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1 Revista de bordo | Governo do Rio Grande do Sul Ano 1 | número 1 | fevereiro 2014 O texto, o traço e outras paixões Luis Fernando Verissimo

Na Janela - 1ª Edição

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Na Janela é uma iniciativa do Governo do Estado que acompanha quem se desloca de ônibus pelos municípios do Rio Grande do Sul. A revista busca contar histórias de gente com entrevistas, mátérias sobre o que movimenta a economia e gera desenvolvimento, o registro de pessoas que estão em viagem, um olhar fotográfico, atrações culturais, serviços e programas sociais, locais para conhecer o traço e o texto dos nossos cartinistas e cronistas, entre outras coisas.

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Revista de bordo | Governo do Rio Grande do Sul

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O texto, o traço e outras paixões

Luis Fernando Verissimo

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SUMÁRIO

4 BOA LEITURA Quem gosta de ter um ponto de vista privilegiado não abre mão de sentar “na janela”

5 CURTAS Uma leitura rápida de assuntos que você precisa saber 6 NA RODOVIÁRIA Destinos e razões que

movem os viajantes gaúchos

CONVERSA DE BORDO Luis Fernando Verissimo fala sobre trabalho, viagens, música e o Brasil

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12 HISTÓRIA DA GENTE

Auro Kich deixou Teutônia, tentou a vida em Lajeado e hoje cultiva 18 hectares em Porto Alegre

18 PAUSA NO OLHAR

O Farol da Solidão, em Mostardas, retratado por Claudio Fachel

ACONTECE AQUI

Oferta abundante de empregos em cidades de médio porte evita êxodo de jovens e estimu-la formação de mão de obra quali�icada

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30 NA TVE

Conheça destaques da programação de fevereiro do canal público

20 NA REGIÃO

Na Grande Porto Alegre, a produção de arroz orgânico sustenta famílias de assentados e agrega qualidade à merenda escolar

32 PARA CONHECER

Memória e natureza são as apostas de Rio Grande para o turismo

34 EM CARTAZ

Música, teatro, fotogra�ia e outras atrações da agenda cultural

36 BOM HUMOR E PROSA NA ESTRADA

Produções do chargista Santiago e do escritor Caio Fernando Abreu

38 SERVIÇO

Programas e bene�ícios para o cidadão

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BOA LEITURA

Este é o primeiríssimo número da revista Na Janela, uma iniciativa do Governo do Estado que acompanha com quem se desloca de ônibus pelos municípios do Rio Grande do Sul.

A inspiração do nome vem de uma preferência da maioria dos viajantes. Ao comprar a passagem, quem gosta de ter um ponto de vista privilegiado não abre mão de se sentar “na janela”.

Esse é o espírito da revista. Confortavelmente instalado em sua poltrona, você vai conhecer mais um pouco da nossa terra.

Histórias da gente, entrevistas, matérias sobre o que movimenta a economia e gera desenvolvimento, o registro de pessoas que estão em viagem, um olhar fotográ�ico, atrações culturais, serviços e programas sociais, locais para conhecer, o traço e o texto dos nossos cartunistas e cronistas, entre outras coisas.

E tem mais: Na Janela não acaba na última página. Você também pode navegar pelas redes sociais.

Boa viagem. Na estrada e na leitura.

Bem-vindo a bordo

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O Rio Grande na Copa

CURTAS

E tenho dito

“Entre todas as parcerias que possuímos, em

nenhuma temos o êxito que estamos

tendo com o Pronatec”

José Carlos Pereira, dirigente da Transportes

Aéreos Portugueses (TAP), elogiando o programa federal. O Rio Grande do Sul foi o estado que

mais qualificou pessoas no País.

Um negócio para chamar de seu

O sonho de abrir uma peque-na empresa se transformou em realidade para os 43 mil em-preendedores que acessaram �inanciamentos do Programa Gaúcho de Microcrédito. Já fo-ram investidos mais de R$ 260 milhões em empreendimentos populares vinculados à econo-mia solidária e à agricultura familiar. O programa também foi estendido às famílias dos servidores da Brigada Militar e destinará R$ 20 milhões para �inanciar pequenos negócios, garantindo uma renda extra às famílias de brigadianos.

Desde o anúncio de que Viamão será o Centro de Treina-mentos do Equador na Copa 2014 o município entrou no ro-teiro da imprensa internacional. No início de fevereiro, uma equipe da televisão equatoriana incluiu o município em seu roteiro pelo Brasil. Além de conhecer as instalações do ho-tel Vila Ventura (foto), onde estarão hospedados jogadores e equipe técnica, os jornalistas irão a São Paulo e Rio de Janeiro acompanhar as obras da Copa.

• Aliás, tem um nome di�ícil, mas será de grande uti-lidade para o Mundial o novo equipamento das forças de segurança do Estado. O image-ador térmico identi�ica corpos através do calor: criminosos em fuga poderão ser localizados mesmo em locais sem ilumina-ção e a longas distâncias.

Alô, estudantada!

Quem mora em uma cida-de e estuda em outra já pode solicitar o passe livre estudan-til. Na Região Metropolitana e aglomerados urbanos o bene-�ício será integral. Nas outras regiões, o Governo garante um subsídio ao pagamento da passagem. Informe-se sobre o assunto na prefeitura de sua cidade, no grêmio estudantil ou no diretório acadêmico da sua instituição de ensino. Mas aten-ção: só tem direito ao bene�ício estudantes com renda per capi-ta de 1,5 salário mínimo!

• Em tempo O passe livre foi a principal reivindicação das manifestações de junho em todo o Brasil.

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NA RODOVIÁRIA

Eles saíram de Sidney, na Austrália, para conhecer o mundo. Porto Alegre encerra a parte brasileira do roteiro, depois de terem passado por Foz do Iguaçu e Florianópolis. Do Rio Grande do Sul, os estudan-tes australianos seguem para Uruguai e Argentina. “Viemos surfar e passear, em Porto Alegre planejamos quatro noites de ‘�iesta’”, con�i-denciou James Ray, 26 anos, o menos tímido do trio.

James Ray, brazilian trip

Depois do Réveillon à beira-mar, as amigas resolveram passar uns dias com a família, em Santa Rosa, antes de voltar aos estudos. “Nos-sas as aulas na Federal de Santa Maria estão para começar”.

Moradora de Porto Alegre, a técnica de enfermagem vai aproveitar as férias para visitar a cidade na-tal, Uruguaiana. As oito horas não são um proble-ma. “Adoro viajar desde pequena. Meu pai era ca-minhoneiro, meu marido e meu �ilho também são”.

Maria de Lurdes Bredalice, de família

Letícia Kych e Aline Lermen, aulas no verão

Eles saíram de Sidney, na Austrália, para conhecer o mundo. Porto Alegre encerra a parte brasileira do roteiro, depois de terem passado

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O casal de estudantes mora em Bagé. Em férias, decidiram viajar juntos pela primei-ra vez e conhecer Canela, Gramado e São Lourenço do Sul. Na rodoviária de Pelotas aguardavam ônibus para voltar a Bagé. “Fo-ram como nove dias de lua de mel”, suspirou o casal apaixonado.

Bruno Saliba e Davana Soares, quase lua de mel O comerciante aproveitou a gratuidade da

passagem para a terceira idade e encarou as 18 horas de ônibus de São Paulo a Porto Ale-gre. “Vim passear, quase todo o mês venho visitar meu �ilho. Mas moro no Rio de Janei-ro, de São Paulo ainda pego outro ônibus”.

Antônio Paulino, sem cansaço

Ela é da Finlândia, ele de Portugal. Em três me-ses pretendem visitar todos os países do conti-nente. De Pelotas eles embarcaram para Porto Alegre. “É uma viagem só de ônibus pelo conti-nente. Nem bem entramos no Brasil e já estou achando tudo maravilhoso”, contou Maidu.

