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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? i
ACADEMIA MILITAR
Direco de Ensino
Mestrado em Cincias Militares - Especialidade de Segurana (GNR)
TRABALHO DE INVESTIGAO APLICADA
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORASARMADAS: QUE PARADIGMA?
AUTOR: Aspirante GNR - Cavalaria Nuno Joo da Costa Ferreira Marinho
ORIENTADOR: Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro
CO-ORIENTADOR: Major GNR - Infantaria Jos Pedro Lima de S
LISBOA, AGOSTO DE 2010
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? ii
ACADEMIA MILITAR
Direco de Ensino
Mestrado em Cincias Militares - Especialidade de Segurana (GNR)
TRABALHO DE INVESTIGAO APLICADA
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORASARMADAS: QUE PARADIGMA?
AUTOR: Aspirante GNR - Cavalaria Nuno Joo da Costa Ferreira Marinho
ORIENTADOR: Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro
CO-ORIENTADOR: Major GNR - Infantaria Jos Pedro Lima de S
LISBOA, AGOSTO DE 2010
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? i
Dedico este trabalho a todos aqueles,que de alguma forma, me tm apoiado
ao longo de todo curso. Em especial
minha Famlia e amigos.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? ii
AGRADECIMENTOS
A realizao deste trabalho tornou-se possvel devido ao contributo de vrias pessoas, s
quais, por esse motivo, manifesto o meu sincero e profundo agradecimento.
Ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro, pelas suas ideias que se
demonstraram oportunas e relevantes e por me ter transmitido conhecimentos importantes
para a realizao deste trabalho.
Ao Major Jos Pedro Lima de S, por toda a sua disponibilidade, camaradagem e apoio
fornecido ao longo da realizao deste trabalho.
A todos os Oficiais que se mostraram disponveis para colaborar no desenvolvimento deste
trabalho e pela disponibilidade demonstrada na realizao de entrevistas.
A todos aqueles que me ajudaram ao longo da realizao deste trabalho, com as suas
ideias, opinies e preocupao demonstrada.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? iii
RESUMO
Este trabalho exprime uma reflexo sobre um tema que se demonstra preocupante, pois
quando se trata de cooperao/coordenao entre ramos das Foras Armadas (FA), fala-se
no s do cumprimento de vrias disposies legais, mas tambm, de racionalizao de
meios e custos, que se podem evidenciar como desnecessrios.
Assim, ser feita uma breve abordagem histria da Unidade Controlo Costeiro (UCC),
que a Unidade da Guarda Nacional Republicana (GNR) com competncia nas guas sob
jurisdio nacional, assim como a outras duas, das onze entidades presentes no Sistema de
Autoridade Martima (SAM), sendo elas a Marinha, atravs da Autoridade Martima
Nacional (AMN) e a Polcia Martima (PM).
Para a realizao deste trabalho, procedeu-se a pesquisa documental e foram realizadas
entrevistas, recolhendo assim informao pertinente, que possibilitaram uma reflexo e
comparao de diferentes convices, opinies e interpretaes sobre o prescrito na Lei.
A importncia deste trabalho no se reflecte unicamente na preveno da duplicao de
meios e dispndio de recursos econmicos, no mbito das FA, mas tambm em aspectos
afins segurana e capacidade de vigilncia e capacidade de resposta a diversas ameaas
que se podem constituir perigosas para Portugal como Pas que dispe de uma das maiores
Zonas Econmicas Exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1.700.000 Km2,
representando perto de 18 vezes a sua rea terrestre, revela-se, como uma clara
possibilidade para a entrada de matrias ilcitas na Europa.
Sendo que a GNR cada vez mais se torna uma Fora credvel e competente nesta rea, ser
abordado o passado recente e o futuro promissor dos meios de vigilncia e controlo
costeiro, respectivamente, o Long Arm Operational System (LAOS) e o Sistema Integrado
de Vigilncia, Comando e Controlo (SIVICC). Ser feita uma abordagem FRONTEX,
uma organizao internacional de combate criminalidade presente no mar, na qual a
GNR tem uma presena muito activa.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? iv
Nesse mbito ser ainda analisado o Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 de Maro e o Decreto
Regulamentar 8672007 de 12 de Dezembro, diplomas que se constituem como as
principais referncias, para a base legal, sobre a coordenao/cooperao entre as entidades
referidas.
O objectivo no dever passar por abarcar vrias entidades com competncias e misses
similares, passar sim, por constatar factos, respeitando a natureza e objectivo da
existncia das mesmas. Mas se estas entidades tm fundamentao legal para intervirem na
vigilncia, patrulhamento e controlo do mar territorial portugus, o objectivo e a principal
preocupao dever ser atingir uma fundamental e eficaz coordenao.
Palavras-chave: Costa, Vigilncia, Cooperao, Coordenao.
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ABSTRACT
This issue is a reflection on a worrying subject, since when we talk about
cooperation/coordination among the ArmyForces, we refer not only to the compliance of
various legal provisions but also to the rationalization of means and costs that can turn out
to be unnecessary.
Therefore, it will be done a brief approach to the history of the Coastal Control Unit
(UCC), that is the Unit of The Guarda Nacional Republicana (GNR) with competence in
the waters under national jurisdiction, as well as the other two, of the eleven entities
present in the maritime authority system, being they the Navy, through the NationalMaritime Authority (AMN) and the Maritime Police (PM).
Being an issue with broad legal basis, the purpose of it is to try to give some contribution
and clarify what the reality of daily life is and what really happens when action is needed.
To do this issue, it was done some research on documents and interviews, collecting
relevant information to enable a discussion and comparison of different beliefs, opinions
and interpretations about the prescribed by law.
The importance of this issue is not reflected solelyin preventing duplication of resourcesand expenditure of economic resources, in the context of the AF, but also on aspects
related to security and surveillance capacity and responsiveness to various threats that may
constitute a danger for Portugal as a country that has one of the largest Exclusive
Economic Zones (EEZs) of Europe, with more than 1.700.000 Km2, representing nearly 18
times its land area, reveals itself as a clear opportunity for the input of illicit substances in
Europe.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? vi
Being that GNR increasingly becomes a credible and competent Force in this area, it will
be referred the recent past and the promising future of the means of the coastal surveillance
and control, respectively, the Long Arm Operational System (LAOS) and the Integrated
System for Surveillance, Command and Control (SIVICC). It will also be done an
approach to FRONTEX, an international organization to fight this crime at sea, in which
the GNR has a very active presence.
Key words: Cost, Surveillance, cooperation, coordination.
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NDICE
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... ii
RESUMO ....................................................................................................................... iii
ABSTRACT .....................................................................................................................v
NDICE ......................................................................................................................... vii
NDICE DE FIGURAS ....................................................................................................x
NDICE DE QUADROS ................................................................................................ xiLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................... xii
CAPTULO 1 - APRESENTAO DO TRABALHO..................................................1
1.1 INTRODUO .....................................................................................................1
1.1.1 Objectivo .....................................................................................................1
1.1.2 Enquadramento ............................................................................................1
1.1.3 Escolha e justificao do tema ......................................................................2
1.1.4 Delimitao do objecto de estudo .................................................................2
1.1.5 Questes de Partida ......................................................................................2
1.2 METODOLOGIA ..................................................................................................4
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ...........................................................................4
PARTE I ENQUADRAMENTO TERICO ...............................................................5
CAPTULO 2 - GNESE DE ALGUMAS DAS ENTIDADES COM
COMPETNCIA NO MAR TERRITORIAL PORTUGUS .......................................5
2.1 ORIGEM DO SERVIO MARTIMO DA GUARDA NACIONAL
REPUBLICANA ..................................................................................................5
2.2 EXTINO DA BRIGADA FISCAL ...................................................................6
2.3 UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO .............................................................6
2.3.1 Natureza e Misso ........................................................................................6
2.4 MARINHA ............................................................................................................8
2.4.1 Natureza e Misso ........................................................................................8
2.5 POLCIA MARTIMA ..........................................................................................9
2.5.1 Natureza e Misso ........................................................................................9
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6ENTREVISTA DO CMDT DEST DE VIGILNCIA MVEL ...................... 81
ANEXOS ........................................................................................................................ 86
ANEXO CExtracto da Lei N. 63/2007 de 6 de NovembroLei Orgnica da
GNR ..................................................................................................... 86
ANEXO DExtracto do Decreto-Lei N. 233/2009Lei Orgnica da Marinha ......... 88
ANEXO EDecreto regulamentar N. 86/2007 de 12 de Dezembro ........................... 90
ANEXO FDecreto-Lei N. 43/2002 de 2 de Maro .................................................. 99
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NDICE DE FIGURAS
Figura 1Organograma que representa a estrutura da UCC 6
Figura 2Organograma que representa a estrutura da Marinha 8
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NDICE DE QUADROS
Quadro 5.1 Caracterizao da amostra 21
Quadro 6.1 Resposta questo n1 23
Quadro 6.2 Resposta questo n2 24
Quadro 6.3 Resposta questo n3 25
Quadro 6.4 Resposta questo n4 26
Quadro 6.5 Resposta questo n5 27
Quadro 6.6 Resposta questo n6 28
Quadro 6.7 Resposta questo n7 29
Quadro 6.8 Resposta questo n8 30
Quadro 6.9 Resposta questo n9 31
Quadro 6.10 Resposta questo n10 32
Quadro 6.11 Resposta questo n11 33
Quadro 6.12 Resposta questo n12 34
Quadro 6.13 Resposta questo n13 35
Quadro 6.14 Resposta questo n 14 36
Quadro 6.15 Resposta questo n15 37
Quadro 6.16 Resposta questo n16 38
Quadro 6.17 Resposta questo n17 39
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AM: Autoridade Martima
AMN: Autoridade Martima Nacional
BF Brigada Fiscal
CNCM: Centro Nacional Coordenador Martimo
DGAIEC: Direco Geral das Alfandegas e Impostos Especiais sobre o Consumo
FRONTEX: Agencia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas Fronteiras Externas
GNR: Guarda Nacional Republicana
LAOS: Long Arm Operacional System
LVI: Lancha de Vigilncia e Intercepo
MAI: Ministrio da Administrao Interna
PJ: Polcia Judiciria
PM: Polcia Martima
PSP Polcia de Segurana Publica
SAM: Sistema de Autoridade Martima
SEF: Servio de Estrangeiros e Fronteiras
SIVICC: Sistema Integrado Vigilncia, Comando e Controlo
UCC: Unidade de Controlo Costeiro
UE: Unio Europeia
VTS: Vessel Traffic System
ZEE: Zona Econmica Exclusiva
Art. Artigo
Cmdt Comandante
Dest. Destacamento
Dec. Decreto
M Masculino
n. Nmero
Reg. Regulamentar
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CAPTULO 1 - APRESENTAO DO TRABALHO
1.1 INTRODUO
1.1.1 OBJECTIVO
Com a realizao deste trabalho, pretende-se analisar se exequvel falar de
cooperao/coordenao entre a UCC e algumas das entidades representadas no SAM,
nomeadamente a Marinha, atravs da Autoridade Martima e a PM, no que respeita a
vigilncia, patrulhamento, fiscalizao e controlo das guas territoriais portuguesas.
