliar na missão logística? A logística tem várias áreas, e cada uma das áreas tem seu papel específico para tornar a empresa mais eficiente.

Page 9: Movimentação E Armazenagem

5

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

1.1 Conhecendo a armazenagem

Uma visão antiga, mas que traz uma clareza enorme sobre a importância de estocar ou armazenar é o que está registrado na Bíblia em Gênesis 41:25-30,34-36,47-49,53,54 – interpretação do sonho do Faraó por José:

As setes vacas formosas são sete anos, as setes espigas formosas também são sete anos: o sonho é um só. E as setes vacas magras e feias à vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental, serão sete anos de fome.

E eis que vem sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito.

E depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra (...).

(...) Ponha governadores sobre a terra, e tome a quinta parte da terra do egito nos sete anos de fartura.

Ajuntem toda a comida destes bons anos, que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de faraó, para mantimentos nas cidades, e o guardem.

E a terra produziu nos sete anos de fartura a maos cheias.

E ajuntou todo o mantimento dos sete anos, que houve na terra do Egito, e guardou o mantimento nas cidades, pondo nas cidades o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade. Assim juntou José muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar (...).

Então acabaram-se os sete anos de fartura que havia na terra do Egito. E começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito, e havia fome em todas as terras, mas em toda a terra do Egito havia pão.

Page 10: Movimentação E Armazenagem

6

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Na época, não havia técnicas para se armazenar em espaços apropriados, com as ferramentas necessárias nem com os cuidados que garantissem agilidade nas operações, mas, mesmo de maneira rústica, o objetivo foi cumprido.

1.2 Breve histórico

Os conceitos de armazenagem estão intimamente relacionados com a história do comércio entre os povos; a atividade de vendas requer necessariamente em alguma etapa a armazenagem.

Três mil anos a.C, os egípcios construíram os primeiros depósitos registrados pelos historiadores, com o objetivo específico de armazenar o trigo excedente e papiros. A localização do depósito, mesmo na época, foi estrategicamente escolhido, estava situado no fértil vale do Nilo. Os materiais eram carregados em navios e utilizados como moeda de troca no Líbano, onde os egípcios iam em busca de madeira.

Os romanos têm papel grandioso na história. Eles estenderam seus domínios até o mar do Norte, fundaram Londres, desenvolveram bastante a navegação, e tinham dois ditos que poderíamos chamar hoje de valores: “navegar é preciso” e “todos os caminhos levam a Roma”. A supremacia que foi romana não seria possível sem a prática de armazenagem e distribuição, levando riqueza para todo o país.

Por outro lado, os vikings, piratas saqueadores, atuantes entre séculos VI e IX, foram conhecidos pela história somente como possuidores de grande poderio bélico e vastos conhecimentos de navegação, mas não tinham conhecimento de armazenagem, não juntaram riqueza, saqueavam e consumiam tudo que possuíam; eram verdadeiros predadores.

Havia praticamente o monopólio de especiarias no século XI. O Império de Veneza e Gênova virou uma potência no comércio graças aos conhecimentos de armazenagem e comercialização.

Papiro: planta encontrada na margem do rio Nilo; os egípcios a utilizavam para produzir uma espécie de papel, o papel papiro, que na época era muito utilizado.

Page 11: Movimentação E Armazenagem

7

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Nos séculos XV e XVI, os escandinavos construíram entrepostos e dominaram o comércio ao longo da Escandinávia, Holanda e Alemanha.

Já no século XV, o poderio comercial está com a Península Ibérica, que, na busca por fortalecer o Império, espalhou entrepostos comerciais em diversos pontos da rota de navegação.

Na segunda metade do século XVIII, a Revolução Industrial multiplicou rapidamente a geração de riqueza. Surgia nesse momento a visão de produzir em grande escala, a produção em massa; a armazenagem passou a ser ainda mais relevante.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, os países estavam em reconstrução, as trocas comerciais entre os países eram frequentes como nunca. Assim, as técnicas de armazenagem nos portos eram agora essenciais, pois o tráfego marítimo cresceu rapidamente, impondo modernizações e racionalização no uso das restritas áreas de armazenagem portuárias. Desde então a armazenagem não parou de se desenvolver.

1.3 Conceitos

A armazenagem tem o papel de administrar duas coisas importantíssimas: o espaço e o tempo. O espaço nunca é suficiente, é sempre escasso; não podemos ampliar espaço sempre que necessário, pois isso implica custos. O tempo é tão escasso quanto, mas considera-se ainda mais complexo gerenciá-lo.

Então o que é armazenagem?

Resumidamente, armazenagem é a imobilização de uma mercadoria entre dois movimentos consecutivos.

Entrepostos: espécie de armazém localizado estrategicamente entre duas cidades com interesses econômicos.

Page 12: Movimentação E Armazenagem

8

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Rodrigues (2008) afirma que é

o processo logístico responsável por gerenciar eficazmente o espaço tridimensional de um local adequado e seguro, colocado à disposição para a guarda de mercadorias, que serão movimentadas rápida e facilmente, com técnicas compatíveis às suas respectivas características, de forma a preservar a sua integridade física e entregando a quem de direito no momento que for necessário.

Para melhor entendimento, vamos interpretar essa definição:

1. O que é utilizar melhor o espaço tridimensional?

Algo muito importante para a armazenagem é a seletividade e a densidade; seletividade é a facilidade de ter acesso aos itens estocados, e densidade é o volume x peso estocado no espaço. Então, ao mesmo tempo em que se deve ter facilidade de acesso aos itens, devemos garantir ainda que se aproveite melhor o espaço do armazém.

Esticar os prédios onde os itens ficam estocados não é possível, temos que buscar estratégias que os tornem mais eficientes. Como acontece na produção, o armazém tem sua capacidade operacional, quando essa capacidade é alcançada, os itens são estocados uns sobre os outros nos corredores, nas docas de embarque e áreas de espera; o resultado é muita dificuldade e lentidão nas operações. Assim, o excesso de material em um armazém é algo muito ruim e interfere no fator tempo.