Maidu Hamunem e Antonio Costa, mochilão pela América do Sul

férias, decidiram viajar juntos pela primei-

ram como nove dias de lua de mel”, suspirou

Júlia

Estou

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Beijos

VOCÊ NA RODOVIÁRIA – Para participar desta coluna, acesse o Facebook do Governo do Rio Grande do Sul (www.facebook.com/GovernodoRS) e envie sua foto por mensagem (inbox), com dados pessoais e detalhes da viagem. Sua imagem fará parte de um álbum e poderá ser publicada na próxima edição da revista Na Janela.

VOCÊ NA RODOVIÁRIAGoverno do Rio Grande do Sul (www.facebook.com/GovernodoRS) e envie sua foto por mensagem (inbox), com dados pessoais e detalhes da viagem. Sua imagem fará parte de um álbum e poderá ser publicada na próxima

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CONVERSA DE BORDO

José Antônio Silva

Escritor consagrado, Luis Fer-nando Verissimo usou o talento com as palavras também para apresentar cidades que conhe-ceu ao longo de sua vida. Chegou a invocar o fantasma do pintor Francisco Goya para, junto com ele, caminhar pelas ruas da ca-pital da Espanha em Traçando

Madrid (editora Artes e O�ícios, 1998). Autor de outros cinco vo-lumes que compõem a coleção de guias (Nova Iorque, Paris, Roma, Japão e Porto Alegre), Verissimo nota que o aumento do poder aquisitivo leva cada vez mais tu-ristas brasileiros para o exterior, o que se re�lete em uma impor-tante mudança na imagem do país lá fora. “Não é mais apenas

carnaval, futebol, mulher nua. O brasileiro já representa uma for-ça econômica”.

Neste bate-papo, o humoris-ta fala ainda sobre o seu o�ício, admite que está “desencanta-do com o Internacional”, e que, apesar da rotina de trabalho – e do fôlego limitado pelos 77 anos – sempre encontra tempo para estudar saxofone.

Luis Fernando

Verissimo

“O português já é a segunda língua nos barcos turísticos de Paris”

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Escreves todos os dias, tens uma rotina de trabalho?

Tenho prazos a cumprir com os jornais, o que estabelece uma rotina. Segundas e quintas-fei-ras mando textos para O Globo (RJ), Estadão (SP) e Zero Hora. Os outros dias são mais folgados, mas sempre tem um livro, textos que escrevo além das colunas. E ainda preciso responder entre-vistas, como esta.

Com prazos a cumprir, acreditas na inspiração?

O Fraga (José Guaraci Fraga, humorista gaúcho) diz que a criação “é 90% transpiração e 10% desodorante” (risos). Não se pode con�iar muito na inspi-ração. A minha musa inspirado-ra é o prazo de entrega.

Mas buscas, às vezes, uma frase ou uma cena para te inspirar?

Às vezes tem um assunto que a gente se obriga a co-mentar, outras, é pura inven-ção. Por exemplo, para um li-vro meu que saiu em 2012, Os Espiões, eu só tinha a frase ini-cial, não tinha a menor ideia do resto. A frase era: “Formei--me em letras e na bebida bus-co esquecer” (risos). A partir daí eu não tinha a menor ideia do que viria. E acabou saindo um romance.

Também escreves quando estás de férias?

Férias são férias, não escre-vo, mas acontece de ter que deixar material adiantado para cobrir o período – sempre com o risco de matarem o Papa e a gente estar longe do computa-dor. Aí tudo �ica frio.

Falando em viajar, notas mudanças na visão dos es-trangeiros sobre o Brasil nos últimos anos?

Sim, principalmente em con-sequência de o brasileiro estar viajando mais, pelas condições de viajar e de gastar que a classe média adquiriu. Estivemos em Paris com o Chico Buarque, ele tem um apartamento na frente do rio Sena onde passam aque-les barcos de turismo com guias descrevendo o que o público vê. E agora a segunda língua mais usada nesses barcos já é o por-tuguês! Isso dá uma boa ideia do que o turista brasileiro represen-ta na Europa e, de certa maneira, determinou mudanças na forma de ver o Brasil também. Não é mais apenas carnaval, futebol, mulher nua. O brasileiro já repre-senta uma força econômica para ser considerada.

Achas que o Brasil está me-lhorando? 2013 foi um ano de protestos...

Temos muitas razões para o otimismo. Houve uma melho-ra sensível, especialmente na distribuição de renda, que era o grande problema do Brasil. As manifestações, a gente sabe contra o que elas são, mas não sabe exatamente do que elas são a favor, quais interesses de esquerda e de direita estão sendo servidos. Mas acho que o Brasil melhorou bastante desde a eleição do Lula.

E o futebol de hoje, merece protestos ou aplausos?

Com o Internacional nessa fase que está a gente nem gosta de falar de futebol, porque tem um certo desencanto aí (risos).

O futebol mudou muito, anti-gamente o jogador podia mos-trar sua qualidade técnica sem ter um zagueiro chegando por trás. O Brasil também perdeu aquele destaque em relação às outras seleções. Mas continuo achando um esporte fasci-nante. A beleza plástica de um bom jogo de futebol continua me encantando.

E a música, o saxofone? Continuas tocando?

O saxofone está em ativida-de. Agora mesmo a banda foi tocar em São Paulo. Quando estou de férias, paro, e às ve-zes é di�ícil recomeçar, ainda mais na minha idade, não ten-do mais o mesmo fôlego de antes. Mas continuo tocando e ouvindo música.

“Houve uma melhora sensível na distribui-ção de renda, que era o grande problema do Brasil”

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Embora escrito nos anos 90, o guia sobre a Capital do Rio Gran-de do Sul, Traçando Porto Ale-gre, assinado por Luis Fernando Verissimo é uma boa fonte de consultas para visitantes e até moradores da cidade. O escritor abusa do bom humor ao relatar “mal-entendidos” que podem le-var um viajante pouco informado a se perder pelas ruas da cidade.

A porção de água que banha Porto Alegre, explica Verissimo, apesar de levar o nome de Rio Guaíba, na verdade é um lago, ou um estuário, “ou o que quer que se chame essa ante-sala

onde cinco rios se reúnem para entrar juntos na Lagoa dos Pa-tos”, descreve.

A Rua da Praia não margeia curso d’água nenhum, muito pelo contrário, está cercada de terra por todos os lados e atende o�icialmente por outro nome, que ninguém usa, “Rua dos Andradas”. Também é as-sim com a Rua da Ladeira (Ge-neral Câmara) e com a Praça da Matriz (Marechal Deodoro), característica que o autor não considera negativa de todo. “A vantagem de toda esta con-fusão é que você precisará de

Olhares de Verissimo sobre Porto Alegre

O escritor adverte para a confusão

que pode provocar nos turistas o fato

de vários locais na Capital do Estado

possuírem nomes ofi ciais diferen-

tes daqueles carinhosamente dados

pela população ,“ao contrário do que

acontece em cidades previsíveis e sem

graça como Paris ou Roma, onde tudo

tem o mesmo nome há séculos”.

CONVERSA DE BORDO

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muito tempo para ir decifran-do Porto Alegre, ao contrário do que acontece em cidades previsíveis e sem graça como Paris ou Roma, onde tudo tem o mesmo nome há séculos”.

Investindo tempo na leitura das recomendações de Veris-simo, é possível conhecer os principais pontos da Capital em uma caminhada pelo hoje denominado Centro Históri-co. O autor cita o Theatro São Pedro, “com seu prédio em estilo barroco português e sua pequena plateia em forma de ferradura”; a Casa de Cultura Mario Quintana, a Igreja Nossa Senhora das Dores, o Mercado Público, onde há “os famosos morangos com nata batida da Banca 43”.

Em mais um exemplo da lin-guagem divertida utilizada pelo humorista para descrever a ci-dade, Verissimo sugere ao leitor outro conhecido programa: “O pôr do sol não pode ser reivin-dicado como atração turística de Porto Alegre, já que tecnicamen-te ele acontece fora dos limites estritos do município, mas saber se colocar para assisti-lo é uma das artes da cidade”.

