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Mulheres e Parteiras: Cidadania e Direitos Humanos

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Livreto elaborado por 30 parteiras dos estados de Pernambuco e Pará, através do projeto do PROSARE / CCR / CENAP, em 2005. Feito para ser distribuído para parteiras de todo o Brasil, a publicação traz informações úteis sobre os direitos reprodutivos (prevenção de câncer de mama e de colo, violência contra a mulher, prénatal, planejamento familiar, aborto, parto e pós parto e direitos do recém nascido) para o dia a dia de trabalho das parteiras.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Bibliotecária Responsável: Kátia Soares Braga (CRB/DF 1522)

Mulheres e Parteiras: Cidadania e Direitos Reprodutivos / Núbia Melo, PaulaViana (Coordenação) ... [et al.]. — Recife : Grupo Curumim, 2006 60p: il.

Participaram como co-autoras desta publicação 32 parteiras de diversosmunicípios dos estados de Pernambuco e do Pará.

I.Melo, Núbia. (Coordenação) II. Viana, Paula. (Coordenação). 1. Parto Domi-ciliar 2. Parteira Tradicional 3. Saúde da mulher. 4. Direitos humanos. 5. Direitosda mulher. 6. Direitos Reprodutivos. 7.Contracepção. 8. Planejamento Familiar.9. Aborto. 10. Reprodução humana.

CDU 314.336CDD 301.417

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Sumário

Com a palavra, as parteiras 5

Apresentação 7

Direitos e cidadania

O que é Direito? 10

O que é a Constituição Federal? 10

O que é Cidadania? 11

Direitos Humanos 12

Direito à Saúde 14

Cidadania e Direitos Reprodutivos

Direitos Reprodutivos 16

Direito de Viver Livre do Câncer de Colo Uterino e do Câncer de Mama 17

Direito de viver Sem Violência 20

Direito ao Planejamento Reprodutivo ou Planejamento Familiar 27

Diteiro à Contracepção de Emergência ou Anticoncepçãode Emergência 29

Direitos na Gravidez 31

Direitos da Mulher Trabalhadora na Gravidez 35

Direitos no Parto 37

Direitos Depois do Parto 41

Direitos no Atendimento ao Aborto 42

Anexos 49

Bibliografia consultada 52

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Com a palavra, as parteiras

Desde maio de 2004, nós, parteiras de vários lugares dePernambuco, o Grupo Curumim e a Rede Reflect-Ação,estamos nos reunindo para conversar, estudar e entenderos direitos reprodutivos das mulheres e seus direitos àsaúde.

Fizemos vários encontros, e deles, nasceu este livro quemostra para as parteiras e mulheres, que todas as cidadãsbrasileiras precisam conhecer e se informar melhor sobreseus direitos, principalmente, os direitos à saúde, que sãotão negados e desrespeitados.

Conhecendo os seus direitos, as mulheres e as parteiraspoderão exigir dos governantes que eles sejam garantidos,em qualquer lugar.

Muitas de nós somos parteiras há mais de 30 anos e, comonós, muitas outras vivem pelo Brasil afora, assistindo aonascimento de novos cidadãos e novas cidadãs. Somoschamadas para muitos outros trabalhos na comunidade.Apesar disso, ainda não somos reconhecidas, valorizadase remuneradas pelo nosso trabalho. Temos 20, 30 ou 50anos de trabalho e não temos direito à aposentadoria. Istotudo significa que os direitos trabalhistas das parteiras nãoestão sendo respeitados e assegurados.

Esperamos que este livro leve informações para muitasmulheres e parteiras, de todo o Brasil e do mundo inteiro.

Um abraço de todas nós, parteiras como você, que fize-mos este livro!!!

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Apresentação

O Curumim é uma organização feminista que defende os Direi-tos Humanos e que luta para que os Direitos Reprodutivos dasmulheres sejam respeitados em todos os recantos do Brasil.Foi por isso que o Programa Parteira pensou em escrever, juntocom as parteiras, o livro “Mulheres e Parteiras: Cidadania e Di-reitos Reprodutivos” para servir como fonte de informação e deconsulta.

Realizamos cinco encontros de cinco dias com um grupo de par-teiras de Pernambuco, sempre discutindo muito sobre como é odia-a-dia do trabalho e da vida das parteiras. A parceria com a RedeReflect – Brasil, que esteve em todos os encontros com o grupo, ecom a ANIS – Instituto de Bioética, Gênero e Cidadania foram muitoimportantes para garantir esta empreitada.

Entre um encontro e outro, as parteiras conversavam sobre o quetinha sido debatido no Curumim: com as mulheres de suas comu-nidades, em suas associações de parteiras, em conselhos de seusmunicípios. Levavam e traziam novas informações que iam ilumi-nar o caminho para frente, tecendo idéias e projetos.

Foi nesta troca que conseguimos juntar a sabedoria das parteirase as informações sobre os direitos reprodutivos das mulheres. Di-reitos que estão escritos em políticas e programas de atenção in-tegral à saúde da mulher, que estão previstos pelo SUS e que naverdade, muitas vezes, não saem do papel.

Foi um longo caminho e muitas reflexões. Pessoas e idéias seaproximaram na realização deste livro, e deixaram muitas semen-tes por nascer. Queremos dizer que foi importante a participaçãode parteiras de Melgaço e de Breves, do Pará, na revisão final do

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livro. Elas trouxeram conhecimentos de uma outra cultura e reali-dade, mostrando como é a vida das parteiras e das mulheres naRegião Norte do Brasil.

O livro conta casos reais relatados por parteiras do grupo que oelaborou. Em alguns casos, os Direitos Reprodutivos foram nega-dos e violados, em outros casos eles foram respeitados.

Você pode reunir sua família, comunidade, associação ou qual-quer grupo que você participe para comparar o que acontece emsua cidade com o que está previsto.

Desejamos que o livro seja utilizado como guia de consulta e ori-entação por todas. Leia, empreste, tire cópias, discuta em sua co-munidade e associação!

Faça valer seus direitos!

Viva sua cidadania!

Grupo Curumim

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O que é Direito?

É a garantia que as pessoas têm de viver bem, com saúde, com dinhei-ro, escola, moradia, alimentação, emprego e também ter seus momen-tos de lazer e brincadeira.

O que é a ConstituiçãoFederal?

É um livro onde estão determina-dos os direitos e deveres dos ci-dadãos e cidadãs brasileiras. É alei mais importante do país. Todasas outras leis têm que ser feitasrespeitando o que diz a Constitui-ção.

Em 1988, aqui no Brasil, aconte-ceu um movimento que envolveuhomens e mulheres, na luta paraincluir muitos direitos que osgovernantes não asseguravam atoda a população.