2. O que é um local adequado e seguro?

A armazenagem antes de ser “bonitinha” deve ser funcional, um local adequado, o que significa a escolha de um local que garanta fácil acesso, na logística de materiais chamamos de

Page 13: Movimentação E Armazenagem

9

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

“seletividade”. Além de seletividade é necessário que se garanta que o produto armazenado estará do mesmo jeito na hora em que for consumido. A segurança é uma preocupação constante dos operadores logísticos, e as perdas com itens armazenados devem ser as menores possíveis. Exemplo de insegurança no armazém: local em que o sol, a água da chuva danifiquem os produtos, em que o acesso para colocar ou retirar os itens de estoque seja difícil, proporcionando risco de queda.

3. O que é movimentação rápida e fácil?

Os itens estocados devem respeitar o critério de uso, de peso, de custo, entre outros. Nesse sentido, a classificação ABC proporciona indicação de onde estocar cada item. Os itens de classificação A na movimentação é o item de maior uso, com maior giro, e seu posicionamento deve ser em local próximo à porta. Em relação ao peso, os itens mais pesados ficariam na parte de baixo, minimizando os riscos e fazendo com que os operadores andem menos na hora de localizar um item em estoque.

1.4 Princípios da armazenagem

A armazenagem tem um papel estratégico nas operações logísticas. Seu objetivo é obter alguns princípios básicos como:

• Planejamento:

— Para que o processo de armazenagem cumpra seu papel, é necessário avaliar previamente a área disponível para estocagem a fim de planejar a aquisição dos itens a armazenar. Devem-se verificar as efetivas condições de espaço, equipamentos, mão de obra para receber, controlar e entregar adequadamente, respeitando todos os aspectos como natureza, peso, tamanho, características de manuseio e de segurança. Tudo deve ser programado antecipadamente para que as ações ocorram de maneira mais tranquila.

E armazém, o que vem a ser?

É o local onde os materiais ou produtos são recebidos, classificados, estocados e expedidos.

Page 14: Movimentação E Armazenagem

10

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Observação: Esse planejamento é prejudicado quando os setores comerciais, de compras, de produção e de estoque não se conversam, quando cada um planeja de acordo com suas convicções sem se preocupar com quem está na próxima etapa.

• Flexibilidade operacional:

— Um armazém deve proporcionar a adaptação de corredores, docas, portas e equipamentos disponíveis nos espaços de estocagem, recebimento e expedição; tudo isso é importante para receber com facilidade diferentes produtos que requeiram diferentes equipamentos ao mesmo tempo. Deve-se garantir ainda que se possa expedir e receber ao mesmo tempo.

Observação: Você pode se perguntar: É necessário receber e expedir ao mesmo tempo? Para tal, é necessário que se tenham espaços específicos para cada operação. Há um local de recebimento e outro para expedição, isso exige maior espaço, mais mão de obra, mas garante maior produtividade, tanto para receber como para expedir. É indicado para empresas que precisem de maior movimentação.

• Simplificação:

— A armazenagem deve ainda proporcionar a implantação ou adaptação de arranjo físico de uma área de armazenagem, considerando as características dos equipamentos disponíveis, a posição das docas, portas e corredores. Isso com o objetivo de simplificar ao máximo o fluxo de entrada e saída das mercadorias, de modo a buscar maior produtividade possível, sem criar gargalos e minimizando os já existentes.

Page 15: Movimentação E Armazenagem

11

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Observação: Essa simplificação busca criar espaços para que as empilhadeiras, paleteiras e os veículos se movimentem sem prejudicar um ao outro, a ideia é facilitar todas as operações.

• Integração:

— Em um armazém, é fundamental que as ações sejam integradas, que se saiba, por exemplo, o que se vai receber no dia seguinte, para onde o setor de compras envia um espelho de pedidos. Assim, posso programar as ações de recebimento, preparar os espaços necessários para a estocagem, reservar pessoas para a operação.

• Otimizar espaço físico:

— No processo de armazenagem, otimizar o espaço físico significa aproveitar da melhor maneira possível os espaços disponíveis e ao mesmo tempo proporcionar a fácil movimentação da maior quantidade possível de mercadoria em uma mesma área de armazenagem, é claro que respeitando a capacidade volumétrica da área.

A produtividade de uma linha de produção é mensurado por quantidade produzida, a produtividade de um vendedor é a quantidade vendida, a produtividade de um armazém é mensurado pela quantidade de itens recebidos, estocados e expedidos, quanto mais vezes fizer isso, maior será sua produtividade.

• Otimização de equipamentos e mão de obra:

— Um layout estratégico e um mapa de localização bem-definido proporcionam que os equipamentos

Page 16: Movimentação E Armazenagem

12

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

e as pessoas usem sua capacidade máxima, para que se faça mais com menos desgastes. Quando se posicionam, por exemplo, os itens de maior movimentação mais próximos da saída, as empilhadeiras se movimentam menos, gastam menos combustíveis, menos tempo etc.

• Verticalização:

— A verticalização é uma técnica muito utilizada, é uma forma de ampliar o pé direito. Isso significa que a altura está sendo ampliada ou melhor utilizada. Isso porque é mais barato crescer para cima do que para os lados (horizontalização), o que requer aquisições de plantas; a verticalização não requer aquisição de imóveis, mas exige equipamentos especiais.

Veja exemplo de um equipamento que facilita a operação em uma estrutura verticalizada:

Transelevador

Fonte: Scheffer Logística. Disponível em: <www.schefferlogistica.com.br>.

http://www.mecalux.pt/external/products/pt-PT/prod-mt0-ilu-11134.jpg

Page 17: Movimentação E Armazenagem

13

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Esses dois modelos exemplificam bem um sistema verticalizado e as dificuldades de operação que temos, como acesso aos itens, agilidade para movimentação, segurança dos materiais e dos funcionários. Essas dificuldades são minimizadas pela utilização de equipamentos adequados.

• Mecanização:

— Um armazém deve levar em consideração as possibilidades de mecanização, de maneira que os custos sejam cobertos pelo ganho nas operações.

Um bom exemplo desenvolvido pela Schefer Logística e Automação é o carregador lateral:

Carregador lateral

Fonte: Schefer Logística e Automação. Imagem captada de um vídeo disponível em: <www.schefferlogistica.com.br>.

Page 18: Movimentação E Armazenagem

14

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Um sistema como esse agiliza, e muito, o processo de expedição das caixas de bebidas. Esse equipamento foi desenvolvido para carregamento de cargas unitizadas em paletes, com carregamento pela lateral do caminhão, podendo ser carregado simultaneamente todos os paletes em uma única operação, reduzindo o tempo de carga e descarga.