Aos que �icaram curiosos para se aprofundar na leitura que Verissimo faz de sua terra natal, exemplares novos de Tra-çando Porto Alegre ainda po-dem ser encontrados a venda em algumas livrarias. Exempla-res usados podem ser facilmen-te encontrados também nos co-nhecidos “sebos” da Capital – as lojas de livros de segunda-mão, concentradas na Rua Riachuelo, pertinho da Biblioteca Pública e do Palácio Piratini.

As criações de Verissimo

O Analista de Bagé O “psicanalista

freudiano, ortodoxo como a pomada

Minancora” atende seus pacientes

pilchado e aplica a Terapia do

Joelhaço.

Família BrasilUma típica família brasileira de classe média e seus problemas clássicos.

Ed MortUm investigador particular trapalhão, apaixonado por suas clientes e sempre sem dinheiro

As CobrasAs famosas cobrinhas que discutem de tudo, do futebol ao sentido da vida.

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HISTÓRIA DA GENTE

Auro Kich, 81 anos, agricultor no interior de Teutônia.Depoimento a Daniel Cassol e Pedro Metz

Semear e colher a própria vidaEu me sinto orgulhoso por ter chegado a essa

idade e ainda poder trabalhar. Ter criado meus

fi lhos. Não pude estudar a faculdade, mas

meus fi lhos e netos sim. Esse orgulho eu tenho

comigo. Não sou rico, mas tenho peixe, galinha e

ovos para comer, fruta própria, verdura própria,

animais eu posso volta e meia vender, o que

me ajuda a manter a vida. Sou presidente

da Associação de Apicultores e participo do

Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Tenho

orgulho dessa vida que eu levo e já levei.

Nasci em 1932 no Canta-galo, em Paverama. Na época ainda era município de Taqua-ri. Com 12 anos eu já trabalha-va com o saraguá, plantando mandioca, lidando com os bois. Meus pais venderam a terra em 1946 e fomos morar em Lajea-do. Nos sete anos em que vivi lá perdi todo o contato com a terra, estudei um pouquinho e trabalhei com calçados. Depois fui para Porto Alegre trabalhar na Varig, de 1953 até um peda-ço de 1954. Em 1959, comecei minha própria sapataria, na Protásio Alves, 4990, onde meu �ilho mais novo praticamente

se criou. Meus �ilhos estuda-ram no Colégio Farroupilha, depois �izeram a universidade federal, um Agronomia e outro Engenharia Mecânica.

O mais velho hoje mora na Alemanha, é agrônomo, e o mais novo, em Porto Alegre, como engenheiro mecânico. Este me deu quatro netos. Uma menina, que está terminando a faculdade, dois gêmeos que fazem Engenharia Mecânica na França, e o mais velho dos meus netos já é formado enge-nheiro mecânico e trabalha na Petrobras em Macaé, no Rio de Janeiro. O �ilho mais velho do

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meu �ilho mais velho também é agrônomo, como o pai, e está no Tocantins. A outra neta é audi-tora e mora nos Estados Unidos. A mais nova está em Brasilândia de Minas. A caçulinha tem 12 anos e mora na Alemanha. Ela fala um alemão bonito, escreve e me dobra no alemão, não con-sigo mais acompanhar. Essa é a história da minha turma.

Eu me aposentei em 1982. Meu �ilho �icou com a �irma até 2002, depois deu baixa e �icou só com uma �irma dele, de En-genharia Mecânica. Antes, em 1980, quando os �ilhos casaram – um casou em janeiro e o outro em maio – eu vim morar na chá-cara, que já tinha dez anos, mas não funcionava bem. Vim para cá e logo instalei um tambo de leite com 300 litros por dia, e mais 150 caixas de abelha, com bastante mel. O mel sempre foi meu sonho desde criança quan-do ajudava o pai.

Fundamos a Associação Teu-toniense de Apicultores. Todos os anos temos um curso de es-pecialização em algum assunto, tratamento de abelha, colheita de mel, embalagem, produ-ção de geleia real, colheita de pólen, de própolis. As abelhas não dão só o mel, mas muitos outros produtos. Se o apicul-tor não pode mais trabalhar na roça, por saúde ou qualquer ou-tro motivo, pode trabalhar com abelha e até sobreviver, se �izer a lição certinha.

Quando eu era garoto, eu ti-nha que ajudar meu pai, e ele me xingava. “Ô, tu tá com medo por causa de um ferrão? Tem que ter coragem!” Meu pai ti-nha abelhas carnica, calcaciana e italiana. De 1970 em diante vieram as abelhas africanas e deu problema para muita gente.

Saí da roça quando tinha 12 anos. Todo aquele meu sonho de pegar uma semente, jogar na terra e ver ela nascer, brotar, isso é muito salutar. É uma coisa muito boa, mexe com o brio da gente. Quando a gente estava na cidade, não tinha mais nada dis-so. Trabalhava dia e noite. Porto Alegre foi bastante di�ícil no co-meço. A gente ganhava pouco e gastava tudo.

Um dia fomos entregar umas caixas lá na Félix da Cunha, onde tinha uma empresa que vendia frangos. Quando o guar-da da portaria ouviu meu nome,

perguntou de onde eu era. Eu disse que era do Cantagalo, falei da minha família. E o guarda ex-clamou: “Então somos primos!” Ele tinha uma terra para vender aqui, de 4,5 hectares. Meu so-nho era ter um chãozinho...

Comecei bem humildemente, com um tratorzinho, trazendo mudas de árvores de São Sebas-tião do Caí. E assim fui cultivan-do essa chacrinha, até comple-tar essa área que eu tenho, de 18 hectares.

Isso fez com que eu come-çasse a semear, ver realmente a semente que saía da terra.

“Começei humildemente, com um tratorzinho, até completar essa área de 18 hectares”

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ACONTECE AQUI

Além da CapitalAlém da CapitalAline de Barros tem 30 anos, mas

apesar da pouca idade é testemunha de uma mudança histórica em Rio Grande, cidade onde nasceu e se for-mou engenheira mecânica. Uma mu-dança que ela mesma viveu.

“Antigamente, a gente tinha que sair da cidade para procurar emprego. Hoje é outra realidade”, diz.

Formada há cinco anos pela Fun-dação Universidade de Rio Grande

(FURG), Aline trabalha na área de pla-nejamento da Quip, empresa respon-sável pela construção de plataformas de petróleo para a Petrobras no Porto de Rio Grande, na Zona Sul do Estado.

Todos os dias a engenheira come-mora o fato de não precisar deixar ami-gos e família em busca de um emprego. “Pretendo continuar na empresa, mas há outras possibilidades dentro do Polo Naval de Rio Grande, além do es-

Afastadas da região

metropolitana de Porto

Alegre, cidades médias

do Rio Grande do Sul se

consolidam como polos de

atração de investimentos

e geração de empregos

Daniel Cassol e Felipe Samuel

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taleiro em São José do Norte. Em todo o lugar a gente vê placa pedindo gente para trabalhar”, conta.

No outro extremo do Estado, Panam-bi também experimenta a ampla ofer-ta de empregos. Grande produtora de grãos e polo de indústrias de máquinas e implementos agrícolas, o desenvolvi-mento da região é impulsionado pelas últimas safras e por políticas de estímu-lo à irrigação e à mecanização rural.

Panambi e Rio Grande vivem a realidade da farta oferta de empregos, refl exo do momento vivido por empresas de distintos setores no Estado.

Estaleiros estimulam desenvolvimento de toda a Zona Sul

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Há espaço para crescer mais, re-vela o prefeito de Panambi, Miguel Schmitt-Prym. “O principal entrave é a carência de recursos humanos. Falta trabalhador para o chão de fábrica”, resume.

A necessidade é tamanha que há que buscar candidatos em outros municípios, e as empresas já estão construindo moradias para esse contingente.

Desenvolvimento regionalOs casos de Rio Grande e Panambi

são exemplos de uma nova realidade na economia do Rio Grande do Sul, em particular, e do Brasil, em geral, na qual cidades médias se tornam polos geradores de emprego, des-centralizando o desenvolvimento. Geógrafo da Secretaria Estadual de Planejamento, Gestão e Participa-ção Cidadã (Seplag), Antonio Paulo Cargnin explica que a dinâmica do

desenvolvimento nas regiões é com-plexa e precisa de tempo para se con-solidar, mas os dados atuais permitem veri�icar uma mudança no panorama da economia gaúcha.