A atual Constituição é conhecida como a Constituição Cidadã, pois apartir dela, todas as pessoas passaram a ter direitos iguais, sem diferen-ça por ser homem, mulher, homossexual, heterossexual, branco, negro,índio, quilombola, de qualquer religião ou sem religião, ou seja, respei-tando todas as diferenças do povo brasileiro.

A Constituição Cidadã reúne direitos e deveres fundamentais. É precisoexigir que eles sejam respeitados e vividos por todas as pessoas.

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Direitos

• Vida

• Liberdade

• Igualdade

• Dar opiniões

• Tomar decisões sobre o que fazercom seu tempo

• Tomar decisões sobre o que fazercom seu corpo

• Tomar decisões sobre o que fazercom seus bens e propriedades

• Administrar seu dinheiro

• Agir livremente sem prejudicar ooutro

• Pedir informações e esclarecerdúvidas

• Ser cidadã

• Ter direitos

Deveres

• Cumprir as leis

• Respeitar os direitos dasoutras pessoas

• Educar e proteger nossossemelhantes

• Proteger o patrimôniocomunitário

• Proteger a natureza

O que é Cidadania?

Cidadania é participar das decisões, conhecer os direitos garantidos nasleis e exigir que sejam respeitados. Respeitar e cumprir deveres. Muitaspessoas querem somente o benefício individual, mas não pode ser des-ta forma. As melhorias devem ser para todas as pessoas.

Muitas pessoas acham que não podem participar das decisões de suacomunidade ou de seu município porque são pobres, ou porque nãosabem ler e escrever. Isto não é verdade!

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Toda pessoa tem o direito a:

• votar e ser votada, ou seja, de se candidatar, desde que esteja emsituação legal com a justiça;

• acompanhar como está sendo gasto o dinheiro público;

• acompanhar de perto as atividades de vereadores, deputados egovernantes;

• participar de associações, sindicatos, e outras organizações;

• participar de conselhos de: saúde, educação, desenvolvimento mu-nicipal e outros que possam existir no município;

• participar de conferências de: saúde, educação, meio ambiente,igualdade racial, entre outras.

Direitos Humanos

Os Direitos Humanos são:

• UNIVERSAIS, porque incluem todas as pessoas do mundo;

• INTEGRAIS, porque se preocupam com todas as coisas importantespara uma vida feliz;

• INDIVISÍVEIS, porque todos os direitos são importantes e nenhumdeve ser negado.

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Os Direitos Humanos defendem direitos iguais para mulheres e homens,defendem que as mulheres podem controlar e decidir sobre sua vida,seu corpo, seu sexo e sua reprodução.

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Direito à Saúde

O Direito à Saúde ainda não é uma realidade na vida de todas as pesso-as, apesar de estar garantido na Constituição Federal. É preciso melho-rar muito a qualidade dos serviços do Sistema Único de Saúde (conheci-do como SUS) e a forma como eles funcionam. É preciso que os admi-nistradores do SUS respeitem as necessidades de todas as mulheres,inclusive daquelas que são assistidas pelas parteiras.

O governo brasileiro lançou em 2004 a Política Nacional de Atenção In-tegral à Saúde da Mulher, como forma de contribuir para a promoçãodos Direitos Humanos das Mulheres.

A saúde integral da mulher leva em consideração as condições de vidana comunidade, na família, no trabalho. Como a mulher está se sentindoemocionalmente, psicologicamente e como está sua saúde de uma for-ma geral.

Fique atenta porque, para que esta política nacional seja uma realidadepara todas as brasileiras, é necessário que haja decisão e vontade políti-ca no estado e no município que você mora. Isto é, as autoridades têmde ter compromisso com a saúde e com os direitos das mulheres. Parti-cipe dos conselhos e conferências de saúde para exigir atenção integralà saúde das mulheres!

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Direitos Reprodutivos

Os Direitos Reprodutivos são os direitos que garantem que toda pessoae todo casal pode decidir livremente, e com responsabilidade, sobre suavida sexual e reprodutiva.

É preciso conhecer esses direitos. É preciso exigir que sejam respeitadosem todos os lugares e para todas as mulheres: pobres, ricas, brancas,pretas, homossexuais ou heterossexuais, alfabetizadas ou não, desem-pregadas, trabalhadoras, prostitutas, donas de casa e assim por diante.

São Direitos Reprodutivos:

1. Autonomia pessoal: cada pessoa tem o direito de decidir sobre seupróprio corpo e sua vida.

2. Integridade corporal: é o direito de viver sem violência. Ninguém podetocar no corpo de outra pessoa sem permissão, a não ser diante desituações de emergência e perigo;

3. Planejamento reprodutivo: cada pessoa tem o direito de decidir quan-do, quantos e com quem quer ter filhos, e acesso à informação e aosmétodos para engravidar ou para evitar gravidez;

4. Acesso a serviços de saúde gratuitos e de qualidade, em todas asetapas da vida.

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Direito de Viver Livre do Câncer de Colo Uterinoe do Câncer de Mama

Câncer de colo do útero

O câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entreas mulheres. Se for diagnosticado logo, tem chance de cura!

O Ministério da Saúde, as secretarias estaduais e as secretarias munici-pais de saúde devem garantir, não só o diagnóstico no início da doença,mas também o tratamento. O diagnóstico é feito através de um examechamado: Exame Preventivo ou de Papanicolaou, que pode ser realiza-

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do em postos ou unidades de saúde próximos à residência da mulher.Todo exame deve ser feito por profissionais de saúde treinados.

Uma forma da mulher prevenir o câncer de útero é usar camisinhamasculina ou camisinha feminina durante a relação sexual. A camisi-nha evita o contágio com o HPV (Vírus do Papiloma Humano), umvírus que ajuda no desenvolvimento do câncer e das feridas que cau-sam câncer.

Câncer de mama

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais mata mulheres, princi-palmente entre 40 e 69 anos. Isto acontece porque a doença não é des-coberta no início, o que dificulta o tratamento.

Para tentar descobrir qualquer problema que apareça na mama, logo noinício, a mulher deve:

I. Realizar o Auto-exame das mamas uma vez pormês, uma semana após a menstruação. Este é oexame que a mulher faz nela mesma, olhando etocando sua mama, para notar qualquer nódulo ouvolume diferente;

II. Realizar Exame Clínico das mamas todo ano, apartir da idade de 40 anos. Este exame deve serfeito por um profissional de saúde treinado e fazparte do atendimento integral à mulher, de todasas idades;

III.Realizar Exames de Mamografia eUltrassonografia, e, quando houver suspeita deproblema é necessário realizar a biópsia, que é aretirada de um pequeno pedaço, para ser exami-nado no laboratório.

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Atenção!

