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Mudanças no feudalismo A partir do século XI, a Europa feudal começa a mudar; a expansão das áreas de cultivo e as inovações técnicas contribuíram para um aumento significativo da produção de alimentos.

Mudanças no feudalismo

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Mudanças no feudalismoA partir do século XI, a Europa feudal começa a mudar; a expansão das

áreas de cultivo e as inovações técnicas contribuíram para um aumento

significativo da produção de alimentos.

Page 2: Mudanças no feudalismo

Quais as contribuições do período

medieval para nossa sociedade?

Você utiliza garfo na sua refeição?

Você pensa em fazer curso universitário?

Já imaginou janelas sem vidros para clarear?

Óculos? Conhece alguém que precise usar óculos?

Pois bem, estas são invenções medievais. O livro, como

nós o conhecemos, também é um exemplo de criação

deste período.

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Inovações técnicas

As principais inovações técnicas ocorridas na Europa no século XI foram:

O uso do arado de ferro, conhecido como charrua, em lugar do

arado de madeira;

A introdução do sistema de cultura em três campos (chamado

rotação trienal). Antes disso era apenas dois campos (rotação bienal).

A utilização do cavalo para puxar o arado. O cavalo antes era

atrelado pelo pescoço, fato que limitava seu rendimento e, por vezes, o

sufocava; a partir do século X, passou a ser atrelado pelo peito, o que

aumentava seu rendimento e resistência.

O aprimoramento e a difusão dos moinhos acionados pela força do

vento ou da água contribuíram para aumentar a velocidade e a

qualidade de moagem do trigo.

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Charrua (arado de ferro)

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Rotação trienal dos campos

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Atrelamento do cavalo pelo peito e os

moinhos.

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Crescimento populacional Século População da Europa

IX 18 Milhões

XI 22 Milhões

XII 26 Milhões

XIII 35 Milhões

XIV 55 Milhões

O aumento da produção

de alimentos colaborou,

por um lado, para grande

crescimento da

população e, por outro,para um revigoramento

do comércio e das

cidades, a tabela abaixo

dá uma dimensão do

crescimento dapopulação no período.

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Cidades crescem ...

Com o aumento da oferta

de alimentos, já não havia

necessidade de tanta gente

para trabalhar na agricultura.

Então, muitos camponeses

deixaram o campo em

busca de outro meio de vida:

alguns se tornaram

mercadores ambulantes,

outros foram trabalhar como

artesãos nas cidades, os

moradores do campo

passaram a trocar sua

produção por produtos feitos

nas cidades, o que estimulou

o artesanato e o comércio

local, atividades decisivas

para o renascimento das

cidades.

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Comércio de longa distância

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A partir do século XI, o comércio europeu de

longa distância também cresceu. O principal

polo comercial eram as cidades comerciais de

Genova e Veneza; os mercadores dessas

cidades compravam artigos de luxo (Seda,

Perfumes, Porcelanas) e especiarias nos portos

de Constantinopla, Trípoli e Antioquoa. Depois,

revendiam-nos com grande lucro na Europa.

Outros polos importantes eram a cidade de

Lubeck, no norte da atual da Alemanha, e a

cidade de Bruges, na atual Bélgica.

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Rotas ...

O comércio entre o sul e o

norte da Europa se fazia

por meio de duas

importantes rotasterrestres: uma que ligava

Gênova a Bruges,

passando pelas feiras da

região de Champagne, e

outra que ligava Veneza aHamburgo.

Page 12: Mudanças no feudalismo

A vida nas cidades

medievais

As feiras medievaisduravam de 15 a 60dias e aconteciam umaou duas vezes por ano,reunindo mercadoresde várias partes domundo. Nelas erapossível ver umveneziano vendendoseda chinesa, um inglêsoferecendo lã, umnativo de Brugescomercializando tecidoe etc.

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Nos primeiros séculos da Idade Média, as cidades eram

geralmente pequenas, como poucos moradores, que

viviam, sobretudo, do trabalho no campo. A vida no

campo tinha mais importância do que a vida urbana.

A partir do século XI, no entanto, com o aumento do

artesanato e do comércio, as cidades cresceram e

outras surgiram. Algumas nasceram ao redor das feiras;

outras, às margens de rios, e outras ainda em torno do

castelo de um nobre.

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Burgos

Os

comerciantes, banqu

eiros e

artesãos viviam geral

mente numa área

afastada do centro

da cidade, o burgo, e

compunham um

grupo chamado de

burgueses.

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Corporações de ofício

Nas cidades medievais, a pessoa só podia trabalhar se

pertencesse a uma corporação, isto é, a uma

associação de profissionais do mesmo ramo de

atividade. Os artesãos formavam as corporações de

ofícios.

Cada corporação controlava o preço, a qualidade, e

a quantidade do que ia ser produzido e estabelecia as

regras para o ingresso na profissão, além de amparar os

profissionais idosos, inválidos e doentes.

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Liga Hanseática

Os comerciantes também tinham suascorporações, que reuniam profissionais dediversas cidades da Europa, conhecida comoLigas, a mais conhecida delas era a LigaHanseática, que era muito poderosa, possuíamuitos navios e dominava o comércio no norteda Europa, o objetivo dessa liga era comandaro comércio em determinada área e evitar aconcorrência entre seus membros.