“Se analisarmos os dados de em-prego, notamos um deslocamento do eixo Porto Alegre-Caxias para a região de Passo Fundo e também para as regi-ões de Santa Maria e Rio Grande, neste caso, em função do polo naval”, a�irma Cargnin, autor da tese de doutorado “Políticas de desenvolvimento regio-nal no Rio Grande do Sul”, pela UFRGS, que lhe rendeu o Prêmio Celso Furta-do de Desenvolvimento Regional.

Para o geógrafo, os esforços his-tóricos do Brasil no sentido da des-centralização do desenvolvimento econômico foram intensi�icados nos últimos anos, mas a maioria das em-presas prefere se instalar em regiões com melhores condições de infraes-trutura e logística, o que representa

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Empresas de Panambi precisam trazer operários de outros municípios para cobrir vagas abertas

“Já é possível verifi car uma mudança no panorama da economia gaúcha”

Antonio Paulo Cargnin, geógrafo da Seplag

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um desa�io para os governos. “O in-vestimento atrai infraestrutura, que atrai investimento. É um ciclo. Por isso é importante ter atenção espe-cial a essas áreas que não são cen-trais”, a�irma Cargnin. “Uma política de desenvolvimento regional tem que gerar múltiplas alternativas, conciliando atração de investimen-tos com o desenvolvimento endóge-no das regiões”, alerta.

Política IndustrialEquilibrar o desenvolvimento

econômico entre as regiões do Rio Grande do Sul é uma das priorida-des da Política Industrial do Estado, implantada em 2011.

Dividida em programas setoriais, essa política apontou áreas estratégi-cas relacionadas tanto à nova econo-mia, como no caso da indústria oceâ-nica, quanto à economia tradicional, com foco no agronegócio. Instrumen-tos como o Fundo Operação Empresa (Fundopem), que concede incentivos �iscais aos empreendimentos priva-dos, foram reformulados de forma a valorizar investimentos em regiões mais deprimidas.

“Não se trata só de investimentos empresariais, mas de impacto social,

uma vez que a economia não cresce apenas pelo capital aplicado, mas pela renda gerada, o que só se conse-gue com emprego”, a�irma o secretá-rio de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik.

As políticas voltadas aos par-ques industriais regionais e setores emergentes foram reforçadas e rea-grupadas em 20 Arranjos Produtivos Locais (APLs). Ao todo, 18 mil em-

O desenvolvimento gerado a par-tir do Polo Naval de Rio Grande im-pacta toda a região Sul. Em Pelotas, por exemplo, há diversos fornece-dores do setor. “A instalação do polo naval representa a reconquista de con�iança de toda Metade Sul”, co-memora o prefeito de Pelotas, Edu-ardo Leite.

Para acompanhar o desenvolvi-mento da indústria no município vi-

zinho, Pelotas já tem até um polo de quali�icação de mão de obra centrado nas instituições de ensino superior locais. “Elas formam mão de obra quali�icada que garante aos empre-endimentos que aqui se instalarem as condições de investimentos que vão gerar muitos bene�ícios”.

Esse caso é um exemplo do que a a economista Lucia dos Santos Gar-cia, do Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), chama de ciclo virtuoso, quando há um núcleo produtivo em desenvolvimento que contagia muni-cípios próximos.

“Existe uma expectativa de dina-mismo econômico, com a �ixação da juventude, principalmente daqueles que conseguem chegar à universida-de, numa região que é rica em forma-ção universitária”, avalia.

Metade Sul reconquista confiança

Polo Naval é oportunidade de permanência para jovens em Rio Grande

preendimentos, que empregam 307 mil trabalhadores de 19 regiões, fo-ram atingidos.

Apenas no APL do Polo Naval e Offshore do Rio Grande está prevista a instalação de 60 empresas, atenden-do Rio Grande, Pelotas e São José do Norte. Em quatro anos, serão disponi-bilizados R$ 21 milhões para apoio à governança e elaboração de planos de desenvolvimento.

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PAUSA NO OLHAR

Guia solitário

Localizado em Mostardas, o Farol da Solidão foi construído em 1924 e possui um alcance luminoso de 14 milhas náuticas, cerca de 26 quilômetros. Com arquitetura em concreto, solitariamente integrado à paisagem, ele orienta os navegadores. A foto é de CLAUDIO FACHEL.

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NA REGIÃO

A poucos quilômetros de Porto Alegre, uma experiência inovado-ra brota pelas mãos de pequenos agricultores, garantindo o susten-to de centenas de produtores do campo e alimentação saudável para a população da cidade. Mais de mil famílias de 15 assenta-mentos da reforma agrá-ria situados na Região Metropolitana ganham a vida produzindo ali-mentos orgânicos, li-vres de agrotóxicos e de insumos químicos de base sintética.

Na produção ecológica, o agricultor controla todo o ciclo de produção, da preparação da lavoura à colheita, com técnicas e insumos naturais que preservam a riqueza do solo. “Dessa maneira, o alimento, o ambiente e os cam-poneses �icam livres de contami-nação”, explica Adalberto Martins, membro da direção da Cooperati-va Central dos Assentamentos do Rio Grande do Sul (Coceargs).

O bene�ício se estende ainda

Orgânicos enriquecem merenda

ALIMENTAÇÃO

Arroz Ecológico

A principal diferença da produção agroecoló-gica em relação à convencional é a ausência

completa de agrotóxicos e químicos. No ar-roz ecológico, o agricultor controla toda

a produção, da preparação da lavoura à colheita, com técnicas que preservam o solo. Uma técnica utilizada é a in-trodução de peixes ou marrecos que comem as pragas da lavoura.

a milhares de estudantes que consomem os orgânicos na rede pública de ensino. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) entrega periodicamente a escolas municipais e estaduais alimentos produzidos por agri-cultores familiares que dão prio-ridade ao cuidado com o meio ambiente e à produção ecológica.

A safra 2013 de apenas um

desses produtos, o arroz ecológi-co, chegou a 300 mil sacas, con-sagrando o grão como a principal fonte de renda de 400 famílias assentadas em 12 municípios do Rio Grande do Sul. O produ-to gaúcho alimenta não apenas estudantes no Estado, mas é ser-vido também na merenda dos alunos de escolas municipais de São Paulo.

para a população da cidade. Mais de mil famílias de 15 assenta-mentos da reforma agrá-ria situados na Região

Na produção ecológica, o agricultor controla todo o ciclo

A principal diferença da produção agroecoló-gica em relação à convencional é a ausência

completa de agrotóxicos e químicos. No ar-roz ecológico, o agricultor controla toda

têm como principal fonte de renda o arroz ecológico

famílias400

Produção ecológica garante o sustento de mil famílias agricultoras na região metropolitana de Porto Alegre e lanche saudável para alunos de escolas públicas

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Sistema hidroviárioOs administradores do Por-

to de Estrela querem atrair novos negócios para o termi-nal fluvial, considerado um dos mais completos e equipa-dos do Brasil. Apesar da capa-cidade de operação chegar a 3 milhões de toneladas ao ano, o porto às margens do Rio Ta-quari embarca, desembarca e armazena apenas 25% desse volume, cerca de 700 mil to-neladas por ano.

“Muitas vezes o trans-

Navegar mais é preciso

LOGÍSTICA

Navegar mais é precisode toneladas

O terminal pode movimentar

3 milhõesa cada ano

No Rio Grande do Sul, o sistema hidroviário é formado pelas bacias da Lagoa dos Patos – que integra Lago Guaiba e os rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí e São Gonçalo – e do Uruguai, cuja principal subdivisão é a bacia do Rio Ibicuí.

gas no Brasil, perdendo ape-nas para dutos e aviões.

