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Argo publicado na edição 42 www.revistamundologistica.com.br setembro e outubro de 2014 Assine a revista através do nosso site

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Artigo sobre custo logístico

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  • Artigo publicado na edio 42

    w w w . r e v i s t a m u n d o l o g i s t i c a . c o m . b r

    s e t e m b r o e o u t u b r o d e 2 0 1 4Assine a revista atravs do nosso site

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    :: artigo

    Yassuo Imai SegundoAdministrador de empresas formado pela Faculdade Arthur de S Earp Neto (FASE), com especializao em Anlise de Operaes Logsticas e MBA em Logstica Empresarial, ambas pelo Instituto Coppead/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Logistics Business Experience pela Sydney University/Australia. scio-diretor da Imai Empresas, consultoria especializada em solues de Logstica e Supply Chain, na qual gestor da carteira de projetos de Warehouse Improving Processes, Stocks Management e Sales & Operations Planning.

    [email protected]

    Centros de Distribuio: como planejar sem errar

    Esse artigo resume alguns dos principais pontos a serem analisados durante o projeto de construo ou expanso de um centro de distribuio. O objetivo fornecer informaes que permitam formatar critrios para seu projeto e/ou direcion-lo s fontes adequadas de fundamentao.

    O que voc precisa saber antes de empreender na expanso ou na construo de um novo CD

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    Mesmo sendo operaes de

    natureza complexa, o planejamento

    de um CD deve ser simplificado, para

    que sua execuo no se torne invivel ou

    inflexvel.

    Historicamente tratados como Centros de Custos, nas entrincheiradas planilhas de controladoria empresarial, os Centros de Distribuio (CDs) so considerados, atualmente, instrumentos de compe-titividade empresarial, cada vez mais evidentes e impor-tantes no xadrez dos negcios.

    Antes chamados de depsito, estoque, barra-co, galpo, batcaverna e outros apelidos decaden-tes, eles foram, por muito tempo, verdadeiras terras de ningum no cotidiano de muitas empresas, enquanto seus executivos se encantavam com as acaloradas pa-lestras motivacionais do Marketing, Recursos Humanos (RH), Estratgia, entre outras. No podemos deixar de mencionar que os mais conceituados autores citaram a relevncia da logstica e das opera-es de distribuio para que seus conceitos prosperassem. Mesmo as-sim, l estavam os CDs acumulando poeira, empilhando estoques e, mui-tas vezes, administrados pelos menos qualificados funcionrios para a fun-o.

    Nesse tempo de estrada, j vimos um pouco de tudo. De empresrios que estavam anos sem ir ao seu de-psito, ao dito depsito ser utiliza-do como um exlio para funcionrios indesejados no ar-condicionado da Administrao. Ainda bem que esses tempos esto findando.

    A cada dia, profissionais e empresas percebem as oportunidades existentes nas operaes de seus CDs. Devido aos anos que foram deixados em segundo plano, nas estratgias dos negcios, muitos centros de distribuio encontram-se saturados, operando alm de sua capacidade efetiva e defasados estrutural e tec-nologicamente, para assegurar custos competitivos nas operaes que nele so executadas. O resultado: Elevados ndices de erros nas operaes de separa-

    o e conferncia; Elevados ciclos de atividade (recebimento, armazena-

    gem, separao, conferncia, expedio etc); Elevados ndices de retrabalho; Elevados ndices de devoluo ou envio de comple-

    mento de pedidos; Elevada incidncia de mo de obra (custos que no

    agregam valor) nas atividades executadas no CD; Elevados ndices de reteno de veculos de entrega

    nas docas e nos ptios, aumentando, continuamente, a demanda pela compra/contratao de novos ve-culos;

    Elevados ndices de pagamento de horas extras e contratao de temporrios (e consequente volume de passivos trabalhistas, turnover etc);

    Baixos ndices de acuracidade dos inventrios, ou mesmo, a inviabilidade de executar inventrios roti-neiros.O aprendizado obtido com erros do passado tem

    promovido uma recente onda de construo ou rees-truturao de centros de distribuio, baseada no plane-jamento detalhado de sua operao, na remodelagem de seus processos e na otimizao do uso dos ativos lo-

    gsticos l instalados. Os puxadinhos improvisados bem brasileira pelos encarregados do depsito esto ce-dendo espao a operaes em que os gestores esto focados na econo-mia que podem gerar e no retorno sobre o investimento que ser reali-zado.

