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INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO E FORMAÇÃO AVANÇADA
ÉVORA, NOVEMBRO DE 2017
ORIENTADORAS: Professora Doutora Maria de Fátima Nunes
Professora Doutora Maria Margaret Lopes
COORIENTADORA: Professora Doutora Emeide Nóbrega Duarte
Tese apresentada à Universidade de Évora
para obtenção do Grau de Doutora em História e Filosofia da Ciência
Especialidade Museologia
Luciana Ferreira da Costa
ATORES, INSTITUIÇÕES, PRODUÇÃO CIENTÍFICA E ESTRATÉGIAS
MUSEOLOGIA NO BRASIL, SÉCULO XXI:
2
3
MUSEOLOGIA NO BRASIL, SÉCULO XXI:
ATORES, INSTITUIÇÕES, PRODUÇÃO
CIENTÍFICA E ESTRATÉGIAS
Luciana Ferreira da Costa
Tese apresentada à Universidade de Évora para obtenção do Grau de
Doutora em História e Filosofia da Ciência Especialidade Museologia
Orientadoras: Professora Doutora Maria de Fátima Nunes
Professora Doutora Maria Margaret Lopes
Coorientadora: Professora Doutora Emeide Nóbrega Duarte
Évora, Novembro de 2017
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO E FORMAÇÃO AVANÇADA
4
i
Dedico
Aos amores da minha vida,
minha mãe, Maria José,
meu pai, Pedro e
minha irmã Andréa
Aos fascinantes e admiráveis Professores nos quais
me espelho
Alan Curcino e Francisca Arruda Ramalho
ii
iii
AGRADECIMENTOS
Foram tantos dias, tantos meses e tantos anos! É chegado o momento de registrar
o meu reconhecimento e a minha gratidão a todos os que marcaram significamente o
meu percurso rumo à conquista do tão almejado Doutoramento!
Minha gratidão primeira é a Deus, a Jesus, ao Espirito Santo e à Nossa Senhora,
por me conduzirem nesta empreitada, por serem o meu refúgio, a minha fortaleza e o
meu consolo nos momentos mais difíceis.
Aos meus pais, por serem tudo na minha vida, por serem o meu alicerce e meus
primeiros exemplos na vida. Agradeço o amor, a dedicação, a preocupação para comigo
e o investimento na minha educação. Obrigada por me proporcionarem uma vida
diferente da que tiveram, querendo sempre o melhor para mim.
Minha gratidão à minha amada irmã Andréa. Mesmo distante geograficamente,
sempre esteve perto com sua força, suas palavras de apoio, conselhos e, sobretudo, com
suas orações. Você é, para mim, exemplo de mulher sábia, orante e instrumento de
Deus.
Agradeço imensamente ao Alan, pelas pistas, pelo grande incentivo e pela força
para que eu abraçasse novos desafios, novos ares, novas paixões, abraçasse, portanto, a
empreitada de cursar o doutoramento em Portugal. Obrigada, mais uma vez, por sua
colaboração essencial na minha trajetória acadêmica.
Minha mais profunda gratidão à professora Maria de Fátima Nunes, Diretora do
Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência da Universidade de
Évora e orientadora desta tese, por sua acolhida, por seu incentivo, por sua ajuda que
ultrapassou os limites das questões acadêmicas e, certamente, por sua brilhante, sábia e
entusiasta orientação.
Agradeço à professora Maria Margaret Lopes, por sua competente e exigente
orientação. Meu muito obrigada por poder contar com a sua admirável expertise, seu
rigor na orientação e revisão criteriosa desta tese.
À professora Emeide Nóbrega Duarte, coorientadora desta investigação, pelo
aceite para se juntar às professoras Fátima e Margaret na supervisão conjunta da tese,
colaborando com sua longa experiência. Mais que isso, agradeço por sua amizade e
confiança.
Meu agradecimento especial à Professora Emérita da Universidade Federal da
Paraíba Francisca Arruda Ramalho, minha orientadora na graduação e no mestrado,
amiga e exemplo, a quem devo o despertar e a incursão na docência. Agradeço
eternamente porque a sua confiança e o seu incentivo fizeram a diferença na minha
caminhada.
iv
Aos professores do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da
Ciência da Universidade de Évora: professor Augusto Fitas, professora Mariana
Valente, professora Ema Pires, professor João Príncipe, professor José Brandão,
professor José Pedro e professor Jorge Rivera, cujos ensinamentos me conduziram a
novos conhecimentos. Agradeço, em especial, ao professor João Carlos Pires Brigola,
profundo conhecedor da Museologia e dos Museus, por suas aulas contagiantes que me
trouxeram tantas memórias afetivas do meu amor pelos museus e pelo prazer intelectual
de ter compartilhado com o mesmo a parceria na publicação de um artigo científico.
Agradeço a todos do Instituto de Investigação e Formação Avançada, em
especial às senhoras Ana Prates, Felicidade, Fátima, Rosário e Ana Rita, pela atenção.
Agradeço ao amigo Marco Paulo Cardoso, amante do Brasil e, sobretudo, do Rio
de Janeiro (minha terra natal), por seu carinho, por sua atenção e gentileza costumaz,
porém mais ainda pela amizade que construímos e firmamos.
Aos Coordenadores e Vice-Coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em
Museologia no Brasil. Em especial aos professores Marcus Granato, Marília Xavier
Cury, Camilo de Mello Vasconcelos, Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha e Sidélia
Santos Teixeira, pela disponibilidade em prestar informações preciosas que
contribuíram para esta investigação.
À Edilene que, junto comigo, atravessou o Atlântico rumo às terras lusitanas
para a realização do doutoramento. E, também, aos colegas do programa, Carlos,
Elizabeth, Quintino, Sandra, Mariana e, especialmente, à Sara que foi um consolo
amigo nos momentos em que a saudade bateu mais forte.
Agradeço à professora Rosalina Pisco Costa, por sua disposição em compartilhar
seus conhecimentos e suas experiências sempre com muita humildade, algo que lhe é
nato. Obrigada pela acolhida, amizade, carinho e por abrir seu lar encantador para que
pudéssemos brindar a vida regada a vinho, comida e doce portugueses.
Ao professor Joaquim Fialho, por sua amizade, gentileza e, também,
disponibilidade em compartilhar seus conhecimentos sobre a Análise de Redes Sociais.
À Universidade Federal da Paraíba e aos colegas do Departamento de Ciência da
Informação desta universidade, especialmente aos que foram meus mestres na
graduação e no mestrado.
Aos funcionários e ex-funcionários do Departamento de Ciência da Informação
da Universidade Federal da Paraíba, em especial ao Alnio, Clara, Francinete e Luzia,
pela atenção e gentileza.
Aos alunos e ex-alunos do Curso de Graduação em Biblioteconomia e do Curso
de Graduação em Arquivologia da Universidade Federal da Paraíba.
v
Aos queridos amigos Robéria, Janiele, Fabíola e Edilson. Também à Andréia
Jeruzalém e João Paulo, pelo carinho e amizade.
Agradeço a toda a minha amada família. Em especial às minhas primas, Ana
Maria, Lili, Laudiceia, Célia, Jéssyca e Elaine, pela força, pelos laços de amor que nos
unem e pelas orações. Também aos primos Moacir, Pedro Júnior, Wanderson, Wesley,
Jefferson e João Paulo. O João Paulo foi mais um membro da família em Portugal,
nosso futuro Bacharel em Música pela Universidade Federal da Paraíba, que atravessou
o Atlântico rumo à novas experiências em sua área. Não poderia deixar de agradecer ao
meu “filho” Boninho, o Fox Paulistinha mais amado do mundo e que faz a minha vida
mais feliz.
Agradeço às minhas amigas do coração e de longas datas, Beth, Andréa, Ana
Cleide, Márcia, Adriana Valéria e Leonila Maria.
Às queridas Raíssa, Luciane e Simone, pela amizade e força.
Agradeço à dona Dadá e à Adriana, pelas orações.
Meu muito obrigada aos amigos, Márcio Henrique Garcia, Miguel Cascudo e
Felipe Crisanto.
Ao amigo Israel Gomes, por sua preciosa amizade iniciada em terras lusitanas
por ocasião de sua mobilidade acadêmica e que se mantém até hoje. Obrigada por seu
astral contagiante, carinho e sua atenção.
Aos amigos portugueses, por me fazerem sentir muito acolhida: Silvia, Seu
António, Neco, Seu Manoel, Seu Horácio, Paulina, Cecília, Rosa e Seu António
Correia. Também agradeço aos queridos Padre Manuel Maria da Igreja de Santo Antão
e Padre António Fernando da Igreja de São Mamede.
A todas as pessoas que contribuíram para a minha museofilia, iniciada quando
pequenina nos tempos de escola, em tempos de férias e finais de semana nas visitas
constantes, principalmente, ao Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.
Bons tempos!
Meu muitíssimo obrigada a todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para
a concretização desta tese.
vi
vii
“Este (o Brasil) é provavelmente um dos países mais criadores e inovadores de métodos, ideias e mesmo ideologias de utilização e exploração
dos museus, do patrimônio e da memória”
Hugues de Varine (2012)
viii
ix
RESUMO
Museologia no Brasil, século XXI:
atores, instituições, produção científica e estratégias
Esta tese tem como objetivo analisar a produção científica gerada no âmbito dos
Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Museologia no Brasil, a partir dos
artigos de periódicos científicos de acesso aberto no arco cronológico compreendido
entre 2006 e 2016, de modo a obter um panorama atual da área na contemporaneidade.
Trata-se de uma investigação quantitativa e qualitativa que se utiliza de técnicas
bibliométricas, da análise de conteúdo por categorias temáticas e da análise de redes
sociais. O corpus de análise é composto por 188 artigos registrados no Currículo Lattes
de 37 docentes/pesquisadores do núcleo permanente dos Programas de Pós-Graduação
em Museologia. Constata que a produção científica em acesso aberto analisada se
apresenta publicada, em sua maioria, em periódicos nacionais classificados no Qualis
Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior com
estrato indicativo de qualidade; a produção científica se desenvolve com pouca
diferença entre a autoria única e múltipla; a produção científica com coautores nacionais
e internacionais é representativa de redes de colaboração intrainstitucional e
interinstitucional; e que a produção científica traz referências à autores reconhecidos e
influentes no domínio da Museologia, incluindo pesquisadores da área no Brasil.
Identifica que a produção científica se enquadra em 18 categorias temáticas no escopo
da Museologia, sendo as agendas de investigação mais incidentes
Objeto/Coleção/Acervo, Exposição Museológica, e Preservação e Conservação do
Patrimônio de Ciência e Tecnologia. Conclui que a produção científica analisada se
guia por questões que se encaixam no Quadro Geral da Disciplina Museológica
delineado pelo Comitê Internacional para a Museologia do Conselho Internacional de
Museus, mas que também se apresenta em compasso com as tendências centrais da
Museologia do século XXI.
Palavras-chave: História da Ciência. Museologia. Produção científica. Periódicos
científicos. Acesso Aberto. Programas de Pós-Graduação em Museologia. Brasil.
x
xi
ABSTRACT
The Brazilian Museology in the 21st century:
actors, institutions, scientific production and strategies
This thesis is aimed to analyze the scientific production generated in the scope of the
Stricto Sensu Graduate Programs in Museology in Brazil, from the papers of scientific
journals with open access in the chronologic period from 2006 to 2016, in a way of
obtaining a current panorama of this area in the contemporaneity. It is a quantitative and
qualitative investigation that uses bibliometric techniques, of the content analysis by
thematic categories and of the analysis of social networks. The corpus is composed by
188 papers registered in the Lattes Curriculum of 37 professors/researchers of the
permanent nucleus of the Graduate Programs. It is noted that the scientific production in
open access which was analyzed is mostly published in Brazilian journals that are
classified in the Qualis Journals of the Coordination of Personnel‟s of Superior Level
Improvement with an indicative stratum of quality. The scientific production is
developed in unique and multiple authorship. Also, the scientific production with
national and international coauthors is representative of networks of institutional and
inter-institutional cooperation. Moreover, the scientific production brings quotations to
recognized and influent authors in the domain of Museology, including Brazilian
researchers of this area. The research identifies that the scientific production is included
in 18 thematic categories in the scope of Museology, and the most incident investigation
agendas are Object/Collection/Acquis, Museological Exposition, and Preservation and
Conservation of the Science and Technology Patrimony. It is concluded that the
analyzed scientific production is guided by questions that fit in the General Chart of
Museological Discipline, outlined by the International Committee for Museology of the
International Council of Museums, but it is also presented in accordance with the
central tendencies of the Museology of the 21st century.
Keywords: History of Science. Museology. Scientific production. Scientific journals.
Open access. Graduate Programs in Museology. Brazil.
xii
xiii
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ......................................................................................... i
AGRADECIMENTOS ................................................................................ iii
EPÍGRAFE .................................................................................................. vii
RESUMO .................................................................................................... ix
ABSTRACT ................................................................................................ xi
ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................... xvii
ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................. xix
ÍNDICE DE TABELAS .............................................................................. xxi
ÍNDICE DE GRÁFICOS ............................................................................ xxv
ÍNDICE DE GRAFOS ................................................................................ xxvii
LISTA DE SIGLAS .................................................................................... xxix
INTRODUÇÃO ………………………………....……………………..... 1
Percurso metodológico ............................................................................... 19
Desenho da investigação .......................................................................... 29
CAPÍTULO 1 - A TRAJETÓRIA DA MUSEOLOGIA ………...…… 31
1.1 Museologia: demarcações iniciais ………………………...............…… 33
1.2 O papel do ICOM e do ICOFOM na trajetória teórico-prática da
Museologia ......................................................................................................
36
1.3 Conformação da Museologia como disciplina científica ……...........… 44
CAPÍTULO 2 - CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E A
CONFIGURAÇÃO ATUAL DA FORMAÇÃO EM MUSEOLOGIA
NO BRASIL ...............................................................................................
49
2.1 O Curso de Museus do Museu Histórico Nacional ……………..…….. 51
2.2 O percurso de criação dos Cursos de Graduação e de Pós-
Graduação em Museologia …………………………………………………
60
CAPÍTULO 3 - GEOGRAFIA CIENTÍFICA DOS PROGRAMAS
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MUSEOLOGIA NO BRASIL ...............
69
xiv
3.1 As agências brasileiras de fomento à Pós-Graduação Stricto Sensu .... 71
3.1.1 O Conselho Nacional de Desenvolvimento e Pesquisa (CNPq) …..... 71
3.1.1.1 A Museologia no CNPq ………………...................……………… 79
3.1.2 A Coordenação de Pessoal de Nível Superior (CAPES) …....……… 80
3.1.2.1 A Museologia na CAPES ………………………………...………. 90
3.2 Os Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Museologia ......... 93
3.2.1 Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Museu de Astronomia
e Ciências Afins ...........................................................................................
93
3.2.2 Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da
Universidade de São Paulo ………......................……................................
97
3.2.3 Programa de Pós-Graduação em Museologia da Universidade
Federal da Bahia ..........................................................................................
99
CAPÍTULO 4 - O ACESSO ABERTO: DISPONIBILIZAÇÃO ON
LINE E IRRESTRITA À INFORMAÇÃO CIENTÍFICA ...................
103
4.1 Produção científica ………………………………................................... 105
4.2 A comunicação científica …………………………................................. 107
4.3 Periódicos científicos eletrônicos ..................……………....................... 111
4.4 O Movimento de Acesso Aberto .............................................................. 114
CAPÍTULO 5 - PERFIL DOS DOCENTES/PESQUISADORES DA
PÓS-GRADUAÇÃO EM MUSEOLOGIA .............................................
127
5.1 Formação acadêmica/Titulação …………………..........…………….... 130
5.1.1 Nível de Graduação ............................................................................ 130
5.1.2 Nível de Especialização ...................................................................... 133
5.1.3 Nível de Mestrado .............................................................................. 136
5.1.4 Nível de Doutorado ............................................................................ 139
5.2 Capacitação acadêmica ............................................................................ 141
5.3 Percurso acadêmico .................................................................................. 145
5.3.1 Temas de interesse ……………………………...................……....... 145
5.3.2 Liderança de grupos de pesquisa ….................................................... 148
xv
5.3.3 Bolsista de produtividade em pesquisa …………....................……... 151
5.3.4 Atividade de orientação de dissertações e teses ................................. 152
5.3.5 Membro de corpo editorial de periódicos científicos ………....……. 153
CAPÍTULO 6 – CARACTERÍSTICAS DA PRODUÇÃO
CIENTÍFICA NA ÁREA DA MUSEOLOGIA ......................................
159
6.1 Número de artigos de periódicos por ano de publicação ...................... 162
6.2 Origem dos periódicos científicos ........................................................... 164
6.2.1 Títulos dos periódicos nacionais e internacionais .............................. 165
6.2.2 Publicação de artigos em periódicos classificados no Qualis ............. 169
6.3 Idioma dos artigos .................................................................................... 175
6.4 Tipologia documental referenciada ........................................................ 176
6.5 Autores mais referenciados ..................................................................... 181
6.6 Tipologia de autorias ................................................................................ 183
6.6.1 Autoria múltipla .................................................................................. 185
6.6.2 Titulação e vínculo institucional da autoria múltipla ......................... 186
6.7 Caracterização das Redes de coautoria .................................................. 187
6.7.1 Redes de coautoria do PPG-PMUS UNIRIO/MAST ......................... 188
6.7.2 Redes de coautoria do PPGPMUS USP ............................................. 201
6.7.3 Redes de coautoria do PPGPMuseu UFBA ....................................... 203
6.8 Tendências temáticas da produção científica ........................................ 207
6.8.1 Categoria: Objeto/ Coleção/ Acervo ................................................... 209
6.8.2 Categoria: Exposição museológica ..................................................... 211
6.8.3 Categoria: Preservação e Conservação do Patrimônio de Ciência e
Tecnologia ...................................................................................................
215
6.8.4 Categoria: Teoria da Museologia ....................................................... 218
6.8.5 Categoria: Patrimônio cultural ............................................................ 221
6.8.6 Categoria: Ação cultural e educativa em museus ............................... 224
6.8.7 Categoria: Instituições museológicas no Brasil .................................. 226
6.8.8 Categoria: Função Social dos Museus ................................................ 230
xvi
6.8.9 Categoria: Museu, Memória e Movimentos Sociais .......................... 233
6.8.10 Categoria: Estudo de público ............................................................ 236
6.8.11 Categoria: Documentação museológica ........................................... 239
6.8.12 Categoria: Narrativa biográfica ........................................................ 242
6.8.13 Categoria: Ensino em Museologia .................................................... 244
6.8.14 Categoria: Musealização do patrimônio ........................................... 246
6.8.15 Categoria: Cibercultura museal ........................................................ 249
6.8.16 Categoria: Identidade cultural .......................................................... 251
6.8.17 Categoria: Políticas públicas de cultura ............................................ 254
6.8.18 Categoria: Acessibilidade em museus .............................................. 256
6.8.19 Categoria: Outras agendas de investigação ...................................... 259
6.8.20 Síntese das tendências temáticas ...................................................... 260
CONSIDERAÇÕES FINAIS ………..……………………..................... 265
FONTES E BIBLIOGRAFIA ………....……………………….............. 275
APÊNDICES …………………………….........…………………............. 305
Apêndice A - Ficha de Solicitação de Dados ao Programa de Pós-Graduação
em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro/Museu de Astronomia e Ciências Afins ..............................................
307
Apêndice B - Ficha de Solicitação de Dados ao Programa de Pós-Graduação
Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo .........................
309
Apêndice C - Ficha de Solicitação de Dados ao Programa de Pós-Graduação
em Museologia da Universidade Federal da Bahia ..........................................
311
Apêndice D - Docentes/Pesquisadores Permanentes dos Programas de Pós-
Graduação Stricto Sensu em Museologia no Brasil .........................................
313
Apêndice E - Relação de Artigos de Periódicos Científicos de Acesso Aberto
dos Docentes/Pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Museologia no Brasil - período 2006 a 2016 .............................................
317
Apêndice F - Relação de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado
dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Museologia no Brasil .....
325
ANEXO …………………………..................…………………………… 339
Anexo A - Documento de Área: Ciências Sociais Aplicadas I – 2016 ............ 341
xvii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Fachada do Museu Histórico Nacional - 1920 ………….......................
51
Figura 2 – Notícia sobre a inauguração do Curso de Museus no Jornal Diário da
Noite ..........................................................................................................................
52
Figura 3 – Turma dos primeiros formandos do Curso de Museus do MHN ...........
54
Figura 4 – Localização geográfica dos cursos de Pós-Graduação stricto sensu em
Museologia ................................................................................................................
67
Figura 5 – Página web do PPG-PMUS UNIRIO/MAST …….................................
97
Figura 6 – Página web do PPGMus USP ……………….........................................
99
Figura 7 – Página web do PPGMuseu UFBA …………………..............................
102
Figura 8 - Categorias e subcategorias de análise do perfil acadêmico dos
docentes/pesquisadores .............................................................................................
130
Figura 9 – Categorias e subcategorias de análise dos artigos científicos ................
161
Figura 10 – Categorias de análise do corpus documental .......................................
208
xviii
xix
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Delineamento metodológico da investigação ………….......................
28
Quadro 2 – Instituições públicas e privadas com curso de graduação em
Museologia ...............................................................................................................
63
Quadro 3 – Cursos de Pós-Graduação em Muselogia no Brasil …….....................
66
Quadro 4 – Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia
recomendados pela CAPES …..................................................................................
92
Quadro 5 – Descrição dos Grupos de Pesquisa do PPG-PMUS UNIRIO/MAST .. 95
Quadro 6 - Descrição dos Grupos de Pesquisa do PPGMus USP …………...........
98
Quadro 7 – Descrição dos Grupos de pesquisa do PPGMuseu UFBA ……............
101
Quadro 8 – Tipos de canais de comunicação científica ………...............................
110
Quadro 9 – Cronologia do Movimento de Acesso Aberto à informação científica
116
Quadro 10 – Cronologia de realização da ConfOA ………….................................
124
Quadro 11 – Temas de interesse ……………..........................................................
146
Quadro 12 – Grupos de pesquisa liderados pelos docentes/pesquisadores ……..... 149
xx
xxi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Grupos de pesquisa, Linhas de pesquisa e pesquisadores por grande
área de conhecimento predominante constantes do Censo 2016 do CNPq …...…..
77
Tabela 2 – Grupos de pesquisa, Linhas de pesquisa e pesquisadores por área de
conhecimento da Museologia constantes do Censo 2016 do CNPq ……………...............
79
Tabela 3 – Distribuição de estudantes ingressos e egressos do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST ……........................................................................................................
96
Tabela 4 – Quantidade de docentes/pesquisadores permanentes por programa .....
129
Tabela 5 – Formação graduada dos docentes/pesquisadores .................................
131
Tabela 6 – Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos
de graduação …………………................................................................................
133
Tabela 7 – Formação especializada dos docentes/pesquisadores …………...........
134
Tabela 8 – Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos
de graduação ……………………............................................................................
135
Tabela 9 – Titulação dos docentes/pesquisadores em nível de mestrado …….......
137
Tabela 10 - Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos
de mestrado ..............................................................................................................
138
Tabela 11 - Titulação dos docentes/pesquisadores em nível de doutorado ............
139
Tabela 12 - Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos
de doutorado ............................................................................................................
140
Tabela 13 – Área de realização do pós-doutorado..................................................
143
Tabela 14 - Instituições de realização do pós-doutorado .......................................
144
Tabela 15 – Temas de interesse dos docentes/pesquisadores .................................
147
Tabela 16 – Bolsa de produtividade vigente ..........................................................
152
Tabela 17 – Periódicos científicos em que os docentes/pesquisadores são
membro do corpo editorial ......................................................................................
154
Tabela 18 – Distribuição de artigos de periódicos por ano ....................................
162
xxii
Tabela 19 – Títulos dos periódicos nacionais e internacionais e quantitativo de
artigos por periódicos ..............................................................................................
166
Tabela 20 - Títulos dos periódicos classificados no Qualis 2015 na área
Comunicação e Informação .....................................................................................
169
Tabela 21 – Distribuição de artigos por estrato Qualis conforme Classificação de
Periódicos Quadriênio 2013-2016 ...........................................................................
172
Tabela 22 – Artigos científicos por idioma ............................................................
175
Tabela 23 – Autores mais referenciados nos artigos ..............................................
182
Tabela 24 – Artigos científicos por tipo de autoria e ano de publicação ...............
183
Tabela 25 – Distribuição de artigos publicados por número de autores .................
184
Tabela 26 – Incidência de artigos em autoria múltipla em nível nacional ou
internacional ............................................................................................................
185
Tabela 27 – Titulação dos autores dos artigos em autoria múltipla .......................
187
Tabela 28 – Distribuição anual dos artigos na categoria Objeto/Coleção/Acervo .
210
Tabela 29 – Distribuição anual dos artigos na categoria Exposição museológica .
213
Tabela 30 – Distribuição anual dos artigos na categoria Preservação e
conservação do patrimônio de Ciência e Tecnologia ..............................................
217
Tabela 31 – Distribuição anual dos artigos na categoria Teoria da Museologia ....
219
Tabela 32 – Distribuição anual dos artigos na categoria Patrimônio cultural ........
222
Tabela 33 – Distribuição anual dos artigos na categoria Ação cultural e ducativa
em museus ...............................................................................................................
225
Tabela 34 - Distribuição anual dos artigos na categoria Instituições
museológicas no Brasil ............................................................................................
228
Tabela 35 – Distribuição anual dos artigos na categoria Função social dos
museus .....................................................................................................................
231
Tabela 36 - Distribuição anual dos artigos na categoria Museus, Memória e
Movimentos sociais .................................................................................................
234
Tabela 37 – Distribuição anual dos artigos na categoria Estudo de público ..........
238
xxiii
Tabela 38 - Distribuição anual dos artigos na categoria Documentação
museológica .............................................................................................................
240
Tabela 39 - Distribuição anual dos artigos na categoria Narrativa biográfica .......
242
Tabela 40 - Distribuição anual dos artigos na categoria Ensino em Museologia ...
245
Tabela 41 – Distribuição anual dos artigos na categoria Musealização do
patrimônio ...............................................................................................................
247
Tabela 42 - Distribuição anual dos artigos na categoria Cibercultura museal .......
250
Tabela 43 - Distribuição anual dos artigos na categoria Identidade cultural .........
252
Tabela 44 – Distribuição anual dos artigos na categoria Políticas públicas de
cultura ......................................................................................................................
255
Tabela 45 - Distribuição anual dos artigos na categoria Acessibilidade em
museus .....................................................................................................................
258
Tabela 46 - Distribuição anual dos artigos na categoria Outras agendas de
investigação .............................................................................................................
259
Tabela 47 - Distribuição da classificação dos artigos em categorias temáticas por
programa ..................................................................................................................
261
xxiv
xxv
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Total de currículos cadastrados na Plataforma Lattes .........................
75
Gráfico 2 - Produção de artigos em relação aos anos de 2006 a 2016 ...................
163
Gráfico 3 – Origem dos periódicos que publicaram os artigos …….........................
164
Gráfico 4 – Distribuição total dos artigos em periódicos classificados no Qualis .
174
Gráfico 5 – Frequência percentual do idioma nos artigos científicos ....................
176
Gráfico 6 – Tipologia documental referenciada nos artigos de periódicos ............ 177
xxvi
xxvii
ÍNDICE DE GRAFOS
Grafo 1 – Rede social de coautoria de DP 4 ...........................................................
189
Grafo 2 – Rede social de coautoria de DP 2 ...........................................................
190
Grafo 3 - Rede social de coautoria de DP 13 ......................................................... 191
Grafo 4 - Rede social de coautoria de DP 16 ......................................................... 192
Grafo 5 - Rede social de coautoria de DP 11 ......................................................... 193
Grafo 6 - Rede social de coautoria de DP 5 ........................................................... 194
Grafo 7 - Rede social de coautoria de DP 1 ........................................................... 195
Grafo 8 - Rede social de coautoria de DP 6 ........................................................... 196
Grafo 9 - Rede social de coautoria de DP 9 ........................................................... 197
Grafo 10 - Rede social de coautoria de DP 12 ....................................................... 198
Grafo 11 - Rede social de coautoria de DP 14 ....................................................... 199
Grafo 12 - Rede social de coautoria de DP 3 ......................................................... 200
Grafo 13 - Rede social de coautoria de DP 7 ......................................................... 200
Grafo 14 - Rede social de coautoria de DP 15 ....................................................... 201
Grafo 15 - Rede social de coautoria de DP 19 ....................................................... 202
Grafo 16 - Rede social de coautoria de DP 22 ....................................................... 203
Grafo 17 - Rede social de coautoria de DP 27 ....................................................... 204
Grafo 18 - Rede social de coautoria de DP 37 ....................................................... 205
Grafo 19 - Rede social de coautoria de DP 28 ....................................................... 205
Grafo 20 - Rede social de coautoria de DP 36 ....................................................... 206
Grafo 21 - Rede social de coautoria de DP 31 ....................................................... 206
Grafo 22 - Rede social de coautoria de DP 33 ....................................................... 207
xxviii
xxix
LISTA DE SIGLAS
AA – Acesso Aberto
AAAS - American Association for the Advancement of Science
AAM – American Association Museum/ American Alliance of Museums
A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
ABC – Academia Brasileira de Ciências
ABL – Academia Brasileira de Letras
ABM - Associação Brasileira de Museologia
ACAM Portinari - Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari
ALPSP – Association of Learned and Professionals Society Publishers
ANABAD – Asociaciones de Archiveros, Bibliotecarios, Arqueólogos, Museólogos y
Documentalistas
ANCIB – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da
Informação
ANPEPP - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
ANR - Agence Nationale de la Recherche
APA – American Psycological Association
APCNs – Avaliação de Propostas de Cursos Novos
APESP - Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado
APOM - Associação Portuguesa de Museologia
ARS – Análise de Redes Sociais
BDTD - Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
BIREME - Biblioteca Regional de Medicina
BMA - British Museum Association
BOAI – Budapeste Open Access Initiative
xxx
B-On - Biblioteca do Conhecimento Online
CA - Comitê de Assessoramento
CA-AC – Comitê de Assessoramento de Artes, Ciência da Informação, Museologia e
Comunicação
CAE - Comissão de Avaliação Externa
CAES – Comissões de Avaliação Externa
CAME – Conferência dos Ministros de Educação Aliados
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CAS – Chinese Academy of Sciences
CCISP - Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos
CCH - Centro de Ciências Humanas e Sociais
CEAM - Curso de Estudos Avançados em Museologia
CEHFCi - Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência
CeiED - Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento
CEIS 20 - Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX
CETEM - Centro de Tecnologia Mineral
CMSI - Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação
CENEDOM - Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia
CESMus - Centro de Estudos de Sociomuseologia
C&T – Ciência e Tecnologia
CFE - Conselho Federal de Educação
CI – Ciência da Informação
CICI - Comitê Internacional de Cooperação Intelectual
CIDEHUS - Centro Interdisciplinar de História, Cultura e Sociedades
xxxi
CINFORM - Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa em Informação
CHS - Centro de História da Sociedade e da Cultura
CMSI – Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação
CNAVES - Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior
CNE - Conselho Nacional de Educação
CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear
CNFCP - Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
CNM – Cadastro Nacional de Museus
CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Tecnológica
ConfOA – Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto
COREM - Conselho Regional de Museologia
CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa
CRUP – Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas
CSA I – Ciências Sociais Aplicadas I
CTC-ES - Conselho Técnico-Científico da Educação Superior
C,T&A - Ciência, Tecnologia & Área
D - Doutorado
DASP – Divisão de Aperfeiçoamento de Pessoal
DCI – Departamento de Ciência da Infomação
DEMU – Departamento de Museus e Centros Culturais
DIMUS - Diretoria de Museus do Estado da Bahia DIMUS
DGP – Diretório de Grupos de Pesquisa
DGPC - Direção Geral do Património Cultural
DHFCS – Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais
xxxii
DOAJ - Directory of Open Access Journals
DoTraM – Documents de Travail en Muséologie
DOU – Diário Oficial da União
DT – Desenvolvimento Tecnológico
ECTS - European Credit Transfer and Accumulation System
ELPUB - International Conference on Electronic Publishing
EM – Estatuto dos Museus
EMBAP - Escola de Música e Belas Artes do Paraná
ENANCIB – Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da
Informação
ERIC – Education Resources Information Center
EUA – Estados Unidos da América
F - Frequência
FAECA DOM BOSCO - Faculdade de Educação, Ciências e Artes Dom Bosco de
Monte Aprazível
FAMARO - Faculdade de Arqueologia e Museologia Marechal Rondon
FAPESB - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FAPERJ - Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro
FBAUL- Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa
FCT – Fundação para Ciência e Tecnologia
FCCN - Fundação para a Computação Científica Nacional
FEFIERJ – Federação das Escolas Federais Isoladas do Rio de Janeiro
FESPSP - Fundação Escola de Sociologia e Política do Estado de São Paulo
FFCH - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
xxxiii
FINEP – Finaciadora de Estudos e Projetos
FINES - Faculdades Integradas Estácio de Sá
FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz
FLUC – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
FLUP – Faculdade de Letras da Universidade do Porto
GECENF - Educação em Ciências em Espaços Não Formais
GEMCTAS - Grupo de Estudos e Pesquisas em Museologia, Conhecimentos
Tradicionais e Ação Social
GIACO – Grupo Informação, Aprendizagem e Conhecimento
GP – Grupo de Pesquisa
GPAC - Grupo de Pesquisas em Preservação de Acervos Culturais
GREC - Grupo de Estudos sobre Cibermuseus
GT – Grupo de Trabalho
HTML - HyperText Markup Language
IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus
IC – Iniciação Científica
ICI – Instituto de Ciência da Informação
ICOM - Conselho Internacional de Museus
ICOFOM – Comitê Internacional para a Museologia
ICOM BR – Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus
ICOM LAC - International Council of Museums Latin America & Caribbean Alliance
ICOM SUR – Comitê de Países do Mercosul
ICOFOM LAM - Subcomitê Regional do ICOFOM para a América Latina e Caribe
IES – Instituições de Ensino Superior
xxxiv
IFES - Instituições Federais de Ensino Superior
IFLA – International Federation Libraries Association
IHA - Centro de Estudos Instituto de História da Arte
IHC – Instituto de História Contemporânea
IICI - Instituto Internacional de Cooperação Intelectual
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
IPPC - Instituto Português do Patrimônio Cultural
ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
ISSN – International Standard Serial Number
LAM - Library, Archive and Museum
LOCKSS – Lots of Copies Keep Stuff Safe
LORPUI – Leitura, Organização, Representação, Produção e Uso da Informação
M - Mestrado
MAA – Movimento de Acesso Aberto
MABS - Museu Afro-brasileiro de Sergipe
MAE – Museu de Arqueologia e Etnologia
MAFRO - Museu Afro-brasileiro
MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
MAST – Museu de Astronomia e Ciências Afins
MAX - Museu de Arqueologia de Xingó
MBA – Master Business in Administration
MinC – Ministério da Cultura
MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia
xxxv
MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
MCTIC - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
MCUL - Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
MEC – Ministério da Educação
MedOANet - Mediterranean Open Access Network
MIT - Institucional do Massachusetts Institute of Technology
MINOM - Movimento Internacional para uma Nova Museologia
MHN – Museu Histórico Nacional
MNBA - Museu Nacional de Belas Artes
MP – Mestrado Profissional
MUHNAC - Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de
Lisboa
MuWoP – Museological Working Papers
NECOBELAC – Network of Collaboration Between Europe and Latin-American
Caribbean Countries
NIH – National Institutes of Health
NSF – Nacional Science Foundation
NSL – Nacional Science Library
NUMMUS – Núcleo de Memória da Museologia
OA – Open Access
OAI – Open Archive Initiative
OASISbr - Portal Brasileiro de Publicações Científicas em Acesso Aberto
OASPA – Open Access Scholarly Publishers Association
OCLC - Online Computer Library Center, Inc.
OECD – Organization Economic Cooperation and Development
xxxvi
OIM - Escritório Internacional dos Museus
OJS - Open Journal System
ONU – Organização das Nações Unidas
OpenAIRE - Open Access Infrastructure for Reserach in Europe
OpenDOAR – Directory of Open Access Repositories
ORCID – Open Researcher and Contributor ID
PDE - Plano de Desenvolvimento da Educação
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento
PG&C – Perspectivas em Gestão & Conhecimento
PhD - Philosofae Doctor
PIBIC - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
PLoS – Public Library of Science
PNE – Plano Nacional de Educação
PNM - Política Nacional de Museus
PNMS - Plano Nacional Setorial de Museus
PNPD - Programa Nacional de Pós-Doutorado
PNPI - Política Nacional de Patrimônio Imaterial
PPC - Preservação, Pesquisa e Comunicação
PPGAPM – Programa de Pós-Graduação em Artes, Patrimônio e Museologia
PPGCI – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
PPGCINF - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
PPGMus - Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia
PPGMuseu - Programa de Pós-Graduação em Museologia
PPG-PMUS - Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio
xxxvii
PPGMusPa – Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio
PROARQ - Programa de Pós-Graduação em Arqueologia
PQ – Produtividade em Pesquisa
PQ – SR – Produtividade em Pesquisa Sênior
PUCLATERANUM - Pontifícia Universidade Lateranense
PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
PUG - Pontifícia Universidade Gregoriana
RCAAP – Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal
REDMUS - Rede de Pesquisa e (In)Formação em Museologia e Patrimônio
REUNI - Reestruturação e Expansão das Universidades Federais
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
SCESP - Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo
SciELO - Scientific Eletronic Library Online
SEM/RS - Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul
SIAM - Seminário de Pesquisa em Museologia dos Países de Língua Portuguesa e
Espanhola
SIBD – Simpósio Internacional de Bibliotecas Digitais
SNDCT – Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
SNPG - Sistema Nacional de Pós-Graduação
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
TERCUD - Centro de Estudo em Território, Cultura e Desenvolvimento
UA – Universidade dos Açores
UC – Universidade de Coimbra
UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina
xxxviii
UÉvora – Universidade de Évora
UFAM – Universidade Federal do Amazonas
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UFG – Universidade Federal de Goiás
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFPA – Universidade Federal do Pará
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
UFPEL – Universidade Federal de Pelotas
UFPI - Universidade Federal do Piauí
UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto
UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFS – Universidade Federal de Sergipe
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
ULHT - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
UM – Universidade do Minho
UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento
UnB – Universidade de Brasília
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
UNIBAVE - Centro Universitário Barriga Verde
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
xxxix
UNICASTELO - Universidade Camilo Castelo Branco
UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo
UNIR – Universidade Federal de Rondônia
UNIRIO – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UP – Universidade do Porto
USP – Universidade de São Paulo
xl
1
IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO
2
3
A presente tese, desenvolvida no âmbito do Programa de Doutoramento em
História e Filosofia da Ciência Especialidade em Museologia da Universidade de Évora
(UÉvora), tem como objetivo analisar a produção científica gerada no âmbito dos
programas de pós-graduação stricto sensu1 em Museologia no Brasil, a partir dos artigos
de periódicos científicos de acesso aberto no período de 2006 a 2016.
Trata-se de uma investigação que se debruça sobre a produção do conhecimento
científico, entendido como um processo coletivo, dinâmico e relacional que fomenta e é
fomentado pelas publicações científicas. Assim, considera-se nesta investigação a
produção do conhecimento científico da área da Museologia brasileira com enfoque na
formação avançada/pós-graduada, no que respeita a sua evolução, desenvolvimento e
situação atual.
O Brasil tem acompanhado o movimento internacional das primeiras décadas do
século XXI em que tem se configurado um novo panorama não só de museus, dado o
seu desenvolvimento e consolidação como campo de estudo em diversas disciplinas,
mas da área da Museologia, especificamente no tocante à demanda por cursos, formação
e atuação profissional (Poulot, 2013)2.
A Museologia como campo de estudos no ensino superior é considerada recente,
encontrando-se ainda em processo de construção, contudo com o seu estatuto científico
já reconhecido (Vaquinhas, 2013). No contexto do movimento formativo, João Brigola,
tomando como base a afirmação do reconhecido museológo Tomislav Sola, também
assevera:
Acho que é indiscutível que a partir do momento em que a
Museologia passou a ser matéria ensinada a nível universitário,
estamos a dar razão ao museólogo croata Tomislav Sola, convidado
nos anos 90 para, em Umea, na Suécia, dar uma conferência sobre a
oportunidade de as universidades ensinarem museologia. Ele
afirmava: “pouco me importa se a museologia é uma ciência ou não é,
1 O cursos de pós-graduação no Brasil são divididos em dois grupos: Lato Sensu e Stricto Sensu. Os
cursos de pós-graduação lato sensu englobam cursos de especialização, aperfeiçoamento, atualização e
Master Business in Administration (MBA). No Brasil, as pós-graduações stricto sensu compreendem
programas de mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. Nesta investigação foram
considerados os Programas de Pós-Graduação Acadêmicos em Museologia com cursos de mestrado e
doutorado.
2 A história de formação é marcada pelas iniciativas pioneiras da École du Louvre e da Pensylvânia
Museaum da Filadélfia que datam de 1882 e 1908, respectivamente (Hernández-Hernández, 2006).
4
o que me interessa é que a partir do momento em que ela é ensinada
na universidade passa a deter um estatuto científico” (Brigola, 2013,
abril 08, on line).
A natureza da Museologia como “ciência ou apenas como prática do trabalho em
museus” foi debatida no âmbito do Comitê Internacional para a Museologia (ICOFOM)
do Conselho Internacional de Museus (ICOM) no início da década de 1980, por autores
de diversos países3, no momento em que o ICOM discutia a estruturação da
Museologia. Mesmo após anos desde o início das discussões sobre a natureza da área, a
questão ainda é presente, sobretudo, na literatura gerada no âmbito de instituições
acadêmicas voltadas aos estudos dos museus ao longo de décadas na Europa, nos
Estados Unidos e, também, no Brasil.
Valente, ao enfocar a história dos museus e ao acompanhar o movimento de
fortalecimento da área da Museologia, concluiu que, na atualidade, o museu conquistou
papel de destaque e já vinha sendo objeto de estudo no âmbito de pesquisas acadêmicas
desenvolvidas em diferentes áreas (Valente, 2014). Lopes e Murriello, antecedendo
Valente, já apontavam o museu como objeto de investigação em várias áreas
disciplinares e o reconhecimento da Museologia “como área de reflexão teórica e ação
prática – essencialmente interdisciplinar –, (que) já está consolidada não só no Brasil
mas, também, com diferentes trajetórias em diversos outros países latino-americanos”
(Lopes & Murriello, 2005, p. 14) como Colômbia, Argentina, México (com ampla
tradição) e Equador4.
Ao longo de todo o século XX, o Brasil contou apenas com três cursos em
Museologia: o Curso de Museus do Museu Histórico Nacional (MHN), criado em 1932
no Rio de Janeiro, o qual foi herdado pela Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UNIRIO)5, o Curso de Graduação em Museologia da Universidade Federal da
3 Um deles foi o reconhecido Zbynek Zbyslav Stránský (1926-2016) que na época era Diretor do
Departamento de Museologia do Museu da Moravia e Diretor do Departamento de Museologia da
Faculdade de Filosofia da Univerzita Jana Evangelisty Purkyně, Brno, Tchecoslováquia. Os autores
expressavam suas considerações acerca da questão em artigos publicados no Museological Working
Papers (MuWoP)/Documents de Travail en Muséologie (Dotram) (Cury, 2014).
4 Reconhece-se, sobretudo, que na América Latina os Museus Nacionais se confundem com os Museus de
História Natural, como mostra estudo de Lopes (1997) sobre o Brasil, quando aponta tais museus como
espaços privilegiados para a pesquisa da História das Ciências.
5 O primeiro curso criado pelo MHN foi transferido para a UNIRIO no final da década de 1970 do século
XX.
5
Bahia (UFBA) na Bahia, criado em 19706, ambos em instituições públicas, e, por fim,
com o curso da Faculdade de Arqueologia e Museologia Marechal Rondon (FAMARO)
no Rio de Janeiro, em instituição privada, criado em 1975, transferido mais tarde para
Faculdades Integradas Estácio de Sá (FINES), com funcionamento encerrado em 19957.
A formação em Museologia teve sua expansão somente na primeira década do
século XXI. Antes com oferta apenas dos cursos da UNIRIO e da UFBA, a partir do
ano de 2003 houve um boom para os atuais 16 cursos, em nível de graduação,
espalhados por todas as cinco regiões do país (Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e
Nordeste). Um progresso assinalável que expõe um quadro mais expressivo da presença
da Museologia nas universidades brasileiras, “disposição que já vinha sendo anunciada
pelas pesquisas acadêmicas produzidas em diferentes departamentos disciplinares das
universidades brasileiras (…)” (Valente, 2014, p. 38).
Na atualidade o cenário da Museologia, em termos de oferta de curso de
graduação, é o seguinte: a região Sul do Brasil conta com quatro cursos, a região
Sudeste com cinco cursos, a região Centro-Oeste com dois cursos, a região Norte conta
com um curso e, por fim, a região Nordeste com quatro cursos.
Assinala-se que dos 16 cursos de graduação em Museologia existentes no país
apenas três funcionam em instituições privadas. A maioria dos cursos foi criada no
âmbito das instituições de ensino superior (IES) públicas.
A expansão dos cursos de graduação e, consequentemente, a criação de cursos
de pós-graduação em Museologia no país já era uma necessidade apontada desde os
anos 1980. Mas foi a partir dos anos 2000 que a necessidade de formação e capacitação
de recursos humanos na área ganhou força passando a compor um dos eixos
programáticos de uma estratégia do governo federal do Brasil: a Política Nacional de
Museus (PNM).
A PNM8 foi lançada em 16 de maio de 2003 como fruto das ações do Ministério
da Cultura (MinC), na época sob a gestão do então Ministro Gilberto Gil9, durante o
governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, com vistas a:
6 Segundo curso de Museologia criado no Brasil.
7 O cenário formativo atual da área da Museologia é detalhado no Capítulo 2 desta tese.
8 Conf. Rangel e Nascimento Júnior (2015), destaca-se a internacionalização da PNM que serviu de
modelo para diversos países da América Latina. Como exemplo de sua internacionalização, mencionam-
6
promover a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio
cultural brasileiro, considerado como um dos dispositivos de inclusão
social e cidadania, por meio do desenvolvimento e da revitalização
das instituições museológicas existentes (...)” (Política Nacional de
Museus, 2004, p. 7).
A PNM, elaborada em parceria com a comunidade museológica brasileira,
pretendia “propor instrumentos de financiamento e fomento dos museus, desenvolver
ações e iniciativas para oferecer visibilidade e condições de existência e consolidação
aos museus como instituições e campo científico e profissional” (Moraes, 2009, p. 61).
A partir da criação da PNM, Moraes assinala como marcos estruturantes das
ações governamentais em prol da política museológica no Brasil: a criação do
Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU), em 2003, seguida da criação em
2004 do Sistema Brasileiro de Museus (SBM), a criação do Cadastro Nacional de
Museus (CNM) em 2006, o estabelecimento do Estatuto dos Museus (EM) e, por fim, a
criação do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), ambos em 200910
(Moraes, 2009).
O IBRAM foi criado pelo então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio
da Lei 11.906/2009 com vinculação ao MinC. A referida autarquia, responsável pela
PNM, nasceu com a incumbência de formular política cultural para os museus
brasileiros (públicos e privados) visando a melhoria deste setor e, consequentemente,
fornecer meios para atender a necessidade de ampliação da área da Museologia.
Com efeito, o crescimento da oferta formativa em Museologia é atribuída à
PNM e às iniciativas do IBRAM, o que se deu em conformidade com a favorável
conjuntura das instituições federais de ensino superior (IFES), sobretudo, relacionada ao
Programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (REUNI). O REUNI, vinculado ao Plano de Desenvolvimento da Educação
se a criação do Programa Ibermuseus (http://www.ibermuseus.org/instit/conheca-o-programa-
ibermuseus/), a idealização, junto a UNESCO, da Recomendação de Proteção do Patrimônio
Museológico, a criação do MercoMuseus (http://www.museus.gov.br/tag/mercomuseus/) e acordos
bilaterais com diversos países.
9 Esteve à frente do MinC entre 2003 e 2008. Recebeu título de Doutor Honoris Causa em Museologia
pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) em 2008 (Chagas, 2009; Moutinho
& Primo, 2017).
10
O Estatuto de Museus e o IBRAM foram regulamentados pelo Decreto 8.124/2013.
7
(PDE) do Ministério da Educação (MEC), foi criado como estratégia do governo para
ampliar o acesso e a permanência na educação superior e, também, para o crescimento
do ensino superior público, para a sua expansão física, acadêmica e pedagógica (MEC,
2008).
No tocante ao ensino da Museologia em nível de pós-graduação stricto sensu
(mestrado e doutorado), a situação formativa é considerada recente, com início há pouco
mais de 10 anos, e é, de certa forma, ainda restrita no Brasil. Restrita no sentido de que,
dada a proporção continental do país, a oferta pós-graduada stricto sensu ainda não
figura em todas as regiões do país.
Consoante a tardia oferta de cursos de pós-graduação stricto sensu em
Museologia, registram-se outras iniciativas formativas, nomeadamente, cursos de
especialização e de atualização na área de Museologia que, por muito tempo,
procuravam resolver a situação de carência imediata e, portanto, supriram a demanda
nacional por formação avançada.
Em rigor, cabe sublinhar a criação do Curso de Especialização (Lato Sensu) em
Museologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) em
1977. O curso foi idealizado e coordenado por Waldisa Rússio Camargo Guarnieri
(1935-1995), pioneira nos estudos de museus e museologia no Brasil como salientam
alguns autores (Bruno, Araújo, & Coutinho, 2010), reconhecida, também, por sua
atuação em busca da internacionalização do pensamento museológico brasileiro durante
os anos de 1970 e 198011
(Duarte Cândido & Ruoso, 2012). O Curso de Especialização
em Museologia da FESPSP foi, durante décadas, responsável pela formação de uma
geração de especialistas em Museologia. No período de 1978 a 1996 o curso da FESPSP
formou 142 especialistas em Museologia (Coutinho, 2010). Vinte e um anos após o
encerramento do Curso de Especialização em Museologia da FESPSP, a instituição
abriu consulta pública em novembro de 2016 para conhecer o interesse de possíveis
candidatos em um novo curso de pós-graduação em Museologia. Para isto elaborou um
11
Duarte Cândido e Ruoso (2012) mencionam também, além da atuação de Waldisa Rússio Carmago
Guarnieri na referida internacionalização da museologia brasileira, sobretudo no estabelecimento de
relações entre Brasil e Portugal, o nome da museóloga Fernanda de Camargo e Almeida-Moro (falecida
em maio de 2015) formada pelo Curso de Museus do MHN. As autoras reforçam que Waldisa Rússio é
uma das poucas brasileiras com produção veiculada em obras como o Dictionnaire encyclopedique de
muséologie.
8
questionário eletrônico disponibilizado na mídia social Facebook12
. Finalmente, em
janeiro de 2017 a FESPSP divulgou a criação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu
em Gestão de Acervos Museológicos13
.
Além do já referido curso idealizado por Waldisa Rússio na FESPSP, não se
pode ignorar a existência do Curso de Especialização em Museologia do Museu de
Arqueologia e Etnologia (MAE) da Universidade de São Paulo (USP), que funcionou
no período de 1999 a 2006, com quatro edições (Duarte Cândido & Ruoso, 2012), e
também as iniciativas pontuais do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
(MASP) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ambos
com cursos desativados. Destacam-se, ainda, o Curso de Especialização em Museologia,
Colecionismo e Curadoria do Centro Universitário de Belas Artes em São Paulo criado
em 2013, o Curso de Especialização em Museologia, Patrimônio Cultural do Instituto
de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) criado em 2002, o
Curso de Especialização em Museologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) em
2002, o Curso de Especialização em Museologia do Centro Universitário Franciscano
de Santa Maria no Rio Grande do Sul e o Curso de Especialização em Museologia da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), ambos criados em 2003, e o Curso
de Especialização em Museologia da Escola de Música e Belas Artes do Paraná
(EMBAP) criado em 2004 (Marshal, 2008). Acrescentam-se, o Curso de Especialização
em Museologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e o Curso de
Especialização em Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) em
Minas Gerais, criado em 2012. Para além destes, assinala-se a realização do Curso de
Estudos Avançados em Museologia (CEAM)14
, fruto da parceria firmada entre a
12
Disponível em:
https://www.facebook.com/fespspoficial/photos/a.281793338541595.77766.174632132591050/11336763
30019954/?type=3. Acesso em: 22 nov. 2016. A FESPSP ainda promove o curso de extensão Introdução
à Museologia. Disponível em:
http://www.fespsp.org.br/curso/131/introducao_a_museologia___2_semestre.
13
Disponível em: http://www.fespsp.org.br/curso/149/gestao_de_acervos_museologicos.
14
Em acordo assinado entre a ABM e a Unidade Funcional de Museologia da Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da ULHT é desenvolvido, em parceira com uma instituição de ensino superior do
Brasil, o CEAM, já promovido em três edições. A primeira edição do CEAM realizou-se no MHN no Rio
de Janeiro em 2008. A segunda edição do curso, realizada entre 1 e 28 de agosto de 2011 no Museu
Rodin em Salvador, deu-se em parceria com a UFBA, contando com o apoio do IBRAM e da Diretoria de
Museus do Estado da Bahia (DIMUS). A terceira edição do CEAM, realizada no período de 3 a 29 de
9
Associação Brasileira de Museus (ABM) e a Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias de Lisboa (ULHT).
A formação pós-graduada stricto sensu em Museologia no Brasil conta com
cinco programas de Pós-Graduação que ofertam cinco cursos de mestrado (sendo três
mestrados acadêmicos15
e dois mestrados profissionais16
) e um curso de doutorado em
funcionamento, os quais se encontram devidamente recomendados e reconhecidos pela
agência responsável pela avaliação, recomendação e reconhecimento dos cursos, a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)17
, fundação
vinculada ao MEC.
Em dezembro de 2016 a área da Museologia passou a contar com mais um
curso. A CAPES aprovou a proposta de criação do curso de Mestrado em Museologia e
Patrimônio da UFRGS com funcionamento a partir de 201718
.
Diferentemente dos cursos de graduação em Museologia, os cursos de pós-
graduação stricto sensu na área ainda não figuram nas cinco regiões do Brasil,
concentram-se, portanto, apenas nas regiões Sudeste (nos estados do Rio de Janeiro e de
São Paulo) e Nordeste (nos estados da Bahia e do Piauí) do país, e agora conta com um
curso na região Sul (no estado do Rio Grande do Sul). Este cenário de distribuição
geográfica dos cursos de pós-graduação stricto sensu em Museologia está longe do
desejável, pois o epicentro dos cursos na região sudeste do país, mais especificamente,
agosto de 2015, foi desenvolvida em conjunto com a PUC/RS e contou com o apoio da ABM, do IBRAM
e do Sistema Estadual de Museus do Rio Grande do Sul (SEM/RS).
15
Modalidade que tem como característica introduzir o mestrando à literatura científica e à evolução do
status quo da área em que realiza o mestrado, bem como promover a sua capacitação em atividades de
pesquisa, de modo a qualificar para o exercício do magistério superior (Piquet, Leal, & Terra, 2005). 16
Corresponde a modalidade de formação pós-graduada voltada para qualificação profissional em
atendimento às demandas do mercado não acadêmico (Barros, Valentim, & Melo, 2005). Foi idealizado
em 1960, porém implantado, efetivamente, a partir da Portaria nº 80 de 1998 da CAPES (Piquet, Leal, &
Terra, 2005). Atualmente, conta-se com 718 cursos de Mestrado Profissional no Brasil (CAPES, 2017).
17
A modalidade de Doutorado Profissional foi instituída no âmbito da Pós-Graduação stricto sensu pelo
MEC, conforme Portaria nº 389 de 23 de março de 2017, publicada no Diário Oficial da União de 24 de
março de 2017. Disponível em: http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8328-portaria-institui-
doutorado-profissional. Acesso em: 27 mar. 2017.
18
Em fevereiro de 2017, o recém-criado Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio
(PPGMusPa) tornou público o Edital de Seleção para ingresso de primeira turma no curso de mestrado
acadêmico, com oferta de 10 vagas. O PPGMusPa tem como área de concentração Museologia e
Patrimônio que se desdobra em duas linhas de pesquisa, sendo a linha 1 Cultura e Patrimônio e a linha 2
Museus, Museologia e Coleções.
Disponível em: http://www.ufrgs.br/ppgmuspa/institucional/cursos/mestrado. Acesso em: 09 abr. 2017.
10
no eixo Rio de Janeiro-São Paulo, em instituições consagradas (UNIRIO e USP), é um
déficit e uma barreira à formação de potenciais estudantes de pós-graduação em
Museologia em outras regiões do Brasil como as regiões Norte e Centro-Oeste.
Em que pese a relativamente recente e ainda restrita oferta de cursos de mestrado
e doutorado, é importante registrar que há toda uma tradição construída na área da
Museologia brasileira que não pode ser ignorada ou esquecida, pois várias lideranças da
área além de terem frequentado o já mencionado Curso de Especialização em
Museologia da FESPSP, cursos no Rio de Janeiro e em outros espaços que
possibilitavam diferentes tipos de formação em Museologia, a exemplo do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desenvolveram dissertações e teses
em diversos outros cursos de mestrado e doutorado em vários estados do país e nas mais
diversas Escolas ou Faculdades, tais como Educação, Antropologia, História, Artes,
Ciências da Comunicação, Geociências, dentre outras que acolheram a temática19
.
Em conformidade com o cenário dos cursos de graduação, mestrado e doutorado
em Museologia, importa sublinhar o crescimento da literatura científica brasileira nesta
área, o que permite, segundo Ernesto Spinak, a avaliação da atividade científica gerada,
especialmente, no âmbito dos programas de pós-graduação, bem como analisar porque
as dinâmicas desta atividade ocorrem e como ocorrem, configurando-se como um
componente para a política científica (Spinak, 1998).
O cenário de evolução dos cursos de graduação e de pós-graduação em
Museologia e da literatura científica gerada no Brasil reverberou na criação e
proliferação de periódicos científicos dedicados às suas reflexões teóricas e práticas,
marcando a necessidade de disseminar o saber-fazer da área. Faz-se menção aos
existentes e reconhecidos periódicos que escoavam a produção científica desenvolvida
no escopo da Museologia, a exemplo do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi –
19
Como exemplo, mencionam-se em São Paulo: Maria Cristina Oliveira Bruno com dissertação e tese
sobre a temática desenvolvidas no Mestrado em História Social e Doutorado em Arqueologia nas décadas
de 1980 e 1990, respectivamente, pela Universidade de São Paulo; Marília Xavier Cury com dissertação e
tese sobre a temática desenvolvidas no Mestrado e Doutorado em Ciências da Comunicação pela USP nas
décadas de 1990 e 2000, respectivamente; Marcelo Mattos Araújo especialista em Museologia pela
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e Doutor pela Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade de São Paulo na década de 2000, dentre outros. E no Rio de Janeiro, Tereza
Cristina Moletta Scheiner com dissertação e tese sobre a temática desenvolvidas no mestrado e doutorado
em Ciências da Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro nas décadas de 1990 e 2000,
respectivamente.
11
Ciências Humanas (originário do antigo Boletim do Museu Paraense de História
Natural e Ethnographia criado em 1894), Anais do Museu Paulista (criado em 1922),
Anais do Museu Histórico Nacional (criado em 1940) e, também, aos periódicos
contemporâneos como Museologia e Patrimônio20
da UNIRIO (criado em 2008), a
Revista Museologia & Interdisciplinaridade21
da UnB (criada em 2012), dentre outros
periódicos (Costa, Nunes, & Lopes, 2015) já afirmados no domínio da Museologia.
Na perspectiva de Jesús Pedro Lorente, a existência dos periódicos científicos
em uma área científica é “uno de los indicadores habitualmente usados para valorar
hasta qué punto un área del saber se ha consolidado como una disciplina científica per
se, además de su mayor o menor grado de reconocimiento universitario” (Lorente, 2013,
p. 78). O autor em investigação sobre o panorama histórico de revistas sobre museus e
Museologia na Espanha, na Hispanoamérica, no Brasil e em Portugal, constatou sua
abundância e variedade nestes países, levando-o a concluir que isto reflete o
desenvolvimento alcançado pela Museologia como área científica.
É importante destacar que o surgimento de periódicos sobre Museologia no
território europeu, consoante ao impulso da profissionalização na área, deu-se a partir
do final do século XIX na Alemanha, com a criação do periódico Zeitschrift für
Museologie und Antiquitätenkunde em 1878, e, posteriormente, com a criação no Reino
Unido, em 1889, da Museums Association é que surge o Museums Journal, a partir de
1901. O Museums Journal é reconhecido como a primeira revista nacional sobre
museus do mundo (Hernández-Hernández, 2006).
Assim, na esteira das considerações expostas, revela-se bastante instigante
analisar como vem se desenvolvendo a produção científica da área da Museologia no
Brasil gerada no âmbito dos programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia,
dado o reconhecimento do papel dos programas para conferir impulso teórico e
conceitual para a área, já que é amplamente reconhecido que as pesquisas inovadoras se
desenvolvem fundamentalmente no âmbito da pós-graduação (Velloso & Velho, 2001).
Essa investigação se reveste de maior importância, considerando-se que a produção
científica é um critério fundamental da CAPES na avaliação, recomendação e
20
O periódico é vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPG-PMUS).
21
Criada pelo Curso de Graduação em Museologia, com vinculação ao Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Informação (PPGCINF).
12
reconhecimento dos programas de pós-graduação no Brasil. Tanto que a CAPES criou
um sistema nacional de avaliação da produção científica por áreas de conhecimento com
a finalidade de estratificar a qualidade da produção intelectual gerada no âmbito dos
programas de pós-graduação stricto sensu denominado Qualis.
O Qualis é um conjunto de procedimentos utilizados pela CAPES para atender
as necessidades específicas do sistema de avaliação dos programas de pós-graduação e
se baseia nas informações fornecidas pelos programas por meio do Módulo Coleta de
Dados na Plataforma Sucupira22
. O resultado das informações registradas permite a
disponibilização de uma lista com a classificação dos periódicos utilizados pelos
programas de pós-graduação para veicular sua produção (Barata, 2016).
No caso dos periódicos científicos, o Qualis estabelece estratos indicativos de
qualidade segundo critérios determinados por cada área de conhecimento, os quais
devem ser cumpridos pelos periódicos científicos, atribuindo aos mesmos os estratos
A1; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C, sendo A1 o estrato mais elevado e o estrato C
representativo de peso zero23
(CAPES, 2015).
Dessa forma, ao analisar a produção científica gerada no âmbito da pós-
graduação stricto sensu em Museologia, sobretudo produção esta veiculada em
periódicos científicos, dá-se uma contribuição para o panorama recente e atual da área
da Museologia brasileira que a partir dos primeiros anos do século XXI vem passando
por significativa ampliação e dinamização em termos de oferta formativa nas IES do
país. Isto vai de encontro ao que Inês Hennigen chama de contemporaneidade, que é
uma situação ou processo que está ocorrendo no nosso tempo, imbuídos de
transformações em várias esferas (sociais, culturais, econômicas, tecnológicas, etc.) as
22
Sistema onde devem ser inseridos dados de infraestrutura física, formação e atividades de docentes,
matrícula e titulação de alunos, disciplinas oferecidas, projetos de pesquisa desenvolvidos, produção
bibliográfica em termos de artigos científicos, livros, dissertações e teses defendidas, produção técnica e
tecnológica, etc. Para o recebimento dessas informações, há um sistema denominado "Coleta de Dados",
que foi reformulado para fazer parte da Plataforma Sucupira.
23
Considerando que os periódicos científicos são avaliados por área de conhecimento, um mesmo
periódico pode ter diferentes classificações. Por exemplo, a Revista Museologia e Patrimônio foi avaliada
na então área de Ciências Sociais Aplicadas I (atual Comunicação e Informação), com estrato B1, mas
foi classificado em outras área como História, Interdisciplinar, Antropologia, Sociologia,
Antropologia/Arqueologia com B2, conforme consulta ao Qualis, Classificação de Periódicos Quadriênio
2013-2016, por meio de acesso à Plataforma Sucupira:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeral
Periodicos.jsf.
13
quais geram contornos passíveis de reflexões, mas que em alguns momentos requer o
contraponto com o passado para “mostrar os deslocamentos e rompimentos que se
processaram e/ou estão em curso” (Hennigen, 2007, p. 192).
Com efeito, considerando que “a tônica do século XXI já está inserida na agenda
de investigação do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência da
Uévora” (Nunes, 2015 – informação verbal)24
, ilustra-se esta assertiva com menção à
tese de Ana Alexandra Rodrigues Carvalho sob o título de Diversidade cultural e
museus no século XXI, pelo Programa de Doutoramento em História e Filosofia da
Ciência Especialidade em Museologia da UÉvora. Destaca-se, também, a tese de Maria
Clara de Frayão Camacho intitulada Credenciação, sistema e redes nacionais de
museus: uma panorâmica europeia contemporânea no âmbito do Programa de
Doutoramento em História da UÉvora. Ambas concluídas no ano de 2014.
Em consonância com a perspectiva disciplinar e agenda de investigação da
História e Filosofia da Ciência, tendo como eixo a Museologia, com foco para refletir
sobre suas práticas científicas, esta investigação situa-se numa perspectiva
interdisciplinar25
, sobretudo, na relação de diálogo com referenciais das áreas da
Museologia e da Ciência da Informação, embasada pelo entendimento de que este
diálogo já é uma realidade entre as referidas áreas.
O interesse para o desenvolvimento desta investigação, que se propõe a abordar
a produção científica gerada no âmbito dos programas de pós-graduação stricto sensu
em Museologia no Brasil, pauta-se em movimentos que se articulam e se
complementam: background e percurso da nossa prática profissional como professora
junto à Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A identificação e dedicação aos temas
da produção científica, da comunicação científica e dos periódicos científicos já
transparecia em nossa dissertação de mestrado na área da Ciência da Informação
(2008)26
. Aliado ao exposto, a experiência de idealização e gestão do periódico
24
Fala durante as Jornadas de Investigação do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da
Ciência especialidade Museologia na Universidade de Évora em 02 de outubro de 2015.
25
A interdisciplinaridade é vista como “possível estratégia pedagógica e epistemológica para responder
aos diferentes problemas de uma determinada área, cuja resposta ou solução demanda conhecimentos
oriundos de diferentes áreas” (Pinheiro & Granato, 2012, p. 29).
26
Na dissertação de mestrado procedemos a análise da usabilidade do Portal de Periódicos da CAPES.
Portal criado para subsidiar o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro por meio da promoção
de cursos de mestrado e doutorado, pesquisa e desenvolvimento (P&D). Como reconhecimento, a referida
14
científico eletrônico de acesso aberto Perspectivas em Gestão & Conhecimento (PG&C)
desde 201027
, reforçou, ainda mais, o interesse por abordar estes temas.
Nesse quadro, a motivação por abordar estes temas tendo como interesse a área
da Museologia diz respeito à pretensão de abertura de curso de graduação em
Museologia na UFPB, o qual já conta com projeto pedagógico elaborado por docentes
do Departamento de Ciência da Informação da UFPB. Configura-se, portanto, razão de
incentivo institucional para qualificação doutoral de docentes do referido departamento
na área de Museologia.
No Brasil algumas escolas e departamentos de Ciência da Informação têm
envidado esforços no sentido de estabelecer diálogo e aproximação entre as áreas da
Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia não apenas no aspecto institucional, mas
na formulação de um tronco comum de disciplinas e atividades acadêmico-científicas, a
exemplo do que vem sendo desenvolvido em algumas IES do Brasil, a saber: na Escola
de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no
Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), e na Faculdade de Ciência da Informação da Universidade de Brasília
(UnB) (Ramos & Araújo, 2014).
A experiência destas instituições no esforço de integração dos currículos e da
formação em Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia no âmbito da área da
Ciência da Informação28
passam por questões da efetiva integração teórica e
dissertação recebeu duas premiações: melhor dissertação do Programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação da UFPB no ano de 2008; e o 1° lugar no Prêmio de Teses e Dissertações da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB) – categoria Dissertação – no
ano de 2009.
27
Além disso, Conselheira dos periódicos Perspectivas em Ciência da Informação (Belo Horizonte,
Brasil), Biblios - Revista de Bibliotecología y Ciencias de la Información (Lima, Peru) e da Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (São Paulo, Brasil). Membro do Comitê Editorial da
Revista Iberoamericana de Turismo (Maceió, Brasil/Girona, Espanha), e, ainda, revisora/avaliadora dos
seguintes periódicos: Revista Interamericana de Bibliotecología (Medellín, Colômbia), African Journal
of Library, Archives and Information Science (Ibadan, Nigeria), Encontros Bibli (Florianópolis, Brasil),
Brazilian Journal of Information Science (Marília, Brasil), PontodeAcesso (Salvador, Brasil), Revista
Bibliotecas Universitárias (Belo Horizonte, Brasil), Biblionline (João Pessoa, Brasil) e Revista ACB
(Florianópolis, Brasil), e consultora parecerista da Editora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR,
Brasil).
28
A Ciência da Informação “é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltadas
para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos,
no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação. No tratamento
destas questões são consideradas de particular interesse as vantagens das modernas tecnologias
informacionais” (Saracevic, 1996, p. 47).
15
epistemológica destas áreas, porém ressaltando a necessidade de reconhecimento das
especificidades de cada uma das áreas e a absorção do conhecimento acumulado e dos
avanços obtidos pelas mesmas (Araújo, 2011; Araújo, Marques, & Vanz, 2011).
Nesse contexto, o quadro de integração citado e “os indícios de convergências
teóricas entre a Ciência da Informação e a Museologia”, evidenciam uma
particularidade do Brasil. Segundo Pinheiro, diferentemente da literatura estrangeira
inexistente ou escassa sobre a relação entre as áreas, “a situação brasileira se configura
como exceção”, haja visto o número de investigações interdisciplinares, entre as duas
áreas, desenvolvidas no âmbito de Programas de Pós-Graduação em Ciência da
Informação (Pinheiro, 2012, p. 13) com tradicional existência no Brasil desde 197029
.
Tanto que a Museologia foi inserida no Grupo de Trabalho (GT) da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB), sob a
designação de Museu, Patrimônio e Informação. O GT 09 - Museu, Patrimônio e
Informação30
teve a sua criação alicerçada pelo interesse comum dos partícipes do então
GT Debates em Museologia e Patrimônio do VIII Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-
Graduação em Ciência da Informação (ENANCIB), realizado em Salvador, no ano de
2007, no cruzamento entre Museologia e Ciência da Informação. Assim, por ocasião do
IX ENANCIB, ocorrido em São Paulo, deu-se a criação oficial do GT 9 em Assembleia
Geral da ANCIB em 2008.
A Museologia e a Ciência da Informação compartilham do mesmo espaço
institucional em duas agências de amparo à pós-graduação brasileira: o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a CAPES. No CNPq,
a Museologia integra o Comitê de Assessoramento de Artes, Ciência da Informação,
Museologia e Comunicação (CA-AC) na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
(CNPq, 2015, on line). Na CAPES a Museologia integra a Grande Área Comunicação e
29
O primeiro curso de mestrado em Ciência da Informação do Brasil foi criado em 1970 pelo Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), instituição pioneira na inserção da Ciência da
Informação no país e na América Latina. O primeiro doutorado em Ciência da Informação data de 1994.
Disponível em: http://www.ppgci.ufrj.br/apresentacao/.
30
O GT apresenta a seguinte ementa: Análise das relações entre o museu (fenômeno cultural), o
patrimônio (valor simbólico) e a informação (processo), sob múltiplas perspectivas teóricas e práticas de
análise. Museu, patrimônio e informação: interações e representações. Patrimônio musealizado: aspectos
informacionais e comunicacionais. Disponível em: http://gtancib.fci.unb.br.
16
Informação (que até 2016 se denominava Ciências Sociais Aplicadas I – CSA I)
juntamente com a Ciência da Informação e a Comunicação (CAPES, 2016, on line).
Além da Ciência da Informação, outras áreas aliam seus conhecimentos
“conceituais e/ou metodológicos” à trajetória da área da Museologia. Áreas como
Administração (em museus), Comunicação, Diplomática, História das Ciências,
Palentologia, dentre outras31
(Lima, 2003), aliaram seus saberes ao “campo
museológico ao longo do seu percurso (...), ora no contexto da formação acadêmica da
Museologia, ora no quadro das pesquisas e demais estudos realizados no âmbito dos
museus” (Lima, 2013, p. 58).
Esta tese se detém à área da Museologia em conexão científica com a História da
Ciência e a construção de um corpus epistemológico. Pautou-se em referenciais da
Ciência da Informação e da Museologia, basilares para a presente investigação. Isto
possibilitou uma conjuntura científica de áreas disciplinares para embasar as discussões
acerca do objeto de estudo, da área da Museologia, dos cursos de Pós-Graduação stricto
sensu (Mestrado acadêmico e Doutorado) e, também, da literatura científica gerada
nestes cursos no âmbito do Brasil.
Nesse contorno, reforça-se que a presente tese, desenvolvida no âmbito do
Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência Especialidade
Museologia da UÉvora, tem como objetivo analisar a produção científica gerada no
âmbito dos programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia no Brasil, com
foco para a produção científica veiculada em periódicos científicos eletrônicos de
acesso aberto no período de 2006 a 2016.
O objetivo geral já referido suscitou a determinação dos seguintes objetivos
específicos: descrever os programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia no
Brasil; caracterizar os docentes/pesquisadores do núcleo docente permanente dos
programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia no Brasil; e, caracterizar a
31
Antropologia, Arqueologia, Arquitetura (de Museus e de Exposições), Arquivologia, Arte Sacra, Artes
Plásticas, Astronomia, Biblioteconomia, Botânica, Ciências da Computação, Comunicação Visual,
Desenho Industrial, Documentação/ Documentação em Museus ou Documentação Museológica (contexto
da CI), Ecologia, Educação Ambiental, Educação Patrimonial, Etnologia / Etnografia, Estética,
Diplomática, Filatelia, Filosofia, Física, Heráldica, História, História da Arte, História das Ciências,
História Militar e Naval, Iconografia, Informática, Informação em Arte (contexto da CI), Memória Social,
Mineralogia, Música, Numismática, Paleontologia, Pedagogia / Educação em Museus / Educação
Artística, Preservação / Conservação / Restauração, Química, Semiologia / Semiótica, Sigilografia,
Sociologia, Webdesign, Zoologia (Lima, 2003, 2013).
17
produção científica da área da Museologia ao longo dos anos a partir de artigos
publicados em periódicos científicos eletrônicos de acesso aberto.
