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MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL Gestão 2017 – 2020 CAISAN CÂMARA INTERSETORIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL 2018-2021 CRUZEIRO DO SUL 2017

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MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SULGestão 2017 – 2020

CAISANCÂMARA INTERSETORIAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇAALIMENTAR E NUTRICIONAL

2018-2021

CRUZEIRO DO SUL

2017

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PREFEITO MUNICIPAL: Prof. Ademir Mulon

VICE-PREFEITO: Prof. Marcos Cesar Sugigan

PRESIDENTE DA CÂMARA: Prof. Ver. Milton Aparecido Andrade da Fonseca

VICE-PRESIDENTE: Sônia Aparecida Senra

1ª SECRETÁRIO: Demilson Alves da Silva

2º SECRETÁRIO: Renato Zambom da Silva

VEREADORES:

Carlos Faustino dos Santos

Celso Alves de Figueiredo

Eris Luiz dos Santos

José Machado da Costa

Milton Monteiro

DIR. MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO: Profª. Esbelta Ferreira Pinto

DIR. MUNICIPAL DE SAÚDE: Prof. Marcos César Sugugan

DIR. MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: Profª. Elizabeth Miya Irie Soda

DIR. MUNICIPAL DE AGRICULTURA: Eng. Agr. Fernando Canônico Rovida

NUTRICIONISTA: Danieli Castanheiro de Santi

Colaboração e Apoio Técnico:

SEAB Paranavaí

CAISAN Cruzeiro do Sul

COMSEA Cruzeiro do Sul

EMATER Cruzeiro do Sul

Formatação e Normatização do Plano:Prof. Valmir Luchetti

Foto de Capa:Danieli Castanheiro de Santi

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AB: Atenção Básica

ACS: Agente Comunitário de Saúde

AMUNPAR: Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná

APMI: Associação de Proteção à Maternidade e a Infância

ASB: Auxiliar de Saúde Bucal

ATER: Assistência Técnica e Extensão Rural

AVC: Acidente Vascular Cerebral

BACEN: Banco Central

BPC: Benefício de Prestação Continuada

CADÚNICO: Cadastro Único

CAE: Conselho de Alimentação Escolar

CAISAN: Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional

CIBs: Comissão Intergestores Bipartite

CIT: Comissão Intergestores Tripartite

CMDCA: Conselho Municipal da Criança e do Adolescente

CMS: Conselho Municipal de Saúde

CNAS: Conselho Nacional de Assistência Social

CODICRAD: Consórcio Intermunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente

COHAPAR: Companhia de Habitação do Paraná

COMSEA: Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

CONSEA: Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

COPEL: Companhia Paranaense de Energia

CPF: Cadastro de Pessoa Física

CRAS: Centro de Referência da Assistência Social

DHAA: Direito Humano à Alimentação Adequada

DMAMA: Departamento Municipal de Agricultura e Meio Ambiente

DMAS: Departamento Municipal da Assistência Social

DMAS: Departamento Municipal de Assistência Social

DME: Departamento Municipal de Educação

DMS: Departamento Municipal de Saúde

DMS: Departamento Municipal de Saúde

EaD: Educação à Distância

EMATER: Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural

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EPS: Escolas Promotoras de Saúde

ESF: Equipe Saúde da Família

FJP: Fundação João Pinheiro

FNAS: Fundo Nacional da Assistência Social

FNDE: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

FUMSAN: Fundo Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

HM: Hospital Municipal

IAM: Infarto Agudo do Miocárdio

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDHM: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IMC: Índice de Massa Corporal

INAN: Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição

INSS: Instituto Nacional do Seguro Social

IPARDES: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IVF: Índice de Vulnerabilidade da Família

KWh: Quilowat/hora

LOAS: Lei Orgânica da Assistência Social

LOSAN: Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional

MCR: Manual de Crédito Rural

MDS: Ministério do Desenvolvimento Social

MEI: Micro Empreendedor Individual

MS: Ministério da Saúde

NAF: Núcleo de Apoio à Família

NCHS: National Center For Health Statistics (E.U.A.)/Centro Nacional de Estatísticas

de Saúde

OMS: Organização Mundial da Saúde

ONU: Organização das Nações Unidas

PAA: Programa de Aquisição de Alimentos

PAEFI: Proteção e Atendimento Especializada às Famílias e Indivíduos

PAIF: Proteção e Atendimento Integral às Famílias

PBF: Programa Bolsa Família

PBF: Programa Bolsa Família

PE: Pernambuco

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PETI: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil

PLAMSAN: Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional

PNAE: Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNAIF: Plano Nacional de Atendimento Integral à Família

PNHR: Programa Nacional de Habitação Rural

PNSAN: Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PPA: Plano Plurianual

PPD: Pessoa Portadora de Deficiência

PR: Paraná

PSF: Programa Saúde da Família

SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SAN: Segurança Alimentar e Nutricional

SAN: Segurança Alimentar e Nutricional

SANEPAR: Companhia de Saneamento do Paraná

SCFV: Serviço de Convivência e Fortalecimento dos Vínculos Familiares

SEAB: Secretaria da Agricultura e Abastecimento

SEDS: Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social

SESA: Secretaria Estadual da Saúde

SETR: Secretaria Estadual dos Transportes

SIBEC: Sistema Bolsa Escola

SIGPBF: Sistema de Gerenciamento do Programa Bolsa Família

SIM: Serviço de Inspeção Municipal

SINTRACSUL: Sindicato dos Trabalhadores de Cruzeiro do Sul

SISAN: Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

SISAN-PR: Sistema Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional

SUAS: Sistema Único da Assistência Social

SUS: Sistema Único de Saúde

UBS: Unidade Básica de Saúde

VISA: Vigilância Sanitária

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LISTA DE FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: População por sexo e área........................................................

Gráfico 2: População por sexo....................................................................

Gráfico 3:População por faixa etária e sexo em 2010................................

Gráfico 4: Valor Adicionado Fiscal Segundo Ramo de Atividade -

2015............................................................................................................

Gráfico 5: Percentual IMC dos alunos da Escola Municipal Professor

Flávio Sarrão, no ano de 2016...................................................................

Gráfico 6: Financiamentos para a Agricultura e Pecuária- Cruzeiro do Sul

– 2016.........................................................................................................

Ilustração 1: Localização do Município por Mesorregião............................

Ilustração 2: Localização do Município no Estado do Paraná....................

Ilustração 3: Localização do Município na Micro região parcial da

Amunpar......................................................................................................

Ilustração 4: Vista aérea parcial da zona urbana........................................

Ilustração 5: Brasão de Armas do Município de Cruzeiro do Sul................

Ilustração 6: Bandeira do Município de Cruzeiro do Sul.............................

Ilustração 7: Nutricionista e Diretor de Agricultura recepcionando as

mercadorias.................................................................................................

Ilustração 8: Mercadorias recebidas para o PAA e PNAE.........................

Ilustração 9: Mercadorias recebidas para PAA e PNAE.............................

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Quadro 1: População por sexo e área segundo censo demográfico 2010.

Quadro 2: Valor Adicionado Fiscal Segundo Ramo de Atividade – 2015...

Quadro 3: Critérios de Saneamento Básico em Cruzeiro do Sul................

Tabela 1: População por faixa etária e sexo em 2010................................

Tabela 02: Indicadores sociais de Cruzeiro do Sul.....................................

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................

INTRODUÇÃO...................................................................................................

1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO...............................................

1.1 DESCRIÇÃO HISTÓRICA............................................................................

1.2 DADOS GERAIS..........................................................................................

1.3 INDICADORES SOCIAIS ............................................................................

1.4 ÍNDICES ECONÔMICOS ............................................................................

1.5 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NO ESTADO DO PARANÁ......................

1.6 OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS.......................................................................

1.6.1 Conceituação...........................................................................................

1.6.2 Brasão.......................................................................................................

1.6.3 A Bandeira................................................................................................

1.6.4 O Hino.......................................................................................................

2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO SOCIAL, DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E

AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO.....................................

2.1 A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO

SUL.....................................................................................................................

2.1.1 A Lei Orgânica e a Assistência Social no Município...........................

2.1.2 O Departamento de Assistência Social, Seus Programas e Ações....

2.1.3 Programas Federais e Estaduais Operacionalizados Pelo

Município...........................................................................................................

2.1.4 CRAS de Cruzeiro do Sul.......................................................................

2.1.5 Plano de Ação do CRAS Para 2018.......................................................

2.2 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL...........................

2.2.1 Caracterização Geral...............................................................................

2.2.2 Alimentação e Nutrição nas Escolas.....................................................

2.2.3 A Avaliação Nutricional...........................................................................

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2.3 A SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL...................................

2.3.1 Organização e Funcionamento da Política Municipal de Saúde ........

2.3.2 Composição Atual do Conselho Municipal de Saúde (CMS) .............

2.3.3 Abastecimento de Água .........................................................................

2.3.4 As Ações da Saúde Na Segurança Alimentar e Nutricional................

2.4 A AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO

DO SUL..............................................................................................................

2.4.1 Dados Gerais............................................................................................

2.4.2 Ações da Agricultura e Meio Ambiente no Município..........................

3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL .................................................................................................

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL E HISTORICIZAÇÃO....................................

3.2 A CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISAN NO MUNICÍPIO..................

4 DIRETRIZES DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL ..................................................................................................

5 DIRETRIZES DO PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL...................................................................................................

5.1 DIRETRIZ 1: PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ALIMENTAÇÃO

ADEQUADA E SAUDÁVEL, COM PRIORIDADE PARA AS FAMÍLIAS E

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL...................................................................................................

5.2 DIRETRIZ 2 - PROMOÇÃO DO ABASTECIMENTO E ESTRUTURAÇÃO

DE SISTEMAS DESCENTRALIZADOS E SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO,

EXTRAÇÃO, PROCESSAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS,

INCLUSIVE OS DE BASE AGROECOLÓGICA ...............................................

5.3 DIRETRIZ 3: INSTITUIÇÃO DE PROCESSOS PERMANENTES DE

EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL, PESQUISA E FORMAÇÃO NAS

ÁREAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICINAL E DO DIREITO

HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA........................................................

5.4 DIRETRIZ 4 - PROMOÇÃO, UNIVERSALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO

DAS AÇÕES DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL VOLTADAS

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PARA QUILOMBOLAS E DEMAIS POVOS E COMUNIDADES

TRADICIONAIS, POVOS INDÍGENAS E ASSENTADOS DA REFORMA

AGRÁRIA............................................................................................................

5.5 DIRETRIZ 5 - FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO EM TODOS OS NÍVEIS DA ATENÇÃO À SAÚDE, DE MODO

ARTICULADO ÀS DEMAIS POLÍTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL...................................................................................................

5.6 DIRETRIZ 6 - PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA DE

QUALIDADE E EM QUANTIDADE SUFICIENTE, COM PRIORIDADE PARA

AS FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA HÍDRICA E PARA A

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR E DA PESCA E

AQUICULTURA...............................................................................................

5.7 DIRETRIZ 7 – APOIO A INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA SOBERANIA

ALIMENTAR, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E DO DIREITO

HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA EM ÂMBITO INTERNACIONAL E A

NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS...................................................................

5.8 DIRETRIZ 8 - MONITORAMENTO DA REALIZAÇÃO DO DIREITO

HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA........................................................

6 INDICADORES PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

MUNICIPAL DE SAN.........................................................................................

7 POLÍTICA MUNICIPAL DE SAN: PERSPECTIVAS E DESAFIOS...............

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................

REFERÊNCIAS..................................................................................................

ANEXOS.............................................................................................................

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APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional 2018-2021 trata-se

de um aglomerado de ações onde o Município de Cruzeiro do Sul, em parceria com

os governos Estadual e Federal, busca garantir a segurança alimentar e nutricional

aos seus munícipes, com foco especial no direito humano a uma adequada

alimentação.

Segundo a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº

11.346/2006), a política de alimentação segura, “consiste na realização do direito de

todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade

suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais [...]”, por

isso a segurança alimentar e nutricional (SAN) tem como base “[...]práticas

alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam

ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis”.

Sob esse prisma, é possível imaginar que existem muitas pessoas em

situação de insegurança alimentar, tanto pela falta ou dificuldade de acesso aos

alimentos de modo geral levando a situações de fome e desnutrição, tanto pelo

consumo excessivo de alimentos ou o desconhecimento sobre uma alimentação

adequada e saudável, os quais podem levar ao desenvolvimento de várias doenças

crônicas, dentre elas a obesidade, situação que preocupa tanto quanto ou mais do

que a própria desnutrição em si, ou ainda pelo consumo de alimentos contaminados

por agrotóxicos e substâncias nocivas à saúde da população.

Sabedores dessa situação e com vistas no cumprimento do Direito Humano à

Alimentação Adequada (DHAA), este Plano Foi elaborado pela Câmara Intersetorial

de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN), de Cruzeiro do Sul, em conjunto

com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (COMSEA), e as

equipes multiprofissionais dos Departamentos de Educação, Saúde, Assistência

Social, Agricultura e Meio Ambiente e Conselho de Alimentação Escolar (CAE).

Contou ainda com a participação de membros da Agricultura Familiar, da sociedade

civil organizada por meio de suas entidades e de representantes do Poder

Legislativo. Desse modo, o mesmo reflete o pluralismo de idéias que convergem

para um mesmo ideal, ou seja, a segurança alimentar e nutricional da população no

Município de Cruzeiro do Sul.

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INTRODUÇÃO

A elaboração deste Plano Municipal Segurança Alimentar e Nutricional

(PLAMSAN) é resultado da aprovação da Lei nº 11.346 de 15 de setembro de 2016

que criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN),

regulamentada posteriormente pelo Decreto nº 6.273/2010 onde se estabeleceu os

critérios para construção da política nacional de segurança alimentar por meio dos

Planos Nacional, Estaduais e Municipais.

No Município de Cruzeiro do Sul, usando como metodologia o estudo e a

pesquisa do referencial técnico e teórico disponível, a Equipe Técnica Intersetorial,

em conjunto com a Câmara Intermunicipal de Segurança Alimentar e Nutricional

(CAISAN) e o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (COMSEA)

se debruçaram sobre um emaranhado de documentos, cartilhas orientadoras,

legislações, publicações on-line, dados históricos, econômicos e demográficos para,

em duas etapas distintas, construir este documento.

A primeira etapa foi a elaboração do diagnóstico para que pudesse dar

um norte à segunda. O diagnóstico bem elaborado, permitiu identificar a real

situação do Município, estabelecer diretrizes e propor estratégias para as metas

previstas. O resultado deste trabalho permitiu identificar qual Departamento

Municipal será o responsável pela implementação da ação proposta e ainda, se irá

desenvolver um trabalho sozinho ou de modo intersetorial, compartilhado com outras

áreas.

Tanto as metas e estratégias, aprovadas, bem como os responsáveis pela

execução e os órgãos parceiros estão elencadas na última parte deste Plano. É de

lá, portanto, que se construirá a Política Municipal de Segurança Alimentar e

Nutricional para o próximo quadriênio.

A elaboração deste PLAMSAN não representa o fim de um trabalho, ao

contrário, é apenas o pontapé inicial de uma grande jornada no sentido de estar

garantindo no Município de Cruzeiro do Sul, a efetiva continuidade e melhoria da

política de segurança alimentar e nutricional, garantindo aos cidadãos cruzeirenses

uma alimentação de qualidade, com sustentabilidade e justiça social.

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1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

1.1 DESCRIÇÃO HISTÓRICA

De acordo com dados obtidos em www.cruzeirodosul.pr.gov.br, o

município de Cruzeiro do Sul foi constituído através de uma pequena Gleba da

Companhia Melhoramento Norte do Paraná em 1950, devido a grande fluência de

pessoas e pela fertilidade em seu solo, iniciou-se o processo de desenvolvimento

com a instalação no povoado de vários segmentos comerciais, incentivando outras

famílias a efetivarem suas iniciativas com trabalhos na lavoura e no comércio

nascente.

No dia 05 de maio de 1952, através da Lei nº 029/52, Cruzeiro do Sul é

elevada a categoria de Distrito, pertencendo ao Município de Nova Esperança.

Devido ao próspero desenvolvimento, o Distrito de Cruzeiro do Sul foi

elevado a categoria de Município em 26 de dezembro de 1955, em conformidade

com Lei nº 2.548/55, cuja instalação aconteceu no dia 14 de dezembro de 1957,

data esta que é comemorada anualmente por tratar-se de sua emancipação.

Segundo informações, acredita-se que a denominação “Cruzeiro do

Sul”, deu-se em razão dos primeiros moradores observarem que a constelação

Cruzeiro do Sul era visivelmente projetada sobre o povoado.

1.2 DADOS GERAIS

O município possui uma área territorial de 259,103 Km2 (IBGE, 2015),

com uma população estimada em 4.628 (IBGE, 2016) e 4.563 Habitantes (IBGE,

2010), sendo 2.310 (50,62%) homens e 2.253 (49,38%) mulheres, distribuídos em

1.432 domicílios, sendo 1.083 (75,63%) na zona urbana e 349 (24,37%) na zona

rural, cuja população é de 3.404 pessoas (74,60%) na zona urbana e 1.159

(25,40%) na zona rural (IBGE/2010,Censo Demográfico). Está localizado a 492,43

Km da capital (IPARDES/ SETR-PR, 2015) altitude de 450 metros, encontra-se na

latitude 22 o 57 ’43 ” S e longitude 52 o 09 ‘ 38 “ W (IBGE/IPARDES, 2007). De

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acordo com dados do IPARDES (2014)a taxa de urbanização é de 74,60%, cuja

densidade demográfica é de 17,93 pessoas por Km2 (IPARDES, 2014). IDH-M 0,713

(Atlas de Desenvolvimento Humano-PNUD/IPEA, 2010).

Quadro 1: População por sexo e área segundo censo demográfico 2010Homens Mulheres Urbana Rural Total

2.310 2.253 3.404 1.159 4.563

50,62% 49,38% 74,60% 25,40% 100,0%

Fonte: IBGE/Censo 2010

Gráfico 1: População por sexo e área áreaFonte: IBGE(2010)

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Gráfico2: População por sexoFonte: IBGE(2010)

1.3 INDICADORES SOCIAIS

O Município de Cruzeiro do Sul, no auge da cafeicultura na década de 60

do século passado já teve uma população residente bem maior que a atual. Porém,

com o êxodo rural (nos finais da década de 1960) e, em especial, o advento da

geada negra de 1975 que dizimou os cafezais paranaenses, a população foi

reduzindo até chegar aos patamares atuais.

A tabela abaixo demonstra a distribuição da população, por faixa etária,

relativa ao ano de 2010, que é praticamente idêntica aos dias atuais.