Ampliar a utilização do modal hidroviário pode con-tribuir, ainda, com a redução dos acidentes nas estradas ao reduzir o número de veículos em circulação, já que uma car-ga de navio corresponde, em média, a 130 carretas.

portador prefere optar di-retamente pelo caminhão, porque em alguns casos é preciso usar a estrada para complementar o trajeto entre portos”, observa o chefe do setor de Engenharia, Homero Soeiro de Souza Molina.

o terminal fluvial de Estre-la, entretanto, possui conexão direta com o Porto de Rio Grande, o principal do Esta-do. São 450 quilômetros até o encontro da Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico. Já até Porto Alegre, a distância por hidrovia é de apenas 142 qui-lômetros.

Embora as rodovias ainda sejam preferidas por empre-sários e produtores, a opção pela navegação pode resultar em economia, já que o trans-porte pela água possui um dos menores custos para car-

Porto fl uvial de Estrela é um dos principais terminais do Brasil para o transporte de mercadorias pelas águas

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NA REGIÃO

TENDÊNCIAS

O acesso às tendências inter-nacionais do mundo da moda está ao alcance de empresários de todos os portes na Serra. Cria-do há seis anos, o Arranjo Produ-tivo Local (APL) da Moda – po-pularmente chamado de Polo de Moda da Serra Gaúcha – permite que micro e pequenos empre-sários acompanhem os padrões

A moda do mundo na serra gaúcha

empresas compõem o polo de moda

da região

2,5 mil

O que são os APLs?

São grupos de empresas de uma mesma atividade, em um mesmo território, que atuam e produzem de forma organizada e complementar.

Em busca de inspiração, micro e pequenos empresários da confecção no Rio Grande do Sul promovem imersões em desfi les de grifes europeias

ditados pelas grandes grifes in-ternacionais e estimula a cadeia de negócios da região.

A iniciativa promove imersões nos desfiles das principais cole-ções europeias e garante que a moda produzida por 2,5 mil em-presas em 33 municípios da Serra acompanhe as criações de estilis-tas renomados.

Não apenas isso. Através do Banco de vestuário, mais de cem clubes de mães da região recebem resíduos têxteis para desenvolver peças exclusivas ar-tesanais, apoiadas em cursos de qualificação. “Cumprimos um pa-pel econômico, mas também de importância social”, explica Ro-sângela Braga, executiva diretora do Polo de Moda.

O Polo da Moda da Serra Gaú-cha contempla 2,5 mil empresas

de 33 municípios da região e já se estrutura como um modelo para outros APLs dirigidos à indústria do vestuário, como o que está sen-do constituído no Vale do Taquari.

Atualmente o APL de Moda da Serra Gaúcha reúne 11 enti-dades, com apoio financeiro do Governo do Estado, convênios com prefeituras e instituições de ensino e pesquisa.

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AGRONEGÓCIO

Embalada pelos bons pre-ços de mercado e pelo clima favorável, a produção de soja alavanca a economia do RS. O grão é o principal responsável pelo crescimento do Produ-to Interno Bruto (PIB) e das exportações do Estado no úl-timo ano. Os gaúchos são os terceiros maiores produtores de soja do Brasil, atrás apenas do Mato Grosso e do Paraná.

Segundo dados da Funda-ção de Economia e Estatística (FEE), enquanto o PIB gaúcho cresceu 8,9% no primeiro se-

mestre de 2013 na compara-ção com 2012, o crescimento da produção de soja foi de 114,6%, com uma safra de mais de 12 mil toneladas.

É neste cenário favorável que a cidade de Santa Rosa se prepara para realizar a Feira Nacional da Soja (Fenasoja), que chega à sua vigésima edição em 2014. Tradicional evento do agronegócio, foi criada em 1966 para difundir a imagem de Santa Rosa como “Berço Nacional da Soja”. Na vigési-ma edição, a or-ganização espera superar a marca de 2012, quando mais de R$ 45,5 milhões foram nego-cidos, com um público

de mais de 200 mil pessoas no Parque municipal de Exposi-ções Alfredo Leandro Carlson.

“A expectativa é muito boa, tanto para os produtores quanto para expositores e co-merciantes de produtos rela-cionados à atividade”, afirma a presidente da Fenasoja, Ânge-la Maraschin. Para a vigésima edição, de 25 de abril e 4 de maio de 2014, são esperados

mais de 600 exposi-

tores.

Festa para celebrar a soja

criada em 1966 para difundir a imagem de Santa Rosa como “Berço Nacional da Soja”. Na vigési-

milhões foram nego-cidos, com um público

mais de 600 exposi-

tores.

na produção

Crescimento de

114,6%de soja no primeiro

semestre de 2013

Tradicional feira de Santa Rosa chega à 20ª edição embalada pela boa safra

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NA REGIÃO

CAMPANHA

Conhecida como um forte polo agropecuário, a região da Campanha tem se mostrado também uma promissora pro-dutora de vinhos de qualidade. Sua paisagem de campos trans-forma-se com as videiras, que se beneficiam da qualidade do cli-ma e do solo.

“Temos a melhor insolação do Brasil e isso modifica o teor de álcool, resultando em vinhos mais interessantes e macios, por-que o sol amadurece a uva”, ex-

plica Paulo Roberto Ribeiro menezes, diretor execu-tivo da Asso-ciação dos V i n h o s d a Campanha.

O solo are-noso e com boa drenagem, como a videira gos-ta, é um componente importante para garantir a qua-lidade dos vinhos. Além disso, o clima é frio na época de hiberna-ção e com pouca chuva e muito sol no período da maturação e colheita da uva, condições consi-deradas ideais.

A produção de uvas na região teve início em 1970, com a ofer-ta de terras a preços acessíveis e

boas condições de solo e clima. Os vinhe-

dos passaram se expandir de for-ma significativa nas décadas de 1980 e 1990, quando empre-

sários do setor buscaram ampliar

negócios na região da Fronteira. Atualmente, a re-

gião abriga 16 vinícolas. São 1,3 mil hectares plantados em nove municípios por 150 produtores, responsáveis por 20% da produ-ção brasileira de vinhos finos.

O setor tem recebido incentivos do Estado, como recursos para Fundo de Desenvolvimento da vitivinicultura (Fundovitis), que dobraram nos últimos anos.

Vinhos finos do pampa

plica Paulo Roberto Ribeiro menezes, diretor execu-

noso e com boa drenagem, como a videira gos-

boas condições de solo e clima. Os vinhe-

dos passaram se

buscaram ampliar negócios na região da

são responsáveis por 20%

da produção do Estado

vinícolas16

Tradicional polo agropecuário, região da Campanha vira referência em vitivinicultura

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MIRANTE

Quem segue pela freeway em direção ao litoral norte gaúcho pode reservar um momento para aproveitar uma atração que chega an-tes do mar. Em osório, a pai-sagem natural do Morro da Borússia convida ao turismo rural e aos esportes radicais.

O caminho até o topo pode ser feito por trilha ecológica ou de carro: em poucos mi-nutos o visitante já começa a sentir o ar frio da encosta da Mata Atlântica.

No Km 3 (são quatro no total), está o primeiro e mais bem estruturado mirante, que tem até luneta pública para apreciar a extensa área que vai da Lagoa dos Barros até a praia de Atlântida Sul: um mural orienta os visitan-tes sobre cada ponto turístico observado.

No cume do Morro da Bo-rússia, a 400 metros de alti-tude, está a pista de voo livre, de onde partem asas-deltas e parapentes. Também é lá no alto que se estruturou o cen-tro da localidade, onde ficam a capela Santa Rita de Cássia, o tradicional restaurante Dodô

Uma parada antes do mar

Como chegar

Pela BR-290 (freeway), de Porto Alegre em direção às praias, faça o contorno à es-querda no trevo de chegada a Osório. Em seguida, à direita, está o acesso à estrada Ro-mildo Bolzan (OS-480), por onde inicia a subida de qua-tro quilômetros.

– uma mistura de antiquário com gastronomia regional-, e um famoso frigorífico que leva o nome do morro.

