MOXABUSTÃO ASSOCIADA À VENTOSATERAPIA NOTRATAMENTO DE RUGAS NASOGENIANAS

Andréia Cristina dos Santos Dias1, Cynthia Maria Rocha Dutra2

1-Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);2-Educação Física, Fisioterapeuta, Profª. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

Endereço para correspondência: andreia.csantos@hotmail.com_______________________________________________________________RESUMO: A busca incessante pelo rejuvenescimento da população faz com que se

procurem novas alternativas para o combate ao aparecimento das rugas. Assim, este

artigo tem o objetivo de descrever e apresentar em estudos de casos, às técnicas de

moxabustão e ventosaterapia no combate as rugas nasogenianas, trazendo conceitos

do envelhecimento e rugas tanto no aspecto fisiológico convencional quanto na

Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Com isso foram observados que as técnicas da

MTC se fazem eficazes para amenização das rugas nasogenianas, porém notam-se

escassos estudos científicos dessas terapias na estética facial.

Palavras-chaves: Acupuntura estética, Moxabustão, ventosaterapia.

_______________________________________________________________

ABSTRACT: The relentless quest for rejuvenation of the population makes these seek

new alternatives to fight the appearance of wrinkles. Thus, this article aims to describe

and present case studies at moxibustion and cupping therapy techniques to combat the

mouth wrinkles, bringing concepts of aging and wrinkles both conventional

physiological aspect as in traditional Chinese medicine (TCM). Thus it was observed

that the techniques of TCM are made effective in easing the nasogenianas wrinkles,

but notice is scarce scientific studies of these therapies in facial aesthetics.

Keywords: Acupuncture aesthetics, moxibustion , cupping therapy.

1

INTRODUÇÃO

Com a diversificação de beleza pelas épocas contemporâneas, sempre

houve uma preocupação da sociedade por esta busca ao corpo perfeito. E a

manutenção da beleza tem adquirido importância pessoal e econômica, cada

vez maior, um dos grandes problemas que envolvem insatisfação e autoestima

é o envelhecimento provocado principalmente pelas linhas de expressão

(GOMES, 2008).

A população está cada vez mais vaidosa e atenta às novas técnicas de

rejuvenescimento e, com isso, busca tratamentos que não alteram

drasticamente sua imagem, apenas aperfeiçoam e mantém a aparência jovial

por mais tempo (SANTOS et al., 2008).

A acupuntura é um recurso da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) mais

conhecida do Ocidente. Consistem na introdução, circulação e mobilização de

agulhas, trazendo equilíbrio do organismo e o fortalecimento dos órgãos e das

vísceras do corpo, agindo nos canais de energia do corpo e favorecendo a

prevenção e interrupção de um processo de adoecimento (YAMAMURA, 2001).

Além de ser um procedimento perspicaz, favorece equilíbrio emocional,

energético e orgânico que, naturalmente, se manifesta no exterior, ou seja,

proporcionando também felicidade e satisfação pessoal (FERNANDES, 2008).

Ainda segundo Fernandes (2008) a acupuntura e terapias

complementares, estimulam a produção de colágeno e elastina, amenizando

rugas e marcas expressão.

O envelhecimento para a MTC está ligado ao desequilíbrio energético do

sangue, deficiência de nutrição e da defesa do organismo e pele, ocasionando

o aparecimento das rugas. Com isso o tratamento com a acupuntura faz

ocorrer o aumento ou dispersão do fluxo de energia local, mantendo o

equilíbrio do organismo, através de estímulos ao sistema nervoso autônomo

(SILVA; ANDRADE; VIEIRA, 2004).

Como ainda estes métodos são poucos utilizados no Ocidente, o

presente estudo tem objetivo de verificar a eficácia das técnicas de ventosa e

moxaterapia, como recurso terapêutico no tratamento das rugas nasogenianas,

em mulheres na faixa etária dos 30 aos 60 anos.

2

DESENVOLVIMENTO

Envelhecimento Cutâneo

O envelhecimento é um processo natural do organismo, ocorre desde o

nascimento, e se evidencia após a terceira idade. É um processo progressivo

de deterioração de capacidade física e mental, apresentando manifestações

variáveis (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Verifica-se na literatura que a aparência da pele pode variar dependendo

dos fatores como a idade, o sexo, o clima, estado de alimentação e saúde do

indivíduo, tendo relação intima com a qualidade de vida do indivíduo (GUIRRO;

GUIRRO, 2002). Para o mesmo autor outro fator importante que contribui com

o envelhecimento precoce da pele, é o excesso de expressão facial, isto é, al-

gumas pessoas usam exageradamente e de forma errada alguns grupos mus-

culares da face.

