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JORNAL DA AJURIS Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul Ano XIV Nº 271 Novembro/ dezembro 2010 Projeto incentiva a elaboração de petições e sentenças mais concisas Página 3 Portadores de deficiência ganham voz na Justiça Página 10 Diretor da AJURIS coordena mutirão do CNJ na Paraíba Página 9 Justiça, o caminho de acesso à cidadania

mutirão do CNJ na Paraíba Página 3 Página 9 Página 10 ... · O projeto é pioneiro no Brasil e tem como ponto ... Redigir sua petição ou sentença em no máximo 10 páginas

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JORNAL DA AJURISAssociação dos Juízes do Rio Grande do Sul

Ano XIV Nº 271Novembro/dezembro 2010

Projeto incentiva a elaboração de petições e sentenças mais concisas

Página 3

Portadores de deficiência ganham voz na Justiça

Página 10

Diretor da AJURIS coordena mutirão do CNJ na Paraíba

Página 9

Justiça, o caminho de acesso à

cidadania

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JORNAL DA AJURIS

Expediente

Associação dos Juízes do Rio Grande do SulPresidente: João Ricardo dos Santos CostaVice-presidente Administrativo: Benedito Felipe Rauen FilhoVice-presidente de Patrimônio e Finanças: Pio Giovani DreschVice-presidente Cultural: Dulce Ana Gomes OppitzVice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores

Jornal da AJURISEdição: Elaine Carrasco – Reg. Prof. 7535Diretora de Comunicação: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch RodriguesSubdiretor de Comunicação: Cláudio Luís MartinewskiConselho de Comunicação: Carlos Alberto Etcheverry, João Armando Bezerra Campos, Túlio de Oliveira Martins e Leoberto Narciso BrancherJornalista-chefe: Ivana Ritter Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Elaine Carrasco e Maurício MacedoEditoração eletrônica: Margit MelchiorsTiragem: 2.000 exemplaresEndereço: Rua Celeste Gobbato, nº 81 – Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160 – Telefone: 51 3284-9100 Fax: 51 3284-9132E-mail: [email protected] – Site na Internet: www.ajuris.org.br

Institucional

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AJURIS preside Rede de Direitos Humanos

Composta por uma série de instituições, começa a tomar forma a Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança do Rio Grande do Sul (RDHSJS), cujo lançamento oficial deverá ocorrer em março. No primeiro ano de atividades, ela será presidida pelo juiz Mauro Borba, diretor do Departamento de Cidadania e Direitos Humanos da AJURIS, que foi escolhido por aclamação, em reunião realizada na sede administrativa da Associação. O magistrado ficará no cargo até o fim deste ano. O vice-presidente da entidade será o promotor Francesco Conti, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público Estadual (MPE).

A intenção dos coordenadores é contar com a participação de representantes dos mais diversos movimentos e entidades da sociedade, e também de autoridades, entre estas, a ministra Maria do Rosário, deputada federal gaúcha, escolhida para comandar a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República no governo de Dilma Rousseff. “A Rede tem uma importância institucional, já que é a primeira do País. Queremos que ela sirva de exemplo aos demais Estados”, comenta o presidente Mauro Borba. Ele lembrou que a iniciativa partiu do MPE. “A AJURIS encampou a ideia e não poupou esforços para que ela se tornasse realidade e começasse logo a buscar seus objetivos.”

A RDHSJS zelará pela universalidade, transversalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos, e a interação e articulação com a sociedade. Também caberá à Rede elaborar, executar e apoiar programas e projetos de educação nessa área, bem como de prevenção, afirmação e respostas a violações.

Além disso, a atuação será no sentido de articular as instituições para construir a formação de grupos de proteção aos direitos humanos em âmbito estadual. Fomentar a criação e oferta regular de cursos e matérias que discutam o tema em instituições de Ensino Superior é mais uma das atribuições, bem como incentivar a criação de um Conselho Estadual e Conselhos Municipais de Direitos Humanos e Segurança.

Mauro Borba (E) presidirá a Rede

Vera Müller, Irion, Mauro Borba, Valéria, Barão, Marcelo Cabral, Orlando, Richinitti, Josiane, Genacéia e Charles, magistrados do Rio Grande do Sul, associados da AJURIS, presentes nesta edição do nosso jornal. Todos retratados por motivos distintos, mas com a mesma identidade: o protagonismo histórico da Magistratura gaúcha. Projetos e criatividade, ações e envolvimento comunitário, compromisso com a função pública e com os Direitos Humanos, retratamos os traços marcantes dos juízes e juízas do Rio Grande do Sul. O pioneirismo na implementação das penas alternativas, a postura corajosa no enfrentamento da grave condição do sistema prisional, a capacidade de absorção das novas formas de solução dos conflitos, como a mediação, o acúmulo decorrente das nossas lutas em defesa da previdência pública, projetam a Magistratura gaúcha e a AJURIS no cenário nacional.

O reconhecimento se expressa tanto nas homenagens como nas demandas que nos chegam para divulgar e emprestar o nosso trabalho ao País. Todo este capital político é consequência do trabalho que vem sendo desenvolvido muitas vezes no âmbito restrito da jurisdição, aparentemente limitado à comunidade em que jurisdicionamos, mas depois assume grande amplitude e importância, como a Ronda da Cidadania e a jurisdição atenta à prevenção da violência doméstica, abuso e bullying, mazelas que tanto afetam a sociedade humana. Noticiamos a criatividade do juiz que, na inovação da legislação processual, percebe uma possibilidade de imprimir resposta jurisdicional célere, e aquele que agrega a inquietação como virtude e propõe projeto de racionalização pela padronização e redução de páginas nos pedidos. Estamos mostrando também o juiz que reafirma a importância da jurisdição como instrumento de inclusão, ao garantir a uma cidadã, portadora de deficiência física, acesso à instrução compatível para conduzir veículos automotores.

E a AJURIS, na dimensão institucional, é parceira na luta contra o Crack, por meio da consolidação do Instituto Crack Nem Pensar. E em um desafio de forte significado, a nossa Diretoria de Direitos Humanos assume a liderança da Rede de Direitos Humanos do Sistema de Justiça e Segurança Pública, firmando o inarredável compromisso da AJURIS em enfrentar as graves violações dos Direitos Humanos perpetrados muitas vezes pelos próprios agentes do Estado.

