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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo ISBN 978-85-68242-59-9 1044 EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído (X) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções ( ) Espaço Público, Processos de Produção e Espacialidades na Cidade Contemporânea ( ) Geotecnologias Aplicadas ao Planejamento Urbano ( ) Inovação e Criatividade na Cidade ( ) Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Urbanas ( ) Parques Tecnológicos e Sustentabilidade ( ) Políticas Urbanas e a Produção da Habitação Social Sustentável ( ) Produção do Território, Política Urbana e Gestão da Cidade ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Sustentabilidade, Conforto Ambiental e Questões Bioclimáticas Museu Sensorial e Cultural Indígena do povo Paresí na cidade de Campo Novo do Parecis-MT Indigenous Sensory and Cultural Museum of the Paresí people in the city of Campo Novo do Parecis-MT Museo Sensorial y Cultural Indígena del pueblo Paresí en la ciudad de Campo Novo do Parecis-MT Júlia Emília Alice Zambaldi Schneider Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário UNIVAG, Brasil [email protected] Daniela Nazário Barden Arquiteta e Urbanista Professora Especialista, Centro Universitário UNIVAG, Brasil [email protected]

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EIXO TEMÁTICO: ( ) Arquitetura da Paisagem: Repensando a Cidade ( ) Arquitetura, Tecnologia e Meio Construído (X) Cidade, Patrimônio Cultural e Arquitetônico ( ) Cidade: Planejamento, Projeto e Intervenções ( ) Espaço Público, Processos de Produção e Espacialidades na Cidade Contemporânea ( ) Geotecnologias Aplicadas ao Planejamento Urbano ( ) Inovação e Criatividade na Cidade ( ) Mobilidade e Acessibilidade em Áreas Urbanas ( ) Parques Tecnológicos e Sustentabilidade ( ) Políticas Urbanas e a Produção da Habitação Social Sustentável ( ) Produção do Território, Política Urbana e Gestão da Cidade ( ) Saúde, Saneamento e Ambiente ( ) Sustentabilidade, Conforto Ambiental e Questões Bioclimáticas

Museu Sensorial e Cultural Indígena do povo Paresí na cidade de Campo Novo do Parecis-MT

Indigenous Sensory and Cultural Museum of the Paresí people in the city of Campo

Novo do Parecis-MT

Museo Sensorial y Cultural Indígena del pueblo Paresí en la ciudad de Campo Novo do Parecis-MT

Júlia Emília Alice Zambaldi Schneider Graduanda em Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário UNIVAG, Brasil

[email protected]

Daniela Nazário Barden Arquiteta e Urbanista

Professora Especialista, Centro Universitário UNIVAG, Brasil [email protected]

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RESUMO A comunidade indígena no Mato Grosso se faz presente em inúmeras cidades, como, por exemplo, em Campo Novo dos Parecis, onde o povo Paresí-Haliti é predominante. Com o objetivo de homenagear a cultura e garantir sua valorização cultural propõe-se a criação do Museu Sensorial e Cultural Indígena do povo Paresí no município. Para tal feito, foram selecionados alguns aportes teóricos relacionados à quantidade e características de museus no Brasil e em Mato Grosso. Em outro momento fora realizado visita á aldeia indígena Quatro Cachoeiras, distante 33 quilômetros do município de Campo Novo dos Parecis, para melhor compreender os aspectos sensoriais e as características construtivas existentes nas aldeias e habitações, uma vez que, esses são o principal enfoque do presente trabalho. A escolha por classificar o museu na categoria sensorial é o desejo de apresentar a cultura indígena com uma experiência dinâmica, interativa e o mais vívida possível.

