28
N ov os conceitos em mineral de bovinos a past o Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" Na ultima decada a de blocos geopoliticos e economicos trouxe uma serie de no cemlrio comercial que repercutiram diretamente na rentabilidade do setor de carnes e que determinaram uma intensa busca por produtividade, eficiencia e escala de Paralela- mente vem se observando uma crescente demanda por produtos de melhor qualidade gerados com pequeno impacto ambiental. Apesar dos problemas com a febre aftosa, os sistemas de de carne bovina existentes no MERCOSUL tem um grande potencial para satis- fazer as demandas do mercado internacional por apresentarem algumas van- tagens competitivas: clima favoravel para uma grande forrageira e animal durante 0 ana inteiro, minas de calcario e rocha fosf6rica abundantes e bem localizadas, tecnicos trabalhando nas empresas e implementando tecnologias para ambientes economicamente restritos, capacidade para pro- duzir novilhos com bom acabamento utilizando exclusivamente pasto na di - eta e custos de menores que os praticados pela Australia, EUA. e os paises da Comunidade Europeia. As maiores expectativas da cadeia pro- dutiva de carne bovina estao colocadas no efeito estimulador das exporta- causado pela das moedas correntes locais em ao d6lar. A destas expectativas dependera do grau de de alguns problemas caracteristicos dos paises do MERCOSUL: Em primeiro lugar uma cadeia produtiva da carne onde os componentes encontram-se desarticulados, com pequeno uso de tecnologias basicas, baixo nivel gerencial das propriedades e falta de e propaganda. * Zooteenista, DSe. Prof. Departamento de Zootecnia - Faculdade de Agronomia - UFRGS - Brasil ** Mcd. Veterinario, Aluno de Mestrado do Program a de em Zootecnia - UFRGS - Brasil *** Eng Agr6nomo, M.Sc. em Zootecnia.

N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

N ovos conceitos em suplementa~ao

mineral de bovinos a pasto

Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros"

Diego LangllJinski"

Na ultima decada a consolida~ao de blocos geopoliticos e economicos trouxe uma serie de altera~6es no cemlrio comercial que repercutiram diretamente na rentabilidade do setor de carnes e que determinaram uma intensa busca por produtividade, eficiencia e escala de produ~ao . Paralela­mente vem se observando uma crescente demanda por produtos de melhor qualidade gerados com pequeno impacto ambiental.

Apesar dos problemas com a febre aftosa, os sistemas de produ~ao de carne bovina existentes no MERCOSUL tem um grande potencial para satis­fazer as demandas do mercado internacional por apresentarem algumas van­tagens competitivas: clima favoravel para uma grande produ~ao forrageira e animal durante 0 ana inteiro, minas de calcario e rocha fosf6rica abundantes e bem localizadas, tecnicos trabalhando nas empresas e implementando tecnologias para ambientes economicamente restritos, capacidade para pro­duzir novilhos com bom acabamento utilizando exclusivamente pasto na di­eta e custos de produ~ao menores que os praticados pela Australia, EUA. e os paises da Comunidade Europeia. As maiores expectativas da cadeia pro­dutiva de carne bovina estao colocadas no efeito estimulador das exporta­~6es causado pela desvaloriza~ao das moedas correntes locais em rela~ao ao d6lar. A concretiza~ao destas expectativas dependera do grau de supera~ao de alguns problemas caracteristicos dos paises do MERCOSUL: Em primeiro lugar uma cadeia produtiva da carne onde os componentes encontram-se desarticulados, com pequeno uso de tecnologias basicas, baixo nivel gerencial das propriedades e falta de d ivulga~ao e propaganda.

* Zooteenista, DSe. Prof. Departamento de Zootecnia - Faculdade de Agronomia - UFRGS - Brasil

** Mcd. Veterinario, Aluno de Mestrado do Program a de Pos-gradua~ao em Zootecnia - UFRGS - Brasil

*** Eng Agr6nomo, M.Sc. em Zootecnia.

Page 2: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

No momenta existe unanimidade para enfrentar estes desafios, a pecu­aria de corte precisa ter um produto com qualidade conhecida, superior e homogenea, produzida em tempo e a baixo custo. Dito em outras pCl-lavras, e necessario que os sistemas de produ~ao de carne a pasto se adaptem para trabalharcom animais precoces (sexualmente, em crescimento e acabamento).

Por outro lado, e cada vez mais evidente que a produ~ao de carne tera que ser realizada em sistemas de produ~ao voltados ao uso de quantidades grandes de forragens nas dietas dos animais, porque estes sao os sistemas que mais se aproximam as demandas do mercado. Nestas condi~6es, a otimiza~ao nutricional da dieta dos animais, inclusive os minerais, e um pre­requisito basico para maximizar 0 con sumo, a digestao e 0 metabolismo dos nutrientes contidos nas pastagens e obter um uso mais eficiente destas.

o objetivo deste trabalho e apresentar alguns t6picos a respeito da mineraliza~ao de bovinos e seu papel na otimiza~ao nutricional das dietas a fim de aumentar a produtividade dos animais em condi~6es de pastejo.

4.2 Nutri<;ao de ruminantes em pastejo

Uma das caracterfsticas principais do ruminante e seu potencial para transformar alimentos ricos em fibra, que nao podem ser eficientemente aproveitados por animais nao-ruminantes (entre eles 0 homem), em produ­tos de alto valor nutricionais, apreciados e bem pagos pela popula~ao huma­na. Isto e posslvel gra~as ao fato de que os processos evolutivos equiparam os ruminantes domesticos com uma serie de adapta~6es fisiol6gicas que Ihes permitiram lidar com alimentos fibrosos, como as pastagens (Ospina et al., 1999). 0 conhecimento de alguns mecanismos de funcionamento de tais adapta~6es que regulam os processos de digestao e metabolismo, as estrate­gias reprodutivas e os habitos de pastejo, podem ajudar a otimizar a produti­vidade e a biodiversidade dos sistemas pastoris.

Em um nlvel de agrega~ao maior, os ruminantes fazem parte de um sistema ecol6gico no qual a produ~ao depende, basicamente, da eficiencia com que a energia e transferida entre os nlveis tr6ficos. 0 objetivo principal nestes sistemas de produ~ao e converter a maior quantidade posslvel de , energia solar em energia contida na biomassa vegetal e mais tarde transferir a maior quantidade posslvel desta energia e outros nutrientes para 0 animal.

A luz das leis da termodinamica, 0 fluxo de energia no ecossistema pastoril e um processo de baixa eficiencia, pois apenas I 0% da energia

Page 3: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

consumida e convertida em produto animal (Briske e Heitschmidt, 1991). Este ultimo valor demonstra 0 grande potencial existente para melhorar a eficiencia produtiva, otimizando as reac;6es que ocorrem no rumen e a rela­c;ao de nutrientes absorvidos e disponibilizados para 0 trabalho celular, sem­pre tendo em mente diminuir as perdas metab6licas.

Em sistemas pastoris, onde 0 animal consome um alimento que depen­de do complexo ec;:ossistema ruminal para a digestao e metabolismo dos nutrientes, e fundamental conhecer e predizer os resultados das ac;6es que acontecem nele, porque elas sao a chave para estimar 0 valor nutritivo das dietas e projetar sistemas de produc;ao mais eficientes tanto biol6gica como economicamente. Alterac;6es ffsico-qufmicas neste ecossistema (osmolaridade, taxa de diluic;ao, pH, AGY, N-NH

J, etc.) determinam 0 nivel e eficiencia de

produc;ao devido as alterac;6es na quantidade e/ou de qualidade de nutrien­tes disponiveis para absorc;ao e metabolismo a nivel microbial e/ou celular.

Na pnitica, melhorar a eficiencia dos sistemas pastoris nao e uma ta­refa muito facil porque estes sistemas estao compostos por tres compo­nentes que funcionam de modo integrado, dificultando seu estudo: as exi­gencias nutricionais do animal, as exigencias do ambiente ruminal e a ofer­ta de nutritivo por parte da pastagem . Hoje e amplamente reconhecido que a melhor das pastagens apresenta limitac;6es nutricionais, principal­mente no conteudo de energia liquida, que impedem a expressao plena do potencial genetico dos animais (Minson , 1990). Raramente as exigencias para a maxima produc;ao animal sao alcanc;adas e na maio ria dos casos, deve-se a diferenc;a existente entre a disponibilidade de nutrientes na pas­tagem e a variabilidade (qualidade e quantidade) dos nutrientes disponibilizados para 0 tecido animal. Alguns dos fatores responsaveis por esta diferenc;a sao apresentados na Tabela I.