A delimitação por periódicos científicos eletrônicos de acesso aberto para
análise da produção científica encontra raiz na reconhecida tradição do Brasil no
domínio deste tipo de canal de comunicação científica com sólida implantação de
periódicos de acesso aberto por parte de universidades, institutos de pesquisa,
sociedades científicas e grupos de pesquisa, além do reconhecido pioneirismo do Brasil
na criação, em 1997, de uma biblioteca eletrônica, a Scientific Eletronic Library Online
(SciELO). A SciELO reúne coleção de todas as áreas do conhecimento disponibilizada
em acesso aberto, criada anos antes do ínicio do Open Access (OA) ou Movimento de
Acesso Aberto (MAA) ser deflagrado em 2000.
O OA ou MAA é considerado um fenômeno provocador de mudança no modelo
de comunicação científica em todo o mundo, calcado nas estratégias de acesso aberto, a
Via dourada (periódicos científicos eletrônicos de acesso aberto) e a Via Verde
(repositórios institucionais de acesso aberto), que vêm suscitando o estabelecimento de
políticas institucionais de Acesso Aberto (AA) globalmente.
A opção por centrar esta investigação na baliza cronológica entre os anos de
2006 a 2016, como marco para análise da produção científica, é caracterizada pela
implantação, em 2006, do primeiro curso de pós-graduação stricto sensu em
Museologia no Brasil em nível de mestrado. Presume-se, portanto, que desde então se
deu o arranque da produção científica na área desenvolvida, de fato, no âmbito de um
programa de formação avançada em Museologia, que mais tarde seria indicador de
avaliação do programa, o que introduz possibilidades de análise. Em resumo, o período
de 2006 a 2016 abrange a criação dos cursos de mestrado e doutorado. Contudo,
assinala-se que delimitar a investigação sobre a produção científica em Museologia no
período de 2006 a 2016 não significa desconsiderar contextos anteriores, os quais
podem concorrer para expressar de forma mais elucidativa as demarcações internas ao
próprio período investigado. O fato de trabalhar anos iniciais permite não perder de
vista a contribuição de lideranças que podem ou não estar marcando a área, sobretudo
lideranças que compõem o corpo docente dos programas.
Dessa forma, foram considerados os programas de Pós-Graduação stricto sensu
em Museologia considerados loci privilegiados de práticas científicas, produção de
18
conhecimento e formação de pesquisadores, a saber: o Programa de Pós-Graduação em
Museologia e Patrimônio (PPG-PMUS) da UNIRIO desenvolvido em parceria com o
Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) com oferta de cursos de mestrado e
doutorado criados, respectivamente, em 2006 e 2011; o Programa de Pós-Graduação
Interunidades em Museologia (PPGMus) da USP e o Programa de Pós-Graduação em
Museologia (PPGMuseu) da UFBA, ambos com oferta de cursos de mestrado criados
em 2013, todos devidamente avaliados, recomendados e reconhecidos pela CAPES.
Convém destacar que num momento inicial de desenho da proposta de tese,
pretendia-se investigar a área da Museologia no Brasil e em Portugal, contemplando,
além dos programas de pós-graduação brasileiros já citados, os programas de pós-
graduação portugueses (cursos de 2º e 3º Ciclos), estimulada por refletir sobre os
princípios museológicos brasileiros e lusitanos numa perspectiva comparada. Contudo,
no decorrer do desenvolvimento da tese, esbarrou-se em questões que inviabilizariam o
aspecto comparativo a partir da observação de diferenças entre a realidade destes países
no tocante às especificidades da comunidade científica para escoamento da produção
científica, além da desatualização dos currículos dos docentes na plataforma de registro
da produção científica portuguesa, a Plataforma DeGois, até mesmo a inexistência do
currículo, a falta de resposta às solicitações enviadas aos diretores da maioria dos
programas mesmo após visita pessoalmente da investigadora desta tese aos programas,
levaram a priorizar os programas de pós-graduação stricto sensu do Brasil. A decisão
foi tomada em comum acordo com as supervisoras da presente tese a fim de garantir a
exequibilidade da investigação.
A busca por cumprir os objetivos geral e específicos desta tese se prendeu à
necessidade de que a investigação resultasse em contributo para a compreensão e para o
enriquecimento da história da ciência museológica recente do Brasil numa perspectiva
político-epistemológica, sem desconsiderar os registros de seus antecedentes, sua
gênese e seus momentos-chave.
Em suma, a investigação se debruçou sobre o fazer especializado da produção
científica em relação às trajetórias de atores e instituições como vetores de práticas e
discursos científicos na área institucionalizada da Museologia brasileira.
Ademais, a investigação em relato permitiu um trabalho de equipe em sua
supervisão científica, o que promoveu o estreitamento de relações científicas entre
19
Brasil e Portugal, uma mais valia para as instituições universitárias envolvidas (UFPB,
UnB e UÉvora). Isto porque o desenvolvimento desta tese se deu de modo
interdisciplinar e transcontinental, indo ao encontro de um dos objetivos da unidade de
investigação que o Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência
Especialidade Museologia se insere: o papel da “Atlantização” na troca e circulação de
conhecimento, propostas, pessoas e perfis de instituições (Nunes, 2014). Assim, foi
possível a esta investigadora ser agente de trabalho cooperativo em rede, na promoção
de diálogos e compartilhamentos de experiências/saberes entre as instituições32
, entre o
Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência (CEHFCi)33
da UÉvora que em
2015 passou a ser reconhecido por Instituto de História Contemporãnea (IHC) –
CEHFCi (mantendo sua agenda, estratégias e objetivos) e a Rede de Pesquisa e
(In)Formação em Museologia e Patrimônio (REDMUS)34
da UFPB.
Percurso metodológico
Descreve-se aqui o modus operandi de execução da investigação que objetivou
analisar a produção científica gerada no âmbito dos programas de pós-graduação stricto
sensu em Museologia no Brasil, com foco para os artigos de periódicos científicos
eletrônicos de acesso aberto, tendo como baliza cronológica o período de 2006 a 2016.
Para tanto, é chegado o momento de delinear a investigação quanto ao seu cariz, quanto
32
Mencionam-se os dois Dossiês Temáticos da Revista Iberoamericana de Turismo sobre Museus,
Turismo e Sociedade, editorados pela autora desta tese de doutoramento e pela diretora do Programa de
Doutoramento em História e Filosofia da Ciência, orientadora desta tese, a Professora Doutora Maria de
Fátima Nunes. Dossiê Temático número 1, disponível em:
http://www.seer.ufal.br/index.php/ritur/issue/view/128. Dossiê Temático número 2, disponível em:
http://www.seer.ufal.br/index.php/ritur/issue/view/147.
33
Iniciou-se em 1994 por meio de um grupo de estudiosos das áreas científicas. Sua evolução ao longo
dos anos e a percepção da necessidade de afirmação da recente área História e Filosofia da Ciência em
Portugal foram motivadoras para que em 1998 o grupo se candidatasse a centro de estudos no âmbito da
Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT), onde se enquadra desde então, tendo como unidade científica
o Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência, conforme relato de sua diretora
Professora Doutora Maria de Fátima Nunes. Disponível em:
http://www.iifa.uevora.pt/galeria/galeria_videos/Centros-de-Investigacao-e-Catedras/CEHFCi-Centro-de-
Estudos-de-Historia-e-Filosofia-da-Ciencia.
34
Grupo de pesquisa credenciado junto ao CNPq, certificado pela UFPB, que se dedica à promoção de
investigação, formação e divulgação científica sobre a área da Museologia em perspectiva
transdisciplinar/transnacional/transcontinental, tendo como eixo transversal as múltiplas práticas
(in)formacionais sobre saberes/espaços museológicos.
Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6285275721310405.
20
às fontes utilizadas, quanto às etapas de coleta de dados e quanto à forma de análise dos
dados.
À partida, considerando o objetivo da investigação, trata-se de um estudo de
cariz bibliográfico, documental, exploratório e descritivo.
A pesquisa bibliográfica consiste no exame da literatura científica para
levantamento e análise do que já foi produzido sobre determinado tema. Desta forma,
engloba o levantamento de toda a bibliografia já publicada (livros, artigos científcos,
dissertações, teses, etc.), de modo a possibilitar ao pesquisador contato direto com o
instrumental bibliográfico sobre tema ou assunto de interesse (Marconi & Lakatos,
2009) visando a sua exaustividade e pertinência (Albarello et al., 1997).
Por sua vez, a pesquisa documental é “um método de recolha e de verificação de
dados: visa o acesso às fontes pertinentes, escritas ou não [fotografias, gravações, etc.]
que fazem parte da heurística da investigação” (Albarello et al., 1997, p. 30) e que
podem não ter recebido ainda tratamento analítico em razão da diversificação e
dispersão das fontes (Gil, 2008).
O estudo de cariz exploratório tem origem no desconhecimento ou
conhecimento insuficiente acerca do objeto de estudo e, consequentemente, do
problema de pesquisa. A pesquisa exploratória tem como objetivo propiciar ao
investigador o aprofundamento e o alargamento de sua compreensão acerca do objeto de
estudo (Richardson, 1999).
No tocante à pesquisa descritiva, esta “observa, registra, analisa e correlaciona
fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Pesquisa sob este viés se propõe a
“descobrir com a precisão possível a frequência com que um fenômeno ocorre” o que
possibilita estabelecer relação e conexão com outros fenômenos (Cervo & Bervian,
1996, p. 49).
Esta investigação assenta numa estratégia mista, simultâneamente quantitativa e
qualitativa privilegiando a complementaridade entre as duas abordagens.
Como já foi dito, a investigação envolveu três programas de pós-graduação em
Museologia no Brasil: o PPG-PMUS UNIRIO/MAST, o PPGMus USP e o PPGMuseu
21
UFBA. Envolveu, portanto, os docentes/pesquisadores do núcleo docente permanente
dos programas35
e a produção científica dos mesmos.
Inicialmente, os dados relativos aos programas foram obtidos por meio de acesso
ao site da CAPES que disponibiliza, no módulo Avaliação dos Cursos Recomendados e
Reconhecidos, informações sobre os cursos de mestrado e doutorado em funcionamento
no Brasil. Em seguida, acessou-se o site de cada programa de pós-graduação stricto
sensu em Museologia para recolha de documentos sobre os mesmos (Regimento dos
programas) e dados sobre a história de criação, área de concentração, linhas de pesquisa.
Em sequência, os dados relativos aos atores da investigação, os
docentes/pesquisadores do núcleo docente permanente dos programas, foram obtidos
por meio de pesquisa direta aos sites dos programas envolvidos na investigação e,
também, por meio de listagem nominal fornecida pelas coordenações competentes de
cada programa, em atendimento à Ficha de caracterização (Apêndices A, B e C)36
elaborada por esta investigadora, enviada para o e-mail de cada coordenador dos
programas. A investigadora obteve a listagem nominal entre junho e agosto de 201537
.
Em posse desses dados, levantou-se que o quadro de docentes/pesquisadores
permanentes que constituiu a amostra intencional da investigação, a época da coleta, era
composto por 37 (100%) docentes/pesquisadores em atividade nos programas38
(Apêndice D). O referido quadro apresentou a seguinte distribuição até 2016:
35
A opção por docentes/pesquisadores deste quadro encontra justificativa na consideração de que a
produção científica do núcleo docente permanente de um programa é critério central na avaliação do
mesmo (Vogel & Kobashi, 2015). Conforme o Documento de Área 2016 CSA I, “a produção intelectual
do programa será avaliada considerando-se as publicações qualificadas do programa por docente
permanente” (Documento de Área, 2016, p. 7). O corpo docente de um programa é composto por
docentes permanentes, colaboradores e visitantes.
36
Além de recolher dados sobre a identificação e quantitativo dos docentes, a referida ficha de
caracterização (ou guião) versava sobre outros dados a serem coletados, tais como: ano de criação dos
cursos de mestrado e de doutorado; nome dos docentes que atuaram e atuam nos programas na condição
de coordenadores; quantidade de ingressantes nos cursos; e, quantidade de egressos.
37
Os dados solicitados por meio da Ficha de caracterização foram recebidos especificamente nas
seguintes datas: o PPGMus USP respondeu em 12 jun. 2015, o PPGMuseu UFBA respondeu em 05 ago.
2015 e, por último, o PPG-PMUS UNIRIO/MAST que respondeu em 07 ago. 2015.
38
Sabe-se que possíveis alterações no quadro de docentes permanentes dos programas de Pós-Graduação
podem ter ocorrido após a coleta dos dados empreendida nesta investigação em virtude de
credenciamento e descredenciamento de docentes, mas, para efeito desta investigação, foram levadas em
conta a listagem nominal fornecida por cada coordenador dos programas.
22
PPG-PMUS UNIRIO/MAST: 16 (43%) docentes/pesquisadores;
PPGMuseu UFBA: 11 (30%) docentes/pesquisadores; e
PPGMus USP: 10 (27%) docentes/pesquisadores.
A elaboração da tese assentou numa forte base empírica. Debruçou-se sobre as
informações curriculares dos docentes/pesquisadores brasileiros registradas no
Currículo Lattes39
. O Currículo Lattes, disponível na Plataforma Lattes40
do CNPq, é
um instrumento de recolha, disponibilização e análise da produção intelectual, científica
e outras informações pregressas dos pesquisadores brasileiros.
No Currículo Lattes se encontra registrada a representação da concepção dos
próprios pesquisadores acerca do seu perfil pessoal e acadêmico-científico, portanto, o
mesmo foi fonte documental para a base de dados utilizada a partir dos registros que
permitiram delinear o perfil dos docentes/pesquisadores e, sobretudo, para o
mapeamento da produção bibliográfica, estritamente, no tocante aos artigos de
periódicos41
.
O levantamento da produção científica registrada no Currículo Lattes dos atores
da investigação, dentro da baliza cronológica de 2006 a 2016, deu-se mediante
sequência de etapas.
Inicialmente, procedeu-se acesso à Plataforma Lattes para buscar o Currículo
Lattes de cada docente/pesquisador por seu nome completo. A partir do resultado da
busca, que apresenta o Resumo inicial de cada currículo, procedeu-se acesso ao módulo
de extração automático Indicadores de produção, com precisa atenção para a seção
Total de artigos por periódicos. A partir disso, emitiu-se a lista completa com o
quantitativo de artigos por periódicos, que apresentou o total de 306 artigos.
39
Site: http://lattes.cnpq.br/. Para além da versão em português, o Currículo Lattes possui versão em
inglês e no idioma dos países que o tomaram como modelo, tais como: Argentina, Chile, Colômbia,
Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal e Venezuela.
40
Denominação em homenagem ao pesquisador brasileiro, o físico Cesare Mansueto Giulio Lattes,
conhecido como Cesare Lattes (1924-2005). Disponível em: http://www.cnpq.br/web/portal-lattes/cesare-
giulio-lattes.
41
Os demais tipos de produção bibliográfica como livros publicados, capítulos de livros, produções
técnicas e artísticas, embora relevantes, foram desconsiderados por não fazerem parte do enfoque desta
investigação. Isto porque considera-se muito mais possível avaliar a dinâmica e o impacto da produção
científica por meio de artigos publicados em periódicos científicos eletrônicos, os quais se encontram
cada vez mais indexados em bases de dados nacionais e internacionais que possibilitam identificar os
aspectos já mencionados diferentemente de outros tipos de produção bibliográfica como livros, capítulos
de livros, trabalhos em eventos (Perlin et al., 2017).
23
De seguida, para identificação do registro completo de cada artigo (autoria, título
do artigo, designação do periódico, dados da edição do periódico, paginação e ano de
publicação), seguiu-se para a seção Produção Bibliográfica, especificamente, Artigos
completos publicados em periódicos.
De posse do quantitativo fornecido pelo módulo Indicadores de produção e do
registro completo dos artigos, partiu-se para a execução do trabalho manual de
verificação, conferência e cruzamento do quantitativo e registro dos artigos. O referido
trabalho permitiu identificar inúmeras inconsistências no registro dos artigos, tais como:
artigos em duplicidade, um mesmo artigo em periódicos científicos diferentes, outros
tipos de publicação (livros/ebook, capítulo de livro, resenhas, editoriais de revistas
cientificas, apresentação de edições, pontos de vista, e trabalhos em Anais de eventos)
registrados como artigo científico. Os casos de inconsistências identificados foram
devidamente excluídos do cômputo inicial de 306 artigos fornecido pelo módulo
Indicadores de produção. Assim, com a execução do trabalho manual, considerado de
relevância nesta investigação, chegou-se ao total de 276 artigos.
A etapa sequente consistiu de verificação dos periódicos que veicularam os 276
artigos. Para tanto, acessou-se os sites dos periódicos para identificar se os mesmos se
enquadravam em periódicos de acesso aberto. Esta etapa possibilitou identificar que 84
periódicos científicos são de acesso aberto; 53 são periódicos de divulgação; 18
periódicos científicos não são de acesso aberto; sete periódicos não foram localizados; e
nove periódicos não disponibilizam o artigo registrado pelo docente/pesquisador.
Dessa forma, o corpus documental de análise foi formado por 188 artigos
(Apêndice E) veiculados em 84 periódicos científicos de acesso aberto, admitindo-se,
com base em Ferraz, Hayashi, e Hayashi (2006), dupla contagem em decorrência de
coautorias entre os docentes/pesquisadores. A distribuição de artigos por programa foi a
seguinte:
PPG-PMUS UNIRIO/MAST: 122 artigos.
PPGMuseu UFBA: 42 artigos;
PPGMus USP: 24 artigos.
A organização e a sistematização dos dados se deu parte manualmente para a
construção de base de dados em Microsoft Excel, outra parte com recurso de software,
24
nomeadamente, UCINET, para modelagem das redes de coautoria. A utilização destes
recursos se demonstrou de grande utilidade para a organização dos dados.
A análise dos dados foi realizada por meio da bibliometria com o apoio da
análise de conteúdo.
A bibliometria, encarada como estratégia de mensuração quantitativa para o
mapeamento de informações registradas em livros, periódicos, artigos, tem sua criação
atribuída por historiadores franceses a Paul Otlet (1934), diferentemente de autores
anglo-saxões que atribuem a criação da bibliometria a Alan Pritchard (1969). Embora,
estudos de natureza bibliométrica já datem do século XVII, foi no século XX que
adquiriu legitimidade.
Sua institucionalização como técnica de pesquisa é marcada por eventos
realizados no final da década de 1980 e início da década de 1990 como International
Conference on Science and Techonology Indicators, International Conference
Scientometrics and Informetrics, pela criação de sociedades científicas como a
International Society of Scientometrics and Informetrics em Berlim, no ano de 1993, e
também, por periódicos científicos como o Scientometrics, que data de 1978, e o
Research Evaluation de 1993. Somam-se, ainda, a criação de unidades (laboratórios,
observatórios) para coleta e produção de indicadores pelos governos, criação de
sistemas de avaliação de pesquisadores e alocação de recursos em pesquisa por
desempenho passado (Velho, 2011).
Apesar da sua forte característica quantitativa, a evolução dos estudos
bibliométricos lhe conferiu também a possibilidade “de atribuir sentido aos dados,
qualificando-os para que possam ter melhor uso por parte de políticas de ciência e
tecnologia (C&T)”, áreas de conhecimento, centros/grupos de pesquisas, dentre outros
contextos (Santos & Kobashi, 2009, p. 159-160).
Esta tese se utiliza da abordagem bibliométrica, contudo, acompanhando a
vertente de trabalhos atuais realizados por autores da Ciência da Informação “que
realizam uma leitura desses dados [quantitativos] à luz de elementos do contexto sócio-
histórico em que a atividade científica é produzida” (Araújo, 2006, p. 25).
Por sua vez, a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das
comunicações de modo a obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que possibilitem inferir
25
conhecimentos relativos às mensagens (Bardin, 1979), portanto, configura-se como
metodologia de análise fundamental para, entre outras questões, estudos de tendências
(Richardson, 1999).
A utilização da análise de conteúdo requer a criação de categorias relacionadas
ao objeto de estudo. Assim, a análise categorial ou por categoria é uma das técnicas da
análise de conteúdo. A categorização “é uma operação de classificação de elementos
constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento”
segundo a tipologia. As categorias são rubricas ou classes que englobam “um grupo de
elementos (...) sob um título genérico, agrupamento esse efectuado em razão dos
caracteres comuns destes elementos” (Bardin, 1979, p. 117). Nesta investigação optou-
se pela utilização da análise categorial temática.
Assim, a formulação das categorias teve como base elementos do
enquadramento teórico da investigação, bem como a etapa de pré-análise do Currículo
Lattes e dos artigos que formam o corpus documental da investigação, o que
possibilitou averiguar a existência de indicadores essenciais ao cumprimento dos
objetivos propostos. Foram determinadas categorias de análise temática do tipo fechada
que consiste na decisão do investigador de determinar a priori as categorias. O que se
aplicou ao caso desta investigação.
A codificação do material analisado, para posterior determinação de categorias,
compreendeu o recorte que é a escolha da unidade de registro e da unidade de contexto,
pertinentes às características do material e consoante aos objetivos da investigação.
A unidade de registro “é a unidade de significação a codificar e corresponde ao
segmento de conteúdo a considerar como unidade base, visando a categorização e a
contagem frequêncial” (Bardin, 1979, p. 104). Já a unidade de contexto é utilizada como
“unidade de compreensão para codificar a unidade de registro e corresponde ao
segmento da mensagem, cujas dimensões são óptimas para que se possa compreender a
significação exata da unidade de registro” (Bardin, 1979, p. 107). Constitui-se de
parágrafos ou segmentos utilizados como unidades de compreensão para identificar as
palavras, posteriomente, definidas como unidades de registro. Por sua vez, a unidade de
registro (que pode ser a palavra, o tema, o personagem, o acontecimento e o documento)
contribui para a criação de categorias (Bardin, 1979).
26
Para a análise do perfil dos docentes/pesquisadores, a partir da identificação no
Currículo Lattes das unidades de contexto (Formação, Atuação e Orientações) e das
unidades de registro (Formação, Qualificação, Resumo, Orientações e Atuação),
determinaram-se três categorias de análise: Formação acadêmica; Capacitação; e,
Percurso acadêmico-científico.
Relativamente à categoria Formação Acadêmica foram identificados o grau de
formação; os cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado; e as
instituições conferentes de cada grau. Quanto à categoria Capacitação, identificaram-se
a área do pós-doutorado; e as instituições de realização do mesmo. Concernente à
categoria Percurso acadêmico-científico foram identificados, nomeadamente, Temas de
interesse; Liderança de grupo de pesquisa; Bolsista de produtividade; Orientação; e
Membro de corpo editorial de periódicos científicos.
A análise bibliométrica do corpus documental se deu a partir da determinação de
seis categorias: Ano; Periódico científico de publicação dos artigos; Idioma; Tipo de
autoria.
Para a categoria Ano identificaram-se a quantidade de artigos publicados no
período de 2006 a 2016. Sobre a categoria Periódico científico, buscou-se identificar os
periódicos que os docentes/pesquisadores elegeram para veicular seus artigos e,
também, a origem dos mesmos, ou seja, se periódicos nacionais ou internacionais. No
tocante à categoria Idioma, constataram-se os possíveis idiomas dos artigos (português,
inglês, francês, espanhol, outro). Quanto à categoria Tipo de autoria, identificou-se se
os artigos foram publicados em autoria única ou múltipla.
Cotejando os artigos em autoria múltipla, realizou-se a análise de redes sociais
(ARS). A ARS estuda as relações entre indivíduos, grupos e instituições, onde cada tipo
de relação é representada por uma rede. As redes se tem demonstrado como a principal
ferramenta metodológica para traçar e apresentar as interações sociais para atingirem
um fim específico (Fialho, Silva & Saragoça, 2013). Na utilização da ARS,
identificaram-se os nomes dos coautores do corpus documental analisado, os quais,
posteriormente, foram inseridos em planilha Excel Matrix Editor no software UCINET,
migrados para o arquivo com extensão ##.h e incluídos no NetDraw, de onde foi
possível gerar a rede social de coautoria de cada docente/pesquisador. A rede de
coautoria foi analisada sob o enfoque da rede egocêntrica, ou seja, pela observação das
27
relações a partir de um nó ou ator central, onde os outros membros foram considerados
nas relações que mantiveram com o mesmo. Destacou-se, ainda, o tipo de rede formada
na relação dos docentes/pesquisadores, ou seja, interinstitucional (relações entre
instituições), intrainstitucional (relações dentro da própria instituição) ou mista (reune
os dois tipos inter e intra). Foram considerados, ainda, dois indicadores de análise: Grau
de Centralidade (número de relações diretas que um autor possui com outros autores na
rede social indicando as pessoas que mais influenciam o campo de pesquisa) e Grau de
Proximidade (capacidade de um autor em uma rede se ligar a todos os outros autores da
rede), conforme proposição de Linton Freeman (1979).
Para a análise qualitativa do corpus documental dos artigos, excluíu-se a dupla
contagem considerada na análise quantitativa. Portanto, esta se deu sobre 182 artigos. A
pré-análise dos artigos para formulação das categorias deu-se por meio de consulta ao
título, ao resumo e às palavras-chave dos artigos por considerar que estes elementos
propiciariam mais rapidez e segurança na identificação dos temas. No entanto,
percebendo algumas limitações por parte destes elementos, consultou-se o conteúdo
completo dos artigos. Estes elementos nortearam a formulação de um conjunto de
categorias estruturantes para extração das “pertinências qualitativas” (Bardin, 1979) do
corpus documental analisado.
Desta feita, o corpus documental de artigos foi classificado em 19 categorias:
Objeto/ Coleção/ Acervo; Exposição museológica; Preservação e Conservação de
Objetos culturais e do Patrimônio de Ciência & Tecnologia; Teoria da Museologia;
Patrimônio Cultural, Ação Cultural e Educativa em Museus; Instituições Museológicas
no Brasil; Função Social dos Museus; Estudo de público; Documentação Museológica;
Museu, Memória e Movimentos Sociais; Narrativa biográfica/personagem; Ensino da
Museologia; Musealização do Patrimônio; Cibercultura Museal; Identidade Cultural;
Políticas Públicas de Cultura; Acessibilidade em Museus; e, Outras agendas de
investigação.
Nesse contexto, os resultados obtidos com o desenvolvimento da investigação
foram discutidos à luz do arcabouço teórico apresentado nesta tese, considerado
pertinente para as reflexões, e se apresentam acompanhados por quadros, tabelas,
gráficos e grafos, os quais contêm tabulação de dados apoiada em estatística básica e
descritiva por utilização de frequências e percentuais.
28
Além do que foi referido, utilizaram-se nesta tese as seguintes fontes de
informação: literatura científica, sites, plataformas online de recuperação de dados e
publicações institucionais. Estas fontes contribuíram sobremaneira para a construção do
enquadramento teórico e para o percurso metodológico aqui descrito, este último segue
sintetizado no Quadro 1:
Quadro 1 – Delineamento metodológico da investigação
Cariz da investigação Bibliográfica Documental Exploratória Descritiva
Abordagem metodológica Quantitativa Qualitativa
Loci Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia
Universo de atores Docentes/pesquisadores do núcleo permanente dos programas de Pós-Graduação
Corpus documental de análise
Artigos de periódicos open access
Fontes de coleta de dados Site da CAPES Sites dos programas de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia Currículo Lattes
Instrumento de coleta de dados
Fichas de solicitação de dados às Coordenações dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia Planilhas elaboradas no Software Excel e no Excel Matrix Editor no Software UCINET
Tratamento e representação dos dados
Estatística básica e descritiva por utilização de frequências absolutas e percentuais Quadros, Tabelas, Gráficos e Grafos
Metodologia de análise dos dados
Bibliometria com aporte da análise de conteúdo Análise de Redes Sociais
Fonte: Autoria própria
Uma última observação diz respeito às questões de cunho ético. Convém
destacar que no decorrer da investigação, no tratamento e na análise dos dados, foi
salvaguardado o anonimato do grupo investigado em respeito ao seu direito de
privacidade. Portanto, evitou-se qualquer identificação.
29
Desenho da investigação
Em relação ao desenho formal da tese, optou-se por sua estruturação em
capítulos, os quais refletem visivelmente o caminho percorrido por meio do diálogo
com temas, com textos, com autores e com instituições da seara científica, de modo a
discutir o tema da produção científica relacionada à área da Museologia e, em
sequência, trazer elementos de sua análise como base e termômetro para o
desenvolvimento científico da área investigada.
Assim, a presente tese tem início por esta Introdução, onde é realçado o objetivo
da investigação, a contextualização do tema, a justificativa de escolha do tema, a
relevância e os meandros de execução da investigação.
O primeiro capítulo intitulado A Trajetória da Museologia se introduz os
fundamentos que discutem a institucionalização e conformação da Museologia como
disciplina cientifica. Apresenta-se a contribuição do ICOM e do ICOFOM para a
trajetória teórico-prática da área da Museologia.
No segundo capítulo Considerações históricas e a configuração atual da
Museologia no Brasil apresenta-se o percurso inicial da formação em Museologia com a
instituição do Curso de Museus do MHN até o quadro atual da formação em nível de
graduação e de pós-graduação stricto sensu nas IES brasileiras.
Sob o título de Geografia científica dos Programas de Pós-Graduação em
Museologia no Brasil, o terceiro capítulo versa, inicialmente, sobre as agências
governamentais dedicadas ao avanço científico e tecnológico brasileiro, CNPq e
CAPES, de reconhecida atuação na consolidação da pós-graduação no país e,
consequentemente, sobre o espaço institucional ocupado pela Museologia nas referidas
agências. Em seguida, descrevem-se nesse capítulo os programas de pós-graduação
stricto sensu em Museologia contemplando questões como criação, objetivos, área de
concentração, linhas de pesquisa, dentre outras.
O quarto capítulo intitulado O acesso aberto: disponibilização on line e
irrestrita à informação científica engloba a produção e a comunicação científica, os
periódicos científicos eletrônicos e, por fim, o Movimento de Acesso Aberto na
democratização do acesso à informação científica.
30
Com o titulo de Perfil dos docentes/pesquisadores da pós-graduação em
Museologia, o quinto capítulo relata a caracterização dos docentes/pesquisadores que
compõem o núcleo docente permanente dos programas de pós-graduação stricto sensu
em Museologia no Brasil.
No sexto e último capítulo Características da produção científica em
Museologia se apresentam os resultados obtidos, as discussões e análises relativas à
produção científica gerada no âmbito dos programas de pós-graduação em Museologia,
estabelecendo o cruzamento com o enquadramento teórico de referência da
investigação.
Em sequência, apresentam-se as Considerações Finais desta investigação,
acrescidas de hipóteses para a realização de futuras pesquisas.
Para finalizar, introduzem-se os elementos pós-textuais da tese: as fontes e
referências consultadas e citadas, os apêndices e os anexos.
Assinala-se que a escrita desta tese seguiu as regras do Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa assinado em 1990 entre os países que formam a Comunidade de
Países de Língua Portuguesa (CPLP)42
, sob obrigatoriedade desde 1º de janeiro de 2016.
No que se refere ao modelo de citação e de referenciação bibliográfica, utilizou-
se da norma da American Psychological Association (APA).
Para concluir, uma breve nota sobre as fontes de informação utilizadas nesta
tese. As fontes de informação obtidas em acesso aberto encontram-se devidamente
referenciadas seguidas da menção ao link em que foram recuperadas, de modo a fazer
jus ao direito de terceiros de acessar as fontes para uso próprio. Isto coaduna com a
adesão ao Movimento de Acesso Aberto e com a postura desta investigadora como
acadêmica aberta ou scholar open43
.
42
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Disponível
em: http://www.brasil.gov.br/educacao/2014/12/acordo-ortografico-so-entrara-em-vigor-em-2016.
Acesso em: 10 out. 2015. Contudo, assinala-se que nesta tese a Língua Portuguesa do Brasil se encontra
presente quer na formulação de frases, quer na ortografia.
43
Entendido como alguém que, dentre outras questões, torna sua produção intelectual e fontes de
informações utilizadas visíveis digitalmente para utilização secundária de qualquer parte ou todo dele por
terceiros (Burton, 2009).
31
CCAAPPÍÍTTUULLOO 11
AA TTRRAAJJEETTÓÓRRIIAA DDAA
MMUUSSEEOOLLOOGGIIAA
32
33
1.1 Museologia: demarcações iniciais
A área da Museologia se estabeleceu “a partir da prática profissional, com
importantes interfaces com a História da Ciência e com a evolução do pensamento
científico e da pesquisa, especialmente no âmbito da História Natural” (Scheiner, 2015,
p. 35).
A Museologia como área disciplinar, situada no limite entre as Ciências
Humanas e Sociais e com outras áreas de conhecimento, é considerada por muitos uma
área emergente, por outros uma área em construção e por tantos outros, até mesmo, uma
área já consolidada. Muito ainda se discute acerca disso e não há consenso ou acordo a
respeito, aliás algo que também se estende ao seu “objeto de estudo”.
Segundo Lorente (2012, p. 11), “La museología es una disciplina científica que
está en proceso de consolidación pero tiene ya bastante trayecto recorrido, pues los
primeros tratados museológicos son prácticamente coetáneos al origen de los museos”.
Tanto que, no entendimento de Cerávolo (2004a), o termo museologia se vincula
corriqueira ou vulgarmente ao museu pelo que a autora chama de “elo semântico
intuitivo” que ocorre em virtude de uma raiz comum. Isso é visto por Cerávolo como o
caminho que liga a museologia ao corpo de conhecimentos e atividades desenvolvidas
no âmbito dos museus.
Para além de uma raiz comum, sem dúvida “museologia e museus têm caminhos
entrelaçados, responsabilidades recíprocas e cumplicidade no que tange à função social”
(Bruno, 2006, p. 7). A Museologia como disciplina de natureza aplicada é colaboradora
da sociedade na “identificação de suas referências culturais, na visualização de
procedimentos preservacionistas que as transformem em herança patrimonial e na
implementação de processos comunicacionais que contribuam com a educação formal”
(Bruno, 2006, p. 7). Já o museu, por meio do cumprimento de três funções básicas
(científica, educativa e social), dedica-se “à construção e à administração da memória, a
partir de estudo, tratamento, guarda e extroversão dos indicadores culturais, materiais e
imateriais (referências, fragmentos, expressões, vestígios, objetos, coleções, acervos)”
(Bruno, 2006, p. 7), o que reverbera na sua origem relacionada às galerias, aos
antiquários e aos gabinetes de curiosidades.
34
As origens longínquas dos museus estão associadas ao fenômeno
social do colecionismo, sendo os gabinetes renascentistas os marcos
fundamentais do que foram os processos de consolidação ao longo dos
séculos XVII, XVIII e XIX de alguns dos aspectos básicos do perfil
dessas instituições, que se mantém até nossos dias (Lopes, 1997, p.
12).
Realmente a instituição museu é marcada por uma história complexa. Não
obstante, é incontestavelmente uma instituição central da cultura. Dominique Poulot
retrata o seu crecimento, sobretudo no século XX, assinalando que isto se deu devido
aos investimentos públicos e privados que possibilitaram aos museus compor e
recompor coleções, criar, modificar e renovar prédios, organizar inúmeras exposições e
prestar novos serviços adequados às diferentes categorias de público. Essa chamada
“redefinição das concepções museais” requereu modificação das práticas na área
profissional e, consequentemente, na área de conhecimento Museologia, embora esta
tenha suas raízes na segunda metade do século XIX (Poulot, 2013).
Atribui-se que o termo museologia tem origem na Europa, precisamente na
Alemanha e na França, sendo em alemão Museologie44
e em francês Muséologie, ambos
desenvolvidos em consonância com as transformações dos museus fortemente ocorridas
a partir do seculo XIX. Contudo, o termo já estava disseminado na Europa no século
XIX e, a partir de então, disseminado mundialmente (Brulon-Soares, Carvalho, & Cruz,
2014).
É importante sublinhar que há na literatura da área algumas diferenças quanto à
exatidão temporal e documental de emprego do termo Museologia. Segundo Peter Van
Mensch o termo aparece pela primeira vez na segunda metade do século XIX na obra
Praxis der Naturgeschischte de autoria de Phillipp Leopold Martin, precisamente na
segunda parte do livro, intitulada Dermoplastik und Museology, onde Museologia “is
defined as the exhibition and preservation of collections of naturalia” (Mensch, 1992, p.
9).
Segundo Waldisa Rússio o termo teria sido utilizado em uma publicação de J. G.
Theodor Graesse entre os anos de 1878 e 1883. Rússio cita, ainda, um periódico do
século XIX dedicado aos museus editado em Madrid, Espanha (Cerávolo, 2004b).
44
Conforme Lorente (2012) o termo foi documentado em alemão desde 1839 na obra Aufbau der
niederländischen Kunnstgeschichte und Museologie (Estrutura da história da arte e da museologia
holandesa), mais tarde compondo outras obras.
35
Na literatura se encontra referência também à utilização do termo
muséographie45
que, de sua significância como descrição dos conteúdos dos museus,
chegou representar o corpus de conhecimento teórico e prático voltado aos museus
(Lorente, 2012).
Sobre isso Lorente (2012) assinala a existência de um vasto tesauro
terminológico, acrescentando aos dois termos já referidos (museologia e museografia) a
museística que, segundo o autor, faz referência, em língua espanhola, à teoria e à prática
englobada por esta. Tratava-se de um substantivo derivado do termo museístas que se
referia aos profissionais dos museus. Com o tempo este termo caiu em desuso.
Lorente reporta também o uso do termo museomology em inglês, esclarecendo
seu raro emprego. O autor enfatiza a preferência por utilizar o termo museum studies do
que o termo museology ou o já referido museomology, isto porque, na época
consideravam o termo museology “demasiado filosófico” (Lorente, 2012, p. 18).
Ao avançar-se para o século XX, reconhece-se que a área da Museologia, a sua
variedade terminológica e a formação de sua base teórica têm origem em
acontecimentos ocorridos no plano internacional e que parte da trajetória da área é
marcada pela fundação, em novembro de 1946 em Paris, França, do Conselho
Internacional de Museus (ICOM), sob vinculação à Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 1947 e, sobretudo, pela
instauração do Comitê Internacional de Museologia (ICOFOM) em 1977 (Cerávolo,
2004b).
No entanto, Cerávolo chama a atenção ao dizer que a Museologia como área não
está restrita ao ICOFOM dada a existência de outras associações46
que o antecederam,
contudo “a abrangência internacional desse comitê, sob a égide do ICOM e da
UNESCO, sugere a ultrapassagem de fronteiras geográficas” (Cerávolo, 2004b, p. 239).
45
Ainda conforme Lorente (2012), o termo apareceu em 1727 na obra de Caspar Friedrich Neickel
Museografia oder Raritäten-Kammern (Museografia ou orientação para a correta concepção e proveitoso
estabelecimento dos museus ou gabinentes do mundo). O termo foi utilizado por ensaístas e consta do
Dictionnarire encyclopédique de muséologie, sendo mais tarde publicado em Paris em 1829, na obra
Muséographie, ou de l`utilité des musées et des collections.
46
A título de exemplo, a Museums Association criada em 1889 na Inglaterra e a American Association of
Museum criada em 1906 nos Estados Unidos da América (Bagahali, S. A., Boylan, P., & Herreman,Y.
1998 apud Cerávolo, 2004b). Na atualidade, a American Association of Museum atende pela
denominação de American Alliance of Museums.
36
O ICOM e o ICOFOM são considerados, portanto, essenciais para o
conhecimento da trajetória da museologia e de como se deu a modelagem teórico-
prática desta área.
1.2 O papel do ICOM e do ICOFOM na trajetória teórico-prática da Museologia
A criação do ICOM foi marcada por alguns fatos antecendentes que merecem
ser destacados, ainda que de maneira panorâmica, os quais seguem descritos com base
em Boylan (1996a), Mairesse (1998), Mensch (2004), Cruz (2008) e Lorente (2012):
- Profissionalização e institucionalização da museologia no final do século XIX
e início do século XX, expressamente pelo surgimento dos periódicos dedicados às
questões da museologia: Revista de Arquivos, Bibliotecas e Museus (1871)47
e o
Zeitschrift für Museologie und Antiquitätenkunde (1878), pelo surgimento do ensino da
museologia na École du Louvre (1882), pelo advento do primeiro código de ética para
profissionais de museu que é alemão (1918) e pela fundação de associações
profissionais como a Museums Association (1889) e a American Association of Museum
(1906);
- Surgimento de outros periódicos, tais como o Museums Journal (1901) criado
pela Museums Association na Inglaterra, o Museumskunde: Zeitschrift für allgemeine
Museologie und verwandte Wissenchafen (1905) na Alemanha e o Museum Work nos
Estados Unidos da América (EUA), (1919);
- Criação da Sociedade das Nações surgida com o fim da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) e anos depois, no âmbito desta organização foi criado, em 1922, o
Comitê Internacional de Cooperação Intelectual (CICI). Alguns anos depois, houve a
criação, em 1926, do Instituto Internacional de Cooperação Intelectual (IICI) pelo
governo da França;
- Surgimento de proposta de criação de uma entidade dedicada exclusivamente
aos museus no âmbito de reuniões de uma subcomissão do IICI, o que veio a se
concretizar em 1926 com a criação do Escritório Internacional dos Museus (OIM), o
47
Conforme Lorente (2012), a revista foi publicada até 1980, tendo sido substituída pelo Boletín de la
Federación Española de Asociaciones de Archiveros, Bibliotecarios, Arqueólogos, Museólogos y
Documentalistas (ANABAD) desde 1990. Informações detalhadas sobre a ANABAD, disponível em:
http://www.anabad.org/.
37
qual tinha como finalidade estabelecer um vínculo entre todos os museus do mundo,
promover a organização de intercâmbios e congressos, e, também, promover a
unificação dos catálogos. “É a primeira tentativa de se criar uma entidade internacional
que reunisse os museus e seus profissionais de todo o mundo” (Cruz, 2008, p. 3);
- Publicação da revista Mouseion pela OIM, referência na museologia, que
vinculava artigos dedicados à prática da profissão;
- Publicação, em 1935, dos dois volumes do livro Muséographie: architecture et
aménagement dês musées d’art, também referência para a museologia, no qual constam
os trabalhos apresentados em congresso realizado em Madrid no período de 28 de
outubro a 4 de novembro de 1934; e
- Encerramento das atividades da Sociedade das Nações e, consequentemente,
dos organismos sob sua subordinação, como o OIM, devido ao acontecimento da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que interferiu nas atividades. A revista Mouseion
passou por cinco anos de interrupção (1941-1945), embora ainda tenha publicado um
último número em 1946.
O percurso dos fatos expostos e a forçosa paralisação das atividades das
organizações criadas, sobretudo a paralisação do IICI, acentuou a necessidade de
continuação do trabalho cooperativo por parte dos países membros, o que ocorreu por
meio da realização de reuniões nos últimos anos da Segunda Guerra Mundial com o
intuito de discutir a possibilidade de criação de uma nova organização semelhante ao
IICI. Criou-se a Conferência dos Ministros Aliados de Educação (CAME) e, em
substituição à Sociedade das Nações, foi criada, em junho de 1945, a Organização das
Nações Unidas (ONU). Meses depois, em novembro de 1946, instituiu-se a UNESCO
(Cruz, 2008).
Mais uma organização seria criada pelos países membros das referidas
organizações recém-criadas e pelos membros da comissão integrantes da criação da
UNESCO que liderados pelo presidente do comitê político da American Association of
Museum, o norte-americano Chauncey J. Hamlin, decidiram por criar o ICOM (Cruz,
2008).
O ICOM foi constituído em uma assembleia ocorrida no Musée du Louvre
durante o período de 16 a 20 de novembro de 1946. Estavam presentes na assembleia
38
constituinte, representantes da Austrália, da Bélgica, do Brasil48
, do Canadá, da
Checoslováquia, da Dinamarca, dos Estados Unidos, da França, da Nova Zelândia, da
Noruega, dos Países Baixos, do Reino Unido, da Suécia e Suíça. Estiveram presentes,
também, representantes da ONU, da UNESCO, do Internacional Museum Office, do
French Foreign Office e do Swendish Legation. Na ocasião, elegeu-se Chauncey J.
Hamlin, então Diretor da Buffalo Museum of Science, para presidir o ICOM e se
aprovou de forma unânime o seu estatuto, respectivamente, nos dias 16 e 18 de
novembro (Boylan, 1996b).
Nesse contexto, o ICOM deveria “operate through a system of national and
international commitees and the first seven international commitees were formally
constituted, each covering different types of museums” (Boylan, 1996b, p. 47).
Uma das preocupações do ICOM era, segundo Boylan, elaborar uma definição
de museu. Já Lorente (2012) sublinha que um dos grandes desafios da organização foi a
constatação da crescente variedade terminológica em consonância com diferentes
idiomas e contextos culturais, reforçada em razão da criação de outros órgãos como
associações, corpos funcionais, centros universitários que em suas atividades e
publicações utilizavam diferentes terminologias. Mas, certamente, este não foi o único
problema enfrentado pelo ICOM.
A primeira definição oficial de museu formulada pelo ICOM data de 1948.
Conforme François Mairesse, a definição foi publicada no ICOM News49
e tinha o
seguinte teor:
(…) todas as coleções abertas ao público de objetos artísticos,
técnicos, científicos, históricos ou arqueológicos e (…) os zoológicos,
jardins botânicos, mas se exclui as bibliotecas, a não ser que estas
possuam salas de exposição permanente (Mairesse, 2005, p. 42).
48
O representante do país foi o museólogo Mário Antônio Barata (1921-2007), formado pela sétima
turma do Curso de Museus do MHN. Na época Barata trabalhava no Museu Nacional de Belas Artes.
Lecionou no Curso de Museus. Realizou estudos na Universidade de Sorbone, com bolsa do governo
francês. Coube, contudo, a Oswaldo Teixeira, então diretor do Museu Nacional de Belas Artes, a
representação do Brasil junto ao Conselho Consultivo do ICOM. Teixeira presidiu o Comitê Nacional do
ICOM (Cruz, 2008).
49
Boletim publicado inicialmente nos idiomas inglês e francês. Além destes idiomas, desde 1968, passou
a publicar também em espanhol (Lorente, 2012). O ICOM News se encontra disponível em:
http://icom.museum/media/icom-news-magazine/.
39
Sob a gestão de Jan Jelinek, nomeado presidente da organização em 1971,
procedeu-se a revisão das políticas do comitê e a elaboração de novos estatutos e
regulamentos, o que culminou, por ocasião da Conferência Geral, realizada em 1974 em
Copenhague, Dinamarca, na determinação de uma nova definição de museu.
Obviamente, ao longo dos anos a definição de museu passou por reformulações,
por ampliações e também por condensação durante os eventos do ICOM. As definições
elaboradas pelo ICOM “determinan los ejes teóricos en los que se basael museo hoy, y
sirven de marco general al desarrollo de estas instituciones en otros países” com
ressonâncias sobre “la política museística” (Hernández-Hernández, 1992, p. 88-89).
Na atualidade, a definição mais amplamente conhecida data de 2007, aprovada
durante a Assembleia Geral do ICOM realizada em Viena:
O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço
da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público, que
adquire, conserva, estuda, expõe e transmite o patrimônio material e
imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, educação
e deleite (ICOM, 2007).
A definição de museu que vigorou por muito tempo enfatizava a função da
pesquisa como vetor do museu. No entanto, esta função foi suprimida da definição em
vigor por ser considerada uma das funções gerais do museu.
O museu foi até a década de 1970 o cerne das discussões no âmbito dos comitês
do ICOM50
, embora durante uma conferência desta organização realizada em 1965 já se
pontuava a necessidade de desenvolvimento de uma teoria museológica (Mensch,
1992). Foi neste ínterim que atentos ao “potencial da Museologia para articular-se como
campo de conhecimento” que os especialistas Jan Jelinek, Wolfgang Klausewitz,
Andreas Gröte, Irina Antonova, Vinos Sofka, dentre outros, julgaram necessário
estabelecer um comitê dedicado essencialmente à Museologia, o qual tinha a finalidade
precípua de “identificar o objeto de estudo desta disciplina, considerada por estes
especialistas como uma área específica do conhecimento” (Scheiner, 2000, p. 2).
Diante disso, o comitê consultivo do ICOM recomendou formalmente, em 1976,
a criação de um comitê dedicado exclusivamente ao estudo da Museologia como área de
conhecimento. O teor da recomendação era:
50
Atualmente, o ICOM conta com 30 comitês internacionais que reunem experts nas especialidades da
área da Museologia. A lista dos comitês está disponível em: http://icom.museum/los-comites/comites-
internacionales/L/1/.
40
Every branch of professional activity needs to be studied, developed
and adapted to changing contemporary conditions – and not least that
of museology. To pursue the aims of distributing knowledge of
modern museological ideas and to help in different fields of
museological development, will be the programme of the ICOM
International Committee for Museology (Sofka, 1995, p. 12)51
Assim, em junho de 1976 nasceu o ICOFOM como um comitê do ICOM,
oficializado em maio de 1977 durante a 12ª Assembleia Geral do ICOM realizada em
Moscou na União Soviética (Sofka, 1981; Mensch, 2004), ocasião em que o recém
criado comitê aderiu a um programa para o período de três anos, o “ICOM Triennial
Programme for 1977-1980” (Sofka, 1981, p. 67).
O tcheco Jan Jelinek52
, a quem se deve a iniciativa de criação do ICOFOM e
também à quem se atribui a fundação do Departamento de Museologia da Universidade
de Brno na República Tcheca, elaborou o documento constitutivo do ICOFOM o qual
dava ao comitê um caráter científico por ter a finalidade de se dedicar ao estudo da
Museologia como disciplina científica. A missão do ICOFOM, portanto, era
“desenvolver pesquisas, análises e debates, contribuindo para a independência da área”
(Cerávolo, 2004a, p. 56).
A partir de então, com a criação do ICOFOM, uma pergunta passou a ser o
mantra das discussões no âmbito das reuniões: “o que é museologia”? Uma pergunta
que, segundo Mensch, não era tão simples quanto se pensava. A mesma suscitava uma
série de outras perguntas que revelavam questões a serem escrutinadas: qual a sua
estrutura científica? Qual a relação entre essa estrutura e outros campos de pesquisa? A
que áreas estaria relacionada? Qual seria a identidade da profissão? (Mensch, 1992).
En el ínterín, fueron muchas suspicacias contra este comité de
teóricos, que empezaron por plantarse cuestiones epistemológicas,
51
A tradução em português do relato pessoal de Sofka My adventurous life with ICOFOM, the
Museology, museologists and anti-museologists, with special reference to the ICOFOM Study Series
consta de Museologia e Patrimônio - Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia
e Patrimônio Unirio/MAST, v. 9, n. 1, 2016. Disponível em:
http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/517/494.
52
Mensch (2004, p. 2) considera Jan Jelinek e Vinos Sofka como “two strong personalities have put their
stamp upon this committee as successive chairmen: Jan Jelinek (1976-1983) and Vinos Sofka (1983-
1989)”. Conforme notícia veiculada na homepage do ICOFOM, sob o título de Two ICOFOM Giants,
informa-se que Sofka faleceu em 9 de fevereiro de 2016. Pouco tempo antes, em janeiro do mesmo ano,
havia falecido Zbynëk Z. Stránský. Disponível em: http://network.icom.museum/icofom.
41
debatiendo si la museología era o no una ciencia, cosa que ni se
planteaban por entonces muchos profesionales de museos, pues
fundamentalmente seguían considerándose, en función de sus estudios
superiores y de la especialidad de su respectivo museo, como
arqueólogos, biólogos, historiadores, etcetera. Hubo muchas opiniones
encontradas, desde quienes consideraban la museología una ciencia
independiente, y los que la definían como ciencia aplicada, hasta los
que le negaban estatuto cientifico (Lorente, 2012, p. 61)
Os membros do ICOFOM, em sua maioria, decidiram por considerar a
Museologia uma ciência nova, ou seja, em nascimento, que deveria se valer da teoria e
da metodologia de áreas de conhecimento como as ciências humanas e sociais, a
filosofia, e outras áreas afins (Lorente, 2012).
Jelinek (1981) considerava isto aplicável à qualquer outras ciências em
nascimento, afirmando que a Museologia tem a sua própria estrutura e relação com
outras áreas correlatas, que tem seu próprio objeto de estudo e métodos de pesquisa.
Embora, Jelinek reconhecia que:
o estudo e a definição correta disto é certamente uma questão para
exercícios futuros e de maior desenvolvimento da museologia. Novas
áreas científicas não entram em existência pela proclamação ou
declaração; elas se desenvolvem por meio de atividades que são
reações às necessidades do desenvolvimento da sociedade (Jelinek,
1981, p. 69, tradução nossa).
Destarte o ICOFOM é reconhecido como o espaço mais importante de discussão
e estudo sobre a Museologia, um marco para a sua formação e desenvolvimento, por
perseguir o estabelecimento desta como disciplina científica, a fundamentação da
profissão dos que atuam em museus e a definição do cenário da pesquisa científica no
âmbito da área (Poulot, 2013). Cury elenca como objetivos do comitê, desde o seu
advento e ao longo dos anos posteriores: a definição de Museologia; a constituição de
um sistema de conhecimento museológico; o desenvolvimento do ensino da Museologia
no âmbito universitário; e, o entendimento do diálogo da Museologia com outras áreas
de conhecimento. Isto porque “a meta era configurar a Museologia como um campo
independente” (Cury, 2005, p. 47).
Os referidos objetivos se constituíam mote das discussões dos diversos
encontros científicos promovidos pelo ICOFOM e a produção teórica gerada no âmbito
dos encontros passou a ser publicada nomeadamente no Museological Working Papers
42
(MuWoP)53
e no ICOFOM Study Series (ISS)54
(Sofka, 1981), “com o interesse em
imprimir cunho científico para a área, particularmente o MuWoP cujo objetivo foi o de
procurar esclarecer o seu objeto de estudo” (Cerávolo, 2004a, p. 109).
O MuWoP e o ISS tinham como objetivo, por meio dos artigos veiculados,
“instituir bases teóricas, de certo modo para conscientizar pelo debate, o comitê e seus
participantes (além do ICOM) dos problemas que seriam específicos da Museologia,
para que esta fosse abordada como ciência” (Cerávolo, 2004a, p. 109).
Na busca por moldar a teoria da área foram lançadas duas edições do MuWoP
nos anos de 1980 e 1981 (sendo a edição de 1981 publicada em 1982). A partir de 1983
a produção derivada dos encontros científicos do ICOFOM passou a ser publicada no
ISS, substituto do MuWoP. As publicações reuniam as “diferentes posições sobre os
problemas museológicos fundamentais”. Tanto que a primeira edição da MuWoP, sob
supervisão de Vinos Sofka, trouxe discussão sobre a “ideia de museologia como
disciplina científica e ciência em formação” (Cury, 2005, p. 48) expondo a perspectiva
de 15 especialistas, dentre eles André Desvallés, Zbynek Z. Stránsky, Ana Gregorová e
outros (MuWoP, 1980). Na edição de 1983 do ISS foram publicadas as discussões em
torno da “natureza do conhecimento museológico, os objetivos da museologia, a
interdisciplinaridade como método de trabalho para a museologia e para a ação em
museus” (Cury, 2005, p. 50).
Nesse percurso de discussão sobre a Museologia, merece destaque a elaboração
do Dictionnarium museologicum. O Dictionnarium museologicum, inicialmente
proposto em 1977 durante uma assembleia do ICOM, diz respeito a um trabalho
cooperativo que contou com 44 especialistas de museus oriundos de 26 países, o qual
durou nove anos para ser elaborado, enfim publicado em 1986 em Budapeste, Hungria
(Desvallés, 2000). O Dictionnarium museologicum constituiu-se como manual de
padronização terminológica para a museologia a ser seguido em todo o mundo, com
53
As duas edições do MuWoP se encontram disponíveis na homepage do ICOFOM. A edição de 1980 se
encontra disponível em:
http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/pdf/MuWoP%201%20(1980)%20E
ng.pdf. A edição de 1981 se encontra disponível em:
http://network.icom.museum/fileadmin/user_upload/minisites/icofom/pdf/MuWoP%202%20(1981)%20E
ng.pdf.
54
As edições do ISS (de nº 01/1983 a atual nº 44/2016) se encontram disponíveis na homepage do
ICOFOM, seção Our Publications, em: http://network.icom.museum/icofom/publications/our-
publications/.
43
vistas a contribuir para compreensão mútua entre os profissionais de museus dos mais
diversos países (Cury, 2005; Scheiner, 2008). Ressalte-se que a obra contou com as
participações de Stránsky e da brasileira Waldisa Rússio na sua elaboração (Cury,
2005).
Nesse ínterim, ocorre a criação de subcomitês do ICOFOM nos continentes
africano, europeu e norte-americano. No continente sul-americano foi implementado o
Subcomitê Regional do ICOFOM para a América Latina e Caribe (ICOFOM LAM)55
no âmbito do International Council of Museums Latin America & Caribbean Alliance
(ICOM LAC56
) (Cury, 2005).
A criação de um ICOFOM para a América Latina partiu da recomendação de
Vinos Sofka durante um evento do ICOM, realizado em Haia em 1989. Já era algo
previsto pelo Programa Trienal do ICOFOM 1990-1992. Assim, em janeiro de 1990, foi
criado o ICOFOM LAM57
(Decarolis, 2000).
Nely Decarolis descreve que:
(…) the aim of ICOFOM LAM was to promote, document and
disseminate all kinds of research work on museological theory
throughout Latin America and the Caribbean, allowing wide
participation of our members in the activities of the Committee
through discussions, publications and professional exchanges. The
central focus is the production of papers on museum theory in the
main languages of the region, Spanish and Portuguese, or English and
French for certain Caribbean áreas (Decarolis, 2000, p. 14).
Com conhecimento de causa, a autora comenta a trajetória da organização,
reforça sua finalidade, comenta a criação de uma publicação (o boletim de notícias
55
O ICOFOM LAM tem como objetivo promover debates acerca de questões teóricas e conceituais da
disciplina Museologia e seu objeto de estudo. Anualmente, o ICOFOM-LAM promove eventos em
diversos países da América Latina e Caribe, desde 1992, mantendo debates e publicações simultãneos ao
tema proposto pelo ICOM. No ano de 2016, o XXIV Encontro do ICOFOM LAM ocorreu no Brasil entre
os dias 17 e 19 de outubro na UFOP que dentre outras discussões da área também debateu a relevância da
Teoria Museológica na pesquisa desenvolvida na Pós-Graduação na atualidade. O encontro foi
desenvolvido em parceria com o Departamento de Museologia da referida universidade, conforme
disponível em: http://www.musealidade2016.eventos.dype.com.br/apresentacao.
56
No Brasil, funciona integrado ao ICOM LAC e ao Comitê de PaíseS do Mercosul (ICOM SUR), o
Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM BR). Disponível em:
http://www.icom.org.br/
57
As representantes latino-americanas do Conselho do ICOFOM, a brasileira Tereza Scheiner e a
argentina Nelly Decarolis foram nomeadas para coordenar os trabalhos do ICOFOM LAM (Decarollis,
2000).
44
ICOFOM LAM Bulletin), a realização de eventos e, também, expõe as dificuldades
enfrentadas pelo ICOFOM LAM. No entanto, Decarolis chama a atenção para o
trabalho colaborativo desenvolvido pelos membros latino-americanos em prol do
ICOFOM LAM, subcomitê que se reveste de reconhecida importância para o
desenvolvimento da museologia latino-americana (Decarolis, 2000).
Pode-se dizer que o ICOM, seus comitês e subcomitês especializados trouxeram
as bases para a evolução da Museologia que prescinde de uma cronologia de
acontecimentos que ocorreram e que marcam a história da área. No entanto, merecem
reconhecimento também as instituições criadas mundo afora para promover o ensino em
Museologia, o qual vem se ampliando e se aperfeiçoando e, também, para promover a
circulação de ideias, modelos e práticas.
1.3 Conformação da Museologia como disciplina científica
A Museologia, em termos de formação, é marcada pelas iniciativas pioneiras da
École du Louvre em Paris na França e da Pensylvânia Museum da Filadélfia nos EUA
que datam, respectivamente, de 1882 e 1908.
A formação oferecida pela École du Louvre e pelo Pensylvânia Museum era de
estudos mais dedicados aos museus do que à Museologia, refletindo o ensino de uma
Museologia Tradicional centrada no museu (Hernández-Hernández, 2006). A formação
em Museologia “se basaba en la transmisión de conocimientos que se reducían a
documentar la historia del museo y de sus colecciones y a enumerar sus funciones”
(Hernández-Hernández, 1998, p. 72).
Dedicada à formar futuros conservadores de museus, a École du Louvre
mantinha em seu programa de formação, além de conteúdo relacionado ao
funcionamento do museu, conteúdo relacionado à disciplina tradicional a exemplo de
História da Arte (Hernández, Hernández, 1992).
Mais tarde, o ensino e a investigação em Museologia foram institucionalizados
pela Universidade de Masaryk em Brno (Brigola, 2003, 2009), considerada segunda
maior universidade pública na República Tcheca, com fundação em 28 de janeiro de
1919 onde, em 1963, no âmbito do Departamento de Filosofia (Faculdade de Artes e
Letras) (Brandão, 1993), foi criado o Departamento de Museologia sob iniciativa de Jan
45
Jelinek. A partir de então, estabeleceu-se a formação em Museologia no âmbito
universitário no pós-guerra europeu (Maroević, 1998).
O recém criado Departamento de Museologia trouxe em seu bojo a convicção de
que “a imposição da Museologia como disciplina científica tem uma importância
fundamental não apenas na afirmação do papel dos Museus na sociedade
contemporânea, como também como factor condicionante do seu próprio futuro”
(Brandão, 1993, p. 1).
Cumpre sublinhar que, antecendendo e muito a criação do Departamento de
Museologia, já existia na Universidade de Brno, desde 1921, uma cátedra em
Museologia, sob a idealização de Jaroslav Elfert, na época diretor do Moravian
Museum, para a formação de pessoal técnico atuante nos museus checos e eslovacos
(Maroević, 1998).
No continente americano os primeiros cursos de Museologia remontam o ano de
1923 promovidos pelo Fogg Art Museum em Harvard, EUA. Com o passar do tempo
outros cursos foram organizados e oferecidos pela American Association of Museum.
Também ofereciam cursos em Museologia universidades e institutos, dentre eles o
Smithsonian Institution. A American Association of Museum vem trabalhando, desde
1973, inconteste no estabelecimento de um programa de diretrizes para a formação em
Museologia, considerando a oferta de formação por universidades autorizadas em
colaboração com museus também autorizados; programas com disciplinas científicas
fundamentais; inserção da teoria no trabalho prático em museus; e obrigatoriedade de
estágio no seio dos museus com supervisão (Maroević, 1998).
Tereza Scheiner acrescenta às experiências formativas da École du Louvre,
Pensylvânia Museum, Fogg Art Museum de Harvard, Universidade de Masaryk em
Brno já citadas, a experiência pioneira do Curso de Museus do MHN criado em 1932 no
Brasil. Segundo a autora, “a partir dessas experiências, a Museologia torna-se
gradualmente reconhecida como um campo do conhecimento, com identidade própria -
e evolui em direção à estrutura interdisciplinar” (Scheiner, 2015, p. 40).
No que diz respeito a Inglaterra, os cursos em Museologia organizados pela
British Museum Association (BMA), datam de 1932. Desde então, o British Museum
promove cursos como trabalho de formação curricular por um período de dois ou três
46
anos, com supervisão do staff do museu. Ao término do curso deve ser apresentado um
trabalho de conclusão, o qual é minunciosamente examinado (Maroević, 1998).
Ainda no âmbito da Inglaterra, Maroević pontua um grande desenvolvimento
para a formação em Museologia com a criação, em 1966, do Department of Museum
Studies na Universidade de Leicester. O autor ainda se reporta ao curso da Bradford
Museum Training Institute, criado em 1989. Na visão de Maroević, um curso de nível
elevado em termos profissionais, já que “it organizes all kinds of professional
qualification procedures for work in museum of all types” (Maroević, 1998, p. 94).
Em Portugal, o início da formação em Museologia remonta o ano de 1932 com a
criação do nomeado Estágio de Conservador de Museu. Após 21 anos de sua criação, o
Estágio de Conservador de Museu passou por reformulação, sendo então substituído por
um Curso de Conservador de Museu, em 1953, com origem no Regulamento Geral dos
Museus de Arte, História e Arqueologia. O referido curso foi oficializado em 196558
. A
vertente do curso era estritamente profissionalizante, contudo, “tinha o nível de ensino
pós-graduado – visto a sua frequência exigir dos candidatos a posse de uma licenciatura
ou diploma de uma Escola Superior de Belas Artes – sem contudo ter carácter
universitário”, pois o curso não funcionava em uma instituição universitária e sim sob a
responsabilidade do Museu Nacional de Arte Antiga (Gil, 2010, p. 163). Face à
consideração de que o curso não estava mais satisfazendo as demandas de formação
para o quadro superior de museus e a contestação do próprio alunado reivindicando a
reformulação do mesmo, o Curso de Conservador de Museu foi extinto em 1974. Ao
longo dos anos a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e o Instituto
Português do Patrimônio Cultural (IPPC) apresentaram propostas de criação de um
novo curso, desta vez integrado ao âmbito universitário. No entanto, encontra-se na
literatura que a entrada da Museologia no âmbito universitário tenha ocorrido ainda na
década de 1970 pela “introdução do ensino dessa disciplina na licenciatura de Ciências
Antropológicas e Etnológicas do antigo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política
Ultramarina”. Iniciativa seguida mais tarde pela Universidade de Lisboa que incluiu a
Museologia na licenciatura em Antropologia (Gil, 2010, p. 164).
Na Croácia a Museologia consta do currículo da Faculdade de Filosofia da
Universidade de Zagreb, mais especificamente nos cursos de História da Arte e
58
Decreto-Lei 46.758 de 18 de dezembro de 1965.
47
Arqueologia, desde 1946. A formação pós-graduada teve lugar nesta universidade em
1966 no âmbito do Centre for the Study of Librarianship and Information and
Documentation Sciences. O desenvolvimento do curso foi amparado com a criação da
cátedra de Museologia no Departamento de Ciência da Informação na Faculdade de
Filosofia da Universidade de Zagreb. Atribui-se a Ivo Maroevic a fundação e a
organização do curso de Museologia como parte das Ciências da Informação (Maroević,
1998).
Na Holanda, data de 1976 a fundação da Reinwardt Academie que se tornou, no
continente europeu, a mais importante instituição de formação e de investigação em
Museologia, considerada “a nucleos of the scientific study of museology” (Maroević,
1998, p. 95).
Pelo exposto, o percurso delineado reflete que a formação em Museologia se
encontra institucionalizada, seguindo o desenvolvimento da Museologia como
disciplina científica e, também, o seu reconhecimento como uma profissão, nos mais
diversos lugares do mundo. A diferença reside no objetivo e no formato de oferta de
cursos, pois há oferta de formação marcadamente profissionalizante (formação de base),
há oferta de formação especializada e, também, a que oportuniza formação em nível de
mestrado e doutorado (Maroević, 1998).
48
49
CCAAPPÍÍTTUULLOO 22
CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS
HHIISSTTÓÓRRIICCAASS EE AA
CCOONNFFIIGGUURRAAÇÇÃÃOO AATTUUAALL DDAA
FFOORRMMAAÇÇÃÃOO EEMM MMUUSSEEOOLLOOGGIIAA
NNOO BBRRAASSIILL
50
51
2.1 O Curso de Museus do Museu Histórico Nacional
A introdução da formação em Museologia no Brasil, de forma organizada, deu-
se desde muito cedo. O primeiro curso em Museologia no país, sob o título de Curso de
Museus, apontado como o primeiro do gênero nas Américas, foi criado em 1932 pelo
Museu Histórico Nacional (MHN), localizado no Rio de Janeiro.
Figura 1 – Fachada do Museu Histórico Nacional - 1920
Fonte: Núcleo de Memória da Museologia (NUMMUS) da UNIRIO
A idealização de um curso técnico comum para a formação de profissionais do
MHN, do Arquivo Nacional e da Biblioteca Nacional no Brasil remonta a criação do
MHN em 1922 que, em seu Decreto de criação59
, item VI, previa um curso técnico para
esta finalidade, o qual, caso tivesse se concretizado, “seria o mais antigo antecedente de
um curso para a formação de profissionais de museus no Brasil” (Brulon-Soares,
Carvalho, & Cruz, 2014, p. 245).
59
Decreto nº 15.596, de 2 de agosto de 1922. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-15596-2-agosto-1922-568204-
publicacaooriginal-91597-pe.html. Acesso em: 20 jul. 2015.
52
Após 10 anos da sua previsão quando da criação do MHN, o Curso de Museus
foi criado por meio do Decreto-Lei nº 21.129 de 07 de março de 1932, sob idealização
do político, escritor e jornalista Gustavo Adolpho Luiz Guilherme Dodt da Cunha
Barroso (1888-1959), primeiro diretor do MHN que o geriu entre os anos de 1922 a
195960
.
Especificamente em 03 de maio de 1932, o Curso de Museus foi inaugurado
com aula magna proferida pelo Secretário do MHN Pedro Calmon Muniz de Bittencourt
(1902-1985)61
. A inauguração do Curso de Museus, considerado um marco para a
Museologia brasileira, foi notícia no jornal Diário da Noite, o qual trouxe em sua
primeira página uma foto da cerimônia, conforme Figura 2:
Figura 2 – Notícia sobre a inauguração do Curso de Museus no jornal Diário da Noite
Fonte: Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional do Brasil62
60
O Museu Histórico Nacional foi criado pelo Decreto-Lei nº 15.596, de 2 de agosto de 1922, e
inaugurado a 1º de outubro do mesmo ano, durante o governo do então Presidente Epitácio Pessoa, no
âmbito das comemorações do Centenário da Independência do Brasil. A instituição foi dirigida pelo seu
idealizador Gustavo Barroso, que a geriu entre os anos de 1922 a 1959, com exceção do período de 1930
a 1932 (Abreu, 1995). Gustavo Barroso nasceu em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, em 29 de
dezembro de 1888. Filho de Antônio Felino Barroso e de Ana Guilhermina Dodt Barroso. Em 1923 foi
eleito para ocupar a 19ª cadeira da Academia Brasileira de Letras (ABL) com apenas 34 anos de idade.
61
Iniciou sua carreira como historiador no Museu Histórico Nacional em 1932.
62
Disponível em:
53
O Curso de Museus funcionou sob responsabilidade e fiscalização da diretoria
interina do MHN, na pessoa do historiador Rodolfo Augusto Garcia Amorim (1873-
1949) que dirigiu o museu entre os anos de 1930 e 1932. Durante o referido período
Gustavo Barroso havia sido destituído do cargo devido às transformações políticas
provocadas pela ascensão de Getúlio Vargas à Presidência. Mais tarde, ainda em 1932,
contando com a simpatia do Presidente Getúlio Vargas, com quem já tinha uma estreita
relação desde a participação dos dois na Conferência de Paz de Versailles em 1919,
Gustavo Barroso foi restituído ao cargo de diretor do Museu (que ocupou até o ano de
seu falecimento em 1959) e de coordenador do curso (Abreu, 1995; Williams, 1997).
O curso tinha como formadores os funcionários do MHN que, de acordo com o
Decreto de criação do Curso de Museus, ensejava apenas que os docentes a atuarem no
curso seriam “designados por portaria do diretor do Museu Histórico Nacional, entre os
funcionários da mesma repartição” (Sophia & Loureiro, 2012; Tanus, 2013).
Nomeadamente, compunha o quadro de docentes do curso, formado estritamente
por homens, em sua maioria com origem na região Nordeste do Brasil, o cearense
Gustavo Barroso (Diretor); o potiguar Rodolfo Garcia (Diretor); o baiano Pedro Calmon
(Secretário do MHN); o carioca, criado na Bahia, Joaquim Menezes de Oliva (Chefe da
1ª Seção); o potiguar João Angyone Costa (3º Oficial); e o carioca Edgar de Araújo
Romero (Chefe da 2º Seção) (Sá, 2007).
Sobre os docentes, Barroso se refere a estes em carta dirigida ao Diretor da
Divisão de Aperfeiçoamento de Pessoal (DASP) em 22 de março de 1942, por ocasião
de solicitação de reforma do Curso, sob sua direção há uma década, ratificando que o
mesmo funcionava “com a cooperação de funcionários que são professôres (sic), sem
nenhum provento material a lhes recompensar o esforço durante todo este tempo”
(Barroso, 1944, p. 191).
Precisamente em 1933 o Curso de Museus forma a sua primeira turma:
Adolpho Dumans, funcionário do Museu Histórico desde a sua criação
e autor do primeiro texto sobre o Curso de Museus; Alfredo Solano de
Barros, um dos implantadores da Seção de Numismática do Museu
Histórico Nacional; Guy José Paulo de Hollanda, destacado educador,
autor de um livro pioneiro Recursos Educativos dos Museus
Brasileiros (1958); Luiz Marques Poliano, também funcionário do
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=221961_01&PagFis=10878&Pesq=Curso%20Uni
versit%C3%A1rio. Acesso em: 11 dez. 2015.
54
Museu Histórico e especialista em Heráldica; Maria José Motta e
Albuquerque; Maria Luíza; Paulo Olinto de Oliveira; alguns dos
primeiros conservadores do Museu Imperial; e Raphael Martins
Ferreira (Sá, 2007, p. 23).
Esses foram os primeiros “museólogos” do país, chamados na época de
Conservadores de Museus (Sá, 2007).
Figura 3 – Turma dos primeiros formandos do Curso de Museus do MHN em 1933
Fonte: NUMMUS da UNIRIO
Entre os anos de 1932 a 1944, o curso tinha duração de dois anos e apresentava
um perfil estritamente técnico. Sobre discussões que apontam o curso como de natureza
estritamente técnica, Sá explica que, considerando a sua criação em uma instituição
cultural, esta é uma característica totalmente aceitável. Porém, na visão do autor, em
termos legais, o curso já apresentava requisitos de curso superior, pois exigia dos
candidatos a conclusão do então chamado ensino secundário (Sá, 2014), atualmente
considerado ensino médio.
O fato é que a criação do curso em uma instituição museológica se deu para
suprir as necessidades do MHN por profissionais com formação especializada para atuar
no âmbito da instituição, mas também se deu com base nas ideias e correntes de
pensamento sobre os museus disseminadas principalmente pela criação de uma
55
organização destinada à sistematizar informações sobre museus de todo o mundo, o
Office International des Musées (OIM), o que denota questões endógenas e exógenas,
respectivamente (Brulon-Soares, Carvalho & Cruz, 2014).