PALAVRAS-CHAVE: Cultura. Paresí. Sensorial. ABSTRACT The indigenous community in Mato Grosso is present in many cities, such as Campo Novo do Parecis, where the Paresí-Haliti people predominate. With the objective of honoring the culture and guaranteeing its cultural value, it is proposed to create the Sensorial and Indigenous Cultural Museum of the Paresí people in the municipality. For this purpose, some theoretical contributions related to the quantity and characteristics of museums in Brazil and in Mato Grosso were selected. Another visit to the Quatro Cachoeiras indigenous village, a distance of 33 kilometers from the municipality of Campo Novo do Parecis, was carried out to better understand the sensorial aspects and constructive characteristics that exist, since these are the main focus of the present work. The choice to classify the museum in the sensory category is the desire to present the indigenous culture with a dynamic, interactive and as vivid experience as possible. KEY-WORDS: Culture, Paresí, Sensorial.

RESUMEN La comunidad indígena en Mato Grosso se hace presente en innumerables ciudades, como, por ejemplo, en Campo Novo do Parecis, donde el pueblo Paresí-Haliti es predominante. Con el objetivo de homenajear la cultura y garantizar su valorización cultural se propone la creación del Museo Sensorial y Cultural Indígena del pueblo Paresí en el município. Para ello, se seleccionaron algunos aportes teóricos relacionados a la cantidad y características de museos em Brasil y em Mato Grosso. En otro momento se realizó visita a la aldea indígena Quatro Cachoeiras, distante 33 kilómetros del município de Campo Novo do Parecis, para comprender mejor los aspectos sensoriales y las características constructivas existentes, ya que estos son el principal enfoque del presente trabajo. La elección por clasificar el museo en la categoria sensorial es el deseo de presentar la cultura indígena com una experiência dinâmica, interactiva y lo más vívida possible. PALAVRAS-CLAVE: Cultura, Paresí, Sensorial.

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1 INTRODUÇÃO

O termo “índio” foi utilizado para designar os povos que habitavam as Américas antes das

colonizações, e fora dado pelo velejador espanhol Cristóvão Colombo, uma vez que, o mesmo

à procura das Índias, chegara à América do Sul e, portanto, denominou os seus habitantes de

índios.

A riqueza cultural proveniente dos nativos que habitavam a América fora perdida ao longo dos

séculos devido às constantes colonizações e imposições de outras culturas, em sua maioria

portuguesa e espanhola. No entanto, em lugares onde tais colonizações demoraram a se

instalar é perceptível a resistência dessas culturas, denominadas então, indígenas.

O estado do Mato Grosso, localizado na região central do Brasil é o estado detentor da maior

diversidade cultural indígena presente no país. Nele estão enraizados cerca de 40 povos, entre

eles o povo Paresí, autodenominados Háliti, localizados na Chapada dos Parecis, na cidade de

Campo Novo dos Parecis, 400 quilômetros ao norte da capital Cuiabá.

Durante o período colonial no Brasil, devido à extração do ouro nos centros auríferos, resultou

uma intensa busca por mão-de-obra escrava no interior do país. E, por conseguinte o intenso

contato com outras culturas, não sendo diferente com o povo Paresí que sofreu fortes perdas

nos aspectos socioculturais do seu povo.

Na atualidade, há uma incisiva campanha na valorização cultural indígena no Brasil a fim de

amenizar as perdas socioculturais desses povos, porém é de extrema dificuldade preservar

esses valores e tradições, uma vez que, os mesmos são considerados bens culturais imateriais,

ou seja, são impalpáveis, podendo ser modos de viver, os saberes, expressões culturais e/ou

atividades de um determinado grupo de indivíduos.

O desejo de homenagear a cultura do povo Paresí e compreender a sua importância na

história do estado do Mato Grosso influenciou na proposta de implantação de um museu

sensorial indígena.

Observando a palavra sensorial podemos notar em seu radical a palavra senso, que também

origina outras palavras, dentre elas: sensação, sendo esta, a principal proposta para este

projeto, proporcionar aos visitantes as experiências socioculturais da tribo. As sensações são

provocadas por estímulos externos e/ou internos provocando assim os nossos sentidos, sendo

eles o olfato, a visão, o paladar, o tato e a audição. Os sentidos são os responsáveis pelo

reconhecimento das características do mundo e o seu contexto, ou seja, toda a nossa

comunicação com o mundo envolve tais questões sensoriais.