A revelação do envelhecimento é percebida primeiramente na pele, pois

se encontra externamente, exposta às intempéries, sobretudo as regiões das

mãos, pescoço e face e, comumente exibe alterações como: hiperpigmentação,

flacidez e o aparecimento de rugas. Em concordância Guirro e Guirro (2002)

citam que o envelhecimento é visto primeiramente através da pele, pois é ela

que está externamente e sofrendo constantes agressões do meio.

As rugas surgem devido ao declínio das funções do tecido conjuntivo,

fazendo com que o colágeno fique mais rígido e a elastina mais flácida,

conforme os anos faz com que haja também uma deformação nas camadas de

gordura. Outro fator é a deficiência de oxigenação dos tecidos o qual provoca

uma desidratação dos tecidos (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Fornazieri (2007 p.37) aponta que músculos faciais perdem o tônus ea pele desidrata. A flacidez muscular obriga o organismo a gastarmaior esforço muscular para realizar expressões, um maior esforçomuscular causa fadiga muscular, a pele dobrada constantemente pelaação muscular acaba tendo as fibras elásticas rompidas e surgem asrugas.

Além dessas causas, o excesso de mímica ou uso exagerado de grupos

musculares na face favorece o envelhecimento precoce, fazendo com que as

fibras elásticas se desgastem cedo, enrugando e pregueando a pele (GUIRRO;

GUIRRO, 2002).

3

Os mesmos autores supracitados classificam as rugas em: (i) rugas

profundas são fibras elásticas grossas, que não desaparece ao estirar e

decorrentes do efeito solar e (ii) rugas superficiais é a redução ou perda de

fibras elásticas na derme papilar, sendo do processo natural de

envelhecimento.

Já segundo Kede e Sabatovick (2015) relatam que as rugas podem ser

classificadas em três graus: (i) Grau Isão as rugas de expressão, formada pelo

excesso de contração muscular; (ii) Grau II são as rugas finas, devido ao

estreitamento dermoepidérmica e (iii) Grau III as rugas gravitacionais ou

pregas, com alteração dermoepidérmica e a nível subcutâneo.

De acordo com Guirro e Guirro (2002) a partir dos 30 anos, há uma

queda nas principais substâncias que contribuem para o surgimento das rugas,

que são a substância fundamental amorfa, as fibras elásticas, as colágenas e a

perda de gordura muscular. Fundamentando Horibe (2000) afirma que as rugas

nasogenianas têm o aparecimento a partir dos 30 anos, o qual precede de um

fotoenvelhecimento leve e do ato de sorrir.

Já para MTC, as rugas são causadas por desequilíbrios entre os órgãos

e vísceras(Zang Fu), advindos de deficiências de Qi (energia), circulação de

sangue (Xue) e de líquidos corporais (Jin Ye) pela face (SANTOS; MEJIA;

ALVES, 2010).

Medicina Tradicional Chinesa

A MTC é um conjunto de competências muito antigo e que remonta a

pré-história da China com diversas opções de tratamento, sendo que a acupun-

tura é um dos recursos da Medicina Chinesa mais usada no ocidente (SHENG-

XING, 2006). O mesmo autor expõe que com o acréscimo da procura das práti-

cas integrativas surgiu o interesse dos profissionais da saúde e comunidade ci-

entífica para entender mais sobre o assunto (SHENGXING, 2006).

Os fundamentos da MTC são apresentados por meio de uma forma úni-

ca de pensamento sobre fisiologia e patologia do corpo humano, bem como

uma visão diferenciada de diagnóstico e tratamento (CHINA, 2004).

Esses fundamentos formam uma concepção de unicidade orgânica, ou

seja, o ser humano em íntima relação com o ambiente exterior e interior onde

órgãos e vísceras estão interligados por um sistema de canais de energia. De

4

acordo com este raciocínio as doenças podem ser originadas por agentes pato-

gênicos externos (fatores climáticos) ou internos(emoções) (VAN NGHI,

DZUNG; NGUYEN, 2004) e, conforme Wen (2006) a MTC segue determinadas

teorias para diagnosticar e tratar as patologias advindas de qualquer tipo de

agente patogênico (QUADRO1):

Quadro 1 – Teorias da Medicina Tradicional Chinesa

Teorias da MTC FundamentosYin e Yang Conceito básico e fundamental resultado de duas forças contrárias

presentes no universo, sendo Yin (negativo),yang (positivo), objetivoproporcionar harmonia.

Cinco Elementos (fogo,terra, metal, água e madeira

Fenômenos de tecidos e órgãos, fisiologia e patologia sãointerpretadas pelas inter-relações dos elementos da natureza.