Para os que preferem mais tranquilidade, o sítio Cascata da Borússia cobra R$ 5 de ingresso para visitar a área, onde se pode assar churrasco entre um banho e outro nos rios da região.

Natureza, gastronomia e esportes radicais são atrações no Morro da Borússia

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NA REGIÃO

PÉROLA DA LAGOA

localizada a 198 quilômetros de Porto Alegre e banhada pelas águas doces da lagoa dos Patos, São Lourenço do Sul é a aposta certa para quem busca um vera-neio tranquilo. O município de 129 anos faz parte da região tu-rística Costa Doce, e é conhecido como “Pérola da Lagoa”.

São cinco quilômetros de praia com infraestrutura qualificada e diversas opções de lazer para toda a família, como camping com chur-rasqueiras, quiosques, passeios de escunas e locais para prática de es-portes como o windsurf.

As águas rasas e calmas da praia das Nereidas são ideais para famílias com crianças pe-quenas. Já a localidade de On-dinas é recomendada aos prati-

cantes de esportes náuticos.A rede hoteleira conta com 1,6

mil leitos entre hotéis e pousa-das, além de 3 mil vagas de imó-veis particulares para locação. De acordo com o secretário mu-nicipal de Turismo, Indústria e Comércio, Gilmar Pinheiro, é cos-tume os moradores disponibiliza-rem suas moradias para aluguel aos veranistas, que nesta época fazem dobrar a população de 43 mil habitantes.

Na zona rural de São Louren-ço, passeios como o Caminho Pomerano, levam os visitantes a conhecerem os costumes dos moradores, em sua maioria fruto da miscigenação dos colonos ale-mães, pomeranos, afro-brasileiros, portugueses e italianos.

São Lourenço, paraíso de água doce

Plena recuperação

Foram aplicados pelo Esta-do mais R$ 1 milhão para locação de equipamentos e mão de obra para aterra-mento da praia da Barrinha, um dos locais mais preju-dicados pela enchente que atingiu o município em março de 2011, hoje ple-namente recuperado.

Com o veraneio, a população do município dobra, mas a cidade consegue manter o ambiente tranquilo oferecido pelas praias arborizadas banhadas pela Lagoa dos Patos.

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SAÚDE

Quando abrir suas portas, em 2014, o Hospital Regio-nal de Santa maria (HRSm) fará a cidade entrar para um reduzido circuito de locais especializados no atendi-mento de reabilitação física de pessoas com deficiência. “Não temos nenhum hospi-tal de reabilitação física no Rio Grande do Sul. Quem ne-cessita desta especialidade

precisa ir a Brasília ou a São Paulo” exemplifica a coorde-nadora da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Ilse melo.

No dia a dia da saúde pú-blica, o HRSm deverá contri-buir com a redução da carga do Hospital universitário, atendendo a mais de um mi-lhão de pessoas em 40 mu-nicípios que buscam diaria-mente atendimentos eletivos, cirurgias ortopédicas, neuro-lógicas, reumatologia e áreas afins de reabilitação. Serão oferecidos 277 leitos no total, 240 de internação e 37 de uTI.

Construído com recursos dos governos do Estado e Fe-deral, mais de 70% das obras do Hospital Regional já estão concluídas.

Pioneiro em reabilitação física

Estudantes benefi ciados

Cidade universitária, San-ta Maria abriga diversas instituições que oferecem graduação em Medicina. A intenção da Coordenadoria Regional de Saúde é, tam-bém, dar abrigo aos novos profissionais que saem da academia a cada semestre. “Os estudantes daqui serão benefi ciados”, garante Ilse.

Pioneiro em reabilitação físicaPioneiro em reabilitação física

municípios

O hospital atenderá a

população de

40

Hospital Regional de Santa Maria vai ser o único em toda a Região Sul do país a contar com este tipo de atendimento.

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Parque tecnológico de Passo Fundo, instalado na UPF, é o primeiro localizado além dos limites da região metropolitana de Porto Alegre

A região norte do Rio Grande do Sul é a primeira do interior do Estado a contar com um polo tec-nológico. Até novembro de 2013, quando foi inaugurado o Parque Científico e Tecnológico de Pas-so Fundo, todas as iniciativas de pesquisa e desenvolvimento de inovação estavam concentradas na região metropo-litana de Porto Alegre.

Fruto de uma parceria entre Governo do Estado, prefeitura municipal e Universidade de Passo Fundo o empreendimento foca seus esforços de desenvolvi-mento e inovação nos setores de Tecnologia de Informação/Sof-tware, metal-mecânica, Saúde, Alimentos, Energia, Biotecnolo-gia e Agricultura de Precisão.

“Este polo concretiza a inser-ção da UPF no Programa Nacio-nal de Parques Científicos, cená-rio diferenciado de inteligência que utiliza tecnologia de ponta e promove a inovação”, comemora reitor José Carlos Carles de Souza.

No Rio Grande do Sul já estão em funcionamento três desses

centros de desenvolvi-mento de tecnolo-

gia e inovação, além do de Pas-so Fundo. Para

2014 já estão confirmadas as inaugurações de outros cinco centros do gênero. E há ainda 13 projetos para a criação de novos parques em análise na Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvol-vimento Tecnológico que pro-move o estímulo à esta indústria através do RS Tecnópole.

pesquisa e desenvolvimento de inovação estavam concentradas na região metropo-litana de Porto

em funcionamento três desses centros de desenvolvi-

mento de tecnolo-gia e inovação,

parquestecnológicos

Estado terá

até o fim de 2014

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NA REGIÃO

TECNOLOGIA

A inovação ruma para o Interior

“São ferramentas para ajudar microempresas ou invest idores que precisam de assistência para alavancar seus ne-gócios”, resume o vice--reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UPF, Leonardo José Gil Bar-cellos.

Desenvolvimento compartilhado

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VERÃO NUMA BOA

Litoral SulPraia do CassinoRio Grande

• Telecentro• Internet wi-fi• Emissão de CPF, Carteira de Identidade, Carteira de trabalho certidões e atestados• Informação da Corsan• Atendimento ao segurado do IPE• Informações sobre adesão ao Microcrédito Gaúcho

EndereçoAvenida Rio Grande, s/nºFuncionamentoDe terça à domingo, das 8h às 14h

Litoral NorteCapão da Canoa

• Telecentro• Internet wi-fi• Atendimento ao segurado do IPE• Cadastro da Nota Fiscal Gaúcha e atividades de controle de cadastro de contribuintes• Informações sobre adesão ao Microcrédito Gaúcho• Emissão de CPF, certidões e atestados.

EndereçoNa beira da praia, próximo à casa do Banrisul. No centro de CapãoFuncionamentoDe terça à domingo, das 13h às 19h

FreewayBR-290, km 70Posto da Polícia Rodoviária Federal

• Ponto de apoio para os motoristas, com banheiro, água fria e quente.• Telecentro• Internet wi-fi• Autoatendimento do Detran• Serviços online do Tudo Fácil• Centro de Atenção ao Turista.

EndereçoAvenida Rio Grande, s/nºFuncionamentoDe terça à domingo, das 13h às 19h

Serviços grátis nas férias

Entre um banho de mar e um passeio, os veranistas podem aproveitar para colocar em dia documentação pessoal, obter informações sobre turismo no Rio Grande do Sul e acessar a internet. As Casas de Governo do Verão Numa

Boa – que estarão abertas até o dia 9 de março – oferecem essas e outras facilidades a todos os cidadãos. Há ainda atividades lúdicas e culturais programadas para diversos pontos no litoral. Informe-se em www.veraonumaboa.rs.gov.br

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RadarHá mais de 20 anos no ar, o

Radar exibe novos talentos e ban-das já consagradas dos cenários musicais local e nacional. Com atrações ao vivo, o Radar também produz matérias, divulga a agen-da cultural, apresenta entrevistas, dicas e videoclipes.

Curta: www.facebook.com/radartve

A TVE oferece mais de cinco horas diárias de programação pauta-da em valores humanos, com desenhos animados que não expõem a crian-ça a conteúdos apelati-vos ou violentos.