Como pode ser observado na Tabela I , os beneficios da utilizac;ao de minerais sobre a eficiencia de produc;ao de ruminantes em pastejo somente aparecem quando outros fatores produtivos nao estiverem limitando 0 de­sempenho dos animais. A suplementac;ao mineral nao corrige os problemas relacionados com 0 manejo produtivo, reprodutivo e sanitario dos rebanhos que ocasionam baixa disponibilidade e/ou qualidade da dieta (energia e pro­teina) , baixos desempenho e rentabilidade.

Page 4: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

T abela 1. Fatores que afetam a oferta e a utiliza<;ao de nu trien tes por ruminan tes em paste jo.

Fator

Conteudo de nutrientes na pastagem disponfvel

Componentes da pastagem selecionados pelo animal

Quantidade consumida de cada componente selecionado

Modificac;ao ruminal dos nutrientes absorvidos

Eficiencia de utilizac;ao dos nutrientes absorvidos

Componentes

Fertilidade do solo

Estac;ad do ano

Esptkie vegetal

Partes da plana

Especie animal

Estrutura da pastagem

Disponibilidade e digestibilidade

Potencial animal para utilizar nutrientes

Enchimento ruminal

Taxa de digestiio e trans ito

Comportamento ingestivo

Carboidratos (AGV)

Protefnas

Minerais

Glicose

Aminoacidos

Lipfdios

Minerais -'---

4.3 Conceitos basicos na nutric,:ao mimy al de ruminantes

Os minerais existem nas celulas e tecidos do corpo dos animais em uma grande variedade e formas funcionais, combina<;6es e concentra<;6es. Em condi<;6es normais, as concentra<;6es dos minerais sao bem reguladas para assegurar a integridade estrutural e funcional dos tecidos e garantir que 0

cresci mento, a saude e a produtividade dos animais nao sejam prejudicados. o con sumo de dietas deficientes ou mal balanceadas em minerais produz mudan<;as em sua forma ou na concentra<;ao nos tecidos e fluidos corporais. Em tais circunstancias, os mecanismos homeostaticos sao acionados para ten-

Page 5: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

tar minimizar os efeitos das mudancsas induzidas pela dieta. Quando isto nao e possivel aparecem problemas bioquimicos e as func;6es fisiol6gicas sao pre­judicadas, causando les6es estruturais cuja magnitude depende do mineral, 0

grau e duracsao da deficiencia / excesso, idade e sexo dos animais.

Em muitos lugares do mundo, uma grande quantidade de animais do­mesticos consomem dietas que nao sao adaptadas para preencher as exigen­cias nutricionais de minerais manifestando-se, na maioria dos casos, como deficiencias leves e momentaneas e determinando quadros de subprodutividade dos animais. Alem disto, as deficiencias de minerais geral ­mente sao confundidas com problemas de subalimentacsao, deficiencias de energia e proteina e infestacsao com parasitas, 0 que torna diffcil a realizacsao de um diagnostico adequado. A medida que os sistemas de producsao vao ganhando eficiencia e os problemas bcisicos de manejo (nutricsao, reproducsao e sanidade) sao resolvidos , as deficiencias e desbalancsos minerais adquirem importancia maior (Suttle, 1991).

Os minerais desempenham diversas func;6es no organismo animal, as quais podem ser classificadas em quatro grandes grupos: estruturais, fisiol6-gicos, cataliticos e reguladores (Underwood e Suttle, 1990). Na Tabela 2 sao apresentadas as funcs6es em alguns processos e os minerais que participam.

Tabela 2. Principais fu n~6es dos minerais.

Fun~ao Processos Minerais

Estrutural Estrutura dos ossos e dentes, prote fnas

Ca, P, Mg, F, S, Zn dos musculos, membranas celulares

Pressao osmotica, equilibrio acido

Fisiologicas basico, permeabilidade das membranas, Na, K, CI, Ca, Mg,S excitabilidade dos tecidos

-- I-

Cataliticas Metaloenzimas, hormonios Fe, Cu, Zn , Mn, Mo, Se -- - f- -

Regula<;ao Replica<;ao e diferenciaCjao celular Ca, Zn , I

Segundo 0 NRC (1996), os bovinos de corte requerem, pelo menos, 17 minerais os quais podem ser divididos em dois grupos grandes: macro e micro minerais, em funcsao das quantidades exigidas diariamente. Dentro dos macrominerais encontramos: calcio, f6sforo, magnesio, s6dio, potassio, cloro e enxofre. Dentro dos microminerais encontramos: cromo, cobalto, cobre, ferro, manganes, molibdenio, niquel, selenio, iodo e zinco. Enquanto as exi­gencias diarias dos macrominerais sao expressas em gramas, as exigencias de microminerais sao expressas em miligramas por dia. A divisao em macro e micromineral tem um objetivo meramente didatico pois a importancia de

Page 6: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

cada um destes minerais de pen de muito mais da fun~ao desempenhada do que da quantidade eXigida.

As exigencias de minerais sao estimadas atrave!l de dois metodos: ob­serva~6es realizadas em ensaios praticos de alimenta~ao e calculos realizados atraves do metodo fatorial. Devido ao fato de ser robusto, 0 metodo fatorial e 0 mais usado e nele sao utilizadas informa~6es obtidas em experimentos de balan~o nutricional, abate comparativo e cinetica de minerais, os quais medem a quantidade de minerais consumidos, absorvidos, retidos e excretados. Basicamente 0 metodo tem dois componentes:

a. Componente da manten~a: inclui todas as perdas corporais inevitaveis que sao excretadas como componentes de end6genos na urina, fezes e suor;

b. Componente da produ~ao: inclui os dados sobre as demandas para 0

crescimento e ganho de peso, crescimento fetal e produc;ao de leite.

A soma dos val ores encontrados para cada um dos componentes forne­ce a exigencia liquida para determinado mineral. Dividindo a exigencia liqui­da pelo coeficiente de absorc;ao (proporc;ao do mineral consumido que e absorvido) a exigencia bruta e obtida. Finalmente, dividindo a exigencia bru­ta pelo consumo diario de materia seca e possivel calcular a exigencia do mineral na dieta consumida pelo animal (Figura I).

Manuten~ao

perda perda fecal urinaria

end6gena end6gena

ganho peso

Produ~o

crescimento Iii

desenvolvimento produc;iio

V exigencia liquida

fetal leite

~ + Coeficiente de Absonjoo

exigencia bruta

~ + Consumo MS

exigencia dieta

Figura 1. Metodo fatorial para determinar as exigencias minerais

Page 7: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Para os minerais em que e possivel estimar as exigencias pelo metodo fatorial (Ca, P, Mg, K, Cu, Zn, Mn e Fe) estes podem ser expressos em term os de quantidade por dia ou como concentrac;ao na dieta. Para os minerais que nao e possivel calcular as exigencias pelo metodo fatorial (Co, Cr, I, Mo) as recomendac;6es sao dadas diretamente na forma de concentrac;ao na dieta. Estas estimativas sao obtidas de experimentos que relacionam concentra­c;6es de minerais na dieta com 0 desempenho animal ou com a atividade de sistemas enzimaticos espedficos.

Nas ultimas decadas foram feitos importantes avanc;os nos aspectos re­lacionados com: a determinac;ao das exigencias nutricionais, interac;6es entre minerais, minerais novos e formas de suplementac;ao. Muitos destes avanc;os aconteceram pela necessidade de que a suplementac;ao mineral apresentas­se relac;6es custo-beneffcio ajustadas aos cenarios de produc;ao e comercializac;ao de carne, cada vez mais exigentes e competitivos. Sem sombra de duvidas, 0 grande desafio continua sendo a incorporac;ao da informac;ao gerada em sistemas de facil aplicac;ao.

4.4 Novos desafios da suplementa<;ao mineral

Hoje e plenamente reconhecido que a otimizac;ao da suplementac;ao mineral e um dos aspectos chaves em sistemas eficientes de produc;ao de carne. Os dois componentes principais a serem considerados nesta otimizac;ao sao as exigencias nutricionais e a forma como estas pod em ser preenchidas pelos suplementos minerais.

4.4.1 bxi,gencias ntltricionais

Apesar de ainda existirem muitos vazios no conhecimento basico sobre a estimac;ao das exigencias de minerais para bovino de corte em pastejo, 0

metodo fatorial continua a ser a tecnica favorita para determinar tais exigencias.

Como pode ser observado na Tabela 3, as estimativas das exigencias liquidas para Ca e P variam muito pouco entre os diversos sistemas existen­tes. De acordo com Ternouth et 01. (1996) bovinos de corte em crescimento consumindo dietas a base de forragens na faixa de 1,0 a 2,5% do peso vivo tem uma exigencia de f6sforo para manutenc;ao (perdas end6genas) entre 9 e 17 mg/kg PY, muito pr6ximo dos valores apresentados na Tabela 3.