Zang-fu (Órgão-vísceras) Composto por doze meridianos, relacionados aos órgãos evísceras, o qual faz com que a energia vital circule para manter avitalidade destes.

Fonte: Wen (2006)

Santos et.al (2008) frisam que a saúde e beleza para MTC estão

associadas à saúde interna, o que incide do equilíbrio Yin e Yang, Qi (energia)

e circulação sanguínea.

Dentro da Pearl e Schillinger (1999) ressaltam que acupuntura não se

baseia só no uso de agulhas, mas também no uso de moxabustão, acupressão

pela massagem ou semente de mostarda e ventosaterapia.

Ainda segundo o mesmo autor, a acupuntura é o conjunto de

conhecimentos da MTC que visa o tratamento e a cura de doenças, através da

aplicação de agulhas, moxas, entre outras técnicas.

Para a MTC, as rugas e linhas de expressão são ocasionadas de

sobrecargas de energia vital nos pontos de acupuntura, estando relacionadas

também a distúrbios emocionais (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Os pontos utilizados nos tratamentos da MTC localizam-se nos

meridianos, que são conceituados como trajetos por onde o Qi circula, isto é,

são canais por onde fluem o Qi e o Xue (sangue) interligando os Zang, as Fu, e

todas as outras estruturas anatômicas e funcionais do corpo (SOUZA, 2006).

Os meridianos são divididos em doze meridianos ordinários e dois

meridianos extraordinários, sendo estes canais de energia que se tem relação

direta com órgãos e vísceras do corpo (ERNESTE; WHITE, 2001).

Concomitante Wen (2006) apresenta que os meridianos ordinários são:

5

meridiano do pulmão (P), pericárdio (PC), coração (C), intestino grosso (IG),

intestino delgado (ID), triplo aquecedor (TA), baço-pâncreas (BP), fígado (F),

rins (R), estômago (E), vesícula-biliar (VB) e bexiga (B), e meridianos

extraordinários: vaso concepção (VC) e vaso governador (VG);sendo que para

cada meridiano há um número específico de pontos e todos se interligam de

modo geral (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Técnicas orientais e a estética

Na medicina oriental, o envelhecimento da pele está alistado ao desequi-

líbrio energético do sangue, da defesa do organismo e da pele, deficiência na

nutrição, podendo promover o surgimento das rugas. O tratamento focado na

visão oriental sugere aumentar estas energias na região da face, por meio de

estímulos ao sistema nervoso autônomo (SILVA; ANDRADE; VIEIRA, 2004).

Sustentando esse conceito Barsted (2006) relata que o tratamento estético pela

MTC ocorre por uma seleção de pontos que combinados tem por objetivo cau-

sar determinados efeitos e impedir outros, conforme o diagnóstico inicial focado

na história da vida pregressa do indivíduo.

A literatura demonstra que são diversas as técnicas utilizadas na estética

com a visão da MTC como: a acupuntura estética, moxaterapia,

ventosaterapia, stiper entre outros (FORNAZIERE; 2007; BARSTED, 2006;

NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Fernandes (2008) relata que a história da acupuntura estética é antiga,

pois as imperatrizes já utilizavam a acupuntura para promoção da longevidade

na China. Em contrapartida Zucco (2004) apresenta que a acupuntura na

estética surgiu por acaso, e depois de vistos efeitos significativos neste

aspecto, iniciaram estudos mais detalhados na área de estética, observando

benefícios no aumento da elasticidade dos músculos e diminuição das rugas.

De acordo com a literatura os benefícios da acupuntura estética para o

organismo estão em nutrir, oxigenar, aumentar circulação sanguínea e energia

vital Qi para tonificar e revitalizar a pele, além de estimular células

fibroblásticas e colágeno (FORNAZIERE; 2007). Em confirmação, verifica-se

na literatura que há senso comum sobre os benefícios que a acupuntura

estética promove na melhora das alterações de pele advindas do

6

envelhecimento cutâneo de causar causa (FORNAZIERE; 2007; NAKANO;

YAMAMURA, 2005; ZUCCO, 2004).

Fernandes (2008) afirma que essa técnica possui muitas vantagens,

sendo menos agressivo a pele e tecidos, promove a homeostase, tem

resultados duradouros, ativa o lifting natural e não altera a expressão facial.

Em continuidade Zucco (2004) refere que utilizando as agulhas de forma

adequada, elas se tornam um instrumento eficaz, além dos benefícios para a

saúde, podem também serem usadas na estética. Atenuando rugas e marcas

de expressão, estrias, celulite e outra série de males que afetam principalmente

a vaidade das mulheres. Nakano e Yamamura (2005) asseguram que as

técnicas de acupuntura são eficazes em vários distúrbios estéticos faciais

como: marcas de expressão, rugas, olheiras, bolsas, flacidez e acnes.