Boa leitura.

João Ricardo dos Santos CostaPresidente da AJURIS

Protagonistas desta edição

Caro

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Projeto

Operadores do Direito elogiam Petição 10, Sentença 10

agistrados e advogados gaúchos e de outros Estados brasileiros fizeram questão de manifestar elogios ao projeto Petição 10, Sentença 10, lançado pelo Poder Judiciário do Rio Grande do Sul em parceria com o Núcleo de Inovação Judiciária da

Escola Superior da Magistratura (ESM) da AJURIS.O projeto é pioneiro no Brasil e tem como ponto

central a necessidade de estabelecer um parâmetro aos operadores do Direito como forma de valorizar a objetividade e a preservação ambiental.

Desde a sua implantação no fim do ano passado, os idealizadores vêm recebendo uma série de e-mails e telefonemas com manifestações elogiosas em relação à iniciativa.

“Para nós, advogados, também atrapalham laudas sem fim, pois como já muito bem dito por vós, perde-se o foco, e sem contar que por diversas vezes colocam jurisprudências que não tem nada a ver com o caso em questão, além de perdermos tempo lendo tudo e tendo que fazer cópia integral, gastando dinheiro e papel. Procuro elaborar a minha petição bem explícita, seguindo um raciocínio lógico e ordem cronológica, com alguma jurisprudência concisa e relacionada aos fatos”, disse em seu depoimento a advogada Céres Brandão Empinotti.

O tema foi destaque também em blog de oficiais de justiça, editado por Tiago Friedrichs (www.blogdotiago.com.br).

Do Ministério Público veio a saudação da promotora Márcia Beltrame: “O Poder Judiciário do RS é pródigo em iniciativas vanguardistas, em prol de um aprimoramento constante na qualidade da prestação jurisdicional, podendo contar com o Ministério Público como parceiro. Parabéns!”

O projeto

A intenção é propor um limite de dez páginas (cinco folhas frente e verso) para petições e sentenças em processos que tenham aderido à iniciativa. “Não é obrigatório. Mas fazemos um apelo à concisão, até mesmo para que os arrazoados mais longos se tornem uma exceção, e não uma regra”, explica o juiz Carlos Eduardo Richinitti, um dos idealizadores do projeto. “Não haverá imposição, pois nenhuma lei será capaz de impor o que realmente importa, que é a qualidade, e não a quantidade.”

No caso do consumo do papel, o uso racional se torna ainda mais importante quando se sabe que a produção de uma tonelada deste produto requer o consumo de até três toneladas

de madeira. Além disso, para produzir um quilo de papel, é preciso utilizar 540 litros de água.

O Petição 10, Sentença 10 foi planejado dentro do Núcleo de Inovação Judiciária da Escola Superior da Magistratura (ESM) da AJURIS, e do Programa de Educação e Proteção Ambiental e Responsabilidade Social do TJRS (Ecojus). “Isso não implica apenas em economia de recursos públicos e do meio ambiente. Mas também em uma maneira de trazer maior celeridade processual”, acrescentou o diretor da ESM, Ricardo Pippi Schmidt.

O Tribunal criou um hotsite especial em sua página na internet, onde é disponibilizado um modelo de documento com medidas, espaçamentos e a ecofont – fonte recomendada que possibilita uma redução de 20% no consumo de tinta na impressora.

O presidente do TJRS, desembargador Leo Lima, lembrou que a medida faz parte do plano de ações do Judiciário gaúcho de não ficar esperando por soluções externas para dar celeridade aos processos. “No entanto, a aplicação é um convite apenas, não uma imposição. Por isso, é muito importante que tenhamos o apoio de outras instituições, como o Ministério Público, a Procuradoria-Geral do Estado, a Defensoria Pública, e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).”

Como aderir ao projeto Redigir sua petição ou sentença em no máximo 10

páginas (cinco folhas frente e verso) Padronizar seus documentos utilizando uma ecofont

tamanho 12 Utilizar entrelinha simples, margens superior 3 cm,

inferior 1,5 cm, esquerda 3 cm e direita 3 cm Imprimir os documentos no modo frente-verso.

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Richinitti foi um dos idealizadores do projeto

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JORNAL DA AJURIS

Drogas

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Instituto Crack Nem Pensar começa a tomar forma

s parceiros que em novembro do ano passado assinaram um protocolo de cooperação para criar o Instituto Crack Nem Pensar, direcionaram suas agendas nos primeiros dias de 2011, para dar forma ao projeto nascido sob a guarda da Fundação

Maurício Sirotsky Sobrinho (FMSS).Em reunião realizada dia 11 de janeiro foram escolhidos

como primeiro presidente e vice-presidente da entidade, respectivamente, o promotor público Marcelo Dornelles (Associação do Ministério Público do RS), e Andrey Cunha Amorim (Associação Catarinense do Ministério Público), que participou do encontro por video-conferência. O cargo de diretor-executivo será ocupado inicialmente por Alceu Nascimento, atual gerente-executivo da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.

A AJURIS esteve representada no encontro pelo assessor da Presidência, Eugênio Couto Terra, que discutiu com o presidente da FMSS, Nelson Sirotsky, o plano de ação para 2011. A estratégia é escolher, até maio, os componentes do Conselho Técnico-Científico Consultivo do Instituto, que será formado por especialistas e autoridades. O chamado Conselhão deve se reunir pela primeira vez no mês de junho. Serão quatro eixos de atuação contra o crack: combate e repressão, tratamento, prevenção e mobilização.

A luta contra a droga

João Ricardo lembrou antiga parceria da entidade com a RBS

Foi com base nesta necessidade que a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e mais seis parceiros, entre eles a AJURIS, que em novembro de 2010 foi assinado protocolo de cooperação para a criação do Instituto Crack Nem Pensar, em solenidade ocorrida no Salão Nobre do Grupo RBS.

Formada por sete entidades públicas e privadas dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a organização irá produzir conhecimento, ampliar a rede de parcerias e fomentar ações qualificadas contra o crack.