Elevador monta-carga

Fonte: ibidem.

Esse equipamento facilita a movimentação dos materiais de um pavimento para outro de maneira rápida e segura.

Page 19: Movimentação E Armazenagem

15

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Transelevador automático

Fonte: ibidem.

Um equipamento como esse proporciona agilidade na seleção de itens no armazém. Para que um item seja acessado, o operador posiciona automaticamente o equipamento, dando as coordenadas dos itens a serem acessados de acordo com o endereçamento.

• Controle:

— O processo de controle nas atividades de um gestor é o que garante a sustentabilidade da operação. Assim,

Page 20: Movimentação E Armazenagem

16

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

deve-se acompanhar sistematicamente um adequado meio de registro dos recebimentos, tempo de descarga, quantidade recebida, tempo de conferência, tempo em que as cargas ficaram armazenadas, fazer inventário físico de mercadorias etc.

• Segurança:

— A área de armazenagem deve ser protegida com sistemas que garantam a integridade física tanto das mercadorias armazenadas quanto da mão de obra, deve proporcionar a segurança das instalações e dos equipamentos e a proteção da saúde financeira da empresa, mantendo as equipes de trabalho treinadas para eventuais emergências.

• Custo:

— Toda essa operação deve custar o mesmo que a média de mercado, se se gastar mais do que o mercado está gastando, não se justifica o investimento, pois a concorrência gastará menos fazendo o mesmo que você.

CASE

Uma empresa distribuidora de brinquedos está enfrentando sérios problemas na operação de seu depósito. A área de armazenagem não é adequada, o prédio precisa de reformas, e as estruturas porta-paletes não têm nenhum tipo de identificação de endereçamento. O recebimento e a expedição estão subdimensionados, e quase todos os dias há a necessidade de horas extras para atender aos pedidos.

A área de vendas tem reclamado constantemente porque não consegue visualizar o estoque no momento do pedido e promete prazos de entregas que não são cumpridos ou mesmo vende produtos sem estoque.

Page 21: Movimentação E Armazenagem

17

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Pontos importantes de estocagem para gestão de armazenagem

Todos os princípios discutidos até aqui são perceptíveis quando partimos para a prática. Enxergar essas práticas no planejamento de layout e/ou plantas de um armazém garante a boa funcionalidade do empreendimento. Vamos aqui conhecer as técnicas para elaboração de layout e alguns termos técnicos bastante utilizados.

Para a elaboração e/ou construção de um armazém, o planejamento requer pensar em alguns pontos como:

• Dimensões do armazém

As dimensões do armazém são as medidas existentes em seu interior, como largura, profundidade e altura, chamadas aqui de “pé direito”. Essa dimensão aponta a área interna tridimencional e a capacidade volumétrica inicial do armazém. É importante frisar capacidade inicial, pois a capacidade real de armazenagem será diferente, isso porque temos as áreas para movimentação de mercadorias, movimentação de equipamentos, áreas de segurança etc. Mas, mesmo sendo a capacidade incial, é uma informação indispensável para planejar a armazenagem.

• Planta

Contém informações importantes, que fazem parte do planejamento operacional do espaço. A chamada planta baixa do prédio identifica escritórios, instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, pontos de iluminação e respectivas capacidades, redes de combate a incêndio, entre outros.

• Layout operacional

A planta desenvolvida precisa agora ser estruturada de maneira que o armazém seja funcional. O termo layout operacional é

Page 22: Movimentação E Armazenagem

18

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

dado ao arranjo físico de uma área de armazenagem, levando em conta a separação das pilhas, a facilidade de acesso aos volumes e o fluxo de tráfego dos equipamentos. Um layout estratégico, combinado com criação de fluxos, previamente planejado traz algumas vantagens:

— Racionalização no uso da área de armazenagem: em que cada área é utilizada de maneira a ser mais produtiva. Deve-se buscar a maior utilização da metragem quadrada e cúbica.

— Simplificação na movimentação de volumes: em que cada SKU – stock keeping unit – fica estocado em posições estratégicas de acordo com a movimentação, com as características de cada SKU.

— Reduzir o tempo perdido dos equipamentos: cada empilhadeira ou paleteira deve ser otimizada, pois equipamento parado significa que foi feito investimento desnecessário.

— Racionalizar o uso de mão de obra: em que se busca a redução do esforço e das movimentações de pessoas. Devem-se buscar reduzir os gargalos e minimizar a distância de viagem e os tempos de realização das tarefas. Deve-se, também, minimizar as vezes que um produto é tocado, pois, cada vez em que for tocado, os custos vão subir.

— Reduzir as possibilidades de avarias: fazer com que tudo seja pensado para ter menos movimentação; com produtos em locais adequados, as chances de perdê-los por avarias serão menores.

Vimos as vantagens de um layout operacional e o que se deve buscar para atingi-lo. Mas o que levar em conta para definir um layout operacional?

Page 23: Movimentação E Armazenagem

19

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Tendo conhecimento do tipo de produtos com os quais se vai trabalhar, os volumes previstos para hoje e para o futuro devem definir:

• Portas de acesso – devem-se definir a quantidade, medidas e localização, para facilitar o acesso, a fim de receber e expedir os itens.

• Docas – local de embarque e desembarque de caminhões –, deve-se apontar a quantidade de docas, se as docas de recebimento e expedição serão juntas ou separadas; devem-se pensar nos espaços para circulação dos caminhões e evitar gargalo no encontro de caminhões que estão chegando e saindo.

• Ruas internas do armazém – devem-se pensar na disposição e largura das ruas e definir a largura dos corredores internos no sentido longitudinal e das travessas dos corredores no sentido transversal. Os equipamentos utilizados interferirão diretamente nas larguras das ruas, a não ser que se escolha equipamentos de acordo com a largura das ruas.

• Localização, medidas e capacidade volumétrica da praça, que é o total das áreas do armazém realmente destinada ao empilhamento de mercadorias, pois o armazém tem outras áreas que não necessariamente estarão estocando mercadorias.

• Localização, medidas e capacidade volumétrica das coxias, que é cada uma das zonas de empilhamento na praça; após descontar os corredores e outros espaços não disponíveis, é o que se pode chamar de área útil.

• Localização, medidas e capacidade volumétrica do xadrez, que são as áreas reservadas à guarda segura de mercadorias de alto valor agregado.