O Decreto de criação do curso, já referido, previa o ensino das disciplinas
dividido em dois anos: no primeiro ano História Política do Brasil (referente ao período
colonial), Numismática (referente à parte geral), História da Arte (especialmente do
Brasil), Arqueologia aplicada ao Brasil, e, no segundo ano, História Política e
Administrativa do Brasil, Numismática (brasileira), Sigilografia, Epigrafia, Cronologia
e Técnica de Museus. Na época, quem concluía o curso era chamado de „Conservador
de museus‟, termo traduzido do francês (Brasil, 1932).
Em 1944 foi aprovado o Regulamento do Curso de Museus. Isto se deu por meio
do Decreto nº 16.078 de 13 de julho de 1944, publicado no Diário Oficial da União
(DOU) Seção 1 de 15 de julho de 1944, a que se refere o Decreto-Lei n.° 6.689, de 13
de julho de 194463
. O Decreto nº 16.078 tinha por finalidade:
a) preparar pessoal habilitado a exercer as funções de conservador de
museus históricos e artísticos ou de instituições análogas;
b) transmitir conhecimentos especializados sôbre (sic) assuntos
históricos e artísticos, ligados às atividades dos museus mantidos pelo
Govêrno Federal;
c) incentivar o interêsse pelo estudo da História do Brasil e da arte
nacional (Brasil, 1944, p. 12474).
O Regulamento do Curso de Museus previa a duração de três anos letivos,
divididos em duas partes (parte geral e parte especial)64
o que possibilitou ao mesmo
adquirir perfil de curso superior, com o objetivo de capacitar mão de obra para o
exercício da função de conservador de museus históricos e artísticos ou instituições com
finalidades semelhantes. Exigências que foram atendidas pelo Museu Histórico
Nacional na promoção do seu curso superior.
63
O Regulamento do curso vigorou até o ano de 1966.
64
Conforme consulta ao Decreto disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1940-
1949/decreto-16078-13-julho-1944-461459-publicacaooriginal-1-pe.html: consta que a parte Geral
compreendia duas séries comuns a todos os alunos. Já a parte Especial englobava uma série para cada
uma das seguintes seções: a) Museus Históricos; e b) Museus de Belas Artes ou Artísticos.
56
Com o regulamento e a nova estrutura curricular, o quadro de docentes foi
renovado. Surgiu a primeira geração de docentes, egressa do Curso de Museus, que
substituiu os primeiros docentes do curso. A esta paira a designação de “primeira
geração” de uma Museologia não mais autoditada (Sá, 2007), pois pôde contar, além da
sua intuição, com uma formação estruturada que a muniu das bases teóricas essenciais
para tal exercício.
Em 1945, assumiu a docência: José Franscisco Félix de Mariz (Pintura
e Gravura); Anna Barrafatto (Escultura e História da Arte); Oswaldo
Mello Braga de Oliveira (História da Arte Brasileira); Jenny Dreyfus
(Sigilografia e Filatelia); Diógenes Vianna Guerra (Etnografia,
Arqueologia, Arte Indígena e Arte Popular); e Mario Antonio Barata
(Artes Menores). A partir de 1947, Nair Moraes de Carvalho, começa
a ministrar a disciplina Escultura (Siqueira, 2009, p. 31-32).
Houve também no Regulamento do Curso de Museus a institucionalização das
bolsas de estudos que começaram a ser concedidas em caráter experimental em 1942.
No período de “1942 a 1967 foram concedidas 64 bolsas de estudos aos estados, das
quais 15 alunos não chegaram a concluir o Curso (…)” (Siqueira, 2009, p. 35).
(…) No que se refere aos números, de um universo de 64 bolsas
distribuidas durante 25 anos, ou seja, de 1942 até 1967, quando foram
extintas, o estado da Bahia preponderou com 15 bolsistas; seguido
pelo Ceará com 8; Rio Grande do Sul, 7; São Paulo, Minas Gerais e
Maranhão com 6; Paraná com 3; Amazonas, Pernambuco, Rio de
Janeiro e Santa Catarina, com 2; e enfim Espírito Santo, Goiás, Mato
Grosso e Sergipe com apenas uma. Houve ainda um bolsista da
Argentina, Jose Martin Bartholomé, ingressante em 1967 e que se
formou em 1969 (...) (Sá & Siqueira, 2007, p. 21).
Desde a sua criação e evolução, o que se percebe é que o Curso de Museus é
marcado pela característica pessoal de Gustavo Barroso, seu idealizador, visto como
“um personagem emblemático conhecido pela valorização do culto à saudade e
preocupado com a construção de uma história nacional brasileira na forma de
continuidade da tradição imperial” (Duarte Cândido & Ruoso, 2012, p. 36). O
pensamento museológico como formulado por Barroso foi analisado na investigação O
conservadorismo a serviço da memória: tradição, museu e patrimônio no pensamento
de Gustavo Barroso (Oliveira, 2003).
57
De seguida, Siqueira apresenta que o estilo barrosiano de ensino “refere-se à
forma de dirigir, ensinar e transmitir conhecimentos e conceitos, bem como as normas e
técnicas empregadas e aplicadas pelo seu fundador” (Siqueira, 2009, p. 26). A autora
cita como exemplo a adoção, por um longo período de tempo, da obra de Barroso,
considerada compêndio dos seus conhecimentos e aulas, obrigatória para profissionais
da área de museus, “que resume tanto o currículo quanto o conceito do curso,
Introdução à Técnica de Museus, publicado em dois volumes, (o primeiro volume em
1946 e o segundo em 1947)”. O primeiro volume foi dedicado ao processamento
técnico de acervo e o segundo às coleções (Siqueira, 2009, p. 27).
Em rigor, o livro Introdução à Técnica de Museus (Barroso, 1946, 1947),
publicado em dois volumes, volume I (Parte geral e Parte básica)65
e volume II (parte
especializada)66
, foi a primeira obra de referência da Museologia brasileira “e se
destinava a servir ao ensino superior para a formação de profissionais de museus. Seu
enfoque, tal como o título expressa, estava no conjunto de regras e princípios da
organização de museus e tratamento de suas coleções de objetos” (Knauss, 2011, p.
585). A obra foi elaborada “a partir da experiência [de Barroso] enquanto professor do
curso, de suas leituras e de suas pesquisas” (Silva, 2014, p. 185).
Na obra, em que o próprio Barroso ressalta o ineditismo do assunto no país, são
explicitadas as fontes textuais utilizadas (artigos em revistas internacionais), sendo a
fonte mais importante o livro Muséographie: Architecture et Aménnagement des
Musées d´Art publicado em 1935, em dois volumes, com origem na Conferência
Internacional de Madrid realizada em 1934 (Sá, 2007, 2013).
Entende-se, nesse contexto, que o livro Introdução à Técnica de Museus se
constitui documento histórico para a área da Museologia brasileira, o qual fundamentou
estudos importantes (Silva, 2014).
Outro estudo que se dedicou a investigar a contribuição de Gustavo Barroso para
o MHN e, consequentemente, para a área da Museologia no Brasil, foi o de Mario
65
Contempla noções de organização, arrumação, catalogação e restauração; de cronologia, epigrafia,
bibliografia, diplomática e iconografia. Disponível em:
http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=MHN&PagFis=11190&Pesq=Gustav.
66
Contempla noções de heráldica, bandeiras, condecorações, armaria, arte naval, viaturas, arquiteturas,
indumentária, mobiliário, cerâmica e cristais, joalharia, prataria, bronzes artísticos, mecanismos,
instrumentos, de suplício e arte religiosa. Disponível em:
http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=MHN&PagFis=11190&Pesq=Gustav.
58
Chagas (2003) que abordou os indícios que levaram Barroso a idealizar o MHN e o
Curso de Museus, além da sua relação com a disciplina que considerava essencial na
formação dos ingressos no curso, a já referida Introdução à Técnica de Museus.
Com efeito, outra questão que marca o estilo de Barroso e a atuação dos
primeiros docentes do curso foi a criação do periódico Anais do MHN em 1940. A
criação do periódico reflete “o efetivo controle do que se ensinava e transmitia aos
alunos do curso, bem como as linhas de pensamento a serem seguidas e trabalhadas
naquela instituição” (Siqueira, 2009, p. 27).
A consolidação do estilo de Barroso encontrou continuidade por meio dos seus
alunos pioneiros, dos quais alguns se tornaram docentes do Curso, com os já
mencionados, Diógenes Vianna Guerra e Oswaldo Mello Braga de Oliveira os quais
substituíram os professores Angyone Costa e Menezes de Oliva (Siqueira, 2009) e
outros que reforçam o estilo do idealizador em diversas instituições museais do país,
sobretudo, no tocante à museografia, conservação e documentação (Rangel, 2012).
Assinala-se a investigação de Siqueira (2009) que apresenta o perfil profissional
do egresso formado pelo Curso de Museus. A investigação se apresenta como a
primeira na literatura da área a analisar a atuação dos egressos do Curso de Museus no
mercado de trabalho nas décadas de 1930, 1940, 1950, 1960 e 1970 do século XX.
Ainda sobre isso, a investigação de Silva (2014) traz entrevistas realizadas com
ex-alunos do Curso de Museus com vistas ao conhecimento de suas memórias no
tocante ao curso de que são egressos e à sua experiência de convivência e trabalho no
MHN.
Em outra perpsectiva, o estudo de Coelho (2015) analisou o pensamento
museológico brasileiro desde 1932 à 1985, destacando o pioneirismo do Curso de
Museus na institucionalização do campo e na cientifização das práticas museológicas.
O Curso de Museus, por meio de convênio firmado entre o MHN e a Univer-
sidade do Brasil67
, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 12 de julho
de 1951, passou de seu status técnico para status universitário.
O então adquirido mandato universitário exigiu a reorganização do curso e de
sua estrutura administrativa, “sendo criados o Conselho Departamental e os
67
Pedro Calmom, que proferiu a aula magna do Curso de Museus e compunha o quadro de professores do
mesmo, era o então Reitor desta Universidade (Sá, 2007).
59
Departamentos de Técnica de Museus, de História do Brasil, de História da Arte e de
Antropologia” (Sá, 2007, p. 30).
Durante a gestão do então Diretor do MHN Léo Fonseca e Silva68
que se deu no
período de 1967 a 1970, houve empenho por parte do mesmo para alterar a
nomenclatura do curso para Faculdade de Museologia, tendo encaminhado proposta
para a Câmara de Planejamento do Conselho Federal de Educação, o que foi negado sob
a alegação de que o curso era vinculado à uma instituição de cultura e não a uma
universidade (Brulon-Soares, Carvalho, & Cruz, 2014). Daí, o Curso assumiu a
denominação informal de Escola Superior de Museologia (ESM), alterando-se sua
duração que passou de três para quatro anos em 1974.
A efetiva mudança física e conceitual do Curso de Museus ocorreu apenas quan-
do foi definitivamente transferido, em 1979, de uma instituição de memória para uma
instituição dedicada ao ensino, à pesquisa e à extensão, a Federação das Escolas
Federais Isoladas do Rio de Janeiro (FEFIERJ)69
, atual UNIRIO, o que ensejou o
rompimento com o modelo de Barroso até então estabelecido (Rangel, 2012). Com
efeito, após a transferência o Curso de Museus teve sua nomenclatura modificada para
Curso de Museologia (Tanus, 2013).
A década de 1970 se configura como decisiva para o Curso de Museus, pois foi
neste período que o curso enfrentou significativas mudanças (conceituais, objetivos,
adaptações na matriz curricular70
, ampliação das turmas, dentre outras), sobretudo, por
adentrar a uma nova realidade agora no âmbito universitário.
68
Indicado para o cargo pelo então Presidente da República, General Arthur da Costa e Silva, com a
finalidade de modernizar o MHN. Era Oficial da Marinha com formação em Museologia (Godoy &
Lacerda, 2002).
69
Até 1977, mesmo incorporado à FEFIERJ, o Curso continuava a funcionar nas dependências do MHN.
70
Conforme Brulon-Soares, Carvalho e Cruz (2014), dada a reformulação do Regimento aprovado em
1974 pelo Conselho Federal de Educação, a antiga divisão curricular por habilitações de Museus
Históricos, Artísticos, Científicos e Escolares Polivalentes é descartada, passando a vigorar uma formação
integrada, com atividades obrigatórias de estágios e organizações de exposições.
60
2.2 O percurso de criação dos cursos de graduação e de pós-graduação em
Museologia
Passados 37 anos da criação do Curso de Museus e sua hegemonia na formação
em Museologia no Brasil é que se deu, em 1969, a criação do segundo curso na área: o
Curso de Museologia da UFBA, instalado na Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas (FFCH) com vinculação ao Departamento de História, idealizado pelo
Arqueólogo e Historiador de Arte espanhol Valentin Rafael Simón Joaquín Calderón de
La Vara71
, que coordenou o referido curso (Costa, 2009).
Centrando-se na formação em Museologia na Bahia, na senda do Curso de
Museologia da UFBA, destaca-se sua história marcada por momentos de adversidades e
conquistas. Costa explica que o curso enfrentou adversidades desde a sua gestão
acadêmica e administrativa por parte do Departamento de História até ao pedido de
retirada do Colegiado do curso do referido departamento, “tamanhas foram as
divergências quanto a então recém-chegada ´disciplina científica´, não bem aceita pelos
demais professores, à época (anos 70-80)” (Costa, 2009, p. 238).
Continuando a relatar uma parte importante da história do curso, Costa (2009)
chama a atenção para o fato das disciplinas consideradas técnicas, Técnicas de Museus I
e Técnicas de Museus II, terem sido ministradas por um recém-formado do Curso de
Museus do MHN, Fernando Menezes, por falta de docentes formados na área no curso
ofertado pela UFBA.
O curso passou por um período de bloqueio em 1974, sendo reconhecido pelo
Conselho Federal de Educação por meio do Decreto 83.327 de 16 de abril de 1979.
Segundo Waldisa Rússio (s.d, p. 228), a criação do Curso de Museologia da
UFBA representou “a vitória de um grupo unido e consciente de professores e alunos,
mas também assinala a adoção inovadora de um currículo voltado para a realidade
social e regional”. Acredita-se que Rússio se refere ao episódio enfrentado pelo Curso
de Museologia da UFBA, em meados da década de 1980, quanto a “um movimento
interno na UFBA com vistas ao fechamento do Curso de Museologia”, o que ensejou
movimento de mobilização por parte de docentes do curso, junto aos representantes
71
Falecido em 1980.
61
políticos baianos na Câmara Federal, por sua continuidade e, consequente,
fortalecimento (Costa, 2009, p. 244).
Costa (2009) traz um panorama da trajetória do Curso de Museologia da UFBA,
marcada por adversidades e conquistas, desde a sua criação até o ano de 2008. A autora
reforça o contributo deste curso para o fortalecimento da Museologia no Brasil.
Em 1975, no ãmbito de uma instituição de ensino superior privado, deu-se a
criação do Curso de Museologia da FAMARO, no Rio de Janeiro, o qual foi transferido
em 1978 para FINES72
(Tanus, 2013).
Assim, desde a década de 1940 até o início do século XXI a formação superior
em Museologia no Brasil contou apenas com os cursos do Rio de Janeiro e da Bahia,
com cursos de especialização organizados em alguns estados do país, e, também, com
cursos de extensão e eventos que procuravam amenizar os gaps e atender as demandas
(Duarte Cândido, 2013).
Esse cenário retrata que “a formação profissional para os museus brasileiros
registra trajetória não linear, mas com momentos significativos com esforços de muitas
gerações de técnicos e professores (…) permeada por utopias e conquistas sistemáticas”
(Bruno, 2015, p. 104-105).
Uma destas conquistas foi, em termos de formação especializada, a criação do
primeiro Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Museologia no ano de 1977, em São
Paulo, sob a idealização de Waldisa Rússio Camargo Guarnieri73
.
A criação do curso em nível de pós-graduação, segundo sua idealizadora, além
do seu vieis interdisciplinar, estava ancorada em questões institucional, motivacional e
regulatória, onde “a primeira diz respeito à instituição em que foi instalado o curso; a
72
O curso se encerrou em 1995, sendo o seu alunado absorvido pela UNIRIO.
73
Reconhecidamente uma das principais teóricas da área da Museologia brasileira. Contribuiu
significativamente para o estabelecimento da área como disciplina científica. Além de criar o primeiro
curso de pós-graduação em Museologia do país, Waldisa Rússio compôs a equipe responsável por
regulamentar a profissão de Museólogo e atuou, ainda, na criação do Conselho Regional de Museologia
de São Paulo (Boletim Bibliográfico do Centro Nacional de Estudos e Documentação da Museologia - Cenedom, 2014). Waldisa Rússio ou Waldisa Guarnieri ou, ainda, Waldisa Rússio Camargo Guarnieri
(encontram-se alternâncias em suas assinaturas) graduou-se em Direito pela USP. A sua entrada na área
da Museologia se deu pelo desenvolvimento da dissertação de mestrado intitulada Museu: um aspecto das
organizações culturais num país em desenvolvimento (1977) com sequência pelo desenvolvimento da tese
sob o título de Um Museu da Indústria na cidade de São Paulo (1980), ambas pela FESPSP.
62
segunda (…) diz respeito ao momento em que surgiu o curso; e a terceira (…) tem a ver
com novos regulamentos expedidos pelo Ministério da Educação” (Rússio, s.d., p. 234).
No tocante à primeira questão, Waldisa Rússio chama a atenção para o fato do
curso ter surgido junto à Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais, considerada pela
autora como “vanguardeira na formação de pesquisadores e cientistas sociais”,
possibilitou ao mesmo se apoiar em “sua estrutura e foma pedagógica”, já que seguiu o
percurso da referida Escola. A autora pontua, ainda, consequentemente, a
“multiprofissionalidade como essencial ao desenvolvimento do programa pedagógico,
mas também a interdisciplinaridade como método” (Rússio, s.d., p. 232).
A criação do curso foi motivada pela Resolução nº 14 de 1977 do Conselho
Federal de Educação (CFE), como uma ação do então Ministério da Educação e
Cultura, atualmente MEC, que neste mesmo ano impedia a abertura de novos cursos de
graduação em Museologia, dado que o curso da UFBA se encontrava em vias de
fechamento devido à sua estagnação, o que não ocorreu, segundo Waldisa Rússio,
graças à “solitária e solidária atitude do Professor Mario Barata, que enviou carta ao
Reitor daquela instituição, manifestando-se contra o fechamento do curso. Já que
faltavam outras vozes solidárias, que se ouvisse ao menos uma solitária” (Rússio, s.d.,
p. 236).
A Resolução nº 14 de 1977 na perspectiva de Waldisa Rússio,
proporcionava um duplo e útil instrumento de trabalho: em primeiro
lugar, um artifício legal, válido, ético e juridicamente eficaz pelo qual
podíamos, enfim, criar cursos de especialização que feitos
sucessivamente, se somariam, perfazendo os créditos necessários a um
Mestrado dentro da Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais (Rússio,
s.d., p. 236).
Desta feita, o curso foi criado dentro da FESPSP74
, concebido com duração de
três anos conforme recomendação do ICOM, mas durante dois anos funcionou no
MASP. Após este período passou a funcionar de fato na FESPSP, o que se deu até o ano
de 1992, dois anos após o falecimento de sua idealizadora.
74
Instituição de ensino superior privado, com núcleo original na Escola de Sociologia e Política de São
Paulo, criada em 27 de maio de 1933, conforme disponível em:
http://www.fespsp.org.br/inst_institucional.
63
A importância do curso foi tamanha para a área da Museologia, tanto que Santos
(2008, p. 192) enfatiza que “o curso e, posteriormente, o Instituto de Museologia da
FESPSP, foram responsáveis pela formação de toda uma geração de museólogos com
expressiva atuação no país”.
De volta à formação em nível de graduação, a partir do ano de 2003 esta sofreu
mudança expressiva, passou de apenas dois cursos de graduação em Museologia (Rio de
Janeiro e Bahia) para os atuais dezesseis cursos, conforme descrição constante do
Quadro 2, dos quais alguns funcionam vinculados a departamentos, faculdades ou
institutos de História, Belas Artes, Antropologia, Ciência da Informação ou Arquitetura,
o que revela que o ensino em Museologia apresenta dispersão de sua vinculação às áreas
científicas (Araújo, Marques, & Vanz, 2011):
Quadro 2 – Instituições públicas e privadas com cursos de graduação em Museologia
REGIÃO ESTADO NOME DA INSTITUIÇÃO SIGLA ANO DE
CRIAÇÃO
Sul
Santa
Catarina
Universidade Federal de Santa
Catarina UFSC 2010
Centro Universitário Barriga
Verde UNIBAVE* 2004
Rio Grande
do Sul
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul UFRGS 2008
Universidade Federal de
Pelotas UFPEL 2006
Sudeste
São Paulo
Universidade Camilo Castelo
Branco UNICASTELO* 2014
Faculdade de Educação,
Ciências e Artes Dom Bosco
de Monte Aprazível
FAECA DOM
BOSCO* 2011
Rio de
Janeiro
Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro UNIRIO 1979
Minas Gerais
Universidade Federal de Ouro
Preto UFOP 2008
Universidade Federal de
Minas Gerais UFMG 2010
64
Centro-
Oeste
Distrito
Federal Universidade de Brasília UnB 2009
Goiás Universidade Federal de
Goiânia UFG 2010
Norte Pará Universidade Federal do Pará UFPA 2010
Nordeste
Bahia
Universidade Federal da Bahia UFBA 1970
Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia UFRB 2006
Sergipe Universidade Federal de
Sergipe UFS 2007
Pernambuco Universidade Federal de
Pernambuco UFPE 2009
Fonte: Ministério da Educação – Sistema e-MEC (2015)
Nota: instituições privadas marcadas com *
O cenário dos cursos de graduação em Museologia reflete que “o século XXI
assistiu a um crescimento significativo do campo da Museologia no Brasil”75
(Sophia &
Loureiro, 2012, p. 129).
Dos 16 cursos de graduação em Museologia existentes em todas as regiões do
país, a maioria funciona em insituições de ensino superior públicas. Apenas três cursos
são ofertados por instituições privadas.
A explicação para a criação dos referidos cursos de graduação encontra
explicação nas ações do IBRAM em associação a uma conjuntura favorável de
instituições de ensino superior e articulações políticas, apoiada pelo programa do
governo federal denominado REUNI, o qual é vinculado ao PDE do MEC. O REUNI
foi criado para ampliar o acesso e a permanência na educação superior (MEC, 2008),
bem como para fomentar o crescimento do ensino superior público brasileiro.
75
Em consonância com o crescimento dos cursos, destaca-se a preocupação dos professores com a área
ao criarem a Rede de Professores Universitários do Campo da Museologia em 2008, durante reunião,
entre os dias 7 e 8 de julho, no Museu Universitário da UFSC por ocasião do 3º Fórum Nacional de
Museus.
65
À partida, o quantitativo de cursos de graduação em Museologia, bem como o
primeiro curso de pós-graduação lato sensu na área foram impulsionadores para o
surgimento dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no país,
embora estes últimos sejam, de certa forma, recentes.
De acordo com a classificação de Áreas de Avaliação da CAPES, agência
responsável pela avaliação da pós-graduação no Brasil, a área básica ou área de
conhecimento da Museologia compõe a área Comunicação e Informação76
(Anexo A)
que, por sua vez, integra a Grande Área77
Ciências Sociais Aplicadas dentro do Colégio
de Humanidades78
. A área Comunicação e Informação inclui as áreas básicas ou de
conhecimento: Comunicação, Ciência da Informação e Museologia. Comunicação,
Ciência da Informação, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia (Documento de
Área, 2016).
A área da Museologia conta, atualmente, com seis cursos de pós-graduação em
funcionamento, avaliados e recomendados pela CAPES, sendo cinco cursos de
Mestrado e um de Doutorado, conforme descrito no Quadro 3:
76
A Portaria nº 234 CAPES de 15 de dezembro de 2016, publicada no Diário Oficial da União em 16 de
dezembro de 2016, alterou a denominação de três áreas de avaliação na CAPES, incluindo a Área
Ciências Sociais Aplicadas I (CSA I): Comunicação, Ciência da Informação e Museologia que passou a
ser denominada Comunicação e Informação. A justificativa para a alteração da denominação de CSA I
para Comunicação e Informação é a forte característica da interdisciplinaridade na área, com programas
que abarcam docentes com formação diversa, apesar de maior incidência da Comunicação e Ciência da
Informação, além de reunir programas das referidas áreas, também abarca a Museologia, a
Biblioteconomia e a Arquivologia. Daí, compreendeu-se que a área seria melhor representada por
“Comunicação e Informação”, sendo, assim, encaminhada solicitação de alteração da designação da área
a CAPES.
77
Entende-se por Grande Área a aglomeração de diversas áreas do conhecimento consoante à afinidade
de seus objetos, métodos cognitivos e recursos instrumentais refletindo contextos sóciopolíticos
específicos (CAPES, 2014).
78
A CAPES, visando facilitar o processo de avaliação passou a agregar as 49 áreas de conhecimento por
afinidade em dois níveis, sendo o primeiro nível designado por Colégios (Colégio de Ciências da Vida;
Colégio de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar; e, Colégio de Humanidades) e o segundo
nível designado por Grandes Áreas, que totaliza nove Grandes Áreas (Ciências Agrárias; Ciências
Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Engenharias; Multidisciplinar; Ciências
Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; e, Linguística, Letras e Artes) (CAPES, 2017).
66
Quadro 3 - Cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu em Museologia no Brasil
REGIÃO ESTADO NOME DA
INSTITUIÇÃO SIGLA
ANO DE
CRIAÇÃO
M/D
Sudeste
Rio de
Janeiro
Universidade Federal
do Estado do Rio de
Janeiro e Museu de
Astronomia e Ciências
Afins
UNIRIO/MAST
2006
M
2011
D
Museu de Astronomia
e Ciências Afins MAST 2014
MP
São Paulo Universidade de São
Paulo USP 2012
M
Nordeste
Bahia Universidade Federal
da Bahia UFBA 2013
M
Piauí Universidade Federal
do Piauí UFPI 2014
MP
Fonte: Elaborado pela investigadora com base na CAPES (2016)
Nota: M=Mestrado Acadêmico; MP=Mestrado Profissional; e D=Doutorado
Diferentemente da existência de cursos de graduação em Museologia em todas
as regiões do país, os cursos de pós-graduação stricto sensu em Museologia
(especificamente Mestrado Acadêmico e Doutorado) se concentravam, até dezembro de
2016, em apenas duas regiões79
: Sudeste (nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo) e
Nordeste (no estado da Bahia), conforme apresentado na Figura 4 com vetor de
localização ( ) sobre as capitais dos estados em que existem os cursos de Mestrado
Acadêmico e Doutorado:
79 A região Sul do país passou a contar com um Programa de Pós-Graduação em Museologia. A proposta
de criação do curso em nível de mestrado da UFRGS foi aprovada em dezembro de 2016 pela CAPES
com funcionamento a partir de 2017. O recém criado programa não faz parte do locus de análise desta
investigação que compreende o período de 2006 a 2016.
67
Figura 4 - Localização geográfica dos cursos de pós-graduação stricto sensu em Museologia
Fonte: https://www.google.com.br
No Rio de Janeiro funciona o PPG-PMUS UNIRIO/MAST com oferta de cursos
de mestrado e de doutorado, sendo que o curso de mestrado teve início em 2006 e o
Doutorado teve início anos mais tarde, em 2011.
Em São Paulo funciona o PPGMus USP, criado em 2012, com oferta de
mestrado. O referido programa é desenvolvido em conjunto com instituições
museológicas, tais como o Museu Arqueologia e Etnologia, o Museu de Arte
Contemporânea, o Museu Paulista e o Museu de Zoologia, todos vinculados à
universidade.
Na Bahia funciona o PPGMuseu UFBA, criado em 2013. O programa, com
oferta de curso de Mestrado, é o primeiro da área de Museologia na região Nordeste do
país. Isto mais uma vez coloca a UFBA na vanguarda da formação em Museologia, já
que seu curso de graduação na área foi o segundo do país.
Os cursos de mestrado e doutorado aqui apresentados e, devidamente,
detalhados no capítulo sequente desta tese, encontram-se reconhecidos pelo Conselho
68
Nacional de Educação (CNE) do MEC, portanto são autorizados a expedir diplomas de
mestrado e/ou doutorado com validade em todo o território brasileiro.
Considera-se pertinente evidenciar que dos cinco cursos de mestrado na área de
Museologia descritos no Quadro 3, três são Mestrados Acadêmicos e dois são
Mestrados Profissionais (MP). No que diz respeito aos dois Mestrados Profissionais em
funcionamento, o Curso de Pós-Graduação em Preservação de Acervos de Ciência e
Tecnologia do MAST80
e o Mestrado Profissional em Artes, Patrimônio e Museologia
da UFPI81
foram recomendados pela CAPES em dezembro de 2013.
O que se pode concluir sobre o percurso de construção da formação em
Museologia no Brasil, aqui apresentado, é que este percurso foi marcado por
pioneirismo iniciado na década de 1930 e avanço, sobretudo nos primeiros anos do
século XXI, “e têm procurado contribuir com a consolidação do campo profissional”
(Bruno, 2015, p. 108) e com sua qualificação. No entanto, este percurso leva a concluir
que a oferta formativa atual ainda não atende em sua totalidade às necessidades do país,
estritamente no contexto da formação pós-graduada stricto sensu em Museologia
(mestrado acadêmico e doutorado), pois há uma discrepância significativa entre a
quantidade de cursos de graduação existentes em todas as regiões do país e a quantidade
de cursos de pós-graduação stricto sensu com oferta restrita, até dezembro de 2016, a
apenas duas regiões do país. Percebe-se avanço, já que a área a partir desta data passou
a contar com o Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da UFRGS,
com oferta de mestrado acadêmico, na região Sul.
80
O Mestrado Profissional em Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia do MAST, modalidade
presencial, tem como área de concentração Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia, sendo
desenvolvida sob duas linhas de pesquisa: Acervos, História e Divulgação; e, Acervos, Conservação e
Processamento. Disponível em:
http://www.mast.br/cursos_preservacao_de_acervos_mestrado_profissional.html. Acesso em: 02 dez.
2015.
81
O Programa de Pós-Graduação em Artes, Patrimônio e Museologia (PPGAPM), com curso de mestrado
profissional, modalidade presencial, tem como área de concentração Artes, Patrimônio e Museologia,
sendo desenvolvida sob três linhas de pesquisa: Artes, Patrimônio e Museologia; Patrimônio, Sociedade e
Educação Museal; e, Patrimônio, Turismo e Sustentabilidade. As atividades do PPGAPM se iniciaram em
março de 2015. Disponível em:
http://www.sigaa.ufpi.br/sigaa/public/programa/apresentacao.jsf?lc=pt_BR&id=793. Acesso em: 02 dez.
2015.
69
CCAAPPÍÍTTUULLOO 33
GGEEOOGGRRAAFFIIAA CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA DDOOSS
PPRROOGGRRAAMMAASS DDEE PPÓÓSS--
GGRRAADDUUAAÇÇÃÃOO EEMM
MMUUSSEEOOLLOOGGIIAA NNOO BBRRAASSIILL
70
71
3.1 As agências brasileiras de fomento à pós-graduação stricto sensu
O crescimento do ensino superior suscitou o surgimento de agências vinculadas
à administração pública criadas com a finalidade de estabelecer parâmetros de
funcionamento e qualidade das IES e do seu ensino, promovendo, assim, credibilidade à
oferta de cursos diante dos possíveis estudantes e, também, diante do mercado de
trabalho.
A criação de agências e de procedimentos de avaliação (credeciamento e
recredenciamento) é uma exigência global suscitada pelas mudanças das relações entre
as IES, o Estado e a sociedade.
Contudo, deve-se levar em conta a inexistência de um modelo absoluto aplicável
à qualidade do ensino superior, pois, “as instituições têm e devem ter concepções
diferentes, adequadas às respectivas visões e cenários de desenvolvimento desejáveis”
considerando, ainda, “parâmetros fundamentais já institucionalizados em cada país ou
em acordos internacionais” (Fonseca, 2010, p. 1).
De acordo com Isaura Belloni, ao escrever sobre a obra pioneira de Eleonora
Maria Cavalcanti de Barros que se debruçou a delinear os objetivos e as práticas da
política de pós-graduação do Brasil, afirma que “a política de qualificação de recursos
humanos é, sem dúvida, um dos pilares fundamentais do desenvolvimento cientifico-
tecnológico de um país” (Barros, 1998, p. 11).
No Brasil, dentre outras iniciativas governamentais para o desenvolvimento
científico-tecnológico, o que verdadeiramente é reconhecido como iniciativa basilar da
institucionalização da pesquisa e da formação de pessoal/recursos humanos no país foi a
criação, em 1951, de duas agências: o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a Campanha de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, atual Coordenação de Pessoal de Nível
Superior (CAPES).
3.1.1 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
O Conselho Nacional de Pesquisas foi criado para atender os “interesses
manifestos ao nível da sociedade política (técnicos do governo, políticos e militares) e
72
de determinado segmento da sociedade civil (comunidade científica)” (Barros, 1998, p.
79).
A instituição foi imaginada desde o início do século XX, em 1920, por membros
da Academia Brasileira de Ciências (ABC) que, dada uma série de acontecimentos
históricos (Primeira Guerra Mundial), perceberam a necessidade de criação de uma
instituição de pesquisa, o que foi formalmente recomendado ao então Presidente Getúlio
Vargas. O então Presidente apresentou, em 1936, proposta de criação da instituição
junto ao Congresso Nacional, o que não vingou à época.
Durante os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial (dado o avanço da
tecnologia bélica), o representante do Brasil junto à Comissão de Energia Atômica do
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), Almirante Álvaro
Alberto da Motta e Silva, por intermédio da ABC, propôs em 1946 a criação de uma
instituição nacional de pesquisa. O Almirante pretendia implementar no Conselho
Nacional de Pesquisas “uma política nuclear autonomista, além de colocar em prática
uma política científica e tecnológica capaz de propiciar um verdadeiro desenvolvimento
na área de ciência e tecnologia (Motoyama, 2000).
O fato é que a criação em 1948 da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), instituição sem fins lucrativos, criada por um grupo de cientistas, com
a finalidade de defender o avanço científico e tecnológico e o desenvolvimento
educacional e cultural do Brasil, reforçou sobremaneira a necessidade de criação de uma
instituição governamental para o incremento, amparo e para a coordenação da pesquisa
científica no país (Fernandes, 1990).
Ainda no ano de 1948 o projeto de criação do conselho foi apresentado na
Câmara dos Deputados. No entanto, somente no ano seguinte, o então Presidente Eurico
Gaspar Dutra nomeou uma comissão especial para apresentar o anteprojeto de lei que
tratava da criação do Conselho Nacional de Pesquisas (Barros, 1998).
Finalmente, após uma espera de mais de 30 anos desde a sua aspiração por parte
da comunidade científica brasileira, o Conselho Nacional de Pesquisas foi criado em
1951 por meio da Lei nº 1.310 de 15 de janeiro como autarquia vinculada à Presidência
da República (Barros, 1998).
73
O Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva que coordenou o processo de
criação do Conselho Nacional de Pesquisas batizou a Lei nº 1.310 de "Lei Áurea da
pesquisa no Brasil" (Barros, 1998).
A criação do Conselho Nacional de Pesquisas seguiu o modelo da National
Science Foundation dos EUA e de outras agências semelhantes de países desenvolvidos
como Inglaterra, Canadá e França. Eram objetivos básicos da agência brasileira:
promover atividades na área de energia nuclear82
; e, promover a capacitação cientifica e
tecnológica do Brasil por meio da formação de pessoal qualificado (cientistas,
tecnologistas, pesquisadores), concedendo bolsas de estudo e de pesquisa e, por último,
pela concessão de ajuda de custo para manutenção de laboratórios (Barros, 1998).
Em consonância com os objetivos determinados, as ações iniciais do Conselho
Nacional de Pesquisas foram cruciais para o estabelecimento das “primeiras sementes
da pesquisa” no Brasil (Motoyama, 2000, p. 145)
Em 1974, por meio da Lei 6.129 de 6 de novembro, o Conselho Nacional de
Pesquisas é designado órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (SNDCT), passando a se chamar Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tenológico (CNPq), “dotado de flexibilidade
administrativa, financeira e sólida estrutura institucional, agora sob regime de fundação”
(Barros, 1998, p. 81).
Sua subordinação à Presidência da República deu-se até 1985, quando passou a
compor o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), assumindo diversas atribuições
como o patrimônio científico e tecnológico e seu desenvolvimento, a definição da
Política Nacional de Ciência e Tecnologia, dentre outras atribuições.
Deu-se, nos anos de 1990, o estabelecimento de uma nova missão para o CNPq:
promover o desenvolvimento científico e tecnológico e executar pesquisas necessárias
ao progresso social, econômico e cultural do País.
Durante a década de 1990, o CNPq cria duas ferramentas consideradas
essenciais para o desenvolvimento de suas atividades de fomento: a Plataforma Lattes e
o Diretório dos Grupos de Pesquisa. Essas ferramentas têm papel preponderante na
82
Retirada da competência do Conselho Nacional de Pesquisas em 1956, após a criação da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
74
avaliação, no acompanhamento e no direcionamento para políticas científicas e
diretrizes de incentivo à pesquisa.
A Plataforma Lattes, fruto do trabalho conjunto do MCT, CNPq, Financiadora
de Estudos e Projetos (FINEP) e CAPES, constitui-se de um conjunto de sistemas de
informações, bases de dados e portais dedicado a gestão de C&T, idealizada como pólo
integrador dos sistemas informacionais das agências.
A plataforma tem como objetivo compatibilizar e integrar informações obtidas
no momento de interação do CNPq com seus usuários, “objetivando aprimorar a
qualidade da sua base de dados e racionalizar o trabalho dos pesquisadores e estudantes
no fornecimento das informações requeridas pelo Conselho” (Guedes, 2001, p. 7).
O advento da Plataforma Lattes propiciou a adoção de um padrão nacional de
currículos e resultou em transparência e confiabilidade às atividades de fomento da
agência, haja vista que as informações que constam da Plataforma Lattes podem ser
utilizadas para embasar atividades de gestão e de formulação de políticas para a área de
ciência e tecnologia.
Um exemplo disso é o Currículo Lattes disponibilizado pela Plataforma Lattes.
Trata-se de um currículo eletrônico para registro da vida pregressa e atual de
pesquisadores, estudantes, gestores, profissionais e demais utilizadores (Silva, 2007).
Dadas as suas finalidades e o formato como foi desenvolvido, o Currículo Lattes
é referência para os pesquisadores, para as agências de fomento do país e para
diagnósticos de C&T. Segundo Silva, o Brasil logrou êxito ao “desenvolver um
formato-padrão para coleta de informações curriculares adotado não só pelo CNPq, mas
pela maioria das agências de fomento do país” (Silva, 2007, p. 68).
Os registros constantes do Currículo Lattes são utilizados com a finalidade de
avaliar a competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios; selecionar
consultores, membros de comitês e de grupo assessores; subsidiar a avaliação da
pesquisa e da pós-graduação do país; dentre outras finalidades (Guedes, 2001).
As informações registradas no Currículo Lattes têm suscitado o interesse de
investigadores e a realização de pesquisas em diversas áreas de conhecimento. Autran
elenca pesquisas desenvolvidas em áreas da Saúde Coletiva, Medicina, Odontologia,
Química, Engenharia Mecânica, dentre outras, que se utilizaram da gama de
75
informações registradas para desenvolver pesquisas dedicadas a analisar o perfil dos
pesquisadores e analisar a sua produção científica (Autran, 2014).
De acordo com dados constantes do Painel Lattes83
, extraídos da base de
Currículos Lattes em 30 de novembro de 2016, existem na plataforma 3.520.867
currículos cadastrados. Deste total, 227.943 (6,47%) currículos de doutores, 371.124
(10,54%) currículos de mestres, 985.988 (28%) currículos de graduados, 571.711
(16,24%) currículos de especialistas, 1.305.389 (37,08%) currículos correspondentes a
outros graus de escolaridade e 58.712 (1,67%) currículos não informam o grau de
escolaridade. Os dados constam do Gráfico 1:
Gráfico 1 - Total de currículos cadastrados na Plataforma Lattes
Fonte: Painel Lattes – Estatísticas da base de Currículos da Plataforma Lattes (2016)
A veracidade das informações registradas no Currículo Lattes e enviadas à
Plataforma Lattes é de inteira responsabilidade do detentor do currículo. As informações
são de domínio público, com exceção de dados confidenciais. O CNPq recomenda que o
detentor do currículo o mantenha atualizado.
Inclusive, a agência disponibilizou, a partir da implementação de nova
tecnologia, nova versão da busca textual do Currículo Lattes que traz layout novo dentro
do modelo de acessibilidade do Governo Eletrônico, integração com a base Open
83
Disponibiliza informações qualificadas e atualizadas sobre a atuação de pesquisadores em Ciência,
Tecnologia e Inovação cadastradas por meio do Currículo Lattes. As informações são disponibilizadas em
forma de painel, organizadas por geografia, sexo e faixa etária, dentre outros, com extração nos últimos
48 meses. Disponível em: http://estatico.cnpq.br/painelLattes/.
76
Researcher and Contributor ID (ORCID)84
, recuperação de currículos por nome,
assunto ou instituição como termo de busca, dentre outras otimizações, com vistas a
melhoria para o usuário final. A busca anterior, utilizada nesta investigação, ficou
disponível para consulta até 01 de setembro de 2017.
A outra iniciativa do CNPq atende pela designação de Diretório dos Grupos de
Pesquisa (DGP). O DGP foi criado com as seguintes finalidades: ser instrumento para o
intercâmbio e a troca de informações; ter natureza censitária no auxílio de planejamento
estratégico ao fomento; e se constituir como base de dados que se dedica a preservar a
memória da atividade científico-tecnológica no país (CNPq, 2015, on line).
Dessa forma, o DGP engloba bases de dados (censitárias e correntes) que
contêm informações sobre os grupos de pesquisa em atividade85
. Os dados dos grupos
são abertos à consulta.
O cenário dos grupos de pesquisa constante do Censo 2016 (referente ao
quadriênio 2012-2016), por área, aponta para a existência de 37.640 grupos de pesquisa.
Um resultado que revelou crescimento de 6% em relação ao Censo de 2014 que apontou
a existência de 35.424 grupos de pesquisa.
Houve salto também no número de pesquisadores em 11% desde o Censo 2014
que registrava 230.558 para o número atual de 254.239.
Na Tabela 1 é possível visualizar dados quantitativos dos Grupos de pesquisa,
das Linhas de pesquisa e dos Pesquisadores registrados no DGP por grande área de
conhecimento, com base no último censo atualizado em dezembro de 2016, que
contemplou os grupos certificados existentes na base corrente do Diretório em 04 de
84
É um identificador digital único, que distingue um acadêmico/pesquisador de outro e resolve o
problema da ambiguidade e semelhança de nomes de autores e indivíduos, substituindo as variações de
nome por um único código numérico. O ORCID possibilita que os pesquisadores sejam fácil e
corretamente conectados com suas atividades, resultados de pesquisa, publicações e vínculos
empregatícios. 85
Os grupos de pesquisa constantes do diretório estão localizados em universidades, institutos de
pesquisa cientifica e institutos tecnológicos. De acordo com o Censo de 2014 (referente ao quadriênio
2012-2016), disponível em http://lattes.cnpq.br/web/dgp/por-regiao2, a região Sudeste do Brasil possui
16.009 grupos; a região Sul 8.637; a região Nordeste 7.713; a região Centro-Oeste 2.899; a região Norte
2.382 grupos. Conforme o referido Censo 2016, a área da Museologia contabiliza a existência de 30
grupos de pesquisa, conforme disponível em: http://lattes.cnpq.br/web/dgp/por-area1. Acesso em: 10 dez.
2016.
77
novembro de 2016, além da produção em Ciência, Tecnologia & Área (C,T&A)
constante do Currículo Lattes em 14 de novembro de 2016:
Tabela 1 - Grupos de pesquisa, Linhas de pesquisa e Pesquisadores por grande área de
conhecimento86
predominante constantes do Censo 2016 do CNPq
Grande área predominante Grupos Linhas de pesquisa Pesquisadores
Ciências Agrárias 3.355 17.203 22.035
Ciências Biológicas 3.668 17.265 22.544
Ciências da Saúde 5.877 22.263 36.306
Ciências Exatas e da Terra 3.579 17.025 21.143
Ciências Humanas 8.091 26.156 51.221
Ciências Sociais Aplicadas 5.363 16.087 29.965
Engenharias e Computação 4.965 23.467 31.544
Linguística, Letras e Artes 2.655 7.642 14.890
Outras87
87 284 676
Totais 37.640 147.392 208.402
Fonte: CNPq (2016)
Note-se que as Ciências Humanas concentram o maior número de grupos de
pesquisa. As Ciências Sociais Aplicadas, quando comparadas às demais áreas, aparece
logo após a área das Ciências da Saúde como a terceira área que concentra maior
quantidade de grupos de pesquisa.
Quanto ao número de linhas de pesquisa, a área das Ciências Humanas registra o
maior número de linhas de pesquisa, 26.156, e também é a área que concentra o maior
número de pesquisadores, sendo seguida pelas áreas das Ciências da Saúde e Ciências
Sociais Aplicadas.
Os investimentos realizados pelo CNPq se direcionam à formação e à absorção
de recursos humanos, bem como ao financiamento de projetos de pesquisa. Isso se dá
por demanda espontânea (dos próprios pesquisadores) ou por demanda induzida (com
financiamentos destinados via chamadas públicas). Os investimentos visam contribuir
para o aumento da produção de conhecimento que geram oportunidades de crescimento
para o Brasil.
86
A Tabela de áreas de conhecimento do CNPq foi estabelecida em 1986, estruturada de forma
hierárquica em quatro níveis: grande área, área, sub-área e especialidade.
87
Grande Área aberta a partir da década de 2000. Engloba 23 itens numa mesma ordem alfabética
representando tanto grandes áreas (Ciências e Ciências Sociais), como áreas (ex.: Engenharia Têxtil,
Engenharia Cartográfica e Engenharia Mecatrônica), sub-áreas (Química Industrial) e especialidades
(Administração Hospitalar). A referida grande área inclui, ainda, carreiras, profissões e cursos (Carreira
Militar, Carreira Religiosa, Diplomacia e Secretariado).
78
Exemplo disso é a concessão de benefícios em forma de apoio e bolsas das mais
diversas modalidades, tais como: Apoio à participação/realização de eventos; Apoio à
periódicos científicos; Apoio à pesquisador visitante; Apoio à projetos de pesquisa;
Bolsas de Apoio Técnico; Bolsas de Desenvolvimento Científico e Regional; Bolsas de
Desenvolvimento Técnológico e Industrial; Bolsas de doutorado; Bolsas de Extensão
em Pesquisa; Bolsas de Fixação de Doutores; Bolsas de Iniciação de Pesquisa; Bolsas
de Iniciação Tecnológica e Industrial; Bolsas de Mestrado; Bolsas de
Pesquisador/Especialista Visitante; Bolsas de Pós-Doutorado; e, Bolsas de
Produtividade em Pesquisa e Tecnologia.
Considerando o objetivo desta tese, explora-se aqui a modalidade de Bolsas de
Produtividade em Pesquisa e Tecnologia do CNPq, pois estas “são consideradas um
termômetro para a qualidade de um pesquisador, de um programa de pós-graduação e
até mesmo para uma instituição de pesquisa” (Duarte, 2013, on line).
Conforme informações do Mapa de Investimentos do CNPq88
, existem hoje em
vigor 15.425 bolsas de produtividade em pesquisa, que englobam as bolsas de
Produtividade em Pesquisa (PQ) e as bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e
Extensão Inovadora (DT).
A bolsa de produtividade em pesquisa (PQ) é destinada a pesquisadores de
reconhecido destaque entre seus pares. A bolsa PQ valoriza a produção científica dos
pesquisadores segundo critérios normativos, estabelecidos pelo CNPq, e critérios
específicos, estabelecidos por Comitê de Assessoramento (CA) de cada área.
As bolsas se dividem em duas categorias (1 e 2) e em cinco níveis (1A, 1B, 1C,
1D, 2), além das bolsas de produtividade sênior (PQ - SR). Apenas a categoria 1
enquadra o pesquisador nos níveis A, B, C ou D. A diferenciação entre os níveis A, B,
C e D é baseada nos critérios relacionados (produção científica; formação de recursos
humanos em pós-graduação; contribuição científica e tecnológica e para inovação;
coodernação principal ou participação em projetos de pesquisa; participação em
atividades editoriais e de gestão científica e administração de instituições e núcleos de
excelência científica e tecnológica) que deverão ter peso maior, e em outros critérios
88
Disponível em:
http://efomento.cnpq.br/efomento/distribuicaoGeografica/distribuicaoGeografica.do?metodo=apresentar.
Acesso em 20 fev. 2016.
79
que cada CA julgar importantes para a área de pesquisa, devendo no todo privilegiar a
qualidade e o conjunto da obra do pesquisador.
Assinala-se que a concessão de bolsa na categoria 2 não tem especificação de
nível. Nesta categoria tem-se avaliada a produtividade do pesquisador com relevo para
trabalhos publicados e orientações, ambos referentes a um período de cinco anos.
Os requisitos e critérios para enquadramento e classificação dos pesquisadores
em bolsa de produtividade por categoria e nível são detalhados no site do CNPq89
.
3.1.1.1 A Museologia no CNPq
Com especificidade para a área da Museologia no CNPq, integrante do Comitê
de Assessoramento de Artes, Ciência da Informação, Museologia e Comunicação (CA-
AC) nas Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, identifica-se no DGP atualmente, de
acordo com o Censo 2016, a existência de 30 grupos de pesquisa, 91 linhas de pesquisa
e 227 pesquisadores cadastrados. A Tabela 2 concatena os dados da área da Museologia
registrados nos censos referentes aos anos de 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2014
e 2016:
Tabela 2 – Grupos de pesquisa, Linhas de pesquisa e Pesquisadores por área de conhecimento
específica constantes dos Censos do CNPq
Área do
conhecimento
específica
Ano Grupos Linhas de
pesquisa
Pesquisadores
Museologia
2000 1 1 1
2002 1 2 7
2004 8 21 64
2006 10 22 55
2008 11 31 91
2010 19 58 159
2014 31 91 219
2016 30 91 227
Fonte: Autoria própria com base em informações extraídas do CNPq (2016)
89
Disponível em: http://cnpq.br/bolsas-no-pais.
80
O exame dos dados quantitativos relacionados aos grupos de pesquisa por área
específica, no caso Museologia, revela o crescimento do número de grupos de pesquisa,
de linhas de pesquisa e de pesquisadores a partir de 2004, embora que nesse ano só
havia dois cursos de graduação em Museologia e nenhum curso de mestrado e
doutorado na área.
Observa-se um crescimento contínuo do número de pesquisadores por área de
conhecimento específica em atividades de grupos de pesquisa registrados nos censos
dos anos de 2008, 2010, 2014 e 2016, ao que se atribui à criação dos programas de pós-
graduação em Museologia, lembrando que o primeiro programa de pós-graduação
stricto sensu na área foi o PPG-PMUS da UNIRIO/MAST, criado em 2006, com o
curso de Mestrado.
No que se refere à entrada no sistema de bolsas de produtividade, de modo
particular para a Museologia, juntamente com a Ciência da Informação e Comunicação,
o requisito de entrada é a apresentação de proposta de pesquisa que contemple tema
relevante e inovador para o avanço e consolidação das referidas áreas de conhecimento
científico. Para efeito do processo de avaliação e enquadramento do pesquisador são
considerados: produção intelectual, formação de recursos humanos para pesquisa,
coordenação e participação em projetos de pesquisa, contribuição para inovação,
atividades editoriais e de política e gestão científica e, também, atividades de natureza
científica e acadêmica de liderança na área. A produção intelectual registra o maior
percentual de peso como requisito entre os demais.
3.1.2 A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
No mesmo ano de criação do então Conselho Nacional de Pesquisas, apenas
alguns meses depois nascia outra agência governamental para o desenvolvimento
científico-tecnológico brasileiro, a Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior90
, instituída por meio do Decreto nº 29.741 de 11 de julho de 1951.
90
Conforme Barros (1998), a forma de Campanha era um mecanismo utilizado na década de 1950 no
Brasil com o objetivo de trazer solução aos problemas que dificultavam o desenvolvimento de
determinada área. A então Campanha foi idealizada pelo educador Anísio Spínola Teixeira, designado
Secretário-geral da comissão que formava o núcleo da Campanha.
81
Na época, tratava-se de uma instituição formada por Comissão91
, presidida pelo
Ministro da Educação e da Saúde, dedicada a assegurar a existência de pessoal
especializado em termos de quantidade e qualidade suficientes para atender as
necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visavam o desenvolvimento
econômico e social do país naquele momento, bem como oferecer oportunidade de
aperfeiçoamento aos indivíduos mais capazes que não dispunham de recursos próprios
para tal ou oriundos de regiões menos favorecidas academicamente (Martins, 2003;
Gouvêa & Mendonça, 2006).
Assim, para atender os objetivos a que se propunha a Campanha de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior deveria lançar mão de estratégias
previstas no Decreto que a instituiu, tais como mapear as necessidades do Brasil em
termos de pessoal especializado; ofertar treinamento às instituições públicas e privadas
competentes detentoras de recursos; promover a implantação e expansão de centros de
aperfeiçoamentos e estudos pós-graduados (mestrados e doutorados – reconhecidos
como necessidade para alta especialização e para o desenvolvimento do país), dentre
outras (Martins, 2003; Gouvêa & Mendonça, 2006; Gouvêa, 2010).
Mesmo com parcos recursos em seus primeiros anos, a Campanha de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ensejou “uma série de iniciativas que
tiveram impacto imediato na melhoria do ensino superior e permitiram a implantação
futura da pós-graduação nacional” (Martins, 2003, p. 297).
Para além disso, forneceu bolsas de estudo no país e no exterior, contemplando
estágios profissionais, participação em cursos de especialização, realização de mestrado
e doutorado. Estudantes e docentes que se deslocaram para o exterior estavam de volta
no final dos anos de 1950 e passaram a liderar, nos anos subsequentes, intelectual e
científicamente as universidades do país com efetiva participação na implantação dos
primeiros cursos de pós-graduação em níveis lato sensu (especialização,
aperfeiçoamento, atualização e MBA) e stricto sensu (mestrado e de doutorado). Não se
pode deixar de mencionar que a implantação dos cursos de pós-graduação (primeiros
91
Composta por instituições públicas e privadas, tais como: Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Banco do Brasil (BB), Comissão Nacional de
Assistência Técnica, Comissão Mista Brasil Estados Unidos, Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq),
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Confederação Nacional da Indústria, Confederação
Nacional do Comércio, conforme Abreu e Beloch (1983).
82
cursos datam da década de 1960) contou, ainda, com a vinda de técnicos e de
professores estrangeiros ao Brasil (Oliveira, 1960; Martins, 2003).
Nesse contexto, estabelece-se no Decreto 50.737 de 7 de junho de 1961 que a
melhoria das condições de ensino e pesquisa das IES por meio, sobretudo, de
investimento na qualificação de professores, seria prioridade da Campanha de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Também, por meio deste Decreto a
Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior se subordina diretamente à
Presidência da República.
Em 1964 a então Campanha de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
passou a ser denominada de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), subordinada ao Ministro da Educação e Cultura, sendo orientada por
um Conselho Deliberativo (Barros, 1998). Contudo, com o golpe militar de 1964 a
agência enfrentou um movimento para a sua extinção, o que não ocorreu graças à
mobilização de docentes da UFRJ que conseguiram sensibilizar o governo de que a
extinção não deveria ocorrer (Revista CAPES, 2011).
Data desse ano a reformulação das políticas setoriais da agência, com destaque
para o ensino superior e a de ciência e tecnologia. Com meios orçamentários para
embasar suas ações, a CAPES passa a intervir na qualificação do corpo docente das
universidades, o que “gerou a formulação de nova política para a pós-graduação ”. Isto
deu origem ao documento “que conceituou e normatizou a pós-graduação brasileira”, o
qual foi publicado em 1965, denominado Parecer Sucupira92
(Revista CAPES, 2011, p.
10).
Com efeito, a partir da década de 1970 a CAPES “consolida seu papel de
condutora da política de formação de recursos humanos de alto nível (…), o que lhe
confere uma identidade instittucional voltada para a conquista da base cientifica na
vertente recursos humanos” (Barros, 1998, p. 85). Ainda neste ano, a CAPES que era
sediada no do Rio de Janeiro é transferida para Brasília (Revista CAPES, 2011).
92
Parecer nº 977 do Conselho de Educação Superior do Ministério da Educação e Cultura, aprovado em 3
de dezembro de 1965, conhecido pelo nome do seu Relator Newton Sucupira, que conceituou, formatou e
institucionalizou a pós-graduação brasileira nos moldes como é até os dias de hoje. Disponível em:
https://capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/avaliacao-n/Parecer-977-1965.pdf. Acesso em 10
dez. 2016.
83
Particulamente em 1976, a CAPES passou a promover, “além do fomento para a
formação de recursos humanos de alto nível, a avaliação dos cursos de pós-graduação
stricto sensu no país” (Revista CAPES, 2011, p. 31). Daí, no ano seguinte foram criadas
comissões de assessores por área de conhecimento para atender a finalidade de
avaliação93
(Barata, 2016).
Nos anos de 1980, a CAPES tem reconhecida sua atuação como responsável por
elaborar o Plano Nacional de Pós-Graduação Stricto Sensu. Também a ela coube
elaborar, avaliar, acompanhar e coordenar as atividades relativas ao ensino superior, na
qualidade de agência executiva do MEC (Revista CAPES, 2011).
Em 1990, durante o governo do então Presidente Fernando Collor de Melo, a
CAPES foi extinta por meio da Medida Provisória nº 150 de 15 de março de 1990. Algo
que desencadeou um intenso movimento de mobilização que contou com as “pró-
reitorias de pesquisa e pós-graduação das universidades” na sensibilização da opinião da
comunidade acadêmico-científica nacional e que contou, ainda, com o quadro de
pessoal técnico da agência. Apoiados pelo MEC conseguem a revogação da medida. No
mesmo ano, já em 12 de abril, a Lei 8.028 recria a CAPES (Revista CAPES, 2011).
Em 1992, a CAPES adquiriu status de Fundação Pública, o que melhorou
significamente suas condições de trabalho (Martins, 2003) e conferiu “novo vigor à
instituição” (Revista CAPES, 2011, p 14).
Passados exatos 66 anos de existência da CAPES (1951-2017), agência que
mantém ao longo de sua existência uma trajetória de avanços e recuos e, até mesmo,
quase extinção, a agência considera como marco de sua atuação a criação do Portal de
Periódicos da CAPES no ano 2000 (Costa, 2008) e em 2007 a promulgação da Lei
11.507 de 11 de julho de 2007, por unanimidade no Congresso Nacional, que modificou
as competências e a estrutura organizacional da fundação CAPES.
Desde então, a fundação passou a induzir e fomentar a formação inicial e
continuada de professores para a educação básica, além da educação superior com vistas
ao desenvolvimento científico e tecnológico do país.
No âmbito do ensino superior, foco desta investigação, a CAPES tem como
finalidade subsidiar a formulação de políticas para pós-graduação, coordenar e avaliar
93
Na época o resultado da avaliação, expressa em conceitos (A – muito bom; B – bom; C – regular; D –
Fraco; E – insuficiente) não era público. As informações eram direcionadas apenas às instituições (Barata,
2016).
84
os cursos desse nível e estimular, mediante bolsas de estudo, auxílios e outros
mecanismos, a formação de recursos humanos qualificados para a docência de grau
superior, para a pesquisa e para o atendimento da demanda dos setores público e
privado.
A avaliação da pós-graduação stricto sensu, o acesso e divulgação da produção
científica, os investimentos na formação de recursos de alto nível no país e exterior, a
promoção da cooperação científica internacional, dentre outras são algumas das linhas
de ação da CAPES.
Nomeadamente desde 1998 foi estabelecida a Avaliação do Sistema Nacional de
Pós-Graduação (SNPG) que é de responsabilidade da Diretoria de Avaliação da
CAPES, realizada com a participação da comunidade acadêmico-científica por meio de
consultores ad hoc94
.
Assim, “entre os objetivos da avaliação está o de estabelecer o padrão de
qualidade, avaliar e chancelar os cursos de mestrado e de doutorado e identificar os
cursos que atendem este mesmo padrão” (Revista CAPES, 2011, p. 31). Portanto,
certificar a qualidade da pós-graduação brasileira (requisito para oferta de bolsas e de
recursos para o fomento de investigações) e identificar assimetrias regionais e de áreas
estratégicas de conhecimento no SNPG para orientar ações de indução na criação e
expansão de programas de pós-graduação no território nacional são também objetivos
da avaliação.
O sistema de avaliação compõe-se de duas fases distintas: entrada (referente à
Avaliação de Propostas de Cursos Novos – APCNs) e permanência (avaliação
periódica) dos cursos de mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado no
SNPG.
Tanto a fase de entrada quanto de permanência dos cursos são conduzidos com
base nos mesmos fundamentos: o reconhecimento e a confiabilidade baseados na
qualidade aferida pela análise dos pares; critérios discutidos e atualizados, a cada
período de avaliação, pela comunidade acadêmico-científica; e, transparência marcada
pela ampla divulgação das decisões, ações e resultados.
94
Escolhidos dentre profissionais com larga e comprovada experiência e qualificação em ensino e
orientação de pós-graduação, pesquisa e inovação. São designados pelos Coordenadores de área
(consultores que realizam atividades de coordenação, planejamento e execução de atividades das áreas
junto a CAPES por um período de três anos (CAPES, 2011).
85
A avaliação é realizada em 49 áreas de avaliação95
atualmente a cada quatro
anos, Avaliação Quadrienal (anteriormente era a cada três anos, sob a denominação de
Avaliação Trienal), mediante à observância de um conjunto de requisitos básicos
determinados pelo Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES)96
.
A avaliação, além de estratificar os cursos pela atribuição de notas e não mais
por conceitos, “oferece subsídios para a definição da política de desenvolvimento da
pós-graduação e fundamenta as decisões sobre ações dos órgãos governamentais na
pesquisa e pós-graduação ” (Revista CAPES, 2011, p. 32)
Para a efetivação do processo de avaliação são tomados como documentos
norteadores os chamados Documentos de Área, os quais são utilizados na elaboração e
submissão de propostas de novos cursos e, também, na avaliação (antes trienal e
atualmente quadrienal) dos cursos em funcionamento. Nos Documentos de Área são
descritos o estado atual das áreas, as características e as perspectivas. Constam, ainda,
os quesitos considerados centrais na avaliação dos programas de pós-graduação
pertencentes a cada uma das 49 áreas de avaliação.
Dessa forma, os Documentos de Área apresentam o panorama de cada área
avaliada, expondo seus pontos fortes e fracos, objetivos e perspectivas a serem
alcançados pelos programas de pós-graduação, norteando, portanto, seu
desenvolvimento e embasando critérios a serem definidos sobre áreas de concentração,
linhas de pesquisas, projetos de pesquisa e a produção de dissertações e teses.
Os Documentos de Área, juntamente com as Fichas de Avaliação97
e os
Relatórios de Avaliação, expressam os processos e os resultados de avaliação realizados
pela CAPES. Os cursos em funcionamento são avaliados a cada quatro anos com o fito
de mensurar se as metas propostas no âmbito dos programas foram devidamente
atingidas.
95
Disponível em: http://www.capes.gov.br/avaliacao/sobre-as-areas-de-avaliacao. Acesso em: 10 maio
2017.
96
A criação do CTC deu-se em 1986 como formalização da participação da comunidade científica na
tomada de decisão da agência.
97
Consta informação sobre cada curso de pós-graduação stricto sensu recomendado pela CAPES (dados
básicos, dados da avaliação, área de avaliação e área básica do programa, detalhamento dos cursos do
programa reconhecidos e recomendados, detalhamento dos cursos do programa em funcionamento ou em
fase de implantação, detalhamento das áreas de concentração de cada curso).
86
A avaliação dos cursos é realizada pelos Comitês de Área (formados por
pesquisadores de reconhecido mérito em pesquisa e ensino de pós-graduação) a quem
compete determinar critérios e diretrizes para tal avaliação.
O resultado da avaliação é divulgado por meio do Documento de Área. Ao
Ministério da Educação compete, por meio do CNE, reconhecer os resultados da
avaliação dos cursos novos e da Avaliação Periódica da CAPES, os quais são então
publicados no Diário Oficial da União, imprensa oficial do governo federal.
Desde o final da década de 1990, “para classificar a qualidade dos cursos” os
programas são estratificados em uma escala de um (1) a sete (7) (Revista CAPES, 2011,
p. 32). Notas um (1) e dois (2) reprovam o programa e, consequentemente, o
descredencia do sistema, deixando de ser recomendado pela CAPES. A nota três (3)
significa que o programa cumpre o requisito mínimo de qualidade para funcionamento
de um mestrado, portanto, reflete desempenho regular. A nota quatro (4) significa bom
desempenho, por sua vez, é requisito mínimo para o funcionamento de um doutorado. A
nota cinco (5) significa que o programa é muito bem consolidado, sendo atribuída a
cursos de excelência em nível nacional. A nota cinco (5) é a nota máxima para
programa que possui apenas curso de mestrado. Já as notas seis (6) e sete (7)
correspondem a programa de excelência internacional (Revista CAPES, 2011).
Atenta-se que programas de pós-graduação em nível de mestrado profissional e
mestrado acadêmico são avaliados com notas que variam de três (3) a cinco (5). Os
cursos em nível de doutorado são avaliados com notas que variam de quatro (4) a sete
(7).
No processo de avaliação dos programas são considerados quesitos relacionados
à: proposta do programa (estrutura curricular, a infraestrutura institucional e de
pesquisa); corpo docente; corpo discente, teses e dissertações; produção intelectual; e
inserção social.
Há, ainda, por parte do processo de avaliação considerações e definições acerca
da internacionalização, que é um critério determinante para a atribuição de notas seis (6)
e sete (7). Este critério pressupõe a internacionalização das universidades, da produção
científica e dos pesquisadores. Cada um destes componentes distintos (universidades,
produção científica e pesquisadores) deve lançar mão de estratégias diferentes, mas que
podem vir a interagir entre si.
87
A proposta do programa é um quesito basilar para a avaliação, apesar de não ser
gerador da nota a ser atribuída ao programa. É a partir deste aspecto que o programa é
avaliado de forma global, levando-se em consideração questões como: a) a coerência,
consistência, abrangência e atualização das áreas de concentração, linhas de pesquisa,
projetos de pesquisa em andamento e o currículo do curso; b) o planejamento do
programa com vistas a seu desenvolvimento futuro, contemplando os desafios
internacionais da área na produção de conhecimentos, seus propósitos na melhor
formação de seus alunos, suas metas quanto à inserção social mais rica dos seus
egressos, conforme os parâmetros da área; c) a infraestrutura para ensino, pesquisa e, se
for o caso, extensão; d) processos de autoavaliação, entre os quais, credenciamento e
descredenciamento docente.
O quesito corpo docente, que deve ser formado por docentes permanentes98
e
colaboradores, leva em consideração os seguintes aspectos: a) perfil do corpo docente,
contemplando titulação, diversificação na origem de formação, especialização,
experiência e tempo de formação, compatibilidade e adequação à proposta do programa;
b) adequação e dedicação dos docentes permanentes às atividades de pesquisa,
orientação e ensino, considerando sua coerência com a área de concentração, linhas de
pesquisa e projetos de pesquisa; c) distribuição das atividades de pesquisa e de
formação entre os docentes do programa; d) contribuição dos docentes para as
atividades de ensino e/ou de pesquisa nos cursos de graduação, com atenção tanto à
repercussão que este item pode ter na formação de futuros ingressantes na pós-
graduação, e na formação de profissionais mais capacitados, no plano da graduação; e)
participação de professores e/ou pesquisadores visitantes, desde que não configure
dependência institucional; f) participação em projetos de intercâmbio nacionais e
internacionais; g) desenvolvimento de projetos de pesquisa com financiamento e bolsas
de agências de fomento.
No tocante ao quesito corpo discente, dissertações e teses são levados em conta:
a) a quantidade de teses e dissertações defendidas no período da avaliação em relação ao
corpo docente permanente e à dimensão do corpo discente; b) a distribuição das
orientações das teses e dissertações defendidas no período de avaliação em relação aos
98
Determinou-se para o quadriênio 2017-2020 que o corpo docente mínimo para um curso de doutorado
será de 10 professores permanentes. Na avaliação do quadriênio 2013-2016 este número era de oito
professores permanentes.
88
docentes do programa; c) a qualidade das teses, dissertações e produção de discentes
autores da pós-graduação e sua participação na produção científica do programa,
mensurada por publicações; e d) a eficiência do programa na formação de mestres e
doutores.
Dentro do aspecto inserção social são contempladas questões como: a) a
inserção e o impacto regional e/ou nacional do programa; b) integração e cooperação
com outros programas e centros de pesquisa e desenvolvimento profissional
relacionados à área de conhecimento do programa, objetivando o desenvolvimento da
pesquisa e da pós-graduação; e c) Visibilidade ou transparência dada pelo programa à
sua atuação (manter site atualizado para divulgar informações sobre proposta, estrutura,
regimento, legislação pertinente, linhas e projetos de pesquisa, nome do corpo docente,
financiamentos recebidos, processo de seleção, intercâmbio e acesso às dissertações e
teses).
Especificamente, quanto ao aspecto da produção intelectual são consideradas as
seguintes questões: a) publicações qualificadas do programa por docente permanente; b)
distribuição de publicações qualificadas em relação ao corpo docente permanente do
programa; c) produção técnica, patentes e outras produções consideradas relevantes; e
d) produção artística, nas áreas em que tal tipo de produção for pertinente.
A CAPES, considerando que a pesquisa e a consequente produção científica de
docentes e discentes vinculados aos programas se constituem indicadores na
determinação de qualidade dos programas, desenvolveu o Qualis.
Criado em 1998 para atender as demandas do SNPG, o Qualis se baseia nas
informações fornecidas pelos programas de pós-graduação por meio do Módulo Coleta
de Dados da Plataforma Sucupira99
. O resultado das informações registradas na referida
plataforma resulta na disponibilização de uma lista com a classificação dos veículos
utilizados pelos programas de pós-graduação para difusão da sua produção.
Na maioria das áreas de conhecimento, salvo algumas exceções, a publicação em
periódicos científicos se destaca dentre os meios utilizados para veiculação da produção
científica. Levando em conta esta premissa, o Qualis Periódicos atribui aos periódicos
científicos estratos indicativos de qualidade que permitem atestar a sua importância e,
99
Ferramenta para coletar informações, realizar análises e avaliações e ser a base de referência do
Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Sua denominação é uma homenagem ao professor Newton
Sucupira (CAPES, 2016).
89
ainda, mensurar a ciência e a atividade científica. Ressalte-se que um mesmo periódico
pode ser avaliado em mais de uma área de conhecimento, obtendo, portanto, diferentes
estratos.
Para atribuição do estrato é sabido que os periódicos devem atender os critérios
determinados estabelecidos por representantes das diferentes áreas do conhecimento,
“cada uma delas [com] liberdade de eleger os critérios segundo os quais procederia à
classificação da produção em sua área” (Barata, 2016, p. 15).
Até 2006 os periódicos eram classificados quanto à circulação (local, nacional e
internacional) e quanto à qualidade, sendo atribuído aos mesmos conceitos A, B ou C.
A partir de 2007 a CAPES estabeleceu mudanças nos critérios de avaliação,
adotando, desde então, sete estratos para a classificação dos periódicos: A1, A2, B1, B2,
B3, B4 e B5. Há, ainda, o estrato C.
O estrato A1 é o mais elevado, enquanto que o estrato C é representativo de peso
zero, atribuído a periódicos considerados não científicos ou que não atendem aos
critérios mínimos determinados por cada área. O estrato C pode designar, ainda,
periódicos que, por seu foco e escopo, não pertencem à área de conhecimento em
avaliação (Barata, 2016).
O Qualis Periódicos representa “uma hierarquização dos periódicos científicos
por qualidade” (REVISTA CAPES, 2011, p. 34), tendo como resultado uma lista,
periodicamente atualizada e divulgada anualmente, com a classificação dos periódicos
utilizados pelos programas para veicular sua produção científica.
A divulgação da lista em questão é muito aguardada pela comunidade científica,
especialmente por docentes vinculados aos programas de pós-graduação e pelos editores
dos periódicos científicos. O motivo disto é que os primeiros (docentes) querem ter seu
nome relacionado a um periódico de qualidade, ou seja, bem estratificado, enquanto que
os editores almejam o reconhecimento da qualidade dos “seus” periódicos.
Apesar de ter reconhecida a sua importância na promoção da melhoria dos
periódicos, o Qualis ainda divide opiniões por parte da comunidade científica no que
respeita os critérios adotados para cada estrato.
Além da avaliação dos periódicos científicos, a CAPES incluiu, desde 2010, na
avaliação sistemática da produção científca dos programas de pós-graduação a
publicação de livros e a produção artística (REVISTA CAPES, 2011). Isso encontra
90
explicação na diferenciação entre as áreas de conhecimento na eleição do veículo mais
utilizado para sua produção científica. Em algumas áreas, a exemplo das Ciências
Humanas que tem a sua produção científica primordialmente veiculada em livros e
capítulos de livros (Souza & Paula, 2002).
3.1.2.1 A Museologia na CAPES
A área da Museologia integra a área Comunicação e Informação juntamente com
as áreas da Comunicação e Ciência da Informação.
Por sua vez, a área Comunicação e Informação100
integra a grande área Ciências
Sociais Aplicadas101
que, juntamente com as grandes áreas Ciências Agrárias, Ciências
Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas,
Engenharia, Multidisciplinar, Linguística, Letras e Artes, agrupadas em Colégios,
formam o SNPG da CAPES, já comentado na seção anterior.
De modo a apresentar o panorama da Museologia no âmbito da CAPES,
centrou-se nos Documentos de Área resultante das avaliações trienais realizadas pela
agência referentes aos triênios 2004-2006 (Avaliação Trienal 2007 - Documento de
Área 2007), 2007-2009 (Avaliação Trienal 2010 - Documento de Área 2009), 2010-
2012 (Avaliação Trienal 2013 - Documento de Área 2013) e 2013-2016 (Avaliação
Quadrienal 2017 – Documento de Área 2016).
No Documento de Área 2007, referente à Avaliação Trienal de 2004-2006
registrou-se a criação do primeiro curso de mestrado em Museologia no Brasil.