Assim, o objectivo geral deste trabalho aferir a perspectiva dos comandantes de
Destacamentos da UCC e dos comandantes das Capitanias, sobre a existncia de
cooperao e coordenao de esforos para o cabal cumprimento das respectivas misses,
e ainda, alguma soluo para possveis problemas que persistem para a consecuo desse
fim.
1.1.2 ENQUADRAMENTO
A elaborao do Trabalho de Investigao Aplicada (TIA) surge no decorrer do Tirocnio,
no mbito do Mestrado em Cincias Militares na especialidade de GNR, sendo curso
ministrado na Academia Militar, direccionado para o desenvolvimento e formao de
futuros Oficiais dos quadros permanentes da GNR.
Sendo o TIA parte integrante do curso, tem como grande objectivo a aplicao do Mtodo
cientfico. Tratando-se de um trabalho de investigao, inicia-se com a pesquisa
bibliogrfica de fontes oficiais directamente relacionadas com o tema a explorar, visando
tambm o desenvolvimento de algumas capacidades, tais como, a investigao, sntese e
compreenso de um estudo cientfico. O TIA insere-se em algumas das temticas
importantes e debatidas no mbito da Segurana e Defesa, directa ou indirectamente,relacionadas com a Misso da GNR.
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Captulo 1 Apresentao do Trabal ho
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 2
1.1.3 ESCOLHA E JUSTIFICAO DO TEMA
A realizao deste TIA justifica-se pela necessidade de uma anlise mais aprofundada
sobre a articulao entre a recm criada UCC e os ramos das Foras Armadas, sendo eles, aMarinha e a PM, bem como, os mtodos que utilizam no contexto do planeamento e do
cumprimento das misses de actuao em guas nacionais.
O estudo desta articulao importante, na medida em que permitir compreender e
detectar os aspectos a melhorar ao nvel da cooperao, fazendo uma racionalizao que
pode conduzir ao melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais da GNR e dos
restantes ramos das Foras Armadas envolvidos.
1.1.4 DELIMITAO DO OBJECTO DE ESTUDO
Devido ao vasto leque de meios humanos e legislao directamente relacionados com este
trabalho, constitui-se como necessrio delimitar o objecto de estudo, tornando-o exequvel
e vivel dentro do perodo superiormente estabelecido (10 semanas) 1.
O problema ser delimitado atravs de uma anlise dos dados bibliogrficos recolhidos e
de uma abordagem construtiva traando linhas concretas e viveis de actuao de cada
fora empenhada na vigilncia, segurana e controlo da costa e mar territorial portugus.
Ser ainda analisada a adequabilidade dos meios materiais inerentes a cada entidade, bem
como, as bases legais que fundamentam a actuao das mesmas, segundo as perspectivas
dos comandantes de Destacamentos da UCC e dos comandantes das Capitanias (de Lisboa
e Figueira da Foz) sobre a existncia de cooperao/coordenao.
1.1.5 QUESTES DE PARTIDA
A etapa inicial para a realizao de um trabalho a formulao de uma pergunta de
partida. Esta fase constitui-se fundamental, j que a pergunta de partida servir como linha
orientadora da evoluo do trabalho (Quivy & Campenhoudt, 2008).
Assim sendo, a pergunta de partida :
Existe uma relao de cooperao/coordenao entre a UCC e a Marinha?
1Normas Especficas do Estgio de Natureza Profissional, art. 7.
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Captulo 1 Apresentao do Trabal ho
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 3
Face ao objectivo definido na realizao do trabalho e pergunta de partida, surgem
algumas questes derivadas, cuja resposta se caracteriza como essencial para solucionar a
problemtica em questo:
A formao dos militares que constituem a GNR/UCC adequada? Se sim, quais as
virtudes? Se no, diga quais as fraquezas ou lacunas?
A GNR dispe dos meios indicados para o cumprimento da sua misso? Se a resposta
negativa, o que poderia ser alterado?
O Centro Nacional Coordenador Martimo (CNCM), um rgo com a finalidade de
aprovar e emitir orientaes para assegurar a articulao afectiva entre as entidades com
poder de Autoridade Martima (AM). Tendo isso em conta, acha que as reunies do
CNCM constituem um reforo para a cooperao/coordenao entre as entidades
presentes no Sistema de Autoridade Martima (SAM)?
O SAM foi criado com o objectivo de potenciar dinmica na conjugao de esforos,
maximizando o combate ao narcotrfico, entre outros crimes. Os objectivos tm vindo a
concretizar-se?
O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro representa uma mais-valia
para a melhoria da cooperao/coordenao das entidades nele envolvidas?
Existe boa relao de cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as
Capitanias dos Portos?
A informao mutuamente disponibilizada em tempo til?
Como caracteriza, se pode caracterizar, a cooperao das entidades do SAM e a
cooperao existente na FRONTEX?
Porque foi a GNR incumbida de operar o SIVICC?
Um sistema como o SIVICC exige ter uma grande capacidade de resposta. A GNR ter
essa capacidade?
O futuro da vigilncia e segurana da costa passa pela criao de uma Guarda Costeira
Portuguesa?
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Captulo 1 Apresentao do Trabal ho
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 4
1.2 METODOLOGIA
Foram levadas a cabo vrias consultas documentais e pesquisa de diversas matrias, para
que fosse criada uma sustentabilidade lgica e lcita, no decorrer da investigao.Assim sendo, para a elaborao deste trabalho foi fundamental fazer uma pesquisa/recolha
bibliogrfica que forneceu os dados essenciais para responder questo central e
formulao das respectivas hipteses. Foi realizada uma consulta minuciosa da actividade
legisladora do Governo, da Assembleia da Repblica, dos Despachos das Chefias
Militares, sobre o tema enunciado, bem como consulta de sites e leitura atenta de obras
sobre o tema e apreciao de comentrios. Numa segunda fase, foram realizadas
entrevistas, de forma a constatar a realidade para alm do suporte legal. Os dados foramtratados e feita a respectiva articulao com os pressupostos legais.
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO
A estrutura formal do presente trabalho obedece metodologia cientfica utilizada no
mbito da investigao em cincias sociais, estando de acordo com o que proposto por
Sarmento (2008), adaptado s orientaes fornecidas pela Academia Militar (Academia
Militar, 2008).
Assim sendo, para alm da apresentao e justificao do trabalho, este encontra-se
dividido em duas partes: a Parte I ou Parte Terica, que est dividida em trs captulos
(Capitulo 2-Gnese das Entidades com Competncia no Mar Territorial Portugus,
Captulo 3-Vigilncia e Controlo do Espao Martimo Portugus, Captulo 4-Cooperao
Martima) e baseou-se em anlise de livros, artigos e comentrios considerados pertinentes
em relao ao tema proposto, bem como conversas de carcter informal.
Na Parte II ou Parte Prtica, foi utilizado o mtodo de observao directa e realizaram-se
entrevistas semi-estruturadas a diferentes entidades, de forma a concretizar os objectivos a
que este trabalho se prope.