O exame das mamas, pela própria mulher, ajuda no conhecimen-to do seu corpo e deve ser ensinado nos serviços de saúde domunicípio ou do estado. A parteira também pode ensinar comofazer este exame às mulheres que ela atende. Mas atenção: oauto-exame das mamas não substitui o exame clínico realizadopor profissional treinado para descobrir o problema desde o iní-cio. Não devemos abrir mão deste direito!

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Direito de Viver sem Violência

Muitas pessoas oprimem, diminuem, desvalorizam e agridem uma mu-lher pelo simples fato de ela ser mulher, principalmente se ela decideviver de uma forma diferente da que a família e a comunidade esperam.Muitas vezes os pais, irmãos, maridos ou companheiros acham que sãodonos da mulher, que ela tem que servir e obedecer.

Desde os anos 1970, que o movimento de mulheres, do mundo inteiro,vem lutando para acabar com a violência contra as mulheres. É impor-tante denunciar a violência contra as mulheres, para que ela deixe de servista como um acontecimento normal na vida das mulheres. Violência écrime e deve ser denunciado.

A parteira sempre é procurada pela mulher que sofre violência. Quandonão é diretamente procurada, a parteira sempre conhece casos de vio-lência na comunidade. Muitas vezes a parteira sofre violências e amea-ças porque cuida da vítima.

Logo abaixo você vai ler casos de mulheres que foram vítimas de váriostipos de violência numa mesma situação: violência sexual, violência degênero, violência doméstica e outras.

“Quando casei, em 1966, o marido tentou terrelação sexual comigo. Eu era inocente, nuncatinha dormido com macho, não sabia de nada.Ele tentou três vezes até conseguir... eu pegueios panos sujos de sangue e botei embaixo deuma cuia, escondido. Estava com uma vergonhagrande. De manhã o marido queria comer e eusó chorando no quarto. Ele botou os panos nomeio da sala de visita. A mãe dele veio e disse:“Saia pra cá e venha me ajudar, você é umamoça casada, ele não fez nada de errado. Ele éseu marido, está tudo certo. Anda mulher queele quer que você vá fazer o café.” (Trindade, PE)

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“Tem uma mulher que mora perto da minha casaque eu já acompanhei ela em quase todos ospartos. Bem uns quatro ela já teve comigo. Poisbem, o marido dela não deixava ela sair de casa prair pra médico, essa coisa de pré natal, não. Eu insistimuito e até ameacei ela e ele que eu num fazia maiso parto dela se ela não fosse pra consulta. Elaterminou indo comigo quando fui levar minha filha.Ele ouviu tudo aquilo que ela falou que viu lá e viuque meu genro também não liga e até gosta queminha filha vá.” (Breves, PA)

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“Meu vizinho que é casado e é meu compadre,tinha relação sexual com outras mulheres. Umanoite ele chegou em casa e quis fazer sexo com aesposa. Ela não quis e ele bateu nela e com a facarasgou sua roupa, cortou sua calcinha para transarcom ela à força. Ele não conseguiu e pra se vingarjogou ela pra fora de casa e fechou a porta. Ela foientão procurar abrigo na minha casa.” (Trindade, PE)

O estupro é uma grande Violência Sexual. Preste atenção quemesmo sendo casada ou vivendo junto, se um homem obrigauma mulher a ter relação sexual, a lei considera um estupro.

Quando a mulher é estuprada, a primeira coisa que ela tem direito é dereceber assistência médica. Antes mesmo de ir à delegacia, ela deveprocurar um Serviço de Saúde, para receber cuidados e informações.

A mulher não deve tomar banho nem lavar as roupas antes de ser exami-nada pelo médico, porque em suas roupas e em seu corpo é que podemser encontradas as marcas da violência e, também, as digitais ou san-gue e secreções que possam identificar o agressor.

É muito importante que ela lembre de solicitar ao médico que lhe aten-deu, um relatório detalhado do seu estado físico e psicológico. Se a par-teira estiver acompanhando a mulher, ela também pode solicitar esterelatório. Ele servirá como documento para fortalecer a denúncia numaDelegacia, sendo citado no Boletim de Ocorrência.

“Uma vez uma mulher me chamou para ir numpasseio e arrumou dois caras, um para mim eoutro para ela. Eu não conhecia ele. E ali ele meestuprou. Sangrei muito mesmo. Eu tinha 19 anos.Eu era muito lesa. Eu me criei num córrego, umacasa separada do resto. Meu pai não queria que a

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gente morasse perto dos outros,achava melhor criar os filhos assimafastado. E eu não tinha nenhumaamiga pra lá. Não sabia muita coisa.Só sei que essa mulher me tapeou,e ele me estuprou.

Ali fiquei buchuda e não sabia. Aí,eu me sentia sem menstruar. Eupensava que era uma doença. Foiquando eu falei pra menina da casaonde eu tava empregada. Ela era demenor, mas era mais sabida do queeu. Aí, eu falei pra ela: “Lia, eu não tômenstruando”. Ela falou, “Ai, menina.Eu vou na farmácia comprar umremédio pra tu que é bom”. Com três dias queeu tava tomando este remédio, eu tive muita dor,menstruei e fiquei doente. Minha patroapercebeu e resolveu me encaminhar prohospital. E eu morrendo.

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Deu entrada em três hospitais diferentes. E eutive uma melhora, mas não fiquei boa. Eu nãocontava o que era porque eu não sabia o queera. Não tinha exames naquela época, davam sóuma injeção para dor. Aí, fui pra casa da minhairmã que cuidou de mim com chá. Ela viu quetinha sido um aborto.” (Palmares, PE)

Os serviços de saúde devem oferecer atenção humanizada às mulheresvítimas de violência sexual e oferecer de imediato:

• Acolhimento por uma equipe de vários profissionais: enfermeiras, assis-tentes sociais, médicas, psicólogas entre outras;

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• Anticoncepção de Emergência para evitaruma gravidez indesejada;

• Tratamento contra as Doenças Sexual-mente Transmissíveis (DST) e AIDS;

• Informação sobre o Programa AbortoPrevisto em Lei ou Aborto Legal, emcaso de gravidez provocada por estupro.

Violência institucional

Quando uma mulher é maltratada, em algum serviço público, isto é umaviolência institucional. Tal fato pode acontecer, por exemplo, nos servi-ços do SUS, como no caso abaixo:

“Em maio de 2005, aconteceu de uma clienteminha ter que ir à maternidade porque eu tavaviajando. A maternidade não atendeu e encaminhoupara outro município, sem a carta do médico (guiade encaminhamento). Este município não atendeu,e voltou a paciente para traz. Esta paciente foienviada para outro município e mesmo sendolevada para um hospital que atende pelo SUS, omédico disse que só atendia se colocasse R$500,00 na mão dele. Então a família saiudesesperada, voltando para seu município para

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tentar juntar o dinheiro. Já era noite quando elesencontraram na rua, a Secretária de Saúde queresolveu ajudar. Ela mesma telefonou para outromunicípio mais distante e encontrou uma vaga numhospital também do SUS que recebeu a mulher, jáquase morta. Agora ela está bem.” (Trindade, PE)

Esse tipo de situação mostra alguns crimes cometidos pelo serviço desaúde. Estes crimes devem ser denunciados a Promotores, Juízes, Con-selhos de Saúde, Movimento de Mulheres, Associação de Parteiras,Delegacia e através dos meios de comunicação, como rádios e jornais!