    Nesse nterim, abrem-se espaos para que estruturas e equipamen-tos adequados, alm de tecnologias de ponta, ocupem seu lugar nessas operaes e contribuam para o cres-cimento pautado em eficincia das empresas proprietrias.

    Mesmo sendo operaes de natu-reza complexa, o planejamento de um

    CD deve ser simplificado, para que sua execuo no se torne invivel ou inflexvel. Ele precisa, no entanto, ser rico em informaes, que permitam que o planeja-dor simule e projete cenrios e condies para modelar, adequadamente, seus recursos e processos. importan-te ter em mente que erros no planejamento de um CD, muitas vezes, so irreversveis e, nem sempre, o que os mais populares cases de sucesso no mercado fazem o melhor para a sua operao.

    Esse artigo fornecer um roteiro prtico de como planejar uma operao eficiente de centro de distribui-o, minimizando a probabilidade de erros na instalao e start de suas novas operaes.

    ONDE INSTALAR?H respostas prontas, muito vlidas, para essa per-

    gunta, na literatura acadmica. O centro de distribuio deve estar instalado em um ponto central s suas praas de atendimento. bvio que a demanda de cada praa deve contar como ponderao, para que o CD esteja alguns quilmetros mais prximo ou distante dessa ou daquela.

    No entanto, tambm devem ser considerados os

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    custos de abastecimento do CD, que podem encare-cer as compras e as estratgias de distribuio. Nestas, precisam constar uma detalhada anlise sobre o acesso aos modais utilizados pela distribuio (rodovias, portos, aeroportos etc) e a contratao de servios de trans-portadores.

    Porm, caracterstico de nosso pas que, muitas ve-zes, generosos incentivos fiscais joguem por terra os dois pargrafos anteriores e sejam preponderantes na escolha de uma regio geogrfica para a instalao da

    planta.A FORA DO INTERIOR

    Em alguns casos, cidades do interior se mostram inte-ressantes opes na escolha da instalao de um novo CD, em especial no quesito qualidade da mo de obra. Como as opes de trabalho, muitas vezes, so limitadas no interior, as pessoas tendem a valorizar sua oportu-nidade de trabalho e mantm-se por mais tempo em suas funes. Temos observado, em nossos projetos, um ndice de turnover menor em centros de distribuio ins-talados em cidades do interior, quando comparados aos instalados em metrpoles e centros urbanos.

    Essa ponderao deve ser avaliada em conjunto com as demais (acesso, contratao de servios de transpor-te, custo de abastecimento e de operao etc).

    O GALPO: QUEM VEM PRIMEIRO? O OVO OU A GALINHA?

    Primeiro o galpo e depois os processos, ou primeiro os processos e depois o galpo? Essa uma das primei-ras dvidas que surgem depois que se decide construir ou expandir uma operao. H correntes que defendem os dois lados. Em termos prticos, isso depende da dis-ponibilidade de rea. Se o terreno para a construo for

    restrito a ponto de no permitir um crescimento em mdulos, a escolha bvia: faz-se o galpo e adequa-se o layout e os processos a ele.

    Se rea fsica no for o problema, planeja-se a ope-rao final e a decompe em mdulos, que sero cons-trudos a partir de um determinado nvel de ocupao do mdulo anterior (ver Figura 1). Esse tipo de plane-jamento muito til, pois minimiza futuras adequaes de layout, ou mesmo, retrabalho em construes, para-lizao no planejada da operao e desperdcio dos investimentos realizados.A ESCOLHA DE UM CD AUTOPORTANTE

    Se as possibilidades de crescimento na rea onde o CD est instalado forem muito restritas (zonas indus-triais ou urbanas, completamente ocupadas ou com metro quadrado muito caro), uma estrutura autopor-tante pode ser uma alternativa vivel, devido sua alta capacidade de elevao no armazenamento e que pos-tergar a migrao para um novo CD no futuro. Estrutu-ras autoportantes tm um alto investimento por metro cbico. Exceto em operaes muito especficas, so so-mente nessas condies de restrio de rea que elas se viabilizam financeiramente.