Page 24: Movimentação E Armazenagem

20

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

— Deve-se pensar ainda na localização, dimensão e capacidade volumétrica e dispositivos de segurança das áreas destinadas à segregação de mercadorias perigosas (classes IMO1 de 1 a 9).

— Em alguns casos, é importante pensar ainda na localização, dimensão e capacidade das áreas destinadas à ova e desova de contêineres.

• Condições e resistência estrutural do piso – é o limite máximo de peso que um metro quadrado do piso pode suportar sem se deteriorar, é expresso em t/m².

Com todos esses pontos, podemos iniciar a montagem ou organização de um armazém com mais segurança, mas, para termos um caminho a seguir, vamos observar as etapas no projeto de um armazém:

1. Análise da cadeia logística.

2. Análise da função básica do armazém na cadeia logística.

3. Determinação das premissas básicas da logística, como:

a. estratégia de atendimento ao cliente;

b. nível de serviço;

c. política de estoque.

4. Análise do fluxo de materiais e determinação da localização física do armazém.

5. Análise do sistema de armazenagem de materiais frente às necessidades futuras, considerando as operações de:

a. recebimento;

b. estocagem;

1International Maritime Organization (Organização Marítima Internacional). Visite sua página na internet, disponível em <http://www.imo.org>.

Page 25: Movimentação E Armazenagem

21

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

c. separação de pedidos;

d. expedição.

6. Determinação dos requisitos funcionais de cada provável recurso operacional, como equipamentos e instalações.

7. Análise preliminar de viabilidade técnica e econômica para as estimativas iniciais.

8. Pesquisar as alternativas de mercado que atendam aos requisitos funcionais e às premissas do sistema de armazenagem.

9. Analisar as alternativas disponíveis; deve-se fazer uma análise de valor das alternativas.

10. Escolha da melhor alternativa logística para o processo logístico, para o processo de armazenagem, levando em consideração parâmetros qualitativos e quantitativos.

1.5 Localização de um armazém

Um bom projeto de armazém se torna mais funcional quando respeita critérios de escolha do local. Após definidas as premissas logísticas básicas, como visto anteriormente, vamos iniciar agora o projeto de localização física; devem-se levar em consideração toda a análise da cadeia logística da empresa e ainda a função que a armazenagem terá na cadeia.

Para se falar em análise da cadeia logística, temos que saber e entender quem são os elos participantes do negócio: De quem você recebe material? Como o recebe? Qual a frequência com que recebe? Que volume recebe? Que tipo de veículo traz as mercadorias? Que tipo de material recebe? Quanto tempo o item precisa ficar estocado? Quantos pedidos são separados por dia? Qual o volume de expedição? Quais recursos a expedição terá? Para quem você enviará os itens? Que volume será enviado para cada cliente? E com que frequência? O transporte é próprio ou terceirizado? E os custos de distribuição?

Page 26: Movimentação E Armazenagem

22

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Quando se fala em função da armazenagem na cadeia logística, temos levar em consideração as intenções de atendimento aos clientes. Se se quer atender, por exemplo, a todos os clientes na região Sudeste do Brasil em um prazo de 8 horas, os estoques não poderiam se concentrar em um armazém central, visto que não teria infraestrutura de distribuição física que possibilitasse o atendimento ao cliente como pretendido. Isso levando em consideração que o modal a ser usado fosse o rodoviário.

Assim como critério de escolha na localização, podemos trabalhar as pretensões da empresa ou reformular as estratégias de armazenagem como:

• Em vez de atender 100% dos clientes em 8 horas, podemos atender 90% dos clientes ou somente os clientes de classificação A e B.

• Em vez de utilizar armazém centralizado, podemos trabalhar descentralizando ou, em outras palavras, ter armazéns mais próximos dos clientes.

• Podem-se utilizar mais de um canal de distribuição e/ou variar os meios de transportes.

Assim sendo, a localização física deve ser constantemente avaliada por meio de uma administração logística que acompanhe parâmetros ou indicadores logísticos que apontem as variações quantitativas e qualitativas da localização física, de maneira que justifique o investimento feito, indicando o momento de mudança de local ou a escolha por um local de implantação.

Saiba mais

Como critérios de localização, podemos definir duas partes importantes:

• A macrolocalização: define a melhor a região geográfica, como estado e cidade; entretanto, é importante lembrar que um estado pode ser bastante grande, o que obriga a uma definição mais precisa.

Page 27: Movimentação E Armazenagem

23

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

• A microlocalização: avalia parâmetros mais específicos daquela região e possibilita a melhor escolha do local, como qual bairro, distrito industrial, em fim, qual o local específico em que o armazém deve ser localizado.

Como dito anteriormente, devemos levar em consideração parâmetros quantitativo e qualitativo. Vejamos cada um deles:

1.6 Parâmetros quantitativos na localização física

Na tomada de decisão para a localização física do armazém, é importante levar em consideração:

• custos de importação;

• os impostos estaduais e municipais, que podem variar muito de um local para outro, e esses custos podem ser decisivos na escolha;

• custos de portos;

• locação de espaço de estocagem intermediária;

• custos de transportes;

• transporte porto-armazém;

• transporte aeroporto-armazém;

• transporte armazém-principais clientes;

• custos de armazenagem;

• depreciação das instalações e dos equipamentos de armazenagem;

• aluguel de armazenagem e equipamentos;

• manutenção do armazém e dos equipamentos;

• custo do capital investido;

Page 28: Movimentação E Armazenagem

24

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

• custo de mão de obra;

• custo de segurança;

• custo de comunicação;

• custos administrativos;

• encargos tributários;

• oscilação dos custos em função dos volumes.

Considere que esses são alguns dos parâmetros considerados em projetos de localização de armazém, que podem variar de negócio para negócio. E como são dados quantitativos, não se trabalha somente no “achômetro”, os números apontam e auxiliam nas decisões.

1.7 Técnicas de localização

Método do centro de gravidade

É uma técnica de posicionamento que procura o ponto em que se tenha menor custo de entrega de acordo com os volumes entregues e com o posicionamento dos clientes. É importante levar em consideração também o posicionamento dos fornecedores principais, pois isso terá impacto nos custos totais de logística. O conceito centro de gravidade relaciona-se à local de atração estratégico, ponto central de atuação, é o ponto que concentraria as atuações da empresa de maneira mais econômica e ágil.

