multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as forças armadas que paradigma.pdf

  • Upload
    crucyxp

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    1/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? i

    ACADEMIA MILITAR

    Direco de Ensino

    Mestrado em Cincias Militares - Especialidade de Segurana (GNR)

    TRABALHO DE INVESTIGAO APLICADA

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORASARMADAS: QUE PARADIGMA?

    AUTOR: Aspirante GNR - Cavalaria Nuno Joo da Costa Ferreira Marinho

    ORIENTADOR: Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro

    CO-ORIENTADOR: Major GNR - Infantaria Jos Pedro Lima de S

    LISBOA, AGOSTO DE 2010

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    2/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? ii

    ACADEMIA MILITAR

    Direco de Ensino

    Mestrado em Cincias Militares - Especialidade de Segurana (GNR)

    TRABALHO DE INVESTIGAO APLICADA

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORASARMADAS: QUE PARADIGMA?

    AUTOR: Aspirante GNR - Cavalaria Nuno Joo da Costa Ferreira Marinho

    ORIENTADOR: Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro

    CO-ORIENTADOR: Major GNR - Infantaria Jos Pedro Lima de S

    LISBOA, AGOSTO DE 2010

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    3/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? i

    Dedico este trabalho a todos aqueles,que de alguma forma, me tm apoiado

    ao longo de todo curso. Em especial

    minha Famlia e amigos.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    4/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? ii

    AGRADECIMENTOS

    A realizao deste trabalho tornou-se possvel devido ao contributo de vrias pessoas, s

    quais, por esse motivo, manifesto o meu sincero e profundo agradecimento.

    Ao meu orientador, Professor Doutor Carlos Tavares Ribeiro, pelas suas ideias que se

    demonstraram oportunas e relevantes e por me ter transmitido conhecimentos importantes

    para a realizao deste trabalho.

    Ao Major Jos Pedro Lima de S, por toda a sua disponibilidade, camaradagem e apoio

    fornecido ao longo da realizao deste trabalho.

    A todos os Oficiais que se mostraram disponveis para colaborar no desenvolvimento deste

    trabalho e pela disponibilidade demonstrada na realizao de entrevistas.

    A todos aqueles que me ajudaram ao longo da realizao deste trabalho, com as suas

    ideias, opinies e preocupao demonstrada.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    5/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? iii

    RESUMO

    Este trabalho exprime uma reflexo sobre um tema que se demonstra preocupante, pois

    quando se trata de cooperao/coordenao entre ramos das Foras Armadas (FA), fala-se

    no s do cumprimento de vrias disposies legais, mas tambm, de racionalizao de

    meios e custos, que se podem evidenciar como desnecessrios.

    Assim, ser feita uma breve abordagem histria da Unidade Controlo Costeiro (UCC),

    que a Unidade da Guarda Nacional Republicana (GNR) com competncia nas guas sob

    jurisdio nacional, assim como a outras duas, das onze entidades presentes no Sistema de

    Autoridade Martima (SAM), sendo elas a Marinha, atravs da Autoridade Martima

    Nacional (AMN) e a Polcia Martima (PM).

    Para a realizao deste trabalho, procedeu-se a pesquisa documental e foram realizadas

    entrevistas, recolhendo assim informao pertinente, que possibilitaram uma reflexo e

    comparao de diferentes convices, opinies e interpretaes sobre o prescrito na Lei.

    A importncia deste trabalho no se reflecte unicamente na preveno da duplicao de

    meios e dispndio de recursos econmicos, no mbito das FA, mas tambm em aspectos

    afins segurana e capacidade de vigilncia e capacidade de resposta a diversas ameaas

    que se podem constituir perigosas para Portugal como Pas que dispe de uma das maiores

    Zonas Econmicas Exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1.700.000 Km2,

    representando perto de 18 vezes a sua rea terrestre, revela-se, como uma clara

    possibilidade para a entrada de matrias ilcitas na Europa.

    Sendo que a GNR cada vez mais se torna uma Fora credvel e competente nesta rea, ser

    abordado o passado recente e o futuro promissor dos meios de vigilncia e controlo

    costeiro, respectivamente, o Long Arm Operational System (LAOS) e o Sistema Integrado

    de Vigilncia, Comando e Controlo (SIVICC). Ser feita uma abordagem FRONTEX,

    uma organizao internacional de combate criminalidade presente no mar, na qual a

    GNR tem uma presena muito activa.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    6/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? iv

    Nesse mbito ser ainda analisado o Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 de Maro e o Decreto

    Regulamentar 8672007 de 12 de Dezembro, diplomas que se constituem como as

    principais referncias, para a base legal, sobre a coordenao/cooperao entre as entidades

    referidas.

    O objectivo no dever passar por abarcar vrias entidades com competncias e misses

    similares, passar sim, por constatar factos, respeitando a natureza e objectivo da

    existncia das mesmas. Mas se estas entidades tm fundamentao legal para intervirem na

    vigilncia, patrulhamento e controlo do mar territorial portugus, o objectivo e a principal

    preocupao dever ser atingir uma fundamental e eficaz coordenao.

    Palavras-chave: Costa, Vigilncia, Cooperao, Coordenao.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    7/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? v

    ABSTRACT

    This issue is a reflection on a worrying subject, since when we talk about

    cooperation/coordination among the ArmyForces, we refer not only to the compliance of

    various legal provisions but also to the rationalization of means and costs that can turn out

    to be unnecessary.

    Therefore, it will be done a brief approach to the history of the Coastal Control Unit

    (UCC), that is the Unit of The Guarda Nacional Republicana (GNR) with competence in

    the waters under national jurisdiction, as well as the other two, of the eleven entities

    present in the maritime authority system, being they the Navy, through the NationalMaritime Authority (AMN) and the Maritime Police (PM).

    Being an issue with broad legal basis, the purpose of it is to try to give some contribution

    and clarify what the reality of daily life is and what really happens when action is needed.

    To do this issue, it was done some research on documents and interviews, collecting

    relevant information to enable a discussion and comparison of different beliefs, opinions

    and interpretations about the prescribed by law.

    The importance of this issue is not reflected solelyin preventing duplication of resourcesand expenditure of economic resources, in the context of the AF, but also on aspects

    related to security and surveillance capacity and responsiveness to various threats that may

    constitute a danger for Portugal as a country that has one of the largest Exclusive

    Economic Zones (EEZs) of Europe, with more than 1.700.000 Km2, representing nearly 18

    times its land area, reveals itself as a clear opportunity for the input of illicit substances in

    Europe.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    8/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? vi

    Being that GNR increasingly becomes a credible and competent Force in this area, it will

    be referred the recent past and the promising future of the means of the coastal surveillance

    and control, respectively, the Long Arm Operational System (LAOS) and the Integrated

    System for Surveillance, Command and Control (SIVICC). It will also be done an

    approach to FRONTEX, an international organization to fight this crime at sea, in which

    the GNR has a very active presence.

    Key words: Cost, Surveillance, cooperation, coordination.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    9/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? vii

    NDICE

    AGRADECIMENTOS .................................................................................................... ii

    RESUMO ....................................................................................................................... iii

    ABSTRACT .....................................................................................................................v

    NDICE ......................................................................................................................... vii

    NDICE DE FIGURAS ....................................................................................................x

    NDICE DE QUADROS ................................................................................................ xiLISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS................................................................... xii

    CAPTULO 1 - APRESENTAO DO TRABALHO..................................................1

    1.1 INTRODUO .....................................................................................................1

    1.1.1 Objectivo .....................................................................................................1

    1.1.2 Enquadramento ............................................................................................1

    1.1.3 Escolha e justificao do tema ......................................................................2

    1.1.4 Delimitao do objecto de estudo .................................................................2

    1.1.5 Questes de Partida ......................................................................................2

    1.2 METODOLOGIA ..................................................................................................4

    1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ...........................................................................4

    PARTE I ENQUADRAMENTO TERICO ...............................................................5

    CAPTULO 2 - GNESE DE ALGUMAS DAS ENTIDADES COM

    COMPETNCIA NO MAR TERRITORIAL PORTUGUS .......................................5

    2.1 ORIGEM DO SERVIO MARTIMO DA GUARDA NACIONAL

    REPUBLICANA ..................................................................................................5

    2.2 EXTINO DA BRIGADA FISCAL ...................................................................6

    2.3 UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO .............................................................6

    2.3.1 Natureza e Misso ........................................................................................6

    2.4 MARINHA ............................................................................................................8

    2.4.1 Natureza e Misso ........................................................................................8

    2.5 POLCIA MARTIMA ..........................................................................................9

    2.5.1 Natureza e Misso ........................................................................................9

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    10/117

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    11/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? ix

    6ENTREVISTA DO CMDT DEST DE VIGILNCIA MVEL ...................... 81

    ANEXOS ........................................................................................................................ 86

    ANEXO CExtracto da Lei N. 63/2007 de 6 de NovembroLei Orgnica da

    GNR ..................................................................................................... 86

    ANEXO DExtracto do Decreto-Lei N. 233/2009Lei Orgnica da Marinha ......... 88

    ANEXO EDecreto regulamentar N. 86/2007 de 12 de Dezembro ........................... 90

    ANEXO FDecreto-Lei N. 43/2002 de 2 de Maro .................................................. 99

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    12/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? x

    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1Organograma que representa a estrutura da UCC 6

    Figura 2Organograma que representa a estrutura da Marinha 8

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    13/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? xi

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 5.1 Caracterizao da amostra 21