Tabela 1: População por faixa etária e sexo em 2010

FAIXA ETÁRIA MULHERES HOMENS TOTAL0 a 4 anos 114 162 276De 5 a 9 anos 162 145 307De 10 a 14 anos 168 194 362De 15 a 19 anos 193 209 402De 20 a 24 anos 197 192 389De 25 a 29 anos 180 181 361De 30 a 39 anos 320 341 661De 40 a 49 anos 336 342 678De 50 a 59 anos 279 259 538De 60 a 69 anos 157 147 304De 70 e mais 146 139 285TOTAL 2.252 2.311 4.563

FFFonte: IBGE (Censo 2010).

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Gráfico 3:População por faixa etária e sexo em 2010Fonte: IBGE (Censo 2010).

1.4 ÍNDICES ECONÔMICOS

A economia do Município de Cruzeiro do Sul está assim distribuída emrelação aos ramos de atividades e valores.

Quadro 2: Valor Adicionado Fiscal Segundo Ramo de Atividade - 2015.

Atividades R$ (1,00) %Agropecuária

Indústria

Serviço

69.368.176

4.923.079

7.277.023

85,04

6,04

8,92TOTAL 81.568.278 100%

SEFA/IPARDES (2016)

Como é possível perceber no quadro 2, a principal atividade econômica

está baseada na agropecuária, com maior foco para a avicultura de postura, cana-

de-açúcar, citricultura, bovinocultura de corte e leite, olericultura e outras culturas

anuais.

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Gráfico 4: Valor Adicionado Fiscal Segundo Ramo de Atividade - 2015.SEFA/IPARDES (2016)

Em relação aos indicadores sociais, pode-se perceber que o Município

possui um bom Índice de Desenvolvimento Humano – IDHM (0,713), seguido dos

demais indicadores conforme quadro 03 a seguir:

Tabela 02: Indicadores sociais de Cruzeiro do Sul

Informação Índices UnidadeIDHM – longevidadeExpectativa vida ao nascerIDHM – educaçãoEscolaridade população adultaIDHM – RendaRenda per capitaClassificação na UFClassificação nacional

0,82874,650,641

0,450,682

558,90167

1.514

anos

R$ 1,00

Fonte: Atlas de Des. Humano-PNUD/IPEA/FJP.

1.5 LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO NO ESTADO DO PARANÁ

O Município de Cruzeiro do Sul está localizado na mesorregião Noroeste do

Estado, em sua porção leste.

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Ilustração 1: Localização do Município por MesorregiãoFonte: www.baixarmapas.com.br

Ilustração 2: Localização do Município no Estado do ParanáFonte: Ipardes, 2015.

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Ilustração 3: Localização do Município na Micro região parcial da AmunparFonte: Ipardes, 2015.

Ilustração 4: Vista aérea parcial da zona urbanaFonte: www.cruzeirodosul.pr.gov.br/cidade, 2017.

1.6 OS SÍMBOLOS MUNICIPAIS

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1.6.1 Conceituação

Os símbolos estão presentes em todas as culturas ao longo da história da

humanidade. Desde as pinturas rupestres dos homens das cavernas na pré-história,

passando pelos hieróglifos no antigo Egito, até os sinais de trânsito da atualidade ou

os modernos hologramas projetados em 3D.

Em se tratando de símbolos nacionais, eles são

“[...] manifestações gráficas ou musicais, de importante valor histórico,criadas para transmitir o sentimento de união nacional e mostrar a soberaniado país. Frequentemente são mobilizados como parte de celebrações depatriotismo ou de aspirações nacionalistas (movimentos de independência,autonomia ou separatismo) e projetados para ser inclusivos erepresentativos de todas as pessoas da comunidade nacional. A pretensãoé unir pessoas criando representações visuais, verbais ou icônicas do povo,dos valores, objetivos ou da história nacional.

O Município de Cruzeiro do Sul é representado por três símbolos: o Brasão,a Bandeira e o Hino cuja letra é de autoria de Sebastião Lima.

1.6.2 Brasão

Ilustração 5: Brasão de Armas do Município de Cruzeiro do SulFonte: www.cruzeirodosul.pr.gov.br/cidade, 2017.

1.6.2.1 Memorial Descritivo do Brasão de Armas

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1.6.2.1.1 Escudo

O escudo clássico flamengo – Ibérico ou Português, era usado em Portugal

na época do descobrimento do Brasil, herdado pela Heráldica Brasileira dos

primeiros colonizadores e desbravadores de nossa pátria e sua adoção representa

uma homenagem do Município de Cruzeiro do Sul a esses intrépidos

desbravadores.

1.6.2.1.2 Escudo Parte Superior

Em campo branco que simboliza a paz, a pureza, a religiosidade e o espírito

de ordem e trabalho de seu povo, trás em chefe à destra do escudo, um Braço de

Armadura empunhando uma tocha, simbolizando heraldicamente: pulso firme e

vontade férrea de vencer.

1.6.2.1.3 Escudo Parte Central

A parte central do escudo ou coração do escudo em azul, encontramos as

cinco estrelas visíveis das cinqüenta e quatro que compõem a constelação do

Cruzeiro do Sul, cuja denominação simboliza o nome do Município.

1.6.2.1.4 Escudo Parte Inferior

Na parte inferior do escudo em campo verde, o escudo é interceptado por

dois rios que são os principais da região, são eles: Rio Pirapó e Rio São Francisco.

Abaixo dos rios encontramos uma buzina de caça estilo boiadeiro, representado a

pecuária, uma das expressões econômicas do município.

Emoldurando o escudo temos um friso amarelo (ouro) simbolizando a riqueza do

município aliada ao espírito de progresso de sua gente.

1.6.2.2 Ornamentos Externos do Escudo

1.6.2.2.1 Timbre

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Cora mural em prata de oito torres ameadas, das quais apenas cinco são

visíveis, e suas portas abertas evidenciando o caráter hospitaleiro do povo do

município.

O metal prata tem o significado heráldico de amizade, trabalho,

prosperidade, verdade, lealdade, nobreza e integridade.

1.6.2.2.2 Suportes

Sustentam o escudo, à destra um ramo de café e a sinistra um ramo de

algodão, ambos frutados e ao natural, lembram os produtos oriundos da terra

dadivosa e fértil e que constituem a base da economia do município.

1.6.2.2.3 Listel

Listel em azul dando ritmo e harmonia ao brasão, sendo o azul o mesmo do

céu onde se vê o Cruzeiro do Sul.Lendo na parte central o topônimo da cidade.A

destra a data em que Cruzeiro do Sul foi elevado a categoria de distrito e a sinistra a

data em que foi elevada a categoria de Município.

1.6.3 A Bandeira

Ilustração 6: Bandeira do Município de Cruzeiro do SulFonte: www.cruzeirodosul.pr.gov.br/cidade, 2017.

1.6.3.1 Memorial Descritivo da Bandeira

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1.6.3.1.1 Parte Superior

Representada em azul simbolizando a justiça, a formosura, a nobreza, a

dignidade, o zelo e a lealdade, atributos dos administradores e munícipes que se

esforçam por elevar o nome do Município com incansável labor.

1.6.3.1.2 Parte Inferior

Representada em faixas sinopla (verde) e branca. As faixas sinopla (verde)

representam a fertilidade do solo, a exuberância da vegetação e a esperança do

povo de Cruzeiro do Sul. As faixas brancas simbolizam a paz, a pureza a

religiosidade e o espírito de ordem e trabalho de seu povo. As faixas verdes

crescendo em sentido horizontal a partir do centro, dão idéia de profundidade devido

ao encontro com o azul do céu, deixando nítida a linha do horizonte dando assim

uma harmonia graciosa a bandeira do Município.

1.6.3.1.3 Parte Central

Representada por um círculo branco, onde se insere o brasão de Armas. O

branco simbolizando a paz, a pureza, a religiosidade e o espírito de ordem e

trabalho de seu povo. O Círculo é o símbolo heráldico da eternidade, porque se trata

de uma figura geométrica que não tem princípio nem fim, e na bandeira representa

ainda a própria cidade, sede de Município.

1.6.4 O Hino

Cruzeirense sou de coração

Tenho orgulho do meu torrão

Tenho amor a estes campos verdejantes

A este solo tão fértil e pujante

Cruzeirense sou de coração

Tenho orgulho do meu torrão

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Tenho amor a estes campos verdejantes

A este solo tão fértil e pujante

Onde o sol tem mais vida e calor

Ao surgir do arrebol

Cheio de luz e esplendor

E esta paz em teu céu sempre azul

Certamente exortará

Aos teus filhos Cruzeiro do Sul

A fazer teu orgulho no nosso Paraná

Onde o sol tem mais vida e calor

Ao surgir do arrebol

Cheio de luz e esplendor

Tens a fé no teu nome feliz

Simbolismo puro e ardente

Que o teu povo amam e bendiz

Com ardor e afeição esplendente

Onde o sol tem mais vida e calor

Ao surgir do arrebol

Cheio de luz e esplendor

Pirapó Mãe do Céu quanta riqueza

És a terra privilegiada

E as benesses que te deu a natureza

Ao mostrar que és por Deus abençoada

Onde o sol tem mais vida e calor

Ao surgir do arrebol

Cheio de luz e esplendor

Cruzeirense sou de coração

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Tenho orgulho do meu torrão

Tenho amor a estes campos verdejantes

A este solo tão fértil e pujante

Onde o sol tem mais vida e calor

Ao surgir do arrebol

Cheio de luz e esplendor.

(Sebastião Lima)

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2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO SOCIAL, DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E

AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO

2.1 A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL

2.1.1 A Lei Orgânica e a Assistência Social no Município

A Lei Orgânica do Município de Cruzeiro do Sul, Lei nº 005/90 foi

promulgada em abril de 1990, em virtude das exigências emanadas pela

Constituição Federal de 1988, tendo sido emendada em 13 de fevereiro de 2001.

Está, portanto, desatualizada, em relação aos diversos instrumentos de gestão da

Administração Pública moderna.

As Políticas Públicas de Assistência Social, no âmbito do Município de

Cruzeiro do Sul estão contempladas na Ordem Econômica e Social, pertinentes à

Assistência Social, Lei Orgânica do Município de Cruzeiro do Sul – Título IV –

Capitulo IV – Secção III nos Artigos que se seguem

“Art. 148 – O Município assegurará, no âmbito de sua competência, aproteção e a assistência à família, especialmente à maternidade, àinfância, à adolescência e à velhice, bem como à educação do excepcional,na forma da Constituição Federal.Art. 149 – As ações governamentais de assistência social serãodescentralizadas e integradas, cabendo à União a coordenação e asnormas gerais, e ao Estado e ao Município a coordenação e a execuçãodos respectivos programas, com participação das entidades beneficentesde assistência social das comunidades.Art. 150 – O Estado destinará, deduzidos os prêmios e as despesasoperacionais, cinqüenta por cento do produto da arrecadação de concursosde prognósticos de números aos Municípios, para programas deassistência social e de apoio ao esporte amador.Parágrafo Único – “A lei estabelecerá critérios de proporcionalidade para adistribuição dos recursos referidos neste artigo.” (LEI ORGÂNICA, 1990).

Conforme se pode observar, os artigos referentes à Assistência Social, dada

a aprovação da Lei, no ano de 1990, não contemplam a evolução das referidas

Políticas. Está evidente que não houve, apesar da Emenda de 2001, avanços

significativos nessa área. Outrossim, as Políticas emanadas do governo federal, a

partir da Lei Orgânica de Assistência Social, não se faz presente para as ações a

serem desenvolvidas no município. Daí a gestão de Políticas de Assistência Social

serem acionadas a partir da leitura da lei federal. Concluindo, fica claro que há

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necessidade de um trabalho no âmbito do município, para referendar essas políticas,

também, na sua lei maior.

2.1.2 O Departamento de Assistência Social, Seus Programas e Ações

As ações de Assistência Social desenvolvidas no Município de Cruzeiro do

Sul, de acordo com dados disponíveis no sítio eletrônico

<www.cruzeirodosul.pr.gov.br>, até a sanção da Lei Orgânica de Assistência Social

(LOAS), eram desenvolvidas através da Associação de Proteção à Maternidade e à

Infância (APMI) tendo à frente delas, o trabalho paliativo e assistencialista das

primeiras-damas, cujos critérios de atendimentos, geralmente, estavam atrelados à

posição política do usuário, no município. Conforme se pode observar em nada

diferenciava das primeiras políticas adotadas na área da assistência social, ainda à

época da Velha República.

Para o cumprimento dessas ações, por dependência administrativa do Poder

Executivo, era cedido um funcionário para o trabalho de escriturário, cuja função era

a de organizar, arquivar e elaborar documentos relacionados à assistência social,

sem nenhum poder de voz ou de sugestão junto à referida Associação. Muitas vezes

esse funcionário era contratado aleatoriamente (apadrinhamento político) e

terminava sendo efetivado, o que foi possível até o vigor da Nova Constituição

Federal de 1988. O grande descaso é que não havia contratação de um profissional

da área social, ficando as políticas pertinentes vinculadas à visão da primeira-dama

que as instituía, muitas vezes, sem nenhuma competência.

A partir do ano de 2001 foi criado o Departamento Municipal de Assistência

Social, parte integrante da Lei que instituiu a Estrutura Administrativa do Município

de Cruzeiro do Sul. (Lei nº 001/2001 de fevereiro de 2001). Apesar da alusão ao

Departamento na referida Lei, não houve nenhuma organização regimental da

Assistência Social, para direcionar com certo planejamento as ações a serem

privilegiadas.

O Departamento Municipal de Assistência Social, ficou no mesmo endereço

da Prefeitura Municipal, na Avenida Dr. Gastão Vidigal, nº 600 e sua subordinação

ao Gabinete do Prefeito não pôde ser considerado na época uma conquista social

para a população menos favorecida da comunidade urbana e rural.

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Na área da Assistência Social em especifico a instituição denominada

Departamento Municipal de Assistência Social de Cruzeiro do Sul existe desde

2000. Seu objetivo é cumprir a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

Nesse período, dada a sua organização assistencialista e sem definição de

critérios para atendimento aos usuários, somente em 2003 que se criou o Programa

de Atendimento a Pessoas Carentes, a partir de uma reunião de gabinete com

representantes do Poder Público e alguns “escolhidos” da sociedade civil

organizada, prioridade às Igrejas, Conselho Dos Direitos da Criança e do

Adolescente, Pastoral Familiar e Sociedade São Vicente de Paula. Estes mais no

sentido de evitar a duplicidade de benefício, haja vista que atendiam algumas

famílias com cestas básicas, objeto do programa.

Pensando em melhorias, implantou-se o projeto de contra-turno social com o

objetivo de atender crianças e adolescentes em situação de risco, no período

inverso ao da escola, contemplando aqueles que se achavam regularmente

matriculados no ensino regular do ensino fundamental e médio.

Somente no ano de 2005 foi realizado Concurso Público para suprir uma vaga

pra o cargo de técnico em Serviço Social, com carga horária de quarenta horas

semanais para atuar junto à Assistência Social do município que continuava sob a

direção da primeira-dama, cuja autoridade “política” coibia uma sistematização de

políticas assistenciais, ficando a profissional em questão impotente para organizar

ações a partir da realidade do município.

Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social (SUAS),

descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico

da Assistência Social no campo da proteção social brasileira.

Consolida o modo de gestão compartilhada, o co-financiamento e a

cooperação técnica entre os três entes federativos que, de modo articulado e

complementar, operam a proteção social não contributiva de seguridade social no

campo da assistência social.

Em 6 de julho de 2011, a Lei 12.435 é sancionada, garantindo a

continuidade do SUAS. O Sistema organiza as ações da assistência social em dois

tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à

prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos,

serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A

segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se

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encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência

de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos.

O SUAS engloba também a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a

públicos específicos de forma articulada aos serviços, contribuindo para a superação

de situações de vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de entidades e

organizações de assistência social ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro

Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social e concedendo

certificação a entidades beneficentes, quando é o caso.

A gestão das ações e a aplicação de recursos do Suas são negociadas e

pactuadas nas Comissões Intergestores Bipartite (CIBs) e na Comissão

Intergestores Tripartite (CIT). Esses procedimentos são acompanhados e aprovados

pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e seus pares locais

(Conselhos Estaduais e Municipais), que desempenham o controle social.

Em 2008 foi implantado no o Centro de Referência de Assistência Social

(CRAS) onde foram contratadas 1 Assistente Social e 1 Psicóloga, via teste

seletivo. A partir deste momento todas as ações de proteção social básica ficam

concentradas no CRAS que extingue definitivamente, o assistencialismo e a política

partidária no campo da Assistência Social.

Em 2010 é realizado um novo concurso publico onde são contratados mais 1

Assistente Social e 1 Psicólogo.

Hoje o CRAS conta com 2 Assistentes Sociais, sendo 1 Coordenado; 1

Psicóloga; 1 Gestora do Cadastro Único; 1 Professor de Educação Física e 4

Oficineiros (Karatê, Ballet, Artesanato e Informática). No Departamento Gestor ainda

trabalham, além da gestora, 1 Assistente Social e 1 Psicóloga.

2.1.3 Programas Federais e Estaduais Operacionalizados Pelo Município

O Município de Cruzeiro do Sul firmou convênios com os governos Federal e

Estadual para desenvolver no âmbito de sua jurisdição, os programas da área de

Assistência Social, a partir do CADÚNICO, primeiro passo de implementação e

execução dos programas.

2.1.3.1 Cadastro Único (CADÚNICO)

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O Cadastro Único para programas sociais do governo federal é a base

de dados utilizados para o registro de informações sobre as famílias com renda

mensal de até ½ (meio) salário mínimo per capita. É a partir dele que é feita a

seleção de beneficiários de alguns desses programas. O objetivo é que as

informações sobre as famílias cadastradas sirvam como ferramenta de planejamento

das políticas públicas, em todas as esferas de governo, bem como contribuir para

que a comunidade exerça o controle social sobre essas políticas. O cadastro não

significa a inclusão automática das famílias nesses programas.1

No Departamento Municipal de Assistência Social do Município de Cruzeiro

do Sul, de acordo com o SIGPBF (2017) encontram-se cadastradas 938 famílias, o

que representa 2.539 pessoas.

2.1.3.2 Bolsa Família2

O Programa Bolsa Família (PBF), criado pelo governo federal através da Lei

nº 10.836 de nove de janeiro de 2004 e também disciplinado pelo Decreto nº 5.749

de onze de abril de 2006, é um programa de transferência direta de renda com

condicionalidades, que beneficia famílias em situação de vulnerabilidade social(com

renda mensal por pessoa de R$ 85,01 a R$ 170,00) e extrema pobreza (com renda

mensal por pessoa de ate R$ 85,00).