Vejamos:

Esse quadro abaixo representa uma área a ser atendida:

1

2

3

4

Page 29: Movimentação E Armazenagem

25

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Temos aqui uma área dividida em quatro quadrantes, sendo que no quadrante 1, temos um cliente; no quadrante 2, temos um cliente; no quadrante 3, temos dois clientes; e, no quadrante 4, temos quatro clientes. Para agilizar as operações de entrega, qual é o quadrante ideal para instalar o armazém? Você deve ter pensado em responder que seria o quadrante 4, mas vamos ter calma, pois precisamos saber os volumes consumidos por região, não somente o número de clientes. Imagine que a empresa venda um volume de 100 t/ano e que 70 toneladas são consumidas pelos clientes dos quadrantes 1 e 3 e que o restante é consumido em quantidades iguais pelos outros dois quadrantes. Percebe que mudaria o ponto de vista? Nessa situação, 70% das suas operações estariam nos quadrante 1 e 3. Para reduzir tempo de entrega e custos, seria estratégico estar próximo desses clientes. Assim o centro de atração ou de gravidade seria a região entre os quadrante 1 e 3.

Essa localização não pode ser unicamente visual, existem fórmulas matemáticas para encontrar o ponto da gravidade, não somente para armazéns, mas para vários objetivos, como: localização de fábrica, localização de armazém, localização dos postos de serviços, entre outros, não importa o que se quer buscar, o conceito e a aplicação são os mesmos.

Vamos visualizar isso.

Acesse Google Maps, digite Casas Bahia, e a imagem obtida será:

Fonte: <http://maps.google.com.br>.

Page 30: Movimentação E Armazenagem

26

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Observe no mapa que temos bolinhas, cada bolinha representa uma loja Casas Bahia. É possível perceber onde se concentra uma grande quantidade de lojas? Imagine a riqueza na hora de decidir a localização dos centros de distribuição. Recentemente a rede inaugurou um CD – centro de distribuição – em São Bernardo do Campo em São Paulo, com o intuito de atender todo o ABC e litoral paulista.

Além de fórmulas matemáticas, podemos resumidamente apontar uma maneira simbólica.

A partir da mesma ideia mostrada anteriormente, pegue uma chapa de madeira, que tenha aproximadamente a área da região a ser atendida.

Pegue mapa da região:

São José do Rio Preto

Ribeirão Preto

Araraquara

BauruCampinas

Sorocaba

Vale do Ribeira

Santos

Grande São Paulo

São José dos Campos

MaríliaPresidente Prudente

Araçatuba

Fonte: <http://festivaldebesteirasnaimprensa.wordpress.com/tag/serra/>.

Cole essa imagem em uma chapa de madeira, faça buracos na localização dos clientes ou dos fornecedores, pode ser tanto para um como para outro, depende dos objetivos da empresa. Em cada um dos buracos, coloque um barbante, transpassando para o outro lado, dê um nó na ponta do barbante, pendure na ponta de cada barbante pesos que sejam equivalentes aos

Page 31: Movimentação E Armazenagem

27

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

volumes transacionados em cada região, posteriormente procure o ponto onde a madeira fique balanceada sobre a ponta de uma vara, esse ponto será a localização ideal, o centro de gravidade.

Vejamos modelo do método do centro de gravidade:

Fonte: Banzato et. al. 2003, p. 94.

Tecnicamente, podemos fazer:

Cxdix Vi

Vi= ∑

∑*

Cydiy Vi

Vi= ∑

∑*

Em que:

Cx – coordenada x no eixo horizontal do centro de gravidade.

Cy – coordenada y no eixo vertical do centro de gravidade.

dix – coordenada x – é a distância horizontal a partir do ponto zero.

diy – coordenada y – é a distância vertical a partir do ponto.

Vi – volume de bens movimentados em cada um dos pontos.

Page 32: Movimentação E Armazenagem

28

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Esse método tenta responder ao grande problema: Onde localizar um armazém intermediário entre as fábricas e os distribuidores e ainda com mínimos custos de transportes envolvidos?

Vejamos um exemplo:

Pegamos o mapa da região a ser considerada, no caso o Estado de São Paulo, determinamos escalas de 100, de forma que toda a região seja contemplada tanto na horizontal como na vertical.

Assim, é possível dar a localização da fábrica e de todos os distribuidores, vejamos:

Fábrica: posição 630-330

Distribuidores:

Presidente Venceslau: 120-510

Bauru: 410-470

Franca: 590-650

São José dos Campos: 720-350

Para completar o raciocínio, vamos supor que a fábrica em São Paulo tenha distribuído no ano 15,5 toneladas de um produto da seguinte maneira:

• Presidente Venceslau: 2,5 toneladas;

• Bauru: 5,5 toneladas;

• Franca: 3,0 toneladas;

• São José dos Campos: 4,5 toneladas.

Page 33: Movimentação E Armazenagem

29

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Assim sendo, temos que apontar a melhor posição para o armazém, seguindo a seguinte fórmula:

Cxdix Vi

Vi= ∑

∑*

para encontrar o ponto no eixo X.

Cydiy Vi

Vi= ∑

∑*

para encontrar o ponto no eixo Y.

No cruzamento de X e Y, será o ponto ideal para o armazém.

Primeiro, vamos calcular o eixo X.

Pegamos as distâncias em X para cada um dos pontos e multiplicamos pelos volumes transacionados pelos pontos:

Dix posição em X

Vi Volume

Dix (posição x volume)

Fábrica 630 15,5 9.765

Presidente Venceslau 120 2,5 300

Bauru 410 5,5 2.255

Franca 590 3,0 1.770

São José dos Campos 720 4,5 3.240

Total 31 17.330

Para encontrar o Cx – que será o ponto no eixo X –, vamos dividir a ∑ (dix . Vi) pela ∑ Vi: 17.330 / 31 = 559.

Agora, vamos calcular o Y:

Da mesma maneira, vamos pegar a distância em Y para cada um dos pontos e multiplicar pelo volume transacionado em cada um deles:

Page 34: Movimentação E Armazenagem

30

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Diy posição em Y

Vi Volume

Diy (posição x volume)

Fábrica 330 15,5 5.115

Presidente Venceslau 510 2,5 1.275

Bauru 470 5,5 2.585

Franca 650 3,0 1.950

São José dos Campos 350 4,5 1.575

Total 31 12.500

Para encontrar o Cy – que será o ponto no eixo y –, vamos dividir a ∑ (diy . Vi) pela ∑ Vi: 12.500 / 31 = 403.