    Quadro 6.1 Resposta questo n1 23

    Quadro 6.2 Resposta questo n2 24

    Quadro 6.3 Resposta questo n3 25

    Quadro 6.4 Resposta questo n4 26

    Quadro 6.5 Resposta questo n5 27

    Quadro 6.6 Resposta questo n6 28

    Quadro 6.7 Resposta questo n7 29

    Quadro 6.8 Resposta questo n8 30

    Quadro 6.9 Resposta questo n9 31

    Quadro 6.10 Resposta questo n10 32

    Quadro 6.11 Resposta questo n11 33

    Quadro 6.12 Resposta questo n12 34

    Quadro 6.13 Resposta questo n13 35

    Quadro 6.14 Resposta questo n 14 36

    Quadro 6.15 Resposta questo n15 37

    Quadro 6.16 Resposta questo n16 38

    Quadro 6.17 Resposta questo n17 39

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    14/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? xii

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

    AM: Autoridade Martima

    AMN: Autoridade Martima Nacional

    BF Brigada Fiscal

    CNCM: Centro Nacional Coordenador Martimo

    DGAIEC: Direco Geral das Alfandegas e Impostos Especiais sobre o Consumo

    FRONTEX: Agencia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas Fronteiras Externas

    GNR: Guarda Nacional Republicana

    LAOS: Long Arm Operacional System

    LVI: Lancha de Vigilncia e Intercepo

    MAI: Ministrio da Administrao Interna

    PJ: Polcia Judiciria

    PM: Polcia Martima

    PSP Polcia de Segurana Publica

    SAM: Sistema de Autoridade Martima

    SEF: Servio de Estrangeiros e Fronteiras

    SIVICC: Sistema Integrado Vigilncia, Comando e Controlo

    UCC: Unidade de Controlo Costeiro

    UE: Unio Europeia

    VTS: Vessel Traffic System

    ZEE: Zona Econmica Exclusiva

    Art. Artigo

    Cmdt Comandante

    Dest. Destacamento

    Dec. Decreto

    M Masculino

    n. Nmero

    Reg. Regulamentar

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    15/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 1

    CAPTULO 1 - APRESENTAO DO TRABALHO

    1.1 INTRODUO

    1.1.1 OBJECTIVO

    Com a realizao deste trabalho, pretende-se analisar se exequvel falar de

    cooperao/coordenao entre a UCC e algumas das entidades representadas no SAM,

    nomeadamente a Marinha, atravs da Autoridade Martima e a PM, no que respeita a

    vigilncia, patrulhamento, fiscalizao e controlo das guas territoriais portuguesas.

    Assim, o objectivo geral deste trabalho aferir a perspectiva dos comandantes de

    Destacamentos da UCC e dos comandantes das Capitanias, sobre a existncia de

    cooperao e coordenao de esforos para o cabal cumprimento das respectivas misses,

    e ainda, alguma soluo para possveis problemas que persistem para a consecuo desse

    fim.

    1.1.2 ENQUADRAMENTO

    A elaborao do Trabalho de Investigao Aplicada (TIA) surge no decorrer do Tirocnio,

    no mbito do Mestrado em Cincias Militares na especialidade de GNR, sendo curso

    ministrado na Academia Militar, direccionado para o desenvolvimento e formao de

    futuros Oficiais dos quadros permanentes da GNR.

    Sendo o TIA parte integrante do curso, tem como grande objectivo a aplicao do Mtodo

    cientfico. Tratando-se de um trabalho de investigao, inicia-se com a pesquisa

    bibliogrfica de fontes oficiais directamente relacionadas com o tema a explorar, visando

    tambm o desenvolvimento de algumas capacidades, tais como, a investigao, sntese e

    compreenso de um estudo cientfico. O TIA insere-se em algumas das temticas

    importantes e debatidas no mbito da Segurana e Defesa, directa ou indirectamente,relacionadas com a Misso da GNR.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    16/117

    Captulo 1 Apresentao do Trabal ho

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 2

    1.1.3 ESCOLHA E JUSTIFICAO DO TEMA

    A realizao deste TIA justifica-se pela necessidade de uma anlise mais aprofundada

    sobre a articulao entre a recm criada UCC e os ramos das Foras Armadas, sendo eles, aMarinha e a PM, bem como, os mtodos que utilizam no contexto do planeamento e do

    cumprimento das misses de actuao em guas nacionais.

    O estudo desta articulao importante, na medida em que permitir compreender e

    detectar os aspectos a melhorar ao nvel da cooperao, fazendo uma racionalizao que

    pode conduzir ao melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais da GNR e dos

    restantes ramos das Foras Armadas envolvidos.

    1.1.4 DELIMITAO DO OBJECTO DE ESTUDO

    Devido ao vasto leque de meios humanos e legislao directamente relacionados com este

    trabalho, constitui-se como necessrio delimitar o objecto de estudo, tornando-o exequvel

    e vivel dentro do perodo superiormente estabelecido (10 semanas) 1.

    O problema ser delimitado atravs de uma anlise dos dados bibliogrficos recolhidos e

    de uma abordagem construtiva traando linhas concretas e viveis de actuao de cada

    fora empenhada na vigilncia, segurana e controlo da costa e mar territorial portugus.

    Ser ainda analisada a adequabilidade dos meios materiais inerentes a cada entidade, bem

    como, as bases legais que fundamentam a actuao das mesmas, segundo as perspectivas

    dos comandantes de Destacamentos da UCC e dos comandantes das Capitanias (de Lisboa

    e Figueira da Foz) sobre a existncia de cooperao/coordenao.

    1.1.5 QUESTES DE PARTIDA

    A etapa inicial para a realizao de um trabalho a formulao de uma pergunta de

    partida. Esta fase constitui-se fundamental, j que a pergunta de partida servir como linha

    orientadora da evoluo do trabalho (Quivy & Campenhoudt, 2008).

    Assim sendo, a pergunta de partida :

    Existe uma relao de cooperao/coordenao entre a UCC e a Marinha?

    1Normas Especficas do Estgio de Natureza Profissional, art. 7.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    17/117

    Captulo 1 Apresentao do Trabal ho

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 3

    Face ao objectivo definido na realizao do trabalho e pergunta de partida, surgem

    algumas questes derivadas, cuja resposta se caracteriza como essencial para solucionar a

    problemtica em questo:

    A formao dos militares que constituem a GNR/UCC adequada? Se sim, quais as

    virtudes? Se no, diga quais as fraquezas ou lacunas?

    A GNR dispe dos meios indicados para o cumprimento da sua misso? Se a resposta

    negativa, o que poderia ser alterado?

    O Centro Nacional Coordenador Martimo (CNCM), um rgo com a finalidade de

    aprovar e emitir orientaes para assegurar a articulao afectiva entre as entidades com

    poder de Autoridade Martima (AM). Tendo isso em conta, acha que as reunies do

    CNCM constituem um reforo para a cooperao/coordenao entre as entidades

    presentes no Sistema de Autoridade Martima (SAM)?

    O SAM foi criado com o objectivo de potenciar dinmica na conjugao de esforos,

    maximizando o combate ao narcotrfico, entre outros crimes. Os objectivos tm vindo a

    concretizar-se?

    O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro representa uma mais-valia

    para a melhoria da cooperao/coordenao das entidades nele envolvidas?

    Existe boa relao de cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as

    Capitanias dos Portos?

    A informao mutuamente disponibilizada em tempo til?

    Como caracteriza, se pode caracterizar, a cooperao das entidades do SAM e a

    cooperao existente na FRONTEX?

    Porque foi a GNR incumbida de operar o SIVICC?

    Um sistema como o SIVICC exige ter uma grande capacidade de resposta. A GNR ter

    essa capacidade?

    O futuro da vigilncia e segurana da costa passa pela criao de uma Guarda Costeira

    Portuguesa?

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    18/117

    Captulo 1 Apresentao do Trabal ho

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 4

    1.2 METODOLOGIA

    Foram levadas a cabo vrias consultas documentais e pesquisa de diversas matrias, para

    que fosse criada uma sustentabilidade lgica e lcita, no decorrer da investigao.Assim sendo, para a elaborao deste trabalho foi fundamental fazer uma pesquisa/recolha

    bibliogrfica que forneceu os dados essenciais para responder questo central e

    formulao das respectivas hipteses. Foi realizada uma consulta minuciosa da actividade

    legisladora do Governo, da Assembleia da Repblica, dos Despachos das Chefias

    Militares, sobre o tema enunciado, bem como consulta de sites e leitura atenta de obras

    sobre o tema e apreciao de comentrios. Numa segunda fase, foram realizadas

    entrevistas, de forma a constatar a realidade para alm do suporte legal. Os dados foramtratados e feita a respectiva articulao com os pressupostos legais.

    1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

    A estrutura formal do presente trabalho obedece metodologia cientfica utilizada no

    mbito da investigao em cincias sociais, estando de acordo com o que proposto por

    Sarmento (2008), adaptado s orientaes fornecidas pela Academia Militar (Academia

    Militar, 2008).

    Assim sendo, para alm da apresentao e justificao do trabalho, este encontra-se

    dividido em duas partes: a Parte I ou Parte Terica, que est dividida em trs captulos

    (Capitulo 2-Gnese das Entidades com Competncia no Mar Territorial Portugus,

    Captulo 3-Vigilncia e Controlo do Espao Martimo Portugus, Captulo 4-Cooperao

    Martima) e baseou-se em anlise de livros, artigos e comentrios considerados pertinentes

    em relao ao tema proposto, bem como conversas de carcter informal.

