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Mudar a política de habitação em Lisboa
Regras do jogo, caminho feito, novos desafios
Helena Roseta
Pelouro da Habitação da CML
Abril de 2013
Enquadramento• A experiência da habitação pública em Lisboa tem mais de 100
anos
Destaque para Alvalade (anos 50), Olivais (anos 60) e Chelas (anos 70)
• A grande mobilização do pós-25 Abril e o direito à habitação na
Constituição da República – o tempo do SAAL
Restam 4 empreendimentos ex-SAAL para regularizar (cerca de 900 fogos)
• As décadas do realojamento massivo – o tempo do PIMP e do
PER (dos anos 80 aos anos 2000)
A CML construiu ou adquiriu cerca de 17.000 fogos, com destaque para as zonas da Alta de Lisboa e de Chelas. O peso do PIMP e do PER no endividamento da autarquia ainda hoje representa perto de 50% da dívida financeira do município.
As mudanças demográficas
…mas o número de famílias aumentou e hámais 17.000 residentes em 14 freguesias, das quais 6 no centro histórico(Socorro, Santa Justa, S. Nicolau, Mártires, Madalena e Santos-o-Velho)
Os novos desafiosO mercado do arrendamento mudou
Data do arrendamento nos fogos arrendados em Lisboa
0
10000
20000
30000
40000
Antes de 1975 Entre 1975 e
1986
Entre 1987 e
1990
Entre 1991 e
2000
Entre 2001 e
2005
Entre 2006 e
2011
Evolução da percentagem de fogos arrendados
entre 1991 e 2011
27,5%20,9%
13,4%
40,3%
29,4%
20,5%
60,0%
48,6%
30,7%
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
1991 2001 2011
Portugal AML Lisboa (NUT II) Lisboa (Concelho)
Os novos desafios
Cresceu o número de casas vazias
Evolução do total de fogos vagos em Lisboa entre 1991 e 2011
25.003
40.346
50.226
0
20.000
40.000
60.000
1991 2001 2011
Em Lisboa há uma maior desigualdade de rendimentos que no país, apesar de haver maior concentração de profissionais qualificados
Lisboa está a perder 1000 empregos por mês. No 4º trimestre de 2012 estavam inscritos nos centros de emprego de Lisboa 29.787 pessoas, mais 77% que em 2008 e mais 9 pontos percentuais que o aumento registado em Portugal Continental.
Os novos desafios
Da crise à oportunidade
• Há mais de 123.000 estudantes do ensino superior em Lisboa (um terço do total do país)
• As famílias estão a recompor-se, devido ao empobrecimento e ao desemprego
• Há maior disponibilidade para a solidariedade e para a partilha. Há uma Rede Social muito activa (mais de 330 entidades, a maior Rede Social do país)
• A base económica da cidade está a evoluir, com um peso crescente do sector turístico e das indústrias criativas, uma assinalável pujança cultural e uma presença assídua nos rankings das melhores cidades para viver, trabalhar ou viajar.
A transformação dos bairros municipais em bairros de co-propriedade
• A política de alienação de fogos em bairros municipais aos seus moradores tem impactos relevantes, porque quem adquire tende a valorizar o seu património, contribuindo para a manutenção e auto-estima dos bairros.
• Quanto maior a percentagem de fogos alienados, maior a mistura da população de vários estratos socioeconómicos.
• Na prática, após 30 ou 40 anos, um “bairro municipal”onde parte importante dos fogos já foram alienados jánão é um bairro de realojamento, é um bairro que se vai integrando, com a sua identidade própria, no tecido da cidade.
As novas missões da GEBALIS
De empresa gestora de bairros municipais a empresa gestora de proximidade
de arrendamento municipal e gestora de condomínios
A empresa gere actualmente cerca de 23.000 fogos municipais e mais de 600 condomínios
Um mandato de transição
Passámos do tempo da construção massiva de bairros de realojamento à definição de uma política municipal de habitação.