O principal enfoque do resultado final deste projeto é valorizar a cultura indígena do povo

Paresí e apresentá-la aos seus visitantes de uma maneira diferenciada e mais vívida possível,

possibilitando aos mesmos sentir – no sentido original da palavra -, como é ser índio.

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2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é propor um projeto arquitetônico de Museu Sensorial e Cultural

Indígena do povo Paresí para a cidade de Campo Novo dos Parecis no Estado de Mato Grosso,

oferecendo aos seus visitantes uma experiência vívida e exploradora das atividades rotineiras

da tribo e suas percepções de mundo. Utilizando as técnicas construtivas e tipologia da

arquitetura indígena como referencial arquitetônico para o projeto arquitetônico do Museu;

3 METODOLOGIA/MÉTODO DE ANÁLISE

Pesquisa bibliográfica: sobre os aspectos históricos e socioculturais do povo Paresí;

contextualização e caracterização da Cidade de Campo Novo dos Parecis. E, a análise e

discussão sobre as características vernáculas do povo Paresí através de visitas de campo para

registro e compreensão dos aspectos sensoriais.

4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. História indígena brasileira

A História Indígena Brasileira nos é contada, desde os primeiros anos de educação escolar

apenas pelos olhares portugueses, com informações provenientes de cartas e relatos durante

a colonização do país. Ao longo da intensa colonização do país fora possível perceber a

contínua devastação não apenas dos minérios explorados, mas também da fauna e flora, e,

sobretudo, das diversas culturas que aqui residiam.

Durante o processo da exploração aurífera no centro do país, houve uma intensa busca de

mão-de-obra escrava, a qual resultou na escravização de muitos índios e, na consequente

perda de elementos socioculturais das tribos. Tais fatos respondem a forte queda no número

da população indígena no Brasil durante os anos de 1500 à 1970 (FUNAI).

Porém, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na década de 90, houve

um aumento significativo da população indígena brasileira e, no último censo realizado pelo

órgão em 2010 registra-se que a população indígena esteja estimada em 817.963 habitantes

em distribuídas em 305 etnias diferentes. A região com maior incidência indígena no país é a

Norte, que possui 305.873 habitantes.

4.1.1 Valorização da cultura indígena

O principal objetivo da valorização cultural é de compreendê-la como patrimônio imaterial. A

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) definiu como

patrimônio imaterial na Convenção da Unesco, para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural

Imaterial, Brasil em março de 2006:

[...] as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas – com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os

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indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. (UNESCO, 2016.)

Diante disso, as dificuldades para garantir uma valorização cultural das tribos indígenas

decorrem do intenso convívio com a sociedade não indígena e, portanto, gera perdas nos

principais aspectos socioculturais de seus povos, como, por exemplo, a língua nativa, rituais e

técnicas construtivas e/ou de cultivação e caça.

Porém, em contrapartida a esses casos, existem a cada dia mais grupos e organizações não

governamentais que estão dispostas e engajadas em promover cada vez mais a valorização

cultural indígena.

4.2 Características históricas e socioculturais do povo indígena paresí haliti

A aldeia é uma unidade social para todos os povos indígenas, para os Paresí, no entanto as

relações sociais ali vividas são marcadas pela solidariedade, uma vez que, os produtos

advindos da caça, como animais e peixes, são divididos por todos os moradores da

comunidade.

Geralmente as aldeias localizam-se em acidentes geográficos, como, por exemplo, cabeceiras

de rios com campos próximos e, mais uma vez, o uso desses recursos naturais é comum entre

todos os aldeandos. As aldeias Paresí são caracterizadas por possuírem baixa densidade

populacional, com formações familiares pequenas e/ou extensas, que possuem 03 gerações.

Os Paresí mantém a densidade populacional baixa para evitar conflitos internos, uma vez que,

consideram fofocas entre as famílias as principais causas dos conflitos, podendo destruir os

vínculos sociais que os unem.