    Na Parte II ou Parte Prtica, foi utilizado o mtodo de observao directa e realizaram-se

    entrevistas semi-estruturadas a diferentes entidades, de forma a concretizar os objectivos a

    que este trabalho se prope.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    19/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 5

    PARTE IENQUADRAMENTO TERICO

    CAPTULO 2 - GNESE DE ALGUMAS DAS ENTIDADESCOM COMPETNCIA NO MARTERRITORIAL PORTUGUS

    2.1 ORIGEM DO SERVIO MARTIMO DA GUARDA NACIONALREPUBLICANA

    Com base no Regulamento Orgnico do Corpo da Guarda Fiscal (Dec.-Reg. n. 4 de 17 de

    Setembro de 1885) e no seu art. 1.:

    A fora actualmente empregada no servio de fiscalizao externa das alfandegas, conforme a

    organizao, approvada pelos decretos de 1 de Setembro de 1881, 30 de Novembro de 1882 e

    de 23 de Outubro de 1883, passar a constituir um corpo especial da fora publica, que se

    denominar corpo da guarda fiscal, destinado privativamente ao servio de fiscalizao,

    terrestre e maritima, dos rendimentos pblicos, cuja administrao, cobrana e arrendao est

    confiada administrao geral das alfandegas e contribuies indirectas.

    Durante cerca de 100 anos, foi a Guarda Fiscal que desenvolveu misses no mar territorial,

    com especial ateno para o desenrolar de aces da cariz fiscal e aduaneiro.

    Vrias reestruturaes aconteceram, sendo que a mais marcante ocorreu no ano de 1993, e

    que resultou na extino da Guarda Fiscal e na consequente criao da Brigada Fiscal

    (BF). Uma Unidade Especial subjacente GNR, dotada de meios de observao, de

    comando e controlo, de comunicaes e de interveno, para descobrir, prevenir e reprimir

    infraces fiscais, em todo o territrio nacional incluindo no mar territorial.

    A continuidade de uma fora com misses em todo o mar territorial sustentada pela

    permeabilidade dos cerca de 850 Km de costa, acrescentando as Regies Autnomas dos

    Aores e da Madeira e pela localizao geogrfica de Portugal, j que por via martima

    que chegam grande parte dos recursos para o pas e para a Europa, tornando Portugal

    vulnervel a ameaas no mbito da Segurana Interna, quer sejam de cariz fiscal e

    aduaneiro, quer de foro criminal.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    20/117

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    21/117

    Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 7

    na Lei N. 63/2007 de 6 de Novembro 2, mais precisamente no seu Art. 40Unidade de

    Controlo Costeiro (UCC), que se encontra definida a UCC, bem como a sua misso e as

    suas competncias:

    1. A UCC a unidade especializada responsvel pelo cumprimento da misso da Guarda em

    toda a extenso da orla martima e no mar territorial, com competncias especficas de

    vigilncia, patrulhamento e intercepo naval ou terrestre em toda a costa do continente e das

    Regies Autnomas, competindo-lhe, ainda, gerir e operar o Sistema Integrado de Vigilncia,

    Comando e Controlo (SIVICC), distribudo ao longo da orla martima.

    2. A UCC constituda por destacamentos.

    3. O comandante da UCC tem o posto de major-general ou coronel ou, quando o nomeado for

    oficial da marinha, um dos postos equivalentes, e coadjuvado por um segundo comandante.

    Na mesma Lei, mas desta vez no N. 2 do Art. 3, so elencadas e atribudas,

    especificamente, UCC, as seguintes misses:

    c) Assegurar, no mbito da sua misso prpria, a vigilncia, patrulhamento e intercepo

    terrestre e martima, em toda a costa e mar territorial do continente e das Regies Autnomas;

    d) Prevenir e investigar as infraces tributrias, fiscais e aduaneiras, bem como fiscalizar e

    controlar a circulao de mercadorias sujeitas aco tributria, fiscal ou aduaneira;e) Controlar e fiscalizar as embarcaes, seus passageiros e carga, para os efeitos previstos

    na alnea anterior e, supletivamente, para o cumprimento de outras obrigaes legais;

    f) Participar na fiscalizao das actividades de captura, desembarque, cultura e

    comercializao das espcies marinhas, em articulao com a Autoridade Martima Nacional

    e no mbito da legislao aplicvel ao exerccio da pesca martima e cultura das espcies

    marinhas.

    2Ver Anexo C.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    22/117

    Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 8

    2.4 MARINHA

    2.4.1 NATUREZA E MISSO

    No organograma exposto na Figura 2.2, podemos verificar que sobre a alada do Chefe do

    Estado-Maior da Armada se encontram algumas instituies que, directa e objectivamente,

    tem funes e misses de influncia exclusiva no alto-mar e no mar territorial,

    nomeadamente no que respeita a patrulhamento e eventual interveno, no tendo,

    contudo, qualquer tipo de formao policial.

    Figura 2.2Organograma que representa a estrutura da Marinha.(Fonte:http://www.marinha.pt/PT/amarinha/estruturaorganizativa/Pages/OrganizacaonaMarinha.aspx)

    Note-se que na vertente daAM que a Marinha exerce o seu poder e presena no SAM,

    constituindo-se, assim, uma fora que segundo o decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12

    de Dezembro tem funes de coordenao com a GNR. Segundo o mesmo Decreto,

    compete Marinha/AMN coordenar a actuao da GNR no que respeita segurana dos

    navios e embarcaes de pesca, de comrcio e da nutica de recreio 3e deve ser coordenada

    3Ver Anexo E, Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro, n. 1 do art. 3.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    23/117

    Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 9

    pela GNR em tudo o que respeite a infraces tributrias, fiscais e aduaneiras fora das

    instalaes tributrias4.

    Com base na Lei Orgnica da Marinha5, podemos definir a Natureza desta Fora, bem

    como as misses a que a mesma est incumbida.

    Assim sendo, por natureza, a Marinha um ramo das Foras Armadas, dotado de

    autonomia administrativa, que se integra na administrao directa do Estado, atravs do

    Ministrio da Defesa Nacional.(Lei Orgnica da Marinha)

    A Marinha tem como misso principal participar na defesa militar da Repblica, tendo

    como base a gerao, preparao e sustentao de foras. Tem, ainda, um rol variado de

    misses, das quais, e no mbito deste trabalho, se destacam (com base no n. 3 do Art. 2):

    Exercer a autoridade martima e garantir o cumprimento da lei nos espaos martimos

    sob soberania ou jurisdio nacional;

    Assegurar o servio de busca e salvamento martimo nos espaos martimos sob

    responsabilidade nacional.

    2.5 POLCIA MARTIMA

    2.5.1 NATUREZA E MISSO

    A Polcia Martima uma fora policial armada e uniformizada, dotada de competncia

    especializada nas reas e matria legalmente atribudas ao SAM e composta por militares

    da Marinha e agentes militarizados (Marinha, 2010). A PM garante e fiscaliza o

    cumprimento das leis e regulamentos na rea de jurisdio martima nacional,

    designadamente em espaos integrantes do domnio pblico martimo, em guas interiores

    e em guas sob soberania e jurisdio nacional. Compete-lhe, ainda, em colaborao com

    as demais foras policiais e de segurana, garantir a segurana e os direitos dos cidados.

    Compete PM, como polcia de especialidade que exerce funes nas reas de jurisdio

    da AMN, executar aces de policiamento, fiscalizao, vigilncia e de investigao, entre

    outras:

    Praticar os actos que, no mbito de polcia, sejam necessrios com vista concesso do

    despacho de largada de navios e embarcaes;

    4Ver Anexo E, Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro, n. 1 do art. 4.5 Ver Anexo D.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    24/117

    Captulo 2 Gnese das enti dades com competncia no mar ter r itorial por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEI RO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 10

    Realizar os actos de inqurito a sinistros martimos, efectuando todas as diligncias

    necessrias respectiva averiguao processual;

    Executar, na sequncia de determinaes do rgo local da Direco-Geral da

    Autoridade Martima, os actos processuais e instrutrios em mbito dos ilcitos contra-

    ordenacionais;

    Efectuar as diligncias processuais necessrias instruo dos relatrios de mar;

    Praticar os actos e realizar as diligncias necessrias ao cumprimento das determinaes

    do capito do porto no mbito da segurana da navegao, nomeadamente no mbito de

    decises tomadas em matria do fecho de barra, acesso e navegao em guas interiores e

    territoriais e transporte de cargas perigosas;

    Efectuar detenes dos estrangeiros que entrem ou permaneam ilegalmente em

    territrio portugus.

    A PM tem tambm atribudas as seguintes competncias:

    Executar os actos de deteno de embarcaes, nos casos legalmente previstos;

    Fiscalizar o cumprimento das normas legais relativas s pescas;

    Fazer cumprir as normas respeitantes aos banhistas;

    Zelar pela preservao do meio marinho no que respeita a recursos vivos, ao combate

    poluio e vigilncia do litoral;

    Colaborar com as demais entidades policiais para garantir a segurana e os direitos dos

    cidados;

    Preservar a regularidade das actividades martimas;

    Efectuar a investigao de ocorrncias em caso de naufrgios;

    Instruir processos de contra-ordenao.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    25/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 11

    CAPTULO 3 - VIGILNCIA E CONTROLO DO ESPAOMARTIMO PORTUGUS

    3.1 LAOS

    O LAOS um sistema integrado de vigilncia de comando e controlo destinado deteco, identificao, preveno e represso das actividades ilcitas de aproximao

    martima ao litoral portugus, que ponham em causa a segurana interna do territrio

    nacional. Tem capacidade para ser utilizado em reas distintas, tais como, no combate

    imigrao clandestina e na proteco do ambiente.

    Foi concebido e instalado com o objectivo de garantir a observao a grande distncia, de

    dia e de noite, com equipamento especial, apoiando as operaes a desenvolver ao longo

    da costa e melhorar o sistema de comando e controlo operacional das foras.O LAOS, tem tambm um vasto conjunto de potencialidades, como, acompanhar em

    tempo real as actividades operacionais de qualquer Subunidade, analisar as informaes, o

    terreno e as condies ambientais e planear as operaes, receber informao permanente

    sobre o sistema, obter relatrios histricos e garantir ligao eficiente e segura.