O quadro em referência se manteve inalterado no triênio sequente avaliado
2007-2009. Tanto que o Documento de Área 2009 ao trazer um balanço do crescimento
das áreas que integravam a então CSA I na primeira década dos anos 2000, registra que
o crescimento das áreas não se deu na mesma proporção, pois as áreas de Comunicação
e Ciência da Informação já contabilizavam certa quantidade de cursos de mestrado e
100
Disponível em:
http://capes.gov.br/images/stories/download/avaliacaotrienal/Docs_de_area/Ciencias_Sociais_Aplicadas_
doc_area_e_comiss%C3%A3o_16out.pdf. Acesso em: 10 dez. 2016.
101
Além da área Comunicação e Informação, a Grande Área Ciências Sociais Aplicadas é composta ainda
pelas seguintes áreas: Administração Pública e de Empresas, Ciências Contábeis e Turismo; Arquitetura,
Urbanismo e Desgin; Direito; Economia; Planejamento Urbano e Regional/Demografia; e Serviço Social
(CAPES, 2016).
91
doutorado, diferentemente da Museologia que só a partir de 2006 passou a contar com
um único curso de mestrado. O estágio da então área CSA I apresentava o seguinte
balanço: 38 Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 12 em Ciência da
Informação e um em Museologia.
Contudo, no documento em questão, o Comitê de Área já previa que
corroborando a criação de inúmeros cursos de graduação em Museologia nas IES “fica
patente a necessidade de que sejam implementadas iniciativas que levem à criação de
estudos pós-graduados em Museologia” (Documento de Área, 2009, p. 2).
A previsão do Comitê de Área sobre a criação de programas de pós-graduação
em Museologia se tornou realidade. No Documento de Área 2013, concernente à
Avaliação Trienal de 2010-2012, apresenta-se que o cenário da pós-graduação em
Museologia passou a contar com três cursos, sendo dois cursos de mestrado
(acadêmico) e um de doutorado.
Em 2013 a CAPES aprovou a implementação de dois cursos de mestrado em
nível profissional na área da Museologia: o Mestrado Profissional em Arte, Patrimônio
e Museologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o Mestrado Profissional em
Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia do MAST.
Inclusive, o Documento de Área 2016, referente à Avaliação Quadrienal 2017,
assinala a expansão dos mestrados profissionais na CSAI e destaca a expansão da área
da Museologia em termos do quantitativo de programas enfatizando que a área buscou
diminuir a disparidade regional.
A Museologia passou a contar com cinco programas de pós-graduação em
Museologia, sendo que apenas um programa oferece os cursos de mestrado acadêmico e
doutorado. Os demais programas ofertam curso de mestrado acadêmico e profissional,
conforme descrito no Quadro 4, com as respectivas notas/conceito dos cursos
recomendados pela CAPES:
92
Quadro 4 – Programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia recomendados pela
CAPES R
EG
IÃO
ESTADO PROGRAMAS SIGLA ANO DE
CRIAÇÃO
MP/M/D
NOTA
Su
des
te
Rio de
Janeiro
Museologia e
Patrimônio
UNIRIO/MAST
2006
M
4
2011
D
4
Preservação de
Acervos de Ciência
e Tecnologia
MAST 2014
MP
3
São Paulo Museologia USP 2012
M
3
Nord
este
Bahia Museologia UFBA 2013
M
3
Piauí Arte, Patrimônio e
Museologia UFPI 2014
MP
3
Fonte: Elaborado pela autora com base na CAPES (2015)
Nota: M=Mestrado Acadêmico; MP=Mestrado Profissional; e D=Doutorado
Assinala-se que, para efeito desta tese, foram contemplados os programas com
mestrado acadêmico e doutorado pelo fato de se dedicarem à investigações sobre o
status quo da área, diferentemente dos mestrados profissionais que se dedicam, por sua
vez, à aplicação do conhecimento em atendimento às demandas do mercado não
acadêmico. Daí a relevância dos mestrados acadêmicos na formação de profissionais de
alto nível com fins à pesquisa e desenvolvimento do conhecimento científico e
tecnológico comprometido com o avanço de uma área, portanto, com objetivos
diferentes dos mestrados profissionais.
Mesmo com algum avanço, esse cenário faz da área de conhecimento da
Museologia a menor entre as áreas que com ela integram a área Comunicação e
Informação em termos de oferta de cursos de mestrado e doutorado no Brasil.
93
Tendo em conta o exposto, detém-se, na próxima seção, a descrever os
programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia com mestrados acadêmicos e
doutorado contemplados nesta investigação.
3.2 Os programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia
3.2.1 Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro e do Museu de Astronomia e Áreas Afins
O Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPG-PMUS) foi o
primeiro programa stricto sensu em Museologia criado no Brasil, implantado a partir de
maio de 2006. Nasceu a partir da parceria firmada entre a UNIRIO e o MAST.
Desde agosto daquele ano o PPG-PMUS passou a ofertar o curso de mestrado102
.
Após cinco anos da criação do mestrado, o PPG-PMUS teve aprovada, pela CAPES, em
2010, proposta de implantação do curso de doutorado em Museologia e Patrimônio103
.
O PPG-PMUS tem como objetivo formar profissionais de alto nível para a
pesquisa, comprometidos com o avanço do conhecimento na área. Trata-se, portanto, de
um programa acadêmico de orientação teórica, destinado à formação de pesquisadores e
docentes em nível universitário, no campo da Museologia e dos estudos patrimoniais
aberto a profissionais com formação em diferentes campos do conhecimento com
experiência e/ou interesse em Museologia e Patrimônio.
Os cursos de Mestrado e Doutorado são oferecidos em regime presencial, com
atividades acadêmicas concentradas na UNIRIO e no MAST, contudo, aulas teóricas e
práticas também são realizadas em instituições que colaboram com o PPG-PMUS, tais
como: o Museu Nacional de Belas Artes, Museu Histórico Nacional, Museu de Ciências
da Terra, Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro e o Museu Imperial.
O curso tem, também, formato flexível, o qual possibilita interfaces com outros
cursos de pós-graduação stricto sensu, tanto do Brasil como do exterior. Possibilita,
102
A aula inaugural do programa, por ocasião da abertura do primeiro semestre do PPG-PMUS, foi
ministrada pela então Presidente do ICOM Alissandra Cummins (Cummins, 2008), que presidiu o ICOM
no período de 2004 a 2010.
103
Em comemoração aos cinco anos de criação do PPG-PMUS, a aula inaugural do curso de doutorado
em Museologia, primeiro da América Latina, foi ministrada pelo então Presidente do ICOM, Hans-Martin
Hinz, que presidiu o ICOM entre 2010 e 2016.
94
ainda, a integração com os cursos de graduação em Museologia e áreas afins, através do
desenvolvimento de projetos de pesquisa.
As pesquisas e disciplinas do PPG-PMUS se encontram, atualmente,
estruturadas na área de concentração Museologia e Patrimônio, organizadas em duas
Linhas de Pesquisa: Museus e Museologia104
; e Museologia, Patrimônio Integral e
Desenvolvimento Sustentável105
.
O PPG-PMUS se dedica à análise das linhas de inserção da Museologia do
Patrimônio nas redes nacionais, regionais e mundiais de produção simbólica e cultural,
especialmente na América Latina e no Caribe. Busca, ainda, desenvolver interfaces
críticas com as políticas e diretrizes de ação educativa, cultural e de desenvolvimento –
especialmente aquelas diretamente vinculadas ao seu campo de atuação.
Com relação ao corpo docente, de acordo com os dados obtidos por meio de
acesso ao site, bem como por meio de lista nominal recebida da coordenação do
programa, contabilizou 16 docentes pertencentes à categoria de docente permanente e
cinco na categoria de docentes colaboradores. Reforça-se que nesta investigação foram
considerados os 16 docentes do núcleo docente permanente.
Considerando que a reunião em grupos de pesquisas é consequência das relações
formadas por pesquisadores no âmbito acadêmico e profissional e que a formação
desses grupos de pesquisa possibilita a comunicação entre os pesquisadores, a troca e o
compartilhamento de informações e, portanto, o crescimento da produção científica,
observou-se que constam 10 grupos, devidamente cadastrados no CNPq, vinculados ao
PPG-PMUS UNIRIO/ MAST. A descrição dos referidos Grupos de pesquisa, seguida
do ano de formação constam do Quadro 5:
104 Engloba os seguintes conteúdos temáticos: Abordagem do Museu como fenômeno e da Museologia
como campo disciplinar, em suas relações com os diferentes campos do saber. Teoria da Museologia.
Museu: gênese, desenvolvimento e representações no tempo e no espaço. Museu e indivíduo. Museu e
Cultura. Museu e Sociedade. Modelos conceituais de Museu e suas relações com o corpo social.
Museologia e Sistemas Simbólicos. Critérios semiológicos. Terminologia da Museologia. Museologia
como geração do novo: interpretação de realidades. Discurso museológico - constituição e análise. Teoria
da Exposição. Teoria do Objeto. Museologia e novas tecnologias da informação e da comunicação.
105
Engloba os seguintes conteúdos temáticos: Análise das relações entre Museologia e Patrimônio, no
tempo e no espaço, em todas as suas representações: patrimônio natural /cultural / material / imaterial.
Patrimônio virtual. Patrimônio histórico e artístico. Patrimônio científico. Sociedade, cultura e
patrimônio: identidade e diferenças culturais. Patrimônio instituído: local, nacional, regional, global.
Políticas e diretrizes. O Patrimônio Mundial. Metodologias de preservação e conservação do patrimônio.
Museologia, sociedade e o patrimônio integral. Museologia e os Novos Patrimônios. Museologia
Aplicada a Acervos.
95
Quadro 5 - Descrição dos Grupos de Pesquisa do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Grupos de pesquisa Ano de formação
Educação em Ciências em espaços não formais 1991
História e Etnografia em Fronteiras 2000
Museologia e Patrimônio 2001
Preservação de Acervos Culturais 2004
Memória e Preservação da Museologia no Brasil 2005
Políticas Culturais, Instituições e Poder 2006
Paleounirio: Paleontologia, Bioestratigrafia e evolução 2011
Campo da Museologia, perspectivas teóricas e práticas, musealização e patrimonialização
2013
Museologia, Conhecimentos Tradicionais e Ação Social 2013
Grupo de Estudos e Pesquisa em Museologia, Território e Comunicação 2014
Fonte: Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (2016)
No que concerne ao corpo discente, a partir dos dados obtidos por meio da Ficha
de Solicitação de Dados, bem como pelo acesso ao site do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
foi possível ter conhecimento da quantidade de estudantes que ingressaram nos cursos
de mestrado e doutorado oferecidos pelo programa e também o número de estudantes
egressos. Até 2016 o programa contava com 11 edições do mestrado e seis edições do
doutorado. Em sequência, apresenta-se a Tabela 3 que condensa os dados aqui expostos:
96
Tabela 3 – Distribuição de estudantes ingressos e egressos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Edição do processo de
seleção
Mestrado Ingressos
Mestrado Egressos
Doutorado Ingressos
Doutorado Egressos
2006 11 10
2007 11 11
2008 9 8
2009 9 9
2010 16 16
2011 20 20 6 6
2012 15 15 8 7*
2013 15 15 9 7*
2014 10 10 10
2015 19 18* 10
2016 11 9
Total 145 52
Fonte: Ficha de Solicitação de Dados e contato por e-mail para atualização em 2017
Nota: Dois mestrandos a defender dissertação de mestrado Edição 2012 do doutorado tem um doutorando a defender tese de doutoramento Edição 2013 do doutorado tem dois doutorandos a defender tese de doutoramento Um mestrando faleceu antes de concluir o curso.
Os dados condensados na Tabela 3 com a quantidade de estudantes ingressos e
egressos indicam a eficiência do PPG-PMUS UNIRIO/MAST na formação de mestres e
doutores na área da Museologia.
O PPG-PMUS UNIRIO/MAST publica o periódico científico eletrônico
Museologia e Patrimônio, o qual está classificado no Qualis da Capes com estrato B1.
O PPG-PMUS UNIRIO/MAST dispõe de página web para divulgar informações
atualizadas sobre o programa, em conformidade com o quesito de avaliação da CAPES
Inserção Social, especificamente no que toca o aspecto que o quesito engloba que é o da
visibilidade ou transparência dada ao programa à sua atuação. Assim, apresenta-se na
Figura 5 a página web do PPG-PMUS:
97
Figura 5 – Página web do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Fonte: http://ppg-pmus.mast.br/.
3.2.2 Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de
São Paulo
O segundo programa de pós-graduação stricto sensu em Museologia no Brasil
foi criado em 2013 sob a denominação de Programa de Pós-Graduação Interunidades
em Museologia (PPGMus) da USP.
O PPGMus nasceu da iniciativa e da parceria dos diretores dos museus
univeritários vinculados à USP: Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), Museu de
Arte Contemporânea (MAC), Museu Paulista (MP) e Museu de Zoologia (MZ). Assim,
o programa reune docentes que atuam nos quatro museus citados.
O programa tem como área de concentração Museologia, encontrando-se
organizado em três Linhas de Pesquisa: História dos Processos Museológicos106
,
106 Contempla: problematização das dimensões de historicidade de instituições e processos museológicos
e os respectivos impactos socioculturais; análise e proposição de procedimentos curatoriais no que se
refere às distintas possibilidades metodológicas, com vistas ao gerenciamento da informação
museológica.
98
Coleções e Acervos; Teoria e Método da Gestão Patrimonial e dos Processos
Museológicos107
; e Salvaguarda do Patrimônio Cultural e Coleções Museológicas108
.
Com relação ao corpo docente, conforme listagem nominal fornecida pela
coordenação do programa, o PPGMus conta com 10 docentes pertencentes ao núcleo
docente permanente e com dois docentes na categoria de docente colaborador. Assinala-
se que nesta investigação foram considerados os 10 docentes do núcleo docente
permanente.
No que concerne aos Grupos de pesquisa do PPGMus USP, cadastrados no
CNPq, sob liderança dos docentes, contabilizam-se cinco grupos, conforme consta do
Quadro 6:
Quadro 6 - Descrição dos Grupos de Pesquisa do PPGMus USP Grupos de pesquisa Ano de formação
Arqueologia no Guarani no Estado de São Paulo 2003
Comunicação museológica 2007
Musealização da Arqueologia 2009
Grupo de Estudos em Arte Conceitual e Conceitualismos no museu 2011
Grupo de Trabalho Arquivos de Museus e Pesquisa 2012
Fonte: Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (2016)
Quanto ao número de estudantes ingressantes no PPGMus, obtidos por meio de
mensagem eletrônica, tem-se os seguintes números em cada edição do processo seletivo
para o curso de mestrado: 14 estudantes ingressaram no ano de 2012 (ano de abertura do
programa); 13 no ano de 2013; 12 em 2014; 11 estudantes ingressaram em 2015.
Já os números referentes aos egressos do PPGMus USP são os seguintes: da
edição de 2012, 14 estudantes concluíram o mestrado em 2014, ou seja, o total dos
ingressantes na referida edição. O mesmo aplicou-se à edição de 2013 do PPGMus em
que os 13 estudantes concluíram o curso em 2015.
107 Contempla: análise e proposta de modelos de salvaguarda e comunicação museais; análise e
proposição de estratégias de planejamento e gerenciamento de bens patrimoniais e análise e proposição de
instituições museológicas.
108
Caracterizada pela transdisciplinaridade, uma vez que coleções museológicas, ou, no sentido mais
amplo, o patrimônio cultural material em suas várias formas envolve diferentes tipos de materiais, para as
quais a salvaguarda depende largamente não apenas de abordagens investigativas complementares, mas
também da compreensão de que novas estratégias, baseadas em contextos específicos (composição
química, tipo de microambiente, etc) que devem ser consideradas.
99
O PPGMus USP dispnibiliza informações sobre o programa em sua página web
em atendimento ao critério de avaliação da CAPES Inserção Social no tocante ao
aspecto visibilidade ou transparência. A Figura 6 apresenta a página web do PPGMus
USP:
Figura 6 – Página web do PPGMus USP
Fonte: http://sites.usp.br/ppgmus/.
Assinala-se que, por ocasião do Seminário Educação e Museus realizado na USP
entre os dias 26 e 27 de abril 2017, a coordenação do PPGMus USP anunciou na mesa
de abertura do evento que o programa tem envidado esforços para a criação do curso de
doutorado com previsão de que se concretize no ano de 2018.
3.2.3 Programa de Pós-Graduação em Museologia da Universidade Federal da Bahia
O Programa de Pós-Graduação em Museologia (PPGMuseu) da UFBA foi
criado no primeiro semestre de 2013. Com sede na Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas (FFCH) da UFBA, o programa oferta curso de mestrado.
O programa tem como área de concentração Museologia e Sociedade
Contemporânea.
100
De acordo com o documento que regula o PPGMuseu UFBA, o programa “foi
criado para desenvolver e aprofundar a formação de diplomados em cursos de
graduação de duração plena, qualificando-os no grau de Mestres em Museologia”
(Regulamento, n.d).
O curso tem sua ênfase na teoria museológica contemporânea, voltada para os
estudos dos processos museais institucionais ou não. Tem, ainda, como foco as relações
de poder e representações desenvolvidas entre grupos culturais, contemplando
problemáticas inseridas em questões históricas e socioculturais de forma a ressaltar
configurações teórico-conceituais, métodos de abordagem, estratégias, uso e
apropriação do patrimônio cultural.
O PPGMuseu está ancorado em duas linhas de investigação: a Linha de pesquisa
1 sob a designação de Museologia e Desenvolvimento Social109
e a Linha de pesquisa 2
Patrimônio e Comunicação110
.
Quanto ao quadro de docentes do PPGMuseu, obteve-se que o mesmo era
formado por 14 docentes, sendo 11 docentes pertencentes ao núcleo docente
permanente, dois pertencentes à categoria de docente colaborador e um na qualidade de
docente visitante em pós-doutoramento realizado no programa. Assinala-se que nesta
investigação foram considerados os 11 docentes do núcleo docente permanente,
conforme listagem nominal fornecida pela coordenação do programa.
Os docentes, além da atuação no ensino, organizam-se em grupos de pesquisa,
os quais constituem um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente,
estrilados na experiência, no destaque e na liderança no campo científico ou
tecnológico; portanto os grupos se constituem de indivíduos envolvidos profissional e
109 Contempla investigações relativas à teoria museológica contemporânea com base na relação
patrimônio, cultura e preservação, compreendendo o museu como laboratório onde se processa a relação
do homem com o bem cultural e produzem-se leituras e interpretações sobre os grupos sociais. Entende-
se desenvolvimento social na perspectiva de formação dos sujeitos envolvidos na ação museal, tendo o
patrimônio cultural como instrumento de inclusão social e cidadania. Preveem-se discussões sobre as
trajetórias museológicas e/ou patrimoniais, os agentes e a constituição de coleções de natureza diversa,
bem como os estudos sobre o patrimônio cultural, buscando compreender e valorizar as diversas
realidades socioculturais das sociedades contemporâneas. 110 Abarca investigações sobre a relação entre o patrimônio e a comunicação museológica. Tomam-se
como referência, principalmente, as etapas dos processos de musealização, incluindo a documentação,
conservação preventiva e difusão por meio das linguagens expográficas. Inclui abordagens sobre
mediação cultural, estudos de público, bem como o uso e o manejo do ciberespaço e museus digitais,
além do emprego de Tecnologias da Informação e Comunicação.
101
permanentemente com atividades de pesquisa e se estruturam em torno de linhas de
pesquisa.
Desta forma, os grupos de pesquisa liderados por docentes do PPGMuseu da
UFBA cadastrados no CNPq são: Grupo de Estudos sobre Cibermuseus, Observatório
da Museologia Baiana e Grupos de Estudos em Museologia, Museus e Monumentos. A
descrição dos referidos grupos seguida do ano de formação se encontra no Quadro 7:
Quadro 7 - Descrição dos Grupos de Pesquisa do PPGMuseu da UFBA
Grupos de pesquisa Ano de formação
Grupo de Estudos sobre Cibermuseus (GREC) 2002
Observatório da Museologia Baiana (OMB) 2004
Grupos de Estudos em Museologia, Museus e Monumentos (GREMM) 2005
Fonte: Autoria própria com base na homepage do PPGMuseu (2015) e no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (2015)
O PPGMuseu UFBA, até 2016, realizou quatro editais de seleção. As atividades
da primeira edição do mestrado tiveram início no segundo semestre de 2013. As demais
edições foram realizadas no primeiro semestre de cada ano.
Quanto ao número de ingressos no PPGMuseu, tem-se o seguinte quadro: em
2013 ingressaram 10 mestrandos, em 2014 ingressaram cinco mestrandos, em 2015 oito
mestrandos e em 2016 ingressaram 14 mestrandos.
O PPGMuseu UFBA dispõe de página web para divulgar suas informações, em
conformidade às exigências do critério de avaliação da CAPES Inserção Social,
especificamente, no que toca o aspecto da visibilidade ou transparência dada ao
programa à sua atuação. Apresenta-se na Figura 7 a página web do PPG-Museu:
102
Figura 7 – Página web do PPGMuseu UFBA
Fonte: http://www.ppgmuseu.ffch.ufba.br/
Uma última informação sobre o PPGMuseu UFBA, obtida por correio
eletrônico, é que por ocasião do VIII Seminário Internacional de Investigação em
Museologia Social111
, evento ocorrido no período de 14 a 16 de agosto de 2017 na
UFBA, com a finalidade de aprofundar a reflexão sobre a investigação que se
desenvolve em Museologia no Brasil e em Portugal, bem como nos espaços lusófonos
de Moçambique e Cabo Verde, deu-se o segundo encontro entre o programa e a
Universidade de Coimbra (UC), com a qual o programa mantém intercâmbio, para a
concretização da parceria do PPGMuseu UFBA junto ao futuro curso de doutorado da
UC.
111
Disponível em: http://ces.uc.pt/pt/agenda-noticias/agenda-de-eventos/2017/viii-seminario-
internacional-de-investigacao.
103
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104
105
4.1 Produção científica
O estado da arte sobre a pesquisa na área da Museologia pode atrair a atenção de
associações científicas, agências de fomento à pesquisa científica e instituições de
ensino e pesquisa. Estes são importantes espaços institucionais de interação e
compartilhamento da comunidade científica de qualquer área de conhecimento.
Mais estritamente no espaço institucional da universidade, considera-se
importante refletir sobre a produção científica gerada nas mais diversas áreas de
conhecimento com vistas a contribuir para o seu incremento e sua comunicação entre os
pares com fins a evolução da área.
Nesse intento, partindo-se do arcabouço teórico da área da Ciência da
Informação, discute-se sobre a produção científica reconhecendo o seu valor no âmbito
acadêmico-científico por pesquisadores de diferentes áreas científicas que
disponibilizam saberes e conhecimentos adquiridos a partir de pesquisas científicas.
Na perspectiva de Geraldina Porto Witter, detentora de um conjunto de obras
escritas sobre o tema, a produção científica:
está relacionada com a atuação dos cursos de pós-graduação, quer
pelo seu fazer científico, quer pelo seu papel na formação de
professores e pesquisadores que irão atuar em outras entidades,
universitárias ou não. Seu produto ê relevante, inclusive como veículo
para a mudança da dependência para a independência científica e
tecnológica e, consequentemente, econômica e política (Witter, 1989,
p. 29).
Concordando com o exposto por Witter, os autores Mugnaini, Digiampietri e
Mena-Chalco reforçam que a realização de levantamento da produção científica de um
país possibilita investigar aspectos qualificados como resultados do trinômio ciência-
tecnologia-inovação. Possibilita, ainda, “acompanhar o fluxo de comunicação científica
das diversas áreas, (o que) facilita o processo de avaliação da pesquisa, cujas
características são tão diversificadas quanto o é a própria ciência” (Mugnaini,
Digiampietri, & Mena-Chalco, 2014, p. 240).
A produção científica é entendida como toda produção documental sobre um
determinado assunto de interesse de uma comunidade científica específica, que
106
contribui para o desenvolvimento da ciência e, também, para a abertura de novas frentes
de pesquisa (Lourenço, 1997).
Uma outra definição de produção científica parte de Osório e Oliveira que a
definem como “(...) o conjunto de publicações geradas durante a realização e após o
término de pesquisas” (Osório & Oliveira, 2011, p. 5).
Refletindo sobre a polêmica máxima do publish or perish, Maria das Graças
Targino apresenta uma tentativa de categorização sobre o que vem a ser produção
intelectual, produção científica e produção acadêmica justificando que existe
dificuldade em categorizar o que se produz. A autora define a produção intelectual por
aquilo que é produzido por intelectuais entendidos como indivíduos dotados de
inteligência. Considerando a produção cientifica mais fácil de definir, Targino descreve
esta como algo que “propicia o avanço da ciência e tecnologia (C&T), ou seja,
acrescenta algo novo ao manancial de conhecimentos consolidados em determinada área
ou especialidade”. Já a produção acadêmica se refere ao que é produzido nas
instituições de ensino superior por docentes, discentes e também por técnicos
administrativos (Targino, 2010, p. 32).
A produção científica é uma produção intelectual na sua essência que representa
o “espelho da ciência e da comunidade de cientistas de um país e de uma disciplina, o
que em última instância significa dizer que é elemento importante na mensuração do
processo desenvolvimentista das nações” (Targino, 2010, p. 33).
Com efeito, uma considerável fatia da produção científica é gerada no âmbito
das universidades, o que remete a dois aspectos fundamentais apontados por Denise
Alvarez. O primeiro aspecto se refere aos pesquisadores que fazem ciência, são também
docentes, que sugere nesta realidade o encontro de dois ofícios; e, o segundo aspecto de
que a universidade é gerida pelo trinômio ensino, pesquisa e extensão (Alvarez, 2011).
No que se refere ao primeiro aspecto, Alvarez aponta que os docentes estão
permanentemente sujeitos a duas formas de funcionamento organizacional composto
por um conjunto de regras que suscitam em diferentes formas de trabalhar: “como
pesquisadores estão sujeitos a regras e normas das agências financiadoras e
fomentadores de pesquisa e ao seu próprio centro de pesquisa”. Enquanto que como
professores “estão sujeitos à regras e normas da universidade com seus conselhos,
comissões, congregações, cargos, hierarquias” (Alvarez, 2011, p. 1).
107
Quanto ao segundo aspecto, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão indica uma gama de possibilidades: formação de pessoas aptas para o mercado
de trabalho, formação de novos pesquisadores, realização de pesquisas em diferentes
setores com diferentes parceiros com vistas a dar retorno à sociedade que a sustenta
(Alvarez, 2011, p. 1).
É amplamente reconhecido que as atividades inovadoras de pesquisa se
concentram no âmbito dos programas de pós-graduação com cursos de mestrado e
doutorado (Velloso & Velho, 2001).
Nesse contexto, os cursos de mestrado e doutorado se constituem como
responsáveis por parte significativa de pesquisa, oferecendo um campo amplo para o
desenvolvimento intelectual gerador de produção científica (Osório & Oliveira, 2011).
Contudo, para que a produção científica desenvolvida no âmbito dos referidos
cursos possa ser geradora de novos conhecimentos são necessários o reconhecimento e a
aceitação da comunidade científica, com vistas à ampliação e permanente evolução do
conhecimento produzido (Noronha & Maricato, 2008).
A aceitação acontece quando os resultados das pesquisas científicas são
divulgados em canais reconhecidos pela comunidade científica, podendo, assim,
oferecer novos subsídios para construção e crescimento das ciências.
O crescimento das ciências tem sido evidenciado pelo aumento no número de
pesquisadores, pelos investimentos das agências de fomento e pelo volume da produção
científica nas últimas décadas. Población e Noronha (2002, p. 105) assinalam que o
crescimento das ciências “(...) se efetiva pelo esforço que os autores despendem para
divulgar os resultados de suas investigações”, o que ocorre por meio da comunicação
científica.
4.2 A comunicação científica
É por meio da comunicação científica que se tornam públicos e acessíveis os
resultados de investigações, que geram novas discussões, novos debates e outros
questionamentos pertinentes para o desenvolvimento e para o crescimento da ciência
(Osório & Oliveira, 2011).
108
John Desmond Bernal, físico irlandês e clássico historiador da ciência, cunhou o
termo comunicação científica o qual aparece em seu livro The social function of science,
escrito em 1939, em que dedica um capítulo ao tema (Christovão & Braga, 1997). Ao
conceituar comunicação científica, Bernal incluiu atividades concernentes à produção,
disseminação e uso da informação. Em sua obra defendeu a importância do processo de
comunicação da produção científica.
Para Meadows (1999, p. vii), “a comunicação situa-se no próprio coração da
ciência. É para ela tão vital quanto a própria pesquisa, pois a esta não cabe reivindicar
com legitimidade este nome enquanto não houver sido analisada e aceita pelos pares”.
Autores da área da Ciência da Informação como Targino afirma que “a
comunicação científica fundamenta-se na informação científica. Esta gera o
conhecimento científico”. Para a autora o conhecimento científico representa um
incremento ao entendimento universal até então existente sobre uma realidade.
Considerando o seu caráter evolutivo e mutável, “a ciência faz da pesquisa científica o
seu instrumento mor e da comunicação científica o seu elemento básico” (Targino,
2006, p. 192).
Dentre os diversos modelos de comunicação científica existentes na literatura,
faz-se menção aqui ao modelo proposto por Lievrow em parceria com Sampson e
Carley no ano de 1989. Trata-se de um modelo de comunicação científica em que o
ciclo desta é baseado em duas definições fundamentais: processo e estrutura.
O processo de comunicação é entendido como qualquer atividade que facilita a
construção de sentido entre os indivíduos, considerando o compartilhamento da
comunicação envolvida de modo útil e apropriado para uma dada situação. A estrutura
da comunicação é definida como o conjunto de relacionamento entre os indivíduos que
estão ligados pelos significados que eles constroem e compartilham (Lievrow, 1990).
Apreende-se do exposto a importância do processo e da estrutura de
comunicação. Nesse contexto, a pesquisa se torna legítima após sua publicação em
meios aceitos pela comunidade científica, sendo assim identificada como um dos
elementos que compõem a base da comunicação científica.
Traz-se à discussão Oliveira, Mota e Alvarado (2004), citados na dissertação de
mestrado desta investigadora, já mencionada em nota na Introdução desta tese,
retomados aqui porque elencam alguns elementos necessários para uma comunicação
109
científica de qualidade. Os autores reforçam a ideia de que apenas a continuidade e a
validação dos pares não bastam para garantir tal qualidade, mas sim um conjunto de
outros fatores integrados: a) instituições fortes e estáveis para abrigar os grupos de
pesquisa, o que demanda recursos; b) recursos humanos qualificados para exercer a
atividade; e c) canais de comunicação para fluir a produção científica. De acordo com
estes autores, a ausência de um desses elementos gera condições desfavoráveis à
institucionalização da ciência (Costa, 2008).
Autores como Mikailov, Chernyi e Giliareyskii (1984) também são retomados
porque discutem que a comunicação científica é formada por vários processos
realizados pelos cientistas, a saber: o diálogo direto entre estes e especialistas sobre
pesquisas ou desenvolvimento de estudos em que estejam envolvidos; as visitas aos
pares ou aos laboratórios científicos; as apresentações orais para cientistas e
especialistas; a troca de cartas [e-mails]; a permuta de pré-prints (documentos que
aguardam publicação, mas que ainda não foram aprovados) e off-prints (cópias de
documentos já publicados recebidos pelo autor); a preparação do resultado de pesquisas
e desenvolvimentos para editoração, publicação; os aspectos relativos à distribuição das
publicações científicas; e, também, as atividades vinculadas à informação científica, ou
seja, aquelas atividades voltadas à disseminação dos documentos científicos (Costa,
2008).
A obra de Meadows aponta que a comunicação científica se utiliza de dois
canais de comunicação: os canais informais e os canais de comunicação formais como
instrumentos, que podem ser suportes ou mídias, por meio dos quais a informação
científica é transmitida (Meadows, 1999).
Os canais informais são utilizados quando a pesquisa se encontra em estágio
inicial. Esse tipo de canal ocorre por meio da linguagem oral em contatos face-to-face
ou interpessoal, utilizando-se de recursos que não sugere formalidade, por exemplo, os
colégios invisíveis, as reuniões científicas, os telefonemas, e-mails, dentre outros
(Meadows, 1999).
Diferentemente dos canais informais, os canais formais seguem padrões e regras
definidas, são marcados por maior rigor e critérios. Os canais formais (publicações com
divulgação ampla) são utlizados para comunicar os resultados dos processos de
110
pesquisa, quando finalizados, em forma de livros, artigos de periódicos científicos,
relatórios de pesquisa.
Revisitando uma classificação ampliada sobre os tipos de canais de comunicação
científica elaborados por Araújo (1998) em que, além dos canais formais e informais, já
conhecidos, tem-se o acréscimo dos canais semiformais e supraformais, onde os canais
supraformais se caracterizam pelas TIC. Apresentam-se no Quadro 8 os referidos canais
de comunicação, seguidos de sua descrição e exemplos:
Quadro 8 – Tipos de canais de comunicação científica
Canais Descrição Exemplos
Canais informais São canais que se caracterizam “por
contatos realizados entre os sujeitos
emissores e receptores de informação”,
configurando-se em contatos
interpessoais
Reuniões,
Trocas de correspondências
institucionais/técnicas/científicas,
Visitas técnicas, etc.
Canais formais São canais que “veiculam informações
já estabelecidas ou comprovadas através
de estudos”
Documentos
institucionais/técnicos/científicos,
Livros,
Periódicos científicos,
Obras de referência, etc.
Canais semiformais São canais que se constituem pela
utilização simultânea dos canais formais
e informais
Eventos acadêmicos, eventos
técnico-científicos e profissionais,
Desenvolvimento de pesquisas
científicas, etc.
Obs.: utilização, ao mesmo
tempo, de textos, conversa face a
face, palestras, mesas-redondas,
exposição de trabalhos, livros,
periódicos, dentre outros.
Canais
supraformais
São canais que se configuram como
canais de comunicação eletrônica
Documentos eletrônicos,
Livros eletrônicos,
Periódicos eletrônicos,
A própria internet,
Sites especializados de busca,
Documentos wiki construídos de
maneira livre e compartilhada via
internet,
Bases de dados,
Bibliotecas digitais,
Portais de informação científica,
E-mails
institucionais/técnicos/científicos,
etc.
Fonte: Adaptado de Araújo (1998)
111
Com base nos canais de comunicação apresentados, coloca-se em relevo os
artigos publicados em periódicos científicos, os quais refletem na prática, segundo
Duarte (2003), o modo mais comum de comunicação científica, seja por sua ampla
divulgação, seja porque estes são avaliados previamente pelos pares, ou mesmo pela
atualidade do conhecimento científico que disseminam.
A julgar pelo exposto, os periódicos científicos são, portanto, reconhecidos
canais para a ciência, desde aqueles enquadrados como canais formais, sejam os
enquadrados nos mais atuais canais supraformais ou eletrônicos (Mueller, 2000).
Estes últimos refletem o debate atual em torno das mudanças significativas na
comunicação científica, provocadas pelas tecnologias da informação e comunicação
“em termos de formatos, padrões e protocolos no ambiente de pesquisa científica”
(Costa, 2011, p. 1).
4.3 Periódicos Científicos Eletrônicos
Os periódicos científicos se revelam como fontes necessárias para todas as áreas
do conhecimento científico. Eles vêm suscitando um vasto rol de investigações sobre o
seu surgimento, sobre o seu papel na construção e evolução das ciências, sobre a sua
importância, formato, aumento do número de periódicos, visibilidade, impacto, dentre
outras questões (Costa, Nunes & Lopes, 2015).
Nomeadamente, os periódicos cientificos eletrônicos, coexistindo com os
periódicos impressos ou análogicos, surgidos a partir da revolução das tecnologias da
informação e comunicação iniciada na segunda metade do século XX, têm como seus
reconhecidos antecessores os periódicos Journal des Sçavants da Académi des Science
de Paris e o Philosophical Transactions of Royal Society of London112
, os quais
encetaram, segundo Harcout Brown, “a kind of revolution in the world of letters and
science” (Brown, 1972, p. 377)113
.
112
Ambos datam de 1665. O surgimento dos referidos periódicos se deu em virtude da disputa da França
e da Inglaterra pela soberania acadêmica, haja vista serem considerados os centros de excelência da
ciência desde os séculos XVII a XIX. O Journal des Sçavants e o Philosophical Transactions of Royal
Society of London surgiram no momento em que a sociedade passava por significativas mudanças,
sobretudo, no campo científico.
113
“Uma espécie de revolução no mundo das letras e das ciências” (Brown, 1972, p. 377, tradução nossa).
112
As experiências pioneiras para inserção de publicações na Internet aconteceram
em 1978 no Instituto de Tecnologia de Nova Jérsei nos EUA com a produção do
Electronic Information System. Posterior a esse, surgem o Computer Human Factors
(1980-1984) na Inglaterra, e o Journal Revue (1984-1987) na França, contudo tais
iniciativas fracassaram (Le Coadic, 1995; Couzinet & Muszkat, 1999).
Somente a partir da década de 1990, com o advento e a popularização da
Internet, afirmaram-se os periódicos científicos publicados no formato eletrônico,
denominados popularmente de e-journals pelo anglicismo (Costa, 2008).
O primeiro periódico eletrônico, sob o título de The Online Journal of Current
Clinical, foi lançado em 1991 pela organização norte-americana sem fins lucrativos,
considerada a maior cooperativa de bibliotecas, arquivos e museus do mundo, Online
Computer Library Center, Inc. (OCLC) e pela renomada editora American Association
for the Advancement of Science (AAAS). Também foram disponiblizados online The
Online Journal of Knowledge Synthesis for Nursing e Eletronic Letters Online. E em
1995, a famosa Applied Phisics Letters (Le Coadic, 1996).
O periódico em formato eletrônico permite a rápida e contínua difusão dos itens
publicados, acesso permanente, qualquer que seja o locus em que a pessoa se encontre,
aumentando, assim, as possibilidades de pesquisa (Le Coadic, 1996).
Os periódicos científicos eletrônicos são definidos como “periódicos acadêmicos
que são disponibilizados através da Internet e suas tecnologias associadas” (Harrison &
Stephen, 1995, p. 593 tradução nossa).
Na perspectiva de Dias, que desenvolveu investigação que analisou as dinâmicas
de acesso e uso dos periódicos científicos eletrônicos brasileiros da área da Ciência da
Informação, periódico eletrônico é definido como “um material informativo científico,
que foi transformado ou criado para padrões passíveis de publicação da World Wide
Web, e nela disponibilizada” (Dias, 2003, p. 11).
Com base nas definições sobre os periódicos eletrônicos apresentadas,
compreende-se periódico científico eletrônico, no âmbito desta tese, como canal de
disponibilização de conteúdo científico como artigos, relatos de pesquisa, relatos de
experiências, memória de eventos, dentre outros, que se vale das TIC, sobretudo da
113
Internet, e da possiblidade de disponibilização do conteúdo em seus mais variados
suportes e formatos (HTML; epub114
, áudio, etc.), bem como por dispositivos móveis.
A publicação desse tipo de periódico acrescentou novas características de acesso
e uso quanto à interatividade, à hipertextualidade (interna e externa) e à hipermediação
(Simeão, 2003).
Inúmeras são as vantagens dos periódicos científicos eletrônicos: menor custo;
facilidade de avaliação de trabalhos para publicação no formato on-line, na versão blind
review by peers (revisão às cegas por pares) e ad hoc (sob designação específica de
especialistas para cada avaliação); maior divulgação; proteção do acervo; agilidade na
publicação; facilidade de acesso; apresentação do documento adotando novos padrões;
diversidade de formatos/mídias (sons, imagens, vídeos, hipertexto, etc.); e recuperação
da informação automatizada e até personalizada, referindo-se da indexação à busca e
localização de informações (Crespo, 2005; Maia, 2005).
No contexto da publicação de periódicos científicos na Internet, dois modelos de
acesso se destacam: os periódicos por assinatura ou pagos, denominados periódicos de
acesso restrito, e os periódicos com acesso aberto ou gratuito à informação científica,
denominados de acesso livre.
Questões como o reconhecimento no meio acadêmico e entre os profissionais de
informação da necessidade de que a informação científica seja compartilhada com vistas
à promoção do processo de desenvolvimento das nações; o entendimento de que só o
compartilhamento pode diminuir as desigualdades sofridas mundialmente; o custo de
assinaturas dos periódicos e cancelamentos de assinaturas por bibliotecas (conhecido
como “crise dos periódicos”); a limitação ao acesso à literatura ao próprio sistema
científico; e a utilização da Internet acompanhada por maior compreensão das suas
potencialidades e aplicações na publicação científica, é que fizeram surgir o movimento
em favor do acesso livre à informação científica, principalmente, de artigos científicos
que passaram por revisão de pares e foram aceitos ou publicados por revistas científicas
(André, 2005; Kuramoto, 2006; Costa, 2006; Rodrigues, 2014).
114
Electronic Publication é um formato de arquivo digital padrão.
114
4.4 O Movimento de Acesso Aberto
O acesso aberto tem em seu bojo a premissa de que a pesquisa científica
desenvolvida maioritariamente financiada com recursos públicos deve disponibilizar
seus resultados e dar acesso gratuito aos indivíduos/usuários (Freire, 2011).
Para tanto, foi na década de 1990 que começou, em reconhecidas universidades
do mundo, o movimento para que as publicações geradas no ãmbito das mesmas fossem
de acesso aberto com a finalidade de democratizar os resultados das pesquisas (Spinak,
2013, on line). Assim, o acesso aberto foi implementado por iniciativas que surgiram no
final da referida década, o qual ganhou adeptos mundialmente por meio de declarações
e manifestos (André, 2005; Kuramoto, 2006; Costa, 2006; Rodrigues, 2014).
As iniciativas pioneiras em torno do Acesso Aberto, tradução do inglês Open
Access (OA), tiveram início com a Convenção de Santa Fé em 1999 que deu origem ao
Open Archives Initiative (OAI); com a Declaração de Budapest em 2002 que definiu
acesso aberto como disponibilidade livre e irrestrita; com a Reunião de Besthesda; e,
com a Declaração de Berlim, ambas ocorridas em 2003115
.
A OAI foi lançada durante a Convenção de Santa Fé realizada no México em
1999 sob patrocínio de três instituições a Digital Library Federation, a Coalition for
Networked Information e a Natural Science Foundation, tendo como objetivos: a
promoção e a transferência de dados entre diferentes sistemas de acesso livre; a
promoção e o desenvolvimento de padrões de interoperabilidade e compartilhamento de
metadados; além da disponibilização de toda a sua infraestrutura às instituições
cadastradas no site das referidas instituições (Dias, Delfino Junior, & Silva, 2007;
Gruszynski & Golin, 2007).
O Budapest Open Access Initiative (BOAI) se refere a um movimento de
massiva reação da comunidade científica que ocorreu de forma planejada e organizada,
contando com acadêmicos, cientistas, bibliotecários e outras personalidades interessadas
no sistema de comunicação científica (Rodrigues, 2014). A definição e formalização do
acesso aberto à literatura científica deu-se por meio da Declaração de Budapeste,
considerado:
115
Consideradas as que promovem maior aprofundamento sobre o tema do Acesso Aberto, contudo,
mencionam-se Iniciativas anteriores às nomeadas aqui: o ArXiv, de Los Alamos, nos Estados Unidos, e o
E-Prints, de Southampton, no Reino Unido.
115
o primeiro documento a estabelecer e definir o conceito e o termo
open access (que em português se traduziu para acesso aberto ou
acesso livre) e a apontar as duas formas ou vias para a sua
concretização (as revistas e os repositórios de acesso aberto)
(Rodrigues, 2014, p. 181).
A Declaração de Budapeste estabelece que o acesso aberto pode ocorrer por
meio de duas vias: publicação de revistas de acesso aberto e pelo
autoarquivamento/depósito em repositórios de acesso aberto, também designadas, de
acordo com Harnad et al. (2001), como Via Dourada (Golden Road) e Via Verde
(Green Road), respectivamente.
A Via Dourada se refere aos periódicos científicos eletrônicos com acesso aberto
aos seus conteúdos garantido pelos editores dos periódicos (pela indexação dos
periódicos em bases como SciElo, Directory of Open Access Journals (DOAJ), dentre
outras). Já a Via Verde diz respeito ao arquivamento realizado por parte dos autores de
artigos científicos já publicados ou aceitos para publicação, sob autorização dos
editores, para que sejam disponibilizados em repositórios de acesso aberto (como o
ResearchGate).
Além das referidas vias, Spinak (2013, on line) reforça a existência de mais três
variantes consideradas de acesso aberto: Híbrido (autores pagam pela disponibilização
em acesso aberto de seus artigos em um periódico comercial, daí o periódico fica
disponibilizado pela Via dourada apenas nos artigos pagos pelo autor); Embargo
(periódicos por assinatura que após um período de tempo liberam os artigos, tornando-
os de acesso aberto pela Via dourada; e Por tempo limitado (periódicos oferecem alguns
de seus artigos em acesso aberto por um tempo limitado, como uma promoção, mas em
seguida são removidos).
Em 2003, durante a Reunião de Bethesda, foi elaborada uma declaração de
princípios com o objetivo de fomentar discussões sobre como prover o acesso aberto.
Definiu-se, também, o que são publicações de acesso aberto que, segundo Costa (2006,
p. 41) “dessa definição – seminal – têm sido direcionados debates e decisões cruciais
que vêm mudando o panorama da comunicação científica no mundo”.
A Declaração de Berlim contempla os resultados de reunião realizada
primeiramente em 2003 intitulada Open Access to Knowledge in the Sciences and
116
Humanities. A reunião promoveu a Internet como o instrumento funcional para uma
base global de conhecimento científico e reflexão humana, e a especificação de
indicadores que formuladores de política, instituições de pesquisa, agências de fomento,
bibliotecas e museus precisam considerar. Houve, ainda, a ampliação do conceito de
acesso livre, já que resultados de pesquisas científicas originais, dados não processados
e metadados, fontes originais foram incluídos (Costa, 2006). Na Declaração em questão,
o OA deve atender a duas importantes condições: a primeira é que a autoria detentora de
direitos autorais concede aos usuários o direito de acesso gratuito, irrevogável e
mundial, licença para cópia, uso, distribuição, transmissão e exibição do trabalho
publicamente, distribuição de obras em qualquer suporte digital, condicionado à devida
atribuição da autoria. A segunda se refere à inserção de versão completa da obra em
formato eletrônico normalizado e apropriado em pelo menos um repositório
institucional que promova o acesso aberto (Freire, 2011).
Para além das iniciativas descritas, o movimento de acesso aberto à informação
científica continua evoluindo dando origem a inúmeras outras iniciativas, conforme
apresentado no Quadro 9:
Quadro 9 - Cronologia do Movimento de Acesso Aberto à informação científica
Período Descrição
1999 Convenção de Santa Fé – lançamento da Open Archive Initiative
2001 Carta aberta da Public Library of Science (PLoS)
2002 Iniciativa de Budapeste para o Acesso Aberto
2002 Carta ECHO
2003 Declaração de Bethesda
Association of Leaned and Professionals Society Publishers (ALPSP)
Declaração de Berlim sobre o Livre Acesso ao Conhecimento
Declaração de Princípios do Welcome Trust em apoio à edição em livre acesso
Posicionamento do InterAcademiy Panel sobre o acesso à informação científica
Declaração do International Federation Libraries Association (IFLA) sobre o livre
acesso à literatura científica e aos documentos da pesquisa
Declaração de Princípios da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação
(CMSI)
2004 Declaração de Valparaíso, lançada no Chile, para melhorar a comunicação
científica em meio eletrônico
Declaração da Organization Economic Cooperation and Development (OECD)
sobre o acesso aos dados da pesquisa financiada por fundos públicos
Princípios de Washington D. C. para o Livre Acesso à Ciência
Lançamento da Declaração do Estoril sobre o Acesso à Informação durante o 8°
Congresso Nacional de Bibliotecários Arquivistas e Documentalistas realizado em
Estoril, Portugal
Lançamento em Campinas – Brasil de uma declaração de apoio ao acesso aberto
117
durante 2º Simpósio Internacional de Bibliotecas Digitais (SIBD)
Publicação do relatório do comitê do Parlamento Britânico sobre edição científica
2005 Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica
Declaração de Salvador sobre Acesso Aberto: a perspectiva de países em
desenvolvimento. Declaração de Salvador – compromisso com a equidade
Declaração de São Paulo em Apoio ao Acesso Aberto lançada pelo Ibict
2006 Lançamento oficial do Directory of Open Access Repositories (OpenDOAR) pela
Universidade de Nottingham (Reino Unido) e pela Universidade Lund (Suécia)
Declaração de Florianópolis lançada durante o XI Simpósio de Intercâmbio
Científico da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
Lançamento da Carta Aberta à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) durante a realização da 58ª Reunião Anual da SBPC
2007 Education Resources Information Center (ERIC) dos Estados Unidos anuncia um
programa para digitalizar 40 milhões de páginas de documentos em microfichas em
acesso aberto
Open Access Research emite chamada de trabalhos e se torna a primeira revista em
acesso aberto revisada por pares dedicada especificamente acesso aberto
Editora Polimetrica lança um Manifesto do Acesso Aberto, aparentemente o
primeiro de uma editora de livros
JISC e a Universidade de Glasgow lançam o OpenLOCKSS, um novo programa
para o projeto LOCKSS (Lots of Copies Keep Stuff Safe) para a preservação de
revistas em acesso aberto
National Science Foundation (NSF), a PLoS e o San Diego Supercomputing Center
lançam o SciVee (que transmite vídeos que explicam artigos em acesso aberto)
UNESCO lança a versão final da Declaração de Kronberg sobre o Futuro da
Aquisição do Conhecimento e Compartilhamento (Kronberg Declaration on the
Future of Knowledge Acquisition and Sharing)
Social Science Research Network lança oficialmente a Rede de Pesquisa em
Humanidades (Humanities Research Network), uma coleção de repositórios em
acesso aberto em diferentes campos das ciências humanas
Agência Nacional Francesa de Pesquisa (Agence Nationale de la Recherche –
ANR) adota um mandato para o acesso aberto para as pesquisas que financia
Um grupo de pesquisa da Universidade de Granada (Espanha) lança o SCImago,
um banco de dados em acesso aberto de periódicos organizados por área e país
2008 US National Institutes of Health (NIH) divulgam seu mandato para o acesso aberto
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)
aprova modelos em acesso aberto para a troca de software e conhecimento
Lançamento do Planet e-Book, um novo portal de livros sob domínio público em
acesso aberto
Peter Suber e Robin Peek lançam o Open Access Directory
Governo da Comunidade Autónoma de Madrid aprova um mandato do acesso
aberto que exige que resultados das pesquisas que financia sejam depositados em
qualquer um dos repositórios em acesso livre “e-Ciência” da Espanha
Declaração de Brisbane emitida durante a Conferência Open Access and Research
2008 (Brisbane, 24-25 de setembro de 2008)
14 de outubro de 2008 o primeiro Dia Internacional de Acesso Livre
Lançamento oficial da Open Access Scholarly Publishers Association (OASPA)
2009 Os Países Baixos declaram 2009 o Ano do Acesso Aberto
Lançamento da NECOBELAC (Network of Collaboration Between Europe and
Latin American-Caribbean Countries), uma rede de colaboração entre a Europa e a
América Latina e Caribe para promover o acesso aberto para informações na área
118
de saúde
A Biblioteca Nacional de Ciências da China (National Science Library-NSL) e da
Academia Chinesa de Ciências (Chinese Academy of Sciences-CAS) lançam um
repositório e adotam um mandato para o acesso aberto
Declaração de Kigali sobre o desenvolvimento de uma sociedade da informação
equitativa na África, apelando para o acesso equitativo à informação e ao
conhecimento, mas não necessariamente em acesso aberto emitida por
representantes de 27 governos africanos e quatro organizações intergovernamentais
Peter Murray-Rust, Cameron Neylon e Rufus Pollock, entre outros, formulam os
Princípios Panton para dados abertos
A Bíblia Codex Sinaiticus foi digitalizada. Suas mais de 800 páginas foram
reunidas por diferentes museus em quatro países para a nova edição online em
acesso aberto
O Papa Bento XVI critica o “excesso de zelo para proteger o conhecimento através
de uma utilização demasiado rígida do direito de propriedade intelectual,
especialmente no campo da saúde”
No período de 19 a 23 de outubro de 2009 se comemora a primeira Semana
Internacional do Acesso aberto (First International Open Access Week)
2012 Lançamento do Projeto SciELO Books
Fonte: Adaptado de Kuramoto (2006), Peter Suber (2009) e Fausto (2013)
No âmbito europeu, tem-se acompanhado o crescimento do discurso, por parte
de políticos e instituições da União Europeia, de que o acesso aberto à informação
científica é fundamental para o crescimento da investigação no contexto deste
continente, o que os tem levado a envidar iniciativas para que a investigação financiada
por cidadãos da União Europeia seja devidamente disponibilizada em acesso aberto
(Princípe et al., 2013).
O programa europeu de financiamento denominado de Horizon 2020, a decorrer
entre os anos de 2014 e 2020, prevê que a investigação financiada com dinheiro público
deve ser amplamente difundida por meio da publicação de dados e documentos
científicos em acesso aberto. Prevê, ainda, a existência de políticas e projetos-piloto
para garantir acesso aberto a dados científicos resultantes dos projetos financiados
(Princípe et al., 2013).
A definição de políticas e iniciativas de Acesso Aberto na União
Europeia, desenvolvidas principalmente no âmbito da ação da
Comissão Europeia na “Agenda Digital para a Europa” e na área de
“Ciência e Inovação”, tem sido consubstanciada na realização de
vários projetos dinamizados pela comunidade científica e também na
realização de estudos e inquéritos aos investigadores e outros
participantes do processo de publicação e disseminação dos resultados
da investigação (Princípe et al., 2013, p. 175).
119
Nomeadamente, quanto aos projetos da Comissão Europeia no quadro do
Horizon 2020, não se pode deixar de mencionar os projetos financiados pelo 7º
Programa Quadro da União Europeia: Open Access Infrastructure for Research in
Europe (OpenAIRE), OpenAIREplus e o Mediterranean Open Access Network
(MedOANet).
Desenvolvido em um período de três anos (dezembro de 2009 a novembro de
2012), o OpenAIRE foi ampliado para o OpenAIREplus (com início em dezembro de
2011) com duração de dois anos e seis meses, surgido no contexto da “política de
Acesso Aberto da União Europeia (UE), onde se exige aos investigadores a
disponibilização em Acesso Aberto dos artigos que resultem de investigação financiada
pela União Europeia” (Princípe et al., 2013, p. 175).
Sob a designação de projeto MedOAnet, com duração de dois anos (início em
dezembro de 2012), o objetivo era coordenar as políticas de acesso aberto nos paises
que compõem o Mediterrâneo, partícipes do projeto com vistas “a criação de novas
políticas, estratégias e estruturas reunindo as condições necessárias que propiciem o
aparecimento de novas iniciativas” (Princípe et al., 2013, p. 175).
Quanto ao Brasil, no âmbito do que foi discutido a partir da BOAI, de Bethesda
e de Berlim, já mencionadas, a história do acesso aberto no país tem sua marca
cronológica no ano de 2003 como ano do início de suas iniciativas e ações em prol do
acesso aberto à informação científica, envidadas, sobretudo, pelo Ibict, por
universidades e institutos de pesquisas brasileiros (Costa, Kuramoto, & Leite, 2013).
Foi durante a International Conference on Electronic Publishing (ELPUB), em
sua sétima edição, realizada em Guimarães (Portugal) em 2003, que investigadores
brasileiros, vinculados ao Ibict, às universidades e aos institutos de pesquisas, partícipes
do evento, tiveram contato “com questões relacionadas ao movimento mundial de
acesso aberto, particularmente com aquelas questões que envolvem tanto a Via Verde
quanto a Via Dourada” (Costa, Kuramoto, & Leite, 2013, p. 135).
As discussões do referido evento, bem como as apresentações sobre o Open
Journal System (OJS) e sobre a criação do Repositório Institucional do Massachusetts
Institute of Technology (MIT) foram cruciais para o embasamento das iniciativas e
ações brasileiras (Costa, Kuramoto, & Leite, 2013, p. 135).
120
Costa, Kuramoto e Leite sinalizam que o Brasil dispunha de iniciativas que
podem ser consideradas na vanguarda do movimento de acesso aberto que foi o advento
do SciELO em 1997, “embora anterior ao movimento, é o maior exemplo do país”
(Costa, Kuramoto, & Leite, 2013, p. 138).
Ao longo dos anos o Brasil conta, segundo Alves (2008), com diversas
manifestações em prol do movimento de acesso aberto, ressaltando: o Manifesto
Brasileiro em Favor do Acesso Aberto lançado em setembro de 2005; a Declaração de
Salvador lançada na mesma época durante a nona edição do Congresso Mundial de
Informação em Saúde e Bibliotecas; a Carta de São Paulo lançada em dezembro de
2005; a Declaração de Florianópolis lançada em dezembro de 2005 pela Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP); e a Carta Aberta
elaborada em 2006 durante a 58ª Reunião Anual da SBPC.
Além destas manifestações, Alves (2008) assinala a atuação do Ibict, do Centro
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, também conhecido
pelo seu nome original Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) e da ANPEPP
como instituições de reconhecido papel para que o Brasil discuta e implemente ações
nesse sentido.
Especificamente no tocante ao Ibict, instituto de pesquisa vinculado ao então
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), atual Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tão logo após o estabelecimento da
Declaração de Berlim, foi convidado oficialmente, em 2003, a aderir ao movimento de
acesso aberto. Assim, o Manifesto brasileiro de apoio ao Acesso Aberto à informação
científica está totalmente pautado na Declaração de Berlim, objetivando se constituir em
documento referencial para a Política Nacional de Acesso Aberto no Brasil (Costa,
Kuramoto, & Leite, 2013).
O Ibict coordena as atividades de informação em C&T no Brasil com a missão
de promover a competência, o desenvolvimento de recursos e a infraestrutura de
informação em ciência e tecnologia para a produção, socialização e integração do
conhecimento científico e tecnológico. O Ibict atua também na promoção da
popularização da informação científica e tecnológica por meio da idealização de vários
produtos e serviços.
121
Trata-se de uma instituição de referência em projetos voltados ao movimento do
acesso aberto ao conhecimento. Tanto que na linha da evolução global do movimento de
acesso aberto, o instituto lançou mão de ações de capacitação (destinada a bibliotecários
e analistas de sistemas de informação de universidades e institutos de pesquisa, a
editores de periódicos cientificos, a gestores de repositórios de todo o país), tecnologia
(adaptação, aperfeiçoamento e transferência de tecnologias para a construção da base
tecnológica para instauração da Via Dourada e Via Verde), sistemas de informação
(provedores de dados e provedores de serviços) e políticas para o estabelecimento das
duas estratégias de acesso aberto, ou seja, a Via Doutorada e a Via Verde
(sensibilização e influência no comportamento de investigadores, governo, bibliotecas,
universidades e institutos de pesquisa, agências de fomento e editores científicos)
(Costa, Kuramoto, & Leite, 2013).
Neste contexto, o primeiro exemplo de compromisso com o movimento, por
parte do Ibict, foi o lançamento da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
(BDTD) que utiliza modernas tecnologias de arquivos abertos e integra sistemas de
informação de teses e dissertações de instituições de ensino superior (defendidas no
âmbito dos programas de pós-graduação) e pesquisa brasileiras.
Outra iniciativa do Ibict é o Portal Brasileiro de Publicações Científicas em
Acesso Aberto (OASISbr). O OASISbr é um portal que engloba os resultados de
pesquisas brasileiras (livros, capítulos de livros, artigos, periódicos científicos, teses e
dissertações, anais de congressos, trabalhos apresentados em eventos, dentre outros
documentos com texto completo e gratuito) com atualização automática e constante, o
que garante o crescimento do acervo, bem como a consulta e realização de download de
mais de um milhão de publicações científicas em acesso aberto, sendo, portanto,
considerado o maior repositório de acesso aberto da América Latina. O Oasisbr
disponibiliza, também, as produções do Repositório Científico de Acesso Aberto de
Portugal (RCAAP)116
(Ibict, 2015).
116
RCAAP engloba um conjunto de serviços tais como: o Portal RCAAP, o Serviço de Alojamento de
Repositórios Institucionais (SARI), o Serviço de Alojamento de Revistas Científicas (SARC) e o
Repositório Comum. O Portal RCAAP engloba os repositórios científicos de Acesso Aberto das
instituições científicas e de ensino superior portuguesas, além de revistas científicas associadas à estas. O
SARI é destinado às instituições que desejam ter o seu repositório. O SARC hospeda a plataforma de
publicação das revistas científicas. O Repósito Comum é destinado aos investigadores vinculados às
instituições do sistema científico português que não possuam seu próprio repositório institucional.
122
Uma síntese das ações do Ibict em números no que se refere às estratégias de
acesso aberto, Via Doutorada e Via Verde, revela que a instituição apoiou a construção
de 50 repositórios institucionais e que o Brasil contabiliza a existência de mais de 1491
revistas científicas em acesso aberto, conforme dados obtidos em 06 de novembro de
2015 no Ulrichs Periodical´s Directory117
.
Lamentavelmente, as iniciativas descritas até aqui não foram suficientes para o
estabelecimento de políticas públicas de informação dedicada à produção científica
brasleira. Em 2007, de modo a consolidar o compromisso do país com o movimento de
acesso aberto, foi apresentado ao Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 1120/2007118
que trazia determinações para uma política de acesso aberto à informação. Segundo
Costa, Kuramoto e Leite (2013), “o leitmotif do projeto reside nos pressupostos da
Declaração de Berlim, fundamentando, assim, a política nacional brasileira”.
Contudo, o Projeto de Lei foi arquivado pela Câmara dos Deputados em razão
de nova legislatura, mesmo após ter tramitado com êxito em comissões do Congresso
Nacional. O arquivamento deu origem à idealização de uma petição pública que
solicitou o desarquivamento, porém a mesma não obteve êxito, porque o Projeto de Lei
só poderá ser desarquivado por solicitação de seu proponente (Kuramoto, 2011; Freire,
2011), o que até então não ocorreu.
Atualmente, tramita na instância do Senado Federal, o Projeto de Lei
387/2011119
com igual conteúdo do anterior que foi arquivado. Lamentavelmente, o
Brasil ainda se encontra acéfalo de uma política nacional governamental em prol do
acesso aberto.
O que se deduz é que no Brasil a expansão do Movimento Acesso Aberto ocorre
mais por esforços à criação de infraestruturas tecnológicas e operacionais para
disponibilização de ambiente padronizado de gestão da produção científica brasileira,
“do que propriamente ações federais e/ou estaduais fornecendo o apoio político e legal
necessário à sua efetiva consolidação” (Ferreira, 2014, p. 197).
117
Filtro de busca: acesso aberto, brasil, currente, journal.
118
Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=352237.
Acesso em 20 maio 2016.
119
Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/461698.pdf. Acesso em 20 maio 2016.
123
No âmbito das IES e de pesquisa esta realidade é diferente. Tem-se
conhecimento da elaboração e aprovação de políticas institucionais para o acesso aberto
por parte destas, apesar de ainda serem poucas, sendo as políticas idealizadas com base
nas determinações da Declaração de Berlim e do Manifesto Brasileiro.
Ferreira chama a atenção para os desafios enfrentados pelas universidades
brasileiras na implementação do acesso aberto e elenca questões como:
a falta de políticas públicas de informação, desconhecimento dos
autores sobre as questões envoltas no tema dos direitos autorais legais
e patrimoniais, pressão no processo de avaliação de produtividade
pelos organismos federais ainda pautada fundamentalmente em
revistas internacionais com alto fator de impacto, necessidade de
intensa capacitação de equipes de informação para atuar em novo
paradigma, exigência de perfis interdisciplinares inclusive com
advogados habilitados e conhecedores do entorno da produção e
aquisição de conhecimento científico, entre outros (Ferreira, 2014, p.
207).
Certamente, as iniciativas e ações em prol do acesso aberto precisam contar com
o estabelecimento de políticas de acesso aberto nas instituições120
por meio de
documentos culminantes do reconhecimento da importância das estratégias da Via
Verde e da Via Dourada para o compartilhamento e visibilidade da produção científica
de seus investigadores (Amante, 2013; Carvalho, Moreira, & Saraiva, 2013; Ribeiro &
Fernandes, 2013).
O acesso aberto traz uma reconhecida e decisiva colaboração para o avanço da
pesquisa científica e para a sociedade, além de inserir os países em um sistema global de
ciência com fins ao desenvolvimento econômico e social.
Nomeadamente, no cenário luso-brasileiro, em 2009, Brasil e Portugal firmaram
cooperação por meio do Memorando de Entendimento entre MCTI e o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, respectivamente de cada país, em que se
procedeu a agregação da produção científica brasileira (teses, dissertações e demais
produções) disponibilizada nos repositórios brasileiros.
120
No Brasil, a título de exemplo, tem-se a política institucional da USP e a política de acesso aberto da
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) (deu origem ao Repositório Institucional Arca, Portal de Periódicos
da FIOCRUZ, SciELO livros, newsgame sobre acesso aberto). Em Portugal, tem-se a criação da Política
de Acesso Aberto da Universidade do Minho, do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE) e da
Universidade do Porto.
124
A partir disso, desde 2010 os dois países vêm realizando a Conferência Luso-
Brasileira sobre Acesso Aberto (ConfOA) evento que acontece alternadamente a cada
ano no Brasil e em Portugal. No Quadro 10 são descritas as edições do evento:
Quadro 10 – Cronologia de realização da ConfOA
Ano Edições da ConfOA País Local
2010 1ª ConfOA Portugal Braga
2011 2ª ConfOA Brasil Rio de Janeiro
2012 3ª ConfOA Portugal Lisboa
2013 4ª ConfOA Brasil São Paulo
2014 5ª ConfOA Portugal Coimbra
2015 6ª ConfOA Brasil Salvador
2016 7ª ConfOA Portugal Viseu
2017 8ª ConfOA Brasil Rio de Janeiro
Fonte: Autoria própria com base nas homepages da ConfOA
A ConfOA tem como objetivo promover o compartilhamento, a discussão, a
produção e divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisa sobre o acesso aberto em
todas as suas dimensões e perspetivas, propiciando a disseminação de políticas,
investigação e desenvolvimento na área.
A conferência reune a comunidade luso-brasileira, com abertura internacional,
que desenvolvem atividades (investigação, desenvolvimento, gestão de serviços e
definição de políticas) relacionadas com o acesso aberto ao conhecimento, por meio de
periódicos científicos de acesso aberto e de repositórios em instituições de investigação
e de ensino superior.
Quanto às iniciativas e ações luso-brasileiras em prol do acesso aberto, a
conclusão a que se chega é que Portugal mantém sua adesão ao movimento de acesso
aberto pelo estabelecimento e consolidação de repositórios institucionais121
. Já o Brasil,
apesar de promover repositórios institucionais em universidades e institutos de pesquisa,
tem reconhecida adesão, mais expressivamente, ao estabelecimento e consolidação de
periódicos científicos de acesso aberto.
121
A Universidade do Minho (UM) é considerada uma das instituições pioneiras no contexto dos
repositórios institucionais em Portugal desde 2003 (ano em que apresentou à sua comunidade acadêmica
o RepositoriUM) e também no contexto das políticas de acesso aberto em fins do ano de 2004. Outras
iniciativas que merecem destaque: Scientific Eletronic Library Online (SciELO) Portugal, Biblioteca do
Conhecimento Online (B-On), Repositório do ISCTE, Repositório Científico de Acesso Aberto de
Portugal (RCAAP), conforme Rodrigues e Saraiva (2013) e Rodrigues (2014).
125
À guisa de síntese, o movimento de acesso aberto se configura como um
amadurecimento da comunicação científica em que comungam atores individuais e
institucionais em prol da disseminação e da visibilidade de sua produção científica em
acesso aberto para evolução das áreas científicas. O movimento de acesso aberto se
constitui como o acontecimento “mais interessante e talvez importante de nossa época
no que se refere à comunicação científica”, pois ele é representativo da “mudança
provocada no sistema tradicional e profundamente arraigado de comunicação do
conhecimento científico” (Mueller, 2006, p. 27).
126
127
CCAAPPÍÍTTUULLOO 55
PPEERRFFIILL DDOOSS
DDOOCCEENNTTEESS//PPEESSQQUUIISSAADDOORREESS
DDAA PPÓÓSS--GGRRAADDUUAAÇÇÃÃOO EEMM
MMUUSSEEOOLLOOGGIIAA
128
129
A Museologia é uma área acadêmica institucionalizada no Brasil. Esta assertiva
encontra base na existência de ambientes de pesquisa e de formação de pesquisadores
na área, bem como pela existência de produção científica e do reconhecimento da área
da Museologia pelo espaço acadêmico e pelas agências brasileiras de financiamento.
Dessa forma, suscita uma agenda de reflexões sobre as perspectivas da área,
sobre o percurso já trilhado e o que ainda precisa ser consolidado, dentre outras
questões. Para isto, cumpre caracterizar quem são na atualidade os pesquisadores
brasileiros da área da Museologia, onde atuam e a que temas se dedicam.
Assim, percorrendo uma história recente da Museologia, neste primeiro capítulo
dedicado à análise e descrição dos resultados, busca-se compreender quem são os
docentes/pesquisadores brasileiros vinculados aos programas de pós-graduação stricto
sensu em Museologia, com estrita atenção para os que compõem o quadro de docentes
permanentes dos programas.
Conforme descrito no Desenho metodológico desta tese, constante da
Introdução, o quadro de docentes/pesquisadores permanentes dos programas é
composto por 37 (100%) docentes/pesquisadores. O detalhamento deste total por
programa de pós-graduação stricto sensu em Museologia consta da Tabela 4:
Tabela 4 - Quantidade de docentes/pesquisadores permanentes por Programa
Programas Instituição Quantidade de
Docentes Permanentes
%
Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio
Unirio/MAST 16
43%
Programa de Pós-Graduação em Museologia
UFBA 11
30%
Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia
USP 10
27%
Total 37 100%
Fonte: Formulário enviado às coordenações dos programas e consulta à homepage dos mesmos
Em sequência apresentam-se os resultados que viabilizaram delinear o perfil
acadêmico do grupo investigado, de acordo com as categorias de análise definidas e o
que as mesmas englobam (i.e subcategorias), conforme apresentado na Figura 8:
130
Figura 8 - Categorias e subcategorias de análise do perfil acadêmico dos docentes/pesquisadores
Formação Acadêmica
Capacitação Acadêmica
Percurso Acadêmico
Fonte: Autoria própria
Começa-se, portanto, pela categoria Formação Acadêmica que, além de
descrever os cursos de Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado, também
apresenta as instituições em que os mesmos foram realizados. Avança-se para a
categoria Capacitação Acadêmica que contempla a área em que os
docentes/pesquisadores realizaram o estágio pós-doutoral e, finalmente, para a categoria
Percurso Acadêmico que engloba as subcategorias Temas de interesse, Liderança de
grupos de pesquisa, Bolsista de produtividade, Atividade de orientação de dissertação e
tese e o rol de periódicos científicos em que o grupo investigado é Membro do corpo
editorial.
5.1 Formação acadêmica/Titulação
Acerca da categoria Formação acadêmica/titulação do grupo investigado,
apresentados anteriormente, levantou-se a formação em nível de graduação,
especialização, mestrado e doutorado.
5.1.1 Nível de Graduação
Os dados obtidos acerca da formação dos docentes/pesquisadores em nível de
graduação revelou um quadro bastante diversificado, o qual compreendeu sete áreas de
conhecimento. Em consonância com a Tabela de Áreas da CAPES, verificou-se na
formação graduada o predomínio das Ciências Sociais Aplicadas (43%), seguida das
Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado
Temas de interesse; Liderança de grupo de pesquisa; bolsista de produtividade; Atividade de orientação de
dissertação e tese; membro de corpo edtorial
Pós-doutorado
131
Ciências Humanas (33%), observando-se, ainda, ocorrência da área de Linguística,
Letras e Artes e Ciências (9%), Ciências Biológicas (9%) e, também, as Ciências Exatas
e da Terra (2%), Engenharias (2%) e Outros (2%).
Identificou-se que a formação graduada do grupo investigado é composta por 43
cursos de graduação, isso porque cinco (13%) docentes/pesquisadores realizaram mais
de um curso de graduação. Algo que se aplica a três docentes/pesquisadores do PPG-
PMUS UNIRIO/MAST e dois do PPGMuseu UFBA.
Os cursos de graduação identificados seguem detalhados na Tabela 5
obedecendo a nomenclatura registrada pelos docentes/pesquisadores no Currículo
Lattes:
Tabela 5 - Formação graduada dos docentes/pesquisadores
GRADUAÇÃO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Museologia 8 6 14
História 1 4 3 8
Ciências Biológicas 2 1 3
Arquitetura e Urbanismo 1 1 2
Geografia 1 1 2
Ciências 1 1
Ciências Sociais 1 1
Comunicação Social 1 1
Direito 1 1
Educação Artística 1 1
Engenharia Metalúrgica e de Materiais 1 1
Geologia 1 1
Letras 1 1
Letras Vernáculas com Francês 1 1
Pedagogia 1 1
Pintura 1 1
Psicologia 1 1
Sociologia e Política 1 1
Teologia 1 1
Total 19 10 14 43
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Constatou-se que a formação graduada em Museologia aparece com maior
incidência, 14 (38%) casos. Em seguida aparece a formação em História com oito
(22%) ocorrências.
O PPG-PMUS UNIRIO/MAST é o programa com maior número de
docentes/pesquisadores com graduação em Museologia. Do total de
132
docentes/pesquisadores do programa que totaliza 16 docentes, oito possuem graduação
em Museologia. Do total de oito docentes/pesquisadores do referido programa, dois
foram formados pelo MHN e os demais pela UNIRIO, instituição herdeira do Curso de
Museus do MHN.
O PPGMuseu UFBA conta com seis docentes/pesquisadores graduados em
Museologia, todos formados pelo segundo curso criado na área da Museologia no
Brasil, o Curso de Graduação em Museologia da UFBA.
Diferentemente do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e do PPGMuseu UFBA, o
PPGMus USP não computa em seu quadro docente/pesquisador com graduação em
Museologia. Algo que encontra explicação no fato de não existir em São Paulo curso de
graduação em Museologia até a primeira década do século XXI. Somente a partir de
2011 é instalado o primeiro curso de graduação em Museologia na FAECA DOM
BOSCO, instituição privada. Anos mais tarde, precisamente em 2014, outra instituição
privada, a UNICASTELO, passou a ofertar o curso.