4.2.1 População e localização

A terra indígena Utiariti possui situação homologada pelo Decreto 261 de 30 de outubro de

1991 e ocupa uma área de 412 mil hectares, fazendo limite com os municípios de Sapezal e

Campo Novo dos Parecis, majoritariamente no município de Campo Novo, uma vez que a terra

ocupa 29,29% da área do município.

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Figura 01: Delimitação geográfica da Terra Indígena Utiariti

Fonte: GOOGLE EARTH, 2017.

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE no ano de 2010 na terra indígena Utiariti

encontram-se vivendo atualmente 406 habitantes da etnia Paresí.

4.2.2 Dinâmica organizacional da aldeia

Geralmente, uma aldeia Paresi possui de duas a três hátis (habitação nativa dos Paresí) e uma

pequena para o abrigo das flautas sagradas (Yámaka). Cada háti abriga uma família,

geralmente constituídos de indivíduos de três gerações, o casal, seus filhos e seus netos.

O pátio, denominado watéko na língua aruak é considerado o hall de uma casa e sua

conservação revela a harmonia do grupo e a boa direção do seu chefe. Além disso, a área

posterior a casa é o local onde as mulheres preparam os alimentos, como, por exemplo, a

mandioca, os peixes e as carnes de caça.

4.2.3 Elementos geográficos da Terra indígena Utiariti

Localizada na Chapada dos Parecis, região noroeste do Mato Grosso, a Terra Indígena Utiariti,

portanto, possui terreno plano com suaves ondulações, características do relevo de Chapada.

Além disso, outra característica é a presença de quedas d’águas como cachoeiras e rios.

Entre os rios presentes na Terra Indígena estão o Rio Sacre, o Rio Papagaio e o Rio Verde. Além

dos rios, existem também cachoeiras e a mais famosa delas é o Salto Utiariti.

A Terra Indígena possui 100% de cobertura do bioma Cerrado e, de acordo com o Ministério

do Meio Ambiente as características principais da vegetação definem-se em árvores de

pequeno porte, com troncos retorcidos e folhas largas.

De acordo com a classificação climática de Köppen e Geiger, o clima característico é Aw, ou

seja, clima tropical com inverno seco. Apresentando duas estações distintas, um verão

chuvoso de novembro a abril e um inverno seco de maio á outubro com temperatura média de

23,7°C.

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4.2.4 Habitações do povo Paresí e suas técnicas construtivas

De acordo com Romana Costa, 1985:

O plano ideal de uma aldeia consiste em duas háti, situadas nas extremidades do pátio da aldeia (watéko) em relação de oposição. Estas tem o formato elíptico, com duas portas nas extremidades: uma voltada para o nascente e outra para o poente. Sua estrutura é de madeira, designada kwáre-kwáre (aroeira) e coberta por folhas de guariroba.

É na hati que se desenvolve toda a vida social de uma aldeia, nela se prepara comida, nascem

os filhos, enterram-se os mortos, realizam as festas de chicha, entre outras interações sociais.

A distribuição espacial no interior de uma hati é classificada de acordo com a função dos

espaços. Os situados nas extremidades são denominados hitihozóa, já onde se localiza o fogo é

denominado irikátiaose e o espaço central denomina-se kotázakõ.

Figura 03: Háti na aldeia indígena Quatro Cachoeiras em Campo Novo do Parecis

Figura 04: Irikátiaose local onde se localiza o fogo na Háti na aldeia indígena Quatro Cachoeiras em Campo

Novo do Parecis

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017. Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

As hatí são construídas com madeiras, cobertas com palhas da palmeira guariroba e são

habitadas por famílias celulares e nucleares. Em média, a hatí possui 12m de comprimento, 6m

de largura, 3m de altura e duram em média dez anos. Durante o dia, tornam-se um grande

espaço social e à noite são organizadas para o repouso de todos com a distribuição das redes.