Então, as coordenadas indicam que a posição do armazém ideal seria 559 em X e 403 em Y.

100 200 300 400 500 600 700 800 X

100

200

300

400

500

600

700

800

Y

Fábrica

Distribuidores - clientes

Fonte: S. M. S. Localização-alocação de instalações com sistemas de informações geográficas e modelagem matemática. Itajubá, 2007. Dissertação (Mestrado

em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UNIFEI, 2007. Adaptado pelo autor.

Page 35: Movimentação E Armazenagem

31

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Redes de múltiplos depósitos

Tende-se a utilizar o modelo citado quando se tem apenas um depósito central, mas com a ajuda de um computador é possível fazer simulações com múltiplas áreas, usando os mesmos critérios.

1.8 Parâmetros qualitativos na localização

Além dos critérios matemáticos utilizados até aqui, os aspectos qualitativos são essenciais. Esses aspectos são decisões que cada empresa toma de acordo com suas convicções. São pontos que dariam uma vantagem competitiva em relação ao mercado:

• nível serviço – % de serviços atendidos, é um parâmetro de qualidade na prestação de serviços;

• tempo de desembaraço;

• tempo de incorporação dos itens ao estoque – referente a tempo de recebimento –, conferência e estocagem;

• tempo de atendimento;

• proximidade aos grandes clientes;

• facilidade de acesso;

• frequência de navios;

• riscos de greves (portos e aeroportos);

• disponibilidade de transportadoras;

• facilidade de despachantes;

• leis de zoneamento;

• congestionamento de trânsito na região;

• proximidades dos fornecedores;

• capacitação do pessoal da região.

Page 36: Movimentação E Armazenagem

32

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Esses são apenas alguns parâmetros qualitativos, não se referem a custos nem a investimentos, mas são tão importantes que muitas empresas decidem o posicionamento dos armazéns considerando apenas esses parâmetros, pois eles afetam a imagem da empresa, a velocidade de atendimento, a qualidade de vida e a motivação no trabalho.

2 DEFINIÇÕES DE ESTRUTURA DE ARMAZÉM

2.1 Capacidade estática

Na implantação ou ampliação de um armazém, é preciso que a capacidade de operação fique bem definida, uma das capacidades necessárias é a capacidade estática.

A capacidade estática pode ser calculada de maneira hipotética, multiplicando a área do piso pela resistência estrutural.

Vejamos:

Um armazém foi estruturado de forma que a resistência estrutural do piso fosse de 10,0 t/m², e ele tem as seguintes dimensões:

40 m

120 m

Área do piso: 120 m x 40 m = 4.800 m²

Resistência estrutural do piso: 10,0 t/m²

Capacidade estática = 4.800 m² x 10,0 t/m² = 48.000 t.

Capacidade estática é o limite máximo nominal de carga que uma área pode receber simultaneamente, expressa em toneladas.

Page 37: Movimentação E Armazenagem

33

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Esse cálculo é apenas um parâmetro inicial, pois na prática há outros fatores que influenciarão na capacidade de armazenagem. Perceba que o ponto de partida para o cálculo da capacidade estática são as dimensões da área de armazenagem, mas fatores como características de movimentação, dimensões, relação volume/peso, altura máxima de empilhamento e a necessidade de separação entre os lotes vão influenciar diretamente no cálculo da capacidade de estocagem.

Vejamos uma situação, imagine 1.000 toneladas de uma mercadoria de baixa densidade, ou seja, grande volume e baixo peso, isso pode lotar completamente um armazém. Se for uma mercadoria com elevada densidade, poderá receber 10.000 toneladas e ocupar o mesmo espaço que 1.000 toneladas.

Encontrar a capacidade estática de uma área de armazenagem depende basicamente de três fatores, que veremos a seguir:

• praça útil ou área útil;

• altura de empilhamento;

• fator de estiva.

Praça útil

Chamamos de praça útil de armazenagem o conjunto total de espaços realmente destinados à armazenagem e não a área total de pisos (Rodrigues 2008). Em busca da área que efetivamente estará disponível para armazenagem, devemos deduzir da área total do piso todos os espaços não utilizáveis, como corredores, pilastras e colunas, escritórios, banheiros, refeitórios, espaços de segurança ao redor das pilhas etc.

Devemos ainda levar em consideração as ações operacionais da empresa, alguns armazéns ou pátios podem ter áreas reservadas para pesagem, conferência, separação e reembalagem. Essas áreas são consideradas como áreas não utilizáveis.

Page 38: Movimentação E Armazenagem

34

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Vejamos um exemplo, um armazém foi estruturado de forma que apresentasse as seguintes dimensões:

40 m

120 m

Área do piso: 120 m x 40 m = 4.800 m²

Para iniciar o cálculo, devemos levar em consideração também os fatores legais, tais como:

Norma Regulamentadora n° 11 do Ministério do Trabalho: transporte, armazenagem e manuseio de materiais:

11.3 Armazenamento de materiais.

11.3.1 O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso.

11.3.2 O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências etc.

11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,50 m (cinquenta centímetros).

11.3.4 A disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação e o acesso às saídas de emergência.

Page 39: Movimentação E Armazenagem

35

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

11.3.5 O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material.

Assim, a exigência é de no mínimo 50 cm, mas, para melhorar as ações operacionais, como espaço necessário para as pessoas circularem em torno das pilhas para vistoriá-las e eventualmente para solucionar algum problema, vamos considerar os espaços para tais atividades de 1,0 metro de largura ao redor do perímetro do armazém.

38 m

118 m

A nova área seria de: 118 m X 38 m = 4.484 m².

Antes a área era de 4.800 m² – houve uma redução de 316 m².

Agora, já descontada a área em torno do armazém, vamos supor a necessidade de um corredor longitudinal com 8 metros de largura.

38 m

118 m15 m

118 m corredor 8 m

15 m

Qual é a área disponível agora?

Vamos calcular a área do corredor. Perceba que será uma área não armazenável, abateremos da área anterior, e ainda vamos abater todas as áreas não estocáveis.

Page 40: Movimentação E Armazenagem

36

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Área do corredor longitudinal: 118 m x 8 m = 944 m².

Agora vamos supor que seja necessário três corredores transversais de 6,0 metros de largura cada.