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Direito ao Planejamento Reprodutivoou Planejamento Familiar

O planejamento familiar é um conjunto de serviços, ações de saúde e deeducação, de responsabilidade do município. Ele pode ser também cha-mado de Planejamento Reprodutivo.

O planejamento familiar garante o acesso a informações, meios, méto-dos e técnicas para a contracepção (evitar gravidez) e para o tratamentoda infertilidade (tratamento para engravidar).

Os métodos para evitar filhos são: camisinha masculina, camisinha femi-nina, DIU, injeção anticoncepcional, pílulas anticoncepcionais, diafragma,tabela e outros.

Toda mulher tem o direito de escolher o método mais adequado ao seucorpo, ao seu jeito e à sua vida!

Desde 2005, o Ministério da Saúde passou a enviar, diretamente, paraos municípios, os métodos contraceptivos, ficando as secretarias desaúde responsáveis pela distribuição, para a população.

Alguns métodos contraceptivos:

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A Lei de Planejamento Familiar de 1996 permite a realização da ligaçãodas trompas ou ligação tubária, nas mulheres, e da vasectomia, noshomens, desde que tenham pelo menos dois filhos e mais de 25 anos.As duas cirurgias podem ser feitas de graça no SUS.

“A mulher tinha problema. Não podia mais ter filho,nem podia se operar porque tinha pressão alta ealergia a anestesia. O casal tinha dois filhos e omédico falou para o homem fazer a operação(Vasectomia). Ele não queria com medo de ficardefeituoso e porque os amigos diziam que ele tavabesta, ia ficar capado. O médico me chamou epediu pra mim conversar com ele. Eu converseisobre os riscos que a mulher dele passava eexpliquei que a operação no homem só evitafabricar filho, que o homem não fica defeituoso,com quatro dias já pode ter relação. Falamos deum conhecido nosso que fez e que estava bem,ele sabia que deu tudo certo com o cara. Aí ele foibotando aquilo na cabeça, foi acreditando,conhecendo, perdeu o medo, a vergonha e fez acirurgia. O casal ficou bem e ele agradecido porcausa da palestra que tive com ele. (Mirandiba, PE)

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Antes de decidir pela ligaçãotubária, a mulher tem o direito deser informada sobre todos os ou-tros métodos que ela pode utilizarpara evitar uma gravidez. Isto por-que a ligação é definitiva e exigeuma pequena cirurgia. Ela só deveser feita quando a mulher tiver cer-teza de que não quer, ou não podemais engravidar.

Diteiro à Contracepção de Emergênciaou Anticoncepção de EmergênciaConhecida como pílula do dia seguinte

São comprimidos de anticoncepcionais, comoaqueles que entregam nos postos de saúde ouvendem em farmácias.

Em quais situações deve-se usar a Anticoncepçãode Emergência?

• Depois de uma relação sexual forçada(ESTUPRO);

• Quando o casal não usou nenhummétodo contraceptivo e não quer terfilhos;

• Quando o método usado falhou.Por exemplo: a camisinha não foibem colocada ou estourou; ou amulher esqueceu a pílula por maisde dois dias seguidos.

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Como tomar?

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Atenção!

• Como o nome já diz a Anticoncepção de Emergência só deveser usada em casos de emergência. O uso repetido pode alte-rar o ciclo menstrual.

• Caso a menstruação não aconteça dentro de 14 dias, procure oserviço médico para avaliar a possibilidade de uma gravidez.

• Mesmo pouco freqüente, podem aparecer efeitos colateraiscomo: náuseas, vômitos e dor de cabeça. Se durar mais de 24horas procure o serviço de saúde.

• A mulher deve fazer seu planejamento reprodutivo, para nãoficar desprotegida.

Onde encontrar a Anticoncepção de Emergência:

• Em todos os serviços de assistência para mulheres em situação deviolência e nos serviços de planejamento familiar do SUS. Desde 2001,o Ministério da Saúde distribui a medicação para Anticoncepção deEmergência, através dos municípios brasileiros.

• Pode ser encontrada com facilidade nas farmácias, e não precisa dereceita médica para comprar.

Direitos na GravidezA mulher grávida tem direito a:

• Atendimento preferencial ou prioridade nas filas, nos serviços públi-cos, nos bancos e nos transportes públicos.

• Auxílio financeiro para a mulher grávida que é pobre, através de pro-gramas sociais, com o propósito de promover condições de saúde enutrição às gestantes, às mães amamentando seus filhos e às crian-ças de 6 (seis) meses a 6 (seis) anos e onze meses de idade.

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Durante as Consultas de Pré-Natal:

• Ser atendida sem discriminação, com respeito e dignidade, pela equipe deprofissionais dos serviços de saúde. O lugar onde vai ser atendida deve serarejado e limpo, tendo à sua disposição água de beber e banheiro.

• Receber orientações sobre gravidez, parto, pós-parto e cuidados coma criança. Deve ser informada, sobre sexo, alimentação, cuidados como corpo e com a saúde durante a gestação, sobre amamentação eplanejamento familiar.

• Serem verificados: peso, pressão arterial, estado nutricional, pele, den-tes, tamanho do útero, batidas do coração do feto, exame para ver seestá inchada, exame nos olhos para ver se tem anemia, exames demamas, entre outros. Tudo isto com direito a acompanhamento mé-dico.

• Fazer exames de laboratório, como:

- Exame de Sangue: para ver qual o tipo de sangue, se está com ane-mia, se tem diabetes (açúcar no sangue), se tem alguma doença comosífilis, hepatite, HIV (o Vírus da AIDS)

- Exame de Urina: para ver se tem alguma infecção, se não está per-dendo sangue pela urina ou se tem a presença de Albumina (indica aPré-Eclampsia/Eclampsia).

• Fazer a ultra-sonografia e o preventivo de câncer de cólo de útero e demama.

• Receber a vacinação necessária (contra tétano e outras doenças).

• Receber toda a medicação necessária durante a gravidez, como é ocaso do suplemento de ferro e de outras medicações, inclusive paraas mulheres que são portadoras de HIV/AIDS e de DST.

• Realizar o exame para identificar o vírus do HIV/AIDS, durante o Pré-Natal, e, caso o resultado dê positivo, ela pode iniciar o tratamento, nagravidez. A mulher deve ser muito bem informada sobre a importân-

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cia do teste, e saber que o resultado só pode ser entregue a ela mes-ma, pois o teste Anti-HIV é confidencial.