Page 8: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 3. Estimativas das exigencias de Ca e P para cobrir as perdas end6genas e de crescimento em bovino de corte.

Perdas endogenas Crescimerito (mglkg PV) (glkg ganho)

Sistemas Ca P Ca P

GRACE ( 1983) 16 12 14 8 ---

SCARM ( 1990) 16 20 14 8

NRC ( 1996) 15,4 16 45* 71 *

*mg/ g de proteina retida no ganho de peso

Trabalhos realizados no Brasil (Veras et aI. , 200 I) com machos Nelore inteiros (400 kg de peso vivo), alimentados com dietas de confinamento, mostraram que as exigencias liquidas (manutenc;:ao e ganho de peso) de Ca sao 37% menores e de P 18% maiores que os valores sugeridos pelo NRC ( 1996) para este tipo de animal.

Little (1980) t rabalhando com bovino de corte com peso entre 200 e 400 kg determinou que a exigencia de P para 0 crescimento deste tipo de animais era de 5,8 g P/kg ganho de peso, valor este 38% menor que 0 valor proposto pelo NRC (1996).

De um modo geral e possivel afirmar que os sistemas de determinac;:ao das exigencias liquidas de macro e microminerais (NRC, 1996; SCARM, 1990; AFRC, 1991) superestimam tais exigencias entre 20 e 30% para animais em condic;:oes tropicais, principalmente com relac;:ao ao f6sforo.

Um das grandes dificuldades com 0 uso do metodo fatorial para calcular as exigencias de minerais e que ao usar um coeficiente de absorc;:ao medio supoe que 0 mineral absorvido e usado com a mesma eficiencia em todas as situac;:oes. Este coeficiente e estimado em experimentos de metabolismo onde os animais recebem dietas com niveis do mineral pr6ximo ou abaixo das exigencias. Alguns modernos sistemas de calculo das exigencias nutricionais, como 0 NRC (200 I) de gada de leite, tentaram resolver este problema aplicando um coeficiente de absorc;:ao para grupos de ingredientes (concen­trado, forragens e fontes de minerais) da dieta e comparando a quantidade total de mineral disponivel da dieta com as exigencias liquidas do animal.

Como pode ser observado na Tabela 4, os valores dos coeficientes de absorc;:ao sao muito similares entre os sistemas de calculo das exigencias. Na pratica, estes coeficientes sao considerados conservativos e atuam como fato­res de seguranc;:a para corrigir provciveis erros nas estimativas das exigencias.

Page 9: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Para os sistemas analisados pode observar que quando as exig€mcias sao mai­ores, os coeficientes de absor<;ao sao menores, resultando no final em exi­gencias brutas semelhantes (Tabela 5). Alguns trabalhos (Ternouth et 01., 1996) mostraram que para bovino de corte em pastejo e consumindo lOa 60 mg P/kg de peso vivo, 0 coeficiente de absorc;ao deste mineral era de 0,77, mas os auto res sugerem 0 uso de 0,75 por ser este ultimo um coeficiente mais conservativo.

Tabela 4. Coeficientes de absors:ao utilizados para alguns minerais.

Minerais

Sistema Ca P Ca P - ---- ---- - - - - --

GRACE (1983) 0,68 0,58 0,05 0,30

SCARM (1990) 0,60 0,70 0,06 0,40 -- - -- - ---

NRC (1996) 0,50 0,68

As exigencias apresentadas na Tabela 5 sao definidas como as quantida­des mfnimas do mineral necessarias para otimizar a produc;ao (determinada pelo nfvel de energia da dieta). Na pratica estas exigencias podem ser consi­deradas maximas devido a que tanto na estimativa das exigencias Ifquidas como nos valores usados nos coeficientes de absorc;ao estao incorporados fatores de seguranc;a.

Um ponto polemico do metoda fatorial e 0 fato de produzir estimativas das exigencias que nao consideram um aspecto tao importante para 0 ru­minante em pastejo como as exigencias dos microorganismos ruminais (P, S, Co).

A adequada suplementac;ao mineral para otimizar 0 ambiente ruminal e uma questao pouco estudada, apesar da importancia que tem para animais em pastejo. Em parte esta e uma consequencia do conceito que, atendendo as exigencias nutricionais do animal, automaticamente as exigencias dos microorganismos ruminais serao atendidas.

o papel dos minerais dentro do rumen pode ser dividido em func;6es relacionadas com alterac;6es do ambiente ruminal (pressao osmotica, ca­pacidade tamponante e taxa de diluic;ao), com a sobrevivencia e cresci­mento dos microorganismos ruminais (papel estrutural e bioqufmico) e com 0 metabolismo ruminal (digestibilidade, produc;ao de acidos graxos volateis, etc.) (Ospina et 01 ., 1999) .

Page 10: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

T abela 5. Exigencias de minerais para gada de corte.

NRC SCARM GRACE (1996) (1990) ( 1983)

Macrominerais glkg MS

Ca 1,7 - 5,3 1,9 - 4,0 4,4

P 1,8 - 3,6 1,8 - 3,2 3,2 ---

Mg 1,0 1,9 1,9 ---

K 6,0 5,0 5,8

Na 0,6 - 0,8 0,8 - 1,2 1,2

S 1,5 1,5 1,8

Microminerais mglkg MS

Co 0, 10 0, 11 0,09

Cu 10 7 - 10 7 - 10

0,50 0,50 0,50

Fe 50 40 40

Mn 20 15 - 25 25

Se 0, 10 0,05 0,Q3

Zn 30 20-30 25

Atualmente, considera-se que da mesma maneira como e feito com 0 nitrogenio para otimizar a digestao dos carboidratos contidos nas forragens e a sintese de proteina microbiana, que a oferta de minerais para 0 rumen tem que considerar a energia disponivel para fermentac;30. Considerando uma produc;ao de proteina microbiana de 30 g N/kg MO fermentada no rumen (MOFR) ou 19,5 g N/kg MO digerida no trato digestivo (MOD) (65% da MOD e digerida no rumen) e assumindo uma relac;ao N/P 7 as exigencias de P para 0 crescimento microbiano sao de 4,3 g P/kg MOFR ou 2,8 g P/kg MOD . Apesar da elevada rec irculac;ao de P atraves da saliva, os microorganismos ruminais tem que ter como minimo 7,7 g P/kg MOFR ou 5 g P/kg MOD para otimizar a degradac;ao da parede celular e a sintese de proteina microbiana (Komisarczuk-Bony e Durand, 1991).

Page 11: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

o mesmo calculo pode ser feito para 0 enxofre utilizando uma relac;ao N/S 15 para obter uma exigencia de 2 g S/kg MOFR ou 1,3 g S/kg MOD. A contribuic;ao end6gena e muito pequena (0,2-0,4 g S/kg MOD) e existem perdas consideraveis pela eructac;ao de gases (H

2S) e durante a sfntese de

protefna. Considerando estas perdas, as exigencias de S disponfvel para os microorganismos deveriam ser 2,8 g S/kg MOFR ou 1,8 g S/kg MOD e na pratica isto e possfvel com dietas que tenham entre 2,5 e 3, I g S/kg MOD (Komisarczuk-Bonye Durand, 1991).

Para 0 Mg, Durand e Komisarczuk ( 1988) estimaram as exigencias em 2,3 a 3,8 g Mg/kg MOFR ou 1,5 a 2,5 g Mg/kg MOD. A disponibilidade do Mg e afetada pela solubilidade ruminal, que depende de varios fatores: pH ruminal , concentrac;ao de NH

3, concentrac;ao de PO 4 e presenc;a de acidos organicos

que prendem 0 Mg evitando seu uso pelos microrganismos.

Com relac;ao aos microminerais, 0 metodo de calculo das exigencias anteriormente detalhado nao pode ser utilizado devido a grande variabilida­de do conteudo de minerais nos microorganismos nos quais os valores en­contrados na literatura estao relacionados com a concentrac;ao no Ifquido ruminal (Tabela 6).

Tabela 6. Conteudo de microminerais no liquido rumina! e na dieta.

Fe Mn Zn Co Cu Mo

Uquido ruminal (mg/I) 1- 10 1-10 0 ,2- 1 0 , 1-5 0,01-0,25 1- 10

Dieta (mg/kg) 120 120 50 0,5- 1 5- 10 -

D ieta (NRC, 1996) (mg/kg) 50 40 30 0, 10 10 -- -- - .- -

Adaptado de D urand e Kawashima, 1980; N RC, 1996.