A explicação anteriomente dada pode reforçar a constatação de que o PPGMus
USP é o programa que apresenta o maior número de docentes/pesquisadores com
formação graduada em História pela própria USP.
Ao analisar a formação graduada dos docentes/pesquisadores, observou-se que a
maioria, 26 (70%) docentes/pesquisadores realizou o curso de graduação em instituições
públicas de ensino superior do Brasil e que seis (16%) docentes/pesquisadores
realizaram o curso em instituições privadas.
Os demais docentes/pesquisadores, os quais possuem mais de um curso de
graduação, o realizaram em instituições públicas e privadas, correspondente a quatro
docentes/pesquisadores. Embora se tenha mencionado cinco (14%)
docentes/pesquisadores com mais de uma graduação, esclarece-se que a diferença está
na situação de que um dos docentes/pesquisadores cursou as duas graduações em
universidades públicas.
Na Tabela 6 são listadas as instituições em que os docentes/pesquisadores
cursaram a graduação:
133
Tabela 6 - Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos de graduação
INSTITUIÇÕES PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Universidade Federal da Bahia 9 9
Universidade Federal do Rio de Janeiro 3 2 5
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 4 4
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
4 4
Universidade de São Paulo 4 4
Universidade Católica de Salvador 3 3
Museu Histórico Nacional 2 2
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
2 2
Universidade Federal do Pará 2 2
Faculdade de Belas Artes de São Paulo 1 1
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
1 1
Pontifícia Universidade Lateranense 1 1
Universidade Católica de Santos 1 1
Universidade de Sorocaba 1 1
Universidade do Estácio de Sá 1 1
Universidade Estadual de Campinas 1 1
Universidade Federal Fluminense 1 1
Total 18 10 15 43
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Conforme exposto na Tabela 6, apenas um curso de graduação foi realizado em
instituição de ensino no exterior. No caso corresponde a um docente/pesquisador
vinculado ao PPGMuseu UFBA que cursou a graduação em Teologia pela Pontifícia
Universidade Lateranense (PUCLATERANUM) na Itália.
O cenário da realização de cursos de graduação, quase em sua totalidade no
Brasil, permite concluir que a formação graduada do grupo investigado é uma formação
local.
5.1.2 Nível de Especialização
No que se refere à formação em nível de especialização, constatou-se que 13
(35%) docentes/pesquisadores possuem título de especialista obtido por meio da
realização de 20 cursos de especialização identificados.
134
A descrição dos cursos obedecendo a nomenclatura registrada no Currículo
Lattes e a incidência de cada um deles compõem a Tabela 7:
Tabela 7 - Formação especializada dos docentes/pesquisadores
ESPECIALIZAÇÃO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Museologia 2 2
Ação Educativa e Cultural em Museus 1 1
Assement and Management of Enviromental 1 1
Conservação e Restauração de Monumentos e Conjunto
1 1
Cultura e Arte Barroca 1 1
Diálogos entre História e História da Ciência 1 1
Docência no Ensino Fundamental e Médio 1 1
História da Arte e Arquitetura no Brasil 1 1
Linguística Aplicada do Ensino do Português 1 1
Marketing 1 1
Médio de Francês I e II 1 1
Metodologia do Ensino Superior 1 1
Museologia – A conservação museológico Museu de Arte
1 1
Museologia – Museus de Indústria, Ciência e Técnica
1 1
Museologia Avançada 1 1
Museologia, Curadoria Museológica e Pequenos Museus
1 1
O Público em Ação Cultural 1 1
Orgnização de Arquivos 1 1
Pré-História 1 1
Total 7 6 7 20
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Com base nos dados, observou-se que os docentes/pesquisadores dos três
programas detém curso de especialização em Museologia ou especialização dentro do
escopo de atuação da área.
A Tabela 8 apresenta as instituições em que os docentes/pesquisadores cursaram
a especialização:
135
Tabela 8 - Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos de especialização
INSTITUIÇÕES PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
5 1 6
Universidade de São Paulo 1 2 3
Centro Interamicano de Capacitación Turística 1 1
Fundação Getúlio Vargas 1 1
Ghent University 1 1
Instituto Católico de Paris 1 1
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
1 1
UniverCidade 1 1
Universidade Cândido Mendes 1 1
Universidade Católica de Salvador 1 1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 1 1
Universidade Federal da Bahia 1 1
Universidade Federal de Ouro Preto 1 1
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
1 1
Universidade Federal do Pará 1 1
Total 9 6 7 22
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Pelos dados compilados na Tabela 8, identificou-se que os cursos de
especialização foram realizados em 22 instituições. Destas, a maioria é do Brasil e
apenas três são instituições estrangeiras com sede na Bélgica, na Espanha e na França.
Constatou-se grande incidência de curso de especialização realizado na FESPSP,
instituição sede do primeiro curso lato sensu em Museologia, fundado por Waldisa
Rússio, já comentado no Capítulo 2 desta tese.
Os docentes/pesquisadores investigados, precisamente os egressos do referido
curso e com investigação orientada pela fundadora do curso, Waldisa Rússio, são,
portanto, memórias vivas do pioneirismo e do esforço de Rússio na construção da área
da Museologia em seus aspectos técnicos e conceituais, na época. Tanto que uma das
egressas do curso de especialização encabeçou uma coletânea publicada em dois
volumes dedicada à obra de Waldisa Rússio (Bruno, Araújo, & Coutinho, 2010). A
notável Waldisa Rússio, além de preconizar a formação especializada em Museologia
136
no Brasil, compôs o grupo responsável por regulamentar a profissão de museólogo122
e,
mais tarde, o grupo que criou o Conselho Regional de Museologia de São Paulo123
.
5.1.3 Nível de Mestrado
No tocante à formação em nível de mestrado, identificou-se, assim como na
graduação, diversidade, mas também, em áreas correlatas como Memória Social,
História, Ciência da Informação, dentre outras, além de áreas transversais.
Assim, identificou-se que 34 (92%) docentes/pesquisadores realizaram curso de
mestrado. Os demais, três (8%) docentes/pesquisadores, não realizaram curso de
mestrado, portanto, realizando após a graduação o doutorado direto.
Em seguida, na Tabela 9, descrevem-se os cursos de mestrado realizados pelos
docentes/pesquisadores, conforme a nomenclatura registrada no Currículo Lattes:
122
A profissão de Museólogo é regulamentada pela Lei 7.287 de 18 de dezembro de 1984. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7287.htm. Acesso em: 10 set. 2016.
123
O quadro atual de Conselho Regional de Museologia (COREM) é o seguinte: COREM - 1ª Região
(Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe), COREM - 2ª Região (Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), COREM - 3ª Região (Rio Grande do Sul), COREM - 4ª
Região (São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal) e COREM – 5ª Região
(Paraná e Santa Catarina). Disponível em: http://cofem.org.br/acesso-a-informacao/. Acesso em: 10 set.
2016.
137
Tabela 9 - Titulação dos docentes/pesquisadores em nível de Mestrado
MESTRADO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Artes Visuais 2 2 4
Educação 3 1 4
História Social 3 3
Memória Social 3 3
Ciência da Informação 1 1 2
História 1 1 2
Antropologia 1 1
Arqueologia 1 1
Arquitetura e Urbanismo 1 1
Artes 1 1
Ciências Biológicas 1 1
Ciências da Comunicação 1 1
Ciências Sociais 1 1
Comunicação 1 1
Comunicação e Cultura Contemporânea 1 1
Engenharia Metalúrgica e de Materiais 1 1
Geologia 1 1
História e Crítica da Arte 1 1
Linguística 1 1
Museologie et Mediation Culturelle Dea 1 1
Museums and Galleries Management 1 1
Psicologia Social 1 1
Sociologia e Antropologia 1 1
Teologia dogmática 1 1
Total 16 10 10 36
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Os dados condensados na Tabela 9 permitem observar que apenas dois (5%)
docentes/pesquisadores possuem mestrado na área da Museologia. Trata-se dos cursos
de mestrado sob a denominação de Museums and Galleries Management e Muselogie et
Mediation Culturelle Dea.
Constatou-se, ainda, que do universo de 37 docentes/pesquisadores, apenas um
(3%) deles, pertencente ao PPGMus USP, realizou dois cursos de mestrado, sendo o
primeiro em Psicologia Social e o segundo em Museums and Galleries Management, já
mencionado em parágrafo anterior.
No que respeita à instituição em que os docentes/pesquisadores cursaram o
mestrado, observou-se que 31 (84%) deles se titularam em IES públicas e privadas do
Brasil.
138
Já os que realizaram os cursos de mestrado no exterior somam três (8%)
docentes/pesquisadores sendo identificadas as seguintes instituições: Pontifícia
Universidade Gregoriana (Itália), a Université Dávignon (França) e a The City
University (Inglaterra).
Seguem descritas na Tabela 10 as instituições em que os docentes/pesquisadores
realizaram os cursos de mestrado:
Tabela 10 – Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos de mestrado
INSTITUIÇÕES PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Universidade Federal do Rio de Janeiro 8 1 9
Universidade de São Paulo 6 6
Universidade Federal da Bahia 6 6
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
3 3
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
2 2
Universidade Estadual de Campinas 1 1 2
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1 1
Pontifícia Universidade Gregoriana 1 1
The City University 1 1
Universidade de Brasília 1 1
Universidade Federal Fluminense 1 1
Université D’Avignon 1 1
Total 16 9 9 34
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Observou-se que três (8%) docentes/pesquisadores não realizaram curso de
mestrado, pois seguiram para o doutorado direto. A modalidade de doutorado direto é
oferecida por alguns programas de pós-graduação do Brasil em que o interessado,
possuidor de formação graduada, pleiteia ingresso no doutorado direto diante de
reconhecidos currículo e produção intelectual.
Trata-se de uma modalidade que, geralmente, atinge os que já atuam na docência
e na pesquisa. Assim, o interessado na modalidade de doutorado direto deve apresentar
uma proposta de pesquisa que terá o mérito julgado por meio de análise da maturidade
da proposta apresentada, além do histórico escolar (Brocksom & Andrade, 1997).
139
5.1.4 Nível de Doutorado
Os 37 docentes/pesquisadores dos programas de pós-graduação stricto sensu em
Museologia são detentores do título de Doutor.
Ora bem, esta titulação é requisito básico para vinculação a qualquer programa
de pós-graduação stricto sensu no Brasil com vistas a atuar em quaisquer das categorias
de vinculação docente (permanente, colaborador ou visitante).
O quadro dos cursos de doutorado apresenta diversidade de áreas de formação.
Foram identificadas 23 áreas científicas, conforme consta da Tabela 11, seguindo a
nomenclatura registrada pelos docentes/pesquisadores no Currículo Lattes:
Tabela 11 - Titulação dos docentes/pesquisadores em nível de Doutorado
DOUTORADO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Artes Visuais 3 3
Ciências Sociais 3 3
Educação 2 1 3
Arqueologia 2 2
Arquitetura e Urbanismo 2 2
Ciência da Informação 2 2
Ciências da Comunicação 1 1 2
Comunicação e Cultura Contemporânea 2 2
História 2 2
História da Arte 2 2
História Social 2 2
Artes 1 1
Ciências Biológicas 1 1
Comunicação 1 1
Engenharia Metalúrgica e de Materiais 1 1
Ensino e História de Ciências da Terra 1 1
Estudos Contemporâneos 1 1
Geociências 1 1
História das Ciências 1 1
Linguística 1 1
Psicologia Social 1 1
Sociologia 1 1
Teologia 1 1
Total 16 10 11 37
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Uma outra constatação acerca do grupo investigado é que sete
docentes/pesquisadores têm a mesma formação em área científica na graduação, no
140
mestrado e no doutorado. Este panorama está distribuído da seguinte forma: três
docentes/pesquisadores do PPGPMUS UNIRIO (Engenharia Metalúrgica e de
Materiais; Ciências Sociais; Letras), dois do PPGMus USP (Ciências Biológicas;
Psicologia); e dois do PPGMuseu UFBA (Educação; Teologia).
No que concerne as áreas, obteve-se maioria das Ciências Humanas (44%),
seguidas das áreas das Engenharias, Ciências Exatas e da Terra, Letras, Linguística e
Artes e Ciências Biológicas, com 14%, cada.
Centrando-se ao local em que os docentes/pesquisadores se titularam, constatou-
se que 32 (86%) docentes/pesquisadores realizaram o doutorado em instituições do
Brasil, enquanto cinco (14%) se doutoraram em instituições do exterior.
A Tabela 12 contém as instituições do Brasil e do exterior em que os
docentes/pesquisadores se titularam.
Tabela 12 - Instituições em que os docentes/pesquisadores realizaram os cursos de doutorado
INSTITUIÇÕES PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Universidade de São Paulo 10 1 11
Universidade Federal do Rio de Janeiro 6 6
Universidade Federal da Bahia 4 4
Universidade Estadual de Campinas 3 3
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 1 1 2
Universidade do Porto 2 2
Universidade Federal Fluminense 2 2
Fundação Oswaldo Cruz 1 1
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
1 1
Pontifícia Universidade Gregoriana 1 1
Universidade de Coimbra 1 1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 1 1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1 1
Université du Québec à Montréal 1 1
Total 16 10 11 37
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
No caso da realização do doutorado no Brasil, observou-se que a USP, a UFRJ e
a UFBA são as instituições com maior incidência, inclusive os docentes/pesquisadores
do PPGPMus USP são em sua totalidade doutores pela USP.
As IFES da região Sudeste concentram o maior número de
docentes/pesquisadores titulados, 19 (51%), com exceção da UFBA, localizada na
141
região nordeste do país, com quatro (11%) titulações pela instituição. Identificaram-se,
também, instituições de ensino superior estaduais que concentram quatro (11%) das
titulações obtidas, com destaque para a UNICAMP, localizada em Campinas, São
Paulo.
Particularmente no contexto de titulação obtida em universidades privadas do
Brasil, que somam três docentes/pesquisadores, constatou-se que um (3%)
docente/pesquisador se titulou pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC/RJ) e que dois (5%) docentes/pesquisadores se titularam pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP)
Entre as universidades estrangeiras em que os docentes/pesquisadores se
titularam, destaca-se a Universidade do Porto (UP). A UP titulou em História da Arte
dois (5%) docentes/pesquisadores, seguida da Universidade de Coimbra (UC), da
Université du Québec à Montreal e da Pontifícia Universidade Gregoriana (PUG) que
titularam um (3%) docente/pesquisador, cada, no caso em Estudos Contemporâneos,
Sociologia e Teologia, respectivamente. Todos estes docentes titulados em
universidades estrangeiras são do PPGMuseu UFBA.
5.2 Capacitação acadêmica
Com relação à categoria Capacitação acadêmica, levantou-se a capacitação do
grupo investigado em termos de realização de estágio de pós-doutoramento.
Na senda da capacitação acadêmica dos docentes/pesquisadores via estágio pós-
doutoral, cumpre esclarecer que esta consiste da realização de um estágio de pesquisa
para o aprimoramento de competências e para a necessidade de reciclagem e atualização
de qualquer docente/pesquisador. Aliado a isto, pressupõe que haja benefícios, também,
para o programa de pós-graduação a que o docente/pesquisador está vinculado, já que se
trata de uma modalidade de capacitação inserida no âmbito da pós-graduação .
Nesse sentido, um estudo que avaliou os resultados da capacitação docente via
estágio pós-doutoral por meio da produção científica e bibliográfica, reforça que o pós-
doutorado surge no cenário da pós-graduação como uma modalidade de capacitação a
mais na carreira acadêmica, advertindo que, considerando o escalonamento vigente da
142
carreira docente, esta tem seu ponto máximo de exigência no título de doutorado
(Calvosa, Repossi & Castro, 2011).
Nessa linha de capacitação acadêmica e educação continuada, faz-se menção ao
Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD)124
, instituído pela CAPES em 2013 que,
por meio de concessão institucional, financia estágios pós-doutorais em programas de
pós-graduação stricto sensu recomendados pela CAPES.
O PNPD tem como finalidades promover a realização de estudos de alto nível ou
excelência; reforçar os grupos de pesquisa nacionais; renovar os quadros dos programas
de pós-graduação nas instituições de ensino superior e pesquisa; e, possibilitar a
incursão de pesquisadores brasileiros e estrangeiros em estágio pós-doutoral,
fomentando seu envolvimento em projetos de pesquisa desenvolvidos pelos programas
de pós-graduação no país. O PNPD reforça a importância da educação continuada para a
comunidade acadêmica, determinante para a excelência em quaisquer áreas de
conhecimento (CAPES, 2016).
Desta forma, buscou-se identificar em quais dos programas existem
docentes/pesquisadores com pós-doutorado. Obteve-se, portanto, que 15 (40%)
docentes/pesquisadores realizaram estágio pós-doutoral. Este quadro se encontra
distribuído da seguinte forma:
O PPGMuseu UFBA tem em seu quadro oito (22%) docentes/pesquisadores
com pós-doutorado;
O PPG-PMUS UNIRIO/MAST tem em seu quadro cinco (13%)
docentes/pesquisadores com pós-doutorado; e
O PPGMus USP conta em seu quadro com dois (5%) docentes/pesquisadores
com pós-doutorado.
Dentre os 15 docentes/pesquisadores que realizaram estágio pós-doutoral,
evidenciou-se que dois docentes/pesquisadores realizaram mais de um pós-doutorado.
Assim, chegou a um total de 19 estágios pós-doutorais.
124
Portaria nº 086 de 03 de julho de 2013. Regulamento do PNPD se encontra disponível em:
http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria_86_2013_Regulamento_PNPD.pdf
. Acesso em: 20 jan. 2017.
143
Enfocando-se a área em que os docentes/pesquisadores realizaram o estágio pós-
doutoral, elaborou-se a Tabela 13 que apresenta os dados contemplando a Grande área,
a área específica, a subárea e a especialidade conforme registro dos próprios
docentes/pesquisadores no Currículo Lattes, seguindo a classificação da CAPES:
Tabela 13 - Área de realização do pós-doutorado
GRANDE ÁREA – ÁREA - SUBÁREA- ESPECIALIDADE
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Ciências Sociais Aplicadas – Museologia 4 2 6
Ciências Humanas. História 2 1 2 5
Ciências Humanas - Antropologia 1 1
Ciências Humanas - Sociologia 1 1
Ciências Humanas. Educação 1 1
Ciências Sociais Aplicadas – Ciência da Informação
1 1
Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação – Comunicação Visual - Cibercultura
1 1
Linguística, Letras e Artes – Letras Clássicas 1 1
Não especificou 2 2
Total 6 5 8 19
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes e consulta à Tabela de áreas da CAPES
Ao se considerar de forma específica a área em si, independentemente da grande
área, nota-se que a área da Museologia foi a mais procurada para efeito de realização do
estágio pós-doutoral, portanto, com maior incidência. Em seguida aparece a área da
História. Além destas, incidiram outras áreas do conhecimento como Ciência da
Informação, Educação, Sociologia, Antropologia, Letras, Ciências Sociais e
Comunicação.
Do total de 19 pós-doutorados, observou-se que sete (37%) pós-doutorados
foram subsidiados com concessão de bolsas de estudo obtidas da CAPES, do CNPq, da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e, também, da
agência portuguesa Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT). Em termos quantitativos,
foi a FAPESP a agência que mais concedeu bolsas com total de quatro (58%). As
demais agências subsidiaram um (14%) pós-doutorado cada.
Em termos de local de realização do pós-doutorado, cotejando o total de 19 pós-
doutorados, constatou-se o predomínio de sua realização em instituições estrangeiras
144
que somam 11 (58%) pós-doutorados, seguido da realização no Brasil, que abarcou oito
(42%) pós-doutorados. Este cenário é apresentado na Tabela 14:
Tabela 14 - Instituições de realização do pós-doutorado
INSTITUIÇÕES PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2 2
Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 2
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia
2 2
Musée Dauphinois 1 1
Musée de Bretagne 1 1
Museé de l´Homme 1 1
Museu Histórico de Londrina 1 1
Museu Paulista 1 1
Universidade de Aveiro 1 1
Universidade de Coimbra 1 1
Universidade de Varsóvia 1 1
Universidade do Minho 1 1
Universidade Federal de Goiás/ Universidad del Norte/ Université Perpignan
1 1
Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
1 1
Université Paris-Sorbonne 1 1
University of California 1 1
Total 6 5 8 19
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
A despeito da realização de pós-doutorado no exterior, é fato que esta oportuniza
a interação e a convivência com pesquisadores internacionais de alto nível
cientificamente, além de inserção em redes internacionais (Velho, 2001).
Nesse contexto de realização de pós-doutorado no exterior, no caso do grupo
investigado, Portugal é o país predominante na realização do pós-doutorado. Acredita-se
que isto se deve à facilidade da língua e, também, pela tradição das universidades
portuguesas. Apesar de países como a França, os Estados Unidos e a Polônia terem
incidência, é Portugal que representa sozinho 26% dos estágios de pós-doutorado. No
caso em tela, foram realizados estágios pós-doutorais na Universidade de Coimbra
145
(UC)125
, na Universidade de Aveiro (UA), na Universidade do Minho (UM) e na
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT)126
.
5.3 Percurso acadêmico
Acerca da categoria Percurso acadêmico do grupo investigado, levantou-se os
Temas de interesse, Liderança de grupo de pesquisa, Bolsista de produtividade em
pesquisa; Atividade de orientação de dissertação e tese; e Membro do corpo editorial
de periódicos científicos.
5.3.1 Temas de interesse
Dentro da categoria Percurso acadêmico, a subcategoria Temas de interesse
gerou o espectro de 61 temas registrados no Currículo Lattes dos
docentes/pesquisadores. Os mesmos foram organizados por programas e se optou por
enquadrá-los nas linhas de pesquisa dos referidos programas. De modo a evidenciar a
frequência dos termos, aplicou-se negrito aos termos de maior incidência, conforme
apresentado no Quadro 11:
125
Oferece curso de mestrado em História com especialização em Museologia, o qual foi criado em 2006
com vinculação à Faculdade de Letras (FLUC). A criação do curso deu-se como continuidade ao curso de
mestrado em Museologia e Patrimônio Cultural, criado em 1998. Em pesquisa ao site da A3ES em 2016,
identificou-se que, mesmo dentro do período de acreditação, o curso foi descontinuado pela UC.
126
Primeira universidade em Portugal, nos termos da reforma de Bolonha, a assegurar o ensino específico
da Museologia tanto em nível de mestrado quanto de doutorado. Os referidos cursos datam de 1998 e de
2007, respectivamente, ambos acreditados pela A3ES em 2012. Contudo, o fato é que a Museologia está
presente na ULHT desde 1991, haja vista que a formação na área começou na instituição com um curso
de especialização que sete anos mais tarde deu início ao curso de mestrado. A ULHT oferece curso de
mestrado e doutorado em Museologia (ULHT, 2014). Assinala-se que a Diretora do Programa de
Mestrado e Doutoramento em Museologia da ULHT, a Professora Doutora Judite Santos Primo, é egressa
do Curso de Graduação em Museologia da UFBA. Desde a criação dos cursos de mestrado e doutorado
em Museologia, a ULHT conta com o apoio permanente de docentes brasileiros vinculados aos
programas de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia da UNIRIO, USP e UFBA. A importância da
colaboração dos docentes brasileiros é expressa nas palavras de Mario Caneva Moutinho, Reitor da
ULHT, ao dizer que “metade do que fazemos aqui na U. Lusófona se deve aos contributos de museólogos
e professores das universidades brasileiras. Isso é uma dívida que temos de reconhecer permanentemente”
(Moutinho, 2015).
146
Quadro 11 - Temas de interesse
PROGRAMAS LINHAS DE PESQUISA TEMAS DE INTERESSE DOS DOCENTES/PESQUISADORES
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu e Museologia Museologia; Museu; Educação em museus; Musealização; História e memória da Museologia; Terminologia na Museologia; Discurso museológico Museologia social; Memória social; Museografia; Estudo de acervos; Formação do museólogo; Processo de comunicação e cognição entre museu e público; Acessibilidade em museus; Museologia e Ciência da Informação; Comunicação; Informação e comunicação em museus; Informação em arte; Turismo cultural; Paleozóico; Bivalvia; Comunidade paleozoicas; História da Ciência; Formação docente; Currículo; Acesso público; Educação em ciências; Fronteiras e colonialismo; Movimento indígena; Objetos fronteiriços.
Museologia, Patrimônio Integral e Desenvolvimento
Divulgação científica; Patrimônio; Memória e patrimônio; Patrimônio científico; Patrimonialização; Patrimônio e educação; Política e patrimônio cultural; Conservação; Coleções histórico-científicas; Cultura; Cultura científica; Sociedade e desenvolvimento; Saúde cultural; História da arquitetura do Rio de Janeiro; Astronomia cultural; Educação ambiental; Jardim Botânico e meio ambiente.
PPGMus USP
História dos processos museológicos, coleções e acervos
Museus; Exposições; Museologia; História dos Museus de História Natural; Divulgação científica; Expografia; Arquitetura de museus;
Teoria e método da gestão patrimonial e dos processos museológicos
Gestão museológica; Comunicação museológica; Teoria museológica; Historicidade dos processos museológicos; Avaliação museológica; Documentação museológica; Educação em museus; Educação patrimonial em museus; Público de museu; Gestão do patrimônio
Salvaguarda do patrimônio cultural e coleções museológicas
Crítica da arte; Teoria da arte; Arte contemporânea; História da arte; História cultural; História urbana; História moderna e contemporânea; História da Arquitetura no Brasil; História dos museus na América Latina; História de São Paulo (cidade); Patrimônio cultural; Gestão do patrimônio cultural; Cultura material; Cultura visual; Fotografia; Fotojornalismo; Arqueologia; Arqueologia preventiva;
PPGMUSEU UFBA
Museologia e Desenvolvimento Social
Museologia; História dos museus no Brasil; Documentação em museus; Estudo de coleções museológicas; Memórias afro-brasileiras; Memória; Memória social; Teoria museológica; Museu; Museus virtuais; Planejamento e organização de espaços museais; Gestão de museus; Ação cultural e educativa em museus; História dos museus na Bahia; Gênero; Relações imagem e identidade; Ciência da Informação; Saúde cultural;
Patrimônio e Comunicação Cultura e comunicação; Cultura material; Cultura
147
afro-baiana; Comunicação museológica; Cultura popular; Cultura digital; Patrimônio; Patrimônio cultural; História cultural; Cibercultura; Patrimônio africano e afro-brasileiro; Conservação preventiva; Novas tecnologias em museus; Conservação e restauro; História da preservação no Brasil; Projeto arquitetônico; História da Arqueologia; Arqueologia religiosa; Escultura sacra; Epigrafia.
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
A partir dos termos registrados pelos docentes/pesquisadores, elaborou-se a
Tabela 15 de modo a detalhar os temas de interesse e a sua frequência:
Tabela 15 - Temas de interesse dos docentes/pesquisadores
TEMAS DE INTERESSE FREQUÊNCIA TEMAS DE INTERESSE FREQUÊNCIA
Museologia 12 Conservação de objetos culturais e patrimoniais
1
Museu 11 Conservação do patrimônio científico
1
Patrimônio 11 Cibercultura 1
Comunicação em museus 5 Ciência da Informação 1
Memória 5 Comunicação paleozoica 1
Educação em museus 4 Cultura científica 1
Planejamento museológico 4 Currículos 1
Coleções 3 Educação ambiental 1
Crítica da Arte 3 Epigrafia 1
Cultura 3 Escultura sacra 1
Divulgação científica 3 Formação docente 1
Exposições 3 Fotojornalismo 1
Musealização 3 Fotografia 1
Comunicação 2 Gênero 1
Conservação e restauro 2 História da arqueologia 1
Documentação museológica 2 História da ciência 1
Expografia 2 Informação em arte 1
História da Arquitetura 2 Jardim botãnico 1
História da Arte 2 Língua e Literatura 1
Museu e público 2 Meio ambiente 1
Novas tecnologias em museus 2 Metodologia acadêmica 1
Patrimônio e educação 2 Modelos de educação 1
Pintura 2 Museografia 1
Acervos e instituições científicas 1 Museologia e Ciência da Informação
1
Acessibilidade em museus 1 Paleozoico 1
Arqueologia preventiva 1 Religiosidade 1
Arquitetura de museus 1 Saúde cultural 1
Arquitetura religiosa 1 Sociedade e desenvolvimento
1
Arte contemporânea 1 Teoria da Arte 1
148
Bivalvia 1 Terminologia 1
Turismo cultural 1
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Observou-se que do total de 61 temas de interesse constantes da Tabela 15, 38
temas não se repetem. Isto permitiu concluir que há grande pulverização de temas,
apesar da frequência dos temas Museologia, Museu e Patrimônio, pois se identificou,
além de outros temas da área da Museologia, temas das áreas de Educação,
Arqueologia, Arte, Arquitetura, Ciência da Informação, dentre outras.
Os temas explícitos e organizados podem se constituir desde logo bons
indicadores das opções científicas dos docentes/pesquisadores, bem como do estado da
investigação teórico-prática na temática museológica a que se dedicam.
5.3.2 Liderança de grupo de pesquisa
A área da Museologia experimentou crescimento considerável, expresso no
aumento da quantidade de cursos de graduação, na criação de cursos de pós-graduação,
na constituição de grupos de pesquisa e docentes/pesquisadores qualificados. Estes
últimos, por sua vez, apresentam “características próprias como a necessidade de
formação de grupos, de captação de alunos, o convívio com os órgãos de fomento à
pesquisa” (Alvarez, 2011, on line).
Assim, estritamente no que diz respeito à categoria Liderança de grupo de
pesquisa, coletou-se dados sobre tal aspecto no Currículo Lattes de cada
docente/pesquisador. Em seguida, partiu-se para acessar o DGP do CNPq com o intuito
de confirmar e cruzar os dados informados pelos docentes/pesquisadores em seus
currículos, já que é no DGP que os grupos registram suas composições de atividades.
Procedeu-se, portanto, busca no DGP pelo nome do grupo de pesquisa informado no
Currículo Lattes e também pelo nome do docente/pesquisador.
Dessa forma, constatou-se que 23 (62%) docentes/pesquisadores lideram grupo
de pesquisa. No Quadro 12 são detalhados os grupos de pesquisa, seguidos do ano em
que foram formados e da área predominante:
149
Quadro 12 - Grupos de pesquisa liderados pelos docentes/pesquisadores
Grupo de pesquisa Ano de formação
Área predominamente
PPGPMUS UNIRIO/MAST
Educação em Ciências em espaços não formais
1991 Ciências Humanas; Educação
História e etnografia em fronteiras 2000 Ciências Humanas; Antropologia
Museologia e Patrimônio 2001 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Museologia e preservação de acervos culturais 2004 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Memória e preservação da Museologia no Brasil
2005 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Práticas educativas (formais e não formais), formação e desenvolvimento social
2006 Ciências Humanas; Educação
Políticas culturais, instituições e poder 2006 Ciências Sociais Aplicadas; Ciência da Informação
Grupo de Estudos de Pesquisas em Museologia, Conhecimentos Tradicionais e Ação Social
2010 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Paleounirio: paleontologia, bioestratigrafia e evolução
2011 Ciências Exatas e da Terra; Geociências
Campo da Museologia, perspectivas teóricas e práticas, musealização e patrimonialização
2013 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
PPGMus USP
Arqueologia no Guarani no Estado de São Paulo
2003 Ciências Humanas; Arqueologia
Comunicação museológica 2007 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Grupo de Estudos em Arte Conceitual e Conceitualismos no museu
2011 Linguística, Letras e Artes; Artes
Grupo de Trabalho Arquivos de museus e pesquisa
2012 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
PPGPMUS UFBA
Grupo de Estudos sobre cibermuseus 2002 Ciências Sociais Aplicadas; Comunicação
Observatório da Museologia baiana 2004 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
História das Artes visuais brasileiras 2004 Linguística, Letras e Artes; Artes
Grupo de Estudos em Museologia, museus e monumentos
2005 Ciências Sociais Aplicadas; Museologia
Design e Arquitetura no universo das artes visuais
2007 Linguística, Letras e Artes; Artes
Estudos interdisciplinares em cultura africana e afro-brasileira
2014 Ciências Humanas; Antropologia
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Diretório de Grupos de Pesquisa
À luz dos dados expostos no Quadro 12 é possível concluir que há prática de
pesquisa disseminada em coletivos científicos na área da Museologia.
150
Em particular, a criação de um grupo de pesquisa de fato no âmbito da área
predominante Ciências Sociais Aplicadas; Museologia se deu em 2001, por
docente/pesquisador vinculado ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST, inclusive antes da
criação do curso de mestrado da instituição que data de 2006. Ainda antes da criação do
mestrado, dentro da área predominante, identificam-se dois grupos de pesquisa: o
Museologia e preservação de acervos culturais (criado em 2004) e Memória e
preservação da Museologia no Brasil (criado em 2005).
Quanto aos grupos de pesquisa de docente/pesquisador vinculado ao PPGMUS
USP, evidenciou-se que o primeiro na área predominante Ciências Sociais Aplicadas;
Museologia data de 2007. O segundo data de 2012, um ano antes da criação do
PPGMUS USP.
No caso dos grupos de pesquisa dos docentes/pesquisadores vinculados ao
PPGMuseu da UFBA, observou-se que os mesmos datam de 2004 e 2005, sendo o
primeiro criado nove anos antes da criação do programa e o segundo oito anos antes.
O quadro de existência de grupos de pesquisa ratifica a tradição de pesquisa na
área, existente em alguns casos antes da criação dos programas de pós-graduação stricto
sensu em Museologia como forma de subsidiá-los em lastros prático-epistemológicos já
consolidados. Isto reflete o que vinha sendo desenvolvido na área já no contexto dos
cursos de graduação, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia, locais de tradição no
ensino da Museologia, onde foram criados o primeiro e o segundo curso na área em
nível de graduação.
Não se pode deixar de registrar que alguns docentes/pesquisadores lideram mais
de um grupo, além também de participarem de outros grupos de pesquisa na condição
de membro pesquisador. No entanto, nesta investigação, o docente/pesquisador foi
computado apenas na condição de líder127
.
E no que diz respeito à área predominante dos grupos de pesquisa, observou-se
que os mesmos têm como áreas específicas Geociências, Educação, Antropologia,
Arqueologia, Artes, Comunicação, Ciência da Informação e, obviamente, Museologia.
Como área predominante, a Museologia concentra a maioria dos grupos.
127
De acordo com informações do CNPq, cada grupo de pesquisa pode ter um primeiro e um segundo
líderes que são igualmente considerados como líderes.
151
Considerando que os grupos de pesquisa são espaços de convivência para troca
de experiências, realização de leituras e discussões sobre os temas de interesse de cada
grupo, além de se constituir em espaço de formação para a pesquisa e,
consequentemente, para a promoção da produção científica, é no âmbito dos grupos de
pesquisa que se inserem os orientandos dos docentes/pesquisadores no intuito de que
estes adquiram perfil de futuros pesquisadores (Witter, 2009).
5.3.3 Bolsista de produtividade em pesquisa
Acerca da categoria Bolsista de produtividade em pesquisa, assinala-se que a
bolsa de produtividade é oferecida por órgão de fomento à pesquisa, o CNPq, aos
docentes/pesquisadores que tenham posição de destaque entre os pares, como uma
valorização da sua produção científica.
A bolsa é concedida individualmente ao docente/pesquisador que atenda os pré-
requisitos estabelecidos pelo CNPq e os critérios de qualificação definidos pelos
Comitês de Assessoramento de cada área, apoiada pelo mérito da proposta, conforme já
abordado no Capítulo 3 desta tese sobre a atuação das agências responsáveis pela
qualidade da pós-graduação e fomento à pesquisa.
Acerca disso, observou-se que do universo de 37 (100%) docentes/pesquisadores
apenas sete (19%) são detentores de bolsa de produtividade em pesquisa em vigência.
As bolsas de produtividade são nas áreas de Antropologia, Artes e Museologia.
Com base nos dados coletados no Currículo Lattes dos docentes/pesquisadores,
os quais foram confrontados com consulta à seção “Bolsas em curso” no site do
CNPq128
, elaborou-se a Tabela 16 que detalha a área, a modalidade/nível e a quantidade
de bolsas de produtividade por programa:
128
Disponível em: http://plsql1.cnpq.br/divulg/RESULTADO_PQ_102003.curso. Acesso em: 24 jan.
2017.
152
Tabela 16 - Bolsa de produtividade vigente
ÁREA DE CONHECMENTO
MODALIDADE/ NÍVEL
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMUS USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Antropologia 1D 1 1
Artes PQ 2 1 1 2
Museologia PQ 2 2 1 3
1C 1 1
Total 4 1 2 7
Fonte: Dados da pesquisa, 2016 - elaboração a partir das informações contidas no CNPq
Os dados compilados demonstram que os docentes/pesquisadores do PPGPMUS
UNIRIO/MAST são os que detém o maior número de bolsa de produtividade e na área
de conhecimento Museologia, sendo duas bolsas de produtividade PQ 2 e uma bolsa de
produtividade 1C .
Um aspecto que convém destacar acerca da bolsa de produtividade é que dois
docentes/pesquisadores do universo investigado, um do PPGMus USP e outro do
PPGMuseu UFBA, detiveram bolsa de produtividade em pesquisa PQ 2 na área da
Museologia, no entanto, estas não figuram na Tabela 16 porque o período de vigência
das mesmas encerrou.
Considerando a importância em ser detentor de bolsa de produtividade, ratifica-
se que os docentes/pesquisadores que a detém compõem a elite da comunidade
científica em sua área de conhecimento. A bolsa é uma forma de possibilitar a inserção
do docente/pesquisador em canais de fomento, em fundações nacionais de pesquisa e
também na composição do quadro de avaliador de programas de pós-graduação junto à
CAPES (Lima, 2012).
5.3.4 Atividade de orientação de dissertações e teses
Com relação à categoria Atividade de orientação de dissertações e teses que
juntamente com a pesquisa, o ensino e a produção intelectual compõe atividade própria
da pós-graduação, levantou-se que 34 (92%) docentes/pesquisadores registraram em
seus currículos atividade de orientação de dissertação e tese nos programas em
153
Museologia129
(Apêndice F), mas também com orientação junto à ULHT, já que alguns
docentes/pesquisadores compõem o quadro de docentes desta universidade.
Há incidência de orientação em outros programas como Antropologia Social
(M), Arqueologia (M/D), Arquitetura e Urbanismo (M/D), Artes Visuais (M/D),
Ciência da Informação (M), Ciências Sociais (D), Cultura e Sociedade (M), Divulgação
da Ciência, Tecnologia e Saúde, Educação (M/D), Enfermagem (M), Estética e História
da Arte (M/D), Estudos Étnicos e Africanos (M/D), Geologia (M/D), História (D),
História Social (M/D), Informação e Comunicação em Saúde (D), Letras (D), Memória
Social (M/D), Sistemática, Taxonomia Animal e Biodiversidade (M), a maioria em
programas do Brasil, mas destacam-se orientações junto à Universidade de Aveiro e à
Universidade de Coimbra.
Identificou-se, ainda, que do total de 37 docentes/pesquisadores, 15 (41%)
possuem experiência com supervisão/orientação de estudos de pós-doutorado também
com maioria no âmbito de programas do Brasil. No entanto, há supervisão/orientação
realizada no âmbito das instituições europeias como a Universidade de Aveiro e a
Universidade de Coimbra.
5.3.5 Membro de corpo editorial de periódicos científicos
A última categoria acerca do perfil dos docentes/pesquisadores diz respeito à
participação destes como membro de corpo editorial de periódicos científicos.
Centrando-se, portanto, nesta categoria, identificaram-se que 25 (68%)
docentes/pesquisadores pertencem ao corpo editorial de periódicos científicos.
Considerando que a maioria dos docentes/pesquisadores é membro do corpo
editorial de mais de um periódico, identificaram-se 62 periódicos registrados no
Currículo Lattes pelo grupo investigado.
Em seguida, acessou-se o site de cada um dos 62 periódicos levantados para
verificar a tipologia dos periódicos, ou seja, se os mesmos são de fato periódicos
científicos ou de divulgação científica, considerando que estes últimos não se
129
A tese intitulada Do asilo ao museu: ciência e arte nas coleções da loucura, desenvolvida no âmbito
do PPG-PMUS UNIRIO/MAST recebeu, em 2016, Menção Honrosa da CAPES. Disponível em:
http://www.capes.gov.br/premiocapesdetese/noticias/pct/8150-mencoes-honrosas-em-2016. Acesso em:
12 dez. 2016.
154
enquadram no objetivo da investigação. Este trabalho possibilitou detectar que, dos 62
periódicos inicialmente levantados, oito não foram localizados130
e seis são periódicos
de divulgação científica131
, os quais foram imediatamente subtraídos do universo de 62
periódicos.
Chegou-se, assim, ao total de 48 periódicos científicos entre nacionais e
internacionais, em que os docentes/pesquisadores são membros de corpo editorial. Os
periódicos científicos se encontram descritos na Tabela 17 organizados por programa e
seguidos da frequência:
Tabela 17 - Periódicos científicos em que os docentes/pesquisadores são membros de corpo editorial
PERIÓDICO CIENTÍFICO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Museologia e Patrimônio 6 6
Midas Museus e Estudos Interdisciplinares
2 2 1 5
Revista Eletrônica Jovem de Museologia: estudos sobre museus, museologia e patrimônio
4 1 5
Anais do Museu Paulista 1 1 2
Boletim do Museu Emílio Goeldi 2 2
Cadernos de Sociomuseologia 1 1 2
Cadernos do CEOM 1 1 2
Canindé – Revista do Museu de Arqueologia do Xingó
1 1 2
Ciência da Informação 2 2
Libero – Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero
1 1 2
Memória em Rede 2 2
Mouseion – Revista do Museu do Arquivo Histórico de La Salle
1 1 2
Musear – Revista do Departamento de Museologia da UFOP
1 1 2
Oculum 1 1 2
Oculum Ensaios 2 2
Revista CPC 2 2
Anais do Museu Histórico Nacional 1 1
Anuário do Museu Nacional de Belas Artes
1 1
130
Arquivo do Museu Paraense; Revista Museu, Arquivo e Etnografia; Caminhos da preservação;
Coleção Museum; O despertar do conhecimento; Revista Intervenções; Revista Museologia Hoje; e,
Stadium.
131
Musas – Revista de Museu e Museologia; Achegas; Art Margins; Museum International; Revista
Arquivo Histórico de Joinville; Revista Museu.
155
Arte & Ensaios 1 1
Cadernos de Campo 1 1
Cadernos de Pesquisa da UFMA 1 1
Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais
1 1
Campus Social – Revista Lusófona de Ciências Sociais
1 1
Chronos – Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN
1 1
Ciência & Saúde Coletiva 1 1
Cultura Histórica & Patrimônio 1 1
Cultura Visual 1 1
Culture et Museé 1 1
eRittenhouse 1 1
Fronteiras: Revista Catarinense de História
1 1
História, Ciências e Saúde Manguinhos 1 1
Humanística - Revista Lusófona de História, Arte e Patrimônio
1 1
International Journal Intangible Heritage 1 1
Memorias - Revista Digital História y Arqueología
1 1
PontodeAcesso 1 1
Raízes e Rumos 1 1
Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura
1 1
Revista Aluá 1 1
Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos
1 1
Revista Brasileira de Linguística Antopológica
1 1
Revista Brasileira do Caribe 1 1
Revista de Arqueologia da Sociedade de Arqueologia Brasileira
1 1
Revista Museologia & Interdisciplinaridade
1 1
Revista Recôncavos 1 1
RIDPHE_R - Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo
1 1
Textos de La Cibersociedad 1 1
Transinformação 1 1
Total 42 17 14 73
Fonte: Dados da pesquisa (2016) - elaboração a partir das informações contidas no Currículo Lattes
Com base nos resultados obtidos, constatou-se que apenas quatro periódicos
foram registrados com maior incidência de docentes/pesquisadores em seu corpo
editorial: Museologia e Patrimônio; Midas - Museus e Estudos Interdisciplinares;
156
Revista Eletrônica Jovem de Museologia: estudos sobre museus, museologia e
patrimônio; e, Musas.
A revista Museologia e Patrimônio foi o periódico que concentrou o maior
número de docentes/pesquisadores do próprio PPG-PMUS UNIRIO/MAST como
membro do seu corpo editorial, o que se explica por ser um periódico, criado em 2008,
vinculado ao referido programa, portanto, algo normal que os docentes/pesquisadores
do referido programa compunham o corpo editorial do periódico.
A revista portuguesa Midas Museus e Estudos Interdisciplinares, criada em
2011, com edição publicada a partir de 2013, vem em seguida. É um periódico que se
dedica à esfera das instituições museais como campo de atuação e como reflexões de
natureza interdisciplinar. A Midas Museus e Estudos Interdisciplinares se propõe a
evidenciar relação dialógica com os países de língua portuguesa e espanhola.
A Revista Eletrônica Jovem de Museologia: estudos sobre Museus, Museologia
e Patrimônio é um periódico científico do Curso de Graduação em Museologia da
UNIRIO, criado em 2006, com a finalidade de promover a troca de informações e
estudos que contemplem museus, patrimônio, memória e as áreas da Museologia e
afins.
Ainda sobre o exposto na Tabela 17, observou-se que os periódicos nacionais
mais antigos e tradicionais como os Anais do Museu Paulista, o Boletim do Museu
Paraense Emílio Goeldi e os Anais do Museu Histórico Nacional ainda não englobam
em seu corpo editorial quantidade significativa de docentes/pesquisadores dos
programas de pós-graduação em Museologia.
Por fim, convém destacar a presença de docentes/pesquisadores como membros
do corpo editorial de periódicos científicos da área da Ciência da Informação. Nesse
contexto, identificou-se a revista Ciência da Informação, uma das mais antigas da área,
publicada pelo Ibict desde 1972 que, inclusive em 2013, publicou número especial132
sobre Museologia editorado por docente/pesquisador do PPGPMUS UNIRIO/MAST.
132
Disponível em
http://revista.ibict.br/cienciadainformacao/index.php/ciinf/issue/view/123/showToc. Acesso em: 20 jan.
2017. A edição é composta por artigos de autores da Museologia nacional e internacional.
157
Os docentes/pesquisadores, também, são membros do corpo editorial do
periódico PontodeAcesso133
do Instituto de Ciência da Informação (ICI) da UFBA
publicado desde 2007 e do periódico Transinformação134
, criado em 1982, publicado
pela Faculdade de Biblioteconomia da UNICAMP.
Em resumo, este capítulo dedicado à caracterização do perfil acadêmico dos
docentes/pesquisadores dos programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia
contemplou, para tanto, as categorias Formação acadêmica/Titulação, Capacitação
acadêmica e Percurso Acadêmico.
Tendo isso em consideração e com base nos resultados obtidos, conclui-se que o
grupo investigado apresenta perfil de formação que confirma a característica
interdisciplinar da então área CSA I (atual Comunicação e Informação), conforme
destacou o Documento de Área 2016, haja vista a pluralidade de formação nas mais
diversas áreas de conhecimento. Também apresenta perfil condizente com os aspectos e
definições de avaliação dos programas de pós-graduação por parte da CAPES no
quesito corpo docente, constantes do Documento de Área 2016. Tal quesito envolve as
atividades específicas da pós-graduação: pesquisa, orientação, ensino e produção
intelectual.
133
Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici. Acesso em: 20 jan. 2017. O periódico
publicou entrevista com a Diretora do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência
especialidade Museologia, Professora Doutora Maria de Fátima Nunes, supervisora desta tese. A
entrevista teve como título Desafios e novos olhares sobre a Museologia no século XXI: experiência
portuguesa a partir da História e Filosofia da Ciência. Disponível em:
https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/9222/6943. Acesso em: 20 jan. 2017.
134
Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/transinfo/index. Acesso em 20
jan. 2017.
158
159
CCAAPPÍÍTTUULLOO 66
CCAARRAACCTTEERRÍÍSSTTIICCAASS DDAA
PPRROODDUUÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA NNAA
MMUUSSEEOOLLOOGGIIAA DDOO BBRRAASSIILL
160
161
A partir dos 37 docentes/pesquisadores do quadro permanente dos programas de
pós-graduação stricto sensu em Museologia no Brasil em exercício, procedeu-se
levantamento, a partir do Currículo Lattes, para identificar e, posteriormente, analisar a
produção científica do grupo em referência com foco para os artigos publicados em
periódicos científicos eletrônicos de acesso aberto.
Dessa forma, para efeito de caracterizar a produção científica dos
docentes/pesquisadores, mediante a aplicação da técnica da Bibliometria com apoio da
análise de conteúdo, optou-se por sua apresentação de acordo com a baliza cronológica
da investigação (2006-2016) de modo a proporcionar visão do quantitativo anual em
consonância com as categorias determinadas.
Em sequência, apresentam-se os resultados que possibilitaram caracterizar a
produção científica do grupo investigado. A apresentação dos resultados obedece a
sequência das categorias de análise definidas: Artigos por ano, Periódico científico,
Idioma, Tipologia documental referenciada e Tipologia de autoria.
Figura 9 - Categorias e subcategorias de análise dos artigos científicos
Artigos por ano
Periódico científico
Idioma
Tipologia documental referenciada
Tipologia de autoria
Fonte: Autoria própria
Número de artigos entre 2006 e 2016
Única e Multipla Distribuição da autoria única e múltipla
Origem institucional dos autores
Português Inglês
Francês Espanhol
Fontes utilizadas na elaboração dos artigos
Periódicos científicos mais referenciados Autores mais referenciados
Origem dos periódicos Títulos nacionais / internacionais
Classificação no Qualis
162
6.1 Número de artigos de periódicos por ano
Os artigos de periódico são os mais comumente canais utilizados para comunicar
os resultados de investigação de forma mais rápida. São reconhecidamente os mais
utilizados pela maioria das áreas de conhecimento.
Com o objetivo de conhecer o quantitativo de artigos de periódicos publicado
pelos docentes/pesquisadores dos programas de pós-graduação stricto sensu em
Museologia no Brasil e a evolução da produção na área, procedeu-se o agrupamento dos
artigos por ano de publicação de acordo com o período determinado nesta investigação.
A Tabela 18 concatena a quantidade anual de artigos de periódicos dos
docentes/pesquisadores dos programas e apresenta as frequências em relação a cada ano
do período investigado:
Tabela 18 - Distribuição de artigos de periódicos por ano
Ano PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Total/Ano
2006 3 3 2 8
2007 12 2 6 20
2008 11 3 3 17
2009 8 2 10
2010 9 4 13
2011 13 2 1 16
2012 24 2 3 29
2013 19 2 5 26
2014 10 3 5 18
2015 11 4 8 23
2016 2 3 3 8
Total 122 24 42 188
% por programa do total de
artigos 65 13 22 100
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Identificou-se que o número de artigos de periódicos publicados no período de
2006 a 2016 alcançou o total de 188 (100%) artigos. Do total em questão, os
docentes/pesquisadores do PPG-PMUS UNIRIO/MAST publicaram 122 (65%) artigos,
os do PPGMuseu UFBA publicaram 42 (22%) e os do PPGMus USP publicaram 24
(13%) artigos.
163
Dos referidos programas, o PPG-PMUS UNIRIO/MAST e o PPGMuseu UFBA
mantiveram constância na publicação de artigos ao longo do período investigado. No
entanto, além da linearidade, o PPG-PMUS UNIRIO/MAST é o que apresenta
crescimento na produção de artigos, o que se percebe a partir de 2007, ano sequente à
criação do curso de mestrado que ocorreu em 2006. Porém, o pico evidente no número
de artigos deste programa ocorreu entre 2012 e 2015, o que coaduna com a criação do
curso de doutorado em 2011, podendo este fato explicar o pico. Para além disso, o que
pode reforçar tal constatação é a de que sete do total de 16 docentes/pesquisadores deste
programa atuam no mais antigo Curso de Graduação em Museologia da UNIRIO,
herdeiro do Curso de Museus do MHN.
O programa da USP apresenta produção de artigos de periódicos tímida, sem
qualquer crescimento mesmo após a criação do programa em 2013. Já a produção de
artigos de periódicos da UFBA, mesmo registrando constância no período de 2006 e
2016, sofreu uma evolução tímida, a partir de 2013. Isto pode estar relacionado à
criação do curso de mestrado no mesmo ano. Assim como o programa da
UNIRIO/MAST, oito docentes/pesquisadores do PPGMuseu UFBA compõem o quadro
de docentes do Curso de Graduação em Museologia da UFBA.
No Gráfico 2 visualiza-se a produção de artigos no período de 2006 a 2016:
Gráfico 2 - Produção de artigos em relação aos anos de 2006 a 2016
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
164
6.2 Origem dos periódicos científicos
Refletir sobre a origem dos periódicos científicos que veicularam os artigos dos
docentes/pesquisadores permite conhecer a concentração de artigos nos mais diversos
periódicos. Ao analisar a origem deste canal/fonte de comunicação científica é possível
constatar se a produção científica é nacional ou internacionalizada.
Assim, no que concerne à nacionalidade dos periódicos verificou-se que os 188
(100%) artigos foram publicados em 85 periódicos científicos nacionais e
internacionais. Do total de artigos publicados no período de 2006 a 2016, constatou-se
que 165 (88%) foram publicados em periódicos nacionais e que apenas 23 (12%) artigos
foram publicados em periódicos internacionais.
Com base nisto, elaborou-se o Gráfico 3 para melhor observação acerca do
referido resultado:
Gráfico 3 - Origem dos periódicos que publicaram os artigos
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
O cenário exposto no Gráfico 3 permite constatar que há, por parte dos
docentes/pesquisadores dos três programas, forte tendência para publicação de artigos
em periódicos nacionais. Do total de 165 (100%) artigos em periódicos nacionais, o
PPG-PMUS UNIRIO/MAST tem 104 (63%) artigos, o PPGMuseu da UFBA possui 39
165
(24%) e o PPGMus USP tem 22 (13%) artigos publicados. Estes foram publicados em
66 periódicos nacionais, do total de 84 já referido anteriormente.
Observou-se que a incidência de artigos em periódicos internacionais ainda é
muito ínfima. Os artigos publicados em periódicos internacionais somaram 23 (100%),
distribuídos assim entre os programas: o PPG-PMUS UNIRIO/MAST publicou 18
(78%) artigos, o PPGMuseu da UFBA três (13%) artigos e o PPGMus USP dois (9%)
artigos. Os 23 artigos foram publicados em 18 periódicos internacionais oriundos dos
seguintes países: Bélgica, Coreia, Espanha, México, Peru, Tailândia, Colômbia, EUA e
Portugal. As públicações em periódicos destes países podem refletir uma agenda
geográfica, cultural e científica diferenciada.
Em resumo, considerando a expressiva quantidade de artigos em periódicos
nacionais, contra a ínfima presença de artigos em periódicos internacionais, pode-se
concluir que a produção científica dos docentes/pesquisadores da área da Museologia no
Brasil ainda é em sua maioria nacionalizada.
Em sequência, apresentam-se os títulos dos periódicos nacionais e
internacionais.
6.2.1 Títulos dos periódicos nacionais e internacionais
Na Tabela 19 são descritos os títulos de periódicos científicos adotados pelos
docentes/pesquisadores dos três programas investigados para veiculação do corpus
documental analisado.
Considera-se importante conhecer onde vem se distribuindo ou se disseminando
o conhecimento gerado na Museologia. Acredita-se que estes dados possam agregar
valor aos programas envolvidos na investigação de modo a subsidiar futuras escolhas e
a determinação de estratégias para publicação em periódicos de conferida qualidade.
166
Tabela 19 - Títulos dos periódicos nacionais e internacionais e quantitativo de artigos por periódico
PERIÓDICO CIENTÍFICO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Museologia e Patrimônio 19 1 4 24
Revista Museologia e Interdisciplinaridade 10 6 2 18
Anais do Museu Histórico Nacional 7 2 9
Boletim do Museu Emílio Goeldi – Ciências Humanas
7 1 8
Anuário do Instituto de Geociências 7 7
Anais do Museu Paulista 3 2 1 6
Cadernos de Sociomuseologia 4 1 1 6
Ciência da Informação 4 1 5
Ensino em Revista 4 1 5
Revista Brasileira do Caribe 5 5
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
4 1 5
Revista Internacional de Folkcomunicação
4 4
Revista CPC 3 1 4
Cadernos do CEOM 2 2 4
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia
1 2 3
Acervo – Revista do Arquivo Nacional 2 2
Revista Brasileira de História da Ciência 2 2
Educação Online 2 2
Revista Iberoamericana de Turismo 2 2
Revista FSA 2 2
Revista de Arqueologia Pública 1 1 2
Anuário do Museu de Belas Artes 1 1
Archivos Analiticos de Políticas Educativas/ Education Policy Analysis Archive
1 1
Benjamim Constant 1 1
Boletín de Antropologia 1 1
Cadernos de História da Ciência 1 1
Cadernos Trama da Memória 1 1
CeRoART 1 1
Ciberlegenda 1 1
Complutum 1 1
Comunicação e Sociedade 1 1
Cuicuilo 1 1
Cultura Visual 1 1
Diálogos & Ciência 1 1
Dialogos de la comunicación 1 1
Diálogos Possíveis 1 1
E-Rittenhouse 1 1
Estudos Avançados 1 1
Estudos Históricos 1 1
Fórum Patrimônio: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável
1 1
167
História, Ciência e Saúde Manguinhos 1 1
International Journal of Intagible Heritage 1 1
Journal for Critical 1 1
Journal of Astronomical History 1 1
Labor & Engenho 1 1
Liinc em Revista 1 1
Mana 1 1
Maracanan 1 1
Memoria y Sociedade 1 1
Midas 1 1
Mosaico 1 1
Musear 1 1
Paleontogical Contributions 1 1
Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
1 1
Pontos de Interrogação: Revista de Crítica Cultural
1 1
PragMatizes 1 1
Redobra 1 1
Revista Antropológicas 1 1
Revista Baiana Enfermagem 1 1
Revista Brasileira de Educação 1 1
Revista Ciencias Estrategicas 1 1
Revista das Américas 1 1
Revista de Antropologia 1 1
Revista de História da Arte e Arqueologia 1 1
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental
1 1
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 1 1
Revista Eco-Pós 1 1
Revista Eletrônica de Turismo Cultural 1 1
Revista Eletrônica Jovem Museologia 1 1
Revista Eletrônica Ventilando Acervos 1 1
Revista Ensaio 1 1
Revista Extraprensa 1 1
Revista FAEEBA 1 1
Revista Ibero Americana de Educação 1 1
Revista Letras 1 1
Revista Magistro 1 1
Revista Memória em Rede 1 1
Revista Pan Amazônica de Saúde 1 1
Revista Pedagogia em Foco 1 1
Scientia Plena 1 1
Temática 1 1
University Museums and Collections 1 1
Varia Historia 1 1
Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology 1 1
Total 122 24 42 188
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
168
Os dados compilados na Tabela 19 revelam que há alta incidência de artigos
publicados no título Museologia e Patrimônio, com total de 24 artigos, sobretudo por
parte dos docentes/pesquisadores do PPG-PMUS UNIRIO/MAST que somaram 19
artigos veiculados neste periódico. Assinala-se que o periódico Museologia e
Patrimônio é vinculado ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST, o que explica a tendência à
endogenia, já que os docentes/pesquisadores publicaram em periódico do próprio
programa. Contudo, trata-se de uma prática que pode ser aceitável nos primeiros anos
de criação do periódico, mas a mesma não deve ser mantida.
O título Museologia e Patrimônio é seguido da Revista Museologia &
Interdisciplinaridade, com 18 artigos no total. O periódico foi criado pelo Curso de
Graduação em Museologia da UnB e se encontra vinculado ao PPGCINF desta
universidade.
Outros títulos figuram na lista, com destaque para Anais do Museu Histórico
Nacional, Anuário do Instituto de Geociências, Boletim do Museu Emílio Goeldi –
Ciências Humanas, Anais do Museu Paulista, Cadernos de Sociomuseologia, Ciência
da Informação, Ensino em Re-Vista, Revista Brasileira do Caribe e Tendências da
Pesquisa em Ciência da Informação. Quanto aos 18 periódicos internacionais, além do
Cadernos de Sociomuseologia com maior incidência de seis artigos, identificaram-se
outros títulos como Archivos Analiticos de Políticas Educativas/ Education Policy
Analysis Archive, Boletín de Antropología, CeRoART, Complutum, Cuicuilo, Dialogos
de la Comunicación, E-Rittenhouse, International Journal of Intagible Heritage,
Journal for Critical, Journal of Astronomical History, Memoria y Sociedade, Midas,
Paleontogical Contributions, Revista Ciencias Estrategicas, Revista Ibero-Americana
de Educação e University Museums and Collections, com incidência de apenas um
artigo cada.
Apreende-se, pelo elenco dos periódicos científicos constantes da Tabela 19,
abertura de vastos territórios de periódicos científicos que reforçam o cariz
interdisciplinar da área da Museologia.
Considerando a diferença entre o número de periódicos nacionais e
internacionais, bem como o número de públicações em cada, em que entre os 10
periódicos com maior número de artigos, nove são nacionais, assinala-se que é
169
necessário envidar esforços e estratégias para internacionalizar de modo mais
expressivo a produção científica de artigos da área da Museologia no Brasil.
6.2.2 Publicação de artigos em periódicos classificados no Qualis
Considerando que o Qualis periódicos da CAPES é um indicador de qualidade
dos periódicos científicos, buscou-se identificar se os periódicos que publicaram os
artigos dos docentes/pesquisadores se encontram classificados na área de Comunicação
e Informação nos estratos A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C.
Para isto, procedeu-se acesso à Plataforma Sucupira, seguido de acesso à aba
Consultas, onde no campo Informações gerais acessou-se o link Periódicos Qualis. Em
seguida, na tela Dados para consulta, escolheu-se o evento Classificação de Periódicos
Quadriênio 2013-2016 divulgado em dezembro de 2016135
e, por fim, a área
Comunicação e Informação, que gerou arquivo de classificação em planilha Excel.
Sendo assim, elaborou-se a Tabela 20 onde são listados os periódicos e seus
estratos, seguido da incidência de artigos publicados pelos docentes/pesquisadores dos
programas:
Tabela 20 - Títulos dos periódicos classificados no Qualis na área Comunicação e Informação
PERIÓDICO CIENTÍFICO QUALIS
PPG-PMUS UNIRIO/ MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Museologia e Patrimônio B1 19 1 4 24
Revista Museologia e Interdisciplinaridade
B3 10 6 2 18
Anais do Museu Histórico Nacional
B1 7 2 9
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi – Ciências Humanas
A2 7 1 8
Anuário do Instituto de Geociências*
7 7
Anais do Museu Paulista A2 3 2 1 6
Cadernos de Sociomuseologia B3 4 1 1 6
Ciência da Informação B1 4 1 5
Ensino em Re-vista B5 4 1 5
135
Disponível em:
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeral
Periodicos.jsf. Acesso em: 28 dez. 2016.
170
Revista Brasileira do Caribe B4 5 5
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
B1 4 1 5
Revista Internacional de Folkcomunicação
B3 4 4
Revista CPC B2 3 1 4
Cadernos do CEOM B5 2 2 4
Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia
B3 1 2 3
Acervo – Revista do Arquivo Nacional
B2 2 2
Revista Brasileira de História da Ciência
B2 2 2
Educação Online B5 2 2
Revista de Arqueologia Pública B3 1 1 2
Revista Iberoamericana de Turismo
B5 2 2
Revista FSA B4 2 2
Anuário do Museu de Belas Artes*
1 1
Archivos Analiticos de Políticas Educativas/ Education Policy Analysis Archive
B1 1 1
Benjamim Constant B5 1 1
Boletín de Antropologia* 1 1
Cadernos de História da Ciência* 1 1
Cadernos Trama da Memória* 1 1
CeRoART* 1 1
Ciberlegenda B1 1 1
Complutum B1 1 1
Comunicação e Sociedade B1 1 1
Cuicuilo* 1 1
Cultura Visual* 1 1
Diálogos & Ciência 1 1
Dialogos de la comunicación B1 1 1
Diálogos Possíveis* 1 1
E-Rittenhouse B3 1 1
Estudos Avançados A2 1 1
Estudos Históricos B1 1 1
Fórum Patrimônio: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável*
1 1
História, Ciência e Saúde Manguinhos
A2 1 1
International Journal of Intagible Heritage
1 1
Journal for Critical Education Policy Studies
B1 1 1
Journal of Astronomical History B1 1 1
Labor & Engenho B5 1 1
171
Liinc em Revista B1 1 1
Revista Mana* 1 1
Maracanan B3 1 1
Memoria y Sociedade B1 1 1
Midas – Museus e Estudos Disciplinares
B2 1 1
Mosaico B5 1 1
Musear* 1 1
Paleontogical Contributions* 1 1
Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia
B1 1 1
Pontos de Interrogação: Revista de Crítica Cultural
C 1 1
PragMatizes B3 1 1
Redobra C 1 1
Revista Antropológicas* 1 1
Revista Baiana Enfermagem* 1 1
Revista Brasileira de Educação* 1 1
Revista Ciencias Estrategicas B4 1 1
Revista Das Américas C 1 1
Revista de Antropologia A2 1 1
Revista de História da Arte e Arqueologia*
1 1
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental*
1 1
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros
B4 1 1
Revista Eco-Pós B1 1 1
Revista Eletrônica de Turismo Cultural*
1 1
Revista Eletrônica Jovem Museologia*
1 1
Revista Eletrônica Ventilando Acervos
C 1 1
Revista Ensaio* 1 1
Revista Extraprensa B2 1 1
Revista FAEEBA* 1 1
Revista Ibero Americana de Educação
B2 1 1
Revista Letras C 1 1
Revista Magistro* 1 1
Revista Memória em Rede* 1 1
Revista Pan Americana de Saúde*
1 1
Revista Pedagogia em Foco B5 1 1
Scientia Plena B5 1 1
Temática B4 1 1
University Museums and Collections*
1 1
Varia Historia* 1 1
Vibrant - Virtual Brazilian 1 1
172
Antropology*
Total 122 24 42 188
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Onde: * = Sem classificação/estrato na área Comunicação e Informação
Analisando os dados que compõem a Tabela 20, observou-se que os 188 (100%)
artigos publicados pelos docentes/pesquisadores dos três programas, entre 2006 e 2016,
foram veiculados em 84 periódicos. Constatou-se que, desse total, a maioria referente a
54 periódicos possuem classificação no Qualis Periódicos e que 30 periódicos não
foram classificados na área Comunicação e Informação.
O resultado em tela pode ser indicativo da preocupação da comunidade científica
publicar em periódicos de qualidade, o que implica na validação da trajetória
acadêmico-científica da referida comunidade registrada no Currículo Lattes.
Em sequência, apresenta-se, na Tabela 21, a distribuição dos artigos por estrato
dos periódicos:
Tabela 21 - Distribuição de artigos por estratos Qualis conforme Classificação de Periódicos Quadriênio 2013-2016
QUALIS
TOTAL DE PERIÓDICOS
Artigos publicados por programas TOTAL DE
ARTIGOS PPG-PMUS
UNIRIO/MAST PPGMus
USP PPGMuseu
UFBA
A1
A2 5 12 3 2 17
B1 16 42 4 9 55
B2 6 9 1 1 11
B3 8 19 10 7 36
B4 5 1 1 8 10
B5 9 12 2 4 18
C 5 2 1 2 5
Sem estrato 30 25 2 9 36
Total 84 122 24 42 188
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Do total de 188 (100%) artigos, verificou-se que 17 (9%) artigos foram
publicados em cinco títulos de periódicos com Qualis A2: Boletim do Museu Emílio
Goeldi – Ciências Humanas, Anais do Museu Paulista, Estudos Avançados, História,
Ciência e Saúde Manguinhos e Revista de Antropologia, sendo os dois primeiros com
oito e seis artigos, respectivamente, e os três últimos periódicos com um artigo cada. No
contexto de artigos em periódicos classificados com estrato A2, os
173
docentes/pesquisadores do PPG-PMUS UNIRIO/MAST são os que concentram o maior
número de artigos.
Segundo os dados, os docentes/pesquisadores publicaram 55 (29%) artigos em
16 periódicos com estrato B1, dos quais se destacam Museologia e Patrimônio com 24
artigos, Anais do Museu Histórico Nacional com nove artigos, Ciência da Informação e
Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação com cinco artigos cada.
Os demais 12 títulos de periódicos classificados no estrato B1 publicaram apenas um
artigo.
O total de 11 (6%) artigos foi publicado em seis periódicos com estrato B2,
destaque para Revista CPC, com quatro artigos, seguida da Acervo – Revista do Arquivo
Nacional e Revista Brasileira de História da Ciência, ambas com dois artigos, cada. Os
demais artigos foram publicados na Midas – Museus e Estudos Disciplinares, Revista
Extraprensa e Revista Ibero-Americana de Educação.
Nos oito periódicos com estrato B3 constam 36 (19%) artigos do total. A Revista
Museologia e Interdisciplinaridade concentrou 18 artigos, Cadernos de
Sociomuseologia publicou seis artigos, a Revista Internacional de Folkcomunicação
publicou quatro artigos, a Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia concentrou
dois e a Revista de Arqueologia Pública somou dois artigos. O restante dos periódicos
publicaram um artigo, cada.
Nos periódicos com estrato B4, que perfaz cinco periódicos, o total foi de 10
(5%) artigos, nomeadamente publicados na Revista Brasileira do Caribe com cinco
artigos, Revista FSA com dois artigos, seguida da Revista Ciencias Estrategícas, Revista
do Instituto de Estudos Brasileiros e Temática, sendo que cada uma soma apenas um
artigo.
Os periódicos com estrato B5 somam nove, os quais veicularam 18 (10%)
artigos. O periódico Ensino em Re-Vista publicou cinco artigos, Cadernos do CEOM
quatro artigos e a Revista Iberoamericana de Turismo também com dois artigos. Os
demais periódicos publicaram um artigo cada.
O total de cinco (2%) artigos foram publicados em cinco periódicos classificados
no estrato C: Pontos de Interrogação: Revista de Crítica Cultural, Revista Das
Américas, Revista Eletrônica Ventilando Acervos e Revista Letras.
174
Em periódicos sem classificação no Qualis Periódicos 2013-2016 da área
Comunicação e Informação, que somam 30 periódicos, foram publicados 36 (19%)
artigos. Nesta condição, destacam-se Anuário do Instituto de Geociências com sete
artigos, Ensino em Revista com cinco artigos. Os demais periódicos sem estrato
veicularam um artigo, cada.
Os resultados aqui descritos referentes ao número de artigos dos
docentes/pesquisadores dos três programas por periódicos classificados no Qualis
quadriênio 2013-2016 na área Comunicação e Informação foram condensados no
Gráfico 4 para visualização otimizada.
Gráfico 4 - Distribuição total dos artigos em periódicos classificados no Qualis Periódicos CAPES
17
55
11
36
10
18
5
36
0
10
20
30
40
50
60
A1 A2 B1 B2 B3 B4 B5 C semestrato
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
É importante ressaltar, conforme já abordado no Capítulo 2 desta tese, que um
periódico pode ser classificado em mais de uma área de conhecimento. Assim, muitos
dos periódicos sem classificação na área Comunicação e Informação podem estar
classificados em outras áreas, no entanto descrever a classificação dos mesmos em cada
uma das outras áreas não é objetivo desta tese, mas sim abordar a classificação com
foco na área Comunicação e Informação.
As classificações Qualis Periódicos do Triênio 2010-2012 e do Quadriênio
2013-2016 estão disponíveis para consulta pública na Plataforma Sucupira.
175
6.3 Idioma dos artigos
No intuito de identificar o idioma dos 188 artigos científicos publicados pelos
docentes/pesquisadores, constatou-se que, no caso do grupo investigado, a língua
portuguesa incide com proeminência na produção dos artigos, perfazendo total de 169
(90%) artigos.
Na Tabela 22 visualiza-se o detalhamento dos idiomas dos artigos por programa:
Tabela 22 - Artigos científicos por idioma
ANO Nº DE ARTIGOS
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
P I F E P I F E P I F E
2006 8 3 3 2
2007 20 11 1 2 6
2008 17 9 2 3 3
2009 10 7 1 2
2010 13 7 2 3 1
2011 16 12 1 2 1
2012 29 21 2 1 2 3
2013 26 17 2 1 1 4 1
2014 18 10 3 5
2015 23 8 2 1 4 8
2016 8 2 3 3
Total 188 107 13 1 1 23 1 40 2
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Onde: P = Português; I = Inglês F = Francês E = Espanhol
Conforme dados condensados na Tabela 22, além do idioma português,
evidenciaram-se artigos em língua inglesa, espanhola e francesa. Os artigos em inglês
somam 13 (7%), em espanhol somam quatro (2%) e em francês houve a incidência de
apenas um artigo. Tal constatação pode ser mais bem observada no Gráfico 5 em
sequência:
176
Gráfico 5 - Freqüência percentual do idioma nos artigos científicos
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
O fato de a maior parte da produção científica de artigos ter sido publicada em
língua portuguesa pode indicar um alto grau de nacionalização do conhecimento
produzido na área da Museologia brasileira, bem como indicar que as redes formadas
pelos docentes/pesquisadores ainda são extremamente tímidas quando internacionais.
6.4 Tipologia documental referenciada
Nesta seção, procedeu-se a identificação e quantificação da tipologia documental
que compõe a lista de referências dos artigos analisados, de modo a conhecer o tipo de
documento utilizado na construção do conhecimento. Isto porque sem literatura
científica uma área de conhecimento não poderá existir, ser validada e ter considerada
sua cientificidade (Ziman, 1968).
Desta forma, no corpus documental de 188 artigos, identificaram-se 4.877
referências, assim distribuídas: nos artigos dos docentes/pesquisadores do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, que somam 122 artigos, foram levantadas 3.401 referências. Nos 42
artigos dos docentes/pesquisadores do PPGMuseu UFBA, levantaram-se 831
referências. Já nos artigos dos docentes/pesquisadores do PPGMus USP que perfaz 24
artigos, levantaram-se 645 referências.
177
O tipo de documento identificado nas 4.877 referências corresponde a livros,
capítulos de livros, artigos de periódicos, comunicações em eventos, dissertações e
teses, fontes históricas e fontes secundárias. Estes tipos de documentos representam
importante papel na seara da comunicação científica.
Os resultados acerca da incidência de cada tipologia documental identificada nos
artigos e mais utilizados pelos docentes/pesquisadores da área são mostrados no Gráfico
6:
Gráfico 6 – Tipologia documental referenciada nos artigos de periódicos
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
O tipo de documento com maior incidência de referências nos artigos dos
docentes/pesquisadores dos três programas foi o livro com 1.692 referências. Este
resultado revela a hegemonia do livro, em detrimento aos demais tipos de documentos,
mesmo com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação que
fomentaram o surgimento de novos suportes eletrônicos (e-books, periódicos
eletrônicos, anais eletrônicos). Mas há que se ressaltar que na contagem dos livros
referenciados foram consideradas as várias edições de uma mesma obra. De modo mais
específico, constam do corpus documental analisado referências à livros nacionais e
internacionais, sendo 1.080 nacionais e 612 internacionais, expressando a proeminência
da utilização da literatura cientifica nacional.