• Fazer o Teste Rápido durante o trabalho de parto, no hospital ou ma-ternidade, com todo o cuidado, respeito e carinho que o momentoexige, caso não tenha feito o teste Anti-HIV no Pré-natal.

• Realizar, no mínimo, seis consultas durante o Pré-Natal, sendo que nooitavo mês a grávida deve ir à Unidade ou Posto de Saúde de 15 em15 dias. Durante todo o último mês, até que aconteça o parto, eladeve ser acompanhada uma vez por semana.

• Ter a presença de uma pessoa de sua confiança nas consultas dopré-natal, no parto e no pós-parto. Esta pessoa pode ser o marido, aamiga, a mãe ou a parteira.

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Cartão da Gestante: No cartão sãofeitas importantes anotações duran-te as consultas, que vão informar so-bre o desenvolvimento da gravidez,os resultados dos exames, enfim,sobre a saúde da mulher. Por isso éimportante que ela leve este cartãoa todo lugar que for e, necessaria-mente, a todas as consultas de Pré-natal, verificando se ele está sendopreenchido. Além disso, a gestantedeve apresentá-lo a quem for assis-tir ao seu parto. É uma carteira deidentidade para a gestante!

O Marido ou o Companheiro tem Direito a:

• Participar do pré-natal, se a mulher quiser e permitir;

• Ter suas dúvidas esclarecidas sobre a gravidez, sobre o relacio-namento com a mulher e sobre os cuidados com a criança;

• Ser informado sobre como a gravidez está evoluindo e so-bre qualquer problema que possa aparecer.

• Ser informado sobre os métodos de Planeja-mento Familiar e de prevenção sobredoenças sexualmente transmissíveis(DST) e HIV/AIDS.

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Direitos da Mulher Trabalhadora na Gravidez

“Uma empregada doméstica ficou gestante. Elatrabalha com carteira assinada e já tem uma filhade seis anos. Ela fez o seu pré-natal no posto doPSF (Programa de Saúde da Família), bem certinho,todos os meses. A enfermeira do PSF fez umadeclaração para ela dizendo que ela fazia o pré-natal e que estava no oitavo mês de gravidez. Amulher levou esta declaração ao Posto do INSSpara tratar do direito ao Auxílio Maternidade. Esteauxílio é um salário mínimo que a mulher devereceber uma vez somente, entre o oitavo e o nonomês de gestação.” (Olinda, PE)

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Uma trabalhadora grávida tem direito:

• De solicitar do serviço de saúde uma “Declaração de compareci-mento” A declaração é um documento que serve para justificar afalta ao trabalho.

• De mudar de função ou setor no trabalho, caso o mesmo possaprovocar problemas para a sua saúde ou a da criança. Para isto, eladeve apresentar à gerência/chefia um atestado médico comprovan-do o problema.

• De permanecer no emprego, pois enquanto estiver grávida, e até cin-co meses após o parto, a mulher não pode ser demitida, a não serpor “justa causa”. Isto acontece quando a mulher comete algum cri-me, como roubo ou homicídio, por exemplo.

• De entrar de licença-maternidade, por 120 dias, a partir do oitavomês de gestação, recebendo salário integral e benefícios legais.

• De amamentar seu filho durante seu horário de trabalho.

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Direitos no Parto

Abaixo você vai conhecer duas situações bem diferentes com relação àforma que os gestores ou autoridades de saúde do SUS trataram osdireitos da mulher.

No primeiro caso, os serviços de saúde desrespeitaram muito os Direi-tos Reprodutivos e a parteira.

“Eu, parteira, recebi uma mulher na Serra doInácio, já com dor de parto. Ela não tinhapassagem e eu reconheci que era cesárea. Sãodoze léguas até a cidade e quando chegou emOuricuri era meia noite para uma damadrugada. Aí eu falei com a enfermeira que foifalar com os dois médicos que estavamdormindo. Eles disseram que deixasse paraamanhã quando o dia amanhecesse. Aí eudisse para a enfermeira que eu queria falar comeles. Entrei, mas eles disseram para mimtambém que não iam atender. Eu ameaceidenunciar se a mulher não agüentasse ir para aCasa de Saúde, mas eles deram as costas econtinuaram deitados na cama. Fomospara a Casa de Saúde e quandochegamos a enfermeira disseque tinha ordem do médicopara não acordar ele. Aí eudisse que o risco que amulher tava correndo eragrande, e que se elamorresse eu iadenunciar na delegacia.Aí, a cesárea foi feita.”(Ouricuri, PE).

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Neste outro caso, você vai ver que, tanto a parteira foi ouvida, quanto osdireitos da mulher foram respeitados.

“Uma jovem de 20 anos, primeiro filho, mandoume chamar. Estava sofrendo fazia 3 horas. Erauma jovem que já teve meningite e estava comanemia. Ligaram para o marido dela na cidade eele veio com a ambulância. Ela só tinha doiscentímetros de passagem. Com os problemasque já teve, eu orientei para ir ao hospital. Eutinha feito dois toques, em 8 horas, epermanecia os 2 centímetros. Quando chegouno hospital falei isso para a médica. Ela fez otoque e continuava em 2 centímetros. Aí elaencaminhou a jovem para uma cesárea.”(Mirandiba, PE)

Compare estas duas situações com alguns direitos garantidos abaixo:

• O parto é considerado uma urgência e o seu atendimento não podeser recusado em nenhum hospital, maternidade ou casa de parto.

• O serviço de saúde deve acolher, examinar e, se necessário encami-nhar a mulher para outro local. Porém, a gestante só pode sertransferida se:

- For acompanhada por um ou uma profissional;

- For evidente que seu estado de saúde não vai piorar;

- For confirmada a existência da vaga, no hospital para onde ela estásendo encaminhada;

- O hospital para onde ela está sendo encaminhada, tiver condiçõesde resolver a complicação.

• A mulher deve ser tratada com respeito e dignidade durante toda aassistência, dentro e fora do hospital. Não deve aceitar agressõesfísicas ou morais, por parte dos profissionais. Caso sofra maus tra-tos, a mulher ou sua família pode e deve imediatamente procurar uma

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delegacia e prestar queixa. Também deve denunciar o caso no Conse-lho de Saúde e no Ministério Público (para a Promotoria).

• A mulher pode expressar seus sentimentos da forma como desejar:gemer, gritar, chorar.

• A mulher deve receber explicação sobre tudo o que vai ser feito comela, antes e durante o parto.

• A mulher deve ser informada que o parto normal é prioridade na assis-tência obstétrica e que tem direito à cesariana, se for necessário.

• A mulher deve ser informada que não é mais indicado: fazer jejumdurante o trabalho de parto normal; fazer lavagem intestinal (enema);fazer raspagem de pêlos (tricotomia).