    O sistema LAOS est assente em quatro subsistemas. So eles: terrestre, martimo, areo e

    comunicaes. O subsistema terrestre, capacitado de postos de observao fixos,

    Unidades de observao mveis, binoculares de longo alcance, cmaras trmicas e Sub-

    Unidades Operacionais. O subsistema martimo composto por lanchas de patrulhamento

    martimo e lanchas de intercepo. O subsistema areo consiste na coordenao com a

    Fora Area. As comunicaes so o subsistema que capacita o LAOS de uma ligao

    permanente e continua ao longo do territrio.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    26/117

    Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 12

    3.2 SISTEMA INTEGRADO DE VIGILNCIA COMANDO ECONTROLO

    Foi aos 23 dias de Junho do ano de 2009 que o Secretrio de Estado Adjunto da

    Administrao Interna emitiu o despacho referente adjudicao do SIVICC, segundo o

    portal de segurana do Governo 6. A instalao deste sistema tecnologicamente inovador

    vai ficar a cargo da empresa Espanhola Indra7, oramentado em cerca de 25 milhes de

    Euros e que estar funcional na sua totalidade at ao ms de Agosto de 20118.

    O SIVICC, foi a soluo encontrada para substituir o obsoleto Long Arm Operational

    System (LAOS) e vai ser operado pela UCC. Consiste num sistema de monitorizao

    atravs de radares, sensores, cmaras de vdeo e de infravermelhos, que estaro dispostos

    de Norte a Sul da costa Portuguesa, permitindo detectar qualquer tipo de movimentaes

    que ocorram at uma distncia aproximada de 120 milhas. Tem por objectivo fazer face a

    algumas ameaas que o pas enfrenta, nomeadamente trfico de droga e de armas e

    imigrao ilegal. Quando necessrio, proporciona tambm a interveno e intercepo de

    embarcaes suspeitas atravs das Lanchas de Vigilncia e Intercepo (LVI), ou pode

    resultar tambm na utilizao de helicpteros, atribudos ao Ministro da Administrao

    Interna (MAI), bem como, no empenhamento de meios operados pela Marinha.

    A implementao do SIVICC, vai permitir que seja canalizada toda a informao, atravs

    de transmissores e computadores, para o comando e controlo, sediado no comando da UCC

    em Alcntara. Assim sendo, tem a vantagem acrescida de permitir a centralizao de

    dados em qualquer lugar que for determinadosegundo o Coronel Antnio Porfrio9.

    Este sistema est interligado com o Sistema Integrado de Vigilncia Exterior (SIVE), um

    sistema similar utilizado em Espanha e tambm ao Vessel Traffic System (VTS), que se

    caracteriza por ser um sistema civil de monitorizao do trfego martimo, direccionado

    para a segurana e salvaguarda da vida no mar. Apesar de operado pela UCC, os dadossero partilhados com outras foras como a Marinha, Polcia Judiciria (PJ), Servio de

    Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e Polcia de Segurana Publica (PSP), sendo que esta

    partilha de informao ser promovida e incentivada10.

    6Verhttp://www.portugal.gov.pt/pt/GC17/Governo/Ministerios/MAI/Notas/Pages/20090623_MAI_Com_SIVICC.aspx7Ver http://www.publico.pt/Sociedade/governo-adjudicou-sistema-de-vigilancia-costeira-a-empresa-suspeita-de-corrupcao_13885568Ver http://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes9Segundo o coronel Antnio Porfrio, ver http://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    27/117

    Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 13

    A costa portuguesa vai finalmente dispor de uma muralha tecnolgica contra a

    criminalidade organizada e transnacional.11

    3.3 FRONTEX

    3.3.1 ENQUADRAMENTO

    A livre circulao de pessoas, prometida aos cidados europeus no Tratado de Roma,

    implicava, em um dos seus aspectos, a supresso do controlo nas fronteiras entre Estados

    Membros. O reforo da cooperao dos rgos de aplicao da lei em toda a Europa foi

    uma consequncia bvia desse passo. A arquitectura da segurana europeia tem sido

    gradualmente desenvolvida atravs da cooperao quotidiana de Schengen.

    Desde Novembro de 2004, quando o Programa de Haia foi aceite pelo Conselho Europeu,

    que o espao de Liberdade, Segurana e Justia est a ser fomentado na Unio Europeia

    atravs do reforo da cooperao entre Estados Membros, dos Pases Associados de

    Schengen e de outros parceiros.

    A Segurana de Fronteiras, sendo parte desse fenmeno, tambm sofreu evoluo a partir

    de sistemas nacionalmente focados onde a soberania de cada Estado est subjacente

    cooperao operacional nas fronteiras externas. Sistemas de segurana de fronteira

    nacional esto a ser complementados por um conjunto unificado de ferramentas eficazes

    para gerir riscos potenciais nas fronteiras externas.

    neste contexto que nasce a Agncia Europeia de Gesto da Cooperao Operacional nas

    Fronteiras Externas (FRONTEX). Foi criada especialmente para integrar sistemas de

    segurana de fronteiras nacionais dos Estados-Membros contra todos os tipos de ameaas

    que poderiam acontecer, na ou atravs da fronteira externa dos Estados Membros da UnioEuropeia.

    A FRONTEX comeou ento a ser plenamente operacional em 3 de Outubro de 2005, com

    sede em Varsvia, Polnia, e tinha na sua base, 164 peritos nacionais destacados. Promove

    um modelo europeu de Sistema de Gesto Integrada de Fronteiras da Unio Europeia (UE),

    que consiste no s no controlo das fronteiras, mas tambm em outros elementos

    10Segundo Tenente-General Nelson dos Santos Comandante Geral da GNR, verhttp://www.ionline.pt/conteudo/45535-vigilancia-costeira-vem-ai-o-big-brother-os-traficantes11Ver http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1318265

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    28/117

    Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 14

    importantes, como os aspectos da poltica de fronteiras.O sistema distribudo em quatro

    nveis complementares, que incluem medidas operacionais em e com pases terceiros.

    Assim sendo, o primeiro nvel do modelo formado pela troca de informaes e a

    cooperao entre Estados Membros; o segundo nvel representado pelo controlo de

    fronteiras, incluindo vigilncia, controlo e anlise de risco; o terceiro nvel est ligado

    cooperao com as guardas da fronteira, aduaneiras e autoridades policiais em pases

    vizinhos e o quarto nvel est ligado cooperao com pases terceiros, incluindo

    actividades comuns.

    Esta organizao um rgo de comunidade que tem personalidade jurdica, bem como

    autonomia operacional e oramental. governada pelo seu Conselho de Administrao,

    que constitudo por chefes operacionais dos servios de guarda de fronteira nacional erepresentantes da Comisso Europeia. Este Conselho tem as competncias necessrias para

    elaborar o oramento, verificar a sua execuo, adoptar as regras financeiras adequadas,

    estabelecer procedimentos de trabalho transparentes para tomada de deciso pela Agncia

    e, ainda, nomear o Director Executivo e seu adjunto.

    A FRONTEX tem um vasto rol de misses, tais como:

    Coordenar a cooperao operacional entre Estados Membros da EU no domnio da

    gesto das fronteiras externas; Fornecer assistncia aos Estados Membros na formao dos guardas de fronteira

    nacional, incluindo o estabelecimento de normas comuns de formao;

    Levar a cabo anlises de risco;

    Seguir o desenvolvimento de investigao relevante para o controlo e a vigilncia das

    fronteiras externas;

    Garantir assistncia aos Estados Membros em circunstncias que exijam maiores

    cuidados tcnicos e operacionais nas fronteiras externas; Fornecer aos Estados Membros o apoio necessrio na organizao conjunta de

    operaes de regresso;

    Reforar a liberdade e a segurana dos cidados da UE complementando os sistemas de

    gesto de fronteiras nacionais dos Estados Membros;

    Promover activamente a cooperao com rgos de aplicao da lei responsveis pela

    segurana interna a nvel da UE.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    29/117

    Captulo 3 Vi gilnci a e Controlo do Espao Martimo Por tugus

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 15

    3.3.3 BREVE HISTORIAL DE OPERAES COM A GNR

    Sob a coordenao da FRONTEX e no decurso da sua existncia, Portugal tem vindo a

    participar activamente em diversas operaes conjuntas (areas, martimas e terrestres),envolvendo a colaborao da Guarda Nacional Republicana (GNR/MAI), do Servio de

    Estrangeiros e Fronteiras (SEF/MAI), e da Marinha/AMN. Assim, apresenta-se abaixo um

    breve historial de Operaes conjuntas em que a GNR esteve envolvida, segundo o portal

    de segurana do Governo:

    Operao MINERVA - Esta operao teve por objectivo geral o reforo do controlo dos

    postos de fronteira martima do Sul de Espanha com ligaes regulares aos portos

    marroquinos. Especificamente, visou a deteco de documentos falsos e falsificados, assimcomo a deteco de imigrantes ilegais no interior de veculos e contentores, provenientes

    de Marrocos. Portugal participou com dois elementos do SEF e com equipas cinotcnicas

    da GNR.

    Operao POSEIDON - Incidiu na regio do Mediterrneo Oriental, em particular nas

    fronteiras martimas e terrestres entre a Grcia, a Bulgria, a Turquia e a Albnia. Portugal

    enviou peritos do MAI (SEF e GNR).

    Operao INDALO - Visou reforar o controlo das fronteiras martimas do sul daEuropa, na rea do Mediterrneo Central, referenciando a imigrao ilegal oriunda por via

    martima do norte de frica com destino ao sul de Espanha. Portugal participou com um

    helicptero de vigilncia martima do SEF/MAI e duas embarcaes da GNR/MAI.