4.4.2 UJO e form1lIo({lo de S1IplementoJ milleraiJ .para bovino de corte em jJastejo

A correta suplementac;ao mineral de bovinos em pastejo nao e uma tarefa faci, pois 0 diagn6stico da deficiencia de um ou mais minerais, 0 real impacto que estas deficiencias nutricionais tem sobre a produc;ao animal e a res posta esperada a suplementac;ao nao sao aspectos claramente definidos. Independente das dificuldades e considerando que nos modern os sistemas de produc;ao em pastejo a precocidade e uma caracterfstica fundamental , e impossfvel nao considerar a suplementac;ao mineral como uma pratica estru­tural do manejo alimentar.

Page 12: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Um das ideias mais difundidas no uso e formula~ao de suplementos minerais para ruminantes e que existiria uma sabedoria nutricional instintiva que faria com que os animais consumissem a quantidade necessaria de uma determinada mistura mineral, colocada a sua disposi~ao , para atender suas exigencias, principal mente de P. Este conceito foi estabelecido por Theiler et 01. (1924) e ainda continua sendo empregado para justificar a formula~ao e fabrica~ao de misturas minerais completas, durante 0 ana inteiro e sem qual­quer tipo de ajuste. Varios trabalhos demonstraram que nao e a fome espe­dfica por algum mineral que determina 0 consumo de uma mistura mineral (Coppock et 01., 1976) e sim uma serie de fatores relacionados com a palatabilidade, a fertilidade do solo, 0 tipo de forragem, as exigencias indivi­duais de minerais, a concentra~ao de s6dio na agua de bebida e outros fato­res relacionados com 0 manejo dos animais.

Dos fatores mencionados, individual mente, a palatabilidade e conside­rada mais importante na determina~ao do consumo das misturas minerais e o cloreto de s6dio e 0 ingrediente utilizado para estimular e controlar tal consumo. Alem do efeito palatabilizante, 0 cloreto de s6dio ajuda a preen­cher as exigencias de Na, um elemento que nao e armazenado no corpo dos animais e que apresenta baixas concentra~6es na maioria das especies forrageiras. Portanto, e importante que em situa~6es onde as forragens ou a agua de bebida apresentem concentra~6es elevadas de Na (agua salobra), as misturas sejam ajustadas para evitar baixos consumos.

Recentemente, Ortolani ( 1999) mostrou com novilhos cruzados Nelore x Charoles (24 meses) em pastagens de Barchiaria decumbens (8,2% PC, 77,7% FDN, 0,09% Ca, 0,0 I % P) 0 efeito do nfvel de NaCI sobre 0 consu­mo de sal mineral izado e desempenho dos animais. Como pode ser observa­do na Tabela 7, os melhores consumos de sal mineralizado e ganhos de peso foram obtidos com misturas contendo entre 40 e 60% de NaCI.

Tabela 7. Influencia do conteudo de NaCl no suplemento mineral sobre 0 consumo eo ganho de peso (Ortolani, 1999).

NaCI Consumo sal Consumo Na Ganho de peso 0/0 mistura g/animalldia g/animal/dia

100 37± lO be 14,5 O,412 b

SO 41 ± 6 b 12,9 0,427 be

60 43± Sb 10, 1 0,439 '

40 56±7' 7,4 0,475 '

20 27± 13< 2, 1 O,396 b

* a, b, c medidas na mesma coluna com letras diferentes sao significativamente diferentes (P <0,05)

Page 13: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Na fabricac;ao e utilizac;ao de misturas minerais cada vez e mais eviden­te a necessidade de utilizar informac;6es locais ou pelo menos regional sobre a composic;ao mineral das forragens para elaborar misturas diferenciadas que permitam atender de forma mais racional e economica as necessidades mi­nerais de bovinos em pastejo.

As especies forrageiras sao fisiologicamente muito diferentes com rela­Ciao as suas exigencias de nutrientes presentes no solo e a sua capacidade de extrai-Ios e armazena-Ios na planta. De um modo geral as forragens adapta­das para crescer em ambientes tropicais e solos de menor fertilidade apre­sentam baixas concentrac;6es de minerais e, portanto, precisa de suplemen­tos minerais melhor balanceados (qualidade e quantidade). Na Tabela 8 e possivel observar que as forrageiras tropicais, que crescem no centro-oeste do Brasil, apresentam serias limitac;6es com relac;ao as concentrac;6es de P, Na, Zn e Cu quando sao comparados com as exigencias nutricionais do siste­ma australiano (SCARM, 1990). Por outro lado, minerais como Ca, Mg, Co, Fe e Mn estao em concentrac;6es apropriadas para suprir as exigencias e nao precisam ser incorporados nas formulac;6es, a menos que existam lugares com defici€mcias espedficas. 0 uso de misturas que contem minerais que ja estao presentes em quantidades suficientes na dieta dos animais, alem de encarecer a mistura, pod em aumentar 0 risco de produzir inter-relac;6es negativas com outros nutrientes ou minerais.

Tabela 8. Concentrac;:6es de minerais em forragens do centro-oeste do Brasil analisa­das pelo CNPGC (Rosa, 1994; SCARM, 1990).

Mineral N° amostras Concentral;ao Exigencias

Ca (%) 2190 > 0,20 (62,4%) 0, 19 - 0,40

P (%) 1635 <0, 12 (72%) 0,18 - 0,32

Mg (%) 2129 0,05 - 0,18 (80%) 0, 19

Na (%) 1230 <0,10 (100%) 0,08 - 0,12

Zn (ppm) 1444 < 20 (95,6%) 20 -30

Cu (ppm) 2012 < 4 (82%) 7 - 10

Co (ppm) 526 > 0, 10 (82%) 0, 11

Fe (ppm) 2065 > 50 (96%) 40

Mn (ppm) 1779 > 40 (96,5%) 15 - 25

Page 14: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 10. Medias dos consumos de materia seca (CMS,% PV), do tempo de pastejo (fP, min/ dia) e dos ganhos de peso (GPD, g/animal/ dia) de novilhos pastoreando cinco gramineas durante 0 inverno e 0 verao (Euclides, 1995) .

Epoca do ana

Inverno Verao Tipos de gramineas

CMS TP GPO CMS TP GPO

Coloniao 2,16 610 0,089 2,88 520 0,70 I

Tobiatii 1,92 580 0,052 2,77 490 0,617

Tanzania 2, 10 590 0,231 2,83 525 0,732 - - - - --

B. decumbens 1,98 595 0,262 2,65 565 0,547

B. brizantha 2,01 605 0,167 2,76 465 0,625

Na implementac;ao de um programa de suplementac;ao outro aspecto importante a ser considerado e 0 consumo diario de materia seca. As exi­gencias de minerais na dieta foram calculados assumindo um consumo de materia seca entre 2 e 3% do peso vivo. Mas em condic;6es de pastejo, este consumo e variavel e depende de muitos fatores (epoca do ano, disponibili­dade e qualidade das forragens , temperatura ambiente, etc.). Na Tabela II podem ser observadas as concentrac;6es de P (%) na mistura mi neral neces­saria suprir as exigencias de novilhos pesando 250 kg, ganhando peso a uma taxa de 500gldia e com uma exigencia de I I g P/dia. Os dados sobre 0

consumo de materia seca e a concentrac;ao de P nas forragens foram obtidos de Euclides (1995). Alem disso, foi assumido um consumo de mistura mine­rai equivalente a 50 glanimal/dia. Claramente pode ser observado que de­pendendo das especies e da epoca do ana 0 tipo de mistura mineral a ser utilizado pode ser muito diferente.

Milles ( 1999) apresentou recentemente os resultados de um programa de suplementac;ao mineral ajustado para as condic;6es de pastagens naturais nas planicies orientais de Colombia. Basicamente 0 que foi feito neste traba­Iho foi melhorar a formulac;ao dos suplementos minerais existentes, usando informac;ao disponivel sobre as exigencias nutricionais do gada de cria e so­bre 0 conteudo de minerais das pastagens. Como pode ser observado na Tabela 12, 0 ajuste da suplementac;ao mineral permitiu um aumento de 58% na taxa de natalidade, 8% no peso ao desmame e 92% nos kg de terneiro produzidos anualmente por vaca.

Page 15: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 11. Conteudo de f6sforo no suplemento mineral necessario para suprir as exigencias nutricionais de novilhos consumindo Panicum ou Brachiaria em d uas epocas do ano.

Inverno

Especie eMS I Wk:MS I P I %P

% PV wdia mistura

Ponicum 2,1 0,92 4,8 12,4

Brachiaria 1,9 1,00 4,8 12,4

Verao

Ponicum 2,8 1,22 8,5 5,0

Brachiaria 2,7 1, 17 7,9 6,2

Tabela 12. lmpacto da melhoria da nutri<;ao mineral sobre a produ<;ao de gada de cria (Milles, 1999).