(OLIVEIRA, 1994; MACHADO, 2004, Apud TERÇAS, 2016).

4.3 Arquitetura Vernácula

Para compreender o que é a arquitetura vernácula é preciso entender alguns significados e

denominações sobre o tema. A palavra vernácula é catalogada como adjetivo e significa

particular ou característico de um país, nação e/ou região. Segundo Silva (1994), é a

arquitetura sem arquitetos, anônima, também denominada de espontânea ou popular. Mas

mais que isso, é uma arquitetura autóctone, com expressiva identidade e resultante de uma

produção coletiva de trabalho.

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Enquanto em Lima (2010), a arquitetura vernácula caracteriza-se como uma obra com

características constantes, que possui autenticidade na sua expressão, e, ao mesmo tempo

complexa e conservadora, uma construção adaptada ao entorno, autêntica, autossuficiente e

baixo conteúdo energético.

Diante dessas caracterizações, é possível compreender que a arquitetura vernácula é a

maneira como um determinado povo ou sociedade constrói e desenvolve seus modos de

construção seja diante dos materiais de cada região, seja em relação ao clima na localidade,

por isso a cada análise desse tipo de arquitetura, deve verificar-se também o aspecto

sociocultural em que a sociedade ou comunidade se insere, deve-se também analisar o clima e

relevo da região, a fim de compreender as razões socioculturais da arquitetura.

4.4 Museologia

4.4.1 Definição de museus

De acordo com a Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, que instituiu o Estatuto de Museus:

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.

Ainda de acordo com a Lei n° 11.904 de 14 de janeiro de 2009, os princípios fundamentais de

um Museu são: a valorização da dignidade humana; a promoção da cidadania; o cumprimento

da função social; a valorização e preservação do patrimônio cultural e ambiental; a

universalidade do acesso, o respeito e a valorização à diversidade cultural e o intercâmbio

institucional.

4.4.2 Função social de um museu

O museu possui figura norteadora na sociedade, ele expõe, conserva, demonstra e ensina

diversas experiências durante suas visitações, promovendo uma interação com a sociedade e

com os visitantes. Portanto é deveras importante que um museu exerça sua função social no

meio em que está inserido e, claro deve ser incentivado por órgãos públicos e privados, uma

vez que o enriquecimento cultural de uma sociedade eleva a qualidade de vida de todos que a

compõem. Além disso, o museu exerce função importantíssima de lazer e de interação social

e, por isso deve-se contar com atrativos interativos, experiências diferenciadas, ambientes

adequados, boa acústica e iluminação, ampla circulação e acessibilidade universal.

O museu pode mobilizar duas molas propulsoras bastante diferentes: o encantamento diante

da obra ou do objeto completamente fora de seu contexto, ou sua exposição em paralelo com

saberes e experiências. (KARPM & LAVINE, 1991, apud POULOT, 2013).

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4.4.3 Museus No Brasil

No Brasil o IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, criado em 2009 pela Lei n° 11.906 é quem

possui os direitos, deveres e obrigações relacionados aos museus do país, antes destinados ao

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O órgão é responsável pelo CNM – Cadastro Nacional de Museus o qual cataloga, identifica e

localiza todas as instituições museológicas cadastradas. Em 2011 eram 3.025 unidades

museológicas mapeadas pelo CNM em todo Brasil.

4.4.4 Museus em Mato Grosso

De acordo com o IBRAM, o estado do Mato Grosso possui 43 museus sendo que 20 estão

situadas na capital, Cuiabá.

Figura 05: Quantidade de Museus por unidade da federação.

Figura 06: Mapa de dispersão dos Museus de Mato Grosso.

Fonte: MUSEUS EM NÚMERO – VOL.1 – MINISTÉRIO DA CULTURA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, Brasília, 2011.

Fonte: MUSEUS EM NÚMERO – VOL.2 – MINISTÉRIO DA CULTURA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, Brasília, 2011.

