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MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA 1

MAURÍCIO WALDMAN 2

A imagem de atraso e de imobilismo que ainda hoje estgmatta o contnente africanodeve ser contrastada com o passado da África, amplamente desconhecido por grandemaioria dos brasileiros.

Com efeito, o contnente possui longínqua história anterior à intrusão colonial. Reinospoderosos e imensos impérios surgiram em vários pontos do contnente, confgurandoestruturas sociais, polítcas e econômicas em nada devedoras, em termos de progresso ede produção de saber, aos centros europeus do mesmo período.

Este seria, por exemplo, o caso da Abissínia, país de antguidade remota e de impérioscomo do Mali (Séculos XIII-XVII), um dos mais fabulosos Estados jamais consttuídos nahistória da Humanidade.

Mais ainda, com base em pesquisas que se acumularam desde as décadas fnais do SéculoXX, sabe-se que civilitações como a Egípcia foram largamente subsidiadas por fortesinfluências culturais oriundas do vasto interior do contnente. Daí que com muita ratão,inúmeros especialistas defnem o Egito como uma civilitação negro-africana.

Com base neste pano de fundo, retenha-se que o contato efetvo dos europeus com aÁfrica ocorre em tempos historicamente tardios, especialmente a partr do Século XV,quando as navegações portuguesas iniciaram contatos com a África Negra.

Outrossim, sublinhe-se que a maior parte das estruturas polítcas tradicionais da África -organitadas ou não na forma de aparatos estatais - manteve-se incólume ao longo dosséculos seguintes. Foi exclusivamente com a aceleração da chamada corrida colonial quea Europa, a partr do Século XIX, partu então para a conquista do hinterland africano.

Um passo decisivo nesta empreitada foi a concertação, em 1884-1885, da Conferência deBerlim 3, que reuniu as principais potências com ambições territoriais e econômicas nocontnente. Partciparam desta reunião internacional quinte países, dos quais trete erameuropeus, aos quais somaram-se os Estados Unidos e o Império Otomano.

Os Estados Unidos não possuíam colônias no contnente. Mas, em data recente tnhamenfrentado uma guerra civil por conta da abolição da escravatura, consttuindo, pois uma

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potência em ascensão que também alimentava forte vínculo com a Libéria, país cujaexistência foi patrocinada pelos norte-americanos. Quanto ao Império Otomano, este naépoca, embora em franca decadência, ainda dominava naco considerável de territórios noNorte do contnente, o que impunha a partcipação turca.

A Conferência de Berlim consttuiu uma referência importante para a compreensão domapa polítco da África, que em breve, estaria quase inteiramente sob domínio ocidental,materialitando o que muitos autores defnem como um contnente colonial (Figura 1).

FIGURA 1: Mapa da África ao fiaa do processo de partala da África. Especiaameite a Fraiça e oReiio Uiido se asseilorearam de exteisões coisideráveis do coitieite (Foite: Piiterest: <lttps://br.piiterest.com/ >. Acesso: 18-12-2017).

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Neste cenário, quatro nações seriam merecedoras, em face de especifcidades no planodas relações com as potências coloniais, de ponderações específcas quanto ao estatutopolítco-insttucional. Uma destas é o Egito. Não obstante ser considerado como paísindependente, era na prátca governado por Londres. Isto porque o velho país do Niloconsttuiu um protetorado britâdnico até 1922.

Porém, mesmo após esta data, a Zona do Canal de Suet, via de interesse estratégico vitalpara o Império Britâdnico (Figura 2), foi mantda sob controle administratvo direto doReino Unido. A Zona do Canal permaneceu sob administração britâdnica até 1956, quandofoi nacionalitada pelo governo nacionalista de Gamal Abdel Nasser 4.

FIGURA 2: a Rota do Caiaa de Suez (em azua) abreviava em 8.200 quiaômetros otrajeto tradicioiaa de circuiavegação da África peao Cabo da Boa Esperaiça iadireção da Íidia (em vermealo), justfcaido o iiteresse britâiico peaa cobiçadapassagem (Foite: Piiterest: < lttps://br.piiterest.com/ >. Acesso: 18-12-2017).