Suplemento Taxa natalidade Peso ao desmame Terneiro/vaca/ano mineral (%) (kg) (kg)

NaCI 31 ,5 131 41,26

---

Mistura antiga 61 ,0 167 90,6

-- ---

Mistura nova 96,6 180 173,9

Para concluir, pode ser afirmado que hoje 0 grande desafio na for­mulac;;ao e utilizac;;ao dos suplementos minerais para ruminantes em pastejo e saber utilizar a grande quantidade de informac;;ao disponivel de forma que este processo seja realizado de um forma mais racional e economica. Uma das ferramentas que pode nos ajudar a monitorar e ajustar tais pro­cessos sao denominados Sistemas de Apoio a Tomada de Decis6es (NRC, NUTBAL, GRAZFEED).

Page 16: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

4.5 1:.Iso de quelatos ou cornplexo organicos de rninerais

Os minerais quelados e complexados sao 0 resultado de processos in­dustriais que unem um ou mais metais a uma ou mais moleculas organicas (aminoacidos, proteinas parcial mente hidrolizadas ou polissacarideos) . A jus­tificativa para sua utilizac;ao e que estes tipos de minerais tem maior solubi­lidade, estabilidade e biodisponibilidade com relac;ao a fontes inorganicas de minerais, principalmente de microminerais. Excelentes revis6es sobre a impor­tancia do quelatos e complexo organico de minerais na nutric;ao de ruminantes estao a disposic;ao na literatura. (Lanc;as, 1996; Langwinski e Ospina, 200 I).

De acordo com Ammerman e Henry (1999) a Associac;ao americana de Funcionarios do Controle de Rac;6es (AFFCO) define os seguintes comple­xos organicos de minerais: quelato metal-aminoacido, complexo metal ­aminoacido, complexo metal-aminoacido especifico, protei nato de metal e complexo metal-polissacarideo. Todos estes compostos estao caracterizados quimicamente, entretanto faltam ainda tecnicas simples de facil aplicac;ao para verificar a especificac;ao e 0 grau de uniao dos componentes organicos.

A quelac;ao pode ser definida como um processo especial de complexac;ao entre um ion metalico e um agente quelante, onde este ultimo deve conter pelo menos dois grupos funcionais (oxigenio, nitrogenio, f6sforo e enxofre) que sejam capazes de doar um par de eletrons para ligarem-se covalentemente com um metal. Tambem deve formar uma estrutura de anel heterociclico com 0 metal (Kratzer & Vohra, 1986, citados por Spears, 1996). Varias mo­leculas organicas podem ser usadas como agentes quelantes: aminoacidos, proteinas e polissacarideos. A complexac;ao e um fenomeno de natureza bioquimica que esta presente em praticamente todos os seres vivos. Nas plantas, por exemplo, os fitatos sao um complexo formado entre 0 acido fitico, alguns aminoacidos, f6sforo, cobre, zinco e outros ions bivalentes. Uma das justificativas para utilizar minerais complexados ou quelatados e que, como isto acontece na natureza, eles sao absorvidos por vias metab61i­cas diferenciadas (como aminoacido, dipeptideo ou carboidratos) e uma vez no sistema circulat6rio sao absorvidos com mais facilidade devido a facilidade com que se unem as proteinas de transporte. Alem disso, eles alcanc;am 0

6rgao alvo devido a identificac;ao por receptores especificos que existem no trato digestivo e na corrente sanguinea (Malleto, 1997). Este processo de absorc;ao e transporte diferenciado e vantajoso quando as moleculas sao ab­sorvidas ja formadas, evitando ciclos futeis e gastos energeticos desnecessa­rios. No organismo animal existem substancias como a hemoglobina, os glicosaminoglicanos, as glicoproteinas e as metaloenzimas que trabalham em conjunto, incluindo metais, aminoacidos, peptideos e carboidratos. Porem ainda nao foi demonstrado qual e 0 mecanisme responsavel pela absorc;ao, identificac;ao e uso dos minerais complexados fornecidos aos animais.

Page 17: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Os resultados com 0 uso dos complexos organicos de minerais foram contraditorios devido, em parte, a que um grande numero de produtos comercializados como minerais organicos sao simples minerais na forma ianica. Marrom & Zeringue (1994) avaliaram 15 produtos comerciais de minerais quelatados e complexados com relat;ao a solubilidade dos metais a concen­trat;oes de 0,125, 0,25, 0,5, 2,5 e 12,5 mg/ml em meios tamponados com pH de 5 e 2. Tambem avaliaram a relat;ao ffsica entre os metais soluveis e os aminoacidos ou material proteico presente no filtrado, por meio da tecnica de cromatografia em gel. Estes autores encontraram que praticamente todos os produtos comerciais apresentaram alta solubilidade e que os minerais solubilizados aparentemente nao estavam quelatados. Atualmente estao sendo utilizados tes­tes preliminares e rapidos tais como verificar a relat;ao metal!protefna no produto comercial e na parte soluvel e insoluvel em agua (Leach & Paton 1997).

Os complexos organicos de minerais mais usados sao: zinco-lisina, manganes-metionina, ferro-metionina, cobre-lisina e zinco-metionina, sen­do este ultimo 0 mais estudado de todos. Alguns trabalhos mostraram que apesar da port;ao metionina ser pouco degradada no rumen (Heinrichs & Conrad, 1983) a concentrat;ao de zinco no rumen de novilhos recebendo este complexo foi maior que no rumen de novilhos recebendo oxido ou sulfato de Zn (Ward et al., I 992).e sugerem que 0 complexo Zn-metionina seja pouco afetado pelos microorganismos do rumen, evitando a format;ao de complexos insoluveis com partfculas do al imento (Spears, 1996).

Alguns trabalhos mostraram que 0 usa de Zn-metionina aumenta signi­ficativamente a biodisponibilidade e retent;ao aparente de Zn, como conse­qliencia da diminuit;ao na excret;ao fecal e urinaria, como tambem causa diferent;as na dinamica do Zn no plasma sanguineo (Spears, 1989) sugerindo que as duas fontes de Zn sao metabolizadas de forma diferente (Tabela 13).

Tabela 13. Comparac;ao entre duas fontes de Zinco com relac;ao a excrec;ao e retenc;ao no organismo (Spears, 1989) .

Parametros Oxido de Zinco I Zinco-Metionina

Consumo. mgldia 19,7 18,9

Excre~ao fecal , mgldia 12,7 " 11 ,9 b

Excre~ao urimiria, mgldia 5,4 3,0

Absorc;ao aparente, % 35,4 36,5

Retenc;ao, mgldia 1,6 " 4,4 b

Page 18: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Alguns autores sugeriram que misturas de minerais (Zn, Mn, Cu ou Co) na forma complexada com amino.icidos podem estimular 0 consumo de al i­mento e 0 crescimento durante 0 periodo inicial de stress de novilhos em termina~ao (Ward et 01., 1992) ou aumentar 0 peso de terneiros desmama­dos (Spears e Keagley, 1991).

Poore et 01. (1995) utilizaram 84 terneiros durante 126 dias para avaliar o efeito da inclusao de Zn-metionina na dieta e, apesar do ganho de peso nao ter sido afetado pelo usc da fonte organica de Zn, a avalia~ao economica favoreceu seu uso (Tabela 14).

Tabela 14. Desempenho, consumo de sal mineral e analise economic a da utiliza­<;3.0 de zinco-metionina (Zn-met) e um grupo controle (adaptado de Poore, et al., 1995).

Item Controle Zn-Met

Custo do mineral, US$/kg 0,45 0,55

Consumo de mineral, gfdia 77, 13 78,68

Custo do mineral, US$/cabec;a 4,41 5,42

Ganho de peso total, kgfeabec;a 81 ,27 87,09

Ganho de media diaria, kgfdia 1,42 1,52 -

Luero, US$ - 5,29

Em condi~6es de pastejo e comum encontrar situa~6es onde 0 excesso de Mo e a presen~a de S cria uma deficiencia induzida de Cu, pel a forma~ao de um composto insoluvel denominado tiomolibdato de Cu. Com oobjetivo de avaliar a forma~ao deste complexo insoluvel, Ward et 01., (1996) suplementaram novilhas com varias fontes de Cu (carbonato, proteinato e sulfato) e verificaram sua biodisponibilidade (nlveis plasmaticos e hepaticos de Cu) em dietas com nlveis de Mo alto (suplementa~ao de 5 ppm). as auto res mostraram diferentemente do que fazem as fontes inorganicas de Cu, 0 usc de uma fonte organica nao diminui os nlveis plasmaticos e hepati­cos (Tabela 15). as mesmos resultados foram achados por Kincaid et 01. (1986) trabalhando com terneiros em crescimento e forragens ricas em molibdenio (3 , I ppm) e abaixaem cobre (2,8 ppm) .