4.5 Aspectos sensoriais em ambiência

A principal função de um arquiteto é projetar ambientes aos quais as pessoas se sintam

confortáveis para desenvolver suas atividades e suas vidas, não somente nos aspectos físicos,

mas principalmente nos aspectos sensoriais e psicológicos. Entretanto, a qualidade de um

ambiente qualquer é analisada principalmente pela percepção do usuário e de suas bagagens

históricas e emocionais, como, por exemplo, um ambiente pode trazer conforto para alguns e

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desconforto para outros. Nesse caso, a qualidade de um ambiente pode ser relativa de acordo

com seus usuários.

Para compreendermos melhor as relações entre o homem e o ambiente o qual está inserido

devemos aprofundar os conhecimentos sobre sua percepção ambiental, ou seja, como cada

indivíduo percebe o ambiente, qual sua reação, seus valores e condutas.

Somando ainda, quando se trata de percepção ambiental devemos ressaltar a importância dos

sentidos tato, olfato, visão, paladar e audição que são a principal maneira como um

determinado indivíduo interage com o mundo a sua volta, uma vez que em contato com o

ambiente todos são utilizados. A utilização de todos os sentidos ocorre de forma única em

cada ser humano, devido às diferentes reações sobre o meio, tais reações estão relacionadas

às culturas distintas, às personalidades.

Segundo PALLASMAA (2009), determina-se que o significado final de qualquer edificação ultrapasse a arquitetura em si; ele redireciona nossa consciência para o mundo e nossa própria sensação de termos uma identidade e estarmos vivos. Ainda em PALLASMAA (2009) discorre que o aumento da alienação, o isolamento e a solidão no mundo tecnológico de hoje instiga a subutilização dos nossos sentidos, sendo eles a visão, o tato, a audição, o paladar e o olfato.

4.6 Análise de projeto ou obra similar ao tema proposto

4.6.1 Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou

O Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou localiza-se em Nouméa, capital da Nova Caledônia, ilha

do Pacífico. O projeto fora idealizado a partir de um concurso internacional, o qual o escritório

Renzo Piano Building Workshop venceu, data-se o início do projeto em 1991 e a sua conclusão

em 1998.

Figura 07: Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou, de Renzo Piano

Figura 08: Centro Cultural Jean-Marie Tijibaou, de

Renzo Piano

Fonte: RENZO PIANO PARA INHABITAT. Fonte: RENZO PIANO PARA INHABITAT.

As condicionantes do projeto de Renzo Piano são a influência do local e do ambiente o qual o

projeto está inserido. O volume e a estética dos edifícios foram inspirados nas residências

tradicionais dos Kanak, porém de forma descontruída Piano programou uma sequência de 10

edifícios semicirculares que se assemelham a conchas, com alturas variadas entre 20 a 28

metros de altura, o que contribui para que o edifício possua uma presença monumental de

onde se aviste. A união desses 10 edifícios dá-se por uma praça que funciona como núcleo

central, seguindo a configuração organizacional dos nativos kanak.

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4.7 Área de Estudo

4.7.1 O município

O local de estudo para implantação do Museu Sensorial e Cultural Indígena está localizado no

município de Campo Novo dos Parecis, na mesorregião Norte Mato-grossense e microrregião

Parecis, no estado de Mato Grosso.

O município possui uma extensão territorial de 9.434,42 km², com área de 1.1672.5 km², e

população de 27.577 habitantes (IBGE, 2010). Localizada na Chapada dos Parecis, o relevo da

cidade é estritamente plano com suaves ondulações e a vegetação predominante é o Cerrado

Apresenta clima Equatorial e Tropical Quente Úmido, assim como a maioria do Estado de Mato

Grosso.

O município possui IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,734, o qual pode ser

considerado um bom índice em comparação com o restante do Estado.

Figura 09: Localização de Campo Novo dos Parecis no estado de Mato Grosso

Fonte: GOOGLE EARTH, 2017.