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No caso da União Sul-Africana, o país usufruía de facto ampla autonomia frente ao ReinoUnido, que formalmente, permanecia com a investdura de potência tutelar de jure 5. Poroutro lado, conquanto desfrutasse atribuições tpicas de Estado independente, a UniãoSul-Africana estava sob comando da minoria branca, em partcular dos chamados bôeres,descendentes de antgos colonos holandeses que nunca pouparam esforços em manter apopulação autóctone sob as mais ignominiosas prátcas de discriminação racial, opressãocultural e exploração econômica.

Posteriormente, o amplo conjunto de prátcas discriminatórias foram sistemattadas nomundialmente condenado sistema ofcial de discriminação racial, o Apartheid, implantadojuridicamente em 1948 e abolido somente em 1994, quando inicia o governo de maiorianegra de Nelson Mandela.

Outro caso específco foi a Libéria, país criado no ano de 1824 por iniciatva do governonorte-americano com o intuito de “receber de volta” (ou dito de outro modo: importar),escravos libertos e seus descendentes, encaminhados então para a costa liberiana.

Note-se que o nome do país deriva de liberty, liberdade em inglês, e que Monróvia,capital do país, é uma referência ao presidente Monroe, dos EUA. A primeira consttuiçãoliberiana foi, por sua vet, elaborada em Harvard. A bandeira é reconhecidamente umacópia da norte-americana (Figura 3). Quanto à moeda ofcial, basta registrar que trata-sedo dólar liberiano.

Na prátca, a República da Libéria consttuiu um protetorado estadunidense, no qual umaelite afrodescendente estranha à história e à cultura do novo país passou a exercer umpoder por procuração em nome dos antgos amos e senhores 6.

Por fm, caberiam apensos sobre a Etópia ou Abissínia, que na prátca foi a única naçãoafricana a manter sua soberania. O país é um Estado antquíssimo, cuja dinasta, atradição local pretende remontar à Rainha de Sabá e ao Rei Salomão. Após a Armênia, aEtópia é historicamente o segundo mais antgo Estado cristão do mundo.

Durante a corrida colonial, a Etópia resistu a uma primeira tentatva de invasão italiana,quando assombrou o mundo ao derrotar os invasores em 1896 na batalha de Adowa. AItália fascista, que considerava este fracasso uma desonra inaceitável, partu para adesforra, invadindo e ocupando a Etópia nos anos 1935-1941.

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FIGURA 3: Quaaquer semealaiça com da baideira aiberiaia com a dos Estados Uiidos ião é coiicidêicia. ALibéria foi fuidada, coaoiizada e coitroaada por ex-escravos iorte-americaios, iistaaados ia costa aiberiaiacomo coaoios com apoio da American Society for Colonizing the Free People of Color of the United States(Sociedade Americaia para a Coaoiização de Pessoas Livres de Cor dos Estados Uiidos), orgaiização privadacriada em 1816 peao pastor presbiteriaio braico Robert Fiiaey (Foite: Piiterest: < lttps://br.piiterest.com/ >.Acesso: 18-12-2017).

Todavia, a Abissínia reconquistou rapidamente a independência, um feito lavrado pelainsurgência etope com auxílio britâdnico. De resto, um dentre muitos capítulos da históriade um país que jamais capitulou diante de qualquer potência estrangeira.

A mais ver, a dominação direta do contnente pelos colonialistas europeus originou umalonga série de distorções das quais até hoje se ressentem as populações do contnente.Toda a organitação espacial da África teve como critério matricial o favorecimento domando econômico, social, cultural e polítco dos europeus e de seus prepostos imediatos,tais como uma nascente elite africana cooptada pelos mandatários ocidentais, que maistarde, com o fm da dominação colonial direta, consttuiria peça essencial para darsustentação a regimes neocolonialistas.

