17

Movimento em Defesa dos Favelados

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Quadrinho realizado durante a oficina no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso

Citation preview

Page 1: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 2: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 3: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 4: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 5: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 6: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 7: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 8: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 9: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 10: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 11: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 12: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 13: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 14: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 15: Movimento em Defesa dos Favelados
Page 16: Movimento em Defesa dos Favelados

A partir do anos 80 explode de forma caótica o processo deurbanização, na sua grande maioria realizadas pela própriapopulação, sem a participação do Poder Público. Resultado, hoje aBrasilândia é um dos bairros com maior número de favelas eloteamentos irregulares da cidade de São Paulo.

DADOS DA BRASILÂNDIA - Dos 247.328habitantes, 54,5% vivem em condições de alta ealtíssima privação (1), a maior parte composta porfamílias jovens. Quase 10% da população de VilaBrasilândia é composta por jovens. Estudorealizado pela Secretaria Municipal de AssistênciaSocial revela que 4,11% dos adolescentes queestão envolvidos com atos infracionais na cidadede São Paulo (prestação serviços à comunidade,em liberdade assistida e internos na Febem) sãooriundos do distrito Brasilândia.

A ocupação desordenada do bairro não deixouespaços livres para criação de áreas de lazer ecultura e construção de novos equipamentospúblicos. Os escassos equipamentos da Prefeiturae do Estado são mais do que insuficientes paraatender a elevada população. As moradias refletemtambém o resultado da combinação entreocupação desordenada e pobreza: quanto maisentramos nos fundões da Brasilândia, maisencontramos moradias em situação de risco dedeslizamento e ruas e casas com característicasáridas, dando um tom cinzento ao bairro. Apergunta que fazemos é como reverter essequadro perverso, já que ele é determinado porcondições históricas e estruturais do bairro?

O distrito Brasilândia (na gestão Marta Suplicycomo prefeita) foi um dos primeiros da Capitalbeneficiados com os Programas Sociais, muitosdos programas habitacionais aconteceram nobairro (como o Lote Legal, no Jd. Paulistano etrecho do Jd. Vista Alegre) e a regularizaçãofundiária de muitas favelas, permitindo que milharesde famílias tivessem acesso ao título depropriedade da moradia); recebeu programas decontrole do risco; equipes de saúde da família e aimplantação do CEU Paz, no Jd. Paraná, entreoutros.

Sabemos que ainda falta muito para melhorar ascondições de vida no bairro e é necessário intensificar apresença do poder público na área. Mas, penso que, aolado disso, precisamos encontrar mecanismos devalorizar e aumentar a auto-estima dos moradores,potencializar e divulgar as iniciativas existentes, trocarexperiências e, com isso, atrair novos investimos e obterapoio externo. Temos um grande capital social no bairroque precisa desabrochar e se tornar conhecido na cidade.As experiências de outras regiões mostram que esse temsido um caminho bem sucedido para romper com o cicloda violência e da exclusão social. Quando os cidadãospassam a ser protagonistas e atuam pela sua coletividade,as mudanças acontecem mais rápido e os bairrosmelhoram.

Brasilândia é um distrito situado na zona noroeste domunicípio de São Paulo, com superfície aproximada de21 km². Segundo o censo de 2000, contava com 220.094habitantes, dos quais 7.610 em áreas ainda consideradasrurais.

Recordando um pouco de sua história, percebemos quea questão habitacional, passa pela problemática doscortiços, que já era um grande desafio para osgovernantes desde 1896, quando foi elaborado o códigode Posturas do Município de São Paulo, com um capítulointitulado "Cortiços, casas de operários e cubículos".

Apesar dos Cortiços existirem em grande número naszonas centrais ou consolidadas, é justamente nas áreasmais problemáticas, recém integradas ao perímetrourbano do município, que eles se disseminaram.

Os governos paulistanos apenas preocupando-se com abeleza do centro da cidade executaram ao longo dahistória vários processos de higienização, como a doinício de 1910, que, alargando as ruas e derrubando oscortiços, promoveram um verdadeiro êxodo dosproletários em direção à periferia, onde os imóveis queresistiam à demolição tinham seus aluguéis aumentadosem até 200%.

Page 17: Movimento em Defesa dos Favelados

E são exatamente essas famílias, que fugindo dos altosaluguéis, passam a adquirir lotes residenciais na inicianteBrasilândia. Somavam-se, ainda, famílias vindas do interior,em busca de melhores condições de vida.

Muitas dessas pessoas já se conheciam anteriormente,e ao chegarem à Brasilândia, em seu início, viviam comouma grande família. A grande maioria das casas eramconstruídas pelos próprios moradores, em regimemutirão, onde um vizinho era ajudado pelo demais, eassim, o bairro foi crescendo.

O primeiro loteamento em Brasilândia, a cargo da Cia.Líder foi registrado em 24 de janeiro de 1947. A RuaParapuã, na época uma estreita trilha, começava à alturado número 2200 da Av. Itaberaba, onde hoje está aIgreja Santa Cruz de Itaberaba. Uma pequena porteiraservia de entrada para as vilas que se iniciavam. Grandeparte da área que ladeava a embrionária Rua Parapuã,pertencia à Família Siqueira.

Com o intenso processo de urbanização na cidade apartir dos anos 40, a região Brasilândia também sofregrandes modificações. Os sítios foram desmembradosem pequenas vilas e grande parte foi adquirida pordiversas companhias loteadoras, entre elas a Cia. Líder,que era ligada ao Banco F. Munhoz.

Na década de 60 ocorreu um grande fluxo de migrantese imigrantes em direção à periferia do município de SãoPaulo, e em decorrência disto a Brasilândia - localizadona região noroeste da cidade de São Paulo e permeadopela serra da Cantareira - se tornou um dos bairros maisadensados da cidade, confundindo loteamentos comocupações desorganizadas.

Em fevereiro de 1964, através da lei 8092, a Brasilândiafoi elevada a 40º subdistrito da Capital, delimitando-secom Freguesia do Ó, Pirituba e Perus, englobando asvilas que estão nesse espaço. No início, pequenaschácaras e pequenas vilas formavam o território, entreelas: Vila Nina, Vila Áurea, Vila dos Portugueses, VilaSerralheiro, Jardim Itaberaba, entre outros, hojepraticamente todas são ocupações ou loteamentosirregulares ou clandestinos, avançando em sentido àSerra da Cantareira.

A partir de 1980, explode de forma caótica oprocesso de urbanização na região com uma sériede ocupações, na sua grande maioria realizadaspela própria população, sem a participação ou sempresença do Poder Público.

Resultado, hoje a Brasilândia é um dos bairros commaior número de favelas e loteamentos irregularesda cidade de São Paulo.