Com sede inicial em Porto Alegre, o Instituto foi fundado no momento de maior repressão policial e de conscientização das pessoas sobre os malefícios do crack. Números da Secretaria da Segurança Pública e das polícias mostram que a prisão de traficantes e as apreensões da droga sobem pelo menos 15% ao ano. São quase 4.300 pedras retiradas de circulação pela Brigada Militar e Polícia Civil. Um dos reflexos positivos é a queda nos índices de criminalidade. Os casos de roubo de veículos, por exemplo, despencaram 18% nos primeiros 10 meses de 2010.

O Instituto Crack Nem Pensar será uma organização de direito privado, sem fins lucrativos. Nasce para gerar conhecimento sobre o tema, treinar agentes sociais no enfrentamento da droga, articular redes de atuação e subsidiar políticas públicas.

O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, lembrou durante a cerimônia de lançamento do Instituto, que a parceria entre a entidade e a RBS é tradicional, sendo que a primeira ação foi em 1990, numa campanha pelo ensino fundamental, que teve resultados positivos na redução da evasão escolar. “Isso me leva a crer que é possível reverter este quadro”, disse o dirigente, ratificando a importância das instituições estarem engajadas no processo de combate, prevenção e esclarecimento sobre esta mazela que corrói o tecido social. “Nós temos que sair da condição de terceiro mundo e isso se faz a partir do envolvimento com a sociedade, discutindo os seus problemas. A participação dos meios de comunicação nesse processo é muito importante”, ponderou.

Os parceiros

AJURIS, Associação do Ministério Público do RS, UFRGS, Associação Catarinense do Ministério Público, Associação dos Magistrados Catarinenses, UFSC e Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho/RBS.

Números do crack

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado do RS, atualmente existem cerca de 55 mil usuários de crack em solo gaúcho, que consomem uma média de cinco pedras diariamente, o que equivale a um consumo de 275 mil pedras/dia ou 68 quilos diários da droga.

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Eugênio Terra participou da reunião representando a AJURIS

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Campanha TODOS POR UM

JORNAL DA AJURIS

angustiante espera por uma medula óssea pode ter chegado ao fim para seis gaúchos. Os possíveis doadores estão entre os 16 mil novos cadastros feitos no Rio Grande do Sul entre setembro e dezembro de 2010. Um aumento de quase 35% na comparação com

o primeiro semestre, quando foram cadastradas 12 mil pessoas, segundo informações do Hemocentro do Estado (Hemorgs).

“Agora, esses doadores cadastrados vão passar por uma série de testes, de exames, para confirmação de que a doação é viável. É algo muito especial! Uma conquista enorme!”, comemora a coordenadora da unidade móvel do Hemorgs, Maria de Lourdes Peck. A assistente social acompanhou de perto várias ações realizadas na região metropolitana a partir da Campanha Nacional TODOS POR UM – Em busca da medula escondida, que nasceu da necessidade de transplante da jovem gaúcha Mariana Cuervo Eidt. “Só a equipe da unidade de Porto Alegre, cadastrou 8 mil novos doadores no período”, enfatiza.

As atividades foram realizadas em pelo menos 40 cidades gaúchas, numa parceria entre o poder Judiciário, hemocentros regionais e comunidades. A agenda de coleta já tem atividades marcadas este ano. A programação começa em fevereiro. (Veja no quadro.)

Campanha começa a ser exibida na RBS

As emissoras de rádio e TV do Grupo RBS passaram a veicular a Campanha Nacional TODOS POR UM – Em busca da medula escondida em janeiro. Nos veículos dos Grupos Record e Bandeirantes, e na TVE e FM Cultura, este material já está no ar desde o ano passado.

A peça foi criada pelo marido de Mariana, Thiago Eidt, que é publicitário. A edição foi feita pela Lumière Produções, com trilha interpretada pela Banda Papas da Língua. Os direitos autorais da música Sorte foram gentilmente cedidos pelos seus compositores Ronaldo Bastos e Celso Fonseca. A locução do spot de rádio é do jornalista André Haar, e a edição da E-Áudio Produtora.

Seis chances de vida nova em 2011

Como ser doador

Para se cadastrar como doador de medula

óssea é muito fácil. Basta ir ao Hemocentro mais

próximo e coletar 5ml de sangue. O doador precisa

ter entre 18 e 55 anos de idade e estar bem de

saúde. A coleta é feita apenas uma vez e, a partir

daí, a pessoa fica cadastrada até completar 60 anos.

É importante manter os dados como telefones e

endereço sempre atualizados, para possibilitar

a localização no caso de compatibilidade com

alguém que espera por um transplante.

A história de MARI

Mariana Cuervo Eidt, filha do juiz de Direito Breno Brasil Cuervo, recebeu o diagnóstico em 2009: leucemia linfóide aguda.

A doença foi tratada com quimioterapia, mas em agosto do ano passado voltou a se manifestar, indicando a necessidade de um transplante de medula. Como não houve compatibilidade entre os parentes, a família se mobilizou em uma série de campanhas que se espalharam por todo o Brasil e também em outros países. Nesses casos, a probabilidade de encontrar alguém com as mesmas características genéticas é de uma em 100 mil. Outros 1,2 mil brasileiros aguardam por um doador compatível.

Cadastre-se como doador de medula!

PORTO ALEGREData: 7 de fevereiroOnde: Defensoria Pública (Rua Comendador Manoel Pereira, nº 24)Horário: das 9h às 12h e das 13h30 às 16h

TRAMANDAÍData: 18 de fevereiroOnde: em frente ao Ginásio Gigantinho (Avenida da Igreja, s/nº)Horário: das 9h às 12h e das 13h30 às 16h

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JORNAL DA AJURIS

DAS

Aprimorando seus serviços, o Departamento de Assistência à Saúde - DAS firmou convênio com o serviço de Check-up do Complexo Hospitalar Santa Casa, por intermédio do Hospital São Francisco.

Pelo convênio, o Check-up poderá ser feito aglutinando-se IPE e DAS/AJURIS sendo, neste caso, os valores pagos integralmente. Caso o associado opte por realizar apenas com o convênio AJURIS o custo é de aproximadamente R$ 945,00, dependendo dos exames que forem solicitados.

O agendamento pode ser feito pelo fone (51) 3213.71.08 ou e-mail [email protected].

Convênio com a Santa Casa

É importante esclarecer sobre a necessidade de clareza na documentação

encaminhada ao DAS, em especial quando se trata de requisições que

exijam providência imediata. Os documentos devem ser enviados

preferencialmente digitados, ou em letra legível, para que se possa dar a

agilidade que o associado espera.