A renda da família é calculada a partir da soma do dinheiro que todas as

pessoas da casa ganham por mês (como salários e aposentadorias). Esse valor

deve ser dividido pelo numero de pessoas que moram na casa, obtendo assim a

renda per capita da família. Nessa conta não entram os benefícios de outros

programas como PETI e Agente Jovem e BPC.

O PBF integra o Programa Fome Zero, que visa assegurar o direito humano á

alimentação adequada, promovendo a segurança alimentar e nutricional e

contribuindo para a erradicação da extrema pobreza e para a conquista da cidadania

pela parcela da população mais vulnerável á fome.

1A seleção e o atendimento da família por esses programas ocorrem de acordo com os critérios eprocedimentos de cada um deles, quando de sua instituição legal.2 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – www.mds.gov.br

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O Programa pauta-se na articulação de três dimensões essenciais á

superação da fome e da pobreza:

- Promoção do alivio imediato da pobreza, por meio da transferência direta de

renda familiar;

- Reforço ao exercício de direitos sociais básicos nas áreas de Saúde e

Educação, por meio do cumprimento das condicionalidades, o que contribui para

que as famílias consigam romper o ciclo da pobreza entre gerações;

- Coordenação de programas complementares, que têm por objetivo o

desenvolvimento das famílias, de moda que os beneficiários do Bolsa Família

consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. São exemplos de

programas complementares: programas de geração de trabalho e renda, de

alfabetização de adultos, de fornecimento de registro civil e demais documentos.

O responsável pela operacionalização do Programa é o município. Se a

família se encaixa numa das faixas de renda definidas pelo Programa, deve procurar

o setor responsável pelo Programa Bolsa Família no município, munido de

documentos pessoais (título de eleitor ou CPF, para se cadastrar no Cadastro único

dos Programas Sociais do Governo Federal.

Famílias que se encontram na faixa de renda de até meio salário mínimo per

capita também podem se cadastrar, pois existem outros programas sociais, tanto em

âmbito federal, quanto estadual e municipal, destinados a essa faixa de renda.

O Bolsa Família prevê a unificação dos Programas Bolsa Escola, Bolsa

Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação. São os chamados “programas

remanescentes”.

No âmbito do Município de Cruzeiro do Sul, de acordo com o SIBEC (2017),

no Programa “Bolsa Família” há 269 famílias sendo beneficiadas pelo programa,

perfazendo um total de R$ 42.032,00 (quarenta e dois mil e trinta e dois reais),

mensais.

2.1.3.3 Leite das Crianças3

É um programa do Governo do Estado do Paraná que conta com o

envolvimento das Secretarias de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social,

da Agricultura, da Educação, da Saúde e do Planejamento, tendo por objetivo à

3 Governo do Estado do Paraná – Secretaria Especial de Ação Social < www.sine.pr.gov.br>.

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diminuição da desnutrição infantil. O atendimento é para crianças de seis a trinta

meses de idade, pertencentes a famílias com renda per capita mensal de até meio

salário mínimo, através da distribuição de um litro de leite fluído pasteurizado por

criança e enriquecido com Ferro e Vitaminas A e D.

O Programa também tem como princípio fomentar o desenvolvimento das

cadeias locais e regionais do leite, a partir do poder de compra gerado diariamente

para atender as demandas do programa, bem como pelas exigências de qualidade e

articulação com os investimentos na produção e beneficiamento do produto.

Para o funcionamento do Programa nos municípios são necessárias

algumas etapas de implementação, sendo elas:

- Constituição de Comitê Gestor Municipal com a Comissão Executiva

Municipal que será o gestor do Programa em cada município;

- Cadastro das Entidades Indicadoras de Famílias que auxiliarão no processo

de cadastramento nas famílias;

- Cadastro das Entidades Beneficiárias Alternativas que poderão receber

sobras de leite do dia oriundas pelo não comparecimento de mães beneficiárias do

Programa;

- Cadastro da população beneficiária no sistema de informação do Programa;

- Definição das escolas públicas estaduais ou outros locais, que serão pontos

de distribuição do leite para as famílias;

- Cadastro dos laticínios fornecedores para o Programa, efetuado pela

Secretaria de Estado da Agricultura (SEAB).

- Compra Social do Ceasa, do leite pasteurizado, via livre cotação, com

prioridade para mini-usinas que captam leite de produtores locais tomando como

referência de preço, do leite cru (produtor rural) e do leite pasteurizado

(agroindústria), o Conseleite e o preço mínimo do Governo Federal.

- Avaliação nutricional das crianças, através de monitoramento de peso,

crescimento e vacinas e difusão de boas práticas de saúde e nutrição.

- Orientação e sensibilização da população beneficiada.

O Programa é desenvolvido nos moldes de sua criação, no Município de

Cruzeiro do Sul, através de triagem, execução e acompanhamento do Departamento

Municipal de Assistência Social, atendendo 98 mães que recebem 102 litros de

leite/dia, com um custo mensal de R$ 3.400,00 (Três mil e quatrocentos reais).

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2.1.3.4 Luz Fraterna4

O Programa Luz Fraterna foi lançado através da Lei Estadual nº 14.087, de

11 de setembro de 2003 e é desenvolvido em parceria pelas secretarias Estaduais

do Planejamento, de Coordenação Geral e do Trabalho, Emprego e Promoção

Social, e pelas concessionárias de energia elétrica que atendem o Estado.

São beneficiarias do Programa as famílias inscritas no Cadastro Único de

Programas Sociais do Governo Federal – CADUNICO, que são beneficiarias do

Bolsa Família.

Cabe ao Estado realizar o pagamento da diferença entre o importe do

consumo de energia elétrica e a parcela paga pelo Governo Federal, através do

Programa Baixa Renda, estabelecidas no art. 2º da Lei nº 14.087/2003.

Há critérios para se habilitar ao programa. Tal habilitação é feita nas

concessionárias, permissionárias e autorizada dos serviços de energia elétrica.

São critérios para a habilitação:

I - Classe Residencial:

- Ser da subclasse residencial baixa renda com atendimento monofásico;

- Estar o titular da unidade consumidora cadastrado no Programa Social da

Copel, ou ser beneficiário de Programa Social do governo federal: Bolsa Escola,

Bolsa Alimentação e Vale Gás;

- Ter consumo ate cem kWh/mês;

- não possuir mais de uma conta cadastrada em seu nome.

II - classe rural:

- Ser monofásico ou bifásico com disjuntor ate 50 ampéres;

- Ter consumo ate 100 kWh/mês;

- Não possuir mais de uma conta cadastrada em seu nome.

Quanto à implementação e execução do programa, no âmbito do Município de

Cruzeiro do Sul, que também se realiza através do Departamento Municipal de

Assistência Social, são atendidas 171 famílias, representando desconto na ordem de

R$ 1.700,00 (Um mil e setecentos reais), mensais.

2.1.3.5 Programa Luz Legal5

4 Governo do Estado do Paraná – Secretaria Especial de Ação Social – www.sine.pr.gov.br5 Companhia de Energia Elétrica do Paraná – COPEL – www.copel.com

Manual de Orientação Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul

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O programa Luz Legal é um empreendimento social que visa regularizar o

fornecimento de energia elétrica as famílias de baixo poder aquisitivo, residentes em

comunidades pobres, como áreas de invasão, favelas e vilas consolidadas á

margem das áreas urbanas das cidades do Estado do Paraná, levando cidadania á

população e atendendo critérios de segurança e operacionalidade.

As comunidades alvo do Programa são aqueles em que a energia elétrica

normalmente é obtida de forma irregular, através da conexão direta e precária das

instalações elétricas das moradias com a rede de distribuição, à revelia da

companhia, sem medição e de forma insegura.

O Programa funciona por meio de um convênio entre a Copel, a Cohapar e o

Governo Estadual. A Copel participa com a construção da rede de energia elétrica e

com o financiamento das entradas de serviços (postinho) para os pretendentes, em

até 24 vezes sem juros. A Cohapar é a responsável pela definição e pela

negociação das áreas que necessitam de atendimento. A Copel passa a atuar a

partir do momento em que recebe solicitação formal da Cohapar para liberação da

área.

Não existem informações, exclusivas do atendimento no âmbito do Município

de Cruzeiro do Sul, pois é uma programa de caráter mais regionalizado. Os dados

existentes são referentes à região da Associação dos Municípios do Noroeste do

Paraná (AMUNPAR). Segundo essas informações são atendidas 8.219 famílias, o

que representa um desconto de R$ 85.233,00 (Oitenta e cinco mil duzentos e trinta e

três reais), mensais.

2.1.3.6 Benefício da Prestação Continuada (BPC) Idoso Pessoas Portadores de

Deficiência (PPD)6

É um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 e consiste no

pagamento de um salário mínimo mensal á pessoas com sessenta e cinco anos ou

mais de idade e á pessoas com deficiência incapacitadas para a vida independente

e para o trabalho, onde em ambos os casos a renda per capita familiar seja inferior a1/4 do salário mínimo. O BPC também encontra amparo legal na Lei 10.741, de

primeiro de outubro de 2003 que institui o Estatuto do idoso. O Benefício é gerido

6 Sistema Único de Assistência Social – SUAS – Convênio Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul

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pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) a quem

compete sua gestão, acompanhamento e avaliação e, ao Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS) a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC

provém do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).

A Lei Orgânica da Assistência Social nº 8.742, de 03/12/1993, conhecida

como LOAS explicitou o artigo 203, inciso V, da Constituição Federal que,

posteriormente, foi regulamentada em 8/12/95 pelo Decreto nº 1.744. Em seu

artigo 20, a referida Lei, com as alterações da Lei nº 9.720, de trinta de novembro de

1998, estabelece as condições para que a pessoa portadora de deficiência, ou idosa

possa requerer o salário mínimo estabelecido na Constituição, intitulado como

benefício de prestação continuada. Diz a Lei:

“Art. 20 – O benefício da prestação continuada é a garantia de 1 saláriomínimo á pessoa portadora de deficiência e ao idoso de 67 anos ou mais quecomprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-laprovida por sua família.§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, endente-se como família oconjunto de pessoas elencadas no artigo 16 da Lei nº 8.213 de 24 de julho de1991, desde que vivam sob o mesmo teto.§ 2º Para efeito de concessão deste beneficio, a pessoa portadora dedeficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção de pessoa portadora dedeficiência ou idoso a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4

(um quarto) do salário mínimo.§ 4º O beneficio de que trata este artigo não pode ser acumulado pelobeneficiário com qualquer outro âmbito da seguridade social ou de outroregime, salvo o de assistência medica.§ 5º A situação de internato não prejudica o direito do idoso ou do portadorde deficiência ao beneficio.§ 6º A concessão do beneficio ficara sujeita a exame medico pericial e laudorealizados pelo serviço de perícia medica do Instituto Nacional do SeguroSocial – INSS.§ 7º Na hipótese de não existirem serviços no município de residência dobeneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seuencaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura.§ 8º A renda familiar mensal a que se refere o § 3º devera ser declaradapelo requerimento ou seu representante legal, sujeitando-se aos demaisprocedimentos previstos no regulamento para deferimento do pedido.”Integrantes da família, nos termos do artigo 16 da Lei 8.213/91, com asmodificações da Lei nº 9.032/95 são:I – O cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, dequalquer condição, menor de 21 (vinte e um anos) ou invalido;II – Os pais;III – O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte eum anos) ou inválido.

Assim, a pessoa com deficiência, que preencha as condições acima

mencionadas devera dirigir-se pessoalmente ou através de seu representante ao

posto de benefícios do INSS mais próximo de sua residência e preencher o

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requerimento relativo ao beneficio da prestação continuada apresentando os

documentos exigidos pelo posto.

Estabelece também a Lei nº 8.742/93 que, uma vez cumpridos os requisitos

para a concessão do beneficio de prestação continuada, o primeiro pagamento

devera ocorrer no prazo de quarenta e cinco dias.

Desse modo, percebe-se claramente que o Beneficio da Prestação Continuada

constitui instrumento indispensável para que as pessoas portadoras de deficiência

que não podem manter-se por si mesmas ou por suas famílias, tenham suas

necessidades básicas atendidas e vivam com o mínimo de dignidade.

Esses programas são desenvolvidos no Município de Cruzeiro do Sul,

conforme, informações do Departamento Municipal de Assistência Social

(DMAS) e atendem 29 Idosos e 106 pessoas com deficiência. Tais informações

estão disponíveis no sistema SUASWEB (2017).

2.1.3.7 Família Paranaense

O programa Família Paranaense é uma estratégia de governo que visa a

articulação das políticas de proteção social e das diferentes esferas de governo para

diminuição da vulnerabilidade. Com isso, objetiva promover a melhoria das

condições de vida das famílias com maior grau de vulnerabilidade social por meio da

oferta de um conjunto de ações intersetoriais planejadas, segundo a necessidade de

cada família e as especificidades do território onde ela reside.

É coordenado pela Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social

(SEDS), que em parceria com outras secretarias estaduais compõem a estrutura

organizacional para que de forma integrada e articulada viabilizem o

desenvolvimento do programa. Está ancorado na parceria com os municípios, de

modo a constituir uma rede de serviços e oportunidades a ser oferecida às famílias.

O programa Família Paranaense traz esta responsabilidade para a Política de

Assistência Social, designando atores que se responsabilizarão pela coordenação e

articulação dos envolvidos, tanto no âmbito estadual e regional, por meio da SEDS

seus escritórios, quanto nos municípios, por meio das Secretarias Municipais de

Assistência Social, e finalmente no âmbito local por meio da coordenação da equipe

do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).

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Sabe-se que a condição de vulnerabilidade social das famílias é diretamente

influenciada e agravada pela falta de acesso as redes de serviços. Nesta

perspectiva, o programa Família Paranaense, que tem como principal objetivo

promover a melhoria das condições de vida das famílias, e promove um

remodelamento de acesso integrados aos serviços e ações existentes e a

possibilidade de expansão da oferta como pressuposto de garantia de direitos, bem-

estar e possibilitando a potencialização da autonomia nas famílias.

Esta rede é complexa necessitando ser fortalecida constantemente pois no

decorrer do processo outras secretarias e órgãos dos governos estadual e municipal

podem integrar-se ao programa, também pode ser promovido o envolvimento das

entidades sociais e da iniciativa privada, no sentido de melhor atender as demandas

das famílias.

O programa tem como pressuposto desenvolver um trabalho intersetorial que

deverá ser incorporado pelos diferentes atores locais, municipais, regionais e

estaduais. Adotar essa metodologia requer a atitude de se organizar

intersetorialmente com um objetivo comum de desafiar os profissionais a olharem

para cada família com suas diferentes vulnerabilidades sociais e considerarem as

potencialidades tanto da família como do território em que vivem, e desse modo,

construir coletivamente um processo de intervenção propondo ações conjuntas e

articuladas.

A metodologia do programa Família Paranaense é desenvolvida

intersetorialmente por meio do Arranjo de Gestão, da execução por meio dos

instrumentos de gestão, da busca ativa das famílias em situação de vulnerabilidade

social para inclusão no Cadastro Único e do Plano de Ação Intersetorial da Família.

O Arranjo de Gestão é desenvolvido com:

- A formalização dos Comitês Local, Municipal e Regional;

- O trabalho em rede e

- A articulação e coordenação realizada pela Política de Assistência Social.

Os instrumentos de gestão estão disponíveis no sistema informatizado

permitindo que a execução do trabalho seja registrada, acompanhada e monitorada

de forma sistemática. São eles:

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- Índice de Vulnerabilidade das Famílias (IVF-PR): É aplicado sobre a base de

dados do Cadastro Único na versão 7.0 e gerando uma lista de famílias e seus

respectivos graus de vulnerabilidade;

- Sistema de Acompanhamento das Famílias: Disponibiliza a lista de famílias

com seus respectivos índices de vulnerabilidade, permitindo a identificação das

famílias prioritárias, selecionando-as e incluindo-as no Programa; e

- Plano de Ação Intersetorial: É planejado e pactuado com cada família,

permitindo o acompanhamento sistemático e individualizado das famílias e a

integração com as ações disponibilizadas.

2.1.3.8 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vinculos (SCFV)

O SCFV é um serviço da Proteção Social Básica do SUAS que é ofertado de

forma complementar ao trabalho social com famílias realizado por meio do Serviço

de Proteção e Atendimento Integral às Famílias (PAIF) e do Serviço de Proteção e

Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos (PAEFI).

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) realiza

atendimentos em grupo. São atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas,

dentre outras, de acordo com a idade dos usuários.

É uma forma de intervenção social planejada que cria situações desafiadoras,

estimula e orienta os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e

vivências individuais, coletivas e familiaresPodem participar crianças, jovens e adultos; pessoas com deficiência;

pessoas que sofreram violência, vítimas de trabalho infantil, jovens e crianças fora

da escola, jovens que cumprem medidas socioeducativas, idosos sem amparo da

família e da comunidade ou sem acesso a serviços sociais, além de outras pessoas

inseridas no Cadastro Único

O serviço tem como objetivo fortalecer as relações familiares e comunitárias,

além de promover a integração e a troca de experiências entre os participantes,

valorizando o sentido de vida coletiva. O SCFV possui um caráter preventivo,

pautado na defesa e afirmação de direitos e no desenvolvimento de capacidades

dos usuários.

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Os usuários do SCFV são organizados em grupos, a partir de faixas etárias

ou intergeracionais:- Crianças até 6 anos

- Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos

- Adolescentes de 15 a 17 anos

- Jovens de 18 a 29 anos

- Adultos de 30 a 59 anos

- Pessoas Idosas

No CRAS de Cruzeiro do Sul há grupos do SCFV para Crianças (Ballet,

Informática e Karatê), para Adultos (Artesanato), Adolescentes (PicJovem) e Idosos

(Oficina da Memória, Hidroginástica, Socioeducativo e dança). Cerca de 110

crianças, 25 adolescenetes, 20 adultos e 85 idosos são atendidos por estes grupos.

2.1.3.9 Serviço de Proteção de Atendimento Integral à Famílias (PAIF)

Consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a

finalidade de fortalecer a função protetiva da família, prevenir a ruptura de seus

vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua

qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das

famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações

de caráter preventivo, protetivo e proativo. O serviço PAIF integra o nível de

proteção social básica do SUAS. (Tipificação Nacional de Serviços

Socioassistenciais).

O PAIF foi concebido a partir do reconhecimento que as vulnerabilidades e

riscos sociais, que atingem as famílias, extrapolam a dimensão econômica, exigindo

intervenções que trabalhem aspectos objetivos e subjetivos relacionados á função

protetiva da família e ao direito à convivência familiar.

O PAIF teve como antecedentes o Programa Núcleo de Apoio à Família

(NAF) em 2001, e o Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família (PNAIF)

em 2003. Em 2004, o MDS, aprimorou essa proposta com a criação do Programa de

Atenção Integral à Família (PAIF).