• A mulher deve ser informada que o corte no períneo (episiotomia) e ainjeção de força para apressar o parto (ocitocina) são práticas que sópodem ser feitas no hospital, e, somente quando forem necessárias.

• A mulher deve receber atenção de qualidade no seu parto domiciliar,podendo escolher a parteira de sua confiança.

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O Marido ou Companheirotem Direito a:

Visitar a mulher, a qualquerhora, enquanto a mulher esti-ver internada, e se ela desejarreceber essa visita.

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Direitos Depois do Parto

• De ficar com a criança ao lado, perto de sua cama, no mesmo quarto.A mãe e a criança só podem ser separadas se houver algum proble-ma de saúde com a criança ou com a mulher.

• Receber orientações sobre a amamentação e as vantagens desta prá-tica para a mulher e para a criança.

• Se o parto for no hospital, no momento da alta, a mulher deve receberorientações sobre: quando e onde deverá fazer a consulta depois doparto. Este direito é muito importante, pois garante à mulher sabercomo está a sua saúde e da criança, depois do parto. Esta é a chama-da consulta do puerpério.

• Se o parto for em casa, a parteira deve incentivar a mulher a compare-cer à consulta do puerpério, no serviço de saúde.

• A mulher e o homem devem receber informações sobre como fazerpara evitar filhos, se assim desejarem. Eles também têm o direito deconhecer e receber, gratuitamente, os métodos de planejamento fa-miliar, nos postos ou serviços do SUS.

• O Programa de Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Co-munitários de Saúde (PACS) são responsáveis pelo acompanhamen-to da mulher e da criança, na comunidade e em cada domicílio.

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Direitos no Atendimento ao Aborto

O aborto é seguro, quando realizado por profissionais capacitados e emambiente adequado, com todos os cuidados exigidos.

O aborto inseguro é quando é realizado sem o devido conhecimento eem condições precárias. No Brasil e no mundo, muitas mulheres mor-rem ou ficam doentes por causa do aborto inseguro. As mulheres quemais sofrem com as conseqüências do aborto inseguro são as pobres,as negras, as que não têm informação e as que não tiveram a oportuni-dade de estudar.

Quando o aborto complica e a mulher precisa de atendimento, em umserviço de saúde, muitas vezes ela é tratada com preconceito e discrimi-nação, por muitos profissionais.

Poucas secretarias de saúde têm se pre-ocupado ou se esforçado para resolveros problemas e as complicações doaborto inseguro. Por isto, o abortoinseguro é um problema de saúdepública, de desrespeito e violaçãodos direitos reprodutivos das mu-lheres!

Licença-paternidade de cinco dias, logo após o nascimentoda criança, para que possa criar vínculo com o novo integran-te da família e para que dê apoio à mulher, no pós-parto imedi-ato. Sua contribuição nos cuidados com a criança e com amulher, são muito importantes.

O Marido ou Companheiro tem Direito a:

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Aborto previsto em lei ou aborto legal

O aborto legal é o aborto previsto no artigo 128 do Código Penal Brasilei-ro, de 1940. De acordo com esta lei, existem dois casos em que a práti-ca do aborto é um direito da mulher. Estes dois casos são:

1.

2.

Quando a mulher corre risco de morrer na gestação

O próprio médico pode solicitar uma junta médica para atestar anecessidade de interrupção da gravidez, que será feita com todasegurança, através do SUS.

Quando a gravidez resulta de estupro

A interrupção da gravidez, quando esta é resultado de uma violênciasexual, é um direito de toda mulher, inclusive das adolescentes. Éimportante que a mulher receba tratamento e atenção de profissio-nais, como: médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos.

A Norma Técnica do Ministério da Saúde orienta que a mulher, vítimade violência sexual, não precisa registrar a ocorrência do estupro numaDelegacia, para realização do aborto previsto em lei, ou aborto legal.Mas lembre-se: a queixa na Delegacia é muito importante para que oagressor seja identificado e punido, e, para evitar outra agressão.

A Norma Técnica é um docu-mento oficial, que diz o quecada profissional e serviço desaúde tem de fazer, garantindoque o atendimento seja igual,para todas as pessoas.

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Anencefalia e outras má-formações

A anencefalia e outras má-formações graves não deixam o feto so-breviver fora do útero. Anencefalia é a mais comum das má-forma-ções e acontece quando o cérebro não se desenvolve. É o feto semcérebro.

O movimento de mulheres e outros movimentos estão lutando, junto aoSupremo Tribunal Federal, para que este autorize às mulheres, a decidi-rem sobre a interrupção ou não da gravidez, nestes casos. Quanto maisrápido for a decisão, melhor, pois diminuem os riscos de complicaçõespara a saúde da mulher.

Com a decisão favorável do Supremo Tribunal, a mulher não precisaráperegrinar atrás da autorização de um juiz. Bastará o parecer médico eos resultados de exames que atestem a anencefalia, e que a mulheresteja decidida, consciente e informada.

“Aconteceu um caso do nascimento de umfeto sem cérebro no sétimo mês de gestação.No terceiro mês de gestação, eu notei que nãoera uma gestação normal, então encaminhei agestante para fazer o pré-natal. Ela foi fazer, foibem atendida porque a enfermeira falava queestava tudo normal. Então foi várias vezesfazer a ultra-sonografia no hospital. O hospitalsempre dava uma desculpa que não dava prafazer naquele dia. Até que chegou ao sétimomês. A gestante começou a sentir bastantedores. Chegando na minha casa, apalpei abarriga dela, vendo que não era normal. Faleipra ela que ia com ela para o hospital e fomoscaminhando, não tinha dinheiro pro taxi.Chegamos lá e como eu não posso entrar,avisei que era um parto de risco. Masexaminaram e mandaram ela voltar no diaseguinte. Voltamos a pé para casa. No

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45caminho ela começou a perder bastanteliquido e o feto nasceu na casa dos pais dela,que era mais perto. Ele tinha má formação.Sem braço e sem pernas, com as mãos e ospés colados no corpo. Os avós decidiram nãomostrar para a filha, só o rosto. Os mesmosdecidiram enterrar atrás da casa. Ela teve partonormal, mas ficou traumatizada e decidiu,junto com o esposo, fazer ligação de trompa,para não engravidar mais.” (Breves, PA)

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Se a mulher estiver abortando, lembre-se que ela tem direito:

• De ser acompanhada pela família, parteira ou amiga durantesua estadia no hospital;

• De ser atendida, imediatamente, e de maneira respeitosa, semrecriminações ou críticas;

• De receber um atendimento em que o profissional de saúdeesteja atento à sua saúde integral, que escute seus problemase que respeite seu momento de vida;

• De ser esclarecida sobre os tipos de tratamento que poderáreceber:

1. Farmacológico - Tratamento com remédios como omisoprostol, conhecido também por Cytotec , ou ocitocina);

2. AMIU - Aspiração Manual Intra Uterina;

3. Curetagem uterina.

• De receber anestesia para tratamento do aborto.