    ARMAZENAMENTO: LAYOUT, EQUIPAMENTOS E ESTRUTURA DE ARMAZENAMENTO

    Esse um ponto que merece considervel ateno em todo o planejamento. Um dos princpios de um pla-nejamento bem-sucedido de centro de distribuio que o layout da instalao zele pela fluidez dos fluxos de pessoas, equipamentos e produtos. Ao mesmo tempo, a instalao deve otimizar a capacidade de armazena-mento por metro cbico. Esses princpios tm propos-tas mutuamente conflitantes. Se aumenta a ocupao do

    Figura 1: Construo em mdulos.

    MDULO 1:EM OPERAO

    MDULO 2:PLANEJADO.CONSTRUO DA PLANTA QUANDO A OCUPAO DO MDULO 1 ATINGIR 80% DA CAPACIDADE.

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    CD, reduz o fluxo e vice-versa.Conhecer ou buscar a assessoria tcnica de quem

    conhea, sem vieses de vnculos comerciais, a gama de equipamentos de movimentao horizontal e vertical de produtos e os tipos de estruturas de armazenamento que podem ser adotados pela operao, fundamental para que se possa explorar quase infinitas possibilidades de planejamento de layout e fluxos que no sejam en-gessados pelo modelo padro de ocupao de galpes, sugerido pelos fabricantes de estruturas de armazena-mento.ESTUDO E PROJEO DA DEMANDA E DOS ESTOQUES

    O planejamento da rea de armazenamento deve contemplar uma anlise estatstica do comportamento dos estoques e suas variabilidades, em especial nos pe-rodos sazonais, segregada pela forma mais adequada s

    caractersticas da operao (tipo de embalagem, famlia de produtos, caractersticas, restries de armazena-mento etc).

    Precisa-se observar que, em se falando de estoques, h sempre muitas oportunidades de sinergia no apro-veitamento de reas de armazenamento. Um exemplo tpico refere-se a produtos que possuem picos sazonais em perodos distintos. So itens que, em determinados perodos do ano, quando o estoque de um est elevado, o do outro est em baixa. Assim, instalados em reas adjacentes no plano de ocupao do CD, estabelecem uma rea de pulmo compartilhada, reduzindo o n-mero de endereos necessrios para o armazenamento dos estoques mdios e pulmes sazonais para cada um dos itens. Veja Figuras 2 e 3.ESTOQUES SAZONAIS E DE SEGURANA

    O estabelecimento de regras de negcio para o

    Figura 2: Exemplo de estudo do comportamento dos estoques. Linha em amarelo indica a tendncia dos nveis de estoque no longo prazo.

    Figura 3: Comparado ao exemplo anterior, observa-se, nessa famlia de produtos, a oportunidade de sinergia de utilizao dos es-toques pulmo nos perodos de sazonalidade.

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    abastecimento de estoques tem de ser acordado mu-tuamente entre a gesto do armazm e o setor de com-pras. Reconhecemos que, nem sempre, isso uma tarefa fcil entre as partes e segura, pois uma vez que no se respeitem as regras acordadas, acumulando mais esto-

    ques do que o necessrio, joga-se fora todo o trabalho envolvido no planejamento. Portanto, seguro estudar as variabilidades histricas dos estoques, por meio de medidas de posio e disperso estatsticas, para formu-lar cenrios e planos de armazenamento contingenciais.

    Figura 4: Corredores transversais em V Reduo no deslocamento dos ativos pode chegar a 12%.

    O estudo dos estoques deve dar ao planejador a visualizao dos limites de atendimento e a capacidade de armazenagem, conforme o cenrio/estratgia de nvel de servios adotado.

    COMPORTAMENTO DOS ESTOQUES

    LAYOUTO layout tem papel decisivo na fluidez que se deseja

    dar operao do centro de distribuio. Sua escolha tambm tem impactos diretos no uso e, consequente-mente, na produtividade dos ativos de movimentao (empilhadeiras, paleteiras, pessoas etc). Alguns segun-dos a mais em uma operao que se repete centenas de vezes, ao longo de um dia, podem representar uma perda da capacidade produtiva do ativo considervel. comum observarmos, por causa disso, um excedente de recursos (pessoas, equipamentos, materiais etc) com o subaproveitamento de sua capacidade produtiva, traba-lhando no CD.