178
Em sequência, como segundo tipo de documento mais referenciado, tem-se os
artigos de periódicos científicos que somaram 905 referências a 349 periódicos
nacionais e internacionais. Os periódicos que obtiveram incidência a partir de 10
referências foram: Anais do Museu Paulista (34 referências), Revista Museologia e
Patrimônio (31 referências), Cadernos de Sociomuseologia (30 referências), Anais do
Museu Histórico Nacional (25 referências), Icofom Study Series (23 referências),
Museological Working Papers/Documents de Travail sur la Muséologie (21
referências), Museum International (14 referências), Palaeontology (14 referências),
Estudos Históricos (14 referências), Boletim do Museu Emílio Goeldi – Ciências
Humanas (13 referências), História, Ciências, Saúde – Manguinhos (12 referências),
Bulletin of the Scientific Instrument Society (11 referências), Journal of Palentology (11
referências), Museologia e Interdisciplinaridade (10 referências), Revista do Museu de
Arqueologia e Etnologia (10 referências) e Studies in History and Philosophy of Science
(10 referências). Neste conjunto, observou-se referências a periódicos clássicos e
contemporâneos, em sua maioria de acesso aberto.
Ainda no contexto de referências aos artigos de periódicos, identificaram-se,
também, 11 periódicos científicos da área da Ciência da Informação, com incidência
total de 20 referências, como os brasileiros Ciência da Informação (seis referências),
Perspectivas em Ciência da Informação (uma referência), Liinc em Revista (uma
referência), Inclusão Social (três referências), Transinformação (uma referência),
Informação & Sociedade: estudos (uma referência), Biblionline (uma referência),
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (uma referência), Informare
(uma referência), o peruano Biblios (duas referências) e o português Prisma.com (duas
referências). Mesmo com incidência tímida, considera-se que este quadro reforça a
existência da relação entre a Museologia e a Ciência da Informação, que como já
referido, configura uma particularidade do Brasil.
Como terceiro tipo de documento mais referenciado aparecem as fontes
históricas que totalizaram 649 referências. Houve referências às mais diversas fontes
históricas institucionais como Arquivo do Instituto Biológico de São Paulo, Arquivos
do MAST, Arquivo da Escola de Museologia da UNIRIO, Rockfeller Archive Center,
Arquivo do MAC Veneza, Acervo da Pinacoteca de São Paulo, que possibilitam
procurar e manusear documentos. Também constam inúmeras referências a documentos
179
oficiais como Decretos, Constituição Federal, Resoluções, bem como outras fontes
como jornais (Diário Oficial – 1914; Correio Paulistano – 1903, e outros), entrevistas,
fotografias, dentre outras importantes fontes para construção do conhecimento.
O quarto tipo de documento mais referenciado foi capítulo de livro com 598
referências. Deste total, 418 referências a capítulo de livro nacional e o restante, 180, a
capítulo de livro internacional.
A menção às fontes secundárias somaram 540 referências. Estas correspondem a
textos elaborados para cursos, apontamentos de disciplinas, apresentação de eventos,
palestras, projetos de pesquisa, monografias de cursos de graduação, plano diretor de
instituições museais, sites diversos (universidades, museus, redes sociais na internet,
etc.), matérias em jornais, música, dentre outros tipos de documentos.
O sexto tipo de documento mais referenciado nos artigos dos
docentes/pesquisadores diz respeito às comunicações em eventos com 303 referências.
Nestas referências constam comunicações em eventos nacionais e internacionais
diversos. Dentre eles, destacam-se eventos, em suas mais diversas edições, como o
Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia136
, o Congresso Luso-
Brasileiro de História da Ciência, o Encontro Nacional da Rede de Educadores em
Museus e Centros Culturais do Estado do Rio de Janeiro, o Seminário de Pesquisa em
Museologia dos Países de Língua Portuguesa e Espanhola (SIAM), o Encontro Anual
do ICOFOM LAM, a Conferência Internacional do MINOM, dentre outros eventos. Ora
bem, referências às comunicações nos eventos descritos indicam que a produção dos
docentes/pesquisadores está embasada por discussões que cruzam territórios e fronteiras
internacionais, realçando o diálogo da Museologia com outras áreas do conhecimento
como a História das Ciências e Ciência da Informação.
A exemplo de referências aos periódicos científicos da área da Ciência da
Informação, também foram identificadas comunicações em eventos desta área como o
ENANCIB que incidiu com 25 referências. Mais uma questão que reforça o diálogo da
Museologia com a Ciência da Informação é que o evento, conforme já referido na
136
Evento promovido pela Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC), o qual é realizado desde
o início da década de 1980, congregando pesquisadores de diversas origens e especialidades. A 15ª edição
do evento ocorreu entre os dias 16, 17 e 18 de novembro de 2016 em Florianópolis. A referida edição
contou com uma sessão temática intitulada Lugares de patrimônio e história dos museus, sob a
coordenação de docente/pesquisador da UNIRIO/MAST. Disponível em:
http://www.15snhct.sbhc.org.br/. Acesso em: 21 dez. 2016.
180
Introdução desta tese, possui um GT dedicado à Museologia, no caso o GT 09 - Museu,
Patrimônio e Informação, criado em 2008, o qual é coordenado por docente/pesquisador
do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e que conta com maioria de docentes/pesquisadores
desse programa como membros da Comissão Científica do GT, mas também com
alguns docentes/pesquisadores do PPGMus USP e PPGMuseu UFBA.
Além do ENANCIB, nas referências dos artigos dos docentes/pesquisadores
apareceu uma referência à comunicação em outro evento da área da CI. Trata-se do
Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa em Informação (CINFORM)137
promovido,
desde 1998, pelo Instituto de Ciência da Informação (ICI) da UFBA.
Por fim, dentre os sete tipos de documentos referenciados no corpus documental
analisado, tem-se as dissertações e teses que juntas somam 298 referências. Deste total,
156 referências são de dissertações de mestrado e 142 referências são de teses de
doutoramento. Do total de referências das dissertações, observou-se que 150 referências
são de dissertações nacionais e que apenas seis referências correspondem à dissertações
internacionais, oriundas das instituições ULHT e a UNL de Portugal, da Clark
University dos EUA e da Université Rennes II da França.
Ainda sobre as dissertações, verificaram-se referências de dissertações realizadas
nas mais diversas áreas como Artes, Comunicação, Educação, Geologia, Gestão e
Difusão em Biociências, História, Memória Social, Turismo, dentre outras. Este quadro
ratifica a adesão destas áreas às temáticas desenvolvidas no escopo da Museologia, já
que a formação pós-graduada em Museologia teve início em 2006. Especificamente, no
que concerne às dissertações realizadas em programas da área da Museologia,
identificaram-se que 21 dissertações foram referenciadas. No caso, foram 20
dissertações do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e uma dissertação do PPGMus USP.
Também houve incidência de dissertações desenvolvidas no âmbito da área da Ciência
da Informação, de onde se identificaram dissertações do PPGCI da USP e da UFBA,
com total de três dissertações cada, referenciadas uma vez. Este resultado para
dissertações em CI foi identificado apenas nos artigos dos docentes/pesquisadores do
PPGMus USP e PPGMuseu UFBA.
137
As edições do evento podem ser consultadas em: http://www.cinform2015.ufba.br/. Acesso em: 28
dez. 2016.
181
No que se refere às teses, observou-se que 131 teses são nacionais e apenas 11
teses são internacionais. As teses internacionais pertencem às seguintes instituições:
ULHT e Universidade de Aveiro de Portugal, University of Reading da Inglaterra,
Conservatoire National des Arts et Métiers e École des hautes études en sciences
sociales (EHESS) ambas da França, University of California, Universidade of Harvard,
University of Cambridge, University of Cincinnati todas dos EUA, Université du
Québec à Montreal do Canadá, University of Zagreb da Croácia e Universidad Nacional
de Colombia.
Identificaram-se referências às teses desenvolvidas nas áreas de Antropologia,
Arqueologia, Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais, Comunicação, Educação,
Ciências Sociais, Geologia, Geociências, História, História das Ciências, Ensino e
História de Ciências da Terra, Ciência da Informação, Linguística, Psicologia Social,
Serviço Social, Sociologia, Engenharia de Produção, Engenharia Metalúrgica e de
Materiais, dentre outras. Assim, como as dissertações, algumas teses foram realizadas
sobre temas no escopo da Museologia, inclusive por parte de docentes/pesquisadores
dos programas. Referência à tese realizada em Programa de Pós-Graduação em
Museologia houve uma, proveniente da ULHT. Constatou-se, ainda, incidência de teses
na área da Ciência da Informação. No caso, foram identificadas cinco teses que
obtiveram nove referências. As teses em CI são do PPGCI convênio UFRJ/IBICT e do
PPGCI da USP, sendo identificadas nos artigos dos docentes/pesquisadores do PPG-
PMUS UNIRIO/MAST e PPGMus USP.
6.5 Autores mais referenciados
Em relação aos autores mais referenciados nas 4.877 referências constantes do
corpus documental analisado, considerou-se pertinente determinar um valor de corte.
Dessa forma, o critério assentou o sobre o fato de o autor ter sido referenciado pelo
menos três vezes.
À partir do critério estabelecido, chegou-se a um total de 48 autores. O elenco
dos autores, seguida da frequência com que foram referenciados pode ser visualizada na
Tabela 23:
182
Tabela 23 – Autores mais referenciados nos artigos
AUTORES MAIS REFERENCIADOS
FREQUÊNCIA AUTORES MAIS REFERENCIADOS
FREQUÊNCIA
Pierre Bourdieu 55 Ivo Maroevic 9
Maria Margaret Lopes 41 Pierre Levy 9
Tereza Cristina M. Scheiner 30 Stuart Hall 9
Mário de Souza Chagas 28 Bruno Latour 8
Michel Foucault 25 Jacques Le Goff 8
Sibele Cazelli 23 Jesús Martín-Barbero 8
Maria Cristina Oliveira Bruno 19 Marília Xavier Cury 8
André Desvallees 18 Georges Henri Rivière 7
Néstor García Canclini 18 Suely Cerávolo 7
Ulpiano Menezes 18 Marcus Granato 6
Marta Lourenço 17 Augé Marc 6
François Mairesse 16 André Lemos 6
Regina Abreu 16 Dominique Poulot 6
Diana Farjalla Correia Lima 14 Ana Gregorova 5
Maria Esther Valente 13 Roger Chartier 5
Peter Van Mensch 13 Luciana Sepúlveda Köptcke 5
Françoise Choay 12 Umberto Eco 5
Waldisa Rússio C. Guarnieri 12 Bruno Brulon Soares 4
Paulo Freire 11 Helouisa Barbuy 4
Pierre Nora 11 Judite Primo 4
Cornelius Castoriadis 10 Lena Vânia Ribeiro Pinheiro 4
Ivan Coelho de Sá 10 Aline Montenegro Magalhães 3
Zbynek Stránský 10 Ecléia Bosi 3
Hugues de Varine 10 Tomislav Sola 3
Total 582
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Nota-se que autores de expressão na área da Museologia tais como André
Desvalles, François Mairesse, Hugues de Varine-Bohan, Georges Henri Rivière, Peter
Van Mensch, Zbynek Stránský e Waldisa Rússio Camargo Guarnieri aparecem na lista
dos mais citados. No entanto, são os autores brasileiros que aparecem à frente dos
autores clássicos. São eles: Maria Magaret Lopes, Teresa Scheiner, Mario de Souza
Chagas e Maria Cristina Oliveira Bruno. Com efeito, conclui-se que a produção
científica dos docentes/pesquisadores está alicerçada nos estudiosos pioneiros que
denotam confiança, autoridade, credibilidade e conhecimento acumulado no exercício
do domínio da área, mas também aponta para uma geração de autores brasileiros que
vêm influenciando teoricamente a construção do conhecimento da Museologia no Brasil
impondo a identidade deste conhecimento na história da Museologia global.
183
Há que salientar que figuram também da lista de autores referenciados outros
autores não diretamente ligados à área da Museologia, entre eles Umberto Eco da área
da Comunicação, Paulo Freire da área da Educação, Ecléia Bosi da área da Psicologia.
6.6 Tipologia de autorias
A discussão acerca de como se dá a produção do conhecimento científico por
pesquisadores de modo individual ou em colaboração não é recente. A Royal Society, no
Século XVII, mesmo produzindo uma gama de trabalhos individuais, já destacava que
as pesquisas realizadas em colaboração se constituía um “modo de promover novas
pesquisas” (Meadows, 1999, p. 107). Reforça-se a ideia de que a produção do
conhecimento científico em colaboração tomou fôlego no final do Século XIX, sendo
difundido na Europa no século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Algo que
contribuiu para o aumento do número de artigos científicos publicados.
Assim, buscou-se mapear o tipo de autoria presente nos artigos dos
docentes/pesquisadores dos programas de pós-graduação stricto sensu em Museologia
no Brasil, que consta detalhado na Tabela 24:
Tabela 24 - Artigos científicos por tipo de autoria e ano de publicação
ANO Nº TOTAL
DE ARTIGOS
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Única Múltipla Única Múltipla Única Múltipla
2006 8 1 2 3 1 1
2007 20 6 6 2 4 2
2008 17 6 5 2 1 3
2009 10 5 3 1 1
2010 13 4 5 3 1
2011 16 5 8 2 1
2012 29 8 16 2 3
2013 26 9 10 2 2 3
2014 18 3 7 3 3 2
2015 23 4 7 3 1 4 4
2016 8 2 2 1 2 1
Total 188 51 71 21 3 27 15
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Os dados constantes da Tabela 24 revelam que 99 (53%) artigos são de autoria
única, enquanto 89 (47%) são de autoria múltipla.
184
De forma detalhada, dentre os três programas, a autoria única aparece com mais
evidência nos artigos dos docentes/pesquisadores dos programas da UFBA e da USP,
sendo 27 (64%) e 21 (87%) do total de artigos de cada programa, respectivamente.
Diferentemente, os docentes/pesquisadores do PPG-PMUS UNIRIO/MAST se
destacam por apresentar maioria de artigos em autoria múltipla, total de 71 (58%)
artigos dos 122 artigos deste programa, enquanto que artigos em autoria única somaram
51 (42%). Ainda quanto ao programa em questão, observou-se que a tendência de
artigos em autoria múltipla obteve maior incidência entre 2012 e 2014.
Mapeou-se o número de autores constantes dos artigos. Especificamente, com
relação apenas aos 89 (47%) artigos em autoria múltipla, identificou-se que
predominam as autorias duplas presentes em 48 (54%) artigos. A distribuição de autoria
múltipla com três autores soma 21 (24%) artigos, com quatro autores soma 12 (14%)
artigos, com cinco autores soma três (3%) artigos, enquanto que autoria múltipla com
mais de cinco autores perfaz seis (7%) artigos. Os totais dos números de autores são
apresentados na Tabela 25:
Tabela 25 - Distribuição de artigos publicados por número de autores
ANO Nº DE ARTIGOS
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Número de Autores
1 2 3 4 5 +5 1 2 3 4 5 +5 1 2 3 4 5 +5
2006 8 1 1 1 3 1 1
2007 20 6 1 1 1 3 2 4 1 1
2008 17 6 2 3 2 1 3
2009 10 5 1 1 1 1 1
2010 13 4 1 1 1 1 1 3 1
2011 16 5 6 2 2 1
2012 29 7 10 3 4 2 3
2013 26 10 5 1 3 2 2 1 2
2014 18 3 4 2 1 3 3 2
2015 23 4 3 2 2 3 1 4 4
2016 8 1 1 2 1 2 1
Total 188 51 35 15 12 3 6 21 2 1 27 10 5
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Ainda em relação ao número de autores na produção dos artigos, observou-se
que o PPG-PMUS UNIRIO/MAST é o único programa que possui artigos em autoria
com dois, três, quatro, cinco e com mais de cinco autores, o que é indicativo da forte
185
tendência do desenvolvimento de trabalho em colaboração. Já o PPGMus USP e o
PPGMuseu UFBA são os que apresentam resultados modestos para autoria múltipla,
apesar de possuírem artigos em autoria dupla e com até três autores.
A produção científica em autoria múltipla ou em colaboração é uma realidade já
consolidada, o que reflete a atuação de grupos proativos que faz diminuir o número de
produções individuais, em consonância com o crescimento e a especialização da
atividade científica (Meadows, 1999).
6.6.1 Autoria múltipla
No que se refere aos artigos publicados em autoria múltipla, os quais somam 89
(47%) artigos, como visto anteriormente, buscou-se identificar em que âmbito
ocorreram as autorias múltiplas, se nacional ou internacional.
Obteve-se que a incidência da autoria múltipla em nível nacional predominou
nos artigos, perfazendo um total de 85 (96%) artigos. O PPG-PMUS UNIRIO/MAST é
o programa que concentra mais da metade do seu total de artigos (122) em autoria
múltipla em nível nacional. A autoria múltipla em nível internacional que perfaz apenas
4 (4%) do total de artigos se mostra um pouco tímida por parte do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, chegando a inexistir na produção de artigos dos dois outros
programas, conforme dados da Tabela 26:
Tabela 26 - Incidência de artigos em autoria múltipla em nível nacional ou internacional
ANO Nº DE
ARTIGOS
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Nacional Internacional Nacional Internacional Nacional Internacional
2006 8 2 1
2007 20 6 2
2008 17 5 1
2009 10 3 1
2010 13 5 1
2011 16 6 2
2012 29 16
2013 26 9 1 3
2014 18 7 2
2015 23 6 1 1 4
2016 8 2 1 1
Total 188 67 4 3 15
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
186
6.6.2 Titulação e vínculo institucional da autoria múltipla
Na análise da titulação e vínculo institucional referente aos autores dos 89
artigos em autoria múltipla não se fez distinção entre autores nacionais e internacionais,
tendo sido identificada a formação acadêmica de 214 (100%) autores, suprimidos os
docentes/pesquisadores dos programas. Os artigos em autoria múltipla do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST somaram 188 (88%) autores, os do PPGMus USP quatro (2%) autores
e os artigos do PPGMuseu UFBA totalizaram 22 (10%) autores.
Do total de 214 autores, identificou-se que 106 possuem o título de doutor ou
Philosofae Doctor (PhD) sendo que a maioria dos coautores obteve o seu título em
programas de doutorado do Brasil, mas também há casos de obtenção do título em
países da Europa como Portugal e França. O PPG-PMUS UNIRIO/MAST foi o
programa com maior incidência de autores com tal titulação em seus artigos em autoria
múltipla.
O total de autores mestres correspondeu a 32, todos com titulação obtida em
programas de pós-graduação brasileiros. Somados os totais de alunos de pós-graduação
(doutorandos e mestrandos) e alunos de graduação, obteve-se o total de 60. Este
resultado pode caracterizar contribuição importante do corpo discente nos artigos
publicados. Alguns artigos são oriundos de investigações em andamento, de
monografias de graduação, de projetos de iniciação científica ou mesmo de
investigações desenvolvidas em grupos de pesquisa, o que reforça o desenvolvimento
de trabalho em colaboração na investigação/pesquisa e, também, na produção de
outputs.
187
Tabela 27 - Titulação dos autores dos artigos em autoria múltipla
TITULAÇÃO PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Total
Doutor 100 6 106
Doutorando 13 1 18
Mestre 26 1 2 32
Mestrando 11 1 1 10
Especialista 4 3
Graduado 12 2 2 17
Aluno de Graduação
22 10 32
Total 188 4 22 214
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Constatou-se, ainda, a tendência da maioria dos coautores serem docentes e
alunos vinculados a programas de pós-graduação, o que se entende como resultado das
exigências de avaliação da CAPES sobre os programas de pós-graduação.
Especificamente quanto ao vínculo institucional dos coautores, observou-se que
os mesmos são ligados à diversas instituições como Universidades, Institutos e Centros
de Pesquisa, Fundações, Secretarias de governo e Instituições museológicas. Isto é
contemplado de forma mais detalhada nas redes de coautoria dos
docentes/pesquisadores.
6.7 Caracterização das Redes de coautoria
A ciência contemporânea vem mostrando a tendência cada vez mais frequente e
crescente de publicação com múltiplos autores (Spinak, 1996). Já há algum tempo,
investigações voltadas à “mensurar a colaboração científica entre os pesquisadores,
instituições e países para visualizar a frente de pesquisa de determinada área” (Oliveira,
Santarém & Santarém Segundo, 2009, p. 313) cresceram nas mais diferentes áreas de
conhecimento.
De acordo com Oliveira, Santarém & Santarém Segundo (2009), as publicações
em coautoria ou em autoria múltipla são bem quistas, dado o seu impacto, por agências
de fomento à pesquisa, tanto que contemplam em suas chamadas públicas a fomento os
grupos de pesquisa e publicações em colaboração.
188
A coautoria ou autoria múltipla, “se dice de documentos em que dos ou más
autores participarón de su criación” (Spinak, 1996, p. 30). Isto configura uma rede que
engloba grupo de indivíduos que, de forma agrupada ou individual, se relacionam com
outros para atingirem um fim específico. As redes podem “ter muitos ou poucos actores
e uma ou mais classes de relações entre pares de actores” (Silva, Fialho, & Saragoza,
2013, p. 5).
As relações ou interações entre os atores ou grupo de pesssoas (nós ou atores
representados por círculos) em torno de um mesmo objetivo é possibilitada pela ARS e
são representadas de forma gráfica por grafo, sociograma ou rede (Silva, Fialho, &
Saragoza, 2013).
De modo a identificar com quem os docentes/pesquisadores dos programas de
pós-graduação stricto sensu em Museologia estabeleceram relação de coautoria,
realizou-se a ARS. Assim, foi possível gerar a rede social de coautoria de 22 (59%)
docentes/pesquisadores, do total de 37 (100%), sendo 14 docentes/pesquisadores do
PPG-PMUS UNIRIO/MAST, dois do PPGMus USP e seis do PPGMuseu UFBA, os
quais publicaram artigos em coautoria.
Em sequência, apresentam-se os grafos e a análise individual dos
docentes/pesquisadores (designados pela sigla DP com número sequencial) e a relação
com os seus coautores (designados pelo sobrenome escrito por extenso com seus nomes
abreviados) de forma detalhada por programa. Nos Grafos, os docentes/pesquisadores
que estabeleceram redes de coautoria nos artigos foram destacados na cor amarela e os
coautores na cor azul.
6.7.1 Redes de coautoria do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Dos 16 docentes/pesquisadores do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, 14 possuem
artigos em coautoria. Nessa condição, foram publicados 71 artigos, dos quais constam
149 coautores. Incluem-se neste total de coautorias os próprios docentes/pesquisadores
quando figuraram como coautores na publicação de artigo de colega do programa.
Iniciou-se a análise pela rede de coautoria de docente/pesquisador 4 (DP4) que
manteve o maior número de coautores nos artigos. DP4 se relacionou com 59 coautores
189
e com 39 instituições na publicação de sete artigos. O exposto pode ser observado no
Grafo 1:
Grafo 1 – Rede social de coautoria de DP4
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
O maior número de relacionamento em coautoria de DP4 se deu com L. C. M.
O. Ponciano, o qual é representado por cinco artigos. Além disso, observa-se que há
relação de proximidade também com A. C. M. Vieira, M. G. L. Novaes, J. S. Matos e
A. G. F. Farias com quem DP4 manteve relação por meio da publicação de três artigos,
seguida de proximidade com A. R. S. F. Castro na publicação de dois artigos. Os
demais autores são considerados elementos mais distantes na rede, pois DP4
estabeleceu apenas uma relação de coautoria.
Ainda sobre a rede de DP4, percebe-se que a UNIRIO (instituição de vínculo do
indivíduo central) e a UFRJ são as instituições de vínculo dos coautores com maior
número de relações, constituindo-se o centro da relação institucional. A relação com
coautores da UNIRIO revela que esta é composta por alunos do Curso de Graduação em
Museologia da instituição, enquanto que a relação com a UFRJ se deu com docentes
190
desta universidade. Além desta, DP4 manteve relação com grande número de coautores
de universidades, centros de pesquisa e instituições museais internacionais de diversos
países, como Espanha, Rússia, Alemanha, EUA, dentre outros em um único artigo.
DP2 possui total de 18 artigos, dos quais 17 são em coautoria. DP2 manteve
relação com 18 coautores e oito instituições, conforme apresentado no Grafo 2:
Grafo 2 – Rede social de coautoria de DP2
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com o Grafo 2, observa-se a proximidade de L. R. M. Miranda a DP2.
Juntos publicaram três artigos. Visualiza-se relação de proximidade também com E. S.
Maia, A. C. Martins, L. R. Santos, G. N. Campos e M. Lourenço com quem DP2
publicou dois artigos com cada, seguida de proximidade com A. R. S. F. Castro com
quem publicou dois artigos. Na rede de coautoria de DP2 se observa que 12 coautores
são elementos distantes na rede, haja vista a publicação de apenas um artigo com os
mesmos.
Percebe-se que DP2, além de estabelecer relação com o MAST, sua instituição
de vínculo, mantém relações com a UFRJ, a UNIFESP, o Centro de Tecnologia Mineral
(CETEM/RJ), o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA/RJ), a
FCRB, também do Rio de Janeiro, e relação internacional representada pela
191
Universidade de Lisboa. A relação com esta instituição portuguesa é citada na descrição
do grupo de pesquisa liderado por DP2.
O DP13 estabeleceu 13 relações de coautoria na publicação de seis artigos. O
Grafo 3 apresenta a rede de coautoria de DP13:
Grafo 3 – Rede social de coautoria de DP13
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A rede de DP13 possibilita observar relação de proximidade com quatro
coautores: C. M. P. Storino, D. C. Studart, A. C. Gelmini e N. F. Soares. As demais
relações, total de nove, são elementos distantes na rede.
A maioria das coautorias se deu com coautores vinculados à diversas instiuições
brasileiras como a FIOCRUZ, o IBRAM, o MHN, o SRBM/IPHAN e a própria
UNIRIO, sendo esta última de vinculação de discentes do Curso de Graduação em
Museologia. DP13 estabeleceu relação de coautoria com autores vinculados às
instituições internacionais como a Reiwardt Academy e a Universidade Denis Diderot.
Em sequência, apresenta-se o Grafo 4 que corresponde à rede social de coautoria
de DP16. Este, na totalidade dos 11 artigos publicados manteve relação com 12
coautores, contudo, estabelecendo relação de proximidade com quatro coautores.
192
Grafo 4 – Rede social de coautoria de DP16
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Identificou-se na rede social de coautoria de DP16 que a relação de proximidade
se deu com quatro autores, sendo uma relação estabelecida com colega do PPG-
PMUS/UNIRIO/MAST, no caso com M. E. Valente, por meio de dois artigos. Na rede
de DP16 a relação com elementos distantes na rede ficou por conta de nove coautores
com os quais foi estabelecida apenas uma relação de coautoria.
Na relação de DP16 com 12 coautores se identificou que os mesmos são
vinculados ao MAST e à PUC/RJ.
Acerca da rede social de coautoria de DP11, obteve-se que o mesmo manteve
cinco relações com nove coautores. Não houve relação de proximidade com nenhum
coautor. A relação com os nove autores se deu de modo distante, por conta de apenas
uma relação de coautoria com cada coautor. O Grafo 5 apresenta o exposto.
193
Grafo 5 – Rede social de coautoria de DP11
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observou-se, ainda, que DP11 possui uma relação de coautoria com um
docente/pesquisador do PPG-PMUS UNIRIO/MAST. Figuram em sua rede cinco
instituições brasileiras e uma instituição internacional, no caso a UC em Portugal. A
relação de DP11 com a UC é oriunda de vínculo estabelecido quando da realização do
estágio pós-doutoral em Ciências da Educação, na condição de bolsista da FCT, no
período de 2006-2009. DP 11 é, ainda, membro do Centro de Estudos Interdisciplinares
do Século XX – CEIS 20 da UC, o qual é coordenado por M. R. Pinheiro, docente da
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação desta universidade portuguesa.
A rede social de DP5 se deu pelo estabelecimento de cinco relações de coautoria
com oito coautores. O Grafo 6 reflete a rede de coautoria de DP5:
194
Grafo 6 – Rede social de coautoria de DP5
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observa-se na rede social de DP5 que não houve relação de proximidade com
nenhum coautor e, também, nenhuma relação com colega do programa. Porém,
observou-se relação com coautores vinculados às instituições de ensino superior como a
própria UNIRIO, UFRJ, UFRB, UFS e a Faculdade Pio X.
A relação com a UFS é explicada pelo vínculo de DP5 com a referida instituição
no período de 2009 a 2013 com atuação no Curso de Graduação em Museologia da
UFS. Além disto, DP5 atua no Programa de Pós-Graduação em Arqueologia
(PROARQ) desta universidade.
No que se refere à rede de DP1, constatou-se que o mesmo manteve quatro
relações de coautoria com seis coautores. Em sua rede, conforme Grafo 7, não consta
qualquer relação de proximidade, já que foi estabelecida apenas uma relação de
coautoria com cada um dos seis coautores, no entanto, uma delas se deu com colega do
PPG-PMUS UNIRIO/MAST. Houve relação de coautoria com mestrandas do
programa.
195
Grafo 7 – Rede social de coautoria de DP1
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
DP1 estabeleceu relação com três instituições, NMBA/RJ, UFRJ e UFF, além da
que possui vinculo.
No caso da rede social de DP6, identificou-se relação com cinco coautores, em
um único artigo, conforme Grafo 8:
196
Grafo 8 – Rede social de coautoria de DP6
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observa-se por meio do Grafo 8 que todos os coautores com quem DP6
estabeleceu relação possuem vínculo com a UNIRIO. No entanto, a relação não se deu
com nenhum colega do PPG-PMUS, mas com alunos do Curso de Graduação em
Museologia da UNIRIO. Esses alunos são participantes de um projeto de observação de
público intitulado Determinação das Densidades Adequadas dos Objetos Expostos nas
Exposições Museológicas. Os limites do espaço e observação e circulação.
O Grafo 9 representa a rede social de coautoria de DP9. Quanto a este, foi
estabelecida uma relação de coautoria com cinco coautores.
197
Grafo 9 – Rede social de coautoria de DP9
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Com um total de quatro artigos em coautoria, observa-se que a relação de
proximidade de DP9 se deu com K. C. D. Oliveira, doutoranda do PPG-PMUS sob sua
orientação. Houve com os demais coautores vinculados ao MAST e a própria UNIRIO
apenas um artigo.
Na rede social de DP12, representada no Grafo 10, a relação de coautoria com
cinco coautores se deu em três artigos.
198
Grafo 10 – Rede social de coautoria de DP12
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observa-se na rede social de DP12 que duas das relações foi com colega do
PPG-PMUS e a outra relação se deu com mestrando do programa com vinculação
institucional à FINEP. A relação de proximidade de DP12 deu-se com S. Cazelli
(coautora do convênio UNIRIO/MAST) e com C. A. Q. Coimbra.
No tocante à rede de coautoria de DP14, constatou-se que o mesmo estabeleceu
relação de coautoria com quatro coautores, representada pela publicação de dois artigos
em coautoria. O exposto está representado no Grafo 11:
199
Grafo 11 – Rede social de coautoria de DP14
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Na rede social de DP14 não foi estabelecida relação de proximidade. Observa-se
que houve relação com coautor do convênio UNIRIO/MAST, com a UNIRIO, a UFRJ e
com o Hospital Universitário Graffé Guinle.
DP3 estabeleceu relação com três coautores em quatro artigos. A relação de
proximidade se deu com apenas um coautor, no caso A. F. Berquó do IBC, que fora
mestranda do PPG-PMUS. As demais relações se deram com coautor vinculado ao
convênio UNIRIO/MAST e com o IBRAM.
200
Grafo 12 – Rede social de coautoria de DP3
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
DP7 possui apenas uma relação de coautoria com dois coautores, sendo com
colega do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e com estudante do programa.
Grafo 13 – Rede social de coautoria de DP7
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
DP15 estabeleceu apenas uma relação de coautoria com um coautor, conforme
se observa no Grafo 14. A relação se deu com coautor vinculado ao MAST.
201
Grafo 14 – Rede social de coautoria de DP 15
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A análise da rede social dos 14 docentes/pesquisadores do PPG-PMus
UNIRIO/MAST que publicaram em coautoria culminou na constatação de que a rede
social de 11 docentes/pesquisadores (DP1, DP2, DP3, DP4, DP5, DP9, DP11, DP12,
DP13, DP14 e DP16) é do tipo mista (intrainstitucional e interinstitucional), enquanto
que a rede social de três docentes/pesquisadores (DP6, DP7 e DP15) é do tipo
intrainstitucional.
6.7.2 Redes de coautoria do PPGMus USP
Dos 10 docentes/pesquisadores que compõem o quadro do PPGMus USP,
apenas dois possuem artigos em coautoria: DP19 e DP22.
Começando a análise da rede social de DP19, verificou-se que o mesmo
estabeleceu relação de coautoria com dois coautores, sendo um artigo com cada.
202
Grafo 15 – Rede social de coautoria de DP19
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observa-se na rede social de DP19 que um coautor é vinculado à USP e o outro
à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo (SCESP). O coautor vinculado à USP
realiza mestrado pelo PPGMuseu com bolsa da FAPESP e com estágio de pesquisa no
exterior. Já o coautor vinculado à SCESP tem a função de Técnica da Unidade de
Preservação do Patrimônio Museológico, possui mestrado em Museologia pelo
PPGMus USP com dissertação sob a orientação de DP19 que originou o artigo.
Com relação ao DP22, identificou-se que o mesmo estabeleceu relação de
coautoria com dois coautores em um artigo: J. M. Elazari e C. G. Carneiro, conforme se
observa no Grafo 16:
203
Grafo 16 – Rede social de coautoria de DP22
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Os coautores com quais DP22 estabeleceu relação ambos são vinculados ao
MAE da USP, são Historiadores e Educadores, com atuação no Serviço Técnico de
Musealização do museu.
Em resumo, a análise da rede social dos dois docentes/pesquisadores do
PPGMus USP revelou que a rede social de DP19 é do tipo mista e a rede social de
DP22 é do tipo intrainstitucional.
6.7.3 Redes de coautoria do PPGMuseu UFBA
Dos docentes/pesquisadores que compõem o PPGMuseu UFBA, no caso 11, seis
possuem artigos em coautoria.
Inicia-se a análise pelo docente/pesquisador que estabeleceu o maior número de
relação com coautores. No caso, isto se aplica a DP27 que estabeleceu relação com oito
coautores. Identificou-se que os coautores são vinculados à UFBA, inclusive, destacam-
se duas relações de coautoria com colega do programa, M. N. B. Cunha, representativa
de proximidade com o indíviduo central. Também houve relação de proximidade com
L. G. Ferreira, com vinculação à UFBA na condição de estudante do Curso de
Graduação em Museologia, de iniciação científica integrante de projeto de pesquisa.
Atualmente, L. G. Ferreira é doutoranda em Museologia pela ULHT.
204
Grafo 17 – Rede social de coautoria de DP27
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A rede de coautoria de DP37 é formada por relação com três coautores em
artigos: C. M. Souza, C. S. S. Magalhães e D. C. Santos, todos vinculados à UFBA. A
relação com C. M. Souza é oriunda da orientação de Trabalho de Conclusão do Curso
de Graduação em Museologia, sob orientação de DP37 e da integração no Grupo de
Pesquisa Observatório da Museologia Baiana. A relação com C. S. S. Magalhães é
oriunda da orientação de dissertação de Mestrado desenvolvida no âmbito do Programa
de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Por fim, a relação com D. C. Santos se
deu na condição de estudante do Curso de Graduação em Museologia e como bolsista
de Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC), no Projeto Museologia
Baiana: inventário de fontes bibliográficas. Na rede social de coautoria de DP37 não
houve relação de proximidade.
205
Grafo 18 – Rede social de coautoria de DP 37
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
DP28 estabeleceu relação com dois coautores em três artigos. A relação se deu
com coautores vinculados à UFBA e à ULHT. Destaca-se duas relações de coautoria
com colega do programa, J. M. Freitas, representativa de relação de proximidade,
conforme apresentado no Grafo 19. A relação com coautoria da ULHT é oriunda de
orientação de dissertação de mestrado na referida instituição, onde DP28 é docente
convidado do Programa de Doutoramento em Museologia da ULHT.
Grafo 19 – Rede social de coautoria de DP28
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
206
DP36 possui um artigo em coautoria com dois coautores. A relação se deu com
coautores vinculados à UFBA na condição de estudantes do Curso de Graduação em
Museologia da instituição.
Grafo 20 – Rede social de coautoria de DP36
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A rede de DP31 possibilita observar relação com um coautor A. J. Lima, no caso
apenas um artigo. A instituição de vínculo do coautor é a UFBA na condição de
estudante do PPGMuseu.
Grafo 21 – Rede social de coautoria de DP31
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
207
Assim como a rede de DP31, a relação de coautoria de DP33 foi estabelecida
com um coautor, também vinculado à UFBA como egresso do Curso de Graduação em
Museologia e do PPGMuseu, além de integrante do Grupo de Estudos sobre
Cibermuseus (GREC) do CNPq liderado por DP31.
Grafo 22 – Rede social de coautoria de DP33
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A análise da rede social dos seis docentes/pesquisadores do PPGMuseu UFBA
que publicaram em coautoria, revelou que cinco docentes/pesquisadores estabeleceram
rede do tipo intrainstitucional (DP27, DP31, DP33, DP36, DP37) e que apenas um
docente/pesquisador (DP28) estabeleceu rede do tipo mista.
6.8 Tendências temáticas da produção científica
Apresenta-se nesta seção a análise do corpus documental em relação às
temáticas presentes nos artigos científicos dos docentes/pesquisadores da área da
Museologia no Brasil, de modo a evidenciar uma parcela da contribuição teórica e
prática desta produção científica publicada em acesso aberto.
A partir do total de 188 artigos, excluindo-se as repetições de artigos em
coautoria com colega do próprio programa (total de seis artigos), foram considerados
182 artigos para a determinação de categorias temáticas de análise.
208
Na busca por apreender o panorama das temáticas desenvolvidas na produção
cientifica do grupo investigado, mediante corpus documental já quantificado, foram
determinadas 19 categorias, sendo 18 delas representativas de temas no escopo da
Museologia e uma delas referente à categoria Outras agendas de investigação. Esta
última foi determinada a partir da identificação de que os docentes/pesquisadores lidam
com outros temas ligados a áreas distintas, o que coaduna com a diversidade de áreas de
formação acadêmica dos atores em todos os níveis (graduação, especialização, mestrado
e doutorado).
Na Figura 10 se visualizam as categorias determinadas que auxiliam o processo
de análise do corpus documental. As categorias foram definidas a partir dos seguintes
elementos do artigo: título, resumo e palavras-chave e, sobretudo, texto completo,
conforme detalhado no percurso metodológico desta tese. No entanto, esclarece-se que
as categorias temáticas de análise determinadas não são limitadoras de outras
possibilidades de leitura, interpretação e classificação.
Figura 10 – Categorias de análise do corpus documental
Fonte: Dados da pesquisa (2017) a partir do corpus documental analisado
209
As categorias temáticas definidas para interpretação analítica propiciam
subsídios ao panorama do que vem sendo produzido na área da Museologia, em acesso
aberto, a partir da institucionalização dos programas de pós-graduação stricto sensu da
área no Brasil.
Em sequência, apresentam-se as categorias de análise, consoante ao corpus
documental analisado, sendo cada uma delas iniciada por descrição conceitual aportada
pela literatura, seguida da distribuição de artigos dentro da baliza cronológica de 2006 a
2016 e de aspectos como filiação dos artigos, relação com as linhas de pesquisas dos
programas, temáticas abordadas nos artigos no âmbito das categorias e que instituição
se desenvolveram.
6.8.1 Categoria: Objeto/ Coleção/ Acervo
O objeto no âmbito de uma instituição museológica, dentre outras questões, é
uma representação concreta/física/palpável da memória. É ele que estabelece ligação
entre o passado e o presente. A incorporação dos objetos ao museu pode ocorrer por
coleta, doação, legado, empréstimo, compra, transferência, permuta ou depósito.
Aspectos como raridade, fabricação, relevância científica e cultural, antiguidade,
preciosidade do objeto, são alguns dos motivos que levam os museus a salvaguardarem
os objetos em seu acervo.
Mas para que um objeto seja incoporado ao acervo de um museu, o mesmo
precisa ser pesquisado de modo a levantar informações que o identifique com a missão
da instituição museológica. Após o referido processo de pesquisa e análise, o objeto
adquire valor documental, ou seja, “passa a compor uma coleção determinada pela
instituição e assim se torna elemento de algo ainda maior, denominado acervo
museológico” (Padilha, 2014, p. 19).
Por sua vez, o acervo museológico é formado por objetos de vasta tipologia,
podendo ser etnográfico, antropológico, arqueológico, artístico, histórico, tecnológico,
imagético, sonoro, virtual, de ciências naturais, entre outros (Padilha, 2014).
O acervo museológico engloba objetos relacionados ao interesse e finalidade de
preservação, pesquisa e comunicação de uma instituição museológica.
210
A categoria Objeto/ Coleção/ Acervo diz respeito aos objetos culturais; aos
acervos como marcadores sociais; à dimensão testemunhal e representativa das coleções
museológicas; aos sistemas de documentação/informação de acervos museológicos;
formação, registro, classificação, catalogação, inventário e acondicionamento de
coleções; coleções de objetos tangíveis e indicadores culturais intangíveis; à
catalogação, classificação e indexação de acervos; à implantação de sistemas
informatizados de documentação dos processos de conservação e restauração
Na referida categoria, classificaram-se 18 artigos, sendo seis do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, quatro do PPGMus USP e oito do PPGMuseu UFBA.
Esse resultado consta da Tabela 28 que apresenta a distribuição anual dos
artigos:
Tabela 28 – Distribuição anual dos artigos na categoria Objeto/ Coleção/ Acervo
Objeto/ Coleção/ Acervo
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
2 1 1 1 1 6
PPGMus USP 2 1 1 4
PPGMuseu UFBA
1 1 1 2 1 2 8
Total 3 3 1 1 4 1 2 1 2 18
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – Elaboração a partir do corpus documental analisado
Segundo os dados expostos na Tabela 28, vê-se que houve uma sequência de
artigos a partir do ano de 2012 especificamente por parte do PPGMuseu UFBA,
programa que apresentou maior incidência de artigos classificados na categoria Objeto/
Coleção/ Acervo.
No que concerne à filiação do conjunto de 18 artigos, verificou-se que a maioria
se enquadra no contexto de projetos de pesquisa (F= 10), seguida de projeto de extensão
universitária (F= 1) intitulado Núcleo de Memória da Escola de Enfermagem da
Universidade Federal da Bahia desenvolvido de forma interinstitucional entre o
Departamento de Museologia e as Pró-Reitorias de Extensão e Atenção Estudantil, de
orientação de dissertação (F= 1) no âmbito da Pós-Graduação em Museologia e,
também, oriunda de tese do docente/pesquisador (F= 1). Apenas quatro artigos não
especificaram a afiliação da produção científica.
211
Quanto aos artigos oriundos de projetos de pesquisa, levantou-se que os mesmos
foram financiados pelo CNPq, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
(FAPESB) e pela FAPESP.
Os artigos classificados na categoria Objeto/ Coleção/ Acervo discorrem sobre
os mais diversos tipos de representações. As contribuições versam sobre objetos como
fontes históricas (incluindo: fotografias, depoimentos, entrevistas, jornais e até mesmo
edificações), como representativos de mito (objetos míticos), como objeto de referência
e resistência que agrega aspectos de identidade local e memória social (objeto de
transporte fabricado na Inglaterra no século XIX, a diligência Mazeppa), como vetor da
memória social (acervo ex-votivo138
), como eixo interpretativo da história brasileira por
meio dos objetos (pinturas e esculturas). Ainda, estudos críticos sobre a aquisição de
coleção italiana por parte de um museu. Destaca-se estudo que discute casos de pedido
de restituição e/ou repatriação de bens patrimoniais que estão sob a guarda de museus
europeus. Essa questão tem mobilizado museólogos, legisladores, governos e
organismos internacionais, a exemplo da ONU e da UNESCO, e, também,
pesquisadores.
Em termos de instituição, identificou-se no conjunto de artigos analisados que os
mesmos trataram Objeto/ Coleção/ Acervo em instituições como Museu Histórico da
Cidade do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Arte
Moderna de São Paulo (MAM), Museu Paulista, Escola de Enfermagem da UFBA,
salas de milagres da Bahia e dos santuários do Brasil.
6.8.2 Categoria: Exposição museológica
As funções museais foram descritas na literatura ao longo do tempo de diversas
formas, mas foi a Reinwardt Academie que, no final da década de 1980, delineou três
funções para o museu: preservação, pesquisa e comunicação designando o modelo
PPC. A comunicação compreende a educação e a exposição (Desvallées & Mairesse,
2013).
138
O ex-voto engloba quadro pictórico, desenho, escultura, fotografia, peça de roupa, joia, mecha de
cabelo ou outra variedade de objeto ofertado ou exposto em capelas, igrejas ou salas de milagres,
representando o agradecimento da graça alcançada (Oliveira, 2007).
212
A comunicação em museus está relacionada às ações desenvolvidas em um
museu. Mas e a comunicação museológica? Cury explica que esta é uma subárea do
conhecimento da Museologia. A autora, preocupada com a falta de distinção no
emprego dos termos, e com o objetivo de dirimir quaisquer dúvidas, esclarece que “os
dois termos estão ligados, mas é a comunicação museológica que fundamenta as ações
comunicacionais em museus, além de construir conhecimento teórico” (Cury, 2010, p.
270).
No contexto da função comunicação que engloba a exposição como forma de
comunicação, de acordo com Cury, assim como a história dos museus (de ambiente
reservado para poucas coleções particulares à local de comunicação do patrimônio
cultural preservado), a exposição passou por transformações. Em sua compreensão, a
exposição é entendida como uma forma de comunicação (complexa e articulada com o
cotidiano), ou seja, como um ambiente de interação entre dois polos: o patrimônio
cultural e o público no espaço das instituições museológicas (Cury, 1999, 2005).
O termo exposição, no livro Conceitos-chave de Museologia, denota “tanto o
resultado da ação de expor, quanto o conjunto daquilo que é exposto e o lugar onde se
expõe” (Desvallées & Mairesse, 2013, p. 34).
Interpretando essas denotações, com relação à exposição como resultado da ação
de expor, tem-se que a mesma possibilita a visualização contextualizada de
acontecimentos passados ou ausentes por meio dos objetos. Como conjunto daquilo que
é exposto, a exposição engloba os objetos de museu, os objetos substitutos (réplicas,
moldes, etc.), o material expográfico (vitrines, divisórias, etc.), os suportes de
informação (textos, filmes, etc.) e a sinalização utilitária. Por fim, a exposição como
lugar onde se expõe está relacionada ao lugar de modo geral, já que uma exposição pode
ser organizada por instituições que visam lucro ou não, pode ser organizada em lugar
fechado, aberto ou in situ (sem deslocamento do objeto) (Desvallées & Mairesse, 2013).
No espectro da temática Exposição Museológica podem ser investigadas as
seguintes subtemáticas: a tipologia das exposições; a linguagem e/ou narrativa/discurso
nas exposições; o planejamento e implementação de exposição; critérios de avaliação da
exposição e do espaço expositivo; recursos expográficos (suportes, cor, som, luz,
imagens, dentre outros); as exposições e seus mais variados públicos visitantes;
213
documentação e divulgação da exposição; resultados obtidos e impacto social da
exposição.
Nesta investigação, o conjunto de artigos classificados na categoria Exposição
museológica somam 17 artigos, sendo sete do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, sete do
PPGMus USP e três do PPGMuseu UFBA.
Em sequência, o resultado descrito consta da Tabela 29 que apresenta a
distribuição anual dos artigos por programa:
Tabela 29 – Distribuição anual dos artigos na categoria Exposição
Exposição museológica
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
2 2 2 1 7
PPGMus USP 1 1 1 1 1 1 1 7
PPGMuseu UFBA
1 1 1 3
Total 1 4 1 3 3 1 2 1 1 17
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – Elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da Tabela 29, observou-se que, no período investigado,
os anos de 2008, 2011 e 2012 foram os que apresentaram maior produtividade de
artigos no escopo da categoria Exposição museológica.
Um resultado que expressa relação com as Linhas de pesquisa dos programas.
No caso do PPG-PMUS UNIRIO/MAST a produção de artigos sobre exposição
coaduna com a Linha de pesquisa 1 Museus e Museologia, sob eixo temático Teoria da
exposição. Quanto aos artigos do PPGMus USP, considera-se que os mesmos mantêm
relação com duas Linhas de pesquisa do programa História dos processos
museológicos, coleções e acervos e Teoria e método da gestão patrimonial e dos
processos museológicos. Os artigos do PPGMuseu UFBA coadunam com a Linha de
pesquisa Patrimônio e Comunicação, especificamente, em seus eixos temáticos relação
do patrimônio e comunicação museológica e linguagens exprográficas.
Quanto à filiação do conjunto dos 17 artigos classificados na referida categoria,
identificou-se que apenas sete artigos apresentam informação acerca da filiação.
Portanto, identificaram-se artigos oriundos de projeto de pesquisa (F= 3), de tese do
docente/pesquisador (F= 3) e de orientação de dissertação de mestrado (F= 1).
214
Os artigos analisados que se relacionam à categoria Exposição museológica
trazem enfoques que se centram sobre: exposição como estratégia de comunicação;
cultura das exposições no século XIX; concepção e montagem de exposição,
organização do espaço expositivo, arquitetura e condições estruturais e ambientais
(temperatura); narrativa/discurso construído pela exposição a partir dos objetos; limites
de fruição; e avaliação dos resultados de uma exposição.
Dentre os tipos de exposições, identificaram-se nos artigos relatos sobre
exposições do tipo histórica (exposição em que são exibidos aspectos de um período
histórico específico), comemorativa (exposição que destaca um acontecimento ou uma
personalidade de importância histórica ou cultural) e temática (exposição que destaca
um tema específico).
Concernente à duração das exposições abordadas nos artigos, foram
identificadas exposições de longa duração, temporária e itinerante.
Destacam-se, ainda, nos artigos exposições ambientadas em instituições
museológicas localizadas no Rio de Janeiro como o MAST, o Centro Nacional de
Folclore e Cultura Popular (CNFCP) e o Navio-Museu Bauru. As instituições
localizadas em São Paulo são: o Museu da Língua Portuguesa139
, o Museu Histórico e
Pedagógico Índia Vanuíre, o Museu de Zoologia da USP, o Museu de Antropologia e
Etnologia (MAE) da USP, e a Biblioteca Municipal de São Paulo. Aparece, ainda, nos
artigos o Museu Afro-brasileiro da UFBA (MAFRO) localizado na Bahia. Os dados em
questão revelaram que os docentes/pesquisadores tendem a centrar suas pesquisas em
sua localização geográfica e em instituições de seu próprio vínculo institucional, com
exceção de apenas um artigo de docente/pesquisador do PPG-PMUS UNIRIO/MAST
que enfocou exposição do Museu da Língua Portuguesa.
139
Dedicado à valorização e difusão da língua portuguesa enquanto patrimônio imaterial. Inaugurado
oficialmente no dia 20 de março de 2006 com abertura ao público no dia 21 de março de 2006. Em 21 de
dezembro de 2015 um incêndio de grandes proporções atingiu suas instalações, obrigando o fechamento
do museu. Contudo, o museu continua realizando acões educativas e exposições itinerantes. Desde janeiro
de 2016 o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, assinou convênio com a
Fundação Roberto Marinho e a organização social ID Brasil com o objetivo de unir esforços para a
reconstrução do museu, que conta, também, com empresas privadas patrocinadoras como a portuguesa
EDP, o Grupo Itaú e o Grupo Globo. O início das obras de restauração se deu um ano após o incêndio,
encontrando-se em andamento. Disponível em: http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/?page_id=5
215
6.8.3 Categoria: Preservação e Conservação do Patrimônio de Ciência e Tecnologia
A análise de Marta Lourenço (2009) acerca do Patrimônio de Ciência &
Tecnologia (C&T), que segundo a autora é considerado `matéria negra´ no escopo do
patrimônio, traz constatações preocupantes: a dispersão de parcela considerável do
patrimônio em instituições não comprometidas com este tipo de coleção e que, dentre
questões financeiras e até mesmo de missão institucional, não dispõem de recursos
humanos abalizados para o trato das coleções; ínfima parcela do patrimônio alocada em
museus; situação de vulnerabilidade da coleção; e a desvalorização deste patrimônio por
pesquisadores que poderiam primar por sua conservação. Essas são algumas
constatações elencadas pela autora que se remete ao contexto europeu, mas Marcus
Granato (2009), estudioso deste tipo de patrimônio, adverte que este cenário se aplica
também ao contexto brasileiro.
De acordo com Granato (2009) o patrimônio de C&T corresponde aos objetos,
aos documentos em papel, as coleções arqueológicas, as coleções etnográficas, os
espécimes de coleções biológicas e da terra, os quais são vestígios do desenvolvimento
científico e tecnológico. Fazem parte também do patrimônio de C&T, as edificações
arquitetônicas (laboratórios, observatórios, etc.) criadas com a finalidade de ambientar a
funcionalidade dos objetos.
O patrimônio de C&T, enquanto parte do patrimônio cultural, geralmente não
recebe a devida atenção. Trata-se de um patrimônio ainda carente de iniciativas de
preservação tanto por parte das instituições que os alocam, como também por parte do
poder público.
No Brasil, o MAST criado em 1985 com a missão de preservar a memória
científica brasileira, detém um dos mais importantes conjuntos de objetos de C&T em
seu acervo. A instituição vem trabalhando incansavelmente na preservação deste
patrimônio sob a sua guarda. No entanto, a preocupação com este tipo de patrimônio
ultrapassa o trabalho desenvolvido com seu acervo. O MAST, em conjunto com outras
instituições, realizou mapeamento da existência de objetos de valor científico em todo
país, a partir do projeto Valorização do patrimônio científico e tecnológico brasileiro140
,
desenvolvido no âmbito do Grupo de Pesquisas em Preservação de Acervos Culturais
140
Disponível em: http://www.mast.br/projetovalorizacao/new-page.html. Acesso em 20 mar. 2017.
216
(GPAC), o qual evidenciou que uma considerada parte dos objetos já foi descartada.
Para além disso, o MAST desenvolve pesquisas em conjunto com instituições nacionais
e internacionais, a exemplo do MUHNAC da Universidade de Lisboa, promove eventos
sobre o tema da preservação do patrimônio de C&T, sobre gestão deste patrimônio,
dentre outros temas, e, ainda, oferece um curso de mestrado profissional em
Preservação de Acervos de Ciência e Tecnologia desde 2013.
Os projetos de pesquisa desenvolvidos em Museologia e Preservação de Acervos
de C&T pelo MAST no período de 1998 a 2015 constam de obra organizada por
Marcus Granato (2015) em comemoração pelos 30 anos do MAST em 2015, elaborada
com a finalidade de dar a conhecer o compromisso e os esforços dessa instituição com o
acervo de C&T.
Assinala-se em 2017 a elaboração da Carta do Rio de Janeiro sobre o Patrimônio
Cultural da Ciência e Tecnologia. No entanto, a origem do documento se deu a partir do
IV Seminário Internacional Cultura Material e Patrimônio de Tecnologia, realizado no
MAST, em dezembro de 2016.
A Carta do Rio de Janeiro sobre o Patrimônio Cultural da Ciência e Tecnologia
tem como finalidade manifestar a importância do patrimônio de C&T, bem como
apresentar as diretrizes para a elaboração de políticas voltadas à sua salvaguarda.
Registra, inclusive, que ações voltadas para a preservação do Patrimônio de C&T é, na
esfera pública, responsabilidade do MinC, conforme Decreto nº 8.837 de 17 de agosto
de 2016. A cronologia das iniciativas governamentais com vistas à preservação do
patrimônio pode ser encontrada na obra de Granato (2009).
A categoria Preservação e Conservação do Patrimônio de Ciência e Tecnologia
(C&T) está relacionada à história, conservação e documentação de coleções de
instrumentos científicos utilizados na pesquisa e no ensino; à preocupação com o
patrimônio de C&T e as ações voltadas para a sua preservação; ao levantamento da
existência deste tipo de patrimônio no Brasil e, também, às políticas públicas de
preservação deste patrimônio; à legislação, cartas e recomendações nacionais e
internacionais sobre preservação do patrimônio de C&T; e Preservação e metodologias
de tombamento.
217
Na referida categoria foram classificados 16 artigos pertencentes estritamente ao
PPG-PMUS UNIRIO/MAST, o que não surpreende considerando a importância das
ações e do papel do MAST para o Brasil.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 30:
Tabela 30 – Distribuição anual dos artigos na categoria Preservação e conservação do patrimônio de Ciência e Tecnologia
Preservação e conservação do patrimônio de Ciência & Tecnologia
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 2 1 3 4 2 2 1 16
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Total 1 2 1 3 4 2 2 1 16
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – Elaboração a partir do corpus documental analisado
O conjunto de artigos no escopo da categoria Preservação e Conservação do
Patrimônio de C&T aparece em praticamente todos os anos do período investigado,
com exceção dos anos de 2008, 2010 e 2016. A Tabela 30 mostra que o anos de 2012
foi o que apresentou maior incidência de artigos.
O resultado de artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST classificados na categoria
Preservação e Conservação do Patrimônio de Ciência & Tecnologia (C&T) reflete a
pertinência dos mesmos a uma das linhas de pesquisa do programa, Linha de pesquisa 2
- Museologia, Patrimônio Integral e Desenvolvimento, já apresentada no Capítulo 3 da
tese, linha esta que engloba, dentre outros eixos temáticos, Metodologias de
Preservação e Conservação do Patrimônio.
Acerca da filiação dos 16 artigos, obteve-se que alguns artigos são oriundos de
projetos de pesquisa (F= 7) e de tese do docente/pesquisador (F= 1). Quanto aos artigos
oriundos de projetos de pesquisa, levantou-se que os mesmos foram financiados pelo
CNPq, pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ),
pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela
Fundação Vitae, pelo próprio MAST e, também, pela FCT. Especificamente em relação
ao financiamento da FCT, ressalta-se o trabalho conjunto do MAST com o Museu
Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) da Universidade de Lisboa,
Portugal.
218
Os artigos classificados na categoria Preservação e Conservação do Patrimônio
de Ciência & Tecnologia (C&T) reforçam questões sobre: a conservação de objetos
culturais, contemplando o tipo de material empregado para o trabalho interdisciplinar de
conservação; a conservação dos objetos considerados “fora do padrão” criados por
pessoas com doença mental; a importância histórica e contemporânea do patrimônio de
C&T, o mapeamento da existência de objetos de C&T no Brasil e sua condição; as
intervenções em objetos de C&T; e a preocupação com o estabelecimento de políticas
públicas para a preservação deste tipo de patrimônio.
A abordagem dos artigos em termos de loci se centra em sua maioria no próprio
MAST, com uma incidência para o Memorial Carlos Chagas Filho e uma para o Theatro
Municipal do Rio de Janeiro.
6.8.4 Categoria: Teoria da Museologia
Questões sobre a Museologia como aquela que estuda a finalidade e a
organização dos museus; como estudo da implementação e integração de um conjunto
de atividades voltadas à preservação e ao uso da herança cultural e natural; como estudo
dos objetos de museu; como estudo da musealidade; e, ainda, como estudo da relação
específica do homem com a realidade, são algumas das tendências, segundo Mensch
(1994), que nortearam a conformação da Museologia como área científica. O autor
delineou estas tendências a partir da análise da produção científica registrada e
organizada pelo ICOFOM.
As tendências de pensamento apresentadas por Mensch, de acordo com Maria
Cristina Oliveira Bruno, demonstram que a conformação da Museologia como
disciplina científica vem ocorrendo mediante linhas de pensamento distintos que a
autora aponta compor duas grandes linhas de abordagens: “as definições pragmático-
institucionais cobrem todo o universo mental e, por outro lado, as preocupações
prendem-se à compreensão das relações entre o homem e o objeto” (Bruno, 1996, p.
23).
Por sua vez, Scheiner (1998, p. 89) explica que a teoria museológica possibilita
compreender o “caráter fenomênico do museu e sua capacidade de manifestar-se de
diferentes maneiras no tempo e no espaço, para além das formas instituídas e/ou já
219
reconhecidas”. Desta forma, o entendimento do museu como fenômeno perpassa pela
possibilidade de compreendê-lo como processo, ou seja, atribuindo-lhe uma nova
conotação ao considerá-lo “um evento, um acontecimento, uma eclosão da mente e dos
sentidos” e não apenas como “espaço ou território patrimonializado” (Scheiner, 1998, p.
144).
A teoria museológica se fundamenta, conforme Stránsky, primeiramente, na
produção museológica, documentada por meio das bibliografias museológicas. O autor
assinala que a teoria museológica tem seu desenvolvimento no ensino da Museologia e
no trabalho de instituições especializadas dedicados à teorizar a prática museológica
(Stransky, 1980 tradução Scheiner, 2008).
A categoria Teoria da Museologia é concernente à compreensão do processo
histórico de advento e de desenvolvimento da instituição museu e da Museologia como
área de conhecimento, base para o fazer museológico; às reflexões sobre as experiências
dos museus e da área na contemporaneidade; ao movimento da Museologia social
dedicada à renovação das práticas museológicas; à compreensão de museu e
Museologia em articulação com as diversas áreas do conhecimento.
Na referida categoria, classificaram-se 14 artigos. Deste total, 12 artigos
pertencem ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST e dois artigos do PPGMus USP. Nenhum
artigo do PPGMuseu UFBA foi classificado na categoria Teoria da Museologia.
A Tabela 31 apresenta a distribuição anual dos artigos:
Tabela 31 – Distribuição anual dos artigos na categoria Teoria da Museologia
Teoria da Museologia
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 3 4 2 1 12
PPGMus USP 1 1 2
PPGMuseu UFBA
Total 2 1 3 4 3 1 14
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – Elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da Tabela 31, vê-se que o tema constou de dois artigos
no ano de 2006. Segue-se um longo intervalo de anos, até o tema constituir a produção
científica em 2010 e nos anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. Os anos de 2012, 2013 e
220
2014 foram os que apresentaram maior incidência de artigos classificados na categoria
Teoria da Museologia.
No que toca à filiação dos 14 artigos, verificou-se que nove artigos não
apresentam informação sobre a origem do artigo. No entanto, identificou-se que quatro
artigos têm filiação à projeto de pesquisa e que um artigo é oriundo de orientação de
dissertação no âmbito do programa. Os artigos oriundos de pesquisa foram
desenvolvidos no âmbito do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e, também, de pesquisa de
produtividade, financiada pelo CNPq, intitulada Musealização e Patrimonialização –
Termos e Conceitos da Museologia em ação: identificando e explicitando indicadores
teórico-práticos para aplicação. Somam-se a estes, projeto de pesquisa que contou com
financiamento de convênio firmado entre uma organização social de cultura, a
Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari (ACAM Portinari)141
e a
USP.
Os artigos classificados na categoria Teoria da Museologia trazem em suas
abordagens questões sobre premissas que constituem o campo de atuação da
Museologia, considerando que a consolidação desta área ou disciplina depende da sua
experimentação nos museus. Há um artigo que traz à tona a clássica pergunta, debatida
no âmbito do ICOFOM em 1980: Museologia, ciência ou trabalho prático em museus?
Questões como o desenvolvimento sistemático e consistente da Museologia como
campo disciplinar que mantém relação com outras áreas para dar conta do seu objeto de
estudo. Reflexões sobre a consolidação da Museologia como campo científico, a partir
da teoria de social, vislumbrando a área e os museus como lugares sociais de memória.
Destaca-se artigo sobre a Museologia tcheca abordada em uma exposição no ano de
1971. Trata-se em outros artigos a linguagem de especialidade da área da Museologia,
ou seja, seus termos e conceitos representativos da teoria e da prática da área em
referência, com especial atenção para a musealização, patrimonialização e museu.
Também é enfocada a institucionalização da Museologia no Brasil, a partir de
instituições de referência que marcam sua história, como o MHN, o Curso de Museus
141
Fundada em 27 de novembro de 1996, a organização social tem como missão a gerência de instituições
museológicas por meio de pesquisas, conservação e difusão dos acervos, com responsabilidade
sócioambiental, contribuindo para o desenvolvimento humano e comprometendo-se com a justiça social,
a democracia e a cidadania. Disponível em:
https://www.acamportinari.org/acam-portinari/institucional/sobre-a-acam-portinari. Acesso em 12 mar.
2017.
221
do MHN e a Inspetoria de Monumentos Nacionais. O artigo ainda versa sobre a
imposição de uma Museologia Social com características que abarcam sensibilidade,
compreensão e atitude libertária, definida na Declaração do MINON 2013 forjada
durante a XXIII Conferência Geral do ICOM em 2013 no Rio de Janeiro.
6.8.5 Categoria: Patrimônio cultural
A ideia de patrimônio cultural passou por evolução, sofreu mudanças e
ampliação ao longo dos séculos, acompanhando o movimento de permanente
transformação da sociedade.
A ideia de patrimônio cultural passou a contemplar no seu escopo, não apenas os
monumentos históricos e artísticos representativos do patrimônio, mas outras formas de
expressão patrimonial até então não consideradas.
Um retrato da noção ampliada de patrimônio cultural é encontrado na
Declaração de Caracas, elaborada por ocasião do Seminário A missão dos museus na
América Latina hoje: novos desafios que ocorreu na Venezuela em 1992, sob
responsabilidade do Comitê Venezuelano do ICOM (evento inscrito no âmbito do
Projeto Regular de Cultura da UNESCO para a América Latina), que objetivou, dentre
outras questões, atualizar os conceitos que foram formulados na Mesa-Redonda de
Santiago do Chile, 20 anos antes. Assim sendo, consoante ao processo de mudanças e a
proximidade do século XXI, a Declaração de Caracas registra que “o patrimônio
cultural de uma nação, região ou de uma comunidade é composto de todas as expressões
materiais e espirituais que o constituem, incluindo o meio ambiente natural” (UNESCO,
1992).
Sabe-se que, na atualidade, o Patrimônio cultural não se limita aos monumentos
e às coleções de objetos, mas abrange, também, as tradições e manifestações de vida
que são herdados dos antepassados e transmitidos às gerações futuras.
São considerados patrimônio cultural no contexto da evolução do termo: as
formas de expressão; os modos de criar, de fazer e viver, as criações científicas,
artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações voltadas às
manifestações artístico-culturais; e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
222
Na categoria Patrimônio cultural englobam-se discussões sobre o patrimônio
etnográfico, religioso, urbano, material e imaterial.
Os artigos classificados na categoria Patrimônio cultural somam 13 artigos.
Deste total, sete artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e os demais são do
PPGMuseu UFBA. Não houve incidência de artigos do PPGMus USP.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 32:
Tabela 32 – Distribuição anual dos artigos na categoria Patrimônio cultural
Patrimônio cultural
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
2 2 2 1 7
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 2 1 1 1 6
Total 3 4 1 2 2 1 13
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Observa-se, conforme exposto na Tabela 32 que o ano de 2008 condensou o
maior número de artigos quanto ao tema do Patrimônio Cultural nas suas mais diversas
representações.
Em termos de filiação dos artigos, levantou-se que a massiva maioria não
apresentou sua origem, enquanto apenas um artigo citou ser oriundo de projeto de
pesquisa desenvolvido no âmbito do MAFRO da UFBA.
Os artigos classificados na categoria Patrimônio cultural foram divididos de
acordo com o seu enfoque em Patrimônio etnográfico (F= 6), Patrimônio Religioso (F=
3), Patrimônio Imaterial (F= 2) e Patrimônio Urbano e Arquitetônico (F= 2).
Nos artigos que abordaram o patrimônio etnográfico, todos pertencentes ao
PPG-PMUS UNIRIO/MAST, constatou-se que os mesmos versam sobre: a etnografia
de um povo indígena (Ticuna) que vive na fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru
e sua coleção de artefatos rituais retirada do contexto social e cultural da sua produção
por coleta de um etnógrafo alemão, durante os anos de 1941 e 1942, para o Museu
Paraense Emílio Goeldi e para o Museu Nacional. Assim, a coleção de artefatos
etnográficos em museus é discutida em termos de apropriação patrimonial, mas também
de preservação e conservação desses objetos; A vivência dos Ticunas no momento atual
223
é investigada. Há referência ao trabalho de pesquisadores etnográficos no Brasil,
enfocando o financiamento das pesquisas e o registro das mesmas por meio de artigos
publicados em revistas especializadas e livros.
No âmbito do Patrimônio Religioso, os artigos se dedicam a: enfocar uma cidade
brasileira, especificamente na Bahia, edificada ao pé de um morro, palco de
peregrinação religiosa por suas romarias; a Arte-Sacra representada nos modelos de
retábulos do século XVIII em Salvador, Bahia; e a apresentar a formação de uma
tradição retabilística desenvolvida na Bahia oitocentista, além de especificar o trabalho
de um entalhador baiano na criação do retábulo-mor da Catedral da Sé de Campinas,
para onde migrou.
Em termos de Patrimônio imaterial, um dos artigos traz reflexões acerca de
narrativas míticas de povos indígenas, estritamente os Guarani Mbyá, com aldeamentos
no Rio de Janeiro visitados pelo docente/pesquisador, abordadas em sua dupla
característica de instituinte do patrimônio imaterial e de discurso fundador de
significados, de modo a compreender propriedades do discurso religioso do grupo
indígena. Outro artigo versa sobre práticas culturais de expressiva herança
afrodescendente da Colômbia e do Brasil, o Carnaval de Barranquilla, o Palenque de
San Basílio e o Samba de roda do Recôncavo Baiano, respectivamente. As práticas
culturais em questão foram distinguidas como Obras Primas do Patrimônio Oral e
Imaterial da Humanidade.
Nos artigos em que foram identificados o Patrimônio Urbano e o Patrimônio
Arquitetônico, um deles traz em sua abordagem a análise do surgimento do conceito de
“saúde cultural” aportado pela relação Museologia, Patrimônio e Cidadania,
coadunando as considerações das cidades contemporâneas como espaço para viver,
representativas de memória e patrimônio. Já o outro artigo se refere ao Patrimônio
Arquitetônico da Bahia que é discutido na perspectiva de José Antônio do Prado
Valladares (tratado na categoria Narrativa biográfica), por meio de seus escritos
publicados em jornais.
224
6.8.6 Categoria: Ação cultural e educativa em museus
No âmbito da função social dos museus, que ensejou mudança no perfil de
atuação dos museus (da coleção ao público), a interface com a sociedade ocorre por
meio de ações culturais e educativas.
Nesse sentido, de acordo com Cury, o museu se realiza como museu com o
público, pois são os usos que o público faz do museu que lhe dão forma social. Mesmo
o museu sendo um sistema, o público agrega qualidades e valores à sinergia (Cury,
2004). No entanto, Cury alerta que o agregar valor se relaciona à contribuição dada pelo
público ao significado de patrimônio cultural, algo que não se aplica apenas à sua
presença, pura e simplemente, mas à sua capacidade crítica.
Historicamente, a educação em museus se diversificou no século XIX em
consonância com a abertura dos museus a um público mais amplo e variado e com o
redirecionamento de suas finalidades, que incluía o diálogo com as instituições
educativas formais. Contudo, foi a partir da segunda metade do século XX que a função
educativa, acompanhando o momento de democratização do acesso aos museus, passou
a ser prioridade, embora desenvolvida de forma pouco organizada (Martins, 2011).
Durante o período em questão, de acordo com Bruno (1995), a discussão em
torno da temática foi uma constante em eventos da área da Museologia, tais como o
Seminário Internacional da UNESCO, em 1952, sob o título de O papel dos museus na
educação; Na Mesa-Redonda de Santiago do Chile, em 1972; na Declaração de Quebec
em 1984 e na Declaração de Caracas em 1992. Em discussão nos referidos eventos e
documentos a função social e a função educativa dos museus.
A educação é vista como uma forma de promover ao público o aprendizado no
uso dos museus, o que pode abranger, dentre outras questões, seu funcionamento, seu
modo de operacionalização, a compreensão da sua função social e dos seus processos
museológicos (Meneses, 2000).
A educação em museus, conforme definição na obra Conceitos-chave da
Museologia, é “um conjunto de valores, de conceitos, de saberes e práticas que têm
como fim o desenvolvimento do visitante” (Desvallés & Mairesse, 2013, p. 38).
225
No contexto da função comunicação, que engloba a educação, Scheiner alerta
que “o importante não é onde se aprende, mas o que e como se aprende, sendo o
objetivo maior o próprio processo da construção do conhecimento”, daí as formas de
interação com o público, sugeridas pela Museologia, como exposições itinerantes,
mostras em locais de movimentação fora do espaço dos museus, atividades extra-muros,
dentre outras (Scheiner, 1992, p. 16)
A Ação cultural e Educativa em museus, promotora de uma gama de benefícios
para a sociedade, está relacionada às mais diversas propostas de ações que objetivam
mobilizar conhecimentos (saberes, habilidades e atitudes) relacionados com os museus e
promover a sensibilização do público e novas experiências ao mesmo.
Nesta investigação, classificaram-se na categoria Ação cultural e Educativa em
museus 12 artigos, sendo oito do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, três do PPGMus USP e
apenas um do PPGMuseu UFBA.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 33:
Tabela 33 – Distribuição anual dos artigos na categoria Ação cultural e educativa em museus - 2006 a 2016
Ação cultural e educativa em museus
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 2 1 2 1 1 8
PPGMus USP 1 2 3
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 2 1 2 4 1 1 12
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Conforme os dados condensados na Tabela 33, observa-se que o ano de 2013 foi
o que concentrou o maior quantitativo de artigos sobre a temática.
A ocorrência de artigos classificados na categoria Ação cultural e educativa em
museus estabelece relação com as Linhas de pesquisa dos programas. Quanto ao PPG-
PMUS UNIRIO/MAST a produção de artigos no escopo da temática coaduna com a
Linha de pesquisa 1 Museus e Museologia, sob dois eixos temáticos Museu e indivíduo
e Museu e Sociedade. Com relação aos artigos do PPGMus USP, considera-se que os
mesmos mantêm relação com a Linha de pesquisa do programa Teoria e método da
gestão patrimonial e dos processos museológicos, especificamente quanto ao conteúdo
226
comunicação museais. O artigo do PPGMuseu UFBA relaciona-se com a Linha de
pesquisa Patrimônio e Comunicação, especificamente, em seu eixo temático
Comunicação museológica.