Corroborando Fornaziere (2007) também refere que a acupuntura na

estética facial promove um lifting natural, ocasionando em rejuvenescimento e

aumento da viscosidade da pele, ativa circulação sanguínea, linfática e

energética local e ameniza rugas e marcas de expressão.

Outro recurso utilizado na estética oriental é a moxabustão, isto é, o uso

da moxa que é um bastão de papel enrolado com folhas de Artemísia,

Artemísia vulgaris, moídas, que com aquecimento sobre o ponto de aplicação,

faz a estimulação local (FORNAZIERE; 2007; BARSTED, 2006; WEN, 2006;

NAKANO; YAMAMURA, 2005).

De acordo com a literatura a moxabustão foi criada por um médico

chinês (Sun Simião, 581-682 d. C.) que estudando a farmacopeia chinesa e as

indicações dos pontos de acupuntura desenvolveu essa técnica para tratar

doenças sobrevindas da ação dos fatores patogênicos endógenos (NEVES,

2003).

Fernandes (2008) relata que a moxa tem a finalidade de produzir calor

nos pontos de acupuntura, para tratar e prevenir doenças, com o objetivo de

regularizar a atividade fisiológica do organismo. Ainda o mesmo autor refere

que a moxabustão possui excelentes resultados no tratamento de rugas, com

ação de estimular a produção de colágeno e aumento da circulação de Qi

(energia) e do sangue, tornando a pele mais viçosa.

Em prosseguimento Fernandes (2008) afirma que a aplicação deve ser

mantida em uma distância da pele, onde o calor recebido na pele seja

7

confortável para o paciente, aproximadamente 1cm da pele. Contudo,

Fornazieri (2007) relata que o tempo é em media três minutos em cada ponto,

ou até observar hiperemia no local. Ainda o mesmo autor adverte que, pessoas

com pele sensível e com telangiectasias na face, deve se ter mais atenção na

hora da aplicação.

Importante apresentar que esse método é contraindicado em

inflamações aguda e febre, pacientes com alteração de sensibilidade,

gestantes evitar região de ventre e lombo-sacra, em hipertensos evitar pontos:

E36, R1,VG20,VC8 (WENBU, 1993).

Fernandes (2008) indica essa técnica para as rugas paranasais, que são

as que provocam tensão do músculo elevador comum da asa do nariz e lábio

superior, e relaxamento do músculo orbicular da boca, os pontos E4, IG19 e

VG26. Para rugas paranasais proximais, são os responsáveis pela tensão do

depressor do ângulo da boca e relaxamento do ângulo elevador do lábio

superior e ângulo da boca, os pontos E3 e IG20 e percorrer o sulco ou a ruga

para estimular a produção de colágeno.

Na sequência, outra técnica utilizada na estética oriental que a literatura

apresenta é a ventosaterapia. Esse método utiliza um recipiente de vidro ou

acrílico que ao ser posicionado na pele com uma pressão negativa, faz a

sucção da pele, a fim de promover hiperemia, estimulando os tecidos e

terminações nervosas. A aplicação pode durar de cinco a dez minutos (WEN,

2006; NEVES, 2003; WILLIANS, 1996). Fernandes (2008) indica os pontos E2,

E4 e IG20. Corroborando Yamamura (2001) ressalta que o objetivo da

ventosaterapia é regularizar Qi e Xue dos canais de energia, eliminando fatores

patogênicos como vento, frio, umidade e calor.

O método de aplicação da ventosaterapia pode ser fixo ou móvel, com

intensidade fraca ou leve, conforme a gravidade dos fatores patogênicos e

nível energético, para tonificar e remover estagnação de Qi e Xue (CUNHA,

2001; YAMAMURA, 2001).

A ventosa ajuda na excreção de resíduos da pele e captação de

oxigênio, facilitando o fluxo de fluidos, auto-hematose, com isso causando uma

boa circulação periférica (FERNANDES, 2008; WEN, 2006; NEVES, 2003;

CUNHA, 2001).

8

METODOLOGIA

Tipo de Pesquisa e Amostra

A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo experimental e longitudinal

com 04 colaboradoras, na faixa etária entre 35 e 57 anos de idade, com

queixas de rugas nasogenianas. Todas as participantes foram esclarecidas

quanto aos objetivos e procedimentos da pesquisa, consentindo livre e

espontaneamente sua participação por meio da assinatura do documento

específico, Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; para na sequência

iniciar o tratamento.