Requisições de exames

Comunicação entre a magistratura e a sociedade

Entre na página da AJURIS www.ajuris.org.br e clique no banner da Radioweb

O programa produzido pelo Departamento de Comunicação Social da AJURIS, é exibido na TVE, canal 7 de Porto Alegre, aos domingos, às 22h. Na TV Justiça - pela NET e SKY - às segundas-feiras,10h30, e às quintas-feiras, 11h.

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JORNAL DA AJURIS

L

Artigo

ições de doutrina processual penal bastante antigas sempre deram conta da denominada crise de instância, situação decorrente da não localização do acusado, para fins de intimação da decisão de

pronúncia, a ensejar a suspensão do processo criminal, em casos de competência do Tribunal do Júri. Igualmente, a ausência do réu, na sessão de julgamento, inviabilizava a sua realização, estancando o procedimento penal.

Todos sabemos que, com a Lei 11689/08, a um só tempo passou-se a admitir a intimação da pronúncia pela via do edital – artigo 420, parágrafo único, do CPP – e a realização de sessões plenárias, ausente embora o acusado – artigo 457 do CPP.

O que nós, juízes, podemos fazer ?Essa indagação comporta duas ordens de

resposta, às quais direciona-se este pequeno texto.

De uma parte, para dizer que parece inequívoco que os magistrados não devemos reduzir o escopo de nossa atuação à solução, apenas, de cada um dos processos nos cometidos. Hoje em dia, além de buscarmos a correta aplicação do Direito aos casos particulares, urgem medidas de racionalização dos trabalhos, num certo sentido de administração mesmo dos processos judiciais.

Assim, em termos bastante específicos, diante da modificação legislativa já referida, impor-se-ia uma tentativa de sua efetivação, isto é, de fazer possível o julgamento de casos criminais que, a longo interregno, mantinham-se parados, à conta do sumiço de réus.

Seguindo o exemplo de diversos colegas que, no sítio de nosso Tribunal, estão compartilhando práticas de gestão de processos e de suas atividades, procuramos, na comarca de

Superando uma crise de instância penal

Carazinho, fazer seguir todos os feitos alusivos ao Tribunal do Júri que se encontravam em estado de inércia. A crise de instância passou.

Com a edição singela de uma ordem de serviço, direcionada à serventia judicial, expediu-se edital de intimação da pronúncia de todos os processos que, nessa fase, haviam sido suspensos. A partir da preclusão dessa decisão, as sessões plenárias foram designadas e, por conseguinte, os júris realizados, ainda que não se fizessem presentes os réus.

Nalguns casos, absolvição; noutros, réus condenados e, já agora, tidos como foragidos em razão de sentença condenatória; noutros, ainda, a prescrição em decorrência da pena concretamente aplicada. Enfim, os consectários talvez importem menos do que a percepção de que o Judiciário atuou. E atuou justamente dando às eventuais vítimas e seus familiares, em casos sérios como o são os crimes contra a vida, uma resposta, uma sentença, uma decisão, fim a que, em última análise, destinamo-nos.

Por certo que não há nada de muito especial ou inovador no que foi feito; a rigor, cumpriu-se aquilo a que se destinou a reforma do Código de Processo, isto é, retirou-se do limbo o julgamento de diversos processos que, alguns muito antigos, remanesciam no canto mais escuro do cartório. Essa, entretanto, talvez seja uma lição : a de que, muita vez, medidas bastante simples podem auxiliar na superação de problemas significativos de andamento processual.

Ao fim, fica a convicção de que aludir-se, no procedimento do Júri, à realização de julgamento de acusados sumidos à sorrelfa, pode inspirar a poucos. Mas há várias outras medidas, no Banco de Práticas de Gestão, que servirão de estímulo aos magistrados que cremos na efetividade da jurisdição.

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Orlando Faccini Neto

Mestrando em Direito Público – Unisinos;

Especialista em Direito Constitucional – Ulbra;

Professor de Direito Penal da E.S.M-Ajuris;

Professor de Direito Constitucional, em Passo Fundo;

Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Carazinho.

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JORNAL DA AJURIS

Justiça Previdenciária

Acada mudança de governo o tema volta à mídia. O inconsistente déficit da Previdência Pública, alardeado por setores de imprensa, é a principal tônica desse discurso que segue à risca a cartilha traçada pelo poder

econômico.

Não é de hoje que a Previdência Pública brasileira está na mira de grandes interesses financeiros. Especula-se que os novos governantes já preparam outros projetos de reforma no sistema previdenciário, tanto em âmbito estadual quanto federal. Isto pode facilitar o caminho para a privatização, fazendo ainda com que os servidores acabem perdendo direitos.

Aqui no Rio Grande do Sul, o tema estará em pauta no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social criado pelo governador Tarso Genro, no qual a AJURIS estará representada. Como já é tradição, a Associação foi protagonista e antecipou o debate em torno do tema com o Seminário Justiça Previdenciária – os rumos da Previdência Pública brasileira.

Realizado em outubro de 2010, o evento teve como diretor executivo o magistrado Ronaldo Adi Barão Castro da Silva, que também é assessor da Presidência da AJURIS. “A ideia partiu do presidente João Ricardo e do colega Eugênio Terra, que representava a Magistratura Estadual dentro da AMB. A intenção era promover um encontro de caráter nacional”, lembra.

O período para isso foi curto – cerca de dois meses. Por meio da internet, Eduardo Uhlein, Cláudio Luís Martinewski (do Departamento Extraordinário de Previdência da AJURIS) e Barão mobilizaram mais de 50 entidades e convidaram parlamentares, advogados, magistrados e especialistas no tema para participar do seminário. “Como não houve tempo para reuniões presenciais, abrimos fóruns de discussão via e-mail”, conta.

Durante o encontro, os convidados apresentaram visões diferentes. “Nosso objetivo sempre foi trazer os mais diversos enfoques sobre a matéria. Até por isso, resolvemos incluir uma

Previdência Pública está na mira do poder econômico

análise sobre os acontecimentos ocorridos em outros países, especialmente os mais próximos, como Argentina e Chile. Acredito que o público saiu com uma percepção melhor dos erros que foram cometidos por lá.”