    Operao GORDIUS II - A operao teve por objectivo a preveno dos fluxos de

    imigrao ilegal com origem na Moldvia e na Ucrnia, mediante o reforo do controlo ao

    longo da fronteira terrestre e ao longo dos postos de passagem autorizada. Portugal

    participou com dois peritos do MAI (SEF e GNR).

    Operao EUROCUP 2008 - Desenvolvida no quadro da preparao do Campeonato

    Europeu de Futebol (Sua e ustria, Junho de 2008), teve por objectivo o reforo do

    controlo de fronteira, com vista a prevenir os fluxos de imigrao ilegal. A operao

    contou com a participao de duas individualidades do SEF e uma da GNR.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    30/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 16

    CAPTULO 4 - COOPERAO MARTIMA

    4.1 SISTEMADEAUTORIDADEMARTIMA

    Consideradas a extenso da costa portuguesa, cuja vigilncia importa assegurar de forma

    eficaz, e a situao geoestratgica de Portugal, que corresponde confluncia das mais

    importantes e movimentadas rotas martimas internacionais, exigvel uma ateno acrescida

    tendo em vista a preservao de situaes potencialmente lesivas do interesse nacional e

    comunitrio. Por outro lado, Portugal dispe da segunda maior zona econmica exclusiva12

    da Europa, o que igualmente postula a existncia de instrumentos susceptveis de responder

    capazmente aos desafios da resultantes. Adopta-se, assim, um novo conceito de sistema da

    autoridade martima (SAM), assumindo carcter de transversalidade, passando a integrar

    todas as entidades, civis e militares, com responsabilidades no exerccio da autoridade

    martima. Este novo SAM passar a dispor de meios de coordenao nacional de nvel

    ministerial e de coordenao operacional de alto nvel, que potenciaro uma nova dinmica

    na conjuno de esforos, maximizando resultados no combate ao narcotrfico, na

    preservao dos recursos naturais, do patrimnio cultural subaqutico e do ambiente e na

    proteco de pessoas e bens. (Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 de Maro).13

    No mbito do enquadramento e justificao da necessidade do SAM, so-lhe cometidas

    vrias atribuies no espao martimo sob jurisdio nacional14. Tais misses esto

    incumbidas s entidades constituintes do SAM15, que detm poder de Autoridade Martima

    (AM)16

    .Assim sendo e elencando mais minuciosamente o Decreto-Lei n. 43/2002 de 2 Maro, por

    se considerar importante para o corpo do presente trabalho, de referir que o SAM tem

    como rgo central a Direco-Geral de Autoridade Martima (DGAM), como rgos

    regionais os Departamentos Martimos e como rgos locais as Capitanias de Portos. O

    SAM visa garantir a prossecuo das leis nos espaos martimos sob jurisdio nacional,

    12Ver a definio no n. 2 do Art. 4 do Decreto-lei n.43/2002 de 2 de Maro.13

    Ver, Anexo F.14Ver, art. 6 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.15Ver, n. 1 do art. 7 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.16Ver, art. 3 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    31/117

    Captulo 4 Cooperao M artima

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 17

    sendo que tem a si atribudas a segurana e controlo da navegao; a preservao e

    proteco dos recursos naturais, preservao e proteco do patrimnio cultural

    subaqutico; preservao e proteco do meio martimo; preveno do combate poluio;

    assinalamento martimo, ajudas e avisos navegao; fiscalizao das actividades de

    aproveitamento econmico dos recursos vivos e no vivos; salvaguarda da vida humana no

    mar e salvamento martimo; proteco civil com incidncia no mar e na faixa litoral;

    proteco da sade pblica; preveno e represso da criminalidade, nomeadamente no que

    concerne ao combate ao narcotrfico, ao terrorismo e pirataria; preveno e represso da

    imigrao clandestina; segurana da faixa costeira e no domnio pblico martimo e das

    fronteiras martimas e fluviais, quando aplicvel. Exercem poder de AM no quadro do

    SAM a Autoridade Martima Nacional (AMN); Polcia Martima (PM); Guarda NacionalRepublicana (GNR); Polcia de Segurana Pblica (PSP); Servio de Estrangeiros e

    Fronteiras (SEF); Inspeco-Geral das Pescas; Instituto da gua; Instituto Martimo-

    Porturio; Autoridades porturias; Direco-Geral da Sade.

    Foi ento, no no muito longnquo, dia 2 de Maro do ano de 2002 que se criou o SAM,

    para que um passo em frente fosse dado no sentido de se aperfeioar e desenvolver os

    conhecimentos e competncias, para que o combate s ameaas que possam surgir do mar

    se torne mais eficaz. tambm nesse Decreto-Lei que criado o Conselho deCoordenao Nacional (CCN)17, com a finalidade de aprovar e emitir orientaes para

    assegurar a articulao afectiva entre as entidades com poder de AM, presidido pelo

    Ministro da Defesa Nacional (MDN).

    4.2 DECRETOREGULAMENTARN. 86/2007DE12DEDEZEMBRO

    o Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro, que mais nfase d potencial

    cooperao e articulao entre as autoridades de polcia, com jurisdio no espao

    martimo nacional18.

    Como j foi referido, Portugal um pas que tem uma das maiores Zonas Econmicas

    Exclusivas (ZEE) da Europa, com mais de 1.700.000 Km2, o que representa perto de 18

    vezes a sua rea terrestre. Revelando-se como uma clara possibilidade para a entrada de

    matrias ilcitas na Europa.

    17Ver, Art. 8 do Dec.-lei n.43/2002 de 2 de Maro.18Ver, Art. 1 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    32/117

    Captulo 4 Cooperao M artima

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 18

    Tambm a Guarda Nacional Republicana (GNR) exerce misses em toda a costa, no mar

    territorial e na zona contgua, cometendo-lhe a lei competncias especficas de vigilncia,

    patrulhamento e intercepo martima ou terrestre, definidas na respectiva Lei Orgnica.

    (Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro).19

    Como tal, espectvel que exista um Decreto Regulamentar que estabelea ao pormenor,

    qual o tipo de coordenao que se pretende, para alm da coordenao entre a GNR e

    Marinha/AMN no que respeita segurana da navegao dos navios e embarcaes de

    pesca, de comrcio e de nutica de recreio20; e no mbito das infraces tributrias, fiscais

    e aduaneiras fora das instalaes porturias.

    Se em alguns casos uma Fora coordena a outra, outros casos h, em que as mesmas tm o

    dever de cooperar21. Veja-se o caso especfico do combate imigrao ilegal, trfico de

    seres humanos e de mercadorias, em que, respectivamente, so o SEF e a DGAIEC que

    coordenam, com a GNR e a Marinha/AMN, todas as aces de vigilncia e fiscalizao nas

    instalaes porturias.

    19Ver Anexo E.20Ver Art. 3 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.21Ver Art. 6 e 7 do Dec. Reg. n. 86/2007 de 12 de Dezembro.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    33/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 19

    PARTE IITRABALHO DE CAMPO

    CAPTULO 5 - METODOLOGIA

    5.1 INTRODUO

    Aps analisadas as entidades envolvidas no controlo do mar territorial Portugus, a sua

    organizao e alguns dos seus meios, assim como alguns dos pressupostos legais em que

    assentam os princpios de cooperao e coordenao entre as foras, finaliza-se ento a

    parte terica, seguindo-se a Parte Prtica.

    O objectivo da Parte Prtica verificar a veracidade dos conceitos tericos descritos e

    encontrar respostas para as hipteses que anteriormente foram levantadas, bem como ao

    objectivo proposto no trabalho. Com base no referido, apresenta-se neste captulo o

    trabalho de campo efectuado.

    5.2 HIPTESES

    Quivy e Campenhoudt (2008) defendem que a organizao de uma investigao em torno

    de hipteses de trabalho constitui a melhor forma de a conduzir com ordem e rigor, sem

    por isso sacrificar o esprito de descoberta e de curiosidade que caracteriza qualquer

    esforo intelectual digno deste nome.

    Assim sendo, a objectividade e coerncia de um trabalho de investigao so

    inevitavelmente atingidas de forma legtima se a realizao do mesmo for assente em

    hipteses.

    Como tal, no decorrer da anlise da Parte Terica deste trabalho, surgiram algumas

    hipteses:

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    34/117

    Captul o 5 - Metodologia

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 20

    H1: Os meios e o tipo de formao das foras envolvidas na proteco e segurana do mar

    territorial Portugus so adequados.

    H2: As reunies do CNCM so um meio para a prspera cooperao/coordenao entre as

    entidades que abarcam no controlo da costa.

    H3: O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro representa melhorias na

    cooperao/coordenao para as entidades que tm competncias no mar territorial

    Portugus.

    H4: A informao mutuamente disponibilizada em tempo til.

    H5: A FRONTEX, para alm das competncias e misses que a ela esto subjacentes,

    serve tambm como modelo a seguir no que respeita a cooperao/coordenao entre

    entidades.H6: O SIVICC um sistema com muitas potencialidades e a GNR ter capacidade de

    resposta.

    H7: O futuro da vigilncia e segurana da costa passa pela criao de uma Guarda Costeira

    Portuguesa.

    5.3 MTODOENTREVISTA

    Para a realizao de um trabalho de investigao est subjacente a utilizao de mtodos e

    tcnicas de recolha de informao. Assim sendo, o mtodo adoptado aplicado a uma

    determinada amostra, para que os resultados obtidos e o alcance de determinadas

    concluses possam ir de encontro aos objectivos propostos, respondendo, adequadamente,

    s hipteses e questes de investigao anteriormente colocadas.