Os supostos benefcios tratidos pelo colonialismo foram todos de mérito discutvel. Arede de caminhos de ferro, por exemplo, foi estabelecida com a fnalidade exclusiva dedrenar as riquetas do interior da África para os mercados de além-mar e não parainterligar os países do contnente entre si. Naturalmente, também serviam para manter o

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controle militar dos territórios coloniais, transportando tropas que reprimiam o menorsinal de contestação.

Os currículos escolares procuraram colonitar mentalmente o homem africano. Nestasenda, no Senegal, então dominado pela França, os livros de história ensinavam aosnaturais do país “a cultura dos nossos ancestrais, os gauleses”, modelo também correntenas demais áreas da África sob domínio europeu (Figura 4).

FIGURA 4: Tira de quadriilos do deseilista beaga Georges Prosper Remi, mais coilecido como Hergé, com opersoiagem TiiTim io papea de professor, que iiicia a auaa com a prédica: “Meus queridos amigos, loje eu ireifaaar sobre iosso país: a Béagica!” (Foite: Piiterest: < lttps://br.piiterest.com/ >. Acesso: 18-12-2017).

Nesta mesma linha de imposição de modelos culturais ocidentais, línguas europeiasestranhas ao contnente foram impostas como os únicos idiomas “cultos” - caso dofrancês, Inglês, castelhano e do português -, ao passo que os antgos códigos linguístcosafricanos, muitos dos quais exibindo venerável tradição literária, foram estgmattadoscomo “impróprios” ou “aberrantes”.

Não fosse sufciente, as religiões tradicionais africanas foram rotuladas como bruxaria esuperstção, quando não perseguidas pelos missionários ou simplesmente proibidas porseveras legislações coloniais. Em resumo: o colonialismo entabulou um massacre culturalsimplesmente sem precedentes.

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No mais, relatvamente ao domínio europeu, haveríamos também que ponderar sobre ojuíto subjacente a muitas colocações, pelo qual as potências coloniais mais fracasexerceram por esta exata ratão uma dominação mais branda.

Nesta aferição estariam incluídos poderes coloniais como o português, o espanhol e obelga, identfcados por esta lógica como menos exigentes relatvamente às populaçõessubmetdas. Em outras palavras: sendo mais fracos e descapitalitados, teriam menornecessidade ou mesmo menor possibilidade de explorar as regiões sob seu mando.

Entretanto, esta ponderação é absolutamente improcedente. Na realidade, países comoPortugal e a Espanha, com estruturas econômicas débeis na comparação com naçõescomo a França e a Inglaterra, se viram obrigados a recorrer a uma brutalidade maior, enão menor, no trato das populações dominadas.

Isto porque desttuídos da capacidade de implantar sistemas de produção dotados commaior composição orgâdnica de capital, tnham que recorrer, para competr com ummínimo de efciência frente as nações mais desenvolvidas, a todas as formas possíveis decoerção, inclusive as que se aproximavam da escravidão.

Seria igualmente pertnente registrar que os agravos cometdos pelos colonialistas naÁfrica resultaram em reflexos problemátcos para as próprias sociedades de origem,muitas vetes insuspeitos ao público leigo.

Por exemplo, é possível de certa forma situar a origem das máquinas de repressão e deextermínio aprimoradas pelo natifascismo no Século XX em muitas das ações coloniaisencetadas na África. Isto, numa escala que se estende das atrocidades cometdas pelaLegião Estrangeira Espanhola (aliás, chefada nos anos 1930 por Francisco Franco, algotda República Espanhola e aliado de Adolf Hitler e de Benito Mussolini), até os métodos de“limpeta étnica” exercitados pela Alemanha nas suas colônias na África.

Por exemplo, no antgo Sudoeste Africano (atual Namíbia), território estabelecido comodomínio alemão na Partlha da África, um genocídio que tem merecido pouca atenção foiperpetrado contra o povo Herero entre 1904 e 1907. Esta etnia, que havia se rebeladocontra o Império Alemão em ratão da manifesta violação de direitos consuetudinários eroubo de terras ancestrais, teve 80% da população do grupo chacinada pelas forçasmilitares e com o concurso de maus tratos, fome, repressão e trabalhos forçados embenefcio dos empresários alemães.

