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T ramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência, a Medida Provisória 533/11, que autoriza o Executivo a repassar recursos em “tempo real” a municípios e ao Distrito Federal para aplicação em novas escolas de educação infantil. Com isso, o Governo pretende garantir o fun- cionamento de creches recém-construídas e ainda não computadas no Censo Escolar. Atualmente, o repasse de recursos é feito apenas após a entrada dos estabelecimentos no cadastro, o que não raro acontece apenas no ano posterior à entrada em funcionamento. Em 2010, isso forçou os municípios a gastarem cerca de R$ 177 milhões a fim de manter as novas unidades abertas. De acordo com a MP, o repasse dos novos re- cursos será feito pelo Fundo Nacional de Desenvol- vimento da Educação (FNDE), durante o período compreendido entre o início das atividades escolares e o cadastro da escola no Censo, que não poderá ul- trapassar 18 meses. A partir disso, a unidade passa a receber custeio do Fundo de Manutenção e Desen- volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), como de praxe. Para ter acesso aos recursos, as creches pre- cisam ter sido construídas com a participação de programas federais. O valor do apoio financeiro terá como base o número de crianças atendidas e o total anual mínimo por aluno definido nacional- mente para a educação infantil, que em 2010 foi de pouco mais de R$ 2 mil. A MP ainda garante que os municípios benefi- ciados não poderão incorporar os recursos recebidos aos 25% de receita que são obrigados a investir em educação, de acordo com a Constituição. HISTÓRICO Proposta semelhante a que agora tramita na Câmara foi apresentada, no início de 2010, pelo Grupo de Estudos da Conferência Nacional de Ed- ucação (Conae) em Piraquara. Posteriormente, a proposta foi levada ao âmbito da Região Metropoli- tana de Curitiba (RMC), à etapa estadual da Conae e, por fim, pautada no eixo de financiamento da Confer- ência Nacional, em Brasília. POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL De acordo com dados do Ministério da Educa- ção (MEC), o Governo Federal vai concluir em breve a construção de 2.348 creches, com recursos do Pro- grama Nacional de Reestruturação e Aquisição de Eq- uipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância). Desses convênios, 524 foram celebrados em 2007; 497 em 2008; 700 em 2009 e 627 em 2010. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Congresso Nacional, é ter 50% das crianças até 3 anos matriculadas em instituições de educação infantil até 2020. Em 2011, o governo federal passou a financiar a construção de creches também pela segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Já foram firmados termos de compromisso para er- guer 719 unidades. Até 2014 seis mil estabelecimen- tos novos devem ser construídos. Creches recém-inauguradas terão recursos do Governo Federal

Mp 533 11

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Tramita na Câmara dos Deputados, em regime de urgência, a Medida Provisória 533/11, que autoriza o Executivo a repassar recursos em

“tempo real” a municípios e ao Distrito Federal para aplicação em novas escolas de educação infantil.

Com isso, o Governo pretende garantir o fun-cionamento de creches recém-construídas e ainda não computadas no Censo Escolar. Atualmente, o repasse de recursos é feito apenas após a entrada dos estabelecimentos no cadastro, o que não raro acontece apenas no ano posterior à entrada em funcionamento. Em 2010, isso forçou os municípios a gastarem cerca de R$ 177 milhões a fim de manter as novas unidades abertas.

De acordo com a MP, o repasse dos novos re-cursos será feito pelo Fundo Nacional de Desenvol-vimento da Educação (FNDE), durante o período compreendido entre o início das atividades escolares e o cadastro da escola no Censo, que não poderá ul-trapassar 18 meses. A partir disso, a unidade passa a receber custeio do Fundo de Manutenção e Desen-volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), como de praxe.

Para ter acesso aos recursos, as creches pre-cisam ter sido construídas com a participação de programas federais. O valor do apoio financeiro terá como base o número de crianças atendidas e o total anual mínimo por aluno definido nacional-mente para a educação infantil, que em 2010 foi de pouco mais de R$ 2 mil.

A MP ainda garante que os municípios benefi-ciados não poderão incorporar os recursos recebidos aos 25% de receita que são obrigados a investir em educação, de acordo com a Constituição.

HISTÓRICOProposta semelhante a que agora tramita na

Câmara foi apresentada, no início de 2010, pelo Grupo de Estudos da Conferência Nacional de Ed-ucação (Conae) em Piraquara. Posteriormente, a proposta foi levada ao âmbito da Região Metropoli-tana de Curitiba (RMC), à etapa estadual da Conae e, por fim, pautada no eixo de financiamento da Confer-ência Nacional, em Brasília.

POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO INFANTILDe acordo com dados do Ministério da Educa-

ção (MEC), o Governo Federal vai concluir em breve a construção de 2.348 creches, com recursos do Pro-grama Nacional de Reestruturação e Aquisição de Eq-uipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância). Desses convênios, 524 foram celebrados em 2007; 497 em 2008; 700 em 2009 e 627 em 2010. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Congresso Nacional, é ter 50% das crianças até 3 anos matriculadas em instituições de educação infantil até 2020.

Em 2011, o governo federal passou a financiar a construção de creches também pela segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Já foram firmados termos de compromisso para er-guer 719 unidades. Até 2014 seis mil estabelecimen-tos novos devem ser construídos.

Creches recém-inauguradas terãorecursos do Governo Federal