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MULHER NEGRA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO TATIANA OLIVEIRA Jornalista, radialista, ativista do coletivo Quilombação e do grupo de Comunicadoras Negras

Mulher Negra Nos Meios de Comunicação

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Apresentação sobre a Mulher Negra nos Meios de Comunicação

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MULHER NEGRA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

TATIANA OLIVEIRA Jornalista, radialista, ativista do coletivo

Quilombação e do grupo de Comunicadoras Negras

O Racismo sob a perspectiva ideológica

• O racismo brasileiro, segundo Flávio A. S. Nascimento (2010), é sistematicamente dominador e opressor contra o negro, sua finalidade é a extraordinária manutenção de vantagens e privilégios para uma elite formada por uma minoria branca, que se compõe de intelectuais conservadores, burgueses e ideólogos. A essa elite interessa a manutenção e ampliação de seu “status quo” e o racismo não é visto somente como uma oportunidade para isso, mas também como um “modos operandi”.

• Para Elisa Larkin Nascimento (1981) o racismo se trata da distorção histórica da sociedade, uma violenta interrupção e a destruição das aspirações, das realizações humanas e da cultura de um povo dominado.

• A dominação é justificada pela desumanização. E o “supremacismo branco” como sistema de dominação ideológica é possibilitado pela “mitologia racista”, um importante instrumento que foi utilizado na reprodução do modelo de civilização Ocidental no processo de expansão da hegemonia capitalista da Europa e dos Estados Unidos.

O poder dos meios de comunicação de massa

• THOMPSON (1998) identificou quatro formas de poder: 1) O poder econômico que detém recursos materiais e financeiros; 2) O poder político com o recurso da autoridade e instituições políticas 3) 3) O poder coercitivo com o recurso da força física e armada como

militares, instituições carcerárias e a polícia; 4) O poder simbólico: no qual operam os recursos dos meios de

informação e comunicação, com instituições culturais, tais como as indústrias da mídia.

• Para SODRÉ (2006), o “bios midiático” não diferencia o real do irreal. Porém, esse “bios” não é radicalmente definido como uma soma de imagens produzidas tecnicamente, mas com o “o poder dos modelos” (arquétipos), que se concretizam ou se atualizam em tipos de imagens determinadas e historicamente sobredeterminadas. E provêm dos hegemônicos modelos do capital e do mercado global, as relações sociais regidas pelas imagens midiáticas.

A MULHER NEGRA

• As mulheres negras são discriminadas duplamente, pela raça e pelo gênero.

• Isso reflete nos níveis socioeconômicos com os piores índices de desemprego, valorização no mercado de trabalho, saúde e esoclarização.

• Entretanto, historicamente a mulher negra resistiu e participou ativamente das lutas pela libertação, melhores condições de vida e sobrevivência da população negra.

• O movimento de mulheres negras, principalmente a partir de 1988, foi fundamental na construção de políticas públicas de promoção da igualdade racial.

• Porém, a imagem da mulher negra nos meios de comunicação é geralmente associada à erotização de seu corpo, ao trabalho doméstico ou a pobreza.

O negro nos meios de comunicação

• O jornalista e professor de jornalismo e editoração da ECA/USP, Dennis de Oliveira, realizou em 2010 uma pesquisa quantitativa e qualitativa em revista segmentadas.

• Para o autor, a dimensão da opressão ocorre no reforço da branquitude normativa, na eleição do paradigma estético e formal branco como o referencial e os demais que se afastam dele como desviantes.

• Na pesquisa quantitativa observou-se que, nos temas referentes à moda, estética e beleza, elementos estéticos mais característicos dos afrodescendentes são difamados ou classificados de forma negativa. OLIVEIRA (2011, p: 37)

• O autor concluiu que: as pequenas concessões de espaço aos negros e negras nas revistas segmentadas não significam uma redução do preconceito racial mas sim um deslocamento deste com a criação de símbolos formatados por processos de objetificação.

As imagens de mulheres negras

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Referências

• NASCIMENTO, Elisa Larkin. Pan-africanismo na América do Sul emergência de uma rebelião negra. Petrópolis, RJ: Editora Vozes; Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) da Pontífica Universidade Católica de São Paulo, 1981.

• NASCIMENTO, Flávio Antônio da Silva. O beabá do racismo contra o negro brasileiro: subsídio didático para estudantes universitários, educadores, professores, formadores de opinião e militantes. Rondonópolis, MT: Print Editora, 2010.

• SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis: Vozes, 2006.

• OLIVEIRA, Dennis de. Etnomídia: a construção de uma paisagem étnica na linguagem midiática. In: BATISTA, L.L; LEITE, F. O negro nos espaços publicitários brasileiros. São Paulo: USP e CONE, 2011.