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Carta de Franquia

As cidades medievais nasceram dentro das terras da

nobreza ou do clero. Com o passar do tempo, foram

adquirindo, por força das armas ou do dinheiro, direitos

que lhes garantiam autonomia administrativa e

judiciária. O documento que lhes assegurava essa

autonomia era chamado de carta de franquia. Essas

cidades eram governadas pelo patriciado urbano, isto

é, as camadas mais altas de mercadores e artesãos.

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As Universidades

Com esse renascimento das cidades, favoreceu mudanças na área

do conhecimento e da arte, como a necessidade de saber ler,

calcular para praticar o comércio, o clima de maior liberdade nas

cidades, o estreitamento do contato entre pessoas de diversasregiões. Tudo isso propiciou o surgimento de um novo tipo de escola,

favorecendo também o avanço da ciência e a criação da

universidade.

A universidade foi uma criação medieval que pode ser definida como

uma associação de professores ou de alunos com a intenção debuscar o conhecimento. A Universidade de Bolonha, por exemplo, foi

criada por uma associação de alunos, já a de Paris nasceu de uma

associação de Professores.

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O contexto religioso e a política da igreja

A hierarquia, que havia marcado as relações sociais durante o feudalismo,

estendia-se também para as relações religiosas, ou seja, na relação entre

Deus e os homens havia uma hierarquia: o homem havia recebido o

direito de habitar a terra como se o planeta fosse um grande feudo; em

troca tinha de jurar fidelidade a Deus prestando-lhe fidelidade e prestar-

lhe serviço militar. Era como funcionava a relação entre um suserano e um

vassalo.

Dessa forma se criou o argumento religioso-feudal que se organizou um

grande exército de "vassalos" cristãos que deveriam lutar pelo seu

"suserano", que era Deus. Eis as origens da ideia de guerra santa

levada a cabo pelas cruzadas.

Era a luta contra os inimigos de Deus, fossem muçulmanos, heréticos,

pagãos ou cristãos ortodoxos. O guerreiro era recompensados com

a indulgência ( perdão dos pecados ),bem como sua esposa, caso lhe

permanecesse fiel. Durante a guerra, os bens do cruzados eram

administrados pela igreja e suas dívidas eram suspensas temporariamente.

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Jerusalém, uma cidade disputada.

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Internamente a igreja

católica passava por crises.

Havia sofrido forte golpe em

1054, no Cisma do Oriente,

quando o alto clero de

Constantinopla rejeitou a

supremacia papal de Roma,

dando origem a

Igreja Ortodoxa. Era a

oportunidade do papa de

Roma recuperar o prestigio e

a unidade da igreja,

ajudando os bizantinos (

"irmãos do Oriente") contra o

avanço muçulmanos em seu

território.

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As Cruzadas: expedições militares que partiram

da Europa, entre os séculos XI e XIII, a fim de

combater os muçulmanos no Oriente.

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Reflexão!

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Doenças, Fome e Revoltas

A partir das primeiras décadas do século XV, iniciou-se na Europauma prolongada crise, marcada por fome, doenças e revoltas

sociais.

Naquelas décadas, a oferta de alimento tornou-se insuficiente

para atender a população; ocorreram chuvas torrenciais, seguidas

de más colheitas, e áreas agrícolas passaram a ser usadas para acriação de ovelhas e extração da lã. Isso ajuda a explicar por

que, entre 1315 e 1317, uma crise de fome matou milhares de

europeus. Além disso, as condições de higiene na Europa eram

péssimas: o lixo das casas era lançado às ruas e não havia serviços

de coleta, encanamento ou esgoto. Fome e falta de higiene

colaboraram para que uma terrível epidemia, a “grande

peste”, atingisse todo o território europeu.

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A peste era provocada por uma bactéria transmitida por pulgas

que picavam os ratos e, depois, os seres humanos. Calcula-se

que a grande peste matou cerce de um terço da população

europeia.

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Revolta de Camponeses

Com as mortes provocadas pela fome, pela peste epela Guerra dos Cem anos (Guerra entre 1337 e 1453deflagrada pela Inglaterra e França) começou a faltarmão de obra nos campos, o que levou à diminuição daprodução agrícola, acarretando prejuízo para anobreza. Para compensar suas perdas, a nobrezaaumentou o controle sob os camponeses e os tributospagos por eles.

Os camponeses, por sua vez, reagiam incendiandocolheitas, fugindo e promovendo revoltas. Exemplosdessa importantes revoltas ocorreram na França em1358 e na Inglaterra em 1381.

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Jacquerie

Na França essas revoltas eram conhecidas

como Jacquerie, nome pejorativo que a nobreza dava

aos camponeses, que começaram nos arredores de

Paris e no interior na França, ao mesmo tempo. Os cem

mil camponeses que delas participaram incendiaram

castelos e mataram muitos nobres. Estes reagiram e, de

posse de melhores armas e de treinamento militar,

sufocaram a revolta, massacrando os rebeldes.

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Watt Tyler

Na Inglaterra, a revolta foi liderada por Watt Tyler, cerca

de dez mil camponeses ingleses se dirigiam a Londres e

exigiram do rei de seu país, Ricardo II, o fim da servidão

e a diminuição dos impostos pagos por eles. Na

presença dos rebeldes, o rei concordou, mas em

seguida, voltou atrás e se uniu aos nobres, arrasando as

aldeias camponesas sublevadas.

Embora tenham sido massacradas pelos exércitos do rei

e da nobreza, essas revoltas contribuíram para o

enfraquecimento do feudalismo na Europa.

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Queda de Constantinopla em 29 de março

de 1453, marco do Fim da Idade Média.