O documento base para esta mudança foi o Programa Local de Habitação, aprovado em 2010, que fixou como missão Re-habitar Lisboa.
O actual mandato foi um tempo de definição de estratégias novas e de regras claras para a habitação municipal.
A energia BIP-ZIP
• A identificação dos BIP-ZIP foi um primeiro passo para desenvolver uma nova abordagem da intervenção municipal nesses bairros e zonas.
• Foi criado em 2011 o Programa BIP-ZIP Parcerias Locais, com orçamento anual de 1M€ e método participativo. Este Programa tem permitido financiar dezenas de processos de dinamização e requalificação, inteiramente concebidos e realizados por redes locais de parceiros, com um valor máximo de 50.000€ por candidatura.
• A evolução do número de candidaturas apresentadas (80 em 2011, 106 em 2012 e 108 em 2013), a qualidade dos projectos submetidos ao programa e os resultados já concretizados no terreno ilustram o potencial transformador daquilo a que chamamos “energia BIP-ZIP” e que configura uma espécie de “planeamento urbano emergente”, ou “grassroots planning”, que consideramos inovadora e cada vez mais necessária.
Para uma visão a 10 anos
Novos objectivos estratégicos
• Integração dos BIP-ZIP no todo urbano, reforçando a coesão territorial da cidade.
• Mudança de paradigma dos bairros municipais, • Sustentabilidade da gestão do património habitacional municipal, • Incentivo ao arrendamento e dinamização da a reabilitação urbana• Acesso dos jovens à habitação
Passagem histórica de 53 para 24 freguesias, com mais atribuições, competências, meios e recursos
Previsão de continuação e agravamento da crise, cujo fim não estáà vista, colocando cada vez mais desafios à capacidade de resposta do poder local.
O novo modelo social tem de se basear nas cidades
O modelo social europeu carece de uma profunda actualização à luz das alterações demográficas e sociais entretanto ocorridas e da própria escassez de recursos públicos.
Novos equilíbrios terão se ser encontrados, permitindo salvaguardar os direitos sociais que a Constituição da República consagra e produzir novas sinergias e novas soluções.
É nossa convicção que as cidades têm um papel central na superação da crise – porque nelas se concentra a capacidade inovadora, a energia social, o capital humano, os próprios recursos técnicos e financeiros.
O desafio de Lisboa nos próximos 10 anos será ser capaz de engendrar uma espécie de novo modelo social, em que Estado, autarquias, comunidades e cidadãos consigam proporcionar melhores condições de vida sem abdicar dos direitos fundamentais. Neste novo modelo social, concebido à escala da cidade e do bairro, uma habitação condigna terá, sem dúvida, um papel essencial.
Novos programas “nascidos” do PLH
• Carta dos BIP-ZIP
• Programa BIP-ZIP Lisboa – Parcerias Locais
• Acupunctura Urbana
• Programa Integrado de Gestão e Requalificação dos Bairros Municipais
• Novo quadro regulamentar da Habitação Municipal
• Projecto “Casas para quem precisa”
• Projecto ITE – Inspecção Técnica municipal
• PVP - Programa de Valorização do Património Habitacional Municipal – Reabilita Primeiro Paga Depois
– Renda Convencionada
– Venda faseada a moradores
– Alienação de habitações municipais a jovens,
• Sítio Rehabitar Lisboa
• Orientações estratégicas para os ENH -Espaços Não Habitacionais municipais
Novos programas “nascidos” do PLH
Programas em fase de lançamento
• Programa Loja no Bairro dinamização da ocupação de ENH devolutos, com apoios e incentivos adequados e acesso por concurso
• Subsídio Municipal ao Arrendamento apoio temporário ao arrendamento e dirigido a pessoas ou famílias em situação de insolvência face aos valores do mercado de arrendamento ou confrontadas com a devolução de casa ao banco.