Barão avalia que o seminário cumpriu seu papel. “Buscamos chamar a atenção da sociedade e também da mídia para essa questão. Ficou demonstrado que não existe déficit no sistema público, desde que a Constituição seja observada”, explica.

Entretanto, o magistrado reconhece que a força do poder econômico faz com que o discurso técnico seja deixado de lado. “Normalmente, a discussão sobre a Previdência é muito apaixonada. E isso traz embutida a ideia de que o sistema público é composto de privilégios, o que não é verdade. O que existe é o interesse da iniciativa privada em abocanhar um terço de todas as folhas de pagamento do setor público, nas três esferas.”

Segundo ele, historicamente os recursos da Previdência são direcionados para outras áreas. “Se essas verbas forem usadas exclusivamente para o pagamento das aposentadorias e pensões e para a Seguridade Social, ficará comprovado que o sistema público é superavitário.”

É por isso que Barão defende a retomada da integralidade dos vencimentos na aposentadoria, para os magistrados. “Isso está na essência das p r e r r o g a t i v a s d a Magistratura. E essa é uma luta da AJURIS que só teremos sucesso por meio do diálogo, sem paixão, mas com base na racionalidade”, conclui.

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Juiz Paulo Irion coordena mutirão carcerário na ParaíbaCom o objetivo de analisar as condições

dos presídios e cadeias públicas da Paraíba, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) começou em janeiro mais uma etapa do mutirão carcerário. Convocado pelo CNJ, o juiz gaúcho Paulo Augusto Oliveira Irion, diretor do Departamento de Promoção da Cidadania e de Direitos Humanos da AJURIS, foi convidado para coordenar uma equipe composta por magistrados e servidores do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), representantes do Ministério Público, OAB e do próprio Conselho.

Segundo a Secretaria da Cidadania e Administração Penitenciária do Estado da Paraíba (Secap), o déficit de vagas no sistema prisional paraibano é de 3.242, uma vez que os presídios e as cadeias públicas do Estado mantêm 8,5 mil pessoas no espaço feito para abrigar 5,3 mil. Também de

acordo com a Secap, no regime fechado há mais presos provisórios (cerca de 3,7 mil) do que condenados (pouco mais de três mil). “Já sabemos das instalações com número de detentos superior à capacidade dos presídios, mas o nosso trabalho é traçar o quadro completo do sistema carcerário da Paraíba”, explica o magistrado gaúcho da Comarca de Canoas.

A equipe também tem a tarefa de analisar os processos de apenados do sistema carcerário paraibano. No ano passado, o mutirão carcerário do CNJ revisou 6,5 mil processos, concedeu 2,2 mil benefícios e libertou 961 pessoas. A ideia de retornar aos Estados onde já ocorreram mutirões, tem

como meta, ainda, verificar se foram atendidas as sugestões feitas anteriormente pelo Conselho.

Segurança

Com capacidade para abrigar 432 detentas, até o fim do mês de janeiro a nova penitenciária feminina de Guaíba ainda não havia sido oficialmente inaugurada. Construída em uma área de mais de 7,7 mil metros quadrados, na zona rural do município da Região Metropolitana, a prisão é dividida em quatro módulos com 16 celas, cada uma com condições de

Nova penitenciária feminina em Guaíba é vistoriada

receber até seis apenadas.Além disso, o local conta com parlatórios e outras celas

individuais e para visitas íntimas. Existe ainda uma área de triagem, pátios, cozinha, lavanderia e berçário, que pode acolher 32 mães e seus filhos.

Uma comitiva com representantes do Poder Executivo estadual, da AJURIS e da Pastoral Carcerária esteve no local para realizar uma vistoria no dia 12 de janeiro. O diretor do Departamento de Promoção da Cidadania e de Direitos Humanos, Mauro Borba, representou a Associação. Segundo ele, o objetivo foi “verificar as condições da casa prisional para receber detentas e reduzir, assim, a demanda do sistema”.

Um dos exemplos de superlotação é a Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre. De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), o presídio da Capital abriga cerca de 530 apenadas, mais do que o dobro de sua capacidade.

Prisão conta com capacidade para receber 432 apenadas

Mauro Borba representou a AJURIS na comitiva que visitou o novo presídio

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JORNAL DA AJURIS

Deficiência física

Deficiente auditiva garante direito a um intérprete de Libras

Uma deficiente auditiva e uma intérprete de Libras roubaram a cena na sessão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS. Disponibilizada pelo próprio TJ, a intérprete traduziu aos desembargadores presentes o que a impetrante não conseguiria lhes comunicar pela linguagem dos sinais.

A autora havia impetrado um mandado de segurança distribuído em primeira instância na qual requeria a disponibilização, pelo Detran, de um intérprete de Libras para que ela pudesse fazer as aulas teóricas para obtenção da carteira de motorista. A Libras apresenta gramática e estruturas próprias, diferentes da Língua Portuguesa, o que dificultava a realização do exame teórico.

Negada a solicitação, não restou à autora, senão a alternativa de recorrer da decisão, que encontrou amparo no Tribunal de Justiça gaúcho, cujo recurso foi distribuído à relatoria da desembargadora Denise Oliveira Cezar (2ª Câmara Cível).

A relatora inaugurou a votação pelo provimento do apelo. Explicou que o Poder Público deve garantir formas de apoio e uso da Libras em suas instâncias, e acrescentou que ao consultar o site do Detran/RS, descobriu que já foram cadastrados intérpretes para atuar junto a postulantes portadores de deficiência auditiva.

Liminar determina adaptação de veículo em CFC

juiz Charles Maciel Bittencourt, da comarca de São Leopoldo, concedeu liminar determinando que um Centro de Formação de Condutores disponibilizasse um carro adaptado, para que uma jovem de 19 anos pudesse fazer suas aulas práticas de direção.

A estudante de Psicologia, Rafaela Campos Peruchi, não tem parte do braço esquerdo, e fez as aulas teóricas em São Leopoldo, mas ao fim foi orientada a procurar outro CFC, visto que a cidade não dispunha de nenhum que pudesse atender às suas necessidades.

Para Rafaela, recorrer à justiça era a única alternativa, uma vez que ela estuda e trabalha durante todo o dia, e seria inviável deslocar-se a outro centro para poder fazer as aulas. “No momento estou aguardando para que seja cumprida a decisão judicial, e espero que isso traga um retorno positivo a todos que não conseguem alcançar seus direitos de forma simples como deveria ser”, diz.