    Apesar da disposio de estantes e corredores de separao ser o ponto que primeiro vem mente do leitor, quando o assunto layout, muitas vezes a lo-calizao da instalao das reas de processamento de produtos e cargas que define a demanda pela movimen-tao no CD.

    O estudo de layouts alternativos ao convencional pode proporcionar significativos ganhos com a reduo dos deslocamentos dos ativos pela instalao. Na prtica, isso pode representar : Operao com nmero de ativos reduzido; Reduo nos tempos de ciclo de armazenagem/se-

    parao; Reduo com os custos de manuteno dos ativos; Reduo nos tempos de reteno de veculos de re-

    cebimento/expedio nas docas.Nas figuras 4 e 5, dois exemplos ilustram o que cha-

    mamos de layouts no convencionais e as suas estimati-vas de aumento na performance.SISTEMAS DE ARMAZENAGEM

    A escolha de sistemas de armazenagem tem de ser feita aps completo entendimento das vantagens e desvantagens de cada sistema. H os sistemas blocan-tes (drive-in, drive-through, pushback etc) e individuais de porta-paletes, cujas caractersticas so determinantes para a fluidez de produtos e o aproveitamento da capa-cidade cbica de armazenamento.

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    CENRIO 2: NVEL DE SERVIO 91%

    CENRIO 1: NVEL DE SERVIO 85%

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    ESPECIFICANDO OS SISTEMAS DE ARMAZENAGEM

    Aps definidos os sistemas de armazenamento a serem implantados na operao, a especificao dos sistemas de armazenagem deve, basicamente, levar em considerao os seguintes fatores:DIMENSES DO PRODUTO

    Se o produto for paletizado, importante considerar os tipos de paletes utilizados na operao. Por padro, a maioria das empresas adota o palete PBR, nas medidas de 1.000 x 1.200 mm. H, no entanto, medidas diversas, que podem exigir estantes em dimenses especficas para a acomodao desses paletes ou adaptaes para que a estante de uma dimenso seja capaz de acomodar paletes de diferentes medidas e/ou formatos.

    Se o produto no for paletizado ou tiver medidas no convencionais, equipamentos acessrios, como guias-paletes ou fixadores, podem ser solues alter-nativas ao melhor aproveitamento da capacidade de armazenagem, sem diversificar o formato das estantes instaladas no CD.

    Deve-se considerar que, quanto mais padronizado for o uso dos sistemas de armazenagem, maior fluidez e flexibilidade se obtm da operao logstica na insta-lao.PESO DO PRODUTO

    A correta especificao de peso dos produtos essencial para definir estruturas de armazenagem se-guras e confiveis. Seu dimensionamento, no entanto, no pode ser superestimado, pois o preo atribudo a cada posio de armazenagem , em geral, dimensiona-do pela cotao da tonelada do ao. Portanto, quanto maior a capacidade de armazenamento especificada,

    maior o investimento por posio-palete. O delibera-do superlativismo da capacidade de armazenagem pode encarecer ou, em caso extremo, inviabilizar o plano de verticalizao dos estoques.

    As comuns margens de segurana, adicionadas ca-pacidade demandada, tambm so desnecessrias, visto que os prprios fabricantes de sistemas de armazena-gem quando empresas responsveis j o incluem em sua modelagem estrutural, por meio de precisos clcu-los da engenharia.RESTRIES DE ELEVAO

    A escolha dos equipamentos de movimentao ver-tical uma etapa importante, que precisa ser analisada em conjunto com a deciso de aquisio dos sistemas de armazenagem. A capacidade de elevao mxima dos garfos das empilhadeiras restringe o nmero de n-veis de empilhamento que um sistema de armazenagem

    Figura 5: Corredores em Y Reduo no deslocamento dos ativos pode chegar a 20%.

    Figura 6: Guias-paletes possibilitam armazenar contenedores com base diferente de um palete convencional.

    Figura 7: Exemplo ilustrativo de capacidade residual das empilhadeiras. Valores simblicos.