    Como tal, no decorrer do trabalho optou-se pela realizao de entrevistas semi-

    estruturadas, sendo que os entrevistados responderam a perguntas apresentadas no guio da

    entrevista22. Este tipo de entrevista necessita de um processo de planificao, de

    preparao e de um plano, em que o objectivo e os subtemas estejam implcitos, tendo

    como premissa um fio condutor assente numa ordem lgica de perguntas. Neste mtodo

    garantida, ao entrevistado, a oportunidade de expor as suas ideias, pontos de vista e

    expectativas (Fortin, 1996).

    22Ver Apndice A e B.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    35/117

    Captul o 5 - Metodologia

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 21

    Note-se ainda que foram explanadas opinies pessoais dos entrevistados, sobre o tema a

    ser trabalhado, e tambm sobre outros assuntos que se constituram pertinentes nesse

    mbito.

    As questes elencadas no guio de entrevista foram geradas atravs das hipteses, que por

    sua vez, derivam da questo principal e questes derivadas, anteriormente referidas. A

    construo dos guies teve por base grelhas verticais segundo Guerra (2006, p. 73).

    5.4 CARACTERIZAODOUNIVERSODEANLISEEDAAMOSTRA

    Segundo Guerra (2006) a amostra no se constitui por acaso, mas em funo de

    caractersticas especficas que o investigador quer pesquisar.

    Como tal e para realizar o que nos pontos anteriores foi descrito, necessria a existncia

    de um universo de anlise, sendo constitudo por Oficiais Comandantes de Destacamentos

    da UCC. Do referido universo foi seleccionada uma amostra tendo em conta os seguintes

    parmetros:

    Conhecimentos adquiridos sobre o tema do trabalho de investigao, ao longo da sua

    carreira profissional;

    Funes de comando que desempenham;

    Experincia em aces de cariz Operacional;

    Quadro5.1 Caracterizao da amostra

    Entrevistados Gnero Posto Funo

    1 M MajorCmdt Dest. de Controlo Costeiro da Figueira daFoz

    2 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Lisboa

    3 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Olho

    4 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Sines

    5 M Major Cmdt Dest. de Controlo Costeiro de Matosinhos

    6 M Capito Cmdt. Dest. de Vigilncia Mvel

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    36/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 22

    CAPTULO 6 - APRESENTAO E ANLISE DE

    RESULTADOS

    6.1 INTRODUO

    Neste captulo, so apresentadas as questes que constituem o guio da entrevista, bem

    como as respostas obtidas, individualmente, por cada entrevistado.

    Procede-se anlise das entrevistas, com base em quadros, onde so expostas as respostas

    dos entrevistados e respectivamente, feita uma anlise de contedo.

    6.2 ANLISEETRATAMENTODASENTREVISTAS

    1- Considera adequada a formao dos militares da UCC? Se sim, quais as virtudes? Se

    no, quais as fraquezas ou lacunas?

    Pela leitura das respostas obtidas (Quadro 6.1), pode considerar-se que a opinio sobreo

    nvel e a qualidade da formao, no que respeita GNR, varivel, dependendo da

    perspectiva e dos militares que esto sob comando de cada um dos entrevistados. No

    entanto, apesar da maioria dos entrevistados considerar que a formao adequada ou ser

    num futuro muito prximo; h quem julgue que falta formao especializada na vertente

    martima, terrestre e para operar o SIVICC.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    37/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 23

    Quadro 6.1- Respostas questo n.1

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X

    Lacunas:- Falta de pessoal especializado em mecnica abordo das embarcaes;- Formao Terico-prtica dos Oficiais;- Formao ao nvel do SIVICC;- Falta formao que distinga os militares daUCC;

    Entrevistadon2 X

    - A nvel de pessoal, uma grande percentagemde militares oriundos da extinta Brigada Fiscal,isto implica necessariamente que estes militares

    esto j bastante familiarizados com grandeparte do servio;-Ainda na vertente da formao, importa referirque a UCC continua a ministrar cursosespecficos em diversas reas.

    Entrevistadon3

    X- Considero adequada e ajustada.

    Entrevistadon4

    X- Esto a iniciar um conjunto de cursos quealargaro as competncias dos militares.

    Entrevistadon5 X

    - O ideal seria que todos os militares da UCC

    possussem, para alm da formao de base daGNR, uma formao especfica que abrangesseas vertentes martimas e terrestre.

    Entrevistadon6

    X

    - No entanto, considero que a melhorarformao que a Unidade pode ter aquela que transmitida pelos militares mais experientes,atravs do seu know-how adquirido.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    38/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 24

    2 - No seu ponto de vista, a GNR/UCC dispe dos meios indicados para o cumprimento

    da sua misso? Se a resposta negativa, o que poderia ser alterado?

    As respostas a esta questo (Quadro 6.2), permitem concluir que os meios, apesar de para

    alguns entrevistados serem adequados, carecem de renovao. No que respeita aos meios a

    GNR, actualmente, est limitada em termos de actuaes em locais de longo raio de aco,

    bem como operaes que se estendam por um largo perodo de tempo. No entanto,

    unnime que as perspectivas futuras so positivas, pois o SIVICC ir impulsionar a UCC

    para um patamar superior a nvel de vigilncia e controlo.

    Quadro 6.2 - Resposta questo n. 2

    Entrevistado Afirmativo Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X

    -Faltam embarcaes que nos permitam ir mais longe eestar mais tempo no mar;

    -Faltam embarcaes semi-rgidas;

    -O parque automvel est muito envelhecido;

    -Estamos muito limitados em meios de observao;

    -Mas as LVI so muito boas.

    Entrevistadon2

    X - Os meios disponveis so os indicados, no entanto,existem ainda aspectos que podem e esto a sermelhorados.

    Entrevistadon3

    X- certo que a ausncia de meios constitui um entrave,mas por si s no so motivo impeditivo decumprimento de misso.

    Entrevistadon4

    X- A UCC sofre do mal que afecta toda a GNR, meioshumanos com uma idade beira da reforma e nmero deingressos inferior s sadas para reserva / reforma.

    Entrevistadon5

    X-Faltam embarcaes para patrulhamento e viaturas.

    Entrevistadon6

    X- O tipo de meios so os indicados. No entanto, necessrio efectuar actualizaes e renovar os meios quevo ficando obsoletos com o passar dos anos.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    39/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 25

    3- Esses meios so em quantidade suficiente?

    As respostas obtidas no permitem uma concluso clara (Quadro 6.3). Cada um dos

    entrevistados foca um aspecto diferente. Mas, se tem havido acrscimo de meios e seexistem meios (embora possam estar mal distribudos), a concluso relativamente

    quantidade de meios tendencialmente positiva.

    Quadro 6.3 - Resposta questo n3

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X

    Faltam: - Meios humanos;

    -Meios de vigilncia;-Semi-rgidos;

    -Embarcaes de grande porte.

    Entrevistadon2

    X

    -Como obvio, qualquer Comandante gostaria semprede ter mais meios do que aqueles que tem, por muitosque estes sejam;

    - Mas a UCC tem registado um grandeacrscimo/renovao de diversos meios.

    Entrevistadon3

    X- O preocupante nesta matria, no ser tanto aquantidade de meios disponveis, mas sim a sua

    distribuio internamente.Entrevistado

    n4X - Faltam meios humanos.

    Entrevistadon5

    X- Os meios so sempre em quantidade suficiente, quantomais no seja suficiente para fazer o que for possvel.

    Entrevistadon6

    X- Julgo que apenas os meios de vigilncia soinsuficientes, em termo de quantidade.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    40/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 26

    4- Como caracteriza a capacidade da GNR/UCC para a vigilncia da costa?

    As opinies so quase unnimes ao considerar que a GNR a fora que mais habilitada

    est para fazer a vigilncia costeira (Quadro 6.4). A implementao do SIVICC surge

    como um factor futuro de optimizao da resposta da GNR nesta rea.

    Quadro 6.4 - Resposta questo n.4

    Entrevistado Argumentao

    Entrevistado n1-Neste momento estamos com algum dfice, mas com a instalao do SIVICC,teremos uma capacidade excelente.

    Entrevistado n2- A capacidade da GNR para a vigilncia da Costa bastante boa;- Com a implementao do SIVICC, a capacidade da Guarda a nvel de vigilnciada costa vai sofrer um reforo e um melhoramento bastante acentuados.

    Entrevistado n3

    - No existe outra fora em Portugal com capacidade para desempenhar, comexcelncia, esta misso;- O SIVICC a ferramenta que poder proporcionar Guarda atingir nveis dequalidade superior na gesto da segurana junto orla costeira.

    Entrevistado n4-No existe em Portugal nenhuma fora em condies de substituir a Unidade deControlo Costeiro na vigilncia de Costa

    Entrevistado n5- A GNR atravs da UCC consegue efectuar uma vigilncia de Costa, que maisnenhum organismo nacional tem capacidade para superar, mesmo sem considerar o

    SIVICC.

    Entrevistado n6-Poderia dizer que assenta basicamente no esforo do pessoal, o que a torna poucoeficaz na obteno de resultados.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    41/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 27

    5- Centro Nacional Coordenador Martimo (CNCM), um rgo com a finalidade de

    aprovar e emitir orientaes para assegurar a articulao afectiva entre as entidades com

    poder de Autoridade Martima (AM), tendo isso em conta, acha que as reunies do

    CNCM constituem um reforo para a cooperao/coordenao entre as entidades

    presentes no Sistema de Autoridade Martima (SAM)?

    Segundo as respostas dos entrevistados (Quadro 6.5), no possvel chegar a uma

    concluso muito esclarecedora. Mas o certo que um rgo desta natureza e com a

    responsabilidade que lhe est inerente deveria suscitar opinies uniformes quanto sua

    existncia e funcionamento; como isto no acontece, a concluso a que se pode chegar

    que o seu propsito no est a ser cumprido como inicialmente planeado.