Ela lamenta que para um procedimento simples como tirar uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mesmo com os recursos disponíveis, seja necessário recorrer judicialmente para exigir os seus direitos e ser obrigada a passar pelo constrangimento imposto pelo CFC. “Eu gostaria - e acredito – que esta decisão judicial irá colaborar com muitas pessoas. Pude sentir novamente que posso ter o que é meu por direito!”, argumentou a estudante.

A defensora pública Caroline Panichi, responsável pela ação, argumenta que a CNH pode ser obtida por qualquer pessoa que consiga passar nos exames necessários, até mesmo sendo portador de algum tipo de limitação física.

Em dezembro, a Defensoria Pública do Estado instaurou um Procedimento de Apuração de Danos Coletivos (Padac), para verificar o não oferecimento de condições materiais, por parte desta autarquia, para obtenção da CHN por pessoas portadoras de necessidades especiais. O procedimento solicita ao Departamento de Trânsito (Detran/RS) informações sobre o fornecimento de tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) que auxiliem na realização de prova teórica e prática para que os surdos consigam licença, garantindo o direito de dirigir e sobre quantos e quais CFCs possuem veículos adaptados para pessoas com deficiência física.

A decisão do juiz Charles Bittencourt

Na decisão dada pelo juiz Charles Maciel Bittencourt, o magistrado sugere que o carro adaptado pode ser procurado em parcerias não só com o Governo do Estado e montadoras, mas com os próprios portadores de deficiência que possuem veículos deste tipo, bastando para isso montar um cadastro com o nome deles. “Isso é o mínimo, pois do contrário estar-se-ia discriminando uma parcela da sociedade e, mais do que isso, coibindo o exercício de um direito, o que por certo, feriria, em especial, a dignidade da pessoa humana”, sentenciou o juiz da Comarca de São Leopoldo, dando 30 dias para a adequação.

Censo 2000 Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, apontou que aproximadamente 14,5% da população brasileira são portadoras de deficiência, o que significa cerca de 24,6 milhões de pessoas. Desses, 5,7 milhões possuem algum tipo de deficiência auditiva.

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Alternativas

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uma época em que quase toda disputa se transforma num conflito, o Judiciário gaúcho mais uma vez é o incentivador de um instrumento que prima pela pacificação social. O projeto de Mediação na Justiça do Rio Grande do Sul vem mudando a realidade de

muitas comunidades, evitando que os litígios acumulem sobre a mesa dos magistrados e o que é mais importante: acelerando a resposta que todos desejam.

No fim de 2010, a Universidade de Santa Cruz do Sul - Unisc foi a vencedora do 5º Prêmio de Responsabilidade Social do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), com um projeto que tem como uma de suas idealizadoras a juíza Josiane Caleffi Estivalet, que atua na Comarca do município. A crise da jurisdição e a cultura da paz: a mediação como meio democrático, autônomo e consensuado de tratar conflitos, é uma proposta que teve início com a magistrada em Santo Ângelo, e contempla a prestação de serviço de mediação oferecido ao Juizado da Infância e da Juventude e às Varas Cíveis de Santa Cruz do Sul desde 2009. “A premiação representa o reconhecimento do investimento em ideias novas e da Comarca na composição do feito, bem como na capacidade de transformação, da disposição na busca de solução de conflitos, do trabalho desenvolvido e da integração entre a comunidade universitária e o Judiciário”, diz Josiane.

Em Porto Alegre, o Núcleo de Justiça Comunitária da Lomba do Pinheiro lançou no fim do ano três filmes e a revista Justiça Comunitária & Mediação. A iniciativa mereceu elogios do coordenador do Núcleo de Estudos de Mediação da AJURIS, José Luis Bolsan de Moraes, lembrando que esta cultura da mediação foi levada à Lomba do Pinheiro, mas que

a comunidade criou um projeto próprio, “o qual tem tudo para dar certo”, sublinhou.

“A mediação, a cada dia, emerge como possibilidade de atendimento de conflitos fora do âmbito adversarial do processo, num contexto de escuta em que o mediador, diferentemente do conciliador, não propõe o acordo, mas conduz para que os mediandos tenham condições de quilatar o que lhes é mais adequado e sejam efetivos construtores da solução”, explica a desembargadora Genacéia da Silva Alberton, que é autora de um dos artigos publicados no primeiro número da revista.

A magistrada lembra ainda que, além da experiência bem sucedida na Lomba do Pinheiro, outros núcleos estão em funcionamento no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, e no Guajuviras, em Canoas.

O que é a mediação

É uma forma de resolver conflitos na qual um mediador treinado estimula o diálogo entre as partes, ouvindo e empregando técnicas para que os próprios envolvidos encontrem uma solução satisfatória.

Para cada processo remetido à mediação está prevista a realização de seis sessões, em média, de uma hora cada. Ao fim dos encontros, se não for obtido o acordo entre as partes, o processo volta a tramitar pelos meios tradicionais.

O histórico do projeto

O projeto de mediação da Lomba do Pinheiro foi concretizado em parceria com a Secretaria de Reforma do Judiciário, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça do RS e Centro de Promoção da Criança e do Adolescente São Francisco de Assis (CPCA), com o recrutamento, seleção e formação inicial de agentes comunitários de mediação.

No Foro de Porto Alegre, existe a Central de Conciliação e Mediação e, em diferentes comarcas do Estado, há magistrados conscientes desta nova proposta, que estão acolhendo a mediação e admitindo encaminhar casos, que possam ser submetidos a esta técnica, a um grupo de atendimento multidisciplinar.

Mediação, instrumento de pacificação social

Simulação de audiência de mediação na cidade de Santa Cruz do Sul

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NJosiane Estivalet é juíza e uma das idealizadoras do projeto

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Iniciativas

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esenvolvimento de políticas públicas por meio de ações preventivas. Este é o foco principal do projeto Campina pela Vida, idealizado pela juíza Valéria Eugênia Neves Willhelm, que atua na Comarca de Campina das Missões. A proposta visa à redução dos

casos de violência doméstica, do uso de álcool e drogas por crianças e adolescentes, não só em Campina, mas também em São Paulo das Missões e Cândido Godói, municípios que pertencem à jurisdição da magistrada.