    1 t

    1,7 t

    2,5 t

    12m

    8m

    5,5m

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    pode conter. No entanto, tambm h o fator

    Capacidade de Carga Residual das empilhadeiras que, muitas vezes, ignorado na escolha de um equi-pamento. A Capacidade de Carga Residual ou apenas carga residual a carga mxima que a empilhadeira consegue elevar em seu nvel mxi-mo de elevao. Em todos os casos, ela inferior carga nominal da em-pilhadeira.

    Portanto, importante conhecer o peso dos produtos a serem ar-mazenados e a que nvel eles sero elevados, diagramando isso em um Plano de Ocupao do Centro de Distribuio. Dessa forma, elimina-se o risco de no ocupar posies-paletes adquiridas por incompatibilidade do peso do produto, com a capacida-de de elevao dos equipamentos.CAPACIDADE DE CARGA PONTUAL DO PISO

    Chama-se carga pontual o esforo aplicado em uma pequena rea do piso, na qual, muitas vezes, a rea de contato tem um dimetro inferior espessura do piso, gerando elevada tenso de contato. Assim, a especifica-o do piso deve levar em conta o peso dos montantes dos sistemas de armazenagem que sero instalados so-bre ele com a carga de produtos que ser armazenada sobre esses montantes.

    A especificao correta do piso e a boa execuo de sua instalao so fundamentais para prevenir proble-mas futuros, em diversas reas. Trincas, delaminaes, es-borcinamentos e outros so patologias de pisos comuns em projetos mal executados e/ou planejados.

    Ao trafegar, constantemente, sobre pisos com pato-logias, como as exemplificadas, acelera-se a deteriorao de equipamentos de movimentao, em especial os el-tricos, como empilhadeiras e transpaleteiras eltricas. Os custos de recuperao de pisos ou de execuo de um projeto de pisos de boa qualidade so sempre compen-sados no mdio prazo pelos custos com manuteno de equipamentos minimizados.

    PICKING E PACKINGreas de picking (separao) e packing (embalagem),

    por sua natureza, j renderiam um artigo inteiro. So pequenas fbricas dentro de um centro de distribui-o, se assim podemos fazer a analogia, pois nada mais so do que centros produtivos, onde esto as maiores oportunidades de recuperao de capacidade produtiva

    no utilizada em um CD. Intensivo em mo de obra, em sua maioria, o plane-jamento das operaes de separao e embalagem, muitas vezes, recebe um grau de ateno reduzido no plano do CD. Em especial, quando as restries de rea so predominantes. Da enten-de-se que o separador pode fazer a se-parao em qualquer lugar.

    Para entender a importncia do picking, em uma rea de picking mal planejada, na qual o operador preci-sa percorrer corredores com estantes porta-paletes para buscar produtos fracionados diversos, pode ultrapas-sar os 60% a parcela de tempo que o operador passa andando para chegar aos produtos. Considere que a ativida-

    de andar em uma operao de separao no agrega qualquer valor ao produto. Se houver o agravante de a identificao e/ou o endereamento de produtos ser inexistente, esse tempo de movimento do operador para localizar o produto pode chegar a 75%. Sendo as-sim, conforme esse exemplo simplificado ilustra, apenas 25% do tempo do operador do armazm so empre-gados em atividades que agregam valor operao, o restante perda. Em termos prticos, significa dizer que a cada quatro separadores que existam em uma opera-o como essa, trs existem apenas pela ineficincia do picking, que gera excessivos deslocamentos.

    O exemplo citado tambm serve para ilustrar os problemas de packing (embalagem). Estaes de tra-balho no planejadas e/ou processos de identificao e organizao do pr-carregamento ineficientes geram consequentes ineficincias (perdas) a todos os recursos

    Figura 8: No exemplo ilustrativo, elevar o ndice de eficincia dos ativos no CD de 40% para 70% pode reduzir pela metade

    o nmero de recursos envolvidos para a execuo de uma atividade de separao/embalagem/expedio.

    ndice de eficincia do ativo 70%

    ndice de eficincia do ativo 55%

    ndice de eficincia do ativo 40%

    reas de picking e packing so centros

    produtivos, onde esto as maiores

    oportunidades de recuperao de capacidade produtiva no

    utilizada em um CD.