Page 19: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 15. Niveis plasmaticos e hepaticos de cabre em novilhas alimentadas com cliversas fantes de cobre e suplementadas ou nao com molibderuo (Ward et al., 1996).

Tratamentos Controle Proteinato A

Plasma, ppm

DiaO 0,88 0,93 0,82 0,76

Dia 21 0,40 0,61 0,70 0,80

Figado, ppm

Inidal 35 ,98 66,21 90,67 42,50 --- - - - --

Final 22,79 27,18 20,09 44,17

Outra forma de mineral organico disponivel e a denominada metal-Ie­vedura desidratada que consiste em um produto seco composto de levedura de um genero nao modificado de Saccharomyces e 0 meio no qual cresceu. Os exemplos mais importantes deste tipo de minerais sao selenio-Ievedura e cromo-Ievedura.

Em ruminantes, as fontes organicas de selenio apresentam maior absor­~ao e biodisponibilidade que as fontes inorganicas (Pehrson et 0/., 1989), e as melhores respostas foram obtidas com vacas de leite em term os de consumo e conteudo de celulas somaticas (Gemiqueen et 0/., 1998).

o cromo e niquel sao do is minerais considerados como microelementos novos devido a que sua essencialidade foi demonstrada experimental mente e, apesar de que deficiencias espedficas ainda nao foram observadas nos animais domesticos, estes minerais estao sendo incorporados em misturas minerais.

A fun~ao principal do Cr e potencializar a a~ao da insulina atraves de sua presen~a em um composto denominado fator de tolerancia a glicose (FGT -Factor Glucose Tolerance). Alem disto, estimula a conversao de tiroxina em uma forma mais ativa, a triiodotironina, que estimula 0 metabolismo em geral (Burton, 1995). A maioria dos resultados positivos da suplementa~ao com Cr foi encontrada na presen~a de fatores estressantes. Yang et 0/. (I 996) encontraram aumentos entre 7 e 13% na produ~ao de leite de vacas de primeiro parto no inicio da lacta~o quando comparadas as nao suplementadas. Chang & Mowat (1992) concluiram que a suplementa~ao de 0,4 ppm de cromo-Ievedura aumentou em 30% 0 ganho de peso (0,61 vs. 0,79 kg/dia) em terneiros estressados. Apesar dos resultados destes autores, Lopes e

Page 20: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 17. Coeficientes de digestibilidade da MS, MO, FD N, FDA e da hemicelulose (Ospina, et aI., 2000) .

0/0 carboquelatos Digestibilidade

0 10 15 20

MO(%) 61,40 64,87 62,04 60,22

FDN (%) 62,47 65,94 63,60 62,34

FDA(%) 55 ,83 58,33 57,65 55,98

Hemicelulose (%) 72,08 77,16 72,05 71 ,84

Para comprovar esta hipotese, Langwinski et al. (200 I) fizeram um tra­balho com terneiros Hereford, pesando em media 80 kg, desmamados pre­cocemente e alimentados com feno de coast-cross de baixa qualidade e dois niveis (1,0 e 1,5% PV) de um suplemento proteico (21 % PC). Os autores detectaram que 0 uso de 10% de carboquelatos na mistura mineral aumen­tou 0 consumo de feno e de MO digestivel (Tabela 18).

Tabela 18. Medias ajustadas do consumo de materia seca (MS) de feno, de materia org.1nica (M0), fibra detergente neutra (FDN), fibra detergente acida (FDA) e hemicelulose (Hem) digestiveis para dois tipos de sal mineralizado (Langwinski et aI., 2001).

Consumo (kg/dia) Sem CQLT Com CQLT

MS de Feno * 1,33 1,55

MO digestive I ** 1,29 1,42

FDN digestivel *** 0,70 0,80 --

FDA digestivel**** 0,26 0,31

*: P<0,05; **: P<O,l; ***: P=0,14; ****: P=0,12

Em outro trabalho, os terneiros Hereford foram alimentados com feno de Coast cross ad libitum, 0,75% do peso vivo com casca de soja e mistura mineral com quatro niveis de carboquelatos (0, 10,20 e 30%). Foi detecta­do que niveis de incorporac;ao de carboquelatos entre 10 e 20% na mistura mineral tenderam a aumentar a digestibilidade da fibra (FDN) e 0 consumo

Page 21: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

de materia organica digestivel (CMOD). Estas respostas podem ser explicadas pelo estimulo dos carboquelatos a atividade fermentativa do rumen.

Tabela 19. Medias dos coeficientes de digestibilidade da fibra detergente neutra (CDFDN) e da materia orginica (CDMO) e consumo de materia organica digestivel (CMOD) para quatro niveis de carboquelatos na rnistura mineral (Langwinski et al., 2001 b).

Niveis de COFON (%) I COMO (%) I CMOO (g/utm) CQLT(%)

0 70,33 65,14 46,99

10 72,47 67,06 48,39

20 71,54 65,73 48,94

30 70,58 65,40 49,19

EPE 0,74 0,65 1,40

EPE. Erro padrao da estimativa; 1. P<0,2.

Neste ultimo trabalho tambem foi avaliado a abson;ao aparente de f6s­foro, nitrogenio, cobre e zinco. Com 0 usa de 10% de carboquelatos na mistura mineral houve um aumento na abson;;ao aparente de N, Cu e Zn (Tabela 20). Nao foi detectada diferenc;;a em relac;;ao a absorc;;ao aparente do P, 0 que contrasta com as reduc;;6es de aproximadamente 20% na excrec;;ao fecal detectadas quando foram utilizados carboquelatos em dietas com ele­vadas proporc;6es de concentrado (Langwinski e Ospina, 200 I).

Tabela 20. Nfveis de carboquelatos na mistura.

CQLT (%) Minel'ais

0 10 20 30

N(%)' 65.15b 68.89' 67,76' 67.53,b

P (%) 48,50 48,15 48,10 55,60

eu (%) I -26,39c 6,25' -9,29b -8,96b

Zn (%) I 3,66b 16,35' IO,83,b I 1,48,b

1 Medias seguidas por letras diferentes na mesma linha sao diferentes (p< 0,05) .

Page 22: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Ospina (200 I ; comunicac;;ao pessoal) usando dados de produc;;ao de gas de forragens com qualidades contrastantes (degradabilidade in vitro do MS 42,68, 58,03 e 73,95 para feno de pastagem nativa, Brachiaria e Lolium, res­pectivamente) eo modele logistico de dois compartimentos proposto por Schofield et al.( 1994) mostrou que a incorporac;;ao de carboquelatos aumen­tou a produc;;ao de gas da frac;;ao de lenta degradac;;ao (Tabela 21).

I

Tabela 21. Efeito do nivel de carboquelatos (CQLT) na mistura mineral sobre 0

volume de gas p rod uzido pela fermenta<;:ao da fra<;:ao de lenta degradabilidade (mL/ g de MS) (Ospina, 2001. Comunica<;:ao pessoal).

Tratamento P. Nativa Brachiaria Lolium

Sal mineralizado sem CQLT 90,68 107, 17 77,83 -- -

Sal mineralizado + 10% CQLT 94,76 110,43 77,72

Sal mineralizado + 15% CQLT 94,04 108,72 79,64

Sal mineralizado + 20% CQLT 86,91 109,97 77,66

Estes resultados sugerem que os carboquelatos tern seu maior efeito sobre a flora microbiana que degrada compostos tais como celulose e hemicelulose. Esta maior produc;;ao de gas e 0 resultado da atividade fermentativa de grupos de microorganismos ruminais que precisam de perio­dos de tempo maiores para alcanc;;ar sua atividade plena e durante 0 qual tem que dispor de niveis apropriados de nutrientes importantes como N e fosfo­roo Isto pode ajudar a explicar os dados encontrados em alguns trabalhos nos quais se observa urna diminuic;;ao marcada na concentrac;;ao ruminal de amonia (Formigone, 2000) e uma excrec;;ao de nitrogenio menor quando os carboquelatos sao utilizados.

Na tecnica de produc;;ao de gas acumulada 0 fator de partic;;ao aparente e um valor que relaciona a degradabilidade aparente da MS com a produc;;ao acumulada de gas. Este valor foi proposto como um parametro mais adequa­do para avaliar forragens ou estrategias nutricionais. Quando a degradabilidade de uma forragem esta relacionado com a produc;;ao de gas, nos devemos optar por aquela que resulte em maior degradabilidade da MS com a produ­c;;ao menor de gas, porque isto e de uma digestibilidade maior. Na Tabela 22 pode-se observar que 0 aumento do nivel de carboquelatos melhora 0 fator de partic;;ao aparente, principalmente nas forragens de men or qualidade.