Foram excluídas mulheres que realizaram qualquer tipo de cirurgia facial

ou que apresentavam qualquer patologia neurológica na região da face.

Procedimentos e Instrumentos

Foi aplicada ficha de anamnese facial, e para determinar a extensão e

classificação das rugas de acordo com a Classificação de Envelhecimento

Cutâneo de Glogau (KEDE; SABATOVICH, 2015). Em todas as colaboradoras

se realizou a fotogrametria facial antes e depois do tratamento proposto,

seguindo o mesmo padrão em todas as fotografias: colaboradoras em pé,

encostadas na parede de fundo branco, cabelos amarrados ou com tocas, sem

uso de adornos (fivelas, brincos, corrente, entre outros), em uma distância de

50 cm da câmera Sony digital Ciber-shot, modelo DSC W610, sem zoom e sem

flash. As fotos foram obtidas nos plano coronal, somente da ruga nasogeniana.

Com protocolo de atendimento, baseado em Fernandes (2008) e

Fornezieri (2005), conforme tabela 1, os pontos de acupuntura,

correspondentes à região nasogeniana, com frequência de aplicação de 03

vezes na semana por um período de 7 semanas, totalizando 21 sessões,

sendo o tempo de aplicação de 20 minutos. A fim de evitar qualquer viés

metodológico, foram solicitadas as colaboradoras que não realizassem

qualquer outro procedimento ou aplicação de produtos com princípios ativos

para essa função em casa. Em cada sessão e antes de iniciar a aplicação do

protocolo de moxabustão e ventosaterapia, realizou-se uma higienização

básica (sabonete, água e gaze).

9

Após começou a aplicação do procedimento, aplicando-se o protocolo

de atendimento, baseado em Fernandes (2008) e Fornazieri (2007) (tabela 1),

primeiramente a moxabustão aplicada sobre os pontos de acupuntura

selecionados, até o aparecimento de hiperemia na região, média de 2 minutos

em cada ponto, após a ativação desses pontos, percorre-se com a moxabustão

o sulco nasogeniano até visualizar a hiperemia. Em seguida, procede-se o

tratamento com a aplicação das ventosas estimulando os pontos de acupuntura

elegidos, e após percorrer sulco nasogeniano.

Tabela 1- Protocolo de AtendimentoRegião Moxabustão Ventosaterapia

Rugas Paranasais E4, IG19, VG26 E2, IG20

Rugas Parabucais Proximais E3, IG20 E4Fonte: Adaptado de Fernandes (2008) e Fornazieri (2005)

Ao final do estudo foi aplicada a escala de satisfação pessoal, através da

Escala de Likert de mostrada na tabela 2 (SILVA; ANDRADE, VIEIRA, 2004).

Essa avaliação é uma escala psicométrica utilizada em pesquisa quantitativa,

que tem por pretensão registrar o nível de concordância ou discordância de

uma declaração dada.

Tabela 2 - Avaliação de Satisfação 1 2 3 4 5

Muito insatisfeito Satisfeito Muito Satisfeito

Fonte: Silva; Andrade eVieira (2004).

Após o registro fotográfico da última sessão aplicada, em todas as

voluntárias, foi realizada a análise de todos os registros, onde foi determinado

um score para as fotografias inicias e finais de cada uma das voluntárias.

Essa pontuação foi de acordo com a tabela 3, na folha a seguir, que é

uma adaptação da Escala de Likert (SOUZA, 2004). Essa tabela apresentada

uma escala de graduação a cada 2 pontos, com valores numéricos de 0 (zero)

a 10 (dez); onde a representações numéricas recebem a seguinte

classificação: 0 (nenhum resultado); 2 (mínimo resultado); 4 (médio resultado);

10

↔

6 (bom resultado); 8 (muito bom resultado) e 10 (excelente resultado) com o

objetivo de identificar o grau de eficácia do tratamento através de gráfico

representando pela tabela 3.

Tabela 3- Avaliação de atenuação das rugas nasogenianas

Escala de Likert Adaptada

Excelenteresultado

Muito Bomresultado

Bomresultado

Médioresultado

Mínimoresultado

Nenhumresultado

(10) (8) (6) (4) (2) (0)

Adaptado: SILVA et al., (2004)

O estudo perpassou por fontes bibliográficas de 1993 a 2015, por meio

de sites da Bireme para consulta de seus acervos de dados como Lilacs,

Medline, PubMed e Scielo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Seguindo a prerrogativa de que a MTC pode promover benefícios aos

tratamentos estéticos, nesse caso, nas rugas faciais; deu-se início a pesquisa

por meio de revisão literária para embasar a utilização dos recursos escolhidos

no protocolo aplicado e responder ao objetivo proposto nesse estudo.