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Grandes levas de Herero foram despachadas para campos de concentração construídosno Sudoeste Africano. Nesses locais, tal como para as populações europeias condenadasao genocídio pelo natismo, as autoridades alemãs tatuavam um número em todos osprisioneiros com o fto de contabilitar os mortos, procedendo-se também a experiênciascomo esterilitação de mulheres e pesquisas genétcas. Tudo isso um macabro precedenteda polítca natista de “higiene racial” (Figura 5).

FIGURA 5: Sobreviveites da aimpeza étiica aevada a cabo ia Namíbia, fotografados io fiaa da década de 1910,Coiveila-se, a ceia ião é em iada difereite dos campos de coiceitração iazistas da II Guerra Muidiaa(Foite: Piiterest: < lttps://br.piiterest.com/ >. Acesso: 18-12-2017).

Indiscutvelmente, era necessário colocar um basta nesta sucessão de afrontas. Assim,sessenta anos após a Conferência de Berlim inicia-se o Processo de Descolonização daÁfrica. Este fenômeno ocorreu respaldado pela difusão dos movimentos nacionalistas.Neste marco, as diferentes correntes na luta pela autodeterminação dos africanostveram a sabedoria polítca de explorar o enfraquecimento relatvo das antgas potênciascoloniais, que estavam desmoralitadas e enfraquecidas por conta da II Grande Guerra.

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Certo é, a onda independentsta contou com a longa experiência de reação dos africanosàs investdas de agressão promovidas pelos invasores colonialistas estrangeiros. Narealidade, contrariamente ao que apregoa o senso comum, os africanos repetdamentemanifestaram clara disposição em rechaçar a dominação ocidental.

Numa escala na qual numa ponta identfcamos a tenat resistência dos Guanchos, povonatvo das ilhas Canárias, aos conquistadores espanhóis no Século XV 7 e na outra, a lutaetope contra a ocupação italiana durante a II Guerra Mundial (Figura 6), os povos daÁfrica contaram com perseverante histórico de resistência ao colonialismo, obstnaçãovoltada agora para expulsar os europeus de uma vet por todas do contnente africano.

FIGURA 6: Patriotas etopes duraite a guerra coitra a ocupação itaaiaia(Foite: Revue Noire, 1998: 146).

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Em muitos países, como na Argélia e nas colônias portuguesas, os africanos recorreram àluta armada enfrentando aparatos militares bem superiores em recursos e equipamentos.Contudo, a insurgência africana era motvada ideologicamente, demonstrou prodigiosacapacidade de absorver modernas tátcas de luta e para completar, contava também comum profundo conhecimento da geografa local e apoio popular, dados essenciais para odesenvolvimento de intensas campanhas de guerrilha (Figura 7).

FIGURA 7: Seção de base do Moiumeito em lomeiagem a Agostilo Neto, prócer iacioiaaista aigoaaio, iaAveiida Ho Cli Mii, em Luaida, Aigoaa. Este mosaico retrata a proaoigada auta travada para expuasar oscoaoiiaaistas portugueses, compreeideido 14 aios de coifito armado (1961-1975), ao fiaa dos quais, surge aAigoaa iidepeideite (Foto: Professora Tleama Lucclese Cleum, Luaida, 24-09-2010).

Deste modo, as forças insurgentes passaram a semear o terror nas tropas de ocupação,terminando por infligir aos colonialistas derrotas cabais nos campos polítco, diplomátcoe militar.

Embalados pela frmeta em conquistarem a liberdade, na ótca dos nacionalistas africanosa derrota do colonialismo passou a ser vista não apenas como factvel como tambéminevitável, veredicto este evidente, por exemplo, na avaliação de Amílcar Cabral, líder daguerrilha na antga Guiné Portuguesa.