Page 23: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Tabela 22. Efeito do nivel de carboquelatos na mistura mineral sobre 0 fator de parti<;ao aparente (Jlg/ mL) (Ospina, 2001. Comunica<;ao pessoal).

Tratamento P. Nativa Brachiaria Lolium

Sal mineralizado 3,94 4, 11 4,62

Sal mineralizado + 10% CQLT 3,60 4,04 4,65

Sal mineralizado + 15% CQLT 3,93 4,08 4,83

Sal mineralizado + 20% CQL T 4,27 3,92 4,69 ~

Embora ainda falta muito a saber sobre os complexos organicos de mi­nerais (seletividade dos agentes quelantes, tipo, quantidade, res posta nas diversas especies e categorias de animais), a pressao por sistemas de produ­~ao de ruminantes em pastejo mais eficiente e com baixo impacto ambiental estimularao os estudos nesta area. Com este tipo de minerais e possfvel diminuir a concentra~ao de minerais na dieta, mas e necessario que seja precedido de uma analise da rela~ao custo:beneffcio.

4.6 Uso de misturas multiplas

As misturas multiplas, tambem conhecidas como sais proteinados ou energeticos, sao suplementos que surgiram no Brasil na decada de 80 e hoje sao considerados como um dos responsaveis pelo grande crescimento da pecuaria de corte neste pafs. Na regiao central do Brasil onde os sais proteinados surgiram, ocorre uma diminui~ao acentuada na disponibilidade e qualidade da forragem durante 0 inverno seco, ocasionando baixo desempe­nho produtivo e reprodutivo dos animais.

Basicamente estes sais proteinados sao compostos por uma fonte de nitrogenio nao proteico (ureia) , uma fonte de protefna verdadeira (farelo de trigo, de milho, arroz, etc.), uma fonte de carboidratos soluveis (milho, sorgo, etc.), um regulador de consumo (NaCI: 15-30%) e uma mistura mineral. Este tipo composto esta projetado para permitir consumos entre 0, 1 e 0,2% do peso vivo e ganhos de peso entre 200 e 300 gramas/animal/dia.

Os melhores resultados bioeconomicos com sais proteinados foram en­contrados em situa~6es onde os pastos apresentam boa disponibilidade (2000 a 2500 kg MS/ha), baixos nfveis de protefna « 7% PB) e altos nfveis de fibra (> 70% FDN) (Lopes et 01., 1999; Zanetti et 01., 2000) .

Page 24: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

Os resultados encontrados com 0 uso de sais proteinados durante 0

periodo seco acontecem devido a melhor disponibilidade ruminal de nutrien­tes que estao limitando 0 consumo e a digestibilidade das forragens (nitrogenio e minerais) . Deste modo e possivel estimular a fermentac;ao ruminal e au­mentar 0 potencial de oferta de energia e protefna para 0 animal, pelo maior f1uxo de nutrientes ao intestino.

Apesar de atualmente existir um grande numero de sais proteinados disponiveis no mercado, muitos deles estao sendo formulados de um modo empirico sem considerar a relac;ao entre os nutrientes contidos nas forragens e a variac;ao estacional. Alem disso, falta realizar mais trabalhos para avaliar 0

consumo, a res posta animal e a rentabilidade destes tipos de suplementos.

Sem duvidas, 0 uso de misturas multiplas e uma tecnologia que pode ser uma ferramenta de manipulac;ao nutricional de muito valor para a produc;ao de carne a pasto em sistemas mais eficiente. Algumas projec;6es consideram que as misturas multiplas sao os sais mineralizados do futuro.

Referencias

AFRC, Agricultural and Food Research Council. Technical Committee on Responses to Nutrients: a Repprocisal of the calcium and phosphorus requirements of sheep and cattle. Nutrition Abstract and Reviews. Series B: Livestock Feed and Feeding. Vol. 61. N. 9. p. 573-612. 1991.

AMMERMAN, C.B. ; HENRY, P.R. Biodisponibilidade de fontes suplementares de minerais para ruminantes em pastejo. In: Barcellos,J.O.j. ; Ospina, H.; Prates, E.R. (Eds). Suplementac;ao mineral de bovinos de corte. Porto Alegre: Edi­tora da UFRGS, 1999. p. 61-80.

BARCELLOS, J.O.J. 0 popel do f6sforo na nutri~Qo de bovinos de corte. In: Diaz Gonzalez, Felix H., Ospina, H., Barcellos, J.O.J. (Eds). Nutric;ao Mineral em Ruminantes. 2. Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998. p. 23-72.

BARCELLOS, J.OJ.; OSPINA, H.; PRATES, E.R. Suplementa~Qo mineral de ruminantes nos campos nativos do RS: uma abordagem aplicada a pecuaria de corte. In:Barcellos, J.O.J. ; Ospina, H. ; Prates, E.R. (Eds.). Suplementac;ao Mineral de Bovinos de Corte, Ed. UFRGS, Porto Alegre, RS- Brasil, p. 2000.

BROWN, T.F.; ZERINGUE, L.K. Laboratory evaluations of solubility and structural integrity of complexed and chelated trace mineral supplements. Journal Dairy Sci . 77: 181-189, 1994.

CHANG, x.; MOWAT, D.N. Supplemental chromium for stressed and growing feeder calves, J. Anim. Sci., 70:559, 1992.

Page 25: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

COPPOCK, C.E.; EVERETT, R.W. ; BELYEA, R.L. Effect of low calcium or low phosphorus diets on free choice consumption of dicalcium phosphate by lactating dairy cows. Journal Dairy Sci. 59: 571 . 1976.

DURAND, M.; KAWASHIMA, R. Influence of minerals in rumen microbial digestion. In: Ruckebusch, Y; Thivend, P. (Eds.) Digestive Physiology and Metiliolism in Ruminants. MTP PRESS, LANCASTER, UK. PP. 375-408. 1980.

EUCLIDES, Y.P.B. Valor aliment/cio de especies forrageiras do genero Panicum. In: Peixoto, A M.; Moura, J. c.; Faria, Y.P. (Eds). Anais do 12 0 Simp6sio sobre Manejo de Pastagens. FEALQ: Piracicaba. p. 245-273. 1995.

FIELD, AC. ; SUTTLE, N.F.; NISBET, D.1. Effect of diets low in calcium and phosphorus on the development of growing lamb. J. Agric. Sci., Camb., 85 : 435-442. 1975.

FORMIGONE, S. et al., Valutazione degli effeti del sugarph6s sulle fermentazioni ruminali: osservazioni in vitro - Universita di Bologna, Italia. 2000.

GARCIA, O . S. Minerais organicos - um avan~o na nutri~iio animal. In: Diaz Gonzalez, F.H ., Ospina, H., Barcellos, J.O.J. (Eds). Nutric;;ao mineral em ru­minantes. 2. Ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1998. p. 133-148.

GRACE, N .D . The mineral requirements of grazing ruminants. New Zealand Society of Animal Production. Occasional Publication n. 9. 150p. 1983.

HEINRICHS, AJ. ; CONRAD, H.R. Rumen solubility and breakdown of metal proteinate compounds. J Dairy Sci, 66 (Supl. I): 147. 1983.

KEGLEY, E.B. ; GALLOWAY, D.L.; FAKLER, T.M. Effect of dietary chromium­L-methionine on glucose metabolism of beef steers. J. Anim. Sci. 78: 3177-3183,2000.

KOMISARCZUK-BONY, S. ; DURAND, M. Effects of minerals on microbial metabolism. In: Jouany, J.P. (Ed.) Rumen microbial metabolism and ruminant digestion. INRA, Paris. p. 179-197. 1991.

KOMISARCZUK-BONY, S.; MERRY, R.J.; MCALLAN, B. Effect of different levels of phosphorus on rumen microbial fermentation and synthesis determined using a continuos culture technique. British Journal of Nutrition 57: 279-290. 1987.

LANGWINSKI , D .; OSPINA, H . Efeito da inc/usiio de quatro niveis de carboquelatos no sal mineralizado sobre 0 con sumo, a digestibi/idade e a absor~iio aparente de alguns minerais em bezerros. Dissertac;;ao de Mestrado, UFRGS. Porto Alegre, Brasil. 200 I .

LANGWINSKI, D ., OSPINA, H ., SILVEIRA, A.L.F., SILVA, N .L.Q., CAVALCA, M., KNORR, M. 0 Efeito de dois niveis de suplementa~iio e da inc/usiio de carboquelatos em misturas minerais sobre 0 consumo de nutrientes digestiveis de bezerros desmamados precocemente. Trabalho ace ito para

Page 26: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

apresentac;ao e publicac;ao na reunion da associacion latino americana de produccion animal. 17. Cuba. Anais ... (Trabalho ace ito para apresentac;ao e publicac;ao). 200 I a.