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PARTE IENQUADRAMENTO TERICO
CAPTULO 2 - GNESE DE ALGUMAS DAS ENTIDADESCOM COMPETNCIA NO MARTERRITORIAL PORTUGUS
2.1 ORIGEM DO SERVIO MARTIMO DA GUARDA NACIONALREPUBLICANA
Com base no Regulamento Orgnico do Corpo da Guarda Fiscal (Dec.-Reg. n. 4 de 17 de
Setembro de 1885) e no seu art. 1.:
A fora actualmente empregada no servio de fiscalizao externa das alfandegas, conforme a
organizao, approvada pelos decretos de 1 de Setembro de 1881, 30 de Novembro de 1882 e
de 23 de Outubro de 1883, passar a constituir um corpo especial da fora publica, que se
denominar corpo da guarda fiscal, destinado privativamente ao servio de fiscalizao,
terrestre e maritima, dos rendimentos pblicos, cuja administrao, cobrana e arrendao est
confiada administrao geral das alfandegas e contribuies indirectas.
Durante cerca de 100 anos, foi a Guarda Fiscal que desenvolveu misses no mar territorial,
com especial ateno para o desenrolar de aces da cariz fiscal e aduaneiro.
Vrias reestruturaes aconteceram, sendo que a mais marcante ocorreu no ano de 1993, e
que resultou na extino da Guarda Fiscal e na consequente criao da Brigada Fiscal
(BF). Uma Unidade Especial subjacente GNR, dotada de meios de observao, de
comando e controlo, de comunicaes e de interveno, para descobrir, prevenir e reprimir
infraces fiscais, em todo o territrio nacional incluindo no mar territorial.
A continuidade de uma fora com misses em todo o mar territorial sustentada pela
permeabilidade dos cerca de 850 Km de costa, acrescentando as Regies Autnomas dos
Aores e da Madeira e pela localizao geogrfica de Portugal, j que por via martima
que chegam grande parte dos recursos para o pas e para a Europa, tornando Portugal
vulnervel a ameaas no mbito da Segurana Interna, quer sejam de cariz fiscal e
aduaneiro, quer de foro criminal.
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Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 7
na Lei N. 63/2007 de 6 de Novembro 2, mais precisamente no seu Art. 40Unidade de
Controlo Costeiro (UCC), que se encontra definida a UCC, bem como a sua misso e as
suas competncias:
1. A UCC a unidade especializada responsvel pelo cumprimento da misso da Guarda em
toda a extenso da orla martima e no mar territorial, com competncias especficas de
vigilncia, patrulhamento e intercepo naval ou terrestre em toda a costa do continente e das
Regies Autnomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilncia,
Comando e Controlo (SIVICC), distribudo ao longo da orla martima.
2. A UCC constituda por destacamentos.
3. O comandante da UCC tem o posto de major-general ou coronel ou, quando o nomeado for
oficial da marinha, um dos postos equivalentes, e coadjuvado por um segundo comandante.
Na mesma Lei, mas desta vez no N. 2 do Art. 3, so elencadas e atribudas,
especificamente, UCC, as seguintes misses:
c) Assegurar, no mbito da sua misso prpria, a vigilncia, patrulhamento e intercepo
terrestre e martima, em toda a costa e mar territorial do continente e das Regies Autnomas;
d) Prevenir e investigar as infraces tributrias, fiscais e aduaneiras, bem como fiscalizar e
controlar a circulao de mercadorias sujeitas aco tributria, fiscal ou aduaneira;e) Controlar e fiscalizar as embarcaes, seus passageiros e carga, para os efeitos previstos
na alnea anterior e, supletivamente, para o cumprimento de outras obrigaes legais;
f) Participar na fiscalizao das actividades de captura, desembarque, cultura e
comercializao das espcies marinhas, em articulao com a Autoridade Martima Nacional
e no mbito da legislao aplicvel ao exerccio da pesca martima e cultura das espcies
marinhas.
2Ver Anexo C.
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Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 8
2.4 MARINHA
2.4.1 NATUREZA E MISSO
No organograma exposto na Figura 2.2, podemos verificar que sobre a alada do Chefe do
Estado-Maior da Armada se encontram algumas instituies que, directa e objectivamente,
tem funes e misses de influncia exclusiva no alto-mar e no mar territorial,
nomeadamente no que respeita a patrulhamento e eventual interveno, no tendo,
contudo, qualquer tipo de formao policial.
Figura 2.2Organograma que representa a estrutura da Marinha.(Fonte:http://www.marinha.pt/PT/amarinha/estruturaorganizativa/Pages/OrganizacaonaMarinha.aspx)
Note-se que na vertente daAM que a Marinha exerce o seu poder e presena no SAM,
constituindo-se, assim, uma fora que segundo o decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12
de Dezembro tem funes de coordenao com a GNR. Segundo o mesmo Decreto,
compete Marinha/AMN coordenar a actuao da GNR no que respeita segurana dos
navios e embarcaes de pesca, de comrcio e da nutica de recreio 3e deve ser coordenada
3Ver Anexo E, Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro, n. 1 do art. 3.
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Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 9
pela GNR em tudo o que respeite a infraces tributrias, fiscais e aduaneiras fora das
instalaes tributrias4.
Com base na Lei Orgnica da Marinha5, podemos definir a Natureza desta Fora, bem
como as misses a que a mesma est incumbida.
Assim sendo, por natureza, a Marinha um ramo das Foras Armadas, dotado de
autonomia administrativa, que se integra na administrao directa do Estado, atravs do
Ministrio da Defesa Nacional.(Lei Orgnica da Marinha)
A Marinha tem como misso principal participar na defesa militar da Repblica, tendo
como base a gerao, preparao e sustentao de foras. Tem, ainda, um rol variado de
misses, das quais, e no mbito deste trabalho, se destacam (com base no n. 3 do Art. 2):
Exercer a autoridade martima e garantir o cumprimento da lei nos espaos martimos
sob soberania ou jurisdio nacional;
Assegurar o servio de busca e salvamento martimo nos espaos martimos sob
responsabilidade nacional.
2.5 POLCIA MARTIMA
2.5.1 NATUREZA E MISSO
A Polcia Martima uma fora policial armada e uniformizada, dotada de competncia
especializada nas reas e matria legalmente atribudas ao SAM e composta por militares
da Marinha e agentes militarizados (Marinha, 2010). A PM garante e fiscaliza o
cumprimento das leis e regulamentos na rea de jurisdio martima nacional,
designadamente em espaos integrantes do domnio pblico martimo, em guas interiores
e em guas sob soberania e jurisdio nacional. Compete-lhe, ainda, em colaborao com
as demais foras policiais e de segurana, garantir a segurana e os direitos dos cidados.
Compete PM, como polcia de especialidade que exerce funes nas reas de jurisdio
da AMN, executar aces de policiamento, fiscalizao, vigilncia e de investigao, entre
outras:
Praticar os actos que, no mbito de polcia, sejam necessrios com vista concesso do
despacho de largada de navios e embarcaes;
4Ver Anexo E, Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro, n. 1 do art. 4.5 Ver Anexo D.
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Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 10
Realizar os actos de inqurito a sinistros martimos, efectuando todas as diligncias
necessrias respectiva averiguao processual;
Executar, na sequncia de determinaes do rgo local da Direco-Geral da
Autoridade Martima, os actos processuais e instrutrios em mbito dos ilcitos contra-
ordenacionais;
Efectuar as diligncias processuais necessrias instruo dos relatrios de mar;
Praticar os actos e realizar as diligncias necessrias ao cumprimento das determinaes
do capito do porto no mbito da segurana da navegao, nomeadamente no mbito de
decises tomadas em matria do fecho de barra, acesso e navegao em guas interiores e
territoriais e transporte de cargas perigosas;
Efectuar detenes dos estrangeiros que entrem ou permaneam ilegalmente em
territrio portugus.
A PM tem tambm atribudas as seguintes competncias:
Executar os actos de deteno de embarcaes, nos casos legalmente previstos;
Fiscalizar o cumprimento das normas legais relativas s pescas;
Fazer cumprir as normas respeitantes aos banhistas;
Zelar pela preservao do meio marinho no que respeita a recursos vivos, ao combate
poluio e vigilncia do litoral;
Colaborar com as demais entidades policiais para garantir a segurana e os direitos dos
cidados;
Preservar a regularidade das actividades martimas;
Efectuar a investigao de ocorrncias em caso de naufrgios;
Instruir processos de contra-ordenao.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 11
CAPTULO 3 - VIGILNCIA E CONTROLO DO ESPAOMARTIMO PORTUGUS
3.1 LAOS
O LAOS um sistema integrado de vigilncia de comando e controlo destinado deteco, identificao, preveno e represso das actividades ilcitas de aproximao
martima ao litoral portugus, que ponham em causa a segurana interna do territrio
nacional. Tem capacidade para ser utilizado em reas distintas, tais como, no combate
imigrao clandestina e na proteco do ambiente.
Foi concebido e instalado com o objectivo de garantir a observao a grande distncia, de
dia e de noite, com equipamento especial, apoiando as operaes a desenvolver ao longo
da costa e melhorar o sistema de comando e controlo operacional das foras.O LAOS, tem tambm um vasto conjunto de potencialidades, como, acompanhar em
tempo real as actividades operacionais de qualquer Subunidade, analisar as informaes, o
terreno e as condies ambientais e planear as operaes, receber informao permanente
sobre o sistema, obter relatrios histricos e garantir ligao eficiente e segura.