4.7.2 O bairro

O terreno escolhido para o presente projeto localiza-se no bairro Nossa Senhora Aparecida,

criado no ano de 1992 e contempla de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do

município cerca de 8.000 moradores.

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4.7.3 O terreno

O terreno pertence uma área comunitária, entre as pela Avenida Rio Grande do Sul e Ruas

Tito Lívio, Severino de Lima e Belém. Possui uma área de 9.600 m². A topografia atual do

terreno encontra-se nivelado, todas as calçadas existentes possuem 3 metros de largura e

rebaixo de meio para acessibilidade nas esquinas, além de intensa arborização. Foram

realizadas visitas em campo para coleta de informações para processamento de dados

geográficos da área, problemas, potencialidades e cenário das condições locais.

Figura 10: Delimitação do terreno no bairro Nossa Senhora Aparecida

Figura 11: Terreno em seu atual estado Figura 12: Terreno em seu atual estado

Fonte: ACERVO PESSOAL, 24/07/2017. Fonte: ACERVO PESSOAL, 24/07/2017.

4.8 Visita a Campo

Fora realizada no dia 27 de julho de 2017 durante o recesso letivo a visita á aldeia indígena

Quatro Cachoeiras, localizada a 33 quilômetros do município de Campo Novo dos Parecis,

liderada pelo cacique Narciso Kazaizase de 85 anos. A aldeia localiza-se na Terra Indígena

Utiariti e o nome refere-se à homenagem às quatro quedas d’água do Rio Sacre.

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Vivem atualmente 98 pessoas na aldeia e a principal fonte de economia são as atividades

turísticas, o pedágio da MT-235 que faz ligação entre os municípios de Campo Novo do Parecis

e Sapezal e atividades de artesanato. Figura 13: Visita á aldeia indígena Quatro Cachoeiras,

Campo Novo do Parecis/MT no ano de 2001. Figura 14: Visita á aldeia indígena Quatro Cachoeiras,

Campo Novo do Parecis/MT no ano de 2017.

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2001. Fonte: ACERVO PESSOAL, 27/07/2017.

Figura 15: Fechamento de uma háti com folha de guariroba na aldeia indígena Quatro Cachoeiras no ano

de 2001

Figura 16: Esteios de uma háti em construção na

aldeia indígena Quatro Cachoeiras no ano de 2001

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2001. Fonte: ACERVO PESSOAL, 27/07/2017. Figura 17: Detalhe construtivo do fechamento da

parede-cobertura da háti na aldeia indígena Quatro Cachoeiras

Figura 18: Detalhe para o acesso principal da háti na aldeia indígena Quatro Cachoeiras

Fonte: ACERVO PESSOAL, 27/07/2017. Fonte: ACERVO PESSOAL, 27/07/2017.

5 RESULTADOS

5.1 Croquis do Processo Criativo

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Para compreender melhor os aspectos sensoriais vivenciados durante a visita a aldeia indígena

fora desenvolvidos croquis com o objetivo de nortear as referências indígenas culturais e

estéticas a serem enfatizadas na realização do projeto do Museu.

Figura 19: Croqui referente á cabaça utilizada para

produzir sons durante os rituais Figura 20: Croqui referente á trama da palmeira de

guariroba

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017. Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

5.2 Projeto Arquitetônico

5.2.1 Programa de Necessidades

Para o Museu Sensorial serão previstos os seguintes setores e respectivos ambientes: Setor

Serviços – 2 Sanitários, 2 Sanitários P.N.E, 1 Depósito de Equipamentos, 1 D.M.L, 1 Copa para

Funcionários e 1 Manutenção; Setor Administrativo – 1 Recepção, 1 Administração, 1

Financeiro, 1 Sala de Segurança, 1 Reserva Técnica, 1 R.H; Setor Social – 1 Hall, 1 Recepção, 1

Café, 1 Espaço ao ar livre, 1 Redário, 2 Sanitários, 2 Sanitários P.N.E, 1 Sala Multiuso e 3 Salas

de Aula; Setor de Exposição – 5 Salas de Exposição.