LANGWINSKI. D .. OSPINA, H .• SILVEIRA. AL.F.. CAVALCA. M .. KNORR, M. Quatro nlveis de inclusCio de carboquelatos em uma mistura mineral e seus reflexos sobre 0 con sumo de materia orgonica digestlvel em bezerros desmamados precoce­mente. reunion da associacion latino americana de produccion animal. 17. Cuba. Anais ... (Trabalho aceito para apresentac;ao e publicac;ao). 200 I b.

LANGWINSKI, D., OSPINA, H., KNORR, M. 0 Efeito de dois nlveis de suplementa~Cio e da inclusCio de carboquelatos em misturas minerais sobre a excre~Cio fecal de f6sforo . nitrogenio. cobre e zinco. Reunion da Associacion Latino Americana de Produccion Animal , 17. Cuba. Anais. (Trabalho ace ito para apresentac;ao e publicac;ao). 200 I c.

LEACH, G.A.; PATON, R.S. Chelated mineral analysis techniques evaluated. Feedstuffs, 1997.

LEE , J.; MASTERS, D.G.; WHITE, c.L.; GRACE, N .D.; JUDSON , G.J. Current issues in trace element nutrition of grazing livestock in Australia and New Zealand. Aust. J. Agric. Res. SO: 1341 - 1364, 1999.

LITTLE, D.A. Observations on the phosphorus requirements of cattle for growth. Research in Veterinary Science. 28: 258-260. 1980.

LOPES, H.O .S.; LEITE, G.G.; PEREIRA, E.A.; PEREIRA, G.; SOARES, Wv. Suplementa~Cio de bovinos con misturas multiplas em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu no periodo da seca. Pasturas Tropicales 21 : 54-58.

LOPES, H.O .S.; TORNICH, T.R. Avan~os recentes na nutri~Cio mineral de bovinos. In: Mattos, WR.S. (Ed). A produc;ao animal na vi sao dos brasileiros. Piracicaba: FEALQ, p. 205-234. 200 I.

MACEDO, M.C.M., EUCLIDES, V.P.B., OLIVEIRA, M.P. Seasonal changes in chemical composition of cultivated tropical in the savannas of Brazil. In: International Grassland Congress, 17. 1993. Palmerston North. Proceedings ... Palmerston North: New Zealand Grassland Association. 1993. p. 2000-2002.

MALLETO, S. Organic compound of minerals in chttle feeding. In: Pereira, J. C. (Ed.) Simposio Internacional sobre exigencias nutricionais de ruminantes. Vic;osa: JARD. p. 177- 191 . 1995.

MILLES, H.W Beneficios de la suplementaci6n de minerals para Ganado vacuno en los llanos de Colombia, Sur America. Memorias de la Conferencia Internacional sobre Ganaderiaen los Tr6picos. Universidad de Florida. Gainnesville. pp. 5 I-56. 1999.

MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. Academic Press Inc. 483p. 1990.

MOWAT, D.N. 1996. Feed organic chromium in receiving and preslaughter diets. Proc. Purina Cattle Conf., Verona Agr. Fair. Verona, Italy. March.

Page 27: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

NRC, NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of beef cattle. 7th Ed . National Academy Press, Washington, D.C. 1996.

NRC, NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of dairy cattle. 7th Ed. National Academy Press, Washington, D.C. , 200 I.

ORTOLANI, E.L. The mineral consumption and weight gain of grazing steers feed mineral supplements with different sodium contents and physical forms . Ciencia Rural. Vol 29 n °4: 711-716 , 1999.

OSPINA, H. ; BARCELLOS, j.0.J.; FREITAS, S.P.G. 0 mo/ibdenio e sua rela­trOO com a deflciencia de cobre. In: Gonzales, F.D.; Ospina, H.; Barcelloos, j.O.J. (Eds.) Nutric;ao mineral em ruminantes. UFRGS, Porto Alegre. Pp. 149-167. 1998.

OSPINA, H.; PRATES, E.R. ; BARCELLOS, J.O.J. A Suplementatroo mineral e o desafio de otimizar 0 ambiente ruminal para digestoo de fibra . In: Barcellos, j.O.J., Ospina, H., Prates, E.R. (Eds). Suplementac;ao mineral de bovinos de corte. Porto Alegre: UFRGS, p. 37-60. 1999.

OSPINA, H. ; FREITAS, S.P.G .; MUHLBACH, P.R.F.; PRATES, E.R.; BARCELLOS, J.O .J.; PAVONI , T ; CHAVES, L. Efeito de quatro nlveis de carboquelatos sobre 0 consumo e digestibilidade de feno de baixa qualidade em bezerros. Anais da XXXVII Reuniao Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Vic;osa, 2000.

OSPINA, H.Resultado sobre a avaliatroo da utilizatr00 de carboaminofosfoquelatos em ensaios de digestibilidade. Comunicac;ao Pessoal. 200 I .

POORE , M.H ., ALLISON , B.C., MCCRAW, R.L., SPEARS , J.W Zinc methionine in a mineral supplement for summer stocker calves, In: 1995 Annual Report, Departament of Animal Science, North Carolina State University. 1995.

ROSAI.V Suplementaci6n mineral de bovinos sob pastejo. Anais Simposio C.B.N.A, Campinas-SP. p. 213-243. 1994.

SCARM, Studing Commitee on Agricultural and Resource Management. Ruminants Subcommittee. Feeding Standards for Australia Livestock. Ruminants. CSIRO Australia. 266p. 1990.

SE N G E R, C. C. D. Compositroo mineral das pastagens naturais em diferentes solos e epocas do ana no Rio Grande do Sui. Dissertac;ao de Mestrado.UFSM. Brasil.

SPEARS, J.W Organic trace minerals in ruminant nutrition. Animal Feed Science and Technology, 58: 151-163, 1996.

SPEARS, J.W Reevaluation of the metabolic essentiality of the minerals - Review. Asian-Aus. J. Anim. Sci . Vol. 12, n. 6, p. 1002-1008 .. 1999.

SPEARS, J.W Zinc methionine for ruminants: relative bioavailability of zinc in lambs and effects of growth and performance of growing heifers. J. Anim. Sci . 67: 835-843, 1989.

Page 28: N ovos conceitos em suplementa~ao mineral de bovinos a pasto · mineral de bovinos a pasto Harold Ospina' Fdbio Schuler Medeiros" Diego LangllJinski" ... ganhando eficiencia e os

THEILER, AG.; GREEN, H.H.; Du Toit, D.j. Phosphorus in the livestock industry. j . Dep. Agr. Union. South Africa, v. 8, p. 460. 1924.

TKERNOUTH, J.H.; BORTOLUSSI, G.; GOATES, ~.B.; HENDRICKSEN, R.E.; MCLEAN, R.W The phosphorus requirements of growing cattle consuming forage diet. journal of Agricultural Science, Cambridge. 126: 503-510. 1996.

UNDERWOOS, E.j., SUTTLE, N .F. The mineral nutrition of livestock. 3rd

Edition. CABI, Wallingford. 614p. 1999.

VERAS, AS.C.; FILHO, S.c.v.; SILVA, J.F.c.; PAULINO, M.F.; CECON, P.R.; VALADARES, R.F.D.; FERREIRA, M.A.; PAULINO, P.Y.R.; ROCHA, c.Y. Composic;iio corporal e requisitos /iquidos e dieteticos de macroelementos mine­rais de bovinos Ne/ore niio-castrados. Rev. Bras. Zootec., 30(3): 1106-1 I I . 200 I . (suplemento I).

WARD, J.D.; SPEARS, j.W; KEGLEY, E.B. Bioavailability of copper proteinate and copper carbonate relative to copper sulfate in cattle. j Dairy Sci, 79: 127-132,1996.

W,fRD,j.D.; SPEARS, j .W; KEGLEY, E.B. Effect of trace mineral source on mineral metabolism, performance and immune response in stressed cattle . j. Anim. Sci, 70 (Supl. I): 300, 1992.

WEMKEN, R.W; HARMON, R.j.; TRAMMELL, S. Selenium for Dairy cattle: a role for organic selenium. In: Biotechnology in the Feed Industry - Proceedings of Alltech's 14th. Annual Symposium. Nottingham: Nottingham University Press, 1998.

YANG, WZ., MOWAT, D .N., SUBIYATNO, A, LlPTRAp, R. Effects of chromium supplementation on early lactation performance of Holstein cows. Canadium journal of Animal Science. v. 76. N. 2. p. 221-230. 1996.

ZANETTI, M.A., RESENDE, j.M.L., SCHALCH, F., MIOTTO. Desempenho de novilhos consumindo suplemento mineral protein ado convencional ou com ureia. Rev. Bras. Zootec., 29(3): 935-939. 2000.