O sistema LAOS est assente em quatro subsistemas. So eles: terrestre, martimo, areo e
comunicaes. O subsistema terrestre, capacitado de postos de observao fixos,
Unidades de observao mveis, binoculares de longo alcance, cmaras trmicas e Sub-
Unidades Operacionais. O subsistema martimo composto por lanchas de patrulhamento
martimo e lanchas de intercepo. O subsistema areo consiste na coordenao com a
Fora Area. As comunicaes so o subsistema que capacita o LAOS de uma ligao
permanente e continua ao longo do territrio.
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Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 12
3.2 SISTEMA INTEGRADO DE VIGILNCIA COMANDO ECONTROLO
Foi aos 23 dias de Junho do ano de 2009 que o Secretrio de Estado Adjunto da
Administrao Interna emitiu o despacho referente adjudicao do SIVICC, segundo o
portal de segurana do Governo 6. A instalao deste sistema tecnologicamente inovador
vai ficar a cargo da empresa Espanhola Indra7, oramentado em cerca de 25 milhes de
Euros e que estar funcional na sua totalidade at ao ms de Agosto de 20118.
O SIVICC, foi a soluo encontrada para substituir o obsoleto Long Arm Operational
System (LAOS) e vai ser operado pela UCC. Consiste num sistema de monitorizao
atravs de radares, sensores, cmaras de vdeo e de infravermelhos, que estaro dispostos
de Norte a Sul da costa Portuguesa, permitindo detectar qualquer tipo de movimentaes
que ocorram at uma distncia aproximada de 120 milhas. Tem por objectivo fazer face a
algumas ameaas que o pas enfrenta, nomeadamente trfico de droga e de armas e
imigrao ilegal. Quando necessrio, proporciona tambm a interveno e intercepo de
embarcaes suspeitas atravs das Lanchas de Vigilncia e Intercepo (LVI), ou pode
resultar tambm na utilizao de helicpteros, atribudos ao Ministro da Administrao
Interna (MAI), bem como, no empenhamento de meios operados pela Marinha.
A implementao do SIVICC, vai permitir que seja canalizada toda a informao, atravs
de transmissores e computadores, para o comando e controlo, sediado no comando da UCC
em Alcntara. Assim sendo, tem a vantagem acrescida de permitir a centralizao de
dados em qualquer lugar que for determinadosegundo o Coronel Antnio Porfrio9.
Este sistema est interligado com o Sistema Integrado de Vigilncia Exterior (SIVE), um
sistema similar utilizado em Espanha e tambm ao Vessel Traffic System (VTS), que se
caracteriza por ser um sistema civil de monitorizao do trfego martimo, direccionado
para a segurana e salvaguarda da vida no mar. Apesar de operado pela UCC, os dadossero partilhados com outras foras como a Marinha, Polcia Judiciria (PJ), Servio de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Polcia de Segurana Publica (PSP), sendo que esta
partilha de informao ser promovida e incentivada10.
6Verhttp://www.portugal.gov.pt/pt/GC17/Governo/Ministerios/MAI/Notas/Pages/20090623_MAI_Com_SIVICC.aspx7Ver http://www.publico.pt/Sociedade/governo-adjudicou-sistema-de-vigilancia-costeira-a-empresa-suspeita-de-corrupcao_13885568Ver http://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes9Segundo o coronel Antnio Porfrio, ver http://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes
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Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 13
A costa portuguesa vai finalmente dispor de uma muralha tecnolgica contra a
criminalidade organizada e transnacional.11
3.3 FRONTEX
3.3.1 ENQUADRAMENTO
A livre circulao de pessoas, prometida aos cidados europeus no Tratado de Roma,
implicava, em um dos seus aspectos, a supresso do controlo nas fronteiras entre Estados
Membros. O reforo da cooperao dos rgos de aplicao da lei em toda a Europa foi
uma consequncia bvia desse passo. A arquitectura da segurana europeia tem sido
gradualmente desenvolvida atravs da cooperao quotidiana de Schengen.
Desde Novembro de 2004, quando o Programa de Haia foi aceite pelo Conselho Europeu,
que o espao de Liberdade, Segurana e Justia est a ser fomentado na Unio Europeia
atravs do reforo da cooperao entre Estados Membros, dos Pases Associados de
Schengen e de outros parceiros.
A Segurana de Fronteiras, sendo parte desse fenmeno, tambm sofreu evoluo a partir
de sistemas nacionalmente focados onde a soberania de cada Estado est subjacente
cooperao operacional nas fronteiras externas. Sistemas de segurana de fronteira
nacional esto a ser complementados por um conjunto unificado de ferramentas eficazes
para gerir riscos potenciais nas fronteiras externas.
neste contexto que nasce a Agncia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas
Fronteiras Externas (FRONTEX). Foi criada especialmente para integrar sistemas de
segurana de fronteiras nacionais dos Estados-Membros contra todos os tipos de ameaas
que poderiam acontecer, na ou atravs da fronteira externa dos Estados Membros da UnioEuropeia.
A FRONTEX comeou ento a ser plenamente operacional em 3 de Outubro de 2005, com
sede em Varsvia, Polnia, e tinha na sua base, 164 peritos nacionais destacados. Promove
um modelo europeu de Sistema de Gesto Integrada de Fronteiras da Unio Europeia (UE),
que consiste no s no controlo das fronteiras, mas tambm em outros elementos
10Segundo Tenente-General Nelson dos Santos Comandante Geral da GNR, verhttp://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes11Ver http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1318265
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Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 14
importantes, como os aspectos da poltica de fronteiras.O sistema distribudo em quatro
nveis complementares, que incluem medidas operacionais em e com pases terceiros.
Assim sendo, o primeiro nvel do modelo formado pela troca de informaes e a
cooperao entre Estados Membros; o segundo nvel representado pelo controlo de
fronteiras, incluindo vigilncia, controlo e anlise de risco; o terceiro nvel est ligado
cooperao com as guardas da fronteira, aduaneiras e autoridades policiais em pases
vizinhos e o quarto nvel est ligado cooperao com pases terceiros, incluindo
actividades comuns.
Esta organizao um rgo de comunidade que tem personalidade jurdica, bem como
autonomia operacional e oramental. governada pelo seu Conselho de Administrao,
que constitudo por chefes operacionais dos servios de guarda de fronteira nacional erepresentantes da Comisso Europeia. Este Conselho tem as competncias necessrias para
elaborar o oramento, verificar a sua execuo, adoptar as regras financeiras adequadas,
estabelecer procedimentos de trabalho transparentes para tomada de deciso pela Agncia
e, ainda, nomear o Director Executivo e seu adjunto.
A FRONTEX tem um vasto rol de misses, tais como:
Coordenar a cooperao operacional entre Estados Membros da EU no domnio da
gesto das fronteiras externas; Fornecer assistncia aos Estados Membros na formao dos guardas de fronteira
nacional, incluindo o estabelecimento de normas comuns de formao;
Levar a cabo anlises de risco;
Seguir o desenvolvimento de investigao relevante para o controlo e a vigilncia das
fronteiras externas;
Garantir assistncia aos Estados Membros em circunstncias que exijam maiores
cuidados tcnicos e operacionais nas fronteiras externas; Fornecer aos Estados Membros o apoio necessrio na organizao conjunta de
operaes de regresso;
Reforar a liberdade e a segurana dos cidados da UE complementando os sistemas de
gesto de fronteiras nacionais dos Estados Membros;
Promover activamente a cooperao com rgos de aplicao da lei responsveis pela
segurana interna a nvel da UE.
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Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 15
3.3.3 BREVE HISTORIAL DE OPERAES COM A GNR
Sob a coordenao da FRONTEX e no decurso da sua existncia, Portugal tem vindo a
participar activamente em diversas operaes conjuntas (areas, martimas e terrestres),envolvendo a colaborao da Guarda Nacional Republicana (GNR/MAI), do Servio de
Estrangeiros e Fronteiras (SEF/MAI), e da Marinha/AMN. Assim, apresenta-se abaixo um
breve historial de Operaes conjuntas em que a GNR esteve envolvida, segundo o portal
de segurana do Governo:
Operao MINERVA - Esta operao teve por objectivo geral o reforo do controlo dos
postos de fronteira martima do Sul de Espanha com ligaes regulares aos portos
marroquinos. Especificamente, visou a deteco de documentos falsos e falsificados, assimcomo a deteco de imigrantes ilegais no interior de veculos e contentores, provenientes
de Marrocos. Portugal participou com dois elementos do SEF e com equipas cinotcnicas
da GNR.
Operao POSEIDON - Incidiu na regio do Mediterrneo Oriental, em particular nas
fronteiras martimas e terrestres entre a Grcia, a Bulgria, a Turquia e a Albnia. Portugal
enviou peritos do MAI (SEF e GNR).