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    envolvidos entre as atividades de embalagem e a expedio de produtos.Recuperar perdas existentes em reas de picking e packing nem sempre uma

    tarefa fcil, pois, em muitos casos, o layout de armazenagem foi implantado descon-siderando ou no alocando a essas reas o espao e a infraestrutura adequada ao seu eficiente planejamento. No entanto, em muitos casos, uma remodelagem de processos que agregue inteligncia s operaes de localizao, separao e mane-jo de produtos j proporciona expressivos ganhos em produtividade.

    Temos percebido, em nossos projetos, que 50% das oportunidades de recu-perao de capacidade produtiva em uma operao de CD esto nas atividades de picking e packing. Portanto, toda otimizao de processos, nessas atividades, representativa para a competitividade do CD.

    EQUIPAMENTOS E TECNOLOGIASH algumas dezenas de sistemas de separao no mercado, para atender a

    necessidades distintas. Cada um tem pontos de aderncia maior ou menor a cada tipo de operao. Ao gestor do projeto do CD, cabe buscar as solues existentes para cada tipo de movimentao, que sero realizadas na operao, e estudar a aderncia do uso do equipamento aos processos modelados. As imagens e ilus-traes a seguir so exemplos dos equipamentos e tecnologias empregados, com maior frequncia, nas operaes de picking:

    SISTEMA FLOW-RACK

    SISTEMA FLOW-RACK COM CARRINHOS COMPUTADORIZADOS

    SISTEMA FLOW-RACK COM PICKING BY LIGHT

    Compromisso de qualidade

    Experincia, inovao e compromisso

    Transportadores areos

    Sorter de caixa

    Transportador de piso Tow-Line

    Classificadores automticos

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    PR-CARREGAMENTO, CARREGAMENTO E EXPEDIO

    Antes de defi nir o pr-carregamento, deve-se, pri-meiro, entender como ser realizado o carregamento de veculos. A velocidade com que se carrega uma carga para dentro do caminho quesito fundamental para se otimizar o fl uxo das plataformas de docas. Reduzindo-se o tempo de carregamento de um veculo, diminui-se a incidncia de mo de obra (de carregadores, conferen-tes, operadores de empilhadeira, motorista, ajudantes etc) e de rateio de despesas dos recursos (CD, empi-lhadeiras, veculo estacionado na doca etc) no custo da carga, assegurando maior competitividade operao logstica, uma vez que, alm de reduzir os custos de car-regamento, aumenta, expressivamente, a produtividade dos ativos envolvidos nessa operao.

    O pr-carregamento exerce um papel de extrema

    importncia para a otimizao do fl uxo das docas. l que se armazenam as cargas que sero expedidas no prximo ciclo de expedio. Sua centralidade entre a doca e a rea de separao importante para reduzir os fl uxos no CD, mas seu papel fundamental assegu-rar que as cargas sejam despachadas rapidamente para dentro do veculo e que este no fi que no ptio ou na doca esperando o picking ocorrer.DIMENSIONAMENTO DE DOCAS

    O nmero de docas ser defi nido de acordo com a demanda e o ciclo de expedio modelado, sendo este segundo o fator preponderante para um CD efi ciente. Quanto mais agilidade se agrega ao ciclo de expedio, com processos efi cientes e planejamento das atividades, menor o nmero de docas e, consequentemente, de recursos (pessoas, equipamentos, rea etc) e perdas (tempos de reteno de veculos, pessoas, equipamen-

    SEPARAO POR COMANDOS DE VOZ INTEGRADA COM COLETORES DE DADOS

    SISTEMA DE SEPARAO POR COMANDOS DE VOZ

    SISTEMA DE MONTAGEM DE KITSSISTEMA DE SEPARAO CONVENCIONAL

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    SEPARAO POR COMANDOS DE VOZ INTEGRADA COM COLETORES DE DADOS Figura 9: Doca de 90 graus Maior rea de

    ptio destinada manobra de entrada e sada de veculos.

    Figura 10: Docas de 60 graus Reduo no espao para manobras, sem comprometer o nmero de docas.