    Quadro 6.5 - Resposta questo n.5

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X- O CNCM no eficiente, porque as entidadespresentes no esto em p de igualdade.

    Entrevistadon2

    X- Existindo um rgo coordenador como o CNCM,creio que essa cooperao sai beneficiada.

    Entrevistado

    n3

    - No estarei em condies de poder responder com

    propriedade, mas quero acreditar que sim.Entrevistado

    n4X

    - O CNCM tem realizado alguns exerccios queevidenciam apenas o desempenho da Marinha.

    Entrevistadon5

    -No possuo dados para responder a esta pergunta.

    Entrevistadon6

    X- Julgo que sim.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    42/117

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    43/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 29

    7-No seu entender, existe partilha de informaes entre as entidades que constituem o

    SAM?

    de relevar que em grande parte, a partilha de informao depende da personalidade dos

    comandantes da rea, pois a partilha de informao existe quando as relaes pessoais

    entre os comandantes so saudveis e os mesmos tm iniciativa para comunicarem. Caso

    contrrio, a comunicao deficiente ou mesmo inexistente (Quadro 6.7).

    Quadro 6.7 - Resposta questo n. 7

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X-Depende das pessoas;- Devia haver uma plataforma para isso.

    Entrevistadon2

    X- Sim, no s nas reunies agendadas e programadascomo a prpria partilha de informaes entre osComandantes que as compem e esto no terreno.

    Entrevistadon3

    X-Estou convencido de que a partilha de informao no uma realidade.

    Entrevistadon4

    X

    -A partilha de informaes existe nomeadamente entreas entidades que acabei de referir; Policia Judiciria,Inspeco Geral de Pescas, SEF e AutoridadesPorturias.

    Entrevistadon5

    X-No, pelos motivos apresentados na resposta anterior.

    Entrevistadon6

    - No tenho dados para afirmar ou negar se existepartilha de informao entre as diferentes entidades doSAM.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    44/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 30

    8-Julga que o Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro, representa uma

    mais-valia para a melhoria da cooperao/coordenao das entidades nele envolvidas?

    Mais uma vez, a disparidade das respostas evidente (Quadro 6.8). A criao do Decreto

    Regulamentar n. 86/2007 de 12 de Dezembro parece ser vlida, mas a sua aplicao no

    cumpre os propsitos para que foi criado.

    Quadro 6.8 - Resposta questo n. 8

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1 X

    -No se definem os termos;

    - Foi criado com premissas erradas;-No h igualdade entre entidades.

    Entrevistadon2

    X- O objectivo do Decreto-lei mesmo esse, regular aarticulao das diversas entidades.

    Entrevistadon3

    X-No gostaria de formalizar um juzo negativo, acreditoque o conceito vlido.

    Entrevistadon4

    X-A dita cooperao/coordenao existe em pleno entre aUCC, a PJ, a IGP, o SEF, a DGAIE e AutoridadesPorturias.

    Entrevistadon5

    X- Trata-se de uma tentativa da Marinha de ofuscar todasas outras entidades, e assim difcil haver coordenao.

    Entrevistadon6

    X - Foi esse o propsito da criao do DecretoRegulamentar.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    45/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 31

    9-Existe boa relao de cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as

    Capitanias dos Portos?

    Embora a maioria das respostas seja afirmativa (Quadro 6.9), dois dos entrevistados voltam

    a insistir em aspectos j focados na pergunta n. 7: no h uma boa relao de

    cooperao/coordenao entre os Destacamentos da UCC e as Capitanias dos Portos

    porque, se as comunicaes dependem das relaes pessoais entre comandantes, a

    cooperao/coordenao tambm reflecte esse relacionamento.

    Quadro 6.9 - Resposta questo n. 9

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X- As relaes que existem so atravs de contactospessoais entre os Comandantes.

    Entrevistadon2

    X-Existe uma relao muito boa;

    - Inteira abertura e disponibilidade de ambas as partes.

    Entrevistadon3

    X- Em regra so boas relaes.

    Entrevistadon4 X

    - Os Comandantes das Capitanias ao que me parecetentam colocar-se numa posio de soberania em quase

    todos os assuntos de mar, gostam de ser informadosdos mais diversos acontecimentos, mas, no gostam deinformar.

    Entrevistadon5

    X- A nvel local no se registam problemas decoordenao.

    Entrevistadon6

    - Considerando que o Destacamento pelo qual estouresponsvel, no tem rea atribuda, no me tem sidopossvel trabalhar directamente com as Capitanias dosPortos.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    46/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 32

    10- A informao mutuamente disponibilizada em tempo til?

    Conclui-se que os modus operandi de cada zona so diferentes, o que altera tipos de

    procedimentos e relacionamentos entre entidades, bem como altera a prontido das

    transferncias de informaes entre os Destacamentos de Controlo Costeiro e as Capitanias

    dos Portos (Quadro 6.10).

    Quadro 6.10 - Resposta questo n. 10

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistado

    n1X

    - Mesmo com os Comandantes a troca de informao

    reduzida.

    Entrevistadon2

    X-At porque o tipo de servio que fazemos de vigilnciada costa e as caractersticas tipo do adversrio a issoobrigam.

    Entrevistadon3

    X- Julgo que o problema se coloca mais ao nvel dasmatrias cuja responsabilidade partilhada por vriasentidades.

    Entrevistadon4

    X-Via UCC sim na maioria das situaes.

    Entrevistado

    n5

    X

    -A disponibilizao de informao da rea de actuaotem vindo a melhorar medida que os Comandantes se

    vo conhecendo melhor e se executam mais misses emconjunto.

    Entrevistadon6

    X- Relativamente aquela que diz respeito minha respostaanterior, posso afirmar que sim.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    47/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 33

    11- J alguma vez realizou Operaes conjuntas? Se sim, em que mbito e com que

    entidade, ou entidades?

    Apesar das dificuldades anteriormente referidas (Quadro 6.11), verifica-se que na prtica,

    ao nvel operacional, todos os entrevistados efectivamente j realizaram vrias operaes

    conjuntas em vrios mbitos.

    Quadro 6.11 - Resposta questo n. 11

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistado

    n1

    X-Operaes de busca e salvamento;-Operaes de controlo de imigrao;

    -Operaes de combate pesca.

    Entrevistadon2

    X-O Destacamento de Controlo Costeiro de Olho, queabrange todo o Algarve j participou e participa eminmeras operaes conjuntas.

    Entrevistadon3

    X-Normalmente estas aces visam fiscalizar, controlar evigiar o espao martimo e conta com todas as entidadescom responsabilidades nestas reas.

    Entrevistadon4

    X-Sim no mbito do quadro SAM.

    Entrevistado

    n5

    X- No mbito da fiscalizao da captura do Meixo,embarcaes de pesca espanholas autorizadas a pescar

    em guas portuguesas.Entrevistado

    n6X

    -No.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    48/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 34

    12- J participou em alguma Operao da FRONTEX? Se sim, em qual/quais? Em que

    mbito se realizou/realizaram?

    Confirma-se assim, que pese embora o mbito das misses ser muito semelhante, pois est

    de acordo com as misses da agncia FRONTEX, de relevar a existncia de um vasto

    leque de operaes realizadas ao longo da costa Europeia pelos entrevistados (Quadro

    6.12).

    Quadro 6.12 - Resposta questo n. 12

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistado n1 X- J realizei duas Operaes, de controlo de Fronteiras eimigrao.

    Entrevistado n2 X- O Destacamento de Controlo Costeiro de Olho temparticipao constante em operaes no mbito daFRONTEX, devido localizao da sua Zona de aco.

    Entrevistado n3 X

    -Fui durante dois anos o ponto de contacto na GNR paraassuntos da FRONTEX. Por essa via estiveprofundamente envolvido em todas as operaes em que aGuarda participou durante esse perodo.

    Entrevistado n4 X -No.

    Entrevistado n5 X-O Destacamento de Controlo Costeiro de Matosinhos jparticipou por trs vezes em operaes do mbito daFRONTEX.

    Entrevistado n6 X -No.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    49/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 35

    13- Em jeito de comparao, como caracteriza a cooperao das entidades do SAM e a

    cooperao existente na FRONTEX?

    Segundo os entrevistados, tal comparao no pode ser estabelecida j que a FRONTEX

    composta por foras de vrios pases, sendo que, cada uma das foras envolvida nas

    operaes fornece e opera com os seus meios (Quadro 6.13). de evidenciar tambm, que

    as foras envolvidas no tm um amplo leque de misses na mesma rea tal como acontece

    em Portugal, mas pelo contrrio, a misso a mesma e a finalidade ser cooperarem para

    que o objectivo de cada misso seja cumprido.

    Quadro 6.13 - Resposta questo n.13

    Entrevistado Argumentao

    Entrevistado n1

    -So coisas diferentes;

    -A FRONTEX uma agncia que no tem os seus prprios meios;

    -Na FRONTEX no se disputa o mesmo espao geogrfico.

    Entrevistado n2

    -So situaes diferentes,

    - Quando estamos a falar das entidades envolvidas no SAM, referimo-nos aentidades nacionais e com misses diversas, enquanto que na FRONTEX existe

    colaborao entre entidades de diversos pases e com uma misso muito concreta edelimitada.

    Entrevistado n3- A cooperao e o envolvimento so distintos. Digamos que a realidade destasduas entidades no nos permite efectuar comparaes.

    Entrevistado n4 - Pelo que me tem sido transmitido pelos meus pares, no existe comparao.

    Entrevistado n5- Nem existe comparao. A cooperao no mbito do FRONTEX efectiva etrabalham todos em p de igualdade, como deve ser, enquanto que no mbito doSAM, a marinha quer dominar toda a aco.

