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O QUE SÃO MOVIMENTOS SOCIAIS Ações sociais coletivas de caráter socio-político e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas. Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de redes sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais, e utilizam- se muito dos novos meios de comunicação e informação, como a internet.

Movimentos sociais

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O QUE SÃO MOVIMENTOS SOCIAIS• Ações sociais coletivas de

caráter socio-político e cultural que viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas demandas.

• Na atualidade, os principais movimentos sociais atuam por meio de redes sociais, locais, regionais, nacionais e internacionais, e utilizam-se muito dos novos meios de comunicação e informação, como a internet.

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Representam forças sociais organizadas que aglutinam as

pessoas não como força-tarefa, de ordem numérica, mas como campo de atividades e de experimentação social, e essas atividades são

fontes geradoras de criatividade e inovações sócio-culturais. A experiência se recria

cotidianamente, na adversidade de situações que enfrentam.

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Tipos de Movimentos Sociais

• Movimentos Sociais Conservadores

• Movimentos Sociais Progressistas

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movimentos sociais conservadores

• Não querem as mudanças sociais emancipatórias, mas impor as mudanças segundo seus interesses particularistas, pela força, utilizando a violência como estratégia principal de suas ações.

• São movimentos construídos a partir de práticas sectárias e destrutivas, muitos deles fundamentados em xenofobias nacionalistas, religiosas, raciais etc.

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Movimentos sociais progressistas

• Atuam em redes, segundo uma agenda emancipatória, realizam diagnósticos sobre a realidade social e constroem propostas.

• Articulam ações coletivas que agem como resistência à exclusão e lutam pela inclusão social.

• Redes: de sociabilidade (laços familiares, amizade), locais, virtuais, temáticas específicas (gênero), sócio-culturais (etnia, religião), geracionais (jovens e idosos), históricas (um líder, ator ou cantor famoso), governança (Orçamento Participativo), entidades afins (ONGs).

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Início do novo milênio Retorno dos movimentos sociais à cena e à mídia

• As lutas em defesa das culturas locais, contra os efeitos da globalização.

• Reivindicação da ética na política (vigilância sobre a atuação estatal/governamental e orientação à população de seus direitos).

• Áreas do cotidiano como sexo, crenças, valores etc. (aspectos da subjetividade das pessoas). Aqui também está presente a intolerância nos movimentos fanáticos-religiosos, nacionalistas, entre outros).

• São movimentos que tem projetos, planejamento estratégico e pensam os interesses de grupos envolvidos, priorizam a cidadania e agem com autonomia.

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Movimentos Sociais no Brasil

• Nos anos 1970/1980 contribuíram decisivamente para a conquista de direitos sociais (Movimentos populares de oposição ao regime militar, muitos com influência da teologia da libertação).

• A partir de 1990 as organizações têm características são mais institucionalizadas (Fóruns Nacionais de Luta pela Moradia, Reforma Urbana, Participação Popular etc.). Ocorre casos de parceria entre a sociedade civil organizada e o poder público. Surge uma Central de Movimentos Populares.

• Outros movimentos emergiram, a saber: a Ética na Política, Ação da Cidadania contra a Fome, desempregados, aposentados e pensionistas, contra as reformas estatais, categorias profissionais na informalidade, manifestações pela paz e contra a violência, grupo de mulheres, homossexuais, afro-brasileiro, jovens etc.). Outros destaques foram os movimentos dos indígenas, dos funcionários públicos e dos ecologistas.

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Movimentos Populares

• Nos anos 1990 diminuíram as formas de protestos nas ruas e sua visibilidade na mídia. As ONGs tomaram esse espaço.

• Passaram para um nível de organização mais operacional, propositivo e menos reivindicativo. Muitos de seus líderes assumiram cargos públicos. Mudaram os discursos para a participação e parcerias com o Estado. Neste sentido, contribuíram para a criação de Conselhos nas esferas municipais, estaduais e nacional.

• Projeto político que contempla questões do modelo de desenvolvimento do país às questões do meio ambiente e do desenvolvimento humano.

• No movimentos social urbano a luta pela moradia continuou a ter a centralidade como luta popular mais organizada (uma parte com lutas institucionalizadas e conquistas como o Estatuto da Cidade).

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Outros temas dos Movimentos Populares

• “Moradores de Rua” • Movimento Popular de Saúde: fragmentado, participa

dos Conselhos de Saúde e entra na luta da questão de preços dos remédios, convênios, serviços de saúde etc.

• Transportes. • Movimento dos Sem-creche. • Movimento popular pela educação. • A questão ambiental nos setores populares de bairros. • Movimento de bairro a partir dos centros comunitários. • Movimentos dos idosos. • Violência Urbana.

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Movimentos Sociais Rurais

• O MST é o mais famoso dentre os cerca de 20 movimentos sociais populares rurais no Brasil na atualidade.

• Os movimentos rurais tiveram, nos anos 1990, mais visibilidade e importância política que os urbanos.

• Tem como eixo temático central a luta pelo acesso à terra e pelo fim do latifúndio, todavia, atuam também com eixos temáticos articulados com as cidades via participação dos desempregados, moradores de rua, mobilização contra o modelo econômico e as políticas neoliberais, articulação com outros movimentos etc.

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MOVIMENTOS SOCIAIS ANTIGLOBALIZAÇÃO

• Na virada do milênio, apresenta-se como novidade e com características completamente diferente de outros movimentos.

• Na maioria, são movimentos que negam a como a ordem capitalista vigente se reproduz e não a ordem em si.