Operao INDALO - Visou reforar o controlo das fronteiras martimas do sul daEuropa, na rea do Mediterrneo Central, referenciando a imigrao ilegal oriunda por via
martima do norte de frica com destino ao sul de Espanha. Portugal participou com um
helicptero de vigilncia martima do SEF/MAI e duas embarcaes da GNR/MAI.
Operao GORDIUS II - A operao teve por objectivo a preveno dos fluxos de
imigrao ilegal com origem na Moldvia e na Ucrnia, mediante o reforo do controlo ao
longo da fronteira terrestre e ao longo dos postos de passagem autorizada. Portugal
participou com dois peritos do MAI (SEF e GNR).
Operao EUROCUP 2008 - Desenvolvida no quadro da preparao do Campeonato
Europeu de Futebol (Sua e ustria, Junho de 2008), teve por objectivo o reforo do
controlo de fronteira, com vista a prevenir os fluxos de imigrao ilegal. A operao
contou com a participao de duas individualidades do SEF e uma da GNR.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 16
CAPTULO 4 - COOPERAO MARTIMA
4.1 SISTEMADEAUTORIDADEMARTIMA
Consideradas a extenso da costa portuguesa, cuja vigilncia importa assegurar de forma
eficaz, e a situao geoestratgica de Portugal, que corresponde confluncia das mais
importantes e movimentadas rotas martimas internacionais, exigvel uma ateno acrescida
tendo em vista a preservao de situaes potencialmente lesivas do interesse nacional e
comunitrio. Por outro lado, Portugal dispe da segunda maior zona econmica exclusiva12
da Europa, o que igualmente postula a existncia de instrumentos susceptveis de responder
capazmente aos desafios da resultantes. Adopta-se, assim, um novo conceito de sistema da
autoridade martima (SAM), assumindo carcter de transversalidade, passando a integrar
todas as entidades, civis e militares, com responsabilidades no exerccio da autoridade
martima. Este novo SAM passar a dispor de meios de coordenao nacional de nvel
ministerial e de coordenao operacional de alto nvel, que potenciaro uma nova dinmica
na conjuno de esforos, maximizando resultados no combate ao narcotrfico, na
preservao dos recursos naturais, do patrimnio cultural subaqutico e do ambiente e na
proteco de pessoas e bens. (Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 de Maro).13
No mbito do enquadramento e justificao da necessidade do SAM, so-lhe cometidas
vrias atribuies no espao martimo sob jurisdio nacional14. Tais misses esto
incumbidas s entidades constituintes do SAM15, que detm poder de Autoridade Martima
(AM)16
.Assim sendo e elencando mais minuciosamente o Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 Maro, por
se considerar importante para o corpo do presente trabalho, de referir que o SAM tem
como rgo central a Direco-Geral de Autoridade Martima (DGAM), como rgos
regionais os Departamentos Martimos e como rgos locais as Capitanias de Portos. O
SAM visa garantir a prossecuo das leis nos espaos martimos sob jurisdio nacional,
12Ver a definio no n. 2 do Art. 4 do Decreto-lei n.43/2002 de 2 de Maro.13
Ver, Anexo F.14Ver, art. 6 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.15Ver, n. 1 do art. 7 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.16Ver, art. 3 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.
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Captulo 4 Cooperao M artima
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 17
sendo que tem a si atribudas a segurana e controlo da navegao; a preservao e
proteco dos recursos naturais, preservao e proteco do patrimnio cultural
subaqutico; preservao e proteco do meio martimo; preveno do combate poluio;
assinalamento martimo, ajudas e avisos navegao; fiscalizao das actividades de
aproveitamento econmico dos recursos vivos e no vivos; salvaguarda da vida humana no
mar e salvamento martimo; proteco civil com incidncia no mar e na faixa litoral;
proteco da sade pblica; preveno e represso da criminalidade, nomeadamente no que
concerne ao combate ao narcotrfico, ao terrorismo e pirataria; preveno e represso da
imigrao clandestina; segurana da faixa costeira e no domnio pblico martimo e das
fronteiras martimas e fluviais, quando aplicvel. Exercem poder de AM no quadro do
SAM a Autoridade Martima Nacional (AMN); Polcia Martima (PM); Guarda NacionalRepublicana (GNR); Polcia de Segurana Pblica (PSP); Servio de Estrangeiros e
Fronteiras (SEF); Inspeco-Geral das Pescas; Instituto da gua; Instituto Martimo-
Porturio; Autoridades porturias; Direco-Geral da Sade.
Foi ento, no no muito longnquo, dia 2 de Maro do ano de 2002 que se criou o SAM,
para que um passo em frente fosse dado no sentido de se aperfeioar e desenvolver os
conhecimentos e competncias, para que o combate s ameaas que possam surgir do mar
se torne mais eficaz. tambm nesse Decreto-Lei que criado o Conselho deCoordenao Nacional (CCN)17, com a finalidade de aprovar e emitir orientaes para
assegurar a articulao afectiva entre as entidades com poder de AM, presidido pelo
Ministro da Defesa Nacional (MDN).
4.2 DECRETOREGULAMENTARN. 86/2007DE12DEDEZEMBRO
o Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro, que mais nfase d potencial
cooperao e articulao entre as autoridades de polcia, com jurisdio no espao
martimo nacional18.
Como j foi referido, Portugal um pas que tem uma das maiores Zonas Econmicas
Exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1.700.000 Km2, o que representa perto de 18
vezes a sua rea terrestre. Revelando-se como uma clara possibilidade para a entrada de
matrias ilcitas na Europa.
17Ver, Art. 8 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.18Ver, Art. 1 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.
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Captulo 4 Cooperao M artima
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 18
Tambm a Guarda Nacional Republicana (GNR) exerce misses em toda a costa, no mar
territorial e na zona contgua, cometendo-lhe a lei competncias especficas de vigilncia,
patrulhamento e intercepo martima ou terrestre, definidas na respectiva Lei Orgnica.
(Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro).19
Como tal, espectvel que exista um Decreto Regulamentar que estabelea ao pormenor,
qual o tipo de coordenao que se pretende, para alm da coordenao entre a GNR e
Marinha/AMN no que respeita segurana da navegao dos navios e embarcaes de
pesca, de comrcio e de nutica de recreio20; e no mbito das infraces tributrias, fiscais
e aduaneiras fora das instalaes porturias.
Se em alguns casos uma Fora coordena a outra, outros casos h, em que as mesmas tm o
dever de cooperar21. Veja-se o caso especfico do combate imigrao ilegal, trfico de
seres humanos e de mercadorias, em que, respectivamente, so o SEF e a DGAIEC que
coordenam, com a GNR e a Marinha/AMN, todas as aces de vigilncia e fiscalizao nas
instalaes porturias.
19Ver Anexo E.20Ver Art. 3 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.21Ver Art. 6 e 7 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 19
PARTE IITRABALHO DE CAMPO
CAPTULO 5 - METODOLOGIA
5.1 INTRODUO
Aps analisadas as entidades envolvidas no controlo do mar territorial Portugus, a sua
organizao e alguns dos seus meios, assim como alguns dos pressupostos legais em que
assentam os princpios de cooperao e coordenao entre as foras, finaliza-se ento a
parte terica, seguindo-se a Parte Prtica.
O objectivo da Parte Prtica verificar a veracidade dos conceitos tericos descritos e
encontrar respostas para as hipteses que anteriormente foram levantadas, bem como ao
objectivo proposto no trabalho. Com base no referido, apresenta-se neste captulo o
trabalho de campo efectuado.
5.2 HIPTESES
Quivy e Campenhoudt (2008) defendem que a organizao de uma investigao em torno
de hipteses de trabalho constitui a melhor forma de a conduzir com ordem e rigor, sem
por isso sacrificar o esprito de descoberta e de curiosidade que caracteriza qualquer
esforo intelectual digno deste nome.
Assim sendo, a objectividade e coerncia de um trabalho de investigao so
inevitavelmente atingidas de forma legtima se a realizao do mesmo for assente em
hipteses.
Como tal, no decorrer da anlise da Parte Terica deste trabalho, surgiram algumas
hipteses:
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Captul o 5 - Metodologia
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 20
H1: Os meios e o tipo de formao das foras envolvidas na proteco e segurana do mar
territorial Portugus so adequados.
H2: As reunies do CNCM so um meio para a prspera cooperao/coordenao entre as
entidades que abarcam no controlo da costa.
H3: O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro representa melhorias na
cooperao/coordenao para as entidades que tm competncias no mar territorial
Portugus.
H4: A informao mutuamente disponibilizada em tempo til.
H5: A FRONTEX, para alm das competncias e misses que a ela esto subjacentes,
serve tambm como modelo a seguir no que respeita a cooperao/coordenao entre
entidades.H6: O SIVICC um sistema com muitas potencialidades e a GNR ter capacidade de
resposta.
H7: O futuro da vigilncia e segurana da costa passa pela criao de uma Guarda Costeira
Portuguesa.
5.3 MTODOENTREVISTA
Para a realizao de um trabalho de investigao est subjacente a utilizao de mtodos e
tcnicas de recolha de informao. Assim sendo, o mtodo adoptado aplicado a uma
determinada amostra, para que os resultados obtidos e o alcance de determinadas
concluses possam ir de encontro aos objectivos propostos, respondendo, adequadamente,
s hipteses e questes de investigao anteriormente colocadas.