Em 19 de maio de 2004, com o decreto 5.085 da Presidência da República,

o PAIF tornou-se “ação continuada da Assistência Social”, passando a

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integrar a rede de serviços de ação continuada da Assistência Social financiada pelo

Governo Federal.

Em 2009, com a aprovação da Tipificação Nacional dos Serviços

Socioassistenciais, o Programa de Atenção Integral à Família passou a ser

denominado Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, mas preservou a

sigla PAIF. Esta mudança de nomenclatura enfatiza o conceito de ação continuada,

estabelecida em 2004, bem como corresponde ao previsto no

Artigo 23 da LOAS.

Constituem usuários do PAIF as famílias territorialmente referenciadas ao

CRAS, em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário ou

nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e

sociabilidade e/ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social.

São prioridades as seguintes situações consideradas de maior vulnerabilidade

social:

1. Famílias vivendo em territórios com nulo ou frágil acesso à saúde, à

educação e aos demais direitos, em especial famílias monoparentais chefiadas por

mulheres, com filhos ou dependentes;

2. Famílias provenientes de outras regiões, sem núcleo familiar e comunitário

local, com restrita rede social e sem acesso a serviços e benefícios

socioassistenciais;

3. Famílias recém-retiradas de seu território de origem, em função da

implementação de empreendimentos com impactos ambientais e sociais; Famílias

com moradia precária (sem instalações elétricas ou rede de esgoto, com espaço

muito reduzido, em áreas com risco de deslizamento, vivenciando situações

declaradas de calamidade pública, dentre outras);

4. Famílias vivendo em territórios com conflitos fundiários (indígenas,

quilombolas, extrativistas, dentre outros);

5. Famílias pertencentes aos povos e comunidades tradicionais (indígenas,

quilombolas, ciganos e outros);

6. Famílias ou indivíduos com vivência de discriminação (étnico-raciais e

culturais, etárias, de gênero, por orientação sexual, por deficiência e outras);

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7. Famílias vivendo em contextos de extrema violência (áreas com forte

presença do crime organizado, tráfico de drogas, dentre outros);

8. Famílias que enfrentam o desemprego, sem renda ou renda precária com

dificuldades para prover o sustento dos seus membros;

9. Famílias com criança(s) e/ou adolescente(s) que fica(m) sozinho(s) em

casa, ou sob o cuidado de outras crianças, ou passa(m) muito tempo na rua, na

casa de vizinhos, devido à ausência de serviços socioassistenciais, de educação,

cultura, lazer e de apoio à família;

10. Família que entregou criança/adolescente em adoção;

11.Família com integrante que apresenta problemas de saúde que demandam

do grupo familiar proteção e/ou apoios e/ou cuidados especiais (transtornos mentais,

doenças crônicas etc).

Vale ressaltar que isso não significa que todas as famílias residentes nos territórios

de abrangência dos CRAS e que vivenciam tais situações precisam ser

obrigatoriamente inseridas no PAIF. O atendimento pelo Serviço deve ser de total

interesse e concordância das famílias, precedido da análise da equipe técnica.

2.1.4 CRAS de Cruzeiro do Sul

O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do Município de

Cruzeiro do Sul foi implantado no mês de Junho de 2008, com o objetivo de

garanti direitos e efetivar a Política de Assistência Social, em seu território.

O CRAS funciona em prédio próprio, cedido pela Prefeitura Municipal de

Cruzeiro do Sul, contando com espaço físico adequado com sala de atendimento em

grupo, atendimento individual, salas para o trabalho sócio-educativo, recepção,

banheiros adaptados para idosos e portadores de deficiências.

O eixo de atuação do CRAS é a proteção social básica de Assistência

Social, sendo ele o principal equipamento da Assistência Social, porta de entrada

aos usuários da Política de pertinente.

A principal função da proteção social básica é prevenir as situações de

risco, por meio do desenvolvimento, de potencialidades e fortalecimento dos

vínculos familiares e comunitários.

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Destina-se às famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente de

pobreza, privação e fragilização de vínculos comunitários, sociais ou familiares.

O principal serviço oferecido pelo CRAS do Município de Cruzeiro do Sul é a

Proteção Integral às Famílias (PAIF), onde atualmente são atendidas 40 famílias em

situação de vulnerabilidade social, com reuniões quinzenais, com a participação de

todos os membros da família – pais, crianças, adolescentes, jovens e idosos.

O referido programa tem como foco o favorecimento do convívio familiar e o

fortalecimento de laços afetivos, cujas atividades realizadas são através de

dinâmicas palestras, visitas domiciliares e acompanhamento semanal das famílias

inseridas no programa.

As ações desenvolvidas pelo CRAS, representam atendimento a 300

famílias, às quais são acolhidas, acompanhadas e encaminhadas a redes de

serviços do Município. Para tanto, conta com uma equipe técnica composta por 01

assistente sociais, 01 psicólogos, além de 01 assistente administrativo.

Os grandes desafios para implementação e execução das Políticas de

Assistência Social do CRAS, estão relacionados a: garantir a participação efetiva

das famílias; possibilitar o acesso pleno aos direitos sociais; mudar a concepção

assistencialista da assistência social, pois a população ainda não entende Políticas

de Assistência Social como direito do cidadão e dever do estado.

Quanto aos avanços, pode-se perceber que houve valorização das famílias

em situação de vulnerabilidade social; reconhecimento dos serviços ofertados e

melhoria dos serviços oferecidos à população usuária da Política de Assistência

Social.

Para possibilitar o atendimento às Políticas emanadas do Estatuto da

Criança e do Adolescente, o Município conta com uma Casa Lar, sediada na

Comarca e que atende os cinco municípios: Paranacity; Cruzeiro do Sul; Inajá;

Paranapoema e Jardim Olinda, através do Consórcio Intermunicipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente (CODICRAD) cujo complexo de atendimento foi instalado

no ano de 1995. Essas competências subordinam-se aos Conselhos Municipais dos

Direitos dessa clientela e Tutelar.7

Conclui-se que, embora ainda não esteja estruturado quanto aos aspectos

legais, o CRAS desenvolve ações contempladas no bojo de sua criação, na esfera

7 Dados fornecidos pelo Departamento Municipal de Assistência Social, em consonância com a Lei013/95 e Regimento Interno do Conselho Tutelar.

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federal, possibilitando o atendimento de qualidade aos usuários, num processo de

interação, cujo foco é a família. Por isso, análise prévia indica que, além da

efetivação de Políticas Assistenciais e não Assistencialistas, houve, também avanço

significativo da inserção dos profissionais da área, levando-se em consideração de

que o Município de Cruzeiro do Sul tem apenas 4.776 habitantes.

2.1.5 Plano de Ação do CRAS Para 2018

2.1.5.1 Benefício de Prestação Continuada (BPC)

É um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 e consiste no

pagamento de 01 (um) salário mínimo mensal a pessoas com 65 anos de idade ou

mais e a pessoas com deficiência incapacitante para a vida independente e para o

trabalho.

Ações Previstas:

1. Reuniões mensais com as 70 famílias que recebem o benefício, com o

objetivo de esclarecimento, troca de experiências, realização de dinâmicas de auto-

estima, palestras, etc.

2. Acompanhamento dos Beneficiários através de visitas domiciliares.

3. Busca Ativa para inclusão e recadastramento dos usuários

Recursos Humanos:

Equipe Técnica própria do CRAS (Assistente Social)

Famílias/pessoas atendidas

150 famílias.

2.1.5.2 Benefícios Eventuais

Os Benefícios Eventuais são provisões suplementares e provisórias,

prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de

vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.

Ações Previstas:

1. Cesta-básica

2. Passagem rodoviária

3. Kit para recém-nascidos

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4. Auxílio funeral;

5. Outras Ações conforme demanda.

2.1.5.3 Bolsa Família

Ações Previstas:

1. Cadastramento de Novas Famílias de acordo com a demanda do

Município;

2. Recadastramento Anual das Famílias Beneficiadas;

3. Esclarecimento de dúvidas dos beneficiários;

4. Divulgação dos critérios de inclusão e seleção;

5. Verificação de situação cadastral para desbloqueio do cartão ou

encaminhamento ao órgão responsável;

Recursos Humanos:

Equipe técnica própria do CRAS (Assistente Social e cargo de nível médio0.

Famílias/pessoas atendidas

300 famílias.

2.1.5.4 Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF)

O Programa de Atenção Integral à Família (PAIF) expressa um conjunto de

ações relativas à acolhida, informação e orientação, inserção em serviços da

assistência social, tais como sócio-educativos e de convivência, encaminhamentos a

outras políticas, promoção de acesso à renda e, especialmente, acompanhamento

sócio-familiar.

Objetivos

1. Contribuir para a prevenção e o enfrentamento de situações de

vulnerabilidade e risco social;

2. Fortalecer os vínculos familiares e comunitários;

3. Promover aquisições sociais e materiais às famílias, com o objetivo de

fortalecer o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades.

Metodologia

Reuniões quinzenais com cerca de 1 hora de duração e após a reunião se realiza

um jantar no Clube da Terceira Idade para todos os participantes.

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Ações Previstas

1. Palestras sobre temas relacionados ás dinâmicas familiares

2. Parábolas, Dinâmicas, Vivências, Filmes e demais recursos didáticos.

Recursos Humanos

Equipe técnica do CRAS em parceria com a equipe de Departamento de

Assistência Social do município.

Famílias/pessoas atendidas

35 famílias

2.1.5.5 Reuniões de Acolhimento para Novos Usuários

Ações Previstas

1. Apresentação do CRAS e da equipe técnica responsável.

2. Descrição dos serviços oferecidos

3. Esclarecimentos acerca da Política de Assistência Social

4. Entrega de Material Informativo

Metodologia

Serão realizadas reuniões quinzenais ou mensais de acordo com a demanda

atendida. As reuniões ocorrerão na sede do CRAS.

Recursos Humanos

As reuniões serão conduzidas pela Assistente Social do CRAS com duração

média de 30 minutos.

2.1.5.6 Grupos de Convivência

Objetivo

Atendimento à exigência de Contribuir para a prevenção e o enfrentamento de

situações de vulnerabilidade e risco social; Fortalecer os vínculos familiares e

comunitários; Promover aquisições sociais e materiais às famílias, com o objetivo de

fortalecer o protagonismo e a autonomia das famílias e comunidades.

Metodologia:

São realizadas oficinas sócio-educativas semanais com cerca de 1 hora de

duração com profissionais especializados. Tais oficinas abordam os temas

seguintes:

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1. Artesanato

2. Dança

3. Informática

4. Karatê

5. Socioeducativo

6. Cursos Profissionalizantes

Recursos Humanos

Contratação de profissionais capacitados na execução das atividades

propostas com disponibilidade de carga horária semanal para o trabalho com as

famílias. E coordenação destes profissionais pela equipe de técnicos do CRAS.

Famílias/pessoas atendidas

Todos os usuários da Assistência Social.

2.1.5.7 Cursos Profissionalizantes:

Objetivos

O objetivo dos cursos é criar oportunidades para melhorar a condição de vida das

famílias que vivem em situação de vulnerabilidade, promovendo a autonomia

financeira das mesmas.

Metodologia

Realização de cursos semanais com cerca de 1 hora de duração com profissionais

especializados.

Recursos Humanos

Realização de parcerias com instituições de educação profissional e/ou contratação

de profissionais especializados sob coordenação da equipe técnica do CRAS.

Famílias/pessoas atendidas

Todos os usuários da Assistência Social.

2.1.5.8 Grupo Sócio Educativo com Idosos

Grupos e oficinas socioeducativos com idosos a partir de 60 anos, com a

finalidade de prevenção de acidentes e doenças, atenção integral e convivência

familiar e comunitária

Ações Previstas

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1. Reunião socioeducativa mensal

2. Oficinas de Dança, Memória e Coral

3. Hidroginástica

Recursos Humanos

Equipe Técnica própria do CRAS (Assistente Social) e contratação de

profissionais capacitados na execução das atividades propostas com disponibilidade

de carga horária semanal para o trabalho com as famílias. E coordenação destes

profissionais pela equipe de técnicos do CRAS.

Famílias/pessoas atendidas

150 Idosos

2.1.5.9 Serviços Oferecidos

O CRAS ainda dispõe de outros serviços tais como:

- Carteirinha do Idoso

- Visitas domiciliares

- Parecer Social para documentos, medicamentos, procedimentos médicos,

consultas, baixa renda água, etc.

- Relatórios Sociais

- Atendimentos Individuais

2.2 A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL

2.2.1 Caracterização Geral

No Município de Cruzeiro do Sul, a educação é orientada pelo princípio da

qualidade para todos com a análise das necessidades e também da avaliação dos

avanços já realizados. Assim sendo, as ações educacionais que são realizadas

apresentam como foco a promoção e a evolução constante dos padrões de ensino,

de modo a desenvolver as competências necessárias para a cidadania, participação

efetiva no mundo do trabalho e o usufruto dos bens culturais disponíveis.

Neste contexto, a educação realiza a diversidade cultural e pessoal, as

diferenças individuais e a necessidade de atenção e estimulações educacionais

diferenciadas, orientada pelos princípios da inclusão e equidade, oferecendo

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oportunidade educacional de qualidade para todos, de forma inclusiva, considerando

as diferenças pessoais entre seus alunos, atendendo diferentemente aqueles que

necessitam de atenção e estímulos educacionais diferenciados. Estes cuidados

estão associados ao princípio da democratização da educação, considerando que

pessoas diferentes, com dificuldades e experiências distintas, precisam usufruir os

mesmos padrões de qualidade em educação.

Portanto, a gestão da educação em Cruzeiro do Sul está voltada para a

promoção de aprendizagem de alta qualidade compatível com os desafios do

momento vivido pela sociedade atual e com a visão de longo prazo, mediante a

percepção das possibilidades e necessidades futuras, com foco na implantação de

projetos e ações educacionais que irão contribuir para a melhoria do sistema

municipal de ensino como um todo.

Cruzeiro do Sul possui 04 unidades escolares para atender sua demanda

em sete modalidades distintas a seguir:

01 Creche Anália Mendes Tenório E.I. de 0 a 3 anos;

01 Pré Escola Chapeuzinho Vermelho E.I. de 3 a 5 anos;

01 Escola Flávio Sarrão Ensino Fundamental anos iniciais;

01 EJA

01 Escola Eurides Cavalcânti Tenório Ensino Fundamental anos finais;

01 Colégio Dr. Romário Martins Ensino Médio;

01 Ensino Superior Pedagogia modalidade EaD.

A Escola Flávio Sarrão funciona em dualidade com o Colégio Dr. Romário

Martins e, o Ensino Superior funciona no prédio da Biblioteca Cidadã.

2.2.2 Alimentação e Nutrição nas Escolas

No que diz respeito a alimentação escolar em Cruzeiro do Sul, a mesma faz

parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE o qual tem por objetivo

contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem,

o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos,

por meio de ações de educação alimentar e nutricionais e da oferta de refeições que

cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo.

Os cardápios da alimentação escolar são elaborados pela nutricionista, com

utilização de gêneros alimentícios básicos, de modo a respeitar as referências

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nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e pautar-se na

sustentabilidade, sazonalidade e diversificação agrícola da região e na alimentação

saudável e adequada.

Os alimentos adquiridos pela Secretaria Municipal de Educação para

atendimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar obedecem às diretrizes

previstas na Resolução FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, limites máximos de

sódio, açúcar, gorduras saturadas e trans.

É realizado controle administrativo para a aquisição e a distribuição dos

alimentos, visando garantir a entrega de produtos com qualidade às Unidades

Escolares.

O fornecimento dos gêneros alimentícios às Unidades Escolares ocorre

regularmente. Os gêneros alimentícios não perecíveis são entregues uma vez ao

mês nos Centros de Educação Infantil e a cada trimestre nas escolas, enquanto os

gêneros alimentícios perecíveis são entregues uma vez por semana para todas as

entidades. Alguns alimentos são oriundos dos Programas da Agricultura Familiar

PNAE e PAA; outros são adquiridos nos estabelecimentos comerciais da cidade.

O Departamento de Educação possui Nutricionista que faz o monitoramento

nutricional com a realização de avaliação uma vez ao ano dos alunos matriculados

da Rede Municipal de Ensino.

O objetivo do monitoramento do estado nutricional dos alunos é obter

informações sobre o estado de saúde, incidência de situações especiais para

subsidiar o planejamento e execução de ações de educação alimentar e nutricional

para promoção da alimentação saudável e controle de doenças crônicas não

transmissíveis tais como: obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras.

O diagnóstico nutricional dos alunos da Rede Municipal de Ensino é feito a

partir dos dados antropométricos (peso e altura) onde se realiza ações em

Educação Alimentar e Nutricional que são desenvolvidas com a comunidade escolar,

visando à redução dos índices de excesso de peso e a melhoria da qualidade de

vida da população estudantil.

No ano de 2016, foi realizada a Avaliação Nutricional das crianças

matriculadas na Escola Municipal Prof. Flávio Sarrão. Após a coleta de dados,

avaliação e classificação do IMC e curvas de crescimento, foi possível constatar que

a grande maioria dos alunos avaliados encontram-se dentro do índice de

normalidade, ou seja, Eutrofia.

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De um total de 444 alunos matriculados na Escola Municipal Professor

Flávio Sarrão, foram avaliados 346 alunos (77,92%). Dos alunos avaliados 67%

estão dentro da normalidade, 15% apresentam sobrepeso, 14% obesidade e apenas

4% baixo peso. Pode-se melhor observar no gráfico seguinte:

Gráfico 5: Percentual IMC dos alunos da Escola Municipal Professor Flávio Sarrão, no anode 2016.

Fonte: SANTI, 2016

2.2.3 A Avaliação Nutricional

A avaliação nutricional é um instrumento diagnóstico, pois, que mede de

diversas maneiras as condições nutricionais do organismo, determinadas pelos

processos de ingestão, absorção, utilização e excreção de nutrientes, ou seja, a

avaliação nutricional determina o estado nutricional, que é resultante do balanço

entre a ingestão e a perda de nutrientes. O estado nutricional de uma população é

um excelente indicador de sua qualidade de vida.

É de grande importância a avaliação do estado nutricional de escolares para a

implementação de programas de prevenção e promoção da saúde.

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A promoção da saúde na escola evoluiu durante os últimos 50 anos, com

base em muita pesquisa e prática (Stewart-Brown S, 2006).

Durante a década de 90, a Organização Mundial da Saúde (OMS)

desenvolveu a iniciativa das Escolas Promotoras de Saúde (EPS). É uma

abordagem multifatorial que envolve transmitir conhecimentos e habilidades sobre

saúde na sala de aula, mudando o ambiente físico e social da escola, criando

ligações com a comunidade do entorno. Em 1995, a OMS emitiu um conjunto de

diretrizes para tal. Em 2006, publicou uma avaliação da eficácia da abordagem

“escolas promotoras de saúde”, relatando que as intervenções que promoveram

especificamente a alimentação saudável e atividade física foram eficazes,

destacando aqueles que envolveram mudanças no ambiente da escola e contaram

com o envolvimento dos pais.