Com relação à filiação dos doze artigos, levantou-se que apenas cinco trouxeram
informação sobre sua origem. A filiação paira em projeto de pesquisa (F= 4) e em
supervisão de estágio (F= 1). Identificou-se, quanto aos artigos oriundos de projetos de
pesquisa, o desenvolvimento destes com recursos da FINEP, da FAPERJ e também em
parceria com outra universidade, no caso com a UFF.
Nos artigos classificados na categoria Ação cultural e educativa em museus,
percebe-se que as discussões giram em torno do reconhecimento de que a cultura pode
ser ampliada e aperfeiçoada com o estreitamento da interação entre a educação formal e
não formal, sendo, portanto, os museus considerados espaços de destaque nesta
interação. Há estudo que descreve a trajetória de ações educativas do MAST, isto
porque os museus de ciência, por sua história e característica particular, mantêm forte
ligação com a questão educacional. Destacam-se, também, enfoques acerca da prática
pedagógica mensurada por meio de visita ao museu e reflexões sobre a formação de
mediadores em museus e de como as instituições museais podem contribuir no processo
formativo e, também, para possibilitar o conhecimento de áreas em específico
(exemplo: Paleontologia e outras). Discute-se, ainda, os projetos culturais de uma
determinada instituição ou equipamento cultural viabilizados por obtenção de recursos
públicos por meio de participação em editais, considerados principais fontes de
recursos.
Alguns dos artigos trazem as ações culturais e educativas desenvolvidas no
âmbito do MAST, MAE/USP e MAE/UFBA. Destacam-se em alguns artigos o trabalho
integrado entre os museus e as escolas.
6.8.7 Categoria: Instituições museológicas no Brasil
Data do século XIX a origem dos museus no Brasil, ao que Lopes atribui a dois
momentos considerados marcos da cultura brasileira: “a transição para o século XIX,
caracterizada pela crise do Antigo Sistema Colonial e a transferência da monarquia
227
portuguesa para o Brasil” e “os anos inaugurados pela década de 1870 (...) período de
“bando de ideias novas” e de “ebulição intelectual do país” (Lopes, 1997, p. 12).
O século XIX é representativo da inserção dos padrões institucionais europeus
no Brasil. Precisamente, em 1818 foi criado o primeiro museu do Brasil, o Museu Real
instalado no Campo de Santana, no Rio de Janeiro. O Museu Real nasceu motivado pela
intenção da monarquia portuguesa de criar uma instituição destinada às questões
científicas, daí o Museu Real se tornar um museu de história natural. Seu acervo
englobava objetos trazidos por naturalistas, instrumentos e coleções mineralógicas,
artefatos indígenas e objetos doados pela Coroa portuguesa.
Mais tarde, outras instituições de cunho museológico foram surgindo no Brasil
em outros locais como o Museu Paraense Emílio Goeldi, criado em 1866, em Belém do
Pará e o Museu Paranaense em Curitiba criado em 1876. Em 1895, já no período
republicano, foi criado o Museu Paulista em São Paulo na condição de Museu de
História Natural. Este, posteriormente, tornou-se marco representativo da independência
do Brasil, da história do país e do Estado de São Paulo (Lopes, 1997).
Estes museus foram, portanto, “um ponto de partida para a formação dos
acervos, que então combinavam elementos das ciências humanas e naturais, era a busca
de compreensão sobre as origens do homem brasileiro” (Duarte Cândido, 2014, p. 37).
A chegada do século XX, com suas transformações políticas, econômicas,
sociais e culturais, gerou um sentimento nacionalista e, consequentemente, de
valorização da cultura. Tanto que data de 1922 a criação do MHN, cuja criação e
trajetória marcou a institucionalização do ensino da Museologia no Brasil.
Segundo Mário Chagas (2003), o século XX marca a manifestação do fenômeno
museológico no Brasil devido, sobretudo, aos projetos de construção da memória
nacional suscitados no período republicano, mas não apenas por isso. Assim, o século
XX é considerado o século dos museus no Brasil em consonância com desenvolvimento
quantitativo das instituições museológicas (surgimento dos museus especializados, dos
primeiros museus universitários, dentre outras tipologias de museu) e, também, em
acompanhamento ao movimento intelectual que estava acontecendo no cenário
internacional (Rangel, 2011).
No tocante aos acontecimentos do século XXI, merece destaque o investimento
em política cultural que colocou as instituições museológicas como centro das ações.
228
Daí, a criação da PNM, do SBM, do CNM e, por fim, do IBRAM, o que reflete que as
instituições museológicas ocuparam espaço na seara da administração pública.
O Brasil, conforme dados do CNM (responsável por recolha, registro e
disseminação de informações sobre museus), possui um número superior a 3.000
museus (históricos, arqueológicos, etnográficos, biográficos, de artes, ecomuseus,
museus de sítios, virtuais). Em 2011 o IBRAM publicou o Guia dos Museus Brasileiros,
que registrou a existência de 3.118 museus (incluindo 23 museus virtuais) no território
nacional. Passados seis anos do levantamento que culminou com a publicação do guia
em questão, certamente faz-se necessário a atualização deste quantitativo.
A categoria Instituições museológicas no Brasil está relacionada com a origem,
desenvolvimento e representação dos museus brasileiros, com a sua história ao longo
dos séculos, com as diversas tipologias de museus, dentre outras questões.
O conjunto de artigos classificados na categoria Instituições museológicas do
Brasil somam 12 artigos. Deste total, sete artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST,
três artigos do PPGMus USP e dois artigos são do PPGMuseu UFBA.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 34:
Tabela 34 – Distribuição anual dos artigos na categoria Instituições museológicas no Brasil
Instituições museológicas no Brasil
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 1 1 2 1 7
PPGMus USP 1 1 1 3
PPGMuseu UFBA
1 1 2
Total 1 3 1 1 2 2 2 12
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da distribuição anual dos artigos classificados na
categoria Instituições museológicas no Brasil, observou-se que, no período investigado,
a temática aparece em artigos no ano de 2009 e em seguida nos artigos publicados a
partir de 2011.
A ocorrência de artigos classificados na categoria Instituições museológicas no
Brasil demonstra relação com as Linhas de pesquisa dos programas. No caso do PPG-
PMUS UNIRIO/MAST a produção de artigos no escopo da categoria Instituições
229
museológicas no Brasil coaduna com a Linha de pesquisa 1 Museus e Museologia, sob
eixo temático Museu: gênese, desenvolvimento e representações no tempo e no espaço.
No que tange aos artigos do PPGMus USP, considera-se que os mesmos mantêm
relação com a Linha de pesquisa História dos processos museológicos, especificamente,
no eixo temático Análise sobre a historicidade de instituições e processos museológicos
e os respectivos impactos socioculturais. Os artigos do PPGMuseu UFBA, classificados
nessa categoria, coadunam com a Linha de pesquisa Patrimônio e Comunicação,
especificamente, quanto ao eixo temático trajetórias museológicas e/ou patrimoniais.
Quanto à filiação dos 12 artigos, evidenciou-se que sete artigos não apresentam
informação sobre sua origem, enquanto que cinco trazem tal informação. Constataram-
se, assim, que os cinco artigos possuem filiação à projeto de pesquisa (F= 1), projeto de
pós-doutoramento (F= 1) e orientação de dissertação (F= 3). No caso do projeto de pós-
doutoramento do docente/pesquisador, o mesmo foi realizado no Museu Paulista, sob o
título de Matrizes da preservação de bens culturais na Bahia (1918-1959). Quanto aos
artigos oriundos de dissertação, observou-se que dois têm origem em orientação de
dissertações já concluídas e um artigo em orientação de dissertação em andamento.
O conjunto de artigos classificados na categoria Instituições museológicas no
Brasil trazem a institucionalização dos museus e, sobretudo, a sua institucionalização no
território brasileiro, consoante a proliferação de museus em todo o mundo no século
XX. A maioria dos artigos discute a trajetória de criação dos museus de ciência,
enfocando-o a partir da perspectiva da História da Ciência. Além deste tipo de museu,
outras diversas tipologias de museus têm sua história de criação, manutenção,
funcionamento, estrutura, desafios a serem enfrentados, práticas museológicas e
estratégias de preservação do patrimônio, apresentados nos estudos. Reflexões sobre
como os museus se aproximaram da sociedade, os tipos de museus que apresentam mais
proximidade com a prática turística.
Assim sendo, constam dos artigos classificados nesta categoria, a história, o
desenvolvimento e a representação dos seguintes museus: Museu Paulista, Museu de
Zoologia da USP, Museu de Arte Moderna do Brasil (hoje Museu de Arte
Contemporânea – MAC USP), Museu de Arte Sacra de Paraty, Museu do Estado da
Bahia, Museu do Marajó e Museu-Casa. Nesta última tipologia, foram explorados os
Museus Casa de personalidades brasileiras como a poetisa Cora Coralina, o artesão
230
Mestre Vitalino e o ativista ambiental Chico Mendes, que compuseram um único artigo.
Também constam dos artigos o Museu Casa do poeta modernista Guilherme de
Almeida que participou da Semana de Arte Moderna em 1922. Destacam-se em um dos
artigos, categorias e tipologias como o Museum Bus, Museu ao ar livre, Museu de Sítio,
o Ecomuseu ou Museu comunitário, na perspectiva da abertura à comunidade com
vistas à preservação de suas tradições e costumes.
6.8.8 Categoria: Função Social dos Museus
A partir da realização da Mesa Redonda de Santiago do Chile, em 1972, acerca
do papel dos museus na América Latina, foi imputado aos museus mudanças no modo
tradicional que os caracterizava. Desta feita, foi-lhes imputado um papel social que os
levaria, a partir de então, a comprometerem-se com problemáticas do presente, com
questões comunitárias, educacionais, culturais e ambientais (Cury, 2005).
A Mesa Redonda de Santiago do Chile, juntamente com a realização, na França,
do Colóquio Museus e Meio Ambiente, também em 1972, constituem-se os marcos
fundadores da Nova Museologia, apesar de discussões anteriores no âmbito de outros
eventos (Desvallés, 1992, Duarte Cândido, 2014).
A chamada Nova Museologia, surgida a partir da década de 1970, designa uma
faceta renovada da Museologia tradicional. Não se trata, portanto, de uma outra
Museologia, mas sim de importantes movimentos de renovação surgidos em
decorrência das transformações e ampliações conceituais na Muselogia que culminaram
na necessidade de repensar os museus tradicionais de modo a lhes incorporar uma nova
função: a social (Duarte Cândido, 2007, 2014), evidenciando, portanto, a prioridade da
ação museal na esfera da intervenção social (Moutinho, 1989). A busca por um
movimento de renovação da prática museológica.
A função social dos museus perpassa pelo entendimento de que a instituição
museu não pode existir alheia aos acontecimentos e à dinâmica da sociedade, o que
implica no seu compromisso com as questões que fazem parte da sociedade em que está
inserido.
231
Por essa razão, o discurso e a ação dos museus devem ser plurais, multilíngues e
multifacetadas assim como se apresentam as experiências das diferentes sociedades
(Hernández-Hernández, 2006).
O conjunto de artigos classificados na categoria Função Social dos Museus
somam 11 artigos. Deste total, 10 artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e um
artigo é do PPGMuseu UFBA. Não houve artigos do PPGMus USP classificado nesta
categoria.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 35:
Tabela 35 – Distribuição anual dos artigos na categoria Função Social dos Museus
Função Social dos Museus
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 1 2 1 2 2 10
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 1 1 2 2 2 2 11
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da distribuição anual dos artigos classificados na
categoria Função Social dos Museus, observou-se que, no período investigado, os anos
de 2012, 2013, 2014 e 2015 apresentaram o maior número de artigos no escopo da
categoria.
A incidência de artigos classificados na categoria Função Social dos Museus
coaduna com as Linhas de pesquisa do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e do PPGMuseu
UFBA. No caso do primeiro programa, a produção de artigos no escopo da Função
Social dos Museus coaduna com a Linha de pesquisa 1 Museus e Museologia,
especificamente em dois eixos temáticos Museu e Sociedade e Modelos conceituais de
Museu e suas relações com o corpo social. O artigo do PPGMuseu UFBA tem relação
com a Linha de pesquisa Museologia e Desenvolvimento Social, especificamente, em
discussões em torno da compreensão do museu como laboratório onde se processa a
relação do homem com o bem cultural.
Quanto à filiação dos 11 artigos, evidenciou-se que oito artigos não apresentam
tal informação, sendo, portanto, apenas três artigos com menção à sua origem. No caso,
232
o primeiro deles é fruto de discussões no âmbito de unidade curricular de um dos
programas de pós-graduação em Museologia investigados, o segundo na orientação de
dissertação de mestrado defendida junto à ULHT em Portugal sob o título de O museu
como vetor da inclusão cultural e, por último, um artigo com origem em orientação de
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Museologia intitulado Museus e
ações afirmativas: Perspectivas de aplicação da Lei Federal 10.639/03 no Museu Afro-
Brasileiro de Sergipe – MABS.
Desse modo, o conjunto de artigos classificados na categoria Função Social dos
Museus discute acerca de questões como: a aderência da instituição museu às mudanças
sociais e culturais ocasionadas pela globalização, reforçando a responsabilidade dos
museus. Traz questões sobre a necessidade de reinvenção do museu em face, na
contemporaneidade, do avanço da técnica, da ciência e da arte, que levam o museu a ser
um espaço vivo e não apenas um espaço de contemplação, elitista e sagrado. Os
desafios dos museus no contexto de abordagem de questões atuais como a degradação
do meio ambiente e preocupação com a sua preservação. Ainda, nos artigos, percebe-se
o museu encarado como intelectual-coletivo que é considerado como condutor dos que
se encontram em processo de aprendizagem, como um acontecimento histórico, político
e ideológico no cotidiano das cidades. Assinala-se, por fim, a discussão sobre a
influência do pensamento do educador brasileiro Paulo Freire na Mesa-Redonda de
Santiago do Chile, em 1972. O pedagogo brasileiro foi convidado a presidir a Mesa-
Redonda de Santiago do Chile pelo museólogo francês Hugues de Varine Bohan, então
Presidente do ICOM de 1968 a 1974. A participação de Paulo Freire no evento foi
vetada pelo delegado brasileiro da UNESCO por questões políticas (Varine, 2012;
Alves, & Reis, 2013).
Em termos de loci, dois artigos foram desenvolvidos no âmbito de instituições
museais: um deles, num estudo de caso comparativo, aborda o Jardim Botânico do Rio
de Janeiro (Rio de Janeiro – Brasil) e o Jardim Botânico José Celestino Mutis (Bogotá -
Colômbia). O outro artigo explora a função social do museu no âmbito do MABS.
233
6.8.9 Categoria: Museu, Memória e Movimentos Sociais
A relação da Museologia e dos museus com os conteúdos da memória é fato. A
partir da origem do termo museu, reconhece-o como lugar de construção de memória e
lugar de poder ao mesmo tempo. É interessante perceber que os dois conceitos
(memória e poder) fazem parte de todas as instituições museológicas, além de manterem
relação permanente. Portanto, observa-se em algumas instituições museológicas o
modelo de celebração da memória do poder e em outras a celebração do poder da
memória (Nora, 1984; Chagas, 1999).
Em linhas gerais, a perpsectiva de celebrar a memória do poder está relacionada
às questões de autoridade, prestígio social e predomínio de um grupo (social, étnico,
religioso ou econômico) sobre outro grupo, onde o trabalho das instituições
museológicas é pouco democrático. Já a perspectiva do poder da memória ratifica o
poder dos museus como instituições comprometidas com a sua função social,
instrumentalizando os indivíduos e grupos diversos (Chagas, 1999).
As instituições museológicas têm recebido a demanda de diversos grupos e
movimentos sociais que a partir do reconhecimento da importância de suas memórias
primam por sua preservação como forma de afirmação e poder no âmbito da sociedade.
Tal percepção tem feito com que os grupos ou movimentos sociais sejam, cada vez
mais, partícipes da escrita ou narrativa de suas memórias no palco dos museus,
integradas aos objetos das coleções museológicas.
Ao considerar a memória como fundamental para grupos ou movimentos sociais
devido à sua ligação com a conformação identitária dos mesmos, Verena Alberti (2011,
p. 167) destaca que a memória “(...) é o resultado de um trabalho de organização e
seleção do que é importante para o sentimento de unidade, de continuidade e de
coerência - isto é - de identidade”.
No Brasil, o Museu da Maré no Rio de Janeiro, o Museu Magüta no Amazonas e
o Museu Casa de Chico Mendes no Acre são alguns exemplos de museus relacionados à
representação da memória de grupos e movimentos sociais de origem diversa. Esses
museus foram criados para registrar, preservar e divulgar a história e a identidade destes
segmentos sociais, consequentemente, expressando os sentimentos descritos por Alberti
(2011). Para além disso, evoca-se o caráter pessoal da memória, mas, sobretudo, o
234
caráter familiar, grupal, social (Bosi, 1987), reforçando que as memórias são mais
coletivas que individuais porque se vive em sociedade. Vive-se em uma sociedade que
interage constantemente.
A categoria Museu, Memória e Movimentos Sociais aqui está relacionada aos
museus e sua ligação inexorável com a memória. Também se relaciona ao
reconhecimento dos museus como espaços ferteis de divulgação da memória, de
afirmação da identidade cultural dos mais diferentes grupos ou movimentos sociais.
Nesta investigação, classificaram-se na referida categoria 10 artigos, sendo cinco
artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e cinco artigos do PPGMuseu UFBA. Não
houve artigo do PPGMus USP classificado nesta categoria.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 36:
Tabela 36 – Distribuição anual dos artigos na categoria Museus, Memória e Movimentos Sociais
Museu, memória e movimentos sociais
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 2 1 5
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 1 1 2 5
Total 1 1 1 3 1 1 2 10
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Conforme os dados condensados na Tabela 36, observa-se que o ano de 2010,
foi o que concentrou o maior número de artigos sobre a temática.
Os artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST no âmbito da categoria Museu,
Memória e Movimentos Sociais se enquadra na linha de pesquisa 1 Museus e
Museologia, especificamente no conteúdo temático Museu e sociedade
A vertente temática dos artigos PPGMuseu UFBA estabelece relação com a
linha de pesquisa 1, Museologia e Desenvolvimento, que se debruça sobre a teoria
museológica contemporânea na sua relação com o patrimônio, com a cultura e com os
diversos grupos sociais.
Com relação à filiação dos artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, verificou-se
que são oriundos de trabalhos já apresentados em eventos. Um deles cita ter tomado
como base uma comunicação realizada no Simpósio ICOFOM que ocorreu no Rio de
235
Janeiro em 1997. Quanto à filiação dos artigos do PPGMuseu UFBA, evidenciou-se que
os artigos são originários de: trabalho em evento (F= 1), no caso do X Congreso
Argentíno de Antropología Social, especificamente no GT De ecologias riesgos y
conservaciones: la relación naturaliza-cultura em la antropologia del siglo XXI;
projeto Ações Afirmativas Museológicas desenvolvido no âmbito do MAFRO/UFBA
com o objetivo de reconhecer e afirmar as práticas desenvolvidas por organizações
negras (F= 2); trabalho apresentado no III Congreso Internacional de Estudios
Caribeños, evento realizado na Universidad del Magdalena na Colômbia, no ano de
2014 (F= 1); e, trabalho de pesquisa realizado no âmbito das disciplinas Laboratório de
Cultura Material Africana e Afro-Brasileira e Arte Decorativa, ambas do Curso de
Graduação em Museologia da UFBA, o qual contou com a colaboração de docente
portuguesa vinculada ao Instituto de Investigação Científica e Tropical de Lisboa (F=
1).
Os artigos classificados na categoria Museus, Memória e Movimentos Sociais se
dedicam a: encarar o museu como terreno fértil de disseminação da memória social, já
que em seu espaço são instauradas práticas e representações da cultura; refletir sobre o
interesse que o museu vem despertando nos mais diversos tipos de movimentos sociais,
a exemplo de movimentos étnicos-raciais, movimentos que lidam com questões de
gênero, movimentos rurais, dentre muitos outros; discutir a idealização do Programa
Pontos de Memória do DEMU do IPHAN, criado com o objetivo de fomentar a
participação popular em questões voltadas à memória social e aos museus; discutir as
mobilizações sociais indígenas e apresenta a título de exemplo um museu criado com a
participação de índios e por eles gerido, o Museu Magüta; apresentar o Cemitério do
Campo Santo, considerado um museu a céu aberto e sítio histórico da cidade de
Salvador que abriga em seu espaço obras de arte e registros epigráficos (inscrições nas
lápides) nos mausoléus, que expressam a história social, política e religiosa do povo;
discutir a compreensão de objetos (especificamente roupas ou trajes) do século XIX,
que na contemporaneidade são indumentárias, representativos da identidade de um
grupo social específico, no caso as mulheres negras no contexto da sociedade da Bahia e
do Brasil como um todo; discutir o patrimônio cultural afrodescendente e a sua
construção a partir de memórias ancestrais que são materializadas; analisar as memórias
africanas dos escravizados na América Latina e no Caribe a partir de dois autores afro-
236
latino-americanos: o brasileiro Manuel Raimundo Querino (1851- 1923) e o colombiano
Manuel Zapata Olivella (1920-2004); e apresentar reflexões sobre uma festa (Carnaval
Barranquilla) e suas expressões da cultura tradicional.
6.8.10 Categoria: Estudo de público
Considerando as mais diversas compreensões de museu como ambiente de
socialização, ambiente que possibilita interação social, vivências afetivas, sensoriais,
intuitivas e cognitivas, resume-se que o museu é o ambiente que possibilita interação
entre o patrimônio cultural e o público.
O conhecimento desta interação, diálogo ou relação público-museu é uma tarefa
dos chamados Estudos de público (visitors studies), os quais tomaram corpo no início
do século XX, com surgimento nos Estados Unidos. No Brasil, também no início do
referido século, o Museu Nacional já registrava a presença de notáveis figuras em um
Livro de Ouro e no Livro dos visitantes a quantidade de visitas (Köptche, 2010). Na
Europa, tem-se o registro de visitas a museus de Portugal por viajantes estrangeiros ao
longo dos séculos XVIII e XIX no livro Os viajantes e o ‘livros dos museus’ (Brigola,
2010).
Menciona-se a clássica obra de Pierre Bourdieu e Alan Darbel intitulada O amor
pela arte: os museus de arte na Europa e seu público, originalmente publicada em
francês no ano de 1966, a qual apresenta uma investigação realizada por meio da
aplicação de questionário com milhares de visitantes dos museus europeus (França,
Espanha, Grécia, Itália, Holanda e Polônia). Trata-se de um estudo de público de
museus com a finalidade de saber o porquê alguns visitantes possuem uma matriz
cultural que possibilita uma museofilia e outros não, desprovidos dessa oportunidade
sem saber compreender ou ler os museus de arte na Europa (Bourdieu & Darbel, 2007).
A relação público-museu contempla diversas questões “desde os diversos tipos
de museus até os diferentes públicos, estes desdobrados segundo gênero, idade,
formação e procedência, entre outros” (Valente, Cazelli, & Alves, 2005, p. 184).
Assim, os estudos de público de museus têm sido realizados com frequência e
interesse crescente, pois averiguam questões como: o perfil do visitante, seus gostos,
suas preferências culturais, sua opinião sobre a experiência vivida no museu, o impacto
237
cognitivo no visitante, além do impacto econômico das grandes exposições que atraem
grande número de visitantes de outras regiões, o que possibilita aos museus planejarem
melhor sua programação e fomentar cada vez mais a frequência e fidelização do
público. Áreas, portanto, como Comunicação Social, Ciência da Informação e
Documentação, Psicologia, História, dentre outras, tornam-se significamente
contributivas aos Estudos de público em museus (Costa & Brigola, 2014).
Os Estudos de público podem ser de cunho avaliativo e investigativo. Os do tipo
avaliativo correspondem às partes que integram processos de exposições e atividades de
natureza educativa e cultural. Já os estudos de público investigativos são estudos de
cunho teórico e acadêmico que se dedicam a conhecer o público visitante e o não-
visitante, seu perfil, seu comportamento, seus aspectos afetivos, cognitivos,
motivacionais, dentre outros (Studart, 2000, Studart, Almeida, & Valente, 2003).
Segundo consta da obra Conceitos-chave de Museologia, público significa “o
conjunto de usuários do museu (público dos museus), mas também, por extrapolação, a
partir do seu fim público, o conjunto da população à qual cada estabelecimento se
dirige” (Desvallées & Mairesse, 2013, p. 87). Na compreensão de Desvallées &
Mairesse, o conceito de público é central nas definições contemporâneas de museu.
Assim, é notória a utilização de outros termos derivados ou associados à noção de
público, tais como: usuário de museu, povo, população, grande público, público
específico, público numeroso, não público, público distante ou impedido, público com
deficiência, visitante, observadores, espectadores, consumidores, audiência,
frequentador (Desvallées & Mairesse, 2013).
Pelo exposto, observa-se um grande espectro de denominações, algo que
segundo Cury (2015) pode motivar profícuas discussões na área da Museologia. Tanto
que a autora propôs a categorização dos termos na tentativa de reuni-los por
aproximação, a exemplo de usuário e consumidor, visitante e não visitante ou público e
não-público, dentre outros.
O conjunto de artigos classificados na categoria Estudo de público totalizam
nove artigos, sendo que deste total seis artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST,
dois artigos são do PPGMus USP e um artigo é do PPGMuseu UFBA.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 37:
238
Tabela 37 – Distribuição anual dos artigos na categoria Estudo de público - 2006 a 2016
Estudo de público
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 1 1 1 1 6
PPGMus USP 1 1 2
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 1 1 1 1 1 2 1 9
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da distribuição anual dos artigos, observou-se que a
produtividade de artigos no escopo da temática aparece em quase todos os anos, porém
de modo mais expressivo na produção científica do PPG-PMUS UNIRIO/MAST.
A ocorrência de artigos classificados na categoria Estudo de público coaduna
com as Linhas de pesquisa dos programas. No caso do PPG-PMUS UNIRIO/MAST a
produção de artigos se relaciona com a Linha de pesquisa 1 Museus e Museologia, sob
eixo temático Museu e indivíduo. Quanto aos artigos do PPGMus USP, considera-se
que os mesmos mantêm relação com a Linha de pesquisa Teoria e método da gestão
patrimonial e dos processos museológicos. Já o artigo do PPGMuseu UFBA coaduna
com a Linha de pesquisa Patrimônio e Comunicação, especificamente, em seu eixo
temático estudos de público.
Quanto à filiação dos nove artigos, evidenciou-se que seis artigos mencionaram
ser filiados à projeto de pesquisa (F= 2), projeto de iniciação científica (F= 1) e projeto
de extensão (F= 1). Identificaram-se, também, artigos oriundos de orientação de
dissertação (F= 1) e com origem na tese do docente/pesquisador (F= 1).
Os artigos classificados na categoria Estudo de público, todos de natureza
aplicada, versam sobre a percepção do público acerca dos museus concernente à
imagem que o público tem desta instituição e a relação público-museu. Enfocam
questões de como o público entende e valoriza o patrimônio cultural. Reforçam a
necessidade de realização de estudos acerca dos diferentes tipos de audiências de
público em museus (espontânea, programada e estimulada) de modo que conhecendo a
diversidade das audiências o museu possa ter impacto social mais preciso e contundente
na sociedade. Ainda, nos artigos, percebe-se o discurso de que o público é o sujeito, não
mais passivo, dos processos museológicos.
239
Os artigos classificados como Estudo de público foram desenvolvidos no âmbito
do MAST, do Morro do Corcovado, de escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo, do
Museu Água Vermelha de Arqueologia Regional em São Paulo, do MAE/USP, do
Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte e do MAFRO/UFBA.
Nesse sentido, os artigos realizados nos espaços já citados, tiveram como
sujeitos estudantes de escolas do ensino fundamental públicas e privadas do Rio de
Janeiro (pesquisa realizada in loco) e de São Paulo (pesquisa realizada no museu após
visita à exposição), estudantes do ensino médio, mas também o público visitante em
geral, os quais forneceram dados, de acordo com o objetivo de cada estudo, por meio de
questionário, instrumento de coleta de dados mais comum neste tipo de estudo, mas
também por textos e imagens produzidos.
6.8.11 Categoria: Documentação museológica
A documentação museológica, diferentemente da exposição que é um aspecto
mais conhecido e visível nos museus, configura-se por ser um trabalho de certa forma
imperceptível por parte do público e até mesmo inacessível (Barbuy, 2002).
A documentação museológica, enquanto atividade de gestão do acervo que
acompanha o trajeto do objeto a partir de sua entrada no museu até a exposição, é um
instrumento que possibilita a localização de itens da coleção, bem como o controle do
deslocamento da coleção, seja interno ou externamente. Também é fonte de pesquisa e
um instrumento auxiliar para o desenvolvimento de exposições, além de embasar outras
atividades do museu (Loureiro, 1998).
Daí a importância de que os museus possuam um sistema de documentação que
assegure, na perspectiva de Hernández-Hernádez (2001), três características:
confiabilidade (contemplar todos os processos de documentação), flexibilidade
(adaptação aos mais diferentes tipos de museus e de coleções) e economia (no sentido
de que o sistema ofereça a informação necessária no menor tempo possível).
Ao que Cerávolo e Tálamo (2002) explicam que um sistema de documentação
engloba três eixos que atendem às necessidades informativas de modo distinto: o
administrativo voltado para o trabalho de tratamento das coleções, o curatorial para o
trabalho de pesquisa e o documental para o trabalho de identificação dos
240
objetos/coleções. No entanto, apesar dos três eixos trabalharem de modo diferenciado,
faz-se necessário que o desenvolvimento do trabalho seja atrelado.
Nesse sentido, a categoria Documentação museológica tem em seu rol conteúdos
sobre: Sistemas de documentação/informação de acervos museológicos; Adoção de
vocabulário controlado; Formação, registro, classificação, catalogação, inventário e
acondicionamento de coleções; Coleções de objetos tangíveis e indicadores culturais
intangíveis; Catalogação, classificação e indexação de acervos; Implantação de sistemas
informatizados; documentação dos processos de conservação e restauração; política de
segurança de dados; e acesso da documentação a pesquisadores.
Os artigos classificados na categoria Documentação museológica somam seis
artigos. Deste total, quatro artigos são do PPGMuseu UFBA e dois artigos são do PPG-
PMUS UNIRIO/MAST. Não houve incidência de artigos do PPGMus USP.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 38:
Tabela 38 – Distribuição anual dos artigos na categoria Documentação museológica
Documentação museológica
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 2
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 2 1 4
Total 1 1 1 2 1 6
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da distribuição anual dos artigos classificados na
categoria Documentação museológica, observou-se que, no período investigado, a
produtividade de artigos anual sobre a temática é tímida.
A ocorrência de artigos classificados na categoria Documentação museológica
coaduna com as Linhas de pesquisa dos programas. No caso do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, considera-se que a produção de artigos sobre a temática tem relação
com a Linha de pesquisa 1 Museu e Museologia e com a Linha de pesquisa 2
Museologia, Patrimônio Integral e Desenvolvimento. No caso da linha de pesquisa 1 ao
eixo temático Teoria do objeto, enquanto que na Linha de pesquisa 2 está sob eixo
temático Museologia aplicada a acervo.
241
Quanto aos artigos do PPGMuseu UFBA, considera-se que os mesmos mantêm
relação com a Linha de pesquisa Patrimônio e Comunicação, especificamente, quanto
ao conteúdo etapas dos processos de musealização, incluindo a documentação,
conservação preventiva e difusão por meio das linguagens expográficas.
Em termos de filiação dos artigos, evidenciou-se que três artigos não apresentam
tal informação, enquanto outros três artigos registraram sua filiação à projeto de
pesquisa (F= 2) e projeto de iniciação científica (F= 1). Um dos projetos de pesquisa
tem como título A musealização do patrimônio arqueológico em Sergipe: estudo de
caso sobre os processos de documentação no MAX/UFS e o outro é relacionado ao
projeto Documentação museológica: organização e tratamento da informação para
coleções de objetos científicos.
O conjunto de artigos classificados na categoria Documentação museológica
apresenta como um núcleo de documentação criado na UNIRIO, o NUMMUS,
organizou e tratou documentos oriundos de personalidades que contribuíram para a
formação e atuação profissional na área da Museologia, de modo a destacar a memória e
os vestígios de uma série de documentos representativos de uma memória coletiva. Em
outro estudo, destaca-se a análise do processo de gestão de acervo, sinalizando como a
documentação museológica auxilia as instituições museais na potencialização do acervo
como indicador de memória. Traz uma proposta de criação de um Centro de
Documentação do Patrimônio Arquitetônico junto à Faculdade de Arquitetura da UFBA
tendo como princípio que a documentação é a primeira ação para a salvaguarda dos
bens culturais. Em seguida, o foco no registro documental de uma coleção específica,
objeto de estudo do artigo, considerando que ao investigar uma coleção museológica se
tem a oportunidade de revisar os conceitos básicos tratados pela Museologia,
principalmente no tocante à documentação, de forma a tecer argumentos para a
compreensão dos objetos e suas implicações.
Em termos de instituição, os artigos foram desenvolvidos no NUMMUS da
UNIRIO, no Museu de Arqueologia de Xingó (MAX) da UFS, no MAFRO/UFBA, na
Faculdade de Arquitetura da UFBA e no Laboratório de Geomensura Theodoro
Sampaio do Departamento de Engenharia de Transportes e Geodésia da Escola
Politécnica da UFBA.
242
6.8.12 Categoria: Narrativa biográfica
O termo narrativa designa um relato, desenvolvido de modo minucioso, acerca
de um fato, acontecimento ou sequência de eventos. A narrativa designa, também, em
vertente literária, relato que apresenta um universo constituído por personagens reais ou
imaginários; um conto; uma história.
O conceito de biografia diz respeito ao todo biográfico narrado, uma construção
realizada de algo passado, tanto pelo indivíduo quanto pelos pesquisadores ou
biógrafos, com a finalidade de descrever de modo coerente um conjunto de histórias de
vida, possibilitando um conhecimento prévio de histórias passadas (Bourdieu, 1996).
A Narrativa biográfica está relacionada à possibilidade de apreensão do papel
histórico desempenhado por determinada personalidade, à sua dinâmica pessoal e
coletiva no desenvolvimento de atividades, seu contributo científico e profissional para
uma área de conhecimento específica, dentre outras questões. Para tanto, impõe-se uma
“eleição e organização de resíduos biográficos capazes de dar corpo a uma forma
narrativa que represente, de maneira coerente, o sentido projetado sobre o indivíduo
biografado” (Souza, 2011, p. 81).
Assim, a categoria Narrativa biográfica nesta investigação corresponde às
trajetórias individuais de pessoas que contribuiram para a Museologia, sendo essas
pessoas consideradas testemunhas privilegiadas de um momento histórico específico.
Classificaram-se na categoria Narrativa biográfica seis artigos, sendo quatro do
PPG-PMUS UNIRIO/MAST, um para o PPGMus USP e PPGMuseu UFBA, cada.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 39:
Tabela 39 – Distribuição anual dos artigos na categoria Narrativa biográfica
Narrativa biográfica
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 1 1 4
PPGMus USP 1 1
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 1 1 1 1 1 6
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
243
Conforme os dados condensados na Tabela 39, observa-se que estudos
dedicados a abordar a contribuição de personalidades com a área da Museologia ou com
aspectos voltados aos museus é pouco explorada, apesar de presente em seis anos do
total de anos investigado.
Com relação à filiação dos seis artigos, identificou-se que apenas dois artigos
mencionaram ser filiados à projeto de iniciação científica (F= 1) e projeto de extensão
(F= 1), enquanto os demais não especificaram informação acerca de sua origem. O
projeto de iniciação científica foi realizado entre 2006 e 2007 sob o título de Projeto
Museologia Baiana: inventário de fontes bibliográficas, já o projeto de extensão
intitulava-se Centenário de Lygia Martins Costa: uma reflexão sobre histórias de vidas
pioneiras, desenvolvido em articulação com projeto de pesquisa Recuperação e
Preservação da Memória da Museologia no Brasil, tendo como base de pesquisa o
acervo documental do NUMMUS.
Observaram-se nos artigos classificados na categoria Narrativa biográfica,
estudos sobre a contribuição de Lygia Martins Costa, egressa do Curso de Museus do
MHN, para a Museologia brasileira e também para o Patrimônio dada a sua atuação
como Museóloga do MNBA entre 1940 e 1951 e do IPHAN entre 1952 e 1996.
Também na seara da Museologia, destaca-se o artigo que apresenta a contribuição de
José Antônio do Prado Valladares, considerado “um homem de museus” pelo trabalho
desenvolvido no Museu do Estado da Bahia sob sua direção no período de 1939 a 1959.
Valladares é autor da clássica obra Museus para o povo: um estudo sobre museus
americanos e detentor de vasta bibliografia sobre os museus publicada em jornais da
Bahia. Outro artigo se volta para abordar a biografia de Isidoro Valcárcel Medina,
precursor das práticas artísticas da Espanha, que expôs no MAC/USP em 1976 a convite
do então diretor do museu Walter Zanini, o que afirmou o papel do MAC/USP como
disseminador da vanguarda artistica internacional entre as décadas de 1960 e 1970.
Destacam-se dois artigos, em viéis relacional com a História da Ciência, que pairam
sobre a figura de Ângelo Moreira da Costa Lima, um importante cientista da pesquisa
entomológica, que durante o tempo que passou no Museu Nacional do Rio de Janeiro,
por suas pesquisas, possibilitou que o referido museu passasse a ser reconhecido não só
pela atribuição de divulgador e preservador de objetos ou artefatos da história e
244
memória brasileira, mas também como centro de pesquisa brasileiro no combate às
pragas agrícolas.
6.8.13 Categoria: Ensino em Museologia
A história do ensino da Museologia no Brasil tem início com a criação do MHN
em 1922 e dez anos depois com a efetiva criação do Curso de Museus pelo MHN,
conforme trajetória já delineada no Capítulo 2 desta tese.
Com base na literatura (Sá, 2007), (Chagas, 2009), (Siqueira, 2009), (Tanus,
2013) e no percurso desta investigação, considera-se pertinente dividir a história do
ensino da Museologia no Brasil em seis momentos: o primeiro com a criação do Curso
de Museus do MHN, em 1932, sob a batuta de Gustavo Barroso; o segundo, quando da
criação do segundo curso de Museologia, em 1969, sendo o primeiro curso criado
dentro de uma universidade, no caso na UFBA; o terceiro, quando o Curso de Museus
do MHN obtém status de curso universitário (que se deu em 1951) culminando, em
1979, com a sua transferência para a UNIRIO; o quarto com a criação do terceiro curso
de graduação em funcionamento em IES privada, em 1975; o quinto momento com a
criação do curso lato sensu em Museologia idealizado por Waldisa Rússio em São
Paulo no ano de 1977; o sexto momento com o boom dos cursos de graduação em
Museologia, a partir de 2003 (antes contava apenas com o curso da UNIRIO e da
UFBA, já que o curso da instituição de ensino superior privada encerrou em 1995)
marcado pela PNM e, sobretudo, pelo REUNI, os quais têm em seu projeto político
pedagógico forte tendência interdisciplinar motivada por profícua relação com outras
áreas de conhecimento, especialmente, com a Ciência da Informação.
Acrescenta-se a estes momentos, a partir do contexto conjuntural apresentado e
com a realização desta tese, a criação de programas de pós-graduação stricto sensu em
Museologia. O primeiro curso de mestrado em Museologia foi criado em 2006 pela
UNIRIO. O quadro atual da pós-graduação stricto sensu em Museologia no Brasil
totaliza seis programas de pós-graduação, sendo quatro de cariz acadêmico e dois de
cariz profissional. O mais recente, conforme já comentado no decorrer da tese, foi
criado em dezembro de 2016 com funcionamento a partir de 2017.
245
Coelho (2015), enfoca o momento de gestação do pensamento museológico
brasileiro com base em dois vieses discursivos: primeiro a partir dos três coordenadores
dos primeiros cursos de Museologia no Brasil e os seus respectivos períodos temporais
(Gustavo Barroso – 1932 a 1958; Valentin Calderón – 1969 a 1980; e Waldisa Rússio –
1977 a 1985), e segundo a partir da regulamentação da profissão de Museológo com a
Lei nº 7.287, de 18 de dezembro de 1984 e com o Decreto no 91.775, de 15 de outubro
de 1985.
A categoria Ensino em Museologia está relacionada ao percurso de
institucionalização da área por meio da oferta formativa em Museologia; às discussões
em torno do currículo dos cursos; e ao perfil do profissional em Museologia.
Nesta investigação, classificaram-se na categoria Ensino em Museologia cinco
artigos, sendo quatro do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e um do PPGMuseu UFBA. Não
se classificou artigos do PPGMus USP nesta categoria.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 40:
Tabela 40 – Distribuição anual dos artigos na categoria Ensino em Museologia
Ensino em Museologia
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 1 1 4
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 1 1 1 1 5
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Conforme os dados condensados na Tabela 40, observa-se que na produção
científica investigada a temática aparece no ano de 2007 nos artigos do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, ano seguinte à criação do seu curso de mestrado.
A incidência de artigos classificados na categoria Ensino em Museologia
coaduna com as Linhas de pesquisa dos programas. No que se refere ao PPG-PMUS
UNIRIO/MAST há relação com a Linha de pesquisa 1 Museu e Museologia, sob eixo
temático (...) Museologia como campo disciplinar, em suas relações com os diferentes
campos do saber. No que diz respeito ao artigo do PPGMuseu UFBA, pode-se
estabelecer a relação do mesmo com a Linha de pesquisa Museologia e
Desenvolvimento Social, que explora, entre outros eixos temáticos, a questão do
246
desenvolvimento social na perspectiva de formação dos sujeitos envolvidos na ação
museal.
Nenhum dos artigos classificados na categoria Ensino em Museologia apresenta
informação sobre a sua filiação, algo compreensível já que se trata de artigos de
reflexão teórica.
Dentro desse contexto, os artigos classificados na categoria em questão,
pertencentes ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST e ao PPGMuseu UFBA apresentam
reflexões sobre questões que perpassam a área da Museologia em seu contexto de
institucionalização pela oferta de ensino universitário. O conjunto de artigos do PPG-
PMUS UNIRIO/MAST versam sobre: a trajetória de criação do Curso de Museus do
MHN e de seu herdeiro o Curso de Graduação em Museologia da UNIRIO; a influência
das matrizes francesas, nomeadamente da École de Chartes e da École du Louvre, na
implantação e no desenvolvimento dos primeiros cursos de Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia; as mudanças ocorridas nas disciplinas ao longo da
trajetória do curso são abordadas como contributo para a história e a memória da área,
bem como para o caso específico da disciplina Preservação-Conservação, a partir de
consulta às fontes primárias como programas de disciplinas, manuais acadêmicos,
pareceres, resoluções, dentre outras fontes; as perspectivas teóricas da Museologia que
compuseram os projetos pedagógicos dos cursos do MHN e da UNIRIO. O único artigo
do PPGMuseu UFBA apresenta o contexto de formação em Museologia na UFBA,
especificamente com relação ao Curso de Graduação em Museologia, o segundo curso
da área criado no Brasil. A trajetória do curso, os desafios enfrentados e o perfil do
profissional em Museologia são algumas das questões enfatizadas.
6.8.14 Categoria: Musealização do patrimônio
O termo musealização, em utilização desde a década de 1980, conforme
definição no livro Conceitos-chave de Museologia, em sentido comum, “designa o
tornar-se museu” (Desvallées & Mairesse, 2013, p. 56).
A musealização se refere à operação de retirada física e conceitual de um objeto
do seu ambiente natural ou cultural nato para conferir ao mesmo um status museal. Tal
247
status se dá a partir da mudança de contexto e do processo de seleção, de documentação
e de apresentação (Desvallées & Mairesse, 2013).
Na perspectiva de Bruno a musealização se constitui por um “conjunto de
fatores e diversos procedimentos que possibilitam que parcelas do patrimônio cultural
se transformem em herança na medida em que são alvo de conservação e preservação”
(Bruno, 1996, p. 56).
Por sua vez, de acordo com Lima (2014), que estuda o entrelace dos termos
musealização e patrimonialização, os dois termos se constituem processos culturais que
atribuem valor a elementos da natureza e da cultura, conferindo-lhes um padrão distinto,
ou seja, torna-os bens musealizados e bens patrimonializados.
Mas é preciso deixar claro que o emprego do termo patrimonialização se aplica
tão somente à noção de preservação de um objeto ou de um local. Portanto, o mesmo
não se aplica ao conjunto do processo museológico (Desvallées & Mairesse, 2013).
A categoria Musealização do patrimônio corresponde a procedimentos técnicos
e estratégias para implementação da preservação do patrimônio. Relaciona-se à um
processo que pode ocorrer em qualquer tempo e lugar.
O conjunto de artigos classificados na categoria Musealização do patrimônio
somam cinco artigos. Do referido total, quatro artigos são do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST e um artigo pertence ao PPGMus USP. Não houve incidência de
artigos do PPGMuseu UFBA nesta categoria.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 41:
Tabela 41 – Distribuição anual dos artigos na categoria Musealização do patrimônio
Musealização do patrimônio
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
3 1 4
PPGMus USP 1 1
PPGMuseu UFBA
Total 3 2 5
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Conforme os dados constantes da Tabela 41, constata-se que artigos no escopo
da categoria Musealização do Patrimônio aparecem a partir do ano de 2012.
248
Os artigos expressam relação com as Linhas de pesquisa dos programas. No caso
do PPG-PMUS UNIRIO/MAST a relação é com a Linha de pesquisa 2 Museologia,
Patrimônio Integral e Desenvolvimento, sob eixo temático Metodologias de
preservação e conservação do patrimônio. Quanto aos artigos do PPGMus USP,
considera-se que os mesmos mantêm relação com duas Linhas de pesquisa do programa
História dos processos museológicos, coleções e acervos, quanto ao conteúdo Análise
sobre a historicidade de instituições e processos museológicos.
Evidenciou-se, quanto à filiação dos cinco artigos que dois artigos citam ser
oriundos de projeto de pesquisa, enquanto os demais não apresentam qualquer
informação sobre. No caso dos artigos filidos à projetos de pesquisa, identificou-se que
um deles, pertencente ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST, parte do projeto vinculado ao
Departamento de Estudos e Processos Museológicos e também ao Grupo de Estudos e
Pesquisas em Museologia, Conhecimentos Tradicionais e Ação Social (GEMCTAS). O
outro artigo é oriundo de projeto intitulado História da Energia Elétrica no Estado de
São Paulo: construção (1890-1960): patrimônio industrial, paisagem e meio-ambiente,
financiado pela FAPESP.
Na categoria Musealização do Patrimônio, os artigos versam sobre proposta de
musealização in situ de estruturas arqueológicas de um monumento de relevância,
religiosa, arqueológica, histórica e arquitetônica do Rio de Janeiro, o Convento de Santa
Teresa, sugerindo, a criação de um Museu de Sítio. Busca-se, em outro estudo,
compreender o processo de musealização da área de conhecimento da Botânica por
meio da idealização, por João Barbosa Rodrigues, do Museu Botânico do Jardim
Botânico do Rio de Janeiro. O Parque Nacional da Tijuca, patrimônio geológico,
Unidade de Conservação Federal é apresentado enquanto território integral de muitos
valores. Assim se entende a necessidade de interferência da Museologia para que este
patrimônio seja valorizado e comunicado, de modo que a área lhe garanta a preservação
por meio de processos de documentação, pesquisa, preservação e comunicação. Em
seguida, a musealização como forma de preservação do patrimônio é abordada em sua
relação ao setor elétrico brasileiro. Um outro artigo aborda a musealização de um
patrimônio imaterial brasileiro: o samba carioca, no âmbito da Política Nacional de
Patrimônio Imaterial (PNPI).
249
Os artigos classificados como Musealização do patrimônio foram desenvolvidos
no âmbito das mais diversas instituições. No caso dos artigos do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST, os mesmos trouxeram reflexões sobre o Convento de Santa Teresa,
Museu Botânico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Parque Nacional da Tijuca,
Centro Cultural Cartola na sua proposta de criação do Museu do Samba, todos
localizados no Rio de Janeiro. No contexto de São Paulo, o artigo da USP contemplou
museus situados em cidades que detiveram pequenas centrais hidrelétricas e usinas
hidrelétricas, criadas durante o período de 1890 e 1960, em seus territórios. Alguns
exemplos de instituições museológicas com acervo que engloba patrimônio do setor
elétrico são: o Museu do Porto de Santos, Museu da Cidade de Santo Ettore Liberalesso
e Museu Histórico Constantino Leman, dentre outros.
6.8.15 Categoria: Cibercultura museal
Vive-se na sociedade contemporânea uma cibercultura. A cibercultura, de
acordo com Lévy (1999), é a própria cultura da sociedade contemporânea quando se
trata dos novos espaços virtuais, promovidos e constituídos pelas TIC, ou seja, é a
cultura do ciberespaço.
A cibercultura “tem suas raízes no surgimento dos meios de comunicação de
massa, mas ganha contornos definidos na atualidade com o computador pessoal, a
micro-eletrônica de massa e as redes telemáticas” (Lemos, 2002, p. 282-283).
A cibercultura, portanto, é a cultura identitária do real ao virtual, é a cultura da
interconectividade, da interação em rede, da digitalização, dos novos suportes de
navegação on line e da virtualidade, promotora das mais diversas e complexas redes de
informação e comunicação, via TIC ou por elas influenciadas (Costa, 2008).
No caso de museus estabelecidos no meio físico, a virtualidade se configura
como instrumento que, dentre outras inúmeras possibilidades (marketing, interação com
outras instituições, etc.), pode colaborar para que o visitante se planeje previamente para
uma visita presencial, sobretudo, em casos de visitantes em viagem. É fato que, no caso
deste tipo de museu, o intuito da virtualidade não é substituir a visita presencial
(Carvalho, 2005), mas uma forma de fazer com que o museu desempenhe a sua função
social levando o consumo cultural para o espaço da cibercultura. Obviamente, que no
250
contexto dos museus que já nasceram virtuais isto acontece naturalmente. Neste tipo de
museu o visitante tem uma atitude proativa, traçando seu caminho de acordo com o seu
interesse e motivação, sem ter que cumprir um roteiro pré-estabelecido.
No Brasil, o MHN, museu de tipologia tradicional, é considerado pioneiro em
sua inserção no mundo virtual (Carvalho, 2005).
Diferentemente do museu tradicional (estruturado a partir da existência de
edifício, coleção e público), o museu virtual é caracterizado pela inexistência da
materialidade, desprovido de público (no significado literal da palavra), mas sim
provido da presença do visitante individual. O museu virtual é, portanto, uma criação no
contexto da cibernética (Scheiner, 1998).
No entanto, além do termo museu virtual, é comum encontrarmos na literatura
outros termos e tipologias que refletem a presença dos museus no ambiente digital ou da
cibercultura: Cibermuseu; Webmuseu; Museu digital; Museu virtual; Museu Online;
Museu Eletrônico; Hipermuseu (Magaldi, 2010). No entendimento de Loureiro, estas
nomenclaturas representam a noção de “centralidade da informação, e não mais a
materialidade dos lugares e dos objetos físicos, traço que acompanhou o fenômeno
museu desde suas origens, sem grandes abalos” (Loureiro, 2003).
A categoria Cibercultura museal está relacionada ao ciberespaço e sociabilidade;
aos Museus virtuais, às coleções e aos acervos digitais.
Nesta investigação, classificaram-se na categoria Cibercultura Museal quatro
artigos, todos do PPGMuseu UFBA. Não houve incidência de artigos do PPG-PMUS
UNIRIO/MAST e PPGMus USP.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 42:
Tabela 42 – Distribuição anual dos artigos na categoria Cibercultura museal
Cibercultura museal
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
2 1 1 4
Total 2 1 1 4
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
251
Conforme os dados condensados na Tabela 42, observa-se que na produção
científica investigada a temática aparece no ano de 2007 nos artigos de
docente/pesquisador vinculado ao PPGMuseu UFBA.
O resultado de artigos do programa classificados na categoria Cibercultura
Museal revela a pertinência a uma das linhas de pesquisa do programa, Linha de
pesquisa 2 – Patrimônio e Comunicação, que engloba, dentre outros eixos temáticos, o
eixo uso e o manejo do ciberespaço e museus digitais, incluindo tecnologias da
informação e comunicação. Para além disso, tem estreita relação com a formação
doutoral do docente/pesquisador pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e
Cultura Contemporâneas da UFBA, onde é ofertada a disciplina denominada
Cibercultura lecionada pelo Professor Doutor André Lemos, reconhecido estudioso da
cultura digital ou cibercultura.
Nenhum dos artigos classificados na categoria Cibercultura Museal apresenta
informação sobre filiação científica.
Dentro desse contexto, os artigos classificados na categoria em questão,
pertencentes ao PPGMuseu UFBA se propõem a analisar a diversificação e o
crescimento dos museus digitais em termos de arquitetura no ciberespaço, bem como a
enfocar as possibilidades de ruptura com o modelo tradicional de museu; a apresentar o
museu presencial e o museu digital, refletindo sobre as perspectivas de ambos no uso
das tecnologias de informação e comunicação para dar a conhecer seus acervos e
exposições; refletir sobre o museu na era da globalização, sobretudo em relação à
disponibilidade de informação sobre os objetos dos acervos no ciberespaço; e, analisar a
forma de comunicação e de busca de informações sobre os objetos dos museus virtuais
on-line, por parte de pesquisadores e instituições, acerca das informações dos objetos
(qualidade e quantidade de informações) e a quantidade do acervo.
6.8.16 Categoria: Identidade cultural
A questão da identidade cultural ou a “problemática”, como denomina Menezes
(1993), fez-se presente em um dos documentos do ICOM. De modo mais específico no
documento elaborado em Buenos Aires, no ano de 1986, que atribuía ao museu
propiciar meios “para que a comunidade tome consciência de sua própria identidade que
252
geralmente tenha sido escamoteada por razões de ordem histórica, cultural e social”
(Documento do ICOM, 1986).
Assim, como uma questão a ser considerada e perseguida pelos museus, a
identidade cultural passou a ser um objetivo a alcançar e a promover, de modo a
reforçar as identidades frágeis, estabilizar as identidades desestruturadas, recriar as
identidades rescindidas e proteger as identidades ameaçadas (Menezes, 1993).
Nesse contexto, a partir de então, era suscitado às instituições museológicas não
mais a transmissão de uma mensagem universal, mas a necessidade de que suas práticas
conduzissem o público ou a comunidade local a se conscientizar da sua própria
identidade (Menezes, 1993).
As instituições museológicas são importantes no processo de conscientização
dos indivíduos para maior valorização de sua história, para o despertar do sentimento de
pertencimento e identidade com a mesma.
A categoria Identidade cultural engloba as tradições, a cultura, a religião, a
música, a culinária, a forma de vestir, falar, dentre outros, representativos dos hábitos e
costumes dos indivíduos e da coletividade da qual faz parte.
Os artigos classificados na categoria Identidade cultural somam três artigos:
dois artigos são do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e um artigo pertence ao PPGMuseu
UFBA. Não houve incidência de artigos do PPGMus USP.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 43:
Tabela 43 – Distribuição anual dos artigos na categoria Identidade cultural
Identidade cultural
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 2
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 1
Total 1 1 1 3
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
De acordo com os dados da distribuição anual dos artigos classificados na
categoria Identidade cultural, observou-se que estes datam da primeira década do século
XXI.
253
A incidência de artigos classificados na categoria Identidade cultural coaduna
com as Linhas de pesquisa dos programas. No que se refere ao PPG-PMUS
UNIRIO/MAST há relação com a Linha de pesquisa 1 Museologia, Patrimônio Integral
e Desenvolvimento sob eixo temático Sociedade, cultura e patrimônio: identidade e
diferenças culturais. No que diz respeito ao artigo do PPGMuseu UFBA, pode-se
estabelecer a relação do mesmo com a Linha de pesquisa Museologia e
Desenvolvimento Social, que explora a questão dos estudos sobre o patrimônio cultural,
buscando compreender e valorizar as diversas realidades socioculturais das sociedades
contemporâneas.
Apenas dois artigos fizeram menção à sua filiação. Um tem origem em
orientação de dissertação no âmbito do PPG-PMUS UNIRIO/MAST, em 2008, sob o
título de Quando o museu abre as portas e janelas: o reencontro com o humano no
museu contemporâneo. O outro artigo, pertencente ao PPGMuseu UFBA, citou que o
estudo teve como base o trabalho de pesquisa junto ao Centro de Estudos Latino-
Americanos da Universidade de Varsóvia.
Os artigos classificados na categoria Identidade cultural trazem em suas
abordagens questões como: a presença das identidades culturais na concepção de
museus, presença esta demarcada por três momentos, sendo o primeiro durante o
período do Renascimento (valorização de ruínas e os testemunhos da Antiguidade
greco-romana), o segundo a partir do século XIX, quando os museus assumem a função
de fundar e manifestar uma identidade nacional e, o terceiro momento é marcado pelos
grupos socioculturais que assumem atitude proativa e consciente do papel que podem
desempenhar. Atitude que faz com que os museus atentem para a construção de uma
identidade cultural impregnada de futuro, colocando a identidade e a memória como
centrais em suas ações; o trabalho de valorização da imagem do negro por meio das
produções culturais de um bloco formado totalmente por negros, criado em 1974, em
Salvador, o Bloco Ilê Aiyê142
. Em suas produções culturais (desfiles de carnaval e
espetáculos) emite-se uma imagem do negro diferente da habitual, o que suscita,
portanto, novas formas de identificação da população afrodescendente local e mundial;
a compreensão da identidade cultural como geradora da existência de um sentimento de
pertencimento, daí, de modo mais específico, as reflexões giram em torno da identidade
142
Quer dizer “Casa de todos”, conforme a tradução do nome em iorubá para o português.
254
cultural latino-americana, no sentido de entendimento desta como conjunto de
identidades culturais existentes e produzidas em uma dada região que refletem o
sentimento de pertença. Assim, as festas, o artesanato, o consumo material e simbólico
são elementos identitários como campo de análise dos povos da América Latina.
6.8.17 Categoria: Políticas públicas de cultura
As reflexões em torno da responsabilidade do Estado sobre a produção cultural
do Brasil e sobre a necessidade de delinear os princípios de elaboração de políticas
públicas de cultura se intensificaram na última década, tanto na esfera federal como na
esfera estadual (Calabre, 2005).
A compreensão de política pública de cultura se caracteriza por ser um
“conjunto ordenado e coerente de preceitos e objetivos que orientam linhas de ações
públicas mais imediatas no campo da cultura” (Calabre, 2005, p. 2).
No Brasil, a política pública de cultura é marcada por momentos distintos. O
início com o governo reformista de Getúlio Vargas (período de 1934 a 1945); em
seguida, o investimento em infraestrutura do regime militar (período de 1964 a 1985);
depois a fragilidade institucional e a necessidade de criação de novas bases na
redemocratização do país (período de 1985 a 1994) e a cultura política neoliberal do
Presidente Fernando Henrique Cardoso (período de 1995 a 2002); até a gestão do
Presidente Luís Inácio Lula da Silva (período 2002 a 2010) (Bezerra & Gadelha, s.d).
Durante a gestão do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, considerado o governo
mais intervencionista na formulação de políticas públicas de cultura, é que em maio de
2003, o então MinC criou secretarias e programas para atender as áreas da cultura
(Bezerra & Gadelha, s.d) e anunciou que o museu seria protagonista em suas ações. Na
verdade, “o MinC não produziu apenas um discurso, transformou o museu em
prioridade e formulou políticas, liderou um processo de mudanças” (Mores, 2009, p.
61).
Nesse contexto, a PNM foi instituída ainda em 2003, trazendo em seu bojo o
objetivo de “promover a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural
brasileiro (...) por meio do desenvolvimento e da revitalização das instituições
museológicas existentes” (Política Nacional de Museus, 2004, p. 7).
255
A partir da PNM foi criado em novembro de 2004 o Sistema Brasileiro de
Museus (SBM). As diretrizes do mesmo perpassam pela valorização, registro e
disseminação do saber-fazer específico do campo museológico, dentre questões de
organização, otimização da gestão e do desenvolvimento das instituições museológicas
e dos seus acervos (conforme Decreto 5.264 de 2004).
Destacam-se, em 2009, duas questões importantes para o quadro da política
cultural de museus: a institucionalização do Estatuto dos Museus e a criação do
IBRAM, autarquia com sede em Brasília, criada com o fito de formular políticas
culturais para os museus públicos e privados do Brasil, dentre outros objetivos.
Os artigos classificados na categoria Políticas públicas de cultura somam três
artigos, sendo dois artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST e um artigo do PPGMus
USP. Não houve incidência de artigos do PPGMuseu UFBA.
A distribuição anual dos artigos é detalhada na Tabela 44:
Tabela 44 – Distribuição anual dos artigos na categoria Políticas públicas de cultura
Políticas públicas de cultura
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 2
PPGMus USP 1 1
PPGMuseu UFBA
Total 1 1 1 3
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Conforme os dados constantes da Tabela 44, observa-se que artigos no escopo
da categoria Políticas públicas de cultura aparece de forma tímida na produção
científica, com início no ano de 2009, coadunando com o ano de criação do Estatuto de
Museus e do IBRAM.
O resultado de artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST classificados na categoria
Políticas públicas de cultura reflete a relação dos mesmos às duas linhas de pesquisa do
programa, Linha de pesquisa 1 – Museu e Museologia que engloba o eixo Museu e
cultura e a Linha de pesquisa 2 – Museologia, patrimônio Integral e Desenvolvimento,
eixo temático Políticas e Diretrizes. Quanto ao artigo do PPGMus USP na categoria,
observa-se a sua pertinência à Linha de pesquisa 2 - Teoria e método da gestão
256
patrimonial e dos processos museológicos no tocante ao conteúdo análise e proposição
de estratégias de planejamento e gerenciamento de bens patrimoniais e análise e
proposição de instituições museológicas.
Evidenciou-se, quanto à filiação dos três artigos, que dois deles tiveram origem
em discussões da disciplina Sociologia na UNIRIO, enquanto o outro é fruto de uma
comunicação apresentada no IV Seminário de Geografia, Turismo e Patrimônio
Cultural, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) no ano de
2012.
Na categoria Políticas públicas de cultura, os assuntos tratados nos artigos
versam sobre: o papel do Estado na idealização, na gestão e no financiamento de
políticas públicas e de políticas culturais, bem como sobre o papel dos museus nesta
conjuntura para o governo, onde aborda-se especificamente, o governo do Presidente
Luís Inácio Lula da Silva que criou o IBRAM; as atribuições das organizações formais
(IPHAN, IBRAM) e a possibilidade de trabalho de modo articulado e colaborativo para
a salvaguarda do patrimônio cultural (a reflexão do artigo paira sobre a preservação do
patrimônio arqueológico); e, a trajetória das práticas de preservação do patrimônio
cultural no âmbito do governo federal a partir da década de 1980, época da
redemocratização do país, com atenção para os bens tombados e registrados.
6.8.18 Categoria: Acessibilidade em museus
A questão da acessibilidade aos museus está elencada na Lei nº 11.904 de 14 de
janeiro de 2009 que institui o Estatuto dos Museus onde em seu Art. 35 registra que “os
museus caracterizar-se-ão pela acessibilidade universal dos diferentes públicos, na
forma da legislação vigente”.
Questões de acessibilidade foram registradas quando da idealização da PNM,
especificamente no seu eixo 2 Democratização e acesso aos bens culturais, também no
Plano Nacional Setorial de Museus (PNMS) criado em 2009 que tem validade no
período de 2010 e 2020. O PNMS sinaliza a necessidade de implementação de uma
política de acessibilidade universal para museus e centros culturais e no Estatuto dos
Museus já citado (Chagas & Storino, 2012).
257
Esse quadro revela que as questões de acessbilidade constam dos documentos de
criação e regulação da Política Pública de Museus, sob a responsabilidade do IBRAM.
Este, por sua vez, tem, dentre outras obrigações, “a busca sistemática de um padrão de
excelência no que se refere à acessibilidade” (Chagas & Storino, 2012, p. 12).
A acessibilidade, na perspectiva inclusiva, vem suscintando aos mais diversos
museus iniciativas que posssibilitem que diferentes públicos possam usufruir e se
apropriar dos bens culturais (Chalhub, 2014), especialmente, os públicos que
apresentam deficiência visual, auditiva, motora, intelectual, múltipla (mental, visual,
auditiva e física). É preciso atentar que a acessibilidade envolve questões de adequação
de estrutura física, edifícação, mobiliário, elementos ao alcance, acesso à informação/
linguagem acessível ao público com distintos níveis intelectuais e cognitivos, estratégias
de mediação cultural, dentre outras (Sarraf, 2008).
Segundo Sarraf (2008), a acessibilidade em museus significa que todos os
serviços básicos e especiais (exposições, ambientes de convivência, serviços de
informação, etc.) oferecidos pelos equipamentos culturais estejam ao alcance de todos
os tipos de público, permitindo-lhes autonomia.
Pode-se citar, com base na investigação de Sarraf, alguns exemplos de museus
acessíveis na Inglaterra, como o Tate Modern, o British Museum e o Victoria and Albert
Museum, os quais desenvolvem estratégias para a inclusão de pesssoas deficientes a
exemplo de esculturas acessíveis ao tato no espaço das exposições, vídeos em lingua de
sinais, curso de arte em língua de sinais, sites acessíveis, dentre outras estratégias.
No caso do Brasil, o que se percebe mais intensamente são museus com
implantação de adequações físicas. No entanto, os museus vêm desenvolvendo ações de
acessibilidade criando projetos inclusivos, mesmo não dispondo de um setor destinado à
acessbilidade e inclusão social, como ocorre em museus internacionais. Sarraf elenca
projetos desenvolvidos pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, pelo Museu de
Zoologia da USP e pelo MAC/USP (Sarraf, 2008).
Assim, a categoria Acessibilidade em museus está relacionada à inclusão social
de pessoas com deficiência para usufruto, com autonomia, do patrimônio cultural; à
forma como a legislação brasileira assegura este direito; como os museus e instituições
culturais vem atuando no sentido de promover ações e estratégias de inclusão; uso das
tecnologias assistivas no âmbito das instituições.
258
No caso do corpus documental analisado, apenas dois artigos foram
classificados na categoria Acessibilidade em museus. Os mesmos pertencem
estritamente ao PPG-PMUS UNIRIO/MAST.
A distribuição anual dos artigos consta da Tabela 45:
Tabela 45 – Distribuição anual dos artigos na categoria Acessibilidade em museus
Acessibilidade em museus
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
1 1 2
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
Total 1 1 2
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A Tabela 45 mostra que os artigos classificados na categoria Acessibilidade em
museus constam dos anos de 2011 e 2012.
O resultado de artigos do PPG-PMUS UNIRIO/MAST classificados na categoria
Acessibilidade em museus reflete a pertinência dos mesmos a uma das linhas de
pesquisa do programa, Linha de pesquisa 1 – Museu e Museologia, que dentre outros
eixos temáticos, elenca o eixo Modelos conceituais de Museu e suas relações com o
corpo social.
Acerca da filiação dos artigos, identificou-se que os dois artigos são oriundos de
orientação de dissertação de mestrado defendida pelo PPG-PMUS UNIRIO/MAST, sob
o título de Dedos de ver: informação especial no museu e a inclusão social da pessoa
com deficiência visual.
Os artigos classificados na categoria Acessibilidade em museus discutem a
questão da inclusão social de pessoas com deficiência visual nos museus. Para tanto, um
dos artigos analisa o caso de museus reconhecidos no cenário brasileiro acerca do
atendimento a este segmento de público e quanto ao uso de tecnologias assistivas que
possibilite o devido acesso. A ocorrência de barreiras ou obstáculos que impedem o
desejável atendimento das pessoas com necessidades especiais - seja em contexto
eletrônico, por via da rede internacional de computadores – site do Museu na Internet –
seja no próprio ambiente físico no qual está localizado o Museu também é discutido.
259
Os artigos em pauta centraram-se em três instituições museológicas: MHN,
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e no MAST.
Inclusive, o MHN foi agraciado com o certificado Acessibilidade Nota 10, em
2005, conferido pela Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em reconhecimento ao trabalho de ampliação
e aperfeiçoamento de projeto de acessibilidade desenvolvido no museu (Chagas &
Storino, 2012).
Já o MNBA desenvolve, desde 2007, o projeto Ver e Sentir através do toque que
se dedica à promover acessibilidade, experimentação e leitura de obras de arte de seu
acervo às pessoas deficientes visuais, possibilitando inclusão social.
6.8.19 Categoria: Outras agendas de investigação
Identificando-se que alguns artigos do corpus documental analisado não se
enquadram em temáticas no escopo da Museologia, optou-se por incluí-los em uma
categoria nomeada Outras agendas de investigação.
Nesse caso, foram classificados na referida categoria 16 artigos, sendo 14 do
PPG-PMUS UNIRIO/MAST e dois do PPGMuseu UFBA, conforme visualiza-se na
Tabela 46:
Tabela 46 – Distribuição anual dos artigos na categoria Outras agendas de investigação Outras agendas de investigação
Programas 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
4 1 1 2 1 1 2 1 1 14
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
1 1 2
Total 1 4 1 1 2 1 1 2 1 2 16
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
Os artigos classificados na categoria Outras agendas de investigação refletem a
pluralidade da formação dos docentes/pesquisadores que, com atuação nos programas
em Museologia, contribuem em suas áreas específicas confirmando seus temas de
interesse registrados no Currículo Lattes e apresentados nesta tese. Identificaram-se
260
artigos com temáticas específicas no âmbito de áreas de conhecimento como a História,
História das Ciências, Comunicação, Educação, Saúde, Geociências e Biblioteconomia.
Nesse sentido, no âmbito das referidas áreas os artigos classificados em Outras
Agendas de Investigação versam sobre: institucionalização da pesquisa na Amazônia;
estudos paleobiogeográficos; classificação e organização de fósseis paleozoicos –
Biválvia; hábitos de vida das faunas paleozoicas de gastrópodes; habilidades no uso do
computador por parte de comunidade escolar; educação sexual na escola; relação
comunicação e saúde na perspectiva informacional; estratégias no cuidado de
enfermagem aos clientes com HIV/Aids; lógica científica e o pensamento mítico na
história da ciência; trajetória política de um lider colombiano; motivação para o
aprendizado por parte de estudantes de escolas públicas; potencial explicativo dos
capitais econômico, social e cultural na análise do desempenho educacional; relação
cibercultura, ciberespaço e História; e, formação de coleções de livros digitais nas
bibliotecas universitárias públicas do Brasil.
6.8.20 Síntese das tendências temáticas
Visando dar mais visibilidade aos resultados obtidos acerca das tendências
temáticas na produção científica em Museologia, elaborou-se a Tabela 47 que
corresponde ao panorama geral da quantificação dos artigos por programa a partir da
classificação dos mesmos em cada uma das 19 categorias temáticas de análise:
261
Tabela 47 – Distribuição da classificação dos artigos em categorias temáticas por programa
CATEGORIAS PPG-PMUS UNIRIO/MAST
PPGMus USP
PPGMuseu UFBA
TOTAL
Objeto/ Coleção/ Acervo 6 4 8 18
Exposição museológica 7 7 3 17
Preservação e conservação do Patrimônio de Ciência e Tecnologia (C&T)
16 16
Teoria da Museologia 12 2 14
Patrimônio cultural 7 6 13
Ação cultural e educativa em museus 8 3 1 12
Instituições museológicas no Brasil 7 3 2 12
Função social dos museus 10 1 11
Museu, memória e Movimentos sociais 5 5 10
Estudo de público 6 2 1 9
Documentação museológica 2 4 6
Narrativa biográfica 4 1 1 6
Ensino da Museologia 4 1 5
Musealização do patrimônio 4 1 5
Cibercultura museal 4 4
Identidade cultural 2 1 3
Políticas públicas de cultura 2 1 3
Acessibilidade em museus 2 2
Outras agendas de investigação 14 2 16
Total 118 23 41 182
Fonte: Dados da pesquisa (2016) – elaboração a partir do corpus documental analisado
A partir do exposto na Tabela 47 é possível perceber que algumas temáticas se
destacam de forma única na produção científica dos programas. Um exemplo disso é a
temática Preservação e Conservação do Patrimônio de C&T identificada estritamente
na produção científica do PPG-PMUS UNIRIO/MAST. O programa foi o que teve sua
produção científica classificada em 18 das 19 categorias de análise, o que demonstra
que o PPG-PMUS UNIRIO/MAST é autoridade em diversas temáticas no escopo da
Museologia, sobretudo, em Preservação do Patrimônio de C&T, Teoria da Museologia
e Função Social dos Museus, categorias com maior número de incidência na produção
científica do programa.
O PPGMus USP teve a sua produção científica classificada em oito das 19
categorias de análise. Considera-se que a categoria Exposição museológica é uma forte
temática em sua produção científica.
Já o PPGMuseu UFBA deteve a temática Cibercultura Museal presente
unicamente na produção científica do programa. A produção científica do programa
incidiu em 15 das 19 categorias temáticas, sendo as categorias Objeto/ Coleção/ Acervo,
262
Patrimônio Cultural, Museu, Memória e Movimentos Sociais e a já citada Cibercultura
Museal as de maior frequência.
Buscou-se estabelecer a relação da produção científica analisada com o Quadro
Geral da Disciplina Museológica delineado no âmbito do Encontro Internacional do
ICOFOM/ICOM na década de 1980. O Quadro Geral da Disciplina Museológica tem
origem na proposta de Stránský, em 1960, sobre um sistema da Museologia aportado
em historicidade, aspectos práticos dos museus e no diálogo da área com outras
disciplinas, mas também é fruto dos debates e discussões intensificados desde então
(Cury, 2014).
Nesse contexto, o Quadro Geral da Disciplina Museológica foi estruturado, a
partir da proposta tripartite ou tripartida (contou com a colaboração de Vinos Sofka,
dentre outros pensadores da área, no âmbito do ICOFOM), em Museologia Geral,
Museologia Especial e Museologia Aplicada (Cury, 2014; Duarte Cândido, 2014).