Como tal, no decorrer do trabalho optou-se pela realizao de entrevistas semi-
estruturadas, sendo que os entrevistados responderam a perguntas apresentadas no guio da
entrevista22. Este tipo de entrevista necessita de um processo de planificao, de
preparao e de um plano, em que o objectivo e os subtemas estejam implcitos, tendo
como premissa um fio condutor assente numa ordem lgica de perguntas. Neste mtodo
garantida, ao entrevistado, a oportunidade de expor as suas ideias, pontos de vista e
expectativas (Fortin, 1996).
22Ver Apndice A e B.
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Captul o 5 - Metodologia
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 21
Note-se ainda que foram explanadas opinies pessoais dos entrevistados, sobre o tema a
ser trabalhado, e tambm sobre outros assuntos que se constituram pertinentes nesse
mbito.
As questes elencadas no guio de entrevista foram geradas atravs das hipteses, que por
sua vez, derivam da questo principal e questes derivadas, anteriormente referidas. A
construo dos guies teve por base grelhas verticais segundo Guerra (2006, p. 73).
5.4 CARACTERIZAODOUNIVERSODEANLISEEDAAMOSTRA
Segundo Guerra (2006) a amostra no se constitui por acaso, mas em funo de
caractersticas especficas que o investigador quer pesquisar.
Como tal e para realizar o que nos pontos anteriores foi descrito, necessria a existncia
de um universo de anlise, sendo constitudo por Oficiais Comandantes de Destacamentos
da UCC. Do referido universo foi seleccionada uma amostra tendo em conta os seguintes
parmetros:
Conhecimentos adquiridos sobre o tema do trabalho de investigao, ao longo da sua
carreira profissional;
Funes de comando que desempenham;
Experincia em aces de cariz Operacional;
Quadro5.1 Caracterizao da amostra
Entrevistados Gnero Posto Funo
1 M MajorCmdt Dest. de Controlo Costeiro da Figueira daFoz
2 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Lisboa
3 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Olho
4 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Sines
5 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Matosinhos
6 M Capito Cmdt. Dest. de Vigilncia Mvel
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 22
CAPTULO 6 - APRESENTAO E ANLISE DE
RESULTADOS
6.1 INTRODUO
Neste captulo, so apresentadas as questes que constituem o guio da entrevista, bem
como as respostas obtidas, individualmente, por cada entrevistado.
Procede-se anlise das entrevistas, com base em quadros, onde so expostas as respostas
dos entrevistados e respectivamente, feita uma anlise de contedo.
6.2 ANLISEETRATAMENTODASENTREVISTAS
1- Considera adequada a formao dos militares da UCC? Se sim, quais as virtudes? Se
no, quais as fraquezas ou lacunas?
Pela leitura das respostas obtidas (Quadro 6.1), pode considerar-se que a opinio sobreo
nvel e a qualidade da formao, no que respeita GNR, varivel, dependendo da
perspectiva e dos militares que esto sob comando de cada um dos entrevistados. No
entanto, apesar da maioria dos entrevistados considerar que a formao adequada ou ser
num futuro muito prximo; h quem julgue que falta formao especializada na vertente
martima, terrestre e para operar o SIVICC.
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A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 23
Quadro 6.1- Respostas questo n.1
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X
Lacunas:- Falta de pessoal especializado em mecnica abordo das embarcaes;- Formao Terico-prtica dos Oficiais;- Formao ao nvel do SIVICC;- Falta formao que distinga os militares daUCC;
Entrevistadon2 X
- A nvel de pessoal, uma grande percentagemde militares oriundos da extinta Brigada Fiscal,isto implica necessariamente que estes militares
esto j bastante familiarizados com grandeparte do servio;-Ainda na vertente da formao, importa referirque a UCC continua a ministrar cursosespecficos em diversas reas.
Entrevistadon3
X- Considero adequada e ajustada.
Entrevistadon4
X- Esto a iniciar um conjunto de cursos quealargaro as competncias dos militares.
Entrevistadon5 X
- O ideal seria que todos os militares da UCC
possussem, para alm da formao de base daGNR, uma formao especfica que abrangesseas vertentes martimas e terrestre.
Entrevistadon6
X
- No entanto, considero que a melhorarformao que a Unidade pode ter aquela que transmitida pelos militares mais experientes,atravs do seu know-how adquirido.
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2 - No seu ponto de vista, a GNR/UCC dispe dos meios indicados para o cumprimento
da sua misso? Se a resposta negativa, o que poderia ser alterado?
As respostas a esta questo (Quadro 6.2), permitem concluir que os meios, apesar de para
alguns entrevistados serem adequados, carecem de renovao. No que respeita aos meios a
GNR, actualmente, est limitada em termos de actuaes em locais de longo raio de aco,
bem como operaes que se estendam por um largo perodo de tempo. No entanto,
unnime que as perspectivas futuras so positivas, pois o SIVICC ir impulsionar a UCC
para um patamar superior a nvel de vigilncia e controlo.
Quadro 6.2 - Resposta questo n. 2
Entrevistado Afirmativo Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X
-Faltam embarcaes que nos permitam ir mais longe eestar mais tempo no mar;
-Faltam embarcaes semi-rgidas;
-O parque automvel est muito envelhecido;
-Estamos muito limitados em meios de observao;
-Mas as LVI so muito boas.
Entrevistadon2
X - Os meios disponveis so os indicados, no entanto,existem ainda aspectos que podem e esto a sermelhorados.
Entrevistadon3
X- certo que a ausncia de meios constitui um entrave,mas por si s no so motivo impeditivo decumprimento de misso.
Entrevistadon4
X- A UCC sofre do mal que afecta toda a GNR, meioshumanos com uma idade beira da reforma e nmero deingressos inferior s sadas para reserva / reforma.
Entrevistadon5
X-Faltam embarcaes para patrulhamento e viaturas.
Entrevistadon6
X- O tipo de meios so os indicados. No entanto, necessrio efectuar actualizaes e renovar os meios quevo ficando obsoletos com o passar dos anos.
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3- Esses meios so em quantidade suficiente?
As respostas obtidas no permitem uma concluso clara (Quadro 6.3). Cada um dos
entrevistados foca um aspecto diferente. Mas, se tem havido acrscimo de meios e seexistem meios (embora possam estar mal distribudos), a concluso relativamente
quantidade de meios tendencialmente positiva.
Quadro 6.3 - Resposta questo n3
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X
Faltam: - Meios humanos;
-Meios de vigilncia;-Semi-rgidos;
-Embarcaes de grande porte.
Entrevistadon2
X
-Como obvio, qualquer Comandante gostaria semprede ter mais meios do que aqueles que tem, por muitosque estes sejam;
- Mas a UCC tem registado um grandeacrscimo/renovao de diversos meios.
Entrevistadon3
X- O preocupante nesta matria, no ser tanto aquantidade de meios disponveis, mas sim a sua
distribuio internamente.Entrevistado
n4X - Faltam meios humanos.
Entrevistadon5
X- Os meios so sempre em quantidade suficiente, quantomais no seja suficiente para fazer o que for possvel.
Entrevistadon6
X- Julgo que apenas os meios de vigilncia soinsuficientes, em termo de quantidade.
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4- Como caracteriza a capacidade da GNR/UCC para a vigilncia da costa?
As opinies so quase unnimes ao considerar que a GNR a fora que mais habilitada
est para fazer a vigilncia costeira (Quadro 6.4). A implementao do SIVICC surge
como um factor futuro de optimizao da resposta da GNR nesta rea.
Quadro 6.4 - Resposta questo n.4
Entrevistado Argumentao
Entrevistado n1-Neste momento estamos com algum dfice, mas com a instalao do SIVICC,teremos uma capacidade excelente.
Entrevistado n2- A capacidade da GNR para a vigilncia da Costa bastante boa;- Com a implementao do SIVICC, a capacidade da Guarda a nvel de vigilnciada costa vai sofrer um reforo e um melhoramento bastante acentuados.
Entrevistado n3
- No existe outra fora em Portugal com capacidade para desempenhar, comexcelncia, esta misso;- O SIVICC a ferramenta que poder proporcionar Guarda atingir nveis dequalidade superior na gesto da segurana junto orla costeira.
Entrevistado n4-No existe em Portugal nenhuma fora em condies de substituir a Unidade deControlo Costeiro na vigilncia de Costa
Entrevistado n5- A GNR atravs da UCC consegue efectuar uma vigilncia de Costa, que maisnenhum organismo nacional tem capacidade para superar, mesmo sem considerar o
SIVICC.
Entrevistado n6-Poderia dizer que assenta basicamente no esforo do pessoal, o que a torna poucoeficaz na obteno de resultados.
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5- Centro Nacional Coordenador Martimo (CNCM), um rgo com a finalidade de
aprovar e emitir orientaes para assegurar a articulao afectiva entre as entidades com
poder de Autoridade Martima (AM), tendo isso em conta, acha que as reunies do
CNCM constituem um reforo para a cooperao/coordenao entre as entidades
presentes no Sistema de Autoridade Martima (SAM)?