Tanto o significado do estado nutricional quanto a responsabilidade individual

sobre a própria saúde precisam ser informados à população.

A escola é o ambiente ideal para a realização de levantamentos do estado

nutricional de crianças e adolescentes assim como para se veicular o conceito de

vida saudável, pois faz da criança uma multiplicadora de seu conhecimento,

transmitindo-o para toda a família.

Como formadoras da criança e do adolescente, as intervenções devem

abranger a alimentação escolar como um todo, envolvendo educadores,

responsáveis pelo preparo e distribuição da alimentação na escola, pais e alunos,

tornando a escola um pólo irradiador de conhecimentos, atitudes e práticas

saudáveis. Assim sendo, é fundamental a introdução da nutrição e a importância da

atividade física na grade escolar como disciplina.

A avaliação do estado nutricional tem como objetivo identificar os distúrbios

nutricionais, possibilitando uma intervenção adequada de forma a auxiliar na

recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do individuo. O estado nutricional

reflete diretamente a condição de saúde da população. (CUPPARI, 2005)

Dada à prevalência de obesidade (e desnutrição) nas crianças e adolescentes

brasileiros e a relevância da prevenção desses distúrbios, o ambiente escolar tem

sido considerado o melhor espaço para a realização do levantamento de dados para

a avaliação nutricional e para as intervenções necessárias, porque a maior parte

dessa população freqüenta a escola, é influenciada pelos professores, que por sua

vez têm bastante contato com seus alunos, durante a maior parte do ano. Além

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disso, pelo menos uma das refeições do dia é consumida na escola. Esses

levantamentos propiciam a definição de políticas públicas tanto para a educação

quanto para a saúde.

A má alimentação na infância causa diversos problemas de saúde, entre eles,

a obesidade infantil. E de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde

(MS), o número de obesos no Brasil cresceu 60% nos últimos 10 anos, o que tem

ligação direta com a presença da obesidade na infância. Além disso, devido ao

aumento da obesidade, cresceu também o número de pessoas que sofrem com

diabetes, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC),

hipertensão arterial, esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) e câncer, já

que a gordura visceral tem efeitos inflamatórios e intensificam as chances dessas

complicações se desenvolverem.

O aumento nos índices de sobrepeso e obesidade entre crianças e

adolescentes internacionalmente durante as últimas décadas indicam que a

obesidade infantil é uma “epidemia” global. (WHO, 1995).

No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Alguns levantamentos

apontam que mais de 50% da população está acima do peso, ou seja, na faixa de

sobrepeso e obesidade. Entre crianças, estaria em torno de 15%. No último

levantamento oficial feito pelo IBGE entre 2008/2009, pode-se perceber o

movimento crescente da obesidade.

Por outro lado, assim como a maioria dos países em desenvolvimento, sabe-

se que o Brasil passa por uma transição epidemiológica, demográfica e nutricional,

em que junto com o aumento expressivo da obesidade, há a coexistência de baixo

peso. A mudança no padrão alimentar e de atividade física tem-se mostrado

compatível com as rápidas alterações na prevalência de obesidade tanto na criança

quanto no adulto (Popkin BM, 2001).

Há inúmeros e extensivos estudos que dimensionam distúrbios nutricionais na

população e muitos deles têm sido realizados na comunidade escolar, geralmente

por instituições científicas e serviços de saúde, mas faltam dados permanentes e

sistemáticos. Além disso, muitos autores estudam faixas etárias específicas e

utilizam amostras não representativas da população (Balaban G e Silva GAP,

2001;Abrantes MM et al., 2002).

Não existe forma de diminuir a desnutrição se ela não for diagnosticada de

maneira adequada.

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Quanto à avaliação do estado nutricional, sabe-se que não existe um método

sem críticas, tanto em se tratando de crianças saudáveis como de crianças

portadoras de doença crônica.

2.2.3.1 Antropometria

É o método de obtenção de medidas corporais de indivíduos que permite

determinar o estado nutricional de indivíduos e populações.

A antropometria mostra-se essencial para a avaliação e o acompanhamento

do estado nutricional, tendo sido considerada pela Organização Mundial de Saúde

(OMS), em 1986, um importante método diagnóstico em estudos populacionais

(WHO, 1986), fornecendo uma estimativa da prevalência e da gravidade de

distúrbios nutricionais.

Medidas antropométricas refletem a ingestão inadequada ou em excesso dos

alimentos, atividade física insuficiente e doença. Elas demonstram que a privação e

o excesso podem coexistir num mesmo país e até na mesma casa, mostrando

porque determinadas políticas de saúde e desenvolvimento melhoram o estado

nutricional e outras não (WHO, 1995).

A antropometria tem papel essencial tanto no diagnóstico da desnutrição

quanto da obesidade, por ser um procedimento prático, de manuseio relativamente

simples, não-invasivo, viável, confiável, de baixo custo, e possibilitar a comparação

com um padrão de referência (WHO,1995; Dâmaso, 2003; USPSTF, 2006; Sotelo

YOM et al., 2004).

Para crianças, a OMS recomenda a utilização de dois índices, peso para

estatura e estatura para idade (WHO, 1986), para a maioria das situações,

lembrando que em alguns casos, o índice combinado de peso para idade pode ser

útil e prático para situar a distribuição de problemas nutricionais em um país, ou a

direção de uma mudança. O peso ajustada para estatura é particularmente

importante para a descrição do estado de saúde atual, por exemplo, para se contar

os desnutridos em situações de emergência.

Gráficos de crescimento são amplamente utilizados como ferramentas para

monitorar o crescimento de crianças e adolescentes e destinam-se basicamente à

utilização clínica. (CDC, 2000). A OMS está desenvolvendo gráficos de crescimento,

de IMC para idade para crianças em idade pré-escolar a partir do nascimento. Esses

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gráficos utilizam uma abordagem diferente, estarão baseados em crianças

saudáveis, que foram amamentadas, mundialmente, e destinam-se a apresentar

uma referência prescritiva em vez de descritiva (Flegal KM, 2006).

Freedmann et al. (2004) analisando a associação entre IMC e altura na

infância e a obesidade do adulto, concluíram que esse é o melhor índice porque

reflete uma associação positiva entre altura e adiposidade entre crianças (apud

Caratin CVS et al., 2006).

O Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN) do Ministério da Saúde

utiliza as curvas do NCHS como referência.

2.3 A SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL

2.3.1 Organização e Funcionamento da Política Municipal de Saúde

2.3.1.1 Atenção Primária em Saúde

O Município de Cruzeiro do Sul, de acordo com a Programação Anual de Saúde

(PAS, 2015), passou a organizar os serviços de saúde pública a partir de setembro de 1990,

com a assinatura do convênio de municipalização, e dispõe hoje de um serviço municipal

distribuído em:

Saúde Bucal na estratégia Saúde da Família;

02 Equipes de Odontologia atuando na atenção básica;

01 Centro 01 Hospital Municipal de Pequeno Porte com Pronto Socorro;

01 Unidade Básica de Saúde – NIS II;

02 Equipes de Saúde da Família;

01 Equipe de Integrado de Saúde onde se encontra o Departamento Municipal de

Saúde, serviço de Fisioterapia, Odontologia, o setor de Processamento de dados e

a Farmácia Básica.

01 Base do SAMU.

A sede da ESF está localizada ao lado da UBS, do HM (hospital municipal) e do

DMS (Departamento Municipal de Saúde). A ESF possui duas equipes, equipe Vale do

Norte e equipe Vale do Sul. A equipe Vale do Sul conta com um médico, um enfermeiro, um

auxiliar de enfermagem, 6 ACS, um Odontólogo e um ASB (Auxiliar de Saúde Bucal), já a

equipe do Vale do Norte conta com um médico, um enfermeiro, uma auxiliar de enfermagem

e 6 ACS.

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O Conselho Municipal de Saúde foi criado pela Lei Municipal nº 002/1991, em 10 de

janeiro de 1991, é paritário, está regulado por Regimento Interno e se reúne com a

periodicidade mensal. As reuniões extraordinárias são realizadas a qualquer tempo,

conforme a necessidade requerer. Sua finalidade é atuar na formulação de estratégias e no

controle da execução da política de saúde na instância municipal.

A UBS funciona em um prédio municipal, das 7:00 às 11:00 horas, e das 13:00 às

17:00 horas, contando com os seguintes servidores:

- três auxiliares de enfermagem;

- uma zeladora;

- três clínicos gerais;

- uma enfermeira.

A Base do SAMU é formada por equipes treinadas para atendimento de urgência e

emergência e regulação de leitos compostas por: técnicos de enfermagem, motoristas de

ambulância, telefonistas e zeladoras. Possui uma estrutura física adequada para a equipe

realizar plantões de 24 horas e uma ambulância equipada para atendimentos de ocorrências

de diversas gravidades.

2.3.1.2 Organograma do Departamento Municipal de Saúde

2.3.2 Composição Atual do Conselho Municipal de Saúde (CMS)

Fonte: DMS

Gestor de SaúdeNúmero

Prestador deServiço de Saúde

Profissionais deSaúde

Usuários

Titular Suplente Titular Suplente Titular Suplente Titular Suplente01 01 01 01 02 02 04 04

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Quadro 3: Critérios de Saneamento Básico em Cruzeiro do Sul

Critérios de Saneamento Total1 – Abastecimento de Água. - Rede Pública - Poço ou Nascente E Outros

94,45%

5,55%2 – Destino dos Dejetos - Fossa

Céu Aberto99,33%0,66%

3 – Energia Elétrica 98,66%

4 – Destino do Lixo - Coleta Pública - Queimado/Enterrado

94,45%5,55%

Fonte: SIAB/ESF

2.3.3 Abastecimento de Água

A água servida na zona urbana e parte da zona rural é de responsabilidade

da Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), o tratamento é feito por

meio de cloração, sendo de responsabilidade do setor de vigilância sanitária a leitura

do teor de cloro em pontos estratégicos do município regularmente.

Uma parte dessa população não utiliza desse serviço, estando essa

localizada na zona rural onde a água é proveniente de poços artesianos ou

nascentes.

Direcionando-se ao consumo de água, será alvo de trabalho a

conscientização da população sobre a importância da limpeza semestral de caixas

d’água e sobre a importância de manter as mesmas tampadas, sendo que a

prefeitura municipal vem fornecendo tampas para estas.

2.3.4 As Ações da Saúde Na Segurança Alimentar e Nutricional

O Município de Cruzeiro do Sul, por meio dos profissionais do setor de

Vigilância Sanitária (VISA), realiza visitas nos estabelecimentos de ensino para

orientação e acompanhamento das boas práticas de manipulação e conservação de

alimentos, assim como verificação das datas de validades dos alimentos.

Os profissionais da Atenção Básica (AB) que trabalham na Unidade Básica de

Saúde (UBS) e no Programa Saúde da Família (PSF) fazem avaliação e

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acompanhamento do perfil nutricional de crianças de 0 a 5 anos de idade, tanto no

Posto de Saúde, quanto na Vila Rural como no Salão da Terceira Idade. Tal

avaliação é feita três vezes por mês.

Para a prevenção e monitoramento de doenças veiculadas por alimentos,

como diarréias, por exemplo, o Município faz alimentação semanal do sistema de

informação do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria Estadual da Saúde (SESA),

tudo isso sob o controle do setor de Epidemiologia e Controle de Doenças da UBS

UBS e Hospital Municipal (HM).

Faz-se ainda o controle mensal de qualidade da água em pontos

estratégicos (VIGIAGUA) e informação ao nível central SESA, da qualidade da água

destinada ao consumo humano. Ação esta desenvolvida pela Vigilância Sanitária.

O acompanhamento nutricional das famílias beneficiarias pelo Programa

Bolsa Família (PBF) é feito semestralmente e do Programa do Leite, mensalmente,

através da pesagem e acompanhamento do perfil epidemiológico de cada criança

com idade até 6 anos.

Entre as ações nutricionais do Departamento de Saúde, estão ainda a

estratificação pela UBS e PSF dos pacientes hipertensos e diabéticos, através da

realização trimestral do perfil lipídico, com orientação e controle nutricional, com

encaminhamento a profissional nutricionista em centro de referência especializado

do Sistema Único de Saúde (SUS).

Outro importante trabalho desenvolvido no âmbito da saúde é o incentivo ao

aleitamento materno, na UBS, PSF e em ações de saúde coletiva, com gestantes,

puérperas e lactantes, incrementos do programa Mãe Paranaense da SESA e do

Programa Municipal de gestantes.

O Departamento de Saúde faz ainda o encaminhamento de gestantes com

Índice de Massa Corporal (IMC) alterado para o Centro de Regional de

Especialidades, para orientação e acompanhamento nutricional.

São feitas ainda ações de identificação dos marcadores de consumo

alimentar e nutricional em crianças de 0 a 2 anos de idade, realizados pela UBS e

PSF, como parte do programa de comparação dos perfis alimentares das crianças

brasileiras, com alimentação do sistema de informação nacional.

O Setor de Vigilância Sanitária (VISA), por meio do Sistema de Inspeção

Municipal (SIM) faz o controle de qualidade da linha de produção de alimentos da

agricultura familiar onde são realizadas visitas e vistorias periódicas nas

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propriedades rurais e agroindústrias familiares e ainda, como o mesmo objetivo,

realiza o serviço de inspeção sanitária nas fontes produtoras ou fornecedoras de

qualquer tipo de alimento como restaurantes, panificadoras, Micro Empreendedores

Individuais (MEI) e outros do mesmo gênero. Esse controle é estendido aos

estabelecimentos comerciais quanto à exposição e validade dos produtos

alimentícios e bebidas comercializadas no território municipal.

O Município está implementando nas escolas programa direcionado a este

público alvo, com as seguintes ações: a) Ações de combate ao mosquito Aedes

aegypti; b) Promoção das práticas corporais, da atividade física e do lazer; c)

Prevenção ao uso de álcool, tabaco, crack e outras drogas; d) Promoção da cultura

de paz, cidadania e direitos humanos; e) Prevenção das violências e dos acidentes;

f) Identificação de educandos com possíveis sinais de agravos de doenças em

eliminação; g) Promoção e Avaliação de Saúde bucal e aplicação tópica de flúor; h)

Verificação da situação vacinal; i) Promoção da segurança alimentar e nutricional e

da alimentação saudável e prevenção da obesidade infantil.

2.4 A AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE NO MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL

2.4.1 Dados Gerais

No Município de Cruzeiro do Sul predomina a Agricultura Familiar com um

total de 429 propriedades rurais (IBGE, 2006) cujas atividades principais são

avicultura de postura e corte, cana-de-açúcar, pecuária de corte e leite, holericultura,

milho, soja, citricultura, produção de bicho da seda e mandioca.

A produção da agricultura e pecuária no território municipal promove um

impacto direto na geração de emprego e renda e, em especial, na produção de

alimentos que, por conseguinte, impacta positivamente nas questões relacionadas à

alimentação e nutrição sustentável.

Para o município de Cruzeiro do Sul, no ano de 2016, o financiamento dessa

cadeia produtiva foi bastante significativo como pode-se observar na tabela seguinte:

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Tabela 2: Financiamentos para a Agricultura e Pecuária- Cruzeiro do Sul – 2016.

Tipo de Estabelecimento Contratos Valor – R$ 1,00

AgriculturaInvestimentosCusteio

PecuáriaInvestimentosCusteio

Total

701159

57

6.131.160,80760.094,00

5.371.066,80

5.096.347,701.586.003,003.510.344,70

11.227.508,50Fonte: IPARDES/BACEN (2016)

Gráfico 6: Financiamentos para a Agricultura e Pecuária- Cruzeiro do Sul – 2016Fonte: IPARDES/BACEN (2016)

De acordo com o gráfico 5 é possível dimensionar a importância para a

economia local a injeção de recursos advindos do crédito agrícola seja por meio de

custeio8 ou investimento9.

No que diz respeito ao PNAE e PAA, são 16 produtores que entregam

aproximadamente 40 produtos diferentes. O recebimento das mercadorias é feito

8 O custeio rural classifica-se como: a) agrícola; b) pecuário; c) de beneficiamento ou industrialização. Ocrédito de custeio pode se destinar ao atendimento das despesas normais: a) do ciclo produtivo de lavourasperiódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos oucultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou emcooperativa;b) de exploração pecuária; c) de beneficiamento ou industrialização de produtosagropecuários(MCR/BACEN).9 Investimento trata-se do financiamento de animais, máquinas e bens duráveis que ultrapassam o ciclo daprodução.

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toda segunda-feira, em local apropriado para tal fim, pelo Diretor do Departamento

de Agricultura e Meio Ambiente e pela Nutricionista responsável que faz a

distribuição conforme o número que pessoas de cada instituição. A entrega é

realizada pelo pessoal da garagem, no mesmo dia à tarde.

As instituições que estão cadastradas e aptas a receber as mercadorias são:

O CRAS, o Hospital Municipal, Os Centros de Educação Infantil Anália Mendes

Tenório e Chapeuzinho Vermelho, a Escola Municipal Prof. Flávio Sarrão, o Colégio

Estadual Dr. Romário Martins e a Escola Estadual Eurides Cavalcânti Tenório.

Nas ilustrações 7, 8 e 9 a seguir pode-se observar a recepção das

mercadorias em local apropriado para isso:

Ilustração 7: Nutricionista e Diretor de Agricultura recepcionando as mercadoriasFonte: DMAMA

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Ilustração 8: Mercadorias recebidas para o PAA e PNAEFonte: DMAMA

Ilustração 9: Mercadorias recebidas para PAA e PNAEFonte: DAMA

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2.4.2 Ações da Agricultura e Meio Ambiente no Município

Em Cruzeiro do Sul existem cadastradas junto ao Departamento de

Agricultura e Meio Ambiente (DMAMA) 283 famílias da Agricultura Familiar que

trabalham na horticultura, fruticultura, bovinocultura de corte e leite, urucum, ovos,

grãos, mandioca e sericicultura.

Os Agricultores recém Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) da

Emater e Bratac nas áreas de holericultura, urucum, leite e sericicultura.

A Prefeitura Municipal apóia todas as ações da ATER e atua ainda, por meio

do DMAMA, junto ao produtores rurais incentivando a minimização de agrotóxico e

utilização de práticas alternativas no controle de pragas e doenças. Promove ainda a

melhoria da trafegabilidade nas estradas rurais por meio de ações pontuais de

manutenção, recuperação e conserva das vias rurais visando facilitar o escoamento

da produção agropecuária.