O Pandorga já é um clássico da programação

infantil no Rio Grande do Sul. Produzido pela TvE, o programa tem como obje-tivo estimular o processo criativo, despertar a cons-ciência crítica a cidadania e os cuidados com a na-tureza, colocar a criança como participante ativa no processo da comuni-

cação, incentivar a leitura, informar e divertir.

Está sendo preparada uma nova temporada com programas inéditos com veiculação nacional em parceria com a TV Brasil.

www.facebook.com/pandorgatve

Programação infantil de qualidade

TVE RepórterO TVE Repórter tem como

marca a profundidade e diver-sidade de temas. Entre 2001 e 2010, foram quase 400 progra-mas produzidos. O programa vai ao ar nas quartas-feiras, às 22h, e tem horário alternativo nas sextas, às 20h30, e nos domin-gos, às 17h.

Curta: TVE Repórter no Facebook e fique sabendo o assunto da semana: www.facebook.com/tvereporter

NA TVE

Narrativas diversificadas, olhares e pontos de vista apresentados por meio de produções independentes, séries e coproduções realizadas em diversos países. Essas são as principais caracte-rísticas da nova faixa na programação da TvE, o Recortes Internacional. A atração estreia com a série Los Latino America-nos, produzida pela Televisión América

latina (TAl). A emissora pública exibirá os 12 episódios por meio de uma par-ceria com a TAl, rede de intercâmbio e divulgação da produção audiovisual dos 20 países da América latina.

O Recortes Internacional vai ao ar nas quintas-feiras, às 23h30, com reprise aos domingos, às 17h.

Recortes Internacional

Atração clássica da emissora, o Pandorga estimula a criatividade infantil

Sintonize nas férias• Canal 9 – osório, Tramandaí, Xangri-lá, Capão da Canoa, Atlântida, Imbé, Cidreira, Santo Antônio da Patrulha, Pinhal e Capão Novo, direcione a antena para o Morro da Borússia. • Canal 5 – Torres, direcione a antena para o Morro do Farol. • Outras cidades consulte o site www.tve.com.br

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CURTAS

Outro dado para ser co-memorado pelas gaúchas é o fato de que a Patrulha Maria da Penha (foto) conseguiu reduzir a zero o número de agressões reincidentes no Estado. ou seja, nenhuma mu-lher que buscou proteção voltou a sofrer maus tra-tos dos companheiros de quem prestaram queixa.

Pontos extras na Nota Fiscal Gaúcha

As chances de ganhar R$ 1 milhão nos sorteios da Nota Fis-cal Gaúcha se multiplicam para quem indicar amigos para parti-cipar do programa. A cada convi-dado que se cadastra, quem fez a indicação recebe pontuação ex-tra para participar dos sorteios. Além de diversos prêmios em dinheiro, o Nota Fiscal Gaúcha beneficia entidades carentes que recebem recursos para serem aplicados em projetos sociais.Cadastre-se em https://nfg.se-faz.rs.gov.br

Caminhadas verdes em Torres

O Parque Estadual de Itape-va, na praia de Torres, abre suas trilhas para passeios guiados gratuitos duas vezes ao dia até o final de março. Informações e reservas: (51) 3626.3561.

Reconhecimento internacionalpara a proteção às mulheres

Foi em Washington, capital dos Estados unidos, que o secre-tário da Segurança Pública Airotn Michels recebeu o prêmio A Arte do Bom Governo, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O destaque internacio-nal recaiu sobre a Rede para o Enfrentamento à Violência Doméstica e Fa-miliar, reconhecida pela efetividade da iniciativa de proteção às mulheres, considerada agora um modelo para toda Améri-ca Latina e Caribe.

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PARA CONHECER

Cassinouma baita praia

2São mais de 250 quilômetros

de areia, o que faz de Cassino,

em Rio Grande, a maior praia

em extensão do mundo. Lugar

de naufrágios, sincretismo

religioso e descobertas sobre

a vida marinha.

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Cassinouma baita praia

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1 – Encalhada desde

1976, a carcaça do navio

Altair virou uma atração

do balenário.

2 – Esculpida por Érico

Gobbi, a Rainha do Mar

recebe milhares de visi-

tantes em 2 de fevereiro,

festa de Iemanjá.

3 – O Museu

Oceanográfico mantém

uma exposição sobre os

oceanos.

4 – Os Molhes da Barra foram

construídos em 1911 para pro-

teger a entrada e saída de navios

do Porto de Rio Grande.

5 – O encontro do Atlântico com a

Lagoa dos Patos faz do passeio de

vagoneta um dos mais procurados

do Cassino.

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EM CARTAZ

Contribua para o Mapa Digital da Cultura

Você sabia que o Rio Grande do Sul é o primeiro Estado bra-sileiro a lançar uma platafor-ma digital de mapeamento de atividades culturais que reúne dados como todas as biblio-tecas e museus presentes em território gaúcho? Além de um serviço público, o mapa é uma ferramenta de participação. Acesse e compatilhe.

www.cultura.rs.gov.br/mapa

Em 2014, a orquestra Sinfônica de Porto Alegre vai levar a música orques-tral a um público ainda maior. São 62 concertos, 18 deles no interior do Rio Grande do Sul e dois na Argentina, onde a or-questra se apresenta em Córdoba e Rosário sob regência do suíço Nico-

las Rauss. Os palcos se-rão compratilhados com grandes maestros e solis-tas do Brasil e do exterior, e o repertório contempla obras-primas da músi-ca orquestral, ópera e a MPB. O sucesso do con-certo dedicado à música de cinema, que lotou o Sa-lão de Atos da UFRGS no

ano passado, inspirou a abertura desta tempora-da com trilhas de filmes, sob regência do maestro manfredo Schmiedt, no dia 9 de março, no Audi-tório Araújo vianna.

Informações:www.ospa.org.brFone 51 3222.7387

Ospa pelo Rio Grande e para los hermanos

Novo espaço para arte na Capital

O Núcleo de Artes Visuais da Casa de Cultura Mario Quintana (CCmQ) abre inscrições, entre 10 de janeiro e 10 de fevereiro, para ocupação do Atelier Públi-co, um novo espaço que estará à disposição do público em 2014. Artistas poderão mandar pro-postas em pintura, escultura, desenho, gravura, performance, técnicas digitais, e/ou mistas adequadas ao espaço, no perío-do entre março e dezembro, de forma gratuita.

Informações: (51) 3221. 7147Horário: das 9h às 18h

Já estão abertas as inscrições para o concurso fo-tográfico Momentos Inesquecíveis em Gramado, que vai distribuir entre os 30 vencedores ingressos para as edições 2014 do Natal luz e do Festival de Cinema. O tema é amplo e as fotos devem ser encaminhadas para a Secretaria Municipal de Turismo através dos Correios até o dia 20 de maio.

Fotos inesquecíveis em Gramado

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TEATRO

Uma das atrações do Museu Histórico Farroupilha, na cidade de Piratini, é a urna de madeira, talhada especialmente para as elei-ções presidenciais de 1836 na Re-pública Riograndense. A questão é que ninguém sabe se ela de fato foi utilizada para recolher os votos dos habitantes ou não, já que os regis-tros históricos dão conta de que o general Bento Gonçalves foi eleito por aclamação popular.

O acervo do museu possui ou-tros objetos da Revolução Farrou-pilha, como a bandeira de 1842, armas e medalhas.