Segundo as respostas dos entrevistados (Quadro 6.5), no possvel chegar a uma
concluso muito esclarecedora. Mas o certo que um rgo desta natureza e com a
responsabilidade que lhe est inerente deveria suscitar opinies uniformes quanto sua
existncia e funcionamento; como isto no acontece, a concluso a que se pode chegar
que o seu propsito no est a ser cumprido como inicialmente planeado.
Quadro 6.5 - Resposta questo n.5
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X- O CNCM no eficiente, porque as entidadespresentes no esto em p de igualdade.
Entrevistadon2
X- Existindo um rgo coordenador como o CNCM,creio que essa cooperao sai beneficiada.
Entrevistado
n3
- No estarei em condies de poder responder com
propriedade, mas quero acreditar que sim.Entrevistado
n4X
- O CNCM tem realizado alguns exerccios queevidenciam apenas o desempenho da Marinha.
Entrevistadon5
-No possuo dados para responder a esta pergunta.
Entrevistadon6
X- Julgo que sim.
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7-No seu entender, existe partilha de informaes entre as entidades que constituem o
SAM?
de relevar que em grande parte, a partilha de informao depende da personalidade dos
comandantes da rea, pois a partilha de informao existe quando as relaes pessoais
entre os comandantes so saudveis e os mesmos tm iniciativa para comunicarem. Caso
contrrio, a comunicao deficiente ou mesmo inexistente (Quadro 6.7).
Quadro 6.7 - Resposta questo n. 7
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X-Depende das pessoas;- Devia haver uma plataforma para isso.
Entrevistadon2
X- Sim, no s nas reunies agendadas e programadascomo a prpria partilha de informaes entre osComandantes que as compem e esto no terreno.
Entrevistadon3
X-Estou convencido de que a partilha de informao no uma realidade.
Entrevistadon4
X
-A partilha de informaes existe nomeadamente entreas entidades que acabei de referir; Policia Judiciria,Inspeco Geral de Pescas, SEF e AutoridadesPorturias.
Entrevistadon5
X-No, pelos motivos apresentados na resposta anterior.
Entrevistadon6
- No tenho dados para afirmar ou negar se existepartilha de informao entre as diferentes entidades doSAM.
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8-Julga que o Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro, representa uma
mais-valia para a melhoria da cooperao/coordenao das entidades nele envolvidas?
Mais uma vez, a disparidade das respostas evidente (Quadro 6.8). A criao do Decreto
Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro parece ser vlida, mas a sua aplicao no
cumpre os propsitos para que foi criado.
Quadro 6.8 - Resposta questo n. 8
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1 X
-No se definem os termos;
- Foi criado com premissas erradas;-No h igualdade entre entidades.
Entrevistadon2
X- O objectivo do Decreto-lei mesmo esse, regular aarticulao das diversas entidades.
Entrevistadon3
X-No gostaria de formalizar um juzo negativo, acreditoque o conceito vlido.
Entrevistadon4
X-A dita cooperao/coordenao existe em pleno entre aUCC, a PJ, a IGP, o SEF, a DGAIE e AutoridadesPorturias.
Entrevistadon5
X- Trata-se de uma tentativa da Marinha de ofuscar todasas outras entidades, e assim difcil haver coordenao.
Entrevistadon6
X - Foi esse o propsito da criao do DecretoRegulamentar.
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9-Existe boa relao de cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as
Capitanias dos Portos?
Embora a maioria das respostas seja afirmativa (Quadro 6.9), dois dos entrevistados voltam
a insistir em aspectos j focados na pergunta n. 7: no h uma boa relao de
cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as Capitanias dos Portos
porque, se as comunicaes dependem das relaes pessoais entre comandantes, a
cooperao/coordenao tambm reflecte esse relacionamento.
Quadro 6.9 - Resposta questo n. 9
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X- As relaes que existem so atravs de contactospessoais entre os Comandantes.
Entrevistadon2
X-Existe uma relao muito boa;
- Inteira abertura e disponibilidade de ambas as partes.
Entrevistadon3
X- Em regra so boas relaes.
Entrevistadon4 X
- Os Comandantes das Capitanias ao que me parecetentam colocar-se numa posio de soberania em quase
todos os assuntos de mar, gostam de ser informadosdos mais diversos acontecimentos, mas, no gostam deinformar.
Entrevistadon5
X- A nvel local no se registam problemas decoordenao.
Entrevistadon6
- Considerando que o Destacamento pelo qual estouresponsvel, no tem rea atribuda, no me tem sidopossvel trabalhar directamente com as Capitanias dosPortos.
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10- A informao mutuamente disponibilizada em tempo til?
Conclui-se que os modus operandi de cada zona so diferentes, o que altera tipos de
procedimentos e relacionamentos entre entidades, bem como altera a prontido das
transferncias de informaes entre os Destacamentos de Controlo Costeiro e as Capitanias
dos Portos (Quadro 6.10).
Quadro 6.10 - Resposta questo n. 10
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistado
n1X
- Mesmo com os Comandantes a troca de informao
reduzida.
Entrevistadon2
X-At porque o tipo de servio que fazemos de vigilnciada costa e as caractersticas tipo do adversrio a issoobrigam.
Entrevistadon3
X- Julgo que o problema se coloca mais ao nvel dasmatrias cuja responsabilidade partilhada por vriasentidades.
Entrevistadon4
X-Via UCC sim na maioria das situaes.
Entrevistado
n5
X
-A disponibilizao de informao da rea de actuaotem vindo a melhorar medida que os Comandantes se
vo conhecendo melhor e se executam mais misses emconjunto.
Entrevistadon6
X- Relativamente aquela que diz respeito minha respostaanterior, posso afirmar que sim.
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11- J alguma vez realizou Operaes conjuntas? Se sim, em que mbito e com que
entidade, ou entidades?
Apesar das dificuldades anteriormente referidas (Quadro 6.11), verifica-se que na prtica,
ao nvel operacional, todos os entrevistados efectivamente j realizaram vrias operaes
conjuntas em vrios mbitos.
Quadro 6.11 - Resposta questo n. 11
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistado
n1
X-Operaes de busca e salvamento;-Operaes de controlo de imigrao;
-Operaes de combate pesca.
Entrevistadon2
X-O Destacamento de Controlo Costeiro de Olho, queabrange todo o Algarve j participou e participa eminmeras operaes conjuntas.
Entrevistadon3
X-Normalmente estas aces visam fiscalizar, controlar evigiar o espao martimo e conta com todas as entidadescom responsabilidades nestas reas.
Entrevistadon4
X-Sim no mbito do quadro SAM.
Entrevistado
n5
X- No mbito da fiscalizao da captura do Meixo,embarcaes de pesca espanholas autorizadas a pescar
em guas portuguesas.Entrevistado
n6X
-No.
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12- J participou em alguma Operao da FRONTEX? Se sim, em qual/quais? Em que
mbito se realizou/realizaram?
Confirma-se assim, que pese embora o mbito das misses ser muito semelhante, pois est
de acordo com as misses da agncia FRONTEX, de relevar a existncia de um vasto
leque de operaes realizadas ao longo da costa Europeia pelos entrevistados (Quadro
6.12).
Quadro 6.12 - Resposta questo n. 12
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistado n1 X- J realizei duas Operaes, de controlo de Fronteiras eimigrao.
Entrevistado n2 X- O Destacamento de Controlo Costeiro de Olho temparticipao constante em operaes no mbito daFRONTEX, devido localizao da sua Zona de aco.
Entrevistado n3 X
-Fui durante dois anos o ponto de contacto na GNR paraassuntos da FRONTEX. Por essa via estiveprofundamente envolvido em todas as operaes em que aGuarda participou durante esse perodo.
Entrevistado n4 X -No.
Entrevistado n5 X-O Destacamento de Controlo Costeiro de Matosinhos jparticipou por trs vezes em operaes do mbito daFRONTEX.
Entrevistado n6 X -No.
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Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados
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13- Em jeito de comparao, como caracteriza a cooperao das entidades do SAM e a
cooperao existente na FRONTEX?
Segundo os entrevistados, tal comparao no pode ser estabelecida j que a FRONTEX
composta por foras de vrios pases, sendo que, cada uma das foras envolvida nas
operaes fornece e opera com os seus meios (Quadro 6.13). de evidenciar tambm, que
as foras envolvidas no tm um amplo leque de misses na mesma rea tal como acontece
em Portugal, mas pelo contrrio, a misso a mesma e a finalidade ser cooperarem para
que o objectivo de cada misso seja cumprido.
Quadro 6.13 - Resposta questo n.13
Entrevistado Argumentao
Entrevistado n1
-So coisas diferentes;
-A FRONTEX uma agncia que no tem os seus prprios meios;
-Na FRONTEX no se disputa o mesmo espao geogrfico.
Entrevistado n2
-So situaes diferentes,
- Quando estamos a falar das entidades envolvidas no SAM, referimo-nos aentidades nacionais e com misses diversas, enquanto que na FRONTEX existe
colaborao entre entidades de diversos pases e com uma misso muito concreta edelimitada.
Entrevistado n3- A cooperao e o envolvimento so distintos. Digamos que a realidade destasduas entidades no nos permite efectuar comparaes.