Através do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) do Governo

Federal, em parceria com a Caixa Econômica, Companhia de Habitação do Paraná

(COHAPAR), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cruzeiro do Sul

(SINTRACSUL) e Emater, a Prefeitura local organiza ações para que os Agricultores

Familiares possam ter acesso aos benefícios do PNHR.

Outra ação muito importante que o DMAMA desenvolve junto aos agricultores

é a orientação e acompanhamento para a devolução das embalagens vazias de

agrotóxicos junto às empresas e órgãos receptores.

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CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL E HISTORICIZAÇÃO

Ao caracterizar a questão da segurança alimentar e nutricional, em

especial o direito a alimentação adequada, a Organização das Nações Unidas

(ONU, 1996) em seu Comentário Geral 12 afirma:

O direito à alimentação adequada realiza-se quando cada homem, mulher ecriança, sozinho ou em companhia de outros, tem acesso físico eeconômico, ininterruptamente, à alimentação adequada ou aos meios parasua obtenção. O direito à alimentação adequada não deverá, portanto, serinterpretado em um sentido estrito ou restritivo, que o equaciona em termosde um pacote mínimo de calorias, proteínas e outros nutrientes específicos.O direito à alimentação adequada terá de ser resolvido de maneiraprogressiva. No entanto, os estados têm a obrigação precípua deimplementar as ações necessárias para mitigar e aliviar a fome[...] (ONU,COMENTÁRIO GERAL 12, 1996).

Por sua vez, a Constituição Federal de 1988 também conhecida como

Constituição Cidadã, efetivou os direitos sociais que por muito tempo a população

clamava. Muitos direitos passaram a vigorar, dentre eles os direitos fundamentais à

manutenção da vida humana, como a saúde, a educação, o trabalho, a moradia, a

assistência social, dentre outros direitos respaldados por meio da implantação das

políticas públicas de proteção Social.

Ainda com as leis que regulamentaram mais tarde os Artigos 203 e 204 da

Constituição Federal, que abordou a Assistência Social (LOAS 8.742/93), o direito

humano a alimentação não havia sido mencionado, ocorrendo posteriormente após

inúmeras discussões realizadas pelos grupos organizados e pelo poder público nas

três esferas de governo, ocasionado à alteração na Constituição Federal com a

Emenda Constitucional 064/2010, que em seu artigo 6º, cita e garante a alimentação

como direito fundamental junto com os demais direitos: “São direitos sociais a

educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a

previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição”.

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Desse modo, assegurou-se em Lei dentre outros direitos básicos, o Direito

à Alimentação que mesmo sendo um direito fundamental para a sobrevivência da

espécie humana, não havia sido incorporado entre os direitos fundamentais até a

alteração da Constituição Federal em 2010.

Com esta alteração muitos passos foram dados pelos Poderes Públicos e

pela sociedade civil de forma geral para que fosse cumprido o que a Lei

regulamenta, pois a alimentação é o primeiro passo para a consolidação da

dignidade humana e o direito humano à alimentação é fundamental para

manutenção da vida.

O Governo Federal por sua vez fez a opção de políticas públicas

organizadas por articulações sistemáticas de integrações e participação de membros

ativos como é o caso do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único da

Assistência Social (SUAS). Neste mesmo direcionamento surge e organiza-se o

Sistema Nacional de Segurança Alimentar e nutricional (SISAN). O SISAN foi

instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006 (LOSAN), e configura-se

como resultado da luta incessante de inúmeros brasileiros e da sociedade civil

organizada nas suas diferentes formas, pois esta ampla mobilização ocasionou a

realização da 1ª Conferencia Nacional de Alimentação e Nutrição realizada em 1986,

que deliberou acerca da criação de um Sistema Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional.

A Lei federal nº 11.346 de 2006, estabelece as definições, princípios,

diretrizes, objetivos e composição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional (SAN) “consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e

permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer

o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares

promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que seja ambiental,

cultural, econômica e socialmente sustentável”.

Em 2004 quando da realização da 2ª Conferencia Nacional de Segurança

Alimentar e Nutricional em Olinda (PE) foi deliberado a aprovação da Lei Orgânica

de Segurança Alimentar e Nutricional que criou o SISAN. Com os Decretos nº 6.272

e 6.273, ambos de 23 de novembro de 2007, que regulamentaram respectivamente

o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e a Câmara

Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) respaldados na

LOSAN (2006) ficam instituídas as instâncias fundamentais para a

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operacionalização do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

(SISAN).

O SISAN é um Sistema público legalmente constituído, que reúne diversos

setores de governo e da sociedade civil com o propósito de promover em todo

território nacional o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Este Sistema

promove a formulação e articulação de ações e programas da Política de Segurança

Alimentar e Nutricional (PNSAN) em âmbito nacional, estadual e municipal, bem

como o monitoramento e avaliação das mudanças relacionadas à situação alimentar

e nutricional da população brasileira. Este Sistema está baseado em dois

importantes princípios: a participação social e a intersetorialidade.

Outro fator importantíssimo que contribui significativamente para

desencadear as ações do Sistema Alimentar e Nutricional (SAN) em todo Brasil foi o

Plano Brasil sem Miséria - BSM, lançado em junho de 2011, com a coordenação do

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) tem a finalidade de

superar a condição da extrema pobreza que ainda atinge significativa parcela da

população brasileira. O programa Brasil sem Miséria organiza-se em três grandes

eixos de atuação: Garantia de Renda, Acesso a Serviços e Inclusão Produtiva.

No acesso aos Serviços destacam-se as áreas da Educação, Saúde,

Assistência Social e Segurança Alimentar; Na Garantia de Renda: Bolsa Família e

Benefício de Prestação Continuada (BPC) ; E na Inclusão Produtiva o fomento de

atividades no Perímetro Rural e Urbano.

Apresentou-se ainda em 25 de agosto de 2010, a publicação do Decreto nº

7.272 o qual instituiu a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional -

PNSAN, que estabeleceu os parâmetros para a elaboração do Primeiro Plano

Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - PLANSAN 2012/2015, o qual define

ações, projetos, programas para a efetivação do acesso ao Direito Humano a

Alimentação (DHA).

No Estado do Paraná a Lei nº 15.791 de 1º de Abril de 2008 institui no

âmbito estadual a Política de Segurança Alimentar e Nutricional, com objetivos de

Estabelecer princípios e diretrizes aos Programas Estaduais de Segurança Alimentar

Nutricional; Estabelecer obrigações e responsabilidades para a administração

pública no que se refere à Segurança Alimentar Nutricional; Assegurar a

participação da sociedade civil organizada na formulação de políticas, planos,

programas e ações, voltadas para a segurança alimentar nutricional da população.

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Onde obedecerá aos seguintes princípios: A preservação da autonomia e respeito à

dignidade das pessoas; A participação social na formulação, execução,

acompanhamento, monitoramento e controle das políticas dos planos de segurança

alimentar nutricional; A transparência dos programas, das ações e dos recursos,

bem como o critério para a sua concessão.

A Lei nº 16.565 de 31 de agosto de 2010 estabelece as definições,

princípios, diretrizes, objetivos e composição do Sistema Estadual de Segurança

Alimentar e Nutricional (SISAN-PR), por meio do qual o poder público, com a

participação da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas,

planos, programas e ações com vistas a assegurar o direito humano à alimentação

adequada, o qual está consagrado como direito social na Constituição Federal.

Onde prevê que a alimentação adequada é direito social do ser humano, nos termos

da Emenda Constitucional Federal nº 64, de 04 de fevereiro de 2010, inerente à

dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados

na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se

façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da

população. Que a consecução do direito humano à alimentação adequada e da

segurança alimentar e nutricional da população paranaense far-se-á por meio do

SISAN PR, integrado por um conjunto de órgãos e entidades, do Estado e dos

Municípios e pelas instituições privadas, com ou sem fins lucrativos, afetas à

segurança alimentar e nutricional e que manifestem interesse em integrar o Sistema,

respeitada a legislação aplicável.

3.2 A CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO SISAN NO MUNICÍPIO

Em Cruzeiro do Sul, foi realizada no dia 11 de novembro de 2013, a primeira

reunião entre poder público e sociedade civil para deliberar sobre a fundação do

COMSEA (anexo 1). Nesta reunião estiveram presentes 16 pessoas representantes

dos diversos segmentos da sociedade, do poder público e, em especial, da

Agricultura Familiar.

Ainda no mês de novembro (22/11), A Câmara de Vereadores aprovou e o

prefeito sancionou a Lei nº 146/2013 (anexo 2) que cria o Conselho Municipal de

segurança Alimentar e Nutricional (COMSEA) com caráter consultivo, constituindo-

se em espaço de articulação entre o governo Municipal e a Sociedade Civil para a

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formulação de Diretrizes para políticas e ações na área da Segurança Alimentar e

Nutricional no âmbito municipal (anexo 3 – Decreto nº 519-A). Cabendo a este

Conselho estabelecer diálogo permanente entre o governo municipal e as

organizações sociais nele representadas, com o objetivo de assessorar na

formulação de políticas públicas e na definição de prioridades que visem a garantia

do direito humano a alimentação.

O Parágrafo Único do artigo 7º da Lei Municipal 146/2013 outorga poderes ao

Chefe do Poder Executivo para que o mesmo regulamente a CAISAN e o COMSEA.

Este, por sua vez, edita o Decreto nº 520A/2014 (anexo 4) no dia 20 de janeiro de

2014 cujo artigo 1º cria a CAISAN no âmbito do SISAN municipal atribuindo-lhe,

entre outras, a competência para a elaboração deste PLAMSAN MUNICIPAL.

Quanto ao Fundo Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (FUMSAN),

infelizmente o referido Decreto de Criação da CAISAN foi omisso, situação que, de

certa forma, prejudica o SISAN como um todo, pois limita a execução orçamentária e

a implantação de políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional.

O COMSEA, legalmente constituído, se reuniu pela primeira vez no dia 17 de

dezembro de 2013 (anexo 5) no Auditório da Biblioteca Pública Municipal para a

eleição da Diretoria Executiva, ficando eleito Presidente o Agricultor Familiar Isaías

Molina, com mandato previsto para 4 anos, portanto, ainda em vigência.

Em 19 de dezembro de 2013 o Município de Cruzeiro do Sul solicitou a

CAISAN estadual a adesão ao Sistema Nacional de segurança Alimentar e

Nutricional (SISAN), onde o Município obriga-se a promover o integral cumprimento

das normas que regulamentam o SISAN, no âmbito de suas atribuições.

A I Conferencia Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional,

realizada no dia 27 de junho de 2015, teve como tema “Comida de verdade no

campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar” com três eixos:

Eixo 1 – Comida de Verdade: avanços e obstáculos para a conquista da

alimentação adequada e saudável para a conquista da soberana Alimentar;

Eixo 2 – Dinâmicas em Curso, escolhas estratégicas e alcance da política

pública;

Eixo 3 – Fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e

Nutricional.

A conferência foi um momento muito importante, onde por meio das

propostas a sociedade Sul Cruzeirense pode apresentar suas necessidades e

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propostas, tornando publico tudo o que é necessário para a garantia e a efetivação

dos direitos na área da SAN.

Desse modo, terminada a Conferência, foram aprovadas 10 propostas,

assim distribuídas para cada Eixo:

Eixo 1:

1. Criar um programa contínuo de alimentação específica para gestantes,

pessoas com doenças crônicas e/ou acamados;

2. Garantir o funcionamento dos programas destinados à Segurança

Alimentar;

3. Criar um espaço para o recebimento dos produtos.

Eixo 2:

1. Realizar campanhas de divulgação através de informativo sobre o

Conselho Municipal de Segurança Alimentar;

2. Criar mecanismos para que toda a população de Cruzeiro do Sul tenha

acesso à alimentação de qualidade;

3. Desenvolver ações que possibilite uma melhor Assistência Técnica ao

pequeno produtor.

4. Criar uma horta comunitária.

Eixo 3:

1. Criar um Fundo Municipal de Segurança Alimentar, com um percentual do

orçamento público para essa política;

2. Desenvolver campanhas sobre a alimentação saudável em todas as

entidades do município;

3. Contratar ou aumentar a carga horária do profissional de nutrição.

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4 DIRETRIZES DO PLANO NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

Por meio do Decreto nº 7.272/2010 foi instituída a Política Nacional de

Segurança Alimentar e Nutricional que estabelece suas diretrizes. Tais diretrizes

foram usadas como base de orientação para elaboração do Plano Municipal de

Segurança Alimentar e Nutricional do Município de Cruzeiro do Sul. São elas:

Diretriz 1: Promoção do acesso universal à alimentação adequada e

saudável, com prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança

alimentar e nutricional;

Diretriz 2: Promoção do abastecimento e estruturação de sistemas

descentralizados e sustentáveis de produção, extração, processamento e

distribuição de alimentos, inclusive os de base agroecológica;

Diretriz 3: Instituição de processos permanentes de educação alimentar e

nutricional, pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do

direito humano à alimentação adequada;

Diretriz 4: Promoção, universalização e coordenação das ações de

segurança alimentar e nutricional, voltadas para quilombolas e demais povos e

comunidades tradicionais, povos indígenas e assentados da reforma agrária;

Diretriz 5: Fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os

níveis da atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança

alimentar e nutricional;

Diretriz 6: Promoção do acesso universal à água de qualidade e em

quantidade suficiente, com prioridade para as famílias em situação de insegurança

hídrica e para produção de alimentos da agricultura familiar e da pesca e

aquicultura;

Diretriz 7: Apoio à iniciativas de promoção da soberania alimentar,

segurança alimentar e nutricional do direito humano à alimentação adequada em

âmbito internacional e a negociações internacionais;

Diretriz 8: Monitoramento da realização do direito humano à alimentação

adequada.

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5 DIRETRIZES DO PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

Na elaboração das diretrizes municipais, tomou-se por base as diretrizes

nacionais onde foram descritos os programas e ações desenvolvidas no âmbito da

SAN no município, tudo em consonância com o Plano Plurianual (PPA). Além disso,

as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional também foram

descritas por fazerem parte de ações relacionadas à SAN.

5.1 DIRETRIZ 1: PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ALIMENTAÇÃOADEQUADA E SAUDÁVEL, COM PRIORIDADE PARA AS FAMÍLIAS E PESSOASEM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações emetas

5.1.1 Programa Nacional deAlimentação Escolar (PNAE): Fomentar a formação de hábitosalimentares saudáveis, por meio daoferta de alimentação escolar e deações de educação alimentar enutricional.

DME FNDE/MEC

Municipal/Federal

1.Manter e ampliar o PNAE no município;2.Aumentar, na vigência deste Plano, de 30 para 50% as compras da Agricultura Familiar

5.1.2 Alimentação Diferenciada: Fornecimento de alimentaçãodiferenciada aos munícipes atravésde dieta enteral para pessoas comnecessidades especiais dealimentação.

DMS ESF Municipal

1.Atender 50% dos pacientes com necessidades Alimentares especiais, mediante prescrição médica ou de nutricionista.

5.1.3 Programa FamíliaParanaense: Este Programa temcomo atribuição articular as políticaspúblicas de várias áreas doGoverno, visando a promoção socialdas famílias que vivem em situaçãode vulnerabilidade e risco noMunicípio. Tem o objetivo de criar eestabelecer uma rede de proteçãoàs famílias por meio de um conjuntode ações planejadas.

DMAS

CMDCAConselho

TutelarCRAS DMEDMS

MunicipalEstadual

1. realizar ações intersetoriais com as famílias em vulnerabilidade

5.1.4 Programa Bolsa-Família: Trata-se de um programa detransferência direta de renda quebeneficia famílias em situação depobreza e de extrema pobreza noMunicípio, tendo como foco deatuação as famílias com renda percapita baixa. Visando o acesso aosdireitos sociais básicos nas áreasde: alimentação, educação, saúde e assistência social.

DMAS DMEDMS

Federal

1. Manter, atravésdo DMAS agerência docadastro único

para identificaçãodos usuários da Política de Assistência Social;2.Realizar busca ativa, quando necessário.3. Avaliar, semestralmente,

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através do DMS o estado nutricional dos beneficiários do PBF; 4. Acompanhar, através do DME, a frequência escolar do(as) alunos(as) das famílias beneficiárias.

5.1.5 Programa Estadual Leite dasCrianças – PLC Lei Estadual 16.475/2010:Este Programa tem como objetivoauxiliar na redução das deficiênciasnutricionais da população infantil paranaense.

DMSDMAS

DME SEED Comitê Gestor FomeZero

MunicipalEstadual

1.DMAS: Incluir os cadastros da criança, fechar o sistema e encaminhar para o DMS para fornecimento da listade crianças para pesagem e encaminhamento para o Comitê Gestor Fome Zero..

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 1ª diretriz estão:

A proposta 2 do Eixo 1: Garantir o funcionamento dos programas destinados

à Segurança Alimentar;

A proposta 1 do eixo 2: Realizar campanhas de divulgação através de

informativo sobre o Conselho Municipal de Segurança Alimentar;

A proposta 2 do eixo 3: 2. Desenvolver campanhas sobre a alimentação

saudável em todas as entidades do município;

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5.2 DIRETRIZ 2 - PROMOÇÃO DO ABASTECIMENTO E ESTRUTURAÇÃO DE

SISTEMAS DESCENTRALIZADOS E SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO,

EXTRAÇÃO, PROCESSAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS, INCLUSIVE

OS DE BASE AGROECOLÓGICA

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações e metas

5.2.1 Agricultura Familiar: Aquisição de gêneros alimentcios diversificados, produzidos pelaagricultura familiar e pelosempreendedores familiares ruraisdo Município. Fomentando assim àagricultura familiar emcumprimento a Lei Federal11.947/09 do PNAE.

DME DMAMACMDRS

Municipal/Federal

1.Manter e ampliar a aquisição dos produtos oriundos da agricultura familiar; 2. fomentar a geração de emprego, de renda e fixar o homem à terra, por meio de incentvos aos Agricultores familiares.

5.2.2 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA): promover ainclusão social e econômica nocampo por meio do fortalecimentoda agricultura familiar.

DMS DMAMACMDRS

EstadualFederal

1.Manter e ampliar a execução do PAA ; 2. Incentvar a entrada no Programa de mais agricultores.

5.2.3 Criar Programa de apoio aosAgricultores Familiares: Aquisiçãode insumos e sementes paradistribuição gratuita aos agricultoresfamiliares vinculados àsAssociações do município.

DMAMA CMDRS Municipal

1. firmar convênio de subvenção com as Associações e Cooperativa Coopersul para repasse dos insumos e sementes aos agricultores familiares.

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 2ª diretriz estão:

Proposta 3 do eixo 1: Criar um espaço para o recebimento dos produtos.

Proposta 4 do eixo1: Criar uma horta comunitária.