Caracterização da amostra total

Tabela 4 – caracterização da amostra total (n = 4)Variáveis Voluntaria 1 Voluntaria 2 Voluntaria 3 Voluntaria 4Gênero Feminino Feminino Feminino FemininoIdade (anos) 55 35 37 57Profissão Professora Auxiliar de

serviços geraisAuxiliar de

enfermagemAuxiliar de

enfermagemFonte a autora

Verifica-se na tabela 4, acima, a caracterização da amostra total que foi

composta por 04 voluntárias do gênero feminino, com idade média de 46 anos,

e profissões distintas, sendo que apenas as voluntárias 03 e 04atuam na

mesma função (auxiliar de enfermagem).

Observando em trabalhos com práticas de estéticas faciais em

acupuntura estética, podemos dizer que 100% são praticados em voluntárias

do sexo feminino (TEDESCO, 2011; TYMINSKI, 2009; MELO, 2009; GOMEL;

11

2005). Fazendo comparação com o trabalho de Melo (2009), onde foram 10

voluntárias do sexo feminino, a média deidade que se obteve foi de 47,7 anos.

Perfil de Atuação da Moxabustão na Estética Facial

A exposição dos resultados e a discussão foram demonstradas de duas

maneiras, a primeira de maneira individual apresentando fotos dos momentos

antes e depois da aplicação das 21 sessões do tratamento proposto, junto com

o relato pessoal de cada uma das colaboradoras (quadros de 2 a 5). A segunda

forma será por meio de gráficos (1 e 2) demonstrando o grau de percepção dos

resultados, bem como a nível de satisfação das voluntárias após o tratamento

realizado.

Quadro 2 – resultados encontrados e relato da voluntária 1

Voluntária 1

Antes DepoisCaracterística R.C.S., professora, fototipo II, nega doenças, rugas nasogenianas moderada.Resultados Observa-se que houve amenização no vinco da ruga, tornando-o com um

aspecto mais suave. Voluntaria refere textura da pele mais homogênea ehidratada

Fonte a autora

Quadro 3 – resultados encontrados e relato da voluntária 2

Voluntária 2

Antes Depois

Característica F. V., auxiliar de serviços gerais, fototipo III, nega doenças, rugasnasogenianas moderada.

Resultados Nota-se amenização do sulco nasogeniano. Voluntária refere que houvemelhora no aspecto da pele, tornando-se mais hidratada.

Fonte a autora

12

Quadro 4 – resultados encontrados e relato da voluntária 3

Voluntária 3

Antes DepoisCaracterística M. D., 37 anos, auxiliar de enfermagem, fototipo V, nega doenças, rugas

nasogenianas leve.Resultados Voluntária refere pouca mudança na pele.Fonte a autora

Quadro 5 – resultados encontrados e relato da voluntária 4

Voluntária 4

Antes DepoisCaracterística A. L. L., 57 anos, auxiliar de enfermagem, fototipo VI, hipertensa, rugas

nasogenianas moderadas.Resultados Observa-se grande atenuação do sulco da ruga nasogeniana.Voluntária

refere que houve uma melhora no aspecto de pele, sentiu mais macia.Fonte a autora

Após serem observados os registros fotográficos dos momentos iniciais

e finais da amostra total, apresentados acima nos quadros de 2 até 5, verifica-

se que o tratamento das rugas nasogenianas utilizando-se as técnicas da MTC,

ocorreu amenização das rugas estudas.

De acordo com a literatura o aprimoramento dos estudos quantitativos

somente é possível devido aos progressos na teoria e nas práticas de

mensuração, que é um procedimento pelo qual se busca conhecer os fatos e

fenômenos de interesse (FINKELSTEIN, 2003). Nesse estudo optou-se pela

Escala de Likert, sendo no primeiro gráfico na escala de 10 pontos (0-10) e no

segundo gráfico de 5 pontos (1-5), é uma escala muito utilizada em pesquisa

quantitativa. Costa (2011) relata que a essa escala tem a vantagem de ter fácil

13

aplicabilidade, pois é simples a obtenção do grau de concordância ou

discordância sobre uma afirmação qualquer, sendo que essa escala é

contribuiu positivamente para inúmeras pesquisas (LATTIN; CARROL; GREEN,

2011; HODGE; GILLESPIE, 2007):

Gráfico 1 – resultados da aplicação da escala de Likert na amostra total

Fonte: a autora.