Com este objetivo, ela vem realizando palestras nas escolas dos três municípios, abrangendo temas como: relacionamento familiar e escolar, abuso sexual, álcool, drogas e bullying.

De acordo com o comando da Brigada Militar do município, o projeto tem conseguido diminuir significativamente os casos de violência doméstica, assim como o uso do álcool pelos adolescentes.

A grande polêmica do Campina pela Vida se deu em decorrência da Portaria nº 4, que proibiu o ingresso de jovens de até 16 anos incompletos, desacompanhados de um dos pais ou responsável legal, em bailes ou promoções dançantes noturnas que iniciem depois das 22h ou ultrapassem este horário.

Jovens com 16 anos completos poderão i ng re s sa r ne s sa s f e s t a s desacompanhados, desde que apresentando o documento de identificação, bem como autorização do pai/mãe ou responsável legal, por escrito e com firma reconhecida em cartório, com prazo de validade de até um ano.

Apesar das contestações, as comunidades estão atualmente satisfeitas com o trabalho realizado pelo projeto. “Os pais agradecem, pois agora eles sabem a autoridade

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Campina das Missões previne violência doméstica e uso de álcool e drogas

Jovens de Cândido Godói participaram de plebiscito em 2009, para

votarem a respeito do ingresso de menores em promoções dançantes

Campina pela Vida: último encontro do grupo em dezembro do ano passado

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que têm sobre os filhos”, afirma a magistrada, lembrando que os trabalhos serão retomados em março.

Entre as atividades desenvolvidas nesses quase dois anos, está a criação do Projeto Pela Paz, no município de Cândido Godói, responsável pelo desenvolvimento de atividades esportivas, musicais e recreativas para crianças e adolescentes. Já na sede da Comarca, foram construídas quadras esportivas, criado o Dia do Cinema e realizadas, nas escolas, palestras sobre violência familiar e uso de álcool e drogas, além da implementação do Projeto Projovem na Secretaria de Assistência Social. Quanto ao município de São Paulo das Missões, foram criados projetos esportivos e musicais voltados às crianças e adolescentes.

Segundo Luciana Sauer Côas, psicóloga do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), uma das metas para este ano será trabalhar ações conjuntas em que os jovens sejam agentes das mudanças, ajudando a construir novas iniciativas voltadas para o seu lazer e enriquecimento sociocultural. O modo como será feito o atendimento e a convocação dos jovens será definido na reunião que ocorrerá em março.

Por meio do projeto, foi possível desenvolver o Programa Famílias Acolhedoras, para receber e hospedar provisoriamente crianças e adolescentes em situação de risco, com a participação do Poder Legislativo das três cidades.

O Campina pela Vida é executado pelo Poder Judiciário loca l , Min is tér io Públ ico , Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), Brigada Militar, Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia, Assistência Social, Secretaria de Educação e

Saúde, e demais entidades representativas dos municípios integrantes.

Valéria Willhelm

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Destaques nacionais

O coordenador do Núcleo de Inovação Judiciária da Escola Superior da Magistratura (ESM), Carlos Eduardo Richinitti, e o juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Márcio Kepler Fraga, ambos do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), integrarão o Grupo de Trabalho (GT) para elaborar estudos e apresentar propostas para a criação de um regime de custas ao Poder Judiciário. “Atualmente, os Tribunais estaduais adotam diferentes critérios para a fixação das custas, o que acaba provocando distorções no Judiciário”, afirma o conselheiro Jefferson Kravchychyn, coordenador do GT. O grupo foi criado por meio da Portaria 232 do CNJ e será composto também pelo presidente do Colégio de Presidentes dos TJs do Brasil, desembargador Marcus de Souza Faver; desembargador do TJSP, Ruy Stocco; juíza de Direito do TJRJ, Maria Paula Gouvêa Galhardo; secretário-geral da OAB, Miguel Cançado; e pelo diretor do Departamento de Arrecadação do TJRJ, José Torres Cláudio Vasconcelos. A presidência da comissão ficou com o conselheiro Ives Gandra Martins Filho, ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Magistrada gaúcha é homenageada no Ministério da Justiça

Coordenadora do Programa de Fomento às Penas e Medidas Alternativas no âmbito do Ministério da Justiça (MJ), a magistrada aposentada Vera Regina Müller foi uma das autoridades homenageadas no mês de dezembro, em Brasília. A distinção foi concedida no auditório Tancredo Neves, na sede do MJ. As homenagens foram feitas durante a realização do evento que comemorou os dez anos da Política Nacional de Penas e Medidas Alternativas.

Consultora do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Vera Müller fez uma palestra no painel O

Padronização do regime de custas judiciais

Juiz do Trabalho aposentado, atuando como advogado desde 1994, Paulo Orval está deixando a advocacia, função que exercia formalmente na AJURIS havia três anos, mas de maneira informal começou a prestar assessoria jurídica à entidade na área trabalhista a partir de meados da década de 1990.

Para ele, a AJURIS é a associação da classe mais organizada e de maior expressão política, motivos pelos quais se tornou um dos primeiros magistrados trabalhistas a associar-se à entidade, ainda nos anos 1980. Hoje atua como conselheiro do Departamento de Assistência à Saúde (DAS) e como integrante da Mútua.

O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, recebeu Paulo Orval em seu gabinete para agradecer o trabalho realizado pelo advogado e juiz trabalhista aposentado para a Associação durante todos esses anos. João Ricardo aproveitou a oportunidade para destacar a importância da experiência trazida pelo colega, que também integra a Amatra IV, entidade presidida por ele entre 1986 e 1988.

Paulo Orval, que recebeu um ofício de agradecimento do

Paulo Orval recebe agradecimento por dedicação à AJURIS

Reconhecimento

presidente da AJURIS, pretende continuar como conselheiro da Escola Judicial do TRT da 4ª Região e, esporadicamente, dar aulas na área do Direito do Trabalho, função que exerceu até dezembro de 2010 na Faculdade de Direito da Uniritter, em Canoas.

A convite do presidente, o ex-advogado da AJURIS disse que pretende seguir participando da vida associativa. “O contato com os juízes estaduais, mesmo depois de aposentado, foi muito enriquecedor. Sempre me proporcionou a troca de ideias com colegas que atuam nas mais diferentes áreas”, concluiu o magistrado.