Relatvamente à derrocada do domínio lusitano, eis como sentenciou Amílcar Cabral: “Senão afrmamos que Portugaal se arrisca a uma derrota militar entre nós, é simplesmenteporque ele nunca teve nenhuma oportunidade de sair vitorioso. E só podem sofrerderrotas aqueles que tem, pelo menos, uma oportunidade de gaanhar” (LOPES, 1987: 51).

Assim, entre a independência de Gana, que ocorre em 1957 sob a liderança de Kwame

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Nkrumah, até a derrocada do regime do Apartheid na África do Sul, em 1994, quandoNelson Mandela (Figura 8), passa a liderar a África do Sul, os movimentos antcoloniaisgeraram mais de 50 novos Estados independentes, expressão de um longo anseio pelaliberdade e autodeterminação nacional.

FIGURA 8: O embaemátco aíder sua-africaio Neasoi Maideaa em pose característca iuma de suas iiúmerasaparições púbaicas. Após passar 27 aios ia prisão de Robbei Isaaid por coita de sua oposição ao regime racistada África do Sua, Maideaa, cariilosameite coilecido peao povo como Madiba (iome do seu caã étiico),irrompeu ia ceia muidiaa como um dos mais prestgiados dirigeites poaítcos do muido coitemporâieo(Foite: Piiterest: < lttps://br.piiterest.com/ >. Acesso: 19-12-2017).

Entretanto, isto não quer diter que as difculdades tenham terminado. Uma questão quenão pode ser ignorada é que existem contradições relacionadas com a própria naturetadas estruturas polítcas deixadas para trás pelos colonialistas.

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Em muitas partes do contnente, o antgo colonialismo foi substtuído por umamodalidade que sendo mais sofstcada e sutl não é tampouco menos nociva: trata-se doneocolonialismo.

As grandes potências não mais dominam diretamente o contnente. Mas, rapidamentedifundiu-se um “modelo liberiano”, pelo qual uma elite negra tornou-se guardiã dosinteresses alógenos.

Deste modo, a dominação se manteve pelo controle do fluxo de capital, pelosempréstmos, pelo controle transnacional da economia, pela colonitação cultural equando necessário, pelo fnanciamento de grupos favoráveis ao Ocidente ou porintervenções militares das ex-metrópoles.

Contudo, em meio às contradições da ordem global, a África descobriu pouco a poucoseus próprios caminhos. A partr dos fnais do Século XX, na esteira da pacifcação docontnente e da consolidação da estabilidade polítca, a economia africana tem, porexemplo, crescido com base em taxas indiscutvelmente alvissareiras, ultrapassandorapidamente economias consideradas dinâdmicas e/ou emergentes.

Nas artes, na literatura, na música, nas relações interestatais africanas, na expansão dosdireitos das mulheres e no campo do ensino, a África tem demonstrado o enormepotencial dos seus povos e culturas, interfaces que evidenciam a contnuidade da lutapela independência, tendo por respaldo a aspiração dos africanos em conquistarem seulugar ao Sol.

Caminhada que prossegue com persistência e confança, a mesma que desde a maisremota antguidade tem feito dos africanos protagonistas de sua própria história.