Proposta 3 do eixo 2: Desenvolver ações que possibilite uma melhor

Assistência Técnica ao pequeno produtor.

Proposta 1 do eixo 3: Criar um Fundo Municipal de Segurança Alimentar, com

um percentual do orçamento público para essa política.

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5.3 DIRETRIZ 3: INSTITUIÇÃO DE PROCESSOS PERMANENTES DE EDUCAÇÃO

ALIMENTAR E NUTRICIONAL, PESQUISA E FORMAÇÃO NAS ÁREAS DE

SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICINAL E DO DIREITO HUMANO À

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações e metas

5.3.1 Orientação em EducaçãoAlimentar e Nutricional:Oferecer treinamento equalificação para os profissionaisda educação e comunidade escolarcom vistas à conscientzação emelhoria nos hábitos alimentaressaudáveis.

DMEDMAMA

DMSCOMSEA

SEAB

Municipal

1.Realizar palestrase eventos sobre aalimentaçãosaudável na redeMunicipal e públicoalvo.

5.3.2 Alimentação saudável:Monitoramento do consumo dealimento nas escolas e entdadesmunicipais e aplicação de prátcasalimentares saudáveis.

DMEDMS

COMSEADMAS

Municipal

1.Acompanhar eorientar os serviçosde nutrição edietética as escolase Hospital Municipalquanto a elaboraçãodo cardápio.

5.3.3 Capacitar ESF: Oferecer capacitação às ESF em temas relacionados à alimentação e nutrição.

DMS

DMECOMSEA

SEABSESA

MunicipalEstadual

1.Oferecer 01 capacitação anual com temas relacionados à alimentação e nutrição.

5.3.4 Monitoramento daInsegurança Alimentar:Promover reuniões de Rede deApoio e Redes de Proteção paradiscussão de casos em situação deinsegurança alimentar enutricional.

DAMASDMEDMS

DMAMACOMSEA

Municipal

1.Promover reuniões semestraiscom o público alvo.

5.3.5 Criação de Projeto deExtensão:Firmar Convênio com IES paradesenvolvimento de Projeto deExtensão com atvidades deEducação Alimentar e Nutricional.

AdministraçãoMunicipal

DMASDMEDMS

DMAMACOMSEA

Municipal

1.Desenvolver,semestralmente,ações educatvascom atvidadesrelacionadas aalimentação enutrição.

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 3ª diretriz estão:

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Proposta 1 do eixo 1: Criar um programa contínuo de alimentação específica

para gestantes, pessoas com doenças crônicas e/ou acamados;

Proposta 1 do eixo 2: Realizar campanhas de divulgação através de

informativo sobre o Conselho Municipal de Segurança Alimentar;

Proposta 1 do eixo 3: Criar um Fundo Municipal de Segurança Alimentar, com

um percentual do orçamento público para essa política;

Proposta 2 do eixo 3: Desenvolver campanhas sobre a alimentação saudável

em todas as entidades do município;

5.4 DIRETRIZ 4 - PROMOÇÃO, UNIVERSALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO DAS AÇÕES DE SEGURANÇA

ALIMENTAR E NUTRICIONAL VOLTADAS PARA QUILOMBOLAS E DEMAIS POVOS E COMUNIDADES

TRADICIONAIS, POVOS INDÍGENAS E ASSENTADOS DA REFORMA AGRÁRIA

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações emetas

5.4.1 Cozinha Comunitária do pré-assentamento Pe. Josimo:Dar apoio a produção de alimentosao grupo de mulheres quegerenciam, produzem ecomercializam produtos oriundos dacozinha comunitária.

DMASDMAMA

COMSEASEAB

Municipal1.Dar apoio técnico efinanceiro.

5.4.2 Associação Comunitária –trator comunitário:Renovar o termo de concessão deuso do trator agrícola e adquiririmplementos novos.

AdministraçãoMunicipal

DMAMACOMSEACMDRS

MunicipalFederal

O trator comunitário,adquirido em 2012 ecedido aos pré-assentados contribuiem muito para ofortalecimento daAgricultura Familiarnaquele local. 1.Renovar o Termo deconcessão de uso dotrator em2018;2.Ampliar acessão de implementospara os tratores;

5.4.3 Produção orgânica e agroecológica: Fomentar a produção de alimentos orgânicos e agroecológicos.

DMAMACOMSEA

SEABCMDRS

MunicipalEstadual

No local onde estásituado oassentamento existebastante mata nativa,nascentes e água emabundância quefavorece a produção dealimentos orgânicos ouagroecológicos,inclusive apicultura epsicultura. 1. Fomentaressa produção comapoio da Emater.

5.4.4 Horta Comunitária:Fomentar a implantação de horta

DMAMA

DMASCOMSEACMDRSSEAB

MunicipalEstadual

A horta comunitária,além de fortalecer osvínculos, produzalimentos saudáveis,

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comunitária. IAP gera renda e educapara o trabalho efortalecimentocomunitário. 1.Implantar 01 hortacomunitária noperíodo de vigênciadeste Plano;

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 4ª diretriz estão:

Proposta 2 do eixo 1: Garantir o funcionamento dos programas destinados à

Segurança Alimentar;

Proposta 4 do eixo 2: Criar uma horta comunitária.

5.5 DIRETRIZ 5 - FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO EM TODOS OS NÍVEIS DA ATENÇÃO À SAÚDE, DE MODO

ARTICULADO ÀS DEMAIS POLÍTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações emetas

5.5.1 Segurança Alimentar dagestante:Acompanhamento da Saúde dagestante através do Sisprenatal.

DMS ESFCMS

MunicipalFederal

1. Cadastrar emonitorar todas asgestantes querealizam o pré-natalnas Unidades deSaúde comorientação eestmulo aoaleitamentomaterno.

5.5.2 Vigilência em alimentos:Fiscalização aos estabelecimentosque comercializam, fabricam emanipulam alimentos.

DMSVISA

COMSEACMS

MunicipalFederal

1. Fiscalizar, pormeio da VISA, todasas áreas deprodução e/oumanipulação dealimentos;2.Promover açõeseducatvas anuaispara o público alvo.

5.5.3 Avaliação Nutricional de alunos:Realização da avaliação do estado

DME COMSEA Municipal

1. Avaliar eacompanhar,anualmenteo peso e estatura dosalunos que frequentam a

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nutricional de alunos da Rede Municipal de Ensino.

DMS rede municipal.

5.5.4 Segurança Alimentar dosalunos:Oferecimento de alimentaçãodiferenciada para os alunos darede municipal pelo ProgramaNacional de Alimentação Escolar(PNAE).

DME DMSDAMA

COMSEA

MunicipalFederal

1. acompanhar emonitorar, mensalmente,a alimentação aos alunosportadores de doençacelíaca, intolerância àlactose, hipertensão,obesidade ou diabetesmellitus nas escolas darede municipal. 2.Oferecer alimentaçãodiferenciada sempre quenecessário.

5.5.5 Sistema de VigilânciaAlimentar e Nutricional:Alimentar o SISVAN, monitorandoa situação alimentar e nutricional.

DMS DMEDMAS

MunicipalFederal

1.Registrar eacompanhar osdados no SISVAN decriançasbeneficiárias deprogramas sociais.

5.5.6 Programa Saúde na Escola:Monitoramento eacompanhamento do ProgramaSaúde na Escola (PSE).

DMS ESFDME

DMAS

Municipal

1.Promover açõesde prevenção,promoção eatenção à saúde.

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 5ª diretriz estão:

Proposta 1 do eixo 1: Criar um programa contínuo de alimentação específica

para gestantes, pessoas com doenças crônicas e/ou acamados;

Proposta 2 do eixo 1: Garantir o funcionamento dos programas destinados à

Segurança Alimentar;

Proposta 2 do eixo 3: 2. Desenvolver campanhas sobre a alimentação

saudável em todas as entidades do município;

5.6 DIRETRIZ 6 - PROMOÇÃO DO ACESSO UNIVERSAL À ÁGUA DE

QUALIDADE E EM QUANTIDADE SUFICIENTE, COM PRIORIDADE PARA AS

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FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE INSEGURANÇA HÍDRICA E PARA A PRODUÇÃO

DE ALIMENTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR E DA PESCA E AQUICULTURA

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações emetas

5.6.1 Programa VigiaguaManter no Município, em parceriacom o MS o programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano

DMS DMAMACMDRS

FederalMunicipal

1.Manter, por meio daVISA, quinzenalmente, ocontrole da qualidade,através da coleta eanálise da água paraconsumo humano.

5.6.2 Gestão de Água e Solo Ruralem Microbacias Promover a gestão ambientalintegrada em microbacias, com o objetvo de recuperar a capacidade produtva dos recursosnaturais, com base na gestão demicrobacias hidrográficas.

DMAMA

CMDRSEMATER

SEAB

MunicipalEstadual

1.Implantar nomunicípio, em parceriacom o Governo doEstado, programa deatendimento aosAgricultores Familiaresda MicrobaciaTupitinga/Ubiratama naconstrução de terraços,carreadores, curvas emnível, etc.

5.6.3 Gestão de Águas, Resíduos Sólidos e Saneamento Ambiental Realizar estudos e executar obras de drenagem e controle de erosão além de construção de aterros sanitários e perfuração de poços artesianos

DMAMA

CMDRSDMSDMEDVO

Municipal

1.Melhorar, ao longoda vigência destePlano,no sistema decoleta seletiva deresíduos sólidosurbanos; 2. construircaixas de retenção nasvias rurais.

6.5.6.4 Implantação de Planos deBacias Elaborar, executar e controlarplanos, programas, ações eprojetos técnicos de proteção,conservação, recuperação e gestãode recursos hídricos superficiais esubterrâneos, preservando erestaurando aspectosquanttatvos e qualitatvos daságuas.

DMAMACMDRS

DMSDME

EMATERSEAB

MunicipalEstadual

1.Promover arecuperação dasnascentes por meio dapreservação e/ouimplantação da mataciliar. 2.Criar, até 2020,um programa municipaldenominado “Produtorde Água” que dêbenefícios aosagricultores, em formade hora/máquinas,insumos, etc. quedesenvolvem boaspráticas deconservaçãoambiental, em especial,da água.

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 6ª diretriz estão:

Proposta 2 do eixo 2: . Criar mecanismos para que toda a população de

Cruzeiro do Sul tenha acesso à alimentação de qualidade.

Proposta 3 do eixo 2: Desenvolver ações que possibilite uma melhor

Assistência Técnica ao pequeno produtor.

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Proposta 1 do eixo 3: Criar um Fundo Municipal de Segurança Alimentar, com

um percentual do orçamento público para essa política.

5.7 DIRETRIZ 7 – APOIO A INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA SOBERANIA

ALIMENTAR, SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL E DO DIREITO HUMANO À

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA EM ÂMBITO INTERNACIONAL E A NEGOCIAÇÕES

INTERNACIONAIS

Por se tratar de uma diretriz que prevê a expansão da participação do Brasil

em ações internacionais de proteção, promoção e provimento do Direito Humano à

Alimentação Adequada por meio de cooperação humanitária no combate à fome e à

pobreza, não se identificou nenhuma ação desenvolvida no âmbito do Município de

Cruzeiro do Sul que se enquadrasse na presente diretriz.

5.8 DIRETRIZ 8 - MONITORAMENTO DA REALIZAÇÃO DO DIREITO HUMANO À

ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

Programa/Projeto/ação DepartamentoResponsável

Parceiro Fonte derecurso

Observações

5.8.1 Centro de Referência daAssistência SocialPromover o atendimento àsfamílias em situação de riscosocial, através da gestão do CRAS.

DMAS

CRASDMSDME

FederalMunicipal

1.Atender todas asfamílias em situação devulnerabilidade social.

5.8.2 Alimentos de Qualidade aos AlunosGarantr da oferta de alimentação de qualidade aos alunos da rede municipal. Prátcas de Fabricação pela Nutricionista responsável.

DMEDMS

COMSEADMAMACMDRS

FederalMunicipal

1.Acompanhardiariamente aelaboração docardápio e controlede qualidade doalimentos.2.Acompanhar e fiscalizar arecepção dosalimentos oriundosda AgriculturaFamiliar.

5.8.3 Monitoramento da Rotulagem de Produtos HortcolasEstabelecer parceria com aEMATER para orientar osprodutores locais de hortaliças emgeral quanto a aplicação doagroquímicos de acordo com ospadrões do fabricante e ANVISA.

DMAMA

DMSDME

EMATERSEABUEM

Municipal

1.Orientartecnicamente, apartir de 2018, o usode agrotóxicos;2.Estimular, até2020, a agriculturaorgânica;3.Estabelecer, até2020, convênio comIES para análise deresíduos químicosem hortaliças emgeral produzidas em

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seu território.5.8.4 Implantação e consolidação da polítca e do sistema de SAN Desenvolver programas, projetos eações que promovam a SAN noMunicípio de Cruzeiro do Sul etambém prestar apoio técnico eadministratvo ao COMSEA, aosAgricultores Familiares e aCOOPERSUL.

DMAMADMEDMS

DMASCAISAN

COMSEA

Adm. Municipal

eSociedade

Civil

Municipais

Com a elaboração Deste PLASANhaverá maiorartculação efortalecimento doCOMSEA e daCAISAN.

Dentre as propostas da I Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional

(2015), que se relacionam com a 6ª diretriz estão:

Proposta 2 do eixo 1: Garantir o funcionamento dos programas destinados à

Segurança Alimentar;

Proposta 3 do eixo 1: Criar um espaço para o recebimento dos produtos.

Proposta 1 do eixo 2: Realizar campanhas de divulgação através de

informativo sobre o Conselho Municipal de Segurança Alimentar;

Proposta 2 do eixo 2: Criar mecanismos para que toda a população de

Cruzeiro do Sul tenha acesso à alimentação de qualidade;

Proposta 1 do eixo 3: Criar um Fundo Municipal de Segurança Alimentar, com

um percentual do orçamento público para essa política

Proposta 2 do eixo 3: Desenvolver campanhas sobre a alimentação saudável

em todas as entidades do município;

Proposta 3 do eixo 3: Contratar ou aumentar a carga horária do profissional

de nutrição.

6 INDICADORES PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO

MUNICIPAL DE SAN

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Como todo planejamento necessita de monitoramento e avaliação para

observar a consecução dos objetivos ou promover ajustes, quando for o caso, este

trabalho será de responsabilidade da Administração Municipal, Câmara Intersetorial

de Segurança Alimentar e Nutricional – CAISAN e do COMSEA de Cruzeiro do Sul.

Tal avaliação será de forma contínua visando o desenvolvimento e a efetivação do

acesso da população vulnerável às políticas de SAN.

O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional deve contemplar

em sua execução a busca pelo cumprimento do Direito Humano à Alimentação

Adequada (DHAA) e a consolidação da Soberania Alimentar. A utilização dos

diversos indicadores propostos servirá como fonte múltipla para obtenção de um

panorama global das ações de segurança alimentar e nutricional, permitindo, desta

forma a visualização do status da garantia do DHAA no âmbito Municipal.

A CAISAN de Cruzeiro do Sul poderá buscar parceria com instituições de

ensino, pesquisa e extensão, a fim de definir metodologia específica para o

monitoramento e avaliação das ações implantadas, identificando eventuais entraves

e possibilitando correções, bem como propor novas ações.

7 POLÍTICA MUNICIPAL DE SAN: PERSPECTIVAS E DESAFIOS

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Para que aconteça o aprimoramento da Política de Segurança Alimentar e

Nutricional no município de Cruzeiro do Sul e o fortalecimento do SISAN é

necessário que isso aconteça de forma permanente e contínua, buscando dar

visibilidade por meio do reforço e ampliação das ações. O estímulo à atuação do

COMSEA e da CAISAN precisa estar afinado com as diversas instâncias

governamentais e não governamentais para a prática de SAN no município.

De acordo com o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional

para as políticas públicas, a intersetorialidade é um dos princípios das ações de

segurança alimentar e nutricional. Na Assistência Social é necessário criar uma

metodologia de trabalho intersetorial e a rede sócio-assistencial articulada e

integrada, promovendo o acompanhamento e atendimento às famílias em situação

de vulnerabilidade e risco social, agravada pela insegurança alimentar e nutricional.

Tudo isso integrado às demais políticas públicas.

Segundo o MDS (2014), é necessário que o planejamento e a abordagem

da temática de SAN sejam feitos por meio da parceria dos diversos setores públicos,

envolvendo coordenadores de CRAS, gestor das Secretaria Municipais de

Assistência Social e dos órgãos de Segurança Alimentar e Nutricional municipais

com diversos outros setores como saúde, educação, emprego e renda, agricultura,

meio ambiente, etc., setores privados (setor varejista de alimentos, setor de

alimentação fora de casa, indústrias) e a sociedade civil: cooperativas, associações,

entidades comunitárias ou religiosas, conselhos, etc.

Sempre que houver necessidade, o CRAS deverá articular com a rede

socioassistencial e setorial a abordagem da temática Educação Alimentar e

Nutricional.

Portanto, serão necessárias ações de educação em SAN na rede municipal

de ensino, permitindo o aperfeiçoamento das mesmas e troca de informações sobre

alimentação saudável e segura, envolvendo toda a comunidade escolar. Enquanto

eixo pedagógico, as hortas escolares orgânicas deverão ser incentivadas.

Na rede municipal de ensino, é preciso continuar a formação dos

professores, educadores, pedagogos e diretores em Educação Alimentar e

Nutricional em busca da promoção de práticas e hábitos alimentares saudáveis,

além de atividades educativas realizadas com os alunos.

No que diz respeito à agricultura familiar orgânica e agroecológica, um dos

desafios é aumentar a variedade de produtos adquiridos para a alimentação escolar.

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Para isso, o Município precisará implantar uma política de incentivo e estímulo para

que mais agricultores possam aderir a produção orgânica.

Não menos importante, é necessário dar continuidade a adaptação dos

alimentos e cardápios, no que se refere as necessidades alimentares especiais

(diabetes mellitus, hipertensão, intolerância à lactose, doença celíaca, dentre outras)

dos alunos da rede municipal, com a orientação de gestores e equipe técnica da

alimentação escolar.

Será preciso fortalecer cada vez mais o trabalho intersetorial. Isso favorece o

comprometimento para uma melhor efetividade das ações e amplia a discussão em

SAN. O monitoramento do estado nutricional da população deve ser uma rotina e os

dados gerados são importantes para direcionar ações na área de alimentação e

nutrição.