As regras do jogo
Participação, proximidade e transparência
- a experiência dos GABIP
- o papel das freguesias
- as novas missões da GEBALIS
- o Conselho Municipal de Habitação
- as associações de moradores e a FAMALIS
- a importância da Rede Social de Lisboa
- a participação dos cidadãos
Uma gestão sustentável da habitação municipal
Habitáveis
Fogos
municipais
ocupados
(22.298 em
Dez 2012)
Fogos
municipais
devolutos
(2.895 em
Dez 2012)
Reabilitáveis
Inabitáveis
Stock municipal
ocupado
ou disponível
Stock municipal
a abater
Stock municipal
a construir
Gestão social e gestão patrimonial
Habitáveis
Fogos
ocupados
Fogos
devolutos
Verificação da ocupação,
valor da renda e estado
de conservação
Inabitáveis
Reabilitáveis
Verificação doestado de conservação
Habitáveis
Inabitáveis
Reabilitáveis
Stock
a manterObras
Demolição
Atribuição
Obras
Demolição
Stock
a abater
Fogos
municipais
Os diferentes programas municipais
Fogos
ocupados
Fogos
devolutos
Verificação da ocupação,
valor da renda e estado
de conservação
Verificação doestado de conservação
Habitáveis
Inabitáveis
Reabilitáveis
(grandes obras)
Agregado mantém
fogo original
Agregado
transferido
Agregado transferido
libertando fogo original
Habitáveis
Inabitáveis
Reabilitáveis
RRAHM
Realojamentos
Transferências
Renda convencionada
Reabilita Primeiro Paga Depois
Programas municipais
Fogos
municipais
Novos programas municipais
Fogos reabilitados e atribuídos
Fogos reabilitados
685 Fogos atribuídos
619
Fogos em obra ou preparação de empreitada
191
Fogos irrecuperáveis 39
Fogos a vistoriar 160
RRAHM - 78
Realojamentos - 330
Transferências - 211
Programas municipais
Monitorização sistemática – os indicadores
A - indicadores de gestão do património habitacional municipal
A1- identificação de fracções ocupadas e devolutas – quadros 1 e 2A2 - tipos de vínculo – quadro 3A3 - atribuição de fogos – quadros 4 e 5 A4 – pedidos de fogos municipais – quadro 6 A5 – indemnizações atribuídas - quadro 7A6 - subsídios de arrendamento – quadros 8 e 9A7 - alienação de fogos municipais – quadros 10 e 11 A8 – rendas – quadros 12 e 13A9 - verificação da ocupação e da condição de recursos – quadro 14A10 - desocupações e reentrada de fogos na posse da CML –quadro 15A11 - obras em fogos municipais – quadros 16 e 17A12 - gestão de condomínios – quadro 18
Monitorização sistemática – os indicadores
B - indicadores de gestão de Espaços Não Habitacionais municipais
B1 - identificação e ocupação – quadro 19
B2 - fins a que se destina a ocupação – quadro 20
B3 – pedidos – quadro 21
B4 – atribuições – quadro 22
B5 – desocupações – quadro 23
B6 – indemnizações atribuídas – quadro 24
Monitorização sistemática – os indicadores
C - indicadores relativos a programas dirigidos a Juntas de Freguesia e outras entidades
C1 - Protocolo de delegação de competências em J. de Freguesia – quadro 25
C2 - Programa BIP-ZIP – quadro 26C3 - Habitação cooperativa - Protocolo
CML/FENACHE – quadro 27
D – Previsões para 2013 – novos programas
D1- Bolsas de fogos para novos programas – quadro 28
Monitorização sistemática – os indicadores
E – Quadros síntese dos indicadores
E1 – Resumo do Património Municipal – 31 Dez 2012 – quadro 29
E2 – Síntese dos indicadores A1 a A6 (gestão do património habitacional municipal) – quadro 30
E3 – Síntese dos indicadores A7 a A12 (gestão do património habitacional municipal) – quadro 31
E4 – Síntese dos indicadores B (gestão de Espaços Não Habitacionais municipais) – quadro 32
E5 - Síntese dos indicadores C (programas dirigidos a Juntas de Freguesia e outras entidades) – quadro 33