Observa-se no gráfico 1, que em relação à percepção dos efeitos do

protocolo proposto todas as voluntárias apresentaram melhora tanto no

aspecto da ruga nasogeniana, apresentando como resultado muito bom a

voluntária 4, resultado bom as voluntárias 1 e 2, e como resultado médio a

voluntária 3, e quanto à pele, se demonstraram como resultado bom as

voluntárias 4 e 2 e como resultado médio as voluntárias 1 e 3.

Em comparação ao estudo realizado por Gomel (2005) com acupuntura

na linha de expressão nasolabial, houve uma melhora tanto na textura da pele

quanto no aspecto geral da ruga, e a voluntária relatou também obter

vantagens do tratamento. Abordando esses resultados, Santos (2003) afirma

que acupuntura traz benefícios externos e internos, como nutricionais,

suavidade da expressão facial e melhora na tonicidade muscular.

14

InsatisfeitaSatisfeita

Muito Satisfeita

Em um artigo demonstrado no Journal of Clinical Acupuncture em 1996,

relata que de 300 pessoas que se trataram com acupuntura facial, 90% foram

observados efeitos benéficos, como melhora da elasticidade dos músculos,

menos rugas e pele mais macia (THAMBIRAJAH, 2003).

Perfil de satisfação das voluntárias após o protocolo proposto

Para apresentar os resultados do tratamento proposto em relação à

satisfação da amostra total é possível verificar no gráfico 2 que 50% da

amostra (V1 e V4) relata estar muito satisfeita com o tratamento; 25% cita

estar satisfeita (V2) e 25% afirmou estar insatisfeita, relatando não perceber

diferença na sua pele após o tratamento. Dados esses que corroboram com os

encontrados na literatura ao relatarem resultados positivos no grau de

satisfação das amostras participantes.

Gráfico 2 - satisfação das voluntárias após o protocolo proposto

Fonte: a autora

Encontra-se na literatura que a escala de satisfação é utilizada nas

pesquisas de diversos estudos como no caso das investigações sobre

tratamentos com acupuntura e moxabustão, que no estudo de Tyminski (2009)

sobre as rugas nasogenianas, houve uma satisfação de 70 a 80% das

voluntárias.

15

Sancionando encontra-se nas pesquisas relacionadas à medicina

chinesa e estética facial, o estudo de Tedesco (2011) que registrou um estudo

de caso utilizando acupuntura e moxabustão no tratamento de rugas

nasogenianas, obtendo aumento do grau de satisfação de 20% relato da

colaboradora.

CONCLUSÃO

A elaboração desse estudo justifica-se pela necessidade de ampliar o

conhecimento sobra a MTC e seus métodos de tratamentos na estética, nesse

caso os faciais. Embora tenha ocorrido equívoco nos registros fotográficos, por

meio dos relatos das colaboradoras e dos poucos artigos encontrados sobre o

tema, porém de autores renomados, verificou-se que os recursos aplicados

podem ser uma opção segura e favorável na busca da melhora da estética

facial.

Infere-se a necessidade de novos estudos, com maior rigor

metodológico e utilizando-se grupo controle para aferir com maior propriedade

os efeitos das técnicas propostas pela MTC.

16

REFERENCIAS

BARSTED, D. W. V. L. Cosmologia daoísta e medicina chinesa. In:

Nascimento, Marilene Cabral (Org.). As duas faces da montanha: estudos

sobre medicina chinesa e acupuntura. São Paulo: Hucitec. p.17-39. 2006.

COSTA, F. J. Mensuração e desenvolvimento de escalas: aplicações em

administração. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011. 408 p.

CHINA. Administração Estatal de Medicina e Farmácia Tradicionais

Chinesas. Farmacologia e medicina tradicionais chinesas: história, teoria

básica, diagnóstico. Tradução: Ednéa Iara Souza Martins. São Paulo: Roca,

2004. v. 1. 720 p.

CUNHA, A.A. Ventosaterapia: tratamento e prática. São Paulo: Ícone,

2001.128 p.

ERNEST, Edzard; WHITE, Adrian. Acupuntura: uma avaliação científica.São-

Paulo: Manole, 2001, 208 p.

FERNANDES, F.A.C. Acupuntura estética e no pós- operatório de cirurgia

plástica. São Paulo: Ícone, 2008, 122 p.

FERNANDES, F.A.C. Acupuntura estética: pratica e objetiva: novos proce-

dimentos.2º ed. São Paulo: Ícone, 2015, 96 p.

FINKELSTEIN, L. Widely, strongly and weakly defined measurement. Mea-

surement, v.34, p. 39-48, 2003.