    Entrevistado n6 -No tenho dados que permitam efectuar essa comparao.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    50/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 36

    14- Como caracteriza a participao da GNR na FRONTEX?

    As respostas a esta questo so unnimes e francamente positivas, j que todos os

    entrevistados partilham da opinio que a participao da GNR em geral e da UCC emparticular, no s se constitui importante pelo papel preponderante, respeito e

    reconhecimento que est inerente a essa participao, mas tambm atravs da realizao de

    vrias misses e relacionamentos com outras foras, na medida em que, tal facto faz

    transitar conhecimentos e experincias que so importantes para alcanar um Pas e uma

    Europa mais segura.

    Quadro 6.14 - Resposta questo n.14

    Entrevistado Argumentao

    Entrevistado n1 -Excelente.

    Entrevistado n2

    - A participao da GNR na FRONTEX de extrema importncia quer para ocumprimento da misso, quer para a prpria Guarda;- Por outro lado tambm importante para a Guarda participar neste tipo demisses, pelo facto de cooperar com foras estrangeiras.

    Entrevistado n3- Muito boa. A GNR tida, no seio da FRONTEX, como uma fora de referncia.A afirmao da Guarda no se esgota em espao nacional.

    Entrevistado n4- Altamente dignificante e imprescindvel enquanto fora presente diariamente24/24 na orla costeira.

    Entrevistado n5 -Muito boa e com bons resultados.

    Entrevistado n6- Muito importante, pois tem sido uma excelente plataforma de formao para osmilitares que nela participam.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    51/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 37

    15-Na sua opinio, porque foi a GNR incumbida de operar o SIVICC?

    Ao que se apura, para alm de elementos histricos relevantes, o SIVICC ser operado pela

    GNR essencialmente devido misso de segurana interna a ela incumbida e capacidade

    de resposta, a inmeras situaes, que esta fora est em condies de proporcionar. O

    facto de a GNR ter meios operacionais que possam ser prontamente activados tanto em

    interveno martima como terrestre, constitui, tambm, uma pea relevante no sucesso da

    vigilncia e controlo da costa que se deseja operando o SIVICC.

    Quadro 6.15 - Resposta questo n15

    Entrevistado Argumentao

    Entrevistado n1

    - Devido ao percurso Histrico do controlo das Fronteiras, j desde a BrigadaFiscal;- uma tarefa de Segurana Interna por isso tem de ser entregue a uma fora deSegurana Interna;-A Marinha e a PM no tm capacidade de resposta.

    Entrevistado n2-Por ser a entidade que reunia as melhores condies a diferentes nveis para ooperar.

    Entrevistado n3

    - Porque a nica fora em Portugal com saber adquirido nesta rea e porque anica fora com capacidade para conjugar os trs pilares basilares de uma

    vigilncia costeira. Vigilncia e controlo, interveno martima e intervenoterrestre.

    Entrevistado n4- O sistema SIVICC serve antes de mais a segurana interna do Pas, e quandofalamos de segurana interna ao nvel nacional s poderemos estar a falar deGuarda Nacional Republicana.

    Entrevistado n5- O SIVICC, no mais do que uma verso melhorada do antigo LAOS, quesempre foi operado pela GNR;-Mas pensemos friamente: quem mais pode operar o SIVICC?

    Entrevistado n6-Na minha opinio, baseou-se no facto de ser a Fora com maior know-how, nestarea.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    52/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 38

    16- Um sistema como o SIVICC exige ter uma grande capacidade de resposta. A

    GNR/UCC ter essa capacidade?

    Actualmente a UCC, pese embora o facto de se esperar um reforo de meios, j ter

    capacidade para responder ao rigor e exigncias do SIVICC (Quadro 6.16) De salientar que

    tambm neste mbito, se insere a componente martima e terrestre da GNR, como uma

    grande vantagem na vigilncia e controlo da costa.

    Quadro 6.16 - Resposta questo n. 16

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X-Completamente.

    Entrevistadon2

    X

    -A GNR/UCC j possui sem dvida essa capacidade eainda ser reforada em termos de meios humanos,meios materiais e formao a um maior nmero demilitares.

    Entrevistadon3

    X- A UCC vai ser uma Unidade de referncia mas asegurana costeira no se esgota nessa Unidade.

    Entrevistadon4

    X- A GNR tem uma excelente capacidade de respostaterrestre, j quanto interveno martima direi que temuma razovel capacidade de interveno.

    Entrevistadon5

    X-Julgo que sim. A dvida est em saber se suficiente acapacidade da UCC ou se deveremos alargar acapacidade de resposta a toda a GNR.

    Entrevistadon6

    X- Certamente, se os meios de intercepo foremrenovados gradualmente medida que vo ficandoobsoletos.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    53/117

    Captulo 6 Apresentao e Anlise de Resultados

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 39

    17-No seu entender, o futuro da vigilncia e a segurana da costa passam pela criao de

    uma Guarda Costeira Portuguesa?

    A maioria dos entrevistados no v necessidade nem vantagens na criao de uma Guarda

    Costeira uma vez que a GNR tem desempenhado bem as suas funes (Quadro 6.17). No

    entanto, dois dos entrevistados vem nessa criao a hiptese de se acabar com as

    indefinies e disputas da situao actual.

    Quadro 6.17 - Resposta questo n. 17

    Entrevistado Afirmativa Negativa Argumentao

    Entrevistadon1

    X- Seria uma mais-valia, em termos de pessoal, meios efinanas;-Acabavam as disputas.

    Entrevistadon2

    X-Dentro da misso que est atribuda UCC/GNR nestemomento no vejo a necessidade de uma GuardaCosteira.

    Entrevistadon3

    X-No creio que isso venha a acontecer num futuro maisou menos prximo. Julgo que a Guarda tem umaoportunidade importante para se afirmar.

    Entrevistadon4

    X- No meu entender na prxima dcada a vigilncia decosta passa pela UCC/GNR.

    Entrevistadon5

    X- Indubitavelmente, a dvida reside em saber ondecolocar esta fora e qual o papel da marinha.

    Entrevistadon6

    X- Olhando para o futuro prximo, no me parece queesta seja uma necessidade nem uma das prioridades paraPortugal.

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    54/117

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 40

    CAPTULO 7CONCLUSES E RECOMENDAES

    7.1 INTRODUO

    Este Trabalho de Investigao Aplicada (TIA) tem por objectivo concluir se existe

    coordenao/cooperao entre a UCC e a Marinha. Para esse efeito, foram expostas as

    naturezas, bem como as misses inerentes a cada uma das entidades que, entre outras,

    constituem o SAM (UCC, Marinha e PM).

    Foram ainda referidos alguns dos meios de vigilncia e controlo da costa que a GNR/UCC

    possui na actualidade e uma viso, sobre o que se espera, ser o futuro desses mesmos

    meios. Foram tambm referidas algumas concluses no trmino de cada captulo da Parte

    Terica. Depois de completada a Parte Terica, apresentar, analisar e discutir os resultados

    obtidos durante o trabalho de campo, demonstrou-se crucial, tendo em conta, como linha

    orientadora a verificao das hipteses anteriormente apresentadas.

    Como tal, no presente captulo, sero verificadas as hipteses, no que respeita coerncia,

    credibilidade e veracidade das mesmas e apresentadas algumas reflexes finais. Aps isso,

    sero elencadas algumas das dificuldades que se foram desenvolvendo ao longo da

    realizao do TIA e sero tecidas consideraes relativamente a algumas propostas para

    futuras investigaes.

    7.2 VERIFICAODASHIPTESES

    Concluda a investigao, possvel verificar a exequibilidade das hipteses.

    Assim sendo, no que respeita primeira hiptese: Os meios e o tipo de formao das

    foras envolvidas na proteco e segurana do mar territorial Portugus so

    adequados, foi parcialmente refutada. Ao nvel da formao, na opinio de um dos

    entrevistados, apesar de no estar mal, deficitria em alguns aspectos. Nomeadamente em

  • 7/25/2019 multimedia-associa-pdf-tia_gnr_2-a unidade de controlo costeiro e as foras armadas que paradigma.pdf

    55/117

    Captulo 7 Concluses e Recomendaes

    A UNIDADE DE CONTROLO COSTEIRO E AS FORAS ARMADAS:QUE PARADIGMA? 41

    mecnicos de bordo e na formao Terico-prtica dos Oficiais, j que, de acordo com um

    entrevistado, os mesmos tm reunies com outras entidades especializadas em algumas

    reas para as quais os Oficiais no tm a formao ajustada. No que respeita aos meios e

    apesar da existncia de algumas lacunas, relativamente s condies de inmeras viaturas e

    falta de algumas embarcaes de grande porte e semi-rgidos, unnime que esse factor

    negativo tem vindo a ser ultrapassado, no se tornando impeditivo de a UCC realizar com

    sucesso a sua misso.

    Na segunda hiptese: As reunies do CNCM so um meio para a prspera

    cooperao/coordenao das entidades nele elencadas, foi parcialmente refutada, j que

    segundo mais do que um entrevistado, as entidades presentes no CNCM no esto em

    situao de igualdade. Apura-se tambm que os moldes para a criao do CNCM talvezsejam acertados, mas o seu funcionamento no eficaz.

    No que respeita terceira hiptese: O Decreto Regulamentar n. 86/2007 de 12 de

    Dezembro representa melhorias na cooperao/coordenao para as entidades que

    tm competncias no mar territorial Portugus, foi parcialmente validada, mas mais

    uma vez existem diferenas significativas nas respostas dos entrevistados. Isto leva a

    reconhecer o Comandante e localizao geogrfica como factores condicionantes ou

    impulsionadores da cooperao