Visitação e informação: terças a sextas-feiras, das 9h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h. Finais de sema-na e feriados, das 14h30 às 17h. Telefone (53) 3257.1481 [email protected]

Espetáculos teatrais, de humor, de mú-sica e de ilusionismo são atrações para quem decidiu enfrentar o calor de janei-ro e fevereiro na Capital. A 15ª edição do Porto verão Alegre teve início no dia 9 de janeiro e prossegue até 16 de fevereiro com atrações para todas as idades. Só na Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736) serão 16 espetáculos, como o musical Cale-se (foto), que reúne canções proibidas durante o regime mi-litar. o valor dos ingressos varia de R$ 10 a R$ 30, com descontos para estudantes, idosos, Clube do Assinante ZH e Banri-compras. A programação completa, com locais e horários pode ser conferida no site do evento.

www.portoveraoalegre.com.br

Porto Verão Alegre em cartaz

Dois importantes festivais de música do Rio Grande do Sul re-cebem inscrições de composito-res durante os meses de verão. O prazo para o envio de obras nativistas ao 7º Canto Missionei-

ro, em Santo Ângelo, encerra em 15 de fevereiro de 2014; já o 14º Canto da Lagoa de Encantado, que aceita canções de todas as linhas, gêneros estilos e influências, tem como data limite para as inscri-

ções regionais e nacionais o dia 7 de março. Ambos concursos acontecem no final do mês de março. Informações e regulamen-tos na página do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.

Inscrições abertas para festivais de música

Urna da dúvida

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BOM HUMOR

Cada soluço dura menos de 1 segundo e ocorre com frequên-cia normal e regular de 5 a 25 vezes por minuto. O livro dos recordes menciona um soluço que durou 57 anos.

A cada sílaba que o homem fala, 72 músculos entram em movimento. Para sorrir, são utilizados 14 músculos.

A temperatura do corpo não fica estabilizada o dia inteiro. Ela sobe para 37,2 °C às 5 ou 6 da tarde e vai caindo para 36 °C durante a madrugada.

uma pessoa de 75 anos que dorme uma média de 8 horas por dia passou 23 anos dormindo.

o ser humano tem 46 cromos-somos, que contêm os genes que determinam as características de cada pessoa, como cor dos olhos e formato do rosto.

É impossível fazer cócegas em nós mesmo, porque este estímu-lo precisa ser uma surpresa. Os lugares mais sensíveis às cócegas como a sola dos pés ou as axilas não têm nenhuma característica em comum.

O intestino delgado mede de 6 a 9 metros. o intestino grosso tem 1,5 metro, mas é três vezes mais largo.

O calcanhar de Aquiles é uma das mais populares metáforas sobre a fragilidade humana. Tétis segurou seu filho Aquiles pelo calcanhar para mergulhá-lo num rio que o tornaria invencível. Durante uma batalha, no entanto, Aquiles tomou uma flechada em seu ponto vulnerável: o calcanhar. A partir daí, a expressão calcanhar de Aquiles indica o ponto fraco de uma pessoa.

Curiosidades: corpo humano

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PROSA NA ESTRADA

Nos poços

Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo, é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem �im? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. Edepois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê.

Uma veste provavelmente azul

Eu estava ali sem nenhum plano imediato quando vi os dois homen-zinhos verdes correndo sobre o tapete. Um deles retirou do bolso um minúsculo lenço e passou-o na testa. Pensei então que o lenço era feito de �iníssimos �ios e que eles deveriamser hábeis tecelões. Ao mesmo tem-po, lembrei também que necessitava de uma longa veste: uma muito longa veste provavelmente azul. Não foi di�ícil subjugá-los e obrigá-los a tecerem para mim. Trouxeram suas famílias e levaram milênios nesse trabalho. Catástrofes incríveis: emaranhavam-se nos �ios, sufoca-vam no meio do pano, as agulhas os apunhalavam. Inúmeras gerações se sucederam. Nascendo, tecendo e morrendo. Enquanto isso, minha mão direita pousava ameaçadora sobre suas cabeças.

O ovo apunhaladoCaio Fernando Abreu

Do livro O ovo apunhalado (IEl, 1975). Este conto foi publicado no projeto Prosa na Estrada, iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual do Livro (IEL) em parceria com o Departamento Autôno-mo de Estradas de Rodagem (Daer) e a Associação Gaúcha de Escritores (Ages), o projeto conta com os apoios da Com-panhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag), da Celulose Rio-grandense e da Associação Rio-Grandense de Transporte Intermunicipal (RTI).

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PARA VOCÊ

Cartão EmergênciaO Cartão Emergência ou Car-tão Estiagem tem o objetivo de beneficiar mais de 100 mil famílias de municípios com decreto de emergência pela seca que afeta o Rio Grande do Sul desde 2011. A finali-dade dos recursos é para a aquisição de insumos e ali-mentação humana e animal.

Como participar: As inscrições devem ser feitas junto às entidades representativas, com a ho-mologação dos Conselhos Municipais de Agricultura ou equivalente. Com re-lação aos quilombolas, o deve ser feito diretamente na Secretaria do Desen-volvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), dentro do Programa RS Mais Igual. A viabilização do cartão será do Banrisul.

Pacto Gaúcho pela EducaçãoO pacto contribuirá na elabo-ração, proposição e execução de políticas públicas voltadas à promoção do conhecimen-to, pesquisa e qualificação profissional de professores de nível superior e servidores públicos estaduais em dife-rentes instâncias do poder

público. Também é direciona-do a alunos do Ensino Médio e profissionalizante e à capa-citação de trabalhadores para o setor produtivo gaúcho.

ProUni RS O Programa Universidade para Todos RS – ProUni RS concede bolsas de estudo in-tegrais em cursos superiores de base tecnológica em áreas prioritárias no desenvolvi-mento do Rio Grande do Sul.

Como participar: As inscrições devem ser re-alizadas em uma das Insti-tuições de Ensino Superior (IES) participantes. Mais informações: [email protected] (51) 3288.7479.

Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e EmpregoÉ um programa do Governo Federal que busca aumen-tar as oportunidades edu-cacionais aos trabalhadores e estudantes por meio de cursos de formação inicial e continuada, de qualificação profissional ou técnica.

Como participar: Se dirija a um SINE, CRAS ou Escola Estadual do seu município.

Plano Territorial de Quali�icaçãoO Planteq visa à inclusão produtiva a partir de cur-sos de qualificação profis-sional, com carga horária média de 200h/aula, em diversas áreas econômicas, para trabalhadores desem-pregados em situação de vulnerabilidade social (Pro-grama Prioritário ligado ao Programa RS mais Igual, ali-nhado ao Programa Federal Brasil Sem Miséria).

Como participar: As inscrições podem ser feitas nas Agências FG-TAS/Sine dos municípios beneficiados, sendo ne-cessário apresentar um documento de identidade,

bem como o Número de Inscrição Social (NIS) / Programa de Integração Social (PIS).

RS Lilás O RS Lilás são serviços que ampliam a visibilidade da realidade das mulheres. O Escuta Lilás é uma central que acolhe cidadãs em situ-ação de violência, e pode ser acessado junto ao Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo machado (CRm).

Como participar: Escuta Lilás 0800.541.0803 Atendimento: segunda a sexta das 8h30 às 18h,Porto Alegre, RS.

Uma publicação da Diretoria de Jornalismo da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

EditoresDaniel Cassol, Daniel Rosa Lopes e Naira Hofmeister

Editora de arteCristina Pozzobon

Editora de fotografi aCamila Domingues

RepórteresAline Heberlê, Ana Magagnin, Daiane Roldão, Felipe Samuel, Heloise Santi, José Antônio Silva, Nilton Schüler, Raquel Wünsch

ImpressãoLeograf

www.estado.rs.gov.br

Patrulha Maria da Penha Rede de atendimento da Segurança Pública para enfren-tar a Violência Doméstica e Familiar organizada pela Se-cretaria de Segurança Pública do Estado. Conheça seus direitos e o que você pode fazer. Telefones úteis:• Brigada militar: 190 • Delegacia da mulher: 3288.2172• Departamento médico-legal – clínico: 3288.2673• Atendimento Psicossocial: 3288.2676• Central de Atendimento à mulher: 180• Central de Referência de Atendimento à mulher: 3289.5109• Juizado de violência Doméstica e Familiar: 3210.6670• Defensoria Pública: 3225.0777

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Até 2017, serão investidos R$ 4,4 bilhões para melhorar cada vez mais o abastecimento de água e levar tratamento de esgoto a todas as regiões do Estado. E quem ganha com isso são todos os gaúchos.

QUANDO A GENTE INVESTE NA VIDA, É FÁCIL ENXERGAR O RETORNO.

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