FORNAZIERI, L.C. Tratado de acupuntura estética. São Paulo: Ícone,

2007.215 p.

GOMES, R.K. Absorção, Armazenagem e Degradação dos Triglicerídeos. Re-

vista Personalité. Ano XI: 16-17, 2008.

17

GOMEL, D.W. Efeitos da Acupunturana linhas de expressão: um estudo no

sulco nasolabial. Monografia. Instituto Brasleiro de Therapia e Ensino, Marin-

gá, 2005.

GUIRRO, E. GUIRRO, R.Fisioterapia dermatofuncional-fundamentos, re-

cursos, patologias. 3ºed. São Paulo: Manole, 2002.560 p.

HODGE, D. R.; GILLESPIE, D. F. Phrasecompletionscales: a bettermea-

surement approach thanLikertscales? Journalof Social Service Research,

v.33, n.4, p. 1-12, 2007.

HORIBE, E. K. Estética Clínica e Cirúrgica. 1ª ed. Rio de Janeiro: Revinter,

2000.

KEDE, M.P. SABATOVICH, O. Dermatologia estética.São Paulo: Atheneu,

2015. 1320 p.

LATTIN, J.; CARROL, J. D.; GREEN, P. E. Análise de dados multivariados.-

São Paulo: Cengage Learning, 2011. 475 p.

MELO, P.M. Rugas faciais: comparação das técnicas de acupuntura estéti-

ca e eletrolifting.Monografia Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino, Marin-

gá, 2009.

NAKANO, M. A. Y. YAMAMURA, Y. Acupunturaem dermatologia e medicina

estética. a pele sob o ponto de vista energético, espiritual, funcional e or-

gânico.1ºed. São Paulo: LivrariaMédicaPaulista, 2005.160 p.

NEVES, B. A. Tratado popular de moxabustão. 2ª ed. São Paulo: Ícone Edito-

ra, 2003. 128 p.

PEARL, D. SCHILLINGER, E. Acupuncture: its use in medicine. Western: J.

Med.,1999.227 p.

18

SANTOS, R.S; MEJIA, D.P.M; ALVES, J.F. Utilização da acupuntura no trata-

mento de rugas. 2010. Monografia – Faculdade Ávila

SANTOS, L.A. Acupuntura auricular e escalpeana associado à eletroestimula-

ção.Sobrafisa, Uberlândia, v.1, n. 1,Jul/Ago/Set. 2003, p.42-48.

SANTOS, M. C.; SERPA, M.; PIANA, R. Acupunturaestética facial no tratamen-

to de rugas. Revista Personalité. Ano XI (57), p.109- 112, 2008.

SHENGXING, Zhang; Gan, Qi. Origem e significado dos Nomes dos Pontos

de Acupuntura. São Paulo: Roca, 2006.

SILVA, A.M.P.;ANDRADE,K.F.; VIEIRA, S.L. Acupuntura em Fisioterapiader-

mato funcional na face. Sobrafisa, v.1, n 2, p. 51-58, 2004.

SOUZA, Fabrício de. (org.) Canais: teoria e seus tipos. Florianópolis: Centro

de Estudos e Pesquisas do Homem, 2006, 23 p.

VAN NGHI, N.; DZUNG, T.V.; NGUYEN, R. Arte e Prática da Acupuntura e

Moxibustão. São Paulo: Roca, 2004.

TEDESCO, L. Rugas nasogenianas tratamento com Acupuntura e moxa-

bustão,estudo de caso. Monografia. Instituto Brasileiro de Therapias e Ensi-

no. Cascavel, 2011.

THAMBIRAJAH, R. Clinicalexperience: cosmeticacupuncture. The Journal

of Chinese Medicine, n.72. v. 7239, junho, 2003.

TYMINSKI, H.C. Rugas nasogenianas: o tratamento com acupuntura e sua

repercussão na autoestima. Estudode caso. Monografia. Instituto Brasileiro

de Therapias e Ensino. Londrina, 2009.

YAMAMURA, Y. Acupuntura tradicional: a arte de inserir. 2º ed. São Paulo:

Roca, 2001. 919 p.

19

WEN, T.S. Acupuntura clássica chinesa. São Paulo: Roca, 2006. 224 p.

WENBU, X. Tratado de medicina chinesa. 1º Ed., São Paulo: Roca,

1993.p.736.

WILLIANS, T. Amedicina chinesa. Lisboa: Estampa, 1996.188 p.

ZUCCO, F. Acupuntura Estética Facial no Tratamento de Rugas. Brasil:

World Gate Brasil LTDA, 2004.

http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/variedades/acu

puntura_rugas.htm> acesso em 17 de agosto de 2015.

20