Nesse sentido interessa por referir ao que cada uma das estruturas está
relacionada. A Museologia Geral engloba a Teoria museológica, a História dos museus
e a Administração de museus. A Museologia Especial está relacionada aos diferentes
Textos (i.e tipologias específicas de museus) e Contextos museológicos (realidades
sociais específicas). A Museologia Aplicada contempla a Formação e/ou
desenvolvimento de coleções, a Salvaguarda (conservação e documentação), a
Comunicação (Exposição e Educação) e a Gestão (Cury, 2014).
Na atualidade, segundo Cury, o Quadro Geral da Disciplina Museológica ainda
se mantém inalterado em termos estruturais, contudo o seu detalhamento vem sofrendo
adequação por parte de alguns estudiosos da área, porém a autora, por seu turno, alerta
que os estudos para adequações não foram publicados até o momento (Cury, 2014).
Assim, a partir deste enquadramento, acostando a produção científica analisada
ao Quadro Geral da Disciplina Museológica, com vista a estabelecer um paralelo,
constatou-se que a mesma se enquadra, a partir da categorização temática, nos termos
da Museologia Geral e da Museologia Aplicada, sendo o enquadramento da produção
científica na última estrutura bastante expressiva.
Considera-se, portanto, que os artigos classificados nas categorias Objeto/
Coleção/ Acervo; Exposição museológica; Preservação e Conservação do Patrimônio
de Ciência & Tecnologia; Patrimônio Cultural, Ação Cultural e Educativa em Museus;
263
Função Social dos Museus; Estudo de público; Documentação Museológica; Museu,
Memória e Movimentos Sociais; Musealização do Patrimônio; Cibercultura Museal;
Identidade Cultural; Políticas Públicas de Cultura; Acessibilidade em Museus;
correspondem à Museologia Aplicada.
Já os artigos classificados nas categorias Teoria da Museologia, Instituições
Museológicas no Brasil, Ensino da Museologia e Narrativa biográfica se enquadram na
Museologia Geral.
Posto isso, é preciso reconhecer a necessidade de movimentação, adequação e
interação entre a Museologia Geral, Museologia Especial e Museologia Aplicada, pois
este tripé pode, em muito, ampliar e englobar tendências centrais da Museologia do
século XXI de forma mais específica. Essas tendências, segundo Mensch & Mensch
(2011), perpassam por temas como: as coleções na sua relação com as exigências da
contemporaneidade; a aprendizagem e a função da experiência em contexto
museológico; estratégias de participação, grande questão do século XXI, como vetor de
inclusão e de responsabilidade social; avaliação da atuação e da performance dos
museus; relação integrada dos museus e do patrimônio atentando para aspectos como a
interdisciplinaridade, as biografias culturais, as redes temáticas; e, por fim, as questões
éticas dos museus.
264
265
CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS
266
267
Com a presente tese intitulada Museologia no Brasil, século XXI: atores,
instituições, produção científica e estratégias, apoiada no percurso acadêmico-
profissional da investigadora na área da Ciência da Informação e seguida de incursão na
agenda alargada e inovadora do Programa de Doutoramento em História e Filosofia da
Ciência Especialidade Museologia, almejou-se desvelar a área da Museologia no Brasil
no século XXI a partir da sua prática científica decorrente da interação entre atores
científicos, instituições, produção e comunicação científica, trocas e circulação de
conhecimentos.
Assinala-se que os primeiros anos do século XXI são representativos da
significativa ampliação e dinamização da Museologia no país como campo de estudos
no ensino superior, tanto pelo alargamento da oferta de cursos de graduação em todo o
território nacional, como pela institucionalização da pós-graduação stricto sensu na
área, iniciada com a criação, em 2006, do então único curso de mestrado em
Museologia no Brasil, seguida da criação, em 2011, do primeiro e único curso de
doutorado até o momento.
Nesse quadro, de modo a contribuir para o entendimento da conformação e do
estágio de evolução da área da Museologia como disciplina científica, constituiu-se
objetivo da presente tese analisar a produção científica gerada no âmbito dos programas
de Pós-Graduação stricto sensu em Museologia no Brasil, a partir de sua veiculação em
periódicos científicos de acesso aberto no período de 2006 a 2016.
O Movimento de Acesso Aberto é reconhecidamente o fato mais importante na
contemporaneidade da informação e comunicação científica, pois promoveu
significativa mudança no tradicional sistema de difusão da produção do conhecimento
científico ao tornar acessível, de forma gratuita, o resultado dos feitos científicos. O
acesso aberto e irrestrito à informação científica se tornou possível no final do século
XX com o avanço das tecnologias de informação e comunicação.
No que toca o alcance do objetivo proposto nesta tese, a investigação envolveu
os atores - docentes/pesquisadores – vinculados aos programas de pós-graduação stricto
sensu em Museologia (PPG-PMUS UNIRIO/MAST, PPGMus USP e PPGMuseu
UFBA) e a produção científica de artigos de periódicos de acesso aberto.
Assim, numa fase inicial do percurso dos resultados da investigação,
apresentaram-se os atores científicos – docentes/pesquisadores – no que concerne ao
268
perfil acadêmico e, em seguida, os resultados acerca da caracterização e das tendências
da produção científica da área da Museologia.
Foi, então, possível, a partir de um conjunto de categorias, delinear o perfil dos
37 docentes/pesquisadores, o qual dá conta de que a formação acadêmica nos quatro
níveis – graduação, especialização, mestrado e doutorado – reflete uma formação
interdisciplinar com filiação às várias áreas do conhecimento científico. Em termos de
formação em Museologia, identificaram-se egressos dos cursos do MHN, da UNIRIO e
UFBA, também especialistas em Museologia ou no âmbito do seu escopo temático pelo
primeiro curso lato sensu em Museologia no Brasil (“curso da Waldisa”) e por
instituições estrangeiras sediadas na Bélgica, na Espanha e na França. No tocante ao
mestrado na área da Museologia, evidenciaram-se titulações em Museologie et
Mediation Culturelle Dea e em Museums and Galleries Management, realizadas na
Université Dávignon, França e na The City University, Inglaterra, respectivamente. As
áreas de formação no doutorado apresentam múltiplas especialidades, contudo em
alguns casos com tese no âmbito das temáticas da Museologia em áreas que dialogam
com a mesma como a Ciência da Informação, Comunicação, Educação e História, com
maioria no Brasil, já que apenas cinco docentes/pesquisadores se doutoraram em
instituições estrangeiras, com destaque para a Universidade do Porto, Universidade de
Coimbra, ambas em Portugal, e a Université du Québec à Montreal, Canadá.
Diferentemente, os estudos pós-doutorais incidiram com maior número nas áreas da
Museologia e da História, realizados em sua maioria no exterior, novamente com
destaque para as universidades portuguesas: Universidade de Coimbra, Universidade de
Aveiro, Universidade do Minho e Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias.
Ainda no âmbito do perfil, reforçando o quadro de formação interdisciplinar, os
temas de interesse dos docentes/pesquisadores, além dos referentes à área da
Museologia, perpassam por temas das áreas de Educação, Arqueologia, Arte,
Arquitetura, Ciência da Informação, dentre outros, representativos do estado da
investigação teórico-prática a que se dedicam e/ou estabelecem relação de diálogo.
Quanto aos Grupos de pesquisa, levantou-se que dos 20 grupos liderados pelos
docentes/pesquisadores, nove têm como área predominante as Ciências Sociais
Aplicadas – Museologia. Apenas sete (19%) docentes/pesquisadores são bolsistas de
269
produtividade em pesquisa do CNPq nas áreas de Antropologia, Artes e Museologia,
sendo que deste total, quatro docentes/pesquisadores são bolsistas de produtividade em
Museologia e se concentram nos programas da UNIRIO/MAST e UFBA. O grupo
investigado desenvolve atividade de orientação de teses e dissertações nos programas
em Museologia, mas também nos programas em Educação, Arqueologia, Ciência da
Informação, dentre outros. Por fim, a maioria dos docentes/pesquisadores, 68%, integra
o corpo editorial de 48 periódicos nacionais e internacionais.
Tendo esse quadro em apreço, é possível concluir que os docentes/pesquisadores
apresentam perfil de formação que confirma a característica interdisciplinar da então
área CSA I, atual Comunicação e Informação (constituída pelas três áreas básicas:
Comunicação, Ciência da Informação e Museologia), destacada no Documento de Área
2016 (Avaliação do Quadriênio 2013-2016) e perfil condizente com os aspectos e
definições do quesito corpo docente de avaliação dos programas por parte da CAPES,
constante do documento em questão, o qual envolve as atividades específicas da pós-
graduação (pesquisa, orientação, ensino e produção intelectual).
A caracterização da produção científica de artigos de periódicos open access se
deu, também, a partir de um conjunto de categorias: número de artigos por ano (2006 a
2016), periódico científico de veiculação dos artigos, idioma, tipo de documentos mais
citados, autores mais referenciados e, tipologia de autoria dos artigos.
Assim, no âmbito do corpus documental analisado, 188 artigos, observou-se que
se trata de produção expressivamente publicada em periódicos nacionais, com presença
tímida em periódicos internacionais. Os periódicos que concentraram o maior número
de artigos foram Museologia e Patrimônio, Revista Museologia & Interdisciplinaridade
e os Anais do Museu Histórico Nacional. A maioria dos artigos foi publicada em
periódicos classificados no Qualis da CAPES na área de Comunicação e Informação
(antes CSA I) com estrato B1, embora tenha-se identificado publicações em periódicos
com estrato C e, até mesmo, sem classificação no Qualis, algo que pode interferir
negativamente na avaliação do programa, já que a produção científica veiculada em
periódicos com Qualis é um requisito de avaliação dos programas de pós-graduação no
Brasil. Outra questão que requer lançar mão de estratégias por parte dos programas é o
grau de nacionalização do conhecimento produzido na área da Museologia no Brasil,
considerando o predomínio da língua portuguesa nos artigos, uma questão que pode
270
interferir na visibilidade do trabalho, das reflexões e discussões desenvolvidas pela
comunidade científica no domínio da área Museologia no Brasil, consequentemente no
posicionamento da comunidade científica brasileira frente à comunidade científica
internacional. O livro (34%) e os periódicos científicos (18%) foram os documentos
bibliográficos com maior incidência nas 4.877 referências levantadas nos artigos. Entre
os autores mais citados estão os conceituados e clássicos estudiosos da Museologia
como André Desvallés, François Mairesse, Hugues de Varine-Bohan, Georges Henri
Rivière, Peter Van Mensch, Zbynek Stránský, bem como a estudiosa brasileira Waldisa
Rússio Camargo Guarnieri, ademais outros autores brasileiros como Maria Margaret
Lopes, Tereza Cristina Moletta Scheiner, Mário de Souza Chagas e Maria Cristina
Oliveira Bruno, um reflexo de que a produção científica dos docentes/pesquisadores
está alicerçada nos estudiosos pioneiros que exercem o domínio da área, mas também
nos que pertencem à geração posterior que vêm influenciando teoricamente a
construção do conhecimento da Museologia no Brasil impondo a identidade deste
conhecimento na história da Museologia global.
O mapeamento do tipo de autoria dos artigos revelou que 53% dos artigos têm
autoria única e 47% têm autoria múltipla. Como a pouca diferença do resultado entre a
autoria única e múltipla, acredita-se que os atores investigados parecem ter incorporado
a cultura da colaboração científica, visto que esta, além de proporcionar economia de
tempo e materiais, troca de conhecimentos e ações em conjunto, é motivada pelas
agências de fomento à pesquisa que a consideram essencial à prática científica
contemporânea.
A análise das redes de coautoria, tratada sob o enfoque da rede egocêntrica,
evidenciou que a maioria das redes de coautoria do PPG-PMUS UNIRIO/MAST foi do
tipo mista com maior intensidade como rede interinstitucional, o que pode indicar a
representatividade das parcerias do programa no cenário brasileiro e internacional. As
redes de coautoria do PPGMuseu UFBA foram em sua maioria do tipo
intrainstitucional. Já o PPGMus USP não apresentou resultado de maioria para nenhum
tipo de rede, pois no caso do programa se identificou apenas uma rede do tipo mista e
uma rede do tipo intrainstitucional. Pela análise de redes de coautoria foi possível
perceber, ainda, baixa colaboração entre os docentes/pesquisadores. Assim, presumi-se
que se faz necessário intensificar a rede intrainstitucional e, sobretudo, o alargamento da
271
rede interinstitucional que já ocorre. Essa última poderá ser alargada por estratégias que
viabilizem outras relações para além das que já acontecem com pesquisadores de
instituições de ensino e de pesquisa museológica internacionais.
A análise temática do corpus documental desta investigação, excluindo-se as
duplicidades dos artigos em coautoria, versou sobre 182 artigos, os quais foram
classificados em 19 categorias temáticas, sendo 18 delas representativas de temáticas
full time Museologia e uma categoria referente às temáticas consideradas fora da agenda
de investigação da área, denominada Outras agendas de investigação.
As categorias revelam a pluralidade de temáticas abordadas no escopo da
Museologia que pode ser reflexo da pluralidade da formação interdisciplinar do grupo
investigado, já que se identificaram em alguns artigos perspectivas integradoras do
conhecimento de outras áreas com a Museologia, consideradas essenciais para a
compreensão do diálogo que pode ser firmado com outras áreas de conhecimento, mas
também são indicativas das frentes de investigação na produção científica da área.
Com efeito, as agendas de investigação no escopo da área estão em compasso
com as linhas de pesquisa dos programas de pós-graduação que envolvem aspectos
teóricos, conceituais, práticos e metodológicos. Nesse sentido, as temáticas com maior
incidência foram: objetos/coleções/acervos com 18 artigos; exposição museológica com
17 artigos; preservação e conservação do patrimônio cultural de C&T com 16 artigos;
e, teoria museológica com 14 artigos; Patrimônio cultural com 13 artigos; Ação
cultural e educativa em museus com 12 artigos; Instituições museológicas no Brasil
com 12 artigos; Função social dos museus com 11 artigos; e, Museus, memória e
movimentos sociais com 10 artigos.
Os resultados obtidos dão conta que a área da Museologia no Brasil, na
atualidade, estrutura-se em torno de 18 grandes frentes de pesquisa com alguma
conexão ou relação entre elas, as quais confirmam o Quadro Geral da Disciplina
Museológica, delineado no âmbito do Encontro Internacional do ICOFOM/ICOM na
década de 1980, sobretudo, no âmbito de duas das três estruturas do quadro, no caso
com a Museologia Geral e com a Museologia Aplicada. No entanto, assenta com maior
incidência Museologia Aplicada.
Pode-se dizer que parte da produção científica analisada dá sinais de abertura à
novas agendas de investigação que atendam as questões mais atuais, conforme remetem
272
Mensch & Mensch (2011), tais como: as coleções na sua relação com as exigências da
contemporaneidade; a aprendizagem e a função da experiência em contexto
museológico; estratégias de participação para inclusão e responsabilidade social;
avaliação da atuação e da performance dos museus; relação integrada dos museus e do
patrimônio atentando para aspectos como a interdisciplinaridade; as biografias culturais;
e as redes temáticas.
À luz dessas considerações, acredita-se que o cenário aqui delineado e desvelado
nesta tese é um contributo para a compreensão e para o enriquecimento da história da
ciência museológica recente do Brasil numa perspectiva político-epistemológica, sem
desconsiderar os registros de seus antecedentes, sua gênese e seus momentos-chave,
sobretudo, no que importa, mais especificamente, ao contexto dos programas de pós-
graduação, em que se desenvolvem as práticas científicas da área decorrente da
interação entre atores científicos, instituições, produção e comunicação científica, trocas
e circulação de conhecimentos. São essas práticas científicas que, por sua vez, vêm
conformando a identidade da área de conhecimento da Museologia e contribuindo para
o seu desenvolvimento sob a tônica das intercessões necessárias com outras áreas do
conhecimento que, no Brasil, dá-se de forma muito particular com a Ciência da
Informação.
Consciente de que a pesquisa em relato, dedicada à análise do conhecimento
produzido na área da Museologia a partir do estudo dos artigos de periódicos científicos
de acesso aberto, refletiu acerca de um tema relevante para a área da Museologia como
disciplina científica, para a sua comunidade científica, para as instituições de ensino
com oferta de cursos na área, bem como para as agências reguladoras e decisórias no
âmbito da Ciência e Tecnologia, considera-se que a investigação realizada, sem a
pretensão de esgotar o tema, contribui para gerar interesse pela área e pelo
desenvolvimento da Museologia, constituindo-se, portanto, como um caminho aberto
para estudos posteriores.
Ficam como sugestões para futuras investigações, de modo a consubstanciar
mais um mapa da atividade científica desenvolvida na área da Museologia, apesar do
interesse desta investigadora em dar continuidade ao estudo desta temática: a análise das
comunicações em eventos nacionais e internacionais registrados em anais; a análise das
dissertações e teses produzidas nos programas de pós-graduação stricto sensu em
273
Museologia; a análise da produção científica dos grupos de pesquisa da área da
Museologia; a análise de temas de interesse comum da comunidade científica com
vistas ao estabelecimento de redes de conexões temáticas entre os programas de pós-
graduação em Museologia; e, análise das percepções e práticas dos pesquisadores da
área da Museologia acerca do acesso aberto.
Uma vez apresentadas as possibilidades de novas investigações, registra-se, por
fim, que a investigadora pretende dar continuidade a esta investida científica no âmbito
da REDMUS da Universidade Federal da Paraíba e de sua cooperação científica com o
IHC - CEHFCi da Universidade de Évora, mas, especialmente, em estudo de pós-
doutoramento, quiçá em terras lusitanas, dando seguimento à perspectiva e importância
da Atlantização do conhecimento museológico.
274
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AAPPÊÊNNDDIICCEESS
306
307
APÊNDICE A
FICHA DE SOLICITAÇÃO DE DADOS
Ao
Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro/Museu de Astronomia e Ciências Afins
Coordenadora: Professora Doutora Tereza Cristina Moletta Scheiner
Eu, Luciana Ferreira da Costa, estudante do Programa de Doutoramento em História e
Filosofia da Ciência especialidade Museologia da Universidade de Évora, Portugal, encontro-
me desenvolvendo tese de doutoramento intitulada Museologia no Brasil, século XXI: atores,
instituições, produção científica e estratégias sob supervisão compartilhada da Professora
Doutora Mária de Fátima Nunes (Universidade de Évora, Portugal), Professora Doutora Maria
Margaret Lopes (Universidade de Brasília, Brasil) e Professora Doutora Emeide Nóbrega
Duarte (Universidade Federal da Paraíba, Brasil).
Para a continuidade da pesquisa, necessito recolher os seguintes dados:
a) Data de criação do Mestrado e do Doutorado (documento);
b) Nomes dos docentes que atuaram na Coordenação e na Vice-coordenação desde a
criação do Mestrado até a atualidade;
c) Nomes dos docentes que atuaram na Coordenação e na Vice-coordenação desde a
criação do Doutorado até a atualidade
d) Relação composta por nome e e-mail dos docentes vinculados ao Programa englobando-
os nas categorias de docentes permanentes, colaboradores e visitantes;
e) Quantidade de estudantes ingressantes em cada edição do Mestrado desde a sua criação;
f) Quantidade de estudantes ingressantes em cada edição do Doutorado desde a sua
criação;
g) Quantidade de estudantes egressos em cada edição do Mestrado desde a sua criação.
h) Quantidade de estudantes egressos em cada edição do Doutorado desde a sua criação.
Peço a gentileza de enviar o que foi solicitado para o e-mail: [email protected]
Antecipadamente, agradeço a sua colaboração.
Évora, 13 de julho de 2015.
_________________________________ Luciana Ferreira da Costa
Doutoranda em História e Filosofia da Ciência Especialidade Museologia
Universidade de Évora
308
309
APÊNDICE B
FICHA DE SOLICITAÇÃO DE DADOS
Ao
Programa de Pós-Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de São
Paulo
Coordenadora: Professora Doutora Marília Xavier Cury
Eu, Luciana Ferreira da Costa, estudante do Programa de Doutoramento em História e
Filosofia da Ciência especialidade Museologia da Universidade de Évora, Portugal, encontro-
me desenvolvendo tese de doutoramento intitulada Museologia no Brasil, século XXI: atores,
instituições, produção científica e estratégias sob supervisão compartilhada da Professora
Doutora Mária de Fátima Nunes (Universidade de Évora, Portugal), Professora Doutora Maria
Margaret Lopes (Universidade de Brasília, Brasil) e Professora Doutora Emeide Nóbrega
Duarte (Universidade Federal da Paraíba, Brasil).
Para a continuidade da pesquisa, necessito recolher os seguintes dados:
a) Data de criação do Mestrado (documento = regimento);
b) Nomes dos docentes que atuaram na Coordenação e na Vice-coordenação desde a
criação do Mestrado até a atualidade;
c) Relação composta por nome dos docentes vinculados ao Mestrado englobando-os nas
categorias de docentes permanentes, colaboradores e visitantes;
d) Quantidade de estudantes ingressantes em cada edição do Mestrado desde a sua criação;
e) Quantidade de estudantes egressos em cada edição do Mestrado desde a sua criação.
Peço a gentileza de enviar os dados solicitados, até 02/11, para o e-mail:
Antecipadamente, agradeço imensamente a sua colaboração.
Évora, 13 de outubro de 2015.
_________________________________ Luciana Ferreira da Costa
Doutoranda em História e Filosofia da Ciência Especialidade Museologia
Universidade de Évora
310
311
APÊNDICE C
FICHA DE SOLICITAÇÃO DE DADOS
Ao
Programa de Pós-Graduação em Museologia da Universidade Federal da Bahia
Coordenador: Professor Doutor Marcelo Nascimento Bernardo da Cunha
Eu, Luciana Ferreira da Costa, estudante do Programa de Doutoramento em História e
Filosofia da Ciência especialidade Museologia da Universidade de Évora, Portugal, encontro-
me desenvolvendo tese de doutoramento intitulada Museologia no Brasil, século XXI: atores,
instituições, produção científica e estratégias sob supervisão compartilhada da Professora
Doutora Mária de Fátima Nunes (Universidade de Évora, Portugal), Professora Doutora Maria
Margaret Lopes (Universidade de Brasília, Brasil) e Professora Doutora Emeide Nóbrega
Duarte (Universidade Federal da Paraíba, Brasil).
Para a continuidade da pesquisa, necessito recolher os seguintes dados:
a) Data de criação do Mestrado (documento);
b) Nomes dos docentes que atuaram na Coordenação e na Vice-coordenação desde a
criação do Mestrado até a atualidade;
c) Relação composta por nome e e-mail dos docentes vinculados ao Mestrado englobando-
os nas categorias de docentes permanentes, colaboradores e visitantes;
d) Quantidade de estudantes ingressantes em cada edição do Mestrado desde a sua criação;
e) Quantidade de estudantes egressos em cada edição do Mestrado desde a sua criação.
Peço a gentileza de enviar o que foi solicitado para o e-mail: [email protected]
Antecipadamente, agradeço a sua colaboração.
Évora, 14 de julho de 2015.
_________________________________ Luciana Ferreira da Costa
Doutoranda em História e Filosofia da Ciência Especialidade Museologia
Universidade de Évora
312
313
APÊNDICE D
DOCENTES/PESQUISADORES PERMANENTES DOS PROGRAMAS DE
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM MUSEOLOGIA NO BRASIL
Programas e designação Nomes dos
docentes/pesquusadores Vinculação institucional
PP
G-P
Mu
s U
NIR
IO/M
AS
T (
To
tal=
16
)
Docente/pesquisador
1
Tereza Cristina Moletta
Scheiner
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
2 Marcus Granato Museu de Astronomia e Ciências Afins
Docente/pesquisador
3 Diana Farjalla Correia Lima
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
4
Deusana Maria da Costa
Machado
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
5
Elizabete de Castro
Mendonça
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
6 Helena Cunha de Uzeda
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
7 Ivan Coelho de Sá
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
8
Luisa Maria Gomes de Mattos
Rocha
Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio
de Janeiro
Docente/pesquisador
9 Luiz Carlos Borges Museu de Astronomia e Ciências Afins
Docente/pesquisador
10
Marcio Ferreira
Rangel Museu de Astronomia e Ciências Afins
Docente/pesquisador
11
Maria Amélia Gomes de
Souza Reis
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
314
Docente/pesquisador
12 Maria Esther Alvarez Valente Museu de Astronomia e Ciências Afins
Docente/pesquisador
13 Mario de Souza Chagas
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
14 Nilson Alves de Moraes
Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro
Docente/pesquisador
15
Priscila Faulhaber Barbosa Museu de Astronomia e Ciências Afins
Docente/pesquisador
16 Sibele Cazelli Museu de Astronomia e Ciências Afins
PP
GM
us
US
P (
To
tal=
10 )
Docente/pesquisador
17 Maria Cristina Oliveira Bruno Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
18
Maria Isabel Pinto Ferreira
Landim Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
19 Marilia Xavier Cury Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
20 Paulo Cesar Garcez Marins Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
21 Ana Gonçalves Magalhães Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
22
Camilo de Mello
Vasconcellos Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
23
Heloisa Maria Silveira
Barbuy Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
24 Helouise Lima Costa Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
25
José Luiz de Morais Universidade de São Paulo
Docente/pesquisador
26
Maria Cristina Machado
Freire Universidade de São Paulo
315
PP
GM
use
u U
FB
A (
Tota
l= 1
1)
Docente/pesquisador
27 Joseania Miranda Freitas Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
28
Marcelo Nascimento
Bernardo da Cunha Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
29
Maria das Graças de Souza
Teixeira Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
30 Eugênio de Ávila Lins Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
31 Gilson Magno dos Santos Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
32
Heloísa Helena Fernandes
Gonçalves da Costa Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
33
José Cláudio Alves de
Oliveira Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
34 Luiz Alberto Ribeiro Freire Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
35 Rita de Cássia Maia da Silva Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
36 Sidélia Santos Teixeira Universidade Federal da Bahia
Docente/pesquisador
37 Suely Moraes Cerávolo Universidade Federal da Bahia
316
317
APÊNDICE E
RELAÇÃO DE ARTIGOS DE PERIÓDICOS CIENTÍFICOS DE ACESSO
ABERTO DOS DOCENTES/PESQUISADORES DOS PROGRAMAS DE PÓS-
GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM MUSEOLOGIA NO BRASIL
PERÍODO 2006 A 2016
Ano Título do Artigo Programa Instituição
2006
Estudo sobre a conservação de instrumentos científicos históricos no Museu de Astronomia e Ciências afins – MAST
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Conversando com e sobre Bourdieu: museu e poder simbólico
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Os diferentes tipos de capital mobilizados no contexto escolar e o acesso dos jovens a museus
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia e museus: os inevitáveis caminhos entrelaçados PPGMus USP
Comunicação museológica em museu universitário: pesquisa e aplicação no MAE/USP
PPGMus USP
Para saber o que o público pensa sobre arqueologia PPGMus USP
As roupas de crioula no século XIX e o traje de beca na contemporaneidade: uma análise museológica
PPGMuseu UFBA
Cibershistória PPGMuseu UFBA
2007
Restauração do círculo meridiano de Gautier e reabilitação do pavilhão correspondente - Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Estudos sobre a corrosão do latão em ambiente interno de um museu em país tropical
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Utilização de Veículos Alternativos de Comunicação para a Difusão do Conhecimento Paleontológico
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Hábitos de Vida dos Gastropoda e Bellerophontida da Formação Maecuru, Devoniano Médio, Bacia do Amazonas, Brasil
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Hábitos de Vida da Associação “Schuchertella” agassizi – Pthychopteria eschwegei, Formação Maecuru, Devoniano, Bacia do Amazonas, Brasil
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A Contribuição dos Museus para a Institucionalização e Difusão da Paleontologia
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
História e memória do Curso de Museologia: do MHN à UNIRIO
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Memory and power: two movements PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Comunicação e saúde: entre sentidos, interesses e estratégias
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O ritual e seus duplos: fronteira, ritual e papel das máscaras na festa da moça nova Ticuna
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Interpretando os artefatos rituais Ticuna PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Interrogando as teorias sobre o arco-íris PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica europeia
PPGMus USP
Ticiano, Manet, Degas: notas sobre o nu feminino na pintura PPGMus USP
318
Obras primas do patrimônio oral e imaterial da humanidade: o carnaval Barranquilla e o Palenque de São Basílio (Colômbia) e o samba de roda do Recôncavo baiano (Brasil)
PPGMuseu UFBA
O museu digital: uma metáfora do concreto ao digital PPGMuseu UFBA
O museu na era do ciberespaço PPGMuseu UFBA
Semiologia dos ex-votos na Bahia: Arte, Simbolismo e Comunicação Religiosa
PPGMuseu UFBA
O prazer da militância: a estética da negritude Ilê PPGMuseu UFBA
Apontamentos sobre José Antônio do Prado Valladares: um homem de museu
PPGMuseu UFBA
2008
O Museu, o retrato, a palavra e o mito PPG-PMUS UNIRIO/MAST
El mundo en las manos: museos y museología en la sociedad globalizada
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Patrimônio, conservação e comunicação Interferências da arquitetura do espaço tombado e da conservação do patrimônio exposto na concepção e montagem de exposição temporária no MAST
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Relato de experiência: o tratamento e a organização do acervo documental do Núcleo de Memória da Museologia no Brasil, Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Herança cultural (re)interpretada ou a memória social e a instituição museu: releitura e reflexões
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Discurso religioso e patrimônio intangível guarani mbyá
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Cosmology: an Intangible Heritage Exhibition and Educational Programme at the Museum of Astronomy, Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A vida social da diligência Mazeppa PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Olhares histórico-comparativos sobre dois institutos de pesquisa na Amazônia (Brasil e Colômbia)
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Etnografia na Amazônia e Tradução Cultural: comparando Constant Tastevin e Curt Nimuendaju
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Reflexões sobre a importância pública das exposições antropológicas
PPGMus USP
A questão indígena e a ação educativa no MAE-USP PPGMus USP
Da fotografia como arte à arte como fotografia: a experiência do Museu de Arte Contemporânea da USP na década de 1970
PPGMus USP
Teatros de memória, palcos de esquecimentos: culturas africanas e das diásporas negras em exposições museológicas
PPGMuseu UFBA
Bom Jesus da Lapa: três Romarias, um patrimônio e muita fé PPGMuseu UFBA
Vitoriano dos Anjos Figueiroa, o altar-mor da Sé de Campinas e a tradição retabilística baiana
PPGMuseu UFBA
2009
From fragments to a museum display: restoration of a Gautier meridian circle
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Academias de modelo vivo: terminologia e tipologia PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Para uma pedagogia do museu: algumas reflexões PPG-PMUS UNIRIO/MAST
319
Museus de Ciência e Tecnologia no Brasil: uma “Reunião de Família” na Mesa Redonda de Santiago do Chile em 1972
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Imagens do museu: percepção de estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental do Estado do Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Integração e identidades culturais na América Latina PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Políticas públicas, políticas culturais e museu no Brasil1 PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Os cuidados de enfermagem ao cliente com HIV/AIDS em um hospital universitário na década de 1980
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Um centro de documentação do patrimônio arquitetônico PPGMuseu UFBA
Formação em Museologia: o caso da Bahia PPGMuseu UFBA
2010
A chama interna: Museu e patrimônio na diversidade e na identificação
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu, poder simbólico e diversidade cultural PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O cientista, o museu e a lagarta Costa lima e o serviço de combate à lagarta rósea do museu nacional
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Desire for memory, desire for museums: the experience of the Memory Hotspots
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museums, memories and social movements PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museus e Público Jovem: percepções e receptividades PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Repensando a historicidade discursiva no exame das trajetórias políticas de dois líderes nacionalistas da Colômbia
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O que precisa ter um futuro professor em seu curso De formação para vir a ser um profissional de educação em museus
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Os efeitos das diferentes formas de capital no desempenho escolar: um estudo à luz de Bourdieu e de Coleman
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Las raices africanas del carnaval de Barranquilla PPGMuseu UFBA
A exposição museológica como estratégia comunicacional: o tratamento museológico da herança patrimonial
PPGMuseu UFBA
A talha da Bahia do Século XVIII PPGMuseu UFBA
História e culturas indígenas na escola: museu e ação cultural
PPGMuseu UFBA
2011
A Conservação de Objetos de C&T: Análise e discussão das práticas utilizadas no Memorial Carlos Chagas Filho
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A Restauração na Trajetória de um Teodolito do Acervo do MAST
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Reflexões sobre o Patrimônio Cultural da Ciência e Tecnologia na Atualidade
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Informação especial no museu --‐ acessibilidade: a Inclusão social da pessoa com deficiência visual
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Navio--‐museu Bauru e Informação: Trajetória Histórica e Musealização sob o foco da Documentação Museológica
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A synoptical classification of the bivalvia PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Os limites de fruição nas exposições de arte: padrão dos espaços de observação das obras nas galerias
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu como espaço de interpretação e de disciplinarização de sentidos
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A cidade, o museu e a coleção PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A poética das casas museus de heróis populares PPG-PMUS UNIRIO/MAST
320
„Ambientalização dos conflitos‟, indigenismo e lutas sociais no Médio Solimões: As terras indígenas e o projeto Mamirauá
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O Instituto de Antropologia Social (EUA, Brasil e México): um artefato da resposta antropológica ao “esforço de guerra”
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Em busca da experiência turística no Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo: adaptação aos novos tempos
PPGMus USP
Museu e memória. Que memórias? Que museu? PPGMus USP
O Museu do Estado da Bahia: entre ideias e realidades (1918 a 1959)
PPGMuseu UFBA
2012
Qual o discurso privilegiado nos jardins botânicos? Tensões e aproximações entre linguagem científica e linguagem leiga
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
As contribuições da museologia para a preservação e musealização do Parque Nacional da Tijuca
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Repensando o Museu Integral: do conceito às práticas PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Interdisciplinaridade e Preservação: a caracterização microanalítica dos ornatos e da escultura da Águia da cobertura de cobre do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
The historical instruments from Valongo Observatory, Federal University of Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
La Restauration d'Objects 'hors Normes' PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Proposta de Musealização in situ das Estruturas Arqueológicas do Convento de Santa Teresa, uma Experiência de Cooperação Interdisciplinar
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu Através do Toque: a Inclusão Social da Pessoa com Deficiência Visual
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Fraseologia Oiticiana Desvenda O Labirinto: Categorias Documentais De Hélio Oiticica Aplicadas À Sua Produção Artística
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia-Museu e Patrimônio, Patrimonialização e Musealização: ambiência de comunhão
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Tafocenoses da Formação Pimenteira, Devoniano da Bacia do Parnaíba, Piauí: Mapeamento, Inventário e Relevância Patrimonial
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Uma Ferramenta para Compreender a Apropriação do Patrimônio Geológico pela Sociedade: Um Estudo Sobre o Morro do Corcovado/ Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Documentar e musealizar: proposta para o patrimônio arqueológico do museu de Arqueologia de Xingó (MAX/UFS)
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Narrativa sobre arte popular: estudo de caso sobre tesauro e exposições permanentes elaboradas pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A Lei Federal 10.639/03 e o museu afro-brasileiro de Sergipe (MABS)
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Subsídios para a história da preservação no Brasil: a formação em conservação-restauração no Curso de Museologia da UNIRIO
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Delimitando as fronteiras: a musealização da botânica PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O museu do Marajó entre pajelança e memórias PPG-PMUS UNIRIO/MAST
321
Ciência, imaginário e civilização em Couto de Magalhães PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Percursos simbólicos de objetos culturais: coleta, exposição e a metáfora do balcão
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia e patrimônio: encontros e desencontros PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O patrimônio cultural científico e tecnológico brasileiro e a importância de políticas públicas para sua preservação
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
The production of the Handbook of South American Indians Vol 3 (1936-1948)
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia, comunicação museológica e narrativa indígena: A experiência do Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre
PPGMus USP
A narrativa de arte moderna no Brasil e as coleções Matarazzo, MAC USP
PPGMus USP
Museologia e patrimônio nas cidades contemporâneas: uma tese sobre gestão de cidades sob a ótica da preservação da cultura e da memória
PPGMuseu UFBA
O Museu e a sua arquitetura no mundo globalizado: entre informação e virtualidade
PPGMuseu UFBA
Patrimônio e mulheres: o caso da Escola de Enfermagem da UFBA
PPGMuseu UFBA
2013
Museu, Museologia e a Relação Específica: considerações sobre os fundamentos teóricos do campo museal
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Preservação do Patrimônio Cultural de Ciência e Tecnologia: uma parceria luso-brasileira entre o Museu Nacional de História Natural e da Ciência (Portugal) e o Museu de Astronomia e Ciências Afins (Brasil)
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Teorias da conservação e desafios relacionados aos acervos científicos
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Musealização: um juízo/uma atitude do campo da museologia integrando musealidade e museália
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia, campo disciplinar da musealização e fundamentos de inflexão simbólica: „tematizando‟ Bourdieu para um convite à reflexão
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A césar o que é de césar: o patrimônio arqueológico nas Organizações formais do brasil
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
As matrizes francesas e origens comuns no brasil dos cursos de formação em arquivologia, biblioteconomia e museologia
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Língua, museu e discurso: entremeios e descaminhos de uma exposição no Museu da Língua Portuguesa
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Relações político-culturais entre Brasil e Europa: o manto Tupinambá e a questão da repatriação
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O cientista, o museu e a lagarta: Costa lima e o serviço de combate à lagarta rósea do Museu Nacional
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A museologia no mundo contemporâneo PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Tecendo relações entre as Reflexões de Paulo Freire e a Mesa--‐Redonda de Santiago do Chile, 1972
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O programa educativo do museu de astronomia e ciências afins
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu e patrimônio: políticas e conhecimento PPG-PMUS UNIRIO/MAST
322
Conexões internacionais na produção da etnografia de Nimuendajú
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Motivação para o aprendizado em escolas públicas no Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Proposta para a avaliação da prática Pedagógica de professores
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Computer Skills and Digital Media Uses among Young Students in Rio de Janeiro
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Educação em museus: panorama, dilemas e algumas ponderações
PPGMus USP
Patrimonio, memoria y educación: una vision museológica PPGMus USP
A capoeira dos mestres pastinha, Bimba e Cobrinha Verde no acervo do MAFRO/UFBA
PPGMuseu UFBA
Memorias afro-descendientes y la museística: algunas reflexiones
PPGMuseu UFBA
A coleção capoeira do MAFRO/UFBA: os mestres pastinha Bimba e Cobrinha Verde e a Documentação
PPGMuseu UFBA
O museu como agente de transformação: a inclusão cultural PPGMuseu UFBA
O ex-voto como media folkcomunicacional PPGMuseu UFBA
2014
A teoria museológica em exposição: o caminho do Museu PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Valorização do patrimônio científico e tecnológico brasileiro: descobrindo conjuntos de objetos de C&T pelo Brasil
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Objetos de educação em ciências: um patrimônio a ser preservado
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu e cidade: travessias na Arena simbólico‐política PPG-PMUS UNIRIO/MAST
O intelectual museu às voltas com seus oximoros PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Interseções necessárias: história, Museologia e museus de ciências e Tecnologia
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia social em movimento PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museu, patrimônio e cidade: camadas de sentido em Paraty PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Cinema documentário, política de boa vizinhança e a construção de uma imagem do Brasil na década de 1940
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Ampliando audiências: por um museu menos excludente PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museologia e conhecimento, conhecimento museológico - Uma perspectiva dentre muitas
PPGMus USP
A exposição como múltiplo: lições de uma mostra norte-americana em São Paulo, 1947
PPGMus USP
A cidade e o estrangeiro – Isidoro Valcárcel Medina em São Paulo
PPGMus USP
Reflexões sobre a exposição temporária do AFRO/UFBA – Exu: outras faces
PPGMuseu UFBA
Cartas ex-votivas: histórias de vidas, memórias social e comunicação
PPGMuseu UFBA
Para além dos muros: os acervos dos museus no ciberespaço
PPGMuseu UFBA
Ex-votos pictóricos: tradição e permanência de Portugal ao Brasil
PPGMuseu UFBA
2015 El evento „Museu‟: aportes sobre el campo teórico de la Museología
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
323
Bulding the timeline of the Bamberg Elbow Transit Telescope from the MAST
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Museus e projetos culturais: um estudo sobre a aderência de indicadores de desempenho à função social da instituição
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Fundamentos de um campo disciplinar: perspectivas sobre o desenvolvimento da teoria da museologia no âmbito dos cursos de graduação da UNIRIO
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Programa nacional de patrimônio imaterial e museu: apontamentos sobre estratégias de articulações entre processos de patrimonialização e de musealização
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Lygia Martins Costa: narrativa sobre suas contribuições à museologia e ao patrimônio
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Patrimônio meio ambiente e Museologia de relações: reflexões sobre um patrimônio no devir
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Sex education as a transversal subject PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A sexualidade como patrimônio pessoal e cultural: uma porta aberta por marabá de amoedo na perspectiva do museu como espaço educativo e intercultural
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Inclusão social e a audiência estimulada em um museu de ciência
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
A musealização do setor elétrico em São Paulo: construção de perspectivas para as usinas hidrelétricas
PPGMus USP
Museus em conexões - Reflexões sobre uma proposta de exposição
PPGMus USP
A Bienal de São Paulo, o debate artístico dos anos 1950 e a constituição do primeiro Museu de Arte Moderna do Brasil
PPGMus USP
O imaginário sobre o indígena: uma experiência de aprendizagem significativa no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP
PPGMus USP
Memorias afro-diaspóricas en diferentes territórios caribenhos y latino-americanos en las perspectivas de Manuel Raimundo Querino y Manuel Zapata Olivella
PPGMuseu UFBA
Cemitério Do Campo Santo: Memória, História e Museu a Céu Aberto
PPGMuseu UFBA
Do museu casa ao ecomuseu: aproximações e distanciamentos na sociedade e no turismo
PPGMuseu UFBA
Análise dos ex-votos das Américas a partir do discurso e da sua representação para os estudos da memória social e da folkcomunicação
PPGMuseu UFBA
Seleção de coleções de livros digitais nas universidades públicas brasileiras
PPGMuseu UFBA
Reverberações do Projeto de Valorização do Patrimônio Científico e Tecnologia Brasileiro na Bahia: a coleção do Laboratório de Geomensura Theodoro Sampaio (2011-2014)
PPGMuseu UFBA
Bahia ameaçada: a visão de patrimônio arquitetônico de José Valladares (1958-1959)
PPGMuseu UFBA
2016
Museus e redes de sociabilidade - poder e conflito no museu do Marajó Pe. Giovanni Gallo
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
Formação de mediadores em museus de ciência: saberes e práticas
PPG-PMUS UNIRIO/MAST
324
Museu Casa Guilherme de Almeida e os Modernismos no Brasil
PPGMus USP
Novos patrimônios, um novo Brasil? Um balanço das políticas patrimoniais federais após a década de 1980
PPGMus USP
Exposições itinerantes de animais selvagens em São Paulo, no Século XIX
PPGMus USP
A importância da opinião pública dos visitantes em Ambientes Museológicos: Museu Afro-Brasileiro
PPGMuseu UFBA
A Informação e o discurso das cartas e bilhetes ex-votivos: uma análise folkcomunicacional
PPGMuseu UFBA
Do ritual à folkcomunicação: a interculturalidade no pagamento de promessas
PPGMuseu UFBA
325
APÊNDICE F
RELAÇÃO DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E
TESES DE DOUTORADO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
STRICTO SENSU EM MUSEOLOGIA NO BRASIL
PPGMUS
UNIRIO/MAST
Orientador Docente/
Pesquisador Título do Trabalho Orientado
Dissertação de Mestrado
Tese de Doutorado
Ano de Conclusão/
Situação
DP1
Ecomuseu Ilha Grande: (re)pensando conceitos, práticas e dinâmicas de um territorio musealizado
X Em
andamento
A museografia expositiva nos museus-casa e casas históricas: linguagem e interpretação
X Em
andamento
A cidade de Paraty como patrimônio integral: as influências de seu tombamento e da atuação da comunidade local na valorização e conservação de suas representações culturais
X Em
andamento
Comunicando o espírito do lugar: articulações entre patrimônios no espaço edificado
X Em
andamento
Fiando as redes entre o Museu da Vida e as comunidades locais: ações para o desenvolvimento emancipatório
X Em
andamento
Economia do intangível: um estudo sobre potencial de economia criativa nos museus do estado de Santa Catarina
X Em
andamento
Ecomuseus, da teoria as práticas de musealização: o caso do Ecomuseu do Quarteirão Cultural do Matadouro de Santa Cruz
X Em
andamento
O uso dos recursos expográficos em exposições históricas
X Em
andamento
Do Museu à Museologia: constituição e consolidação de uma disciplina
X 2017
A Estratégia Museológica a partir da representação de um Departamento de Museologia no Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais
X 2017
Museu como lugar específico: perspectivas para o século XXI. O caso das exposições Unilever Series e Monumenta
X 2016
O fenômeno Gatekeeper: Museologia, compartilhamento e conectividade híbrida na sociedade global.
X 2016
O modo expositivo dos museus de Natureza. Análise comparativa entre a exposição da coleção viva de flora do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi e a representação da Região Amazônica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
X 2015
Em busca do objeto filosófico da Museologia - Patrimoniologia: alguma reflexão
X 2015
O valor que o Ver-o-Peso tem X 2014
Jardim Zoológico do Rio de Janeiro: desafios para a aplicação do conceito de Museu aos espaços de exposição de organismos vivos
X 2013
326
Contribuições da Museologia para a Preservação e Musealização do Parque Nacional da Tijuca
X 2012
Design da Experiência em Museus de Botânica X 2011
O Museu da Paz X 2010
Navegando no Museu Virtual: um olhar sobre formas criativas de manifestação do fenômeno Museu
X 2010
Museu e Ato Criativo X 2009
O objeto da Museologia: a via conceitual aberta por Zbynek Zbyslav Stránsky
X 2008
O Museu como Vereda Fértil: a museologia no Museu de Arte Contemporânea
X 2008
Em direção à Museologia latino-americana: o papel do ICOFOM LAM no fortalecimento da Museologia como campo disciplinar
X 2008
Quando o Museu abre portas e janelas: o reencontro com o humano no Museu contemporâneo
X 2008
DP2
Spacemaster, o planetário do Brasil: ciência, café com açúcar
X Em
andamento
Patrimônio militar no Rio de Janeiro X Em
andamento
Patrimônios possíveis: a colonialidade do saber no campo do patrimônio
X Em
andamento
A (I)Materialidade das Coisas: o papel da conservação e restauro nas iniciativas museológicas para a preservação de objetos etnográficos de natureza sensível
X Em
andamento
A coleção de paleoinvertebrados do Museu Nacional do Rio de Janeiro - formação, trajetória e utilização em contexto museológico
X Em
andamento
Entre objetos e instituições: trajetória e constituição das coleções de objetos de C&T das Engenharias em Pernambuco
X Em
andamento
Patrimônio cultural científico e tecnológico universitário no Brasil
X Em
andamento
O Patrimônio de C&T no âmbito do patrimônio universitário brasileiro: os equipamentos do acordo MEC/Leste europeu na UFRJ e o conjunto de Astrometría do Observatório do Valongo
X Em
andamento
Subjetividade e Objetividade: as decisões nos processos de conservação e restauração dos bens culturais.
X 2017
O Preserve e os Museus: análise da preservação do patrimônio ferroviário musealizado brasileiro
X 2017
Conservação/restauração da Luneta Meridiana Acotovelada Bamberg, Acervo MAST
X 2017
Entre a Ciência e o Patrimônio. A aplicação de procedimentos analíticos na preservação de acervos metálicos de ciência e tecnologia
X 2017
A documentação de acervos de Ciência e Tecnologia como objeto de museu: definindo especificidades a partir do caso do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)
X 2016
O processo de institucionalização do Museu do Instituto Benjamin Constant: presenças e ausências
X 2015
327
Preservação do patrimônio cultural e científico brasileiro: identificação, análise, avaliação e estudo de bens tombados
X 2015
Encontro entre a Sociedade e o Patrimônio de Ciência e Tecnologia: preservação de objetos de ciência e tecnologia nos museus da cidade do Rio de Janeiro
X 2014
Patrimônio arquivístico em Museus: reflexões sobre seleção e priorização em conservação-restauração de documentos em suporte papel
X 2013
A patrimonialização de remanescentes do processo de industrialização: o legado da Cia. Nacional de Álcalis
X 2012
Preservação de plantas arquitetônicas: identificação e conservação de cianótipos
X 2011
A trajetória da formação da Coleção de Objetos de C&T do Observatório do Valongo
X 2011
Patrimônio Aeronáutico: presenças e ausências no Museu Aeropacial brasileiro
X 2009
A patrimonialização de paterial genético brasileiro: o estudo de caso da coleção de fungos filamentosos do IOC
X 2008
DP3
Plano Museológico: termos e conceitos X Em
andamento
Desafios das coleções de imagem e som: a preservação frente às novas tecnologias
X Em
andamento
O fenômeno das expansões: articulação entre museu, arquitetura e cidade a partir de três estudos de caso
X Em
andamento
Musealização da Casa 4 - 44. Bogotá D.C. - Colômbia
X Em
andamento
Instituto de Física (IF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (UFRJ): um espaço real na história da física no Brasil e sua musealização em ambiente virtual
X Em
andamento
Museu de História ou Museu Histórico: análise das interpretações segundo os campos da Museologia e da História
X Em
andamento
Itú entre as ideias preservacionista e desenvolvimentista: da disputa patrimonial e turística à construção de uma imagem cultural ituana como Cidade-Museu
X Em
andamento
Ex-votos do Museu Vivo do Padre Cícero e Musealização: modelando a Informação Museológica do bem material integrando a presença intangível, simbólica, da memória coletiva.
X 2017
Museologia: a produção do campo como representação do conhecimento científico
X 2017
Musealização e ordenamento jurídico dos museus no Brasil: Missão e Função (conceito e prática) no Museu Nacional (séculos XIX e XX)
X 2017
Visitante cego no Museu Nacional do Prado, obra de arte figurativa bidimensional e acessibilidade: Informação em Arte e Comunicação por meio da áudio-descrição e do relevo háptico na exposição Hoy toca el Prado
X 2016
328
Cine Palácio- Documento Cinematográfico e Patrimônio Arquitetônico no Museu de Percurso Lugar de Memória Cinelândia / Entorno
X 2016
As cartas entre Oneyda Alvarenga e Mário de Andrade enquanto patrimônio documental e objeto museal: que poesia é essa?
X 2016
Termo/Conceito Museólogo: identificando e definindo sua atuação em coleções de artistas plásticos contemporâneos
X 2013
Um artista desvenda o 'Labirinto': a fraseologia documental de Hélio Oiticica aplicada à sua produção
X 2012
A Cidade Paulista de Itu - Perspectivas Relacionadas à Patrimonialização e à Musealização
X 2012
Patrimônio Histórico da Marinha sob o Olhar Museológico: o Navio-Museu Bauru
X 2011
Dedos de ver: informação especial no Museu e a inclusão social da pessoa com deficiência
X 2011
Museu Imperial, metodologias de Conservação e Restauração aplicadas às Coleções: uma narrativa Obs.: participação como coorientadora da dissertação
X 2011
DP4
As coleções científicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e o seu Patrimônio
X Em
andamento
A divulgação do conhecimento paleontológico no Brasil: o museu e a comunicação de acervos fossiliferos
X Em
andamento
Serrinha (Pacujá-CE): valor patrimonial, Musealização e Conservação
X 2016
Patrimônio arqueológico e museus: a coleção Balbino de Freitas e o Museu Nacional.
X 2012
Geoconservação e musealização: a aproximação entre duas visões de mundo
X 2009
Coleção de paleontologia do Museu de Ciências da Terra/DNPM-RJ: patrimônio da paleontologia brasileira
X 2009
Serviços Geológicos (Geological Surveys) e coleções científicas brasileiras dentro do contexto da História das Geociências: a atuação do Serviço Geológico Brasileiro através da Coleção de Paleontologia do Museu de Ciências da Terra DNPM/RJ
X 2007
DP5
Musealizando hierofanias: processos de musealização de referências culturais vinculadas a experiências religiosas
X Em
andamento
O processo de Musealização no Museu do Samba: desafios e perspectivas de articulação com o processo de Patrimonialização
X Em
andamento
De sistemas defensivos à espaços musealizáveis: as fortificações enquanto testemunhos de identidades e lugares de memória?
X Em
andamento
Patrimônio arqueológico e endosso institucional: estudo de caso sobre o processo e os desafios na gestão de coleção sob a tutela da Universidade Federal de Sergipe (UFS)
X Em
andamento
329
Cinema, Patrimônio e Museu: um estudo sobre o processo de musealização de filmes pelo Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte
X 2017
O Museu de São Benedito: musealização como parte de uma política preservacionista do patrimônio
X 2015
DP6
A coleção do pintor de Martino do Museu Naval do Rio de Janeiro
X Em
andamento
Museu Casa De Rui Barbosa: Interpretação, Memória e Esquecimento
X 2016
A comunicação expositiva do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri: encontros e desencontros
X 2016
A patrimonialização e suas novas perspectivas: a utilização do acervo do Museu de arte sacra de Paraty pela comunidade durante as festas e procissões
X 2015
DP7
O impacto das bolsas de estudos portuguesas na formação profissional em Museologia no Brasil (1964-1973): a experiência de Maria Augusta Machad
X Em
andamento
História e Cultura Afro-brasileira na Museologia: uma trajetória a partir do Curso de Museus do Museu Histórico Nacional (1932-1978)
X Em
andamento
Novo horizonte no Curso de Museologia da UNIRIO: as transformações da década de 1970
X Em
andamento
O processo de regulamentação da profissão de museólogo no Brasil: construção e delimitações do campo de atuação profissional.
X Em
andamento
A coleção Sophia Jobim do Museu Histórico Nacional: gênero e indumentária
X Em
andamento
Um olhar sobre a conservação de arte contemporânea brasileira do Museu Nacional de Belas Artes
X Em
andamento
O Curso de Especialização em Conservação de Bens Culturais Móveis da Escola de Belas Artes da UFRJ (1988-1998): a formação do conservador
X Em
andamento
O Ensino de Preservação-Conservação no Curso de Museologia da UNIRIO de 1932 até a atualidade
X 2015
A Reforma Curricular do Curso de Museus em 1944. Transformações no Campo da Museologia e dos Museus no Brasil da década de 1940
X 2014
Instalações permanentes: o outro espaço museológico no Museu do Açude
X 2014
Museus Parque de Arte Contemporânea: estudo comparativo entre o Instituto Inhotim (Grande Belo Horizonte) e a Fundação Serralves (Porto)
X 2012
Arte Moderna/Contemporânea: da aquisição aos espaços expositivos - um olhar contemporânea sobre a preservação do acervo de arte brasileira do MNBA
X 2012
Museus, Projetos e Campo de Possibilidades: uma reflexão sobre as trajetórias de Aloísio Magalhães e Aécio de Oliveira
X 2011
Museu Imperial, metodologia de conservação e restauração aplicada às coleções: uma narrativa
X 2011
330
O mesmo e o outro: um estudo sobre o colecionismo de Música Popular Brasileira no Ceará
X 2010
Curso de Museus-MHN: perfil do aluno e atuação profissional
X 2007
DP8
Histórias em Quadrinhos em foco no Brasil: diferentes olhares sobre suas interpretações e valores sob uma perspectiva museológica
X Em
andamento
100 anos do Rio Yacht Club: A construção de uma coleção museológica
X Em
andamento
Preservação de acervos museológicos constituídos por formatos digitais: um estudo de caso sobre o Museu da Pessoa
X Em
andamento
Pedra do Sal: Patrimônio cultural/ museu X 2016
O olhar da Museologia para as coleções biológicas: estudo de caso da Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz
X 2015
Coleção etnográfica Loreto-Paranaguá-Scholler: a trajetória e as lacunas informacionais de uma coleção expatriada
X 2014
Um passeio pela Chácara da Hera: do quintal da família Teixeira Leite ao jardim do museu como espaço museológico relacional
X 2014
DP9
Considerações sobre o movimento (neo)fanfarrista carioca
X Em
andamento
Entre relíquias e quinquilharias: patrimônio cultural, memórias urbanas e a questão da legitimidade na apropriação do espaço público: o caso da feira de Antiguidades da Praça VX, Rio de Janeiro.
X Em
andamento
Museus e redes de sociabilidade: Poder e conflito no Museu do Marajó Pe. Giovanni Gallo
X Em
andamento
Do mito da Índio Uaraci à palmeira que dá brinquedo: narrativas de um grupo de artesãos de Abaetetuba
X 2016
As faces e as festas: patrimônio cultural e a Festa do Divino em São Bartolomeu-MG.
X 2015
A situação na área de proteção ambiental da floresta da Tijuca, seu entorno e questões patrimoniais.
X 2014
A patrimonialização do imaterial: um estudo de caso do samba carioca
X 2013
Gestão da Conservação do Patrimônio Cultural no Centro Histórico de Manaus: 1997- 2009
X 2013
Curandeiros e pajés numa leitura museológica: o Museu do Marajó Pe. Giovanni Gallo PA
X 2012
Itinerários e discursos no acervo do Instituto de Antropologia da Universidade do Ceará (1958-1968): a Coleção Arthur Ramos como discurso
X 2012
A invenção do patrimônio histórico musealizado no Bairro da Cidade Velha de Belém do Pará, 1994-2008
X 2009
A cartografia no Exército Brasileiro: um olhar sobre a construção das narrativas de patrimônio nacional
X 2009
DP10 A Coleção de Arte do Banerj: formação e desenvolvimento
X Em
andamento
331
Entre pactos federativos e a formulação de um sistema nacional de patrimônio cultural: caminhos da preservação no Brasil nas décadas de 1990 e 2000.
X Em
andamento
Trajetórias da Política Nacional de Museus: uma cartografia possível
X Em
andamento
Das pobres colônias ricas à rica metrópole pobre: a contribuição do colonialismo português para a formação das coleções zoológicas vivas em Portugal
X Em
andamento
Arte dos quatro cantos do mundo: a coleção do poeta e o processo contínuo de formação do acervo do Museu de Arte Murilo Mendes
X 2015
De Estação de Muda a Museu: o surgimento do Museu Rodoviário de Paraibuna e a Formação da Coleção Museológica
X 2015
Museu Municipal: lugar de memória e identidade. O Museu de Carangola - MG
X 2015
A Coleção de Minerais e Rochas da Escola Nacional de Engenharia: formação e trajetória
X 2015
Um olhar sobre a política de aquisição: o século XXI nas coleções do Museu Histórico Nacional.
X 2014
Coleção IEN: patrimônio da ciência e tecnologia X 2014
O Patrimônio de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de Juiz de Fora: concepção museológica das coleções
X 2013
De Estação de Muda a Museu: o surgimento do Museu Rodoviário de Paraibuna
X 2013
Os litígios do patrimônio: o Centro Nacional de Referência Cultural e o discurso de hegemonia cultural do Governo Militar (1975- 1982).
X 2012
A coleção museológica do Instituto de Engenharia Nuclear: patrimônio da ciência brasileira
X 2012
Museus Castro Maya: de coleção privada a museu público
X 2012
DP11
Educação no Museu Fundamentos Teórico-poéticos para Acervos Arqueológicos
X Em
andamento
Inclusão em museus: conceitos, trajetórias e práticas
X Em
andamento
Museologia e Patrimônio X
Em andamento
O corpo como patrimônio pessoal, cultural e social à luz da museologia e da memória
X Em
andamento
Museus Escolares: experiências de pesquisa, preservação e comunicação da cultura material e memória escolar no Brasil
X Em
andamento
Museus escolares no Brasil: do recurso de ensino ao patrimônio e a museologia
X 2016
Do outro lado do espelho: fundamentos teórico-poéticos para o Museu de Arqueologia Museu do Homem Americano
X 2016
O Corpo Mestiço em Marabá como patrimônio musealizado: sexualidade, interculturalidade e educação
X 2015
332
O fazer museológico e a educação no museu: musealidade e dimensão pedagógica nas ações do Museu de Arte Religiosa e Tradicional de Cabo Frio
X 2015
A educação em museus sob o olhar do Comitê de Educação e Ação Cultural
X 2014
Educação e inclusão no museu: desvelando um olhar sobre as obras de Jean Baptiste Debret e a diversidade cultural brasileira
X 2013
A dimensão educativa de um Museu de percurso. Estudo de caso do Museu de favela Pavão-Pavãozinho e Cantagalo como reafirmação identitária de uma comunidade
X 2011
O museu e a diversidade cultural na Amazônia: estudo do brinquedo indígena como objeto educativo em Museus de Manaus
X 2011
DP12
O Museu da Escola de Minas Gerais X 2015
Credenciar museus: um estudo para certificação de museus No Estado Do Rio De Janeiro
X 2014
As circunstâncias históricas de criação do Museu do Folclore Edison Carneiro entre 1960 -1970
X 2014
Políticas Públicas de C&T e Museus de Ciência: o Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST
X 2013
Ciência em Flashes: museologia, divulgação e patrimônio no Espaço COPPE Miguel de Simoni Tecnologia e Desenvolvimento Social
X 2011
DP13
Centro Cultural Cartola: da imaginação museal ao Museu do Samba Carioca
X 2015
Casa da Flor: experimento, poesia e memória (Um Olhar Museológico)
X 2014
Museu a seu modo: o museu como dispositivo de validação da teoria social de Gilberto Freyre
X 2013
A Inspetoria Estadual dos Monumentos Nacionais em Pernambuco
X 2011
Educação Museal. Entre dimensões e funções educativas: análise da 5ª Seção de Assistência ao Ensino de História Natural do Museu Nacional
X 2010
Patrimônio a contragosto: A presença de bens culturais na vida cotidiana de São Miguel
X 2009
DP14
A coleção Luiza ramos: um nordeste imaginado em rendas
X Em
andamento
Patrimônio e Políticas Culturais em Minas Gerais X
Em andamento
O jongo como patrimônio vivo na serrinha: a tradição incorporada no grêmio recreativo de samba Império Serrano
X 2015
A gastronomia carioca e a identidade cultural X 2015
A Coleção Luiza X 2014
Uma face da glória: os museus da Força Expedicionária Brasileira
X 2014
A "Lei Robin Hood" e as políticas municipais de preservação do patrimônio mineiro
X 2013
Patrimônio, Políticas e Sustentabilidade X 2013
Um Museu de Cidade: imaginário e debate museológico
X 2013
Arte urbana no contexto social chileno X 2012
Turismo, cultura e políticas públicas X 2012
333
A "maceguenta" Memória Social na Política Cultural da "azamboada" Campos dos Goytacazes
X 2011
A Invenção do Patrimônio Histórico Musealizado no bairro da Cidade Velha de Belém do Pará, 1994 - 2008
X 2009
Fragmentos urbanos: o patrimônio e as paisagens simbólicas nas cidades contemporâneas
X 2009
Sala do Artista Popular: tradição, identidade e mercado.
X 2008
Espaços em processo de representação: Praça Floriano Peixoto e Ilha dos Museus
X 2008
D15
Políticas da Museologia. Uma análise de campo a partir da biografia de Waldisia Russio
X Em
andamento
O Museu Surrupira e o colecionamento de encantarias
X Em
andamento
Ferreira Pena e os deslocamentos das coleções marajoaras
X Em
andamento
O valor do negro: o processo de musealização no Museu do Ceará
X 2014
O nascimento do Museu Câmara Cascudo X 2013
Musealizando histórias: os discursos sobre o negro no Museu do Ceará (1971-2008)
X 2012
Vestígios de patrimônio. Vivência e representação do Reinado de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia na comunidade do Alto da Cruz, em Outro Preto
X 2015
D16
Expectativas e vivências dos professores ao visitarem o Museu Ciência e Vida
X 2015
O público infantil no Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil
X 2014
Formação de mediadores em museus de ciência X 2013
Famílias no Museu Nacional X 2012
Encantamento e estranhamento: como moradores e não moradores de Belo Horizonte experimentam o Museu de Artes e Ofícios
X 2010
PPGMUS USP
Orientador Docente/
Pesquisador Título do Trabalho Orientado
Dissertação de Mestrado
Tese de Doutorado
Ano de Conclusão/
Situação
DP17
Museu Nacional do Mar - Núcleo Embarcações Brasileiras: um estudo de caso sobre gestão compartilhada em museus
X Em
andamento
Organizações Sociais de Cultura: um modelo de gestão sob o ponto de vista da museologia
X Em
andamento
Herança e Transmissão: a ideia de Musealidade X
Em andamento
A formação em Museologia nas Universidades Brasileiras: reflexões sobre o ensino da gestão e planejamento
X Em
andamento
Políticas públicas e o campo museal em Santa Catarina 2003/2014
X Em
andamento
Perspectivas expográficas contemporâneas: os museus estaduais na cidade de São Paulo - espaços de atratividade e inovação
X Em
andamento
A tessitura de uma Museologia paulista: tramas do ensino pós-graduado em São Paulo
X Em
andamento
334
A musealização do território: uma aproximação entre Geografia, Educação e Museologia na Cohab Raposo Tavares
X 2016
A institucionalização de coleções pessoais doadas ao Museu Histórico e Cultural de Jundiaí: um estudo de gestão ambiental
X 2015
Casa do Olhar, Museu de Santo André e Sabina: possibilidades para um plano de gestão de acervo em rede
X 2015
Museus sem paredes e sem fronteiras: patrimônio imaterial em perspectiva, patrimônio intangível e em perspectiva
X 2013
Sistemas de museus: atuação em rede, objetivos compartilhados. Um estudo a partir do SISEM, SP.
X 2012
Plano Museológico: uma proposta metodológica a partir do estudo de caso do Museu Lasar Segall
X 2012
DP18
O tempo geológico nas narrativas de museus de história natural: uma análise comparativa
X 2016
Teoria crítica e indústria museal: reflexões contemporâneas para pensar as ciências e os museus do tempo presente
X 2016
Musealização da zoologia: narrativas evolutivas construídas com animais
X 2015
Iconografia paleontológica em narrativas de exposições de história natural
X 2015
DP19
Ecomuseus e museus comunitários no Brasil: estudo exploratório de possibilidades museológicas
X Em
andamento
Gestão de museu: comunicação e público: estudo sobre o Museu do Trem, São Leopoldo, RS (2009-2012)
X 2016
Literatura e museu: estudo dos museus literários Casa Guilherme de Almeida (SP) e Museu Casa Guimarães Rosa (MG)
X 2016
Visitas teatralizadas em museus: novos meandros para a comunicação museológica
X 2016
Expografia em palácios de governo: um estudo sobre o acervo artístico-cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo
X 2016
Públicos idosos e museus no Brasil: formas de atuação e perspectivas - estudo exploratório
X 2016
Os idosos como público de museus X 2016
Plano Museológico: uma discussão para o Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork do Centro Universitário Adventista de São Paulo
X 2015
A construção de uma expografia para o Museu de Geociências do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
X 2015
As narrativas, o território e os pescadores artesanais: políticas e processos comunicacionais no Museu de Arqueologia de Itaipu
X 2015
Museus e patrimônio industrial: um estudo sobre a musealização do setor elétrico no estado de São Paulo
X 2014
O contemporâneo no museu: os Kaingang e o Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre de Tupã (SP)
X 2014
335
Espaços museológicos: a questão do acesso pela ótica das identidades culturais
X 2014
Exposição museológica do Museu de Arqueologia e Etnologia - UFSC: espaço para construção de parcerias
X 2014
DP20
Análise do processo de musealização do Museu Paulista sob a perspectiva da democratização do direito à memória
X Em
andamento
Moderno e pioneiro: a formação do acervo de artes visuais da Biblioteca Mário de Andrade na gestão de Sergio Milliet (1943-1959)
X Em
andamento
O papel dos museus na transformação da cidade de Medellín: identidade, patrimônio e memória
X Em
andamento
Fundação de São Vicente, de Benedito Calixto: composição, musealização e apropriação
X Em
andamento
Duas casas, duas coleções, dois destinos. Os legados de Mário de Andrade e Guilherme de Almeida na política museológica paulista (1967 - 2015)
X Em
andamento
Projeto 'Meu bairro, minha cidade: você também faz parte dessa história' como experiência museológica: as exposições inaugurais dos CEUs e a inclusão da memória das periferias paulistanas (2001-2004)
X Em
andamento
Histórias e identidades em exposição: o Memorial Minas Gerais Vale como experiência museológica
X Em
andamento
A Casa do Bandeirante como espaço museológico (1954-1964)
X 2016
Fundação Crespi-Prado: trajetória de uma coleção museológica
X 2016
Pátria e Civilização: a formação dos acervos artísticos do Museu Paulista e da Pinacoteca do Estado (1893-1912)
X 2015
O Museu da Cidade de São Paulo e seu acervo arquitetônico
X 2014
DP21
Curadoria de Acervos Têxteis: o caso do MASP e do Museu Paulista
X Em
andamento
Avaliação dos processos catalográficos em museus de arte: o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
X 2015
Da Pinacoteca ao Museu: historicizando processos museológicos.
X 2014
DP22
Recursos Pedagógicos em Museus: o desafio da mediação dos acervos arqueológicos.
X Em
andamento
Musealização de território e turismo de base comunitária: reflexões sobre a comunicação e a salvaguarda do patrimônio da Reserva Extrativista do Mandira, Cananeia, SP
X 2016
Entre identidades e interatividades: um estudo de caso d´O Museu do Marajó
X 2015
Cultura e inclusão na educação em museus: processos de formação em mediação para educadores surdos
X 2015
Museus históricos e pedagógicos no século XXI: processo de municipalização e novas perspectivas.
X 2014
O discurso identitário nos museus de Rio Branco, Acre: uma análise de narrativas expositivas
X 2014
336
DP23
O projeto de Ernani Silva Bruno: uma discussão sobre as bases de criação, implantação e gestão do Museu da Casa Brasileira (1970-1979)
X 2015
Curadoria de objetos históricos: acervos de utensílios domésticos pré-elétricos em São Paulo
X 2014
Decifrando acervos de indumentária: um estudo de moda em São Paulo no século XIX
X 2014
DP24
O Museu de Imagem e do Som de São Paulo: contexto de criação (1970-1981)
X Em
andamento
A experiência pioneira do Departamento de Informação e Documentação Artística (IDART): uma revisão crítica
X Em
andamento
Do Museu de Folclore Rossini Tavares de Lima ao Pavilhão das Culturas Brasileiras: Um novo projeto museológico para a Coleção Rossini
X Em
andamento
DP25 Sem registro de dissertações orientadas no Currículo Lattes
- - -
DP26 Sem registro de dissertações orientadas no Currículo Lattes
- - -
PPGMUSEU UFBA
Orientador Docente/
Pesquisador Título do Trabalho Orientado
Dissertação de Mestrado
Tese de Doutorado
Ano de Conclusão/
Situação
DP27
Patrimônio industrial em perspectiva: narrativas de uma destilaria santamarense
X Em
andamento
As ações educativas desenvolvidas pelo Museu Afro-brasileiro da Universidade Federal da Bahia MAFRO: 1982 - 2013
X 2013
DP28
Bens Culturais Quilombolas: Metodologia de aplicação de inventário museológico como elemento de construção da identidade na comunidade quilombola Pau ferro do Juazeiro
X Em
andamento
África seja aqui: Apresentação e representação de culturas africanas na Casa do Benin, Casa de Angola e Casa da Nigéria na Cidade do Salvador
X Em
andamento
Teorias e práticas de documentação museológica: padronização da linguagem na organização da informação em museus
X 2013
Sistema de Tratamento e Organização da Informação em Acervos Afro-Brasileiros: Contribuições para um museu integrado e interdisciplinar
X 2013
DP29
Das ruas soteropolitanas para o museu: o carrinho de café como um patrimônio museal
X Em
andamento
Proposta de musealização aos patrimônios arqueológicos e espeleológicos de Iraquara/BA
X Em
andamento
A representação das mulheres negras nos museus de Salvador: uma análise em branco e preto
X 2016
A memória e gênero na conservação e na restauração na Bahia
X 2016
DP30 A Diretoria de Museus-DIMUS: estudo das políticas e ações socioculturais e educativas para o desenvolvimento social
X 2013
DP31 A imagem do cartão postal como comunicador do patrimônio religioso: a Igreja dos Jesuítas
X Em
andamento
337
Iconografia religiosa e comunicação museológica X
Em andamento
Memórias da Fé nos paramentos litúrgicos X
Em andamento
Iconografia sacra e comunicação museológica: a retórica dos retábulos da Capela da ordem terceira do Carmo de Cachoeira-Bahia
X 2015
DP32
Museu do Alto Sertão da Bahia: diálogos entre museus de território e culturas digitais
X Em
andamento
Gestão de Museus e editais públicos de políticas de incentivo
X Em
andamento
Identidade e preservação de espaços históricos e patrimoniais: um estudo do Bairro do Comércio
X Em
andamento
Público e não público de museu: o perfil soteropolitano
X 2014
Identidade e preservação de espaços históricos e patrimoniais: Um Estudo do Bairro do Comércio
X 2014
DP33
Percursos de um reconhecimento patrimonial: memórias, permanências e ressignificações do tropeirismo em Vitória da Conquista - BA
X Em
andamento
Nossa Senhora da Conceição: comunicação, memória e patrimônio no espaço museal
X Em
andamento
A documentação museológica como suporte para a comunicação com o público: a cadeirinha de arruar do Museu De Arte da Bahia
X Em
andamento
Abordagens e discussões sobre o espaço museal, a patrimonialização e a comunicação cultural: estudo comparativo entre o museu dos ex-votos e a sala de milagres do santuário do Bomfim, em Salvador, Bahia
X 2015
Museu do Alto Sertão da Bahia: possibilidades de diálogo entre o físico e a realidade virtual a partir do uso das novas TIC'S
X 2014
DP34 Indumentária litúrgica católica: história e simbologia nos paramentos litúrgicos
X 2016
DP35
Museu digital do Grafitti feminino X
Em andamento
Os turistas e seu aprendizado em dois museus do centro antigo de Salvador: uma análise baseada no modelo contextual de Centro Antigo de Salvador: aprendizagem.
X 2016
DP36 História e Memória: museus e memória no Cariri Cearense
X Em
andamento
DP37
Lei Rouanet e os museus do nordeste brasileiro X
Em andamento
Memória do Curso Museologia - UFBA X
Em andamento
A Coleção Sir Henry Lynch no Instituto Ricardo Brennand
X Em
andamento
Gramática expositiva das coisas: a poética alquímica dos Museus-Casas de Cora-Coralina e Maria Bonita
X 2016
Fonte: Currículos Lattes dos Docentes/Pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação Stricto
Sensu em Museologia no Brasil
338
339
AANNEEXXOO
340
341
ANEXO A
342
343
344
345
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
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358
359
360
361
Contactos:
Universidade de Évora
Instituto de Investigação e Formação Avançada - IIFA
Palácio do Vimioso | Largo Marquês de Marialva, Apart. 94
7002-554 Évora | Portugal
Tel: (+351) 266 706 581
Fax: (+351) 266 744 677