Entrevistado n4 - Pelo que me tem sido transmitido pelos meus pares, no existe comparao.
Entrevistado n5- Nem existe comparao. A cooperao no mbito do FRONTEX efectiva etrabalham todos em p de igualdade, como deve ser, enquanto que no mbito doSAM, a marinha quer dominar toda a aco.
Entrevistado n6 -No tenho dados que permitam efectuar essa comparao.
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14- Como caracteriza a participao da GNR na FRONTEX?
As respostas a esta questo so unnimes e francamente positivas, j que todos os
entrevistados partilham da opinio que a participao da GNR em geral e da UCC emparticular, no s se constitui importante pelo papel preponderante, respeito e
reconhecimento que est inerente a essa participao, mas tambm atravs da realizao de
vrias misses e relacionamentos com outras foras, na medida em que, tal facto faz
transitar conhecimentos e experincias que so importantes para alcanar um Pas e uma
Europa mais segura.
Quadro 6.14 - Resposta questo n.14
Entrevistado Argumentao
Entrevistado n1 -Excelente.
Entrevistado n2
- A participao da GNR na FRONTEX de extrema importncia quer para ocumprimento da misso, quer para a prpria Guarda;- Por outro lado tambm importante para a Guarda participar neste tipo demisses, pelo facto de cooperar com foras estrangeiras.
Entrevistado n3- Muito boa. A GNR tida, no seio da FRONTEX, como uma fora de referncia.A afirmao da Guarda no se esgota em espao nacional.
Entrevistado n4- Altamente dignificante e imprescindvel enquanto fora presente diariamente24/24 na orla costeira.
Entrevistado n5 -Muito boa e com bons resultados.
Entrevistado n6- Muito importante, pois tem sido uma excelente plataforma de formao para osmilitares que nela participam.
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15-Na sua opinio, porque foi a GNR incumbida de operar o SIVICC?
Ao que se apura, para alm de elementos histricos relevantes, o SIVICC ser operado pela
GNR essencialmente devido misso de segurana interna a ela incumbida e capacidade
de resposta, a inmeras situaes, que esta fora est em condies de proporcionar. O
facto de a GNR ter meios operacionais que possam ser prontamente activados tanto em
interveno martima como terrestre, constitui, tambm, uma pea relevante no sucesso da
vigilncia e controlo da costa que se deseja operando o SIVICC.
Quadro 6.15 - Resposta questo n15
Entrevistado Argumentao
Entrevistado n1
- Devido ao percurso Histrico do controlo das Fronteiras, j desde a BrigadaFiscal;- uma tarefa de Segurana Interna por isso tem de ser entregue a uma fora deSegurana Interna;-A Marinha e a PM no tm capacidade de resposta.
Entrevistado n2-Por ser a entidade que reunia as melhores condies a diferentes nveis para ooperar.
Entrevistado n3
- Porque a nica fora em Portugal com saber adquirido nesta rea e porque anica fora com capacidade para conjugar os trs pilares basilares de uma
vigilncia costeira. Vigilncia e controlo, interveno martima e intervenoterrestre.
Entrevistado n4- O sistema SIVICC serve antes de mais a segurana interna do Pas, e quandofalamos de segurana interna ao nvel nacional s poderemos estar a falar deGuarda Nacional Republicana.
Entrevistado n5- O SIVICC, no mais do que uma verso melhorada do antigo LAOS, quesempre foi operado pela GNR;-Mas pensemos friamente: quem mais pode operar o SIVICC?
Entrevistado n6-Na minha opinio, baseou-se no facto de ser a Fora com maior know-how, nestarea.
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16- Um sistema como o SIVICC exige ter uma grande capacidade de resposta. A
GNR/UCC ter essa capacidade?
Actualmente a UCC, pese embora o facto de se esperar um reforo de meios, j ter
capacidade para responder ao rigor e exigncias do SIVICC (Quadro 6.16) De salientar que
tambm neste mbito, se insere a componente martima e terrestre da GNR, como uma
grande vantagem na vigilncia e controlo da costa.
Quadro 6.16 - Resposta questo n. 16
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X-Completamente.
Entrevistadon2
X
-A GNR/UCC j possui sem dvida essa capacidade eainda ser reforada em termos de meios humanos,meios materiais e formao a um maior nmero demilitares.
Entrevistadon3
X- A UCC vai ser uma Unidade de referncia mas asegurana costeira no se esgota nessa Unidade.
Entrevistadon4
X- A GNR tem uma excelente capacidade de respostaterrestre, j quanto interveno martima direi que temuma razovel capacidade de interveno.
Entrevistadon5
X-Julgo que sim. A dvida est em saber se suficiente acapacidade da UCC ou se deveremos alargar acapacidade de resposta a toda a GNR.
Entrevistadon6
X- Certamente, se os meios de intercepo foremrenovados gradualmente medida que vo ficandoobsoletos.
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17-No seu entender, o futuro da vigilncia e a segurana da costa passam pela criao de
uma Guarda Costeira Portuguesa?
A maioria dos entrevistados no v necessidade nem vantagens na criao de uma Guarda
Costeira uma vez que a GNR tem desempenhado bem as suas funes (Quadro 6.17). No
entanto, dois dos entrevistados vem nessa criao a hiptese de se acabar com as
indefinies e disputas da situao actual.
Quadro 6.17 - Resposta questo n. 17
Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao
Entrevistadon1
X- Seria uma mais-valia, em termos de pessoal, meios efinanas;-Acabavam as disputas.
Entrevistadon2
X-Dentro da misso que est atribuda UCC/GNR nestemomento no vejo a necessidade de uma GuardaCosteira.
Entrevistadon3
X-No creio que isso venha a acontecer num futuro maisou menos prximo. Julgo que a Guarda tem umaoportunidade importante para se afirmar.
Entrevistadon4
X- No meu entender na prxima dcada a vigilncia decosta passa pela UCC/GNR.
Entrevistadon5
X- Indubitavelmente, a dvida reside em saber ondecolocar esta fora e qual o papel da marinha.
Entrevistadon6
X- Olhando para o futuro prximo, no me parece queesta seja uma necessidade nem uma das prioridades paraPortugal.
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CAPTULO 7CONCLUSES E RECOMENDAES
7.1 INTRODUO
Este Trabalho de Investigao Aplicada (TIA) tem por objectivo concluir se existe
coordenao/cooperao entre a UCC e a Marinha. Para esse efeito, foram expostas as
naturezas, bem como as misses inerentes a cada uma das entidades que, entre outras,
constituem o SAM (UCC, Marinha e PM).
Foram ainda referidos alguns dos meios de vigilncia e controlo da costa que a GNR/UCC
possui na actualidade e uma viso, sobre o que se espera, ser o futuro desses mesmos
meios. Foram tambm referidas algumas concluses no trmino de cada captulo da Parte
Terica. Depois de completada a Parte Terica, apresentar, analisar e discutir os resultados
obtidos durante o trabalho de campo, demonstrou-se crucial, tendo em conta, como linha
orientadora a verificao das hipteses anteriormente apresentadas.
Como tal, no presente captulo, sero verificadas as hipteses, no que respeita coerncia,
credibilidade e veracidade das mesmas e apresentadas algumas reflexes finais. Aps isso,
sero elencadas algumas das dificuldades que se foram desenvolvendo ao longo da
realizao do TIA e sero tecidas consideraes relativamente a algumas propostas para
futuras investigaes.
7.2 VERIFICAODASHIPTESES
Concluda a investigao, possvel verificar a exequibilidade das hipteses.
Assim sendo, no que respeita primeira hiptese: Os meios e o tipo de formao das
foras envolvidas na proteco e segurana do mar territorial Portugus so
adequados, foi parcialmente refutada. Ao nvel da formao, na opinio de um dos
entrevistados, apesar de no estar mal, deficitria em alguns aspectos. Nomeadamente em
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Captulo 7 Concluses e Recomendaes
A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 41
mecnicos de bordo e na formao Terico-prtica dos Oficiais, j que, de acordo com um
entrevistado, os mesmos tm reunies com outras entidades especializadas em algumas
reas para as quais os Oficiais no tm a formao ajustada. No que respeita aos meios e
apesar da existncia de algumas lacunas, relativamente s condies de inmeras viaturas e
falta de algumas embarcaes de grande porte e semi-rgidos, unnime que esse factor
negativo tem vindo a ser ultrapassado, no se tornando impeditivo de a UCC realizar com
sucesso a sua misso.
Na segunda hiptese: As reunies do CNCM so um meio para a prspera
cooperao/coordenao das entidades nele elencadas, foi parcialmente refutada, j que
segundo mais do que um entrevistado, as entidades presentes no CNCM no esto em
situao de igualdade. Apura-se tambm que os moldes para a criao do CNCM talvezsejam acertados, mas o seu funcionamento no eficaz.
No que respeita terceira hiptese: O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de
Dezembro representa melhorias na cooperao/coordenao para as entidades que
tm competncias no mar territorial Portugus, foi parcialmente validada, mas mais
uma vez existem diferenas significativas nas respostas dos entrevistados. Isto leva a
reconhecer o Comandante e localizao geogrfica como factores condicionantes ou
impulsionadores da cooperao