• Move-se pela busca de soluções alternativas aos problemas sociais e à preservação do meio ambiente.

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Atores, atuação e demanda dos movimentos antiglobalização

• Articulação e atuação em redes com extensão global. • Fazem emergir discussão sobre o modo de vida

capitalista ocidental moderno e seus efeitos destrutivos sobre a natureza.

• Denuncia as contradições existentes entre a voracidade da globalização econômica no plano das nações e seus mercados e os efeitos dessa destruição no plano local.

• Defende um outro tipo de globalização, com solidariedade e respeito à diversidade cultural e desenvolvimento econômico com justiça e igualdade social.

• Sua composição social é heterogênea e tem origens, ideologias e trajetórias históricas diferenciadas. É composto por uma rede de movimentos e organizações sociais de espectro variado: direitos humanos, estudantes, anarquistas, ONGs, movimentos sociais rurais, centrais sindicais, alas de partidos políticos, entre outros.

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Eixos de Protestos

• A maioria reconhece que a globalização é um dado momento do processo histórico, mas são contrários a legitimidade de uma ordem socioeconômica e moral de injustiças que criam exclusão social e grandes distâncias entre ricos e pobres.

• Não aceitam as imposições de um mercado global, uno e voraz.

• Contestam valores alicerçados no lucro e no consumo de mercadorias supérfluas.

• No período de 1998/2001, a bandeira central do movimento expressava-se em demandas relativas à questão das relações comerciais entre os países.

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A mídia de um modo geral é um fator de grande

relevância nas ações do movimento antiglobalização. É ela que lhe dá visibilidade

mundial e o legitima por acompanhar todas as suas

agendas.

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Cronologia e pontos que chamam a atenção

• Até setembro de 2001 os protestos e as manifestações ocorreram por ocasião das grandes reuniões de cúpula de dirigentes governamentais, como o G-8, encontros de dirigentes do Bird, Banco Mundial e FMI, entre outros.

• No início, o alvo predileto das ações dos protestos foram as lanchonetes da rede McDonald’s. Com o tempo, viraram alvo do movimento os ícones do capitalismo, ou de um estilo de vida: bancos, embaixadas, cadeias de lojas de roupas e calçados de grifes internacionais, etc.

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Chama a atenção as cifras envolvidas em termos de número de participantes nas manifestações e

recursos financeiros na organização dos eventos. Tanto nas reuniões da

agenda oficial como as manifestações e os eventos da

agenda alternativa envolvem uma longa preparação e vultuosos

recursos financeiros.

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De Seattle a Gênova • A gênesis de articulação do movimento

antiglobalização localiza-se em 1996, em Chiapas, durante o primeiro Encontro Internacional pela Humanidade e contra o Neoliberalismo, organizado pelos zapatistas.

• Nos anos seguintes, ocorreram encontros e manifestações nos EUA e Europa.

• A cidade de Seattle, nos Estados Unidos, foi palco, entre os dias 30/11/99 e 04/12/99, do inicio de grandes manifestações de protesto do movimento, durante a III Conferência Ministerial da OMC. Cem mil manifestantes se reuniram para questionar a globalização econômica e seus efeitos. Apesar do forte aparato de segurança, os protestos geraram prisões, feridos e imóveis danificados.

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Seguiram-se protestos em: Davos/Suíça (2000); Washington

(2000); Colônia/Alemanha; Bancoq/Japão (2000);

Melborne/Austrália (2000); entre outros.

Em 2000 o movimento teve uma primeira vitória: anunciou-se um esquema para o perdão da dívida de 23 países pobres altamente endividados.

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O ano de 2001: um novo ciclo no movimento antiglobalização

• Depois das ações do ano 2000, o movimento ganhou força política.

• Em janeiro ocorreu o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, com o lema “um outro mundo é possível”. Embora se trate de um evento de natureza diferente, ele deve ser visto como parte desse movimento, num sentido mais amplo.

• Em Gênova, na Itália, as manifestações durante a reunião de cúpula do G-8 reuniram cerca de 100 mil pessoas. A violência se sobrepôs aos protestos, um manifestante morreu baleado pela polícia.

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11 de setembro nos Estados Unidos: alteraram

completamente a agenda do movimento antiglobalização

e os atos terroristas passaram a ser um

problema. A partir de 2002, o

movimento passa a discutir suas ações e seus objetivos. A proposta de retomada do

movimento é atuar em outro estilo: propositivo e com

bandeiras pela paz mundial.

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FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

• O I FSM foi realizado em Porto Alegre, em janeiro de 2001 (quase 20 mil pessoas). Um evento internacional criado a partir de ONGs, sindicatos e movimentos sociais como contraponto à agenda do Fórum Econômico Mundial, realizado mundialmente em Davos.

• O FSM é diverso e plural quanto as correntes político-partidárias, ideologias, programas políticos, matrizes religiosas e culturas locais e nacionais. Os elementos que os unem são: posição contrária ou diferente das políticas econômicas implementadas, combate à miséria e a proposta de “um outro mundo possível”.

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Fórum Social Mundial

• Não é um evento acadêmico, mas de mobilização, de protesto e propositivo. Segundo Gilson Schwartz: “espelham um estilo de organização social que não se encaixa nos modelos habituais de representação e de mobilização”.

• O FSM, ao protestar contra a atual globalização econômica, fortaleceu a rede de um outro tipo de globalização: a sociocultural, tecida por alguns valores universais, como a solidariedade e a justiça social e pela troca de experiências culturais nacionais gerando novas articulações no plano da cultura, de caráter transnacional.