Tabela 1: Pré-dimensionamento do Museu (continua)

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Tabela 1: Pré-dimensionamento do Museu, continuação

Fonte: ACERVO PESSOAL, 2017.

5.3 Descrições dos Projetos

5.3.1 Implantação e Planta Baixa Humanizada

A fim de evitar possíveis problemas com fluxo de entrada e saída de veículos e pedestres foi

setorizado o estacionamento na implantação. O acesso principal de veículos assim como a

saída foram destinados para a Rua Tito Lívio, e o acesso principal de pedestres para a Rua

Severino de Lima e Avenida Rio Grande do Sul. O setor de serviços ficou implantado em uma

edificação aglomerada única a fim de evitar problemas no fluxo. Assim como o setor de

exposição, o qual teve suas salas desmembradas no entorno da edificação em um pátio a fim

de garantir o fluxo total ao edifício.

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Figura 21: Implantação do Museu Sensorial e Cultural

Indígena do povo Paresí Figura 22: Implantação do Museu Sensorial e Cultural

Indígena do povo Paresí

Fonte: Acervo pessoal, 2017. Fonte: Acervo pessoal, 2017.

6 CONCLUSÃO

A criação do Museu Sensorial e Cultural Indígena do povo Paresí no município de Campo Novo

dos Parecis tende a ser além de um espaço cultural e de conhecimento, um espaço de lazer

com vasta área ao ar livre disponível para a população. Além disso, há um forte engajamento

cultural na implantação deste edifício, uma vez que a população muitas vezes desconhece o

significado –tão importante- da cultura do povo Paresí. Com a certeza de que o projeto não

fará uma mimetização da arquitetura indígena, uma vez que, foram utilizados diversos

aspectos estéticos e visuais que remetem ao povo Paresí.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CANOVA, Loiva. Os doces bárbaros: imagens dos índios Paresi no contexto da conquista portuguesa em Mato Grosso (1719-1757). Cuiabá, 2003. IBGE. O Brasil Indígena. Brasília, 2009 IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus. Museus em número – volume 1 e 2. Brasília, 2011. FUNAI. Índios no Brasil: Quem são. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao>. Acesso em: 05 de maio de 2017. LIMA, Raquel Rodrigues. Arquitetura Vernácula e Habitação de Interesse Social. Disponível em: < http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq/simposios/51/51-651-1-SP.pdf>. Acesso em: 05 de maio de 2017. LEON, Germana; SILVA, Fernanda; NOGAROTO, Daniele; SOUZA Aliny. Um olhar no entrelace da cultura e educação do povo Paresi Haliti. Paraná, 2010.

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MACHADO, Maria; PORTOCARRERO, José; ARAÚJO, Dorcas; GALDINO, Yara. Tecnologia e design indígena: bases para uma antropologia aplicada à arquitetura. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a Arquitetura e os Sentidos. São Paulo: Bookman, 2012. PORTOCARRERO, José Afonso. Tecnologia Indígena em Mato Grosso habitação. Cuiabá: Entrelinhas, 2010. POULOT, Dominique. Museu e Museologia. 1. Ed. São Paulo: Autêntica, 2013. 160 p. SILVA, Elvan. Matéria, idéia e forma. Uma definição de arquitetura. Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 1994. SUANO, Marlene. O que é Museu? Brasiliense, São Paulo. 1986.

TERÇAS, Ana; NASCIMENTO, Vagner; HATTORI, Thalise; ZENAZOKENA, Leonir; ATANAKA Marina; LEMOS, Elba. Os Haliti-Paresí: Uma reflexão sobre saúde e demografia da população residente nas terras indígenas Paresí. Porto Alegre, 2016.

UNESCO — Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Definições acordadas em 2002 pela reunião internacional de especialistas convocados pela Unesco. In: “Le patrimoine culturel immatériel, internationale de l´imaginaire”, n.17, Maison des Cultures du Monde, pp.230-236, 2004.