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1 Movimeitos de Libertação da África é um texto que resulta da ampliação de materialhomônimo publicado em Geogarafa do Ensino Fundamental, Capítulo “O ContnenteAfricano - Aspectos Históricos”, Unidade 1, Módulo 2, Editora Didátca Suplegraf, SãoPaulo (SP), 1999, agora disponibilitado pela Editora Kotev para fns de acesso livre naInternet (2017, Kotev©). Movimeitos de Libertação da África foi utlitado pelo autorcomo texto introdutório em diversos cursos de capacitação em afro-educação, sendo ameta precípua do material, iniciar interessados no conhecimento da históriacontemporâdnea da África. Esta edição de 2017 de Movimeitos de Libertação da Áfricafoi masteritada pela Editora Kotev, incorpora revisão ortográfca com base nas regrasvigentes quanto à norma culta da língua portuguesa, cautelas de estlo e normattaçõeseditoriais inerentes ao formato PDF. As premissas do texto original, preservadas nestaedição, agregam outrossim oito fguras com o fto de auxiliar na compreensão do tema,assim como referências bibliográfcas acadêmicas para os que desejam um maioraprofundamento temátco. O texto de Movimeitos de Libertação da África é gratuito,sendo proibida qualquer forma de reprodução comercial.2 Maurício Waadmai é jornalista, consultor, editor, professor universitário eantropólogo africanista. Na trajetória de Waldman constam: graduação em Sociologia(USP, 1982), licenciatura em Sociologia e Geografa Econômica (USP, 1982), mestradoem Antropologia (USP, 1997), doutorado em Geografa (USP, 2006) e três pós-doutorados: Geociências (UNICAMP, 2011), Relações Internacionais (USP, 2013) e MeioAmbiente (PNPD-CAPES, 2015). O Pós Doutorado em Relações Internacionais - O Papelde Angaola na África Centro-Meridional: Recursos Hídricos, Cooperação Regaional eDinâmicas Socioambientais - consttuiu trabalho centrado em Angola com interface nomultlateralismo e na questão dos recursos hídricos. A pesquisa teve por supervisor oProfessor Livre Docente Fernando Augusto Albuquerque Mourão, com fnanciamentoda Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Waldman atuoucomo consultor internacional da Câdmara de Comércio Afro-Brasileira (2013-2017), edurante det anos (2004-2014), como professor nos cursos de difusão cultural doCentro de Estudos Africanos da USP (CEA-USP). Desenvolveu palestras, cursos econferências sobre África & Africanidades em detenas de cidades brasileiras. MaurícioWaldman responde pela autoria de 210 artgos, resenhas, projetos e textos cientfcoscentrados no temário de África & Africanidades. Entre outros veículos de mídiaimpressa, os textos de Waldman foram publicados pela revista África (CEA-USP), JornalCultura (Luanda, Angola), revista Brasil-Angola Magatine (São Paulo) e Portal InsttutoAfro (São Paulo). Waldman foi consultor do Insttuto Paulo Freire no campo temátcode África e realidade brasileira. É autor de Africanidade, Espaço e Tradição: A Topologaiado Imagainário Espacial Tradicional Africano na fala gariot sobre Sundjata Keita do Mali(Revista África, coedição CEA-USP - Editora Humanitas, 1997-1998), paper consideradointernacionalmente relevante pelo CNRS - Centre Natonal de la Recherche Scientfque