Contexto da Criação da Política Nacional de Penas e Medidas Alternativas no âmbito do Governo Federal.

“A filha (Penas Alternativas) cresceu e agora novos horizontes vêm pela frente, tudo muda a cada instante, portanto precisamos recriar nossa realidade, sempre”, resume a juíza.

Paulo Orval foi recebido pelo presidente João Ricardo

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Vera Müller foi palestrante no evento do Ministério da Justiça

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O Projeto Ronda da Cidadania está cadastrando comunidades interessadas em receber seus serviços este ano. Aquelas que desejarem ser beneficiadas pelas ações devem manifestar o interesse exclusivamente pelo e-mail [email protected], informando o local disponibilizado para a realização das atividades, o número aproximado de pessoas, e as atividades que pretendem desenvolver.

As solicitações podem partir de quaisquer dos municípios que integram a Comarca de Pelotas: Pelotas, Capão do Leão, Arroio do Padre, Morro Redondo e Turuçu.

Os casamentos coletivos que já se tornaram tradicionais na Comarca de Pelotas (foto), são um exemplo do que pode ser agendado junto à Coordenação do Projeto.

Parceiros – Simultaneamente com o cadastro das comunidades interessadas em receber a Ronda da Cidadania, o projeto está inscrevendo novos parceiros e recadastrando os atuais.

A coordenação do programa solicita que os novos ou atuais enviem mensagem para o mesmo endereço com o nome

da instituição/entidade, do responsável, o endereço, o e-mail e o telefone de contato.

De acordo com o coordenador do projeto Ronda da Cidadania em Pelotas, juiz Marcelo Malizia Cabral, essas atividades decorrem da preocupação do Poder Judiciário, em parceria com a sociedade, está representada por dezenas de instituições, com a realização de ações que assegurem à população os direitos garantidos pela Constituição Federal.

Ronda da CidadaniaIniciativa da Corregedoria-Geral da Justiça, em parceria

com diversas instituições do Estado, as Rondas da Cidadania consistem em feiras de serviços de utilidade pública, levando informação, documentação e atendimentos essenciais a toda a comunidade, gratuitamente.

Histórico das Rondas da Cidadania em PelotasEm Pelotas, as atividades vêm sendo desenvolvidas há 9

anos. Neste período, foram realizadas 38 edições do evento, prestando atendimento a 43.901 pessoas, e efetuando 576 casamentos.

JORNAL DA AJURIS

O município de Amaral Ferrador celebrou os primeiros frutos do Projeto de Regularização do Solo Urbano, implantado na Comarca de Encruzilhada do Sul. Em novembro do ano passado, nas dependências da Câmara de Vereadores, 15 famílias receberam os títulos de propriedade de suas casas, resultado do julgamento da primeira ação de usucapião coletivo para a regularização documental de seus imóveis.

Para o desembargador Genaro José Baroni Borges, que representou a Presidência do TJRS, o projeto é exitoso por sua

Famílias recebem títulos de propriedade em Amaral Ferradorfuncionalidade e pela forma rápida e desburocratizada com que está regularizando a propriedade dos imóveis, além do que concretiza o direito de propriedade garantido pela Constituição Federal e eleva a dignidade dos moradores de Amaral Ferrador.

O prefeito Júlio César de Vargas e o presidente da Câmara de Vereadores, João Zilmar de Vasconcelos Trintin, parabenizaram e agradeceram o Poder Judiciário pela iniciativa. “Este título de propriedade está levantando a autoestima do povo de Amaral Ferrador. É como o nome de cada um”, resumiu o prefeito.

Ronda da Cidadania cadastra comunidades e novos parceiros para 2011

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Responsabilidade Social

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JORNAL DA AJURISJORNAL DA AJURIS

Social

Festa do Hawaii, uma mistura de ritmos que deu certo

As tochas iluminando o caminho que levava até o colorido Hawaii foram apenas mais um detalhe em meio a luzes de diferentes tonalidades, colares e roupas floridas que se destacaram no tradicional evento realizado no mês de dezembro.

A 10ª edição da Festa do Hawaii, realizada à beira da piscina na Sede Campestre da AJURIS, contou ainda com atrações como a Banda da Saldanha, considerada a melhor banda em 2010, em Copacabana (RJ), que levou o ritmo contagiante do carnaval e se misturou ao malabarismo e coreografia dos bartenders. Foi nesta mescla de ritmos que a festa se estendeu até o amanhecer, sob o comando do DJ Léo Kurylo. Os drinks tropicais e o cardápio foram de Paulinho Pilatti.

Jantar dos Aposentados encerra atividades do

Departamento em 2010O jantar realizado no Plaza São Rafael marcou o

encerramento das atividades sociais do Departamento dos Aposentados da AJURIS para 2010. Recepcionados pelo diretor Gaspar Beck da Silva, os convidados tiveram uma noite agradável com sorteios de uma cesta do Sicredi e dois ingressos para a Festa do Hawaii.

A noite também foi palco de uma homenagem feita àqueles que conquistaram a aposentadoria no ano que passou, com a tradicional entrega do alfinete do jubilado aos magistrados Claudir Fidelis Faccenda, que agora integra a diretoria do Departamento, e Joseandra Barison Barcellos, na cerimônia representada pela mãe Ana Barison e o filho Maurício Barison.

O desembargador Adão Sérgio do Nascimento Cassiano também foi homenageado pelo trabalho que garantiu a vitória da AJURIS no Conselho Nacional de Justiça que indeferiu o Pedido de Providências do deputado Nelson Marchezan Júnior em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal.

Estiveram presentes o desembargador Arno Werlang, representando o TJRS; o juiz diretor do Foro de Porto Alegre, Alberto Delgado Neto; o ex-ministro Athos Gusmão Carneiro; e os ex-presidentes do TJRS, Adroaldo Furtado Fabrício e José Eugênio Tedesco.

O presidente da AJURIS, João Ricardo dos Santos Costa, e os vices Pio Giovani Dresch (Patrimônio e Finanças); Benedito Felipe Rauen Filho (Adminsitrativo); Dulce Ana Gomes Oppitz (Cultural) e demais diretores também prestigiaram o jantar.

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