Por fim, a Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é uma temática com o

objetivo de mobilizar equipes intersetoriais municipais, sendo essencial para a

prática integrada e articulada para potencialização das ações. Sua discussão e

prática devem ser instrumentos de trabalho do COMSEA e da CAISAN, fortalecendo

assim o SISAN municipal. Isso não é tarefa fácil, mas precisa ser encarada de modo

profissional e integrado para que se possa atingir os resultados esperados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Com a elaboração deste Plano foi possível perceber, através do diagnóstico,

a real situação em que se encontra a questão da Segurança Alimentar e Nutricional

de Cruzeiro do Sul e, a partir daí, estabelecer ações e projetos a serem implantados

e/ou melhorados em seu território.

Todas as Diretrizes serão de responsabilidade de um Departamento que

trabalhará em conjunto com seus parceiros de forma intersetorializada. Às vezes, o

mesmo projeto será trabalhado simultaneamente pela Educação e pela Saúde e

assim por diante.

Este PLASAN está alinhado à LDO do Município, aprovada pela Câmara de

Vereadores no dia 09/06/2017, Lei nº 253/2017 que terá vigência de 2018 a 2021.

Apesar da elaboração deste instrumento ter sido resultado de ampla

discussão do Poder Público com a Sociedade Civil organizada, tem-se a clara

consciência de que o mesmo, por si só, não representa avanços ou conquistas, ao

contrário, ele demonstra a real situação e a direção a ser seguida no sentido de

promover a efetiva segurança alimentar e nutricional no território Municipal por meio

de suas diretrizes, programas e ações.

Assim sendo, acredita-se que os resultados serão tangíveis e, ao longo de

sua vigência quadrienal os munícipes Sul Cruzeirenses estarão colhendo os frutos

deste planejamento integrada do COMSEA, CAISAN, Poder Público e Sociedade

Civil Organizada.

REFERÊNCIAS

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ABICALIL, Carlos. Sistema nacional de educação: legislação educacionalbrasileira. Brasília: MEC, 2014.

_______.Direitos humanos e cidadania: a educação como campo de conflito.Revista Brasileira de Educação – ANPEd, nº 19, p. 138-147, 2002.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da república federativa do Brasil.Promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF: Senado, 1998.

_______. Atlas da vulnerabilidade social nos municípios brasileiros. Brasília: IPEA, 2015.

_______. Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Disponível em: www.mds. gov.br/ Acesso em 04.08.2017.

_______. Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Disponível em: www.mds. gov.br/bolsafamilia. Acesso em 22.08.2017.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. programa nacional de suplementação de ferro: manual de condutas gerais /ministério da saúde. secretaria de atenção à saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

_______. Presidência da República. Lei 11.346 de 15 de setembro de 2006. Cria o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional – SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Disponível em: www.mds.gov.br. Acesso em 04/07/2017.

_______. Princípios e diretrizes de uma política de segurança alimentar e nutricional. Textos de Referência da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília: 2004.

_______. Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Disponível em: www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica. Acesso em 16.05.2017.

_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as políticas públicas. Brasília, DF: MDS; Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2012. Disponível em: http://www.ideiasnamesa.unb.br/files/marco_EAN_visualização.pdf. Acesso 01.07.2017.

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:

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hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília:

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção à saúde. departamento de atenção básica. política nacional de alimentação e nutrição/ministério da saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento de Atenção Básica. Brasília: 2012. _______. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o estatuto dacriança e do adolescente. Brasília, 1991.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conferência nacional de educação – CONAE.MEC: Brasília, 2010.

_______. O Plano municipal de educação – caderno de orientações.MEC/SASE: Brasília, 2014.

CÂMARA Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Plano Nacional de segurança alimentar e nutricional: 2016/2019. Brasília: CAISAN, 2016.

CONSELHO de Segurança alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais. Orientações para uma política municipal de segurança alimentar e nutricional sustentável. Belo Horizonte: CONSEA-MG, 2009.

CONVENÇÃO DE GUATEMALA. Eliminação de todas as formas dediscriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. Guatemala, 1999-ratificada pelo Decreto nº 3.956, de 8/10/2001.

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.Organização das Nações Unidas. ONU, 2006.

CRUZEIRO DO SUL. História. Disponível em: <www.cruzeirodosul.pr.gov.br.Acesso em 23 maio 2017.

DE SANTI, D. C. Avaliação nutricional: Escola municipal professor Flávio Sarrão. Cruzeiro do Sul: 2016.

INSTITUTO Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes.Indicadores econômicos. Disponível em: <http://www.ipardes.gov.br/>. Acesso em:20 fev. 2015.

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INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Disponível em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jun. 2017.

INSTITUTO Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep.Educação Básica. Censo escolar. Disponível em: <http://www.Inep.gov.br/>.Acesso em: 13 jun. 2017.

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PARANÁ. Plano estadual de segurança alimentar e nutricional. Curitiba: CAISAN, 2012.

ANEXOS

Anexo 1: Ata da Reunião Para Criação do COMSEA

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Anexo 2: Lei nº 146/2013 que Cria os Componentes do SISAN Municipal

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Anexo 3: Decreto de Regulamentação do COMSEA

DECRETO Nº 519A/2013 DE 19 DE DEZEMBRO DE 2013

SÚMULA: Dispõe sobre as competências, a composição e o funcionamento do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Cruzeiro do Sul – Estado do Paraná no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional -SI S AN.

O PREFEITO MUNICIPAL DE CRUZEIRO DO SUL – ESTADO DO PARANÁ,no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto na Lei no 146/2013 de 22 deNovembro de 2013.

DECRETA:

CAPÍTULO IDA NATUREZA E COMPETÊNCIA

Art. 1° - O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional , órgão deassessoramento imediato ao Gabinete do Chefe do Poder Executivo Municipal, integra oSistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SI S AN, instituído pela Lei Nº11.346, de 15 de setembro, de 2006.

Art. 2° - Compete ao CONSEA Municipal

I - organizar e coordenar, em articulação com a CAISAN do Município, aConferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, convocadas pelo Chefe doPoder Executivo, com periodicidade não superior a quatro anos;

II - definir os parâmetros de composição, organização e funcionamento daConferência;

III - propor ao Poder Executivo, considerando as deliberações daConferência Municipal de SAN, as diretrizes e as prioridades do Plano Municipal de SAN,incluindo-se os requisitos orçamentários para sua consecução;

IV - articular, acompanhar e monitorar, em regime de colaboração com osdemais integrantes do Sistema, a implementação e a convergência de ações inerentes aoPlano Municipal de SAN;

V - mobilizar e apoiar entidades da sociedade civil na discussão e naimplementação de ações públicas de Segurança Alimentar e Nutricional;

VI - estimular a ampliação e o aperfeiçoamento dos mecanismos de

participação e controle social nas ações integrantes da Política e do Plano municipal deSegurança Alimentar e Nutricional;

VII - zelar pela realização do Direito Humano à Alimentação Adequada epela sua efetividade;

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VIII - manter articulação permanente com outros conselhos municipais deSegurança Alimentar e Nutricional, com o conselho estadual de Segurança Alimentar eNutricional e com o conselho nacional de Segurança Alimentar e Nutricional relativos àsações associadas à Política e ao Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

IX- elaborar e aprovar o seu regimento interno.

§ 1° - O CONSEA Municipal manterá diálogo permanente com a CâmaraIntersetorial Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, para proposição das diretrizese prioridades da Política e do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional,inclusive quanto aos requisitos orçamentários para sua consecução.

§ 2° - Na ausência de convocação por parte do Chefe do Poder Executivo, noprazo regulamentar, a Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional seráconvocada pelo CONSEA Municipal.

CA PÍTULO IIDA COMPOSIÇÃO

Art. 3° - O CONSEA Municipal será composto por 12 (doze) membros, titulares esuplentes, dos quais 2/3 (dois terços) de representantes da sociedade civil, cabendo aorepresentante deste segmento exercer a presidência do conselho, e 1/3 (um terço) derepresentantes governamentais, conforme disposto no Art. 7º - § Único da Lei no 146/2013,de 22 de Novembro de 2013.

§ 1° - A representação governamental no CONSEA Municipal será exercida pelos seguintes membros titulares:

I – os Diretores Municipais:

a) Diretor do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente;b) Diretor do Departamento de Educação;c) Diretor do Departamento de Ação Social;d) Diretor do Departamento de Saúde.

II. Representantes da Sociedade Civil

§ 2° - Os representantes da sociedade civil serão escolhidos conformecritérios de indicação estabelecidos pelas Conferências Estadual e Municipal de SegurançaAlimentar e Nutricional.

§ 3° - Poderão compor o CONSEA Municipal, na qualidade de observadores,representantes de conselhos afins, de organismos internacionais e do Ministério Público,indicados pelos titulares das respectivas instituições, mediante convite formulado peloPresidente do CONSEA Municipal.

Art. 4° - Os representantes da sociedade civil, titulares e suplentes, bem comoos suplentes da representação governamental, serão nomeados pelo Prefeito.

PARÁGRAFO ÚNICO - Os representantes da sociedade civil terão mandato de dois anos, permitida a recondução.

Art. 5° - O CONSEA Municipal, previamente ao término do mandato dosconselheiros representantes da sociedade civil, constituirá comissão, composta por, pelo

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menos, 03 (três) membros, dos quais 1/3 será representante da sociedade civil, incluído oPresidente do Conselho, e os demais serão representantes do Governo, incluído oSecretário-Geral.

§ 1° - Cabe à comissão elaborar lista com proposta de representação dasociedade civil que comporá o CONSEA Municipal, a ser submetida ao Prefeito, observadosos critérios de representação, deliberados pela Conferência Estadual e Municipal deSegurança Alimentar e Nutricional.

§ 2° - A comissão terá prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, após arealização da Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional ou ao término domandato dos conselheiros, para apresentar proposta de representação da sociedade civil noCONSEA Municipal ao Chefe do Poder Executivo.

Art. 6° - O CONSEA Municipal tem a seguinte organização:

I - Plenário;II - Presidência III – Secretaria Geral;IV – Secretaria-Executiva;V - Comissões ou Câmaras Temáticas.

Seção IDa Presidência e da Secretaria Geral

Art. 7° - O CONSEA Municipal será presidido por um representante dasociedade civil, indicado pelo Conselho, entre seus membros, e designado pelo Prefeito.

PARÁGRAFO ÚNICO - No prazo de 30 (trinta) dias, após a designação dosconselheiros, o Secretário-Geral convocará reunião, durante a qual será indicado o novoPresidente do CONSEA Municipal.

Art. 8° - Ao Presidente incumbe:

I - zelar pelo cumprimento das deliberações do CONSEA Municipal;

II - representar externamente o CONSEA Municipal;

III - convocar, presidir e coordenar as reuniões do CONSEA Municipal;

IV - manter interlocução permanente com a Câmara Intersetorial deSegurança Alimentar e Nutricional;

V - convocar reuniões extraordinárias, juntamente com o ou SecretárioGeral; e

VI - propor e instalar comissões temáticas e grupos de trabalho, designandoo coordenador e os demais membros, bem como estabelecendo prazo para apresentaçãode resultados, conforme deliberado pelo CONSEA Municipal.

Art. 9° - Compete à Secretaria Geral assessorar o CONSEA Municipal.

PARÁGRAFO ÚNICO - O Diretor Municipal de Ação Social será SecretárioGeral do CONSEA Municipal.

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Art. 10 - Ao Secretário Geral, incumbe:

I – submeter à análise da Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar eNutricional as propostas do CONSEA Municipal de diretrizes e prioridades da Política e doPlano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, incluindo-se os requisitosorçamentários para sua consecução;

II – manter o CONSEA Municipal informado sobre a apreciação, pelaCâmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional, das propostas encaminhadaspor aquele Conselho;

III – acompanhar a análise e o encaminhamento das propostas erecomendações aprovadas pelo CONSEA Municipal nas instâncias responsáveis,apresentando relatório ao Conselho;

IV – promover a integração das ações municipais com as ações previstasnos Planos Nacional e Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional;

V – instituir grupos de trabalho intersecretariais para estudar e propor açõesgovernamentais integradas relacionadas ao Plano Municipal de Segurança Alimentar eNutricional;

VI – substituir o Presidente em seus impedimentos;

VII – presidir a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional.

Seção IIDa Secretaria Executiva

Art. 11 - Para o cumprimento de suas funções, o CONSEA Municipal contará,em sua estrutura organizacional, com uma Secretaria-Executiva, que dará suporte técnico eadministrativo ao seu funcionamento.

PARÁGRAFO ÚNICO - Os recursos orçamentários e financeiros necessários àestruturação e funcionamento da Secretaria-Executiva serão consignados, diretamente, noOrçamento Governo Municipal.

Art. 12 - Compete à Secretaria-Executiva:

I – assistir o Presidente o Secretário-Geral do CONSEA Municipal, no âmbitode suas atribuições;

II – estabelecer comunicação permanente com os conselhos municipais deSegurança

Alimentar e Nutricional e com o CONSEA Nacional, mantendo-os informadose orientados acerca das atividades e propostas do CONSEA Municipal;

III – assessorar e assistir o Presidente do CONSEA Municipal em seurelacionamento coma Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional, órgãos daadministração pública, organizações da sociedade civil; e

IV – subsidiar as comissões temáticas, grupos de trabalho e conselheiros cominformações e estudos, visando auxiliar a formulação e análise das propostas apreciadaspelo CONSEA Municipal.

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Art. 13 - Incumbe ao Secretário-Executivo do CONSEA Municipal dirigir,coordenar e orientar o planejamento, a execução e avaliação das atividades da Secretaria-Executiva, sem prejuízo de outras atribuições que lhes forem cometidas pelo Presidente epelo Secretário-Geral do Conselho.

Art. 14 - Para o desempenho de suas atribuições, a Secretaria-Executivacontará com estrutura específica, nos termos estabelecidos em decreto, que disporá sobreos quantitativos de cargos em comissão e funções de confiança para essa finalidade.

Cruzeiro do Sul, PR, 19 de Dezembro de 2013.

Ademir Mulon- PREFEITO MUNICIPAL -

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Anexo 4: Decreto de Criação da CAISAN

DECRETO Nº 520A/2014 DE 20 DE JANEIRO DE 2014

SÚMULA: Cria, no âmbito do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional a Câmara Municipal Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional.

O SENHOR ADEMIR MULON, PREFEITO MUNICIPAL DE CRUZEIRO DO SUL – ESTADO DO PARANÁ, no uso de suas atribuições constitucionais e tendo em vista o disposto na Lei nº 146/2013 de 22 de Novembro de 2013.

D E C R E TA:

Art.1° - Fica criada a Câmara Intersetorial Municipal de Segurança Alimentar eNutricional - CAISAN do Município de Cruzeiro do Sul - Estado do Paraná, no âmbito doSistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN, com a finalidade depromover a articulação e a integração dos órgãos, entidades e ações da administraçãopública municipais afetos à área de Segurança Alimentar e Nutricional, com as seguintescompetências:

I - elaborar, a partir das diretrizes emanadas do CONSEA Municipal, aPolítica e o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, indicando diretrizes,metas e fontes de recursos, bem como instrumentos de acompanhamento, monitoramento eavaliação de sua implementação;

II - coordenar a execução da Política e do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, mediante interlocução permanente com o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e com os órgãos executores de ações e programas de SAN;

III - apresentar relatórios e informações ao Conselho Municipal deSegurança Alimentar e Nutricional, necessários ao acompanhamento e monitoramento doPlano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional;

IV - monitorar e avaliar os resultados e impactos da Política e do PlanoMunicipal de Segurança Alimentar e Nutricional;

V - Participar do fórum bipartite, bem com do fórum tripartipe, parainterlocução e pactuação com a Câmara Estadual Intersetorial de Segurança Alimentar eNutricional e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, sobre o Pactode Gestão do DHAA (PGDHAA) e mecanismos de implementação dos planos de SegurançaAlimentar e Nutricional;

VI - solicitar informações de quaisquer órgãos da administração direta ouindireta do Poder Executivo Municipal para o bom desempenho de suas atribuições.

VII - assegurar o acompanhamento da análise e encaminhamento dasrecomendações do CONSEA Municipal pelos órgãos de governo que compõem a CAISANMunicipal apresentando relatórios periódicos;

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VIII - elaborar e aprovar o seu regimento interno em consonância com a Leinº 11.346 de 15 de setembro de 2006 e os Decretos nº 6272 e nº 6273, ambos de novembrode 2001 e o Decreto nº 7272 de 25 de agosto de 2010.

Art. 2° - A Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional seráimplementada por meio do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, a serconstruído intersetorialmente pela Câmara Municipal Intersetorial de Segurança Alimentar eNutricional, com base nas prioridades estabelecidas pelo Conselho Municipal de SegurançaAlimentar e Nutricional, a partir das deliberações das Conferências Nacional, Estadual eMunicipal de Segurança Alimentar e Nutricional.

§ 1° - o Plano Municipal de SAN deverá:

I - conter análise da situação nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;

II - ser quadrienal e ter vigência correspondente ao plano plurianual;

III - dispor sobre os temas previstos no parágrafo único do Art. 22 doDecreto nº 7.272/2010, entre outros temas apontados pelo CONSEA e pela ConferênciaMunicipal de SAN;

IV - explicitar as responsabilidades dos órgãos e entidades afetas àSegurança Alimentar e Nutricional;

V - incorporar estratégias territoriais e intersetoriais e visões articuladas dasdemandas das populações, com atenção para as especificidades dos diversos grupospopulacionais em situação e vulnerabilidade e de Insegurança Alimentar e Nutricional,respeitando a diversidade social, cultural, ambiental, étnico-racial e a equidade de gênero;

VI - definir seus mecanismos de monitoramento e avaliação.

VII - ser revisado a cada dois anos, com base nas orientações da CâmaraInterministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, nas propostas do CONSEA e nomonitoramento da sua execução.

Art. 3° - A programação e a execução orçamentária e financeira dos programase ações que integram Política e o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional éde responsabilidade dos órgãos e entidades competentes conforme a natureza temática aque se referem, observadas as respectivas competências exclusivas e as demaisdisposições da legislação aplicável.

Art. 4° - A Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional deverá serintegrada pelos mesmos representantes governamentais titulares e suplentes no CONSEA,de que trata o Decreto n° 519 A de 19 de Dezembro de 2013 e presidida, preferentemente,por titular de pasta com atribuições de articulação e integração.

Art. 5° - A Secretaria-Executiva da Câmara ou Instância Governamental deGestão Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional deve ser exercida pelo órgãogovernamental que a preside, sendo seu Secretário-Executivo indicado pelo titular da pasta,e designado por ato do Chefe do Poder Executivo Municipal.

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Art. 6° - A Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional poderáinstituir comitês técnicos com a atribuição de proceder à prévia análise de açõesespecíficas.

Art. 7° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Cruzeiro do Sul, PR, 20 de Janeiro de 2014.

Ademir Mulon- PREFEITO MUNICIPAL –

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Anexo 5: Ata da eleição do COMSEA

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