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- o mais influente centro de pesquisa mantdo pelo governo da França (FichaCatalográfca CNRS: < htp://mw.pro.br/mw/cat.inist.fra_2017_kotev.pdf >). Waldmantambém é coautor de Memória D’África: A temátca africana em sala de aula (CortetEditora, 2007), obra de referência no campo africanista brasileiro.Mais Iiformação:Portaa do Professor Maurício Waadmai: www.mw.pro.br Currícuao Lattes-CNPq: htp://lates.cnpq.br/3749636915642474 Verbete Wikipedia (BrE): htp://en.wikipedia.org/wiki/Mauricio_Waldman Coitato emaia: [email protected] Note-se que na literatura de países sob influência cultural alemã, este encontro éconhecido como Kongaokonferenz: Conferência do Congao. Isto porque Congao em línguaalemã é muitas vetes um termo tratado como sinônimo de África.4 Mesmo assim, a attude egípcia provocou intempestva resposta por parte do ReinoUnido e da França, que atacaram o Egito em apoio aos interesses de empresas destespaíses que atuavam no Canal. De outra parte, no que bem demonstra o quanto aposição estratégica do Egito não pode ser dissociada de sua trajetória histórica, Israeltambém declarou guerra a este país. Contudo, atente-se que a partcipação de Israelocorreu por motvações geopolítcas próprias. Na esteira da nacionalitação do canal, aagenda nacionalista de Nasser decretou o fechamento do estreito de Tiran, pelo qualIsrael mantnha comunicação com o Oceano Índico e assegurava seu abastecimento depetróleo. O bloqueio de Tiran indutiu o ataque de Israel ao Egito. Mas com base numapauta especifcamente israelense. No espectro polítco mais amplo, o conflito foi umdos episódios da Guerra Fria. Na ocasião, a União Soviétca apoiou o Egito, forçando aretrada das tropas francesas e inglesas da região do Canal e o recuo dos israelenses doSinai. Todavia, ao fnal das hostlidades os egípcios levantaram o bloqueio da passagemoceâdnica de Tiran aos navios israelenses.5 A União Sul-Africana surge em 1910 enquanto Domínio do Império Britâdnico. Dessemodo, o país era juridicamente reconhecido como ex-colônia do Reino Unido. Gotandode independência nos seus negócios internos, mantnha, contudo laços com a realeta,com a diplomacia e proeminente comércio exterior com a Inglaterra. Este Estatutofnda no ano de 1961, quando se contrapondo ao repúdio internacional ao racismoinsttucional do governo de minoria branca, os brancos sul-africanos rompem vínculoscom o Reino Unido e com a Commonwealth (Comunidade Britâdnica de Nações). AUnião Sul-Africana é então substtuída pela República Sul-Africana, status polítco quevigora até o fm do regime racista em 1994, surgindo então a atual República da Áfricado Sul. 6 Relatvamente aos vínculos da nova elite liberiana com os Estados Unidos, tome-seconhecimento da avaliação que segue: “20.000 ex-escravos regressaram à África. Estescolonos de novo tpo, que falavam a língua e pratcavam a religião dos brancos, não

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foram muito bem recebidos pela população local. Protegidos pelos canhões da armadanorte-americana, instalaram-se na costa e apoderaram-se das melhores terras.Durante muito tempo recusaram uma integração com os “negros das selvas”, queconsideravam “selvagens”. O amor à Liberdade trouxe-nos aqui (The Love of LibertyBrougaht us Here), proclama o escudo liberiano. Contudo, para os natvos do território, aindependência trouxe pouca liberdade. Durante muito tempo, só os proprietários deterras podiam votar, e os 45 mil descendentes dos ex-escravos norte-americanosconsttuem hoje, o núcleo da classe dominante local, intmamente vinculada aoscapitais internacionais. A borracha, um dos principais produtos de exportação, está nasmãos da Firestone e da Goodrich, conforme uma concessão de 99 anos, outorgada em1926. O mesmo acontece com o petróleo, o ferro e os diamantes” (Guia do TerceiroMundo, 1981: 182-183).7 Os Guanchos foram o primeiro de uma série pouco memorável de grupos humanosque se tornaram alvo de genocídio implacável no curso da afrmação da hegemoniaeuropeia na África e no mundo. Ao pé da letra, este povo foi exterminado peloscastelhanos, acontecimento que objetvamente consttuiu um balão de ensaio daconquista da América, baseada na destruição das sociedades autóctones, imposição docristanismo e do domínio polítco europeu. É importante também registrar o afncocom que os Guanchos resistram ao avanço espanhol. Em que pese o fato de serem asCanárias um arquipélago que cobre parcos 7.447 km², ainda assim os conquistadoresespanhóis demandaram por 93 longos anos de campanhas militares (1402-1495), parasubmeter estas ilhas ao seu domínio. Uma das evidências que explicam as difculdadesde conquista do interior do contnente, que se tornou exequível aos europeusunicamente com o uso de modernas armas de fogo a partr do Século XIX.

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Os debates sobre ÁFRICA & AFRICANIDADES são um pilar central de atuação da EDITORA KOTEV, publicadora digital que entrou em atividades no ano de 2016. Também trabalhamos com temas relacionados com RELAÇÕES INTERNACIONAIS, EDUCAÇÃO POPULAR E EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Saiba mais sobre a EDITORA KOTEV. Acesse nossa página: http://kotev.com.br/ Qualquer dúvida nos contate. Estamos à disposição para atendê-lo: [email protected]