    S=3,5M

    D=40m

    D=25m

    3,1 m

    Espao recomendado

    Financiamento

    FINAME

    Empilhadeiraeltrica patolada

    Capacidade de 1200 a 1660 Kg Sistema de apoio em quatro pontos e vrias opes de mastro.

    Empilhadeiraeltrica retrtil

    Capacidade de 1700 e 2000 Kg Sistema de duplo pedal que possibilita maior produtividade, segurana e conforto.

    Transpaleteira eltrica com operador embarcado

    Capacidade de 2750 Kg A robustez e desempenho que se espera de uma transpaleteira. Linha L

    Linha R

    Linha EWR

    com operador embarcado

    Capacidade de 2750 Kg A robustez e desempenho que se espera de uma transpaleteira.

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    tos, reas etc) existentes na operao. Apenas para constar como um aden-do, para que o leitor observe a im-portncia de ter ciclos de separao eficientes, cada hora de um veculo retido na doca ou no ptio uma hora a menos que tem para realizar entregas. Isso tem impacto potenciali-zado no custo da entrega, pois o ve-culo realiza menos entregas em um dia ou realiza horas extras na jornada de motoristas e ajudantes, para tentar realizar o nmero de entregas esperado. MODELAGEM DE DOCAS, PTIO E SERVIOS DE PORTARIA

    rea de ptio e servios de portaria tambm so diretamente dependentes dos fatores demanda e ciclo de carregamento modelados para a operao. O pri-meiro inerente ao negcio. Devemos apenas ter uma projeo confivel e alternativas a cada cenrio de de-manda traado. O segundo, como j dito anteriormente, preponderante e a empresa tem todo o controle da realizao das atividades a este relacionadas.

    Independentemente da demanda, se a empresa no modela seus processos de carregamento, eles tendero a ser longos, devido falta de estrutura e processos oti-mizados. Consequentemente, os caminhes permane-cero por mais tempo na empresa e o CD demandar um nmero maior de docas e rea de ptio, salas de espera e banheiro para motoristas etc. Se otimizar o fluxo de carregamento, todos os pontos mencionados anteriormente sero minimizados, reduzindo-se, tam-bm, os custos.

    A orientao da doca depende, diretamente, das de-finies de prioridade no projeto do CD. Se precisar de muitas docas, o melhor layout o que privilegia o esta-cionamento de caminhes em ngulos de 90 graus. A

    rea de manobra frente das docas, nesse caso, deve ser maior, permitin-do que o veculo realize a manobra de entrada com segurana. Se preci-sar de mais espao no CD, sacrifica-se o nmero de docas, criando-as com ngulos de 15, 30, 45 ou 60 graus, que reduzem a necessidade de rea de ptio para manobra de estaciona-mento, deixando mais rea do terre-

    no para o galpo.

    CONSIDERAES FINAIS Esse artigo, devido amplitude do tema, aborda ape-

    nas os principais temas relativos ao planejamento de um Centro de Distribuio. Tampouco esgota os temas abordados ou tem o seu contedo aplicvel a qualquer operao logstica. Centros de distribuio, independen-temente de seu porte, so operaes logsticas de ele-vada complexidade e de fundamental importncia para assegurar a competitividade das empresas.

    Para explorar todo o potencial competitivo que um centro de distribuio eficiente pode trazer aos neg-cios de uma empresa, o planejamento da instalao deve estar milimetricamente alinhado com os processos que sero executados e vice-versa. Planejar um centro de distribuio, considerando apenas o porte do galpo e o volume de estoques que nele ser armazenado, um erro elementar que, historicamente, as empresas vm cometendo.

    To importante quanto capacidade de armazena-mento a fluidez que se d a equipamentos, pessoas e produtos, assegurando que as operaes aconteam em maior velocidade e, consequentemente, maior produti-vidade e menores custos. Qualquer ao que contrarie esses princpios estar condenando a competitividade do CD planejado.

    Figura 11: Docas com ngulos menores do que 15 graus Otimizao do espao de manobra, mas reduo expressiva no nmero de docas. Fonte: Falconer & Drury (8).

    CDs so operaes logsticas de elevada

    complexidade e de fundamental

    importncia.

    3m

    15m

    12,5o

    14m