• De receber vacina, se seu sangue for RH negativo;

• De ser informada sobre onde buscar ajuda na comunidade e nosserviços de saúde, nos casos de complicações pós-aborto;

• De ter resguardo igual à mulher que teve um parto;

• De ser informada sobre os métodos para evitar a gravidez esobre os serviços de planejamento familiar do município.

R

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Atenção Humanizada no Abortamento

Não importa a religião da pessoa que atende, ou o que ela pensa sercerto ou errado. A mulher abortando tem sempre que ser atendida, comurgência.

“Uma mulher mandou me buscar. Ela estavacom cinco meses de gravidez . Quando eucheguei na casa dela vi muito sangue e queela estava com muita dor. Decidi levar ela parao hospital, com muita urgência. Antes dissoamarrei uma casca de “Imbira de Mocó” numbraço e numa perna dela, bem atada, emcruz. Fui levando para o hospital, no carro deum vizinho. Se não fosse a Imbira osangramento não parava,mas parou e deu parachegar no hospital.

Quando chegamos, omédico atendeu logoporque realmente eramuito grave e ele falouque se eu não tivesselevado rápido elateria morrido.

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Entrei no hospital e fiquei todo o tempo comela. Quando acabou a curetagem arrumarame limparam a mulher. Então deixei ela comalguém da família e sai porque eu tinha muitacoisa para fazer e outras mulheres paraatender ainda.” (Salgueiro, PE)

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Anexos

Documentos importantes

Os documentos abaixo são importantes para que todas nós sejamoscidadãs respeitadas pelas leis e protegidas pela Constituição Federal esão necessários para que nossos direitos sejam exigidos e respeitados:

• Certidão de Nascimento ou Registro CivilOnde tirar: No cartório da cidade. Existem maternidades que já entre-gam a Certidão de Nascimento para a mãe da criança, assim que elanasce. Se o parto for em casa, converse com o agente comunitário desaúde ou acompanhe a mulher até o cartório. Tanto quem nasce nohospital, como quem nasce em casa, têm direito ao registro de graça.

• Carteira de Identidade (CI) ou Registro Geral (RG)Onde tirar: Polícia Civil ou postos autorizados. A primeira via é de graça.

• Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Individual do Contribu-inte (CIC)Onde tirar: Receita Federal, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal(CEF), Correios ou postos autorizados. É cobrada uma pequena taxa.

• Carteira de Trabalho e Previdência SocialOnde tirar: Postos Autorizados do Ministério do Trabalho de cadacidade. É cobrada uma pequena taxa.

• Título de EleitorOnde tirar: Junta eleitoral do local onde mora. Esse documento é de graça.

Observação: Em alguns municípios existe a Casa do Cidadão ou Ex-presso do Cidadão, um local onde toda essa documentação pode serretirada de uma só vez.

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Direitos da Criança

Registro de nascimento ou Certidão de Nascimento

Diante da lei, a certidão de nascimento é o documento que comprovaque nasceu mais uma ou um brasileiro. A certidão é o documento maisimportante, porque sem ela não podemos tirar outros documentos, como:Carteira de Identidade, Título de Eleitor, Carteira de Trabalho, Carteira deHabilitação, Certidão de Casamento, entre outros.

Na Certidão, a criança tem direito de ter os nomes da mãe e do pai, maspode ser tirada só com o nome da mãe. Além disso, só a mãe ou só opai pode comparecer ao cartório para requerer a certidão da criança.

A criança deve ser registrada, até o prazo máximo de quinze dias, após onascimento. Quando o local do nascimento é mais de trinta quilômetrosdo cartório, o prazo para o registro é de até três meses.

• É preciso pagar para registrar uma criança?Quem declarar que não pode pagar, pode tirar a certidão de nasci-mento e a certidão de óbito sem nenhum pagamento. O cartório éobrigado a fornecê-la gratuitamente. Não é preciso Atestado de Po-breza. Basta uma declaração.

• E se o cartório não quiser registrar?Denuncie o fato. Procure um advogado da Defensoria Pública, que éa Justiça Gratuita e que funciona no Fórum de toda cidade. Pode serdenunciado também para o Promotor, no Ministério Público.

Caderneta da Criança

A Caderneta da Criança foi criada pelo Governo Federal para atender àscrianças de 0 a 10 anos. O município, onde a criança mora, é que éresponsável por sua distribuição. A caderneta tem informações sobre asaúde da criança, seu peso e seu desenvolvimento. Também sãoregistradas, nela, todas as doenças e vacinas.

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Teste do pezinho

O teste do pezinho é feito através de um pequeno furo, com agulhadescartável, no calcanhar da criança. Isto permite que um pouco de san-gue seja colhido, para realizar vários exames, que podem diagnosticaralgumas doenças como: anemia falciforme, má-formações, síndromede down, entre outras doenças.

Todas as crianças devem fazer o teste do pezinho entre o 7º e o 15º diaapós o nascimento, ou seja, na segunda semana de nascida.

Fique ligada, existe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que éum livro onde você pode encontrar todas as leis que falam dos direitosdas crianças e adolescentes. Esse estatuto pode ser encontrado, gratui-tamente, nos Conselhos de Direitos da Criança ou Conselho Tutelar desua cidade, ou na capital do estado.

Existe também o Estatuto do Idoso que é o livro onde você pode encon-trar todos os direitos dos idosos. Esse estatuto pode ser encontrado,gratuitamente, nas prefeituras, promotorias, secretarias de ação socialde sua cidade ou da capital do estado.

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Bibliografia consultada

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.168 p. (Série Legislação Brasileira).

BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-cente. Diário Oficial da União República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 jul.1990. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm>. Acesso em: 02de janeiro de 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de Emergência. . . . . Disponível em: < http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=152>. Acesso em: 02 de janeiro de 2006.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Glossário do Ministério da Saúde: Um produto do projeto determinologia em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 142 p.

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BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Benefício de Prestação Con-tinuada - BPC. . . . . Disponível em: <http://www.mds.gov.br/servicos/servico01.asp >. Acesso em:02 de janeiro de 2006.

BRASIL.. Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da AssistênciaSocial e dá outras providências – LOAS. Diário Oficial da União República Federativa do Brasil,Poder Executivo, Brasília, DF, 08 dez. 1993. Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm>. Acesso em: 02 de janeiro de 2006.

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CENTRO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS “MARÇAL DE SOUZATUPÃ - I”. Seus Direitos. Campo Grande: CDDH - Marçal De Souza - Filia, 2001. 40 p.

DINIZ, Débora; RIBEIRO, Diaulas Costa. Aborto por anomalia fetal. Brasília: LetrasLivres,2003.152p.