38 m

118 m15 m

118 m corredor

15 m

c o r r e d o r

c o r r e d o r

c o r r e d o r

Qual foi a área perdida agora com os três corredores?

38 m x 6,0 m = 228 m² em cada corredor, como temos 3 corredores: 3 x 228 = 684 m².

Entretanto, perceba que temos a intersecção dos corredores que já foram contabilizados, não podemos abater a mesma área duas vezes, vamos abater essa área:

A intersecção tem dimensões de 8 m por 6 m = 48 m² em cada corredor, como temos 3 corredores: 3 x 48 = 144 m².

Assim, o valor correto a bater seria de 684 m² – 144² = 540 m².

Agora, vamos considerar que as instalações destinadas a escritórios, banheiros e outras funções administrativas ocupem uma área de 12,0 m x 6,0, como ficaria a área a ser abatida?

38 m

118 m15 m

118 m corredor

15 m

c o r r e d o r

c o r r e d o r

c o r r e d o r

Escritório

Page 41: Movimentação E Armazenagem

37

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Área do escritório: 12,0 m x 6,0 m = 72 m².

Assim, qual é a área útil?

Temos, então, 316 m dos corredores laterais + 944 m do corredor longitudinal + 540 m dos corredores transversais + 72 m das áreas administrativas = 1.872 m² a ser abatido do armazém de 4.800 m².

Área útil: 4.800 – 1.872 = 2.928 m².

Em uma análise percentual, a área aproveitada corresponde a 61 % da área total.

(2.928 / 4.800) X 100 = 61%

O mercado considera ideal uma utilização superior a 70%, o que aponta a necessidade de ajustes, pois a operação deve ser eficiente e rentável para a empresa como um todo.

Para esses ajustes, é necessário considerar os equipamentos utilizados, pois não se pode reduzir a largura dos corredores se as empilhadeiras não conseguirem trafegar por eles. Mas seria uma possibilidade reduzir o corredor longitudinal de 8,0 m para 6,0 m, e os corredores transversais de 6,0 para 4,0 m. Qual seria a área a ser acrescida na área já calculada?

A área recuperada contará com redução do corredor longitudinal, de 8,0 m de largura para 6,0 metros.

118,0 m de comprimento X 2,0 m, que é a área reduzida: 236,0 m² recuperados.

Área recuperada com os corredores transversais: 38,0, que é a largura do armazém, x 2,0, que é a área reduzida em cada corredor: 76,0 m² x 3, que é a quantidade de corredores, é igual a 228,0 m² recuperados.

Page 42: Movimentação E Armazenagem

38

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

A intersecção seria de 2,0 m, que é a área recuperada, x 6,0 m, que é a largura do corredor longitudinal, o que é igual a 12 m² por corredor, que x 3, é igual a 36.

Então, o total da área recuperada seria: 236 + 228 – 36 = 428,0 m².

Assim, se se acrescentar esse valor recuperado (428) na área útil anterior, que era de 2.928, teríamos 3.356, a porcentagem de uso seria:

3.356/4.800 = 69,91 % de uso, arredondando, 70%.

EXERCÍCIOS

1. O que causa a falta de identificação ou endereçamento no armazém dessa empresa? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

2. As atividades de recebimento e expedição estão subdimencionados. O que isso quer dizer? Por que se precisa de horas extras? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

3. Quais as sugestões para minimizar esses problemas? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

Page 43: Movimentação E Armazenagem

39

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

6. Uma empresa que diminui as larguras dos corredores e diminui a quantidade de corredores no armazém trará quais impactos ao armazém? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

7. Um estoque que atue com itens de elevada densidade consome mais ou menos espaço? Justifique. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

8. Como a boa gestão de um armazém pode proporcionar maior competitividade para a empresa? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________

Observação: É importante que você responda com suas palavras para depois comparar com o padrão esperado.

Resolução dos exercícios

1. Um armazém sem identificação ou endereçamento faz com que ninguém saiba onde está cada item, para separar um pedido perder-se-á grande tempo na localização dos mesmos. Criará dificuldades para armazenar novos itens, pois não há definição prévia; assim, é possível que se tenha o mesmo item estocado em mais de um lugar, o que faz com se leve mais tempo que o necessário para a reposição, a separação de pedidos ou o deslocamento dos itens para linha de produção. Dessa forma, o giro de estoque será prejudicado, o tempo de estocagem vai ser maior, elevando os custos, criando atrasos em entregas, entre outros.

Page 44: Movimentação E Armazenagem

40

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

2. Quer dizer que a capacidade de recebimento e de expedição diária não é conhecida, não se sabe quanto se pode fazer por dia; assim, estão tanto com recebimento quanto expedição em excesso, não tendo condições de cumprir dentro do expediente com as obrigações. As horas extras completam as operações, porém ampliam os custos. É causado pela falta de planejamento e integração entre os setores da empresa.

3. Deve-se fazer um planejamento da área, a fim de adequar o espaço aos itens e aos volumes recebidos. Quando se recebem produtos acima da capacidade de estocagem e da capacidade de operar, pode-se trabalhar com a integração, buscando alinhar as ações de todas as áreas envolvidas, como compras, vendas etc. A otimização do espaço físico também é outra medida importante, o que implica a criação de espaços para cada item estocado e de endereçamento e identificação dos itens. Um processo de verticalização poderia ampliar a capacidade de estocagem. As operações de controle de recebimento e expedição, emitindo relatórios diários das ocorrências, poderiam trazer maior visibilidade aos problemas. A automação também seria outra solução importante, pois a tecnologia auxilia muito nas ações de um armazém.

4. Aumentará a capacidade de armazenagem, a ocupação será maior, mas pode interferir na seletividade e rapidez de movimentação.

5. Consome menos espaço, pois seriam itens mais pesados e menos volumosos.

6. Reduzindo o tempo de espera de um cliente, cometendo menos erros, reduzindo os custos. Agilidade no atendimento ao cliente e retidão é o que vai diferenciar uma empresa da outra.

Page 45: Movimentação E Armazenagem

41

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Saiba mais

Receita Federal

Créditos de PIS e Cofins sobre frete

Decisão relatada pelo ministro Herman Benjamin, da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), publicada em abril deste ano, vedou aos contribuintes o direito aos créditos do PIS e da Cofins na base de cálculo dessas contribuições relativos a despesas com fretes na transferência entre filiais (Resp 1.147.902). A medida causou enorme insegurança às empresas que fazem uso desses créditos.

O referido acórdão tomou como base o objeto social da recorrente que, no caso, tratava-se da operação de transferência entre filiais de empresa dedicada à comercialização de produtos e mercadorias. Aliás, hipótese essa que não possui qualquer previsão legal para permitir a dedução.

Essa jurisprudência consolida diversas decisões manifestadas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que tem declarado a inexistência de direito ao creditamento na apuração da base de cálculo das contribuições, alegando que esse gasto não corresponde a serviços utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.

O cerne da questão jurídica gira em torno do conceito de insumo que, em uma definição simplificada, é aquilo que compõe o processo de industrialização (input), em contraposição ao produto (output), que é o que sai ao fim.

Assim, os fretes decorrentes da transferência entre filiais de insumos necessários para produção de bens ou produtos destinados à venda poderá ser descontado da base de cálculo do PIS e da Cofins, pois compõem o custo de fabricação e industrialização das empresas.

Page 46: Movimentação E Armazenagem

42

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Como exemplo, ilustramos operações comuns nas empresas, em que os gastos de fretes permitem o uso do crédito para atender a característica da não cumulatividade dessas contribuições, é o caso de uma filial fabricante de tecido que o transfere para outra com o objetivo de tingi-lo, ou quando uma filial exploradora de minerais transfere o mineral bruto extraído para ser tratado na indústria normalmente distante – filiais que industrializam os produtos que serão vendidos -, nos termos do artigo 3º, inciso II, da Lei nº 10.833, de 2003.

Além do frete correspondente às transferências de insumos necessários à produção, há também o frete correspondente à transferência da fábrica produtora para sua filial armazenadora, geralmente centro de distribuição ou similar, para os produtos ficarem mais próximos do mercado consumidor. Em realidade, essas situações conferem direito ao crédito de PIS e Cofins pelos motivos que explicaremos em seguida.

Nesses casos de transferências para filiais armazenadoras, na verdade trata-se de despesa na venda de produto já produzido, portanto, um ciclo mediato de comercialização superveniente à produção do bem demandado por motivos logísticos, prático e de tempo, entre o trecho da fábrica ao estabelecimento do cliente comprador.

Essas despesas são mero adiantamento do frete cobrado entre a unidade fabril até seu cliente final e, portanto, são gastos com vendas que não se identificam com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos, mas sim estão relacionadas aos valores gastos com a estrutura comercial da empresa.

Ademais, salientamos que no voto do relator, ministro Herman Benjamin, ele sinalizou afirmativamente para o direito ao crédito quando mencionou equiparação às despesas de frete em operações de venda.

Contabilmente, registre-se que a despesa de frete (venda) não é sinônimo de custo ou de insumo e não é relacionada ao processo produtivo dos bens ou serviços, mas sim com a manutenção das atividades comerciais da empresa sendo, portanto, nesse caso aplicado o inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833.

Page 47: Movimentação E Armazenagem

43

MOVIMENTAÇÃO E ARMAZENAGEM

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Partindo dessa premissa, a despesa de frete na venda pode ocorrer de diferentes formas, que variam consoante a estratégia de vendas adotada pela empresa.

Pode ocorrer de forma direta quando, por exemplo, um fornecedor de São Paulo vende para um cliente na Bahia, esse frete, corresponde à despesa de venda e compõe os créditos abatidos ou descontados da base de cálculo do PIS/Cofins não cumulativos, com fundamento no inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833, ocorre porque o frete compõe o preço de venda do produto e é um gasto necessário para a obtenção de faturamento.

Por outro lado, advém a forma indireta quando o mesmo fornecedor de São Paulo vende por meio da operação de consignação ao cliente na Bahia e, com vistas a facilitar seu fornecimento, constitui uma filial no estabelecimento desse cliente – esta situação é comum, ocorrendo quando o cliente busca ter o menor estoque possível e/ou em circunstâncias just-in-time. Assim, o produto sai do fornecedor de São Paulo, via transferência (ocorre o frete) e, a partir da necessidade de produção e/ou comercialização do cliente, há o faturamento do produto.

Outro exemplo ocorre quando o fornecedor de São Paulo transfere o produto para armazenagem na Bahia para habilitar a entrega do produto a ser vendido naquele Estado com maior rapidez.

De todas essas formas, o frete é ônus suportado pelo vendedor, que comporá o preço de venda ao cliente e, por este motivo, será base de cálculo do PIS e da Cofins.

Qual é a diferença entre os processos? Nenhuma, pois a consequência comercial é rigorosamente a mesma. Sob o aspecto temporal, no entanto, essa venda tornou-se efetiva em duas fases como melhor estratégia de logística (indireta), enquanto aquela se realizou numa única fase (direta), usufruído de direito ao crédito com base no inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833.

Page 48: Movimentação E Armazenagem

44

Unidade I

Revi

são:

Tat

iane

- D

iagr

amaç

ão: M

árci

o -

03/0

1/11

//

2ª R

evisã

o: T

atia

ne -

Cor

reçã

o: M

árci

o -

14/0

2/11

Concluímos, considerando as circunstâncias anteriormente elencadas, que a despesa de frete nas transferências de insumos entre diferentes unidades fabris é também um componente “insumo” – crédito nos termos do artigo 3º, inciso II, da Lei nº 10.833. Outra conclusão é que a despesa do frete nas transferências de produtos para centros de distribuição, depósito ou armazém é despesa de vendas, pois a operação é realizada com esse propósito e o ônus é suportado pelo vendedor, permitindo, então, o direito ao creditamento de tal despesa com o frete conforme previsão no inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833.

Fonte: Valor econômico 16/07/2010. Disponível em <http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2284457/creditos-do-pis-e-da-cofins-referentes-ao-frete>.

Resumindo

Os conceitos de movimentação e armazenagem são a direção para atingir a missão logística, que é dispor a mercadoria certa no local certo e do jeito certo. Vê-se, assim, a importância de um armazém na cadeia logística.

A evolução da armazenagem deve ser acompanhada pelo profissional de logística; devem-se conhecer os princípios da armazenagem e os equipamentos que agilizem as operações.

Pontos importantes:

• dimensões da armazenagem;

• plantas de armazéns;

• layout operacional;

• localização de um armazém;

• parâmetros na localização;

• técnicas de localização;

• capacidade estática.