Realização

REDE NACIONAL FEMINISTA DE SAÚDE, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS.Controle Social, uma questão de cidadania: Saúde é assunto para mulheres. São Paulo: RedeNacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, 2002. Disponível em: <http://www.redesaude.org.br/html/ct-controlesocial-2002.html >. Acesso em: 02 de janeiro de2006.

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REDE NACIONAL FEMINISTA DE SAÚDE, DIREITOS SEXUAIS E DIREITOS REPRODUTIVOS.A presença da mulher no controle social das políticas de saúde. Belo Horizonte: Mazza,2003. 212 p.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE TRIAGEM NEONATAL. Teste do Pezinho. [S.l]: Sociedade Brasilei-ra de Triagem Neonatal, [200-?]. Disponível em: <http://www.sbtn.org.br/triagem/index.cfm>.Acesso em: 02 de janeiro de 2006.

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Coordenação:Núbia Melo e Paula Viana (Grupo Curumim)

Parteiras co-autoras:Alice Rodrigues de Oliveira Lima, MariaFrancisca da Silva e Raimunda Maria deJesus (Trindade, PE), Bernadete Maria deOliveira, Regiane Maria da Silva e TerezaMaria Diniz Vieira (Jaboatão dosGuararapes, PE), Dione Maria da Silva,Francisca Januária dos Santos eRaimunda Maria Leal (Mirandiba, PE),Edite Maria da Silva e Maria do CarmoMarques Machado (Palmares, PE), IraciCosmo da Silva, Maria Auxiliadora doNascimento e Maria Aparecida Cordeirode Souza (Flores, PE), Joana Joventina daConceição e Maria Auxiliadora de Jesus(Comunidade Quilombola Conceição dasCrioulas, Salgueiro, PE), Inês Juvino AlvesNeto e Luiza Maria de Oliveira Neta(Ouricuri, PE), Maria José da Silva e NairEugênia dos Santos (Água Preta, PE),Maria Neires Bezerra de Oliveira eRomana Severina da Silva (em memória)(Bodocó, PE), Ivanilda Maria da Silva,Maria Quitéria da Conceição e JosefaMaria Gomes da Silva (Catende, PE),Maria Rita da Silva (Xexéu, PE), NildaMartins de Menezes e Rosa Maria Luizada Silva (Olinda, PE), Zenilda Aroxa doNascimento Alves (Cabo de SantoAgostinho, PE), Maria da Silva e TabitaBentes dos Santos (Melgaço, PA), RitaGonçalves de Vasconcelos (Breves, PA).

Texto e Revisão:Angeles Cabria, Flávia Squinca, IvaniseBezerra, Jacirema Bernardo, Núbia Melo,Paula Viana, Soraya Fleischer.

Revisão gramatical e ortográfica:Socorro Pires

Desenho da capa: Maria Quitéria daConceição

Desenhos do livro:Produto de trabalho coletivo em queparticiparam todas as parteiras autorasdeste livro.

Fotos:Angeles Cabria, Arquivo Curumim, SorayaFleischer

Equipe de facilitação dos Encontros:Ivanise Bezerra, Jacirema Bernardo, NúbiaMelo e Paula Viana.

Pesquisa:Flávia Squinca e Paula Foltranpesquisadoras da ANIS: Instituto deBioética, Direitos Humanos e Gênero – DF

Produção Executiva: Neide Batista

Parcerias:Anis – Instituto de Bioética, DireitosHumanos e Gênero - DFRede Reflect-Ação do Brasil (REDERA)

Agradecimentos:Bia Fioretti, Cícera Maria Silva de Souza eAdriana Amâncio da Rádio Mulher dePalmares-PE, Cira Santos, Débora Diniz,Grupo de Teatro Loucas de Pedra Lilás, IsaHamouche, José Carlos Batista, MelisaDickie, Sueli Valongueiro (Sula), Tânia Lago eAssociação de Parteiras Tradicionais deMelgaço.

Tiragem: 5.000 exemplares

Edição, Distribuição e Informações:Grupo Curumim - Fone: (81) 3427.2023

Projeto gráfico e diagramação:Tríade Design – Fone: (81) 3427.6240

Impressão: Brascolor Gráfica e EditoraFone: (81) 3426.3831 / 3426.7033

Ficha técnica

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O Grupo Curumim – Gestação e Parto é uma organização não governamental feminista, fundada em1989 e sediada em Recife/PE-Brasil. O Grupo tem como macro objetivo criar condições técnicas epolíticas, para a atenção à saúde integral e a humanização do atendimento a mulheres, jovens eadolescentes, através da educação, formulação e controle social das políticas públicas.Endereço: Rua São Félix, 70, Campo Grande, Recife - PE - Brasil. CEP-52031 060.Fone: 55 81 3427 2023; Fax: 3427 9100; [email protected]

Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero é a primeira organização não-governamental, semfins lucrativos, voltada para a pesquisa, assessoramento e capacitação em bioética na América Latina.Com sede em Brasília, a Anis desenvolve suas atividades desde 1999, contando com uma equipemultidisciplinar de profissionais com larga experiência em bioética. Endereço: Cx. Postal 8011 - CEP:70 630, Brasília - DF. Telefone: (61) 3343.1731 - www.anis,org,b

Rede Reflect-Ação do Brasil, articula educadores-grupos que no Brasil adotam a abordagem RA, queapoiada na pedagogia de Paulo Freire, nos enfoques etnográfico, de poder, gênero einterculturalidade, aplica-se a processos de interaprendizagem. Integra-se a outras redes da AméricaLatina, África, Ásia e Europa, compondo o CIRAC- Círculo Internacional de Reflect-Ação e Comunica-ção. Endereço: Rua São Gonçalo Boas Vista, Nº 118. CEP: 53070-600 - Recife - PE. Telefone +5581.3423.2800, e-mail: [email protected] - www.reflect-acionla.org

Realização

Apoios

Parcerias

Fundada em 1984, a IWHC trabalha de três formas para fomentar a vontade política e influenciar aspolíticas públicas dos governos, doadores e entidades internacionais a fim de assegurar às meninase mulheres seus direitos sexuais e de saúde reprodutiva. Endereço: 333 Seventh Avenue, 6th floor,New York, NY - 10001 - USA. Fone: +1-212-979-8500; Fax: +1-212-979-9009 - www.iwhc.org

A Comissão de Cidadania e Reprodução (CCR) é uma entidade civil de âmbito nacional e sem fins lucrativos cujoobjetivo é a promoção dos direitos reprodutivos segundo os princípios das Declarações da ONU, mais especificamenteos da Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Endereço: Rua Morgado deMateus, 615, São Paulo-SP - CEP-04015-902. Telefone (011) 5574-0399 Fax (011) 5575-7372 - [email protected]

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